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ASSOCIAÇÃOBRASILEIRAPARA
PREVENÇÃO DE ACIDENTES
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SÉDE: RIO DE JANEIRO
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EDIFÍCIO MAYAPAN \ H' ANDAR — SALAS 1118/9 ^
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SUCURSAL: S. PAULO
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DIRETOBIA
Dr. EUV.ALDO LODI - Presidente
T. M. FERNANDES - 1' Vice-Presidente
ALCIDES LINS • 2" Vice-Presidente
ITO TEBYRIÇA - 1' Secretário
JOÃO LUDERITZ 2' Secretário
K. AP-THOMAS - 1' Tesoureiro
DURVAL LOPES REIS • 2' Tesoureiro
DR. DÉCIO PARREIRAS —'Diretçr.
ARV F. TORRES — Diretor.
CONSELHO DE ADMINISTHAÇAO-
Sr. MORVAM DIAS DE FIGUEIREDO
Dr. GUILHERME DA SILVEIRA nLHO
Dr. ARMANDO ARRUDA PEREIRA
Dr. FERNANDO TUDE DE SOUZA
Professor DÉCIO PARREIRAS
Dr. JOÃO CARLOS VITAL
Dr. ROBERTO MANGE
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Dr. ISMAEL COELHO DE SOUZA
Dr. ALBERTO PIRES AMARANTE
Dr. RENATO WOOD
Dr. PAULO CÉSAR MARTINS
CONSELHO *nsCAL
M«mbroB Eletivos
•Sr. (.;AHL0S SANTOS COSTA
Dr. MARIANO J. M. FERRAZ
Dr. RODRICA) OTÁVIO FILHO
Membros Suplentes
Dr. JAIR negrão DE LIMA
Dr. HEVECIO XAVIER LOPES
Dr. LUIZ DU-MONT VILARES
SECRÊTABIO EXECUTIVO
Dr. JOSE' S. A. PINHEIRO
locê ajudar-nos
NELSON COSTA CARVALHO(Da Divisão de Prevenção de Acidentes do Dep. de Serviços Sociais da E. F. S.)
APIO^VIII MAIO DE 1950 N? I
NOSSO BOLETIM
Depois de um longo período em que teve sua publicação suspensa por motivos alheios à nossa vontade reaparece final mente o BOLETIM da Associação Brasileira-para Prevenção de Acidentes. O veterano mensário que inaugura assim seu-r»itqvo ano de existência, está de novo em circulação para servir de in centivo à benemérita campanha encetada em 1942.
Sua publicação foi reclamada de maneira insistente, por oca sião da CONVENÇÃO DOS PRESIDENTES DAS CIPAS, reali zada em S. Paulo, ho dia 14 de Dezembro p.p. por iniciativa da Associação e sob os auspícios da GENERAL MOTORS DO BRASIL.
Sabedores de que esse eficiente élo de ligação entre os que se ocupam da Campanha de Prevenção de Acidentes tinha sido suspenso por motivos de ordem econômica, foi decidido unanime mente que as firmas industriais paulistas, presentes ao certame, se responsabilisoriom pelo seu reaparecimento e garantiriam, daí por deante, a sua regularidade.
A Associação imediatamente tomou as providências neces sárias para que o Boletim reaparecesse, aguardando apenas que a GEl^JíAL MOTORS DO BRASIL, desejosa de prestar uma co laboração individual à obra da Associação, publicasse um mag nífico folheto comemorativo da auspiciosa reunião dos Presiden tes das Comissões Internos de Prevenção de Acidente, no qual é historiada a iniciativa da CONVENÇÃO, transcrita minuciosa ata dos trabalhos e também as conclusões que a Assembléia vo tou por unanimidade.
A Comissão nomeada para tratar da publicação do BOLE TIM recebeu a devida autorização da Diretoria da Associação que se louvou no parecer do eng.JOSE' PINHEIRO, brilhante Se cretário Executivo, e vem apresentar como resultado dos seus esforços, e do apoio recebido dos convencionais, o primeiro nú mero dessa nova fase do veterano órgão de cipôio à. Campanha.
Devemos declarar que as colunas, do BOLETIM estão fran queados a todos os associados que desejarem divulgar os re sultados das suas atividades em prol da Prevenção de Aciden tes e que toda e qualquer notícia desse gênero será muito bem recebida pela Redação.
No último decênio, a ciência médica progre diu muito no sentido de diminuir o número de mortes- motivadas por doenças. Uma a uma, as doenças que eram comuns na geração passa da, estão sendo restringidas. A febre amarela, diíteria, escarlatina, bexiga e outras doenças in fecciosos foram praticamente abolidas. Até mes mo a tuberculose, as pneumonias e as gripes foram reduzidas. Os medicamentos com sulfa reduziram muito a mortalidade por envenena mento sangüíneo. A penicilina e os produtos si milares estão sendo usados para combater várias doenças. A estreptomicina combate as infecções mortais causadas pelos estreptococos. A esses medicamentos, devemos acrescentar as extraor dinárias vacinas e ontitoxinas, os novos antissépticos, as admiráveis intervenções cirúrgicos e as vitaminas, para as quais estão constantemente sendo descobertas novas aplicações. A humani dade está realmente vencendo a luta contra a eníermidade, e a esperança de vida está cres cendo progressiva e regularmente. O objetivo de todos é suprimir todas as doenças, e, como es creveu Louis pQsteur: «O homem tem poderes para eliminar da terra todas as doenças parasíticas».
Há, porém, outro campo em que a nossa ca pacidade de governar o meio ambiente não al cançou o mesmo sucesso obtido no combate à enfermidade: é nossa luta contra os acidentes que podem ser evitados. Do mesmo modo que a ciência médicq e a higiene encontram os meios de controlar as doenças, aqueles que estudam a segurança estão procurando o modo de contro lar oç acidentes. A maior parte dos acidentes denotam nossa falta de controle sobre as forças que nos rodeiam. Um incêndio irrompe devido a ligações elétricas imperfeitas, e toma propor ções acima de nossas forças. Um motorista, visi velmente embriagado — e com suas funções
físicas e. psíquicas embotadas — perde o con trole de s^u carro, ocorrendo um desastre. Atra vessamos à frente de automóveis, trens e outros tipos de veículos e, muitas vêzes, escapamos por tão pouco de ser atropelados, que tomamos a resolução de sermos mais vigilantes e cuidado sos, até que um novo dia nos traz novos proble mas e esquecemos nossa resolução. O fato de esquecermos é patenteado pelo explêndido tra balho que está sendo efetuado por indivíduos, organizações educacionais e pela Policia de São Paulo, com o fim de reduzir os acidentes de trá fego e estabelecer os controles necessários afim de garantir nossa segurança. Um desejo sincero de proteger os indivíduos e reduzir as colos sais perdas econômicas, deviáqs ao nosso des cuido, deu origem e fêz dessa preocupação a mais democrática das providências tomadas con" tra os acidentes que se verificam nas ruas. Po rém, seu sucesso depende exclusivamente de cada um de nós aceitar, individualmente, a res ponsabilidade de desempenhar nosso papel nes sa campanha, inteirados de -que todos os aci-■ dentes, de qualquer natureza, quer sejain do trá fego quer da indústria, nos afetam diretamente. Os dados estatísticos fornecidos pela Divisão de Tráfego da Policia de São Paulo e da Associa ção Brasileira para Prevenção dos Acidentes, no campo industrial, indicam que a educação deve continuar desempenhando seu papel, começan do em nossas escolas e prosseguindo em todo| os ramos da atividade humana. Plagiando Pasteur, diremos que «o homem tem poderes para eliminar da terra todos os acidentes que podem ser evitados». De modo que poderíamos contri buir melhor para o bem de nosso país e de nos sos compatriotas,
»'
f
Fala o J u iI..
o Dr. Isnard Reis, Juiz da Vara Privativa de Acidentes do Trabalho, concedeu à <íFolha da Manhã-», da capital bajideirante, uma entrevista em que focaliza a gravidade da situação no que con cerne aos Acidentes de Trabalho, no parque industrial paulista. Embora ditas há meses, não existem elementos de convicção capazes de esmaecer as enérgicas afirmativas desse magistrado no que res peita ao cuidado pela Prevenção de Acidentes. Da sua mesa de trabalho observou êle a infindável procissão de casos leves, graves e fatais, e pôde sem inspecionar as condições de trabalho nas fábri cas, chegar a conclusõeS\que pareceni ser expendidas por um técnico em Prevenção de Acidentes.
A Vara de Acidentes de Trabalho, constitue uma preciosa fonte de estatística, até agora abando nada, lamenta o Dr. Jsnãrd-,.por falta de^funcionários que colijain e classifiquem tão precioso ma terial. x. X
NÚMEROS ALARMANTES
«Em 1946 houve nesta comarca da Capital 54.923 acidentes comunicados ao respectivo Jui-. 2o, Em 1947, o número de acidentes foi de 45.129. Em 1948, passou a ser de 38.638.
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A REAUDADE E' PIÓR AINDA
«Releva notar-se que muitos acidentes do tra balho abusiva e culposamente deixam de ser co municados oficialmente ao Juiz, assim como nu merosas firmas empregadores continuam errada mente a dirigir tais comunicações à polícia, ao invés de o fazerem à autoridade judiciária. ., . . . Já se fala em cerca de trezentos acidentes diários em S. Paulo.. .»
MAS CONDIÇÕES DE TRABALHO ,
«Há fabriquetas em que as condições de tra balho são verdadeiramente criminosas.«
{Nota da Redação: Essas condições também existem em grandes estahelecinieníos).
E' PREaSO MELHORAR AS CONDIÇÕES DE TRABALHO
«. . . nas fábricas, pois há muitas em que os operários trabalham numa nuvem de pó, em ca lor excessivo, em ambiente de ar rarefeito ou mal grejado.»
MENORES MUTILADOS
«São freqüentes os casos de menores sem braço, sem mão, sem dedos.»
EM VEZ DE PREVENIR ..
«Nossas atividades em geral são sòmente de ordem curativa, , . Devem-se aconselhar medidas preventivas e a sua rigorosa observância,»
A INDENIZAÇÃO NAO RESOLVE
«A indenização que a lei garante aos órfãos e aos acidentados é pouca coisa em confronto -.c^ o dano material e moral que o infortúnio produz, em face das lágrimas que faz brotar, da incapacidade e da miséria que dêle são ás con seqüências.»
CONCORRE PARA A PAZ SOCIAL -
«A prevenção de acidentes evitará motivos de discórdias entre os elementos essenciais da produção; Capital e Trabalho.»
BARATEIA A PRODUÇÃO
«A prevenção diminui o ônus da produção,»
EXEMPLO A SEGUIR
«Em uma grande empresa desta Capital ha via acidentes quasi diários: moças a perderem o indicador ou falanges deste, Logo que a direção de tal empresa veio a tomar conlíecimentos dos casos adotou prontamente providências para a localização da máquina perigosa (uma pequeni na máquina) e eis que a adaptação de pequena peça, fez cessar incontinente um dos grandes contingentes de infortunados diariamente pre sentes à Vara. E como quem pagava as indeni zações a essas moças acidentadas eram as se guradoras, os empregadores, homens probos e humanos não chegavam a saber das mesmas e de seu volume nas suas indústrias.»
Ao terminarmos as transcrições de pequenos tó picos da brilhante entrevista concedida pelo Ór. Is nard Reis à <(.Eolha da*Manhã», desejamos fazer um ligeiro comintúrio às últimas palavras que citamos. Todo o louvor de^ve ser concedido à direção dessa indústria que, assim que teve ciência da gravidade dos acidentes que ocorriam com suas operárias, pioPense
vezes, votê sé tem nma vida
Prevenção de Acidentes Mato de 195Q
r-
curou corrigir a falta de proteção de uma pequena máquina carniceira.
Entretanto, como rotina de hôu administração, é necessário que as indústrias destaquem funcionário ou funcionários que possam analisar os casos de infoTtunistica ocorridos. Para isso a lei já deu um- re médio que constitui boa técnica na prevenção de aci dentes: a formação obrigatória das Comissões Inter nas de Prevenção de Acidentes, que devem examinar, uma vez por mês, pelo menos, os casos de acidentes e indicar à Direção as medidas corretivas,.
Os acidentes devem ser cuidadosamente analisa dos e estudados em grandes e pequenas indústrias. Para um perfeito registro dos Acidentes, a ASSO CIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES, estudou- e organizou impressos que são a última, palavra em brevidade e clareza, denomina dos: Folhas de Análise.
Seu uso permite em pouco tempo localisar as causas dos acidentes. Sem sair da sua mesa de tra balho, um chefe de serviço pode tomar tôdas as pro vidências para melhorar as condições de segurança da Indústria. -
,
R&comenda a adoção dàs Instruções que se seguer)j e que vi.sam orientar a criação e a atuaçuo das Comissões Inítmas de Pre venção de Acidentes, instituídas pelo Decreto-Ui supra menciona do com caráter obrigatório nas empresas com mais de 100 em pregados: '
I Finalidade
Art. 1- — A Comissão Interna de Prevenção de Ac^ dentes tem como finalidade zelar pela saúde e integri dade física do trabalhador, estimulando o interesse pelas quesjoes de prevenção de acidentes, apresentando su gestões quanto à orientação e fiscalização das medidas Jrabalho, realizando palestras instrutivas, pro on o instituição de concursos e prêmios e tomando ou ras providências capazes de manter o espírito de pre caução durante o trabalho.
h — Funções
j ú Comissão Interna de Prevenção ^ vhiorref^r f ° cumprimento da legislação uv <»nli7rTr n ^ Segurança e higiene do trabalho; n condições de segurança da ma£ sua^mM ® trabalho, com a finoli- c) redigir normas e instruções convenientes para prevenir possíveis dcidentes e doen ças profissionais, mantendo em dia estatísticos de aci dentes, com seus índices de freqüência e gravidade; e) observar a instalação e funcionamento dos serviços ds assistência aos acidentados; f) promover a adaptação e seleção profissional do trabalhador; g) desenvolver en sino, divulgação e propaganda, por conferências, pales tras, cartazes, filmes, cartilhas, àcêrca de prevenção de acidentes e doenças profissionais; h) promover competi ções, concursos, festas, menções honoríficas para distin guir o trabalhador ou o profissional que mais se tenha feito notar na campanha de prevenção; i) propor pena lidades para o trabalhador que se recusar submeter às instruções previstas no art. 79, do decreto lei 7.036; j) sugerir à gerência as medjdas julgados necessárias
para o bom êxito dos trabalhos da Comissão; k) Reunirse, pelo menos, uma vez por mês, redigindo ato de cada sessão realizada; 1) fornecer esclarecimentos e facilitar a atuação da Divisão de Higiene e Segurança do Tra balho e das Delegacias Regionais do Trabalho.
in — Orgonização
Ari. 3°^— O número de membros ou vogais a inte grar a Comissão será fixado em cada caso pela emprêsa, figurando entre as mesmas; a) Presidente; b) Secre tário; c) Médico da Fábrica; d) Engenheiro da Fábrica; e) Gerente da Fábrica; f) membros representantes dos em pregados, em número não inferior o três, indicados pelo sindicato respectivo, quando existente.
Art. 4® — O Presidente deve ser um dos diretores da Companhia ou pessoa indicada pelos mesmos, po dendo a escolha recair em qualquer dos membros da Comissão.
Art. 5® — O Secretário será de livre escolha do Pre sidente da Comissão. '
Art- 6° — O mandato dos membros da Comissão será de um ano, providenciando esta para a substituição do voggl que, não se mostrar interessado pelas funções ou que faltar às sessões três vezes consecutivas, sem mo tivo justificado.
IV — Disposições gerais
Art. 7° — Qualquer trabalhador poderá dirigir-se à Co missão Interna de Prevenção de Acidentes para prevení-la da execução de serviços perigosos em sua secçdo ou outra qualquer; para sugerir medidas de proteção in dividual ou coletiva e para salientar a transgressão de ordens, regras e regulamentos que visam a defesa do próprio trabalhador,
Os acidentes pessoais nas Estradas de Ferro
Morte- Americanas
índices baixíssimos de freqüência — Resultados de um concurso promovido pelo
NATIONAL SAFETY COUNCIL — Posição desvantajosa de uma grande Estrada de Ferro \ Brasileira.
Dispositivos de pfoteção
Em 1947 o Conselho Nacional de Segurdnçp dos Estados Unidos realizou um concurso entrei as principais (categoria A) Estradas de Ferro Norte-Americanas, para verificar em qual delas menos acidentes ocorreram.
As principais Estradas foram classificadas pelo referido Conselho, consoante o número de homens-horas trabalhadas, em 6 grupos ou clas ses, como a seguir verificaremos.
A freqüência reunida de mortos e acidenta dos por 1 .000.000 de homens-horas trabalhadas foi de 2,15 para as 6 Estradas vencedoras do concurso, comparada com uma freqüência de 9,97 para as outras Estradas.
As vencedoras, suas classes e freqüências foram as seguintes:
CLASSE I (Com mais de 50.000.000 de homens horas trabalhadas). Coube o 1^ lugar à Union Pacific Sytem com a freqüência de 1,81. A mé dia de freqüência de acidentes nas outras Es tradas deste grupo foi de 8,52.
CLASSE II (Entre 20,000.000 a 50.000.000 de ho mens-horas trabalhadas). Foram vencedoras as Estradas de Ferro de New Orleans e Texas com a freqüência de 2,29. As outros Estradas dêste grupo tiveram em média 9,85,
CLASSE III (Entre 8,000.000 a 20,000.000 de ho mens-horas trabalhadas). As Estradas de Ferro d® Cineinatti, New Orleans e Texas Pacific ga nharam o 1° lugar nesta classe, A freqüência de acidentes foi |ie 4,31. A média para as ou tras Estradas dêste grupo foi de 15,62.
CLASSE IV,(Entre 3.000.000 a 8.000.000 de ho mens-horas trabalhadas). As Companhias de Estradas de Ferro de New Orleans e Northeastern venceram nêste grupo com a freqüên cia de 5,39. A média para as outras Estradas do grupo _em causa fòr-de 16,30.
dLASSE V (Entre 1.000.000 a 3.000.000 de ho-" mens-horas trabalhadas). Coube a vitória nês te grupo às Companhias de Estradas de Fer ro da Geórgia Southern e Flórida, com a fre qüência de 3,54. A média para as démais Es tradas do grup ofoi de 14,87.
CLASSE VI (Com menos de 1.000.000 de homens horas trabalhadas). As Companhias Lake Supe rior e Ishepeming ganharam com a freqüên cia de 4,73. A média para as outras Estradas desta classe foi de 20,27.
Como se apresentarão as Estradas de Ferro brasileiras, no que toca aos acidentes de trabalho, exclusivamente?
Verifica-se que em uma grande Estrada de Ferro Nacional a média de homens-horas traba lhadas por-ano é de cêrca de 39.500.000 enquadrando-se pois na classe ü dos principais Estra das de Ferro Norte-Americanas, isto é, com 20.000.000 a 50,000.000 de homens-horas tra balhadas.
Entretanto, a freqüência de acidentes na re ferida Estrada em 1949 foi de 39,5 muito* maior do que qg Estradas d© sua dosse nos Estados Unidos, pois a freqüência média em 1947 na Es trada de Ferro vencedora da classe 11 nos Es tados Unidos foi de 2,9. Nas outras Estradas do mesmo grupo 9,85,
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5(!ri'flC(íO encarregados da coné um dos ni írartsmtssfto de energia ^ t perigosos que se conhecem.
; H J^r especializados dc proteção ao tra balha sido imaginados C postos em uso. A mostra um trabalhador em linhas aéreas de devidamente protegido., Vêm-se aí os canos de borracha para isolar os_fios, as luvas, a proteção dos braços e do peito, o cinturão de se gurança. Todos esses dispositivos devem obedecer a
especificações rigorosas por ocasião da compra. De vem ser ensaiados sob tensão elétrica, que. varia de 10.000 a 20,000 volts durante ires minutos ii cm cada vez que for utilizado, devem ser cuidadosunienti' iuspecionados. afim de evitar que perfurações ou ra chas ponham em perigo a vida do trabalhador. Um equipamento defeituoso torna, ainda mais ptírigo.so o tj-ahalho feito sem He, pois inspira uma falsa con fiança ao trabalahdor. As luvas devem ser examina das cuidadosamente, enchendo-as de ar, e apertando-as para verificar se há algum escapamento, como se faz com os pneus de bola de futebol.
acfdenie ocarre quando menos espera. Manienha-se alerla!
I II,Contenção dos Presidenles das ClPãS
A Associação Brasileira de Prevenção de Aci dentes inaugurou uma nova fase de sua vida com a realização da Primeira CONVENÇÃO DOS PRESIDENTES DAS CIPAS, realizada em Sto. An dré, a 14 de Dezembro de 1949, sob o'patrocínio da GENERAL MOTQRS DO "BRASIL S. A. Com efeito: nessa ocasião''^ firmas associadas, pela primeira vez tiveram um.^contacto difeto, com o fim de trocarem as respectivas experiências no campo da Prevenção de Aeidenies.
ção de acidente, carinhosamente aperfeiçoado pela Cia.
' Um dos proveitos mais importantes da I CON, VENÇÃO DOS PRESIDENTES DAS CIPAS, foi, sem dúvida, o reaparecimento do Boletim da* As sociação que os presente ao certame, cavalhei rescamente se ofereceram para custear. Assim, a distribuição deste número já é o fruto da CON VENÇÃO.
Foi ainda decidido que a CONVENÇÃO se reuniria de 6 em 6 meses, de forma a manter um coníacto mais freqüente entre todos os que se empenham na utilíssima campanha de Pre venção de Acidentes. Dessa forma devem se reu nir no dia 14 de Junho, destq vez sob o patro cínio da CIA. NITRO QUÍMICA, ds^rèpresentaníes das Cias. que se interessam pelo assunto.
Visita à exposiçõo de material de proteção individiinl
Tratando-se de uma tentativa, o número de firmas que enviaram seus representantes não co briu nem a metade dos que poderiam ter se be neficiado com tão útil certame, Ob resultados po rém, foram acima da expectativa.
Todos os presentes expuseram perante seus companheiros de Convenção a técnica emprega da em cada indústria para fazer funcionar a CO MISSÃO INTERNA PARA PREVENÇÃO DE ACI DENTES, resultando daí uma melhor compreen são do assunto. A GENERAL MOTORS facilitou uma visita a todas as suas instalações indus triais, permitindo a observação, nõo só do, adian tado sistema de produção em série dos seus pro dutos, domo principalmente, o sistema de preven
Um programa semelhante ao que vigorou na I CONVENÇÃO, foi organizado por. uma Co missão Permanente que teve o encargo de, no intervalo entre as duas reuniões, preparar o rea parecimento do Boletim da Associação, e prepa rar a reunião de Junho.
Todos os associados da A.B.P.A., do país inteiro, já tiveram notícias detalhadas do que ocorreu na reunião de Sto. André através do fo lheto -preparado pelei GENERAL MOTORS, onde estão transcritos o andamento dos trabalhos e as conclusões da CONVENÇÃO.
Por êle se verifica que a II CONVENÇÃ tem dois temas bem definidos para debater a 14 de Junho;
'^) Proteção olhos
Proteção dos môos
Como se vê, dor mais eficiência aos de bates, serão eles restringidos ^ dois campos bem delimitados isto é, a proteção dos olhos e das mãos, dois probl®^"^ que preocupam particular
mente a todos aqueles que se dedicam à Preven ção de Acidentes. A resistência sistemática qiie os operários opõem ao uso de óculos protetores vai ser analisada e é muito provável que da dis cussão do problema surjam medidas altamente proveitosas para serem recomendadas a todas as indústrias.
-Um dos pontos interessantes da 11 .CONVEN ÇÃO será certamente a visita às instalações in'^dustriais da CIA. NITRO QUÍMICA, verdadeiro padrão de boa organização e de ampla assis tência social aos seus operários'.
No próximo número do BOLETIM daremos notícias detalhadas sobre o desenvolvimento dos trabalhos da II CONVENÇÃO DOS PRESIDEN TES DAS CIPAS.
Qnaiido lerem»^ (aliados de segurança?
rigosL"" proteção ®^Tecesstóo pratereP"® , ,neio de Peneiro.
Visores, etc
Tôdc" uma técnioa de . .i„iduol deeerrvolvlda poloB «"» -e d integridade do operário quando e" P°de« dentes.
Um dos pontoe q, está manusean do materiais é cer'° ° pois os objetos que resou caem. """o mo"'""a das vêses olender os de ^''^Plondo.
. ° Vto de calí'"'"' P°de o'''""" doidsntes d"' De maneira geral, tro- ta-se de . ..Ao comurti, Hn né e
IÇa pOUe tro "" "^^'dentes maneira geral, tra- ta-se de que o peito do pe e os ortelho^ meio de uma chapa de aço em ° alta resistência ao esmagamento, hq^iiment® no' obra de couro, de forma a não .ircir o aspecto de um calçado comum. no' obra de de forma a não ^ircir o aspecto de um calçado comum.
O valor do calçado de segurança já foi compreendi do pelos industriais brasileiros que se preocupam com Prevenção de Acidentes. Entretanto, ao que se saiba, ainda não foi possível q^te-los para equipar os operários brasileiros com tão util defesa. Houve época em qúe. grandes indústrias, incluindo a Usina de Volta Redonda, se dirigiram à Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes solicitando ajuda na compra de alguns milha res de pares desses calçodos de segurança. A importa ção, tão difícil como agora, não foi possível, pelo fato de haver uma grande indústria de calçado no país. A Associação se dirigiu ao Sindicato da Indústria de Calça dos do Estado de S. Paulo, remelendo-lhe fotografias e dados, e solicitando a sua cooperação, Entretanto, até hoje não é possível obter essa preciosa defesa para os pés dos trabalhadores brasileiros, pois o mercado pa rece que não interessou nossos industriais.
Aspecto da Convenção guando falava o Presidente
FotOÇfrafias pt4i;j]jç.gdci^ pelos fabricantes, de experiências feitas com êggg de calçados, demonstram a alta re sistência ao esmagamento que êles oferecem, protegen do assim os operários.
O problema continua para ser resolvido: ou por uma concessão especial da Carteira de Importação do Banco do Brasil, ou pelos Industriais de Calçados do parque manufatureiro do pais. Seja como íôr, é preciso dar-lhe uma solução, afim de evitar inúmeros casos de aciden tes com incapacidade temporária ou permanente, deri vados da queda de objetos^ sobre os pés dos trabalha dores.
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Adquira « hábilo de pensar e agir nini segurança.
Previna os iioios companheiros de trabalho sobre
os perigos gue os cercam
E' dever elementar de iodo chefe de serviço, ao admitir um novo trabqlhador, abríh-Ihe os olhos quanto aos perigos que o cercam, desde o mo mento em que transpõe os portões da fábrica.
Nunca, porém, essa regra elementar de so lidariedade humana e de defesa da mão de obra, obtida muitas vezes, à custa de muito esforço e dq,^ muita despesa, se tornou tão imperativa como agora.
Dizemos isso, baseado em observações quasi diárias, e em estatísticas concludentes.
Todos sabem que se tem dado, nos últimos anos, uma enorme migração de gente do campo para as cidades. Numa zona fabril como S. Pau lo, por exemplo, o caipira, ou seja, o arígó, como é chcímado na gírig, ao se dirigir para a cidade dos seus sonhos, topa logo com o cinturão in dustrial que cerca a Paulicéia. Osasco, S. Miguel, Sto. André, Sto. Amaro e outras localidades, es tão em geral còm os portões das fábricas aber tos, sedentos por trabalhadores.
E de repente, o homem que só conhecia o perigo de uma árvore mal cortada cair-lhe em cima, da mordida de cobra e da topada que es cangalha com o dedão, vê-se cercado de polias que giram a altcí velocidade,'de correias trai çoeiras, de tensões elétricas de milhares de volts, de gases explosivos ou venenosos, de prensas que esmagam a mão em segundos. Para eles aquilo tudo é muito engraçado. Ficam em basbacados, mas sõo incapazes que conceber que o acidente, muitas vezes mortal, está ò es preita do primeiro descuido. Descuido? Mas se ninguém lhes disser para tomar cuidado qual quer ato perigoso, para o arigó será perfeitamen
üa Qiierra conira os acide
te natural e só no outro mundo é que êle vai sa ber que foi descuidado.
Para não pensar o leitor que exageramos, vamos contar um caso autêntico que se passou em S. Paulo. De uma fábrica que produzia al" godão pólvora, um arigó começou a surrupiar todos os dias um pouco daquele algodâozinho tõo -macio, qué servia para fazer travesseiro, E chegou a fazer um, bem gostoso. Um belo dia, ou antes, uma bela"noite, o travesseiro explo diu e a cabeça do pobre arigó^ saiu "pelo-te lhado...
Nessa mesma fábrica outro, para se defen der do frio e da umidade, forrava o sapato com aquele algodão tão macio... e um belo dia o sapato explodiu, produzindo-lhe grave feri mento.
São inúmeros os casos em que uma instru ção prévia, feita pelo encarregado da seguran ça ou pelo feitor da turma sobre os perigos que cercam os novatos, evitaria muito acidente, mui to sofrimento, muito prejuizo para a firma.
E' profundamente ilógico que uma Compa nhia gaste um dinheirão para admitir um ho mem, abrind fichas, fazendo exame médico, cum prindo todo o ritual da lei para a sua admissão e dentro de poucos dias, por falta de um peque no sermão sobre segurança, veja êsse homem se acidentar, e então ter que abrir mais. fichas, en cher mais papeis, para o acidentado, e ir repe tir pxjra o .seu substituto, todo o ritual que a lei impõe nas admissões.. . Um pouco de raciocí nio sobre as vantagens da Prevenção de Aciden tes evitaria tantos inconvenientes.
CARTAZES DA ESTRADA DE FERRO SOROCADANA
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UN SINAL CLARO E DISTINTO 'fWÍI
• nantínhã distância
IM andas DIMS^S
A estrada de ferro SOROCABÂNA, tendo que proteger-^além do seu vaUoso patrimônio, a vida de seus 22.000 empregados, sem contar ainda com a segurança que deve oferecer aos milhões de passageiros e à valiosa carga de mer cadorias que transporta, procura, por meio de seu departamento especializado de Prevenção de Acidentes, educar seu pessoal no sentido da Segurança. Acimo reproduzimos três cartazes desenhados e distribuídos por esse Departa mento ao tongo de suas extensas linhas.'
w: :■
I.a Convenção lios Presidentes
das CIPAS
FIRMA;
Associação Brasileira para Preven ção de Acidentes - São Paulo
Associação Brasileira para Preven ção de Acidentes • Rio de Janeiro
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Parque de Aeronáutica de São Paulo
Ford Motor Company
Companhia Goodyear do Brasil.
Bales Valve.Bag Corp. of Brasil.
Indústria de Pneumáticos Fierstone.
Indústria Paulista de Vidro Piano Ltda.
Companhia Fiat-Lux Ltda. '
Chicíets Adams Ltda.
FaBrica de Artefatos de Aço Tupi Ltda.
General Molors do Brasil S. A.
Companhia Nitro Química Brasi leira.
Refinações de Milho Brasil.
Companhia Paulista de Força e Luz • Campinas.
Elevadores Atlas S.. A.
Cerâmica São Caetano S. A.
Nadir Figueiredo Indústria e Co
mércio S. A.
C. M. T. C.
Manufatura Brasileira de Luvas Ltda.
Estrada de Ferro Sorocabana.
S. E. S. I. - Serviço de Higiene e Segurança do Trabalho.
REPRESENTANTE:
E. L. Berlinck
Maria de Lourdes B. Bautzer
I" Tenente Vicente Cerult e
2^ Sargento Antônio /. Marcelino
Lauritz Chrislian Ireland e César Magnotte
Silvio_ Garcia Cuenca
Jens Carl Olsen
Sebastião Chaves e Carlos Eduardo Müller
Fábio Martins Mancua
Otávio Guimarães
Eduardo Garcia
Renso Poltronieri
Manoel dos Santos
Dr. Aniz Azem
Paulo Amaral Palmeira e Waldemar Balerini
Desidério Mendonça
Paulo Floriano de Toledo
Mafia Nogueira Soares
Eavinia Cardoso Vasconcellos
Jorge Duprat. Figueiredo
Hélio Veloso de Andrade
Mario Tassini
Nelson Costa Carvalho
Fernando de Barras Ferraz
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
. SÉDE: RIO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 91
EDIFÍCIO MAYAPAN
11^ ANDAR — SALAS 1118/9
TEL. 42-0928 - 24» AND.
END. TELEG.: PREAQ
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFÍCIO DO BANCO DO ESTADO
RUA JOÃO BRÍCOLA, 24
TEL 3-2257 END. TELEG,: PREAQ
DIRETORIA
Dr. EUVALDO LODI - Presidente
J- M. FERNANDES - 1» Vice-Presidente
ALCIDES LINS • 2' Vice-Presidente
ITO TEBYRIÇA • 1» Secretário
.TOAO LUDERITZ - 2» Secretário
K. AP-THOMAS • 1' Tcfioureiro
DURVAL LOPES REIS - 2» Tesoureiro
DR. DÉCIO PARREIRAS — Diretor.
ARY F. TORRES — Diretor.
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO.
Dr. GUILHERME DA SILVEIRA nLHO
Dr. ARMANDO ARRUDA PEREIRA
Dr. FERNANDO TUDE DE SOUZA
Professor DÉCIO PARREIRAS
Dr. JOÃO CARLOS VITAL
Dr. ROBERTO MANGE
Cel. CARLOS PROENÇA GOMES SOB.
Dr. ISMAEL COELHO DE SOUZA
Dr. ALBERTO PIRES AMARANTE
Dr. RENATO WOOD
Dr. PAULO CÉSAR MARTINS
CONSELHO nsCAL
Membros Efetivos
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Dr. MARIANO J. M. FERRAZ
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Membros Suplentes
pr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. HEVECIO XAVIER LOPES
Dr. LUIZ DUMONT VILARES
SECRETARIO EXECUTIVO
Dr. JOSE' S. A. PINHEIRO
BSmJuJL.ZJL8- ^
ANO VIII JUNHO DE 1950 N' 2
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11 cowve\çAo dos presidentes das cifas
Conforme fora resolvido na I CONVENÇÃO DOS PRESIDENTES DAS CIPAS, realisou-se no dia 14 de Junho a II CONVENÇÃO DOS PRESI DENTES DAS CIPAS, tendo por local a CIA. NITRO QUÍMICA BRASILEIRA, em São Miguel Paulista.
O primeiro aspécto a ressaltar nesse certame toi o aumento -considerável do número dos con vencionais, que passou de 25 para 73 Para isso contribuiu não somente a melhor compreensão
Investífoemos os Acidentes
Todo acidente tem sua causa ou suas causas. Enquanto não as descobrimos e estudamos, não sabemos como afastá-las e, portanto, não podemos iniciar o combate a esse m^ e evitar o aci dente que tanto prejudica o homem e o trabalho. ~
E preciso ter em mente os fatores que influem na freqüência e na gravidade dos acidentes; maquinas sem a devida proteção das engrenagens, das polias,.das correias; dos cunhos que descem sob formidável pressão; ambientes mal iluminados, mal arruma dos e sujos; vestimentas inadequadas, esvoaçantes; cabelos sol tos das operárias; olhos desprotegidos contra partículas que voam ou contra radiações perniciosas; ausência de luvas para proteção contra quinas vivas, contra o calor; pés calçados de tamancos ou sem a botina apropriada para defender o operário contra even tuais objetos que caem; falta de disciplina em ambientes em que é proibido fumar ou acender fogos; falta de máscaras contra poei ras e emanações perniciosas, e acima de tudo, falta de uma cam panha sistemática em que todos estejam empenhados, desde direção da fábrica até o último dos faxineiros. Essas e outras mais são as causas dos acidentes.
Logo, porém, que começamos a identificá-las vamos nos cer tificando que a maioria delas é de fácil remoção e constatando como compensa removê-las. Estamos, então, praticando a SEGU RANÇA, iniciando a prevenção de acidentes, e, da observação, vão surgindo as regras de segurança.
Depois, sempre investigando as causas, é preciso, quando ocorre novo acidente, verificar se essas regras de segurança fo ram obedecidas e si não são falsas. Provavelmente não foram in tegral ou satisíatòriamente cumpridas. Pode também acontecer que outras causas sejam descobértas, indicando a necessidade de novas recomendações, novas providências. Võo assim se com-' pletando as regras de segurança que no seu conjunto irão abran ger todas as formas de trabalho.
Essas regras de segurança, entretanto, só podem ter eficiên cia com a colaboração de todos, Chefes de Serviço e executo res imediatos do trabalho. E' uma ilusão dar tal atribuição ape nas a um grupo.
Todos devem colaborar na PREVENÇÃO DE ACIDENTES.
das finalidades da reunião por parte dos Asso ciados da A. B. P. A, como a atuação do Serviço. Social da Indústria, Seçõo de São Paulo, que insistiu, por intermédio da sua^ Divisão de Segu rança e Higiene do Trabalho, com numerosas fir mas não associadas, para que enviassem seus representantes à II CONVENÇÃO. Foi a reunião honrada com a presença do representante do DD. Juiz da Vara de Acidentes do Trabalho, o" St. curador, Dr. Eduardo Pereira de Magalhães Go uveia, e do Eng. José Pinheiro, Secretário Execu tivo da Associação, que veio especialmente do Rio de Janeiro para assistir à CONVENÇÃO.
A primeira parte do programa constou da visita às instalações industriais ,e de Assistência Social da Nitro Química. Foi visitada a modernisima fábrica de raion recentemente instalada e que acresceu de muito a produção desse artigo. Na parte de Assistência Social, foram visitadas o berçário a escola matemal e a Escola Senai, onde a Cia. dá ensino de tempo integral aos se us aprendizes. A visita aos campos de recreação e de esportes constituiu outro ponto interessante para os convencionais. De passagem, foi feita, uma rápida visita à fábrica de T. N. T. O almoço nó restaurante, tipo caíeteria americana, foi a última etapa da visita às instalações de assistên cia social.
No horário previsto foi aberta a CONVEN ÇÃO sob a presidência do Diretor dá Cia., Eng. Marcello Milliet Kiehl, tendo tomado parte na mesa os Srs. José Pinheiro, da A. B. P. A., Eduar
do Pereira de Magalhães Gouveia, Curador da Vara de Acidentes de Trabalho, Fernando de Berros Ferraz, do S.E.S.I., Nelson Costq Carva lho, da E. F. Sorocobana, Manoel dos Santos, da General Motors do Brasil, Paulo A. Palmeira e Dr. Moraes Leme da Cia. Nitro Química e E. L. Berlinck da A. B. P. A. de Sõo Paulo.
Fazendo um retrospécto do que tem sido a Prevenção de Acidentes na Cia. Nitro Química Brasileira, rememorou o Eng. Marcello Kiehl o quanto ficaram chocados e horrorizados os diri gentes da Cia. ao se verificarem os primeiros acidentes. Desde entõo, premidos por esse sen timento humanitário ao qual vieram se juntar também razões de ordem econômica, não des cansou mais a Cia. na sua campanha para pre venir acidentes. Recorda a brilhante atuação do médicos Drs. Jacy Magalhães e Rocha Azevedo. Depois desse breve relato, fez votos para que se repitam essas Reuniões que são de máxima utilodade paro todos os industriaias e para o ope rariado brasileiro. A pedido do Sr. Américo Fer reira. da Cia. Docas de santos foi guardado um minuto de silêncio em memória de Morvan Dias Figueiredo, o ministro da Paz Social.
Usou da palavra o Sr. Nelson Costa.^Carva lho, que fez um relato das atividades da Comis são especial designada pela CONVENÇÃO para tratar do reerguimento do Boletim da Associação e da padronização dos impressos usados em Pre venção de Acidentes. Distribui o primeiro núme ro do Boletim da Associação que sai após dois anos de interrupção, graças aos esforços da Co missão que presidiu e à colaboração dos indus triais paulistas. Quanto à padronização dos im pressos explica que materialmente não houve tempo para faze-la.
O Sr. Paulo Palmeira, chefe dos Serviços So ciais da Cia. Nitro Química, descreve com minú cias os serviços de Assistência Social e de Pre venção de Acidentes explicando como é com posta a Cipa da Cia. Seguem-se uma brilhante'
tes que, em contato diário com os acidentados, conseguiu transmitir ao auditório todo o seu pezar ao vêr desfilar sem interrupção o exercito de acidentados da industria brasileira. Por isso, en cara o certame com a mais alta simpatia e con clama os presentes para persistirem nas suas re uniões dos quais advirão grandes resultados pa ra a coletividade. Antes do início dos assuntos da ordem do dia da CONVENÇÃO o Eng. José Pinheiro distribuiu aos presentes um impreso pa ra Analise de Acidentes, longameflte estudado na A. B. P. A.
Iniciados os debates do primeiro item do programa que se referia à PROTEÇÃO DOS OLHOS, falaram sobre a proteção dos olhos na Cia. Brasileira de Material Ferroviário os Srs. Nemesio Nicolini, Inspetor de Ségurança dessa Cia., lendo um vaiiosCK.trabalho que vai transcrito adiante neste Boletim,-, o Eng. Fernando de Barros Ferraz, do SESI e o Eng. Marcelo Kiehl, expondo o último um sério problema que se, apre senta ora na Cia. Nitro Química; Depois dêsses debates a CONVENÇÃO aprovou que se oficias se à Associação Brasileira de Normas Técnicas
para que organizasse especificações pena os vi dros dos^ óculos de proteção, relacionadas com a proteção mecânica e com a filtragem dos ra ios ultra violetas.
Verificando os eonvencionais que não ha veria tempo para tratar na ocasião do segundo item do programa que se referia à Proteção das Mãos, foi aprovado o adiamento desse assunto para a III CONVENÇÃO. Fizeram ainda uso da palavra para valiosas comunicações os Srs. Re-" presentantes das Indústrias Químicas Duperial, General Motors, SESI e da E. F. Sorocabana.
Antes do seu encerramento foram nomea das duas Comissões: uma para tratar da ques tão da importação do material de proteção, que sè acha sob severas restrições, e outra para no intervalo das reuniões semestrais, cuidar da pu blicação do Boletim da Associação'. Após o en cerramento da II CONVENÇÃO o Eng, Fernando de Boros Ferraz projetou dois filmes educativos feitos pela Associação e que o SESI inclui nos programas que exibe sistemáticamente nas fá bricas de São Paulo. A escolha do local da III CONVENÇÃO ficou a cargo da Comissão nome ada para tratar do Boletim.
A EDUCAÇÃO ^A PREVENÇÃO DE ACIDEiATES
Na II CONVENÇÃO DOS PRESIDENTES EAS CIPAS o St. Maurício Simão, Assistente Social da General Motors do Brasil S. A., leu a seguinte e oportuna comunicação'.
A Seleção Profissional Aponta os Predispostos a Acidentes
J. N. PATERNOSTRO
B. Sc. - Chefe da Divisão de Seleção do Departamento de Ensino e Seleção da E.F.S.,-
Os problemas da «Iníortunística» {definida por alguns como parte -da Medicina Legal que estuda os riscos industriais, acidentes de traba lho ou doenças profissionais) hoje estão sendo abordados por estudiosos de outros campos, quer por interesses imediatos, aconômicos, ou pelo «motive» gltruista de amparar ao máximo o ho mem que trabalha, livrando-o dos sofrimentos fí sicos e das conseqüências múltiplas e desagfa- ' daveis do acidente.
Assim no campo da Psicotécnica Objetiva que encara a questão da prevenção,dos acid,entes, apresentou-se: o problema: Existe al^m lator intrínseco, inerente a certos- organismos, a certas personalidades, que os torna mais pré-dispostos aos acidentes do trabalho do que outras pessoas?
O desejo sempre crescente dos membros de comissão da CIPA é o de reduzir ao mínimo o número de acidentes no trabalho, mormente os mais eventuais nos ferimentos nas mãos e nos olhos.
Já se fez muito no sentido de minorar o sofrimento causado pelo descuido e falta de atenção do operário; artigos como máscaras, vidros protetores, óculos, luvas, etc,, foram criados com êsse objetivo.
Sem .dúvida, essas medidas lograram êxito parcial, visto que o número de acidentes decresceu sensivel mente. Porém, nem por isso deixaram de registrar-se ocorrências dessa natureza, atribuídas às vêzes, à ine ficiência do material de proteção posto em uso, o que em porte se verificou. Nada disso, entretanto, justifica a repetição dêsses acidentes, considerando que o ma terial pôde ser operfeiçoado, possibilitando moior eficiên cia na proteção ao trabalhador. Mas, não é aí que re side a dificuldade. P problema está em preparar ade quadamente o homem que trabalha, incutindo em' seu espírito o dever de preservar-se contra os. acidentes, não sòmente como medida de economia de mão de obra.
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' para maior rendimento das indústrias, mas, principalmen te, como cidadão consciente de seu valor e utilidade à nação.
Não basta a colocação de cartazes ilustrativos dando exemplos de prevenção de acidentes.
Aos trabalhadores devem ser ministradas aulas em grupos, por médicos e dirigentes da CIPA.
O operário deve tomar conhecimento da importân cia de seus órgãos, suas funções e causas que direta mente podem afetar a paralisação dos seus membros.
O médico instruiria o trabalhador, por meio de gra vuras elucidativas, sôbre a delicada" consistência dos olhos e o dano que um simples cisco pôde causar-lhes.
Da mesma fôrma, utilizando-se de gravuras sobrepos tas, cdissecaria» a mão, mostrando o perigo do côrte dos íendões ou das artérias.
O -indivíduo, conhecendo as vulnerabilidades do seu organismo e o efeito que o descuido poderia causar-lhe, teria um outro senso de auto-preservaçôo, muito supe rior ao do cuidado rotineiro de calçar as luvas ou colo car os óculos.
"CONTRA" LTDA
1^ Extintor no Brasil a receber o Selo de Conformidade da
Esta pergunta surgiu porque a observação demonstrou que numa determinada função uns nunca se acidentavam ao passo que outros ali colocados eram fatalmente envolvidos em «situação-acidente». Também concorreu para aquela dúvida, a espectativa a princípio aceita sem con testação de que os indivíduos uma vez acidenta dos, estariam menos sujeitos a serem «reinciden tes» do que os nunca acidentados. Essa especta tiva surgiu autorizada pela observação informal de que aprendemos com as experiências; daí os.ditados populares: -«macaco velho não põe a mão na combuca», «gato escaldado dágua fria tem medo», etc. E, mesmo apoiados nas leis psi cológicas da aprendizagem (Thorndike) como a lei do Desuso que diz: «se.o resultado de nosso comportamento ou atividade nos leva a estados desagradáveis (dor, punição, desaprçvação ou fracasso), êsse comportamento ou atividade ten de a não ser repetido por pessoas normais». Daí a iníerência de que os acidentados não o deveriam ser novamente quando desempenhan do a mesma função, pois esperar-se-ia deles mais cuidado, atenção, precaução, etc., a fim de não sofrer novamente conseqüências tão desagra dáveis.
O fato porém contraditório de "que alguns indivíduos mesmo quando só desempenhando uma determinada íunçõo eram acidentados vá rias vêzes, levou os estudiosos a várias conside rações e hipóteses sôbre uma predisposição inata a acidentes que seria tombem responsável
pelas superstições e preconceitos do povo. En tre êstes últimos temos os indivíduos que nasce ram «marcados», os que tem a «sina» dos aci dentes, etc. Fala-se entõo em forças misteriosas" que orrastar^nevitcrvelmente as suas vítimas até serem liquidadas.
Mas, chegou a vez dos psicotécnicos (ctplicadores dos princípios da Psicologia aos proble mas da adaptação do homem ao trabalho) abor darem o assunto através de métodos científicos, experimentação e observação controlados.
Um dos pionéiros nesse setor foi Karl Marbe "que após vários experimentos estabeleceu a já conhecida Lei que recebeu o seu nome: «A pro babilidade de reincidentes em acidentes, está di retamente ligada ao número de acidentes já so frido pelo indivíduo».
O método de Marbe consistiu no seguinte: chamando «nulos» os indivíduos não acidentados, «unistas» aqueles com um acidente e pluralistas os com mais de dois acidentes,' acompanhou du rante cinco anos o comportamento de profissio nais pertencentes a essas três categorias tanto para trabalhos considerados «pouco perigosos» como para os considerados «meio perigosos» e «perigosos». Nêsse estudo obteve os seguintes resultados: .
1. Profissões pouco perigosas (200 indivíduos observados) Nulos = 0,41 Unistas = 0,78 Pluralistas =#1.14
2. Profissões meio perigosas (5^ grupos com 300 indivíduos)' Nulos = 0,48 Unistas = 1,01 Pluralistas = 1,22
3. Profissões perigosas (3 grupos com 300 indivíduos) Nulos =.0,59 Unistas = 0,83 Pluralistas = 1,45
Apenas estas verificações já seriam interes santes para normas de prevenção de acidentes. Assim, todo operário acidentado sem outra cau sa determinada, deve imediatamente ser afasta do não só do serviço onde se acidentou mas de outros trabalhos que ofereçam perigos ou ilus tram bem o que dissemos acima; Um rapaz, maheta, apresentado para orientaçõo profissional, no histórico do caso contou: perdera primeiro duas falanges; depois os quatro dedos e no mesmo serviço, tôdq a mão. Uma simples obser vação ò Lei de Marbe teria feito aquele jovem menos desgraçado. Um amigo contára-nos que seu mano no Rio, em uma indústria,, perdera
,
íi^.' também (por coincidência) duas falanges da mão direita. Aconselhamos nosso amigo, esclarecendo-o sobre o possível risco de uma reincidência mais grave, a afastar o irmão de trabalhos daquela natureza. Hoje o moço trabalha e escreve normalmente tendo perdido «apenas» aquelas duas falanges.
Uma vez constatado objetivamente que há fatores intrínsecos que tornam certos indivíduos pré-dispostos a acidentes, duas ordens de inda gações poderiam surgir orientando novos estu dos. A primeira, de interesse mais especulatiyo, se preocuparia em descobrir, ou fazer hipóte ses sobre Jiatureza daqueles fatores responsáveis que levam alguns q serem ^class^cados como «pré-dispostos». A segunda, de carmer rnais ime diato, mdis prático, caberia na pergunta: quaí o meio objetivo de se determinar os indivíduos pré-dispostos a acidentes? Pode-se imaginar o alcance no campo da prevenção de acidentes, de conclusões concretas sobre o assunto: Ha vendo meios objetivos de diagnóstico dos «prédispostos», uma excelente medida preventiva • consistiria em contra-indicá-los para trabalhos tidos como perigosos (mesmo os com pequeno grau de «periculosidade»).-
Um estudo sério e interessante com esse objetivo foi o executado por Lahy e Korngold. Fizeram a aplicação de grande número de pro vas a 200 trabalhadores freqüentemente aciden tados e em 300 isentos de acidentes.
ZÉ DESASTRE
Constataram que nas provas onde não é exigida rapidez de execução nõo havia diferen ça entre os dois grupos, porém nas que se exi giam um ritmo forçado de trabalho, o grupo dos acidentados obteve ' sempre resultados inferio res. Também verificaram quanto a este último grupo que nas provas de tempo de reação, em bora apresentassem um ótimo «tempo médio» (ra pidez), eram muito variáveis, irregulares, sendo êste característico (instabilidade funcional) tido como responsável pela sua predisposição. Esta verificação experimental permite, através da se leção profissional, ^um controle preventivo pela aplicação de provas que exijam trabalho de ritmo imposto e regularidade de reação.
Deverá ser contra-indicado para os traba lhos tidos como perigosos todo o indivíduo sub metido àquelas provas e com resultados abaixo do normal.
Assim, conforme falamos no início deste tra balho, a Psicotécnica contribui de maneira efe tiva nos conhecimentos práticos, para a prevenção de acidentes, conforme demonstrou-se: 1^ — Há pessoas pré-dispostas a acidentes (com deficiên cia de ordem psicológica, constitucional); 2- — Os pré-dispostos a acidentes serão reincidentes se continuarem,em trabalhos perig""õsos após -o pri- " meiro acidente; e 3"? — Há meios objetivos atra vés da Seleção Profissional (Um dos «Processos» da Psicotécnica Subjetiva) de se determinar os pré-dispostos a acidentes.
PR0T€JA . AS MÃOS!I
Vida
na General Motors do Brasil S.L
Recebemos o número de morçoabril da magnífica ravlsta bimensal «Vida na General Motors do Brasil S. A...
Constatamos com satisfação que essa revista empenha-se em lutar con tra os acidentes, publicando gravuras s artigos concernentes ao assunto.
Parabéns, pois, à General Motors do Brasil S. A, e ao redator-cheíe dá revista Sr. Eugênio Malanga, pelos trabalhos publicados, que despertarão, sem dúvida, os trabalhadores da Ge neral Motors para uma benemérita cruzada de combate aos acidentes.
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Conselhos Aos Motoristas
Sr. motorista: 14
Por mais interessante que seja a conversa dos seus amigos no carro, não vire a cabeça para participar dela.
Não tire as mãos do volante para fazer gestos.
Concentre sua mente no manejo. Atenção nos cruzamentos das estradas. Bempode acontecer ir você em sua mão e o outro carro não.
Obedeça os regulamentos de trânsito e os sinais nas ruas e estradas.
Esteja atento quando passar em frente a saida de escolas, oficinas, garagens, etc.
Diminíía a velocidade antes de chegar a Mma curva ou cruzamento e toque a bu zinar.
Utilize o espelho de retrovisão, mantendo-o - sempre limpo e em posição adequada. Não passe adiante de carros nas curvas ou cruzamentos.
Mantenha limpo os faróis e os parabrisas. Pare o carro quando quizer dar uma volta complèta.
Constate que os freios de seu carro estejam bem ajustados e que a direção não tenha jogo demasiado perigoso.
Especialmente quando anoitece, deve man ter a mão. Não ilumine com seus faróis o ou tro carro que vem em sentido oposto. Faça jogo com ae luzes.
Quondo nasci
Havia tná estrelo o brilhar
Retrocedi sem olhar
E um guorda fui atropel^tf
, Vigie o estado de sua bateria. Recorde-que deve manter a um determinado nível a água distilada do aciímulador.
'Vigie a pressão e o estado geral de seus pneumáticos.
Esteja atento nos dias de chuva com as pa tinadas nas curvas.
Nunca presuma ser um grande «volante» e como tal «demonstre» suas habilidades à custa dos outros.
. Nunca realize manobras espetaculares. Você pode ser uma maravilha de precisão porém o outro condi^tor pode não saber.
Não ande pelo meio das.ruã^transitáve^.
Não passe adiante de outro carro pela di reita.
Seja prudente; se o caminho estiver mais ou menos bloqueado não tente passar pelo espaço que deixam dois carros entre si.
Não passe a toda velocidade adiante de ot^tro carro, lembre-se que si nesse momento estourar um pneumático você não terá tem po de manobrar e evitar uma colisão.
Não se distraia olhando a paisagem quan do viaja guiando. Se és amigo da natureza, é preferível que pares o carro para admi rá-la.
Mão guie com uma só mão 'para mostrar que sabe guiar.
Não transite contra a mão.
Não procure, nem oposte corrida com ne nhum veiculo.
A proteção dos olhos na Companhia Brasileira de Material Ferroviário «COBBASMA
Um olho poupado!
A comunicação qw. se^ue foi lida pelo Sr. Inspetor de Segurança da «COBRASMA-» na II CONVEN ÇÃO DOS PRESIDENTES DAS CIPAS e constitui um brilhante exemplo de quanto pode uma ação inte ligente e metódica na redução do número de acidentes.
Até o ano passado, isto é, até Dezembro de 1949 a proteção dos olhos só dava preocupações nos serviços mais perigosos. Portanto só usavam 'proteções nos olhos os soldadores, os que traba lhavam efetivos nos esmeris e sòmente alguns fundidores que uscrvpm a proteção no momento em que o aço derretido era despejado nos modêlos.
ò perigo de não se usar proteção nos olhos em determinados serviços.
3" -
Foram feitas várias reuniões com grupos de-encarregados, e nessas reuniões os en carregados foram orientados de maneira a fazerem com que os operários usassem as proteções com regularidade.
Mas- i?m outros serviços que muitos julgavam nÕo perigosos para os olhos vinham causando acidentes.
Procurando então fazer com que o número, de ecidentes de olhos fosse reduzido, passamos a adotar medidas práticas que realmente deram bons resultados.
Essas providências podemos dizer que foram:
1? w A secçõo de compras recebeu ordem de não deixar faltar dispositivos de proteção,
2? — Por intermédio do -envelope de pagamento, distribuímos um aviso a todos os operá rios, orientarido-os e prevenindo-os sôbre
5^
Cartazes da A.B.P.A., alusivos ao assunto, foram colocados em quadros especiais ilu minados perto das várias chapeiras. Organizamos o boletim interno «Trabalho e Segurança» de distribuição mensal, no qual procuramos manter o espírito de Se gurança e que orienta os encarregados na luta contra os acidentes, Nos locais de solda elétrica foram colo cados mais proteções tipo «Biombo» e cai xinhas de madeira foram especialmente confeccionadas, de maneira que não per mitem que a radiaçõo atinja os demais op)eTÓrios. ■> niâo
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k
Gráfico demonstrativo do aumento de número de operários e diminuição do número de acidentes e do respectivo índice de freqüência,
7? — Foram exibidos filmes educativos da A.B.
P.A. nos quais havia exemplos do perigo do não uso da proteção para os olhos.
8®^ — Os óculos protetores passaram então a ser usados nos serviços que eram tidos como não perigosos, tais como: limpesa de ban cadas e lugares com jato,de ar compri mido, cravar e encontrar rebites, alargar furos, serviços com máquinas furadeiras, retirar escória de solda elétrica ou de pe ças e chapas cortadas com o maçarico de oxigênio, tirar ferrugem de chapas ou ou tras peças, pinturas de vagões a ar com primido, serviços de pedreiros ao cortar concreto com talhadeira e martelo, serviços de tomos mecânicos, e ainda outros ser viços que embora fossem só por alguns minutos.
Organizamos também o sistema de prêmios a que concorrem todos os encarregados que são Representantes de Segurança, O sistema de prêmios está assim organizado: Para as três maiores secções da Cia. que são Fundição, L. e Acabamento e Of, de Va-
gÕes há uma competição levando-se em consideraçõo a freqüência de acidentes de cada uma.
De maneira que todo mês é concedido um prêmio em dinheiro aos Representantes de Se gurança da secçâo que teve a freqüência mais feaixa.. Ainda de acordo com a freqüência da secção vencedora o prêmio varia de menor para maior quantia.
Para as outras secções que são: Mecânica, Manutenção, Pátio e Modelaçâo o sistema de prêmios ficou assim estabelecido: em cada uiiia dessas secções há de dois a três encarregados, e eles são os Representantes de Segurança.
E' concedido um prêmio em dinheiro ao Re presentante de Segurança cuja turma de operá rios a êle subordinadas passou todo o mês sem ' ter acidente com .perda de tempo.
Havia ainda o caso dos operários novos que entravam para a fábrica sem saber o efeito do arco-voltáico da solda elétrica ou que em um serviço, às vezes simples pudesse-lhe causar um corpo ex^anho nos olhos.
E não raro alguns dêsses operários compa" reciam à Enfermaria com oftalmia elétrica ou algum corpo extranho nos olhos.
Isso acontpcia porque esses operários não eram suficientemente" instruidos nos primeiros dias de-trabalho. ----
Felizmente essa irregularidade já foi sana da porque todo e qualquer empregado novo só começa a trabalhar depois que recebe instru ções do Serviço de Segurança, em uma sala re servada, e quando começa o seu novo trabalho é um a mais dos que lutam pela humanitária obra de Prevenção de Acidentes.
Com essas providências práticas chegamos ao seguinte resultado;
Nos últimos cinco meses de 1949, quando a proteção dos olhos era usada só nos serviços mais perigosos, houve um total de 30 acidentes com perda de tempo, distríbuidos entre oftalmia elétrica (solda) e corpo extranho. sendo o núme ro médio de operários naqueles dnco''meses 854.
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Levando-se em consideração aqueles cinco meses, a média mensal de acidentes dos olhos foi 6 e de operários 854. ^
Nos immeiros cinco meses de 1950, quando passamos a adotar, a proteção dos olhos em to dos os serviços que pudessem causar acidentes, tivemos uma redução de quasi 50 por cento, com muito mais operários. Houve nesses cinco meses um total de 18 acidentes com perda de tempo, distríbuidos entre oftalmia elétrica (solda) e cor po extranho, sendo a média dos operários 1.097.
Levando-se em consideração esses cinco me ses, a média mensal de acidentes dos olhos foi 3,6 e de operários 1.097.
Como se. vê tivemos uma redução de 2,4 na média mensal de acidentes dos olhos, quando a proteção foi levada mais a sério, tendo-se ainda em conta que a média mensal de operários subiu de 854 para 1.097.
Segurança
não tem preço
preserve sua vida e a vida dos que dependem de seu trabalho
PREVENINDO ACIDENTES
Gontriliul$âo daCOBRASMA-cia. brasileira de material ferroviário
SEOEt sSo PAULO:
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OFICINAS: Osasco - Tdl. 75
II.a Convenção (io$ Presidentes das CIPUS
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AssoeUçio Brasileira p/^erensao de Acidentes: São Paalo.
Associação Brasileira p/Frevengão dè Acidentes: Blo de Janeiro.
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S.E.S.I. Serrlco de Hiffiene e Sesnranca do Trabalho.
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Indústria,Paulista de Vidros Planos Ltda. Fábrica Peixe.
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Seguradora Indústria e Comércio S.A. Sindicato das Cias. Seguradoras.
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Protim Comissões Ltda.
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E. L. Berlinck
Podemos Evitar os Aridentes
Há muitos homens, principalmente na classe de trabalhadores, que ao ocorrer algum acidente do trabalho expressam insconscientemente o sentimen to de que- o acidente foi obra do destino. Foi a fatalidade dizem, tinha que "suceder!
Sem dúvida, há muitas pessoas qiTé-creem no. íatalismo. O que é íatalismo? O fatalismo é a ex plicação geralmente dada ao que consideramos inexplicável, a aquilo que não podemos compreen der, que não queremos, ou que não nos atrevemos a compreender, ddndo enfim, uma explicação que não é explicação senão um arremedo de interpreta ção — se tal pode chamar-se — àquilo que não al cançamos ou não queremos dar-nos ao trabalho de alcançar.
O fatalismo é a negação absoluta da iniciati va individual. E' aceito principalmente entre os orientais em vista do próprio caráter de suas filoso fias. As filosofias e religiões ocidentais não apoiam o fatalismo. O íatalismo suprimiria os sinais de trá fego, os salvavidas nas praias e todas as precau ções para evitar os perigos em casa, nas ruas. em nossas fábricas e escolas. O fatalismo.é quimérico e deve ser abolido.
O homen .nasce livre, provido de 'Vontade pró pria e de inteligência que permite discernir entre o que deve e não deve fazer e como há de fazer e não há de fazer as cousas. Não é casualmente que os acidentes ocorrem sempre aos imprudentes, aos ina^. tentos, distraídos e aos que fazem as cousas atropeladamente e de. qualquer maneira, Raras vezes ocorrem estes mesmos acidentes aos que trabalham com cuidado com segurança do que estão fazendo e aos que fazem as cousas pensando no que estõo fazendo.
Assim sendo, poderemos evitar os acidentes?
Sim, dando uma educação constante ao públi co para substituir o fatalismo por informações po sitivas e construtivas, por meio das quais aprende' remos a reconhecer e a evitar os perigos constan tes que nos rodeiam.
Êste salvamento é sumamente perigoso, em vir tude da pessoa que está na iminência de se aíogar agarrar-se de tal forma àquela que a quer salvar que a impede nos seus movimentos natatórios, arraslando-a em seu desesperado mergulho.
Porisso, sendo possível, aproxime-se por detrás da vítima, passe-lhe uma corda por debaixo dos braços, para que ela possa ser içada à margem ou ao barco.
Um salvavidas ou uma bola pode servir para que o acidentado se agarre a êle e então sómente
do salvador permitindo-lhe conduzir a vítima até a margem, ou embarcação mais próxima. Deve-se rebocar a pessoa desmaiada com cC boca e o nariz fora da água, sustentando-a pelos cabelos, pela gola a altura da nuca ou por debaixo" "jl do queixo; cada vez que o nadador sentir cansaço
^tnpurre /,s/„S cosUs
se necessitará rebocá-lo até um lugar em que pos sa ser tirado da água.
Sendo necessário levá-lo a nado, estando o aci dentado em pcQiico nervoso, deve-se proceder sem contemplação e com o maior cuidade e lucidez. Ilustramos, com figuras muito explicativas as for mas de segurar um acidentado e levá-lo a nado.
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Em todos os casos nõo sé deve titubear em dar na pessoa que está sendo vítima de asfixia por submersão um soco no maxilar inferior, que a fará des maiar antes que se possa agarrar ao nadador que vai salvá-la das águas. Isso facilitará o trabalho
poderá trocar de braço com que sustenta o des maiado."
Logo que se chegue a um lugar seguro colo ca-se o afogado de bruço, abrindo-lhe a boca e tirondo-se a água, em seguida efetua-se a respira ção artificial, da mesma forma como'se procede' para a vitima de choque elétrico e para o asfixiado com gozes. Esta tarefa não deve ser interrompida sob nenhum pretêxto; deve-se evitar, com cober tores quentes, que o corpo se esfrie (íriccionando-o também enérgicamente).
Não se deve introduzir nenhuma bebida na boca, a qual deve ficar desempedida para passa gem do ar.
As vezes só se é imprndenle uma vez...
Sem dúvida alguma a porte do corpo humano mais "exposta a lesões é a mão. Poderemos cons tatar essa afirmativa pelos pequenos acidentes que sofremos no nosso lar ao manusearmos uma faca, um martelo ou um obridor de latasr
Em qualquer fábrica ou oficina são ilimitadas as oportunidades para ferirem-se as mãos.
No curso de um dia de trabalho elas recebem contusões, arranhões, cortes etc., que variam em gravidade, embora felizmente sejam na maioria dasvezes insignificantes, bastando um- curativo imedia to para que niinca constem dos registrqs de aciden tes çom perda de tempo. ^Pelas resultam, não ra ramente, a necessidade de intervenções cirúrgicas, com amputações de dedos etc..
O problema da proteção das mãos é complica do pela necessidade de se manter os movimentos dos dedos. Os dedos dos pés podem ser defendidos pelos sapatos de segurança. Não se pode, pdrérq^ adotar essa classe de proteção para as mãos, uma
Filmes Educativos Sôbre Prevenção de Acidentes
A Associação Brasileira para Prevenãço de Acidentes, prosseguindo na sua campanha educativa, adaptou para o português 3 ótimos filmes americanos sôbre Prevenção, sob os títulos seguintes:
UM DIA DE SEGURANÇA SEGURANÇA NA OnCINA
A BEM DA SEGURANÇA
O primeiro tem como tema principal um operário- esplarecido que leva aos últimos detalhes o sentido de seguronjça, desde o lar até o seu trabalho na fábrica. Em lômo do sentido de segurança desenvolvido nesse operário apa recem vários exemplos de atos imprudentes que podem ocasionar acidentes seríssimos. Como resultado da suo pru dência, João Manoel, conseguiu trabalhar 1.000 dias sem nunca se ter acidentado.
O filme «A BEM DA SEGURANÇA» apresenta 3 casos de imprudência e de desobediência às instruções de Se gurança, que redundaram em gravíssimo sacidentes: um operário que trabalha numa fresa e que achou desneces sário o uso de óculos protetores; outro que fêz uma barra de aço, em alta rotação avançar alem da faixd de se gurança para o trânsito na oficina, colhendo um revisor de máquinas e finalmente uma operária que/^ma última hora, para atender a uma encomenda urgente, trabalhou numa prensa da qual tinha sido retirada a grade protetora, fi cando com o dedo esmagado.
O filme «SEGURANÇA NA OFICINA» trata principalmente doa cuidados que se deve ter no manejo e no manutenção de ferramentas elétricas portáteis, mostrando um acidente que pode ser mortal ocasionado por não ser ligada à caréqssa da máquina manual, à terra.
Apesar das dificuldades técnicas oriundas de não haver aparelhamentos para filmes de 16 milímetros, a A.B.P.A. conseguiu adaptar ésses filmes para 'português e podem ser assistidos e compreendidos até por analfabetos, pois dispensa letreiros explicativos, sendo tôdas faladas na nos sa língua
A Associação emprestará com o maior prazer êsses filmes a todos os seus associados, sem ônus de espécie al guma, precisando apenas que o interessado providencie o projetor que deve ser de 16 mm.
vez que, em muitas ocupações, o sentido do tato representa papel muito importante. Por outro lado é comum exporem-se às mãos desnecessariamente nas zonas de perigos das máquinas. As prensas elétricas, guilhotinas, cilindros, serras circulares, tupias, engrenagens etc,, têm ocasionado muitas per das de dedos Os protetores mecânicos para as par tes da maquinaria em movimento, os alimentadores automáticos, as pinças para remover peças, to das tem papel importante na proteção das mãos.
Por isso, os protetores fixos nunca devem estar fora dos seus respectivos lugares, a não ser que a máquina esteja em reparo.
É hábito comum entre operários pouco expe rimentados ou imprudentes, lubriíicarem as máqui nas em movimento, assim como limparem o exces so de óleo com estopa, dando lugar num e nou tro caso a acidentes graves.
Nessa? condições, vamos dar algumas regras que devem ser seguidas para a segurança das mãos:
1 Não usar anel durante os horas de trabalho. Não obstante haver determinados serviços em que o seu uso não represente perigo, é sempre preíeiivel generalizar-se o hábito de não ^rsá-lOr-
2 — 'O uso de relógio-pulseira tombém deve ser abolido.
3 — Para trocar polias ou correias de transmissão devese usar o equipamento apropriado, e não as mãos.
4 —^ As reborbas. recortes e estilhaços dos tornos, entaIhadores etc., só devem ser retirados por meio de es covas ou ar comprimido.
5 — Não usar mangos compridas é uma boa precaução, especialmente quando se trabalha próximo de má quinas. Generalizar o hábito das mangas curtas é uma boa medida de segurança.
6 — Os protetores de máquinas, tais como o serra elétri ca, as plainas, ou de polias, engrenagens etc., não dispensam a precaução. As mõos- nunca devem estenderse além desses protetores, a menos que a má quina estejo parada.
Quando se usar chaves de paraiuso ou máquina de lurar, não se deve ürmar com as mãos a peça a tra balhar. e sim fixá-la na bancada ou em um tôrno.
8 — Quando o serviço exigir o uso de facas ou outros ob jetos cortantes, deve-se sempre cortar para fora, para longe da mão. Nunca se deve deixar as facas fora •dos bainhas, quando não estiverem em serviço.
9 — Para renovação de fusíveis deve-se usar os alicates apropriados e, para trabalhar em fios ou chaves com corrente elétrica, usar sempre luvas isolantes.
10 — Ao manipular substâncias quentes, çáusticas. cor rosivas, irritantes, cortantes etc., deve-se usar luvas apropriadas <de amianto, de borracha, de couro), in dicadas para cada serviço.

11 —• Todos os canos de vapor, ao alcance qu não dos ope rários, devem estor revestidos com material isolante.
12 Nunca se deve usar luvas, quando se trabalho com maquinária em movimento.
VI3E1RA PE É-: CELULÓIDE
Acidentes nas Estradas de Ferro dos Estados Doidos da América do forte
Por acharmos interessante ao estudo compara tivo com os acidentes verificados nas Estradas de Ferro Brasileiras, transcrevemos da Revista do «Bureau Internacional do Trabalho» (Chronique de Ia Securité Industrielle, abril-junho 948), o seguinte ar tigo:
0,s acidentes nas Estradas de Ferro dos Esta dos Unidos da América do Norte ocorridos ein 1946 provocaram morte de 4.362 pessoas e feriram .... 52.007 (3 dias de incapacidade de trabalho). 362 pessoas foram mortas e'2.889 feridas nos acidentes de trens; houve 3:805 mòr^tos e 27.39^~^4eridos nos acidentes devido ao serviço^de trens, 195' mortos e 21.721 feridos nos acidentes estranhos a marcha dos trens. A taxa de mortos foi de 4,2 e dos outros aci dentes de 50,1 por 1.000.000 de milhas de trem.

No.total,.672 empregados foram mortos,em ser viço (0,194 por 1.000.000 de homens horas traba lhados)-e _38.325 feridos (ll,08_por 1.000.000 de hb>mens horas trabalhadas). Os acidentes de trens causaram a morte de 128 empregados e feriram 917. Os acidentes ocorridos,no serviço de trens fizeram 413 mortos e 18.211 feridos e os acidentes estra nhos à marcha dos trens, 131 mortos e 19.197 feri dos. Houve, além disso, 28.514 acidentes causan do uma incapacidade de trabalho de 1 a 3 dias, o que eleva a taxa geral dos acidentes à 19,0 por 1.000.000 de homens horas trabalhadas.
As principais causas dos acidentes de.trens fo ram as colisões (58 foguisías mortos e 519 feridos) e os descorrilhamentos (42 mortos e 305 feridos). Entre as causas dos acidentes no serviço de trens revela-se, por ordem de importância: subida e des cida em vagão ou locomotiva (33 mortos e 4.553 fe ridos); manobra de freios a mão (15 mortos e 1.540 feridos).
Sobre os 15.556 acidentes de trens 6.222 são atribuídos- à negligência dos empregados; 4.528 aos defeitos ou «pannes» do material e 2.126 aos defeitos- ou má conservação da linha e de obras de arte. Os acidentes devido à negligência dos empregadcà compreendem 1.621 acidentes em rela ção com as agulhas e 1.140 com os freios à mão. As rodas e eixos foram a causa de 1.522 acidentes devidos a defeitos do material; as partes das loco motivas que não as caldeiras, de 981; os vagões, de 461. Entre os acidentes, devido aos defeitos da linha e das obras de arte, 947 são imputáveis aos trilhos e juntas e 556 às agulhas e cruzamentos.
Vinte e nove empregados foram mortos e 757 feridos em engates e desengates das locomotivasou vagões. As cifras compreendem, 3 empregados mortos e 250 feridos na manipulação da alavanca de engate, 5 empregados mortos e 170 feridos de vido a tropeçÕes, tombos ou escorregões. Dez fo guisías foram mortos e 368 feridos ligando e desli' gondo os tubos de ar comprimido ou de vapor ou as correntes de segurança.
Sobre os 10 foguistas mortos e 2.204 feridos nas manobras de locomotivas, 3 foram mortos e 269 feridos escorregando ou caindo sob a locomotivia ou o tender e 152 se feriram escorregando 'òu tombando durante a manobra da tomada de água.
Entre os diversos acidentes sobrevindos no ser- viço de'trens, acidentes que causaram 116 mortos e 7.386 feridos entre os foguistas, revelam-se as causas seguintes, paradas ou partidas bruscas, esticões das locomotivas, dos vagões ou dos trens (7 mortos, 1.648 feridos); tropeções sobre carvão, ma deira, pedras, resíduos etc., manipulaçõo de vasi lhame, utensílios etc., nas cosinhas, nos carros res taurantes, dormitórios e oficiais (525 feridos), faiscas, fagulhas, poeiras etc., nos olhos (468 feridos).
As causas principais dos acidentes ocorridos com foguistas e estranhos à marcha dos trens fo ram; emprego de ferramentas, aparelhos etc., (4 mortos e 1.475 feridos); tombos e quedas etc. de ob jetos (12 mortos e 2.041 feridos); manutenção de trilhos, dormentes, madeira de construção para pon tes etc. (2 mortos e 1.931 feridos); veículos a mo tor para conservação'da linha e obras de arte (21 mortos e 912 feridos), fretes e despachos etc. (1 morto e 3.418 feridos) e, finalmente quedas de pes soas (22 mortos e 3.045 feridos).
GE\ER/IL MOTORS DO RRilSIL
Ç.I.P.A. PARA O PERÍODO DE 1*-IULHO-1950 a 30-IUNHO-19S1
Recebemos comunicação de que em reunião realizada em 28 de junho p.p., a nova COMISSÃO INTERNA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES DA GENERAL MOTORS DO BRASIL S. A. ficou assim constituída;
Presidente; Snr. Maurício Simão - Secretário: Snr. Antonio Perez
Médicos: Dr. Aniz Azem e Dr. La Scaléa Neto
NOME:
MEMBROS *
Luis Gallo
Rafael Rotamero
Cláudio Stri
Dalmir Spinello
João Schlaviavetli
Luiz Tondatto
Antonio Pecego
Raymundo Santana
Armando Scopiato
Luiz Bertocco
Egydio Mambro
Antonio Perez
Francisco Toro Filho
Luiz D. Scorossati
Alfredo Loschi
Pedro Navarro
Francisco C. dos Santos
Guilherme Magiotto
Adão Hepp
Nuncioto Minitti
(Inem Perde Com os Acidentes
É uma questão interessante saber-se quem per de mais quando sucede um acidente no trabalho. Para isso, examinemos os interesses que se apresen* tam numa ocorrência dessa natureza.
Empregadores
As despesas dos empregadores com os aciden tes pessoais são indiscutivelmente elevadas, não se limitando sómente às indenizações diárias a trata mento médico do acidentado exigido por lei.
A elas devemos acrescentar: o tempo gasto pelo feitor, mestre ou outros chefes;
1) Atendendo, a vítima.
2) Investigando a causa do acidente.
3) Providenciando para que o trabalho da ví tima seja continuado por outro operário.
4) Selecionando, ensinando ou empregando novo operário para fazer o trabalho da vítima.
5) Preparando os informes de acidentes ou outros documentos e avisos legais etCv.-
E cr lista ainda não está completa, pois o aci dente pode causar dono à máquina, ferramentas ou outra propriedade, bem como queda de produ ção e conseqüente redução de lucros. Outras ve zes e a necessidade de adaptar à nova função o operário que, em conseqüência de acidente, ficou com sua capacidade física reduzida.
Outra parcela que pode ser pequena ou gran de, dependendo do aparelhamento usado, é a per da de lucros pelo tempo em que as máquinas per manecem paradas. Este período de inatividade pode ser de alguns minutos ou estender-se por ho ras, dias, semanas dependendo, naturalmente, da duração, gravidade.e natureza do acidente como dos danos que a máquina tenha sofrido.
Milhares de trabalhadores pagam com a vida o seu desinteresse pelos acidentes e outros, em mcáor número, pagam pesado tributo de lesões que os convertem em inválidos e incapazes para o res to da existência.
O quadro torna-se pungente quando observá mos os dias dos operários passados em leitos de hospitais e a angústia de suas famílias. Assim, as conseqüências dos acidentes são para o operário, individualmente, mcás desastrosas ain da, do que para o industrial.
Êle é sempre o maior prejudicado porque uma vez incapacitado e indenizado é deixado com pe quena pensão à sua sorte, ao passo que ao empre gador, desobrigada em boa parte de sua respon sabilidade por tê-la transferido a companhia seguradoura, será mais fácil conseguir seu substituto.
SECÇAO:
OPERÁRIOS:
Pintura-Corros de passeio
Pintura-paralomas
Tapeçaria
Linha de Montagem
Estufa
-Molas
Ónibus-Serraria
Ônibus-Funiloria
Baterias e C.B. Assy
C.B. Trim e C.B. Paint
Construção
Inspeção
Instalações Mecânicas
Eletrecistas em Geral
Oficina Mecânica
Material
Manutenção em Gerdl
Armando d© Peças
Escola Técnica
Funilaria-Carros de passeio
Praticando com entusiasmo a General- Motors trabalhos de segurança, apresentamos nossas felicitações aos novos es colhidos para a C.I.P.A,, certos de que êles saberão me lhorar cada vez jnaís q Prevenção de Acidentes naquela Emprêsa.
As despesas dos empregadores poderão -ser re duzidas, pelo seguro nas Companhias de seguros, na porte que se refere às indenizações do aciden tado, mas continuarão a pesar sobre a firma os de mais prejuízos.
Operários
Com os operários, entretanto, a situação é ou tra: nem sempre se pode avaliar em dinheiro o seu prejuízo.
Diz Alexandre Marcondes Filho (exposição de motivos — Lei de Acidentes do Trabalho): «A vida humana, tem, certamente, um valor econômico. É um capital que pro duz, e os atuários matemáticos podem ava liá-lo. Mas, a vida do homem possui também valor espiritual inestimável, que não se pode pagar com todo o dinheiro do mun do. Nisto consiste, sobretudo, o valor da prevenção, em que se evita a perda irrepa rável do pai, do marido e do filho, enfim, daquele que sustenta o lar proletário, preside os destinos de sua família. Por mcds que se dispenda com a prevenção racional, ela será sempre menos onerosa que o sis tema de indenizações, além de evitar opor tunidades de discórdia entre elementos es senciais da produção, capital e trabalho».
Assim, a maior vítima dos acidentes, sob qual quer ponto de vista, é o acidentado. Cuidemos pois, com dedicação da prevenção de acidentes em benefício, pelo menos, do traba lhador e de sua família, e para que essa preven ção seja eficiente colaboremos todos, que só com a cooperação, é que se consegue reduzi-los ao mí nimo.
FABRICA ''CON^TRA" LTDA.
EQUIPAMENTOS CONTRA FOGO
1? Extintor no Brasil a receber o Selo deConiormidade da A. B. N. T.
lOS [IITINOS MOIUEHTOS
os ACIDENTES NAS ÜLTIMAS HORAS DO PERÍODO DE TRABALHO SUCEDEM, GERALMENTE, DEVIDO AS SEGUINTES CAUSAS
Há operários que ao se aproximar a hora da solda cos tumam distrair^e. Essa distração é a causa de aciden tes.
Outros operários querem concluir ràpidomente o traba lho que estão fazendo, afim de saírem na hora exata. Essa pressa é que provoca acidentes.-
Há também engraçadinhos^aue fazem brincadeiras de mau gôsto no momento de deixar o trcd^alho. Distraem os outros e, sem querer, dõo lugar a acidentes.
Não faltam operários que deixam fora de lugar ferra mentas, caixas e outros objetos que dão motivo a aci dentes, Deixam assim um perigo para os, outros afron tarem.
Também há quem, concluído seu trabalho desça as es cadas apressadamente para sair quanto antes. Cor rendo assim, o risco de cair e acidentar-se.
Mas há ainda quem corra, atropeladamente à saída da Oficina, empurrando seus companheiros, não vendo os perigos de acidentes.
TUDO ISTO É FACILMENTE EVITAVEL COM UM POUCO DE BOA VONTADE E A OBSERVÂNCIA DESTAS REGRAS:
1. A distração é sempre perigosa, principalmente nos últi mos momentos de 1^ jornada do trabalho. Tome nota disso para o seu bem.
2. Não se apresse para concluir um trabalho. Dois ou cinco minutos mais, não valem o risco de sofrer um aci dente, que poderá ter graves conseqüências.
3. Os jogos e brincadeiras têm sempre dolorosos resulta dos. Não esqueça sua responsabilidade ao causar dono a um companheiro. Evite as brincadeiras no trabalho e evitará riscos.
4. Antes de deixar o serviço ponha as ferramentas nos seus lugares. A bôa ordem da sua bancada é um ín.dice do seu interêsse pelo trabalho e isso é visto pelo seu Mestre.
5. Por que descer as escadas correndo? Não sabe você quantos se têm lastimado disso. Recorde-se de que está em você mesmo evitar os acidentes dessa natureza. De more-se mais uns segundos e chegará cora toda a segu rança.
6. Correr apressadamente no término do trabalho é uma imprudência. Nunca se deve fazer" isso; -Com mais ou menos alguns minutos, chega-se da mesma maneira à saída.
Como Manosear Objetos Pesados

A faltq de cuidado e de geito para manusear objetos pesados pode ocasionar acidentes muito sérios, contando-se entre êles as várias espécies de hérnia e o lumbago.
Sobre êste último há uma parte muito interessante a prestar atenção: dificilmente um operário que se queixa de lumbago pode passar por ura conlrôl© rnódico que verifique a veracidade de sua queixa: não há exame clinico nem radiológico que seja capaz de desmascarar uma comédia re presentada por algum pândego que resolva passar alguns dis em casa, queixando-se de lumbago adquirido em ser* , viço.
Manusear objetos pesados é uma verdadeira arte e quem não tiver geito para tanto deve ser cuidadosamente afastado de serviços dessa natureza sob pena de acidentes que podem ser mortais. Mas por outro lado, é ura espetáculo digno de assistir, vêr homens especializados em manobrar objetos de çh^ctncls pêso, verdadeiras massas brutas, fa zendo-os se mover e ir para a posição desejada, usando um pouco os braços e muito, a cabeça. Conira a massa não vale a fôrça humana: é preciso empregar a inteligência e principalmente o princípio de Arquimedes do braço de alavanca.
Tecemos essas considerações porque já verificamos em muitas indúslrios o número elevado de homens hemiados ou atingidos por lumbago no manejo de objetos. Princi
AS
palmente os homens que abandonaram o campo, a lavou ra, e vieram para as cidades se empregar em trabalhos in dustriais, não têm a menor noção de densidade do ferro, Atracam-se com uma viga de ferro ou uma peça fun dida como se elas tivessem o mesmo pêso da madeira, úni ca coisa que aprenderam a manejar na roça, e sentindo resistência, teimam em'ergue-las considerando um caso de honra pessoal mostrar que são capazes de erguer gran des pesos. O resultado em geral não é bom: quando esca pam dd mau geito ou da hérnia, ainda estão se arriscando a deixar cair o objeto em cima do pé ou da mão.
Em geral, mesmo para objetos relativamente leves, há uma ignorância completa sobre as regras de levantar pepesos. A regra de se abaixar, dobrando os joelhos, de forma a que todos os músculos das coxas e das pernas'traba lhem, aliviando o esforço dos músculos lombares e a pres são sôbre a espinha dorsal, é raramente praticada entre os trabalhadores.
A Associação já publicou um pequeno cartaz mos trando qual a posição correta para levantar pesos, e que será reproduzido num dos próximos números do Boletim. Aconselhamos a todos os contra-mestres e encarregados a dor uma pequena instrução, principalmente para os no vos operários, sôbre a maneira correta de levantar pesos. •f-
Acidentes do Trabalho e suas Causas
Nelson Costa CarvalhoNo momento em que procuramos intensifi car medidas tendentes a diminuir os acidentes pessoais, é interessante transcrever estatística
dos agentes causais de acidentes em uma em presa de transportes, com séde no Rio de Ja neiro:
Agentes causais do 2' trimestre de 1948
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Dez Pontos para nma Campanha de Prevenção de Acidentes
(Adaptado do NATIONAL SAFETY COUNOL)
1) A direção da íóbrica faz ciente a todos seus auxiliares e operários que considerará, a PRE, VEMÇãO de acidentes como parte integran te do programa de Produção.
2) Os Diretores e os Chefes de Serviço se reúnem para organizar as bases do programa de PRE VENÇÃO a ser adotado na Componha.
X 1.000.000 = 733 10.383.6^4
A estatística supra mencionada encerra a grande lição que as causas dos acidentes pes soais dependem mais do trabalhador do que de providências da administração da emprêsa para a conservação de máquina, uso de protetores, etc., si não vejamos:
ACIDENTES NA DEPENDÊNCIA DO TRÀ.
ACIDENTES NA DEPENDÊCIA DO lOÇAL, FALTA DE PROTEÇÃO, ETC.:
3) Escolhe'se dentre os chefes, aquele que velará^pela execução do programa ou, conforme as posses do estabelecimento, cohtrata-se um especialista.
Daí concluimos que a . obediência às instru ções, o cuidado e a prudência do trabalhador o protegem no desempenho de suas funções e tem salvo dedos, mãos e vidas.
Em outras palavras: 51,8 % dos acidentes tiveram Ofigem em causas dependentes do pró prio trabalhador e só 7,1 % em causa depen dente da administração, a falta de aparelhos protetores.
E' estabelecido um cadastro sistemático de Acidentes, tomando-se nota dos Departamen tos, Secções, Máquinas e causas que..móis contribuem para a estatística dos acidentes e :ião estudadas as medidas que eliminem ou amorteçam os efeitos nocivos.
5) São instaladas as COMISSÕES INTERNAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPAS), de acordo com a legislação em vigor, para estu dar sistemàticamente todos os acidentes ocor ridos no intervalo das reuniões e, apontar à Direção os corretivos.
6) Introdução gradual de um programa de treina mento para mostrar como cada operação in-
dustrial deve ser feita com segurança, dirigi do principalmente aos homens que têm auto ridade sobre os operários. Nesse programa in cluir o olertomento dos novos em relação aos perigos.
7) Uma inspeção geral deve ser -feitá após o es-' tudo preliminar das causas mais freqüentes • ''' dos acidentes, afim de eliminar imediatamente uma série delas.
8) A eliminação imediata de causas evidentes como sejam desarrumaçõo, máquinas sem pro teção ou outras causas que podem ser loca lizadas à primeira vista fará com que o pro grama de PREVENÇÃO passe a ser encarado com simpatia pelos empregados. Uma limpe za geral na fábrica surtirá bom eefito.
9) Equipamento de pronto socorro bem instalado e pessoal treinado devem se tomar habituais à mentalidade e à vista do operário.
10) Estudo para uma rGorganizaçõo a longo pra zo dos serviços da fábrica, incluindo mudança da colocação das máquinas, ampliação do sis tema de iluminação, ventilação ou exaustão, etc.
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lima Cia. Brasileira reeeben did Prêmio ínternaGional de Segurança
WiOOl^
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
PARA
PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÉDE: RIO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 91
EDIFlaO MAYAPAN
11» ANDAR — SALAS 1118/9
TEL. 42-0928 - 24» AND.
END. TELEG.: PREACI
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFiaO DO BANCO DO ESTADO
RUA JOÃO BRICOLA, 24
TEL. 3-2257 • END. TELEG.: PREACI
DIRETORIA
Dr. EUVALDO LODI • Presidente
T. M. FERNANDES - 1» Vice-Presídcnf'*
ALCIDES LINS - 2» Vice-Presidente
ÜULCIDIO A. PEREIRA - 1» Secretário
ADEMIR DE CANINDÉ JOBIM - 2» se cretário
K. AP-THOMAS • 1» Tesoureiro
ISSA ABRAO - 2» Tesoureiro
Dr. DÉCIO PARREIRAS • Diretor
ARY F. TORRES - Diretor
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Dr. GUILHERME DA SILVEIRA FILHO
Dr. ARMANDO ARRUDA PEREIRA
Dr. FERNANDO TUDE DE SOUZA
Professor DÉCIO PARREIRAS
Dr. JOÃO CARLOS VITAL
Dr. ROBERTO MANGE
Cel. CARLOS PROENÇA GOMES SOB.
Dr. ISMAEL COELHO DE SOUZA
Dr. ALBERTO PIRES AMARANTE
Dr. RENATO WOOD
Dr. PAULO CÉSAR MARTINS
Membros Efetivos
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Dr. MARJANO J. M. FERRAZ
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Membros Suplentes
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. HELVECIÜ XAVIER LOPES
Dr. LUIZ DUMONT VILARES
O losso Boletim e u Prevenção de Acidentes
A evolução da indústria tem feito com que os industriais, os engenheiros, os médicos e todos aqueles cjue tem contacto com o trabalho preocupem-se cada vez mais como evitar-se^o~-acidente,_ que passou a constituir assunto palpitante, quer considerado sob o alto ponto de vista humanitário, quer sob o utilitário prisma econômico.
Os números estatísticos das emprêzas *que, em suas fábricas e oficinas procuram evitar acidentes, bastam para a compreensão da magnitude do problema. Com efeito, enquanto os Estados Uni dos perdiam no primeiro ano de luta em todos os «fronís» da guer ra passada 58.307 homens, incluindo mortos, feridos, prisioneiros e desaparecidos, perdiam no mesmo ano, 103.969 pessoas, vítimas de acidentes, a saber:
As que honram com a sua atenção, vou pe dir que ao retornarem aos seus afazeres dediquem outros 5 minutos — este tempo que preten do tomar-lhes — ao assunto desta palestra Es ses outros 5 minutos que lhes peço serão desÜnados a que se informem do montante aproxi mado dos prejuízos que sofreram como resultado dos acidentes que ocorreram em suas indústrias nos ulhmos.doze meses. Isso lhes convencerá mais do que as palavras que terei o prazer de dirigir-lhes sôbre a necessidade da Prevenção de Acidentes na Indústria.
Procurarei mostrar, em ligeira exposição, o que representa para o industriai a Prevenção de Acidentes. Para começar perguntarei — Que s um acidente? — Um dos dicionários que consul tei me diz que é um «acontecimento casual, for— tuito, geralmente infeliz». Eu prefiro entretanto, considerá-lo como uma «interrupção" repentina e inesperada de uma operação ordenada, freqüen temente causando danos pessoais e materiais».
Na indústria, qualquer interrupção no traba lho reflete-se imediatamente na produção, cau sando, por conseguinte, prejuízo. Certos prejuí zos podem ser de natureza inevitável para o in dustrial como por exemplo, a falta de mercado para a sua produção à plena capacidade. Ou tros há entretanto, que, embora perfeitamente evitáveis, ao menos em grande parte, continuam ocorrendo sem que sejam notados. Êsses prejuí zos são os decorrentes dos acidentes do trabalho verificados nas indústrias e não são, geralmente, notados porque nem todos podem ser contabi lizados.
sim é que a «Associação Brasileira para Preven ção de Acidentes», organizada no Flio de Janei ro em 1941, e a frente da qual se encontra atual mente o Dr. Euvaldo Lodi, Presidente da Confe deração Nacional da indústria nacional, contra o inimigo — o acidente do trabalho — conforme está demonstrado pelos brilhantes resultados al cançados.
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Nós, na Tramways, consideramos o problema como de máxima importância, se me perdoam o justo orgulho que sinto ao mencionar o fato, opraz-mé sobremodo poder dizer que acabamos de receber notícia de que o Concurso de Segu rança Industrial, promovido anualmente pela «Inter-Americon Safety Council», de New York, en tre concorrentes na América Latina, sagrou-se a Tramways, pela segunda vez em anos conse cutivos, vencedora na classe de empresas de ele tricidade, com um índice de segurança no traba lho de 12,57 acidentes por milhão de horas tra balhados pelos seus empregados. Releva notar que êsse coeficiente de freqüência de acidentes é inferior à média norte-americana, que para 1948 foi de 14,8 nêsse setor de atividades. Signi fica êsse fato que a Tramways operou com menor número de interrupções causadas por acidentes no trabalho com seu pessoal do que qualquer ou tra concorrente -na América Latina.
Enormes são os prejuízos resultantes de qualquer acidente. Não se limitam somente ás indenizações, diárias e tratamento mé dico do acidentado, exigido por lei.
O operário deixa de trabalhar por alguns momentos que seja. Continúa ganhando. Seus companheiros vão socorre-lo e tam bém interrompem o trabalho. O operário novo, inexperiente, deve substituir o acidentado experimentado e eficiente. Reduz-se a produção. Máquinas ficam paradas ou podem ser danificadas.
Todos perdem: os industriais, as companhias de seguro e principalmente os operários.
O nosso Boletim como órgão especializado surgiu parq co operar nessa benemérita cruzada em que industriais, engenheiros, médicos, mestres etc. procuram humanitária e economicamente reduzir os acidentes.
Nessas condições, estamos ao dispor dos nossos prezados lei tores, a fim de respondermos as consultas que sôbre prevenção de acidentes nos forem feitas.
Via de regra o industrial foz o seguro con tra os riscos de acidentes do trabalho de seus operários, paga o prêmio e acha-o caro mas nada faz para reduzir essa despeza — Acidente é com a Companhia de Seguros, dirá.
O mesmo, entretanto, não ocorre em todos os países do mundo, especialmente naqueles em que a indústria mcds tem se desenvolvido. Na Inglaterra, por exemplo, a «Royal Society for the Prevention of Acidents», nos Estados Unidos da América, o «Notionol Safeíy Council», muito têm contribuído para o elevado índice de produtivi dade de suas indústrias, investigando as causas que provocam os acidentes e indicando os meios de eliminá-las. Entre nós o problema já está merecendo de parte dos mais esclarecidos a aten ção que não pódia deixar de lhe ser dada. As
Até agora não abordei o lado humanitário da Prevenção de Acidentes, simplesmente por que coube falar sôbre o aspecto econômico da questão. Não poderia, porém, calar sôbre êsse - ponto. E talvez o de primeira consideração. Que pode ser mais nobre do que salvar uma vida ou evitar os sofrimentos a um semelhante? E se considerarmos que para fazer êsse bem estamos ao mesmo tempo ajudando nossa pátria na con servação de seu potencial obreiro e na elevação de sua produção nacional.
Vê-se, assim, que a Prevenção de Acidentes na Indústria reúne o útil ao agradável, sob qual quer forma por que se encare o assunto. É, pois, digno de todos nós combater os acidentes que vitima mais de cem mil brasileiros e causa pre juízos de milhões de cruzeiros anualmente ao nosso país.
O acidente deve, e pode, ser combatido pe los industriais brasileiros, primeiro, porque é um dever humanitário; segundo, porque é uma im posição legal; e terceiro, porque representa um bem a todos — ao industrial, ao operário e ao Brasil.
SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - SESI
DEPARTAMENTO REGIONAL DE SÃO PAULO
Mannseio de Tambores de Forma a ivítar Acidentes
Bk^tiprcn icm ti rir^s
Organizado pela Coniederoção Nacional da Indústria, em colaboração com o Poder Público, já poz à disposição dos trabalhadores industriais do Estado de São Paulo os seguintes serviços:
AMBULATÓRIOS MÉDICOS — Funcionando diaria mente, há na Capital dois Ambulatórios, um em Jundiai e um em Santos.
POSTOS MÉDICOS — Três em funcionamento na Capital.
HHOSPITAIS — Um funcionando na Capital e um em Jundioí.
POSTO DE PUERICULTURA — Em Jundioí.
AMBULATÓRIOS DENTÁRIOS — Três Ambulatórios íuncionom na Capital, um em Jundiai. um em Santos e um em São Carlos.
CÕSINHAS DISTRITAIS — Fornecendo reíeiçSes a trabalhodores, funcionam quotro cosinhas na Capital e uma em Santos.
ASSISTÊNCIA AOS ESPORTES — Patrocínio de vá rias modalidades e esportes, jogos, etc.
RECREAÇÃO ~ Organiza Clubes do Trobalbador, Bandas, Teatro Operário, Parques Infantis, etc.
CINEMA — Sessões diurnas e noturnos em recin* to fechado.
CURSOS POPULARES — São mantidos 199 Cursos de Alfabetização e Instrução Complementar para adultos na Capital e no Interior.
ESCOLAS DE CORTE E COSTURA — Na Capital funcionam 11 Cursos e no Interior, 13.
CLUBES DO TRABALHADOR — Há quatro Clubes do Trabalhador em funcionamento, sendo um localizado na Capital e os demais em Taubaté. Sorocaba e São Caetano do Sul.
BIBLIOTECA AMBULANTE — Funciona na Capital, atendendo diretamente ao operário.
SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA — Dezoito escritórios na Capital e no Interior, para con sultas gratuitas e serviços aos operários.
SERVIÇO DE HIGIENE E SEGURANÇA INDUS TRIAL — E' instalodo e presta serviços na CapitoL
POSTOS DE ABASTECIMENTO — São montídos quarenta e nove postos na Capital e sessenta e cinco no Interior.
CENTROS DE APHENDIZADÒ DOMÉSTICO — Fun cionam cinco Centros na Capital, um~étn Tou*baté, um em Sorocaba, um em Franca e um em São Caetano do Sul.
\ossa Capa
Cuidando de incentivar a campanha de Se gurança do Trabalho em pról da Indústria Nacio nal, o Serviço de Prevenção de Acidentes do Ins tituto de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos em colaboração com a Associação Brasileira para a Prevenção de Acidentes e o Rotary Club, rea lizou em Fortaleza e Recife, semanas de Preven' ção de Acidentes.
Cumpre notar que o certame constituiu uma nota marcante em ambos as.cidades, pois além
de mesas redondas, conferências, sessões cinema tográficas, foi organizada uma completa exposi ção de Artefatos de Segurança.
A fóto que estampamos na nossa capa, um aspecto da reunião no Ceará, diz bem do inte resse que esta mostra despertou, podendo-se avaliar do sucesso da exposição pelo número de pessoas que a visitaram; calculando-se que 50.000 pessoas estiveram na exposição de Recife, que se realizou de 5 à 11 de junho.
FABRICA ''CONTRA'- LTDA.
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EQUIPAMENTOS CONTRA FOGO
Extintor no Brasil a receber o Selo de Coniorxnidade da A. B. N. T.
A Cia. Brasileira de Material Ferroviário^ C07istruiu para seu uso um tipo de transportador de tambores que alia a facilidade de manejo com o máximo de segurança. Com sua permissão estam' pamos a série de movimentos necessários para colocar o tambor sobre o transportador.
Luvaa, Aveutais, Perneiras e demais artigos de couro para fins iadustriais. Respiradores para pó e pintura, óculos para pó, BÓlda e esmeril, protetores faciais, capacetes, escudos, máscaras contra gazes, botas e aventais de borracha
Endereço Telegráfico; "T 1 N P R O"
PROTIIN COMISSÕES LIMITADA
Rua Capitão Salomão, 89 l.o andar - Telefone 4-0078
São Paulo
i Prevenção de Acidentes nas Indústrias Químicas Brasileiras Duperial
Na 2' Convenção dos Presidentes das CIFAS o represen tante das Indústrias Quimicas Brasileiras Duperial, o Sr. A. Boris, leu a seguinte mensagem, que constitui brilhante lição de quanto aquela Empresa faz para evitar acidentes nos seus trabalhos.
Tenho a mais grata satisfação de, em nome das Indústrias Químicas Brasileiras Duperial sau dar a todos os participantes desta 11° Conven ção e, essencialmente a Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes, entidade surgida em tão boa hora, com a finalidade magnífica de orientar, educar, advertir, "para que os operários brasileiros, que como todos nós, possam traba lhar pelo pão de cada dia,sem que seu^ espirito esteja em sobressalto pela possibilidade de vir a sofrer fisicamente ante os perigos que seu tra balho envolve.
Somos solidários, pois coiíi esta Associação, não apenas pelo que de notável e simpático seu próprio nome representa, mas pela sua tarefa contínua, vigilante, incessante em tomo dos que mourejam ao pé de uma máquina, de uma polia, dé uma engrenagem ou manejam substâncias que corroem.
São altamente educativos os cartazes im pressos e espalhados pela Associação. Em todos os cantos de nossa fcfcbrica lá estão os cartazes coloridos instruindo e alertando o operário, lembrando-lhe o valor inestimável de'seus olhos, de suas mãos, de sua vida enfim, que não pode es tar à mercê dos caprichos do que chamam «fa talidade».
Saliento também o papel meritório que re presenta a revista que a Associação publica periódicamente. Seus conselhos e a citação de casos dolorosos, são uma advertência para que nós, homens que vivemos dentro das Fábricas, pensemos um pouco mais, não só em nós pró prios, mas também naqueles que trabalham co nosco e que de nós dependem.

Temos já a noção do que seja a «prevenção de acidentes». Dezenas de indústrias já reco nhecem que devem proporcionar aos seus em pregados'toda a assistência e todas ag facilida des para que, sem risco de sua integridade fí sica, possam levar avante o seu trabalho. Isto é uma conquista e mostra que o trabalhador brasileiro poderá dentro em breve usufruir as mesmas condições de garantia e proteção que os dos países mais adiantados.
Nada mais deshumano do que dar a um ope' rário serviços que são uma ameaça constante aos seus órgãos, aos seus membros. Torna-se mister não sómente procurar eliminar ou diminuir os perigos que o rodeiam, mas também instruí-lo suficientemente quanto a importância do seu ser viço e dos riscos, a que está sujeito caso nâo seja um fiel executor das instruções.
Porquê não é apenas fazendo qrad.es. de proteção ou recomendando o usa de óculos que se eliminam os acidentes. É preciso, qo mesmo _ tempo criar no operário o espírito da responsa bilidade, a noção do perigo e fazê-lo perder es■sas atitudes de bravata -.é de excessiva coriíionça que o tornam imprudente 'e cego ao perigo .iminente.
Ê necessário, pois, e mais que necessário, é indispensável que' a Associação Brasileira pára
•Prevenção de Acidentes continue nq rota deyantemâo traçada, pois que, martelando sempre, insistindo sempre, alertando sempre, há de ver finalmente ã' vitória de seus ideais.
É com grande e justificado prazer que. eu transmito aos participantes dêste conclave o que se tem feito na Duperial, Secção de Produtos Nitrocelulose, no sentido de proteção aos operá rios. Graças à visão e ao espírito inteligente e "humanitário de seu gerente, nossa fábrica veio aos poucos surgindo do descaso e da negligên cia no tocante à prevenção de acidentes para, finalmente, poder apreséntar algo animador, al go que entusiasma.
Nossa Comissão Interna tem -pox.^o móis de um ano, mas já tem demonstrado quâó útil foia sua instituição, pois seus membros reunidos mensalmente. têm vasculhado a Fábrica,"; têm examinado as SecçÕes, os serviços, as tarefas de cada um, no afã de melhorar as condições de trabalho e de baixar ao mínimo possível-as pos sibilidades de acidentes.
Acabamos de elaborar, há poucos dias, uma espécie de «manual de proteção», no qual são apontados os serviços que envolvem algum pe rigo e ao mesmo tempo o modo de preveni-los.
Contendo 27 itens, inclusive" medidas contra incêndios, êsse mdnual está sendo impresso para distribuição a todos os operários» afim de que, conhecendo o perigo, possam manter-se em atitude de permanente alerta.
Com referência aos dois pontos, objeto das considerações desta convenção, é ainda com satisfação que posso declarar que num espaço de 15 anos,' apenas um caso de relativa gravi dade ocorreu em nossa fábrica, relativo aos olhos.
Para conhecimento dos presentes, vou ch lar alguns parágrafos do citado-«manual».
1) Nossos olhos sõo órgãos preciosos e in substituíveis. Por isso, os óculos de proteção devem ser usqdos "obrigatória: mente nos seguintes casos:
a) ao manejar ácidos, sóda cáustica ou quaisquer drogas corrosivas.
b) ao trabalhar no esmoril.
c) ao quebrar concreto, pedras ou ma teriais que lanceiri estilhaços.
2) A maior parte dos acidentes havidos em nossa fábrica se "referem. a cortes nos dedos, dedos prensados, etc. Ao mane-jar tambores, latões ou. objetos pesados .ou "de superfíície áspera, devem os ope rários utilizar as luvas protetoras de cou ro. Ao lidar com cintas de aço, folhas de lata, vidros, tezouras, facas, etc., é preciso maior cuidado e máxima cautela.
3) A desatenção ao serviço é .uma das principcris causas de acidentes.
4) As máquinas, engrenagens, polias, cor reias etc., devem estar protegidas com telas e grades, de modo a não oferecer nenhuma possibilidade de acidentes.
5) Todos os canos de vapor, ao alcance ou não de operários, devem estar re vestidos com material isolante.
Estas são as ligeiras considerações que te nho a fazer sobre o assunto.
Acrescentarei cdnda que todos os chefes e encarregados de Secções tem a responsabilida de de zelar pelos seus operários, devendo suge rir e solicitar o material que julgarem necessá rio: luvas de borracha, -de couro ou de amianto, óculos e anteparos para o rosto, máscaras, etc.
Finalizando quero agradecer a fidalga dire ção da Nitro Química a acolhida gentil e hospi taleira, cora os meus votos de cresccente pros peridade.
Aos senhores participantes desta Convenção, externo o meu desejo de que algo de. bom e de útil resulte dêstes trabalhos e que possam levar para suas fábricas e suas indústrias o propósito de melhorar as condições de serviço dos seus empregados. Que se tornem entusiastas da Pre venção de Acidentes e que procurem incutir em todos, este espirito que ora nos anima.
A Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes o meu aplauso por esta esplêndida realização qu.è nos deu a "oportunidàde de co nhecer dé'pértò' as soberbas instalações da Com panhia Nitro-Química, orgulho da indústria bra sileira!
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Quando Mo Mo Usados Óculos Protetores...
Conselhos Aos Motoristas i qae distância se deve começar a brecar?
Muitos motoristas, senão a sua quosi tota lidade, acreditam que com bons freios e em ter reno sêco, é possível brecar a curta distância de qualquer obstáculo ou de um transeunte, de for ma a evitar um acidente.
Queremos nos referir às brecadas normais e não àquelas em que os outros passageiros cor rem o risco de sair voando através do parabrisas ou de quebrarem o naris de encontro ao en' costo do banco dianteiro, e nas quais o corro quasi sempre derrapa, indo de encontro a algum muro, quando não capota... A distância em que o corro deve ser freiado para parar, já foi am plamente estudada e o leitor deve examinar atentamente o quadro abaixo para se conven cer de que essa distância não é nada pequena quando o carro corre a grande velocidade. De vemos adicionar ao tempo da ação mecânico do freio em brecada normal, um outro que de
pende do motorista e que se chama tempo de reação, isto é, o tempo que decorre entre o mo mento em que se apresenta o obstáculo e o mo mento em que o motorista começa a reagir para íreior o carro. Êsse tempo já é conhecido para indivíduos normais (3/4 de segundo) e se para pequenas velocidades.não têm grande influên cia, para as grandes velocidades, representam na pista da estrada uma distância apreciável-. Nesse intervalo, o carro roda com a velocidade primitiva sem que o motorista influa sobre êle: no seu cérebro estão se processando as reações que o conduzirão a tirar o pé do acelerador e a aplica-lo ao pedal do freio.
1) Como enfermidades que se produzem nas indústrias com trabalho pesado.
2) Como enfermidade que tem característica geográfica e de estação, aparecendo com mais freqüência no verão e em lugares donde é maior a atividade industrial.
Antigamente era conhecida por diversos no mes; caimbra aparente, ccrimbra dos mineiros etc..
No ano de 1879 observaram-se as referidas caimbras no pessoal que trabalhava nas minas de ouro em Nevada e, mais adiante, nos íoguistas e caldereiros dos navios da Armada dos Es tados Unidos.
Não se assinara nenhum nome pela ciência médica e sua sintomologia enquadrava-se den-, tro do diagnóstico de: insolação ou fadiga do calor. Porém na atualidade, o rápido aumento e desenvolvimento que tiveram as indústrias de aço e ferro, deu motivo que tais caimbras mus culares, que apresentavam características espe ciais, fossem diagnosticadas por médicos indus triais como «caimbras de calor».
médico, são causados pela perda de sol. O au mento da sêde obriga o operário que trabalha em altas temperaturas a beber grandes quan tidades de líquidos. Estes se perdem rápidamente pela transpiração e micção e junto com a água se elimina o sal do sistema geral do or ganismo e se êste não for reposto começa o es pasmo muscular. Outros fatores podem au mentar a susceptilidade do eníêrmo. Assim, vemos que a falta de sono, alimentação inade quada e execessos alcoólicos, são causas de predisposição. De outra forma, melhorando as residências, educando com medidas preventivas se reduzem as possibilidades de contraí-lo, como foi comprovado em Boulder City, donde em 1937 não se registrou falecimentos, contra 17 do ano anterior.
SINTOMAS
G mal começa com uma pequena dor de ca beça, tonturas e vômitos. Seguem depois pe quenas dores nos músculos, sobre os quais apa rece logo a caimbra acompanhada de rigidez muscular e dilotação das pupilas (mldriasis). Êste ataque, que em geral dura 3 ou 4 minu tos, causa efeito apavorante. Os músculos so bre os quais se inicia o primeiro ataque são os predispostos a sofrer o segundo.
Segundo a tabela abaixo, se o carro estiver a 85 km/h e aparecer inesperadamente uma pes soa na frente, a 16,5 metros de distância, antes que o motorista reaja ante o risco do acidente, êste já se deu.
08 freios
média
carem o CD 19,05 48,24 13,2 g,g 16,2 26,1 56,28 15,39 11,55 22,5 34,05 64,32 17,61 13,2 28,8 42,0 72,36 19,8 14,8 36.6 51,4 84,4 21,9 16,5" 45 61,5 B — Prevenção de Acidentea — Agãatc 'de 1950
para parar
Existe analogia entre as caimbras do color' e as afecçÕes oriundas do calor; como as que se apresentam nos lugares onde o pessoal de* sempenha suaS' tarefas sob altas temperaturas o que lhes ocasiona uma excessiva transpiração. A temperatura do corpo tende a aumentar.. Nos casos de insolação a temperatura é alta e na fadiga pelo calor pode estar abaixo da nor mal, sendo os casos de caimbra do calor de mui to poucas linhas, com tendência a ser maior do que a normal.
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Nas observações médicas, durante a cons trução do Hoover Damp em Boulder City, o dou tor I. H. Talbot, verificou que a média da tempe ratura em 5 casos de caimbras de calor era de um grau abaixo da normal, enquanto que nos casos de fadiga pelo calor era de um grau abai xo da normal.
No estado de insolaçõo as pupilas se re traem (mioaxis); porém nos ataques sérios de caimbras do calor as pupilas' se relaxam (midriasis). Os pacientes submetidos a um enér gico tratamento, em casos de insolação ou fadi ga do calor.
Êsses transtornos, segundo o ponto de vista
Os primeiros ataques sõo os mais dolorosos, porque a medida que melhora a condição do paciente, e os subsequentes espasmos, que não duram muito tempo, se vão distanciando até desapxirecer totalmente, deixando os músculos ílácidos e muito dolorosos. A hora em que se apre sentam não é sempre a mesma. Em regra geral, se iniciam depois do meio dia ou quase no fi nal da jornada do trabalho. Também foram re gistrados casos em que se apresentaram quan do o trabalhador chegava ao seu domicilio, Como tratamento de urgência nêsses casos, se recomen da a injeção hipodérmica de cloreto de sódio endovenosa a 20 % No ano de 1936 o Dr. S.
M. Glover, na organisação industrial de Clevelond (Ohio), preparou uma regulamentação para que todo pessoal tomasse sol e destrose com água. Os resultados obtidos foram positivos e chegou as seguintes conclusões:
l"?) Que a perda de sal é a causa princi pal das caimbras de color.
^«vanção
—
Agdete de
A seguinte carta, enviada pela A. B. P. A, á uma grande Fundição de São Paulo, descreve como deve ser feito.
Protcja. ASMÃOSli
Prezados Senhores:
S. Paulo, 28-4-1949.
Recentemente uma Assistente Social dessa firma esteve no nosso escritório solicitando instruções a respeito do regime aq alimentação dos trabalhadores da fundição, no sentido de diminuir a fadiga e aumentar a produção.
.
""n
Revendo qs instruções do «NATIONAL SAFETY COUNCIL» sobre o assunto parece-me que o objetivo seria alcançado por dieta de alto teor de hidratos de carbono, como norma gercd para re duzir a fadiga e, particularmente para o trabalho junto aos fornos de fundição, onde a transpiraçâo é abundante, a administração de tabletes de saí (cloreto de sódio) ou' de água fresca ligeiramente salgada.
Passamos a transcrever, , em tradução livre, o tópico sobre a administração de sal do folheto cPRACTICAL METHODS OF RED.UCING FATIGUE» — S.P.P.-50, pgs. 12 e 13 do NATIONAL SAFETY COUNCIL» a mais alta autoridade americana em Segurança do Trabalho. -
89. O corpo pelo sen mecanismo de contrdle, consegue manter uma temperatura constante de 369C, por mexo de evoporação de grandes quantidades de água, através da pelé. O cloreto de sódio é arrostodo dos poros com o suor 6 (d depositado. Isso representa xuna perda importante do sistema fisiológico e pode ocasionar perturbações no equilíbrio dos fluidos do corpo.
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90. Para equilibrar essas perdas ó aconselhável restituir o sal ao organismo ou aumentando a sua quanti dade na comida ou por outro método. Durante o trabalho a reposição do sal, oriundo da comida não é satisfatório pelo longo espaço de tempo entre as refeições. No comêço do trabalho após uma refeição o sal pode se achar em teor normal; ãt medida que se passam os horas pode coir a um índice prejudicial.
Por essa razão convém administrar sol durante o período do trabalho em vez de depender dé novo suprimento através de outra refeição.
Vários métodos podem ser oplicados, dos principais é dar a beber soluções salxnas a 0,1 %• Abaixando a temperatura da água para 20?C ou menos, o gosto do sal desoparece.
Pode-se ir até 0,14 % já a 0,2% o gósto talvez não seja agradavel para os operários.
91. Um método mais recente consisfe em distribuir tabletes de sal junto aos bebedouros, por meio de depó sitos que funcionam simples e automaticamente.
Fadiga, caimbra, espasmos ou convulsões, perdas de consciência devido ao calor são aliviadas por êsse mé todo simples e barato. Deve-se instruir os empregados sóbre os vantagens da ingestão do sal durante o serviço.
Esperando que essas informações sejam de valor para VV. SS., subscreve-se, Atenciosamente
ASSOCIAÇAO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
(Ass.) E. I* BERLINCK Represenfanle em .S. Paulo.
Qual a maneira prállca de minhirar sal aos operários que frabaliiam em ambiente de temperatura elevada?
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IIIMIGOS PURLIUOS
NELSON COSTA CARVALHO
Da Divisão de Prevenção de Acidentes da Sorocobona
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÉDE; RIO DE JANEIRO^, AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 91 EDIFíaO MAYAPAN
11» ANDAR — SALAS 1118/9
TEL. 42-0928 24» AND.
END. TELEG.: PREACI
SUCURSAL; S. PAULO
edifício do BANCO DO ESTADO
RUA JOÃO BRICOLA, 24
TEL 3-2257 - END. TELEG.: PREACI
DIRETORIA
Dr. EUVALDO LODI - Presidente
T. M. FERNANDES - 1' Vice-Presiden^
ALCIDES LINS - 2» Vice-Presideníft
üULCIDJO A. PEREIRA - 1» Secretário
ADEMIR DE CANINDÉ JOBIM - 2» Se cretário
K. AP-THOMAS - 1» Tesoureiro
ISSA ABRÃO - 2» Tesoureiro
Dr. DÉCIO PARREIRAS - Diretor
ARY F. TORRES - Diretor
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
- Dr. GUILHERME DA SILVEIRA FILHO
Dr. ARMANDO ARRUDA PEREIRA
Dr. FERNANDO TUDE DE SOUZA
Professor DÉCIO PARREIRAS
Dr. JOÃO CARLOS VITAL
Dr. ROBERTO MANGE
Cel. CARLOS PROENÇA GOMES SOB.
Dr. ISMAEL COELHO DE SOUZA
Dr. ALBERTO PIRES AMARANTE "
Dr. RENATO WOOD
Dr. PAULO CÉSAR MARTINS
CONSELHO FISCAL
Membros EfetÍToa
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Dr. MARIANO J. M. FERRAZ
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Membros Suplentes
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
t)r. HELVECIO XAVIER LOPES
Dr. LUIZ DUMONT VILARES
SECHETAHIO EXECUTIVO
Dr. JOSE* S. A. PINHEIRO
SEGÜRMÇi EM PRIMEIRO LUGAR
A origem do movimento em torno da segurança no trabalho 6 da prevenção de acidentes pode ser considerada como datando de 1867, na Alsacia Lorena, donde a idéia começou a se difundir ràpídamente pelos países mais progressistas da Europa. Nos Es tados Unidos, onde o movimento em torno da prevenção de~ãci-" dentes do trabalho tomou notável desenvolvimento, devido prin cipalmente a sua stzpremacia industrial, pode o mesmo ser con siderado como tendo tido início há uns trinta e poucos anos, quan do foram decretadas as primeiras leis de compensação pelos aci dentes de trabalho.
Contudo o primeiro esforço decisivo no sentido de evitar aci dentes do trabalho foi feito em larga escala paia United States Steel Corporation dos Estados Unidos, em 1907. Em 1910 as com panhias norte-americanas de estradas de ferro adotaram o lema:
— «Safety the First Consideration», como um preceito de «ope ração», no sentido de reduzir a sua alarmante taxa de acidentes.
Devido ao grande número de fatalidades na indústria siderúr gica dos Estados Unidos, um grupo de engenheiros a ela ligados, promoveram uma conferência em Milwankee em 1911, seguida de uma segunda em 1912, d qual muitos representantes de ou tras indústrias se achavam presentes.
Como resultado dessas conferências surgiu o «National Safety Council», uma organização não comercial, que se desenvolve ra pidamente e que conta hoje, como membros todas as organiza ções industriais dos Estados Unidos.
Sob a inspiração do «National Safety Council» organizou-se também nos Estados Unidos o «inter-American Safety Council», propondo-se êsíe a levar ás repúblicas latino-americanas os be nefícios que os Estados Unidos tem recebido do «National Safety Council», visando ainda estreitar as relações de «bôa vizinhança» em torno de tão benemérita cruzada.
Em oportuníssima ocasião, üm grupo de brasileiros progres sistas, toniou a si a tarefa de dotar o país de uma instituição ins pirada pela magnífica obra do «National Safety Council» e do «Inter-American Safety Council», criando a «Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes», da qual se acham à frente nomes de projeção na indústria e nos meios financeiros do país como Evaldo Lodi, Ari Torres, K. AP. Thomas, José S. A. Pinheiro.
Gostaríamos de salientar aqui o poder des trutivo de certos inimigos públicos. Êsses inimi90S não são homens, são idéias ou crenças as sassinas que resultam em um imenso e desne cessário tributo de vidas e inválidos. Tais cren ças tornam extremamente difícil a prevenção de acidentes. O objetivo de toda a educação rela tiva à segurança é transformar as atitudes que obviamente impedem o progresso no sentido da preservação da vida. E' difícil, porém, a tarefa mudarmos noSsas atitudes. Examinemos alpumas dessas idéias ou crenças criminosas inimigos públicos que temos que vencer.
1 O conceito do «OUTRO»
Todos parecemos crer que um acidente pooe acontecer com «outro» mas nao connosco. Parece que nos julgamos mais espertos ou com mais sorte que os outros e que as vítimas dos acidentes são todas estúpidas. Contudo, estaremos nos imunizados? Ou, pior ainda, seremos nós do tados de um recôndito e arrogante egoísmo que nos faz crer que somos mais espertos e que teti^as mais sorte que os demais?
2 O conceito do «CHEGOU A SUA VEZ»
Um número incrível de pessoas adota a filo sofia de que um acidente acontece ou nôo acon-' tace, inevitavelmente se tiver ou não «Chegado a vez». Em outras palavras, nada há a fazer quan do chega a nossa vez. Não é esse um modo fácil de nos esquivarmos à explicação de nossos des cuidos G desgraças?. Ou ainda pior, as pessoas serõo tão íatalistas a ponto de acreditarem na pré-determinaçâo?
O conceito da «PROBABIIJDADE»
Um número enorme de pessoas não dá im portância à morte e ferimentos acidentais, dizen do que são devidos à lei das probabilidades. Terá O fator sorte tõo grande importância que somos Condenados à destruição, apesar de tomarmos precauções razoáveis? Ou pior ainda, estará um certo número de pessoas, proporcional à popu lação de São Paulo por exemplo, destinado a morrer,ou a ser ferido? Haverá uma lei inexo rável do destino?
SAMUEL GALLAGHER
Ex-Diretor de Segurança da Escola Técnica de Aviação
4 — O conceito do «TRIBUTO DO PROGRESSO*
Dizem muitos que os acidentes são tributo natural devido ao progresso. Será que o progres so científico se desenvolve em certos setores do esforço humano e não em outros? Ou, pior ain da, será a ciência um parasita que alimenta com o próprio sangue humano, os benefícios que nos traz? Segundo este conceito, cada passo que dá o progresso humano para a frente é contra balançado por um passo para traz.
5 — O conceito «A MÃO DE DEUS»
Finalmente, muitos há que, sendo sinceramente religiosos, acreditam que um acidente é ação de Deus. Poderá realmente haver um des cuido sobrenatural? Ou, pior ainda, poderá ha ver um castigo divino que nos é aplicado por meio de acidentes que nos ferem, a nós ou àque les que amamos Êsse conceito está intimamente ligado à crença de uma lei inexorável do destino, acrescida da crença em um desígnio divino. Resumindo tudo, será a prevenção de aci dentes impossível, sacrílega e derivada de uma fraqueza?- E serão os acidentes inevitáveis, imprevisíveiSj predeterminados, uma questõc de sorte, o tributo da vida moderna? Não. Mas en quanto não modificarmos êsses conceitos, essas crenças assassinas, e os substituirmos em nosso espírito por crenças positivas, podemos desistir da luta para reduzir os acidentes. Estaremos per dendo nosso tempo, nosso esforço e nosso dinhei ro. Poderão os acidentes, na realidade ser evi tados? Sim —• a maior parte deles pode ser evi tado. Poderão as crenças populares errôneas ser corrigidas? Sim. Há um século, a idéia dq va cina era refutada por grande parte da popula ção do mundo. Hoje, porém, é uma idéia geral mente aceita. Do mesmo modo foram alteradas as atitudes em relação às inocUlações, à cirur gia e a outras formos de prevenção e cura de doenças. Há pouco mais de um século, os mé dicos prediziam que os trens correndo a 20 kms. por hora teriam efeitos fatais sobre o coração e a açõo respiratória. Alguns dentre nós, talvez se lembrem de ter dito «A velocidade do cavalo é suficiente para mim», mas amanhã poderemos dizer: «Quando chegarmos em Londres, tomare mos nosso café». E talvez no dia seguinte possa mos dizer: «Vamos dor um pulinho, este sábado, ò Lua ou a Marte, para ver se o que dizem é verdade». Portanto, vamos tomar a peito a res-
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gosta iIb você, é você mesmo, por isso evito acidentes
ponscd^ilidade de converter milhões dentre nos sa população, a ura novo credo, novos dogmas de fé, novas atitudes. E' um trabalho infinito, um trabalho que poderá ser feito somente se os re cursos, educacionais forem mantidos constante mente em ação.
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Agora que já ressaltamos as diversas crenpas, analisemo-las de modo construtivo.
1 O «OUTRO»
Quem pode racionalmente crer que alguma concessão especial e duradoura, o proteja parti cularmente contra os acidentes, e agir baseado nesta crença? Essa suposição, é tão evidente mente falha que chega a ser absurda; êsse «absurdo», porém, é o ponto em que uma nova idéia deve substituir o complexo do «isso não pode acontecer comigo». Você,,como indivíduo, pode agir de modo a evitar acidentès e prote ger-se contra êsse risco, mas não pode supor, com razão, um só momento, que qualquer ou tra pessoa aja dêsse modo, para o bem dela pró pria e para o seu bem. Um acidente pode se dar com você. Nunca se esqueça disso .
2 -- «CHEGOU SUA VEZ»
O fatalismo é a negaçõo absoluta da inicia tiva individual. E' aceito principalmente entre os Orientais em vista do próprio caracter de suas filosofias. As filosofias e religiões ocidentaios nõo apoiam o fatalismo. O fatalismo suprimiria os sinais de tráfego, os salvavidas nas praias e to das as precauções para evitar os perigos em casa, nas ruas ,em nossas fábricas e'escolas. O fatalismo é quimérico e deve ser abolido.
«PROBABILIDADES»
3 — Qualquer pessoa que tenha um conhe cimento elementar de estatística sabe que uma curva de distribuição pode ser alterada por cir cunstancias, acidentes ou acontecimentos, e, o que é ainda mais importante, pode ser alterada para cima ou para baixo na escala das possibi lidades. O fator probabilidade deve ser aceito em qualquer cálculo estatístico competente, mas é sempre uma parte sem importância. O fator pro babilidade domina em, no máximo, 5 % e, mais provavelmente, 2 % de todos os acidentes. Por tanto, a crença de que a probabilidade domina a freqüência e a gravidade dos acidentes é outro absurdo que deve ser destruído.
«TRIBUTO DO PROGRESSO»
4 — Aqueles que falam do progresso e de seu inevitável tributo, raramente conhecem o significado do progresso. Referem-se provavel mente às aquisições científicas principalmente nos'
Últimos 75 anos. A descoberta e a invenção cien tífica são provas do adiantamento na mentalida de pública. Em medicina, durante os últimos 50 anos, os métodos, instrumentos e prática torna ram possível dominar ou eliminar muitas molés tias. As ciências físicas e químicas nos deram o vapor, as estradas de ferro elétricas, os telefo-. hes, o cinema, o telégrafo, as embarcações ve lozes, o automóvel e o avião, contudo, menos de 1/5 dos acidentes relativos às máquinas pode ser atribuído a defeitos ou folhas mecânicas. O mes mo gênio de engenharia que nos deu o automóvel moderno pode nos dar segurança mecânica abso luta. Não; a culpa cabe principalmente à falha humana e essa pode ser corrigida.
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5 — A «MAO DE DEUS»
Essa teoria a respeito dos acidentes não é aceita em nenhuma religião adotada'no Mundo Ocidental. Um Deus, que, de seu trono no céu, deliberadamente ordenasse a morte e a destrui ção é inconcebível. Quando os causas naturais são obscuras ou desconhecidas ,encontramos sempre uma explicação fácil atribuindo-lhe uma origem divina. Não será injúria à religião, nem uma afronta aos religiosos se essas crenças fal sas em «Atos de Deus» e «Castigo Divino»" forem substituídas por crenças baseadas na verdadeira ética e moral religiosa.
Poderemos evitar os acidentes? Sim, dando uma educação constante ao público para subs tituir as crenças errôneas comuns por informações positivas e construtivas, por meio das quais apren deremos a reconhecer e a evitar os perigos cons tantes que nos rodeiam.
A segurança pode salvar a vida de centenas de crianças, dando-lhe oportunidade de se tor narem os homens e as mulheres de amanhã. A segurança pode salvar a vida de centenas de pais que morrem cada ano nas fábricas. A segurança poderá ainãa salvar a vida de cente nas de pessoas que morrem por ano na rua, de vido à falta de prudência dos que dirigem os au tomóveis. A segurança nos assegura a liberta ção de muitas preocupações, ansiedades e tris tezas desnecessárias. A segurança poderá le vantar um enorme peso se sobre a indústria e das costas de todos aqueles que trabalham. A segurança representa uma economia perra todos os homens, mulheres e crianças de nosso país. A segurança poderá contribuir para nosso pode rio nacional. Aconselhe sua família e discuta so bre o assunto com seus amigos. Se você dirige um veículo motorizado, seja paciente; a falha dos freios e do mecanismo da direção é uma des culpa cmtiquada para sua negligência e logo não será mais aceita. Se você trabalha na indústria, aceite as proteções como necessárias que são. Se você pode ajudar outros com sua palavra de advertência, faça-o. E' seu dever ajudar.
Para guardar serrotes
Aprenda Conosco
o serrote é uma ferramenta que por seu"ta manho e forma não se acomoda em qualquer canto da oficina, a não ser que se disponha de armário ou gaveta especiais para guarda-lo, junto com as demais ferramentas.
Protetor improi/isado
Para proteger a vista quando se trabalha ■na pedra de esmeril o dispositivo mais simples consiste em se utilizar um pedaço de matéria plástica presa à frente do rosto, por meio de uma tira de couro, cordão ou tira da própria matéria plástica, consoante a gravura.
S&vuntwui
Para que a chave de parafusos não role pela baitcada
E' sempre incômodo deixár a chave de pa rafusos sobre bancada um pouco inclinada, pois rola e nõo se sabe aonde irá deter-se.
Para os que dispõem de pouco espaço e nõo têm móvel apropriado para guardar ferramentas e, na maioria das vezes, deixam o serrote em qualquer lugar da bancada, com a risco de se desafiarem os seus dentes ou dar motivo a feri mentos, sugerimos a fabricação da caixa que pode ser apreciada na ilustração. Essa caixa também dá bons resultados si fôr colocada em baixo da tábua da bancada, horizontalmente com o piso.
Por isso é útil crccvar-se no seu cabo uma tctxa de tapeceiro com cabeça grande de bronze. Esta toca na superfície pela qual rola a chave de parafusos detendo-a.
lale perder um niiniil» na lida, do pe a vida num minuto
Prevenção de icidentes na Companhia Petropolitana
Entre as nossas organizações industriais que, compreendendo o valor da Prevenção de Aci dentes, vêm dispensando a essa importante ati vidade a atenção e o interesse com que a devem praticar os industriais modernos e adiantados, destaca-se a Companhia Petropolitana^ a repu tada fábrica de tecidos de Cascatinha, bairro in dustrial da cidade de Petrópolis, no Estado do Rio.
Ainda agora, os seus dirigentes, engenheiros, mestres e operários, congregados durante um lustro de intensa e bem sucedida Campanha de combate qo acidente de trabalho, dando" um magnífico exemplo de solidariedade humana e de perfeito entendimento entre empregadores e em pregados, commorarom festivamente a passa gem do 5' aniversário da fundação da sua C. I. P. A., acontecimento que teve ampla repercus-são entre os nossos associados, como o mostra a expressiva documentação que publicamos nêste número do nosso Boletim.
O número de acidentes nd nossa associada aqui focalizada, e que se elevava a 170 em 1944, não vai além .atualmente, de uma dezena de aci dentes por ano, ali trabalhando um número mé dio do 1 .554 empregados, a partir daquele ano. Êsse impressionante resultado corresponde a um Coeficiente de Freqüência de acidentes (número de acidentes por 1 .000.000 de Homens-horas tra balhadas) de 2,89, inferior ao coeficiente de 7,77, admitido como tolerável na Indústria Têxtil dos Estadgs Unidos, onde a Prevenção de Acidentes' atingiu o seu máximo desenvolvimento.
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Os magníficos resultados obtidos pela C. I. P. A. da Companhia Petropolitana na sua cam panha de prevenção de acidentes, vem contri buindo consideravelmente para estreitar as- re lações entre os empregados e seus chefes, com repercussão nos próprios sindicatos de traba lhadores, do que constitua valioso testemunho o ofício que o Sr. João Antônio Alberto Júnior, es forçado Presidente da Federação dos Trabalha dores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem dp Estado do Rio de Janeirò, dirigiu à Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes por mo tivo da Circular que esta dirigiu aos seus asso ciados focalizando o esplêndido trabalho reali zado pela C. I. P. A, da Companhia Petropoli tana. Dando publicidade à espontânea e expres siva manifestação do Presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Te celagem do Estado do Rio de Janeiro com re ferência ao eficiente trabalho que vêm realizan
do a Companhia Petropolitana e a Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes em de fesa do trabalhador brasileiro contra os infor túnios causados pelos acidentes do trabalho, de sejamos mostrar como as C. I. *P. A. S. podem influir de maneira eficaz para estreitar as rela ções entre patrões e empregados, promovendo O bem-estar social dos que trabalham na in dústria.
Ofício N" 406.
limo. Sr.
■José S. A. Pinheiro, DD. Secretário Executivo da Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes,"
Distrito Federal.
Prezado Senhor. -
Esta Féderaçõo cumpre o grato dever de acusar o recebimento dd Circular N' 19 dessa Eentidade, cuja notícia constante da mesma foi- motivo de satisfação da Diretoria, pois a citada Companhia Petropolitana e seus Trabalhadores são associados do Sindicato de Fiação e Tecelagem de Petrópolis, nosso filiado que se acha protegido pelas providên cias tomadas por esta benemérita Associação.
Sendo o que nos oferece no momento, subscrevemos atenciosamente,
O exemplo que aqui apresentamos demons tra, à evidência, como a Prevenção de Acidentes e a atuação eficiente de uma Comissão Interna para Prevenção de Acidentes (C. I. P. A.), cons tituindo um poderoso fator de melhoria das con dições de trabalho em uma organizaçõo indus trial, reduzindo os custos da produção pela elimipaçÕG dos desperdícios resultantes dos aci dentes do trabalho, pode influir eficazmente para promover o sentimento de solidariedade e de cooperação entre empregados e empregadores e uma melhor compreensão das suas mútuas obri gações e responsabilidades.
O descuidado, quando não eslá rôlo, eslá rasgado
i Importância das Mãos
Tmso CRUZJá pensou, acaso, no valor de suas mãos? Dispensd-Ihes o tratamento, a proteção e o ca rinho que merecem? Não, decerto. Todos nós fa zemos os trabalhos mais grosseiros sem preocu pação de protege-las. E elas vão ficando cheias de calosidades, deformadas, cobertas de cicatri zes, brutos, ásperas, sem tato.
E quando estão neste estado, arranjamos uma justificativa «TENHO MÃOS DE HOMEM». Com esta frase supomos ter encontrado a descul pa salvadora para o descaso com que tratamos instrumentos tão períeiíoá.\Parte essencial de nos so corpo, nada fazemos sefii^ auxílio dds mãos. Pintores, musicisías, cientistas, .. operários, escri tores, artistas, homens de todas" as atividades, que fariam sem as mãos? Reflitamos, pois, quan to são importantes as mãos e tratemo-las com ca rinho, dando-lhes proteção. Cantam as mãos os poetas, realizam milagres com as mãos os estàtuários e os musicistas com o poder das mãos tem o dom de nos encantar.
Porque operários e trabalhadores não lhes dispensam,o carinho devido? Mãos que são o seu gonha-pão, a garantia do seu sucesso em qual quer atividade. Desconhecem talvez os meios de protege-los? Creio que sim. Ainda hoje, grande número de operários e trabalhadores não sabem que há um meio de resguardar as mãos. Que esta
proteção, somente lucros e benefícios traz a quem o adota e também aos patrões..Acidentar as mãos. Deforma-las. Como é horrível! Entretanto o uso de um simples protetor evita perdas de dias de trabalho, evita incapacidades para ocupar um cargo mais elevado. E aos patrões, assegura pro dução. Reduz a taxa de seguro pela diminuição do número de acidentes.
Protejamos as mãos. Usemos luvas. Alegase que é incômodo usa-las, aborrecido, cansativo. Nada disto. A adaptação ao uso é muito mais fácil e mais rápida do que a adaptação aos óculos e ao calçado. Hoje nós não dispensamos o uso do calçado, assim como aqueles que têm deficiência óptica não dispensam o uso dos ócu los. Qüando usamos luvas pela. primeira vez, sentimos uma pequena dificuldade em movimen tar os mãos, mas se continuarmos, algumas ho ras após, esta dificuldade vai desaparecendo e no fim da jornada quasi não existe, para desa parecer completamente no segundo'dia de uso.
Toda proteção, porém é sempre olhada com maus olhos, mormente pelos velhos operários. En tretanto, preservar os mãos não é sÓL_um_ direito. E' também um dever, A pátria precisa do nosso" trabalho. E as' mãos são o instrumento adequado parq isto. Protegendo-as, estaremos colaborando para a grandeza do Brasil.
SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA .SESI
DEPARTAMENTO
REGIONAL DE SÃO PAULO
Organizado pela Confederação Nacional c^a Indústria, em colaboração com o Poder Público, já poz à disposição dos trabalhadores industriais do Estado de São Paulo os seguintes serviços:
AMBULATÓRIOS MÉDICOS — Funcionando diaria mente. há na Capital dois Ambulatórios, um em Jundiai e um em Santos.
POSTOS MÉDICOS — Três em funcionamento na Capital.
HOSPITAIS Um funcionando na Capital e um em Jundiai.
POSTO DE PUERICULTURA — Em Jundíaí.
AMBULATÓRIOS DENTÁRIOS — Três Ambulatórios funcionam na Capital, lun em Jundiai, um em Santos e um em São Carlos.
COSINHAS DISTRITAIS Fornecendo refeições a trabolhadores, funcionam quatro cosinhas na Capital e uma em Santos.
ASSISTÊNCIA AOS ESPORTES — Patrocínio de vá rias modalidades e esportes, jogos, etc.
RECREAÇÃO — Organiza Clubes do Trabalhador, Bandas, Teatro Operário, Parques Infantis, etc,
CINEMA — Sessões diurnas e noturnas em recin to fechado.
CURSOS POPULARES — São mantidos 199 Cursos de Alfabetização e Instrução Complementar para adultos na Capital e no Interior.
O Acidente do Trabalho é m Sentimento de Cnipa
NOBRE DE LACERDA FILHO
Da «Comission Internationale Permanente pour Ia Medicine du Trovai!»
■Viver, viver, sempre, indefinidamente! Sêde de existência, eis o grande problema, exclama mestre UNAMUNO, procurando -explicar todos os nossos atos desde os heróicos aos hediondos, á base dêste sentimento de sobrevivência, fonte de onde deílúe a conduta dos homens e dos povos. As custas do desejo de eternizar-se, que em Última análise é o instinto de conservação, pro cura o mestre de Scdamanca, esclarecer nossas ações, na certeza de serem os crtos humanos, bons ou maus, uma incessante procura de perpe tuação, em espécie, palavras ou feitos.
Ficar para todo o sempre na vida é desejo meu, teu, nosso, dos homens e dos povos.
Trobalha-se parq viver. Quando o trabalho traz o renome, a glória ou a fama, a perpetuação está assegurada. Se glórias nem feitos, advêm., do trabalho, ainda assim .eles nos fornece' os meios de perpetuação, através os fHhos, porta dora do nosso nome no mundo, mesmo^que do mundo tenhamos desaparecido.
Neste sentimento de sobrevivência, raiz de todas ,as nossas ações vamos encontrar a formal condenação ao acidente do' trabalho como ele mento inhumano porque procurando destruir, se sobrepõe ao instinto de conservação, a ância de sobrevivência que domina homens e povos, Fenômeno assim tão fóra das cogitações hu manas, oposto ao instinto de conservação e ja mais totalmente vencido, decerto não seria uma conseqüência da máquina, nem da técnica, nem do ambiente, porquê podemos tornar a má quina, inofensiva, a técnica perfeita e o cnnbiepte confortável, afastando sua razão de ser, se ele íôsse produto dêstes três elementos.
produto industrial caro e inútil, pois totalmente desaproveitado.
Embora pareça contradição, vamos encon trar no próprio homem a gênese do acidente do, trabalho, porquê as máquinas que os geram são meros espinhas irritáveis para a sua eclosõo, pois o acidente é uma doença da nossa conduta e da qual somente nós somos os responsáveis.
Lutamos pelq preservação da vidq e todavia nós mesmos causamos os acidentes do traba lho que nos destróem.
Como explicar tamanha contradição?
Ser ou não ser, pergunta o trágico inglês. Dúvida idêntica nos sobressalta ao verificarmos que o homem lutando pela conservação da vida muita vez a destróe.
Destróe a vida que tonto procura preservar, suicidondo-se.
Destróe, algumas vezes, acidentando-se. Arrasta-o a esta tradição um sentimento de cul pa. Auto punição que lhe abrolha do subconciente, regulando a contra gôsto seu, suas ações terrenas,
E então somos levados a classificar o aci dente do trabalho como um sentimento de cul pa, auto punição que o homem a si se aplica apezar da força incoercível da conservação da espécie.
Os erros da conduta humana, os fracassos na vida, os cmelos não satisfeitos, os desejos irrealizados, êles- sim, são a causa, os fatos, a gê nese dos acidentes do trabalho.
ESCOLAS DE CORTE E COSTURA — Na Capital funcionam 11 Cursos e no Interior, 13.
CLUBES DO TRABALHADOR — Há quatro Clubes do Trabalhodor em funcionamento, sendo um localizado, na Capital e os demais em Tauboté, Sorocaba e São Caetano do Sul.
BIBLIOTECA AMBULANTE '— Funciona na Capital, atendendo diretamente ao operário.
SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA — Dezoito escritórios na Capital e no Interior, para con sultas gratuitas e serviços aos operários.
SERVIÇO DE HIGIENE E TRIAL — E' instalado Capital.
Em que pese porém o instinto de sobrevivên cia, o acidente do trabalho caminha inexoravel mente ao lado do homem, assenhorando-se dele, hoje mais que ontem, aumentando sempre, sem pre aumentando com as dificuldades antepostas á vida, nos países altamente industrializados. E porquê? Se a ele nos opomos com toda a força do nosso engenho, creando técnicas perfeitas e máquinas munidas de todos os protetores, porque onde há trabalho êle aparece como um sub
SEGURANÇA INDUSe presta serviços na
POSTOS D'E ABASTECIMENTO — São mantidos quarenta e nove postos na Capital e sessenta e cinco no Interior.
CENTROS DE APRENDIZADO DOMÉSTICO — Fun cionam cinco Centros na Capital, um em Taubaté, um em Sorocaba, um em Franca e um em São Caetano do Sul.
O homem castiga porquê fracassado, ven cido, irrealizado certifica-se a contra gôsto seu, malgrado seu esforço e ância, que não se per petuará em feitos, em atos, em espécie, desapa recendo com a morte para todo e sempre vida.
E como o trabalho é o instrumento da sua perpetuação é no-trabalho que êle se castiga através do acidente.
E o acidente do trabalho sómente sobrevem quando acreditando-se vencido o homem sé desilude de sobreviver, marcando um encontro com a morte.
FABRICA "CONTRA'' LTDA.
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EQ.ÜIPAMENTOS CONTRA FOGO
1? Extintor no Brasil a receber o Selo de Coniormidade da A. B. N. T.
i Proteção Oontra Incêndios
Evitar incêndios é também Prevenir Acidentes. Alids, o incêndio é o tipo mais completo do risco de acidentes: envolve a propriedade, envolve a vida e a segurança dos sêres humanos. A paralização da atividade comer ciai ou industrial é completa após o,incêndio e a dota da retomada dos negócios, incerta, em virtude de todas as demarches que devem fazer as autoridades policiais e as Cias. de Seguros para apurar a causa do sinistro. O período de avaliação dos prejuízos representa outra parte importante do tempo em que o edifício sinistrado deixa de funcionar. Após liquidar o coso com as Cias. de Següros, aparece ao industrial o outro problema: a re construção do edifício e a -nova instalação que vai substituir a que foi' devorada pelas chamas. Mesmo que haja suficientes recursos, um longo rosário de meses se escoa antes que se possa entrar novamente em linha de produção. E nêsse longo intervalo os lucros cessan tes se acumularam de forma,assustadora, formando um montante capaz de abalar a solidez das empresas. Se os prejuízos se estenderam a umb- parte substancial das
venção de Acidentes a divulgação dessa técnica contra o fogo. -E isso porque o risco de logo, é automatica mente um risco de acidentes.
O primeiro que se expõe ao acidente é, natural mente, o nosso, heróico Bombeiro que, quase sempre desaparelhado dos melhores meios que são empregados nos poises móis adiantados, enfrentam altas temperatu ras, riscos de quedas e de desabamentos, risco de as fixia e de envenenamentos pelo traiçoeiro monóxido de carbono produzido em larga escala, durante o combus tão violenta que é o incêndio.
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Tóda a visinhonça se acha imediatamente ameaçada pelos mesmos riscos. No Rio de Janeiro, recentemente ura incêndio destruiu um quarteirão inteiro.
Se nas proximidades há materiais explosivos, o ris co se estende à população inteira. No Rio ficou na me mória de todos a formidável explosão que abalou a Ci dade Maravilhosa e a sua visinha, Niterói, antecedida por um incêndio, de um barco tanque, em plena Baía de Guanabara. A explosão foi de tal ordem que os ha-
indústrias, temos que levar em conta a clientela que fugiu para os concorrentes e da qual uma parfte estará perdida para sempre.
Muito mais do que para o simples risco do acidente pessoal, a filosofia de que «o seguro paga o prejuízo» está errada. Cuidar da proteção contra incêndio é pois um imperativo para a sobrevivência da empresa.
O risco de incêndio não devo sòmente ser «cober to» por uma apólice de seguro — em verdade esse sis tema não «cobre» o risco, porque não paga os lucros cessantes. Paga apenas o que o fogo destruiu e deritro de uma sistemática complicada, em que muitas vêzes, nem tudo o que pegou fogo e se inutilizou enfra na lista das indenizações.
E' pois dever de todos os que se interessam pela prosperidade das empresas, eliminar o mais possível os riscos de íogo.
Pretendemos nêste BOLETIM abrir uma secção espe cial e permanente destinada a divulgar as regras es senciais para a Segurança contra o Incêndio.
Cabe perfeitamente dentro do nosso programa e dentro da orientação da Associação Brasileira para Pre-
bitontes das duas cidacies entraram em pânico: parecia o fim do mundo.
Recentemente, nos Estados Unidos, no navio que conduzia um carregamento de nitrato de amôneo que estava sendo desembarcado, iniciou-se um incêndio. Fi cou verificado que a demora em ser chamado o Corpo de Bombeiros, motivou uma das maiores catástrofes que registra a história, ficando uma cidade quase totalmente destruída.
Aqui em'S, Paulo, num incêndio ocorrido na Ave nida S. João, morreram carbonizadas duas pessoas, e algumas centenas ficaram sem abrigo, de uma hora para outra, tendo perdido seus haveres. Isso se deu num prédio de apartamentos, construído em concreto armado, construção considerada incombustlvel. Originouse o fogo num prédio em construção, ao lado: a reentrância do prédio de apartamentos, que se vê na figura, funcionou como chaminé, e distribuiu as chamas por todas as janelas. Nos próximos números iniciaremos uma série de recomendações para a segurança contra o fogo que desírói tantas vidas e propriedades.
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ASSOCIAÇÃOBRASILEIRAPARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÉDE: RIO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 91
EDIFíaO MAYAPAN
IP ANDAR — SALAS 1118/9
TEL. 42^928 - 24' AND.
END. TELEG.: PREACI
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFÍCIO DO BANCO DO ESTADO
RUA JOÃO BRÍCOLA, 24
TEL. 3-2257 - END. TELEG.: PREACI
DIRETOBIA
Dr. EUVALDO LODI - Presidente
T. M. FERNANDES • P Vice-President'
ALCIDES LINS 2" Vice-Presidente
DULCIDIO A. PEREIRA - P Secretário
ADEMIR DE CANINDÉ JOBIM - 2' Se cretário
^^'^^UMAS • P Tesoureiro ^
ISSA ABRAO - 2' Tesoureiro
Dr. DÉCIO PARREIRAS - Diretor
ARY F, TORRES Diretor
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Dr. GUILHERME DA SILVEIRA FILHO
Dr. ARMANDO ARRUDA PEREIRA
Dr. FERNANDO TUDE DE SOUZA
Professor DÉCIO PARREIRAS
Dr. JOÃO CARLOS VITAL
Dr. ROBERTO MANGE
Cel. CARLOS PROENÇA GOMES SOB.
Dr. ISMAEL COELHO DE SOUZA
Dr. ALBERTO PIRES AMARANTE
Dr. RENATO WOOD
Dr. PAULO CÉSAR MARTINS
CONSELHO nsCAL
Mombros Eletivos
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Dr. MARIANO J. M. FERRAZ
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Membros Suplentes
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. HELVECIO XAVIER Í.OPES
Dr. LUIZ DUMONT VILARES
SECRETARIO EXECUTIVO
Dr. JOSE' S. A. PINHEIRO
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A^O VIII OUTUBRO-NOVEMBRO DE 1950 Ns. 6-7
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i divnlgação dos acidentes
A divul^açõQ^ dos acidentes constitue um verdadeiro brado de aler to para aqueles que imaginam estar trabalhando em ambiente de grande segurança, crentes de que na oficina ou fábrica em que passam o dia, no labor Industriai, serio Impossível ocorrer um ocidente de maior gra vidade.
Essa idéia de falsa segurança nota-se na quase totafídade- dos operárlos e dos dirigentes. A não ser em lugares de grande perigo, como por exemplo em fábrica em que se maneja com explosivos (enchimento de cartuchos) em depósito de infiamáveis, em lugares em que se fabricam ou se manejam produtos químicos venenosos ou corrosivos, o ambiente de trabalho reflete em geral uma grande segurança. Possam-se meses ou mesmo anos durante os quais não se ouve foior em ocidentes de cer ta gravidade. Um dia porém, o destino arruma as coisas de forma a que se produza um ocidertte grave, quando não mortoi. Então, o exame das circunstâncias que precederam o acidente, vai demonstrar que o infor túnio já estava armado havia muito tempo, tal como um goto à espreito do roto. Vai-se vêr então que to! máquina se tivesse um protetor, não teria esmagado a mão do operário; que tal motor se estivesse ligado à terra, não teria fulminado um homem que tocou na sua corcasso; que o uso de óculos protetores, teria evitado que um joven perdesse a vista, etc., etc. Isso, porém, visto depois do ocidente, nada adiantará para aque le qud" perdeu a mão, o ôlho ou a vido. Servirá, porém, para aumentor a segurança do local do trabalho, coso o direção do fábrica leve a sério a proteção -dos seus homens.
Por isso mesmo é que o divulgação dos acidentes é de grande uti lidade para a sociedade, pois foz com que se evidenciem circunstâncias que conduzem ao ocidente. O velho rifõo "quem vê as barbas do visinho arderem ponha os suas de môlho" oplica-se plenamente oo coso.
A simples leitura da ocorrência de um acidente, obriga a mestres, operários e patrões, o fazer uma revisão das condições de sua própria fá brica, no receio que o mesmo fato se reproduzo na sua indústria. Já sou bemos de mestre de obro que, no dia seguinte à notícia de um servente de pedreiro que despencou de um 5.° andar de uma construção, fêz uma revisão de todos os andaimes, e achou nado menos que 18 lugares no sua obro, em que tal acidente poderia perfeitamente ter se dado. E' um exemplo de zelo pelo bom andamento dos trabalhos sob suo dire ção, e também pelo bem estar e segurança dos seus operários. Acre ditamos, que os chefes de indúsfria, os mestres, agiriam de Igual formo se tivessem notícias de acidentes que poderiam se reproduzir em sua fábrica.
«OaiU/l pat POÍSTRO PE tEIIIEiVTliS
Por solicitarão da ASSOCIAÇÃO RRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDEN- TES,u. Associação Brasileira de Normas Técnicas iniciou 'estudos puT(i a prgfliRízãção de uma Norma para Cadastro de Acidentes do Trabalho, baseada na le gislação brasileira sobre o assunto c. o mais possível próxima da prática in ternacional. Não é necessário, cremos, encarecer o valor desse código por meio do qual as estatísticas dos acidentes do trabalho passam a ser comparáveis en tre si, quer no meio industrial brasileiro, quer quando se consideram as esta tísticas de outros países industrializados.
DeMrt' os colaboradores da A.B.N.T. (juv tomaram parte na confecção « aprovação da Norma, devemos destacar o Ministério do Trabalhe. Indústria e Comércio, OS representantes das Companhias Seguradoras, através dos seus orgãos de classe e a F>ederação das Indústrias do Estado de S. Paulo. A Asociação Brasilei ra para a Prevenção de Acidentes, por gentileza da A.B.N.T., ê a primeira a di vulgar em letra de forma a Norma que brevemente será também distribuído entre OS sócios das Normas Técnicas e posta à venda nas livrarias do país. Não se trata de trabalho apressado nem de simples compilação de normas estrangeiras, mas de um cuidadoso estudo que demorou cerca de 4 anos para atingir o está gio de aprovação exigido nas Normas da Associação Brasileira de Normas Téc nicas. Damos a seguir o texto da Norma tal como foi aprovado:
OBJETIVO
1. — Esta Norma tem por objetivo o estabelecimento de definições, conven ções e regras que possibilitem a organi zação de estatísticas comparáveis de aci dentes do trabalho.
i>efinição e classificação dos ACIDENTES DO TRABALHO «D
2. — Acidentes do Trabalho — Acidendo trabalho é todo aquele que se vefifique pelo exercício do trabalho, pro"vocando, direta ou indiretamente, lesão Corporal, perturbação funcional ou doenÇe» que determine a morte, a perda total ou parcial, permanente ou temporária, de capacidade para o trabalho.
(a) — Incluem-se entro os ocidentes de trabalho todos os sofridos pelo omprefiado no local e durante o trabalho, em conseqüência de:
I — atos de sabotagem ou terrorismo levados a efeito por terceiros, in clusive companheiros de trabalho;
II — ofensas físicas intencionais, causa das por companheiros de trabalho do empregado, ou não, em virtude de disputas relacionadas com o trabalho;
Ul — qualquer ato de imprudência, de negligência ou brincadeiras de terceiros, inclusive companheiros de trabalho;
IV — atos de terceiros privados do uso da razão;
()) — As definições que se seguem obedecem flgorosomente â atual legislação brasileiro sôbr-s e ouunto.
V desabamento, inundações ou in cêndios, respeitado o disposto em (b).
São também considerados como produ zidos pelo exercício do trabalho ou em conseqüência dêle, os acidentes sofridos pelo empregado no período de tempo des tinado às refeições, ao descanso ou na sa tisfação de outras necessidades fisiológi cas, no local ou durante o trabalho.
(b) — Não é acidente de trabalho:
I :— o que resultar de dolo do próprio acidentado, compreendida neste a desobediência a ordens expressas do empregador;
II — o que pjDviçr da força maior, sal vo o caso da ação de fenômenos naturais em que os acidentes ocor ram OU sejam agravados em con seqüência de instalações inadequa das, ou pela natureza dos servi ços;
ni — o que ocorrer na ida do emprega do para o local da sua ocupação ou na volta dali, salvo se houver condução especial fornecida pelo empregador ou se a locomoção do empregado se fizer necessáriamente por via e meios que ofere çam reais perigos, a que não es teja sujeito o público em geral;
IV — as doenças endêmicas adquiridas por empregados habitantes das re giões em que elas se desenvolvam, exceto quando ficar comprovado que a doença resultou de uma ex posição ou contato que a natureza do trabalho houver determinado.
(c) — Classificam-se os acidentes do trabalho quanto às suas conseqüências em:
Acidentes sem perda de tempo. Acidentes com perda de tempo.
Os acidentes com perda de tempo elas- ; sificam-se, conforme o caso em;
— incapacidade temporária;
— incapacidade parcial e permanente;
— incapacidade total e permanentp;
— morte.
3. — Acidentes sem perda de tempo •» Acidente sem perda de tempo desde que não haja lesão permanente, é aquele em que o acidentado recebendo tratamento de pronto socorro, não fica impossibilita do, na opinião do médico, de reassumir no mesmo dia a sua ocupação habitual dentro do horário normal de trabalho, ou nò dia imediato ao do acidente, no horá rio regulamentar.
Os acidentes sem perda de tempo po dem ainda ser designados por "casos de simples assistência médica".
4 — Incapacidade temporária — À in capacidade temporária consiste na perda total da capacidade para o trabalho por um período limitado de tempo, nunca su perior a um ano, impossibilitando o aci dentado, na opinião do médico, de voltar à sua ocupação habitual no dia imediato após o dia em que ocorreu o acidente den tro do horário regulamentar.
Permanecendo o acidentado, afastado da sua ocupação habitual por mais de um ano, a incapacidade temporária será au tomaticamente considerada permanente, parcial ou total.
Incapacidade permanente — jfacapacidade permanente é a redução em caráter permanente, parcial ou total, da capacidade de trabalho.
Assim, por exemplo, dão lugar:
(a) — a uma incapacidade parcial e permanente.
s— perda de qualquer membro ou par te do mesmo;
— a perturbação permanente de fun ção de qualquer membro ou parte do mesmo.
(b) — a uma incapacidade total e per manente
— a perda anatômica ou a impotência funcional, em suas partes essenciais, de mais de um membro, conceituando-se como partes essenciais a mão e o pé;
— a perda da visão de um ôlho e a redução simultânea de mais da me tade da visão do outro;
— as lesões orgânicas ou perturbações funcionais graves e permanentes do qualquer órgão vital, ou quaisquer estados patológicos reputados incu ráveis, que determinem idêntica in capacidade para o trabalho.
6. — Quando da incapacidade perma nente total resultar lesão que dê lugar ao pagamento de indenização adicional, na forma da legislação, a incapacidade per manente será chamada de "extraordi nária".
7. — As incapacidades definidas e clas sificadas nesta Secção, referem-se à capa cidade profissional para o trabalho em que estava classificado.
EXPOSIÇÃO AO RISCO DE ACIDEN
TES DO TRABALHO
8. —^ Número-médío de empregados
Número médio de empregados num inter valo de tempo é a relação entre a soma das durações do trabalho dos diversos empregados nêste intervalo o a duração normal do trabalho no intervalo.
Assim;
Número médio de empregados dias, por ano, é a relação entre a soma dos dias de trabalho num ano e duração normal do trabalho num ano, que é de 300 dias.
Número médio de empregados dias por mês é a relação entre a soma dos dias de trabalho num mês e a duração nor mal do trabalho num dia, que é de 8 horas.
Êsse número médio referir-se-á à tota lidade dos empregados de uma emprêsa, devendo-se, em caso contrário, mencionar a secção da emprêsa.
9. — Homem-horas trabalhadas — Ho mens horas trabalhadas é o total das ho-
ras efetivamente trabalhadas pelos empre gados de luna empresa. Êsse número referir-se-á à totalidade dos empregados de uma emprêsa, devendo-se, em caso contrário, mencionar a secção da emprêsa.
CONTAGEM DO TEMPO PERDIDO
10. — Perda de tempo — A perda de tempo é a perda, avaliada em dias, resul tante da interrupção do trabalho pelo afastamento do acidentado, em conse qüência do acidente.
E' expressa em número de dias perdi dos e de dias debitados conforme as de finições que se seguem.
11. —Não se considera o tempo per dido nos acideiltes classificados nesta Nor^>ma como "acidentes sem perda de tempo".
Desejando-se organizar um cadastro de "acidentes sem perda de tempo", deve-sc indicar o método usado para determinação da perda de tempo resultante dos mesmos.
12. — Perda de tempo para o caso de incapacidade temporária -r- A perda de tempo para o caso de incapacidade tem porária é o total de dias de afastamento do trabalho do acidentado, exceto aque la em que se verificou o acidente é o dia em que o empregado voltou ou deveria voltar à sua ocupação habitual.
Pennanecendo por mais de um ano, a incapacidade temporária será automatica mente considerada permanente, total ou parcial, e como tal computada a perda de tempo respectiva.
13. — Tabela de dias debitados — A tabela de dias debitados é uma tabela utilizada com o fim exclusivo de permi tir a co.Tiparação da redução da capaci dade resultante dos acidentes entre De partamentos de uma mesma Emprêsa, en tre diversas Empresas c entre Empresas de países que adotem a mesma tabela. A perda de tempo constante da tabela re presenta uma perda econômica tendo por base a vida média ativa do trabalhador,, estimada em 20 anos ou 6.000 dias.
A tabela, que constituí o Anexo I des- • ta Norma, é usada internacionalmente e foi organizada pela "fníernational Association of Industrial Accidenl Board and Commissions".
14 — Perda de tempo para o caso de incapacidade permanente — A perda para o caso de incapacidade permanente é a soma dos dias perdidos, calculados de acordo com o item 12 e dos dias debita dos de acôrdo com a tabela co.nstante do Anexo I.
15. — Perda de tempo para o caso de morte — A perda de tempo para o caso de morte é o número de dias perdidos cal culados de acôrdo com o item 12, acres-
16. — Dias perdidos por acidente — Di vidindo-se o número total dos dias perdi dos pelo número total dos acidentes, re gistrados num intervalo de tempo, obtemse o número de dias perdidos por aciden te nêste intervalo.
Êsse número poderá também ser calcu lado para os acidentes de um determinado tipo, de acôrdo com a classificação ge ral, devendo então haver referência ex pressa ao tipo considerado.
COEFICIENTES DE FREQÜÊNCIA E GRAVIDADE DOS ACIDENTES
17. — Coeficiente de freqüência de aci dentes — O coeficiente de freqüência de acidentes é o produto por 1.000.000 da re lação entre o número de acidentes com perda de tempo e o número de homenshoras trabalhadas.
Êste coeficiente representa, então o nú mero de acidentes com perda de tempo, por um milhão de homens-horas traba lhadas.
18. — Coeficiente de gravidade de aci dentes — O coeficiente de gravidade é o produto por 1.000 da relação entre a per da de tempo dos acidentes e o número de homens-horas trabalhadas.
Êste coeficiente representa a -perda do tempo resultante do acidente (dias perdi dos e dias debitados) por 1.000 homenshoras trabalhadas.
19. (a) — Coeficientes especiais — A fim de se ter uma base mínima geral de comparação, os coeficientes de freqüência e de gravidade de acidentes devem ser cal culados tomando-se em consideração as classes de acidentes definidos em 4 e 5, isto é, 03 acidentes com perda de tempo.
(b) — O estabelecimento de coeficien tes especiais, tomando em consideração a classe de acidentes definidos no item 3 é recomendado às organizações que mante nham registros em condições de fornecer informações seguras sòbre os acidentes sem perda de tempo. Nêsse caso deve ser especificado no cadastro, de acidentes, o método usado para o cálculo dos coeficentes e para contagem de tempo.
20, (a) — Coeficientes básicos — Os coeficientes de freqüência e gravidade bá sicos são aqueles,que correspondem a um intervalo de tempo suficiente que permita apreciar a variação de seus valores com o tempo.
(b) — A menos que se adote um crité rio estatístico, o intervalo considerado será de 10 anos.
CUSTO DE ACIDENTES
21. (a) — Custo direto do acidente do trabalho — O custo direto do acidente é o total das despesas decorrentes das obriga ções para com os empregados expostos
aos riscos inerentes ao exercício do tra balho.
O custo direto do acidente do trabalho inclui as despesas com assistência médi ca e hospitalar aos acidentados e indeni zações. Havendo .seguro de acidentes do trabalho, caberá à entidade seguradora proceder ao cálculo acima.
22. — Custo indireto do acidente do trabalho — A estimativa do custo indireto do acidente do trabalho é o total das des pesas, não facilmente computáveis, resul tantes da interrupção do trabalho, do afastamento do empregado da sua ocupa ção habitual, danos causados a equipa mentos e materiais, perturbação do tra balho normal e outros prejuízos. Essa es timativa, dependente das condições espe ciais de cada organização, não é objeto de normas precisas para o seu cálculo.
CADASTRO DE ACIDENTES
23 — Comunicação do acidente — Co municação do acidente do trabalho é o aviso formal que se dá aos seguradores € autoridades.
'
24. —Registro de acidente — Registro de acidentes é a escrituração metódica da ocorrência do acidente, permitindo for necer dados para estudá-lo e analisar suas causas, circunstâncias e conseqüências.
.25. — Análise de acidente — Análise de acidente é o estudo de cada acidente do trabalho, visando investigar suas cau sas. Vide Anexo II.
26. — Folha de análise de acidentes
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A folha de análise de acidentes é um registro dos acidentes ocorridos em to dos os Departamentos de uma unidade in dustrial, o qual será organizado de modo a permitir una análise imediata de cada acidente do trabalho.
27. — Cadastro de Acidentes — Cadas tro de acidentes é o conjunto de informa ções e de dados sòbre a ocorrência de acidentes em uma unidade industrial. Será organizado de modo a permitir ana lisar as causas pessoais e mecânicas assim como as circunstâncias de cada acidente, seu custo e influência sôbre o trabalho.
DADOS CUJA COLETA SE RECOMENDA EM UMA ANALISE DE ACIDENTES
Nome, sexo e idade do acidentado
Data, hora e dia da semana do acidente
Data e hora da volta ao trabalho
Departamento da unidade industrial , , 1 Deoartamento ou
Numero de empregados j industrial
Número de homens-horas trabalhadas
Ocupação habitual do acidentado diumo ou noturno número de horas de serviço por dia hora de entrada hora de saída
Regime de trabalho do acidentado
Natureza do acidente (com ou sem perda de tempo)
Natureza da incapacidade (temporária, permanente)
Natureza e sede da lesão
Número de dias perdidos
Número de dias debitados
Parte do agente cauasdor do acidente (nome da máquina, utensílio ou material)
Condição física ou mecânica de insegurança que provocou o acidente
Fator pessoal do acidente
A máquina dispunha de proteção?
Descrição analítica de como ocorreu o acidente
Testemunha?
\ Imprensa Pode Ajudar na Prevenção de Acidentes
O papel do Imprensa é preponderante. Estamos ossístindo agora à luta travado pelos jornais do Rio e de S. Paulo contra os acidentes de trânsito, quase sempre espetaculares e graves. Jornais há que organi zam quadros diários demonstrondo o número de mor tos e feridos, de formo que se possa acompanhar dia a dia, a ceifa que a morte aliada à Imprudência, faz nos populações brasileiras.
O mesmo serio o desejar quanto aos acidentes In dustriais. infelizmente, ou por falta de espaço ou por
oinda não ter sido devidamente trompreendido o alcan ce de uma divulgação sistemática dos acidentes nos fábricas, em geral os jornais sòmente divulgam os acidentes mortais, mas seria de desejar que mesmo os acidentes de pouca gravidade tivessem a devida di vulgação poro manter alerta o espírito de segurança. Fazemos daqui um opêlo aos nossos colegas dos jor nais diários poro que essa utllíssimo divulgação seja feito.
Forque o tomo Devem Ser Evitades os Acidentes no Trabalho
SÉDE: BUA ALVABES PENTEADO, 164 a 180 ^ S. PAULO
CAPITAL E RESERVAS CR$ 120.000.000,00
AGENCIAS NO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO
1 Adamantina Flórida Paulista Penapolis Votuporonga
1 Alvares Machado Galia Plrajuí Rio de Janeiro
1 Andradina Garça Porapéia No EsL do Paraná
1 Araraquora Getulina Pres. Alves Apucorona
1 Assis ^ Guarantã Pres." Bernardes Arapongas
1 Bariri \ Ibarema Pres. Prudente Assai
1 Baurú íqú n!. Pres. Venceslau Combé
1 Bilac Lapa (São Paulo) Promissão Comelio" Procopio
1 Birigui Lins Roncharia Curitiba
1 Brás (São Paulo) Lucélia Regente Feijó Londrina
1 Broúna • Morilía , Ribeirão Preto Mandaguarí
.1 Caíelandia Martinopolis Santos Marialva
1 Campinas Mirandopolis , S. José do Rio Preto Paranaguá
1 Cândido Mofa " Osvaldo Cruz São .Manuel Rolandia
1 Cosmoroma Ourinhos Tupã Sertanopolis
1 DuorÜna Parapuã Valparaíso No EsL do Rio de Janeiro
1 Femondopolis Pederneiras Vera Cruz Campos
DR. L CUNHA JÚNIOR — Diretor Presidente
1 JOSE ALFREDO DE ALMEIDA — Diretor Superintendente
AMADOR AGUIAR — Diretor Gerente
TRES LEÕES
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Cia. de Comércio Indústria e Representações
Peças e Acessórios/ Recepção e Transmissão. Máquinas e Ferramentas Pertences para Refrigeração
Refrigeração Comercial e Industrial
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O Departamento_da Produção Industrial da Secretaria do Trabalho do Estado de São Paulo, por iniciativa do seu dinâmico diretor, Dr. Ma noel Garcia, promoveu um seminário sobre Segurança e Higiene In dustrial, em qua foram pronunciadas três conferências, seguidas de debates, na séde do SESD Coube ao eng. E. L. BerlincTc, represen tante em São Paulo da Associação BrasUeira para Prevenção de Aci dentes, pronunciar a terceira e ultima. Estando nessa data reunido o Primeiro Congresso de Organk:ação Científica, promovido, pelo IpORT, o Dr. Manoel Garcia fez realizar a conferência que se vai lêr, perante o plenário do Congresso como uma homenagem e uma colaboração prestada aos congressistas de todo o pais, que se reuni ram para debater assuntos relativos à Organização Cientifica.
O grande número de acidentes que se verificam •no campo industrial brasileiro demonstra que a clas se patronal e o classe operário ainda não estão su ficientemente esclarecidas quanto à necessidade de evitar acidentes. Cabe à primeira, mais culta, ser a vonguordeira nêsse benemérito movimento.
Uma pergunta deve ser feito logo de Início; por que deve, ser o Acidente evitado? Se há""uma legisla ção que obriga à indenização do operário acidentado acreditam muitos que o problema se resolve com o pa gamento dos taxas às Companhias de Seguros e que, uma vez curado o operário pelo ambulatório da Se guradora e recebidas as diários do Lei, tudo se resol veu a contento de todos.
Tenho ouvido muitos vezes expor tão esdrúxula teoria e sem querer sempre me lembro do passagem de Eça de Queiroz em crônica enviado de uma praia chique do França: uma velha dama repreendendo o simpático e [oven secretário, porque impedira que o seu câó de raça cravasse os dentes nas pernas de um transeunte. "On le payeroi", dizia a velho, indignada GO ver seu estimado bicho perder o prazer de tiror um naco de corne do perna de um ser humano. "PagavG-se". "Indenizava-se".
Pois essa parece ser o teoria de muito chefe de indústria que não cuido devidamente da Prevenção de Acidentes, indenizo-se, indenizo-se, parecem dizer êsses patrícios mal orientados, tal como o velha dama da praia de França.
Não pensem os meus amaveis ouvintes que estou pretendendo uma generalização ofensiva. há, feliz mente, industriais que não pensam sòmente no inde nização.
O engenheiro Marcelo Kiel, Ilustre Diretor do Cia. Nitro Química relatou, perante a II Convenção dos Presidentes das CIPAS, ocorrida em Junho dêste ono, como ao ser Iniciado o funcionamento desta Fábrica, foi iniciada simultâneamente a Prevenção de Aciden tes. Os primeiros desastres ocorridos impressionaram de to! maneira à bondosa natureza do engenheiro ci tado e mais o dos outros dirigentes, que o direção da Fábrica, exclusivamente por dever de humanidade, re solveu evitar que daí por diante tais espetáculos não mais se repetissem. ou se reduzissem ao mínimo hu manamente atingível.
Esso é o primeira razão que ocorre poro justifi car uma componho de Prevenção de Acidentes: o lado humanitário. Evitar o dor, o morte, o luto aos nossos semelhantes, é o que ocorre o uma mentalidade sadio e formada nos princípios do crístíonismo, tão cita dos hoje poro propagando política, mas muito pouco seguidos no prática. , Multas vêzes o falta de conhecimento direto do que está se passando no salõo dos máquinas impede que a gerência tome medidas para proteger os ope rários. Esto último hipótese não tão raro quanto pa rece: muitas vêzes, devido ao complexo da organização de uma indústria, o distância entre a zona de perigo de acidentes e o direção da empresa é tão grande que os dirigentes não sobem dos detalhes dos Aciden tes. E' o caso, por exemplo, citado pelo Juiz Priva tivo da Varo de Acidentes do Trabalho, aqui em São Paulo, de uma pequena, máquina carniceira que vivia decepondo falanges das operários de uma Fábrica. Cientificada a direção do foto, foi êste Imediatamente corrigido. Mas fixemos mais uma vez a atenção nos adeptos da teoria da indenização como solução má ximo para o questão do Acidente do Trabalho e que talvez considerem um luxo humanitário, que só servem para diminuir os dividendos no fim do ano, os despe sas com a Prevenção de Acidentes.
Tais pessoas não computam os prejuízos Indire tos do Acidente; apenas pensam que escrituram des pesas com os prêmios de seguros. Entretanto um exame mais aprofundado da questão mostrara que o prêmio çlo seguro é uma fração relativamente pequena dos prejuízos que o acidente acarreto.
A produção cai imediatamente após o ocidente, por haver uma interrupção no serviço, por ser desvioda o atenção de todos poro o acidentado que deve ser logo socorrido. Pode acontecer que a máquina te nha Igualmente ficado danificado. Resultado imediato: um homem fora da linha de produção. Coso seja um operário especializado, um serviço de valor dei xará de ser feito até que outro venho ocupar o posto de trabalho.
Se o acidente é grave, estende-se um choque ner voso por tôda a Fábrica e a produção de multas de zenas cai incontlnente. Se o acdente é mortal, o am biente de nervosismo perdura por dias, e no dia do entêrro, vai uma comissão de colegas acompanhar o
"Uma tradição em tudo para automóvel"
entérro por conta do fôlho de pagamento. Mas os pre-
iiirLo que expuzemos, nao param cí: desde o momento do acidente entro em funcionamento uma custosa máquina burocrat|ca, tanto mais oneroSQ quonto maior fôr o numero de casos. E' uma série de fichas e comunica ções o preencher para encaminhar o acidentado e ou tra nao menos dispendioso série de operações para SUbstifui-lo no serviço. Coso se trafe.de um bom operóno .especializado o vago custo o ser preenchida.
p acidente vem agravar o problema do "turnover , 10 grave no parque industrial paulista. E' comum o movimento de renovação mensal de operários, bei rando a raso de JO %; há casos moIs graves de 150% ao ano. Caso coincida essa situaçõo com um alto ín dice de freqüência de acidentes, vemos que o falto de segurança no trabalho concorre poro ogravoc um ma! que deve ser combatido e quéMraz grandes preiuízos para nossa indústria.
Razões puramente econômicas conduzem, pois, ò prática da Segurança no Trabalho. Como dedução das observações que fizemos sôbre o queda da produção , devido 00 acidente chegamos ao estobeíeclmento do^ seguinte principio básico, hofe indiscutível:
Se o Acidente provoca a quedo do Produção, segue-se que a Prevenção de Acidentes tem o mes mo vaíor da Produção.
Qualquer despesa feito com a Prevenção de Acidentes, é despesa feito em prol da Produção.
E' certamente por esta razão que o ''Notionol Safety Council" uma das molores autoridades no as sunto, coloca, no decálogo que publicou paro orien tar uma campanha de Prevenção de Acidentes, em primeiro lugar, como passo iniciai, que a direção da industrio deve tomar uma atitude pública e ciara, pe rante seus gerentes, encarregados e operários, anun ciando que considerará a Prevenção de Acidentes em pé de igualdade com o Produção Industriai.
Os que negariam o apôlo para prevenir aciden tes, por simples humanitarismo devem pois praticá-lo por considerações econômicos, facilmente inteligíveis. Dinheiro gosto com a Prevenção de Acidentes é capitai, empatado a juros olfo. Éste princípio fundamentai é que desejaríamos bem fixar na memória e na compre ensão de nossos amovefs ouvintes.
Olhemos ogora o aspecto da coletividade. Todos sabem do magnífico surto industrial que se processo no país. Todos têm Iguolment© em mente a deficiência do nosso ensino profissional. Os dirigentes do SENA! nõo escondem a defasogem em que se acham na prepa ração de mão de obro selecionada, em relação às ne cessidades do pQís. Se o pouco que temos, de valor ainda por cima discutível, malbaratormos expondo-os por ignorância ou Incúria aos perigos dos acidentes, então é porque não prezamos o valor da nossa pro dução indústria! e também, demonstraremos não saber tíaror dos nossos parcos recursos em máquinas, em mão de obro e em capitais, tudo o qu© poderíamos dêle ex trair. País pobre, com índices de produção "per capita", fronComente inferiores ao que se deverlo esperar de nossas possibilidades econômicas, sòmente levando a
termo uma vasta campanha de racionalização do nos so trabalho industrial e agrícola é que poderemos va lorizar o homem brasileiro. Nêsse momento ocha-so teunido 9 I Congresso que se reoliza no Brasil sôbre Or ganização Científico, e que tem por finalidade propa gar os princípios do melhor aproveitamento dos recur sos humanos e materiais. Pobres que somos, é preciso firmar a doutrina de que nao podemos esbanjar o pouco que temos. Já no setor do agricultura levonfa-se umo verdadeira reação contra o desperdício do solo deixondo o erosão carrear poro o oceano milhões de tonela das de solo aróvel, contra o devastação insensato das nossas motas. A agricultura pouco se adeanto e o pro dução de gêneros alimentícios não acompanho o ritmo de crescimento da população. Existe sob forma quasi permanente o exôdo do campo para o cidade, onde a indústria oferece melhores salários. O material hu mano que foge do campo deixa de produzir olimentos e aumenta as bôcos famintos da cidade. Entretanto, é o homem do campo o que está mais sujeito aos aciden tes. Deixo o seu recanto onde os únicos perigos que conhece são o pau que cai de mau geito, o queda do cavalo, o cobra e a topada, e vai se meter entre poiios, engrenogèns, correntes elétricas, gases letais e -explosivos, entre fôrços cujo perigo desconhece.
Essa população campesino que se Inscreve como indusfriáría. velo de sobremodo agravar o probierria do acidente de trabalho. Tão bisonhos os nossos caboclos que são capazes, como iá aconteceu, de fazerufh frdvesseíro de chumoços de aigodão-pólvoro
E'.a população rural brasileira que, depois de en frentar com o pouco de vigor físico que possue o impa ludismo, o verminose, e fôdas os doenças que os trópicos nos presentearam, vem expôr sua vida, suo carne, na produção industriai. Abandoná-la, assim como abando nar os citadínos mais espertos mas não fanto quanto pensam, em evitar acidentes, é além de deshumanidode desbaratar como já disse, o escasso elemento hu mano de que dispomos.
Expostos resumidamente os motivos que condu zem à Prevenção de Acidentes, motivos que tonto têm de humanitários quanto de econômicos, examinemos também tão resumidamente, quais as técnicas o empregar paro a prevenção de acidentes.
Vejamos em primeiro lugar a organização, isto é, a escolha, distribuição e Inter-llgação dos elemen tos humanos que devem intervir na campanha, afim de que se tenham resultados aproveitáveis.
Conforme dissemos antes é preciso um preparo psicológico da direção da emprêso para que a cam panha seja bem sucedida. Os dirigentes devem estar absolutamente convencidos de que a atenção e os gastos concedidos à Prevenção de Acidentes são ele mentos para Incentivar ou pelo menos para manter a produção. Devem estar dispostos a examinar com de vida bôa vontade as sugestões dos chefes executivo.? que estão em contacto mais íntimo com os operários 0 com a linha d© produção. Sem èsta bôa vontade dos dirigentes e sem que êles apoiem firmemente a com-
ponho, de maneira enérgica e contínua, correremos o risco de um frocosso e portanto urtia desmoralização da campanha de Segurança.
Mas desenvolver o sentido de segurança no tra balho não depende sòmente da direção; trata-se de uma componha educativa que deve abranger desde o Diretor-Presidente até o mais humilde faxineiro do Fábrica. E' preciso criar uma mentalidade generaliza da de alerta contra o acidente o que sòmente se con segue por meio de uma organização por simples que seja, para trator permanentemente do assunto. Nos pe quenos organizações é preciso atribuir a responsabi lidade do segurança a pessoas que já têm outros en cargos; nas grandes, de acôrd© com os recursos, é possível criar cargos especializados.
E' preciso conquistar principalmente os mestres, os feitores de turmas. Ésses homens são os que estõo em contacto com os operários a todos os momentos do dia de trabalho. Têm uma ascendência sôbre os seus comandados que ,é preciso saber aproveitar. Hies podem o qualquer momento .interromper um serviço que se opresento perigoso no suo execução, aconselhar, ins truir, punir, sem ser preciso que a direção superior intervenha. Apesar dq campanha de Prevenç^ôo de Aci dentes se apresentar como a integração de esfôrços de todos os responsáveis pelo execução, Inciusivé os operários, o mestre, o chefe de grupo é, por assim di zer, o "pivot" de tôda o Campanha. Sem que o mestre esteja convencido da eficácia e da necessidade das medidos aprovadas pelo direção do emprêso poro o bem da segurança no trabolho, os resultados correm o risco de se tornarem negativos. Qualquer ordem de serviço, qualquer cartaz, qualquer dispositivo de se gurança, se caírem'na ontipaíla do mestre perdem grande porte de sua eficácia. Um sorriso irônico, uma crítica cinda que veiado, são suficientes para destruí rem um longo trabalho de estudo e de preparação de uma determinado ordem de serviço. Por exemplo, se considerbrmos a necessidade do uso dos óculos de pro teção,em serviços tais como esmerílhor, tornear, frezor, e outros semelhantes, bosta qu eo mestre digo que já trabalho há 20 anos, nunca usou óculos de segurança e nunca se acidentou, paro que todos os avisos e con selhos não surtam efeito. Esse é um elemento que pre cisa ser conquistado para a campanha, pois pode s^ tornar até nocivo, conforme o caso.
A importância do mestre na Prevenção de Aciden tes ó d© tal ordem, que um grande estudioso dessas questões, Dr. Decio Parreiras, Chefe de Divisão de Hi giene Industrial do Ministério do Trabalho escreveu um livro em que um mestre, o mestre João, dá constante mente conselhos aos seu soperários. A figura do mes tre João tem sido focalizada nos cartazes do A.B.P.A.
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Não pensem os ouvintes que é fácil estabelecer êsse clima de segurança: há Fábricas e Oficinas em que existe um verdadeiro nervosismo em matéria d© rapi dez do produção. E' preciso chegar ao fim do mês com bastante entregas de serviços para que o fatura mento não calo © seja capaz de fazer face aos com promissos da firma. Estabelecida essa mentalidode os chefes e encarregados recebem com anllpatfa qualquer conselho que aparentemente entrave a produção. Mesmo nos estabelecimentos em qu© a produção flui uni
forme, conseguir baixar o número de acidentes é ta refa que demando muito tempo de esforço persistente. Tenho tomado porte em algumas dessas campanhas e já verifiquei que durante mêses o índice de freqüência resistiu aos ataques da Campanha de Prevenção. Subi tamente, quando menos se espera, como se fôsse a muralha de uma fortaleza, a curva de ocidentes des abo aproximando-se de zero.
E' que a Prevenção de Acidentes é antes de tudo o resultado da educação de operários, chefes,e pa trões: demando um certo tempo paro que os resulta dos se façam sentir.
Voltando porém à importância do mestre no Com ponha de Segurança, qual processo de captar o suo simpatia poro o movimento que deve empolgar todô* o pessoal empenhado na Produção?
Encontro-se nos determinações legais a respeito da Segurança no Trabalho um dispositivo que auxilio de sobremaneira o tarefa. E' na obrigatoriedade da crioçõo das Comissões Internas de Segurança, os CIPAS, em tôdas as Fábricos com moIs de 100 operários. Pela Lei, tais Comissões devem se reunir uma vez por mês, no mínimo, examinar os casos ocorridos nêsse período, su gerir medidas e ter em seu seio os representantes dos empregados. Os mestres devem ser membros natos des sas Comissões e um rodízio bem aplicado fará com que, um o um, venhp tomar parte nos decisões, trazer sugestões e-presenciar o interêsse que tem a emprêsa em prevenir acidentes.
A Lei, no coso, coincide exatamente com o bôa técnico; os reuniões que a princípio se fazem sob um certo constrangimento, pois estão presentes olém dos operários e. mestres, engenheiros, médicos e até a Di retoria da Companhia, em breve odquirem um tom de camaradagem. Tenho assistido e lido otos de multas reuniões das CIPAS e realmente os assuntos tratados, os sugestões opresentados e o relato do resultado de me didas tomadas constituem matéria realmente valiosa na 'Componho de Prevenção de Acidentes.
Temos o depôr, entretanto, e com grande pezar, que o número de CIPAS existente em São Paulo não corresponde ao que seria o desejar num porque indus trio! tão extenso. A A.B.P.A. e o SESI tem se esfor çado em propagar os vantagens das CIPAS, chamando inclusive o atenção para a sua obrígotoríedade e aos ' poucos oiguns resultados vêm se conseguindo, mas o seu número ainda está longe do mínimo legal obriga tório.
As CIPAS se reúnem periodicàmentei examinam casos, sugerem medidos, mas no intervalo das reuniões a Fábrica, por assim dizer, fica entregue a si mesma.
Quando o estobeíeclmento é gronde, deve ser criado o cargo de Inspetor d© Segurança, homem que exclusivamente ou quasi exclusivamente só faz pensar na segurança do trabalho, percorrendo as secções, ob-, servando constantemente os pontos fracos em que pode se insinuar o acicente. O Nationo! Safety Councíl dá tanta importância a essa função que recomendo que o Inspetor de Segurança deve ter a suficiente autori dade paro em qualquer ponto da Fábrica interrom per uma operação, que se lhe.afiguro perigosa e que possa provocar um acidente por faita da devida cau tela em executá-lo.
, Tenho observado casos em que um fndice elevado de acidentes, que resistira a todos os recursos usuais da campanha: cartazes, exibições de filmes, reuniões cia CÍPA, e derrubado com a atuação de um bom Inspetor de Segurança.
Naturalmente esse homem deve ter certas qualida des: precisa ser cuidadosamente escolhido pela emprêso. Deve antes de tudo ter en<usiasmo pela Prevenção de Acidentes. Deve ter uma grande força de vontade, pois irá contar de início com a má vontade e o dis plicência de quasi todos. Por isso mesmo deve possuir um senso bem desenvolvido para trator com os com panheiros è chefes, ser um diplomata, sem deixar de ser enérgico. Deve inspirar confiança e simpatia. Deve ^jndo ter noção do boa técnica para prevenir aci dentes. E' uma nova profissão que está nascendo e para a qual se torna necessário encaminhar jovens qye te nham êsses predicados. \
Estamos vendo delinear-se uma organização que é para muitos uma novidade, dentro da organização industrial: a organização para segurança do trabalho. Onde deve estar situada? Há ainda incerteza quanto a êste ponto. Tenho visto Fábricas em que o médico é a figura chave da Prevenção e não admiro que mui tas vêzes tomem a iniciativa da Campanha, pois deante de seus olhos, desfila, a. procissão dos acidentados; sente como homem o sofrimento alheio, sente como pro fissional a sobrecarga de trabalho que lhe odvem do falta de segurança. Entretanto é preciso não cair no exagero ou antes, no comodismo de entregarem ao médico o direção da Campanha de Prevenção de Aci dentes: a ligação permanente do engenheiro com cs problemas da indústria, sltuo-o melhor paro a direção do campanha. Os americanos chegaram a criar um novo tipo de engenheiro: o Safety-engineer.
Está se generalizando porém o sistema de colocar o Serviço de Prevenção no Departamento de Pessoal, ou no de Assistência Social. E' difícil preconizor um sistema único, dado o variabiíidode das condições. Pràticamente não há dois casos iguais. Estabelecido o pla no da campanha e empregado os métodos que o bôo técnica recomenda, como poderemos medir os resulta dos da campanha?
A resposta ocorre Imediatamente: por meio dos estatísticas. Dois índices, reconhecidos Internacionalmen te como representativos devem ser calculados: o índice de freqüência e o índice ^e gravidade. Numa exposi ção sumária dos principais pontos da Prevenção como essa que estamos fazendo, vamos focalizar apenas o primeiro dêles, isto é, o índice de freqüência, que é o número de acidentes reduzidos a um denominador comum de 1 .000.000 de homens-horas trabalhadas.
Ao calcularmos os índices de freqüência de aci dentes na indústria brasileira chegamos 0 uma conclu são' multo pouco "ufanístlco": os índices de frequênclcv nos estabelecimentos industriais brasileiros são de 5 a 10 vêzes superiores aos índices admitidos como médios nas indústrias americana e européia. Já chegamos mes mo o constatar em estabelecimentos industriais moderníssimos, dirigidos por gente cornpetentfssima, índices 25 vêzes superior ao observado em indústrias semelhan tes nos Estados Unidos.
País com fraca produção Industrial, êsses índices altí^ímos de freqüência de acidentes têm uma signifi cação profundamente eníristecedoro: são dias perdidos, são salários deixados de receber integralmente, é pro dução que deixou de ser feita. Urge combater ésse fTiai. Se, como diz uma publicação do Governo Ame ricano, racionalizar é procurar desenvolver por to dos os meios os recursos de uma Noção, Prevenir Aci dentes é, òbvíamente, também racionalizar.
Passemos ràpídamente em revista as técnicas da educação do operário paro efeito de desenvolver um verdadeiro sentido de Segurança no Trabalho.
Certamente o mais espetacular e o de efeitos mais imediatos é o cartaz, dirigido diretamente à mentalida de pouco desenvolvida do nosso operário, gravando um conselho, uma regra de segurança, por melo da imagem, oro de maneira sério, ora de formo humorísflca.
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Os conselhos e recomendações, mesmo quando não são acompanhados de ilustrações ou de bonecos, também surtem efeitos.
Mario Aldo de Azevedo contou-me que quando dirigia o indústria Japy, mandou ofixor uma série de recomendações de segurança, muito simples e intuiti va. Com ésse processo tão simples, observou uma re dução substanciai no número de ocidentes do sua fá brica.
Longos conselhos e dissertações talvez não seíam convenientes principalmente quanto aos operário?. Re latou-me o Inspetor de Segurança de uma grande in dústria metalúrgica de Osasco que um pequeno bole tim que imprime não pode ser lido por grande maioria dos operários, por serem onalfobetos.
Contudo está se generalizando a prático de pu blicar boletins e jornaizinhos dedicados à Seguranço no Trabalho. Temos em arquive um grande número depublicações dessa natureza, que demonstra o interêsse que iá está despertando a Prevenção de Acidentes nonosso melo.
As visitas periódicas da CIPA, Incorporada, aos diversos Departamentos e depois a publicação do re latório apontando os défeltos e as falhas de segurança encontrados, é também de uso de muitas Companhiase dá ótimos resultados.
Existe ainda o sistema da emulação por melo do prêmios em dinheiro ow por melo de uma solenidade, ou de uma festínho, em que a secçõo que mais sedestacou num período, recebe o galardão dos seus esforços.
Nessa ordem de idéias devemos anotar como for ma pitoresca, castigar a secção que maior número de acidentes apresentou, prática da Cia. Good-Yeor estobolecída no Brasil, a apresentação solene e o posse provisório de um abacaxi (de massa, se não serio d& fato, um prêmio de verdade, tal o preço alcançado hoje pelos abacaxis).
A Cia. de Cimento Mauá, uso o recurso psicológico da Bandeira de Segurança, drapejando e mostrando um letreiro: Trabalhemos com Seguronça.
. A edição de pequenos Manuais de Segurança^ largamente distribuídos aos mestres é um recurso de grande efeito que está sendo empregado por mulfas Companhias.
Em algumas Companhias forma-se o rotlno do entrevistar os operários semanalmente, devendo o mes tre preencher uma ficha que é mandada paro a dire ção da Campanha, dando o nome do operário e o assunto sobre o qual falou.
Sempre que possível seria conveniente a direção do Campanha aproveitar ocasião de dirigir aos ope rários, sob forma coletiva, palavras, palestras, ou de monstrações.
Temos que, nessa altura mostrar a grande neces sidade de ser o novato cuidadosamente Instruído sôbre os perigos que o cercam. Em gero! feito a admissão de um novo elemento é êíe encaminhado diretamente poro a linha de produção, sem que se lhe abro os olhos sôbre os possíveis acidentes qiie lhe podem advir. Nas organizações mais adiantados, a.preparação do no viço é feita sob forma sistemática. O Inspetor de Se gurança é o primeiro que falo com o que acaba de ser admitido, dá-lhe conselhos, mostra-lhes os perigos, o sòmente depois disso é que o vai levar poro o local dò trabalho. Essa prática deveria ser largamente desen volvida entre os indústrias, pois, o operário novo tem muito maior probabilidade de se acidentar que o ve terano.
A exibição de filmes sôbre a Prevenção de Aci dentes, como estão fazendo o SESI e a Associação Bra sileira para Prevenção de Acidentes produz ótimos resultados, pois o ensino pela Imagem é de fato muito eficiente e gravo mais que os conselhos escritos e fa lados.
Até agora temos ncs referido aos processos edu cativos que devem ser postos em prática. Vamos ago ra entrar no terreno em que a responsabilidade do empregador torna-se preponderante.'
A proteção dos máquinas é preciso ser levada a sério. Em gera! todos se Impressionam muito com a feita de proteção das máquinas. Os acidentes de má quinas são de foto muito mais graves que os demais.mas muito menos numerosos, o que fornece o grande contingente de acidentados são acidentes considerados bonals; quedas, cortes, pisadelas, mau gelto, hèrnioí, objetos que caem e que voam ,etc.
Numa grande Fábrica de Material Ferroviário cêrco de 83% dos acidentes se davam nos olhos (oftalmia elétrica, corpos extranhos), machucaduras nas mãos e no? pés. Entretanto, o potencial de acidentes em vir tude de poderosas máquinas que aí existem não se faziam sentir nas estatísticas.
A proteção dos olhos, das mãos e dos pés, nos ser viços considerados banais, é essencial; deve ser feita.
Quanto aos olhos é preciso lutar rbm o verdadeira resistência que tem o nosso operário em usar óculos protetores. Atualmente o equipamento de proteção in dividual é numeroso e complexo.
Ao terminar, senhores, devo lembrar que o Prevnçõo de Acidníes ultrapassa dos limites físicos de um estabelecimento Industriai paro sé otrnar um movi mento que deve empolgar tôdo a coletividade. Teremos que criar o sentido de segurança no lar, no rua, em qualquer ponto em que a vida humano se faça sentir.
Coda vez mais intervém contra os acidentes en tidades que possuem um âmbito de ação mais amplo que o de uma entidade isoladd.
Aliás isso é compreensível e desejável, dado o ver dadeira corrente circulatório que se observa entre os fábricas, num intercâmbio de pessoal. O alto "turnover" que assinalamos djz bem o con.stonte mudança de estabelecimentos que o operário brasileiro se acos tumou o fazer. Quanto maior número de operários fôr educados nos práticas do segurança, melhor será paro todos.
Entidades como o SESI, o IDORT, o D.P.l. e o As sociação Brasileira poro Prevenção de Acidentes, cujo âmbito é estadual ou nacional, procuram despertar em íôda a parte em que exista o problema do acidente uma mentalidade de segurança no trabalho. E' pre ciso reconhecer que essas Campanhas que abrangem o maior número possível de operários o patrões são a única e.viável solução para o problema. Pouco adian tará que uma fábrica pratique isolodamente o bom sistema de Segurança no Trabalho. Com o renovação dos operários será um eterno e inglório recomeçar. O opôio a Componhas de largo envergadura deve desper tar nos iridusrtiais o mesmo inferèsse que tiveram para a Prevenção de Acidentes dentro dos seus próprios es tabelecimentos. O problema da Prevenção quando en carado de um ponto d© visto coletivista àsseme!ha-so 00 problema do higiene. As medidos tomadas por um pequeno número de moradores contra o tifo, contra o febre amarela, de nada valerão se na maioria das cosas as mesmas medidas profiláticos não forem se guidos. E' do interêsse de todos que o higiene seja pra ticada por todos. Também no campo industrial, é ne cessário que todos os patrões se convençam do neces sidade do educação da mosso operária, tomada em conjunto. Quando a massa operária estiver suficiente mente educada, quando essa massa encontrar em qual quer estabelecimento industrial uma atmosfera de Se gurança no Trabalho e do quol participem os patrões e os mestres, então teremos dado um grande passo para valorização do homem brasileiro e também paro o au mento da Produção Industrial do País".
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Organizado pela Confederação Nacional da In dústria, em colaboração com o Poder Público, já poz à disposição dos trabalhadores do Estado de São Paulo os seguintes serviços:
AMBULATÓRIOS MÉDICOS — Funcionando diariamente, há na Capital dois Ambulató rios, um em Jundiai e um em Santos.
POSTOS MÉDICOS — Três em funcionamento na Capital.
HOSPITAIS — Um funcionando na Capital e um em JundiaL
POSTOS DE PUERICULTURA — Em Jundiai
AMBULATÓRIOS DENTÁRIOS — Três Am bulatórios funcionam na Capital, um em Jundiai, um em Santos e um em São Carlos.
COSINHAS DISTRITAIS — Fornecendo refei ções a trabalhadores, funcionam quatro cosinhas na Capital e uma em Santos.
ASSISTÊNCIA AOS ESPORTES — Patrocínio de várias modalidades e esportes, jogos, etc.
RECREAÇÃO — Organiza Clubes do Trabalha dor, Bandas, Teatro Operário, Parques In fantis, etc.
CINEMA — Sessões diurnas e noturnas em re cinto fechado.
CURSOS POPULARES — São mantídos 199 Cursos de Alfabetização e Instrução Com plementar para adultos na Capital e no Interior.
ESCOLAS DE CORTE E COSTURA — Na Capitai funcionam 11 Cursos e no Interior 13.
CLUBES DO TRABALHADOR — Há .quatro Clubes do Trabalhador em funcionamento, sendo um localizado na Capital e os demais em Taubaté, Sorocaba e São Caetano do Sul.
BIBLIOTECA AMBULANTE — Funciona na Capital, atendendo diretamente ao operá rio.
SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA Dezoito escritórios na Capital e no Interior, para consultas gratuitas e serviços aos ope rários.
SERVIÇO DE HIGIENE E SEGURANÇA IN DUSTRIAL — E' instalado e presta servi ços na Capital.
POSTO DE ABASTECIMENTO — São manti dos quarenta e nove postos na Capital e sessenta e cinco no Interior.
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RÁPIDO — EFiaENTE ~ ECONÔMICO — GARANTIDO
CARGAS - ENCOMENDAS
BAGAGENS - MUDANÇAS
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RUA BORGES DE FIGUEIREDO, 205
FONE, 9-2381 SAO PAULO 12 — Prevenção de Acidentes — Outubro-Novembro de 19M
554-340 TEL2-574I
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÉDE: RIO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 91
EDIFÍCIO MAYAPAN
IP ANDAR — SALAS 1118/9
TEL. 42.0928 • 24» AND.
END. TELEG.: PREACI
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFiaO DO BANCO DO ESTADO
RUA JOÃO BRICOLA, 24
TEL. 3-2257 - END. TELEG.: PREACI
DIRETORIA
Dr. EUVi^LDO LODI - Presidente
1- M. FERNANDES - P Vice-Presidení'
ALCIDES LINS - 2" Vice-Presidente
DULCIDIO A. PEREIRA - P Secretário
ADEMAR DE CANINDÉ JOBIM -'2" Se
cretario
K. AP-THOMAS ■ P Tesoureiro
ISSA ABRÃO - 2' Tesoureiro
Dr. DÉCIO PARREIRAS - Diretor
ARY F. TORRES - Diretor
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Dr. GUILHERME DA SILVEIRA FILHO
Dr. ARMANDO ARRUDA PEREIRA
Dr. FERNANDO TUDE DE SOUZA
Professor DÉCIO PARREIRAS
Dr. JOÃO CARLOS VITAL
Dr. ROBER'J'0 MANGE
Cei. CARLOS PROENÇA GOMES SOB.
Dr. ISMAEL COELHO DE SOUZA
Dr. ALBERTO PIRES AMARANTE
Dr. RENATO WOOD
Dr. PAULO CÉSAR MARTINS
CONSELHO FISCAL
Membros Efetivos
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Dr. MARIANO J. M. FERRAZ
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. HELVKCiO XAVIER LOPES
Dr. LUIZ DUMONT VILARES
SECRETARIO
Dr. JOSE' S. A.
Precisamos Comparar
Sim, precisamos comparar o que se passa no Brasil em matéria de acidentes com o que ocorre em outros paises de alta indüstriali' zação e em que o elemento humano é devidamente valorizado. Porque se não fizermos isso, corremos o risco de apenas saber quais são OS menos piores dentre os ruins.
Não nos cansamos de repetir que a Prevenção de Acidentes não tem merecido, por parte dos nossos industriais a atenção e o carinho que seria necessário lhes dispensar. Os índices de freqüência e de acidentes no nosso parque industrial são altíssimos se fizermos a com paração com o que ocorre na América do Norte, país que ultimamente nos tem servido de padrão para lôdas as coisas, inclusive para muita bobagem que o cinema se encarrega de divulgar.
Não nos apresentamos somente com índices maiores que os norteamericanos, mas com índices muitíssimos maiores; 5, 10, 15, 20 e até mesmo 25 vezes maiores que os índices americanos de freqüência de acidentes,
Há naturalmente exceções: alguns dos nossos associados, que têm posto em prática os sadios princípios de defender o seu operariado dos acidentes, têm conseguido atingir a valores em freqüência, meno res do que a média americana. Mas esses, como dissemos, são casos raros. O comum é a indústria se apresentar com coeficientes de ma joração que são francamente humilhantes para a nossa posição de "maiores industriais da América do Sul".
No princípio desta nota dissemos que era preciso comparar. Mas comparar com números de países que levam a sério a prevenção de Acidentes.
Comparar os resultados de uma campanha com os índices brasi leiros é dar uma falsa noção de adeanlamento que, infelizmente, ain da estamos longe de possuir, no setor da Segurança do Trabalho.
III.' COISEiÇiO
Desde 1941, data do fundação, a Associação Brasileira paro Pre venção de Acidentes, tem procurado difundir os processos e técnicas para bumentor o segurança no Trabalho." A partir porém, de Dezem bro de 1949, uma noyc fase se iniciou na vida da Associação, tendo por marco zero, a Convenção dos Presidentes das Cipós, realizado na'séde da General Motors, em S. Caetano, S. Paulo. A esto fase pode ríamos chamOr de "associativo". Os numerosos associados que até en tão tratavam de prevenção Individualmente passaram a ter contocto periódico e com a possibilidade" de trocarem idéias o respeito de um assunto de tanto importânclo para o atividade Industrial.
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Dezoito firmas apresentaram-se à primeira reunião, e tanto Interêsse despertou a inlciotiva que já estamos relatando os resultados da terceira, e à espera da IV Convenção que se reaiizaró em Julho próximo.
Desta vez coube à firmo Elevodores AtloS S. 'A. 'receber os conj venclonais em sua séde e facultar-lhe uma ampla e minuciosa visito a suas Instalações.
O desenvolvimento dos trabalhos obedece a um padrão, que ado tado no primeira vez a título experimental, mostrou ser o mais adaptado a êsse gênero de reuniões. Tôdos os formalidades são postas de lodo. A grande família dos que tratam do segurança dos operários brasileiros reunè-se à vontade, discute os temas do programa e os que acha mais oportunos, toma resoluções que uma Comissão especialmente eleita, pro cura fazer cumprir nos Intervalos entre òs Convenções.
A dota marcado para a 111 Convenção foi o dia 28 do Dezembro. Possuindo o firma Elevadores Atlas instalações em S. Paulo e em S. Caetano, o programa da manhã foi preenchido com a vlisto às Instala ções ém S. Paulo ò rua Alexandre Levi e à' Fundição de S. Caetano. Pu deram OS convencionais apreciar as magníficas Instalações do fábrica de elevadores, que honram de sobremaneira a indéstrlo nacional.
Sua atençõo, desde que se trotava de homens que dedicam sua atividade à Segurança, foi especialmente despertado para a Escola de montadores que a firma mantém, poro formar técnicos mecânicos e ele-
tricistas espectalísados em elevadores. Puderam os rej presentontes presentes, verificar nos mpdêlos reduzidos que servem para a Instrução dos olunos, os vórfos dis positivos de segurança empregados nos elevadores. Foram nessa ocasião lernbrados pelos visitantes, vários acidentes ocorridos com elevadores nesta capitai e para todos os riscos que se pode apontar num eleva dor, a firmo Inventou dispositivos que tornam pratica mente Impossível ocorrências desto notureza. De passa gem lembramos que a Associação Brasileira de Normas Técnicas tem praticamente pronto uma Norma de Se gurança para Instalação dos elevadores em prédios.
Os visitantes, guiados por dois gentilfssimos cicerones, um dos quais o sr. Queiroz, chefe do Departa mento do Pessoal e ainda tendo a companhia de Da. Maria Nogueira, assistente sociól, que mantêm a, liga ção permanente da firma com a Associação, puderam depois percorrer minucoisamente as oficinas e com preende/ fôdas as delicadas e complexas operações que são necessárias à construção e instalação dos ele vadores.
- Cumprindo o programa, embarcaram depois em "luxuoso ônibus posto à disposição pela gentileza da . General Mofors, rumando para S. Caetano, onde vi sitaram também demoradamente a Fundição. Para que nunca fosse Impedido de atingir sua finalidade, que é a indústria de construção de elevadores, a Cia. fundou outro grande estabelecimento industrial para o for necimento dos perfis e peças fundidas de que ne cessita. Com o tempo passou a Fundição a abastecer o mercado de aços finos, aços ligas e a fundir peças necessárias ao bom andamento do parque manufoíureiro de S. Paulo.
O almoço foi servido na Cafeteria» podendo ve rificar os convencionais o cuidado que merece da firma a Assistência Social. Ainda estavam evidentes os sinais dos festas feitas por ocasião do Natal, com dis tribuição de brinquedos para os filhos dos operários.
Terminado o almoço, embarcarom os convencio nais para S. Paulo, afim de realizar a Convenção, que foi Instalada solenemente no grande salão de refei ção dos operários.
(Continua na página 6)
Está se generalizando o hábito, altamente elogiqvel, das indústrias orgonizarem passeios e férlos cote-, tivas nas lindas praias do ,litoral paulista. Para p homem do pionoito, muitos dos quais nunca viram o mor, esses excursões consttiuem um encanto e uma novidade. Noturalmente o grande desejo, ossim que chegados ao loco! de "acampamento", é vestir o cal ção e coir nógua. As praios escolhidas em geral são mansas e muitos delas permitem, aos que nõo sabem nadar, se ofastarem bastante do terra firme, pois são praias rozcis. Outros, que uma vez ou outro, consegui ram dor algumas broçados num rio «^u numa iogôa, atiram-se afoitamente e vão fazer algum "tarol" de campeão de natação. Entretanto, por mais monsa que seja o praia há sempre o perigo dos correntezas, que existem mesmo nos recontos mais tranqüilos E' nosso desejo chamar o atenção paro o perigo dessas excursões à orla marítima e aconselhar algu mas medidos de pronto salvamento, que pouco custam. Antes de tudo advertir os excursionistas sòbre os pergios do mar. Indagar dos moradores .se tem havido ocidentes e repeti-los, paro que todos saibam quea vida humana já correu perigo ou foi sacrificada,na quele lucal.
Em cada turma de excursionista, ter sempre um homem que saiba fazer o respiração artificiai, par\ casos extremos. A A.B.P.A. tem um folheto especial sobre o manei;*o de ministrar respiração Oítificial. Ma.» não convém que seja na hora aflitivo do acidente que o encarregado vá praticar: éle já deve ter praticado entes, e como se trato de uma noção útil, é bom que aos excursionisots sejo ministrada uma aula prática.
/•Ter pronto um rôío de corda resistente de 20 me tros no mínimo, com uma bolo amarrado ho ponta. A boio pode ser uma câmara de ar. Em geral nos pri meiros minutos de um caso de arrosto pela corrente za ou pelos ondas, êsse auxílio é decisivo. Deve ser escolhido um homem forte que saiba nadar muito bem e seja colmo para ser o encarregodo do cordo. Ao sino! do perigo, entrará no mar com o bola, e uma turma ficará no outra ponto do corda poro puxa-lo e mais ao que estiver em dificuldades. O Ideal ^ é o nadador sair munido de uma segunda corda com uma • laçada de nó firme, nõo corredio, para passar por baixo dos braços do socorrido, pois pode acontecer que. o mesmo já esteja sem forças e não posso se utlllzgr do boia. Nêste caso o salvador corre um grave risco pois um homem que está se afogando é sempre perigoso.
Nunca será demais que se contrate um calçara, um pescador, que mantenha pronta uma canôa no praio, para os casos em que a oplicaçòo da cordo não posso ser feito, por exemplo, se a pessôo em pe rigo já estiver muito longe do praia.
Com essas precauções que custom pouco dinheiro, e exigem apenas um rudimento de orgonizoção de sal vamento, fico-se livre de uma excursão iniciada sob tonto alegria, vir a ter um desfecho trágico. iembrou-nos estos considerações, a visita que fi zemos ultimamente o uma colônia de férias do litoral, que tem-.permanentemente 300 pessôas e que por um descuido da organização, não tem um serviço de sal-" vãmente.
SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - SESi
DEPARTAMENTO REGIONAL DE SAO PAULO
Organizado pela Confederação Nacional da Indústria, em colaboração com o Podei Público, pot à disposição dos trabalhadores do Estado de São Paulo os seguintes serviços: a
AMBULATÓRIOS MÉDICOS — Funcionando ^ diariamente, há na Capital dois Ambulató rios, um em Jundiaí e um em Santos»
POSTOS MÉDICOS — Três em funcionamento na Capitai - - , HOSPITAIS — Um funcionando na Capital e um em JundiaL _
POSTOS DE POTRICtJLTURA — Em Jundiai
AMBULATÓRIOS DENTÁRIOS •- Três Am bulatórios funcionam na Capital, um em Jundiaí, um em Santos e um em São Carlos.
COSINHAS DISTRITAIS — Fornecendo refei ções a trabalhadores, funcionam quatro cosinhas na Capital e uma em Santos.
ASSISTÊNCIA AOS ESPORTES — Patrocínio de várias modalidades e esportes, jogos, etc.
RECREAÇÃO — Organiza Clubes do Trabalha dor. Bandas, Teatro Operário, Parques In fantis. etc;
CINEMA — Sessões diurnas e noturnas em re cinto fechado.
CURSOS POPULARES — São mantidos 199 Cursos de Alfabetiiação e Instrução Com plementar para adultos na Capital e no In terior.
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ESCOLAS DE CORTE E COSTURA — Na Ca pital funcionam 11 Cursos e no Interior 13.
CLUBES DO TRABALHADOR _ Há quatro Clubes do Trabalhador em funcionamento, sendo um localizado na Capital e os demais em Taubaté,Sorocaba e São Caetano do SuL
BIBLIOTECA AMBULANTE — Funciona na Capital, atendendo diretamente ao operá rio.
SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA
Dezoito escritórios na Capital e no Interior, para consultas gratuitas e serviços aos ope rários.
HIGIENE E SEGURANÇA IN DUSTRIAL — E' instalado e presta servi ços na Capital.
POSTO DE ABASTECIMENTO — São manti dos quarenta e nove postos na Capital e sessenta e cinco no Interior.
CENTROS DE APRENDIZADO DOMÉSTICO — Funcionam cinco Centros na Capital, um em Taubaté. um em Sorocaba, um em Fxaflca e um em São Caetano do Sul.
Prevenção de Acidentes — Dezembro de 19S0 9
(Continuação da página 4)
Presidiu a convenção o eng. Savérío- Lobote, cHefe da Fundição em S. Caetano.
Tomaram assento na mesa os srs. Moídan e Quei roz, de Elevadores Atlas, Dr. Comenaie, médico das Indústrias Reunidas Matarazzo, Maurício Simâo, dire tor do Serviço de Pessoal da General Motors do Bra sil, eng, Fernando de Borros Ferraz, do S.E.SJ. e E. L. Beriinck, da A.B.P.A.
Não detoiharemos os trabalhos da Convenção, o que será objeto de uma publicação da firma Eleva dores Atlas, segundo o padrão adotado em outras Convenções. Apenas diremos que depois de feito o relatório da Comissão organizadora da Convenção e da Comissão que tem a seu cargo a publicação do Boletim, abriram-se os debates sôbre o tema principai, que era o da Proteção dos Mãos.
A questão da importação de material de prote ção foi amplamente ventilada chegando todos à con clusão de que deve ser feito um apôlo à Carteiro de Exportação e Importação do Banco do Brasil, no sen tido de facilitar a aquisição de material que ainda não é produzido no país e cuja falto acarreta constantes acidentes na Indústria brasileira, com todo o seu cor tejo de prejuízos.
Dentre os re^luções tomadas destacam-se os se guintes:
1.®) Que a Comissão encarregada pela I) Con venção de estudar o assunto de material de proteção Importado, continue seus estudos.
2.®) Que seja organizada uma Comissão com posta dos srs. Comenaie» Fernando Ferraz e Maurício Simão paro apresentar uma norma paro o funciona mento regular das CIPAS, dando um roteiro dos tra balhos.
3.®) Que o tema da próxima Convenção seja a Proteção do aparelho respiratório.
4.®) Que se oceitè o ofeercímento da Cia. MeIhoramentos de S. Paulo, para reaíizor, no sua séde, o IV Convenção.
5.®) Que sejam mudadas as datas dos Conven ções para os meses de Julho e Janeiro, co.mo mais próprios para êsse gênero de reuniões.
A Assembléia saudou com uma salva de palmos o brilhante desempenho que.a firma Elevadores Atlas deu à lii Convenção, recebendo com tanta gentileza os convencionais. -
O "Sofety EngineeP'. engenheiro especializado em segurança [6 se tornou uma figuro tão comum na grande república norte-americana que seu número animou o fundação do "AMERICAN SOClÉlY OF SAFETY ENGINEERS". Ocorre-nos chamar o atenção poro êsse fato, à vista da notícia lido em revista america na, por ter sido eleito presidente dessa Sociedade, para o período de 1950/1951 o Dr. Williom P. Yont, diretor de Pesquises do "Mine Sofety Appiionces Company", Pittsburgh.
Poderá perguntar o leitor em que se aplicará essa atividade do "engenheiro de Segurança". A rigor. En genharia é sinônimo de segurança: segurança de fun cionamento, de estabilidade e de resistência.
O homem, maravilhado com o domínio que obte ve sôbre o mundo do matéria, tem olhado mais para o lado do economia e de conforto que lhe propor cionam os descobertas e os cálculos, do que .pora si mesmo. Nos seus primeiros passos, a indústria pouco cuidava do sêr humano: o essencial era produzir. Aos poucos, porém, foi se opercebendo, apesar das máqui nas e dos princípios científicos que orientam a súo ati vidade, que êle. Homem, com H grande ou pequeno, era mais Importante que a máquina e que a ciência. Sem êle se reduzem o um monte de ferro, o um monte de livros sem significação. A grande conquista come çou a ser realizada, desde o momento em que foi re: conhecida essa verdade.
Não sòmente a instrução» a saúde e o confôrto devem ser cuidados. A segurança do sêr humano, deve vir em primeiro lugar, E' profundamente"' errôneo que o homem seja sacrificado pelo Civilização, que êlè mesmo criou poro seu uso.
Voltando ao "Engenheiro de Segurança" o que poderá êle fazer pelo trabalhador? Suo tarefo se Ini cia ao ser desenhada uma máquina, um edifício, uma Instalação. Os princípios de higiene e de iluminação, de ventilação são os primeiros o serem examinados pelo engenheiro de segurança por ocasião do projeto da fábrica. A questão do escoamento do pessoal por
ocasião de um incêndio ou de um pânico, deve tam bém ser considerada. Na disposição das' máquinas, não sòmente o trânsito do maferiol que vai sendo transformado, deve preocupar o projetista, de forma a obter o máximo de rendimento, sem zigue-zagues desnecessários. E' preciso também que êsse trânsito e mais o dos operários se faça com o máximo de segu rança, prevendo faixas de trânsito. A localização dos pavilhões onde se manuseiam produtos nocivos ou inflamovels é um dos pontos a ser considerado nos pro jetos. O tipo de material poro os pisos constantemen te molhados, que provocam quedos, deve ser cuida dosamente escolhido. n
Passando às máquinas, o engenheiro de segurgnça deve prever todos os meios possíveis para defen der a integridade físico dos operários, quer cobrindo as polics e correias, quer adotando ou inventando dis positivos que impeçam o esmogomento de dedos, de mãos ,e a perda de membros e do visto. Principal mente tratando-se de prensas e de móquinas de cor tar, é preciso que elas só se possam mover quondo as mãos do operador estejam fora da zona de peri go. Os motores elétricos e a corcassa de todas as má quinas devem ser cuidadosamente ligadas à terra. Des'em ser previstos "ligações à terra" para os má quinas elétricas portáteis.
Sistema de ventilação de máquinas onde apare cem gases, ou poeiras nocivas devem ser cuidadosa mente projetados. Há poeiras (de s(lica) e há gases» nas operações industriais .que conduzem à morte.
Na questão de equipamento de proteção indivi dual uma verdadeira técnica se desenvolveu. Não é qualquer vidro que evita o passagem dos raios nocivos que se espalham da solda elétrica nem que seja ca paz de oguentor o impacto de uma partícula que vôo de um esmeril ou de uma freza.
Por êsse pequeno esboço vê-se bem que um en genheiro pode ser um especialista em "segurança", apontando perigos que nem o industrial nem o arqui teto 0 o construtor poderiam descobrir por si mesmos.
FABRICA "CONTRA" LTDA.
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EQUIPAMENTOS CONTRA FOGO
1» Extintor no Brasil a receber o Selo de Conformidade da A. B. N. T.
SEGURANÇA NAS ESCADAS
O sz. Nemésio Nicolini, Inspetor de Segizxança da Cobrasma/ dando instruções a operários recém admitidos, sobre a Prevenção de Acidentes.
2- Jlpoié-las firmemente.
3- In.cíioé-las de cêrcâ de 75^sobre a horizontal.
4- Protegè-tas em locais de fránsilo.
5'Pregá-las, em andaimes
Ijma Campanha Deni Dirigida
Para aqueles que ainda põem em dúvida os bons resultados de uma Componho poro o Prevenção de Acidentes num estabelecimento industrial, os dados que o seguir possamos o publlcor não deixarão dúvidas quanto à eficácia de certas medidas que não nos can samos de aconselhar.
A COMPANHIA BRASILEIRA DE MATERIAL FER ROVIÁRIO, dotada das mais modernas instalações para o construção e reparação do material empregado nas nossas ferrovias, apresentava-se, no ano de 1949, com um coeficiente de freqüência da ordem de 2Ò7. Isso significava que em cada milhão de homens-hòras tra balhadas, ocorriam 267 acidentes com perda de 'tem po (vide no número anterior dêste Boletim, na "Nor mas paro Cadastro de Acidentes a significação do aci dente com Perda de Tempo^-
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A direção do Cio. justamente alarmado com o número de dias perdidos pelos seus operários no linha de produção, em virtude de acidentes de trabalho, solicitou ò Associaçõo Bra5ilelra para Prevenção de Acidentes que orientasse uma campanha com o fina lidade de diminuir não sòmente o sofrimento humano como também os prejuízos que se faziam sentir no produção da usina pelo afastamento freqüente do pes soal que se somava, de maneira prejudiciaí, ò" renova ção constante de pessoal que é tipico em tôclas os in dústrias que estão localizadar nos redondezas de S. Paulo. Foram empregados os meios conhecidos como eficientes: otivoçõo dos trabalhos do COMISSÃO IN TERNA DE prevenção de ACIDENTES, polesfrns, pas sagem de filmes relativos à Segurança no Trabalho, dis tribuição de cartazes nos pontos estratégicos, distribui ção de um jornal interno dedicado ò Prevenção de Aci-' dentes, e como medido de alto importância, a crloção do cargo de Inspetor de Segurança.
O resultado não se fêz esperar e pode ser me lhor compreendido pelo exame dos gráficos ao lado.
íinporta(]ão de Material de Proteção
As restrições impostas à importação de artigos de proteção individual foram objeto de discussões ocalo'cdos durante a II e a III Convenção dos Presidentes das Cípas, organizadas pela Associação Brasileira pora Prevenção de Acidentes. Aliás, a própria Associação ♦em procurado intervir na questão, pois sente que ao trabalhador nacional faltam certos dispositivos de pro teção individual que lhe poupará em muitos casoSi sofrimentos físicos e morais, perdas de salários e mui tas vezes mesmo, a vida e ã industrio, os prejuízos di retos e indiretos que lhe odvém dos acidentes no tra balho.
No nosso número de Maio, 1950, publicamos uma nota com o título: "Quando teermos cuiçado de segu rança?" onde focalizamos a situdção anormal da np:« sa indústria que não pode adquirir parq seus operário} sapatos de segurança, que defendem os pés e os orélhos contra a queda de objetos pesados e esmaaamentos. A situação era e ainda é a seguinte: o Banco do Brasil não concede licença para Importação dôsses utilísslmos calçados e o Indústria nacional não se Inte ressa pela sua fabricaçõo. De forma que os pés dos' nossos operóríos conífnuam desprotegidos, por uma fal sa Interpretação dada por funcionários de um Banco, respeitáveis em todos os sentidos mos que não têm a noção precisa das necessidodes da Indústria.
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Na secunda Convenção, cuío temo era a pro teção dos olhos, foi íaualmente vef-ificndo aue a pro teção dos olhos era sacrificada pela falta de imoortaçõo de certos tipos de óculos aue nossa indústria ainda não fabrica ou na quantidade ou na qualidade necessária à demanda que se faz sentir do artigo.
Na III Convenção, repetiu-se o mesmo tema, des ta vez em relação à proteção dos mãos, que era o tema principal em debate. Temos, felizmente umo desenvolvido indústria de luvas paro a proteção me cânico das mãos. Temos o produção de uma grande variedade de tipos de luvas, que honram de sobrema neira a indústria do país. Entretanto, um tipo de luvas ainda não é produzido no nòsso parque manufatureiro é o luva de borracho sintética, a única que não "é atacado pelos ácidos gordurosos e pelos produtos de petróleo. Oro, conforme frisou o representante d.a Standard Oíl no li! Convenção, o manuseio da gaso lina, que modernamente contêm chumbo tetraetila, é perigoso para a saúde dos operadores, que se arris cam ao envenenamento pelo chumbo, com a continua ção do trabalho As luvas de borracha natural .nãa servem para o coso, pois como é sabido, a gasolina ó um dos solventes da borracha, que é usada para fabricar certos artigos, como luvas de médicos, dedeíras, etc. Sendo assim, nõo adeanto apelar paro a luva de borracho naturol. A luva de borracha sinté tica é o único que resolve 0 questõo. Foi solicitado que a Associoçõo se dirigisse à ^EXIM, Isto é, à Certeira de Exportação e Importação do Banco do Brasil, no sentido de ser permitida o importação de luvas dç borracha sintética. Reunindo os anterlores~sõlicltaçõeso Comissão que, no intervalo dos Convenções, fica encarregada de providenciar sôbre as decisões do Assembléia, vai se dirigir ao Banco do Brasil expon do a situação em que se encontra o mercado de ma terial de proteção ao trabalhador nacional e a neces sidade de tratar com atenção especial de tão importan te assunto.
OoDcorso de traballios sobre a proteção das mãos
Acha-se aberto desde Junho de 1950 um Concur so de trabalhos sôbre Proteção das Mãos, na Associa ção Brasileira para Prevenção de Acidentes. Há um prêmio honorífico oferecido pela Associaçõo'e um prê mio em dinheiro oferecido pelo Sindicato dos Emprôsas de Seguros Privados e Capitalização.
Esperava-se que em Dezembro, por ocasião do III Convenção, fosse possível o apresentação dos tra balhos vencedores, mas Infelizmente, devido à falta de divulgação, os que se interessam pelo assunto não tiveram tempo paro preparar os trabalhos que, certa mente, serão de grande valor. Paro orientação dos que se acham em condições de concorrer, quer pelos suas (délàs, quer pela sua experiência, sugerimos oqul alguns temas que devidamente tratados, poderão se tornar de grande utilidade, quando o Associação pu blicar os trabalhos vencedores?
o) Um conjunto de 30 slogans soore o V0(ur uua mãos 0 a maneira de protege-las.
b) Estudo dos efeitos nocivos dos produtos quí micos sôbre as mãos.
c) Estudo sôbre o formo de proteger as mãos. indicando os casos de perigo de ocidentes e as luvas mais apropriados poro cada tipo de trabalho.
d) Sistemas de proteção nos prensas. Dispositi vos mecânicos e elétricos que Impeçam as mãos en trarem na zona de perigo quando as máquinas estão em movimento.
e) Doenças profissionais que afetam diretamente as mãos.
f) Discussão sôbre se os dispositivos de proteção e as luvas ofetam o rendimento do trabalho.
A Associação Brasileiro poar Prevenção de Aci dentes possuí umo biblioteca especializada que está" à disposição de todos os seu? associados, e especial mente daqueles que desejarem se documentar paro escrever algum trabalho no concurso que oro noti ciamos.
111.a Coiiienção dos Presideiiles das CIPÜS
Lonifício Angio-Brosileiro. Armando Isidoro Lopes
Cerâmico São Caetano S. A. Lavínio C. M. Vasconcellos
Cerâmico São Caetano S. A. Francisco Cruz
Companhia Municipal de Transportes Coletivos Eng. Joaquim Lopes Figueiredo
Companhia Municipal de Transportes Coletivos Afonso Teixeira Filho
Cia. Brosileiro de Linhas poro Coser Walter Machado
Cia. Goodyear do Brasil. Antonio Soares Corvolho
Fábrica Aliança de Artefatos de Metais. Mox Lov^^enstein
Manufatura Brasileira de luvas. Mário Tosslni
Dlnoco Ltdo. Feíix SIchermann
Slondard Oi! Company. Rodolfo DalCOppIo
Standard Oil Company. Dr. Joaquim Junqueira
White Martins. Eng. líce de Araújo
Protim Comissões Ltda. Ângelo Cossignoto
Generol Motors do Brasil. Manoel dos Santos
General Motors do Brasil. Maurício Simão
Fundição Progresso. Milton Ayres
Metalúrgico La Fonte. João Verdier
Nadir Figueiredo Indústria e Comércio S. A. Luiz Duprot Figueiredo
Nodir Figueiredo Indústria e Comércio S. A. Moisés Rossi
Nodir Figueiredo Indústria e Comércio S. A. Arnaldo Marques
Refinações de Milho Brasil. Desidério Mendonça
Frigorífico Armour do Brasil. João de Oliveira
Frigorífico Armour do Brasil. Rubens Ribeiro
Cobrasma. Nemesio Nicolíni
Cia. Nitro Química Paulo Amaral Palmeira
Sul América, Marítimos e Acidentes. Arnaldo Romano
Lonifício Fiieppo S. A. Amadeu Gonçalves
Indústria Paulista de Vidro Plano Ltda. Fábio Martins '**■ í' indústrias Reunidas F. Matarazzo. Joiles Martins Salgueiro indústrias Reunidas F. Matarazzo. Dr. Carlos Comenote
Elevadores Atlas S. A. Lígio Ferraz
Elevodores Atlas S. A. Saverio Vítor Lobote
Elevadores Atlas S. A. Aracken Ferraz
Elevadores Atlas S. A. José Alves Fragoso
Elevadores Atlas S. A. Dr. Frederico Moldon
Elevadores Atlas S. A. Dr. Carlos P. Campos
Elevadores Atlas 5. A. Carlos Augusto Queiroz
Elevadores Atlas S. A. Morta Nogueira Soores
Serviço Social da Indústria. Eng. Fernando de Sarros Ferraz Serviço Social da indústria. Dr. Bernardo Bedrikow
Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes. Eng. E. L. Berlinck
Protcja. AS Mãos/í

O
pe são os Laboratórios ÜIDERWITERS'
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÉDE: RIO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 91 edifício mayapan
Il« ANDAR — SALAS 1118/9
TEL. 42-0928 - 24» AND.
END. TELEG.: PREACT
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFÍCIO DO BANCO DO ESTADO
RUA JOÃO BKICOLA, 24
TEL. 3-2257 - END. TELEG.: PREACI
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DIRETORIA
Dr. EUVALDO LODI - Presidtjite
1. M. FERNANDES - 1' Vice-Presidenf
ALCIDES LINS - 2» Vice-Presidftntfi
JULCÍDIO A, PEREIRA - 1» Secretário
ADEMAR DE CANINDÉ JOBIM - 2» Se cretario
K. AP-THOMAS - 1' Tesoureiro ,
ISSA ABRÃO - 2» Tesoureiro
Dr. DÉCIO PARREIRAS - Diretor
ARY F. TORRES - Diretor - /i
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Dr. GUILHERME DA SILVEIRA FILHO
Dr. ARMANDO ARRUDA PEREIRA
Dr. FERNANDO TUDE DE SOUZA
Professor DECIO PARREIRAS
Dr. JOÃO CARLOS VITAL
Dr. ROBERTO MANGE
Cel. CARLOS PROENÇA GOMES SOB.
Dr. ISMAEL COELHO DE SOUZA
Dr. ALBERTO PIRES AMARANTE
Dr. RENATO WOOD
Dr. PAULO CÉSAR MARTINS
CONSELHO FISCAL Membros Efetivos
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Dr. MARIANO J. M. FERRAZ
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Membros Suplentes
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. HELVECIO XAVIER LOPES
Dr. LUIZ DUMONT VILARES
SECRETARIO EXECUTIVO
Dr. JOSE' S. A. PINHEIRO
ANO IX JANEIRO-FEVEREIRO DE 1951 N.®
O nome dessa Instituição não indica, à pri meira vista, suas finalidades, mas em todo o mundo. Cs pessoas que se interessam por Segu rança, conhecem-no como uma das instituições mais desenvolvidas e benéficos existentes.
O desenvolvimento dos Laboratórios «Underwriters'» é um exemplo típico do apôio que nos EE. UU., organizações comerciais e industriais dão às pesquisas e ensaios de Laborató rios. No caso, são as companhias de Seguro contra Fogo que apoiaram desde o começo as pesquisas deliberadamente feitas para ver, até que ponto aquela nova íorça estava sendo pela primeira vez empregada em grande escala, a eletricidade, seria causadora de incêndios.
que dia a dia se tornava maior, nem o entusias mo dos pesquisadores. Da pequena sala passa ram para um pequeno edifício, e desse pequeno edifício passaram para a «Cidade à prova de fogo» como é conhecida hoje o formidável con junto de'laboratórios «Underwriters'».
— Sou mais poderoso que os exércitos combinados do~mundo inteiro.
— Matei mais homens do que todas os guerras de todos os tempos.
— Sou mais mortífero do que as balas e destruo mais lares do que os canhões de maior alcance.
— Não faço distinções. Minhas vitimas são ricos e pobres, jovens e velhos, fortes e fracos. As viuvas e os órfãos conhecem-me bem.
— Cresço tanto que minha sombra se estende a todas as ati vidades. desde os voltas que dá uma pedra de amolar às curvas que fáz um trem de ferro.
— Massacro milhares de trabalhadores cada ano.
—Oculto-me o mais que posso e trabalho quase sempre em silêncio. Adotam medidas contra mim. Mas. nem todos ligam importância a elas.
— Sou implacável.
— Estou em toda porte. no lar. na ma. na fábrica, nos cmzamentos de estradas de ferro, no mar. na terra, no ar.
— Trago comigo a doença, a dor e a morte e. não obstante, poucos tratam de evitar-me.
— Destruo. Nada ofereço e tudo tiro.
— Sou teu pior inimigo.
SOU O DESCUIDO.
Foi na primeira Feira Mundial de Chicago, em 1893, que Edison fez a primeira-grande ins talação de lâmpadas elétricas, iluminando as ruas das feiras e os edifícios. Já durante a cons trução da feira tinha havido alguns incêndios derivados do uso da eletricidade. Alarmadas, as companhias de seguros de Boston, enviaram à Feira um engenheiro para investigar a situa ção; William Henry Merril, fundador e depois presidente dos Laboratórios «Underwriters'». A cada alarme estava sempre presente, e procura,va se informar sobre as causas do fogo.
Os relatórios desse engenheiro chamaram a atenção dos que procuravam, ainda tateando, fabricar e instalar materiais elétricos.
Um laboratório muito pobre e primitivo foi instalado num aposento, sobre as cavalariços de um posto de bombeiros, em Chicago. Nesta sa la trabalhavam um engenheiro, um assistente e um escriturário. A instalação consistia apenas em uma mesa de ensaios, uma carteira e algu mas cadeiras e um pequeno equipamento elé trico.
Logo depois veio a moda dos lampeÕes a gás de acetilenio. Os geradores de gás, feitos sem conhecimento do perigo que seu manejo acarreta, produziram muitos acidentes e incendios. O pequeno laboratório começou a ensaiar, além de material elétrico, também os geradores áe acetilenio. Na mesma ocasião William C. Robinson ensaiava por conta das Cias. de Segu ros uma novidade: o sistema «sprinklers» para combater incêndios. Os dois laboratórios juntaram seus esforços e se fundiram.
E daí em diante não arrefeceu mais, nem o dpôio dos seguradores ao pequeno laboratório
Hoje tudo se experimenta ali com o fim de determinar a segurança contra riscos de fogo e de proteção à vida humana e às instalações industriais e domésticas: extintores de incêndio, queimadores de óleo, bombas de gasolina, co fres à prova de fogo e de roubo, vidros inestiIhaçaveis, mangueiras para incêndio, cabos, chaves, motores, fusíveis, material refratário, ma terial de cobertura de telhados, chaminés de cosinha, portas corta-fogo, grau de polimento de soolhos, motores de explosão, faroletes de au tomóveis, resistência de paredes, hidrontes, fo gões domésticos, para-rcdos, tocadores automá ticos de discos, sistemas de alarme de incêndio e de roubos, equipamento de solda, bombas hi dráulicas etc.
O lema do «Underwriters'» é «Testing for Sofety». isto é Ensaiar Para Garantir A Segu rança. E também: «Ignis Servus Non Dominus» — o fogo é um servo, não um tirano.
Atualmente o Underwriters' é um laborató rio que se custeia com as taxas que cobra dos fabricantes de material que ahi mondam ensaiar - seus produtos. A aprovação pelo Underwriters' constitua uma garantia, se não de qualidade, pelo menos de segurança. Mantêm inspetores de produção em 185 pontos de produção. Dos primeiros 350 dólares concedidos pelas Cias. de Seguros em 1894, chegaram a receber a quantia de 276.000 dólares para a construção dos edifícios da «Cidade à prova de Fogo» on de estão aplicadas todas as medidas que se conhecem para a proteção contra o fogo. Além de ensaiar materiais, de fiscalizar produção de fábricas, e dar certificados de segurança aos materiais, o «Underwriters'» constitui ainda um centro^de estudos técnicos, que em forma de pu blicações põe à disposição do público, toda a experiência que vai sendo acumulada pelos la boratórios e por centenas de seguradores con tra os riscos de fogo. Os métodos de ensaio do Underwriters são assim divulgados e podem ser seguidos sem pagamento de direitos auto rais, pois se trota de uma instituição fundada sem finalidade de lucros.
Ooino Devem Funcionar as Fipasf
Na III Convenção ãòs Presidentes das CIPAS, o Dr. Carhs Comcnale fez uma exposição sobre as normas que as I. R. F. Matarazzo adotou, por proposta sua, para o funcionamento das CIPAS. Por nímia gentileza do Dr. Carlos Comenale publicamos as regras que regulam as atividades das numerosas CIPAS daquele importante grupo de Indústrias.
Afim de ser obtida uma perfeita uniformi dade nas reuniões das Comissõès Internas de Prevenção de Acidentes, organizamos uma pa dronização das mesmas dentro do seguinte cri tério:
1®) Abertura da Secção pelo Presidente.
2'?) Chamada nominal dos membros oficiais vogais pelo Sr. Secretário, declinando o mesmo as funções de cada um.
3°) Chamada nominal dos membros even tualmente convidados a comparecer à Sessão.
4^) Chamada nominal dos operários aci dentados no mês anterior que deverão estar pre sentes.
5^) Leitura e comentários da ata da Sec ção anterior.
6®) Considerações pelo médico sobre os acidentes havidos:
a) Classificação dos acidentes pelas lesões.
b) Classificação dos acidentes pelas causas.
c) índice mensal de freqüência.
d) índice mensal de gravidade.
e) Despeza mensal da Firma com acidentes.
f) Prejuizo financeiro sofrido pelos aciden tados.
7?) Debates. (Propostas,, medidas preven tivos a tomar, recomendações, fornecimento de cartazes etc.).
8®) Encerramento da Secçõo pelo Presidente sendo marcada data da próxima Secção,
CLASSinCAÇÂO DOS ACIDENTES PELAS LESÕES
Segurança nos Andaimes
A Construção Civil é um dos setores que mais concorrem para a estatística dos acidentes, em parte pela utilização de homens pouco experimentados, em parle devido à pouca atenção que os construtores dedicam às questões de segu rança. O ilustre eng" Lima Ferreira, dp Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, organizou im projéto de Norma para uso nas obras e ofereceu-o à Associação Brasileira de Normas Técnicas, que teve a gentileza de permitir a sua publicação nêste Boletim.
Damos a seguir o texto de primeira parte do trabalho de en^ Lima Ferreira, que será completado nas futuras edições do Boletim,
e) Mãos.
f) Membros superiores.
g) Pés.
h) Membros inferiores,
i) Tronco.
j) Órgãos genitais.
k) Lesões múltiplas.
1) -Hérnias,
m) Abortamento efetivo ou iminente,
n) Queimaduras.
CLASSinCAÇAO DOS ACIDENTES PELAS CAUSAS
Para se classificar os acidentes pelas causas empregamos a seguinte classificação:
a) Queda de pessoas.
b) Queda de objetos.
c) Manipulação dos materiais.
d) Ferramentas de mão.
e) Maquinaria.
í) Partículas volantes (Chispas, estilhaços).
g) Atropelamentos por veículos.
h) Explosões de gazes.
i) Choque de veículos,
j) Penetração de corpos extranhos (Pre gos, cavacos de madeira, vidros etc.),
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k) Descargas elétricas.
1) Inalações,
m) Outras causas de difícil classificação.
ÍNDICE MENSAL DE FREQÜÊNCIA
(N° de acidentes) X (1.000.000)
Horas-Homem de exposição aos riscos
A classificação dos acidentes pelas lesõesterá critério topográfico dentro do seguinte qua dro:
a) Cabeça.
b) Face.
c) Órgãos visuais,
d) Pescoço.
ÍNDICE MENSAL DE GRAVIDADE
(N° de dias perdidos) X (1-000)
Horas-Homem de exposição aos riscos
1
TITULO I 1
TRABALHOS QUE REQUEREM O EMPRE GO DE ANDAIMES
•1.0 — Andaimes apropriados e suficien tes devem ser instalados em todos os trabalhos que não possam ser executados com segurança por meio de escadas ou por outros meios adequados.
2 — MONTAGEM DOS ANDAIMES
2.0 — Os andaimes só devem ser construidos, desmontados ou sensivel mente modificados sob a direção de pesssoa competente e respon sável, e tanto quanto possível, por operários hábeis e com prática neste gênero de trabalho,
3 _ QUALIDADE DOS MATERIAIS
3.1— Todos os andaimes e seus disposiiivos, bem como todas as escadas, serão executados com materiais de de boa qualidade e de resistência suficiente para atender às cargas e esforços aos quais devam ser sub metidos.
3.2 — As peças de madeira, utilizadas na construção dos andaimes, das pon tes de serviço, dos passadiços e'es cadas, devem ser dé boa qualida de, ter fibras longas, estar em bom estado e nõo serem pintados nem submetidos a tratamento algum ca paz de encobrir seus defeitos.
3.3 — A madeira utilizada na construção. dos andaimes deve estar comple' lamente isenta de casca.
3.4 — Medidas necessárias devem ser toomadas para que nõo se rachem as tábuas e pranchas utilizadas na construção dos andaimes.
3.5 — As partes metálicas dos andaimes não devem ter fendilhamentos nem estar atingidas por uma corrosão ou por defeitos susceptíveis de pre judicar sua solidez.
3.6 — Os pregos em fonte nõo devem ser empregados.
INSPECÇÃO E ARMAZENAMENTO DOS MATERIAIS
4.1 — Antes de ser montado, todas as partes de um andaime, nele compreendendo-se os guinchos, cabos e cordas, devem ser examinadas por pessoa qualificada, e só pode rão ser utilizadas quando respon dam rigorosamente às qualidades requeridas para seu emprego. Não serão utilizadas as cordas e cabos que apresentarem defeitos ou tiverem estado em contáto com ácidos ou quaisquer substâncias corrosivas.
4.2
4,3
Todos os materiais julgados bons para a construção dos andaimes devem ser guardados em boas con dições e completamente separados dos outros julgados impróprios a este genero de construção.
5 — FORNECIMENTO E UTILIZAÇÃO DOS materiais E CONSERVAÇÃO DOS
andaimes
5.1 — Deve-se fornecer e empregar mate rial em quantidade suficiente para a construção dos andaimes.
5.2-1-^ Os andaimes devem ser mantidos em bom estado e cada uma de
(Confinúa à pãg. 8)
Iplicação da Respiração Irtificial p Método do Professor Dr.
MORTE APARENTE — Na maioria dos casos de acidente por choque elétrico a morte é apenas aparente. Se a vítima for atendida sem perda de tempo, oplicondo-se-lhe a respiração artificial aqui recomendada, são grandes as probabilidades de salva mento.
CAUSA DA MORTE — Em geral o choque elétrico provoca a paralisio dos músculos ficando a vítima -sem poder respirar e podendo vir a morrer se nõo llie^for oplicadcf a respiração artificial com a máxima presteza. Durctr^e o período em que a pessoa fica sem respirar, aparenta estar morta. Urge, pois, salvá-la, fazendo-a respirar artificialmente o quanto antes.
TEMPO PARA REANIMAÇÃO — Dependendo da intensidade do cho que, a reanimação pode ocorrer poucos minutos após o início da respiração artificial, como também após várias horas. Conhece-se mesmo um caso que a vítima recobrou a respiração após oito (8)) horas de aplicação do método. Não se deixe, pois, iludir com a morte aparente do acidentado e continue aplicondo-lhe a respiração artificial por vários horas, se necessário.
URGÊNCIA DO SOCÔRRO — Uma pessoa sem respirar morre em poucos minutos. Não desperdice, pois, um único segundo em iniciar a respiração artificial.
PERIGO EM TOCAR NO CORPO DA VITIMA - Antes de tocar no corpo da vítima, deve-se livrá-la dq corrente elétrica com a máxima rapidez, desligando-se quando possível, a corrente, e em caso contrário, usando-se uma vara ou sarraío de madeira seca ou outro objeto que não seja condutor de eletricidade, para afastar o fio. Nunca use as mãos ou qualquer objeto molhado ou de metal;
OUTRAS PROVIDÊNCIAS URGENTES —'Tão logo o acidentado tenha sido livrado da corrente elétrica e submetido à respiração artifi cial, uma outra pessoa deverá afrouxar todas as peças de roupa que por acaso lhe apertem o pescoço, peito e estômago, e pro curar aquecer a vítima, cobrindo-a com um cobertor ou ogasaIhondo-a de outra forma, sem que, contudo, seja interrompida a respiração artificial,-A reanimação deve ser feita, sempre que possível, no local do acidente a fim de não se perder tempo em iniciar a aplicação do método.
IMPORTANTE Lembre-se sempre de que quanto mais cedo for ini ciada a respiração artificial, maior será a probabilidade de sal vamento.
1 MÉTODO DE APLICAÇAO — Examine com os dedos a boca e a garganta da vítima, removendo qualquer corpo extronho que encontre e puxando a língua para fora, caso esteja enrolada, a fim de permitir a livre respiração. (O uso de um lenço facili tará essa operaçõo). Faça tudo isto com rapidez e, se estiver acompanhado, peça ao seu companheiro para tomar essas pro vidências, enquanto inicia imediatamente a aplicação da respi ração artificial, da seguinte maneira;
2. SEM PERDA DE TEMPO deite a vitima de bruççs com um braço estendido para a frente e o outro flexionado de sorte que o rosto da pessoa fique voltado para íora e repousando no ante-braço ou na mão a fim de permitir a livre respiração pela boca e pelo nariz. Vide Fig. 1.
3. Ajoelhe-se por cima das pernas da vitima, a uma distancia íál de seus quadris que lhe permita assumir a posição indicada na Fi gura I.
4. Aplique as palmas de suas mãos à altura dos rins da pessôa re pousando os dedos sobre as costelas de forma que o dedo mí nimo de cada mão descanse sobre a última costela da vítima, ficando os demais estendidos em posição natural, coniorme mostra a Fig. II.
5. Mantendo os braços distendidos, incline-se para a frente, devagar, de sorte que o peso de seu corpo faça pressão sobre o ponto em que ae encontram suas mãos. Ao fim dêste movimento seus ombros devem estar em linha perpendicular às suas mãos (Vide Fig. III). Êste movimento deve ser feito vagarosa e ritmadamente, enquanto se conta «um» e «dois».
6. Ao completá-lo, volte ràpidamente à posição anterior .(Fig. I)_a fim de cessar a pressão sobre o corpo da vitima .
7. Conte, vagarosamente, «um» e «dois», e tome a repetir toda a ope ração, inclinando-se para a frente e voltando à posição anterior. Mantenha regularidade, de forma a executar de 12 a 15 movi mentos completos de compressão e descompressão por minuto, levando cêrca de 5 segundos para cada movimento completo.
8. Continue aplicando a respiração artificial ininterruptamente até que a vítima readquira o folego. Quando ela voltar a si, não permita que se levante ou se sente. Mantenha-a agasalhada e dê-lhe de beber um pouco de café quente si ela puder engúlir.
Prevenção de Acidentes — Joneiro-Fevereiro de 1951 — 7
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6
—
suas partes deve ser fixada ou apoiada de maneira que não se possa deslocar ou correr no caso de uso normal.
5.2-2 — Nenhum andaime deve ser parci almente desmontado, conservandos'e em uso a parte restante, salvo quando essa parte restante conti.nua a estar conforme o presente Regulamento.
ANDAIMES FIXOS SÔBRE MONTANTES
6.1 — Os montantes e-suportes dos'andai mes fixos devem-ser:
a) — verticais ou levemente incli-" nados para a construção.
b) — colocados assaz perto uns dos outros, para assegurar a esta bilidade do andaime, atendidas to-^« das os circunstancias que se po dem apresentar.
6.2 — A estabilidade dos montantes deve ser assegurada.
a) — enterrando-os no solo, à pro fundidade necessária segundo a natureza do terreno; ou
b) — colocando-os sobre prctnchões ou outras bases apropriadas, de maneira a impedir seu escorregamento; ou.
c) — por qualquer ouírp meio apropriado.
6.3 — Quando dois andaimes se unem no angulo de uma construção, se rá fixado um montante no lado ex terior de cada andaime.
As longarinas devem estar prati camente horizontais e solidamente firmadas aos montantes por pararaíusos, pregos, cordas ou outros meios eficazes.
6.4-2 — As extremidades de duas longari nas consecutivas, situadas no mes mo nível, devem ser solidamente ligadas sobre um montante, a me nos que se faça uso de dispositivos especiais que apresentem as mes mas garantias de solidez.
6.5-1 — As transversinas devem spr retas e sòlidamente firmadas nas longa rinas.
-Não se fa?endo uso de longari nas, as transversinas devem ser li gadas aos montantes e se apoia rem sobre esbarros sòlidamente pregados.
- As transversinas qu© têm uma ex tremidade apoiada no muro, deJaneiro-FsTorelra ds 1951 6 — Prevenção da Acidentes
vem ter nesta extremidade uma su perfície de apoio plana e com, pe lo menos, 10 cm. de comprimento.
6.5-4 — As dimensões das transversinas devem estar em relação com as cargas que terão de suportar.
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6.5-5 — A distância entre duas transversi nas consecutivas, sustentando uma plataforma, deve ser determinada levando em conta as cargas pre vistas e a natureza das tábuas da plataforma.
6.5-6 — Como regra geral, esta distancia não deve ultrapassar de Im. para as pranchas de menos de 40 mm. de espessura, l,5Üm. para as pran chas de menos de 50 mm. de es pessura, 0 2 m. para as pranchas de 50 mm. ou mais de espessura.
6.5-7 — As condições dos itens 5 e 6 do presente artigo, não se aplicam às plataformas destinadas a suportar exclusivamente materiais leves de construção, porem, neste caso, a distância entre as transversinas não deve ultrapassar de 2 m.
6.6 — Nenhuma tábua utilizada para uma plataforma deve ter espe^ssura in ferior a 30 mm.
7 — ANDAIMES HXOS SÔBRE ESCADAS
7.1
SÔBRE MONTANTES E ANDAIMES SOBRE ESCADAS
Q l' Todo andaime deve estar travejado de maneira suficiente e opro; priada.
o 2 — Exceto os andaimes independentes, os demais devem ser rigidamente ligados à construção em interva los convenientes, tanto no sentido vertical como no horizontal.
8.3 — Quando se tratar de um andaime independente, pelo menos um ter ço das transversinas deve perma necer em seus lugares, sòlidamen te presas às longarinas ou aos montantes, segundo o caso, ate que o andaime seja deiinitivamente desmontado.
0 4 Toda armação e todo dispositivo^ servindo de suporte às plataformasde trabalho, devem ser de constru ção sólida, estar bem assentado e adequadamente estabilizados por meio de escóras ou tiranias apro priados.
10 — ANDAIMES EM CONSOLOS
10 Nenhum andaime em consolo, suportado ou mantido por grampos ou espigões introduzidos no muro, deve ser utilizado, salvo si os con solos forem de resistência suficien te e de metal de qualidade apro-priada, e estiverem ancorados no muro de maneira a oferecer abso luta segurança.
11 andaimes pesados suspensos, com PLATAFORMA MÓVEL
II 1 Os andaimes pesados suspensos com plataforma móvel, deve satis fazer às prescrições contidas no presente artigo.
11 2 As vigas, de suporte em balanço devem:
a)ser de resistência e de secçao transversal suficientes para asse gurar a solidez e a estabilidade do andaime;
7.2
- Andaimes sobre escadas apenas serão tolerados para trabalhos li geiros, que apenas exigem a colo cação de poucos materiais (emboço, reboço, pintura e outros traba lhos análogos)
As escadas que servem de mon tantes para estes andaimes:
a) devem possuir suficiente resistência;
b) devem estar:
i) ou bem apoiadas no solo, à profundidade necessária, se gundo a natureza do terreno;
ii) ou bem colocadas sobre sapa tas ou pranchões, de modo que os dois montantes de cada es cada repouzem igualmente so bre esta base e nela se fixem sòlidamente, para evitar desli zamentos.
7.3
Si uma escada é utilizada para prolongar uma outra, as duas es cadas devem se sobrepor num comprimento de pelo menos 1,50 m
0 ficarem sòlidamente ligadas en tre si.
0 5 Tijolos soltos, tubos de drenagem, remates de chaminés e outros ma teriais não apropriados não devem ser jornais utilisados para suportar andaimes ou servir à sua constru ção.
_ andaimes nxos em balanço ou em BÂSCULA
9.1
b) estar colocadas perpendicular mente à fachada da construção; c) achar-se convenientemente es paçadas, de maneira a corresporider às transversinas ou aos estribos da plataforma.
113 o balanço das vigas de suporte deve ser tal que permita a plata forma ficar fixada a 10 cm. no má ximo da fachada da construção.
114.1 As vigas de suporte devem ser fi xadas à construção por parafusos de cabeça e porca, ou por outros dispositivos equivalentes.
9.2
Os andaimes em balanço ou em báscula devem:
a) ser fixados e ancorados de ma neira segura, pela parte interior;
b) ter as vigas de suporte um com primento e uma secção transversal suficientes para assegurar sua so lidez e estabilidade
c) ser convenientemente sustenta dos e travejados com tirantes.
Só as partes resistentes da cons trução podem ser utilisados como ponto de apoio das peças dos an daimes.
9.3
11.4-2 — Os parafusos de cabeça e porca, de fixação, devem ser conveniente mente apertados e unir de manei ra segura, às vigas de suporte ao madeiramento da construção.
11.5 — Fica terminontemente proibido c uso de contrapêsos como melo de fixação das vigas de suporte deste tipo de andaime.
11.6 — Parafusos de retenção devem ser colocados na exremidade de cada viga de suporte.
Si "as plataformas de trabalho repouzom sobre suportes fixados no muro, tais suportes devem ser suíicienteipente escorados, atraves sarem o muro de lado a lado e s© fixarem de maneira segura no la do interior.
11.7 — Os anéis de suspensão, servindo para segurar os cabos às vigas de suporte, devem ser colocados ver ticalmente acima dos centros dos tambores dos guinchos das plcrtaformas móveis. A extremidade do cabo munido de uma sapata, deve estar colocado na parte central do parafuso centrado do anel de sus pensão.
8 estabilidade dos
11 ,8 — Para sustentar as plataformas, se rão utilisadas tronsversinas ou braçadeiras apropriadas, cleverão estar convenientemente fixadas, afim de evitar qualquer deslocamen to. As braçadeiras devem ser con venientemente unidas por meio de peças adequadas.
11.9
Os cabos utilisados para as suspénsões devem:
a) ter, em qualquer circunstancia, um coeficiente de segurança de, pelo menos 10, em relação à carga máxima que os cabos pôdçm ter que segurar;
b) ser de comprimento tal que pa-ra a posição mais baixa da plata forma reste pelo menos duas voltas de cabo sobre cada tambor.
11.10 —Os guinchos desses ondairnes de vem ser. construídos e instalados de tal forma que seu mecanismo sejá facilmente acessível à inspecção.
—
12-1 — Os andaimes leves suspensos com plataforma móvel devem satisfazer às prescrições contidas no presen te capítulo.
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12.2 — As vigas de suporte em balanço devem ter comprimento e secções transversais suficientes; e devem estar convenientemente colocadas e sustentadas.
12.3
- 1) As extremidades interiores das vigas de suporte devem estar sòlidamente presas
2) Si as vigas de suporte forem üxadas por meio de lastros ou con trapesos formados de material a granel, tctís contrapêsos devem es tar sòlidamente amarrados às di tas vigas.
3) Os cabos de suspensão devem ter um coeficiente de segurança de pelo menos 10.
4) O comprimento da plataforma não deve ultrapassar de 8 m.
5) A plataforma deve ficar suspensa em pelo menos 3 cabos, sepa-' rados por espaçamentos que não devem ultrapassar de 3 m. Nenhum cabo intermediário deve estar, em qualquer momento, mais tenso qu©. os dois dos extremos. 10 —
6) ,As talhas devem ser presas às plataformas por meio de fortes bra çadeiras de ferro, as quais devem passar por baixo da plataforma e sobre os lados, e ser fixadas sòlida mente e ter dispositivo para a pas sagem das cordas.
7) No caso das plataformas sus pensas sobre as quais os operários se sentam para trabalhar, devem ser previstos dispositivos que man tenham a plataforma a uma dis tância de 30 cm, pelo menos, do muro e impedir que os operários choquem os joelhos no caso da plataforma balançar.
13 —.OUTROS
13.1 — Caçambas, cestos, caixas ou qual quer outro dispositivo semelhante, somente em circunstância excep cionais e, ainda assim, para um trabalho de curta duração, e sem pre sob a vigilância de uma pes soa responsável, poderão ser utili sados como andaime suspenso.
13.2 — Quando um accessório deste gêne ro for utilisado como andaime sus penso:
a) deve estar sustentado por ca bos ou cordas que tenham um coe ficiente de segurança mínimo de 10, em relação à carga total
b) precauções necessárias devem ser tomadas para que os trabalha dores não possam cair.
13.3 — Quando uma caçamba ou cesto é utilisado como andaime suspenso, deve;
a) ter pelo menos 75 cm de profun didade; e
b) ser suportado por duas fortes braçadeiras de ferro, as quais se fixarão firmemente e rodearão ex teriormente a plataforma e seus la dos, devendo estar providas de orifícios para a passagem das cor das.
E COLOCAÇÃO DE MATE RIAIS SÔBRE OS ANDAIMES, REPARTI ÇÃO DAS CARGAS
14.1 O transporte è a colocação de car gas pesadas serão feitos com pre caução, para que nõo se produza qualquer choque brusco sobre o andaime.
14.1 14.2,— 14.3
O transporte e a colocação de car gas pesadas serão feitos com pre caução, para que não se produza qualquer choque brusco sobre c andaime.
As cargas sobre os andaimes de vem ser repartidas tão uniforme mente quanto possível e, em todos os casos, de maneira a não provo car desequilíbrios perigosos.
Durante todo o período de utiliza ção dum andaime, deve-se cuidar constantemente de que êle não se ja sobrecarregado e que os materi ais não sejam depositados sem ne cessidade.
15 — INSTALAÇÃO DE' APARELHOS DE ELE VAÇÃO NOS ANDAIMES
15.1
andaime durante a subida ou des cida, deve-se impedir que nele a carga se prenda.
16 — INSPEÇÃO PERIÓDICA DOS ANDAIMES
16.1 Os andaimes devem ser ispecionados por pessoa competente:
a) pelo menos uma vez por se mana.
b) depois de todo período de mau tempo e toda a interrupção consi derável dos trabalhos.
17
Quando num andaime se tenha dè instalar alguns aparelhos de eleva ção;
a) as partes constituintes desse an daime devem ser inspeciadas cui dadosamente e, si necessário, con venientemente reforçadas;
b) as transversinas devem ser imobilisadas; e
c) si possível, os montantes devem ser presos, de maneira rígida, a uma parte resistente da constru ção, no local em que o aparelho de elevação deve ser instaladp..
1.52 -
Si a plataforma do aparelho ele vador não se desloca entre guias, ou quando a carga pode tocar o
EXAME DOS ANDAIMES ANTES DA SUA UTILISAÇÃO. PARTICULARMENTE DOS ANDAIMES CONSTRUÍDOS POR OUTROS EMPREITEIROS
17.1 Todo andaime construído ou não pelo empregador cujos operários tenham que usá-lo, deve;
a) antes da sua utilisação, ser exa minado por pessoa competente, afim de se assegurar principalmente:
i) que a sua estabilidade é per feita
ii) que os materiais utilisados na sua construção se acham em bom estado
iii) que o andaime é apropriado ao uso Q que se destina
iv) que os dispositivos de segu rança prescritos estão em seus lugares
b) ser mantido em bom estado, por todo o tempo que dure sua utili sação.
FABRICA ''CONTRA'' LTDA.
EQUIPAMENTOS CONTRA FOGO
Extintor no Brasil a receber o Selo de Conformidade da A, B. N. T.
Protegendo dois tesouros t olhos a mãos
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O Custo dos Acidentes
ASSOCIAÇAO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÉDE: RIO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 9K
EDIFÍCIO MAYAPAN
II' ANDAR — SALAS 1118/9
END. TELEG.: PREACI
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFÍCIO DO BANCO DO ESTADO
R. JOÃO BRÍCÒLA, 24 ■ 24° AND.
TELEFONE 42-0928
TEL. 3-2257 - END. TELEG.: PREACI
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DIRETORIA
Dr. EUVALDO LODI - Presidente
l- M- FERNANDES - 1' Vice-Presidenf
ALCIDES LINS - 2' Vice-President«
üULCIUIO A. i'EREIRA - 1' Secretário
ADEMAR DE CANINDÉ JOBIM - 2* Se cretário
K. AP-THOMAS • 1' Tcsourriro
ISSA ABRÃO - 2' Tesoureiro ^
Dr. DÉCIO PARREIRAS - Diretor
ARY F. TORRES - Diretor
CONSELHO DE ADMINISTBAÇAO
Dr. GUILHERME DA SILVEIRA FILHO
Dr. ARMANDO ARRUDA PEREIRA
Dr. FERNANDO TUDE DE SOUZA
Professor DÉCIO PARREIRAS
Dr. JOÃO CARLOS VITAL
Dr. ROBERTO MANGE
Cel. CARLOS PROENÇA GOMES SOB.
Dr. ISMAEL COELHO DF SOUZA
Dr. ALBERTO PIRES AMARANTE
Dr. RENATO WOOD
Dr. PAULO CÉSAR MARTINS
CONSELHO nSCAL
Membros Eletivos
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Dr. MARIANO J. M. FERRAZ
Dr, RODRIGO OTÁVIO FILHO
Membros Suplentes
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. HELVECIO XAVIER LOPES
Dr. LUIZ DUMONT VILARES
SECRETARIO EXECUTIVO
Dr. JOSE' S. A. PINHEIRO
ANO
MARÇO-ABRIL DE 1951
Nelson Costa Carvalho Více-Dlrelor Manoel SantosPronto Socorro nos Trens
Um grave desastre ocorrido com o trem que nos últimos dias do ano de 1949, partiu de São Paulo para Porto Alegre, veio de monstrar que em geral as estradas de ferro embora admitam a probabilidade de desastres, dispondo para isso de carros de so corro, não planejam um serviço de pronto socorro para os" que tiverem a infelicidade de se acidentarem nesses desastres. O fato é que primam pela ausência as caixas de socorros de urgên cia nos vagões das estradas de ferro.
Tivemos ocasião de verificar isso, ao ouvir o depoimento de várias pessoas que viajavam no trem supra-citado, que teve toda a composição tombada. Do balanço da tragédia constam 4 mor tos e algumas dezenas de feridos.
Pois bem, em toda a composição de um trem que deveria cortar as terras brasileiras durante três dias e três noites ininter ruptamente, não havia um,rolo de gase para fazer uma atadura, para estancar uma hemorragia, um único vidro de mercúrio cromo, ou de iodo, para desinfetar os ferimentos. Durante horas ficou a composição tombada, os feridos se esvaindo em sangue, até que viessem os primeiros socorros de Ponta Grossa. Quando cs feridos foram por fim recolhidos, ao longo de linha ficaram jor nais, lenços, lençóis ensangüentados, dando a impressão de um açougue.
Contada a fábula, segue-se a moral. E' necessário que nos trens haja caixas de medicamentos de emergência, para casos dessa natureza. E' ainda necessário, embora isso pareça uma fantasia, que nos trens haja sempre alguém que tenha tido um curso regular de socorros de emergência. Se esta necessidade é reconhecida nos navios que fazem serviço de cabotagem, não vemos a razão dessa absoluta ausência de medicamentos e de pessoas habilitadas a socorrer os passageiros acidentados, nos trens de longo percurso, que transpõem distâncias imensas em zonas desabitadas s sem recursos.
Aparentemente, o custo dos acidentes resu me-se nos itens relativos ao prêmio de Seguros, pago anualmente. De, fato, verificado o acidente, entra logo em funcionamento a engrenagem da Cia. Seguradora, que toma o acidentado, algu mas vezes desde o próprio local do trabalho, O trata e o indeniza. Pràticomente a responsa bilidade da indústria cessa desde o momento em gue é preenchida a ficha da Cia. de Seguros e o Acidentado lhe é apresentado. Por assim dizer, os custos diretos do acidente ficam a cargo da Seguradora. Há, entretanto, aí, uma grande ilu são, quanto ao custo total. A parcela aparente, é de fato, pequena em relação ao custo total, gue compreende o custo direto e o indireto. E' possível calcular o custo indireto do acidente, no que interessa ao industrial?
Uma Cia. Americana de Seguros, calculou qu© o custo indireto varia de 3 a 5 vezes o va lor,do custo direto.
Imaginemos o caso de um operário que tra balha com uma máquina de funcionamento in termitente, e que nos intervalos é uma espécie, de «foz tudo» — encoixota, faz recados, etc. Não é um dos mais coros. Êsse homem prendeu um dedo e teve uma lesão na unha. Apresen tado ao seguro, teve que se desligar do ser viço.
O custo do seu tratamento é mínimo: remé dio quase nenhum; diárias, pequenas. Entretan to os serviços que lhe eram atribuídos ficaram sem alguém'para tomar conta, e a menos aue se 'desloque outro operário, a máquina ficara parada, os serviços deixarão de ser feitos. Ad mitir outro, por tão poucos dias, é pràticomente impossível. De forma que o acidente que custou à Cia. de Seguros 10 dióffias e uma centena de cruzeiros em remédios, vai representar para a indústria muito mais do que isto.
Demos de propósito o caso de um ooeráno pouco especializado. Imagine-se isto aplicado a um torneiro, a um bom impressor, a um bom soldador.
Entretanto, dentre os prejuízos indiretos dos acidentes há uma série de despesas que txxiem ser computadas. Não entram, comumerlte, nas apropriações, pois o item «custo dos Acidentes» ainda não está incluído nos códigos d© cálculo de despesas. Vamos dar, para orientação dos Departamentos de Pessoal, uma pequena lista que terá que ser ampliada, à medida,da expe riência, p<3tra que desde logo, a direçõo da em presa possa ser informada dos prejuízos que Ihò são trazidos pela íqlta de prevenção de aciden
tes. Ésta lista, que nas pequenas indústrias re presenta pouco, nas grandes, em que é comum a média de um acidente por dia, forma ao fim de certo período uma respeitável despescn
1) HORAS PAGAS PELO EMPREGADOR AO ACIDENTADO
O pagamento das diários da Cia. de Se guros só se verifica no dia seguinte ao do acidente, quando legalmente o acidentado é çonsiderado como afastado do serviço. Caso o acidente se verifique na primeira hora de trabalho, a diária quase integral será desembolsada sem que o operário te nha prestado serviços à firma. E' de notar que o número de casos que não vão ao seguro é bem grande e quase todos envol vem perda de tempo de menos de um dia.
2) TEMPO DOS COMPANHEIROS QUE PRES TAM AUXILIO AO AaDENTADO
A ocorrência de um acidente numa seção desvia imediatamente a atenção de todos para o infortúnio. Conforme o caso, até que haja remoçõo do acidentado, alguns companheiros deixarõo o serviço para lhe prestar auxílio, Êsse tempo pode ser compu tado, inclusive o que for necessário para o restabelecimento da marcha do trabalho, perturbada pela dramaticidade do caso.
3) SERVIÇOS DE AMBULATÓRIO
Caso a firma tenha um ambulatório, o tem po do enfermeiro e de seus auxiliares pode ser apropriado, acrescendo-se ao custo do acidente o valor que couber, no caso.
4) CUSTO DO TRANSPORTE DO ACIDENTADO
Conforme a gravidade do acidente o aci dentado deverá ser transportado para o ambulatório ou hospital da Cia. de Segu ros. O custo dêsse transporte poderá ser computado, incluindo-se nele c tempo do acompanhante.
5) SERVIÇOS DE COMUNICAÇÕES A CIA. DE SEGUROS
O tempo do escriturário que preenche as comunicações à Cia. de Seguros deve ser
---
apropriado. Essa apropriação deve se es tender ao tempo, gasto pelo encarregado do serviço, dando informações sobre o aci dente. -
Goso a indústria mantenha Inspetor de Se gurança, a parte do tempo desse funcioná rio que corresponde ao inquéiito que for çosaniente fará para apürar as causas do acidente, deve sér computada,
duzir tantas unidades. Em outros a má quina faz parte de um conjunto de opera ções parciais e cuja produção não é de unidades prontas e acabadas, reíletindo-se sua paralisação em atraso da produção. Êsse atraso significa queda no faturamento e, portanto, prejuízo. E' preciso, entretanto, que a produção esteja muito bem pro gramada e muito bem controlada para se poder afirmar que uma queda de fatura mento é devido aos acidentes, ou a outros fatores. Em outras palavras: é preciso que a fábrica esteja muito bem administrada para que se possa discernir, entre as múl tiplas causas que conduzem à queda do faíurament|D, as de responsabilidade dos ^acidentes.
Caso se tome necessária a admissão de um substituto para o acidentado, todas as des pesas para a sua complicada qdmissão, in cluindo o exame médico, devercc ser computadas e carregadas no custo dc aci dente.
8)
DANOS VERinCADÓS NO EQUIPAMENTO
O acidente pode ter sido provocado por al gum equipamento desarranjado ou quebra do. Entretanto casos há em que o acidente provoca danos ao equipamento e às ins talações. O custo dos reparos ou substi tuições deve ser computado.
9) PERDA DE PRODUÇÃO
Êsse item deve ser cuidadosamente estuda do pois, embora de uma realidade inconteste, é o mais difícil de ser calculado, po dendo as interpretações variarem muito. Há casos evidentes, como por exemplo o d© uma máquina parada, que^ deixçu de pro-'
10) NÚMERO DE DIAS PERDIDOS
O cálculo do número de dias perdidas pelos operários acidentados é muito demonstra tivo das vantagens da campanha de Pre venção de Acidentes. Dividindo-se a pro dução média pelo número médio de ope rários pode-se admitir (o cálculo-é-mais simbólico que real) que tanto de produ ção deixou de ser realizada devido à au sência dos acidentados. Quando não se chegue a um resultado bem representativo da realidade o número de dias perdidos é um Ótimo índice para demonstrar o absenteismo derivado dos acidentes.
Como dissemos acima, a lista supra não tem pretensões a ser completa, mesmo porque ainda não foi estudada uma codificação das despesas tendo em vista apropriar o custo indireto dos aci^ dentes. Entretanto, constitui uma primeira orien tação e contém itens de importância fundamental.
Sugerimos às organizações industriais que iniciem estudos nesse sentido estando as páginas deste Boletim abertas para qualquer comunica ção a respeito.
FABRICA ''CONTRA" LTDA.
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EQUIPAMENTOS CONTRA FOGO
1.^ Extintor no Brasil o receber o Selo de Conformidade da A. B. N. T.
Terror durante
noite
A benemérita NATJONAL FIRÉ PROTECTION .í4SS0C/.í47'/0^, ojsoctaçõo america na de âmbito nacional para a prevenção, de incêndios, organiza todos os anos, entre os fo tógrafos profissionais da imprensa americana e do Canadá, um concurso de fotografias do que a nossa imprensa indígena costuma chamar de ^belo horrível». De fato o incêndio se presta à interpretação artística, pelo colorido e originalidade. Atrás, porém, dêsse n-belo» há muita coisa de horrível e alerrorizanle. Uma prova é a dramática cena que o jovem fotógrafo Frank Reimer Jr., do jornal e.Miliüaukee Sentínel», conseguiu fotografar, durante um incêndio, e que lhe grangeou o 2^ prêmio num concurso aberto a tados os profissionais da imprensa dos, dois poises de língièa inglesa do hemisfério norte. uííoíl.
^ mérito do jovem fotógrafo de Afi/íoau/cee é ainda maior do que indica a sua jotoob oxíDdgrál^, pois tendo chegado antes dos bombeiros, conduziu-os ao ponto em que a família se '^achava encurralada pelo fogo, prestando assim um inestimável serviço, pois' nes505 ocasioes pQUpados na demora do socorro são decisivos para as vidaS erii perigo.
••te* uo aionotom so oup
18 —
Seprança nos andaimes
•■/
Damos prosseguimento à publicação do trabalho do eng. Lima Ferreira, sôbre á segurança nos andaimes, O grande numero de acidentes de andaimes, quase sempre mortais, que ocorrem na construção civil, justifica plenamente o es forço do eng. Lima Ferreira e a divulgação que dele fazemos. /
PLATAFORMAS DE TRABALHO
18.1 — Toda plataíorma de. trabalho situa da a mais de 2m acima do sole, deve ser constituída por um piso de tábuas unidas.
18.2 — 1 — A largura das plataformas de^ - ve ser constituídas por um pi so de íáboas unidas.
2 Em nenhum caso a largura das plataformas deve ser in ferior a
a) 60 cm si a plataforma é ütilisada unicamente para suportar pes soas, e hão para colocar materiais;
b) 80 cm si ela também é utilisada para depósito de materiais;
c) 110 cm si ela é utilisada para suportar uma outra plataforma mais elevada;
d) 130 cm si ela é utilisada para aparelhagem ou desbaste de pe dras;
e) 150 cm si ela é utilisada simul taneamente para suportar uma ou tra plataforma mais elevada e pa ra a aparelhagem ou desbaste de pedras.
18.3 — A largura máxima duma platafor ma suportada por transversinas não deve em regra geral, exceder de 160 cm.
18.4 — Tôda plataforma de trabalho que forme parte dum andaime fixo sô bre montantes, deve ficar pelo me nos a 1 m abaixo do extremo dos montantes.
18.5 —As tábuas e pranchas que iazern parte duma plataforma de tiabalho ou que são utilisadas como ro dapés, devem ter;
a) uma espessura que ofereça toda segurança em relação à distância entre duas transversinas, espessusura que em nenhum caso deve ser inferior a 30 mm;
b) uma largura de, pelo menos, 15 cm.
18 6 — Nenhuma tábua ou prancha que forme parte duma plataforma de trabalho deve ultrapassar seu su porte extremo num comprimento superior d quatro veses a espes sura da dita tábua ou prancha.
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18.7 — As tábuas ou pranchas não devem montar uma sôbre a outra, a me nos que sejam tomadas precauções especiais, como a colocação de pe ças talhadas em bizel, para reduzir ao mínimo o risco de tropeçamentos e para facilitar a passagem dé carrinhos de mão.
18.8 — As tábuas ou pranchas^qüe fazem parte duma plataforma de traba lho devem ser sustentadas por três suportes pelo menos, salvo se a dis tância entre duas transversinas consecutivas e a espessura das pranchas excluem o risco de flexão exagerada ou de bosculamento.
18.9 — As plataformas devem ser construí das de maneira que as tábuas cu pranchas que as compõem não se possam deslocar em caso de uso normal.
18.10 — As plataformas devem ultrapassar o extremo dos muros da constru ção em pelo menos 60 cm sempre que isto seja possível.
18.11 — Todas as partes duma plataforma ou local de trabalho, que ofereça risco de pessoas cairem de altura superior a dois metros (2 m) de vem sér providas:
a) de um ou vários guarda-corpcs apropriados, téndo transversal de pelo menos 30 cm e fixados a pelo menos 1 m acima da plataforma ou acima de toda elevação instalada sobre a dita plataforma como lu gar de trabalho, porém, de manei ra que o vasio vertical abaixo do guarda-corpo não seja superior a 85 cm.
b) de rodapés de altura suficiente para evitar que os materiais ou fer-
lamentas possam cair' da platafor ma; altura esta que em nermum caso será inferior a 15 cm. Estes rodapés devem ser colocados o mais próximo possível da platafor ma.
18.12 — Os guarda-corpos, rodapés e ou tros dispositivos de proteção de vem ser mantidos etó seus lugares, excepto durante o tempo e na me dida necessárias para permitir-o acesso de pessoas, o transporte, ou de locamento de materiais.
18.13 — Os guarda-corpos e. os rodapés •das plataformas de andaimes de vem ser fixados na parte interior dos montantes.
13.14^As plataformas dos andaimes sus pensos deVem ser munidos, em to dos os lados, de guarda-corrpos e de rodapés. Todavia:
a) o guarda-corpo do lado do mu ro pode ter somente' 70 cm de cátura si o trabalho não permite uma altura maior; e;
b) o guarda-corpo e o rodapé nco são obrigatórios, no lado do muro si os operários trabalham sentados sôbre as plataformas porém neste caso a plataforma deve ser muni da de cabos, cordas ou correntes que ofereçam ao pessoal um agarramento firme e capaz de susten tar um operário que pudesse res valar.
18.15 — O espaço entre o muro e a plata forma deve ser tão pequeno quan to possível, salvo quando os ope rários trabalham sentados sóbVe d plataforma. Neste coso o afasta mento entre o muro e a plataforma não deve ultrapassar de 45 cm.
- PASSADIÇOS, PASSAGENS E ESCADAS
19.1 — Todos os passadlços ou passagens que tenham uma parte qualquer .situada a mais de 2 metros acima do solo ou piso, devem;
a) possuir um pranchamento uni do.
b) ter pelo menos 50 cm de lar gura.
A inclinação máxima dos passadl ços ou das passagens não deve ul trapassar de 60 cm por metro. Quando os passadiços ou as pas sagens são utilisadas para o trans porte de materiais, deve-se deixar um espaço livre cuja largurar;
a) seja suficiente para que o trons-
porte dos materiais se realize sem retirar-se o guarda-corpo e os ro dapés:
b) não seja nunca inferior a 60 cm.
19.4 — Todas ás tábuas que fazem porte do pctssadiço ou duma passagem, devem ser fixadas e sustentadas de maneira a impedir, qualquer flexão exagerada ou desigual.
19.5 — Se a inclinação tomar necessário aumentar o apoio dos pés, e sem pre que essa inclinação ultrapasse de 25 cm por metro, ripas apropria das formando degráus:
a) devem ser colocadas a interva los convenientes;
b) devem se estender sôbre toda a largura do passadiço; todavia elas podem ser interrompidas sô bre uma largura de 10 cm afim de facilitar a passagem dos carrinhos de mão.
19.6 — Corrimâos- serão instalados em to do o comprimento das escadas.
19.7 — Os passadiçcs. as pcssagens e as escadas de onde pessoas possam cair de altura superior a 2 m de vem ser munidos:
a) de i^m ou vários corrimÕes apro priados, tendo uma secção trans versal de pelo menos 30 cm2 e fi xados a, pelo menos 1 m acima do passadiço, da passagem ou da es cada, mas de maneira que o vasio abaixo desse corrimão não seja su perior a 85 cm.
b) de rodapés de altura suficiente para impedir que os materiais ou, ferramentas colam do passadiço, da passagem ou da escada, altura essa que em nenhum caso será iriferior a 15 cm. Estes rodapés de vem ser colocados tõo perto quan to possível do passadiço, da pas sagem ou da escada.
- DISPOSIÇÃO GERAIS RELATIVAS AS PLATAFORMAS. PASSADIÇOS. PASSA GENS
E ESCADAS
20.1 — As plataformas, passadiços, passa gens ou escadas devem sempre es tar livres de quaisquer obstáculos, detritos, etc.
20.2 — Devem ser tomadas precauções efi cazes para impedir que as plata formas passadiços, passagens ou escadas se tomem escorregadiços.
20.3 — Nenhuma parte de uma platafor ma de trabalho, de um passadiço ou de uma passagem deve ser su-
portacih por tijolos soltos, canaliza ção de água, extremidades de cha minés ou outros materiais soltos impróprios. a tal fim.
20.4 — Nenhuma plataforma de (írctbalho, pcKsadiço ou passeiem deve ser suportada. nas calhás, balcões ou seus rebordos, ..fiosiacie para-rcrios ou outros partesjde/uin edifício im próprios a tah'uso.o3
20.5 — Nenhuma .plataforma) de trabalho, possadiçoyQW cpasscrgem será utili zada xmtes^que âÜG&ÍGonstrução estejq;4èrmina.dcnç]deH;cíc:ôrdo'com as disiãósHivos d:e.vproteção pre^r^tos tos esieiaiá>^:Qnyehi^íemente ins-. itólcsios. s? íTi0vob (d ""
lonio-oUi: -er; r.T9bcq ^
mtíP-hiõ^F^S sobre idí:!j:: tendo ihai^.^e^ 23,jileiras de ca-or ms aobDltS9te'?j351'P-^eS^-'5'W - 3 G1 ,EDbD330 M 'íe 3 m BC 0 enaeoaErfiS'®? 4e:^te-PÜ! W nm330q 2002^3'^5"% m S o -rcf^í^S^-D-:uíÍD eb lioo ■21.2 — A l(^gyf^j^s,jgnd|^es sobre ca-OTOD plataíor-
c) si é igualmente impossível fi xá-la pela base, um homem deve ser postado ao pé d aescada pa ra impedir o deslisamento da mes ma.
22.4 — Todo ílexionamento exagerado das escadas deve ser impedido.
22.5/— Todas as escadas devem se apoiar igual e convenientemente sobro cada um dos seus montantes, c - 22.6 — Qirando se utilizam escadas para fio servir a diferentes pcvimentos: a) elas deverão estar escalonadas, .sèqpbc b) um patamar de proteção com -ob- .aexB passagem reduzida ao mínimo delohstni- 3 ve ser disposto em cada pavi mento.
-3U2 ââoíÍDbr Escadas em que faltem degráus ou -oí mo ,eobinicoin degráus defeituosos não de0 aoqnoo-obi^em ser utilizados.
rodapés devem ser fixados tão per to quanto possível da plataforma ou do piso.
23.2 — Toda abertura praticada em um muro e situada a menos de 1 m da plataforma ou do piso deve ser provida:
a) de um ou mais guar^a-corpcs "apropriados, tendo 'secçõo trans versal mínima de 30, cm2 e fixada a 1 m acima da plataforma ou do pieo, de maneira que a parte vasia abaixo do guarda-corpo não seja superior a 85 cm;
os operários inadvertidamente pizem sobre as partes nõo resistentes do telhado e para permitir efe tuar as reparações necessários sem perig'o.
24.3 — 1 — Só operários experientes e possuindo as qualidades físi cas e psicológicas requeridas podem ser empregados em trabalhos de alguma impor tância sobre telhados que te nham inclinação 34' (2/3) ou que sejam escorregadios.
2 — .Quando haja pessoas ocupa das em tais trabalhos:
i) guarda-corpos apropriados
ii) uma plataforma de trabalho conveniente, suportada de .. maneira segura e tendo lar gura mínima de 40 cm
.vib.22''i-'í-=íoaff'§sc<M"ü'i?iiSáa
b-tullD
-ai DT9S 03DD
aorinirioo iDr:-j:>í>' a) t) se -ariD-il oó?302"ffiiifB)i§ígi -i! 0 Smo 0£ S??MPoffl)f%b=fifiÇÍSn'®s para o ob pmbp m bu passa- -30 Db uo ni9f?pr,í?B§bFS§ffifigíi5f'=''® ditas oíaov^p^up èteJffníí?^'3'om .oboo -as dí up çirynttííf'^-20.m ,0000 õíTo^a^«¥^teíffb%^Y^ab®star solidameníe evitar o seu etnobfiua ob (d 22?-aiqÊ0éHÇD_AS MÍÍKS^i r'^bt^;r^'4 o íiWfíSA^rr como meio e ultrapassar V..V .a local mais -0b aòqçbor
22.8 — :Í!Íão se utilizarão escadas que te '>yai ob obol -nhcon um ou mais degráus fixados -1d èb mo OVpazínpiregos, grampos ou outros disDmu eíimioq pcsitrvxfjs de fixaçõo análogos.
22.9 ™ As escadas de madeira devem ser obi7 àqDboi ocon&tíuidad. com: oiurn ob obod)oiman1dntes: de resistênciâ:'' "suííaqbotnoa mDfítiEhtó, ásèiiios, de defeitos visíveis oíeori .íTfòroq edeitofc-tié^rímadeira de fibra longi-íaum'i92 oviíírdinalpiDíniq o >. aoínoiioD uo b)7{Gtggrá5is-'ide uiadeira sem deíei-iDpD mu iDoteeqviBtveiEi^^^nijaixados 'nos mon-noíaus ob srtqnte^ exctóindc^üos degráus íi-aoT 3339buq xBdasoópeíRífS por pjhgos.
22.10 — As escadas de cssísetrutores de te,-oíDÍq D o oiihadasoTèníd oçpijítorêfe-nâó devem -tiDup o.qoupeser^Qtilizadas-^íipornüpérários dç ou-
-oqo 30 obrirtr^ dufcrçõebívÍKaoq oJ
o 9idÔ3 3obDirT-^i .n-iodío-.fmi sonòr
b) se necessário, um rodapé de al tura suficiente para impedir toda Q queda de materiais ou de.íerramentas, altura que em nenhum ca so será inferior a 15 cm; este roda pé deve ser fixado tão junto quan to' possível do piso oü da platafor ma ou do lado inferior de aber tura.
23 3 Exceptuado os casos previstos pela alínea 4 abaixo, os dispositivos de proteção das aberturds devem per manecer em seus lugares até que seja necessário a sua retirada para se proceder ao fechamento defini tivo da abertura.
23.4 — ps dispositivos de proteção das aberturas não devem ser 'retirados se não durante o tempo e na me dida necessárias para permitir o acesso das pessoas, o transporte ou p deslocamento de materiais de vem ser recolocados em seus luga res imediatamente após.
iii)- escadas, escadas de constru tor de telhados ou pranchas" de acesso apropriadas e fixa das de maneira segura;
b) si for impossível prover as ins talações indicadas na alínea acima; i) cinturões de segurança com coá-das que permitam aos operários se amarrarem - a ura ponto sólido da construção,* devem ser postos a sua disV posição, com obrigatoriedade de uso;
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ii) se a corda de segurança não pode ser amarrada a um pon to sólido da construção, uma segunda pessoa deve ser des tacada para sustentar esta corda de maneira que ofere ça toda segurança.
#^d(j"â,ltr°alPii|iko
pelas pes- -nPüp oheq ofdaS-^i^íttPaarou ser prolcn-anq-ob .oçíb'-""-'-'-' :-,t
gaiQ — os - - ■ousar
43fcieJrJ>ROTEÇAGs0E ABERTtfBAS ' no piso uma platafor-
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jín^*^Vc^ensoPoú'^«^^u^cPesca
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.g^^e may icli-wíio niuvc.-írijc^;'^elès a^evem as-r^&oq .aoçibiSEBilqir.yEâftortíoLakpaâuperKctél pia•ee eiqrnea meic^ÍBaftfaDeao uo anen
.30iao^3o-=feíípdm'itÇBCffiídaodeí mõio:
a) deve sBh)íÍ30i»áail'.ite maneira se-xlo 39Õçi/uoeigiBnbnie^;íiD0danavnQo se-^déèlocar "DfDÍq 3D Qupdsíísetísiipoiirlcip cdaDapoio superio-, uo EnapDasDCfe^cBjpiijiíeiiaiíesíDrTno)
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-í.nu otnemDi-i.cí):Ql9 líítí-'oüí-vásíósíiguarda-carpos apropriados tendd^^b uma secção
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23.5 Quando se deve efetuar um traba lho sobre ou acima de um vigamen to não coberto, as vigas devem ser guarnecidas de um taboado que oferece toda segurança, ou outras medidas eficazes devem ser tpmadas para Impedir a queda de pes soas.
—. TRABALHOS SÔBRE TELHADOS
24.1 — Ninguém deve trabalhar sobre um telhado que ofereça riscos^dè que da devido a sua inclinação, natu reza de sua superfície ou condi ções atmosféricas, a menos que se tomem precauções apropriadas afim de evitar toda queda de pessoas e materiais.
24.2 — Sobre os telhados de vidro ou de materiais que ofereçam pouca re sistência, precauções especiais de vem ser tomadas para impedir que
25
PRESCRIÇÕES DIVERSAS
25.1 — Todo lugar onde trabalhem ou drculem pessoas que possam ser atingidas por materiais, íerrdmentas ou outros objetos que caiam de uma altura superior a 3.50, de ve ser coberto de maneira a prote ger estas pessoas a menos que ou tras medidas eficazes sejam toma das para impedir qualquer queda de objetos da referida altura.
25.2 — Materiais de andaimes, ferramen tas e outros objetos não devem ser jogados ao sólo, mas, descidos cui dadosamente.
25.3—Toda plataforma ou qualquer lo cal de trabalho deve ser provido de meios de acesso que ofereçam to da segurança.
Si:
Os perigos das Lâmpadas Flnorescentes
(Divulgação da Comissão Especial de Prevenção de Acidentes da The S. Paulo Tramway, Liglit & Power Co., Ltd.)
O manuseio de lâmixidas fluorescentes re{^•esenta perigos de infecções graves péla sua composição química interna (berilo metálico e 6/ mercúrio),^principalmente se resultante da pene-tração do pó de berilo em ferimentos por cortes do vidro de tais lâmpadas. Por tais motivos é 7.*^ indispensável a observância rigorosa das seguin tes instruções de segurança:
1.® Guardar as lâmpadas de modo a evitar , 8.^ quê sejam manuseadcfi ou quebradc^ descuidadamente; 9.°
2.® Evitar que menores toquem nas lâmpadas bôas ou imprestáveis;
3.® Para a inutilização, essas lâmpadas deve- 10.® ' rõo ser submersas em recipientes com água;
4.® Não jogar as lâmpadas ou partes dos mes- - 11.® mas no depósito de lixo ou no incinerador; ,
5.® Encarregar determinada pessoa para rece ber e dar o devido destino às lâmpadas ve
lhas ou imprestáveis, conforme prevê o item 3.®;
Se uma lâmpada cair ou quebrar, afastarse do lugar durante o tempo necessário pa ra todo o seu pó pousar no chão; Não apanhar os pedaços de vidro ou par tes de uma lâmpada com as mãos despro tegidas;
Antes de varrer, espalhar água por toda a área atingida pelo vidro quebrado e o pó. Proteger as mãos com luvas bem resisten tes antes de apanhar qualquer peça que brada;
Consultar o médico imeditamente no caso de sofrer ferimento, por menor que seja, no manuseio das lâmpadas;
Inspecionar freqüentemente os lustres que nõo têm proteção, a fim de se prevenirem conseqüências de acidentes com a possí vel queda de lâmpadas fluorescentes.
kidentes em cadeia
Na cidade de Santos, São Paulo, ocorreu re centemente uma cadeia de acidentes que prima pelo imprevisto das situações. Foi o (5aso que, um ônibus daquela cidade, perdendo a direção, foi de encontro a um poste derrubando-o.
Era conseqüência o quarteirão ficou imedia tamente às escuras. Ora, também aconteceu que dentro do circuito que ficou sem energia estava funcionando um circo que, como atração, con tava com um perigoso número de trapézio em que o artista desprendendo-se do aparelho, saia voando e com precisão matemática agarrava as mãos de outro artista que pendulava em sincronismo com êle. Foi justartiente na ocasião errí que o tropezista, como um projétil, cortava os ores em busca do apoio do companheiro, que os luzes.apagaram. A conseqüência-foi a que o lei
(CoaUntwfi&o da pigrlna anterior)
25.4 — Toda obra e outros locais onde pes soas devem penetrar, assim como suas vias de acesso, devem estar convenientemente iluminados.
•
25.5 — Si necessário, uma iluminação es pecial deve ser instalada sobre to das as partos dos andaimes ou das construções ao longo das quais os materiais são conduzidos.
25.6 Durante todo trabalho de constru ção, reparo, transformação, manu tenção ou demolição de uma obra, medidas necessárias devem ser to
tor está imaginando: falhando o salto, veio o po bre artista de encontro ao público, tendo coido justamente sobre o sub-delegado de serviço. Am bos, bastante machucados, foram hospitalizados. Enquanto isso, o ônibus causador dessas «misérias», continuava achatado de encontro ao poste mas ainda não satisfeito. O choque fez com que começasse a vasor gasolina, cujos vapores se espalharam pela redondeza, ávidos por algu ma chamazinha de fósforo. Essa, grande amante dos dramas e tragédias, nõo tardou em aparecer e o resultado foi que o veículo pegou fogo. Re sumo: um ônibus incendiado, um posto caido, uma rêde danificada, uma séssâo de circo sus pensa, dois feridos graves, e um programa -de diversões desfalcado, não se sabe por quanto tempo.
madas afim de evitar que os ope rários fiquem em contacto com condutores ou aparelhos elétricos, mesmo em se tratando de condu tores ou aparelhos de baixa tensão.
25.7 — Todo prego saliente sobre qual quer peça utilisada na construção dos andalínes ou dos escoramentos devem ser rebatidos ou retirarados.
25.8 — Os materiais que se acham na obra não devem ser empilhados nem dispostos d emaneira que possam por em risco as pessoas,(Continua)'
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Segurança não tem preço
preserve suo
e o vido dos que dependem de seu trabalho
ACIDENTES
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Hiaai —<JíO I!
ASSOCIAÇAO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
S£DE: RIO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO. 91
edifício MAYAPAN
11' ANDAR — SALAS 1118/9
eND. TELEG.: PREACI
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFÍCIO DO BANCO DO ESTADO
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TELEFONE 42-0928
TEL. 3-2257 - END. TELEG.: PREACI
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DIRETORIA
Dr. EUVALDO LODI • Presidente
I. M. FERNANDES - 1' Vice-Prcsidcnt'-
ALCIDES LINS • 2' Vice-Presidenle
üULCIDIO A. PEREIRA - 1' Secretário
ADEMAR DE CANINDÉ JOBIM - 2* Se cretário
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Dr. DÊCIO PARREIRAS - Diretor
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Dr. RENATO WOOD
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Membros EíetlTOs
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Dr. MARIANO J. M. FERRAZ
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
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l-f. HELVF.CIO XAVIER LOPES
Dr. LUIZ DUMONT VILARES
SECRETARIO EXECUTIVO
Dr. JOSE* S. A. PINHEIRO
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MAIO-IUNHO DE 1951 ANO IX
Vice-Diretor Manoel Santos Diretor Nelson Costa Carvalho
Nossa (iapa
Sscretáiio
E. L. Berlinck
As duas fotogralias ,que reproduzimos na nossa copa, ilustram um im pressionante caso de proteção aos olhos dispensada pelos óculos de segurança, cujo uso não nos cansamos de aconselhar.
E' o coso que o operário Benny Femandez. do uma íundiçõo- -de aço de Pueblo, Colorado, EE.UU., recsbeu em plena íaco o borriio de aço em lusfto, que eslava a tão oito temperotura que tinha alcançado o «branco».
Sabe-se que uma dos maneiras dos metalúrgicos avaliarem a tempe ratura do aço ó a observação do côr em que se encontra: vermelho som brio. vermelho laranja, laranja, etc., servem do termômetro para deduzir a temperatura já alcançado pelo ierro ou pelo aço. Pois bom. ioi quando o banho Já se achava á temperatura do «branco» que Femandez recebeu no rosto o impacto da massa que lhe foi atirada em virtude de umo explo são ocasionada no banho.
A primeira fotografia denuncio ao impressionantes queimaduras da face. e de uma parto do pescoço. Sôbre o fundo preto da íaco macorada destacam-se. porém, dois círculos brancos, cm cujo centro oncontram-se o mais precioso instrumento com que o mãe Natureza brindou o homem: OS OLHOS.
Em torno dos olhos, conta a revisto «INDUSTRIAL STANDAHDIZATION». a pele apresentava-se apenas overmelhoda. Os óculos de segurança tinham-lhe salvo a vista.
Dentro de um mês, o operário da Colorado Fuel and Iren Corporation já se achava quase bom e desejcso de propagar a todos os trabalhadores que correm o mesmo risco os vantagens do uso dos óculos de segurança.
Devemos notar a rápida recuperação da pele do rosto de Femandez, graças aos cuidados médicos especializados, que evitaram que êle se tor nasse um verdadeiro monstro.
Femandez. como dissemos, faz questão que todos conheçam o seu caso que já foi amplamente noticiado pelo imprensa americana. A Revista «In. dustrial Standordizctíon». de onde tiramos estos notas, chamo atençao tam bém para o fato de que os óculos achavam-se dentro das Normas Técnicas americanas. Apesar dos vidros lerem se fundido com o calor do aço ao branco, aguontoram perfeitamente o impacto. Esta observação é impor tante porquanto se os óculos fossem de má qualidade, de nada adiantariam para salvar a vista de Femandez. Mesmo porque, como em muitos oulrM casos, há óculos e óculos
Há mCds de 200 anos um cíenüsta alemão es creveu um artigo expondo o pengo de morte em circuitos de baixa voltagem e acreditamos que pelo ano de 2151.nossos descendentes amda con tinuarão a escrever sôbre a morte que está es condida atrás dos circuitos de baixa voltagem.
A Eletricidade quando não bem manejada torna-se potente assassina Em 200 íerimentps causados por acidentes ordinanos um é mortal, porém com ct corrente elétrica em cada cinco um é fatal. A morte não espreita sòmente aos_to baihadores quando reparando linhas de 50.000 volts, ela também está presente nos circuitos de baixa voltagem, os de 110, 220 e 440 volts, que nos são familiares.
A Eleinci^cide necessita de um ccpiinho pa ra circular, um fio de cobre fornece esse cami nho. que é de grande eficiência, po^ oferece pouca resistência à sua passagem. A água^tam bém é um bom material de pouca resistência. Se o circuito da corrente se interrompe devido a Uma quebra no fio, ou a uma seca em uma superfície que deveria estar tôda molhacm, a corrente pára. porém, o corpo humano pode fechar o circuito e tornar-se o caminho de uma corrente fatal.
O dano causado por uma corrente elétrica é ocasionado pela passagem da mesma, cujo valor é avaliado em ompères. Provou-se que uma corrente de 1/10 de ompère de corrente ^ alternada de freqüência usada comercialment_e. pode ser fatal se passar através de um órgão vital.
O homem está protegido contra a passagem da. corrente por um dispositivò de segurança, a sua pele, a qual oferece resistência relativamente grande à sua passagem.
Voltagem é o fator que contrabalança a re sistência da pele. Altas voltagens vencem fàcilmente a resistência da pele. Voltagens bem baixas oferecem segurança relativa e ficam entre OS extremos que causam danos certos e segu rança completa. Elas podem ser prejudiciais po rém, quando as condições são propícias.
A pele humana varia no valor da resistência que oferece à corrente elétrica, porém o valor
(Divulgação da Comissão Especial de Prevenção de Acidentes da The S. Paulo Tromway. Light & Power Co.« Ltd.)
da mesma diminue consideravelmente com a umidade. Fazendo-se um pequeno^cálculo, para o corpo humano temos:
Pele seca: 100.000 a 600.000 ohms Pele molhada; 1.000 " Interior do corpo, da mão ao pé: 4Ó0 a 600 De um ouvido para o outro: — perto de 100
A corrente que passa através do corpo hu mano é igual à voltagem aplicada às extremi dades do corpo dividida pela resistência do corpo mais as resistências dos contactos.
Exemplificando: Fulano de Tal. um colega nosso, faz contacto com um fio de isolação defei tuosa quando êle e sua roupa estão molhados de suor, êle está de pé sôbre uma bôa terra {um cano de água. a ferragem de um motor ligado à terra ou um assoalho molhado). Vimos antes que a pele molhada tem a resistência de 1.000 ohms e que a resistência interna do corpo é de uns 500 ohms, portanto ao todo uns 1.500 ohms. Se dividirmos 120 volts por 1.500 teremos o quociente de 0,08 ampères ou 80 miliampères.
O valôr de uma corrente de 80 miliampères, passando através do corpo não é sempre fatal, porém causa bastante dor bem como contrações musculares severas e torna a respiração difícil. Se a corrente que passasse no corpo de nosso colega fosse entre 100 e 200 miliampères, pro duziria uma condição no seu coração conhecida como «FIBRILAÇAO VENTRlCULAR» que causa morte instantânea.
Pesquisas feitas sôbre os valôres da corrente que afetam os homens indicam que correntes me nores que 1 miliompère nõo são sentidas, T a 8 miliampères fazem sentir uma sensação de cho que elétrico sem dor, entre 8 e 15 miliampères o choque toma-se doloroso porém o controle dos músculos ainda nõo foi afetado, porém acima de 15 ou 20 miliampères o controle dos músculos é perdido e a vítima nõo pode mais desVenciIhor-se.
Entre 2Q e 50 miliampères, o choque é dolo roso, as contrações musculares sõo severas e a respiração é difícil. Entre 50 e 100 miliampères o coração entra em fibrilaçõo ventriculcrr, entre
100 e 200 miliampères este fenômeno ocorre ha certa.
Acima deste último valor dão-se queimadu ras graves e as contrações musculares são tõo grandes que os músculos do peito comprimem o coração porondo-o durante o choque, esta compressão porém não deixa o coração entrar em fibrilação e as vítimas algumas vezes' re cuperam.
Como as voltagens mais altas têm o neces sário para diminuir o efeito da resistência natu- rol do corpo, os perigos de cheques elétricos po dem ser evitados em muitos casos diminüindo-se as voltagens para valores menores mais segu ros, por exemplo: trabalhadores e inspeíorès que têm de trabalhar em caldeiras, tanques ou lu-r gares molhados, onde estão circundados por superfícies ligados à terra, usam luz de circuitos alimentados por transformadores especiais que fornecem baixa voltagem.
Motores de baixa voltagem (32 volts ou me nos), as vezes são também usados, porém o seu maior pêso limita a potêiicia dos mesmos.
Segurança adicional é conseguida nessas instalações de'baixa voltagem deixando-se o enrolamenío de baixa voltagem dos transforma dores sem ligação à terra para evitar passagem de corrente do primário no caso da'isolação en tre o primário e o secundário tomar-se defei tuosa.
Quando for necessário usar os circuitos pa dronizados de bcrixa voltagem usados nas diver sas fábricas ou. usinas, todo equipamento deve rá primeiramente ser verificado se eStá de acor do com os requisitos do Código Elétrico Nacional.
Êste Código especifica, por exemplo, que as carcossas de motores portáteis e dos aparelhos a
êles conjugados deverão ser ligados à terra se a voltagem exceder de 150 volts para terra, esta ligação à terra pode ser feita facilmente se se usar um cabinho com 3 condutores, que usado com um «plug» especial de 3 pinos e tomadas especiais para 3 pinos, automaticamente faz a ligação à terra quando o «plug» é colocado na tomada.
Quando essas tomádas e «plugs» especiais não são usados e se usa as tomadas comuns, um terceiro fio pouco mais comprido que o cabo de -2 condutores é ligado à carcassa do motor e seguro ao cabinho, de vez em quando, com fita isolaníe, e na sua outra extremidade termina em um terminal apropriado que pode fàcilmente ser ligado a um cano de água ou a qualquer outra boa terra. Êste método de ligar à terra cs portes metálicas sem corrente dos motores e de outras máquinas, pode também ser usado para ligar à terra lâmpadas, aquecedores e outros aparelhos elétricos.
Qualquer quebra de isolação que permitir a voltagem chegar nas partes metálicas expos tas dos aparelhos elétricos (mesmo que não in terfira com o funcionamento dos aparelhos) pode produzir morte ou injúria grave a qualquer pes soa que complete o circuito.
Nõo se deve facilitar com a Eletricidade. A melhor segurança é obtida ligando-se à terra to dos os aparelhos elétricos e usando-se voltagens bem baixas nos trabalhos que ofereçam perigos acentuados.
Tradução Livre do artigo «LOW VÕLTAGE HAZARDS> por G. MacDoDnald publicado no «Industrial Supervisor», de janeiro de 1949, pelo Eng.® P. C. Silva e revisão mé dica do Dr. Abel Vargas para a «CEPA».
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Modelo de Ata das Reaniões das Cipas
Com a autorização das I.R.F. MATARAZZO, obtida airavês da gentil cola boração do seu médico chefe encarregado do Servido de Segurança e Higiene dêsse imponente griíbo de indústrias, Dr. Carlos Comenale Jr., damos hoje à publicidade uma ata de Reunidb de uma COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE^ACI DENTES. O esquema de trabalho e da relação da ata já foi uniformizado em todas as fábricas das indústrias Matarazzo. Serve de ilustrarão ao projeto de regu lamento de funcionamento das CIPAS que publicamo.i em número anterior.
Tiigátòna terceira {33.®) Reunião mensal ordi nário da Comissão Interna de Prevenção de Addantos do Trabalho da Fábrica Mariangela, rea lizada aos vinte e oito (28) dias do mês de feveí®iro do Üm mil novecentos e cinqüenta e um (1951).
— Aos vinte e oito (28) dias do mês de fe vereiro de Üm mil novecentos e cinqüenta e um (1951). teve lugar a Trigésima tejceira (33.®)
FABRICA "CONTRA" LTDA
EQUIPAiyiENTOS
CONTRA FOGO
1.0 Extintor no Brasil a receber o Selo de ( Conformidade da A. B. N. T.
LARGO Da. ANA ROSA - TELÉFONE, 7-6517 —
SÃO PAULO
Reunião mensal ordinária dos componentes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho *da Fábrica Mariangela, instalada no recinto do Refeitório, sito à Rua Fernandes Silva, número Duzentos e onze'(211), nesta cidade de 'São Paulo, capital do Estado de São Paulo, contôndo a mesma com a presença dos seçnntes Senhores membros: — Eduardo Teissére, Ihretor í^rerite da unidade e Presidente da Comis^o. — Dr. Carlos Comenale, médico assistente da Co missão. — Dr. Pietro Fumagalli, encarregado ad ministrativo da unidade. — Vicente Sammartino, e Rehato Cavicchio, respectivamente primeiro e segundo secretários. — Maria José Dantas, En fermeira e encarregada dos serviços de ambiuatório, e os membros vogaís representantes das secções e sub-secções, Fiscais de segurança, auxiliores, ou seus substitutos. Aménco Zelmanovitz, André Quirino Ciorlia, t— Paulo Donatelli, João Freitas, Walter Bevilacqua, Vicente Rosalbo, Ângelo Spinelli, Mafalda Bisetto, Geny Buscoriolli. Geraldo Perotta (Em lugar do Sr. Se bastião Papotti), Mauro de Lima (Em lugar do Sr. Júlio Scátena), Dante Gcà)bani, Pedro Ânge lo Móra, Dante Ciorlia, e Maria Luiza Minjoulet, - presentes —- ainda, além de um grupo de operáric» dos diversas Sub-secçôes convidados espe cialmente para assistirem a esta Reunião, mais ■Cf tfrupo de operários acidentados em janeiro 'Último, para serem orguidos quanto aos motivos ou causas dos acidentes de que foram vítimas. Dando início aos trabalhos precisamente às dez (10) horas, o Sr. Presidente solicita seja lida a ata referente ò última Reunião realizada em Janeiro próximo passado, cuja leitura foi por mim
procedida e ao finalizar teve aprovação Unâni me, passando a mesma a ser devidamente assi nada pelos senhores membros a ela presentes. Passando à «Ordem do Dia», — é feita a expo sição do Relatório do movimento geral de aciden tes verificados no curso do mês de janeiro, cons tando o mesmo o que abaixo segue. — EFETIVO GERAL — HOMENS. — Seiscentos e dez (610). MULHERES. — Novecentos e oitenta e nove (989). — TOTAL DO EFETIVO. — Um mil qui nhentos e noventa e nove (1.599). — HORAS GE1^13 — HOMENS. — Cento e vinte mil oitocentos e nove (120.809). MULHEFÍES. — Cento e sessenta e quatro mil oitocentos e setenta (164.870). TOTAL HORAS GERAIS. — Duzentos e oitenta e cinco mil seiscentos e setenta e nove (285.679).
.HORAS AUSENTES POR ACIDENTES — HOMENS — Cento e trinta e seis (136). MULHERES. Oitenta e oito (88). TOTAL HORAS AUSENTES POR ACIDENTES. — Duzentos e vinte e quatro (224). PERDAS DE HORAS NA RAZÃO DE UM POR MIL (1/000). — HOMENS. — Um vírgula um por mil (1,10/00). MULHERES. — Zero vírgu la cinco por mil (0,50/00). — TOTAL DE HORAS NA RAZÃO DE UM POR MIL (1 0/00). — Zeío vírgula — oito por mil (0,8/1.000). ACIDENTADOS HOMENS — Quatro (4); MULHERES — três (3) — TOTAL DE OPERÁRIOS ACIDENTA DOS — Sete (7). PORCENTAGEM DE ACI DENTES EM RELAÇÃO AO EFETIVO — HO MENS. — Zero vírgula seis por cento (0,6%). MULHERES. — Zero vírgula três por cento (0,3%). TOTAL DA PORCENTAGEM EM RELAÇÃO AO EFETIVO. — Zero vírgula quatro por cento (0,4%). SALÁRIOS PAGOS A ACIDENTADOS. HOMENS. '— Cinqüenta e oito pot cento (58%). MULHERES. — Sessenta e um por cento (61%). TOTAL DE SALÁRIOS PAGOS A ACIDENTADOS. — Sessenta por cento (60%). — Porcentagem es tas em relação ao salário normal. — DEPRESSÃO DOS SALÁRIOS CONSEQÜENTES A ACIDEN TES. — HOMENS. — Quarenta e dois por cento (42%). — MULHERES. — Trinta e nove por cento (39%). TOTAL DA DEPRESSÃO DOS SALÁRIOS.
— Quarenta por cento {407o). Porcentagem que constitui perda conseqüente ao afastamento do serviço por motivo de acidente. — ÍNDICE DE FREQÜÊNCIA ACIDENTES POR UM MILHÃO (1.000.000) DE HORAS. — HOMENS. — Trinta e três (33).acidentes por um milhão de horas. MULHERES. — Dezoito (18) acidentes por um milhão de horas. TOTAL DO ÍNDICE ,DE FRE QÜÊNCIA. ^ Vinte e cinco (25) acidentes por um milhão de horas. ÍNDICE DE GRAVIDADE. Nada consta com referência ao «índice de gra vidade». — Terminada a exposição de motivos citados no relatório acima, o Dr. Carlos Comenale, em termos, comparou a diferença do «índice de Freqüência» referente ao mês de janeiro e ao mês dè dezembro próximo posado, verificando depressão de dezessete (17) acidentes por üm milhão de horas (17/1.000.000), ou seja, de qua renta e dois (42) em dezembro, para vinte e cin co (25) em janeiro, resultado esse colhido com satisfação entre os membros presentes. — Em prosseguimento aos trabalhos da me-, sa, é iniciada pelo Dr. Carlos Cpmenale, as orguiçÕes feitas diretamente aos operários acidentodos presentes, tendo êstes respondido às per guntas no que se refere às causas ou motivos por que foram vítimas de acidentes, cuja classifica ção é a seguinte: — QUEDA DE PESSOAS. Dois (2). MANIPULAÇÃO DE MATERIAIS. — Um (1) PARTÍCnjLAS VOLANTES.~ Um (I). MAQUINARIOS. — Dois (2). CORPOS PENETRANTES. Um (I). — Considerando êstes acidentes como leves e sem gravidade. — éUGESTÕES, — O Dr. Carlos Comenale, em termos, sugeriu à mesa a especificação da mcriorídade ou menorídade do oddentcaio no Relatório mensal, bem como o tempo de serviço que o mesmo vem exercendo na unidade, considerando êstes dois pontos de relativa importância. — Outrossim, o registro dos salários pagos a operários acidentados no mês
da competência, deverão serem registrados inte gralmente no Relatório mènsal, bem como o sa lário normal, ao que permite computar a dife rença recebida a menos, conseqüentes do afas tamento do serviço, ao que tomará mais explí cito e mais fácil a compreensão dos interessados. Aprovada a sugestão citada, foi a mesma devi damente anotada para a devida execução.
— Em continuidade, o Dr. Carlos Comenale dá início à costumeira palestra sempre dirigidas aos trabalhadores presentes, versando a preleção ao tema ACIDENTES DE QUEDA. — reatan do assim, ao que fora dito em Reunião realizada a dezesseis de janeiro (16) próximo passado, no que se refere aos acidentes de queda e suas con seqüências, e os meios de evitá-los. — Terminada a preleção, e como nõo houvesse mais outros assuntos de interêsse a serem ventilados, o Sr. Presidente declara terminada a presente secção, precisamente às dez horas e trinta minutos Ü0,30), recomendando à mesa que a próxima Reunião terá lugar em março próximo vindouro, em dia e hora préviamente marcados. — Eu, Vi cente Sammortirio, primeiro secretário, escrevi a presente ata, passando a datá-la, assinando em conjuntamente aos demais membros a« ela pre sentes. — São Paulo, ao& vinte e oito (28) dias do mês de fevereiro de Um mil novecentos e_ cin qüenta e um (1951).
Assinados: Eduardo Teissére — Dr. Carlos Comenale — Dr. Pletro Fumagalli — Vicente Sommartino — Renato Cavicchio — Maria José Dantas — Américo Zelmanovitz — André Qulrino Ciorlia — Paulo Donatelli — João de Frei tas — Walter Bevillacqua — Vicente Rosalbo Ângelo Spinelli — Mafcdda Bisetto — Geny BuscorioUi — Geraldo Perotta — Mauro de Lima Dante Gabbani — Pedro Ângelo Mora — Dante Ciorlia — Maria Luiza Minjoulet.
Segnrança nos Aparelhos de Elevação
A segunda parte do trabalho do eng. lima Ferreira trata dos aparelhos de devoção empregados na construção civU: guinçhos, talhas e moitões; guindastes; guindastes-denicks e monta-cargas. Todos êles são aparelhos perigosos e regras especiais de segurança devem ser estabelecidas para a sua construção, montagem e manejo. Príncipalmenté os monta-cargas, imprudentemente utilizados pelos operários das obras como elevador, são fonte permanente de desastres, quase sempre fatais.
-A perfeita observância das regras a seguir transcritas, tomará as construções isentas dos perigos que ora apresentam.
T I T U L O- II
APARELHOS DE ELEVAÇÃO
26 — DISPOSIÇÕES GERAIS
26.1
nação da lança serão claramente marcados.
Todos os elementos da armação, do mecanismo e dos dispositivos de fixação de guindastes, lalhas, guin çhos ou outras máquinas e apd-^ relhos de levantamento e de roldanas ou polias, devem:
26.^—Um guindaste, talha, guindio ou qucdquer outro aparelho elevador, ou cts suas partes, não devem ser carregados além da carga útil ad missível exceto nos casos previstos no número seguinte.
2676 — A fim de proceder às provas de um guindaste ou de qualquer ou tro aparelho ou mecanismo de le vantamento, a carga útil admissí vel pode ser ultrapassada na me dida autorizada por pessoa com petente, designada para proceder às provas.
b)
q) — ser de boa construção me cânica, fabricados com ma teriais sólidos, de resistência e, de matéria apropriada e isentos de defeitos; ser mantidos em bom estado e em perfeito funciona mento; e
c) — na medida que a construção e permita, -serem examina dos em sua posição de ser viço no mínimo uma vez por semana, pelo condutor ^ pu por outra pessoa compe tente.
26.2 — Medidas apropriadas devem ser tomadas para determinar, em ca da aparelho elevador, a carga útil máxima admissível.
26.3 — A carga útil máxima deve ser mar cada claramente:
a) — sôbre cada tolha, guincho ou roldona empregada jxira içar ou baixar qualquer carga;
b) — sobre cada poste ou mostro de derrick empregado para içar ou baixar cargas pe sando 1.000 kg ou mais;
c) — sôbre cada guindaste.
26.4 — Sôbre os guindastes de lanços inclináveis, as cargas úteis adn^síveis nos diversos ângulos de incli
27.7 — Durante as operações de levanta mento, medidas eficazes devem s">r tomadas para que nenhuma pessoa estacione ou circule sob a carga.
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26.8 — Nenhuma carga deve ficar suspen sa em um aparelho de elevaçõo, a menos que êste continue sob controle efetivo de pessoa compe tente, enquanto a carga permane ça suspensa.
26.9 — Todo condutor de guindaste ou de outras máquinas elevadoras. deve' ser devidamente qualificado.
26.10 — Nenhuma pessoa de menos de 18 anos será admitida para o manejo dos aparelhos elevadores, inclusive , os guinchos dos andaimes, nem para transmissão de sincds ,ao con dutor de tais aparelhos.
26.11
Em condições normais de trabalho, uma única pessoa responsável de ve ser designada para dar ao con dutor do guindaste todos òs sinais necessários.
26.12 — Quando uma operação de levan tamento ou descida de materiais é efetuada por meio^ de um guindas te e que o condutor do guindaste ou pessoa que o münobra não es-
teja
.eín condições de ver a cctrga em todos os siras posições, um ou mçQS observadores ou sinalizadores devem ficar postados de maneira a ver a carga durante todo o seurper- curso e a dar os sinais neçesstóos .00 condutor do guindaste ou a
•7' pessoa que. o manobra.-
26.13——-Para cada manobra ;a se efe tuar deve haver um sinal bem definido tal que a pessoa a quem êle se dirige possa ou vi-lo fàcilmente.
2 — Se o sinal é sonoro ou luminoso, deve ser produzido por um dispcsitivo eficiente;
3 ^ Todo fio servindo pára trons- mitir um sinal deve ser sufi- <rientemente protegido contra qualquer contacto acidental.
'■26.14-—Os motores, engrenagens, trans missões, Condutores elétricos e ou tras partes perigosas de aparelhos de elevação, dèvem ser munidos de dispósitivós de proteção efica zes, os quais não poderão ser re tirados enquanto a máquina ou o aparelho estiver eín movimento. Se os dispositivc^ de proteção tiverem de ser retiradas devem eles ser re colocados o mais cedo possível, pelas pessoas, que se retirarem e, em todos^ os CCKOB, antes que as máquinas e aparelhos sejam postos em movimento ou servigo nor mal.
—O condutor de todo guindaste ou aparelho elevador semelhante, de ve tter uma cábine òu posto de co mando coberto e Oferecendo toda segurança.
2B,Í6
-1 — Sempre que possível, ascabi na do condutor de todo guindcKte ou aparelbo elevador, deVe ser completamente mòntado antes que o guindaste oü aparelho sejam' postos em ser viço regular: caso contrário, outras medidos oprgpriadas serão tomadas para proteger o condutor contra as intem péries.
'2 — Em tempo frio, a cabine de. todo guindaste ou de qual quer aparelho elevador acio nado mecanicamente e em aerví^o deve ser conveniente mente aquecido por meios apropriados.
27 — GUINCHOS, TALHAS E MOITõES
27.1 Todos os elementos da armação das talhos ou guinchos, neles com preendidos os suportes, devem ser metálicos.
27.2 Quando se faz uso de cabos metá licos, o diâmetro das polias dos tambores não deve ser inferior a 400 vezes o diâmetro dos fios que compõem o cabo. Nesta avaliação, a alma do cabo não entra em linha de conta.
27.3 — 50 os tambores dos guinchos são munidos de ronhurqs:
' a) — o raio dessas últimas deve ser aproxímadamênte igual e em .nenhum caso inferior áo do cdbo;
b) — o passo das ronhuros não deve nunca Ser ^nferior ao dioânetrO do cabo.
27.4 — Os "tambores dos guinchos devem ser munidos de bordos laterais, a fim de impedir que os ccúdos saiam dos' tambores.
27.5 — Todo guindaste, talija ou-guinçho deve ser munido de um ou mctís freios eficazes e de qualquer outro dispositivo de segurança necessá rio para evitar a queda das cargas suspensas. \
3 — Os. cabos metálicos devem ser ccdculados. de maneira a apresentar um coeficiente mínimo de seguran ça de 6 (seis) sob a carga mínima. No cálculo da dimensão dos cabos, supõe-se que eles sejam submeti dos apenas, ao esforço de tração.
4 — Nenhuma corrente ou cabo metá lico apresentando nós poderá ser utilizado para levantar ou descer uma carga.
Todos os cabos e correntes de le vantamento, neles compreendidos os cabos e correntes servindo à suspensão das lanços de inclina ção regulável dos guindastes-derricks, devem ser fixadas de manei ra segura aos tambores dos guin dastes, talhas ou guinchos que' os utilizam.
Todo ligamento ou junção provisó ria de um cabò, de uma corrente ou de outro dispositivo utilizado na montagem de um guindaste deve ser apropriado a esse fim e apre sentar completa segurança.
ou a carga se desloque do gqncho;
b) — ter uma forma que reduza o n>cás possível o risco de tal deslocamento.
28.12 — As partes dos ganchos que possam entrar em contacto com os cabos, cordas ou correntes durante o levoniomento ou descida dos ccrgcB, devem ser arredondadas. Quando as lingados duplas ou múltiplas são utilizadas para o le vantamento ou descida de matC'riois, as extremidades superiores dós lingados devem ser reunidas por meio d© um anel ou fivela e não postas separadamente no gan cho de levantamento. Esta pres crição não se aplicará quando a carga, total a subir ou descer seja inferior à metade da carga'útil ad missível do gancho.
28.13'
»
28.14'—No ato de levantamento ou desci da de objetos volumosos, a carga útil admissív^ das lingados deve ser determinada nõo sòmente em função de sua resistência, mas, também em função da inclinação dó mastro.
'27.7
27.6 — A alavanca de manobra de toda talha <3u güincho deve ser munida de um dispositivo de oferrolhomento apropriado' Em toda máquina elevadora mo vida a Vapor, a alavanca de ma nobra do mecanismo de mudança de mófcha será munido de um dis positivo de aferrolhamento, de molas.
28 — MÊIOS DE SÜSPÊNSÃD E DE FKAÇAO
28.1 Todos bs cabos ou cordóB Utiliza dos nos aparelhos elevadores para a subida ou descida de materiais, devem ter um comprimento sufi ciente para que fique no mínimo duas voltas sôbre o tambor em to das as posições de trabalho do aparelho.
28.2 — Tratando-se de tambores ronhurados õu de polías com gola, não se utilizarõo cabos cujo diâmetro se ja superior ao passo das rcrtihuros do tambor ou à largura da gola da polia.
7 _ Todo cabo utilizado para o levan tamento ou descida de materiais ou como meio de suspensão, deve ser de qualidade apropriada, suficientemente resistente e estar em bom estado.
Cada corrente, anel, gancho, argola, polia ou roldona utilizada para levantar ou baixar materiais, ou como meio de suspensão, deve ter sido submetido a provas e ter gra vados em números e letras nítidos a indicação da carga útil admissí vel e uma marca de identificação.
9 — Nenhum dispositivo de fixação ou de suspensão deve ser carregado acima de sua carga útil admissível, salvo quando se tratar de proceder-se a um ensaio.
• As correntes, anéis, ganchos, argolas ou roldanas utilizadas para levantar ou bóáxar materiais ou como meio de suspensão, que teriham sido distendidos, modificados ou reparados por solda, devem ser convenientemente ensaiados e ve rificados antes de serem novamen te utilizados.
Todo gancho utiUzado para o le vantamento ou descida de mate-
a) -- provido de um tópe eficaz para impedir, que'a lingada
28:16-
28.15 — Nenhuma lingada, corda ou cor rente deve.entrar em contacto cora os ângulos vivos da carga. - Toda corrente, cabo, todas as lin gados e outros acessórios dos aparelhos de levantamento devem ser verificados periõdicamente por pessoa, competente. As conclusões a que tiver chegado esta pessoa devem ser assentadas em um cer tificado ou registro especioL
29— GU^ASTES
.29.1—
A. plataforma de sustentação do guindaste deve ser feita com materic^ sólidos e ter uma boa cons trução mecânica, tendo em conta sua altura, posiçãa ccqxicidade.de levantamento e alcance do guin daste.
29.2 h)
A plataforma. de todo guindaste deve ser;
a) provida de um piso unido de madeira ou de chapa; convenientemente protegido de. acôrdo, com o presente Regulamento;. provido d© meios de acesso seguros;
di — ter uma superfície suficiente;
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i) — em qualquer caso, pa ra o condutor ou o operador e a pessoa éhcorregada de fazer - sinais;
j) — no caso de um guindCrste-derrick com cor. da, também para a pessoa que manobre o mecanismo de rotação.
.29.3 —,1 — Todo guindaste fixo deve ser '/ ancorado de forma segura ou convenientemente lostreado a ^ ' fim de assegurar a sua estabilidade, por meio de uma •r larga suficiente e sòlidomerite presa.
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2. — Quando um guindaste é los^ treado por meio de uma car ga, um diagrama indicando a posição e o tamanho do / contrapeso deve ser afixado r" ha" cabine de manobra do guindaste.
3 — Todo guindaste movei deve ser provido de um dispositivo de oncoromento aos trilhos da via de rplamento.
29.4 Em toda plataforma, andaime ou outro local em que se mova um guindaste, deve-se prever uma pas sagem que permanecerá livre, ton to quanto possível, para cada po- sição do guindaste e que terá no mínimo uma largura de 60 cm en tre as partes móveis do guindaste e as portes fixas ou o bordo da referida plataforma, andaimes ou local.
29.5 — Se num momento qualquer duran te a translação ou giro for impos sível manter num lugar ou num ponto qualquer uma passagem li vre de largura mínima'de 60 cm, todas as medidas necessárias de vem ser tomadcns para impedir o acesso de pessoas ao dito local ou ponto em questão, durante êste tempo.
29.6 Todos os trilhos sobre os quais desHza um guindaste movei devem ter uma secçõo suficiente e uma su perfície de rolamento unida.
29.7 — As disposições seguintes se apli cam. a todas as vias de um guin daste movei, repousando sôbre o solo ou não:
a) — a via deve ser conveniente mente crasentada;
'
b) — todos os suportes devem ser suficientemente resistentes e mantidos em bom estado;
c) — as extremidades das vias devem ser munidas de sapatos ou esbarros.
29.8 — Ã menos que outras medidas sejam tomadas para assegurar a junção dos trilhos sôbre os quais esteja üm guindaste movei devem:
a) — serem reunidos por meio de talas ou de cossintes duplos;
b) — serem fixados de maneira se gura aos dormentes.
29.9 — O caminho de rolamento e a coroa de giro de todo guindaste movèl devem ser instalados com o maior cuidado e de acordo com as regras da' boa construção.
30 — PROVA E EXAME DE GUINDASTES CERTinCADOS
30 .1 — Nenhum guindaste deve ser utilizadp se não tiver sido provado e exa minado por pessoa ^competente agindo em nome da autoridade deinspeção, nem antes de ser expe dido certificado dos referidos exa mes e provas, na forma prescrita, especificando as cargos úteis ad missíveis para os diferentes ângu los de inclinação da lança, inclu sive o ângulo de inclinação má xima no qual a lança pode ser uti lizada, se não tiver sido fornecido .pela pessoa que procedeu às pro vas e exames.
30.2 — Os exames e provas exigidos pela presente regra devem ser repeti dos:
a) — a intervalos regulores, deter minados pela autoridade competente;
b) após cada modificação ou reparo importante do guin daste.
3^.3 — A carga útil admissível especifica da, para cada ângulo de inclinação no certificado mais recente:
a) — não deve ultrapassar de 80% da carga mínima que o guindaste referido suportou com o dito ângulo durante a prova;
b) — não deve ser superior a car ga máxima indicada pelo construtor.
Protcja. AS MÃOSíi
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SÉDE; RIO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 91
EDIFiaO MAYAPAN \
" 11» ANDAR — SALAS 1118/9
£ND. TELEG.: PREACI
TELEFONE 42-0928
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFíaO DO BANCO DO ESTADO
H. JOÃO BRICOLA, 24 - 24.® AND.
TEL.: 33-2257 - END. TELEG.: PREACI DIRETORIA
Eng. ISMAEL COELHO DE SOUZA
Presidente
Eng. JOSE' M. FERNANDES — 1.® Vi-"'
ce-Presidenle
-Eng. ALBERTO PIRES AMARANTE
2.® Vice-presidente
Eng. DULCIDIO DE ALMEIDA PEREI-
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RA — 1.® Secretário
Eng. ADHEMAR DE CANINDE' JOBIM
— 2.® Serretário
Eng. KERRIS AP-THOMAS — 1.® Te soureiro
Sr. PEDRO THEBERGE — 2.® Tesou
reiro
Professor DECIO PARREIRAS — Dire
tor (repres. Ministério do Trabalho)
Eng. EUVALDO LODI — Diretor
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Professor DECIO PARREIRAS
Dr. FERNANDO TUDE DE SOUZA
Eng. GUIUI.HERME DA SILVEIRA
FíLIIO
Eng. PAULO ACIOLY DE SA'
Eng. PAULO CÉSAR MARTINS
Coronel ORLANDO DA FONSECA RAN
GEL SOBRINHO
Tnte. Cel. GERALDO DE MENFJ^ES
CORTES
Eng. JOÃO CARLOS VITAL
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Eng. MARIANO J. M. FERRAZ
Eng. JOAQUIM DE FARIA GÓLS
Eng. ROBERTO MANCE
CONSELHO FISCAL Efetivos
Dr. HELVF-CIO XAVIER LOPES
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Suplentes
Dr, E. ZULFO MALMANN
ür. IBSEN DE KOSSÍ
Eng. l.UIZ DUMONT VILLARES
SECRETARIO EXECUTIVO
Eng. JO.SE' S. A. PINHEIRO
O Sentido das Convenções
A realização da IV CONVENÇÃO DOS PRESIDENTES DAS CIPAS, cujo noticiário damos a seguir, demonstra que se trata de uma iniciativa que recebeu a consagração e o apoio de todos os que se intexessam pòr êsse' magno problema da segurança e higiene industrial, fiem houve"a
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
PARA PREVENÇÃO DE
ACIDENTES, quando, aceitando o gentil oferecimento da General Motors, organizou o primeiro certame. Do pequeno grupo cuja fotografia pode ser vista na capa do boletim n.® 1 de 1950, a CONVENÇÃO evo luiu para uma coorte bem numerosa. Breve poderemos dizer: "seu nximero é legião"...
Mas essa espécie de trabalho não pode ser medido exclusivamente em números.
Dois aspectos devem ser focalizados.
O primeiro é o que se refere ao movimento de aproximação de todos aqueles que se interessam pela Prevenção de Acidentes. Esta aproximação que se dá com regularidade matemática de seis em seis meses é inédita no Brasil, no setor da Prevenção. Temos associações poderosas, que congregam centenas e mesmo milhares de interessados no assunto: a Associação Brasileira de Normas Técnicas, com dois mi lhares de associados, a Associação Química do Brasil, com cerca de um milhar, a Associação Brasileira de Metais, nas mesmas condições, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que já ultrapassou o milhar. Mas no campo da Prevenção, o movimento associativo pro priamente dito somente agora está tomando impulso, e nesse setor, as CONVENÇÕES representam um notável trabalho associativo.
Outro ponto a ressaltar, como poderá o leitor verificar, é a magni tude dos assuntos que estão sendo debatidos e estudados nas conven ções. O nivel das discussões está se elevando tecnicamente. Estão apa recendo comunicações preciosas como a que ora publicamos e outras que ainda aguardam publicação.
Temos a impressão de que finalmente a Prevenção de Acidentes, através de um movimento associativo - e cooperativo, dirigido pela A.B.P.A., vai entrar finalmente numa fase brilhante, defendendo o ma terial humano de que dispomos, evitando a queda de produção na indústria e trazendo a tranqüilidade ao lar operário.
H CONUIIIÇÃO
Mais uma CONVENÇÃO DOS PRESIDENTES DAS CíPAS, a quarta da série que, em boa hora, a Associação Brasi leira Para Prevençã.o de Acidentes iniciou, realizou-se com os melhores resultados possíveis, quer quanto à parte técnica, quer quanto à parte social.
Coube à nossa tradicional indústria do papel e do livro, a CIA. MELHORAMENTOS DE S. PAULO, que tanto tem feito em prol da difusão da cultura em nosso país, a oportu nidade de patrocinar a ÕÒNVENÇAO, e o fez de forma tão cavalheiresca e eficiente que deixou uma indelevel e agradável lembrança na memória de todos os convencionais.
Assim é que, no dia 27 de Julho, pela manhã, partiram de S. Paulo, em ônibus e carros especiais para Caieiras, onde a Cia. Melhoramentos tem as suas indústrias de fabricação de Papel, algumas dezenas de convencionais, cuja lista se en contra na última capa deste Boletim. Recebidos pelo pessoal administrativo da Cia., tendo à frente a simpática e fidalga figura do Dr. Mário Toledo de Moraes, teve início a visita à fábrica, observando os aderentes à TV CONVENÇÃO, todos os estágios da fabricação do papel, desde a desagregação da ma deira destinada à fabricação da celulose, até o corte e emba lagem das resmas do papel acabado.
Vários técnicos foram encarregados de ministrar explica ções aos diversos grupos em que foram divididos os visitantes, de forma que, ao termo da visita, tinham recebido uma magní fica aula prática sôbre a indústria do papel.
Antes do almoço, o Diretor da Cia., Dr. Mário Toledo de Moraes explicou minuciosa mente o plano de assistência social que de longa data (há máis de 20 anos), é adotado pela Cia., tendo dado uma idéia perfeita do carinho com que é tratado o elemento humano na "Melho ramentos", onde além de todos os recursos comxms de assistência, o operário ainda tem à disposição casas de moradia por um aluguel que faria assombro aos leitores, se acaso os trans crevêssemos,
A manhã terminou com lun almoço que reuniu os convencionais numa varanda de onde se descortinava um lindo panorama, típico das terras paulistas.
Terminada a refeição, após a visita à praça de esportes da Cia., teve início a IV CONVEN ÇÃO sob a eficiente presidência do Dr. Mário Toledo de Moraes.
Não iremos descrever minuciosamente os trabalhos, que constam da Ata que já está sendo impressa pela Cia. Melhoramentos, segundo a praxe adotada nas outras convenções, em aue a Cia. patrocinadora edita a Ata dos trnbalhos mas somos obrigados a reconhecer que do pon to de vista técnico foi esta a reunião aue me lhores resultados apresentou. Vejamos, num rápido golpe de vista, em que consistiu a CON VENÇÃO.
A abertura dos trabalhos,foi feita pelo re presentante da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES,eng. E. L. Berlinck, que fez um relato sôbre as ativida
des da Comissão que no intervalo dos certames, providencia a publicação cio Boletim e toma as providências para que as resoluções da Conven ção sejam efetivadas.
Continuando na pauta dos trabalhos o te ma que já fora objeto da atenção da reunião anterior, isto é, PROTEÇÃO DAS MÃOS, o sr. Maurício Simão, da (jeneral Motors fez, de im proviso, uma interessante comunicação sôbre o assunto, mostrando qual a prática nos EE.UU., de onde acabava de chegar.
Os srs. Rodolfo DairOppio, da Standard Oil, Francisco Paula Cruz, da Cerâmica S. Cae tano, Temistocles B. Pavão, da Frigorífico Wil son e Luiz L. Jucá, da Standard Oil, também fizeram interessantes comunicações sôbre o te ma da Proteção das Mãos. Generalizado o de bate e resumido o assunto pelo Sr. Presidente, adotou-se como resultado da Convenção, o se guinte:
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A IV CONVENÇÃO RECOMENDA:
1)
que, sempre que possível, sejam adotados os processos mecânicos de prevenção de acidentes das mãos, sem que essa adoção implique em se descurar da aplicação dos chamados processos educativos, que colimam manter sempre acesa e viva a "pre disposição mental" do trabalhador contra o acidente.
3)
2)
que a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES leve em linha de conta, na impressão e organiza-
ção dos futuros cartazes de propaganda contra acidentes, a atual e moderna orien tação técnica, no assunto, tendente a não mais se usar o aspecto trágico de mutila ções e outras conseqüências de acidentes como elemento preponderante das campa nhas de prevenção; que a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES, tendo em mira a escassez no mercado interno, notadamente de luvas de "cotas metálicas", rei tere junto da CEXIM (Carteira de Impor tação 8 Exportação) do Banco do Brasil, solicitação no sentido de ser facilitada a importação do aludido produto de preven ção de acidentes; outrossim, promova jimto da Federação das Indústrias e da do Co mércio, as necessárias ãemarches no sen tido da conjugação dos esforços das duas entidades para que o mercado interno se veja suprido dos artigos necessários à pre venção de acidentes, mesmo quando só pro duzidos no estrangeiro; finalmente seja telegrafado ao Sr. Ministro do Trabalho no sentido da atuação do Ministério junto aos órgãos competentes, para que se facilite o quanto possível, a obtenção de material especializado para prevenção de acidentes, bem como se anulem as restrições de im portação dos mesmos, quando não existem similares de fabricação nacional.
Passando-se ao tema PROTEÇÃO DO APARÊLHO RESPIRATÓRIO, temos a as.sinalar a instrutiva e valiosa comimicação do Dr.
Anis Azem, mécür.o chefe da General Motors do Brasil, em que o orador pôs em relevo o? principais perigos a que estão sujeitos os ór gãos do aparêlho respiratório nos ambientes de trabalho. Sôbre o mesmo assunto o sr. Paulo Palmeira, representante da Cia. Nitro-Química. apresenta uma ^onportante comunicação sôbre o "Sulfo-Carbonismo". Por se tratar de um longo e erudito trabalho, o sr. Palmeira lê dele apenas as conclusões, ficando de entregar o texto para pub?icação pela A.B.P.A. Sôbre o assunto em pauta, a sra. Lavinia C. M. Vasconcelos, da Cerâmica S. Caetano, lê um trabalho sôbre a "PREVENÇÃO DA RTT.1COSE" (publicado em outro local deste Bole tim), de autoria de Da. Nancy Vargas.
O projeto de regimento de funcionamento das (JIPAS, foi o tema seguinte ficando deci» dido um texto definitivo que a ASSOCIAÇÃO se encarregará de divulgar.
Ao findar da IV CONVENÇÃO, o sr. Can< dido Jucá, da Standard Oil, comunicou à casa que sua Companhia desejava patrocinar a V CONVENÇÃO, o que foi aceito com uma salva de palmas.
O Temáriü para a próxima CONVENÇÃO ficou assim oiganizado:
— PROTEÇÃO DO APARÊLHO RESPI RATÓRIO (Continuação dos estudos c debates)
— PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
Ãs 18 horas, deu-se o regresso a S. Paulc. cativos os convencionais pelas atenções e gen tilezas recebidas da Cia. Melhoramentos, e com especialidade do seu Diretor, Dr. Mário Toledc
Antes da Convenção — O Uiretor-Secretário da CIA., Dr. Mário Toledo de Moraes (o 2.° o partir da esquerda) explica O plano dt Assistência Social, em vigor hú imiilos anos, na MELHORAMENTOS.O Serviço de Prevenção a Siiicose na Cerâmica São Caetano S/A.
(Comunicação apresentada pela Assistente Social NANCY VARGAS à IV CONVENÇÃO)
O Valor das Estatísticas na Prevenção de Acidentes
Obedecendo à nossa Legislação Trabalhista em relação à «Higiene e Segurança do Traba lho», O Serviço Médico mantido pela Cerâmica São Caetano S/A. tem toda a sua atenção vol tada para as condições de saúde dos operários que trabalham em ambiente de pó, na-produção de tijolos reíratórios, fabricados com matèrial silicoso. São adotadas medidas de caráter geral e individual concernentes a proteger a saúde dos trabalhadores daquela secção da Fábrica.
Como sabemos a siiicose é uma doença pro duzida pela presença de sílica livre na poeira inhalada. «A siiicose é uma moléstia devida à as piração de ar nontendo sílica (SiO^) caracteriza da automàticamente por alterações fribóticas ge neralizados e desenvolvimento de nodulações miliares em ambos os pulmões e clinicamente pe la rudeza da respiração, reduzida expansão toráxica, diminuição da capacidad,e para o traba lho, ausência de febre, receptibilidade à tuber culose e mais o aspecto radiológico caracterís tico» (American Public Health Association).
A siiicose é considerada doença profissional e a Lei 4.449 de 9-7-1942 toma obrigatória a sua notificação, juntamente com outras moléstias pro duzidas por poeiras, como ontracose, asbestose, vissinose, aluminose e tabacose.
Os métodos de profilaxia usados pelo nosso Serviço Médico, para proteger da siiicose um grupo de operários da Cerâmica São Caetano
S/A., abrangem dois fatores:
1) Combate à poeira
2) Atenção ao operário
Combate-se a poeira por meio de possantes exaustores funcionando ininterruptamente e irri gação do piso, na secção em apreço, e também os operários estão suficientemente protegidos por máscaras individuais «Wilson», contra pó.
Em relação ao operário são realizados exa mes médicos e radiológicos, periòdicamente. E quando é notada pelo clínico, qualquer anorma lidade no aparêlho respiratório, o operário é ime diatamente afastado do serviço ou transferido (em caráter temporário ou definitivo) de acordo com indicação médica.
O Serviço Social da Fábrica é responsável pelo encaminhamento periódico, destes operários ao Ambulatório, por intermédio de guias especiais — para a consulta, determinando além do.s da dos de identificação normal, o tipo de serviço executado pelo operário. Em agosto de 1947 quando ficamos responsáveis pelo controle dêstes exames de prevenção à siiicose, era de 14 o número de operários atingidos por esta medida;
em junho de 1951, integram a secção sujeita à poeira de sílica 33 operários.
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E' realizado com bastante êxito um trabalho , individualizado, pelo médico, com explicações aos operários dos riscos que correm assim como da necessidade de procurar o Serviço Médico em casos de irritações brônquicas; tosses, catarros, etc.
O controle médico rigoroso e êste trabalho individualizado de educaçõo. proíilátíca, fizeram com que os operários compreendessem o perigo a que estão expostos, convencendo-se da neces sidade do uso da máscara e dos exames médicos - periódicos.
De agosto de 1-947 a junho de 1951, foram afastados do serviço em ambiente de pó de sílica 20 operános, por apresentarem distúrbios no apa rêlho respiratório. Destes, 9 voltaram ao an tigo serviço e 11 por reincidirem as queixas, após novos exames clínicos e radiológicos, foram de finitivamente transferidos para outros serviços, fora do ambiente de poeira silicosa. E, destes úl timos, apenas um apresenta aspecto radiológico que sugere o processo em sua fase inicial. A observação clinica ulterior de todos os casos tem mostrado regressão dos sintomas que determina ram as medidas de afastamento, exceto dêste úl timo que também apresenta melhoras clínicas ainda não constatadas pelo controle radiológico. Em virtude dos cuidados médicos dispensa dos aos operános expostos à poeira de sílica nestes anos de observação, a siiicose não tem constituído um problema em nossa indústria. A nossa experiência com as medidas antes mencionadas e postas em prática no decorrer dêsse período nos fez concluir que, na Prevenção à Siiicose impõe-se:
a) Uma atuação esclarecedora junto ao operánò sobre os riscos da doença a fim de facilitar o controle pela própria ini ciativa do opérário em procurar o Ser viço Médico ao aparecimento dos sinto mas prodrômicos da doença (irritações brônquicas);
b) exame obrigatório periódico em perío dos variáveis de 3 a 4 meses, mesmo ' que o operário não apresente queixas;
c) instrução adequada sobre o uso das máscaras e a sua importância como fa tor de proteção;
d) depuração do ambiente, tanto quanto possível da poeira silicosa, com instala ções de exaustores nos locais fechados e irrigação dos pisos.
Nas pequenas indústrias, de algumas deze nas de operários, os acidentes podem ser recor dados um a um, sem necessidade de registro. Em geral são pequenas orgcmizações de grande estabilidade de mão de obra em que o tempo de serviço habilita o operário a conhecer todos os perigos das máquinas e do manuseio do mate rial, de forma que os acidentes são raros.
'Nas organizações de tamanho médio e nas grandes organizações, o problema do pessoal já se torna importante exigindo a criação de uma Secção especializada ou mesmo de um Depar tamento. Nesses casos a memória precisa ser substituída pelo registro sistemático e desenvol ve-se uma completa aparelhagem para anotar todos os fatos que se relacionam com a vida dos operários na fábrica, quer no que diz respeito à firma propriamente dito, quer no que se refere às exigências da legislação trabalhista.
Com o número, cresce também a quantidade de acidentes de trabalhos, segundo o ditado: maior a nou/ maior a tormenta.
Já se tem dito inúmeras vezes, nas colunas dêste Boletim que o problema da Prevenção de Acidentes é um problema econômico, além do seu aspecto humanitário. Um acidente deve in teressar tonto à direção da fábrica quanto a rea lização de um negócio. E o acidente do traba lho é sempre um mau negócio para os firmas."
Para a realização de uma venda cuidados especiais são tomados a fim de evitar prejuízos: entretanto dentro da própria indústria os pre juízos estõo se verificando devido aos acidentes de trabalho, sem que muitas vezes se tomem as mesmas medidas acauteladoros, que são corren tes no campo comercial.
Os prejuízos decorrentes de uma operação comercictl mal conduzida são demonstrados em números pela contabilidade. No fim do mês o ba lancete revela o resultado de negócios conduzi dos sem a devida precaução e todos êsses casos são examinados cuidadosamente pela direçõo da firma.
Entretanto os desperdícios que se verificam na economia da organização e que tem origem na série contínua dog acidentes de trabalho não são suficientemente contabilisados perra que os responsáveis pela produção sintam que se toma necessário estancar o fluxo de cruzeiros que jor ra pelas brechas abertas pelos acidentes, no qua dro do pessoal.
Somente um processo existe que pode abrir os olhos dos industriais para as perdas deriva das dos acidentes de trabalho: a organização d© estatísticas,
.Falar hoje aos responsáveis pelas indústrias em estatísticas é até certo ponto condenar de antemão uma idéia; são tantas as folhas de in formações e de estatísticas que os escritórios das' empresas têm que preencher por força de lei, que falar em organizar mais uma estatística é correr o risco de chamar antipatia.
Vamos procurar demonstrar, entretanto, que esta «estatística de acidentes de trabalho» é utilíssima e pode salvar recursos que se estão des baratando sem a menor finalidade.
A primeira coisa a registrar é a freqüência dos acidentes. E' comum ouvir-se dum chefe de indústria: na minha fábrica há poucos acidentes. Que quer dizer «poucos acidentes»? Se ao lado houver uma fábrica com o dobro do número de operários, e com o mesmo número de acidentes, então a primeira terá muitos acidentes em rela ção à segunda. Então a expressão «poucos aci dentes» só terá valor se for resultado de uma comparação, que possa abranger um grande nú mero de estabelecimentos. Pode entretanto acon tecer que a comparação se faça entre estabele cimentos de natureza inteiramente diferente: não - se pode comparar uma tipografia com uma fun dição de ferro. A periculosidade da segunda é muito maior que a da primeira. Então o que nu ma tipografia pode representar uma grande fre qüência de acidentes, numa fundição pode ser um valor razoável.
Ainda há outro aspecto a verificar. Pode ha ver poucos acidentes se já tivermos firmado nos so ponto de vista sobre o que sejam poucos ou muitos acidentes, mas todos de grande gravida de, considerando-se grave um acidente de que resulte morte, incapacidade permanente do ope rário ou que o afaste, embora sem nenhuma le são essencial, por longo tempo do trabalho. Por outro lado uma indústria pode apresentar um grande número de acidentes mas todos d© natu reza leve, sem que se verifique por muitos anos, nenhuma Incapacidade permanente parcial ou total dos acidentados.
Dessa forma, para que um industrial possa afirmar que na sua indústria o problema dos aci dentes nõo é um problema relevante, é preciso considerar a «freq[üência» e a «gravidade» com que odorrem.
Há hoje, nos poises industriais, um consenso quase unânime, sôbre a íorma de calcular a fre qüência dos acidentes: é considerar o número de acidentes que se verificam, em um milhão de homens-horas trabalhadas. Naturalmente nenhuma indústria a não ser por coincidência, trabalhará um mês ou num ano, exatamente essa quanti dade. Usa-se então fazer uma proporção ou re gra de três para fazer o cálculo. Tendo essa base de comporaçõo comum a todas as indústrias po de-se então dizer se os acidentes são muitos ou poucos ou que num tipo de indústria a freqüência de acidentes é maior que em ^outro.
Também para a gravidade dos acidentes íirmoü-se uma base. Como foi dito acima, verificase a gravidade de um acidente pelo número de dias de afastamento do operário do serviço, com binado com a perda ou lesão sofrida que dimi nui a sua capacidade de trabalho. A vida de um trabalhador é calculada segundo uma tabela de valor internacional em 6.000 dias.
Se o homem morre ou se a sua incapacidade permanente é considerada total, o afastamento do operário é avaliado em 6.000 dias. De acordo com o valor da sua total capacidade para o tra balho, as lesões ou perdas que o invalidam par cialmente para o trabalho têm o seu valor, em dias de afastamento. Se o acidentado passa 180 dias no hospital, e volta são, seu caso é muito mais grave do que o de outro que ao fim de três dias pôde retomar o trabalho. Entretanto, esses valores não podem ser considerados isoladamen te pois ainda uma vez se deve levar em conta o número de operários que trabalham e as ho ras trabalhadas. Então para esse caso conven cionou-se que o número de referência é de 1.000 horas de tempo de exposição ao risco, ou sejam 1.000 homens-horas.
Dessa forma, a estatística sintética do aci
dente se resume em dois coeficientes; o de fre qüência e O de gravidade. Com êsses dois índice pode-se fazer muita coisa. Pode-se por exemplo fazer comparações entre diversos estabelecimentos, ou entre diver sas seções e departamentos da mesma fábrica. Pode-se, e êsse é um dos seus mais importantes aspectos^ verificar se uma série de medidas de prevenção estão surtindo efeito ou nõo. Êles têm. a vantagem de serem simples números, de fácil memorização e de uma significação precisa. Va lem mais do que outros índices que à primeira vista são mais fáceis de calcular.
Com êles pode-se ainda organizar gráficos que despertam muito interêsse, mesmo entre os homens menos insíruidos.
Naturalmente haverá outros dados de gran de interêsse econômico a organizar nas estatísti cas. Um deles é o número de dias perdidos nos acidentes. E' um fator de queda da produção e que impressiona muito bem.
As estatísticas bem organizadas, em forma simples e com boa apresentação despertam o interêsse entre os encarregados de serviço, fornecendo-lhes dados sobre a segurançalrom que se trabalha no seu departamento. Permitem or ganizar concursos èntre departamentos, estimu lando as medidas de segurança.
Focalizam também, se devidamente orienta dos, os principais problemas criados pelos aci dentes: ex. falta de proteção da vista, falta de instrução sôbre a maneira de levantar pesos, falta de arrumação nas oficinas, etc.
Nas reuniões das CIPAS, as estatísticas ser vem de termômetro para acompanhar a série de acidentes ocorridos durante o mês, e indicam onde se localizam os pontos e os processos mais perigosos.
Voltaremos, nos próximos números dêste Bo letim, ao assunto.
Scgnrançã nos Iparelbos de Elevação
31 GUINDASTES - DERRICKS
31 .1 — O ângulo de inclinação máximo com o .qual a lança de um guindaste-derrick pode ser utilizado de ve estar claramente indicado no guindaste.
31.2 — Quando a lança se acha em seu ângulo de inclinação máximo, de ve haver no mínimo duas voltas de cabo de reserva sobre o tambor, para servir a regulagem da inclinaçõo dalança.
31.3 — A lança de um guindaste-derrickescossês não deve ser posta entre os contra-estais do guFndaste.
31.4 —■ Todo guindaste de lança com in clinação regulável deve ser muni do de um dispositivo de ferrolho eficaz, entre a embreiagem do tambor de levantamento da lança e a catraca dé parada do tambor, a menos que
a) — o tambor de levantamento e o tambor de alceamento de lança sejam acionados inde pendentemente um do outro; ou
b) — o mecanismo que move o tambor de alceamento da lança tenha ferrolho automá tico.
31.5 — Quando os cabos de sustentação de um guindaste-derrick não poderh ser fixados a distância apro ximadamente igual uns dos outros, se adotarão outras medidas que garcmtem a segurança do guin daste.
31.6 — Todos os dispositivos de ancora gem de um guindaste devem ser examinados antes de cada instalaçõo.
31.7 — A montagem de todo guindaste de ve ser observada por uma pessoa competente.
31 .8 — Depois de cada instalação no local da obra e antes de ser posto em serviço, cada guindaste deve ser provado, no próprio local de sua utilização, por pessoa competente.
(CONTINUAÇÃO)
31 ,9 A ancoragem dos guindastes deve ser experimentada, submetendo ca da oncoromento à força mcocima de anancamento ou de tração pro duzida, seja:
a) — por uma carga que ultrapas se de 25 % a carga máxi ma a ser elevada por meio do guindaste tal como está montado; seja
b) — por uma carga menor dis posta de maneira a exercer um esforço de tração equi valente sobre a ancoragem.
31.10 — Se o esforço de tração exercido sô bre uma qualquer das ancoragens, durante os ensaios, exceder de me nos de 25 % do esforço de tração' que fosse produzido pela carga útil máxima admissível, um diagra ma de carga correspondente ao ancoramento atual do guindaste de ve ser colocado em local onde pos sa ser fàcilmente visto pelo condu tor do guindaste.
32 — INDICADORES AUTOMÁTICOS DE CARGA
32. — Nenhum guindaste de lança regu lável ou não, deve ser empregado se não for provido de um indicador automático que;
a) — para qualquer inclinação da lança, indique claramente ao condutor ou à pessoa que manobre o guindaste, se a carga que se desloca se aproxima da carga útil má xima admissível do guin daste;
b) — emita um sinal sonoro espe cial e fàcilmente perceptível quando a carga que se des loca excede a carga útil ad missível do guindáste corres pondente a uma inclinação dada da lança.
32.2 — As prescrições do parágrafo pre cedente nõo se aplicam:
a) — aos guindastes-derricks com cabos de ancoramento;
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b)c)
aos guindastes manuais em pregados unicamente para a montagem e desmontagem de outro guindaste; ou aos guindastes cuja carga máxima admissível não ul trapasse de 1.000 kg. Entre tanto, em todos os casos, um quadro indicando as cargas úteis admissíveis para os di versos ângulos de inclinação da lança deve ser fixado ao guindaste.
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33 — PRECEITOS DIVERSOS RELATIVOS A UTILIZAÇÃO DOS GUINDASTES
33.1 — 1 2
Nenhum guindaste deve ser empregado senão para o le vantamento ou descida direta de cargas, a menos que sua estabilidade esteja afetada. 'Nenhuma carga que se ache em ângulo entre o contraestais de um guindaste-derrick escosses deve ser deslo cada pelo referido guindaste.
33.2
Quando, para subir ou descer uma carga, for necessário o emprego de um guindaste ou um guincho;
a) — as máquinas, instalações e aparelhos empregados de vem ser dispostos e fixados de maneira que em nenhum momento êstes guindastes ou guinchos sejam carregados acima de sua carga útil ad missível ou se tomem instá veis devido ao elevamento ou descida da carga;
b) — uma pessoa deve ser espe cialmente designada para observar a concordância das manobras dos aparelhos de levantamento assim conju gados.
Protcja . AS Mãos!i
33.3
Quando se presume que uma car ga atinge a carga útil máxima ad missível, procede-se ao levanta mento desta carga enscriondo-se levantá-la a pequena altura, para assegurar que o aparelho de le vantamento empregado é capaz de suportá-la com toda segurímça - -
(CONTINUA)
FABRICA "CONTRA" LTDA.
EQUIPAMENTOS CONTRA FOGO
1.*^ Extintor r»o Brasil a receber o Selo de Conformidade da A. B. N. T.
IV.a Convenção dos Presidentes das CIPVS
FTBMA
Associac&o BrssDelra p/Prevenção ãe Acidentes
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Associação Brasileira p/FreTencio de Acidentes
Anderson Clayton & Cia. Ltda.
Armco Ind. Comercial S. A.
Armco Ind. Comercial S, A,
Bj'lnftoa & Cia.
Byin^ton & Cia.
Cerâmica São Caetano 9. A.^,
Cerâmica São Caetano S. A. X.
Cerâmica São Caetano S. A.
Cia. Brasileira Cimento Perns
Cia. Bras. Material Ferroflário
Cia. Bras. Material PerroTl&rto
Cia. Bras. Material Ferroviário
Cia. Cervejaria Bralima
Cia, Ooodyear do Brasil
Cia. Goodyear do Brasil
Cia. Goodyear do Brasil
Cia. Melhoramentos de São Paalo
Cia. Melhoramentos de São Paulo de São Panlo
Cia. Melhoramentos
Cia. Melhoramentos de .São Paulo
Cia. Melhoramentos de São Panlo
Cia. Melhoramentos de São Panlo
Cia. Nitro-Qnlmica Brasileira
Cia. Nltro-Qnlmloa Brasileira
Klevadores Atlas S. A.
Elevadores Atlas S. A.
Fábrica .Aliança Artef. üe.Metal.s
Fábrica Aliança Artef. de Metais
Fábrica ti unther Wagner lAda.
Fábrica Gunther Wagner Ltda.
Fábricas Peixe
Fábricas Feixe
Frigorífico Armour do Brasil
Frigoririco Armour do Brasil
Frigorífico Wilson do Brasil
Fundição Progresso S. A.
General Moturs do Brasil, 9. A.
General Motors do Brasil
General Motors do Brasil
Ind. PneumátlcoB Flrestone
Ind. Pneumátlcos Fireslone
Ind. Quím. Bras. Dupeiial
Ind. Qním. Bras. Bupetial
I. B. F. Matarazzo
Ind. Tapetes Atlântida S. A.
Lanifíoio Aiiglo-Brasiteiro S. A.
Lauifício Auglu-Uraslleiro S.
Metalúrgica La Fonte .S. A.
Mineração Geral do Brasil Ltda.
Nadir Figueiredo Ind. Com. S. A.
Nadir Figueiredo Ind. Com. S. A.
Nadir Figueiredo ind. Com. 9. A,
Protliii Comissões Ltda.
Befínacões de Milho Brasil, 9. A.
Refinações de Milho Brasil, S. A,
9. A. White Martins
9. A. White Martins
9ervLco Nac. Aprend. Industriai
Serviço Social da Indústria
Serviço Social da Indústria
Standard 011 Co. of Brazll
Standard OU Co. of Brazil
Standard OU Co. of Brazil
BIo de Janeiro
• São Panlo
BEPBESENTAKTES
Zacarias Pereira da Silva
Eng. Eudoro Llncoln Berllnck
Hylton Albrecht
Theophoro A. de Padua Castro
Ephlgenio dc Mattos Penna
Dealderio Gremen
Pa.schoal Salgado
Laviota C. M. Vasconcellos
Nancy Vargas
Francisco B. Cruz
Eng. Wilson Praiha
Nemealo Nlcolini
Albertlno Souza
Luiz Carvalho
Arthyr Kovaleskl
Vicente Vieira Gandra
Milton Leme
Antonlo Soares de Carvalho
Dr. Mario Toledo de Morais
Diogenes Banzato
Antonlo Siqueira Branco
Domingos Toigo
José Monteiro da Cruz
Antonio Caldas
Ilenry Saint Falbo
Paulo Amaral Palmeira
Maria Nogueira Soaies
Lygla Ferraz
Pa.schoal Bocce
Natale Zuppo
Nicolau Cucoln
Wanda Campi
José Leopotdiiio Silva
Carlos Eustachlo
João de Oliveira
Paulo Alves de Godoy
Themistocles Borges Pavão
Milton Ayres
Maurício SlmSo
Manoel Santos
Dr. Anis Azem
Mario Ortman Ferreira
Sebastião Chaves
Froncis Hodgkiss
Armando Borio
Dr. Fausto Carneiro
Antonió La Selva
Armando Isidro Lopes
Arnaldo Pinto Dias
Jü&o Verdler
Felipe Monzilo
Luiz Duprat Figueiredo
Moisés Rosai
Alvína Aparecida Harrynn
Ângelo F. Cassignato
Desldeilü F, Mendonça
Paulo Masek
Geraldo Borges de Souza
Neator Barretto
Dr. Sylvio Godoy Alcântara
Ivaliy de Moura
Silas Fonseca Redondo
Dr. Joaquim Augusto Junqueira
Luiz L. Jucá
Rodolpho DalFOpplo
de Acidentes entre os temas debatidos
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÉDE: RIO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO..91
EDIFÍCIO MAYAPAN \
II' ANDAR — SALAS 1118/9
END. TELEG.: PREACI
TELEFONE 42-0928
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFÍCIO DO BANCO DO ESTADO .
R. JOÃO BRÍCOLA, 24 - 24° AND.
TEL: 33-2257 - END. TELEG.: PREACI DIRETORIA
Eng. ISMAEL COELHO DE SOUZA
Presidente
Eng. JOSE' M. FERNANDES — 1.° Vi-
ce-Presidente
Eng. ALBERTO PIRES AMARANTE
2.° Vice-Presidente
Eng. DULCIDIO DE ALMEIDA- PEREI
RA ■— 1.° Secretário
Eng. ADHEMAR DE CANINDE' JOBIM
— 2,° Secretário
Eng. KERRIS AP-THOMAS — 1.^ Tesoureiro
Sr. PEDRO THEBERGE — 2.° Tesou reiro
Professor DECIO PARREIRAS — Dire
tor Crepre.s. Ministério do Trabalho)
Eng. EUVALDO LODI — Diretor
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Professor DECIO PARREIRAS
Dr. FERNANDO TIJDE DE SOUZA
Eng. GUIULHERME- DA SILVEIRA FILHO
Eng. PAULO ACIOLY DE SA'
Eng. PAULO CÉSAR MARTINS
Coronel ORLANDO DA FONSECA RAN
GEL SOBRINHO
Tnte, Ce). GERALDO DE MENEZES
CORTES
Eng. JOÃO CARLOS VITAL
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Eng. MARIANO J. M. FERRAZ
Eng. JOAQUIM DE FARIA GÓIS
Eng. ROBERTO MANGE
COITSELHO FISCAL Efetivos
Dr. HELVECIO XAVIER LOPES
Dr. JAIH NEGRÃO DE LIMA
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Suplentes
Dr. E. ZULFO MALMANN
Dr. IDSEN DE ROSSÍ
Eng. LUIZ DUMONT VILLARES
SECRETARIO EXECUTIVO
Eng. JOSE' S. A. PINHEIRO
ANO IX SETEMBRO-OUTUBRO DE 1951 N.°5
Prevenção de Acidentes e Organização
Científica
o veterano INSTITUTO DE ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO, ao promover o II Congresso de Organização Científica, incluiu no temário a Prevenção de Acidentes. Era lógico que assim o fizesse. Pioneiro quo foi no estudo e propaganda da Prevenção de Acidentes, significando isso que desde a sua fundação avaliou a im portância da Segurança no Trabalho, numa Organização Racional, não poderia esquecer tão importante capitulo num Congresso de Organi zação Cientifica.
Com efeito, se a Organização Cientifica tem por finalidade apro veitar ao máximo os recursos de matéria-prima, de máquinas, de espaço, de transporte das mercadorias, e principalmente da mão de obra, é natural que simultaneamente procure afastar do trabalho industriaL os fatores que podem desbaratar o potencial de produção. Entre os fatores que entravam a produção, o Acidente do Trabalho é um dos mais insidiosos, porque aparentemente seu lisco está coberto pelo Se guro. Saltam à vista, os prejuízos diretos do Acidento. Os indiretos, porém, muitas das vezes, se não sempre, bem maiores que os diretos, se diluem numa série de pequenas mas numerosas parcelas, que é pre ciso pesquisar penosamente, nas apropriações das despesas. Estas, em geral, só cuidam do trabalho propriamente dito, pois que, na classifi cação das despesas, não entram diferenciadas, a adaptação dos substi tutos dos acidentados, o material perdido nessa aprendizagem, as horas de ambulatório, a queda de produção pela ausência do acidentado, e muitos outros itens que se acham esmiuçados a seguir, neste Boletim. Como poderá o leitor se certificar, páginas adiante, são tantas as vál vulas de escapamento das verbas de uma empresa, no que concerne aos Acidentes, que se torna imprescindível, um estudo mais apròfun-' dado de todos os gastos indiretos do acidente do trabalho.
Prevenção de Acidentes —- Setembio-Outubro de 1951
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Como foi desenvolvido o tema: PREVENÇÃO DE ACIDENTES
O sistema adotado pelo I.D.O.R.T. para de senvolvimento dos temas foi o que recebeu o no me de «panei». Nele, um Coordenador escolhido, estabelece os pontos fundamentais que devem ser levados ao Congresso, depois de préviamente debatidos por um grupo de pessoas entendidas no assunto e que, em conjunto, chegam a con clusões que são relatadas e justificadas, Para o tema em epígrafe, foi nomeado o re presentante da Associação Brasileira para Pre venção de Acidentes em São Paulo, eng. E. L. Berlinck, que propôs os seguintes temas a um grupo de abnegados batalhadores da Segurança do Trabalho;
1.°) As empresas industriais, para a salvaguarda do seu Datrimônio e de prejuízos oriundos da in terrupção dos serviços, devem organizar-se no sentido de evitar os acidentes de trabalho, dan do assim, interpretação objetiva e econômica a uma campanha que se apresenta, à primeira vis ta, como simplesmente humanitária.
2.°) A formação das comissões internas de preven ção de acidenies (CIPAS), além de obedecer a um preceito legal da Legislação Trabalhista Brasileira, vai de encontro à boa técnica da Pre venção de Acidentes.
3.0] As estatísticas dos acidentes devem ser basea das nos índices internacionalmente aceitos que são os "coeficientes de freqüência" e o "coefi ciente de gravidade".
4.0) Além das campanhas educativas do pessoal e de medidas de ordem mecânica aplicadas à maquinária, a parle que se relaciona com as doenças profissionais deve ser cuidada, principalmente nas indústrias que oferecem exposição perigosa aos gases, poeiras, radiações, etc.
Feita a primeira Reunião com a equipe con vidada a debater os temqs acima, foi lembrado pelos Drs. Junqueira e Pupo Nogueira e, aceito, uma exposição rápida e de fundo doutrinário a respeito da «Legislação sobre Acidentes de Tra balho».
Depois de reunião preliminar dividiram-se os convidados para a organizaçõo dos relatórios nas seguintes equipes:
1.° TEMA — VALOR ECONÔMICO DA PREVEN ÇÃO DE ACIDENTES
Maria Nogueira Soares — Elevadores Atlas
Lygia Ferraz — Elevadores Atlas
Lavinia C. M. Vcsconcellos — Cerâmica S. Caetano
Nancy Vargas — Cerâmica S. Caetano
Nemesio Nicolini — COBRASMA Antonio Gonçalves da Silva — Cia. NitroQulmica Brasileira.
2.0 TEMA — ORGANIZAÇÃO DAS C I.P.A.S, Eng. Fernando de Barros Ferraz — SESI
3.0 TEMA — ESTATÍSTICAS
Dr. Carlos Comenale Júnior — I. R. F. Matarazzo
Eng. Júlio Reis Gonçalves Salvador — E. F. Sorocabana
4.'' TEMA — DOENÇAS PROnSSIONAlS
Dr. Waldomiro de Oliveira — Diretor do Ser viço de Higiene e Segurança do Tra balho
Dr. João Novo Pacheco — SENAI
Dr. José Benedito Moraes Leme — Cia. NitroQuimica Brasileira
Como era de esperar, foi com o maior entu siasmo que os membros acima citados se em penharam na organização dos respectivos rela tórios, cujo valor pode ser aquilatado pela ex posição das páginas a seguir. Hó um alto cunho de originalidade em todos os trabalhos. Pode-se considerar que essa foi a primeira tentativa cuja glória recai sobre o IDORT, com o auxílio da A.B.P.A. de tentar codificar, de forma clara e concisa, as noções que se estão propagando, lentamente embora, entre as organizações indus triais brasileiras,
II Congresso Brasileiro de Organização Científica inclnin a Prevenção
Valor Ecoflôniico da Prevenção de Acidentes
(Transcrito do Relatório apresentado ao II CON GRESSO BRASILEIRO DE ORGANIZAÇÃO CIEN TÍFICA, promovido pelo IDORT)
No desenvolvimento desse tema pretende-se demonstrar o valor econômico da Prevenção de Acidentes que, à primeira vista, se apresenta co mo simplesmente humanitáriq. Se na reqlidade assim fosse, já mereceria a Campanha de Pre venção de Acidentes o mais irrestrito apóio, pois, o mais belo apanágio da criatura humana é o amor pelo seu semelhante.
Neste trabalho em favor da organização da Prevenção de Acidentes não serão salientadas razões de ordem moral; fixar atenção sobre o valor econômico da Prevenção de Acidentes é o seu objetivo. Essa prevenção se bem organizada e constantemente executada revelará o que na realidade é — um fator de primeira grandeza para a consecução de um ritmo normal e satis fatório da produção, atingindo assim o setor da Organização Científica. Ritmo que será tanto menos interrompido e gravado pelos ônus ine rentes aos riscos do trabalho quanto mais orga nizada e eficiente for a sua prevenção.
Que riscos atingem os indivíduos na Socie dade, reduzindo-lhes ou suprimindo-lhes o ga nho? São: «a doença, a maternidade, o acidente pessoal e o do trabalho, a invalidez, a velhice e a morte». O risco profissional é o que mais pesa na gênese dos infortúnios.
A ubiqüidade do risco exige idêntica pro priedade de Prevenção de Acidentes que deve estar presente em todos os locais de trabalho de forma permanente e dinâmica.
A Prevenção de Acidentes visa poupar «o capital-homem» que é a maior riqueza do mun do» e sem o qual todas as riquezas permanece rão infrutíferas.
Em relaçõo aos riscos de trabalho são qua tro os aspectos principais:
a) causas dos acidentes;
b) sua freqüência e gravidade;
c) seus reflexos na economia individual, fa miliar e social;
d) sua repercussão na produção.
— CAUSAS
Num critério largo podemos subordinar todos os acidentes a quatro causas principais: faltas do empregador, faltas do empregado, causas deri vadas do nível social e econômico e riscos incontroláveis do trabalho.
Seria por demais longa a lista que detalhas se todas as causas dos acidentes. Ás principais são:
Nos Acidentes cuja responsabilidade se pode atribuir ao empregador
1. Condições do ambiente de trabalho, como se jam falta de iluminação, falta" de-Tenovacão do ar ambiente, altas temperaturas, falta de remoção de poeiras e gases tóxicos, falta de espaço para o manuseio dos materiais ou trânsito dos operários, desarrumação, falta de limpeza, etc.
Falta de proteção nas máquinas e equipa mentos que podem causar acidentes.
3, Falta de instruções e avisos sobre os perigos que cercam o trabalhador e sobre a con duta que deve ter para evitar acidentes.
4. Falta de eauipamento de proteção, que deve spr fornecido pelo empregador, como sejam: oculos, perneiras, capacetes, luvas, etc.
5. Ma orientação sobre a maneira de interpre tar o acidente de trabalho (achar, por exem plo, que o Seguro cobre tudoh
6, Falta da organização das CIPAS, ou recusa de prestigiar a sua atuação.
Nos Acidentes cuia responsabilidade pode ser atribuída ao empregado
1 Desobediência às instruções sobre Prevenção de Acidentes.
2, Operação de máquinas, sem autorização ou habilitaçõo ou a velocidades perigosas.
2. Retirada do aparelhamento de proteção das máquinas, por considerá-lo inútil ou embaraçante.
4. Recusa de usar equipamento de proteção individual.
Carregando demasiado, arrumando descuidadosamente, misturando o que não deve ser misturado, etc. Traje inadequado. Distração, brincadeiras, etc.
Causas derivadas do nivel social e econômico
Vida pregressa em regiões insalubres, onde reinam endemias como o impaludismo, a verminose, a doença de Chagas, etc,, causando menor higidez de órgãos que podem ser os mais atacados num ambiente de trabalho in salubre.
Baixo nivel econômico com todo o cortejo de falta de desenvolvimento físico, moral e in telectual.
Distúrbios familiares influindo sobre o psiquismo do operário com prejuizo da sua atenção e vigilânciq sobre os fatores do aci dente.
Vícios que levam ao depauperamento da saúde' por desvio da verba da aliihentaçõoou diminuição das horas de sono (jogo do bicho, carteado, etc.).
5. Alcoolismo e taras dele derivadas.
6. Desajustamento social, conduzindo à irritabilidade, desobediência e prática de atos no civos à segurança coletiva.
Riscos incontroláveis do Trabalho
Fatores catastróficos, geoíísicos e metereológicos (inundações, raios, tempestades, terremo tos)
FREQÜÊNCIA E GRAVIDADE
A freqüência e a gravidade dos acidentes em Sõo Paulo apresenta um índice assustador:Segundo o MM. Juiz da Vara Privativa de Acidentes do Trabalho, desta Capital, Dr. Isnard dos Reis, o número de acidentados é tão grande que o acidente de trabalho está se tornando «um sério problema nacional». «Urge, diz o magistra do, promover a mais larga e eficiente campanha de «Prevenção contra o Acidente de Trabalho» 0 alertar empregadores e empregados sobre a gravidade ao problema a fim de que se conju guem esforços tendentes a evitar que dentro d© poucos anos, grande parte da população obreira de São Paulo este"a mutilada». Essas palavras do MM. Juiz Dr. Isnard dos Reis constituem um fortíssimo «sinal de alarma».
REFLEXOS
Em virtude do baixo nive.l econômico do classe operária, entre nós, o acidente de traba lho, com prolongada perda de tempo, provoca uma verdadeira crise no lar do operário que, em geral, não dispõe de reservas econômicas. A
exígua diária do Seguro, mau-grado seu caráter alimentar, não garante a subsistência individual do operário e muito menos a de sua família. O acidentado torna-se, em muitos casos, um revol tado. Seu lar acossado pelas necessidades e de sajuste financeiro proveniente do acidente de tra balho torna-se um foco ativo de descontentamen to que repercute no ambiente social, espraiandose em ondas de revolta contra as chamadas «in justiças sociais».
ESTATÍSTICAS GLOBAIS
De uma «Exposição de Motivos» do Ministro do Trabalho extraímos alguns dados que, no di zer do Prof. Flaminio Favero, constituem, em sua expressão numérica, um «clamor impressionante». «No primeiro semestre do ano de 1943 ocor reram no Distrito Federal 28 003 acidentes de trabalho, ou seja, um acidente cada 3 minutos com perda de 21.500.000 horas (vinte e um mi lhões e quinhentas mil horas) de trabalho em 180 dias de serviço. Calculando-se uma média de Cr$ 7,00 (sete cruzeiros) para o salário-hora, esse total de horas representa um^ prejuizo .de Cr$ 150.500.000,00 (cento e cinqüenta milhões, e quinhentos mil cruzeiros).
Em Sõo Paulo (Capital) segundo dados co lhidos em entrevista concedida pelo MM. Juiz da Vara Privativa de Acidentes de Trabalho, Dr. Is nard dos Reis (U. a média diária de acidentes é bastante elevada, cêrca de 300 (trezentos) re velando notar que muitas firmas empregadores, inclusive algumas de grande envergadura, abu sivamente deixam de enviar à autoridade judi ciária a comunicação oficial do acidente. Encarece o Dr. Isnard dos Reis a necessidade do desenvolvimento da prevenção de acidentes como fator importante da paz social evitando motivos de discórdia entre os elementos essen ciais da produção e diminuindo os ônus ineren tes a esta: Citando entre outros o seguinte caso; Operárias de uma grande empresa desta Capital, apresentavam-se quase diariamente à Vara de Acidentes por terem perdido o dedo in dicador ou algumas falanges deste. Impressio nado com o grande número de acidentes da mes ma espécie na mesma empresa, resolveu o MM. Sr. Juiz chamar a atenção da firma empregadora sobre o caso. Esta, atendendo à autoridade ju diciária, tomou providências imediatas para loca lizar a máquina perigosa. Era umá pequenina máquina que com a adaptação de uin pequeno dispositivo deixou de mutilar os operários. Â Se guradora pagava as indenizações e a direção da Firma nem sequer tinha conhecimento do volume dos acidentes ocorridos.
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DISCRIMINAÇÃO DAS DESPESAS INDIRETAS COM O ACIDENTE
Feita esta exposição preliminar, seguem-se os itens que o grupo encarregado de estudar o assunto achou que deverão ser citados no Rela tório, como sendo os principais responsáveis pe los prejuízos indiretos dos acidentes. E' de notar que todos eles se referem aos prejuízos encober tos e dispersos, não cogitando dos prêmios pa gos às Companhias de Seguros nem das despe sas feitas por elas no tratamento do acidente, nem da indenização do acidentado ou de sua fa mília.
A exposição que se segue pretende escla recer os industriais sobre um ponto muito im portante: é que as despesas, a cargo das Com panhias de Seguro, não são as únicos que devem ser carregadas no custo do acidente. Pelo con-írário: embora faltem dados de contabilidade e de estatística, tudo leva à convicção de que a parcela que permanece oculta nos prejuízos in diretos do acidente sobrepassa, de muito, a par cela visível dos encargos legais.
Esmiuçados os prejuízos indiretos, por pes soas que estão em permanente contato com ps acidentes em grandes indústrias, chegou-se a um acordo unânime sobre uma lista, que não pretende ser completa. O título, bastante, expli cativo, é seguido de alguns exemplos ilustrativos.
1) Ausência da mão de obra, causando queda da produção, em qualidade e quantidade, por dificuldade de substituição ou substitui ção precária ou pelo período obrigatório de aprendizado e adaptação do substituto;
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Exemplos:
a) Queda de produção por ausência de mõo de obra
Numa fábrica de vagões ferroviários a soldagem dos vagões tanques é feita por três soldadores altamente especializados. Aconteceu que, com o intervalo de 24 horas, dois dos três soldadores se acidentaram, um por escorregamenío de uma escada em que se achava traba lhando 0 outro também por escorregamento no próprio vagão. Em conseqüência, durante 3 dias a Secção ficou com apenas 1 soldador e durante mais 3 dias faltou o segundo acidentado. No ca so não houve recunso para substituição por se trator de serviço especializado e haver previsão para um período de incapacidade relativamente curto, dos acidentados.
b) Queda de produção por substituição pre cária
Na mesma fábrica de vagões, na Secção de Moldagem a Máquina, hd 4 grupos de operários, cada grupo chefiado por um operador responsá vel. O chefe de um desses grupos acidentou-se, perdendo a terceira falange óo anular. Passou algumas semanas afastado e, nesse período, seu grupo foi dirigido precariamente pelo chefe de outro e que tendo de atender ao mesmo tempo a duas equipes, não podia dar ao grupo que dirigia provisoriamente a devida assistência. Em conseqüência a produção baixou.
c) Queda de produção por efeito do apren dizado
E' por demais conhecido o fato de toda e qualquer pessoa, mesmo entre os serviços mais .^simples, exigir um período de aprendizado e de adaptação às novas funções. Quando a eficiên cia de um novo elemento é acompanhada cien tificamente, até atingir o seu máximo, verificase um surpreendente período para alcançar o má ximo de produção, em virtude do pejciodo de aprendizagem ou adaptação. E' preciso ainda levar em conta o -desperdício de material deri vado do aprendizado.
Um operário de pá com função de encher vagonetas de terra, leva de 5 a 8 dias, para es-, tabilizar sua produção, isso para citar o exem plo, de um trabalhador braçal, cujo serviço não apresenta nenhuma dificuldade técnica.
Numa fábrica de raion, um fiandeiro (sa lário horário, Cr$ 4,00} leva de 10 a 15 dias para aprender a puxar o fio com a devida perfeição, havendo um grande movimento de renovação de mão de obra, a Companhia é obrigada a retirar uma máquina da produção normal para servir de «escola» aos aprendizes.
O acidente de trabalho que exige uma subsTltuição de operário vai onerar a firma com as despesas de aprendizado, além de outras.
2) Influência do fator psicológico — choque emocional que, conforme a gravidade do acidente pode ocasionar a paralisação total do trabalho, ou criar o medo da execução do serviço.
Exemplos:
a) Choque emocional
Numa fábrica com 5.000 operários, o ele tricista subindo ao transformador escorregou, quando segurou instintivamente numa das bar ras de distribuição dé alta voltagem, morrendo
fulminado. O curto-circuito cortou a força, para lisando todo o serviço. O acidente atraiu quase todos os operários para o local do desastre. Foi preciso esperar a vinda da Polícia Técnica. Mes mo depois de restabelecida a corrente elétrica, não houve mais trabalho naquela tarde, ficando a fábrica parada até o dia seguinte.
b) Medo de execução do serviço
Numa fábrica de produtos químicos, havia um tanque para a filtraçõo do éter. As instruções mandavam que o operário que entrasse no tan que deveria apagar a lâmpada elétrica de que se servia, antes de sair do tanque, Um operário desobedecendo às instruções, pretendeu sair do tanque com a lâmpada acesa. Aconteceu ainda que a lâmpada se quebrou, e o filamento encos tando no tanque produziu fcrisca que incendiou os vapores de éter, morrendo o operário quei mado. Depois desse acidente a Companhia teve as maiores dificuldades para obter que outros entrassem no tanque, tendo o serviço que ser, feito pelo encarregado da Secção. Numa Companhia de material ferroviário, o macaco destinado ao levantamento de vagões escapou, alcançando o braço o nariz do opera dor, ocasionando uma fratura crave. Em conse qüência criou-se o medo da execução desse ser viço que só foi removido com dificuldade.
3) Horas pagas pelo empregador aos acidenta dos no dia do acidente, quando há afasta mento ou pela frecjuência ao ambulatório, quando não há afastamento.
Exemplos:
a) No dia do acidente
Embora haja quem investigue a distribuição horária dos acidentes, parece aue ainda não se chegou a nenhuma conclusão sobre a maior con centração de acidentes, em torno de determina das horas. Tudo indica que os acidentes se dis• tribuem indistintamente ao lonao do período de trabalho, Assim sendo, considerações teóricas conduziram a concluir que a média de horas, a cargo do empregador, seria de 4 horas, ou seja, a metade do período normal.
Isso foi confirmado pelos representantes de duas grandes emprêsas que, fazendo uma inves tigação nos arquivos de acidentes, concluiram que a média das horas pagas pelo empregador ao acidentado, no dia do acidente, varia de 3 a 4 horas.
b) Curativos em ambulatório para acidentes sem afastamento
Os componentes da equipe que debateu o presente item, calculam da seguinte forma, o tempo de freqüência ào ambulatório:
Tempo medlo por curativo 1 Número médio de curativos para ob tenção de alta:
Na indústria de: vezes produtos químicos 8 material ferroviário 8 elevadores 5 fundição de aço 8 cerâmica 5
Êsses dados refletem a situação de uma úni ca fábrica, em cada tipo de indústria mas nada indica que a média colhida num grande número de unidades industriais, semelhantes, possa ser muito inferior. O acidente considerado leve ou sem afastamento do serviço dá lugar a muito maior número de horas de responsabilidade do empregador, que o acidente com afastamento. Parece evidente a conclusão: para o empregador não há acidentes leves ou graves: todos são igualmente fonte de prejuízos.
4) Tempo dos companheiros que prestam so corro ao acidentado
Caso a fábrica tenha ambulatório esse tem po é reduzido, mas se não o tiver, o tempo em pregado nos primeiros socorros é por demais agravado, pois nõo havendo assistência organi zada de pronto socorro, este terá que ser feito por pessoas que abandonarão o serviço para trator do caso, Muitas vezes são destacados um ou dois para acompanhar o acidentado até o am bulatório da Companhia. Em caso de morte, o entêrro tem sempre um grande cortejo de com panheiros de trabalho do morto.
5) Custo do transporte dos acidentados Uma Companhia situada em São Caetano gasta cêrca de 20.000 cruzeiros anuais para o transporte dos acidentados. Outra situada quase no centro de São IPaulo, realiza de 15 a 18 trans portes mensais, com o mesmo fim.
6) Despesas próprias do serviço de comunica ção do acidente às autoridades e à Companhio de Seguros Numa Companhia de vagões o seguinte cálculo aproximado foi feito pelo Inspetor de Se gurança, para cada acidente:
Preparação dos papéis para comunicar Hora às Autoridade e ò Cia. de Seguros . .. Vz Preparar os papéis para pagamento das diárias e outras notificações V2 Idem, idem por ocasião da alta V2 Total por Acidente, tempo de serviço do escriturário 1 1/2
7) Número de dias perdidos para a produção
afastamentos que somaram 880 dias perdidos de oito horas.
Na Cia. de vagões ferroviários já citada, no rnês de Agosto do corrente ano houve 295 dias perdidos e em Setembro 419.
8) Depressão psicológica do acidentado ocasio nando queda de produção Não é raro que o acidentado, tendo adqui rido uma incapacidade parcial permanente seja
lotado, com o mesmo salário, em serviço que requereria um operário menos habilitado e de menor paga. Na Companhia de Material Ferro viário, um homem que adquiriu uma incapaci dade, recusa-se a fazer qualquer tipo de serviço, considerando-se inutilizado para o resto da vida. Era montador e agora a única coisa que aceitou fazer, depois que voltou do seguro, é tomar con ta de ferramentas.
Organização de Estatísticas de Acidentes
(Transcrito do Relatório apresentado ao II CON GRESSO DE ORGANIZAÇÃO CIENTÍFICA, promo vido pelo IDORT)
A organização de estatísticas de acidentes interessa diretamente aos industriais, pois com seu auxílio é possível perceber a maior ou me nor gravidade do problema e acompanhar, sob forma científica e rigorosa o resultado das me didas de proteção que tomar para evitar os pre juízos econômicos derivados do acidente.
CONCLUSÃO
Repetimos a frase escrita no decorrer destas páginas;
>PARA O EMPREGADOR, NÃO HAl.ACIDENTES LEVES OU GRAVES: TODOS SÃO FONTES DE PREJUÍZO».
As estatísticas globais referentes à «popula ção» operária (^) de um grupo de industrias, lo calizado numa cidade, num Estado ou num país, são, também, importantíssimas pois dão idéia panorãmiica do problema da infortunística de uma coletividade podendo ter reflexos'sobre as leis e regulamentos. O legislador, para aferir se uma lei de acidentes de trabalho pode ser considerada boa ou deve ser modificada, deverá se socorrer de estatísticas de confiança.
Qual o critério a adotar na organização das estatísticas de acidentes de trabalho? Verificado o acidente, sõo tantos os dados colhidos, quer para informação das Companhias de Seguros, quer pelas exigências das leis, que se torna mis ter escolher índices que sintetizem o fenômeno 0 tenham um significado geral. Tais índices de vem ser de natureza a facilitar comparações en tre indústrias de natureza e grandeza diferente.
Nada impede que se façam estudos combi nando diversos dados de forma a obter estatís ticas de caráter restrito que permitam, por exem plo, pesquisar a influência da idade, do sexo, do estado civil, do salário ou de qualquer outro fator, sobre os acidentes embora as conclusões tiradas dêsses estudos não tenham uma grande significação prática, e sejam às vezes, enganosas.
Isto posto, desejam os colaboradores deste trabalho firmar a doutrina seguinte:
O1) Para a organização de Estatísticas de Acidentes de Trabalho devem ser adotados, quer para os estabelecimentos, industriais isolados, quer para um grupo de indústrias, nõo impor tando seu gênero de atividades ou grandeza os Índices de freqüência e de gravidade, definidos como seguem;
(1) — o termo «populaç&o é empregado no sentido ostati-stlco, significando o conjunto dos operários que se acham sob risco do acidenta de trabalho e sâo objeto dn estudo estatístico.
«COEFiaENTE DE FREQUÊNQA DE AQDENTES» é o produto por 1.000.000 da relação entre o número de acidentes com perda de tem po e o número de homens-horas trabalhadas.
Êste coeficiente representa, então, o número de acidentes com perda de tempo, por um mi lhão de homens-horas trabalhadas.
«COEFICIENTE DE GRAVIDADE» é o produto por 1.000 da relação entre a perda de tem po dos acidentes e o número de homens-horas trabalhadas.
£ste coeficiente representa a perda de tem po resultante do acidente (dias perdidos e dias debitados) por 1.000 homens-horas trabalhadas.
2) Para a terminologia, a interpretação e a classificação dos acidentes deve ser seguida a Norma de CADASTRO DE ACIDENTES, da Asso ciação Brasileira de Normas Técnicas, onde se acham definidos e classificados os Acidentes do Trabalho, os termos e números que se referem à exposição ao Risco de Acidentes de Trabalho; é indicada a forma de Contagem de Tempo Per dido, e. transcrita a Tabela Internacional de Dias Debitados, para os casos de acidente com in capacidade permanente (parcial, total ou morte).
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Partindo desse fundamento normativo, o se guinte esquema de trabalho parece o melhor:
a) A coleta de dados deve obedecer, no mínimo, ao disposto no Anexo, da Nor ma de «Cadastro de Acidentes», da A.B.N.T.
b)
c) d)
Verificado um acidente deve ser pre enchida uma folha de «Comunicação de Acidente».
Obter parecer médico sôbre a classifi cação da lesão, da sua séde e da natu reza e grõru da incapacidade. Deve então ser preenchida uma ficha completa do acidente.
Dentro de um período de tempo, mensal ou anual:
e) Coleta de dados sôbre a exposição ao Risco de Acidente de Trabalho, rela tivo à Secçâo, Departamento, Indústria ou grupo de Indústrias.
f) g)
Cálculo dos coeficientes de freqüência e de gravidade para o período e para a «população» operária que se considera. Organização de estatísticos de outra na tureza.
Segurança nos Aparelhos de Elevação
(Continuação)
34 — MONTA-CARGAS
34.1 Os monta-cargas (isto é, os enge nhos de levantamento munidos de uma cabine ou de uma prancha que se desloca entre guias) servin do ao levantamento ou descida de materiais devem,satisfazer às pres crições contidas na presente regra.
34.2 — 1 — Os poços dos monta-cargas devem ser munidos de pare des de proteção sólidas ou de outros cercamentos de eficácia equivalentes:
a) — ao nivel do solo, por todos os lados;
b) — em todos os níveis e em to dos os lados, onde for pre ciso ugi acesso.
2 — As ditas paredes devem ter uma altura de no mínimo 2 m acima do nivel do solo ou da plataforma ou outros lo cais em que se previu o acesso, exceto os pontos de acesso dos poços.
34.3 — Os pontos de acessos aos montacargas devem ser munidos de por tas sólidas ou de outros vedamentos de eficácia equivalente que:
a) — tenham altura mínima de 1 m;
b) — se fechem automaticamente quando a prancha do monta-carga deixa o nivel corres pondente.
34.4 — Os acessos aos monta-cargas de vem ser suficientemente iluminados.
34.5 — As guias das pranchas dos montacargas, devem ser suficientemente rígidas para não haver flexâo e de vem oferecer uma resistência sufi ciente ò compressão axial que se possa produzir no caso do bloqueio eventual da prancha ou um páraqueda.
34.6 — O estrado da prancha deve ser construído de maneira a oferecer toda segurança para o transporte.
34.7 — Os vagonetes devem ser imobili zados de maneira eficaz, numa po sição que ofereça toda segurança, sobre os estrados das pranchas que servem para transportá-los.
34.8 — Os contra-pesos formados por di versos elementos devem ser cons truídos de peças especialmente destinadas a este fim e reunidas *de maneira segura umas sobre as outras.
34.9 -
O contra-pêso entre qs guias.
deve se deslocar
Quando se faz uso de dois ou mais cabos de suspensão, a carga deve ser repartida igualmente entre eles. Cada cabo de suspensão""^d0ve-ser . de uma só peça.
As extremidades dos cabos de sus pensão devem ser fixadas ao su porte do estrado por um trançamento com ligadura sólida em dio de aço, por garras soldadas ou li gação por meio de bridas de cabo; na medida do possível deve ser fei to o uso de guarda-cabos,
- A fixação do cabo elevador sobre o tambor deve ser efetuada de ma neira adequada e segura.
34.14 — Todos os cabos ou cordas devem ter comprimento suficiente para que fique no mínimo duas voltas sobre o tambor quando a cabina ou a prancha se achar em seu pon• to inferior e devem ser calculados de maneira a apresentar um coe ficiente mínimo de segurança de 8 (oito) com a carga máxima,
34.15 —Quando se faz uso de cabos metá licos, o diâmetro das pclios ou dos tambores não deve ser inferior a 400 vezes o diâmetro dos fios com ponentes do cabo.
34.16—-Se os tambores são munidos de ranhuras:
a) — o raio das ranhuras deve ser aproximadamente igual e em' nenhum caso inferior ao do cabo;
— O passo das ranhuras não deve ser inferior ao diâme tro do cabo.
34.17 — Os tambores devem ser munidos de bordos laterais que impeçam o des lizamento do cabo fora dos referi dos tambores.
34.18 — Não deve ser possível mudar o sentido de marcha do aparelho sem passar pela posição de pa rada.
34.19
34.20 — Nôo serão utilizadas as rodas de escape em que seja necessário sol tar esse escape a fim de descer a prancha.
34.21 — Se a pessoa que manobrar a má quina nõo pode ver claramente a prancha em todas as suas posições, devem ser tomadas as medidas ne cessárias para que possam ser da dos sinais à pessoa que manobra o monta-cargas, por alguém que se tornq responsável e que possa ver a dita prancha em todas as suas posições.
34.22 — 1 — Quando a prancha estiver parado, o freio deve ser apli cado automaticamente.
2 — Durante a carga e descarga, a imobilização da prancha deve ser assegurada, quer seja por meio de gancho de trancamento, quer por outros dispositivos análogos.
34.23 — Os monta-cargas devem ser muni dos de interruptores de fim de cur so, parando automàticamente o guincho desde que a prancha atin ja o seu ponto de parada superior.
34.24 — Acima do ponto de parada supe rior deve ser previsto um espaço livre de altura suficiente para per mitir à cabine ou à prancha, no caso de ultrapassar o dito ponto, de continuar seu movimento por trecho suficiente, sem encontrar nenhum obstáculo.
34.25 — 1 — Nenhum monta-corga deve ser utilizado se não foi expe rimentado e examinado por pessoa competente e se um certificado dos ditos exames e provas nõo for fornecido por esta pessoa;
2 — Os ditos exames e provas devem ser repetidos:
a) — a intervalos regulares, deter minados pela autoridade competente;
b) — depois de cada modificação ou reparo importante e de pois de cada nova monta gem do monta-carga.
34.26— 1 — As disposições que precedem se aplicam aos monta-car gas exclusivamente utiliza dos para o levantamento ou descida de materiais.
2 — Nenhum monta-carga pode ser utilizado para o trans porte de pessoas:
a) — Sem a autorização da auto ridade competente;
b) — se êle não satisfizer às con dições de instalação e de funcionamento ditadas pelos regulamentos em vigor para os elevadores destinados ao transporte de pessoas nos estabelecimentos industriais.
34.27 — As indicações seguintes devem ser colocadas em lugar visível e em caracteres íàcilmente legíveis:
q) — em todos os monta-cargas:
i) — sobre a prancha: a capacidade de carga em quilogrcmos ou em outra unidade de pe so usual;
ii) — sobro o guincho: a ca pacidade de levanta mento em quilogramos ou outra unidade usual de peso;
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b) •— sobre os monta-cargas auto rizados ou certificados como utilizáveis para o transporte de pessoas:
i) — sobre a prancha ou na cabine, o número máximo de pessoas que podem ser trans portadas de cada vez;
c) — sobre os monta-cargas desti nados exclusivamente ao transporte de materiais;
i) — em todos os pontos de acesso ao monta-car gas, as palavras de aviso: MONTA-CAR GAS, PROIBIDO O TRANSPORTE DE PESSOAS.
(Continua)
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÉDE: RIO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 91^
EDIFÍCIO MAYAPAN
II* ANDAR — SALAS 1118/9
END. TELEG.: PREACI
TELEFONE 42-0928
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFÍCIO DO BANCO DO ESTADO
R. JOÃO BRICOLA, 24 - 24° AND.
TEL.: 33-2257 - END. TELEG.: PREACI DIRETORIA
Eng. ISMAEL COELHO DE SOUZA
Presidente
Eng. JOSE' M. FERNANDES — 1.° Vice-Presidente
Eng. ALBERTO PIRES AMARANTE
2P Vice-Presidente
Eng. DULCIDIO DE ALMEIDA PEREI
RA — 1.° Secretário
Eng. ADHEMAR DE CANINDE' JOBJM
— 2.° Secretário
Eng. KERRIS AP-THOMAS — 1.° Te soureiro
Sr. PEDRO THEBERGE — 2° Tesou reiro
Professor DECIO PARREIRAS — Dire tor (repres. Mini.stério do Trabalho)
Eng. EUVALDO LODI — Diretor
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Professor DECIO PARREIRAS
Dr. FERNANDO TUDE DE SOUZA
Eng. GUIULHERME DA SILVEIRA
FILHO
Eng. PAULO ACIOLY DE SA'
Eng. PAULO CÉSAR MARTINS
Coronel ORLANDO DA FONSECA RAN
GEL SOBRINHO
Tnte. Cel. GERALDO DE MENEZES
CORTES
Eng. JOÃO CARLOS VITAL
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Eng. MARTANO J. M. FERRAZ
Eng. JOAQUIM DE FARIA GÓIS
Eng. ROBERTO MANGE
CONSELHO FISCAL Efetivos
Dr. HELVECIO'XAVIER LOPES
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO Suplentes
Dr. E. ZULFO MALMANN
Dr. IBSEN DE ROSSI
Eng. LUIZ DUMONT VILLARES
SECRETÁRIO EXECUTIVO
Eng. JO.SE' S. A. PINHEIRO
ANO IX NOVEMBRO-DEZEMBRO DE 1951 N.° 6
LAVINIA CARDOSO VASCONCELOS — Diretora
Vice-Diretores Secretário NEMESIO NICOLINI e A. G. DA SILVA E. L. BERLINCK
A visita lio Sr. Jaaies (íarson
No mês de Dezembro, o grande grupo de interessados pelas questões de segurança, foi agradàvelmente surpreendido pela visita que o Sr. JAMES CARSON fêz às cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, a fim de conhe cer o desenvolvimento da Campanha de PREVENÇÃO DE ACIDENTES nos dois maiores centros industriais do país.
O Sr. Carson que foi um dos idealizadores e fundadores do INTERAMERICAN SAFETY COUNCIL. como Presidente desso instituição destinada a desenvolver o espirito de segurança na nascente indústria latino-ame ricana. realizou uma obra notável, tendo conseguido, nos seus 13 anoã de otividade. fazer baixar em cerca de 40% os acidentes de trabalho na grande população de língua latina da América.
A visita do Sr. Carson ao Brasil marcou o término de um longo roteiro que fêz pela costa do Pacifico, para se informar das condições de segu rança do trabalho, parando em todas as capitais dos Repúblicas irmãs, e prolongando essa visita na costa do Atlântico, através da Argentina. Uruguai e Brasil. Ao 'regressar a Nova York. apresentou um interessante relatório sâbre o estado atual do PREVENÇÃO DE ACIDENTES nos poises que per. correu.
A posição do Brasil, comparativamente aos demais paises latino-ameri canos não é má: juntamente com o Uruguai e o México, forma na van guarda do movimento em prol da segurança no trabalho.
O fato de uma alta personalidade do mundo dos negócios americanos (o Sr. James Carson é banqueiro e -diretor de várias grandes companhias norte-americanas) se abalar a fazer uma viagem fatigante e dispendiosa, para trazer aos paises da América Latina uma palavra de animação e de amizade é altamente significativo, pois demonstra que está se desenvol. vendo uma solidariedade intei-americana nesse setor e faz com que. aque. les que entre nós se dedicam à PR]BVENÇÃO DE ACIDENTES. não se sin tam sós nem desanimem perante a indiferença do meio. que felizmente vai aos poucos cedendo.
No Rio de Janeiro, a Diretoria da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES, recebeu-o com solenidade, tendo sido orga nizado um debate sôbre o assunto. O Secretário Executivo, eng. José Pinhei ro. pôs o Sr. Carson em contato com a realidade do parque industrial ca rioca. s com as autoridades governamentais que tratam do assunto. Em São Paulo recepcionaram o Sr. James Carson o representante da Asso ciação, eng. E. L. Berlinck e a alta direção da Cia. Paulista de Fôrça e Luz. de quem o ilustre viajante foi cr/tsiderado hóspede. As duas anfitriãs ofereceram ao representante do INTER-AMERICAN SAFETY COUNCIL um almôço a que compareceram o que havia da mais representativo da Cam panha de Prevenção de Acidents. O Sr. Secretário do Trabalho. Dr. Cunha Lima, que pela atenção que dedica ao assunto, é por assim dizer o líder do campanha no Estado de São Paulo, emprestando.lhe o prestígio do seu cargo e o brilho da sua cultura, esteve presente.
Durante o almâço .o' Sr. James Carson fez uma exposição sâbre as fina. lidades da entidade que representa e p6s ò disposição dos brasileiros a vasta experiência já acumulada pelo INTEH-AMERICAN SAFETY COUNCIL.
Doenças Profissionais
{Transcrito do Relatório apresentado ao II CONGRESSO BRASILEIRO DE ORGANIZAÇÃO CIENTIFICA, promovido pelo IDORT)
Além das campanhas educativas do pessoal e de medidas de ordem mecccnica aplicadas à maquinaria, a parte que se relaciona com as doenças profissionais deve ser cuidada, principalmente, nas indústrias que oferecem exposição perigosa aos gases, poeiras, ra diações, etc.
I — NECESSIDADE DA PREVENÇÃO
1 A prevenção das doenças profissionais não é mais do que ura caso particular da pre venção de acidentes do trabalho, "porque aque las doenças não representara senão acidentes continuados, podendo ser classificadas como «aci dentes crônicos»,
2. A prevenção das doenças profissionais, além de ser imposição de humanidade e impe rativo legal, constitui parte integrante dos esfor ços que todo o empregador desenvolve para in cremento e melhoria da produção.
3. A Prevenção das doenças profissionais proporciona ao empregador trabalhadores de qualidade melhor e sempre igual, sendo um dos maiores fatores da produção volumosa, barata e de boa qualidade.
4. Isso se dá, em primeiro lugar, porque os trabalhadores ingressam de melhor vontade nos estabelecimentoa afamados pelos seus cuidados de proteção, e fogem daqueles nos quais sabem serem tais cuidados negligenciados. Como con seqüência disso, estes últimos só obtêm qual mão de obra aquela que não se conseguiu colocar nos primeiros. Sendo abundante a mão de obra, é possível fazer alguma seleção neste material hu mano de menor valor; mas, quando a mão de obra escasseia, o empregador tem de lançar mão do pessoal que se lhe oferece, e ser menos rigo roso na seleção, chegando até mesmo a não a fazer.
5. Conseqüência disso é que, existindo sa lário mínimo fixado ©m lei, os empregadores des cuidados da prevenção têm de pagar ao mate rial humano menos selecionado tanto quanto pa gam os outros por mão de obra de melhor qua lidade. Mais ainda, pois a insolubridade acarre ta majoração do salário, por imperativo legal.
6. Outra conseqüência é o obsenteismo maior ao trabalho, em conseqüência da multipli cação dos empregados afastados para tratamento.
7. Êsse absenteismo resulta de dois fatores:
a) de o ambiente menos salubre provocqr doenças profissionais em número e gravidade maiores;
b) de ser o material humano mais fraco, apresentando por isso menor resistência à agres são do ambiente.
8. Mesmo quando o tratamento da doença profissional se faça sem afastamento do serviço — o que é absurdo, pois o afastamento da causa constitui o fator máximo da cura rápida e efi ciente — existe sempre a perda de tempo repre sentada pelos intervalos consumidos na execUçâo dos tratamentos, além de que a produção dos doentes tem de ser forçosamente menor.
9. Encontrando no material humano infe rior campo propicio para sua expansão, as doen ças profissionais nele acarretam com freqüência incapacidades permanentes, até mesmo totais, que não só representam indenizações a pagar, mas também criam ônus permanentes para a So ciedade, aumentando o número dos improduti vos,
II — MEIOS DE FAZER A PREVENÇÃO
10.^ Para que se faça de maneira perfeita e econômica, a prevenção de acidentes tem què se iniciar no planejamento da oficina de produ ção, sob pena de ter de ser feita depois, acarre tando a correção dos erros cometidos despesa muito maior do que a sua previsão inicial, além dos prejuizos que s© verificam antes de se efe tivar a aludida correção.
11. Êsse planejamento inicial da prevenção tem de ser atacado:
Prevenção de Acidentes — Julho-Agôsto de 1951
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na escolha do método de fabricação; na construção da fábrica; na sua montagem; na execução do método de fabricação ado tado.
12. Existindo hoje," para quase todas as in dústrias antigamente consideradas irremissivelmente insalubres, métodos de produção que re duzem ou até anulam os riscos profissionais, não é justificável, nas novas indústrias que se insta larem, a preferência a processos cercados de pe rigos maiores para o pessoal.
13. Para que o planejamento inicial leve em conta a prevenção dos riscos de saúde pro fissionais, é indispensável que êle se faça desde o início com o concurso de serviço médico espe cializado.
14. ' Após o planejamento da indústria, sua construção e montagem, o serviço de prevenção tem que cuidar da seleção dos trabalhadores que nela vão operar, com rejeição não só dos que se apresentem desde logo deficientes, mas também daqueles cujo estado faça prever que serão com facilidade presas das doenças ineren tes ao trabalho a que se vão consagrar.
15. Para tal, o exame médico de admissão não se pode limitar à rotina exigida para os can didatos a um trabalho qualquer, mas tem tam bém que incluir:
a) provas funcionais que atestem a higidez dos órgãos sobre os quais se sabe costuma re cair de preferência o efeito deletério do material usado na produção, ou formado durante ela;
b) pesquisa 'de doenças que enfraquecem esses mesmos órgãos, de tal sorte que, embora não estejam êles deficientes no momento do exa me, pode ser previsto que com facilidade tal de ficiência sobrevirá, mesmo sem participação de tóxicos existentes no ambiente do serviço, portan to com maior facilidade ainda quando'tal parti cipação sobrevem.
16 . Para ser possível a execução do referido no item anterior, mistér se faz a existência de la boratórios de toxicologia industrial. Sendo one rosa a instalação e o funcionamento de tais es tabelecimentos, só ao alcance de grandes em presas, devem os poderes públicos providenciar sua instalação, para servirem a todas as fábricas que deles não puderem dispor, auxiliando-as na seleção do pessoal, nos exames periódicos de re visão, nos casos de doença profissional suspei tada ou declarada, e ainda nos casos em que a reclamação da indenização por tais danos faz necessária a apuração da realidade ou falsidade de sua existência.
17. A exemplo do que já existe alhures, deve ser encorajado o estabelecimento da «me dicina do trabalho» como especialidade inde pendente, só aos nela habilitados se permitindo a direção do serviço de prevenção e tratamento dos casos de infortúnio, e vedando-se a tais es pecialistas o exercício da clínica civil, a fim de lhes dar maior independência de ação, furtandoos à suspeita de se poderem utilizar da própria atuação na indústria qual meio de formar ou aumentar clientela particular.
18. Como auxiliares indispensáveis do mé dico do trabalho, considera-se a criação das car reiras dè:
Inspetor de Segurança, Assistente Social, Enfermeiro especializado.
19. Considera-se que a predisposição para as doenças profissionais provêm de condições econômico-sociais precárias, e por isso como complemento indispensável das demais medidas de Prevenção de Acidentes do Trabalho e de doenças profissionais, recomenda-se a adpçáo de medidas de Assistência Social ao trabalhador "e à sua família.
20. Tendo em conta que na higidez dos trabalhadores, e na cura rápida e perfeita dos infortúnios, ninguém tem interêsse maior do que os empregadores, considera-se o sistema de se guro próprio como o ideal para cobertura de tais riscos.
21 - Tal seguro próprio, facilmente realizá vel pelas grandes emprêsas, deve ser posto tam bém ao alcance dos pequenas por meio de coo perativas, que congreguem de preferência esta belecimentos vizinhos, com eficiência maior do que se congregarem atividades afins, mas exe cutadas em pontos distantes.
22. Êsses seguros próprios devem com preender nõo só a parte do tratamento dos aci dentados, mas também o pagamento das incapacidades temporárias, podendo o das perma nentes ser também incluido, ou então sem prejuizo delegado a outras entidades.
23. Com base na experiência de longos anos, encara-se com cepticismo a eficácia da en trega dos seguros de acidentes aos Institutos de Aposentadoria.
Dr. Waldomiro de Oliveira -
Dr. João Novo Pacheco
Dr. José Benedito Moraes Leme r
Arniãzenãgeni e Transporte da Dinamite
Armazenagem
A dinamite deve ser armazenada em local sêco, cuja temperatura ambiente não ultrapasse de 32° C. Deve haver proteção de pára-raios e ser à prova de balas perdidas de armas portá teis. O piso deve ser de preferência de areia-. As cápsulas e os estopins devem ser armazenados à parte. Os estopins devem ser guardados em lugar sêco e fresco.
Cuidados devem ser tomados para que não penetrem raios de sol no armazém. Pessoas es tranhas e não habilitadas com o trato da dina mite, principalmente mulheres e crianças, não devem ingressar no armazém.
Fósforos devem ser deixados fora do arma zém. Se for preciso luz, deve ser usada lanterna elétrica.
As caixas mais velhas devem- ser colocadas de forma a sairem primeiro e a cada nova par tida a arrumação deve ser refeita de maneira a satisfazer a êsse preceito. A arrumação deve ser feita de forma que as bananas fiquem no sen tido horizontal.
Para a abertura das caixas não devem ser usadas ferramentas de metal. Somente martelos de madeira ou de fibra.
Nenhuma espécie de conserto ou reparo deve ser feito num local onde esteja armazenada dinamite.
A preparação de cartuchos deve ser feita fo ra, a pelo menos 15 metros de distância e^-uma vez preparados não devem ser guardados no lo cal do depósito. As caixas vazias para serem usadas devem ser cuidadosamente lavadas. De preferência devem ser queimadas mas nunca usadas como combustível nas cozinhas.
A maior limpeza deve ser mantida. O pó das varreduras deve ser lançado à água.
Nunca se devem deixar bananas ou cápsu las soltas, sobre as caixas ou no chão. Devem ser guardadas em caixas, ainda que se trate de sòmente uma.
Todo e qualquer material combustível deve ser cuidadosamente retirado do depósito ou de suas proximidades: estopas, papéis, etc. A limpe za deve ser rigorosamente mantida.
Os armazéns ou depósitos de dinamite de vem estar hérmèticamente fechados com bons cadeados. Deve haver um único responsável pe lo depósito, entrega e guarda dinamite.
Os fumantes devem ser rigorosamente fisca lizados.
Transporte
Ainda que o encarregado do transporte da dinamite já esteja familiarizado com êste serviço, o seu transporte requer uma série de cuidados que é conveniente relembrar. Quando se tratam os explosivos com o devido cuidado, pode-se afirmar que não oferecem perigo, porém se tor nam perigosíssimos se, com o seu manuseio diá rio, a pessoa se torna tão familiarizada com êles que passa a tratá-los descuidadamente.
Todo o veículo destinado ao transporte de explosivos deve ser de construção robusta e, em todos os sentidos, de primeira linha. Será sempre preferível um veículo fe.chado, mas em qualquer caso o piso deve ser bastante reforçado e as pa redes laterais bastante elevadas para impedir que o explosivo caia. Todas as partes metálicas que possam ter contato com os explosivos devem ser recobertas de madeira.
í)e forma nenhuma deve o veículo ser su perlotado. As pilhas de caixas não devem ser mais altas que as paredes laterais da carrosseria.
Nenhum conserto deve ser feito com o cami nhão carregado; é preferível descarregá-lo. Toda a instalação elétrica deve ser revisada a fim de que não haja curto circuitos e centelhas; o isola mento dos condutores deve ser o mais perfeito possível. Motor, carroçaria, caixa do motor, chas sis e todas as partes do carro devem estar isentos de graxa ou de óleo, a fira de evitar incêndios.
Os veículos empregados no transporte de ex plosivos devem ser revisados diariamente para que tudo esteja em boa ordem, incluindo-se nes sa revisão o mecanismo da direção e os freios.
Convém escrever dísticos como «EXPLOSI VOS — CUIDADO» e usar uma bandeirola ver melha, com a inscrição em branco «PERIGO». Fu mar deve ser rigorosamente proibido.
Metais, ferramentas, carbureto de cálcio, óleo, fósforos, armas, baterias elétricas, substân cias inflamáveis, ácidos corrosivos, não podem ser transportados nesse veículo. Os detonadores de forma alguma podem ser transportados jun tamente com o explosivo.
Efetuada a descarga, a plataforma do veículo deve ser varrida cuidadosamente e o pó lançado à água, para a sua inutilizaçâo.
Prevenção de Acidentes ~ Julho-Agosto de 1951 —- S
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Segurança nos Aparelhos de Elevação
35 — PRESCRIÇÕES DIVERSAS
35.1 Medidas necessárias devem ser to madas para pôr em segurança as pessoas encarregadas da verifica ção e da lubriíicação dos guindas tes e monta-cargas.
35.2
Nenhuma pessoa deve ser trans portada por um ""guindaste exceto sobre a plataforma do condutor, nem por um elevador de carrinho de mão ou por um monta-argamassa.
35,3 — Cada parte de uma carga subida ou baixada deve ser conveniente mente suspensa e firmada, de ma neira a evitar qualquer perigo.
35,4 _ 1 2
Todo recipiente -utilizado no levantamento de tijolos, te lhas e pedras ou outros ma teriais, deve ser suficiente mente fechado de maneira que nenhuma parte destes materiois,^ possa cair.
Se materiais destacados ou carrinhos de mão carregados são levantados ou descidos sobre uma prancha, esta de ve ter uma proteção ao re dor.
3 Os materiais não devem ser levantados ou baixados ou deslocados de maneira que se possam produzir choques bruscos.
35.5 Quando se efetua o levantamento de um carrinho de mão,a roda não deve ser utilizada como meio de suspensão, a menos que se adotem medidas eficazes para impedir què o eixo se desprenda dos mancais.
35.6 Quando se utiliza um mastro de levantamento independente, será êle ancorado sòlidamente por meio de cordas ou de cabos, para evitar que choque contra o andaime.
35.7 Mastros destinados ao levanta mento de materiais não devem ser fixados nos montantes dos andai mes OU em seus prolongamentos.
6 Prevenção de Acidentes ~ Julho-Agôsto de 1951 '-SájCi—,
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(Conclusão)
35.8 Quando não se faz uso de lanças, mas sòmente de uma simples po lia, esta pode ser montada em uma transversina, sempre que esta:
a) seja de resistência suficiente e esteja fixada em dois mon tantes ou seus prolongamen tos, na forma prescrita para as longorinos;
b) não seja utilizada como longarina de andaime.
35.9 Quando um aparelho elevador, ou uma de suas partes, se move ao longo de um andaime, todas as medidas necessárias devem ser to mbas para evitar que o dito apa relho atinja as pessoas que se acham sobre o andaime.
35.10-o levantamento das cargas perto dos locais de circulação habitual deve se fazer em um espaço isolao, ou se isto for impossível (por exernplo, rio caso de transportes de o )e os volumosos) medidas neces sárias devem ser tomadas para deprovisèriamente a
35.11-Medidas necessárias devem ser tomadas para impedir que durante o içamenío ou descida a carga possa entrem em contacto com ^ de maneira que carga seja dani ficada ou deslocada.
.titulo III
equipamentos E PRIMEIROS DE PROTEÇÃO SOCORROS
36 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
36. ^ necjfssáno, empregador deve P^r isposição dos operários um numero suficiente de máscaras patA Órgãos respiraproteção e cintu®®9urança de modelos apropriados.
36.2 — Os cinturões de segurança devem ser munidos de cordas de compri mento e resistência suficiente.
37 — MEIOS DE SALVAMENTO
37.1 Quando os trabalhos se efetuem nas proximidades de qualquer lu gar em que haja risco de afogamento, todo equipamento necessá rio deve ser previsto e facilmente acessível e todas as medidas de vem ser tomadas para salvamento rápido de qualquer pessoa em pe rigo.
38 — MATERIAL PARA OS PRIMEIROS SOCORROS
38.1 Em cada local de construção, dis posições apropriadas, para os pri meiros socorros, armários de far mácia, etc., facilmente accessíveis e visivelmente marcados, devem ser empregados para fornecer os primeiros socorros em casos de fe rimentos possam ocorrer durante o trabalho.
38.2 — Os equipamentos necessários aos. primeiros socorros devem ser con fiados a uma pessoa responsável que, de preferência, deverá ser qualificada para prestar os pri meiros socorros.
TITULO IV PRESCRIÇÕES DIVERSAS
39 — COMUNICAÇÃO DAS REGRAS AOS OPERÁRIOS
39.1 O presente Regulamento, ou parte dele, prescrito pelas autoridades competentes, deve ser fornecido aos operários ou afixados, de ma neira visível e durável, em locais convenientemente escolhidos.
MAR COM AS PRESCRIÇÕES CONTIDAS NOS títulos
40.1 Incumbe ao empregador aplicar as prescrições contidas nos Títulos I, II, III do presente Regulamento.
41 — COLABORAÇÃO ENTRE OS EMPREGA DORES E OPERÁRIOS OU OUTRAS PESSOAS
41 .1 Todo trabalhador e toda pessoa que se encontra sobre os locais de trabalho, devem . colaborar com o empregador para a aplicação do presente Regulamento.
41.2 Todo trabalhador empregado em uma obra deve remediar ou comu nicar ao empregador ou ao chefe da obra qualquer defeito que pos sa descobrir na instalação ou apa relhos ou qualquer falta que come ta uma pessoa e que possa provo car um acidente.
41.3 Ninguém deve alterar, deslocar, re tirar, danificar ou destruir as ins talações 0 os dispositivos de segu rança prescritos no presente Regu lamento sem autorização do em pregador, do chefe responsável da obra.
41.4 Todo trabalhador empregado em uma obra deve utilizar convenien temente todos os dispositivos de segurança ou outras instalações previstas para a sua proteção e de ve ater-se às instruções de segu rança relativas ao seu trabalho.
41.5 Todo trabalhador deve tomar pre cauções necessárias para a sua própria segurança e para a de qualquer outra pessoa da obra e se abster de qualquer ato suscep tível de pôr em risco a si próprio ou a de outrem.
41.6 Nenhum trabalhador deve tomar o seu posto de trabalho nem deixálo senõo utilizando os meios segu ros de acesso e salda previstos.
Riscos Profissionais Ligados à Fabricação de "Fiscose"
DH. JOSE' DE MORAES LEME
titular da Soe. de Med. e Cir, e da Soe. de Med. Legal o Crlminol. de Sâo Paulo — chefe do Serviço Médico da Cia. Nitro Química Brasileira
Um dos maiores óbices na fabricação da fibra artificial denominada "viscose" (*) está em ser alta mente tóxica uma de suas matérias primas essenciais — o dissulfureto de carbono, também chamado bissulfureto de carbono, ou simplesmente sulfureto de carbono, de fórmula C S2 — e em se formar, durante as operações industriais, uma outra substância tam bém grandemente perigosa — o ácido sulfídrico, tam bém chamado de gás sulfídrico e hidrogênio sulfurado, de fórmula H2 S. Há também formação de ou tros produtos, entre èstes o anídrido sulfuroso (S 02), mas êste, nas concentrações encontradas, não oferece perigos U8).
O gás sulfídrico, na indústria de viscose, tem im portância maior como causador de irritações oculares e naso-faringianas, do que propriamente como tóxico; realmente, para que este último efeito se manifeste, é necessário'que éle esteja na concentração de 0,03 a 0,06 por mil (30 a 60 partes por milhão) (9,18), sendo a concentração letal de 1 a 2 por mil (1.000 a 2.000 partes por milhão) (9). doses essas nas quais é éle muito dificilmente encontrado nas indústrias que es tudamos.
Nestas, o perigo maior é o representado pelo C S2, líquido explosivo e altamente inflamável, e que, além de ferver em baixa temperatura (46 a 48 graus centígrados), mesmo à temperatura ordinária emite vapores. São estes 2,62 vezes mais pesados do que o ar, pelo que permanecem nas camadas mais baixas da atmosfera, o que possibilita sua inalação pelos que trabalham com o produto. A respiratória representa, realmente, a mais comum das vias de penetração do C S2 no organismo; verdade é que pode ser êle tam bém ingerido, mas isso constitui raridade na indústria, sendo mais freqüente em casos de suicídio. Referemse alguns autores também à possibilidade de sua en trada pela pele, o que é duvidoso: sobre ela, tem aquele produto ação irritante, às vezes vesicante, mas a própria reação que provoca nas camadas externas do tegumento torna duvidosa sua penetração por es ta via.
— Não fugindo à regra de serem todos os vene nos também medicamentos — dependendo tudo da dose e da diluição — o C S2 é encontrado nos formu lários terapêuticos, tanto para aplicação externa co mo para uso interno (6, 21, 28). Externamente, indi ca-se para clarear manchas da pele, para combater dermatites seborrêicas e como linimento antirreumático (é o linimento de Wuntzer). Internamente, foi recomendado para tratar infecções intestinais (tanto em clisteres quanto por via oral), a surdez, a elefantíasG crônica. Em veterinária, aconselhou-se contra a ascaridiose dos cavalos.
(•) Estaria mais de acOrdo com a Índole da língua por tuguesa dizer «vlscosa»; mas o termo «viscose» 6 internacio nal, o não seremos nós riusm tentará alterá-lo.
8 —> Prevenção de Acidentes — Julho-Agôsto de 19S1
(Trabalho apresentado à IV Convenção do.s Pro-sidentes das CIPAS)
— A nocividade do sulfureto de carbono quando em uso industrial, já apontada por PAYEN em 1851, foi primeiro bem estudada por DELPECH, em 1865; foi êste autor quem àquele produto atribuiu os sin tomas observados nos trabalhadores da indústria de vulcanização da borracha, sintomas êsses que em 1856 BEAUGRAND atribuirá ao etilismo. Outros au tores, ainda, inculparam as intoxicações não pròpriamente ao sulfureto de carbono, mas às impurezas que acompanham o produto utilizado na indústria, especialmente ao ácido sulfídrico; sem embargo de possuir êste último toxidez que lhe é própria, nas concentrações que já referimos, aquela que se deve ao C S2 apresenta caracteres diferentes, o que foi de monstrado em trabalhos experimentais, efetuados "in anima vili" por vários autores, e "in anima nobili" por LEHMANN (24), em si mesmo. ^
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Se as observações clínicas primeiras tiveram lu gar na acima referida indústria de vulcanização da borracha, e também na de extração de perfumes, o problema só chamou verdadeiramente a atenção quando se expandiu a indústria das fibras artificiais, das quais a viscose se destacou pela generalização do seu uso, tanto no vestuário quanto na fabricaçao de pneumáticos, e ainda para obtenção do "algodão artificial", chamado pelos norte-americanos e ingleses de "staple-fiber", pelos franceses "fibrane", pelos ita lianos "fiocco", e que em português seria chamado "floco". Cresce dia a dia a procura do tais fibras em todo o mundo, donde o se instalarem sempre em maior número e com maior capacidade as fábricas destinadas à sua produção; daí o interesse do assunto, um dos mais importantes a serem estudados na pre venção dos acidentes do trabalho o das doenças pro fissionais.
No estrangeiro, a matéria tem sido objeto de grande número de observações e pesquisas^ como conseqüência das quais se têm introduzido sensíveis melhoramentos técnicos, que têm conseguido restrin gir os perigos de intoxicação; entre nós, contudo, não temos notícia de trabalhos sôbro o assunto, e por isso é que aceitámos o convite para escrever êste ensaio. Torna-se êle particularmente necessário por apresen tar o problema em nosso meio certas particularida des, devidas não só à diferença do clima, mas tam bém a ser muito outro o nosso material humano, tanto em sua origem étnica, como nos seus antecedentes patológicos e ainda nos seus hábitos (às vezes for çados) de nutrição. Foi isso mesmo o que pudemos verificar, depois de compulsar os trabalhos alemães, americanos e franceses (não conseguimos obter os ita lianos, apesar de os sabermos importantíssimos pelas referências que os demais a êles fazem) e comparar OS dados que fornecem aos que obtivemos em nossa observação pessoal. Grandes diferenças encontrámos nos quadros clínicos que se nos apresentaram, quando cotejados com os que víramos descritos, particular mente com relação aos casos de intoxicação crônica.
que são aqueles onde a influência do fator pessoal se faz sentir, muito mais do que nas ocorrências de en venenamento agudo.
E foi exatamente com o intuito de fazer ressaltar essas divergências que recebemos com prazer o con vite da Associação Brasileira de Prevenção de Aci dentes, para neste assunto colaborar em sua meritória campanha. Para tal rjos sentimos perfeitamente à vontade, visto como, na indústria a que prestamos serviços, sempre foi objeto de especiais cuidados o assunto da prevenção de acidentes e moléstias pro fissionais. Assim é que, muito antes de ser tornado obrigatório esse serviço, com a instituição das Co missões Internas de Prevenção de Acidentes (as vito riosas CIPA, cujas convenções tanto benefício vêm trazendo à divulgação do assunto a que se dedicam), a Cia. Nitro Química Brasileira já fazia serviço pre ventivo, sob orientação médica, com colaboração dos órgãos técnicos e administrativos da empresa, contan do seu quadro de funcionários com um fiscal de se gurança desde 1943; a investigação da causa pessoal ou técnica de cada um dos acidentes ocorridos, se guida da correção das falhas que porventura assim fossem encontradas, fez com que conseguíssemos re duzir em grau acentuadíssimo o núrnero de nossos acidentes, que caíram a um mínimo dificilmente sus ceptível de redução, até que a mudança radical do processo industrial (a fábrica passou a fazer viscose, quando antes produzia .nitrocelulose) veio afast^ al guns dos riscos já conhecidos e minorados, criando contudo outros até então inexistentes, quais justa mente os devidos ao emprégo do C S2 como matéria prima. O que já se fez para afastar êsse novo perigo, o que ainda falta — mas está sendo providenciado é o que veremos nas páginas seguintes.
Para fazer obra completa, embora resumida, começamos dando a conhecer os riscos, expondo em seguida os sintomas — em um e outro capítulos mostrando as diferenças entre o que lemos e o que vimos —, aflorando a seguir a questão do tratamento, para finalmente abordar a da profilaxia, que é o que realmente interessa: os riscos inerentes ao trabalho precisam ser reduzidos, sempre mais e mais.
I. OS RISCOS
Na manufatura da viscose pelo método de Cros e Sévan, que é o adotado na fábrica em que trabàIhamos, são as seguintes as operações efetuadas e os riscos que cada uma delas comporta:
1.a MERCERIZAÇAO — Inicia-se a fabricação com o tratamento da celulose — representada pela polpa de madeira — por uma solução de soda cáus tica, daí resultando a sódio-celulose, mais chamada álcali-celulose. Os empregados que trabalham neste serviço não correm grandes riscos, consistindo estes especialmente nas queimaduras pela soda. Mas, em primeiro lugar, não precisam pôr a mão nesta; e, em segundo lugar, o uso de luvas e óculos (para evitar os respingos) completa a segurança. As raras quei maduras aqui observadas não chegam a pesar nas atividades do serviço médico da fábrica, pois em sua maioria são neutralizadas no próprio ambiente do trabalho, e não dão conseqüências.
2.=^ MACERAÇAO — Na fábrica em que traba lhamos, nesta operação se reúnem duas das usadas em outras indústrias similares; o desfibramento e a maturação da álcali-celulose. Esta é transportada em carrinhos para os trituradores-maceradores, onde grandes facas a desfibram, ao mesmo tempo que o calor elevado desintegra as moléculas, fazendo-se as sim o amadurecimento. Os empregados neste serviço precisam ser dotados de fôrça física, para a descarga dos carrinhos, devendo usar luvas de borracha, sôbre
cujos canhões devem ser amarradas as mangas dos macacões, a fim de evitar que a soda respingue sôbre os braços nus, e, carregada pelo suor, vá entrar no interior das luvas, produzindo queimaduras nas pon tas dos dedos, Fóra isso, não correm os trabalhado res riscos especiais, a não ser os que resultem da imprudência de, na limpeza dos desfibradores, en trarem no interior dêstes sem antes se certificarem da impossibilidade de serem êles postos em movi mento; já tivemos uma vez que lamentar esta even tualidade, que ocasionou morte instantânea do im prudente.
3.^ SULFURIZAÇÂO ou XANTAÇAO — Saindo dos maceradores, a álcali-celulose amadurecida cai, por gravidade, dentro de recipientes com a forma de cilindros ou a de prismas hexagonais (esta última a adotada na indústria em que trabalhamos), seme lhantes às baratas que se usam para fabricar man teiga, e que por isso são também chamados baratas, ou ainda tambores, barris ou barricas rodantes, sulfurizadores ou xantadores. Èstes giram em torno dum eixo oco, dotado de pequenos orifícios, através dos quais penetra o C S2, que vai combinar-se com a álcali-celulose, dando lugar à formação de xantato de celulose. Terminada esta operação, faz-se vácuo no interior dos xantadores, para retirar o sulfureto que não se combinou, sendo o que sobra expulso por uma corrente de ar. Após isso, são as baratas abertas e o produto é retirado com rodos, para cair em funis que, por gravidade, o conduzem aos dissolvedores, onde terá lugar a operação seguinte. Uma pequena quantidade de xantato fica sempre aderente às paredes dos sulfurizadores, e precisa ser raspada para sair.
Nos trabalhos estrangeiros que lemos sôbre o assunto que nos ocupa, a xantação é considerada co mo a mais perigosa de todas as fases da manufatura de viscose, porque, quando abertos os sulfurizadores, o gás que ainda existe em seu interior pode atingir os trabalhadores que fazem a descarga e a raspagem; aconselham por isso os autores que a sucção, feita antes da abertura dos aparelhos, seja continuada du rante o seu esvaziamento. Nossa experiência, contu do, não tem confirmado êsses temores, parecendo-nos perfeitamente suficientes as manobras atrás referidas — vácuo e corrente de ar antes da abertura dos xan.tadores —, visto como não temos tido casos de in toxicação nos trabalhadores desta fase da fabrica ção. Influi também possivelmente nisto o uso de pol pa de madeira de boa qualidade, que reduz a quan tidade de xantato que se deposita nas paredes dos sulfurizadores, tomando mais rápida sua limpeza. Neste departamento, resta apenas como perigosa a raspagem dos potes que servem de depósito ao C S2 que alimenta os sulfurizadores, raspagem essa que não é freqüente e deve ser feita por trabalhadores protegidos por máscaras.
Risco muito maior apresentam fábricas nas quais o xantato, em vez de cair por gravidade nos funis que o levam aos dissolvedores, é vertido em carrinhos, os quais têm de ser levados, por percurso mais ou menos extenso, até os aparelhos em que se efetuará a operação seguinte, aí precisando ser descarrega dos. Durante todo êsse tempo, o xantato está des prendendo C S2, e, mesmo que os carrinhos sejam cobertos durante o percurso, têm de estar descober tos durante a carga e a descarga; além disso, numa e noutra dessas operações, uma certa quantidade cai no chão, e, seja ou não recolhida, é outra fonte de desprendimento do tóxico. Procura-se nessas fábricas remediar tais inconvenientes cobrindo os carrinhos, dotando-os de braços compridos para serem puxados ou empurrados, etc.; mas o perigo é sempre grande, não só pela maior exposição já referida, mas também
Prevenção de Acidentes — Julho-Agdsto de 1951 •— 9porque o trabalhador que puxa ou empurra o carlúnho tem de fazer força, sua, o que torna sua res piração mais freqüente, donde maior possibilidade de inalar gás.
Já descrevemos o método adotado na fábrica em que trabalhamos, e que nada tem que se compare a estas eventualidades, que apenas citamos para de monstrar o quanto se avançou nos aperfeiçoamentos técnicos que criam segurança.
4.^ DISSOLUÇÃO — O xantato, caindo (por gra vidade, como já descrevemos) dentro dos dissolvedores, aí sofre a ação da soda, da qual resulta a for mação de xantogenato de celulose e sódio, que é a viscose. Esta operação não encerra riscos particula res, a não ser que os dissolvedores fiquem descober tos, pois, dentro dos fragmentos de xantato, há por vezes "ninhos" de sulfureto, que desprendem este quando tais fragmentos se desfazem, na dissolução.
5.® MATURAÇAO — Dos dissolvedores, a viscose vai, por encanamento fechado, para o interior de tonéis de maturação, mudando de um tonei para outro, após certo tempo de permanência, e sendo filtrada em cada passagem; ao atingir o último tonei, ela é também desgazificada, a fim de que, ao penetrar nas máquinas de fiação, não apresente bolhas de ar, que cortariam o fio. O serviço nas cantinas em que os tonéis se encontram não oferece risco profissional propriamente dito, a não ser que como tal se con sidere a temperatura baixa do ambiente, que pode ria afetar pessoas particularmente sensíveis ao jfrio. Por ocasião das trocas dos filtros, contudo, há o risco de queimaduras pela soda que ainda neles existe, e desprendimento de algum resto de sulfureto não com binado. Existe ainda o perigo de se quebrar o vidro dos visores de nivel dos tonéis, o que acarretará der ramamento de viscose; mas aqui não se trata de risco profissional, e sim de acidente do trabalho.
6.® PREPARAÇAO DO BANHO — A coagulaçào da viscose, na fiação, faz-se sob um banho ácido, cuja preparação inicial não oferece riscos especiais, a não ser que os tanques nao fiquem bem cobertos.
Outro tanto não se diga da correção do banho já usado, para seu reaproveitamento, envolvendo tal re cuperação várias operações:
a) em primeiro lugar, a clarificação, que se faz por filtragem ou por flotação (tratamento por espu ma de sabão), para retirada das substâncias que se encontram suspensas no banho já usado (enxofre, sulfureto de chumbo, tiocarbonato de chumbo, etc.);
b) evaporação, para retirada de ácido sulfídrico e de excesso de água — formados durante as reações químicas ocorridas na fiação;
c) cristalização, para separar o sulfato de sódio, também formado naquelas reações;
d) adição de novas quantidades de ácido sulfúrico e de sulfato de zinco, para compensar as perdas ocorridas durante as citadas transformações químicas.
Os trabalhos estrangeiros não falam do riscos des tas operações, que é grande, pois as emanações do banho (principalmente de gás sulfídrico e de vapores de sulfureto de carbono) são tóxicas, e além disso o ambiente é quente e úmido (o banho tem 46 a 48 graus de temperatura); estas duas últimas condições fazem multiplicar-se as trocas respiratórias, o que aumenta as probabilidades de inalação de gases.
Por tudo isso, os tanques devem ser herinèticamente fechados, os vasamentos possíveis ser objeto de vigilância contínua, e os trabalhadores estar pro vidos de dispositivos de proteção (máscaras, óculos).
7.® FIAÇAO — A viscose, depositada no último tonei de maturação, é comprimida através de encana mento fechado, e forçada a passar através de orifí cios capilares duma fieira (também chamada pelo seu nome inglês "spinneret", sendo chamado "denier" o
10 —Prevenção de Acidentes —- .Julho-Agôsto de 1951
número de orifícios que a fieira possui), da qual ela sai sob o banho ácido referido na fase anterior; em contato com êste, a viscose se decompõe, regenerando a celulose inicial; nesta reação há formação de outros produtos, dos quais mais diretamente nos interessam o ácido sulfídrico (pela grande quantidade em que se forma) e o sulfureto de carbono (que se regenera em parte), os quais constituem as duas grandes fon tes de risco profissional nesta operação. Os gases que se formam são eliminados do ambiente por sucção, donde o depender da eficiência desta a sua concentra ção maior ou menor na atmosfera de trabalho; esta concentração depende também, e talvez ainda mais, de serem ou não fechadas as máquinas da fiação, visto como;
a) sendo fechadas as máquinas, a sucção se faz no seu interior, de modo que a exaustão é mais per feita;
b) sendo abertas as máquinas:
1.0 o vasamento de gases se faz para o meio ambiente, de modo que, para retirá-los eficientemen te, a sucção tem de ser muito maior;
2,o o ambiente precisa de temperatura e umi dade constantes (26 graus e cêrca de 80%, respecti vamente), de modo que, contribuindo a exaustão pa ra resfriar e secar a atmosfera, é preciso que a esta se forneça vapor de água, para restabelecer os dois fatores acima referidos; quando as máquinas são fe chadas, a exaustão não interfere com o ambiente, de modo ^ue o fornecimento de vapor que se faz neces sário é muito menor.
Ao contrário do que vem referido nos trabalhos estrangeiros, que citam como fonte maior de infortú nios do trabalho a fase de xantação, em nossa expe riência tem sido a fiação a grande fornecedora de acidentes, alguns de intoxicação, mas a imensa maio ria de irritações oculares, pelas quais não é respon sável o C S2, e sim o H2 S. Além disso, todas as ve zes que o fio arrebenta, o fiandeiro precisa mergu lhar a mão no banho, a fim de apreender o fragmen to proximal e guiá-lo no caminho que deve seguir para ir enroíar-se na bobina (quando se destina a ser ulteriormente torcido) ou no pote centrífugo (sistema adotado na fábrica em que trabalhamos, e que tem a vantagem de evitar a necessidade de torção poste rior); a mão molhada, se levada à fronte para enxu gar o suor (não esqueçamos que o ambiente é quente e úmido), pode ocasionar respingos do banho sobre os olhos, e ser assim também fonte de irritação ocular.
Os trabalhos estrangeiros falam da freqüência das irritações das mãos dos fiandeiros pelo banho ácido, e consideram ineficaz a proteção com luvas de bor racha; não é o que nossa observação tem verificado, tendo sido entre nós perfeitamente eficiente tal pro teção, e por isso muito raras as referidas lesões, qua se só verificadas quando o trabalhador se descuida de trocar luva que se furou.
Um lugar muito perigoso é o porão da fiação, pois a alta densidade dos vapores de C S2 faz com que êles aí se depositem; entretanto, em tal porão só precisam penetrar mecânicos para reparar as má quinas, o que não é freqüente, exige pessoal restrito, e pode (e deve) ser feito com máscaras.
A fiação, como maior fornecedora de infortúnios de trabalho, é a seção da fábrica que está merecendo maior atenção por parte da administração, que lhe está introduzindo aperfeiçoamentos técnicos, que de verão afastar a quase totalidade dos riscos que agora apresenta.
8.® VAPORIZAÇAO — As bobinas (nas outras fábricas) ou os potes centrífugos (naquela em que colaboramos), contendo o fio sob a forma de tortas, têm de ser retirados das máquinas de fiação, colo-
cados em carrinhos, e êstes têm de ser levados a i^a tóm^ara de vaporização, na qual permanecem de 8 a
(e talvez um pouco de ácido sulfídrico) retido mecanicamente nos fios, b) amolecer as tortas; c) segundo alguns, também termmar a reaçao desprendimento dos vapores acima referidos, e pelo calor e umidade do ambiente, que aumentam a transsujam também as nia ( ao enxugar o suor deiros), têm de penetrar na câmara da fronte; jiisso to de carrinhos
^^'dnrNeke último trabalho, foi sugerido que carregados. Nes^ vaporização de pouco fundo se adotassem caniar^s de P e grande frente, com nume carrinho pode por meio ZÍjdo sem qTI Wansportador peser colocado e existe sempre saida de gases netre no ^"^^TaíW dlém disso a retirada 2" rTtpfe o carregamento dos carrinhos têm de ser feUos a mão. Por isso tudo, a única proteção real- leiios d fornecem as mascaras.
"^ÍAÍnCAPAMENTO de TOETAS - saindo da . TT^nrizacâo as tortas sao encapadas com camara de vap Ç transportadas a desSrizaclo^ Esta tase da fabricação, da mesma for- siilturizaça ^ seguem, não encerra mais nsma que as q o c S2 se desprendeu todo ranto^fTp Si precede^itte. Ccnt/do, uma du-
^'™®DESSuÍfURIZAÇAO -Destina-se a eümn
Hn fio as impurezas que nele se encontram depo sitadas mecanicamente, compreendendo para tanto as segumtes^sub-o^erage|: elinúnar- os sais solúveis nanáguajr sódio, ou bisulfito de sódio, ou soda cáustica, para eliminação do ™'°'cr''nova lavagem com água, para extrair a substância usada na sub-operaçao precedente; S tratamento pelo ácido sulfurico Para retrada dos restos das mesmas, especialmente do sulfu- reto^de jg.yggcin com água, para extração do acido^ sulfur^co^ com água e sabão, para amaciar o
T«n+n esta fase, repetimos, quanto a precedente e as seguintes! se fazem na ausência de sulfureto, e nortanto de riscos profissionais; fazemos sua descn?5o contudo para que nosso trabalho seja completo, ll.a CENTRIFUGAÇAO - Elimina o excesso de umidade das tortas, antes da 12®- SECAGEM, c;ue se faz em estufa, ia'» UMIDIFICAÇAO — Para ser tecido, o fio necessita 11 a 12% de umidade; saindo dn estufa flnenas com 4%, precisa ser novamente umidificado.
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14 a EMBALAGEM — Umas tecelagens preferem o fio lias tortas originais; outras em cones, outras em meadas espulas ou ^-ocas; de acordo com as enco mendas existentes, têm de ser preparadas as emba lagens necessárias.
15.a INSPEÇÃO — O fio embalado tem de ser submetido a inspeção, antes de ser encaminhado a 16.» EXPEDIÇÃO.
n. os SINTOMAS
Conhecidos os riscos que oferecem as várias fa ses da fabricação de viscose, estudaremos agora os efeitos deletérios que, sobre o organismo humano, provocam as substâncias usadas nesta industria, prin cipalmente o sulfureto de carbono e o acido sulfídri co êste não só acompanhando o sulfureto como inapureza, mas também se formando, conforme ja vi mos, na fase de fiação. _ . .
Sem falar dos casos de explosão e incenmo pro vocados pelo C S2, são de duas ordens as lesões que podemos estudar como resultantes de seu uso indus trial: as agudas e as crônicas.
a) lesões agudas
Têm lugar quando o indivíduo:
1° inala vapores de CS2 ou H2 S em grande concentração, por penetrar desprotegido num am biente em que êles sabidamente existem, ou por ocorrer um vasamento súbito em lugar habitualmen te seguro;
2o ingere C S2 liquido, o que raramente acon tece como infortúnio de trabalho, mas é de observa ção relativamente freqüente em casos de suicídio;
3 o derrama o C 32 sobre grandes extensões da pele, o qué é também raro, embora sôbre pequenas áreas seia relativamente comum. , , ^ Profissionalmente, só a primeira das_ classes aci ma referidas merece de fato reter a atençao por cons- rituir a imensa maioria dos casos- a,segunda, ja dis semos, é mais encontradiça na clmica civil, quanto à 3.» produz irritações cutâneas, quando muito q^ maduras, assunto êste ultimo sobre o qual ja Pubhcámos trabalhos (25, 26) que expõem nosso ponto de vista, pelo que sôbre êle não nos • — A intoxicação aguda por tensidade condicionada pela concentração dos gases na atmosfera ambiente; lugares ha em Q^e tal con centração é sabidamente sempre mais ou menos alta - e nesses — já o dissemos so devem P" soas providas de máscara, sendo também conveme , para maior segurança, que perm^eça um ^igi parte de fora, provido êle também de material ae proteção, para a eventualidade de precisar na atmosfera perigosa, em socorro dos demais, yu^do, porém, o ambiente é normalmente seguro, a ele vação da porcentagem de gases tóxicos se faz ou po uma falha na exaustão, ou por um vasamento, devido êste último a rotura em encanamentos, ou, mais raro, a ter uma conexão cedido por haver sido corroK^ a arruela de proteção, quase sempre de borracha. Esta última eventualidade, contudo, provoca quase sem pre vasamento de início pequeno, dando tempo a que seja a falha reconhecida e reparada; a intoxica ção intensa, aguda, é portanto quase sernpre conse qüência de rotura de encanamento, pois que esta é que produz vasamento maior,
O grau de saturação do ambiente, nestes casos, depende de vários fatores: . „
a) antes de tudo, como é natural, da importân cia do vasamento, função ela mesma do tamanho do orifício e da pressão do gás;
b) consequentemente, da presteza com que se ja o vasamento descoberto e detido, pelo fechamento da válvula de admissão do CS2;
c) até certo ponto, da cubagem do ambiente, pois a mesma porção de gás evidentemente sa ur com maior rapidez uma atmosfera de volume menor,
Prevenção de Acidentes Julho-Agôsto de 1951 — 11
desta pod^ser f^^^^^^^^^ íe mostr\"a^SeS>Xido'aforfsmo "a pressa
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÉDE: RIO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 91
EDIFiaO MAYAPAN
11» ANDAR — SALAS iy8/9
ÍND. TELEG.: PREAQ
TELEFONE 42-0928
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFÍCIO DO BANCO DO ESTADO
R. JOÃO BRICOLA, 24 ■ 24.® AND.
TEL.: 33-2257 - END. TELEG.: PREACI
DIRÉTÕRIA
Eng..ISMAEL COELHO DE SpUZA
Presidente
Eng. JOSE' M. FERNANDES — 1.® Vi-
ce-Presidente
Eng. ALBERTO PIRES AMARANTE -
2.® Vice-Presidente
Eng. DULCIDIO DE ALMEIDA PEREI
RA — 1.® Secretário
Eng. ADHEMAR DE CANINDF JOBIM
2.® Secretário ^
—
Eng. KERRIS AP-THOMAS — 1.® Te soureiro
Sr. PEDRO THEBERGE — 2.® Tesou reiro
Professor* DECIO PARREIRAS — Dire
tor (repres. Ministério do Trabalho)
Eng. EUVALDO LODI — Diretor
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Professor DECIO PARREIRAS
Dr. FERNANDO TUDE DE SOUZA
Eng. GUIULHERME DA SILVEIRA FILHO
Eng. PAULO ACIOLY DE SA*
Eng. PAULO CÉSAR MARTINS
Coronel ORLANDO DA FONSECA RAN
GEL SOBRINHO
Tnte. Gel. GERALDO DE MENEZES' CORTES
Eng. JOÃO CARLOS VITAL
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Eng. MARIANO J. M. FERRAZ
Eng. JOAQUIM DE FARIA GÓIS
Eng. ROBERTO MANGE
CONSELHO FISCAL Efetivos
Dr. HELVECIO XAVIER LOPES
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Suplentes
Dr. E. ZULFO MALMANN
Dr. IBSEN DE ROSSI
Eng. LUIZ DUMONT VILLARES
SECRETARIO EXECUTIVO
Eng. JOSE' S. A. PINHEIRO
jBlJBà Jij»
ANO X JANEIRO — FEVEREIRO DE 1952 N.° 1
LAVirJTA CARDOSO VASCONCELOS — Diretora
Vice-Diretores Secretário NEMESIO NICOLmi e A. G. DA SILVA E. L. BERLINCK
O Coosello Eiiiiiiii de liei e Sepeçe É Mata
A criação do Conselho ESTADUAL DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO. vem{, demonstrar que a semente lançada ha dez onos pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES, caindo no terreno fértil para os grandes èmpreendimenlos que é o Estado de S. Paulo, germinou, e após anos de desenvolvimento de uma campanho cons tante, embora não muito intensa pela falta de recursos materiais com que luta a Associação, finalmente frulificou. Certo que a Associação não desejo, nem de longe, considerar como obra sua o CONSELHO, criado indubitavel mente pela larga visão do estadista que se acha ã frente dos desjinos de S. Paulo, proL Lucas Nogueira Garces, secundado pelo dinamismo e aguda inteligência do seu Secretário do Trabalho, Dr. Cimha Lima e pelos esforços do Diretor do Departamento de Produção Industrial, Dr. Diniz Gonçalves Moreira. Mas o fato é que durante dois lustres, em modesto escritório da capital de S. Paulo, tem se feito uma propaganda sistemática da Prevenção de Acidentes, havendo época em que gronde número de indúslrias recebia gratúitamente exemplares do; Boletim da Associação e cartazes relafivoa ã campanha, instruções etc.
Como pioneiro devbm também ser citados o IDORT que com os estudos do' Prof. Roberto Monge agitou largomento a questão e o SERVIÇO DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABAUiO, sob a proficiente direção do Dr. Waldomiro de Oliveira, outro batalhador de largos anos em prói da segu rança na indústria.
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Ultimamente numerosos trabalhadores têm vindo reforçar o trobalho no vasta seára da Prevenção de Acidentes, devendo ser citados, entre outros, a Faculdade de Higiene e o SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA.
Uma das principais finalidades do CONSELHO ESTADUAL DE HIGIENE E.SEGURANÇA DO TRABALHO é coordenar a ação dos orgâos oficiais e privados empenhados na campanha de Prevenção de Acidentes. Isso, além do incentivo a estudos, pesquisas, do intercâmbio cem entidades congêneres nacionais e estrangeiras e a promoção de exposições, concursos, congressos e outras modalidades de propaganda.
Estão"de parabéns o Estado de S. Paulo, e os trabalhadores paulistos. Esperamos que os demais estados da União sigam o exemplo do irmão mais progressista...
¥ Reoníão dos Presidentes das CIPAS
Realisou-se no dia 22 de Janeiro nova CONVEN ÇÃO dos Presidentes das CIPA^ a QUINTA da série que interruptamente, de seis em seis meses vein reu nindo,aquêles que se dedicam à benemérita camp^hacontra o acidente de trabalho e as más condições de higiene dos ambientes em que se desenvolve a nossa produção industrial.
Coúbe à STANDARD OIL dO OF BRAZIL ser a patrocinadora do certame e o fez de modo tão fidalgo e eficiente'que a CONVENÇÃO deixou a melhor das impressões em todos os que tiveram ocasião de com parecer.
O ponto de maior destaque na retmião foi certa mente a presença do Exmo. Sr. Secretário do Traba lho, Dr. Cunha Lima, na sessão plenária que teve lugar no salão de conferências da BIBLIOTECA MUNICI PAL. S. Exa. foi o Preridentè de Honra da CONVEN- ^ ÇãO, interesg'ando-se vivamente pelos trabalhos e muitas vezes tomando parte ativa nos debates. Quis assim o Dr. Cunha Lima dèmonstrar o quan-^ to as" questões da segurança dos nossos trabalhadores interessam não só pessoalmente mas também como titular da pasta do Trabalho. '
0 desenrolar dos trabalhos da CONVENÇÃO será descrito minuciosamente na Ata que estff'Sendo impressa e que será em breve distribuida. Contudo daremos aos nossos leitores uma breve súmula dos debates.
O tema principal da CONVENÇÃO foi a Proteção contra Incêndios mas como o tema da Proteção do
Aparelho Respiratório não fora inteiramente esgotado na CONVENÇÃO anterior,'a primeira parte dos tra balhos foi dedicada a ésse assunto.
Sob a Presidência do Dr, Hugo Barbieri, chefe do Departamento de Relações Públicas da Standard Oil foi dada inicialmente, a palavra ao Eng. E. L. Berlinck que leu um relato das atividades da Comis são Organizadora da CONVENÇÃO, comunicando que, pela demissão do Sr. Nelson Costa Carvalho, preside^e, fora eleito para essa função o Dr. Carlos Comenaie Jimior. Igualmente a Diretoria do Boletim publidado (xan o auxílio da Indústria Paulista passou a ser a seguinte: 'Diretora: D. Lavinia M. Vasconcellos; Vice-Diretores: Nemésio Nicolini e A. G. da Silva, continuando como Secretário, o Eng. E. L. B^rlinçk.
'Na parte referente ao Aparelho Respiratório, Dr. Moraes Leme da Cia. Nitro Químicâ, fez uma exposi ção sobre os perigos decorrentes da fabricação da viscose. Embora o aparelho respirat<^io não seja o mais afetado, é certo que muitos disturoios funcionais aparecem em conseqüência da inalação de substâncias tóxicas. Sobre o assunto, e em geral sòbre a saúde do trabalhador, falou Dr. Waldomiro de Oliveira, di retor do Serviço de Higiene e Segurança, do Trabalho dcr-^stadp de S. Paulo, mostrando como pode ser feita; a proteção do apárelho rQspiratói-io e detendo-se sobre a orgauiização a ser dada aos serviços de carteira de saúde, ponto fundamental na seleção dos que se acham aptos ao trabalho e para a futura defesa da
i Pravangio da Âoldanlai J|nako-Favara)ro^a 1962Mesa que dirigiu a -V CONVENÇÃO DOS PRESIDENTES DAS CIPAS, vendo-se ao centro o Exmo. Snr. Secretário do Trabalho, Dr. Cunha Limai
lugares grande saúde, principalmente em de doenças profissionais.
A seguir o Sr. Presidente pôs em debate o assunto da PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS, tendo vários ' oradores apresentado substanciais trabalhos sòbre esse tema. Várias Companhias que têm serviço de proteção contra fogo expuseram a sua prática. O primeiro orador foi o Sr. Frederico Smolka, supéritendente do Armazém Parque da Moóca da Standard Oil Co. Co mentando o relatório do Sr. Smòlka o Eng. Berlinck, da AB.PTA. falou sòbre o perigo de acidentes dos extintores de incêndios, descrevendo o serviço de ve rificação da segurança qufe a Aggociaçãe Erasllelra de Normas Técnicas ostà fazendo na produção destes aparelhos.
A seguir fe? uso da palavra o §r, Francisco Barroí Cruz, representannte da Cerâmica S. Caetanon S.A., que leu o trabalho de autoria do Sr. Tte. Feliciano da Costa Cieme, encarregado do Pôsto de Proteção con tra incêndios dessa Cia.
A Cia. Nitro Química Brasileira, con) vasta expe riência na proteção contra fogo, aprèsentou a sua prática através da palavra fluente do Sr. .Antonio Gonçalves da Silva, que leu um trabalho colaboração do orador com os Srs. Marcello.Kiehl, Elio Gonçalves,^ Alcides Ribeiro, José B. Martins Vietti, José H. Ba celar e Paulo Palmeira.
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As I. R. F. Matarazzo trouxèraín a sua contribui ção pela palavra do Sr. Vicente Samartino.
A essa altura o Sr. Tte. Caldeira Júnior, oficial e representante do Corpo de Bombeiros, manifestou sua satisfação pelo interesse com que o fema estava sendo tratado; O orádor segmnte • foi ó Sr. Dante Isoldi, representante do Cctonii^cio Rodolpho Crespi, que descreveu o sistema de ptoteção contra incêndio em vigor naquela indústria.
Convidado especialmente pela mesa, fez uso da palavra o Eng. F. F. Azevedo, chefe geral da proteção contra incêndio de todas as Cias. do gnapo Light, que discorreu,de modo geral sôbre as medidas que devem ser tomadas nas indústrias para a perfeita segurança das instalações.
Fez ainda uso da palavra o Sr. Themistocles Pavão, representante do Frigorífico Wilson do Brasil, e o Sr. Nemésio Nicolini, da COBRASMA.
Posta em discussão a séde e o temário da próxi ma CONVENÇÃO, foi .resolvido que um dos temas será o valor da MEDICINA PREVENTIVA NA Se gurança UO TRABALHO. O Sr. Gafles Oômèftâli Júnior, 0m nome das L R, F. Matarazzo, ofereceu o patrocínio da próxima CONVENÇÃO, o que fpi aceito çgm uma salva de palmas.
Antes do encerramento, falou o Eng. José Pi nheiro, Secretário Executivo da Associação Brasileira para prevenção de Acidentes que veio egpecialmente do Rio trazendo a saudação da Diretoria da Associa ção que dirige e dos Associados dos outros Estados, que viam com a máxima simpatia as reuniões reali zadas em S. Paulo.
Terminada .a CONVENÇÃO propriamente" dita, seguiu-se um cordial ,almoço oferecido pela STAN- , DARD OIL CO OF BRAZIL, num dos, melhores res taurantes de•S. Paulo, rumando os Convencionais, à seguir, para o Armazém da Moóca onde visitaram as / interessantes e modelares instalações, da Cia. Os convencionais forarri' brindados com uma pprfeita, de monstração de combate a incêndio, por meio de um alarme falso dado de improviso, em que se evidenciou a eficiente organização da STANDARD no combate ao fogo, e finalmente- com luna interessante sessão tde cinema em que os aspectos da indústria,petrolífera, formaram o o tema principal.
.
Inglaterra Trata da Segurança de seus Tralialiiadores
Concorrida Conferência em Oxford
o Eng. PERY R. COELHO DA SILVA foi comissionado pela The S. Paulo Tramway Light & Power Co., para assistir a conferênncia que se realizou em Julho do ano p.p. promovida por três Sociedades que se dedicam às questões dô bem estar, segurança e psicologia do trabalho.
A seguir esteve nos EE. UU. oudo se documeuíou sôbre o udlanlainento da nação amip no campo da segurança « da higiene industrial. Na Conferência do «Kehle Coilcge», na Ingla terra, teve ocasião de verificar o grande Interesse que despertam os problemas do bem estar e dá segurança do trabalhador, como se vê" pela descrição que faz da reunião das três Sociedades. Damos a sagiiir tim esirnto do. Reklório quo o Engl Pery R. Coelho da Silva apresentou à COMISSÃO ESPECIAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES, do Light.
ASPECTO GERAL DA CONVENÇÃO
Estds 3 sociedades se completam, a «Indus trial Welíore Society», cujo título pode ser tradu-. zido como «Sociedade Para o Bem-Estar dos Tra balhadores das Indústrias», é uma organização particular, com seus 2000 sócias entre Indústrias, Empresas de Serviços Públicos, etc. e interessa- • se na organização dós Departamentos do Pessoal e nos de Bem-Estar dós Trabalhadores, nas rela ções entre si das diversas camadas nas Indústrias, nas Juntas de Consulta estabelecidas nas grandes firmas, nos Contratos de Trabalho, na Educação e Treinamento dos Trabalhadores, nas' Condições Físicas no Trabalho, nos Serviços de Saúde para o .Trabalhador das Indústrias, nos projetos de Refeitórios, nos Esquemas de Auxí lios aos Trabalhadores, nos problemas de des canso e de divertimento dos trabalhadores, na Legislação Industriàl, nas Publicações Industriais para uso dos trabalhadores, etc. O «National Institute oí Industrial Psychology» é uma entidade científica que opera sem lucros; tem tomado pç^te ativa no desenvolvimento deste ramo do conhe cimento- humano na Grã-Bretanha, tem também a função de \ difundir êste i conhecimento entre aqueles que estão em posição de aplicá-lo e a de servir de centro de contato para todos aqueles que no País ou no Estrangeiro têm interesse-no .assunto. Em resumo, as suas atividades com preendem em*priméiro lugar as publicações què. faz, pois publica 2 jornais, um côm o título de Psicologia dos Empregos, que é publicado cada 3 meses e outro Psicologia do Trabalho, que é publicado cada 2 meses. O Instituto organiza também cursos sobre o assunto de sua especia lidade na Universidade de Londres, fornecendo também professores, a pedido, para cursos em outros Universidades. O Instituto também orga niza conferências públicas e discussões sôbre o assunto e serve de órgão consultivo para guiar jovens na escolha de ocüpaçÕes. Também se ocupa de Inveatigaçõeb è Pesquisas relacionadas com O assunto. O Instituto tem 2 classes de só
cios, 6s individuais cuja contribuição é de,£ 1-0-0 por ano e qs coletivos que para esta Cia. com' mais de 5.000 empregados ficaria em 25 guinéus por ano e tendo visto as publicações que faz, gostaria de sugerir que o Secretário da CEPA ficasse sócio, a fim de' se poder obter as prublicações que faz.
Quanto à «The Royal Society for the Prevention of AGcidents» esta é a principal Sociedade no ramo na Grã-Bretanha e o Rei é o seu Patrono;.visitei sua ,séde em.Londres e comprei diver-_ sas'de suas publicações para uso da CEPA. Fui informado lá que esta Cia. é sócia da mesma e que recebe muitas de suas publicações.
A Grã-Bretanha está muito bèm -organizada em questões de Prevenção de Acidentes na In dústria. Há grande número de panfletos publi cados sôbre diversas fases da questão e em Lon dres hái um Museu,de Segurança, Saúde e BemEstar para as Indústrias onde sõo expostos todos os tipos de máquinas com as proteções recomen dadas,.instalações sanitárias típicas pára, as in dústrias, refeitórios típicos, etc., há também, em outro Ibcal, um Museu de peças e máquinas que ocasionaram acidentes, alguns delés fatais. ^ As conferências realizadas êste ano no «Keble College», sôbre segurança, foram guintes;
10 de Tulho
ÀS 20,00 Horas ~ Discurso de obèrtura. 20,30 hóras — «Os \ trabalhadores e a ' 'produção dos mesmos».
14 de Julho
9,30 -
9,45
«O Programa da «Sociedade para o Bem-Estar dos Trabalhadores das Indústrias». ^ «Inter-Dépendências entre ás pes soas que trabalham».
Iv
10,30 — «Juntas de consultas constituídas de empregados e empregadores».
11,45 — Comissões de discussão. /
À tarde visita às Fábricas de Oxfprd.
17,00— «Educação e treinamento da Juvéntude na Indústria».
20,00 — «Métodos Selèfívos'sistemáticosí).
12 de Julho
9,30 — «O Programa do Instituto Nacional, de"Psicologia».
9,45. — «Treinamento na Indústria, a contri buição da Psicologia».
10,30 — «Educação é Treinamento dos adul tos nas Indústrias».
11,45 — Comissões de discussão.
A tarde foi livre para visitas às Fábricas de Oxford.
'20,00 — «Medidas referentes à saúde na In dústria — sua história ,è desenvolvi mento». ' .
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13 de Julho / -•
9,30.— «O Programa da Real Sociedade para a Prevenção de Acidentes».
9,45 — «Instalações, para o bem-estar dos empregados».
11,45 — Discussão geral.
A tarde ficou livre para visitas aos mais an tigos. «Colleges» de Oxford.
17,30 — «A Segurança e a Gerência nas In dústrias».
20,00 «A Segurança e o Indivíduo nas In dústrias».
14 de Julho
9,45 Sessão Geral para discussão sobre todos os djssuntos tratados nós Con ferências.
11,45 — «Normas para o .futuro»,., ' Ficando as Conferências terminadas depois do almoço. *
As conferências em aprêço tiveram uns 150 delegados representantes dos diversos Ministé rios do Govêrno Inglês, de fcâxicantes de: Ci mento, Produtos Químicos', Papel, Cabos de Alta © Baixa tensão, Sapatos, Cerâmica, Gás, Sóponáceos. Ferramentas, Explosivos, Óleo, Automóveis, Cigarros p Tabaco, Tubos de Aço, Artefatos de Ferro e Aço, Minas, Caldeiras, Biscoitos, Forner cedores cíe Enèrgia Elétrica, Material Elétrico, Máquinas e etc. Uma inovação interessante que notei foi que os delegados foram divididos em quàtro grupos para entre si comentarem-'as di-
versas conferências ouvidas e apresentarem rela tórios sobre as mesmas; cada grupo nomeou seu presidente e seu secretário e reunindo-se sepa radamente discutiram os diversos pontos de vis-' ta dos conferencistas aprovando ou nõo os mes mos, dando novos, etc.; os di-versos secretários elaboraram os relatórios que foram apresentados na Sessão Geral para discussões no último dia da Conferência. Todas as Conferências e comentárias serão publicados e enviados aos delegados logo que possível.
2) SEGURANÇA DO TRABALHO NOS ESTA DOS UNIDOS
Os Estados Unidos provavelmente estão mais interessados que qualquer outro país nas ques tões de Segurança do Trabalho, e nele a'inicia-' tiva particular nesse setor se evidencia em toda a írarte; na,maioria das Universidades o assunto é ensinado nos cursos de engenharia; * há Socie- ' dades Técnicas dedicadas sòmente ao assunto e ■muitas outras que têm comissões especializadas para o estudar; como exemplo das primeiras po demos citar o «National Safety Council» de Chicago e a «Americon Sbciety of Safety Engineers» de Chicago; como exemplo das segundas podemos citar o «Edison Electric 'Inslitute» de Néw York e a «American Standards Association», de New York.
Quanto às ativiàades do «National Safety Council» elãs precisam de maiores esclarecimen tos, ele é a maior organização do mundo què 'se dedica sòmente ü evitar acidentes e danos à pro priedade, não tem fins políticos ou de lucros, os seus funcionários, uns 300 só em Chicago, com preendem engenheiros, editores, escritores, pro fessores, técnicos em estatística e outros espe cialistas; eles coordenam os trabalhos individuais dos seus sócios componentes nas indústrias; transportes, Cias. de Seguros, departamentos do govêrno, empresas de Serviço Público, etc., a fim de promòver a segurança nos vários campos de suas atividades, estas são muito espalhadas e c&Hipreendem as seguintes secções: Indústrias Aeronáuticqs, Transporte Aéreo, Oficinas Mecâ nicas, Cimento e Pedreiras, Química, Minas de Carvão, Construções, Equipamentos Elétricos, Alimeritação. Vidro e Cerâmica; Naval, Empqcota- * manto de Carnes, Metais, Minerais, Petróleo, Es tradas de Ferro, Têxtil, Borracha,, Emprêsas de Utilidade Pública, etc:
^ As comissões de.cada Secção usualmente se, reúnem duas ou três vezes por ano nas cidades máis convenientes;, para seus sócios e três vezes por ano urn congresso geral représentando todas as indústrias se reúne em Novg York ou Chica go, para rever a questão da Segurança Indus trial e determinar de modo geral e para' todo o País as providências a serem tomadas no futuro.
IO «Safety Council» também publica, regular mente, diversas revistas sobre segurança e .for nece informações técnicas e material para trei namento, tipos de proteção para diversos mis teres, etc.
Finalizando êste relatório, temos a informar' que notamos que as grandes Cias. têm sempre os seus Engenheiros de Segurança que se dedi cam sòmente a êsse mister, acompanhando e oplicàndo os mais recentes ensinamentos, elas têm também suas Comissões de Seguroríças no meadas pela Gerência que ditam ós programas de segurança a serem seguidos, estudam novos ou melhorias nos atuaift métodos de, segurança, difundem e encorajam os métodos de segurança, cooperam com outras Cias. e Entidades em ques tões de segurança, etc.; e outras em menor nú mero,. têm comissões de Segurança Mistas em que os representantes da Gerência são do mes mo número que os representantes dos trabalha dores.
Nota-se nos Estados Unidos que a tendêncid" moderna é de incorporar a parte da segurança nos métodos padrões de trabalho, as grandes Ciaà. fazem normas de trabalho perra cada ser viço e nelas incorporam a porte de segurança de modo que o operário qiiando executa qual quer sèr^viço técnicamenie correto o executa tam bém do modo mais seguro para si e para tercei ros.
Em geral ésrealizado nos Estados Unidos que compete às Cias. fornecer locais e" condições se guras para os trabalhadores. Métodos não se guros são atacados por treinamento e supervi são e condições nõo adequadas são melhoradas por inspeções periódicas e revisão das instala ções mais antigas. Novos empregados são instruí dos das regras gerais das Cias. e nas questões de segurança e são presenteados com livretos que explicam os seus direitos e deveras como empregados. Os encarregados de serviço são instruídos para darem instruções detalhadas pa ra Cada novo serviço e ò Departamento de Se gurança colabora nessas instruções para ver que a parte de segurança é a mais completa possí vel; é geralmente realizado que os feitores que têm que instruir o empregado, que têm que dis tribuir os serviços para cada um, que têm que indicar como os trabalhos têm que ser feitos, que têm que os fiscalizar e que têm a. responsabili dade da manutenção do eqúipamento necessário, são as pessoas mais diretamente indicadas para evitar os acidentes e por isso êles são sempre os mqis visados em qualquer Campanha de Se gurança.
Sua casa e o lusar mais perigoso do mundo!
Um machucado, uma queimadura^ aparentemente sem importância, podem se transformar em grave iníecção — se não forem cuidados, a tempo. Estará o seu armário de medicamentos eqmpado para tais emergências? Lembre-se de que, quando acontece o acidente, pode ser muito tarde para providenciar. Hoje mesmo, agora, verifique os curativos que sua casa deve ter. £}, antes de comprar, verifique se êles trazem a marca de qualidade - Johnson & Johnson.
Atadura Adesiva
Band-Aid
CaratSvo rápido e compleio, pronto piri uur
Madura de Caie
Gue cirúrgica para cobrira fetidá. Macia « abaorrcnte. I Esparadrapo Impermeivel. Nio irrita a pele.
Ao rpniprar curativos, /embre-se do meUiori macaHt»
NOME..
Prevenção de Acidentes
Riscas Profíssionais Ligados a Fabricação de "Fiscose"
DR. JOSE' DE MORAES LEMEe a vigilância exercida para a prevenção de vasa mentos;
2.° o tempo de permanência do indivíduo ho ambiente, sendo menor^a impregnação quando, entre os diversos tempos de permanência, se intercalam períodos de afastamento, que dêm tempo a que o or ganismo elimine o tóxico, o que melhor se consegui rá se êsses intervalos forem passados ao ar livre, de preferência em zona rural ou praiana;
(Continuação do número anterior)
d) do grau de ventilação, natural ou ainda me lhor artificial, contribuindo no mesmo sentido, su prindo a deficiência da cubagem e sendò de fato ainda mais importante do que ela, pois anula o efeito dos vasamentos pequenos e atenua o'dos vasamentos grandes; ^ , eT da distância em que se encontre o indivíduo atingido, sendo o grau de impregnação diretamente proporcional a tal fator, supostos idênticos todos os demais; ; . • f) ^ da posição em que estiver o paciente, sabido como é que o- gás se concentra iias camadas mais baixas da atmosfera; há que lembrar a possibilidade, nada excepcional, de estar o indivíduo inicialmente de pé, mas vir a cair, como efeito da vertigem que o tóxico provoca; passará então .a aspirar porções ainda maiores dêste, e seu estado se agravárá propessivamente. Deve ser esta (a confirmação pessoal é( impossível) a causa da maioria das mortes de indi víduos que se intoxicam desacompanhados, ou acom panhados por outros que ficam nas mesmas condi ções, e por isso não podem'prestar socorros; tal é a razão de se aconselhar que, quando alguém pre cisa entrar em ambiente sabidamente toxígeno, fique sempre um vigia na parte não contaminada; g) da maior ou menor presteza com qi^e o gaseado recebe assistência, que consiste, antes do mais, em afastá-lo do ambiente.
O envenenamento por inalação, nas condições acima, pode causar morte instantânea, por parabsia, primeiro respiratória e depois cardíacã; tal ocorrên cia, contudo, se faz cada vez mais rara, pois as con dições técnicas se aperfeiçoam sempre, a fiscalização contra as imprudências é rigorosa, e os próprios ope rários têm conhecimento dos riscos a que se acham expostos. Na nossa casuística, não tivemos nenjium caso de intoxicação mortal na fabricação de viscose, embora tivéssemos tido um ou dois de lesão grave. No tempo em que a fábrica em que trabalhamos ma nufaturava, em vez de viscose, a nitro-celulose, houve um caso de intoxicação mortal pelo ácido sulfídrico (o sulfureto de carbono não era então usado), que se formava por ocasião da desnitração do fio; que se fazia pelo sulfidrato de sódio.
Não ocorrendo morte instantânea, mas sendo grave a intoxicação, deparamos cora o indivíduo em coma, com os músculos relaxados, a face pálida e imóvel, os lábios azulados e cobertos de espuma, as pâlpebras fechadas, a pupila dilatada e sem reação à luz, as conjuntivaa sem reflexo, o pulso rápido e irregular, a temperatura baixa, a respiração dispnêica e estertorosa; tremores, suores profusos, salivaçâo abundante, hálito fétido completam o quadro.
Nos casos menos sérios, em que não há perda dos sentidos, são observáveis distúrbios psíquicos seme lhantes . aos da embriaguez etílica (euforese, ou, ao contrário, depressão), neurológicos (imobilidade da lace, rigidez dos braços e do pescoço, lentidão dos demais movimentos); quando o indivíduo consegue
(Trabalho apr^entado. à IV Convenção dos Presidentes das CIPAS)
andar, tende_ a apressar o passo, notando»se abobção ou diminuição do balanço concomitante do braço; se fala, a elocução é monótona e insegura; os olhos con gestionam-se e são prêsa de intenso lacrimejamento.
Como se vê, podemos esquematizar, na ordem crescente da gravidade, três fases da intoxicação aguda: embriaguez, torpor e asfixia acarretando a morte.
— Quando ã, intoxicação aguda se faz por in gestão do C S2 — o que precisa ser considerado, para sermos completo, mas,,como já dissemos, é absoluta mente excepcional na indústria — aos sintomas re feridos para os casos de inalação cumpre acrescentar queimaduras dos lábios e da boca, que naturalmente se estendem ao faringe, ao esôfago, ao estômago, e, mais tarde, aos intestinos. Como conseqüência dessas lesões que acrçscem, à lista de sinais acima citados se somam eructações, vômitos, diarréia sanguinolenta.
Se, nos casos dé inalação aguda, quando o pa ciente escapa morte imediata, é raro qüe se observe a_ tardia, esta é a mais freqüente nos casos de inges tão, freqüentemente com sinais de comprometimento renal.
A ingestão pode também acarretar poucos, ou nenhims sintomas, especialmente se o tóxico, em quantidade pequena, foi ingerido diluído; experimèn- t^ente, já foram assim administrados até cêrca de 60 cc.^ de C S2, além de que já fizemos alusão ao s^ emprego qual medicamento.
— Acidente agudo muito comum, mas de gravidade menor em suas conseqüências futuras, são as irritações oculares externas, observadas principal mente na fiação, e devidas menos ao C S2, porém principalmente ao H2 S que çe encontra suspenso na atmosfera, e eni alguns casos também aos respingos do banho. A irritação manifesta-se por biperemia conjuntival de intensidade variável, seguida, quandointensa, de lacrimejamento e fotofobia; trata-se, po rém, de lesões passageiras, que se curam sem deixar cicatriz. Quanto às lesões do fundo do olho, caracte rísticas do sulfocarbonismo- crônico, não são obser vadas no agudo, tanto mais que, como acabamos de dizer, nestes casos não- é o C S2 o fator principal.
b) lesões crônicas
A intoxicação crônica pelo C S2 — doença pro fissional e não acidente do,trabalho — resulta da permanência do trabalhador ■ém ambiente impregnado, de tóxico, variando a maior ou menor rapidez de sua aparição, bem como a intensidade de suas manifesta ções, com o modo de se combinarem vários fatores, alguns já descritos para as lesões agudas, peculiares outros às crônicas.
São de se considerar:
1.*^ a concehtração de gás do amíbiente, a qual varia de acôrdo com os elementos já estudados, prin-^ çipalmente p aperfeiçoamento -técnico das instalações
3.0 as condições personalíssimas do indivíduo, que pode ter prèviamente lesados — freqüentemente em estado potencial — os órgãos que são a séde pre ferida das lesões do sulfocarbonismo, e que por isso constituem pontos de menor resistência à agressão; êste assunto será mais de perto estudado no capítulo referente à profilaxia pessoal.
Do modo quase infinito como se podem combi nar os três elementos acima referidos, principalmente O último, que é pràticamente diyerso ein cada caso que se estuda, resulta que a sintomatologia encon trada é muito variável de caso pára caso, niesmo quando os dois primeiros fatores — concentração do gás e tempo de exposição — permanecem idênticos, como se observa entre os vários trabalhadores dum mesmo departamento de determinada indústria.
Entretanto, dentro de sua diversidade, apresen tam os intoxicados crônicos pelo C S2 uns tantos, si nais clínicos de freqüência maior, que passaremos a considerar:
a) sintomas neuro-psíquicos — Chamam todos os autores estrangeiros, de modo tod«. especial, a atenção para a predominância dos distúrbios do psiquismo e do sistema nervoso periférico, a ponto de haver sido descrita uma síndrome — a estrio-palidal de Quarelli (36) — considerada pato^omònica da intoxicação pelo C S2 e afirmada existir em 30% dos casos (9), o que nossas estatísticas não confir-^ mam. As perturbações psíquicas observadas^podem ser de todos os graus, desde simples sensações de em briaguez, euforia, loquácidade, ou, ao contrário, de pressão e mutismo (confira lesões agudas), até psi coses completas, agitadas ou não, que podem tornar necessária a internação em hospital especializado. Os sinais neurológicos podem ser também de in tensidade variável, começando habitualmente com cefaléas, notando-se em seguida caus^gias, paresias e depois paralisias do tipo polinevrítico, localizadas (de início, nos membros inferiores, principiando pe los nervos peronianos; depois, estendendo-se aos membros superiores, a começar pelo território do ra dial) ou generalizadas. Sintomas freqüentes (segundo os autores estrangeiros, não segundo nossas observa ções) são os de ordem genésica, inicialmente exal tando é mais tarde deprimindo esta função, e acom panhando-se, no sexo feminino, de abortamentos e esterilidade.
b) sintomas musculares —^ Descreveram-se«ulti mamente sinais de comprometimento muscular, com miopatias, que podem conduzir à mioatroíia, soman do-se ás polinevrites para perturbar os movimentos, principalmente a marcha; é mais provável que éstes distúrbios em vez de estarem associados aos nervos, sejam ^conseqüência.
ç) perturbações oculares — Outra ordem de le sões, para as quais os autores estrangeiros chamam a atenção de modo especial, são as que se localizam no nervo ótico, havendo uma delas — o escotoma central — que é considerado patognomònico do sul focarbonismo. Qual sintoma precoce, preclínicoy apon ta-se o alargamento da mancha cega, cujo apareci mento precede o do escotoma. Subjetivamente, o pa ciente refere ambliopia, perturbações na percepção de certas cores. Sensação de areia, baixa da aculdade visual, etc.
d) lesões das mãos dos fiajideiros — Prejudi camos um pouco a didática da exposição para tratar destas perturbações cutâneas, com as quais vamos encerrar a série de sintomas que os autores alieníge nas referem como mais freqüentes no sulfocarbonis mo crônico. Notemos de novo que aqui não temos propriamente lesões devidas ao sulfureto de carbono, e sim provocadas pelo banho ácido da fiação, no qual êsse produto é parte mínima. Tendo os fiandeiros que com freqüência mergulhar as mãos em tal banho, para emendar fios que arrebentam, natural é que, se estiverem desprotegidas, sofram elas irritações e queimaduras de grau maior ou menor.
Dissemos já.que os autores estrangeiros conside ram ineficaz a proteção^com luvas de borracha, e as sinalam como quase inevitáveis aquelas irritações (4); entretanto, na nossa experiência elas têm sido pouco encontradiças, só ocorrendo quando os fian deiros persistem em usar luvas furadas, ou quando mergulham a mão em profundidade acima do compri mento das luvas: não se ^ata, pois, de aíecções pro fissionais, e sim de acidentes, devidos a descuidos de ordem pessoal.
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— A imensa maioria dos sintomas que têm pefeâdo- nas nossas estatísticas são .os que a seguir va mos descrever:e) perturbações digestivas São desta ordem as queixas predominantes dos pacientes a nosso car go: inapetência, má digestão, náuseas, mesmo vômi tos, menos freqüentemente diarréas.
Executando a prova funcional hepática dos real mente intoxicados, revelam-se elas positivas, em grau maior ou menor, voltando gradativamente ao normal, correlativamente com a atenuação da sinto matologia. Evidenciação de úlcera- gastro-duodenal nestes intoxicados tem também sido algumas vezes observada, líi^s duvidamos que estejam elas em re lação com esta etiologia, porquanto a sua freqüência em tais doentes não é superior à verificada em ou tros pacientes indenes de intoxicação.
-ps autores estrangeiros, repetimo-lo, não fazem ressaltar as lesões desta ordem, dando muito mais ênfase às psíquicas; entretanto, elas fazem parte dos quadros clínicos que descrevem, sendo ainda de no tar que, nas raras* necrópsias de intoxicados — ge ralmente falecidos por outras causas — a degénera- çãp gordurosa do fígado é constante (24) e sempre se acompanha de edema das mucosas gástrica e in testinal.
Notemos que estas perturbações não dependem de introdução do tóxico por via digestiva (já mais de uma vez dissemos ser isso excepcionalissimo na indústria), o que aliás facilmente se compreende, uma vez que, mesmo entrando pela via respiratória — a mais freqüente — o sulfureto penetra na cir culação, e por ela pode atingir todoS os órgãos, le sando evidentemente os que lhe são mais sensíveis à ação. O fígado, cuja importância antitóxica é bem conhecida, recebe-o por duas vias: pela circulação geral (através da artéria hepática, pertencente (ao tronco celíaco, originado diretamente da orta) e pela circulação porta, que lhe traz o,sangue com os pro dutos da digestão.
A constância das lesões hepâticãs nos intoxica dos é também referida num trabalho nacional sobre as psicoses heterotóxicas, publicado pelo dr. J. N. Almeida Prado (1), o qual, executando entre os doen tes do Hospital do Juqueri as provas de função he pática, encontrou-as pósitivas em 80 a 85% dos pa cientes, sendo de 100% essa positividade nos into xicados, nem um dos quais (nas observações que ilustram o trabalho) é referido como tendo tido a digestiva qual via de entrada, e quase todos Sendo
PtévançSo de Acidentes ^càMbco-Fevéreiro de
-doentes, crônicos. A conclusão desse autor é taxativa: "O papel do fígado é infalível e extraordinário".
Muito interessante é também o estudo, bem mais recente, do dr. Miller de Paiva (34), nosso an tigo colaborador na indústria em que continuamos, o qual versa sobre a repercussão hepática das doen ças psíquicas.
A interpretação que damos à prevalência dos sin tomas digestivos nos intoxicados no nosso meio é a de que à quase totalidade dos nossos pacientes têm fragilidade pré-existente dá glândula hepática, assupto ao qual voltaremos quando 'do estudo da profilãxia.
f) aparelho respiratório — Observámos também um certo número de _perturbações dêste aparelho, quase todas localizadas nas'vias aéreas superiores rino-faringe e seios da face — menos freqüentes na traquéa e nos brônquios, excepcionais nos pulmões. São perturbações de cunho irritativo, de fundo alér gico, em que quase nunca intervérn fator infeccioso ,— como se demonstrou em dois casos em que foi feita a" exploração cirúrgica dos seios, pela rebeldia dos sintomas. Essas irritações localizam-se quase ex clusivamente nos pacientes que já têm os seios da face atingidos por lesão antiga, conforme tivemos opí>rtunidade de comprovar quando iniciámos, a transiluminaçâo sistemática dos candidatos a emprêgo, e afastámos dos departamentos em que há sulfureto de carbono e hidrogênio sulfurado todos aqueles em quem havia diminuição da transparência sinusal (sem indagarmos qual o fator que determinava essa anor malidade).
ILesões pulmonares de tipo enfiseraatoso e atelectásicos — referidos por autores estrangeiros (24) —, não tivemos ocasião de observar.
g) aparelho urinário — Poucos casos observá mos de doenças dêste aparêlho relacionáveis a into xicação (pela positividade dos testes funcionais); fo-' ram quase exclusivamente casos de pielites — pro vável despertar irritativo de infecções pré-existentes — e alguns de nefroses, doenças ás vezes grave, mas que por enquanto não determinoir êxito letal.
h) queratodermias — Embora não freqüentes, tivemos alguns casos de irritação da pele do tipo Queratósico, por lesão local devida ao sulfureto de carbono líquido, e prestando-se á confusão com a ictiose e outras dermatoses afins.
Expostas as lesões ocasionadas pelo sulfureto de carbono nos vários aparelhos e sistemas, vejamos aquelas que reconhecem como causador o ácido sulfídrico, formado durante as operações de fabricação.
Já vimos, no capitulo referente às lesões agudas, a grande freqüência das irritações oculares, nas quais é êste produto, e não o sulfureto de carbono, que desempenha o papel maior.
Entre as perturbações crônicas,. acreditamos ser também êle o fator maior séhão exclusivo — das irritações respiratórias; mas nas outras lesões tóxi cas, achamos neglígenciável o seu papel, uma vez que, para ocasioná-las, .precisaria êle estar em (concentra ção muito mais alta do que a habitual nas indústrias de viscose (6, 9, 18). Quando tal concentração é atin gida, êle atua tirevalentemente como asfixiante, pela deficiência do oxigênio atmosférico, sendo hoje posta em dúvida sua importância qual fonpador da sulfahemoglobina (5), que era considerada a mais preju dicial de suas ações.
— Neglígenciável é também o papel do anídrido suifurosô (S 02) — que se pode também formar no decurso da fabricação de viscose —, pois sua concen tração nestas operações também não atinge pontos que ofereçam perigo (18).
III. O TRATAMENTO
Neste' capítulo seremos breve, uma vez que o presente trabalho não se destina propriamente a mé dicos, e sim a profissionais de outras classes, ligados por interêsse comum na Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes, para executar as tarefas be neméritas que constituem o programa desta gran diosa entidade.
O tratamento comum a todas as intoxicações, agudas ou crônicas, de qualquer natureza, consiste antes de tudo no afastamento do ambiente tóxico; sem esta medida, todos os demais cuidados são ine ficazes.
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Depois vem a 'dieta, que deve ser abundante mente nutritiva, mas sem sobrecarregar os emunctórios. Por isso, nela devem preponderai* as proteínas (carnes magras, ovos) e os hidratos de carbono (lí quidos bem assucarados, de preferência sucos de fru tas). Devem ser afastados o álcool (tóxico êle mes mo), os condimentos fortes e as gorduras. E', em su ma, a dieta da insuficiência hepática.
Pensamos ser aqui interessante corrigir o pre conceito dè que os ovos fazem mal ao fígado: na qua lidade de alimentos ricos de proteínas, com ação colecinética (sobre a motilidade da vesícula biliar, que não deve ser confundida com. o fígado), são êles até indicados nos distúrbios hepáticos. O que há de ver dade quanto a êles é que, fritos ou cozidos, são de digestão difícil; e, quando fritos, veiculam grande quantidade dè gordura, cujo uso acima se referiu como devendo ser evitado. Devem, pois; usar-se crus, , escaldados, ou em gemadas; uma forma de adminis tração muito agradável, e fortemente alimentícia, é .mexê-los com* assucar, podendo usar só a gema e des prezar a clara.
.Quanto ao leite, alimento completo, pode preju dicar quando gordo; o leite desnatado (o leite pâsteurizado que se distribue em São Paulo é quase o mesmo), a coalhada, a ricota, o queijo fresco (não o fermentado), são recomendáveis.
A dieta-padrão que distribuímos aos nossos pa cientes é a seguinte:
"ALIMENTOS PERMITIDOS — Leite pouco engordurado (deve ser. tirada ,a nata), café, chá. Pão, doces sem ovos, maizena, aveia. Massas (macarrão), arroz, feijão, lentilhas, batatas, mandiocâ, cará. Le gumes em geral (verduras, vagens, etc.). Frutas em geral (in natura ou caldo), abundantemente. Carnes magras (evitar a carne de porco e as conservas: lin güiça, mortadela, salame, presunto, salsicha, etc.), de preferência assadas. Peixe fresco (evitar as conser vas: bacalhau, latarias em geral). Ovos crus, escalda dos,, mexidos com assucar, gemadas sem álcool (ovos fritos e cozidos são proibidos). Coalhada, ricota, quei jo fresco e requeijão.
"ALIMENTOS PROIBIDOS — Álcool em geral (proibição absoluta). OVos fritos ou cozidos. Caldo de carne e gorduras animais em geral (toucinho, banha, manteiga); usar só óleo. Frituras (pastéis, carnes fri tas). Tempero forte (massa de tdmate, pimenta, mo lho)".
— No que diz com a medicação, sua base re pousa atualmente em certos amino-ácidos classifica dos quais protetores da, célula hepática, principal mente a metionina (3, 25, 42), que se costuma asso ciar à colina e ao inositol; junta-se-lhe qual veículo o soro glicosado, para reforçar os hidratos de carbo no fornecidos pela dieta.
(Continua)
AS Mãosí
1/ Convenção dos Presidente das CiPUS
Representantes
Ass. Bras. p/ Prevenção de Acidentês"
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Ass. Bras. p/ Prevenção de Acidentes
Secretaria do Trab^o, Ind. e Com.
Anderson Clayton & Cia. Ltda
Byington & Cia.
Cerâmica São Caetano S/A.
Cia."Brasileira dé Linhas para Coser Cia. Bras. de Material Ferroviário . .
Cia Uoças de Santos
cia. Goodyear do Brasii .i . ;.
Cia. Melhoramentos de São Paulo
Cia. Nitro-Química Brasileira
Cia. Paulista de Força e Luz .-íi Corpo de Bombeiros ....'
Cotonifício Rodolpho Crespi
Dinaco-Agências e Comissões Ltda.
Elevadores Atlas S/A
i abrica Aliança de Artef. de Metais ^
Fábrica de^^krtef. de Aço T^py S/A
Fábrica Presidente Vargas
Ford Motor Company Exports Inc
Frigorífico, "Wilson do Brasil
R. J. S. P.
Gene^-al MOtors do Brasil ..................
Ind. Pneumáticos Firestone
I. R. F. Mátarazzo
I. R, F. Matorazzo — Fab. Mariangela S/A.
Lanifido Anglo-Brasileiro S/A. ............ .
Manufatura Brasileira de Luvas Ltda
Nadir Figueiredo Ind. Com. S/A
Refinações de Milho Brasil S/Á »» »♦ j» »>
Rhodia Brasileira
S/A. White Martins
Serviço de Higiene e, Segurança do Trabalho
Serviço Social da Indústria
Shell Mex Brazil Ltda ,
Sind. das Emp. de Seguros Privados de ,S. P. Standard Oil Company of Brazil
José S. A. Pinheiro
Eudoro Lincoln Berlinck
Dr. José Alves Cunha Lima
Hylton Albrecht
Wilson Américo Vieitz
Lavínia C. M. Vasconcellos
Francisco Barros Cruz
Feliciano da Costa Cierne
"Walter Machado
Albertino de Souza Oliva
Neméslo Nicolini
F. Lothar P. Lange
Américo Ferreira
Milton Leme
Lino Baldini Ferrari
Antonio de Siqueira Branco
Diogenes Branzato
Kurt Falton
Paul Floeger
Ouride Fornazari
Dr. Joéé de Moraes Leme
Paulo Amaral Palmeira
Antonio G. da Sil^^a
Henry Saint Falbo
Paulo Floriano de Toledo
Ten. José da Cunha Caldeira Jnr.
João Bidin
Dante Isoldi
Felix SicheiTnann
Saverio V. B. L'Abbate
Lygia Ferraz
Paschoal Bocce
Paulo Toledo de Abreu
Manoel Alves Reis"
Orlando Cedini
Geraldo Crispim de Castro
Walton Denis
Cezar José Magnotti
Themistocles Borges Pavão
Dr. Antonio Scalea
Maprício Simão
Sebastião Chaves
Dr. Carlos Comenale Júnior
"Vicente ÍSammortino
Curli Curzio
Armando Isidoro Lopes
Mario Tassini
Luiz Duprat Figueiredo
Moisés Rossi
Alyina Aparecida Harrynn
Desidoro Teixeira de Mendonça
Paulo Masek
Charles Eduardo Epting
Lourenço Rondinelli
Ibe de Araújo
Dr. Waldomido de Oliveira
Dr. Emilio Santiago de Oliveira
Ronaldo Moraes
Ivahy de Moura
Carlos Pezzini
José Lopes Varella
Orlando F. Mello
F. Smolka
Dr. Joaquim A. Junqueira
Dr. Hugo Barbieri
Luiz Lucarini Jucá
Aidan Gilberto Freire
Dr. Garcia Dera^trio
José Silverio
Dr, Hermann Kudlinski
Proteção nos serviços de jato de areia {Parque do Aereonâutica de Sõo Paulo)
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRAPARA PREVENÇÃO DE ÁCIDENTES
SÉDE; RIO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 91
EDIFiaO MAYAPAN
!!• ANDAR — SALAS 1118/9
END. TELEG.! PREACI TELEFONE 42-0928
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFiaO DO BANCO DO ESTADO
R. JOÃO BRICOLA, 24 - 24.® AND.
TEL.: 33-2257 - END. TELEG.: PREACI DIRETORIA
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Eng. ISMAEL COELHO DE SpUZA
Presidente
Eng. JOSE' M. FERNANDES — 1.® Vice-Presidente
Eng. ALBERTO PIRES AMARANTE
2.® Vice-Presidente
Eng. DULQDIO DE ALMEIDA PEREI
RA — 1.® Secretário
Eng. ADHEMAR DE CANINDE* JOBIM
2.® Secretário
—
Eng. KERRIS AF-THOMAS — 1.® Te soureiro
Sr. PEDRO THEBERGE - 2.° Tesou-
TCÍro
Professor DECIO PARREIRA'S — Dire
tor (repres. Ministério do Trabalho)
Eng. EUVALDO LOPI Diretor
Professor DECIO PARREIRAS
Dl FERNANDO TUDE DE RQUZA
Eng, GUIULHERME DA SILVEIRA
riLHO
Eng. PAULO ACIOLY DE SA*
Eng. PAULO CÉSAR MARTINS
Coronel ORLANDO DA FONSECA RAN
GEL SOBRINHO
Tnte. Cel, GERALDO DE .MENEZES
CORTES
Eng. JOÃO CARLOS VITAL
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Eng. MARIANO J. M. FERRAZ
Eng. JOAQUIM DE FARIA GÔIS
Eng. ROBERTO MANGE
CONSELHO FISCAL EfeÜTos
Dr. HELVECIO XAVIER LOPES
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. RODRIGO OTÁVIO nLHO SupUflÍM
Dr. E. ZULFO MALMANN
Dr. IBSEN DE ROSSI
Eng. LUIZ DUMONT ViLLARES
SECRETARIO EXECUTIVO
En|. JOSE' S. A. PINHEIRO
(jailipanM de Prevenção de Aeídentes realízailn na Pia. Brasileira
dfi Material Ferreviarlo
ANO -X .MARÇO — ABRIL DE 1952
LAVINIA CABDOSO VASCONCELOS — Diretora
Vice-Diretores " Secretário
NBMESIO NICOLINI e A. G. DA SILVA E. L. BERLINCK
Acidentes de Trânsito
As duas grandes capitais brasUeiras, Rio de Janeiro é São Paulo estão se tornando verdadeiramente catastróficas em matéria de aci dentes de transito. O leitor poderá fazer uma pequena ver^icaçâo do que acabamos de afirmar, lembrando-se dos conhecidos e amigos que já passaram por essa cruel experiência não sendo raras as vezes em que d acidente foi íatái. Da nossa coleção dé fatos, talvez o mais absurdo e o mais inesperado tenha sido o de um engenheiro da Light. de S.. Paulo, que tomando, parte num "comando" de trânsito, que então se fazia na capital paulista, foi atropelado e morto por um ônibus, cujo motoTÍsla já tinha, como se diz vulgarmente, "uma morte nas costas" usando a mesma arma. isto é. o ônibus. Urgem providências do poder público para que as populações das grandes cidades não este jam permanentemente expostas à' inconsciência dos motoristas. Entretanto, como êsle Boletim se dirige aos Industriais de boa vontade e não ao govemò. queremos d'aqui fazer um apêlo a todas as
9)r0ãni!iBÇpei pã?ti(RtlA]rai pPSüMsm IrQtgii â.% çftminhõisi 9 çmif para que intensifiquem. Junto aos condutores * aos encarregados da manutenção dos veículos, a campanha de segurança no tráfego.
Os caminhões, principalmente, detêm o "record" dos acidentes.
Alguns pontos de ordem econômica precisam ser levados em conta para qua a campanha mereça a masma atenção com que o Departa mento çomeroiel procura evitar 01 mauí negócios, vendendo 1 fre gueses insolvaveis. ou abaixo do custo. O acidente de tráfego, é. antes de tudo um "mau negócio", para a firma possuidora do veículo.
Ha o risco de uma indenização Vultosa, cujo montante nunca é previlivel. O acidente de trânsito nlo está regulamentado como o acidente do trabalho, em que o preço da vida ou da lesão do operário está de antemão fixada. Ha o risco da inutUizaçao do veiculo. Ha o risco da perda total ou parcial da carga que está sendo conduzida ao comprador ou que foi adquirida, sabe Deus. âs veses com que dificul dades. nessa época de escassez de matérias prünas. E ha ainda o fator humano das perdas de vida ou lesões, mas que. por oonvençlo.«, nunca entra em linha de conta, quando expomos argumentos de ordem econômica.
Por tudo isso é qüe vimos lembrar aos industriais a necessidade de um severo disçiplinamenlo dos seus motoristas e mecânicos de con servação.
Êste BOLETIM sempre publica com grande prazer os resultados das campanhas de preven ção de acidentes desenvolvidas nas Cias. que se convencerem do valor econômico e humanitário dessas campanhas. Os bons exemplos devem ser divulgados afim de espanar o pessimismo e en tusiasmar aquêles que se julgam isolados nos esforços que dispendem em pról das boas causas. A divulgação dêsses dados constitui, além disso, um verdadeiro prêmio moral para os que dedi cam o seu trabalho na prevenção da integridade dos nossos trabalhadores.
Mais de uma vez, já fizemos referência à mentalidade de segurança no trabalho que está se implantando na Cia. Brasileira de Material Ferroviário onde labutam mais de' mil homens executando serviços de periculosidade acima do comum; fundição, jato de areia, solda elétrica, manuseio de material pesado, etc.
No inicio da campanha, a COBRASMA apre sentava-se com índices de freqüência e de gra vidade muito acima da média que se verificava em S. Paulo para serviços semelhantes. A fre qüente renovação de pessoal era desfarte agra vada com a deserção do serviço em virtude de
INDÍCE DE FREQÜÊNCIA
acidentes perfeitamente evitaveis, aumentando assim os prejuízos causados pela substituição contínua dè novos empregados.
Com o início do funcionamento da CIPA, as sistido pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES, e a admissão de um competente Inspetor de Segurança, verificou-
NÚMERO DE OPERÁRIOS
Aumentou cerca de 50%
se imediatamente „ uma melhoria na situação, verdadeiramentè espetacular no primeiro ano que se seguiu ao início da campanha.
O exame dos gráficos que publicamos diz bem da violenta quéda nos coeficientes de fre qüência e de gravidade, embora ainda os hiveisnão tenham atingido à excelência dos coeficien tes americanos.
Apesar de ser a prevenção de acidentes, as sunto por demais discutido, vamos demonstrar o nosso plano de trabalho, e o «caminho» que se guimos na Fábrica em desenvolvermos as nossas atividades, a qual sem dúvida, forma um dos esteios da Indústria Paulista e mesmo Brasileira, plano êsse que conjuntamente com algumas alterações no serviço médico e melhoras de ordem técnica, vem dando ótimos resultados, que poderão ser verificados no gráfico que ilustra éste trabalho, (sob nossa responsabilidade desde Agosto de 1951).
17°) Matrícula e admissão:
a) Exame médico: Após o exame médico, o candidato a novo emprego, deve ser encami nhado à área de produção devidamente enqua drada dentro das suas possibilidades físicas.
b) Seleção profissional: Nessa seleção deve ser considerada a aptidão do matriculado, ha vendo sempre o necessário cuidado quanto a auditividade para seções onde há muito barulho, visão onde exija muito esforço visual, nervosis mo em serviços de precisão ou mesmo que re querem paciência e observação etc.
que é grande a percentagem daqueles que não sabem manejar um extintor ou mesmo qual o tipo a ser usado de acordo com o material em movimento ou depositado.
Vimos notando grande interesse dos que vem assistindo a essas aulas, porquanto possam a trabalhar com mais cuidado para nõo causar incêndios, e com mcds segurança na execução de suas funções por saberem de que forma com bate-los.
f) Relatório descritivo dos acidentes, por se ção, e com descriminação do tipo e localisação das lesões: Êsse relatório é feito mensalmente pelo inspetor de segurança, que é elemento de «proa» na prevenção de acidentes o qual com êsse estudo mensal pode localisar com relativa facilidade os determinados setores onde ocorrem mais acidentes, bem assim como de acordo com o tipo e localisação das lesões poderá saber a máquina ou o que está originando a freqüência de um determinado tipo de acidentes e, procurar então a forma de eliminá-lo após descoberta a causa,
Organização dos Serviços de Prevenção na Pia. litro Onímica Brasileira
A simples instituição das CIPAS nas fábrjcas, para atender sòmente às exigências da lei, vem sendo facilitada pela deficiência de físcalisação nêsse sentido. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, é fator preponderante em qualquer ramo Industrial e, além de visar a defesa daque les que vem contribuindo para o progresso e de senvolvimento do Brasil, forma uma verdadeira ala de proteção, conseguindo, quando bem apli cada a estabilidade, confiança e maior produti vidade daqueles que trabalham.
Para isso torna-se necessário um interesse administrativo para êsse setor, sem o apoio do
qual logo os componentes da Comissão perderão o entusiasmo inicial e sòmente constarão os qua dros organisados em sentido «decorativo». Além de, como acima frizamos ser de necessidade o apoio da Administração da Tábrica incentivando a Comissão, é de suma importância responsabilisar um elemento de «ligaçõo» entre grupíos, che fes de produção, de conservação, Engenheiros, médicos, Químicos, e Diretores enfim de todos os pontos «estratégicos» que desenvolvem e são responsáveis diretos pela vida de uma indústria ou de uma oficina.
c) Instruções preliminares de prevenção de acidentes: Após feita a seleção que acima cita mos e estar cada elemento com destino certo dentro da Indústria, são dadas instruções preli minares de prevenção de acidentes, instruções essas que seguem uma orientação cuidadosa e de acordo com o serviço que cada um irá fazer e, não seguindo uma norma generalisada, pois se considerarmos que nem sempre recebemos mão de obra especialisada, uma orientação ge ral deixaria confusos aqueles que a recebem. Dessas instruções fazem parte: Dispositivos da lei de acidentes de Trabalho, conselhos práticos pa ra orientação daqueles que se acidentarem, pe rigos e normas a observar para evitar acidentes dentro da seção a que se destiíiam e dentro do recinto fabril.
d) Inspeção diáría à Fábrica: É feita pelo inspetor de Segurança para investigar a causa dos acidentes ocorridos, e estudar meios de evi tar a reencidencia, sendo êste um meio muito liberal de formar o entendimento e apresentação de sugestões com maior brevidade, pois algumas delas requerem providencias imediatas, e o ins petor de segurança é elemento que merece dd trabalhador maior confiança (isso quando sabe corresponder), para esplanação ou notificação de qualquer irregularidade, já que as caixas para sugestões que são distribuidas pela fábrica sò mente são abertas no dia da reunião mensal, pa ra discussão dos assuntos apresentados.
e) Aulas do apagamento do Incêndios: De grande necessidade notadamente se considerar mos o tipo de produto manipulado e a própria distância entre os «quartéis de bombeiros» e a fábrica. Em departamentos que foram elevadas a efeito essas aulas verificamos (isso agravado onde há renovação freqüente de mão de obra)
g) Reunião da CIPA: Para convocação dessa reunião mensal, é responsabilisado o Inspetor de Segurança, convidando além dos supervisores, representantes de grupos, engenheiro, médico e algum chefe de Departamento solicitado a dar uma orientação ou mesmo explanação sobre de terminado- assunto.
Néstas reuniões, são apresentadas sugestões por qualquer um dos presentes, sendo dada so lução no momento se íôr possível, ou então enca minhada à Administração em caso de ser de sua alçada.
h) Jornal Interno sobre prevenção de Aci dentes: Publicamos mensalmente um jornal in terno do qual fazem parte integrante os seguintes assuntos: Media diária de operários que traba lham, Relação dos acidentes do mês (por Depar tamento) com ou sem afastamento, departamen tos com diferença de acidentes para mais e para menos (comparando com o mês anterior, isso. para estimular a uns e de esforço de imitação a outros), relação do pessoal matriculado que re ceberam noções preliminares de prevenção de acidentes (por depto. a que se destinam) comparecimento às aulas de apagamento de incêndios, relação de moléstias profissionais (comparando ao mês anterior), recomendações e assuntos que interessam versando em segurança, mas sempre relacionado ao tipo da Indústria em que é publi cado. A distribuição é gratuita.
i) Entrosomento do serviço médico com o de Segurança: Obedecendo à nova orientação dada ao serviço médico pelo seu chefe, pelas mãos do qual passam diariamente todos os acidentes «no vos» ou melhor os ocorridos nas últimas 24 horas, afim de confirmar os diagnósticos e determinar as providencias, nêsse período de observação, o Inspetor de Segurança aproveita a oportunidade para um contato preliminar que muito ajudará
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na «investigação» do acidente, já que pode ob servar «in loco» os efeitos, conseqüências, tipo e partes atingidas no acidente, declarações da própria vitima, já que se ela for afastada só depois de dias voltará ao Ambulatório dificultan do a conclusão das investigações.
Êsse entrosomento torna-se ainda mais ne cessário no serviço de readaptação do' elemento acidentado notadamente daqueles que voltando para o antigo setor de trabalho estariam predis postos a novos acidentes, dependendo então dêsses entendimentos entre: serviço médico, depto. do pessoal e chefia das seções ser leyado a bom termo a colocação dêsses elementos dando nova oportunidade de reaptação ao trabalho em ser viço adequado às suas condições físicas e profis sionais.
j) Contato entre o Inspetor de Segurança, a Administração da Fábrica e a chefia dos Depar tamentos; Toda a comunicação sobre anormali
dades que podem provocar acidentes é feita «por escrito», já que a boa norma encomenda evitar entendimentos verbais, os quaes quando existem preliminarmente sempre são confirmados por es crito, e isso com a original para o chefe ou res ponsável pela execução, uma cópia para o Snr. Diretor da Fábrica, uma para o chefe dos servi ços sociaes^(a quem está subordinado o serviço de prevenção de acidentes) e uma para o arqui. vo de serviço. De um modo geral somente recor remos à aplicação da penalidade disciplinar em casos de reencidencia (embora a lei em seu art. 79, parágrafo primeiro, faculte a penalidade em caso de qualquer desobediência aos seus dispo sitivos), sendo em nossa opinião, de interesse recorrer à forma educativa que é a certa para se alcançar a finalidade desejada: Deve-se fazer compreender ao infrator que o uso de proteção é para sua única garantia e não para satisfazer vontades próprias, dispositivos da lei ou receio de penalidade disciplinar.
Decreto V 20.868 de 18 de Outübro de 1951
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Organiza o Conselho Estadual de Higiene e Segurança do Trc^alho.
LUCAS NOGUEIRA ^ GARCEZ, GOVERNA
DOR DO ESTAD ODE SÃO PAULO, no uso de suas atribuições legais, considerando:
a) — os elevados índices de freqüência e gravidade dos acidentes verificados nas indústri as de São Paulo:
b) — a perda que representa, para a eco nomia do Estado, o número excessivo de dias de trabalho anualmente perdidos em virtude da incapacitaçâo de operários por acidentes do tra balho e moléstias profissionais;
c) — o efeito prejudicial causado por esses acidentes sobre as medidas tomadas'pelo poder público e pelas classes produtoras em favor da harmonia social e da elevação do padrão de vida dos trabalhadores;
d) — a necessidade de se estenderem tam bém a outros setores de atividade os medidas de prevenção de acidentes e doenças profissionais;
e) — a necessidade de serem coordenadas as atividades de instituições oficiais e particula res que já se dedicam aos estudos relacionados com a higiene e a segurança do trabalho;
í) — a conveniência de se instalar um órgão superior, de âmbito estadual, normativo e coorde nador de todos os esforços em pról da higiene e segurança do trabalho nos diversos setores de atividade;
DECRETA
Artigo 1.° — Fica instituída O CONSELHO ESTADUAL DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO.
Artigo 2° — O Conselho Estadual de Higiene e Segurança do Trabçtlho, subordinado ao Se cretário do Trabalho, Indústria e Comércio, tem por finalidade coordenar os meios de ação, ofi ciais e particulares, destinados à prevenção de acidentes e doenças profissionais no território do Estado de São Paulo.
Artigo 3.° — A atuação do Conselho se es tenderá aos seguintes setores: indústria, comércio, agricultura, transportes, atividades escolares e domésticas.
Artigo 4.° — O Conselho Estadual de Higiene e Segurança do Trabalho, será constituído por dez (10) membros, designados por ato do Gover nador e representantes das seguintes instituições; Departamento de Produção Industrial, da S. T. I. C.
Serviço de Higiene e Segurança do Trabalho da S. T. I. C.
Associação Brasileira de Prevenção de Aci dentes (ABPA)
Serviço Social da Indústria (SESI)
Serviço Social do Comércio (SESCI)
Sindicato das Empresas de Seguros Privati vos e Capitalização
Universidade de São Paulo (Faculdade de Higiene)
Serviço Nacional de Aorendizagem Industrial (SENAI)
Instituto de Organizaçõo Nacional do Traba lho (IDORT)
Diretoria do Serviço de Transito (DST)
Parágrafo único — Mediante proposta do Secretário do Trabalho, Indústria e Comércio, o Chefe do Poder Executivo poderá aumentar o número de membros do Conselho, designando, partr este representante de outras entidades.
Artigo 5.° -— Os trabalhos do Conselho Esta dual de Higiene e Segurança do Trabalho serão dirigidos por um Presidente, escolhido pelo Se cretário do Trabalho, Indústria e Comércio, den tre os elementos constitutivos do mesmo Con selho.
Artigo 6.° — Compete ao Conselho Estadual de Higiene e Segurança do Trabalho:
a) — promover estudos e pesquizas sobre local de trabalho e causas de acidentes e molés tias profissionais;
b) — Dromover estudos e aplicaçõo das me,-, didas de higiene e de Segurança do Trabalho;
c) — coordenar os trabalhos que; nesse sen tido, já realizam as instituições oficiais e particu lares, existentes no Estado;
d) — opinar a respeito de estudos e projetos relativos a higiene e segurança do trabalho;
e) — articular-se com os órgãos competentes, da União e dos Estados e Municípios, para inter câmbio de experiências e ficaçâo de métodos de trabalho;
í) — promover é estimular exposições, con cursos, congressos e outras modalidades de pro paganda e desenvolvimento dos princípios e meios aplicados a prevenção de acidentes e do enças profissionais.
Artigo 7° — A Secretaria do Trabalho, Jndústria e Comércio, porá a disposição do Conse lho o pessoal e o material necessários ao seu fun cionamento.
Artigo 8.° — Dentro de sessenta dias, o Conselho Estadual de Higiene e Segurança do Trabalho submeterá seu regimento interno a apro vação do Secretário do Trabalho, Indústria e Comércio.
Artigo 9.° — Êste decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as dispo sições em contrário.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, em 18 de outubro de 1951.
LUCAS NOGUEIRA GARCEZ
J, A. Cunha Lima
Publicado na Diretoria Geral da Secretaria de Estado dos Negócios do Govêrno, em 18 de outubro de 1951.
Carlos de Albuquerque Seiffarh
Diretor Geral Substituto
Sua casa é o lugar mais perigoso do mundoi
Um machucado, uma queimadura, aparentemente sem importância, podem se transformar em grave infecção — se nSo forem cuidados, a tempo. Estará O seu armário de medicamentos equipa*^® emergências? Lembre-se de que. quando acontece o acidente, pode ser muito tarde para providenciar. Hoje mesmo, agora, verifique os curativos que sua casa deve ter. E, antes de comprar, veriüque se êies trazem a marca de qualidade - Johnson & Johnson.
Atadura Adesiva
Band*Aid
Curilivo ripido c cooiplcto, pronto para aaai.
Madura da Gaza
Caie cirúrgica para cobrir a ferida. Macia e abtorvcDie.
£sparadrapo Iiiipetuieivel. Não irriu a p«lc.
Ào comprar curativos, letnbre-se do rnelltor:
/^DjÍT/Ç/ f®"ber o "Goio da pfonto-Socoffo", com 38 C^»Vr* pàginol,a omoitros do Atoduro Adaslvo Sand-Ald, recorta a envia ò Cio. Johnton à Johnson do ürosll, Coiao Poilol, 7t36, Sdo Poulo.
Riscos Profissionais Ligados a Pabricaçao de liscose"
DR. JOSE' DE MORAES LEMEtitular da Soe. de Med. c Cir. o da Soe. de Med. Legal e Criminol. de Sâo Paulo — chefe do Serviço Médico da Cia. Nitro Química Brasileira
(Continuação do número anterior) (Trabalho apresentado à IV Convenção dos Presidentes das CIPAS)
Muito usados, porém muito discutidos, sao us medicamentos que se classificam como "antitóxicos"; até o momento, persiste grande divergência de opi niões, afirmando uns a sua eficiência, negando-a ou tros de modo cabal; enquanto não se faz o acordo, não nos sentimos autorizado a privar nossos doen tes de tal terapêutica, que sempre nos deu bom re sultado, e era a única existente antes da introdução da metionina; façam outros as experiências, e, se delas resultar a indubitável ineficiência destas subs tâncias, nós também as suprimiremos.
— Fora disso, acidentes agudos exigem natural mente o uso de oxigênio, aplicado com inalador ou com ressuscitador, conforme a gravidade do caso; tô nicos cardíacos, estimulantes respiratórios (incluida entre êstes a faradização dos nervos frênicos) são também necessários.
As lesões oculares e as das vias aéreas superio res requerem tratamento tópico descongestionante, antíalérgico e profilático de infecções. Nas hiperemias conjuntivais, tem dado ótimos resultados o re pouso do paciente em câmara escura, que tem igual mente como efeito afastar os simuladores, principal mente os que se acidentam voluntàriamente, para poderem ser afastados do serviço e ir passear ou trabalhar alhures.
As raras lesões bronco-pulmonares requerem o tratamento sintomático habitual, o combate^ às in fecções que se podem somar (hoje feito quase exclu sivamente com os antibióticos, sendo excluídas as sulfas, pela possibilidade de lesarem o fígado, já atingido pelo tóxico) e também o afastamento do componente alérgico.
As perturbações renais exigem os cuidados que lhes são próprios, medicamentosos, mas principalmen te dietéticos.
Os distúrbios da esfera psíquica comportam, evi dentemente, indicações terapêuticas próprias, sendo algumas vezes necessária a internação hospitalar, po rém cedendo com facilidade a maioria das ocorrên cias, apenas com o tratamento antitóxico atrás refe rido.
— Para os casos de ingestão de sulfureto, indica Kausch (21) como antídoto o oxicarbonato de ferro, aconselhando Boccia (9) o iodo; nestes casos, é evi dentemente indicada a lavagem do estômago, para retirada da maior quantidade possível do tóxico, que, além do mais, é também cáustico; não sendo exeqüí vel a lavagem do estômago, administram-se vomitórios e depois purgativos.
IV. PROFILAXIA
Para evitar a ocorrência de acidentes agudos ou intoxicações crônicas, nas indústrias que utilizam o sulfureto de carbono, duas ordens de medidas pre ventivas se fazem necessárias: as que dizem com o ambiente de trabalho, e as que se referem ao pes soal nele empregado.
a) no ambiente de trabalho
As medidas que visam evitar, ou pelo menos re duzir ao mínimo os perigos da manufatura de visco88, devem iniciar-se na PLANIFICAÇAO e continuar-
se imediatamente na CONSTRUÇÃO da fábrica, vi sando principalmente a ventilação do ambiente, sendo de notar que modernamente quasè só se usa a arti ficial, por compressão, ou, preferencialmente, por sucção, sendo quase universal o emprêgo do que se chama ar condicionado", únicò que permite cons tância de temperatura e de umidade. Os salões de trabalho, cuja iluminação precisa ser também objeto de estudos especiais, devem além disso ser dotados de portas numerosas e amplas, a fim de que os tra balhadores possam sair com rapidez, caso ocorra, por yasamento repentino grande, ou falha na sucção, um incremento excessivo da percentagem de gases tó xicos, que torne o ambiente perigoso.
Por ocasião da planificação e da construção da fábrica, devem ser previstos vestiários, banheiros e lugares de repouso, completamente livres da possi bilidade de contaminação tóxica, além dos curiais lavatórios, bebedouros e instalações sanitárias.
A necessidade dêsses cuidados demonstra o in conveniente da adaptação de construções já existen tes, como se fez, por exemplo, na França ocupada, durante a última guerra, quando até depósitos "de carvão e de madeira foram utilizados para a instala ção de fábricas (4).
— Após a construção do edifício, vem a INSTA LAÇÃO da manufatura, que exige precauções espe ciais também, e durante a qual podem ser até certo ponto sanadas falhas que porventura hajam ocorrido na edificação.
A propósito, notaremos de novo como, na indús tria em que cooperamos, sâo raros os acidentes tó xicos da xantaçao, a qual constituo o espantalho dos autores estrangeiros, tendo os métodos aqui adota dos tomado quase desnecessário o uso de m.iscaras nesta fase da fabricação.
_ — Entretanto, ainda que a construção e a insta lação hajam sido cuidadosas, não deve ser dispen sado o estudo das possibilidades de melhoramentos, até que se consiga que a manufatura fique inteira mente mecanizada, afastando os trabalhadores de to do o contacto com os produtos tóxicos. Em busca desses^ possíveis melhoramentos, devem os técnicos não só estudar carinhosamente-o que se vai obtendo alhures, .mas também pesar os ensinamentos da pró pria experiência, sem desprezar o concurso dos auxiliares menos graduados, que labutam diuturnamente no serviço, e por isso estão por vezes em condições de sugerir medidas de utilidade real. E' aqui que pode e deve entrar em ação a CIPA de cada estabe lecimento, cujos componentes, além de externarem suas próprias sugestões, devem ser também portado res daquelas que recebem de seus companheiros de serviço.
— Da mesma forma, a instalação mais perfeita será ineficiente, se um cuidadoso e continuamente ativo corpo de MANUTENÇÃO não se mantiver vi gilante: os danos ocasionados pelo desgaste natural de certas peças (vedações completadas com borracha, que é lentamente dissolvida pelo sulfureto), rupturas acidentais de encanamentos e aparelhos — eis ocor rências inevitáveis, e cujas conseqüências podem ser graves. Os vasamentos em geral sâo inicialmente pe-
qiienos, insuficientes para dar lugar a intoxicações agudas, podendo contudo ser responsáveis, se a perda de tóxico se prolongar, por intoxicações sub-agudas ou crônicas; descarada sua reparação, os vasamentos aumentarão, e mais tarde acidentes agudos poderão ocorrer também.
Para reconhecer em tempo útil, de modo pratico, a existência de vasamentos, ou^ o surgir de falhas técnicas de fabricação que também possam aiunent^ a percentagem de tóxico no ambiente, é indispensá vel que so faça o EXAME repetido da atmosfera dos locais de trabalho, para DOSAGEM dos tóxicos nela existentes. No início do funcionamento da fábrica, mister se faz que isso se execute todos os dias, e em certos pontos até mais de uma vez por dia, em fases diferentes da manufatura, até que as operações pos sam ser consideradas de padrão seguro, que pode ser estabilizado. Depois disso, os intervalos poderão ser maiores, segundo a experiência o ensinar.
No que diz com o LIMITE DE CONCENTRA ÇÃO de gases compatível com isenção de riscos para os trabalhadores, as opiniões dos técnicos tern varia do muito, tendendo para ser cada vez mais baixa a quantidade permitida: basta dizer que, sendo antiga mente considerada aceitável a concentração de 480 partes por milhão, atualmente os russos consideram como ideal a de 3,2 p.p.m. (18). Na América do Norte, a Comissão de Gases e Vapores Toxiços da ^erican Standard Association, em sua reunião de 30-6-1939, qualificou de máximas as concentrações de 20 p.p.m. de sulfureto de carbono e outro tanto de acido sulfídrico para uma permanência de 8 horas; estando a concentração acima de 30 p.p.m., só se toleraria que cada trabalhador passasse 1 hora no ambiente. Ja Oettlingen, o principal toxicólogo industrial do Ser viço de Saúde Pública dos Estadas Unidos, considera 10 a 15 p.p.m. como o máximo admissível; a Com panhia Du Pont, 10 p.p.m.; e o grupo de pesquisa dores da Pensylvania, que estudou exaustivamente a matéria, só permite" 10 p.p.m. de sulfureto de car bono, ou de ácido sulfídrico, quando existe apenas um dêsses gases; havendo ambos, só tolera 5 p.jxm. de cada um (18). Citemos, entretanto, as expenendas pessoais de Lehmann (24), demonstrando que com proporção ainda menor pode haver ocorrência de sin tomas tóxicos.
b) no pessoal
Os cuidados profiláticos a tomar com o pessoal parte que particularmente nos concerne — tem que se iniciar por ocasião de exame medico de admissao. mas não podem deixar de se continuar dmturnamente, com a revisão periódica de seu estado de saúde. A seleção admissional alicerça-se num médico que a experiência nos tem obrigado a nar cada vez mais rigoroso, de laboratório, exame de raios X etc., | guintes vamos expôr o que nossa ^ ® rios anos nos tem ensinado, e de que nao temos em penho em fazer segredo.
O examinando passa primeiramente pelas mãos dos auxiliares do Departamento do Pessoal, que fazem sua identificação, registram suas h^^di^çoes o serviço a que se destinarão, etc., sendo para nos sumamente importante que registrem se ram ao corpo de empregados da fabrica, sendo afir mativa essa informação, nao os matriculamos sem pr meiro nos inteirar da sua saúde pregressa durante o tempo que aqui trabalharam. Assim fazemos porque já há muito que desisti mos da anamnese familiar e pessoal, porque saoemos que raramente ela representa a verdade: nao se trata aqui de doentes, interessados em esclarecei tu do O que facilite o diagnóstico de seus males, porem
de candidatos a emprego, que têm todo o empenho em se dizerem normais, sejam-no ou não o ^ejam. Muito poucos são os que têm a franqueza de referir antecedentes familiares ou pessoas que nos possam pôr na pista de afecçoes que os farão recusados; a maioria já sabèm quais são os dados que devem omi tir, pois dificilmente o exame de admissão que lhes fazemos é o primeiro a que se submetem; os que não têm experiência, encontram facilmente amigos que lhes abram os olhos. Ninguém vai acusar, em si ou na família, antecedentes de tuberculose, lepra, epilepsia, impaludismo, etc., nem vai dizer que sente a mínima perturbação de saúde. Disso temos compro vação diária na única anamnese que ainda conserva mos; a genital das candidatas a eniprêgo (em quem fazemos exeime especializado sistemático), quando te mos muitos casos em que o exame demonstra a in verdade das informações.
— Chegando o candidato ao Serviço Médico, o corpo de enfermeiros lhe faz a biometria (altura, pê80 e espirometria, tão somente), toma-lhe a pressão arterial (nos casos suspeitos, de ambos os lados, pela freqüência com que temos encontrado anisoesfigmometria), mede a acuidade visual com a escala de Wecker, colhe material para os exames de laborató rio rotineiros e vacina contra a varíola (êste serviço ultimamente tem estado a cargo de funcionário do Departamento de Saúde do Estado, escalado para tal fim). Antigamente, aplicávamos também sistemàticamente a vacina antitífica por via hipodérmica, porém fomos forçados a desistir dela porque em numerosos erhpregados recém-entrados ela dava reação, que os obrigava a abandonar o serviço logo nos primeiros dias de aprendizagem, muitos dos assim afastados não- mais voltando, e forçando-nos a perder o tra balho e o dispêndio de material que com êles tivéra mos. Conforme o resultado dos exames especializa dos que em seguida referiremos, administramos o BCG. quando há para isso indicação.
Passando para as mãos do médico, é feita a radioscopia toráxica (que estamos ern vésperas de substituir pela abreugrafia, hoje obrigatória no Es tado), sendo os casos suspeitos revistos pelo nosso especialista, que vem semanalmente à fábrica.
Após a radioscopia, é feito o exame clínico ge ral, que indica a necessidade de exames especializa dos não rotineiros, que são então também pratica dos, no nosso próprio serviço ou nos consultórios de especialistas da Capital, com os quais mantemos con trato. As mulheres, como dissemos atrás, são objeto de exame especializado, para o lado da esfera genital.
Dos exames de laboratório, praticamos rotineira mente o de urina (para albumina e açúcar, executan do outros nos casos em que se fazem indicados), a sorologia da sííilis e uma ou duas provas de floculação para insuficiência hepática (a do timol e a de Gros são as adotadas).
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Fazemos também a transiluminação dos seios da face, embora saibamos que seus resultados não são conclusivos, e isso porque seria inexequivel radiogra farmos sistemàticamente todos os candidatos, em to dos os seus órgãos.
7" De posse dos dados acima, classificamos os candidatos, de acordo com o artigo 6.° do decreto estadual n.® 19.391, de 2-5-50 (que veio substituir o decreto 12.217, de 7-10-1941), em um dos seguintes grupos:
A — aceitos sem restrições, para qualquer ser viço;
B — aceitos para qualquer serviço, mas deven do fazer tratamento de afecção que não influe sôbre o trabalho;
P —■ aceitas, com restrições, para determinados serviços; este grupo do dispositivo legal foi por nós, para as necessidades internas, cindido em dois outros:
i i •i
Cl — que compreende os aceitos para serviços leves, e no qual incluímos as mulheres, os menores, os velhos, e mais os portadores de inferioridades fí sicas, quais a fraqueza muscular, a dilatação dos anéis herniários (sem existir hérnia), etc.;
0 2 — que engloba os portadores de inferiori dade visual não corrigível com lentes, e que são en caminhados a serviços que não exijam visão per feita;
D — são os recusados temporariamente, por te rem doenças curáveis, podendo ser aceitos ulteriormente, depois de se haverem tratado.
E — são os definitivamente recusados.
Por vezes, a classificação combina dois ou mais grupos acima, como, por exemplo:
C 1 e B — serviços leves e devendo fazer trata mento;
C 1, C 2 e B — serviços leves, que não exijam esforço visual, e fazendo trafajnento.
— Nossa experiência tem-hos forçado a recusar um número relativamente grande de .empregados que poderiam trabalhar, mas susceptíveis de mais tarde tomar-se ônus para a fábrica, mercê da interpreta ção rigorosa dada às leis trabalhistas e à de aciden tes do trabalho, pelos respectivos Juizes.
Assim, um cardíaco compensado pode perfeita mente trabalhar; mas, sobrevindo a descompensação— que é a regra, mesmo na ausência de qualquer atividade —,esta é sempre atribuída ao trabalho exe cutado, êste classificado como concausa, e a indeni zação concedida. Sôbre êste assunto, fez recente mente o prof. Jairo Ramos reputado cardiologista do nosso meio, uma interessante palestra radiofônica de vulgarização, lamentando a situação desses doen tes, que poderiam trabalhar, ganhando assim o pró prio sustento e até mesmo melhorando de seu estado — sôbre o qual influe altamente o sistema nervoso — e que entretanto são forçados á ociosidade, cons tituindo carga social e só tendo preocupações espiri tuais com a própria doença, o que os transforma em inválidos muito antes de realmente o serem. A nós só cabe lamentar essa situação, pela experiência que temos com empregados admitidos antes de hossa su pervisão do serviço de matrículas, e portadores de inferioridade física desta, ou de outra natureza, os quais têm obtido ganho de causa ao pleitear inde nização, por agravações de seu estado, que sobreviriam mesmo fora do trabalho.
Igualmente, certas doenças sem relação com o trabalho, nem em sua origem, nem em sua evolução — qual a varicocele — já vimos classificada como doença desta natureza; por isso, recusamos seus por tadores, e, com maior razão, os de varizes dos mem bros inferiores, as quais sabidamente pioram com a simples estação erecta, pelo que seu, agravamento será sempre atribuído ao trabalho, uma vez que êste em geral se faz de pé.
Citaremos ainda como exemplo certas doenças de pele, qual a ictiose.. susceptível de confusão com doenças profissionais, o que nos leva a também não aceitar os que com ela vêm.
— Além dos casos exemplificados, em que so» mos forçados a recusa definitiva, á introdução do uso do sulfureto de carbono, quando há três anos se iniciou a fabricação de viscose, fez com que, para os departamentos em que êle se manipula, tivésse mos de adotar cuidados especiais na admissão.
Pela possibilidade da ocorrência de perturbações psíquicas, não aceitamos nestes departamentos os portadores de taras nervosas; nem sempre, contudo, conseguimos diagnosticá-las por ocasião da matrícula, porque em período de latência, ou em estado inci piente, não apresentam sintomatologia evidenciável num exame feito em massa. Assim, por exemplo, a epilepsia, fora dos acessos, não tem sintomas clíni
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cos que lhe permitam o diagnóstico, a não ser nos casos avançadíssimos (13,19,29); mesmo na presença dum ataque, a diferenciação entre epilepsias essen cial e sintomática exige exames especiais, qual o eletroencefalograma e o exame de liquor (30, 31, 32, 35). E' evidente que não podemos fazer tais exames sistematicamente lios candidatos a matrícula, não só porque isso oneraria esta em excesso e tomaria tem po de que não dispomos, mas também porque os próprios candidatos recusariam submeter-se a tais provas.
Não aceitamos também para manipular sulfureto os candidatos com sorologia luética positiva, porque pfiderá sobrevir localização nervosa da doença, ser ela rotulada qual psicose tóxica profissional e como tal indenizada, o que já nos aconteceu, num caso em que, apesar de todos nossos pedidos e protestos, num doente com exame de sangue positivo, e que havia confessado a lesão primária, não conseguimos fôsse sequer mandado fazer exame de liquor, e a psi cose foi rotulada de tóxica apenas pelo exame clínico, sem sequer execução da prova hepática funcional, que é positiva em cem por cento dos casos (1). -
Do que já dissemos a respeito da sintomatologia das intoxicações crônicas, fàcilmehfe se deduz que também não aceitamos para as seções em que existe sulfureto nenhum candidato com diagnóstico de doen ça hepática, mesmo no período pré-clínico, e com maior razão quando já apresenta sinais clínicos. Para o diagnóstico das insuficiências pré-clínicas, já refe rimos as provas que usamos: a do timol e a de Gros, ambas de floculáção; bem. sabemos que não são as mais sensíveis, porém são as de execução mais fácil, por apenas exigirem uma tomada de sangue;-as de mais provas (2, 7, 10, 14, 15, 22, 37, 38, 39, 41), mes mo a da bromosulfaleina (que exige a tirada de.duasamostras de sangue, entre elas se injetando á.Subs tância cuja retenção demonstrará o sofrimento celu lar), são demasiado trabalhosas para um serviço mo vimentado; aliás, estudos modernos (10, 16, 34, 39, 40) consideram suficiente a sensibilidade das provas de floculáção, e as escolhidas são as de custo mais bai xo — fator não desprezível quando se trata de exa mes em massa.
O uso sistemático das provas referidas fez com que descobríssemos uma perçentagem elevadíssima de indivíduos com o fígado insuficiente, sem sinais clínicos que o evidenciassem (talvez a anamnese sin cera revelasse perturbações, mas já dissemos por que não recorremos a ela, a não ser em certos casos).
Isso Se explica pela origem da maioria dos candi datos a emprêgo que nos aparecem — quase todos nortistas, nordestinos ou mineiros —, que provêm de zonas nas quais o impaludismo é endêmico, e tam bém endêmicas são parasitoses intestinais quais a esquistosomose e a amebíase, doenças todas essas em que o ataque ao fígado constitui regra. Além disso, o alcoolismo — nem sempre o intenso, mas na quase totalidade dos casos o continuado, aquele dos que tomam um "traguinho" às refeições — mesmb entre as mulheres e as crianças, somado às deficiências alimentares — quase sempre condicionadas mais pela falta de recursos do que pela falta de esclarecimento quanto à escôlha do cardápio — constitui outro im portante fator a influir sôbre a glândula biliar. Aqui encontramos também a explicação do grande número de casos de perturbações digestivas que encontramos entre os nossos intoxicados crônicos: são indivíduos com lesões hepáticas ainda tão pequenas que nem a prova de floculáção descobriu, mas que, ao contato do tóxico, vêm lentamente desenvolver-se a insufi ciência do seu órgão já frágil.
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ASSOCIAÇAO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÊDE: RIO DE JANEIRO
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Eng. KERRIS AP-THOMAS — 1.® Te soureiro
Sr. PEDRO THEBERGE — 2.® Tesou reiro
Professor DEQO PARREIRAS — Dire
tor (repres. Ministério do Trabalho)
Eng. EUVALDO LODI — Diretor
CONSELHO DE ADMINISTEAÇAO
Professor DECIO PARREIRAS
Dr. FERNANDO TUDE DE SOUZA
Eng. GUIULHERME DA SILVEIRA FILHO
Eng, PAUl.O ACIOLY DE SA'
Eng. PAULO CÉSAR MARTINS
Coronel ORLANDO DA FONSECA RAN
GEL SOBRINHO
Tnte. CeL GERALDO DE MENEZES CORTES
Eng. JOÃO CARLOS VITAL
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Eng. MARIANO J. M. FERRAZ
Eng. JOAQUIM DE FARIA GOIS
Eng. ROBERTO MANGE
CONSELHO FISCAL Efetivos
Dr. HELVECIO XAVIER LOPES
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Suplentes
Dr. E. ZULFO MALMANN
Dr. IBSEN DE ROSSI
Eng. LUIZ DUMONT VILLARES
SECHETARIO EXECUTIVO
Eng. JOSE* S. A. PINHEIRO
O Papel do Médico em Higiene e Segnrança do Trabalho
Conferência proferida a 29 de maio de 1952 no Audi tório da Biblioteca Municipal, pelo Dr. Emilio San tiago de Oliveira Médico-Chefe da Secção de Medicina Ocupacional do Serviço de Higiene e Segu rança dc Trabalho
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ANO X MAIO —JUNHO DE 1952 N.o 3
LAVINIA CARDOSO VASCONCELOS — Diretora
Vioe-Diretorea Seeretftrlo
NEMESIO NICOLINl e A. G. DA SILVA E. L. BERLINCK ,
4 "Estação" de Incêndios
A partir de lunho, quando no- nossa latitude a temperatura cai e. o., ar começa a se tomar seco o frio, o.risco de incêndio passa a ser cado vei maior, até atingir o máximo em Setembro, que é o mês clássico das quei« madás. O lavrador conhece bem o estado de desidratação que nessa época atingem todos os vegetais, e é nessa ocasião que põe fogo ãs derrubadas e aos campos, pois sabe que esse é o momento mais propicio para a combus tão. Pouco depois caem as primeiras chuvas, prenunciadoras do verão, e o estado higrométríeo do ar começa o subir. Aos poucos os materiais higroscópicoB, isto é. os que absorvem com facilidade a humidade atmosférica, vôo aumentando o seu teor de humidade e se tornando menos expostos aos riscos do fogo.
Nas indústrias, principalmente naquelas que se utillsam de matéria prima de origem vegetaL os cuidados devem ser redobrados nêsse período de Inverno. Os papeis, os estopas, o olgodõo, as modeiras e a suo serragem, os fios elétricos encapados com algodão, por se tomarem mais sècos, tornamse mais perigosos, sendo cem facilidade prêsas do fogo.
Muitos fenômenos do combustão expontânea podem se verificai nessa época. Assim, a estopa embeblda em óleo. pego fogo expont&neamente, e mesmo acontecendo com o papel, o tecido e a maioria das substâncias que contêm celulose.
Nessa ocasião os instalações elétricos devem ser revisodas cuidadosa mente • subatituidos todos os fies velhos que tenham capa de olgodõo.
O cordão «verde amarelo» amplamente utilizado e com igual inconsciência por eletricistas mal orientados, quondo pega fogo, produz chama de mais de meio metro de comprimento, se o capa estiver bem seco.
Deve ser rigorosamente fiscalizada a remoção de resíduos, suieiras, papeis e estopas, e depositados em lugar inofensivo às instalações, coso se verifique uma combustão expontâneo.
Os depósitos de olgodão devem ter uma vigilância espeeioL pois acumu lam grandes quantidades do produto. Nas grandes cidades, ainda há o recurso do Corpo de Bombeiros, mas no interior, a maior parte das vêtes o único remédio é deixar queimar.
As cargos dos extintores devem ser renovadas e instruções especiais paro os vigias devem ser dadas pora a hipótese de um incêndio noturno.
Essa ligeira nota tem per fim alertar os responsaTola pela dlreçõo doe indústrias, e caso algum dos leitores deseiar maiores detalhes iôbre. a Prevenção de Incêndios, poderá se dirigir à Associação.
O vocábulo trabalho provém de,«Iripalium» que ©ra uma espécie de tortura adotada pelos romanos. Era o suplício mais humilhante que se poderia infligir a alguém. Vigorava em plena civilização da hegemonia de Roma que dava para qualquer prestação de serviços o conceito de ato ignóbil porque só a escravos é que era imposta a ação ocupacional. Daí a derivação se mântica que legou para o ato humilhante de tra balhar o nome que de per si já era degradante."
Com o evoluir da civilização foi diluindo-se êste sentido escravista, primeiramente com o advento do Cristianismo que tornou o homem igual pe rante a Lei de Deus e posteriormente com a eclo são da Revolução Fronceza que tomou o homem igual perante ás leis dos homens. Mas o trabalho que se dignificava posso á passo com a degnificação do homem, continuou a exigir de seus par ticipantes grande soma de sacrifícios. Com a superveniência da era das máquinas parecia que o trabalho iria perder de vista a sua significação etimológica eis que nõo mais seriam solicitados os tremendos esforços físicos e os métodos, toca dos pela magia do progresso, seriam destituídos dos riscos milenares...
Tal nõo aconteceu. Porque a inovação Ha matéria prima, em alguns casos, e os processos modernizados da indústria tfouxerom novos pe rigos. O sulfeto de carbono, outrora usado no preparo da borracha e que produzira tanta polinurite e tanto porkinsonismo, retornou na atuali dade na indústria da sèda-artiticial, o «royon».
TRIBA» cincoenta e duas profissões com seus cor relates riscos ocupacionais.
Fixou assim Bernardo Ramozzini há dois séculos e meio, os passos demonstrativos da im portância da medicina nos problemas do trabalho.
Elm 1822 surgiu a D lei sanitária no mundo, e que era lei fundada em medicina ocupacional, obrigando a se submeterem á inspeção higiênica, os fábricas da Ingltena. Era o «factory act». Con vém destacar que exatamente em 1822, nascia Pasteur que haveria de muitos decenios depois, revolucionar a medicina abrindo em seu seio, a era pasteuriana — a Medicina Moderna.
Parece que isto influiu sobremodo para que a medicina do trcàialho nõo adquirisse desde logo o proselitismo a que na recdidade faz jús. A atenção médica voltou-se como nõo poderia dei xar de íaze-lo, para os problemas de ordem in fecciosa. Eis porque, apezor de suas roizes pro fundas na História da Medicina e erguida ha dois e meio séculos, a Medicina do Trabalho nõo figura siquer no currículo comum da Universida des. É disciplina apenas dos cursos especializa dos de Higiene e Saúde Pública.
Parece também que a atual onde de presti gio que vem cercando a medicina ergológlca, encontra sua explicação na intercorrencia de ou tros latos contemporâneos.
É que os antibióticos, a penicilina, estreptomicina, auereomicina, terramicina etc, o ácido iso-nicotinico e as medidas excelentes de saúde publica, estõo dominando as iníecções e infesta ções e a atençõo médica já se polariza para outras doenças que vêm diminuindo a média de vida.
O trabalho era de tal forma prejudicial á saúde que em 1700 um médico de Módema na Italia, verificou que os limpadores das cloacas eram acometidos de conjuntivite e que com a continuidade do trabalho ficavam cegos. Impressionou-o encontrar nas ruas de Módema, implo rando a caridade pública, inutilizados de vez, velhos trabalhadores das cloacas.
De pesquiza em pesquiza verificou que a emanação amonical e sulíídrica dêsses esgotos é qu© dava origem a esta desgraça. Passou a observar as diferentes ocupações da época e poude enfeixor no «DE MOREIS ARIIHCUM DIA-
Já a preocupam o câncer, as doenças cardioVGSculares e as decorrentes do trabalho.
Feitas e^stas considerações necessárias para a demonstração da importância da medicina nos assuntos do trabalho, conforme a situa a História, passemos ao estudo do tema na sua objetividade.
A Higiente do Trabalho estuda a iníorlunistica em todos os seus aspectos.
O infortúnio deve ser definido como o dano decorrente do trabalho, pura e simplesmente, no
dizer de Borros Barreto.^ O infortúnio pode ser de causa física ou química: infortúnio agudo, que é o acidente; e pode ser de causa biológica ou tóxica: o infortúnio crônico ou sub-agudo, que é a doença profissional.
Ambos — acidente agudo ou doença profis sional são os mesmas peças de um todo. Para ambas ha um mesmo comportamento médicolegal e para ambos ha uma única diretriz proíildtica. Devem pois ser unificados sob o nome comum de infortúnio. Não se explica a dualidade pois são faces de u'a mesma moeda.
Sobre o infortúnio agudo, vejamos o que de monstra a ESTATÍSTICA.
Lançando os olhos sobre os números que estão assinalados no cartaz ali afixado vemos que,
EM 75.000 ACIDENTES HEINRICH DEMONS
TROU QUE
98% ERAM previsíveis
2% imprevisíveis
DOS imprevisíveis em 80% FOI RESPON
SABILIZADO O HOMEM EM 18% AS CAUSAS FORAM materiais (TOTAL 98%).
Esta clássica estatística de Heinrich é ainda atual pois assim o demonstram os números que aqui e acolá se coligem a respeito do assunto. Ela por si só esclarece o papel saliente que pode desenvolver o médico na luta contra o infortúnio.
São as condições personalíssimas do vitimado que contribuem com 80% na causalidade do aci dente.
Este fator pessoal reside: na sub anormalidade do trabalhador, o Sub-standard-man;
2^ nas doençcs;
3- na fadiga.
Entre as su anormalidades merece referência a constituição psico-fisiológica para o acidente de que nos falam Chambers e Farmer quando submeteram a testes sensório-motores, vários tra balhadores e observaram que os que foram apro vados nessas provas não se acidentaram, enquan to se vitimaram os neles reprovados.
Esta predisposição não é no entretanto exata, é adquirida e provavelmente representa a resul tante de influências várias que alteram o equilí brio psico-fisiológico do trabalhador colocando-o em condições de substimar o acidente em seu estado de potenciação.
Recentemente na Good Year de São Paulo foi vitimado por corrente elétrica de alta tensão, um eletricista. O seu superior na profissão de monstrou a culpabilidade da própria vitima foca lizando O erro técnico em que o mesmo incidira; pois bem, uma semana depois, êste operário ca tegorizado repetia o mesmo erro técnico que cri ticara e foi vitima também de idêntico e grave acidente. Os fatores que podem romper o equilí-
brio psico-fisiológico serão passados em revista quando estudarmos as causas da fadiga.
Entre as afecções, Clark e Drinker, salientaram:
1? Visão marcadamente precária e incompensada com oculos, ou cegueira de um dos olhos;
2"? Surdez acentuada;
3^ Hipertiroidismo;
4^ Miocardite;
5° Pressão sistolica acima de 180 e diastolica superior a 100;
G*? Tuberculose pulmonar;
7^ Emfisema, Bronquite crônica, asma, fibrose pulmonar;
8" Ulcera ou carcinoma gástrico;
9^ Colecistite;
10° Apendicite crônica;
11^ Nefrite crônica, em exacerbaões agudas;
12^ Gonorreas ou siíilis em estado de ativi dade;
13^ artrite crônica;
14° cmquilose de articuações importantes;
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15"? Vorices pronunciadas especialmente quando acompanhadas de edema;
16^ Deformidades dos pés e dos dedos;
17? Hérnia;
18? Hipertrofia ou infeção prostaticas;
19? Epilepsia;
20? Doenças do sistema nervoso;
21? Infecções dentárias focaes.
Os seus portadores só deverão prestar ser viços selecionados de forma que a sua categoria de sub-standard-men não se transforme em pre disposição para o acidente eventualmente em es tado potencial no mister que vão desempenhar.
Possue a fadiga crônica, conhecida aqui sob o nome de fadiga industrial, preponderante papel na constituição das condições pessoais para o infortúnio.
É ela reconhecida pela diminuição do rendi mento do trabalhador, pelo aumento do desper dício e pela freqüência do ausentismo ao trabalho.
As suas causas quer existam no ambiente do trabalho, que fóra dele estão alinhadas nos car tazes que aqui apresentamos:
CAUSAS DA FADIGA
I — Má iluminação
II — Ventilação precária
III — Atmosferas com poeiras vapores ou gases
IV — Ruídos excessivos
V — Inexistência ou distribuição imperfeita ou insuficiência da pausa
VI Horas extraordinárias de trabalho
Vil —^ Falta de assentos ou assentos inade quados
VIII — Trabalho noturno
IX — Trabalho raonotono
X — Alta aceleração do trabalho
XI — Estado de emoção do trabalhador em relação com seus colegas e superiores
CAUSAS DA FADIGA EXTRANHAS AO TRABALHO LOCAL
I — Ocupações externas
II — Habitação anti-higiênica
III-— Alimentação insuficiente
IV — Sono incompleto
V — Perturbações emocionais
VI — Dificuldades financeiras
VII — Apreensões morais
Todas essas causas principalmente as ineren tes ao local do trabalho que vem referidas no primeiro cartaz devem merecer a devida atenção médica afim de que sejam eliminadas dêsses locais. Particularmente deve ter o serviço médico para com os trabalhadores noturnos, pois que é sabido não ser reparador o repouso feito durante o dia. Segundo alguns autores há grande de créscimo da atividade das funções do organismo.,, entre as 2 e 5 horas ra manhã. O trabalhador noturno está sujeito, pois, pela bdixa de sua resistência a duas espécies de infortúnio. O ser viço médico zelará, no interesse da indústria, para que seja creado o sistema de rodízio, nêstes casos, afim de haver poupança da saúde dos trabalhadores. A pausa no meio de cada um dos dois períodos de que se compõe a jornada do trabalho, que deve ser de dez minutos cada duas horas de trabalho. É uma imposição que a me dicina faz tendo em vista a prevenção do aci dente. Dêste fato não deve descuidar-se o mé dico da empreza. As outras causas assinaladas no segundo cartaz talvez não possam ser com batidas pelo serviço médico porque envolvem vastos problemas de assistência social, mas não , impede isto que o serviço médico faça o devido levantamento corroborado por assistentes sociais, afim de que na medida do possível sejam atenua dos todos os males encontrados. Como se verifi ca, a medicina do trabalho, se quizer prevenir o infortúnio, que é a sua principal finalidade, terá que ser ativa, e não se cingir apenas ao trata mento clínico ou cirúrgico de doenças ocasio nais. A legislação Brasileira não criou ainda o serviço médico obrigatório das emprezas, muito embora reconheçam a existência deles, como se verifica na Lei do repouso, na qual se fixa com petência para atestar o ausentismo por^doença.
O mesmo não acontece em outras nações, pois que o artigo 18 da legislação sobre Higiene In dustrial da República Argentina, assim estabele
ce: «Quando a importância ou natureza de uma indústria o aconselhe a Diretor Geral de Higiene poderá obrigar a manutenção de um serviço mé dico permanente, o qual funcionará sob a supe rintendência da Secção de Higiene Industrial».
Em São Paulo, o decreto 19.391 que insútue a obrigatoriedade do certificado de saúde e de ca pacidade funcional para admissão ao emprego, permite, que esses certificados sejam emitidos por emprezas particulares desde que haja um serviço médico permanente de assistência ao trabalhador.
Desta forma está S. Paulo na dianteira desta grande aquisição, que é de colocar diante dos trabalhadores da sua prospera indústria o organimo capaz de vigiar as condições personalissimas que possam levar o operário à acidentalidade. Êste organismo no entanto só cumprirá esta elevada missão quando se embuir de que a medicina do trabalho é uma especialização de primeira grandeza no cenário dos grandes centros industriais. Competem aos serviços médicos da fábrica as seguintes tarefas:
a) seleção e distribuição dos operários.
b) realização de exames periódicos de saúde.
c) instrução dos empregados novos e dos transferidos, no que diz respeito aos ris cos a que vão expor-se e aos recursos de defesa.
d) educação sanitária do pessoal.
e) prevenção das doenças transmissíveis.
í) exames do operário doente, tratamento de doenças banais e cooperação quando requerida nos outros casos com os mé dicos assistentes.
g). inspeção e vigilância dos locais de tra balho e suas dependências. h) investigação pelas enfermeiras ou assis tentes sociais das causas de ausência do trabalho.
i) cooperação com outros serviços da in dústria, como o de alimentação dos ope rários, de engenharia (para prevenção dos infortúnios) e principalmente com as Comissões Internas de Prevenção de Aci dentes.
Na seleçõo dos operários deve o serviço mé dico classiíicá-lo de acordo com a sua capacidade físico-mental. Para isso existem cinco classes, assim distribuídas:
Classe A — Normais — Indivíduos considerados, sob o ponto de vista de saúde, aptos sem restrições, perra o exercício da profissão declarada.
Qasse B — Sub-normcüs Temporários — Indiví duos com defeitos físicos sanoveís ou moléstias de carater transitório, compatíveis com o trabalho na épo ca da inspeção corn as restrições exigidas pelo médico examinador.
Classe C — Sub-normois Definitivos — Indivídu os com lesões, defeitos ou moléstias incuráveis, de pouca gravidade compativeis com o trabalho a que se destinam.
Classe D — Incapazes Temporários — Indivíduos incompcrtiveis na época do exame para o exercício do mister declarado ou qualquer outro, por sofrerem de moléstias ou defeitos transitórios possivelmente curaveis.
Classe E
Incapazes Definitivos — Indivíduos atingidos por moléstia crônica con tagiosa, repugnante, incurável, de feito físico irremediável, alienação mental ou qualquer alteração defi nitiva da saúde que os incapacitem para sempre de exercer qualquer trabalho.
Esta classificação oferece contudo alguns pontos de controvérsias; Reputamos ótima a clas sificação sugerida por J. J. Bloomfield que é a seguinte:
I — Capaz para qualquer trabalho no estabele cimento:
A — Sem defeito físico.
B — Com defeitos insignificantes ou que podem ser corrigidos e que não limi tam o tipo de trabalho que ó indivíduo pode fazer (ex. cárie dentária).
mos a atenção do auditório para oS cartazes que põem em evidência os acidentes ocorridos em 1950 e 1951, em uma indústria de montagem de automóveis, na capital de São Paulo. Lá houve, em 1950, 32 casos de distensão dos musculos dorso-lombares, e em 1951, 18 casos. Se para êstes casos houvesse havido a devida intrução de forma a que os trabalhadores fizessem o erguimento de pesos conforme as normas especifi cadas nos folhetos que passamos a distribuir neste ato, essas distensÕes dorso-lombares não viriam a figurar como responsáveis por dias-homens perdidos.
NÚMERO DE ACIDENTES OCORRIDOS EM 1950
Em uma das industrias de montagem de automóveis na capital de S. Paulo 4.112 dos quais 14,29%, ou sejam 598 foram aci dentes oculares por queimaduras do globo ocular — 108.
Por corpo extranho da cornea — 490.
Queimaduras por ação radiante da sol da elétrica — 58.
Casos de corpos extranhos — 606. Queimaduras por energia radiante (conjutivite Qctinica — 64.
For agente físico — 18.
Por substâncias químicas — 41.
Casos de corpos extranhos procedentes da operação de esmerilar — 31.
Procedentes da operação de lixar — 90.
Constituídos de serragem ou íerpas de madeira — 43.
Constituídos de areia, carvão ou vi dro — 62.
Definidos vagamente sob nome de cisco ou poeira — 380.
Vitima por profissão funileiros — 180, montadores — 93, mecânicos — 81, carpin teiros — 65, soldadores — 63, serventes 35, pintores — 29, tapeceiros — 24, diver sos 36.
Casos de distensão dos musculos dorsolombares: em 1950 — 32, em 1951 18.
PARE! PENSEI
Sua casa é o lugar mais perigoso do mundo!
n
Capaz para o trabalho selecionado, sob Supervisão médica:
A — Com defeito físico que pode ser cor rigido (ex. hérnia).
B — Com defeito físico permanente (ex. mão amputada).
C — Com moléstia progressiva mas não influenciada pelo tipo de trabalho e que permite emprego continuado por algum tempo (ex. corcinoma intesti nal).
UI — Incapaz para qualquer trabalho no estabe lecimento:
A — Com doença curavel (ex. moléstia contagiosa).
B — Com doença incopacitonte (ex. psico se).
Além disso todos os trabalhadores incluídos no item II deverão ser classificados de acordo com o tipo de trabalho que eles podem, ou não podem fazer:
1 — Não levantar peso.
2 — Não pode trabcdhar com a mão esquer da.
3 — Não andar.
4 — Não tem boa vista.
5 — Não podem fazer trabalho do qual de pendam a sáude e a segurança de outros.
6 — (etc.).
A instrução dos empregados quanto aos ris cos e aos recursos correlatos é de tal importância que a sua não aplicação ainda faz figurar na estatística de acidentes, infortúnios que já dela não mais deveriam constar. Para ilustrar chama
Põr substâncias superaquecidas (óleo, cinza, cavaco) ou "incandescentes (estonho, ferro, carvão) — 26.
Por agentes químicos (cal virgem, soda caustica, Petro-iaz ácido clorídrico, thinner, tinta, sabão de soda inseticida) — 24.
Corpos extronhos oriundos da operação de esmerilar, 59.
Oriundos da operação de lixar (farpas de ferro, de aço, pó de ferro, tinta seca, ferrugem, reborba do limcdha de ferro, 129.
Constituídos de serragem ou ferpa de madeira, 86. , Constituídos de areia, carvão ou vidro, 52.
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Definidos vagamente (poeira ou cisco, 164.
Foram vitimas: funileiros — 122 monta dores — 48, mecânicos — 84, tapeceiros 21, carpinteiros — 78, pintores — 17, soldadores — 51, diversos — 177,
Entre êstes últimos se incluem torneiros, almdxarifes, aux. escritórios lavador de carros, serventes, distribuidores, eletricistas, ajustadores, distribuidores de material, conferentes, inspetores, apontadores, embaladores, ferreiros, desenhistas, vidraceiros, motoristds, seporadores de peças, aíiadores maquinistas, etc.
Número de acidentes ocorridos em 1951 em uma indústria de montagem de automóveis, na capital de São Paulo, 5.188.
Dos qucás 14,05% ou sejam 729 foram acidentes oculares.
Casos de queimaduras da comea 123.
Continuamos a boservar os dados trazidos pelos mesmos cartazes verificamos que em 4.1Í2-acidentes, 14,29% ou sejam 598, forgm acidentes oculares e em 5.188, 14,05%_ou sejam 729, repre sentam o mesmo tipo de acidentes. Êste numero enorme de acidentes oculares e ocasionado pelo nõo uso de oculos protetores. A relutância do operário contra o óculo constitue o álibi do em pregador quando observado sobre a incidência destes acidentes. E êste continua — estão aí as estatísticas a dizê-lp — porque ninguém sé lem brou de verificar as razões psicológicas que ditam o desprezo votado pelo trabalhador para esse processo de proteção. O Serviço Médico ativo é que deve fazer perquriçÕes dêste jaez afim de poderem ser removidas as dificuldades. Para o caso em apreço, devem ser levados em conta o repugnância pelo uso de óculo, que via de régra é de uso promiscuo, a perda de tempo na coloca ção desses óculos e o estado de embaciamento em que prontamente eles se apresentam. Ficaria desde logo apurado que é procedente a relutân cia por não usá-los. Caberia ao médico propor ao engenheiro o estudo do problema. E eis por que apresento nêste momento o protetor facial qúe já é usado nos Estados Unidos e tombem pela Nitro Química de São Paulo. Como vêm estão obviados os inconvenientes do óculo é grande o conforto dado aos trabalhadores e não existe com êle, por ser móvel o visor, a perda de tempo na colocação do mesmo, pois o operário que se destina ao uso de lixas, esmeril, etc., já pode ter preso à sua írovite êste aparelho pro tetor.
AS aPAS
Como órgão importante que é na prevenção do acidente a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes não pode prescindir-se da presença do
Um machucado, uma queimadura, aparentemente sem importância, podem se transformar em grave infecção - se não forem cuidados, a tempo. Estará o seu armário de medicamentos equipado para tais emergências? Lembre-se de que, quando acontece o acidente, pode ser muito tarde para providenciar. Hoje mesmo, agora, verifique os curativos que sua casa deve ter. E, antes de comprar, verifique se êles trazem a marca de qualidade - Johnson & Johnson.
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Médico em süCis reuniões. De tal forma é eficiente a sua atuação que à guisa de ilustração vamos citar o que o Frigorífico Wilson do Brasil, em relatório apresentado à Secção de Medicina Ocup>acional do Serviço de Higiene e Segurança do Trabalho, referiu; «Durante o período de 1 de Janeiro de 1951 a 30 de Abril do mesmo ano ocorreram 759 acidentes sem perda de tempo e 23 acidentes com perda de tempo. Em igual pe ríodo, no ano de 1952, ocorreram 591 acidentes sem perda de tempo e apenas 1 acidente com perda de tempo. Neste último período, a «CIPA» do Frigorífico Wilson do Brasil S/A., trabalhando em estreia colaboração com o Ambulatório Mé dico, desenvolveu intensivamente a campanha para prevenção do acidente. A vista disso, foi alcançado um sucesso sem precedentes, isto é, 123 dias de trabalho sem perda de tempo, ou seja um total de 1.552,634 horas de trabalho sem perda de tempo».
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Na Comissão Interna de Prevenção de Aci dentes que constitue a sentinela mais avançada contra o infortúnio, ha oportunidade para o en contro de três profissões a cujos mãos está en tregue, de fato, a estratégia anti-acidental: o mé dico, o engenheiro e o químico. Ao primeiro, competindo a aplicação e a observação na ma quinaria humana de todos os elementos e precei tos que nesta palestra salientamos para relatá-los nas reuniões da Comissão com as conclusões de les resultantes: ao segundo competindo a apli cação na maquinaria e no ambiente do trabalho, de medidas que os tomem menos perigosos ou insalubres, periculosidade ou insalubridade já constatada pelo médico nos seus efeitos sobre o homem; e ao terceiro sendo cometida a incum bência de introduzir processos químicos que impe çam a ocorrência se substâncias tóxicas no local do trabalho quer substituindo a matéria prima, como aconteceu com o mercúrio na indústria do espelho e da chapéu, para o alvaiade na pintura, para o fosforo branco na indústria dos palitos de íosforo, etc., que rpela neutralização do tóxico através de seu tratamento prévio antes do lança mento à atmosfera interior ou exterior.
A administração estando presente a esta me sa redonda, se capacitará das falhas em higiene e segurança do trabalho, responsáveis pelo infor túnio local e, poderá, já com conhecimento de causa, invertir o capital necessário para as devi
das correções, capital que, a experiência já de mostrou, reverte sempi^e em beneficio da própria produção.
A nossa palestra versando sobre o papel do médico em higiene e segurança do trabalho, acentuou-se mais sobre o infortúnio agudo. lustifica-o O fato de que, conforme assinalamos ao abordar a definição de higiene do trabalho, am bos os infortúnios agudos e sub-agudo devem ser encarados como os dois polos de um eixo único. A conduta preventiva para um o é também para outro e exige a observância dos mesmos fa tores que no decurso da palestra foram salienta dos. Os médicos do trabalho quer sejam da em presa, quer sejam oficiais incumbidos dos exames pré-admissionais e periódicos como é o caso da emissão e revalidação de certificados de saúde e de cacidade funcional, só exercerão a sua alta missão, com requintada eficiência, se analisarem o fator humano na sua inter-relação com a pro fissão exercida ou a exercer e tiverem pleno conhecimento da solicitação psico-fisiológica que ao trabalhador é feita por esta ou aquela nature za da ocupação. O estudo bio-tipológico deve ser praticado com rigor e a escola ser adotada que, parece, é a que mais se coaduna com os interêsses do trabalho, é a de Sheldon que classifica o homem em três tipos: o endomorfo, o mesomorfo e ,0 ectomorfo.
O país caminha celeramente para a indus trialização. Estado de vocação pecuário e de impressionante riquesa mineralogica, como Mi nas e Grais, está nêste momento empenhado na captação de seus recursos hidro-elétricos para aplicação industrial. O Eminente Governador dêsse Estado, reuniu há poucos dias, grande nú mero de industriais paulistas para a possibilidade de inversão de capital dêstes experientes lidadores, na nascente atividade mineira. Êste rumo que o Brasil está tomando deve ser amparado também no tocante ao infortúnio que sempre jaz na esteira de toda indústria. Eliminar o infortú nio é pois engrandecer a pátria no momento em que esta se organiza para enveredar por uma rota em cujas margens fatalmente estará a infortunistica. O médico deverá aceitar então a me dicina do trabalho não apenas como uma imposi ção de ordem vocacional mas como um impera tivo de patriotismo.
A Ventilação na Prevenção dos Infortnnios do Trabailio
DR. ABELARDO BASTOS TAVARES
Chefe do Serviço de Higiene do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio
O homem poderá passar, sem comer e sem beber, vários dias, mas, sem respirar, sem ar, so sobreviverá alguns minutos.
Daí, a necessidade imprescindivel de termos a atmosfera dos locais de trabalho per ei amen e saneada, ou seja, livre de poeiras ou dispersóides tóxicos, irritantes, cáusticos, alergenicos _qu iníectantes.
Ademais, as condições físicas'desta atmosfera, no que tange ò temperatura, umidade e ve locidade do ar, devem obedecer certos de modo a facilitar aq organismo estabelecer o equilíbrio térmico com o ar ambiente, sem iorçar o trabalho do aparelho térmoregulador; e o con forto térmico tão necessário a quem exerce qu^quer aüvidade, o qual concorie para aumentar a resistência orgânica às iniecços, sobre^do à tuberculose, esümular o metabolismo e tomlicOT o sistema nervoso e as energias, maior euloria, menos fadiga, com notável repercuçao na_ melhoria q""" e quantitativa da produção, melhor apro-ral manto da matéria prima e menos refugos inapro veitaveis.
É aconselhável, portanto, que a atmoslera dos locais de trabalho seja fresca ao de qüente, seca, com 50 a 60% de ""^dade relativa ao invés de úmida; movimentada, ao inves d parada e livre de poeiras, maus odores e germes patogênicos
Relativamente às poeiras, gases ® ™P°^ tóxicos ou irritantes, que t™»"® tunios acarretem para os trabdhadores de oert indústrias, toma-se um imperativo « ou captação, na própia fonte de P" sistema de exaustão técnica e inteligentemen orientado.
Vemos, com freqüência, casos de intoxicação pelo chumbo, pelo benzol, pela anihna,^lo ars nico, pelo cádmio, produzindo respectivament , o saturnismo, o benzolismo, o anilismo. o^arsemcismo, o cadmismo por falta de ventilação ade quada nos secções de certos indústrias que ma nipulam tais tóxicos.
Assistimos casos de termonoses nas suas di versas formas clínicas: hiperpirética, sincopai e câimbra de calor, por terem as condições, físicas da atmosfera dos locais de trabalho profunda- . mente alterados, por absoluta ausência de venti lação conveniente.
Presenciamos explosões catastróficas no inte rior das fábricas de acetileno, de bi-sulíureto de carbono ou nas minas de carvõo por estar a atmosfera impregnada de gases, vapores ou de partículas destas substancias, o que certamente não aconteceria se a ventilação existisse, de acor do com as normas e preceitos de higiene moder na.
O coníinamento da atmosfera dos locais de trabalho, de conformidade com a concepção atu al, de ser o mesmo um fenômeno físico e cutâneo . e não fenômeno químico e respiratóreo, como su punham erroneamente os adeptos da antiga teo ria, é um problema de alçada exclusiva da venti lação.
Conhecemos seus malefícios sôbre o organis mo; sabemos que o confinamento, alem do malestar, da astenia e da apatia a que reduz o tra balhador, é ainda responsável pela fadiga preco ce, pelas dermotoses ocupacionais consecutivas à maceração da pele, bem como possibilita maior absorção de tóxicos pela via cutânea. Ademais, predispõe o indivíduo à anemia e à varias infecções e provoca distúrbios do sistema nervoso e do aparelho digestivo.
Enfim, o número de acidentes do trabalho e a incidência das doeenças profissionais crescem e avultam, pesando no absenteismo e na verba da indenizações por invalidez e aposentadoria, simplesmente porque os senhores industriais ignoram ou desprezam os conselhos e ensinamen tos da Higiene Industrial, que preconizam boa ventilação como sinonimo de bem-estar, saúde e economia.
Devemos, pois, estar alertados para êste importante sector da Higiene Industrial, quer no que diz respeito à ventilação natural, que deve ser preferencialmente cruzada no sentido obllquoquer no que concerne à ventilação artificial, tec nicamente instalada.
(Conclusão)
Riscos Profissionais ligados à Fabricação de "Fiscose"
DR. JOSE' DE MORAES LEMEcomo o sulfureto circula em encanamentos fechados, basta um pouco de cuidado nas vedações das válvu las e das conexões para que não haja perigo.
GAUTRELEF (MAURICE) — Manuel de Médedne' du^Travail et d'Hygiène Industrielle — ed. G. Doin et Cie.,- Paris, 1949, pg. 214.
(Trabalho apresentado à IV Convenção dos Presidentes das CIPAS)
Conseguiríamos diagnosticar mesmo êstes pre dispostos, mas ainda sem lesão evidenciável às pro vas de floculação, se pudéssemos fazer também a pes quisa sistemática de hematozoário no sangue, e dos parasites nas fezes. Mas, num serviço qual o nosso, isso é inexequivel:
a) a pesquisa de hemátozoários, porque exigiria um número muito grande de microscopistas, sem contar que, nos casos de paludisnro crônico, nem sem pre o parasito é encontrado, mesmo com a prévia espleno-contração;
b) o exame de fezes porque, além de também necessitar de muifos técnicos, teria que se preceder de purgação; não só a maioria dos examinandos não se sujeitaria a ela, mas também qüase todos nem te riam onde ficar para se purgar, porque, quando vêm em busca de empírêgo, estão quase todos em estado nômade, e só se fixam depois de conseguido o ser viço.
Outro exame que ainda não estamos fazendo, po rém faz parte das nossas intenções, é a reação de Machado-Guerreiro, pois numerosos são os portado res de doença de Chagas, nos quais a endocardite inexorável só mais tarde aparece, e se acompanha muito precócemente de insuficiência.
— Uma vez admitido o empregado, há que não descurar de revê-lo periodicamente, refazendo as provas funcionais. Aliás, é raro que precisemos tomar a iniciativa de chamar o empregado para essa revi são, porque, ensinado pelos companheiros, êle de pressa aprende a atribuir ao suifureto tôda e qual quer perturbação que venha a sentir, e vem desde logo á procura de "seguro", cuja concessão, como é natural, só é feita se são positivas as provas a que aludimos.
— Além desses exames de revisão, o trabalhador tem de ser objeto de certos cuidados proíiláticos, quando trabalha em ambiente perigoso; a roupa que traz de casa deve, antes do início do serviço, ser^ guardada em armário hermèticamente fechado, indi vidual, fora do ambiente tóxico; para trabalhar, veste macacão, que deve ser lavado diariamente; ao sair do serviço, antes de vestir a roupa de casa, deve tomar banho ^eral.
Outras precauções necessárias, mas cuja exe cução é difícil fiscalizar, seriam a exigência de lavar as mãos e a boca todas^ as vezes que fossem tomar água; na hora do almoço, essa fiscalização é mais fá cil. A proibição de enxugar o rosto com o antebraço, que dá lugar ao respingo de gotas do banho nos olhos, como já dissemos, é medida 'de obediência tão difícil quanto a da abstenção do álcool.
Fazem parte também das medidas profiláticas o fornecimento de alimentação apropriada e a admi nistração de metionina, aminoácido protetor do fíga do, como já fizemos nótar.
Medida de altissimo alcance, porém de execução nem sempre fácil, é o trabalho rotativo, fazendo al ternar os períodos de atividade com outros de afas
tamento do ambiente tóxico, melhor ainda se estas férias forem passados em ambiente rural ou maríti mo. Para isso, porém, é necessário dispor de turmas de revezamento, o que só é possível quando a mão de obra é abundante, o que em nosso meio dificil mente acontece, tanto mais que certos serviços exi gem aprendizado nem sempre curto, o que ainda mais dificulta a obtenção de trabalhadores em quantidade suficiente. Mas, quando possível, a vantagem do ro dízio é insuperável, embora só alcance seus completos desígnios quando feita desde o início da permanên cia do empregado no ambiente fabril, antes que o sulfureto o impregne, de modo que sua eliminação seja possível durante os períodos de descanso.
— Quanto às irritações oculares, que são as mais freqüentes das ocorrências e se observam quase só na fiação, segundo as nossas observações, è cuja causa, como dissemos mais de uma vez, não é pro priamente o sulfureto, porém depende do banho da fiação e do gás sufidrico suspenso no ambiente, sua profilaxia é das mais difíceis, e reside quase exclu sivamente na adoção de medidas de ordem técnica nas instalações. De fato, as outras providências que se tentarem demonstraram-se todas ineficientes:
a) os óculos hermèticamente fechados, que se riam teòricamente proteção absoluta, não podem ser usados, pois ràpidamente se embáciam, devido à tem peratura e à umidade indispensáveis ao ambiente;
b) o uso de colírios graxos também não é efi ciente, pois êles ràpidamente derretem e escorrem, e vão, além do mais, prejudicar o banho da fiação, alterando-lhe a composição e assim prejudicando as operações de fabricação;
c) a lavagem freqüente dos olhos com solução fisiológica é a única medida de alguma eficácia para a profilaxia, e suficiente para o tratamento das irri tações ligeiras; mas, se a concentração de gases for alta, nem ela,adiantará.
Por isso, ó que realmente adianta é o que já dis semos ao descrever a fiação, no capitulo I, referente aos riscos: fechamento das máquinas e aperfeiçoa mento da sucção; com isso se diminue a concentra ção de gases no ambiente, porém não se consegue pôr fim ao contacto dos fiandeiros com o banho, quando vão eméndar fios: seria preciso obter que êles não enxugassem o rosto com o antebraço, e sim com toa lhas colocadas próximas, e que seriam diversas das que usariam para enxugar, embora incompletamente, as luvas molhadas do baiího, evitando assim o res pingo dêste ao ser a mão levantada.
— Quanto às lesões das mãos dos fiandeiros, já dissemos que, havendo o, cuidado de não usar luvas furadas, nem mergulhar no banho as luvas inteiras — o que imerge também seu canhão — essas irrita ções não aparecem; já dissemos, mais de uma vez, que raramente as temos observado.
— Um pouco liiais freqüentes, porém não multo, são as dermatoses irritativas, de aspecto queratósico, devidas ao respingo do sulfureto líquido. Entretanto,
Como se vê, apesar de todos os pro^*essos feitos, tanto na parte da técnica da fabricaçao quanto na seleção e cuidado com o pessoal, ainda peKistem pontos fracos na indústria de viscose, encerrando r^cos para os que nela trabalham. E' evidente que nao se compara a importância atual do problema com aquela que êle encerrava nos tempos passados, com os processos primitivos de fabricação, e quando nao se sabia reconhecer prèviamente os indivíduos mais sen síveis ao tóxico, pai'a os afastar deêste.
Apesar de tudo isso, os riscos ainda sao reais, nao devem ser menosprezados, e em busca de sua corre ção temos ainda larga tarefa para execut^. Endereço do autor — Rua Xavier de Toledo, I4l S. Paulo.
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Provençâo de Addontea Mcdo-Junho de 1952 U
AS MÃOSíi
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÉDE: RIO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 91
edifício MAYAPAN X
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END. TELEG.: PREACI
TELEFONE 42-0928
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFÍCIO DO BANCO DO ESTADO
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TEL: 33-2257 - END. TELEG.: PREACI
DIRETORIA
Eng. ISMAEL COELHO DE SOUZA
Presidente
Eng. JOSE' M. FERNANDES — LO.Vi-
ce-Presidente
Eng. ALBERTO PIRES AMARANTE
2.® Vice-Presidenle-
Eng. DULCIDIO DE ALMEIDA PEREI
RA — 1.® Secretário
Eng. ADHEMAR DE CANINDE' JOBIM.
2.® Secretário
—
Eng. KERRIS AP-THOMAS — 1.® Te
soureiro
Sr. PEDRO THEBERGE — 2.® Tesou
reiro
Professor DECIO PARREIRAS — Dire
tor (repres. Ministério do Trabalho)
Eng. EUVALDO LODI — Diretor
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Professor DECIO PARREIRAS
Dr. FERNANDO TUDE DE SOUZA
Eng. GUIULHERME DA SILVEIRA
FILHO
Eng. PAULO ACIOLY DE SA*
Eng. PAULO CÉSAR MARTINS
Coronel ORLANDO DA FONSECA RAN
GEL SOBRINHO
Tnte. Cel. GERALDO DE MENEZES
CORTES
Eng. JOÃO CARLOS VITAL
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Eng. MARIANO J. M. FERRAZ
Eng. JOAQUIM DE FARIA GÓIS
Eng. ROBERTO MANGE
CONSELHO FISCAL Eíelivos
Dr. HELVEaO XAVIER LOPES
Dr. JAIR NEGRÃO DE
Dr. RODRIGO OTÁVIO
Dr. E. ZULFO MALMANN
Dr. IBSEN DE ROSSI
Eng. LUIZ DUMONT VILLARES
SECRETÁRIO EXECUTIVO Eng.
Proteção ão Trabalhador
A proteção ao trabalhador, pode se fazer por múltiplas formas, cada uma correspondente à face em que se encare o problema. Pôde ser feita em forma de assistência médico-social, e nesse caso os aspec* tos da saúde do operário e da sua família, de higiene, dé recreação, de instrução dos filhos, deverão ser cuidados.
Pôde ser feita sob forma de orientação profissional, indicando quais as atividades que se coadunam melhor com suas aptidões, evitando que se torne um inadaptado crônico em atividades para as quais não' tem inclinação.
Pôde ser feita ainda em medidas mais amplas, como a construção de casas de moradia higiênicas e baixo preço de custo ou de aluguel, onde o trabalhador refaça à noite e aos domingos os pulmões conta minados pelas poeiras da cidade e das fábricas. Essas são por assim dizer, medidas de "melhoria"; há outras porém que se referem a me didas de "conservação" e dentre elas destacam-se as de "PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DE DOENÇAS PROFISSIONAIS".
A mortalidade do proletariado é maior que a da classe média e rica. Além das condições, econômicas que não permitem a adoção de medidas tendentes à conservação da saúde, e que se iniciam com a higiene pre-natal, e se prolongam por toda a vida do operário, in fluem as condições de insalubridade das fábricas e oficinas e a ex posição aos riscos dos acidentes.
E' verdade que tanto o ambiente doméstico como o das vias públi cas são mais perigosos que os das fábricas. Principalmente no trânsi to, o acidente é muito mais freqüente e consome muito mais vidas e fornece muito mais mutilados que o ambiente fabril. Mas neste, a pro teção ao trabalhador deve ser mais apurada, porque os acidentes po dem ser muito mais controlados do que nos demais ambientes.
A Prevenção de Acidentes, bem como a de Moléstias Profissionais representa assim um papel importante na "PROTEÇÃO AO TRABA LHADOR".
VI Convenção dos Presidentes das Cipas
22 de Julho de 1952
A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PRE VENÇÃO DE ACIDENTES realizou com grande sucesso a sua VI CONVENÇÃO DOS PRESIDEN TES DAS CIPAS. A firma S/A INDUSTRIAS REUNIDAS F. MATARAZZO, foi a patrocinadora do certame e o organizou com tanto carinho, em pregando tanta íidalguia no recebimento e trato dos convencionais que deixou entre todos indelé vel e agradavel lembrança.
Demonstrando o apreço que verri merecendo do Governo de S. Paulo as questões trabalhistas, o Exmo. Sr. Secretário do- Trabalho, Dr. Cunha Lima, acedeu ao convite de ser o Presidente de Honra da CONVENÇÃO, a ela comparecendo, tomando parte nos debates e dirigindo aos con vencionais uma saudação que publicamos em outro local e que é uma verdadeira afirmação de principies de governo.
Esta Convenção foi assinalada por um fato significativo da importância crescente que vem adquirindo: a presença de convencionais da Ca-
pitai da República e do Estado do Rio de laneiro. Pela primeira vez tivemos o comparecimento de delegado de outras regiões que não o Estado de São Paulo.
De Santos, assinalamos a presença dos re presentantes da Cia. Docas de Santos e da Cia. Municipal de Transportes Coletivos da cidade praiana.
O Salõo Nobre de «A GAZETA» foi pequeno para conter os Presidentes das Cipas e os técnicos jque a indústria enviou.
Secundando o apoio do Sr. Secretário do Tra balho, o Dr. V/^aldomiro de Oliveira, diretor do Serviço de Higiene e Segurança do Trabalho e o Dr. Emilio Santiago, diretor da Secçâo de Se gurança e Higiene Ocupacional, emprestaram o prestigio da sua presença e da sua experiência, debatendo os temas programados e apresentando os pontos de vista da repartição especializada do Governo em Higiene e Segurança dp Trabalho.
A VI CONVENÇÃO foi presidida pelo Dr.
Prevenção de Acidenies — Julho-Agosfo de 1952 — 3
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José Matorazzo, Diretor das Indústrias Reunidas, e graças aos seu senso de direção de assembléia e' ao seu cavalheirismo, os debates decorreram em boa ordem e eficiência.
Formaram a Mesa os Srs.; José Alves Cunha Lima, DD. Secretário do Trabalho, Indústria e Comércio, do Estado de São Paulo e Presidente de Honra.
José Matarazzo, Diretor da S/A., Indústrias Reunidas F. Matarazzo e Presidente efetivo da VI CONVENÇÃO-.
Honor de Almeida Costa,, representante do Dr. José Pinheiro, Secretário executivo da A B P. A.
Dr. Waldomiro de Oliveira,^Diretor"do Serviço de Higiene e Segurança^o Trabalho e Vice Presidente do Conselho Estadual de Higienè e Segurança dó Trabalho.
Dr. Silvio Godoi Alcantara, representante do Senai.
Dr. Virgílio Costa curta. Diretor do Serviço Médico Social do Ç.I.S,. e representante.do Sr.Enio Lepage, Delegado Regional do Trabalho.
Da. Lavinia Cardoso de Vasconcelos, repre sentante da Cerâmica São Caetano e Diretora do Boletim da Associação Brasileira Para Preven ção de Acidentes.
Dr. Emilio Santiago, diretor da Seção de Segurança e Higiene Ocupacional.
Capitão Médico, Dr. Benedito Ignacio Borbcza, do Parque de Aeronáutica de São Paulo.
Dr. Armando de Virgiliis, representante do IDORT.
Dr. Daniel Brandão Reis, representante da General Electric S.A.
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Dr. Ivahy de Moura, representante do SESI.
Dr. Mario Dias da Costa representante da Diretoria do Serviço de Transito e do Conselho Estadual de Higiene e Segurança do Trabalho.
Aberta a sessão, o Eng, E. L. Berlinck, fez o relato das atividades da Comissão Organizadora da VI CONVENÇÃO e em seguida iniciaram-se a apresentação e os debates do tema. «Impor tância da Medicina na Prevenção de Acidentes».
A VI CONVENÇÃO DOS PRESIDENTES DAS CIPAS, destacou-se das demais pelo volume das comunicações e trabalhos apresentados ao ple nário, trabalhos de grande valor e que testemu nham o quanto a Prevenção de Acidentes está preocupando os meios industriais e profissionais.
Tendo entrado na pauta dos trabalhos o tema «IMPORTÂNCIA DA MEDICINA NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES», uma brilhante coorte de médi cos que labutam diariamente jujnto aos operários, em grandes organizações fabris, acorreu, pres tando valiosos depoimentos sobre a campanha que realizam no sentido de prevenir os acidentes e as moléstias, profissionais.
Devemos em primeiro lugar citar a tése do Dr. Costabile Comenale, médico-chefe das I.R.F. Matarazzo, que entre outros tópicos importantes, chamou a atenção sobre a influência do alcoolis mo nos acidentes de trabalho. Seguiram-se animados debates sobre o absenteismo provo cado pelos acidentes.
O segundo trabalho lido foi o "do-Dr. X^qrlos Comenale Júnior, médico encarregado do funcio namento das CIPAS das Indústrias Matarazzo e Presidente da Comissão Organizadora das CON VENÇÕES, intitulado «O PAPEL DO MÉDICO NAS CIPAS». Depois de discorrer sôbre o papel do médico nas CIPAS, que se estende à ação social, ultrapassando sua missão preventiva e curativa, tocou novamente o Dr. Carlos Comenale Júnior no alcoolismo, como fator degenerativo da saúde dos nossos operários e fator de acidentes. Entre outras proferiu as seguintes palavras que são profundamente impressionantes: «NolamoS/
Almoço no «Roof» de «A GAZETA» oíerecida aos Convencionais pela S/A.
I.R.F. Matarazzo.
por exemplo, a extrema raridade de armazéns ou empórios no Bairro do Braz, onde há uma abundância enorme dos taes botequins ou de pseudo-coníeitarias/ cujo balcão de bebidas ga rante o movimento da casa. A estação de bondes da C M T C na Avenida Celso Garcia, se en contra envolta por número muito maior de bote quins do que as nossas fábricas e quem sabe quantas vítimas já custaram os aperitivos dos seus funcionários. A Escola SENAI da R. Monsenlior de Andrade também possue um grande número de bares de ínfima ordem nas suas pro ximidades em flaganle desrespeito a dispo^tivqs legais que proíbem a venda de bebidas alcoó-, licas nas proximidades de estabelecimentos de ensino. Cremos que seria de grande oportunida de que se estudasse a possibilidade de uma lei que proibisse a sua presença nas proximidades de Estabelecimentos Industriais...»>
O representante do SENAI, Dr. Silvio Godoi Alcantara, confirmou a preocupação que a Dire toria da Escola «Roberto Simonsen», da R. Mon senhor de Andrada, tem em afastar os alunos dos botequins, proporcionando-lhes recreação e refrescos grátis nos intervalos das aulas, Comentando o trabalho do Dr. Carlos Co menale lunior falaram diversos, oradores, desta cando-se a comunicação feita pela representante da Cia. Petropolitana, situada, em Cascatinha Estado do Rio de Janeiro que tratou do processo educativo posto em prática por essa Cia. e das dificuldades para que sejam obedecidas as re gras de segurança. A campanha apesar dos entraves, tem surtido efeito, estando a Cia. Pe
tropolitana com um dos índices de freqüência mais baixos do Brasil.
A seguir o Dr. Martins Salgueiro da firma Matarazzo leu um interessante trabalho sôbre o papel da Medicina na prevenção das doenças profissionais, mostrando que desde a remota anti güidade ó assunto tem preocupado a humani dade. Focaliza a gigantesca figura de Bernardino Ramazzini, considerado o criador da Medicina do trabalho. Já no século XVII, Ramazzini «abor da problemas ainda hoje em dia em fóco e refe rentes á ventilaçõo. às temperaturas inadequadas, estabelece regras que visam prevenir a fadiga, criando pausas durante a jornada de trabalho, determinando mudanças de atitudes e posições..,»
Dr. Diogo Pupo Nogueira, médico da Cia. Brasileira de Linhas para Cozer, leu em seguida um valioso trabalho sôbre o papel do departa mento fabril médico na Prevenção de Acidentes. Uma das originalidades do seu trabalho é quouido chama a atenção sobre, a grande incidência de doença dos orgãos sensoriais, predominando os defeitos de visão (387o), entre as deficiências dos candidatos a emprego.
Tendo se exgotado os trabalhos sôbre a IMPORTÂNCIA DA MEDICINA NA PREVENÇÃÒ DOS ACIDENTES, passou a Sr. Presidente ao se gundo ponto do temário que se referia à PRE VENÇÃO DE EXPLOSÕES. O primeiro trabalho lido foi do Eng. Ernani Andrade Fonseca, da Faculdade de Higiene è Saúde Pública de São Paulo, sôbre a «ELETRICIDADE ESTÁTICA CO MO CAUSA DE EXPLOSÕES». O trabalho es tuda os pontos fundamentais em que a ele-
tricidade estática pode ser a causa de explosões, assunto exp>osto com grande clareza e muito mé todo. Depois de discutido o trabalho, teve a palavra o Sr. Antonio G. da Silva, da Cia. íTitro Química Brasileira, que dissertou sobre o tema «Explosões», íazendo um levantamento geral de todos os riscos que se verificam na Cia. em que trabalha, compreendendo a nitro celulose, o bisulfeto de carbono, o ater e o trinitro-tolueno, o mais poderoso explosivo que se conhece depois da bomba atômica, dando as regras de seguran ça aplicáveis a cada caso. O trabalho lido é de autoria dos Srs. Eng. Marcello Milliet Kiehl,. químico Saio Loebmann e Elio Fernandes Gonzales, tendo sido coordenado e apresentado pelo orador.
A seguir o Eng. Herrnan Rittner, da Firma Matarazzo, Departamento dá Agua Branca, apre sentou um trabalho de sua autoria, sobre EX PLOSÕES POR INFLUÊNCIA, que ocorrem em conseqüência de uma onda de choque, gerada por uma explosão primário. Muitas catástrofes se originaram pelo fato de uma explosão primária ter originada outra ou outras. O Eng. Rittner, apresentando outros.trabalhos do Departamento de Engenharia da Agua Branca das I.R.F.M., leu a seguir os seguintes: EXPLOSÕES EM CAL DEIRAS, RISCOS DE EXPLOSÕES e FATORES A CONSIDERAR NA PREVENÇÃO DE RISCOS IN DUSTRIAIS. São contribuições valiosas, que levaram o problema aos devidos termos, ao mes mo tempo que indicam as medidas preventivas.
Dessa forma, quer no campo da Medicina do"Trabalho, quer no plano da Engenharia de Segurança, a S.A. Insdústrias Reunidas F. Mata razzo, trouxe - numerosos e bem estudados tra balhos que demonstram como nessa concentração de indústrias, o problema da defesa do traba lhador é levado a sério.
Terminada a apresentação dos trabalhos técnicos, o Sr. Presidente poz em discussão as seguintes proposições:
«A VI CONVENÇÃO DOS PRESIDENTES DAS CIPAS sugere ao Exmo. Sr. Secretário dos Negó cios do Trabalho, Indústria e Comércio do Go verno do Estado de S. Paulo, para que seja estudada a orgcmizaçõo de uma Comissão que receba sugestões para a incrementação e orien tação dos serviços de assistência social nas' Indústrias, a fim de que ela venha de fato colimar as suas verdadeiras finalidades.» (assinada) Lavinia C, M. Vasconcelos.
A seguir é posta em discussão e aprovada unanimemente a proposição do Sr. Atilio Borini, da Usina Colombina Ltda., com emendas do Eng. Frederico Smolka, da Standard Oil e de Da. Lavinia C. M. Vasconselos, no sentido de ser proi bida a venda de bebidas alcoólicos nas imedia ções dos estabelecimentos fabris, e nos pontos terminais das linhas de transporte coletivo, e que sejam concedidos favores fiscais para os estabe lecimentos comerciais que nas proximidades das indústrias, vendam alimentos de alto valor nutri tivo ao mesmo tempo em que se comprometam a não vender bebidas alcoólicas.
Em seguida é lida e aprovada unâniraeinente a seguinte proposição do Sr. Luiz L. Jucá, da Standard Oil Co. of Brczil:
«Os Presidentes da CIPAS reunidos na VI CONVENÇÃO, na Capital do Estado de S. Paulo, sugerem e recomendam ao Ministério do Traba lho, Indústria e Comércio que dtermine aos Insti tutos e Caixas de Aposentadorias e Pensões as seguintes providências:
a) Exigência de exame roentgen-fotográfico a todos os seus assoc.ados;
b)
c)
Exigência aos associados do exame roentgen fotográfico para todos os seus beneficiários;
Visitas domiciliares a fim de ser executa do um serviço de medicina preventiva e de assistência social' ao segurado e aos seus beneficiários.
Julgam os convencionais que com a obriga toriedade e continuidade desses serviços, o quantum que vem sendo aplicado pelos Institutos e Caixas de Aposentadorias nos itens «Pensões» e «Auxílio Enfermidade seria grandemente reduzi do, com real proveito para a coletivadade breí^-.. sileira, pois que o que é gasto atualmente em auxílios enfermidades por tuberculose e outras moléstias, baixaria, em futuro proximo ao índice compensador.
Depois da aprovação dessa moção, foi posta em votação e aprovada a seguinte, que foi as sinada pelos Srs. Emilio Santiago de Oliveira, Carlos Comenale, Diogo Pupo Nogueira e Luiz L. Jucá.
«A IV Convenção dos Presidentes,das CIPAS considerando a importância do papel do serviço médico organizado dentro do estabelecimento de trabalho na prevenção dos acidentes no tra balho — acidente aqui considerado na conceituação brasileira sôbre o assunto que sob essa expressão eníeixa o acidente agudo e a moléstia profissional.•
Recomenda a todos os estdbelecimentos in dustriais do -Estado:
Criação e organização do Serviço Medico Autorizado a emitir e revalidar certificados de i^aúde e capacidade funcional, a fim de que, por esta forma, ésses serviços médicos adquiram o sentido de unidade necessários ao combate cto acidente.
Sala de Reuniões, 25 de Julho de 1952.
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Emilio Santiago de Oliveira — Médico chefe da Secção de Medicina Ocupacional do S.H.S.P.
Dr. Carlos Comenale Júnior — Médico das I.R.F, Matarazzo
Dr. Diogo Pupo Nogueira — Diretor Clínico da Cia. Brasileira de Linhas para Coser
Luiz L. Jucá — Assistente do Pessoal da Standard Oil Co. of Brazil».
O Eng. Armando de Virgillis, no louvável intuito de sistematizar os trabalhos dcts Conven ções, apresentou como representante do IDORT uma moção no sentido, de serem regulamentadas as discussões, que deverão se fazer, em essência, • sôbre conclusões dos trabalhos. A Convenção reconhecendo a procedência da sugestão, resol veu enviar a proposta do Eng. de Virgiliis para estudo da Comissão organizadora das Conven ções.
O assunto do material de proteção que não pode ser importado em virtude de dificuldades opostas pela CEXIM como tem acontecido nas outras Convenções, veio a tona sendo ampla mente discutido. Sôbre o caso o Exmo. Sr. Se cretário do Trabalho comunicou que sua Secre taria já tinha dado passos nesse sentido junto à CEXIM. O Dr. Daniel Brandão, da General Electric do Rio, comunicou que também a Associação Brasileira õp Medicina do Trabalho já se dirigiu às autoridades federais no sentido de ser facili tado a importação do material que não é fabri cado no país.
Antes do encerramento o Secretário do Tra balho pronunciou uma oração, saudando os con vencionais e demonstrando o interesse que a Secretaria do Trabalho tem por essas CONVEN ÇÕES, promovidas pela Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes. Mostrou quais as medidas efetivas que o Governo,do Estado, sob a direção do Governador Lucas Nogueira Garcez, tem tomado em pról da proteção dos trabalha dores.
Conclue comunicando à Casa que a próxima - CONVENÇÃO, a sétima, será patrocinada pela Secretaria do Trabalho que tudo fará para nõo desmerecer o brilho que vem tendo esses cer tames.
Nada mais havendo o tratar, o Sr. Presidente, Dr, José Matarazzo declarou encerrada a VI CONVENÇÃO DOS PRESIDENTES DAS CIPAS.
Após a CONVENÇÃO, a iirma Matarazzo ofereceu aos convencionais, no restaurante do «Roof» da GAZETA, um magnífico e cordeal al moço. seguido de uma visita à moderna fiação LÍDIA, situada na Via Anchieta, onde os visitan tes puderam apreciar o funcionamento dos mais moedrnos maquinismos de fiação que existem no Brasil e ao mesmo tempo as medidas de Preven ção de Acidentes que aí são aplicadas. Tanto a ida como o regresso se fez- em ônibus especiais postos à disposição pela I.R.F.M.
Exibição de Filroes sôbre Prevenção de Acidentes. 6 -- Prevenção de Acidenles — Julho-Agosto de 1952Discurso pronanciado pelo Excelentissimo Senhor Secretário do Trabalho Indústria e (]oniércío
DOUTOR JOSÉ CUNHA LIMAPor ocasiôo da VI CONVENÇÃO DOS PRESIDEN
TES DAS C.I.P.A.S — Realizada no Salão Nobre ge «A pm
}
de Acidentes, cujo representante em nosso Esta do, o Engenheiro Eudoro Berlinck •— nome digno de nossa admiração e do noso reconhecimento por todo os títulos — não tem poupado forças no sentido de lazer com que o operário paulista !3e boneíicie das medidas tendentes a çjarantir a segurança no trabalho.
PARE!PENSE!
Sua casa é o lugar mais perigosu du mundo!
Srs. Convencionais. Já se falou muito nesta brilhants rêuniâo, mas a mim m© parece que o Secretário do TrabalhOs deve dizer ajguma coia, inclusive que pretende, desde que seja pos-
mais de 100 empregados, da segurança do seu pessoal, como, ainda, no determinar que em sua. composição fossem chamados a colaborar os re presentantes dqp próprios trabalhadores. sív©l, dêníro das diíleuldadas d@eorr@nt0§ da administração pública, qué a própria Secretaria do Trabalho seja a patrocinadora da próxima ConVênçâo daâ C.LF.A.§. (Muiio Bem! Palmos pro longadas!)
Senhores, Seníiu-ae o titular da pasta do Trabalho,"indústria e Comércio sumamente des vanecido 0 honrado em comparecer a mais uma Convenção dos Presidentes das Comissões In ternas de Prevenção de Acidentes, a Sexta que se realiza. Sua presença serve para demonstrar e testemunhar, de fôrma iniludível, o real inte resse com que o Governo do Estado de São Paulo, diretamente ou por intermédio de sua Secretaria especializada, acompanha o grande esforço dos componentes desses órgãos, no sen tido dêles alcançarem seus importantes obje-' tivos.
Aproveitou q Secretário do Trabalho, ainda, assim fazendo, a oportunidade para aprender, neste agradável convívio com engenheiros, mé dicos e técnicos, as lições decorrentes de suas experiências e de suas observações, no que se relaciona com a Segurança do Trabalhador. Fi cará, desta fôrma, mais habilitado a executar e fazer executar a política social do eminente Pro fessor Lucas Nogueira Garcez, o cidadão que vem, com notável senso administrativo, condu-. zindo os destinos de nossa terra. (Palmos).
Comparecendo à Reuniõo e ouvindo seus ilustres participantes, presta também o Secretá rio do Trabalho uma homenagem aos integran tes das Comissões Internas de Prevenção de Aci dentes, quer estejam presentes ou nõo, sua ho menagem pelo espirito público com que desem penham no anonimato, suas delicadas e impor tantes tarefas.
NÕO considero demasiado afirmar, mais uma vez, o quanto ando,u acertado e o quanto foi fe liz o redator da Lei de Acidentes do Trabalho no prever a existência de ura órgão que cuidas9©, nos locais de trqbalho, nas emprêsas com
Demonstrou o legislador o rGconhecimento olicial e público de que nossos trabalhadores já çheggrqm q \m grgii çje deaenvolvjuieníõ qu0 nos permito considerá-los em condições de as sumir parte das responsabilidades outorgadas às Comissões Internas de Prevenção de Aciden tes, ou seja, as de, continuada é permanentejnente, velar pela segurança de seus companhei ros, impedindo, com força e inteligência, que q dor 0 o luto invadam'seus lares, roubando ho ras de trabalho ou a
Na verdade, ninguém mais do que os traba.Ihadores está em condições de conhecer os varia-dos e múltiplos aspectos desse problema, cuja so lução tanto lhes interessa e, portanto, habilitados a enfrentá-los com galhardia, para o fim de co gitar e pôr em prática soluções apropriadas, vi sando obter a segurança coletiva e individual no plano mais eficiente.
É bem verdade que alguns empregadores ou alguns empregados, ainda alheios à importân cia das medidas que podem ser recomendadas pelas C.I.P.A.S, ou desconhecendo g magnitude do problema, olham com desconfiança para êsses organismos, nos seus primeiros tempos de funcionamento. A imcompreensão das altas fi nalidades dqs Comissões Internas de Prevenção de Acidentes, e do muito que elas podem fazer pelos trabalhadores, não deve constituir obstá culo a que prossigam nas suas tarefas. Em tais casos, cujo número provavelmente é reduzido, será dupla a vitória de seus integrantes, quando ganharem a confiança dos empregados e os aplausos dos empregadores. Vencendo as cir cunstâncias adversas, através também da edu cação de empregador e empregado, os membros das C.I.P.A.S sentir-se-ão duplamente recompen sados pelo esforço despendido, porque não .se deixaram dominar pelo desânirno.
São Paulo, com a realização desta Sexta Convenção das C.I.P.A.S ficará a dever mais es te serviço à Associação Brasileira de Prevenção
Realmente, reunidos em conclave como ôste, podem os elementos das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes trocqr ®ptf© Pp resul tados de experiências e observações que, adap tados ao meio e ao ambiente peculiar a cada empresa, posibilitará a adoção de providências consenlaneas com suas atribuições, a lim de que as medidas se tornem mais eficiente e mais pro veitosas.
O positivo interesso do Governo^ do Estado de São Paulo pela segurança e higiene do tramanutençõo de um órçjão permanente, destina do a incumbir-se do assunto — o Serviço de Higiêne 0 Segurança do Trabalho, dirigido elicientemente pelo Dr, Waldomiro de Oliveira, cuja dedicação é secundada por uma brilhante equi pe de médicos e engenheiros especializados.
O respeito que o Professor Lucas Nogueira Garcez vota às entidades privadas que se preo cupam com tais problemas, esta inequivocamen te consignado no decreto que criou o Conselho Estadual de Higiêne e Segurança do^ Trabalho, incluindo-as em seu plenário — plenário que é ura campo comum, onde órgãos públicos e pri vados, de mãos dadas, podem estabelecer pla nos tendentes a reduzir a um mínimo residual, os acidentes e as moléstias profissionais.
O Serviço de Higiêne e Segurança do Tra balho não se tem descuidado de verificar o cum primento do sábio dispositivo da Lei de Aciden-. tes do Trabalho aqui localizado, e vem insistin do junto aes empregadores sobre a necessidade da constituição das Comissões Internas de Pre venção de Acidentes. Não o faz apenas porque consta da Lei; faz conscientemente, porque está profundamente convencido, pelo trato quotidiano do problema, que a colaboração das C.I.P.A.S na redução dos índices de acidentes tem sido subs tancial, e merecem, por isso, da parte da Secre taria do Trabalho, Indústria e Comércio seu de cidido apoio.
Para confirmar êsse decidido apoio do Govêrno, é que aqui compareceu o seu Secretário do Trabalho, augurando, a todos os participanlea deste brilhante conclave, os votos do Gover nador Lucas Nogueira Garcez e-cs seus próprios, no sentido de que todas as recomendações aqui feitas sejam plenamente satisfatórias e surtam o desejado efeito. (Muito Bem! Muito Bem! Pal mas prolongadas).
Um machucado, uma queimadura, aparentemente sem importância, podem se transformar em grave infecção - se nlo forem cuidados,a tempo. Estará o seu armário de medicamentos equipado para tais emergências? Lembre-se de que, quando acontece o acidente, pode ser muito tarde para pi'ovidenciar. Hoje mesmo, ogora, verifique os curativos que sua casa deve ter. E, antes de comprar, verifique se êles trazem a marca de qualidade - Johnson & Johnson.
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VI.a Convenção dos Presidenles das CiF
Presidente de Honra: Dr. José Alves Cnnha Lima, D. D. Secretário do Trabalho. — l'rcsÍdtMite: Dr. José Mataiazzo
FIRMA
Anderson Clayton & Cia. Ltda.
Andcrson Clayton & Cia. Ltda.
Anderson Clayton & Cia. Ltda.
Ander.son Clayton & Cia. Ltda,
Armco Industrial e Comercial S/A.
As.sociação Brasileira p/Prevenção dc Acidentes — São Paulo
Associação Brasileira p/Prevenção de Acidentes — Rio de Janeiro
X \
X_ Atiante S/A.
Byington & Cia.
Cerâmica São Caetano S/A.
Cerâmica São Caetano S/A.
Cerâmica São Caetano S/A.
Chicle Adams Ltda.
Cia. Antártica Paulista - "x..
Cia. Brás. de Linhas para Coser
Cia. Bras. Material Ferroviário '
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Cia. Bras. Material Ferroviário
Cia. Cervejaria Bralima
Cia. Etocas de Santos
Cia. Docas de Santos
Cia. Goodyear do Brasil
Cia, Goodyear do Brasil
Cia. Goodyear do Brasil
Cia. Castellõcs
Cia, Castellõcs
Cia. MelhoramentQ^s de São Paulo
Cia. Nitro-Quimica Brasileira
Cia. Nitro-QuImica Brasileira
Cia. Petropolitana
Cia. Prada Ind. & Com.
Cia. Química Rhodia Brasileira
Cia, Química Rhodia Brasileira
Cia. Química Rhodia Brasileira
Cia. Química Rhodia Brasileira
Cia. Manufatora Fluminense dc Tecidos
Cotoniflcio Rodolfo Crespi
Conselho Estadual do Higiene o Segurança do Trabalho
Distribuidora de Aut. STUDEBAKER S/A.
Distribuidora de Aut. STUDEBAKER S/A.
Elevadores Atlas S/A.
Elevadores Atlas S/A.
Estrada de Perro Sorocabana
Fábrica Aliança de Artefatos de Metais
Fábrica Aliança de Artefatos de Metais
Fábrica Aliança de Artefatos de Metais
Faculdade de Higiene de São Paulo
Ford Motor Co. Exp. Inc.
Frigorífico Armour do Brasil S/A.
Frigorífico Armour do Brasil S/A.
Frigorífico Armour do Brasil S/A.
Frigorífico Wilson do Brasil S/A.
Fundição Progre.sso S/A.
General Eleoiric S/A, General Motors do Brasil
Industrias Alimentícias Carlos Britlo
Indústria de Chapéus Dante Ramenzoni S/A.
Indústria de Chapéus Dantc Ramenzoni S/A.
REPRESENTANTES
lívllun Albrecht
Tesoro Ranzieri
SiTgio Delion
Flavin Rego Emitas Toledo
T]ii'oi>horo P. Castro
Eng. Eucioro Lincoln Berlinck
Honor do Alnioiclu Co.sta
Ejiliigonio Matos Pena
Athayde do Araújo
Wilson Américo Vieira
Lavinia C. M. Va.'!concelIo.s
FoHcinno da Costa Cirno
Naiicy Varga.s
Hoei de Toledo Piza
Dr. Gualter Godinlio
Dr. Diogo Pupo Nogueira
Albertino. Souza Oliva
Ncniesio Nicoliiü
Ai-thur Kovaleski
Améi-ico F.oiTe ra
Antonío G. Barbuccna"^
Lino Baldini Ferrari
Carlos S'evcrgnini
Ne.stor "Proenca Antunes
Paulo Pinto
Noé Siqueira Bueno
Oziride Fornazari
Antonlo Gonçalves da Silva
Saio Loebman
Mario Gravola
Wil.son Batti.ston Coletta
Dr. Joaquim S. Thiago
Joan Bourée
Piorre Bonnin''
Fernando Palazzi
Eneas Fernandes Pires
Dr. João Teodoro Manzoli
Dr, Mario Dias Costa
Ricardo Coutinho Galvâo
Giacomo Mastcna
Lygia Ferraz
Ro.sario Mediei de Felice
■Dr. Júlio Gonçalves Salvador
Paschoal Bocci
Paulo Toledo de Abreu
Natalo Zuppo
Ernani A. Fonseca
Dl-, Rubens Campos Netío
Paulo Alvos Godoy
Jóão de Oliveira
Dr. Ângelo Pereira de Queiroz
Themlatocles Borges Pavão
Milton Ayres
Dr. Dunicl Luiz Eraiidão Rela
Mauriclo Simão
José Leopoldlno Silva
Ângelo Monteggla
Elvlo Marcolpngo
Ind. Bras. de Embàlagem S/A.
FIRMA
Ind. Pneumáticos Firestone S/A.
Ind. Pneumáticos Firestone S/A.
Ind. Pneumáticos Firestone S/A.
Ind. Químicas «Duperial» S/A.
Ind. Químicas «Duperial» S/A.
Ind. Semerano & Cia, Ltda.
Ind. de Tapetes Atlantida S/A.
Inst. Organização Racional do Trabalho
Lanificio Anglo-Brasileiro
Manufatura Brasileira de Luvas
Mesbla S/A.
Metalúrgica La Fonte S/A.
Mueller & Cia. Ltda.
Mueller & Cia. Ltda.
Nadir Figueiredo Ind. & Com. S/A.
Nadir Figueiredo Ind. & Com, S/A.
Nadir Figueiredo Ind. & Com. S/A.
Plásticos Plavinil S/A.
Parque da Aeronáutica de S. Paulo
Parque da Aeronáutica de S. Pauló
Produtos Elétricos Brasileiros
Protlm Comissões Ltda.
Refinações de Milho Brasil
Refinações de Milho Brasil
Refinações de Milho Brasil
S/A. Industrias Reunidas F. Matarazzo
3/A. Industrias Reunidas F. Matarazzo
S/A. Industrias Reunidas F. Matarazzo
S/A. Industrias Reunidas F. Matarazzo
S/A. Industrias Reunidas F. Matarazzo
S/A. Industrias Reunidas F. Matarazzo
S/A. Industrias Reunidas F. Matarazzo
S/A. Industrias Reunidas F. Matarazzo
S/A. Industrias Reunidas F. Matarazzo
S/A. Industrias Reunidas F. Matarazzo
S/A. Industrias Reunidas F. Matarazzo
S/A. Phllips do Brasil
-S/A. White Martins
S/A. .White Martins
S/A, F, T, Santa Cellna
S/A, F. T, Santa Celina
Secretaria do Trabalho Indústria e Comércio — Secretário
Serviço de Higiene e Segurança do Trabalho
Serviço de Higiene e Segurança do Trabalho
Serviço de Higiene e Segurança do Trabalho
Serviço de Higiene e Segurança do Trabalho
Scrv. Municipal Trasp. Coletivos — Santos
S.E.N.A.I.
S.E.S.I.
Shell-Mex do Brazil Ltda.
Shell-Mex do Brazil Ltda.
Sindicado das Emprezas de Seg. Privados
Standard Oil Co. of Brazil
Standard Oil Co, of Brazil
Standard OU Co. of Brazil
Standard 011 Co, of Brazil
Standard Oil Co. of Brazil
Standard OU Co. of BrazU
Usina Colombina Ltda, Usina Colombina Ltda,
REPRESENTANTES
Josef Jacub Sobelman
Carlos Eduardo Müller
Sebastião Chaves
R. H. Abbott
N. G. Campbell
F. H. Hodgkiss
O. Pitsil
Antonio La Selva
Eng. Armando de VirgUUs
Armando Isidoro Lopes
Mario Tassini
W. Gouveia
João Verdier
Armando L. Carvalho
Leticia Brandão de Carvalho
Alcina Aparecida Harrym
Moisés Rossl
Eng. Luiz Duprat Figueiredo
João Teodoro Manzoli
Capitão Dr. Benedito I. Barbosa
2,0 Ten. Eng. Álvaro de Castro
Antonio Russo
Ângelo F. Gassignato
D. W. Alder
João Kaspars
Desiderlo F. Mendonça
Dr. José Matarazzo
Dr. Carlos Comenale Júnior
Dr. Jalles Martins Salgueiro Jr, Eng. Américo Schiff
Dr. Demetrio Garzia
Sr. Felix-Dubois-Kõhne
Herman Rithner
Samuel Zaidler
Vicente Sammartino
Carmino Urcioll
José Sebertin
Annibal Bonfim
Ibe de Araújo
Nestor Barreiro
Nelson Morl
An,i3 Sotto
Dr. Alves Cunha Lima
Dr. Waldomiro de Oliveira
Dr. Emiiio Santiago
Eng. Celso Vila Nova
Dr. Virgílio Costacurta
Edgard Ferraz Navarro
Dr. Sylvlo Godoy Alcantara
Dr. Ivahy de Moura
Carlos Pezzini
E, R. Sette
Adalberto Corinaldl
Dr. Hugo Barbierl
Dr. J. A. Junqueira
Eng. Frederico Smolka
Nilson Goulart
Luiz J. Jucá
Acyr Carvalho Girâo
Abílio Borin
Waldemar Amaral Silveira
COEFICIENTE DE FREQÜÊNCIA . DE ACIDENTES DO TRABALHO I NÚMERO DE ACIDENTES POR MILHÃO I DE HOMEM-HORAS TRABALHADAS
Resultados da Campanha de Prevenção de Acidentes, nas EMPRESAS -ELÉTRICAS BRASILEIRAS
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i
Prevenção
de icidentes na Fábrica Mazda
da General Eiectric S. A.
ASSOCIAÇAO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÉDE: RIO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO. 91
EDIFiaO MAYAPAN \
11* ANDAR — SALAS 1118/9\
ÉND. TELEG.: PREACI
TELEFONE 42-0928
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFiaO DO BANCO DO ESTADO
R. JOÃO BRICOIA, 24 - 24° AND.
TEL.: 33-2257 - END. TELEG.: PREACI
N.® 5 ANO X SETEMBRO-OUTUBRO DE 1952
LAVINIA CARDOSO VASCONCELOS — Diretora
Více-Díretores Secretário NEMESIO NICOLINI e A. G. DA SILVA E. L. BERLINCK DIRETORIA
Eng. ISMAEL COELHO DE SOUZA
Presidente
Eng. JOSE' M. FERNANDES — 1.® Vice-Presidente
Eng. ALBERTO PIRES AMARANTE
2.® Vice-Presidente
Eng. DULaDIO DE ALMEIDA PEREItJ A ^ O
Eng. ADHEMAR DE CANINDE' JOBIM
__ O O VTfk
Eng. KERRIS AP-THOMAS — 1.® Te soureiro
Sr. PEDRO THEBERGE 2.® Tesou-
Professor DEQO PARREIRAS — Dire tor (repres. Ministério do Trabalho)
Eng. EUVALDO LODI — Diretor'
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Professor DECIO PARREIRAS
Dr. FERNANDO TUDE DE SOUZA
Eng. GUIULHERME DA SILVEIRA FILHO
Eng. PAULO ACIOLY DE SA'
Eng. PAULO CÉSAR MARTINS
Coronel ORLANDO DA FONSECA RAN
GEL SOBRINHO
Tnle. Cel. GERALDO DE MENEZES CORTES
Eng. JOÃO CARLOS VITAL
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Eng. MARIANO J. M. FERRAZ
Eng. JOAQUIM DE FARIA GÓIS
Eng. ROBERTO MANGÉ
CONSELHO FISCAL Efetivos
Dr. HELVECIO XAVIER LOPES
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA"
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Suplentes
Dr. E. ZULFO MALMANN
Dr. IBSEN DE ROSSI
Eng. LUIZ DUMONT VILLARES
SECRETARIO EXECUTIVO
Eng. JOSE' S. A. PINHEIRO
O acúmulo de matéria para a publicação no nosso "BOLETIM" não nos permitiu nêsle número dar a noticia que merece a realização do II CONGRESSO AMERICANO DE MEDICINA DO TRABALHO, -reali zado em Setembro, no Rio de Janeiro. Não queremos, entretanto, pas sar sem transmitir aos nossos leitores a profunda impressão que nos causou a reunião de mais de 450 congressistas, médicos, engenheiros, militares, assistentes sociais e técnicos de segurança e higiene do tra' balho, de todos os países da América, todos empenhados em discutir e esclarecer os problemas que interessam intimamente à proteção do trabalhador, no que se refere à sua saúde física, mental e moral, ao mesmo tempo em que procuravam traçar rumos para serem seguidos pelas nações americanas, afim de elevar o nível dos que constróem a grandeza deste continente.
O certame do Rio de Janeiro caracterizou-se por um imenso labor dos congressistas, ocupados desde 8 horas da manhã até altas horas da noite nessa benemérita tarefa.
Como não poderia deixar de ser, a PREVENÇÃO DE ACIDENTES foi objeto de uma das Secções do Congresso, e numerosos trabalhos fo ram apresentados pela Delegação Brasileira, que brilhou, aliás, em to dos os demais setores. O Governo do Estado de São Paulo enviou tam bém uma numerosa representação, que contou com quatro membros do Conselho Estadual de Higiene e Segurança do Trabalho. ' A nossa ASSOCIAÇÃO, organizou um interessantíssimo STAND em que figuV ravam nossas publicações e gráficos'demonstrativos da eficiência das íampanhas que temos empreendido em várias fábricas para a baixa do número e da gravidade dos acidentes.
Como observação de ordem geral, lemos a notar que os brasilei! ros desconhecem o que se está fazendo na nossa própria terra, e que se torna necessário maior intercâmbio entre as organizações que se dedicam à Prevenção de Acidentes. Por xmplo, em São Paulo se des conhece trabalhos notáveis, como o do Instituto dos Marítimos, e no Rio de Janeiro havia um desconhecimento quase completo do que se está realizando atualmente em São Paulo. Não seria o caso dos bra. Sileixos procurarem se conhecer melhor e coordenar seus esforços? Foi nêsse sentido que o Secretário do Trabalho do Estado de São Paulo, apresentou tese que foi aprovada, sugerindo a criação de órgãos coor denadores regionais, ligados a uma entidade máxima de ordem nacio nal, tomando por base o que já foi feito em São Paulo, com a criação do Conselho Estadual de Higiene e Segurança do Trabalho.
Êsse esquema pode se aplicar a qualquer pais americano.
De qualquer forma, ou por meio de criação de órgãos coordenado res ou por meio de Congressos Nacionais, é preciso que haja maior intercâmbio entre as entidades que tratam da proteção integral do trabalhador.
A Fábrica Mazda organizou a sua Campa nha de Segurança em 1935 e vem mantendo através dos anos com regularidade e eficiência, obtendo os melhores e mais promissores resul tados.
Em setembro de 1950 a Gerência Geral do-Fábrica, resolveu dar maior amplitude a êsse movimento e creou o SERVIÇO DE. PROTEÇÃO DE ACIDENTES .contratando para dirigí-lo um médico diplomado em higiene industrial.
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Com esta iniciativa a Fábrica Mazda foi uma das primeiras, senão a primeira empresa industriabdo Brasil, a ter a seu serviço, um profissio nal especializado, para cuidar exclusivamente dos assuntos "atinentes a higiene industrial e segurança do trabalho.
O Serviço de Prevenção de Acidentes fun ciona em colaboração com o-CONSELHO EXE CUTIVO DE SEGURANÇA constituído pelo Ge rente Geral da Fábrica, pelos Gerentes dos De partamentos, Chefes do Serviço Médico,, de Pre venção de Acidentes e de Propaganda. Reunese regularmente uma vez por mês para discutir assuntos de interesse, receber sugestões, dar di retrizes 0 propor medidas que se tornem neces sárias à melhoria das condições de segurança dos diferentes setores de trabalho da Fábrica.
Igualmente cooperam com o Serviço de Pre venção de Acidentes as Comissões de Segurança cuja organização nas empresas com mais de 100 empregados é, no Brasil, uma obrigação de lei (Decreto lei n.° 7.036 de 10 de novembro de 1944, art. 82).
Nêste particular ainda a Fábrica antecipouse à lei, pois, desde 1936, já possuia a sua Co missão de Segurança, funcionando regular e eficientemente.
Os membros das Comissões de Segurança são escolhidos entre os empregados e têm man dato de um ano, findo o qual são substituídos, em todo ou em parte, para permitir que outros dela também participem, concorrendo com o seu esforço e a sua experiência para o sucesso da Campanha.
Dr. D. L. BRANDÃOREIS (Chefe do Serviço)
As Comissões reunem-se também mensal mente e de cada reunião é feita uma ata da quól são retiradas cópias para serem enviadas ao Gerente Geral e demais interessados. Bons serviços têm realizado as Comissões de Segurança. Da sua ação interessada e entusiásticà muito depende os resultados que se possam obter nas campanhas de prevenção de acidentes. Os delegados de segurança são elementos participantes da Campanha de Segurança e de ligação entre a Gerência dos Departamentos e o Chefe do Serviço de Prevenção de Acidentes, geralmente escolhidos entre os membros das Co missões de Segurança. A sua ação educativa, conselheira e fiscalizadora em matéria de segu rança, exercida junto aos seus companheiros e o perfeito conhecimento dos serviços do depar tamento onde trabalham, muito auxiliam a reso lução dos inúmeros problemas que, a cada passo, se apresentam.
Compreendendo o valor de uma proteção - adequada do operário na indústria, a Fábrica Mazda vem cuidando com todo interesse de for necer aos seus empregados os equipamentos de segurança de que necessitaín. O Serviço de Pre venção de Acidentes procura aconselhar a aqui sição de equipamentos de boa qualidade e que ofereçam o máximo de durabilidade e conforto com as características exigidas pelos códigos in ternacionais de segurança.
Entretanto, lutamos no Brasil com uma certa dificuldade pqra conseguir que os operários usem tais equipamentos, tornando-se muitas vezes di fícil convencê-los das suas vantagens e neces sidade.
A legislação brasileira que dá aos empre gadores a obrigação de fornecer aos seus empre gados os equipamentos destinados à sua prote ção (art. 188 dó Decreto lei n.° 5.452 de 1° de maio de 1943) e a máxima higiene e segurança no trabalho (art. 77 do Decreto lei n.° 7.036 de 10 de novembro de 1944), também dá aos empre gados a obrigação de cumprir rigorosamente as «ordens de serviço» sobre prevenção de aciden-
tes expedidas peios empregadores (art, 79 do Decreto-lei n.° 7.036 citado) e de usar os referidos equipamentos (art. 18,8 dec. cit.) sendo a recusa do empregado em fazê-lo considerada como in subordinação (art. 79 § 1.° do dec. lei citado) e, como tal, passível das penalidades da lei.
A inclusão deste dispositivo na legislação tornou-se necessária porque não tinham os em pregadores um meio de compelir os 'seus empre gados a fazer uso dos equipamentos de' seguran ça que, por força de lei, eram obrigados a for necer-lhes.
Em vez porém da aplicação pura e simples do texto legal prefere o Serviço de Prevenção de Acidentes conseguir a cooperação espontânea dos empregados, procurando educá-los no sen tido de que compreendaniNos objetivos da Cam panha de Segurança, organizada em seu bene ficio e cumprir as «ordens de serviço», as regras e regulamentos de prevenção dos infortúnios profissionais.
Com esse objetivo foram instituídas as en trevistas de segurança às quais comparecem os candidatos a emprêgo antes de ingressarem na Fábrica, não podendo iniciar o sèrviço sem que do seu cartão de contrato de trabalho conste o ■VISTO do Serviço de Prevenção de Acidentes.
Ahi recebem "instruções e. conselhos sobre prevenção de acidentes e travam "conhecimento com o equipamento de proteção que deverá uti lizar, quando em serviço.
É'esta uma nova prática inaugurada recen temente em benefício da segurança e que vem dando bons resultados.
Ao lado da proteção do homem cuida-se também da proteção das máquinas e partes mó veis das máquinas capazes de produzirem aci dentes. Esta proteção faz-se por meio de guar das eficientes e bem construídas, recebendo os empregados recomendações especiais sobre a razão da sua utilização, não sendo permitido operá-las sem que as suas guardas estejam nos respectivos lugares.
De cada acidente, seja leve ou de natureza grave, é feito um relatório contendo dados ne cessários ao perfeito conhecimento ocorrência, suas causas e circunstâncias. Nos casos de maior gravidade é procedido inquérito a fim de orientar as provedências para evitar a repetição do aci dente.
Outro serviço de real utilidade, organizado recentemente, é o ficbário de acidentados. Em uma ficha são anotados, á medida que vão se sucedendo, todos os acidentes sofridos pelos em pregados, desde o seu ingresso na Fábrica. Os operários que acusam acidentes repetidos (accident prone), sem uma causa que os justifique, são chamados ao Serviço de Prevenção de Aci dentes para serem apuradas devidamente as suas razões.
Em caso de necessidade são enviados a novo exame de saúde, procedendo-se à inspeção
na secção onde trabalham ou serviço que exe cutam. Não sendo encontrada nenhuma justifi cativa para o fato, o empregado é advertido de que se prosseguir indiferente às recomendações, desatento ao trabalho e desinteressado pela cam panha de segurança, não poderá continaur a. serviço da Fábrica.
Para estimular o interêsse dos empregados foi instituído o Concurso de Segurança, realizado anualmente e disputado pelos departamentos de produção. Mensalmente são contados os pontos conseguidos {feios concorrentes sendo vencedor aquele que, no fim do ano, tiver obtido maior número de pontos. Influem na contagem de pon tos os coeficientes de freqüência e gravidades obtidos pelos departamentos, em cada mês.
Ao pessoal do departamento vencedor é pro porcionada uma interessante festa para come morar o feito, recebendo o seu gerente uma rica taça pelos esforços realizados em favor da pre venção de acidentes. É a tradicional FESTA DA SEGURANÇA que anualmente se realiza na Fá brica Mazda.
A propaganda gráfica da Campanha de Se gurança é feita através de cartazes originais de senhados pelos próprios empregados, adaptados, .de revistas ou publicados por associações estran geiras.
Cada departamento possue um certo número de quadros-vitrines destinados à colocação de cartazes, avisos e demais propagandas reldlivas a segurança, distribuídos pelos locais de trabalho, nas alamedas da Fábrica e nos pontos mais fre qüentados e de maior permanência de empre gados. Quinzenalmente os cartazes são renova dos. Uma comissão de Propaganda contra Acil dentes encarrega-se dêsse mister.
Os empregados que ingressam na Fábrica recebem um exemplar das Regras de Segurança, contendo advertências e conselhos que devem ser lidos, aprendidos e praticados no serviço, pa ra prevenir os acidentes de trabalho.
A divulgação dos programas, o desenrolar da Campanha e a estatística de acidentes são, mês a mês, publicados no Boletim Mazda, que é o órgão de publicidade da Fábrica feito no inte rêsse da. segurança de seus empregados. Através de suas páginas desenvolve intensa campanha educativa de prevenção de acidentes ao mesmo tempo que serve para manter o espírito de ca maradagem entre empregados, noticiando fatos da vida social e assuntos de interêsse de comu nidade Mazda.
O Boletim Mazda é distribuído mensalmente a todos os empregados.
Como se vê, a Fábrica utiliza todos os meios de propaganda para a divulgação dos preceitos de prevenção de acidentes e precaução no tra balho. Assim é que, recentemente, incluiu entre as comemorações que anualmente realiza, a SE MANA DA SEGURANÇA que tem lugar todos os
Prevenção de Acidentes —' Seiembro-Outubro de 1952
cinos no mês de setembro e da qual participam todos os departamentos. Além desta, outras se manas são levadas a efeito pelas Comissões de Segurança durante o ano, com o intuito de man ter sempre vivo o interêsse dos empregados pela Campanha.
Desde 1941 a Fábrica vem mantendo uma equipe de bombeiros devidamente instruída e treinada, constituída exclusivamente por seus empregados. lá por diversas vezes estes soldados volutários do fogo prestaram valioso auxílio, ex tinguindo pequenos incêndios.
Moderna aparelhagem contra o fogo consti tuída de «sprinklers», extintores de diferentes ti pos e tamanhos, cobertores de segurança e chu veiros de emrgência estão fartamente distribuídos por todos os locais de trabalho com instruções sobre o seu manejo e-modo de utilização. Cada componente da .equipe de bombeiros já tem a sua função determinada e, de acordo com as ordens e instruções recebidas.
O Serviço de Prevenção de Acidentes pfeíende utilizar o cinema em sua propaganda educa tiva, valendo-se para isso de filmes sobre pre venção de acidentes a serem exibidos nas reu niões mensais do clube que congrega os empre gados da General Electric S/A.
Igualmente não ficou alheio ao progresso conseguido pela industria moderna, com a in trodução de som nas fábricas com os benefícios decorrentes da sua utilização. Está em estudos a adoção do som industrial na Fábrica Mazda còmo üm estímulo à produção e um meio de fazer desparecer a monotonia de certos operários ou serviços, retardando o aparecimento da fadiga, freqüentemente responsável pela ocorrência de acidentes.
Durante o seu longo passado de serviços prestados à causa de prevenção de acidentesno Brasil já conquistou a Fábrica Mazda vários Lauréis.
Assim durante a 1 SEMANA BRASILEIRA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES,- realizada no^ Rio de Janeiro no ano 1946, recebeu o 1.° Prêmio Proficiência, representado por um artístico bronze. Pela Comissão Executiva da II SEMANA BRASI LEIRA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES, foi-lhe conferido o DIPLOMA DE MENÇÃO HONROSA, pelos seus esforços em pról da segurança do tra balho e, pelo I CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO, primei ra reunião de especialistas que se realizou no Brasil, o DIPLOMA DE MEMBRO PATROCINADOR dêste importante certame científico.
A Mazda tem participado e cooperado em to dos os movimentos levados a efeito no Brasil em proveito da prevenção de acidentes; auxiliado e apoiando todas estas iniciativas, delas parti cipando estusiásticamente e fazendo que delas também participem os seus empregados.
Sua casa é o lugar mais perigoso do mundo!
Um machucado, uma queimadura, aparentemente sem importância, podem se transformar em grave infecçâo - se não forem cuidados a tempo. Estará o seu armário de medicamentos equipado para tais emergências? Lembre-se de que, quando acontece o acidente, pode ser muito tarde para providenciar. Hoje mesmo, agora, verifique os curativos que sua casa deve ter. E, antes de comprar, verifique se êles trazem a marca de qualidade — Johnson & Johnson.
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NOME, fiUA
CIDADE
N.o„ ..ESTADO, í-jP
Prevenção de Acidentes Setembro-Outubto de 1952 — 5
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Transcrevemos, data venia^ um vibrante editorial da Wltima Hora:» do Rio de Janeiro, publicado no dia 18 de Agosto do corrente ano, em que se verifica que os.preceitos legais de organizaçãi das CIPAS nos estabelecimentos de mais de 100 trabalhadores não estão sendo cumpridos ru risca, como seria de prever, dada a proximidade da fiscalização do Ministério do Trubá\ho. O artigo fére os pontos capitais a que constantemente nos referimos nêsie Boletim.
O alto índice de freqüência das nossas indústrias deve fazer com que 05 dirigentes do nosso parque manufatnreiro dediquem maior atenção à Prevenção de Acidentes, formando desde logo, as CIPAS, o que representa meio caminho andado para obtenção de bons resultados.
Dezenas de fábricas e estabelecimentos in dustriais no Distrito Federal estão deixando de cumprir as disposições da Consolidação das Leis do Trabalho, no que se refere à Higiêne e- segu rança do trabalho. Acresce a isso a falta de fis calização por parte do Ministério do Trabalho às mesmas disposições.
Assunto de real importância é a prevenção de acidentes no trabalho. A lei que a determi nou foi instituída em 1943, quando tomou obri gatória, nas fábricas com mais de 100 operários, a criação das «Comissões de Prevenção de Aci dentes» «CIPA — com a finalidade de zelar pela saúde e integridade física do trabalhador, esti mulando o interesse pelas questões de preven ção. de acidentes, apresentando sugestões quan.do à orientação e fiscalização das medidas de proteção ao trabalho, realizando palestras ins trutivas, propondo a instituição de concursos e prêmios e tomando outras providências capazes de manter o espírito de precaução durante o tra balho.
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A recusa por parte dos patrões em se sub meterem às instruções referentes a prevenção contra os acidentes constitue insubordinação a legislação em vigor.
DEZ VÊZES SUPERIOR AOS LIMITES
Em nosso país a freqüência média dos aci dentes no trabalho é no mínimo, de acordo com as investigações procedidas pela Associação Bra sileira Para Prevenção de Acidentes, dez vêzes superior aos limites considerados razoáveis e ad missíveis nos países industriais.
O acidente no trabalho, além de desfalcar o potencial humano da Nação constitui um grave ônus para a indústria, perturbando e encarecen do a produção acarretando danos em-máquinas de instalações industriais, sacrificando a mão de obra com a perda de vidas e diminuição da ca pacidade de trabalho do operário.
NÃO EXISTE A CIPA
A reportagem de ULTIMA HORA quando em visita às diversas fábricas no Distrito Federal ve rificou que somente nas maiores existem as Co missões Internas de Prevenção de Acidentes. Nas pequenas, o preceito está sendo burlando, prin cipalmente nas de móveis e serrarias.
Cêrca de 60 % do assalariados fabris no Bra sil trabalham na indústria alimentar, têxtil e de confecção de roupas. De acordo com dados ob tidos, há, atualmente, no país, 75 mil fábricas, sendo a maioria localizada np Distrito Federal, Estado do Rio e São Paulo, o que sem dúvida torna mais fácil a fiscalização por parte do Mi nistério.
Face ainda a estes dados soubemos que os acidentes são muitas vêzes mais freqüentes nas pequenas fábricas onde a prevenção não existe.
O acidente do trabalho hoje em dia, é evitável. É possível reduzí-lo aos limites toleráveis, ou mesmo eliminá-lo completamente, pela práti ca da Prevenção de Acidentes. Mas acima dos processos educativos apropriados, é necessário que a lei não seja burlada como está acontecen do, pois o Ministério do Trabalho, pelo qual se verifica, não está fiscalizando as fábricas obri gadas a manter a ÇIPA.
1.004.205 lioras Iraliolliailiis sem acídeiiles!
Presidente Altino, 19 de março de 1.952. limo. Snr.
Eudoro L. Berlinck
Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes S. Paulo
Com intensa satisfação, formulamos a presente, afim de comunicar-lhe que ontem, dia 18 de março de 1.952, esta Indústria transpôz o marco milionésimo, com a bagatela de 1.004,205 horas trabalhadas, sem acidente "com perda de tempo". Desnecessário será encarecer a importância dêste acontecimento, mormente se levarmos ec conta a natureza dos nossos serviços. Êste resultado é fruto de vários mais modesto dos operários.
Melhor que as palavras, poderá demonstrar a eloqüência fria, dos númeroi que damos abaixo:
ANO ACIDENTES DIAS HORAS HORAS GRAVIDADE FREQÜÊNCIA
Esperamos que ainda prosseguiremos nêste ritmo de segurança, todavia tudo que é humano é imperfeito e já não é pouco o que acabamos de conseguir, o que prova que o acidente não é fatalidade e que sua freqüência irá diminuindo á medida que se forem aperfeiçoando os.meios de segurança e esclarecendo as masr sas trabalhadoras no sentido de trabalhar com atenção.
Conglatulando-nos com essa Associação que é a entidade máxima no assunto em todo o Brasil, servimo-nos do ensejo para apresentar-lhes os protestos de nossa elevada estima e consideração.
FRIGORÍFICO WILSON DO BRASIL S. A.
(a) K. R. HAYNIE — SuperintendenteA Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes, publica a carta acima, com al gum atraso devido à falta de espaço no Boletim.
Sente-se jubilosa com os brilhantes resultados alcançados pelo Frigonfico Wilson, na campanha de Prevenção da Acidentes e ao mesmo tempo, satisfeita porquanto, uma parte dos louros embora pequena, também lhe cabe. Durante vários mêses, por solicitação da dy reção,* foi periodicamente um engenheiro da Associação às instalações do Frigorífico, man tendo contato com a CIPA dessa organizarão, fazendo palestras e dando sujestões para a melhoria dos coeficientes de freqüência e gravidade. Como todo o processp educativo, os re sultados não apareceram logo, mas uma vez sedimentadas as recomendações que o Frigo rífico, com tanto empenho procurava introduzir na mentalidade dos seus operários, os altos coeficientes observados ruiram como muralha de uma fortaleza que se rende. E' um exem plo a imitar e ao mesmo tempo esclarecedor: não se pode esperar resultados imediatos na campanha educativa mas deve se persistir pois a tenacidade, no caso, é essencial.
Segurança nos Aparelhos Elétricos Domésticos
o DEPARTAMENTO NACIONAL DE ILUMINAÇÃ E GÁS, sediado no Rio de Janeiro, iniciou -uma benemérita atividade, baseada na lei que o criou 0 que consiste em examinar e licenciar, para fins de venda, os aparelhos elétricos dométicos fabricados no país e importados. A As sociação Brasileira para Prevenção de Acidentes não pôde deixar de consignar no seu Boletim: ao mesmo tempo que aplaude, tão útil^ iniciativa que já estava tardando nò^^osso meioi"
Nos Estados Unidos, uma instituição particu lar, criada e desenvolvida pelas Companhias de Seguros, o UNDERWRITERS' LABORATORIES, tem essa finalidade e a ela recorrem os fabrican tes americanos, que desejam ver, para entrar em concorrência nos mercados, seus produtos aprô-vados por essa instituição. Periodicamente, o Underwriters' Laboratories edita um livro vo lumoso, escrito em letra miúda, com o nome e a descrição dos artigos que obtiveram aprova ção dos seus técnicos, obedecendo a rigorosas prescrições de segurança pessoal e contra o fo go. Os aparelhos ou utensílios, elétricos ou não, que obtiveram aprovação, têm o direito de en trar no mercado com um selo declarando a sua conformidade com as normas do Underwriters' Laboratories. Umq turm^a de inspetores percor re constantemente o país, fiscalizando a fabrica ção ou colhendo em diversos lugares amostras da mercadoria aprovada, afim de verificar se o fabricante mantém o mesmo padrão aprova do ou se, desonestamente, está fugindo da res ponsabilidade que assumiu perante o Underwri ters', de manter o mesmo nível de segurança e qualidade com que obtivera o selo de aprovação.
O D.N.I.G. iniciando o.exame e licenciamen to do material elétrico de uso doméstico, está prestando um grande serviço ao país, preser vando a vida e a propriedade dos brasileiros, pois incêndios e uma série enorme de acidentes pessoais pode decorrer da má feitura dêsse tipo de aparelhos.
É comum ver-se nos jornais, a notícia de cur tos circuitos provocando incêndios, O curto circuitç pode decorrer ou da má instalação de bom material ou do próprio material que não tem as qualidades exigidas de bom isolamento.
Verificado o curto circuito, o material isolonte pode concorrer poderosamente para iniciar e propagar um incêndio. Há certos plásticos que não somente pegam fogo, mas que alimentam êsse fogo, isto é, além de combustíveis são comburentes.
Um grande número de aparelhos domésti cos pode provocar, acidentes pessoais, que vão desde o simples choque, sem maiores conseqüên cias, até a eletrocução e consequentemente, a morte. Um interruptor mal construído com iso lamento deficiente, pode provocar a morte de uma pessoa, se esta estiver numa banheira, to mando tranqüilamente seu banho,
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Um chuveiro elétrico, pode igualmente ma tar uma pessoa, desde que a corrente possa ser descarregada através dos filetes de água. Um porta lâmpada dos nossos inocentes abat-jours, pode dar um choque bem forte em alguém, pode provocar um curto circuito que estourará os fusíveis da instalação da casa, se não for cons truído dentro das boas regras de segurança.
Um simples botão de campainha, pode dar um choque desagradável. O leitor, já deve te^ notado, certos botões externos, que em dias de chuva, não se pode tocar.
Ultimamente o número de "aparelhos elétri cos domésticos tem crescido e o seu uso está sé propagando vertiginosamente. Pois bem, essa classe de aparelhos podem sér fonte de aciden tes, que podem se tornar fatais.
Qualquer um dêles, batedeiras, liqüidifica dores, bifeiras, churrasqueiras, geladeiras, fo gões elétricos, torradeiras de pão, radiadores de calor, almofadas aquecidas, aquecedores de água, etc., tornam-se perigosíssimos se não fo rem convenientemente construídos e isolados de forma a nunca darem «terra». Um aparelho que está dando «terra», isto é, que'está dando cho que, que está provocando um simples formigamento, pode, de uma hora para outra, conforme a intensidade da corrente, o estado de umidade da pele, e do chão em que está pisando, produ zir acidentes gravíssimos, senão, fatais.
Não é preciso para isso que a' pessoa toque nos fios. . Se o isolamento interno do aparelho for deficiente ou facilmente inutilizável, sinal de construção defeituosa, a corrente atinge a carcassa do aparelho, isto é, a parte que normal mente as mãos tocam, e achando para descarre gar um corpo humano, cujos pés estejam molha dos ou mal isolado, adquire . intensidades im previsíveis. í
Ultimamente os jornais noticiaram o caso da morte de uma dona de casa que pela manhã, ao abrir a porta da sau geladeira, morreu agar rada à maçaneta, porque a mesma estava dan do «terra». O grande perigo nêsses aparelhos é a crispação da mão, proveniente do choque; os músculos se contraem de forma a fechar a
mão, agravando irremediavelmente a situaçõo. Embora se conserve' consciente a pessoa, é in capaz de desprender-se- do aparelho de que re cebe o choque.
Essa situação dramática só pode ser resol vida com auxílio esterno e assim mesmo por al guém que, por algum artifício, desprenda vio lentamente a mão do ponto de contato com a corrente elétrica. Caso a pessoa não tenha no ção do perigo, ela pode aumentar o número de vítimas, como em São Paulo ha dois anos se viu. seis pessoas, sucessivamente, morreram, uma tentando retirar a outra das garras da morte, provocada por violento choque elétrico. Como todas as forças da natureza dominadas pelo ho mem, a eletricidade, quando mal empregada, ou empregada erradamente, passa de escrava a ti rana, e descontrolada, atinge a integridade de quem pensava dominá-la.
A indústria de aparelhos elétricos domésti cos teve um surto admirável entre nós. A 2? Guerra Mundial, cortando as importações, per mitiu que o brasileiro, mais uma vez, mostrasse a sua capacidade de improvisação. Mas as im provisações se ressentem da falta de experiencicf e de técnica.
Muito se deve agradecer aos pioneiros que numa hora ingrata impediram que o brasileiro sentisse falta das mais elementares comodida des. Já decorreu porém, ura largo lapso de tem po desde a terminação da guerra, e já chegou a ' época do consumidor se tornar mais exigente em relação àqualidade dos produtos. Uma quali
dade fundámental, à ser exigida dè qualquer produto, é a segurança. A indústria foi inventa da para o conforto do homêm e não para a suamutilação, a sua dor, a sua morte. Os industriais em geral, e os fabricantes de material elétrico em particular, devem zelar para que suas ofi cinas não sejam provocadoras de acidentes e de morte. Muitos talvez aleguem que certas me didas encareçam o produto, mas a isso se con trapõe o rifão: «segurança não tem preço». A alegação do encarecimento estaria certa se hou-vesse a demonstração prévia de que os métodos de produção atingiram um gráu razoável de efi ciência, que a mão de obra é aproveitada ao máximo, que não há desperdício de material, que não há excessos de lucro. Mesmo que não houvesse nada disso, (e nós sabemos que há e muito na nossa indústria. ..) ainda seria preferí vel encarecer o produto para o tomar mais se guro. SEGURANÇA NÃO TEM' PREÇO...
Com essas considerações queremos alertar os nossos leitores para apoiarem a atuação do Departamento Nacional de Iluminação e Gás na obra que está realizando e que, embora autori tária, é de fato benemérita para o país. Se no seu inicio ressente-se de falhas, é porque se tra ta de assunto inteiramente novo entre nós e a exeperiência ainda está se formando. Ninguém hoje reclama a fiscalização que os Serviços de Higiêne e de Saúde Pública fa zem sobre os gêneros alimentícios. Com o tempo a mesma mentalidade se formará em relação aos produtos elétricos de uso doméstico.
Conselho Estadual de Higiene e Segurança do Trabalho
O Boletim tem o prazer de iniciar a publicação das decisões d.o CONSELHO ESTADUAL DE HIGIÊNE E SEGURANÇA DO TRABA LHO, do qual faz parte o representante da Associação em S. Paulo. As duas indicações que se seguem, as primeiras que o CONSELHO aprova e encaminha à alta consideração do Sr. Secretário do Trabalho do Esi. de S. Paulo, demonstram a seriedade com.^que serão tratados as questões de Higiêne e Segurança do Trabalho.
INDICAÇÃO PARA OHGANIZAÇAO DOS SERVIÇOS DE READAPTAÇAO PROFISSIONAL
É evidente, imperiosa e inadiável a necessidade de se criar uma organização para a ^eadaptaçõ^o dos redu zidos em conseqüência de acidentes do trabalho ou por outras causas.
Atualmente, além de iniciativa do SESI, cujo serviço, se bem que modesto,'está a cargo de médico com acu
rada especialização e entusiasmo por seu trabalho, mas que só atende a associados db lAPI e aos trabalhadores em transportes e na pesca, conhecemos apenas uma organização oficial, com séde no Rio de Janeiro, a Co missão de Readaptação de Incapazes das Forças Arma das {GRIFA) que, a determinadas classes das forças armadas, dá assistência nos casos de invalides e inca pacidade para o serviço militar.
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Se bem ainda não disponhamos de estatísticas, todos os Cfue se dedicam ao assunto não ignoram que o número de vitimados por acidentes do trabalho vem ascendendo, sem contar o produzido por desastres de automóvel e outros motivos, em virtude da mecanização e novos meios de trabalho e transporte, e ainda agentes químicos, fazendo aparecer novos tipos de acidentes e lesões traumáticas e de outras naturezas, antes inverificdveis.
Q reduzido que perde a sua capacidade proiissionaj se não tiver uma readaptação — pode tender à ociosidade, passando a receber parcos proventos do seguro social ou de outras fontes e a se tornar um desajustado econômico e social, e, depois, um marginal. Passa a constituir um ônus para a sociedade.
A solução para a hipótese não é conseguintemente a indenização nem a manutenção, por meio de benefícios, dessa situação de incapacidade, mas a redapatação do reduzido que reencontrará no trabalho, a par do salário, uma das melhores compensações que a vida oferece, retornando a uma atividade útil à coletividade.
E com essas vantagens da feadaptação profissional se virá completar a assistência devida aos reduzidos por acidentes do trabalho.
Para que se objetive essa finalidade, trazemos á deliberação dos Senhores Membros dêste Conselho a seguinte indicação: seja enviada d elevada apreciação do Exmo. Secretário do Trabalho, indústria e Comércio a proposição de em vista da manifesta e inadiável con veniência ser elaborado por êste Conselho ou outro órgão de competência adequada, um projeto de orga nização de serviços de assistência apropriada e readap tação profissional dos reduzidos em conseqüência de acidentes do trabalho ou por outras causas, para o devido encaminhamento.
^ assistência médica especializada será organizada iniegrando os serviços médicos dos Instftutos e Caixas de previdência social, e a reeducação profissional reali zada nos escolas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, outras escolas profissionais e Associaões de cegos, espalhadas pelo País.
Não haverá necessidade'de organizações ou depar tamentos onerosos, devendo a assistência médica espe cializada ser uma organização nos próprios serviços médicos das instituições de previdência social, e a reedu cação ser feita nos cursos mantidos pelo SENAI ou outras escolas e organizações. Para isso deverá prever o pro jeto o mais racional aproveitamento dos elementos exis tentes.
As vítimas de acidentes do trabalho e aos associados das instituições de previdência social será obrigatória a readaptação dentro das possibilidades normais, e aos demais se facultará, mediante pagamento tarifado, valerse dos serviços de readaptação.
Os recursos financeiros para a organizaçõo e ma nutenção de tais serviços serão obtidos das receitas que as instituições de previdência social passarão a auferir dos prêmios de seguros de acidentes do trabalho que, a partir de janeiro de 1954, irão realizar, de conformidade com a disposição do art. 2° da Lei n® 599-A, de 26-12-1948'.
E, dêste modo, se aproveitarão integralmente' na 'solução do problema as receitas oriundas dos seguros de acidentes do trabalho.
Estas providências se tomam inadiáveis para a solução adequada desse problema que ao Estado com pete resolver com eficiência inicial e constante — porque nêsse setor não pode ser substituído, por ser atividade de, natureza social. E, no momento, muito oportuna se afiguram essas providências por estar transitando pelo Congresso um projeto inovando as leis orgânicas da providência social, havendo assim elementos técnicos e informativos que possibilitarão a sua efetivação.
Como complemento des proposição, sugerimos mais a de o CEHST submeter á alta consideração do Exmo. Secretário do Trabalho, Indústria e Comércio a indicação de representar, como julgar conveniente, ao Govêrno Federal sobre a necessidade de uma gestão urgente e enérgica junto ao organismo compentente da ONU, rio sentido de instalar no Brasil e, possivelmente em São Paulo, o projetado centro de formação de técnicos em readaptação profissional.
Essa gestão se torna necessária porque, ooníorme foi noticiado há pouco, o representante da ONU que esteve visitando as regiões industriais da América latina mani festou a opinião de que a organização de tal centro se justificaria em outro país, que possui legislação nessa matéria mais adiantada que o Brasil.
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Essa opinião poderá vir a preponderar, com graves desvantagens para o noSso pais, onde existem os maiores centros industriais da América latina. E pouco importa que noutro país a legislação seja mais completa, quando o aproveitamento de tais técnicos e a aplicação da readaptação profissional será menor do que no Brasil. A legislação brasileira se aperfeiçoará nêsse sentido para atender ás condições previstas na organização dêsse centro de formação de técnicos, se necessário.
INDICAÇÃO PABA DIVULGAÇÃO DOS MÉTODOS MAIS ACEITOS DE RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL^
Atendendo a que há imediata necessidade de se fazer uma divulgação ampla e intensiva de métodos de respiração artificial em todos os grupos da população, principalmente entre trabalhadores de determinadas pro fissões, expostos a contínuos riscos que podem deter minar asfixias, e jovens que se dedicam a desportos náuticos e outros, indicamos ao CEHST representar ao Exmo. Secretário do Trabalho, Indústria e Comércio sobre a necessidade de divulgação imediata s ativa dos méto dos denominados «Prono-pressâo» e «Pressão nos costas e. levantamento dos braços», considerados os mais efi cientes.
Fora êsse fim, sugerimos providências para a aqui sição de filmes no Exterior, ou a sua feitura no País, impressão de folhetos e demonstrações nos colégios, associações desportivas, estabelecimentos do Departamen to de Educação Física, escolas de pesca, sindicatos, estabelecimentos comerciais e industriais, e nestes por intermédio da CIPA, Cruz Vermelha, corporações militares, mediante entendimento com as respectivas autoridades, quando necessário.
Também se instituirá um certificado de monitor de respiração artificial a ser expedido pela Cruz Vermelha ou Departamento de Educação Física para quem se interessar em o obter e demonstrar perfeito conhecimento dêsses métodos, os quais poderão transmitir a outras pessoas e propor que se lhes confira igual certificado.
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II (]ongresso Pan iiaerícano de Medicina do Trabalho
«Estudo Estatístico dos Acidentes do Traba lho ocorridos durante um ano, numa grande or ganização industrial».
ASSOCIAÇAOBRASILEIRApâRA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
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CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Professor DRfJrO PARREÍRAS
iíf: FKTíNANnO TUOE I5E SOUZA
Eng, GUIÜLHERME DA SILVEIRA
KIIJIO
Enir. PAULO ACIOLY DE S.A'
Eok. PAULO CE5AR MARTINS
Coronel ORLANDO DA FONSECA RAN-
GEL SOBRINHO
Tnt«. Cel. GERALDO DE MENEZES CORTES
Eng. JOÃO CARLOS VITAL
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Eng. MARIANO J. M. FERRAZ
Eng. JOAQUIM DE FARIA GÓIS
Eng. ROBERTO MANGE
CONSELHO FISCAL Efetivos
Dr. HELVECIO XAVIER LOPES
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO Suplentes
Dr. E. ZULFO MALMANN
Dr. IBSEN DE ROSSI
Eng. LUIZ DUMONT VILLARES
SECRETÁRIO EXECUTIVO
Eng. JOSE' S. A. PINHEIRO
I^VINIA CARDOSO VASCONCELOS — Diretora
Vice-Diretores Seoret&rio
NEMESIO NICOLINI e A. G. DA SILVA
B. L. BERLINCK
Igoirância e Acidentes
Nos dois trabalhos que publicamos neste número, de auibria de dois ilustres médicos que exercem atividades diretamente relacionadas com a Prevenção de Acidentes, encontra-se claramente exposta a afirmação de que a ignorância conduz ao acidente. Ignorância dos perigos peculiares a um serviço, ignorância proveniente da falta de instrução.
No trabalho do Dr. Carlos Comenale Júnior, ha heferências à santa ingenuidade do nosso homem do campo, que emigra da lavoura para a indústria, no que se refere ao funcionamento das máquinas. Acostumados à segurança dos trabalhos da lavoura ,em que os maiores perigos são a cobra venenosa e o tronco da árvore que cai de mau geilo, perigos aliás, conduzindo muitas vezes à morte, o homem do campo não faz a menor idéia do que podem causar a cor rente elétrica, uma correia, uma engrenagem, uma polia, uma pitada de um gás venenoso, e ainda menos imaginar os casos que conduzem a uma combustão expontânea ou a uma explosão. Não têm mesmo noção da densidade dos melaes. procurando levantar peças cujo pêso está muito aoimã de suus forçãs, oomo ge fossem de madeira.
Ás alirtnaçoes não âerivarri de BprecSaçôes teóricas dos fatos, más s&o baseadas em estaiisticas levantadas sôbre grande número de fatoSi Assim é que as aslaiisücas do trabalho do Dr. Comenale Júnior, mostram a concentração de acidente nos operários de pouco tempo de easa. Ób inais antigos, per mellior terem ae identificados coni õs perigos da indústria, acidentam-se menos.
No trabalho do Dr. Gilberto Fonseca, uma outra conclusão é tirada de estatísticas rigorosas: acidentam-se mais os que possuem menos instrução, a palma sendo levada pelos analfabetos, cujo racio cínio e conhecimentos não se desenvolveram com a passagem por uma escola. A êles não atinge a propaganda de cartazes, nem de avisos, porque não sabem lêr. As estatísticas citadas se referem à Bahia, mas é falo conhecido que nas fábricas de São Paulo, existem muitos operários analfabetos, principalmente dentre os que vêm do campo, onde se concentra a legião dos analfabetos brasileiros.
Aliás, analisando os acidentes de uma fábrica qualquer chega-se à conclusão que o maior número de acidentes se dá entre o pessoal não especialisado, serventes, ajudantes, etc.
Das linhas acima tira-se facilmente uma orientação que deve ser seguida com lodo o rigor:
DADO O GRANDE NÚMERO DE HOMENS QUE TROCAM AS ATIVIDADES DO CAMPO PELAS DA INDÚSTRIA E SENDO EXATAMENTE ESSES QUE POSSUEM MENOR INSTRUÇÃO, AS INDÚSTRIAS DEVEM ORGANIZAR UM SISTEMA DE ESCLA RECIMENTO DE TODOS OS OPERÁRIOS RECEM-ADMITIDOS APONTANDO-LHES OS PERIGOS QUE OS CERCAM NA SUA NOVA PROFISSÃO,
O trabalho que temos a honra de apre sentar, e que nos foi confiado pela Associa ção Brasileira para a Prevenção de Acidentes — Secção de São Paulo, está baseado na revi são de cerca de 3.000 fichas de acidentes no-trabalho, com perda de tempo, ocorridos' em uma grande organização industrial cTe S. Paulo.
Possue a Organização em questão, cerca de 15.000 operários, que se dedicam aos mais variados ramos industriais, desde fundições de ferro até fabrico de generos alimentícios, desde a tecelagem e fiação de algodão até á extração de materiais e minérios. Extremamente diversas sob o ponto de vista de sua produção, e o sendo também no que diz respeito á sua pericy,Iosidade, pois seus índices de freqüência vão de um mínimo de 7 a um máximo de 88 por milhão de horas de trabalho, julgamos que represente UmQ QíTlOStrei F©C|1 d© moío operário para dar UítiQ iSiéitâ Úé âigUns aspeeiOs dê distriPUiçdõ dos Acidenles om Sâo Paulo,
Ò número absoluto, para cada item consi derado, não é perfeitamente concorde, porquanto em algumas fichas os dados não estavam perfei tamente preenchidos; a pequena diferença que se observa não vem alterar o resultado do es tudo encetado.
Freqüência de Acidentes por Idade
Verificando inicialmente a freqüência por grupo de idade verificamos que de 2988, 644 eram compreendidos entre 21 e 25 anos perfa zendo 21,55%, sendo que de 15 a 30 anos houve 1701 acidentes, ou seja 56,95%. Mesmo idades mais elevadas se fizeram representar pois nota mos 1 acidente no grupo de 71 a 74 anos.
Dr. Carlos Comenale Júnior
Presidente da Comissão organiza dora das Convenções das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (C.I.P.A.) da Associação Brasileira para a Prevenção de Acidentes. Sec ção de São Paulo. Médico encarregado do funciona mento das C.I.P.A.S. da S/A. I. R. F. MATARAZZO.
Quanto ao Sexo, o masculino sobrepujou o feminino no que respeita à sua freqüência entre os acidentados no trabalho na produção de 77,41% para o masculino e 22,59%' para o feminino.
Tempo de emprègo antes do acidente
Um dado de sumo interesse nos é fornecido pelo estudo da freqüência de acidentes em re lação ao. tempo em que o trabalhador se en contra na firma. De um total de 2.859, 48,2% se achavam em seu emprego a menos de 1 ano sendo que a freqüência decresce rapida mente em relação aos que se encontram ha mais tempo no serviço conforme se pode apre ciar pela tabela anexa.
HORAS DE TRABALHO ANTES DO ACIDENTE
Fizemos esta pesquiza para poder ter uma idéia da importância do fator fadiga na genese dos acidentes.
Verificamos que dentro das primeiras 2 ho ras é que se deram maior número de acidentes numa perceníagem de 40,41%, percentagem esta que se eleva para 56,29% se considerarmos as primeiras 3 horas.
ACIDENTES
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Outras vezes a manifestação de um estado acen tuado de fadiga nada mais é do que um siste ma objetivo de um estado patológico que cum pre ser sanado pelo médico.
Nas condições atuais de trabalho a fadiga não pode passar de uma reação fisiológica per feitamente controlada; quando -ultrapassar estes -limites é porque outros fatores físicos ou sociais entrarem em cena, o caso deve ser solucionado de outra forma do que unicamente pela reduçõo das horas de trabalho ou pela transferência pa ra serviços de natureza mais leve.
HORA DO ACIDENTE
Para. se poder ter uma idéia de como os Acidentes se distribuem pelas 24 horas do dia fizemos o estudo de hora de acidente.
Não obstante o valor relativo que possa ter tal conhecimento, não se pode deixar de julgalo útil. Muitas vezes surgem certas dúvidas numa indústria sobre a necessidade de se estabelecer um horário para os serviços médicos ou de en fermagem; outras vezes ha certas exigências de plantões em horas extraordinárias cuja neces sidade é preciso esclarecer, Nosso estudo revelou como incidência- má xima de acidentes entre 9 e 10 horas, num total de 15,72% imediatamente seguida da percenta gem de 13,4.5% na hora seguinte. No período da tarde nota-se uma acensão da freqüência de acidentes das 15 ás 16 horas com 7,79%, e das 1,6
17 com 8,79%.
NÚMERO PRÉVIO DE ACIDENTES
Existem operários que por certa inadoptobilidade a determinado trabalho, por negligência ou outras condições individuais, são mais sujei tas a se acidentar do que outros. Estudamos então nossa amostra sob este prisma, para ava liar sua freqüência na Indústria.
O resultado foi b'ém' eloqüente pois pouco mais da metade havia sofrido acidentes pela primeira vez, numa- percentagem de 54,37% ha vendo 45,63 %o que já Haviam se acidentado.
Encontramos cifras verdadeiramente assusta doras, de operários que se' haviam acidentado até por 43 vezes, com e sem perda de tempo.
Esta informação valiosa' deve merecer a atenção de todos os que labutam na prevenção de acidentes. Praticamente a metade dos aci dentes se dá em operários dentro de seu primeiro ano de emprego. O trabalhador recém admitido deve ser alvo de um cuidadoso estudo quer sob o ponto de vista físico, quer sob o ponto de vista psicológico antes de ser designado a exer-' cer determinada função. São Paulo hospeda atualmente um sem numerõs de filho de outros Estados que para lá vão na esperança de me lhores condições de vida. Habituados ao ambi ente rural da própria terra não são dotados de qualquer especialização, sujeitão-se aos mais variados misteres aos quais não estão suficien temente adestrados sendo facilmente vitimados, seja pela inaptidâo ao trabalho, seja muitas vezes pela própria ingenuidade, quase infantil, no que concerne o funcionamento das máquinas.
Estes operários devem ser pacientemehte instruídos o mais profundamente possível sobre os perigos que o irõo cercar no ambiente de trabalho, e mesmo .controlados cuidadosamente por seus superiores durante o período inicial de suas funções para serem devidamente protegidos.
As condições de trabalho, regulamentadas por uma legislação baseada nos preceitos atuais de Medicina e Higiene não são mais dotadas de tal inclemência que o trabalhador, qual escravo açoitado pelo feitor, chegue a ser vítima de um acidente devido á fadiga. Existem múltiplos fatores que interferem na genese dos acidentes. Se um operário chega a desfalecer ou perder a segurança de suas atitudes a ponto de se aci dentar, não se deve superficialmente condicionar este jator á fadiga, mesmo que seja alegada pelo acidentado, porquanto essa razão se nos parece exepcional. Situações sociais devidamente in vestigadas, elucidarão no mais das vezes a ver dadeira origem do infortúnio. Seu tipo de habi tação, sua distância do local de trabalho condi ções de condução deverão ser .investigadas. Operários há que devem se levantar alta'ma drugada, caminhar por mais de 2 horas até atingir seu 'meio de condução no qual muito poucas vezes podem se acomodar com conforto, Outras vezes é o alcoolismo, do qual tivemos ocasião de tratar na última Convenção dos Pre sidentes das C.I.P.A.S. realizada em S. Paulo em Julho, que tira do trabalhador a resistência a um trabalho raz.oavel e o vitima pelo acidente.
Êste -grupo de operários constitue um con junto que deve também ser atentamente estu dado nas medidas de prevenção de acidentes. Cabe á C.I.P.A, verificar qual a causa desta freqüência tão elevada esclarecendo as vitimas a respeito das medidas de segurança a serem adotadas e sobre o prejuízo que representa parasi e para toda a comunidade o acidente no tra balho. Consideramos estes operários um campo dos mais ferteis onde possa frutificar o senso da segurança. Pelas explanações nas C.I.P.A.S. vae-se incutir em taes indivíduos o papel que representam perante a família, a sociedade e. a Patria, demonstrando não ser êle um elemento esquecido no meio das máquinas, mas um cida dão cuja produção pesa no equilíbrio econômico da Nação.
Foi dos menos orientadores o resultado obti do pela distribuição dos acidentes pelos dias da
Prevenção de Acidentes — Novembro-Dezenlbro de 1952
semana. Com exepção do Domingo, as médias se mantiveram entre 15 e 18% da segunda feira ao sábado conforme se poderá observar do qua dro abaixo:
tamjsém^ dentre as causas mais freqüentes, sua razão não reside tanto no estado dos pizos como na qualidade dos calçados empregados Não conseguimos ainda um tipo de calçado ideal para os nossos operários e julgamos ser este um ponto muito importante na redução dos acidentes na Indústria. As partículas volantes são na quasi totalidade constituídas por partículas de esmeris ou tornos. E um prova da falta de cooperação por parte dos trabalhadores porquanto não obstante existirem meios protetores simples e absolutos, insistem em não empregal-os.
CONCLUSÕES
1) O número de acidentados se encontra mais elevado entre os pertecentes ao grupo de idade de 21 a 25 anos. numa porcentagem de 21.55%.
is Vítimas dos Fogos em S. Paulo
No São João de 1952
O Pronto Socorro Municipal teve grande tra balho em conseqüência da explosão de fogos. Além de outras pessoas acidentadas, cujos feri mentos e queimaduras foram considerados menos graves, passaram pelo pesto médico da Central as seguintes vítimas:
—- Edmundo Custodio, de 26 anos, militar, morador na Agua Fria, amputação dos dedos médio e indicador da mõo direita, internado no Hospital da Força Pública. Feriu-se quando queimava fogos.
PARE! PENSEI
Sua casa é o lugar mais perigoso do mundo!
CAUSAS DE ACIDÈNTES
Agrupamos todos os acidentes dentro do menor número possível de causas para não se obter uma lista muito longa que pudesse mas^ carar o resultado. Assim é que obtivemos os seguintes resultados.
2) 77.41 ^ dos acidentados são do sexo mas culino.
3) 48.2% dos acidentes nas industrias se dão com operários que se achavam empre gados a menos de 1 ono.
4) Dentro das primeiras 2 horas desde o inicio do trabalho é que se dõo 40.41% dos acidentes.
5). 40.89% dos acidentes se dão entre 8 e 11 horas, sendo que a hora em que se observaram mais acidentes foi das 9 às 10 com 15.72%.
6) 45.30% dos acidentados já haviam sido vítimas de acidentes anteriores.
7) Não houve preferência nítida por qualquer dia da semana para se produzirem aci dentes. De segunda a sábado os limites se mantiveram de 15 a 18%.
8) Dentre as causas de acidentes coube ao maquinário a maior porcentagem 18.35% vindo em seguida a manipulação de ma teriais com 17.86 as quedas de objetos 17.04% e as quedas de pessoos 14.26%.
CONCLUSION
1) The number oi persons who sufiered accidents is higher in the 21 — 25 years age group with a percentage of 21,55%.
2) 77,41% of accidents occurred wilh persons of male sex.
Como era de se esperar coube ao maquinario a maior causa de acidentes com a percentage mde 18,35. Em segundo lugar concorre a manipulação de materiais com número quase idêntico de 17,86%. Entre estes estão compu tados aos serviços não especializados de carga descarga, de transporte de materiais e outros de natureza análoga que são exercidos por gru pos de operários de espírito nômade e que não chegam nunca a aprender realmente como tra balhar com segurança. As quedas de objetos também concorrem com número quase igual a das duas primeiras. As quedas de pessoas são.
3) 48,2% of accidents in the indus"try ocurred with wbrkers having less than year service.
4) 40,41% of accidents take place in the first 2 hours after the beginning of work.
5) 40,89% of accidents takeplace between 8 and 11 óciock and the period in which most accidents occurred is belwenn 9 and 10 o'clock. with 15,72%.
6) 45,30% oi accidents occurred with persons who suffered accidents previously.
7) There is no day of the week with clearly established moximum of accidents. Between Monday and Saturdoy the averoge levei is 15 — 18®/o.
8) As to causes of accidents niachinery accounts for the highest percentage with 18,35%, followed by handling of material with 17,86%, fali oí objects 17,041% and fali of persons with 14,26%. Prevenção de Acidentes
— Emilio Corricho Ambrosio, de 25 anos, casado, mecânico, residente à rua João Borba, 66, ferimento por explosão de fogos, sofrendo arrancamento dos dedos polegar e indicador es querdos. Hospitalizado em estado grave.
— Carlos Raimundo Ruquim, de 11 anos, re sidente à rua Agostinho Gomes, 2.732, queimadu ras no tórax, abdômen e palma da^não esquerda (explosão de fogos). A vítima deu entrada no Hospital das Qinicas em estado grave.
— Nelson Martins, de 17 anos, operário, re sidente à rua Domingos Miguel, 26, queimaduras graves em ambas as mãos quando soltava fogos.
— José Tirine, de 46 anos, casado, gráfico, residente à rua Barretes, 361, nas oficinas de um jornal, à rua Libero Badaró, ao soltar fogos, sofreu queimaduras no pescoço e em ambas as faces.
— Maria José Cruz Oliveira, de 40 anos, ca sada, queimaduras graves nas pernas.
— Mqria Aparecida Ribeiro, de 17 anos;' re sidente à rua Cotumbí, 581, queimaduras graves no pescoço e na face, ao lado direito.
FERIDOS NA CAÇA AOS BALÕES
O menino Gilberto Nogueira Alencar, de 10 anos, perto de sua residência, à rua Sussuorana, 10, quando procurava pegar o balão, recebeu violenta paulada na cabeça, desferida por um tal «Ratão», conhecido nas redondezas e que fugiu.
— Lidio Ferreira Júnior, de 13 anos, residên cia ognorada, tendo subido ao telhado de uma garage, ò rua 25 de Janeiro, sofreu grave aci dente. Ê que uma dessas telhas, de marca «Eternit», cedeu, e o menino foi projetado ao solo. Em estado gravíssimo, Lidio Ferreira Júnior foi internado no Hospital das Clinicas.
(Dob jornais de S. Paulo)
Um machucado, uma queimadura, aparentemente sem importância, podem se transformar em grave infecçâo — se não forem cuidados, a tempo. Estará o seu armário de medicamentos equipado para tais emergências? Lembre-se de que, quando acontece o acidente, pode ser muito tarde para providenciar. Hoje mesmo, agora, verifique os curativos que sua casa deve ter. E, antes de comprar, verifique se êles' trazem a marca de qualidade — Johnson & Johnson.
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Prevenção de Acidentes — Novembro-Desembro de 1952 — 7
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Consídera^iões
^édico-iSocíais acêrca
k
2.(15^ casas de Ácideiiíes do Trabalho
(Contribuição Pessoal} GILBERTO R. FONSECADo Colégio Internacional de Cirurgiões; do S do Chefe .P.S. Circurgiõo e «
I A P E T C — Salvador; Assistente de Cirurgia do Hospital Santa Izobel \ \.
Comparecendo a êste ^ Congresso "Ainericano de Medicina do Trabalho, trazemto^ a nossa modesta con tribuição estribada na observação, de 2.Ò58 casos, de Acidentes do Trabalho, ocorridos, era Salvador e atendidos no S.P.S. do I.A.P.E.T.C., de maio de 1951 a maio de 1952.
Apezar de inaugurado o Serviço de Acidentes^ do Trabalho (S.T.S.) da D.M.R. em l.*^ de maio de 1947^^ somente a 19 começou a aétender os segurados. Pos teriormente, transformado por Lei, em S.P.S., funciona concomilantemente junto a êste, o serviço já aludido, passando pelo mesmo cêrca de 6.441 acidentados dos quais estudaremos 2.058, representando a percentagem de 31,9%.
QUADRO I
1242 19,2%
TOTAL 644!
Faremos comentários referentes à profissão, .côr, esta do civil, instrução, hora da ocorrência do acidente, hora da apresentação do acidentado no S.P.S. e partes do corpo atingidas pelo trauma.
PROFISSÃO — Gozando o I.A.P.E.T.C, dó previlégio de segurador contra riscos de acidentes' do trabalho, têm comparecido ao nosso Serviço, profissionais que exercem os mais diversos ramos da atividade humana, comprovondo-se a estimativa estudando o quadro II, no qual relacionamos 42 profissões. Dentre as mesmas, so bressaem pela maior percentagem de acidentes, os esti vadores ,os carregadores, os serventes, os armazenadores e os ajudantes de caminhão. Estes indivíduos em função do trabalho que executam como também devido às con dições precárias de higiene e de proteção existentes, acidentara-se. interativamente, evidenciando de modo elo qüente as lacunas da nossa Legislação Trabalhista, a qual existente no papel jamais cumprida como devera ser.
6 — Prevenção de Acidentes — Novembro'Dezembro de, 1952
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CÔR — Havendo em nosso meio grande predomi nância de homens de côr, estatisticamente evidenciamos a veracidade da alirmativa. São atingidos proporcional mente pela injuria no exercício da profissão, indivíduos brancos, pretos -ou pardos, com supremacia dos pardos sôbre os pretos e os brancos.
QUADRO III
CÔR QUANTIDADE %
Branca 124 6,02% -
Preta 883 42,9 %
Parda 902 43.8 %
ESTADO C1'V1L — Considerada a devida proporção, acidentam-se indiferentemente solteiros, casados, viúvos ou amancebados; todavia, mistér convergir a nossa aten ção para aqueles trabalhadores em situação familiar arregular (amancebados), mercê de suas companheiras jamais usufruldem dos benefícios da Provedêncio Social, salvo exceção, quando o segurado declara por escrito e com atestado policial, viver na sua dependência direta uma determinada mulher, na inexistência de filhos. Juridlcamente reconhecido como estado civil, solteiro, ca sado ou viuvo, imperioso acrescentarmos um grupo, isto é, de homens que vivem maritalmente'Como comprova a nossa observação (252 casos-12,2%). A solução ideal está na legalização destas famílias ás custas do casa mento, competindo aos Institutos com as suas Assistências Sociais alcançarem tal desiderato.
QUADRO IV
-EST. CIVIL QUANTIDADE %
Solteiro 1.235 39,2 %
Casado 420 20,4 %
Viuvo 13 0,63%
INSTRUÇÃO — Dolorosa verdade demonstra a nossa estatística, confirmando na crueza dos números o índice elevado de analfabetos existentes em nóssa terra. Indi víduos analfabetos acidentam-se mais do que aqueles alfabetizados e portadores de instrução primária e se cundária, justificando a nosso ver o mérito da campanha de alíabetizaçâo de adultos iniciada pelo Govérno pas sado e- continuada pela Atual. Devem colaborar com o Poder Público os Institutos Previdenciarios, creando ou mantendo escolas não só para alíabetizaçâo como educar, instruir, realizando preleções relativas à prevenção de acidentes do trabalho, em linguagem simples e accessível à mentalidade do trabalhador. Emprestarão sua colaboração èíiciente e útil as Assistentes Sociais, ca bendo ás mesmas a organização do horário das aulas conciliando-o com o trabalho dos segurados, lacilitcmdo destarte a aprendizagem sem interferir na produção.
QUADRO V
INSTRUÇÃO QUANTIDADE %
Primária 663 32,2 %
Secundária 2 0,09%
Allabetizados 590 ,28.6 %
Analfabetos 682 33 %
HORA DA OCORRÊNCIA DO ACIDENTE — NO decor rer da manhã ha menor incidência de acidentes do que á tarde e nestes períodos do dia, a freqüência varia de acordo com a hora. Assim, entre as 8 e 10 horas a maior proporção, decrescendo de 10 ás 12. A tarde, das 14 ás 16 horas, verificamos nova ascenção, diminuindo gradativomente das 12 ás 14 e das 16 ás 18 horas. Fatores
vários- interferem nesta oscilação, entre os quais~ res saltam maior número de horas de trabalho à tarde, a fadigo, b cansaço, o período digestivo, o desregramento noturno etc. A noite, o trabalho menos intenso condiciona um número menor de acidentes, existindo predominância mais elevada entre ás 18 e 24 horas e declinando entre O e 8.0 trabalho noturno, sobretudo realizado na cargd e descarga dos navios, particularizondo os estivadores, predispõe o trabalhador ao acidente em razão das con dições ambiêentes diversos, onde falta-lhe tudo, a co meçar pela iluminação sempre escassa e diíiclente.
QUADRO VI
HORA DA OCORRÊNCIA QUANTIDADE %
3,1%
12,3%
20,5%
1,5%
HORA DA APRESENTAÇÃO DO ACIDENTADO NO S.P.S. — Os dados computados induzem-nos à conclu são de maior comparecimento no turno vesperai dp que no matinal e em determinadas horas, como sejam 10 ás 12 e 14 ás 16. A primeira vista, é dado de somenos importância; entre nós, não o é, principalmente em nosso serviço que se ressente do material humano necessário, pois estão lotados no mesmo, cinco médicos, inclusive o Cheie. É quasi impossível a estes facultativos presta rem assistência efetiva e real a esta avalanche de aci dentados. Imprescindível se torna maior número de pro fissionais, distribuídos em plantões, atendendo a maior comparencia dos segurados em horário de maior movi mento. Ressentem-se nossos dados estatísticos no con cernente á apresentação noturna, porquanto o SPS, ape zar de SPS não atende á noite, falha lastimável que o atuql Administração está procurando sanar. Fato ainda a apontar é não haver proporção direta entre a hora do acidente e a da apresentação no Serviço.
QUADRO VII
HORA
QUANTIDADE %
PARTES DO CORPO ATINGIDAS PELO TRAUMATIS MO — A várias partes do corpo podem ser injuriadas, porém há realmente maior incidência nos membros infe riores. quirodatilos, toroce, membro superior, face, coluna vertebral, pododátilos, pescoço, craneo e cintura escapular. Quanto ao craneo, têm sido atendidos traumotisodos graves, entre os quais dois com iratura de base, ambos sobrevivendo. De referência á face, inúmeros acidenta dos comparecem em busca de socôrro médico, com trau matismos ocülares, predominando as coujuntivites. No torace, são encontradas íraturas de arcos costais e contusões mais ou menos graves. No membro superior, inci dem as fraturas, mais no ante-braço do que no braço... As mãos são séde costumeira de diversos tipos de feri mentos, principalmente nos quirodátieos, demandando dp médico uma assistência criteriosa e cuidadosa para a recuperação funcionai dêstes traumatizados. Na coluho
&
vertebral veriiicarn-se entojses e menos freqüentemente fraturas cervicais, toracicos ou lombares, registrando-se apenas dois óbitos por fratura, de coluna com todo o cortejo sintomatológico de compressão medular. A cin tura escapular é sitio de eleição para as luxações; em um caso, complicou-se de lesão do plexo braquiol, irrever sível, incapacitando o indivíduo para o trabalho, fazendo jús á indenização.
QUADRO VIII
Craneo 85 4,1%
Face 141 6.7%
Pescoço 96 4,6%
Torace 272 13,2%
Cint. Escapular 85 4,1%
Membro
Quirodatilos
Abdômen
Cint.
Pododotilo."? 104 5.05%
Devemos lutar contra a fatalidade dos acidentes, ali cerçando os nossos meios de defeza na higiêne, pedra angular das campanhas de prevenção. Quanto mais per feita a higiêne do ambiente e mais vulgarizados os pre ceitos de higiene individual, mais sadio o indivíduo e menos sujeito ao acidente. Causas ponderáveis têm influência na gênese do acidente, além das condições ge rais de saúde que tornam o indivíduo mais ou menos vulnerável, bastando citar entre outras: aeração, ven tilação e iluminação do local de trabalho, limitação das horas de serviço para evitar o cansaço, a proibição de determinados trabalhos aos menores, etc. O codigo sani tário possue dispositivos excelentes, mas em grande parte não cumpridos. Imprescindível seria exigirmos a' prática dos regulamentos e punirmos os transgressores, pois não basta possuirmos um código excelente, porém inoperante.
Além destes elementos, cabe importante papel á educação pela influência psicológica que exerce, na prevenção dos acidentes. Um dos melhores meios seria ou será o de divulgar através de avisos, conselhos e cartazes que instruam a forma de conduzir-se os traba lhadores para evitar o acidente.
Quando falham todas as medidas preventivas e Bobrevem o acidente cumpre ainda atenuar-lhe as conse qüências para evitarmos a invalidez e restabelecermos o mais prontamente possível as funções prejudicadas. Ainda aqui se exerce a prevenção, tocando ao médico um papel decisivo e de alta responsabilidade social, como colaborador desta campanha."
Paro que o acidentado- receba tratamento e o seja coroado de êxito é necessário não esquecermos que só o conseguiremos mercê de especialização e organização, infelizmente ainda não alcançadas entre nós como era de desejar.
A bem da verdade científica, queremos acentuar que a nossa estatística é falha, em virtude de acidentes ocorridos no interior terem sido registrados na Capital, sem contudo nos fornecerem os devidos elementos ha vendo divergência entre o número total de acidentes e as percentagens encontradas.
Consignamos os nossos agradecimentos e perêne gra tidão a Srta. Clothiide Dantas da Silva Couto e ao aca dêmico Pedro Novais Costa, sem o concurso dos quais esse despretencioso trabalho não poderia ter sido escrito.
CONCLUSÕES
1 — O estado civil e a côr nao interferem na maior ou menor irequência de acidentes do trabalho;
2 — O gráu de instrução influencia diretamente na inlortunistica do trabalho; quanto mais ignorante o tra balhador, tanto mais se acidenta;
3 — Acidentam-se mais indivíduos á tarde do que pela monhó e á noite, e dentro destes períodos, em determinadas horas;
4 — Não guardam relação proporcional a hora da ocorrência do acidente e a apresentação do acidentado no SPS;
5 — As diversas partes do corpo são atingidas pelo traumatismo, havendo' predileção para os membros infe riores e quirodatilos;
6 — - Para diminuir a incidência de acidentes do trabalho torna-se imperioso fazer-se prevenção, e educar o trabalhador, lançando-se mão de todos os meios de divulgação. _
RESUMO
O autor estuda 2.058 casos de acidentes do trabalho, representando a porcentagem de 31,9% do total de 6.441, ocorridos em Salvador e interior do Estado, a partir de maio de 1947 a julho de 1952. Tece comentários a propó sito da profissão, côr, estado civil, etc. demonstrando como estes diferentes fatores interferem na infortunistica do trabalho.
ABSTRACT
In 6.441 cases of Work Accidenis occurred in Sal vador — Bahia, the author studies 2.058 ones -which represents 31,9% Such accidented pacients were attended by the Urgence Medicai Service oí the Transports and Cherges Institute — lAPETC — from Moy 1947 to July 1952. The author does lorge comments obout proíession, colour, civil stale, etc., showing as these differents conditions interfer in Work Unhappiness.
Atividades do Conselho Estadual de Higiene e Segurança do
Trabalho de São Paulo
PROGRAMA PARA UMA CAMPÃÍOTA PRÉVENÇAO DE ACIDENTES NO ANO DE 1953.
Nas sessões realizadas nos meses de Novem bro e Dezembro, importantes resoluções foram tomadas pelo CONSELHO ESTADUAL DE HIGIE NE E SEGURANÇA DO TRABALHO.
Sendo o Conselho composto de entidades que diretamente lidam com o problema de pre venção de acidentes, inclusive os de transito, a pedido do Sr. Secretário do Trabalho, Dr. José Alves Cunha Lima, foi organizado um plano para uma campanha que congregue os esforços de todos os componentes do Conselho.
Coube ao representante da Associação Brasi leira para Prevenção de Acidentes a tarefa de organizar o projeto afim de ser discutido no Conselho. Apresentado e debatido o projeto, foi o mesmo, depois de aprovado pelo Conselho, levado à apreciação do Sr. Secretário do Traba lho, que o aprovou igualmente-.
O plano para a Componha do ano de 1953, que se desenvolverá sob o patrocínio do Con selho, pode ser condensado como segue;
1) CONVENÇÕES DOS PRESIDENTES DAS CIPAS Essa tradicional iniciativa da Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes, mereceu ser incluída no plano da Campanha do Conselho, que assim reconheceu a sua utilidade. A pró xima Convenção que se realizará em Jdneiro, na cidade de Sorocaba, terá o patrocínio do Governo de São Paulo, através da Secretaria do Trabalho, sendo a amfitriã, a E. F. Sorocabana.
2) CAMPANHA PARA O ESTABELECIMEN
TO DE NOVAS CIPAS Reconhecendo as impo sições legais da nossa Consolidação das Leis do Trabalho e mais ainda, o poderoso instru mento de análise e prevenção dos acidentes que ocorrem na indústria que é a COMISSÃO INTER NA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA). o Conselho decidiu levar avante um amplo pro grama de organização de novas CIPAS, nas indústrias que ainda não obedeceram nesse pon to a legislação trabalista brasileira. O trabalho não é coercitivo porém, educativo. Para isso contará com o apoio das atividades da A.B.P.A., do Serviço de Higiene e Segurança do Trabalho, da Secretaria do Trabalho do Est. de S. Paulo, do Serviço Social da Indústria, do Serviço do Comércio (SESC), que diretamente procurarão aumentar o número das Comissões internas de
prevenção de acidentes em todas as organiza ções que contarem com mais de 100 empregados.
CURSO DE MONITORES DE RESPIRAÇÃO
ARTIFICIAL A técnica de respiração artificial que deve ser aplicada às vitimas de choque elétrico, de asfixia por gases ou por imersão deve ser bastante difundida, e nêsse sentido o Conselho já tinha aprovada em sessão anterior uma indicação do Sr. Presidente do Conselho, Dr. Astolío Mouro Teixeira. O Conselho promo verá junto à Cruz Vermelha as demarches neces sárias para que sejam imediatamente organiza dos cursos de monitores de Respiração Artificial.
CURSO DE PRIMEIROS SOCORROS Basea do na iniciativa bem sucedida da Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes, anos atrás, de organizar, por intermédio da Cruz Ver melha um curso de socorros de urgência, o Conselho incluiu êsse item no seu programa. Quantas vidas não poderão ser salvas por ho mens que tenham feito qualquer dos dois cursos e que com um mínimo de conhecimentos poderão eficientemente evitar casos fatais?
CURSO GERAL DE PREVENÇÃO DE ACI DENTES A necessidade de difundir conhecimen tos sólidos sobre a Prevenção de Acidentes e Doenças profissionais é evidente. Para a^perfeita defesa da integridade física e da saúde ^ dos nossos trabalhadores, torna-se necessário difun dir conhecimentos que não são possuídos fa cilmente pela maioria das pessoas, mesmo por aqueles que possuem instrução universitária.
Por outro lado, está se formando uma nova profissão: a do Inspetor de Segurança para o qual há as maiores dificuldades em descobrir pessoas capazes. Dessa forma espera o Conselho que o curso que reunirá a experiência das vá rias entidades que compõem o Conselho, seja o ponto de ixrrtida para a formaçõo de técnicos.
SEMANA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES. Organizará o Conselho uma semana de Preven ção de Acidentes, com exposição de cartazes aparêlhos de segurança, palestras pelo rádio, projeções de filmes, prêmios, etc. em época que será devidamente anunciada, chamando por êsse meio, de maneira mais vivaz, a atençõo dos nossos industriais e do povo em geral, para a segurança dos nossos operários.
Prevenção de Acidentes —^ Novembro-Dezembro de 1952
Prevenção de Acidentes — Novembro-Dezembro de 1952 — 11
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÊDEt lUO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 91
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EDIFÍCIO MAYAPAN
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TEU: 35-2257 - END. TELEG.; PREACI DIRETORIA
Eng. ISMAEL COELHO DE SOUZA
Presidenle
Eng. JOSE' M. FERNANDES — 1° Vice-Presidentc
Eng. ALBERTO PIRES AMARANTE —•
2.° Vice-Presidente
Eng. DULCIDIO DE ALMEIDA PEREIRA — 1.® Secretário
Eng. ADHEMAR DE CANINDE' JOBIM
2.® Secretário
—
Eng. KERRIS AP-THOMAS — 1.® Te soureiro
Sr. PEDRO THEBERGE — 2® Tesou reiro
Professor DEQO PARREIRAS — Dire tor (repres. Ministério do Trabalho)
Eng. EUVALDO LODI — Diretor CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Professor DECIO PARREIRAS
Dr. FERNANDO TUDE DE SOUZA
Eng. GUIULHERME DA SILVEIRA FILHO
Eng. PAULO ACIOLY DE SA'
Eng. PAULO CÉSAR MARTINS
Coronel ORLANDO DA FONSECA RAN
GEL SOBRINHO
Tnte. Cel. GERALDO DE MENEZES CORTES
Eng. JOÃO CARLOS VITAL
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Eng. MARIANO J. M. FERRAZ
Eng. JOAQUIM DE FARIA GÓIS
Eng. ROBERTO MANGE
CONSELHO FISCAL Efetivos
Dr. HELVECIO XAVIER LOPES
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Suplentes
Dr. E. ZULFO MALMANN
Dr. IBSEN DE ROSSI
Eng. LUIZ DUMONT VILLARES
SECRETARIO EXECUTIVO
Eng. JOSE' S. A. PINHEIRO
LAVINU CARDOSO VASCONCELOS
Prevenção de Acidentes
Um dos temas da VII CONVENÇÃO, cujo desenvolviinento enche as páginas dêste Boletim foi a aplicação da Psico-lécnica à Prevenção de Acidentes. O assunto não é novo, nem na literatura e na prática dos países estrangeiros nem mesmo entre nós. Desde que se abandonou a utopia de tratar a Psicologia como "ciência da alma" e que se co meçaram a aplicar processos científicos nos estudos dos fenômenos psíquicos é que se ahríu o vasto campo da aplicação dos processos da psicologia experimental à seleção das aptidões humanas.
Atributos tais como a memória, a inteligência, as sensibilidades: auditiva, visual, começaram a ser medidos com precisão cientifica e dai para a aplicação dessas conquistas para o uso prático da indústria foi apenas um passo. As profissões começaram a ser estudadas para se saber o que de especial exigiam dos indivíduos. Foram-se abrindo novos hori2ontes e hoje é uma conquista definitiva a seleção dos bem dotados sob um determinado ponto de vista.
Entretanto, é bom notar, a seleção feita pela psicotécnica, não garante o comportamento moral do indivíduo perante a sociedade e perante suas obrigações de bom desempenho de funções, pois ai entram outros fatores morais que a psico-iécnica não procura descobrir.
Mas o que pode ser garantido sobre os indivíduos que foram bem aprovados num exame dessa natureza é que, possuem aptidões para a função a que se destinam.. E pode também garantir que, sob certas condições, sua capacidade de reações o livrará com facilidade de situações perigosas que cunduziriam outros a um acidente certo.
Exemplifiquemos com o caso dos motoristas. Um indivíduo com um tempo de reação lento, nunca poderá conduzir um automóvel com segurança, pois embora vendo o perigo e procurando reagir, seu tempo de reação o impede de executar os ncessárics movimentos com a devida rapidez para evitar um obstáculo ou brecar o carro. Se os aviadores não passassem por um rigoroso exame psico-técnico, o número de acidentes nos transportes aéreos, devido ao fator pessoal, seria muito maior.
É po.is de grande alcance a recomendação da VIX Convenção para que as firmas instalem seus Icüsoratórios psico-técnicos, pois dessa for ma, além de se abastecerem com material humano de melhor qualidade, terão, fatalmente, uma diminuição tio número de acidentes.
Prevenção de -r- ..jan^itp-Feverelrq de 1^63
ni Convenção dos Presidentes das Cipas
De acôrdo com o programa traçado pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES, de realizar semestralmente-uma reunião de técnicos militantes na segurança do trabalho, e que vem sendo cumprido fielmente ha mais de. três anos, rectlizou-se no dia 23 de Janeiro último a VII CONVENÇÃO DOS PRESI DENTES DAS CIPAS. Foi sua patrocinadora a Secretaria do Trabalho do Estado de S. Paulo, por iniciativa do dinâmico titular, Dr. José Alves Cunha Lima. A organização industrial que aco lheu os convencionais foi a Estrada de Ferro Sorocabana, facilitando uma visita às grandiosas oficinas da Sorocaba, e oferecendo um lauto almoço aos numerosos técnicos que ocorreram ao convite da A.B.P.A.
O Diretor da E. F. Sorocabana, Eng. Durval Muylaerte e o chefe do Serviço de Ensino e Seleção dessa estrada, Eng. Luiz de Castro Sette, tudo fizeram para que os convencionais tivessem
um tratamento condigno, pondo à disposição ci Associação um trem especial para transportar a caravana dos técnicos, à Sorocaba.
Partindo às 7 horas de S. Paulo, os cionais chegaram à progressista cidade de ^o caba, grande centro industrial, às 9 horas.
'Recebidos na Estação,- pelo Sr. Prefeito e pelos engenheiros diretores das Oficinas, teve logo a seguir início a visita às gigantescas insta lações que a Sorocabana aí mantém para reparo de todo o seu material rodante, incluindo o de locomotivas Diesel e locomotivas elétricas. Cons tituiu surpresa para a maioria o valor dos tra balhos que aí se realizam, dando uma demons tração pujante da capacidade dos nossos técnicos e operários. Três horas foram insuficientes para òije cs visitantes tivessem ocasião de apreciar ■"'evidamente todas as operações industriais que estõo- a cargo das oficinas da Sorocabana. -
A visita, aliás, teve que ser encurtada, pois a indústria de Sorocaba, tal coiho. a de Sõo Paulo, acha-se no regime, de racionamento de energia- e- os convencionais-, puderam verificar o prejuizo que acarreta à nossa indústria o córte de "energia elétrica: foi um espetáculo confrangedor ver mais de 3.000 operários, que integram as turmas das Oficinas da E. F. Sorocabana, paralizados, ante as ftiáquinas e fornos desliga-
VENÇÃO sob a Presidência do Sr. Secretário do Trabalho, Dr. José Alves Cunha Lima.
Ao antigo e veterano grupo que vem acom..panhando as convenções vieram se juntar novos é valiosos elementos, Assim, a indústria de Soro caba, aproveitou a ocasiõo para tomar seu pri meiro contato com os nossos debates sobre Pre venção. Do Rio vieram: o Eng. José S. A. Pi nheiro, Secretário Executivo da A.B.TrA.-, o Dr.. Daniel Brandão Reis, médico, chefe da Prevenção de Acidentes da General Electric, o Sr. Mario Giórola, chefe da segurança no trabalho, da Cia. Petropolitana, campeã na indústria têxtil brasi leira, Srs. Geraldo Crispin de Castro, João Monte Claro, José Luiz Pereira e Waldir Viana, da Fá brica Presidente Vargas, em Piquete.
Do Serviço Especial de Saúde Pública, vie ram os Srs". George Ta-yior, Pedro M. Gondim e José Maria Taveira.
A Secretaria do Trabalho trouxe, para abri lhantar a convenção, o seu luzido estado mcdor
dos, por falta de energia. Façamos votos para que S. Paulo em breve se livre do duro castigo que o seu ímpeto de progresso e a imprevidência dos responsáveis, lhe atiraram às costas.
ÍPpós a visita às Oficinas, que foi um preparo 'para o tema principal da Convenção, «Prevenção de Acidentes nas Oficinas Mecânicas», realizou-se num dos melhores hosteis da cidade, o almo ço gentilmente oferecido pela Estrada aos Con vencionais, tendo comparecido o Sr. Prefeito de Sorocaba, o Presidente da Câmara Municipal, p Secretário do Trabalho do Governo do Estado, e muitas pessoas gradas da cidade.
Nos amplos solões da «Estrada de Ferro So rocabana Futebol Clube», gentilmente cedidos pela sua diretoria» teve então início a VII CON-
da Comissão de Mão de Obra e Pesquisa do Mercado do Trabalho. O Conselho Estadual de Higiene e Segurança do Trabalho, fez-se repre sentar por quatro dos seus membros.
O representante em Sorocaba da Federação e do Centro das Indústrias do Est. de S. Paulo, bem como o representante do Serviço Social da Indústria, acompanharam com grande interesse os trabalhos.
Abrindo a Vil CONVENÇÃO, o Secretário do Trabalho, Dr. José Alves Cunha Lima, pronunciou um discurso de saudação aos convencionais e à pujante cidade, de Sorocaba, e mostrando a necessidade de levar ao interior as idéias que se agitam na capital do Estado, afim de que o progresso da terra bandeirante não se limite à capital. Sorocaba foi a primeira cidade do interior que acolheu uma Convenção dos técnicos em Prevenção de Acidentes. Mostrando a .gra-_ vidade do problema do acidente cita que «perde-se anualmente a assustadora cifra de um milhão de homens-dias de trabalho, no Est. de S. Paulo, sangria de conseqüências profundas para um parque industrial onde os índices de produtivida de estão bem abaixo daqueles que aspiramos a ver estabelecidos». Elogia a atuação do SERVI ÇO DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO, sob a direção proficiente de Waldomiro de Oli veira, e refere-se ao CONSELHO ESTADUAL DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO, recen temente instituído pelo 'Governador Lucas No gueira Garcez.
A seguir o Presidente dá a palavra aò Eng. E. L. Berlinck representante em S. Pdulo da Associação Brasileira para Prevenção de Aciden tes que dirigiu uma saudação aos convencionais, agradecendo em seguida o patrocínio do Governo do Estado concedido à Convenção e aos diri
gentes da
Sorocabana. Rememorando as resoluções dá VI Convenção, na parte que de pendia 'de providências da Associaçõo, focaliza duas medidcra principais que foram objeto dê recomendações da Convenção anterior: a ques tão da licença de importação de material de proteção que não se fabrica no país e a questão da proibição de venda de bebidas alcoólicas nas proximidades dos estabelecimentos industri ais. Em ambos os casos a Secretaria da As sociação tinha cumprido as determinações da VI Conveçõo, cabendo agora às autoridades com petentes darem a última palavra sôbre o assunto.
Terminada a exposição do Eng. E. L. Berlinck, foi dada a palavra ao Eng. Luiz de Casto Sette, diretor do Serviço de Ensino, e Seleção da E. F. Sorocabana, que fez brilhante exposição sôbre o primeiro Tema do Programa: «Aplicação da psicotécnica na Prevenção de Acidentes e nareadaptação profissional». O orador focalizou principalmente a segunda parte do tema que é a recolocação de desajustados e de acidentados em novas atividades, o que demonstra a impor tância de um serviço dessa natureza principal mente numa grande empreza. Foi tal a impres são que causou no auditório que debates vivos se travaram sôbre o assunto, sendo finalmente aprovada uma resolução no sentido da aplicação da Psicoténica na admissão e classificação dos candidatos a emprego. Debateram o valioso trabalho do Eng. Luiz de Castro Sette, os Srs. Syncha Jerzey Schworzstein, Dr. Diogo Pupo No gueira da Cia. Brasileira de Linhas para Coser, o Sr. Wladmir Rehder, técnico dá S.C.I.P., da Secretaria do Trabalho, e Pascoal Bocci, da Fá brica Aliança de Artefatos de Metais.
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Foi dada a palavra, a seguir, ao Dr. Fer nando Buccolini, do Serviço Social da Indústria, de S. Paulo, que fez uma brilhante demonstração da campanha que o SESI está fazendo para a readaptação dos acidentados.
À tenacidade e competência do orador se deve que muitos homens que teriam apenas as portas da mendicância ou da invalidês como fecho de uma vida de trabalho, terem agora a oportunidade de voltar novamente a trabalhar, graças aos aparelhos ortopédicos e à reeducação dos movimentos e músculos que o orador constróe e promove.
Como exemplo vivo, faz a apresentdçõo do Sr. Waldomiro Teles de Medeiros que sofreu amputação do ante-braço direito e da perna es querda, e que, graças aOs apafêlhos construídos pelo orador, pode agora exercer funções que lhe garante uma vida de trabalho normal.
Nessa altura, o Sr. Secretário do Trabalho, tehdo que se retirar para atender a um chamado urgente de S. Paulo, transfere a Presidência da Convenção ao Dr. Waldomiro de Oliveira, diretor do Serviço de Higiene e Segurança do Trabalho de S. Paulo, o qual dá a palavra ao Sr. Maurício Simão, chefe geral do Serviço de Prevenção de Acidentes da GENERAL MOTORS DO BRASIL, que discorreu sobre o tema «PREVENÇÃO DE ACIDENTES NAS OFICINAS MECÂNICAS-. O Sr. Maurício Simão, ilustrou sua dissertação, que constituiu uma verdadeira aula, com magníficos desenhos, demonstrando os pontos perigosos das máquinas usadas nas oficinas, (tornos, esmeris, prensas, etc.) e os pontos em que devem ser colocadas as proteções e os tipos de proteção mais próprias para cada máquina.' Terminada a exposição foi ela objeta "de interessantes de bates. O Eng. losé S. A. Pinheiro, Secretário Executivo da Associação, referiu-se aos acidentes, com as pedras dos esmeris, -acidentes grovissimos, que muitas vezes são fatais. O Eng. E. L. Berlinck, comentando e elogiando o trabalho do
lindros, de forma que"os pacientes podem vir a inhalar outro gás que não o oxigênio, como já tem acontecido. As instalações centrais de dis tribuição de oxigênio, das quais o orador dá uma descrição, podem eliminar completamente êsse perigo. Restam os acidentes derivados do mau manuseio e do uso impróprio dos cilindros vasios, e no seu enchimento, fóra da fábrica, praticado muitas vezes por pessoas sem a devida experiência. A exposição foi muito apreciada e aplaudida, e será transcrita na íntegra no pró ximo Boletim.
Seguiram-se as exposições dos Srs. Ludovico Capozzi, Mario Rego e a do Eng. Clarence Noble Capps, representante da Light & Power e do IPORT, que discorreu sobre os perigos da ele tricidade, fonte de acidentes muitas vezes fatais, nas oficinas e mesmo nos lares. Termina fazendo uma descrição abreviada do método de respira ção artificial de Holgen-Nielsen, muito eficiente para reanimar as vitimas de choque elétrico e de afogomento.
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Não havendo mais oradores, o Presidente pôs em votação as diversas propostas de reso lução,,que foram entregues à Mesa diretora dos trabalhos.
A primeira proposta de autoria^o Dr.D>aniel Brandão Reis, recomendava o lançamento na ata de um voto de pezar pelo falecimento do Eng. Fernando de Borros Ferraz, ocorrido em Dezem bro, grande batalhador da Prevenção de Aciden tes e chefe do respectivo serviço no SESI.
O Eng. E. L. Berlinck, pedindo a palavra traçou em linhas gerais a personalidade do Eng. Ferraz, lembrando as suas qualidades de homem bondoso, trabalhador e possuidor de uma grande cultura técnica. Em nome da Associação, do Conselho Estadual de Higiene e Segurança do Trabalho e no seu pessoal, associava-se a tão merecido preito de saudade,
Apresentada pelo Eng. Luiz de Castro Sette, foi aprovada a seguinte resolução;
"Que a Associação Brasileira para Preven ção de Acidentes sugira às empresas a vanta gem de organizar, limitado ao seu campo, de ação, serviços de Psicotécnica, para a Seleção e Readaptação Profissional do seu pessoal, co mo colaboração imediata aos serviços a cargo do Estado e como elemento de grande prepon derância para a Prevenção de Acidentes e me lhoria das Relações Humanas do Trabalho".
Apresentada pelo Eng. Celso Vila Nova, e pelo Dr. Emílio Santiago de Oliveira, ambos do Ser/iço de Higiene e Segurança do -Trabalho dq Est. de São Paulo, ioi aprovada a seguinte recomendação;
Sr. Maurício Simão, pôs à disposição dos interes sados a literatura americana sobre o assunto, possuida pela Associação.
O orador seguinte foi o Eng. Ibe de Araújo, da da S/A. WHITE MARTINS, que iniciou sua exposição declarando que apesar de muito co nhecidas, desejava rememorar algumas regras de segurança no manuseio dos cilindros contendo os gases usuais sob alta pressão nas oficinas. A explicação do Eng. Ibe de Araújo, interessou j\ào somente aos engenheiros, e técnicos das oficinas mas também aos médicos presentes pois o uso de gases sob pressão se estende também aòs hospitais, onde há o perigo, infelizmente confirmado por acidentes fatais, de troca de ci
Por proposta ainda do mesmo convencional, foram aprovadas as seguintes recomendações;
''Que seja recomendado aos Presidentes das CIPAS, 'presentes à VII Convenção, a ne cessidade de serem calculados os coeficientes de freqüência e gravidade nas respectivas Fá bricas, afim de servirem como meio de compa ração entre empresas de atividades idênticas".
"Que 0$ temas para as próximas Conven ções, a data e o local da sua realização sejam escolhidos e comunicados aos interessados com o prazo de S meses afim de que possam prepa rar trabalhos sôbre os assuntos a serem de batidos". •
Apresentada pelo Dr. losé Benedito Morais Leme, da Cia. Nitroquimica Brasileira, foi apro vado o seguinte voto de congratulação:
"A VII Coíivenção dos Presidentes das CIPAS congratula-se <íom a Associação Brasi leira de Normas Técnicas e com a Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes pela publicação da Portaria do Sr. Ministro do Tra balho, Indústria e Comércio, que manda adotar oficialmente a "Norma para CADASTRO DE ACIDENTES", organizada em conjunto por essas ditas entidades".
"A VII Convenção dos Presidentes das CIPAS resolve que a Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes consulte o Insti tuto de Eletrotécnica da Universidade de S. Paulo sôbre a possibilidade de investigar os fe nômenos dos acidentes de eletrocução, basean do-se na ligação 'direta dos membros superio res, evitando a passagem da corrente elétrica pelo coração".
Assinada pelos Srs. Waldomiro de Oliveira, Mario Dias da Costa, Jorge Monteiro, membros do Conselho Estadual de Higiene e Segurança do Trabalho, e pelo Eng. E. L. Berlinck, foi apro vado o seguinte:
"Que se telegrafe aos Presidentes das Fe derações das Indústrias e do Comércio e ao da Confederação das Indústrias, solicitando o má ximo esforço junto às firmas Associadas, afim de serem fundadas e mantidas em eficiente funcionamento as COMISSÕES INTERNAS
Portaria n? 128} de 6 de outubro de 1362.
O Ministro do Estado dos Negócios do Trabalho e Comércio, aten dendo,à rècornendação constante da Circular n'> 1-50, da Presidência da Republica, no sentido de serem adotadas as Normas da Associação Bra sileira de Normas Técnicas.
Resolve mandar adotar a norma para "Cadastro de Acidentes" que com esta baixa', organizada pela referida Associação, com a colaboração dêste Ministério, e, que. deverá integralmente observada no registro e cadastro de Acidentes dO. trabalho, nas estatísticas, relações ou qual quer documentos relativos ao assunto}^
DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES, afim de satisfazer as exigências da Lei^e diminuir a freqüência e a gravidade dos acidentes .
Finalmente, assinada por numerosos conven cionais foi aprovada a seguinte recomendação que visa no próximo ano, IV centenário da ci dade de S. Paulo, a reunião de uma Convenção Nacional dos Presidentes das CIPAS, e que está .concebida nos seguintes termos:
"Considerando os benefícios trazidos aos trabalhadores em geral pelos estudos realizados nas Convenções dos Presidentes das CIPAS, organizadas pela Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes".
Segadas Viana
(Publicada no Diário Oficial de 8-12-1952 - 3 - 18626 - Secçao I).
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"Considerando que elementos de outros Es tados vêm participando ultimamente das Con venções das CIPAS, o que demonstra o inteiêsr se num entrelaçamento nacional- desses orga nismos".
"Considerando que a experiência colhida na organização das sete Convenções já nos au toriza a crer na possibilidade de se realizar uma Convenção nacional".
"Considerando os inegáveis proveitos que decorrerão da aproximação das CIPAS de to do o país e bem assim do interêsse para elas da troca de informações e experiências".
A VII CONVENÇÃO DOS PRESIDENTES
DAS CIPAS resolve:
Sugerir ao Oovêrno do Estado de 8. Paulo, que por ocasião do IV Centenário da cidade de S. Paulo, organize a I CONVENÇÃO DOS PRE
SIDENTES DAS CIPAS.
As 18 horas, tendo se encerrado a Conven ção, regressou a Caravana em trem especial da E. F. Sorocabana, todos levando uma agradavel impressão do cavalheiresco acolhimento que lhes foi dispensando pela direção da Estrada.
O perigo não tem hora, nem escolhe lu gar. Em toda parte, onde se trabalha, pode surgir o acidente. No ambulatório de seu estabelecimento ou, na falta dêste, em lugar adequado e acea^vel, não pode faltar o Estôjo de Emergência Jobnsoii, com todos os materiais de urgência necessários para primeiros curativos.
de Emergência
Rio de Jánéirõ,'6. de outubro de 1952FIRMA
Vil.a Convenção dos Presidentes das íl?\S
LISTA D£ PRESENÇA
PIBMA REPRESENTANTES
1^01 Anderson Cla^on & Cia. Ltda.
Armco Industrial o ComorcinI 9/A.
Aaaociac&o Braailejr^ parg Prevcns|i<) APfdc^tCB
Associação ^'afiileli-a para Prevenq&o de Acidentes
Atlantc S/A.
Brasileira Fornecedora Escolar
Cassio Muniz Cerâmica Sao Caetano
Chicle Adaíns Ltda.
Companhia Antártica Paulista
Cia. Brasileira de Linhas para Coser
Cià. Brasileira de Material Ferroviário
» P > 9 » •
-Cia. Cervejaria Brahma
» > »
Cia. Cigarros Castellões "
» > »
Cia. Docas de Santos
Cia. Fiação e Tecelagem Sta. Maria ^
Cía Good Tear do Brasil S/A.
Cia.' Melhoramentos dé São Paulo
Cia. Nitro-Química Brasileira
Cia. Metalúrgica. Barbará
Cia. Petropolitana — E. do Rio
Cia. Prada Indústria e Comércio
Cia. Paulista de Fôrca e Luz
Cia. Química «Rhodia» Brasileira
» » > »
Cia. Swift do Brasil
Conselho Estadual de Higiene e Segurança do Trabalho
» » » » » »
» » » » » » Departamento da Propriedade Industrial
Distribuidora Vemag S/A.
Estrada de Ferro Santos a Jundiai
- > ^ > » 9 9
Eatrada de Ferro Sorocabana
» » » »
■» » > »
» » » > 9 9 9 9 9 9 9 9
Ebso Standard liieorpoi-alion
> > » » » »
Alvaio A. Houck
Manoel Nogueira
ThroiJlioro Uu fuUuu c Cu.sLro
ft:J, Pn&t Joaá g, A, Pinheiro
S.P. Eng. Eudoro L. Borllnck
Athayde Nunes Araújo
José Álvaro Pereira de Oliveira
Wlndlmir Rohder
Lavinia C. M. Vasconcellos
Nancy Vargas
Antonio Cursio Netto
Dr. Gualter Godinho
Dr. Diogo Pupo Nogueira
Nemeslo Nicolini
Moacyr Corrôa
Rodolfo Falkemberg
Werner Bechrenroth
Edgard dos Santos Pereira
Paulo Pinto
Américo Ferreira
Veríssimo Pires
Lino Baldini Ferrarl
Silvio Silva
Milton Leme
Ozíride Fornazari
Dr. José Moraes Leme
Paulo Amaral Palmeira •—
Antonio Gonçalves da Silva
Antonio F. Ccsar Netto
Mario Giarola
Wilson B. Coletta
E. L. Peterson '
Eng. Jcan Bourée
Pierre Bonnin
Dionisio Nunes
Dr. Waldomiro de Oliveira
Dr. Armando do Vlrgillls
Dr. Ivahy de Moura
Dr. Mario Dlaa da Costa
Dr. Jorge Monteiro
Paulo Massud Chebl
Everardo Aranha Reis
Olavo de Albuquerque
M. Alencar
Eng. Luiz de Castro Sette
Wilson Bello
— Oíicinas
W. Rouband Dias
Pedro Ferreira Santos
Lyclo Camargo
Octacillo Medeiros
Antonio Coata Silva
Álvaro Teixeira
Dr. Hugo Barbieri
Dr. J. A. Junqueira
Eng. Frederico Smolka
Luiz L. Jucá
Nilson Goulart
Fábrica Aliança do Artefatos de Metais
> > » » > »
Fábrica Presidente Vargas
> » 9 9 9 * 9 9 9
Faculdade de Higiene de São Paulo
'Fiação e Tecelagem cJafet» 8/A.
> » > - » »
Ford Motor Co, Expot Inc.
» » » » »
Frigorífico ArmoUr do Brasil S/A, 9 9 9 9 *
Paschoal Boccl
Paulo Toledo do Abreu
Geraldo C. Castro
João M. Claro
José L. Pereira
Waldir Viana
Eng. Ernani Andrade Fonseca
Gabriela Biraghí
Dr. Gentil Fahú
Einmanuel C. A. Araújo
Cosar José Magnotti
Paulo Alves Godoy
Joáo Oliveira
Frigorífico Wilson do Brasil
GiUete Safety Razor Co. of Brazll — R.J. General Electric S/A. — R.J. General Motors do Brasil S/A,
» 9 9 9 9 AUnieriltelaa Glarloa de Bilto XiiaUatrla Biaailelra de £iinbalarem B/A. Indtífltrlfi Pttullfita dü Vidro Plano S/A, Indústria de Pneumátlcos Flrestone
9 9 9 9 IiiilOíitrhin Qulnilcao Ehútru-Cloi-o 8/A, Indú.strla Semeraro & Cia. Ltdg. Inatltulo dü Organização fiacloual do Trabalho Lanificlo Anglo Brasileiro ' M.T.I.C. — Diretoria Regional de Sorocaba Manufatura Bra.^tleira do Luvas
9 9 9 9
Máquinas Piratlulnga S/A> > > Metalúrgica La Fonte Mueller & Cia. Ltda.
> 9 9
Nadlr Figueiredo Indústria e Comércio S/A.
» 9 9 9 9 9
9 9 > 9 9 9
* » 9 9 9 9 9
Produtos Elétricos Brasileiros
9 9 Protlm Comissões Ltda. Refinações de Milho Brasil ~
9 9 9 9
Secretaria do Trabalho Indústria e Comércio — Secretário
9 9 » 9 9 9 — Of. Gabinete
Serviço de Higiene e Seg. do Trabalho — Diretor
— Med. Ocupacionol
9 9 9 Med. Ocupacionol
9 9 9 9 9 9
9 9 9 9 * 9 Serviço Colo. Iní. Profissional
9 9 9 9 Serviço Social da Indústria
9 9 9 9 ■— Sorocaba
9 9 9 9 — Sorocaba
Serviço Especial de Saúde Pública — R.J.
» 9 9 9 9 — R;J.
Serviço de Higiene Industrial — R.J.
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Sindicato Trabalho Indústria Construção Civil
São Paulo Elétrica Co. Ltd.
S/A- Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo
* 9 9
S/A. Phillps do Brasil
S/A. White Martins
S/A. Indústrias Votorantlm
9 9 9 9 9 9 — Sorocaba
9 9 9 — Sorocaba
S/A. Sociedade Ãlgodoeira do Nordeste Brasileiro
The São Paulo Light & Power Co.
The Citv Improvements of Sántos
Vereador Municipal de Sorocaba
Prefeito de Sorocaba (Jaboticabal)
REPRESENTANTES
Themistocels Borges 'PavSò
Alfredo Guarlschi
Dr. Daniel Brandão Reis
Maurício Simão
Joaquim dos Santos Viana
Aótciálo OuliuarSea Aireâ
Josel jocub Sobelman
Fábio Martins ManaU
R. H- Abbott
Sebastião Chaves
It. F. 8«Ls
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pçtavlanp Piton
Ciarence Nobie Capps
Armando Isidoro Lopes
A. Alvea
Mario Tasslnl
Geraldo Alvarez
Alberto Lopes
Bernardo Gongora
João Verdler
Armando L. Carvalho
Leticla Brandão Carvalho
Alclna Aparecida Harrym
Luiz Duprat Figueiredo
Manoel Vic. Kormanâe
Moisés Rossl
Üry Rodrigues
Wilson Vieira
Ângelo F. Cassignatu
Desiderlo F. Mendonça
Willy Bastlan
Dr. José Alves Cunha Lima
Dr. Eduardo Cervo
José de Sal1es
Dra. Celeste A. de S. Andrade
Dr. Waldomiro de Oliveira
Dr. Emílio Santiago
Joaquim Costa
Eng. Celso Viüa Nova
Dr. Cláudio Oscar BelUo
Dr. Heliadio Francisco Caplsano
Dr. Simche Jerzy Schwarzstein
Wladimir Rehder
Dr. Bernardo Bedrikow
Dr. Ivahy de Moura
Dr. Fernando Buccolinl
Octavio Moraes Dantas
Silas Fonseca Redondo
Helío de Lima
Sr. Brito
Pedro M. Gondim
José Maria M. Taveira
George Taylor
Armando de Virgillis
José Tabaracci
Eng. Olavo Sallus
Dr. Carlos Comenaie Jr.
Dr. Ludovlco Oappoiti
Milton Papa
Pedro Mazzonetto
José Malclo
Theodoro van der Schroeíí
Eduardo Gama Wrlght
Luiz Gastão Buameyer
W. van der Zwaan
Ibe de Araújo
Túlio Brejão
Pedro Balaza
Dr. Heitor Ferreira Preste»
Luiz Rodrigues Pacheco
José Paulino Moura
Clai-ence Noble Capps
Ciarence Noble Capps
Juvenal de Campoa
Emercnciano Prestes Barro»
Mario Rego
Cândido Silva Mala Filho
Benedito Pereira dr) Souza
Marto Cabalholro
Carlos Nunes da Silv»
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das Instalações Eentralizadas de Oxigênio na Freqnên
cia dos icidentes com os Cilindros desse Gás
2. NORMAS DE SEGURANÇA PARA O USO DOS CILINDHOS DE OXIGÊNIO E ACETTLENO
ASSOCIAÇAO brasileira PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
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SÉDE; RIO DE JANEIRO
AVENIDA AUÜRANTE BARROSO. 91
EDIFíaO MAYAPAN
11' ANDAR — SALAS 1118/9
END. TELEG.: PREACI
TELEFONE 42-0928
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFÍCIO DO BANCO DO ESTADO
R. JOÃO BRÍCOLA, 24 - 24° AND.
TEL: 35-2257 • END. TELEG.: PREACI DIRETORIA
Eng. ISMAEL COELHO DE SOUZA
Presidente
Eng. JOSE' M. FERNANDES — 1.° Vi-
ce-Presidente
Eng. ALBERTO PIRES AMARANTE
2.° Vice-Presidente
Eng. DULCIDIO DE ALMEIDA PEREI
RA — 1.°- Secretário
Eng. ADHEMAR DE CANINDE' JOBIM
^ • — 2.° Secretário
'
Eng. KERRIS AP-THOMAS — 1.° Te soureiro ^
Sr. PEDRO THEBERGE — 2° Tesou
reiro
Professor DECIO PARREIRAS — Dire
tor (repres. Ministério do Trabalho)
Eng. EUVALDO LODI — Diretor
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Professor DECIO PARREIRAS
Dr. FERNANDO TUDE DE SOUZA
Eng. GUIULHERME DA SILVEIRA
FILHO
Eng.,PAULO ACIOLY DE SA'
Eng. PAULO CÉSAR.MARTINS
Coronel ORLANDO DA FONSECA RAN
GEL SOBRINHO
Tntc. Cel. GERALDO DE MENEZES
* CORTES
Eng. JOÃO CARLOS VITAL
Sr. CARLOS SANTOS COSTA
Eng. MARIANO J. M. FERRAZ
Eng. JOAQUIM DE FARIA GÓIS
Çng. ROBERTO MANGE
CONSELHO FISCAL Efetivos
HELVECIO XAVIER LOPÉS
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Suplentes
Dr. E. ZULFO MALMANN
Dr. IBSEN DE ROSSI
Kng. LUIZ DUMONT VILLARES
SECRETARIO EXECUTIVO
Érig, JOSE' S. A. PINHEIRO
w ma Ml amf .am .«lí—i V IM ■■ jn mamam
^a m f mm I IM mi mmm^ mam
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ANO XI MARÇO-ABRIL DE 1.953
LAVINIA CARDOSO. VASCONCELOS
Vlce-Diretores
NEMBSIO NICOLINI e A. G. DA SILVA
Diretora
Explosão de Eaideiras
Secretário
B. D. BERLINCK
A fotografia que estampamos na capa, mostra um dos efeitos da explosão de uma caldeira na cidade de Sto. André, Est. de São Paulo., O resultado global foi o seguinte: 5 mortos, mais de uma dezena de feridos,' Q destrução parcial da fábrica, sua paralizaçõb por meses. Destroços atirados à distância, danificaram 4 automóveis. O terrenp ficbü razo como se nunca tivesse havido ai nada construído. O foguista não foi mais en contrado. Se a fábrica não estava segurada contra explosão, seus pro-prietários nada devem ter recebido do Cia. de Seguros, pois a apólice v'. de incêndio em geral não cobre o risco de explosão. V.
O Brasil é um dos poucos poises industriais do mundo que não pos suem um código de segurança de caldeiras. Nos poises mais adiaiitados^.' a segurança das caldeiras é objeto de leis e regulamentos rigorosos, que /. controlam a caldeira desde o inicio da sua construção ãté o ensaio final,antes de ser entregue ao comprador. Uma chapa de inspeção fornecida' '■■'f' pelo orgão competente é obrígotória para que uma caldeira seja instalado.
Não param ai. porém, os cuidados com o segurança das caldeiras^.' n De doze a doze meses é obrigatória luna inspeção geral da caldeira.de^^' vendo ela extinguir o fogo para os ensoios de pressão, vistoria intern,â^:r^>.''.n etc. Essa ô a exigência do código australiano.
O código americano obriga, de 10 era 10 anos, o abaixamenio dg ^ ; pressão de trabalho, mesmo que a inspeção, considere a caldeira em bom estado.
O leitor poderá verificar o rígorismo com que é tratado o assunto, no estrangeiro. Agora examinemos, o situação do Brosil. As pressões das. caldeiras estão se elevando cada dia, no nosso parque industrial. Do y estrangeiro não nos vêm mais caldeiras, devido às barreiras opostas pela CEXIMi A indústria nacional está procurando suprir o mercado.
Se bá boas fábricas, poucas aliás, há muito .curioso de fundo de quintal que está fabricando caldeiros. Como elas dali vão para o serviço V das fábricas, não se sabe: os piores erros técnicos podem ter sido cometidos sem que o seu ptóprip construtor tenho' conhecimento. Após a msta<» lação tudo pode acontecer em matéria de. erros de opetação, Sabeinosde caldeiras em que a válvula de segurariça estava, amarrada parg niõ^' baixar a pressão!
Por esses motivos, é com a maior das satisfações que comumcámoi aos leitores que, por ação conjunta das AssocióçÓeB de Normas Técnicqs/ Prevenção de Acidentes e de Combustão, está sendo organizado em Sõo Paulo um Código da Segurança de Caldeiras.
I — Abordaremos aqui um assunto que embora não apresente um interesse muito çfeneralizado, poderá ser útil a muitos representantes aqui presentes, principalmente aqueles em cujas fábricas ou hospitais têm um regular consumo de oxigênio com conseqüente regular número de cilindros em circulação ou em uso dentro do recinto da fábrica ou hospital.
Como é do conhecimento geral, o oxigênio é distribuído em cilindros de aço e a uma pres são de 150 kg/cm- ou aproximadamente 2200 Ibs. por poleg.'-. Para o uso do gás contido nesses cilindros, certas prescrições ou normas devem ser seguidas. Quando essas prescrições ou normas não são observadas, fica o operador sujeito a acidentes por vezes de natureza grave.
Felizmente essas' prescrições já são bem di fundidas de modo que é relativamente pequena a freqüência de acidentes com o manuseio dos cilindros.
Procurando baixar ainda mais essa freqüên cia, estamos desde algum tempo introduzindo as chamadas «Instalações Centralizadas de Oxi gênio», tanto nas fábricas como em hospitais.
Consiste a «Instalação Centralizada» em uma rede que distribui o gás a todos os. pontôs de consumo, através de uma tubulação de aço ou cobre, conforme o caso.
Os cilindros ficam todos grupados em um só local e por meio de um dispositivo com vulas, faz-se a ligação daqueles cilindros à rêde de distribuição.
Ésse dispositivo contém uma válvula que reduz a alta pressão nos cilindros em baixa pressão para a rêde.
Perguntarão os senhores; Como pode esse sistema influir no número de acidentes com cilin dros de oxigênio? Responderemos com os se guintes argumentos:
a) A «Instalação Centralizada» evita que um grande número de pessoas manuseie os cilin dros, pois todos os que estiverem em uso em um hospital ou fábrica ficarão sob a responsa bilidade de uma só pessoa e esta, naturalmente, fará o trabalho com mais cudado, pois se habi-
(Trabalho apresentado pelo Eng, Ibe de Araújo, da S/A. Wbite Martins, à VII CONVENÇÃO)
tuará com as normas de segurança para o uso do oxigênio.
b) A «Instalação Centralizada» evitará aci dentes com as válvulas de redução, pois o gás é distribuído em baixa pressão (cerca de 100 Ibs/poleg.^ para fábricas e 50 Ibs/poleg.- para hospitais) ao invés de 2200 Ibs/poleg.^ dos cilin dros, simplificando o uso do gás e tornando possível a sua manipulação mesmo por pessoas inexperientes.
Êste fator é de primordial influência, pois cerca de 80% dos acidentes com os cilindros verificam se nas válvulas de redução e são oca sionados pela alta pressão do oxigênio. E' opor tuno lembrar que esse acidente só se verifica quando as válvulas são defeituosas ou não são manuseadas convenientemente.
c) A «Instalação Centralizada de Oxigênio» diminui o número de acidentes por queda de cilindros, pois evita o incômodo transporte dos mesmos, dentro das fábricas e hospitais.
No caso particular dos hospitais, esse fator é importante, uma vez que esse serviço normal mente é feito por enfermeiras ou enfermeiros na maioria das vezes não habituados com ésse tipo de serviço,
Ainda é comum, em certos casos, o trans porte vertical por escadas, sendo êste o respon sável por grande número de acidentes, ocasio nando também prejuízos de ordem material.
d) _ A «Instalação Centralizada de Oxigênio» evita acidentes que podem ocorrer por ocasião da «transferência» de oxigênio para cilindros de menor capacidade (cilindros de anestesia). Essa operação, que é bastante comum nos hospitais, apresenta grande perigo, quando não são obser vadas certas normas.
A êste trabalho achamos oportuno anexar um resumo dessas normas a serem seguidas (Cópia do Boletim MD-12 da S/A. White Martins).
Com a «centralização» essa operação de «transferência» pode ser eliminada, pois fica pràíicamente abolido o uso de cilindros de pequena capacidade. Assim dizemos porque esses, cilin dros são usados em determinados aparelhos. No caso da «centralização» esses aparelhos podem ser ligados diretamente à rêde de oxigênio.
1.
Manuseio dos Cilindro de Oxigênio e de Acetileno
[Extraído do «Precautions and Safe Practices», da The Linde Air Products Company)
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CILINDROS DE OXIGÊNIO 11.
Chcane sempre o oxigênio pelo seu nome próprio «OXIGÊNIO».
Depois que a válvula de redução estiver ligada, abra a válvula do cilindro leve mente em primeiro lugar, para abrir total mente em seguida.
mais de 400 libras de pressão, outros poderão suportar até 2.200 libras ou mais.
Os cilindros de procedência americana, que são a grande maioria dos usados no Brasil nos serviços hospitalares, têm entre várias marcas e números de fabricantes a seguinte marcação que deve ser observada cuidadosamente.
Exemplo:
2.
Nunca use oxigênio como substituto do ar comprimido. 12.
O oxigênio nunca deve ser usado em: a) ferramentas pneumáticas; b) maçaricos a óleo; c) partidas de motores de combus tão interna; d) limpeza de encanamentos; e) limpeza de peças de máquinas ou rou pas; í) testes de pressão; g) ventilação.
Conserve os cilindros de oxigênio e equipa mentos, livres-de óleo ou graxa: o óleo ou graxa em presença do oxigênio sob pressão entram em combustão violentamente.
Os cilindros de oxigênio não devem ser estocados próximo aos cilindros de acetileno ou outros gases combustíveis ou substdn-" cias que causam ou auxiliam a combustão.
Não coloque os cilindros próximo a fornos, estufas, radiadores ou outras fontes caloríficas. •
Nunca permita que chamas entrem em con tado com cilindros.
Não derrube os cilindros ou os manuseie grosseiramente.
Nunca use oxigênio dos cilindros senão através das válvulas de redução.
Não use chave ou grifo para abrir as vál vulas dos cilindros.
«Purgue» o cilindro antes de ligar a válvula de redução.
2.
3.
Não modifique e não tente consertar as válvulas dos cilindros. Devolva ao fabri cante o cilindro de válvula defeituosa.
CILINDROS DE ACETILENO
Chame sempre o acetileno pelo seu nome próprio «ACETILENO».
Ao estocar, lembre-se que o acetileno é um gás combustível.
Guarde sempre o cilindro com a respectiva tampa de proteção da válvula.
Evite o manuseio brusco, quedas e choques com os cilindros de acetileno.
Nunca modifique os «tampões» fusíveis dos cilindros.
Nunca use o acetileno do cilindro cuja válvula tenha vazamento.
«I C C ~ 3A — 2.200»
As iniciais ICC indicam que o cilindro foi íabricado de acordo com as especificações da «Interstote Commerce Coramission» que é o órgõo controlador nos Estados Unidos da resistência e ^ segurança no transporte e armazenamento de gase"s comprimidos, substâncias inflamáveis ou perigosas.
3A indica o -número de especificações da citada ICC. 3A; geralmente são os cilindros usa dos para oxigênio, fabricados sem costura, isto é, numa única peça.
O número 2.200 representa em libras por polegada quadrada a pressão maxima do tra balho a que êsse cilindro pode ser submetido.
A leitura desta marca no cilindro dá preci samente a resistência de suas paredes. Nenhum cilindro deverá ser enchido com oxigênio se não acusar uma pressão de trabalho de/ no mínimo, 2.200 libras por polegada quadrada.
7.
Nunca obra a válvula do cilindro de aceti leno mais que uma ou uma e meia voltas. Para trabalhos pesados use o monifold ou interligue diversos cilindros.
9.
10.
Nunca use o acetileno dos cilindros senão através da válvula de redução.
Em hipótese alguma tente tranferir acetileno de um cilindro para outro.
Regras Para Manipulação Segura do Oxigênio, Para o Caso Particular de Hospitais, Casas de Saúde, Maternidades e Clinicas Particulares
{Extraído do Boletim MED-\2 da S/A. White Martins)
b) O enchimento de cilindros que já con tiveram outros gases, com oxigênio, é operação proibida. Se o cilindro já tiver sido contaminado com qualquer substância graxa ou que já tenha contido mesmo pequenas quantidades de outros gases combustíveis ou não, durante ou depois de seu enchimento com oxigênio, as explosões são prováveis. Cilindros desta natureza deverão ser remetidos ao fabricante que fará um trata mento especial, a fim de eliminar todos os traços de impureza,
c) Inversamente, o enchimento de cilindros marcados «OXIGÊNIO» com outros gases é ope ração proibida, porquanto num engano muito possível poderá haver administração ao paciente de um gás diferente com evidente perigo de vida.
o perigo não tem hora, nem escolhe lu gar., Em toda parte, onde se trabalha, pode surgir o acidente. No ambulatório de seu estabelecimento ou, na falta dêste, em lugar adequado e acessível, não pode faltar o Estôjo de Emergência Johnsoii, com todos os materiais de urgência necessários para primeiros curativos.
Essas regras são as seguintes:
1. Usar sempre oxigênio de um fabricante idôneo, pois sómente os fabricantes idôneos têm serviço organizado de revisão e testes periódicos dos cilindros para garantir absoluta segurança no seu uso.
2. Nunca usar óleo ou outras substâncias inflamáveís ou inflamada em contacto com o oxigênio, visto a mistura dessas substâncias po der provocar incêndio ou explosões. A glicerina pura e sabões podem ser usados em contacto com oxigênio. Os aparelhos de oxigênio não requerem lubrificação,
3. A transferência de gases de um cilindro para outro é uma operação delicada e de grande
responsabilidade. O operador deve ser pessoa idgnea e- com pleno conhecimento da operação que está realizando.
Os perigos que essa operação apresenta são os seguintes:
a) A transferência de gases em altíssimas pressões (o oxigênio pode chegar até 150 atmos feras ou 2.200 libras por polegada, quadrada) para um outro cilindro de dimensões menores e cujas paredes são- finas ou estão em estado precário de forma a não agüentar a pressão do cilindro abastecedor, pode provocar uma explo são por arrebeníamento. Os cilindros para gases comprimidos são fabricados em grande quanti dade de tipos. Alguns cilindros não suportam
d) Nunca encher com oxigênio um cilindro cuja integridade ou cuja resistência seja desco nhecida. Estes cilindros deve mser enviados para exame na fábrica de oxigênio.
e) A aparelhagem usada em conjunto com o oxigênio deve ser adquirida em casas idôneas e especialistas nêste. mister. O uso de aparelha gem inadequada, mal preparada, sujeitas a va zamentos ou outros defeitos, poderá provocar incêndios ou explosões de resultados imprevi síveis.
A «S/A. White Martins» mantém um serviço com técnicos especializados preparados para instruírem os Senhores Médicos, enfermeiros e enfermeiras no uso dos gases e dos aparelhos, a fim de se obter a máxima eficiência e segu rança na sua manipulação.
Estôjo de Emergência JOHNSON
Prevenção contra ã Intoxicação pelo chumbo
Conselhos do SERVIÇO DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO, dO' Secretaria do Trabalho do Estado de São Paulo,
ATENÇÃO OPERÁRIO!
Defenda sua saúde
CUMPRA RIGOROSAMENTE AS DETERMI
NAÇÕES DO MÉDICO — O médico ensina como evitar intoxicações. Examina os paci entes e os traía quando necessário.
FAÇA EXAME DE SANGUE CADA SEIS
MESES E QUANDO O MÉDICO JULGARQUE CONVENHA, O exame de sangue sempre é pedido pelo médico. Pelo exame de sangue sabe-se se há intoxicação ou início dela, muito antes de qualquer sinal. NÃO USE ÁLCOOL COMO PINGA, VINHO, COGNAC, CERVEJA ETC. O álcool diminue a resistência do organismo, contra a into xicação.
NÃO FUME NO TRABALHO, O fumo dimi nue a resistência. E a pessoa ao. fumar pode se intoxicar levando as mãos sujas no cigarro ou nos lábios.
ALIMENTE-SE BEM: COMA DIARIAMENTE CARNE OU OVOS, CEREAIS, VERDURAS E FRUTAS. A pessoa bem nutrida reage melhor contra intoxicação e infecções.
TOME UM LITRO DE LEITE POR DIA. O leite é alimento completo e indispensável. VISTA ROUPA DE SERVlÇO, INCLUSIVE CALÇADO E GORRO ANTES DE COMEÇAR O TRABALHO. TOME BANHO AO SAIR DELE E VISTA ROUPA DE SAIR. Quem trabalha em secção, onde há pó, gazes que contenham chumbo, está sujeito a transpor-
O Papel da Medicina da Prevenção de icídentes
D. L. BRANDAO REIS
Chefe do Serviço de Prevenção de Acidentes da Fábrica Mazda, da GENERAL ELETRIC S/Â.
Nota da Redação — Êste trabalho foi apresentado à VI CONVENÇÃO DOS PRESIDENTES DAS CÍPAS, mas devido (IO exlruvio dos originais somente agora pode ser dado à publiddade.
tar o tóxico para fora, e para a residência e intoxicar outras pessoas.
8) USE ARMARIO DUPLO; um para guardar a roupa de serviço; e outro a roupa de sair. A lei exige armario duplo para cada em pregado de secção insalubre. É vantagem usa-lo como recomendamos para evitar transportar o tóxico pela roupa.
9) USE LUVAS PROTETORAS das mãos, todas vezes que tiver de mete-las èm- tintas qu outras substâncias que contenham tóxicos.
10) USE MASCARAS APROPRIADAS toda vês que trabalhar em local que contenha gozes ou poeiras,
11) LAVE AS MÃOS com água e sabão, escove as unhas antes das refeições, ao sair da privada e todas as vezes, que sujas. É OBRIGATÓRIO haver lavadores com água corrente na proporção de um para cada vinte trabalhadores.
12) NÃO PONHA OS DEDOS OU A MÃO NA BOCA NEM NO NARIZ os dedos ou mãos sujas podem transportar chumbo, e assim haver intoxicação.
13) TRABALHE EM COMPARTIMENTO BEM VENTILADO. Ar puro e fresco é necessário à saúde.
Se sua secção não for bem ventilada, há maior possibilidade de intoxicação.
SEGUINDO ESTES CUIDADOS HCA VOCÊ 'DEFENDIDO CONTRA INTOXICAÇÃO PELO CHUMBO
TOMANDO ÊSSES CUIDADOS NAO HÁ PERIGO
Prevenção de Acidentes — Março-Abril de 1953 — 6
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''■J-
Não poderiam os promotores da VI CON VENÇÃO DOS PRESIDENTES DAS CIPAS _de São Paulo escolher para assunto dessa reunião, um tema mais palpitante e de tanto interesse como êste que procura mostrar o papel da me dicina na prevenção de acidentes, A indústria moderna e o industrial escla recido não podem prescindir do método ao pla nejar a sua organização fabril, nos dias em que vivemos.
O trabalhador é um capital de inestimável valor econômico-sociai que precisa ser ampara do de modo perfeinto e efetivo e, junto a ele, fazendo parte da organização à qual presta o seu concurso, deve sempre estar o médico, para prevenir os acidentes, as doenças profis sionais e para conservar a saúde da comuni dade obreira.
A medicina moderna é proíilativa e pre ventiva por excelencia e tem por objetivo pri mordial, evitar a doença. Nas fábricas e oficinas é exercida sob a denominação de medicina do trabalho, medicina industrial ou higiene in dustrial.
WAMPLER diz que a medicina industrial di fere da medicina clínica por que a medicina industrial trabalha com indivíduos sãos, procu rando conserva-los sadios e que a mais impor tante função do médico da indústria é a preven ção das doenças e não o seu diagnóstico e tratamento.
GAFAFER, reforçando a opinião de WAM PLER, comenta que a medicina industrial não pode limitar-se ao tratamento de urgência e ao diagnóstico das doenças ocupacionais, pois, na verdade, há um trabalho melhor e maior a ser feito, que é a sua prevenção.
Dêste modo, ninguém mais credenciado do que o médico da fábrica para exercer ação pre ventiva contra os infortúnios profissionais.
Mostram as estatísticas que a grande maioria dos acidentes do trabalho têm por causa o fator humano.
Em 75.000 acidentes industriais estudados, HENRICH verificou que apenas 2% dêsses aci dentes não poderiam ter sido evitados e que
os 98 % restantes não teriam ocorrido se medidas de segurança houvessem sido tomadas. Dêsses 98% conclúe o autor, apenas 12% foram moti vados por fatores mecânicos, sendo que os de mais 88 % corriam por conta do fator humano. E é ao médico que compete estudar êsse fator humano, responsável pelos acidentes.
O papel de medicina na prevenção de aci dentes começa com o exame de saúde para a admissão ao trõBalho.
A seleção de indivíduos que possam bem desempenhar as tarefas que lhes forem distri buídas é a primeira etapa da prevenção de acidentes em uma indústria. É, porém, de todo o interêsse que o médico saiba o cargo ou fun ção a que se destina o candidato. Isso por que muitas vêzes o indivíduo pode apresentar ano malias de constituição, defeito físico ou lesão orgânica que o incafxicite para um determinado trabalho, mas que não o impossibilite de exercer outro, com eficiência e segurança.
O exame médico deve ser tanto mais rigoroso quanto maior for o gráu de insalubridade e de periculosidade da indústria ou a tarefa a qual se destina o trabalhador.
Atenção especial deve ser dedicada aos aparelhos de visão e da audição, pois, grande número de acidentes ocorrem com indivíduos portadores de doenças ou lesões dos olhos e dos ouvidos.
Como a nossa lei de acidentes considera acidentes do trabalho todo aquêle que se veri fique pelo exercício do trabalho, provocando, direta ou indiretamente, lesão corporal, pertur bação funcional ou doença que determine a morte, a perda total ou parcial, permanente ou temporária, dessa capacidade, não deve ser es quecido, também, na inspeção de saúde, o exame roentgeníotográfico dos pulmões e coração, para despistar qualquer lesão dêsses orgâos, desde o inicio e que possam ser agravados com o exer cício do trabalho e ser rnais tarde levados a conta de acidentes.
Êsse exame deve ser repetido anualmente, sendo de bom aviso que os operários sejam mandados ao radiologista quando voltem do pe-
2) 3) 6) 7) 1)ríodo de férias regulamentores, a fim de que nenhum deixe de submeterTse ao referido exame.
A inspeção de saúde, realizadd periodica mente e sempre que o trabalhador troca ou é trocado de serviço, deve ser medida de- rotina nas fábricas bem organizadas, pelos salutares resultados que daí advem.
Através dos dados obtidos no decorrer do exame de saúde do trabalhador, ao ser admitido no serviço, o médico orientará o departamento do pessoal no sentido de que, por exemplo, indivíduos com tendências a vertigens palpitações, tonteiras, etc., não sejam empregados em trabalhos monotonos, sedentários e ruidosos, nem em serviços executados em grandes alturas, co mo andaimes, postes, escadas, etc.; que indiví duos propensos a hemorixagias, não sejam man dados executar trabalhos onde estejam sujeitos a ferimentos constantes; que os , sujeitos a "hér nias não sejam utilizados em serviços que deman dem esforço físico exagerado para a sua execu ção, etc,; aconselhará que não sejam,empregados em tarefas que exijam prolongada posição- de pé, grande movimentação, etc. os que tenham' tendência a varices; proibirá que indivíduos pro pensos a doenças bronco-pulmonares realizem tarefas que dependam de grande esforço físico e que obriguem a mudanças • bruscas de tem peratura, assim como trabalhos em ambientes onde exista a possibilidade de inhalação de poei ras, fumos, vapores ou gazes nocivos à saúde.
Particular atenção deverá ter o médico de fábrica para com as muleres e os menores, afas tando-os dos serviços' perigosos e insalubres.
Vemos, assim, que as primeiras medidas de prevenção de acidentes, em uma indústria, ca bem ao médico, ao realizar o exame de saúde do trabalhador, para a sua admissão ao serviço, orientando o departamento competente, a fim de que cada um seja encaminhado para a função que mais condiga com a sua capacidade física. Concluímos, desse modo, que para prevenir aci dentes não basta proteger a máquina e dar ao trabalhador os equipamentos de que" necessita para trabalhar com segurança. E' preciso, tam bém, escolher o homem que irá movimentar as máquinas, entregando-o à indústriq em condi ções de enfrentar as agresões do meio em que vai trabalhar e de poder desempenhar suas fun ções com o máximo de rendimento e o mínimo de perigo, de fadiga e de prejuízo para o seu organismo.
Nesta primeira fase do seu trabalho, o mé dico verifica se o indivíduo, candidato a emprego, está em condições de exerce-lo satisíatòriamente, Daí para deante então, uma outra etapa lhe está reservada, acompanhando o comportamento do trabalhador frente ao trabalho e apreciando as reações que este venha a determinar sôbre o seu organismo, Assim, ele verificará o.gráu de fatigübilidade que o serviço lhe acarreta e, lançará mão de
métodos adequados e conhecidos para evitar o aparecimento da fadiga, fator dos mais prepon derantes na gense dos acidentes industriais.
MARBE, verificando que os indivíduos víti mas de acidentes têm tendência a se acidentarem novamente, estabeleceu a sua lei dizendo que «a possibilidade de acidente nos trabalhadores é tanto maior quanto maior for o número de aci dentes por ê'es anteriormente sofrido».
E fato constatado por todos que lidam com acidentados do trabalho que há indivíduos mais predispostos do que outros, aos acidentes e que êstes nêles se repetem com mais freqüência do que nos seus demais companheiros.
O médico do trabalho deve, pois, atentar para êsses casos de predisposição individual, acompanhando através das folhas de análise de acidentes a freqüência com que tal ou qual tra balhador se acidenta, examinando periòdicamente as fichas dos acidentados e investigando, por intermédio das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes, os pormenores dos casos, para providenciar a respeito.
No Serviço de Prevenção de Acidentes da Fábrica Mazda, da General Eleíric instituíram uma ficha para cada trabalhador que se aci denta-e onde vão sendo anotados todos os aci dentes pelo mesmo sofridos. Quando esse núultrapassa de três por ano e não há^uma causa que os justifique, o empregado é chamado para investigações. .
Não são, entretanto, apenas estas as atribui ções do médico no campo da prevenção de aci dentes.
Cuidará também êle de molhoror as condi ções dos locais de trabalho, sabido a influência que exerce a má iluminação, a ventilação ina dequada, os pisos em mau estado de conser vação, as temperaturas elevadas ou demasiada mente baixas, etc., na ocorrência dos infortúnios ocupacionais.
Nas Comissões Internas de Prevenção de Aci dentes sua ação é das mais relevantes. Socor rendo O'acidentado em primeira mão, tomando conheciiríento das circunstancias em que o aci dente se verificou, estará sempre bem informado para esclarecer a CIPA sôbre as providências a serem adotadas para prevenir a repetição do evento. '
Têm sido os médicos os pioneiros das cam panhas de segurança nas fábricas onde traba lham. E, talvez pelo contato diário com a dor e as desgraças causadas pelos acidentes têm sido os profissionais que mais se têm interessado pelo problema da sua prevenção, em nosso meio.
Tarefas em outros países, confiadas a enge nheiros e químicos, vêm sendo no Brasil desem penhadas pelos médicos de fábrica, suprindo a falta de especialistas da matéria, como por exem plo de engenheiros de segurança, ou «safety engineers» que são em pequeno número para as necessidades existentes e mais interessados
em outros setores da engenharia, onde a remuneração é mais rendosa. ' '
A creaçâo de serviços especialisados de hi giene industrial, principalmente nos grandes esta belecimentos fobris-industriais é, pois, uma me dida que se impõe sem tardança e não pode ser esquecida pelos nossos industriais, pelo que a medicina do trabalho representa hoje em dia nas organizações modernas e pelo benefício que pode prestar ao trabalhador e ò produção. Como fecho das nossas considerações é opor tuno citar aqui as palavras do Prof. Jorge Ban deira de Mello no seu discurso de posse do cargo de Presidente da • Associação Brasileira de Me dicina do Trabalho, e que foram as seguintes;
«E' pena que muitos homens de Govêmo e Capitães da Indústria ainda não se tenham convencido que a Higiene In dustrial faz parte da «linha de produ ção». Não se compreende indústria mo derna com exclusão ou desconhecimento da medicina industrial. E, porque, infe lizmente, muitos industriais ignoram ou subestimam a importância da higiepe industrial, como parte integrante das industrias, é que vivemos o lamentável problema atual de insuficiente produção e alto custo de produtos.
' Urge, pois, desenvolver, entre nós, a tecnologia industrial. Mas, ao fazê-lo, te mos de incluir a higiene industrial nessa tecnologia. Explosões, queimaduras, in toxicações, doenças profissionais e não profissionais, acidentes mecânicos, além
'
-
,..dé causarem sofrimentos e perdas de vi- .
da, destribuíção de materiais e desper dício de dinheiro, impedem o contínuo e progressivo desenvolvimento industriai, pela perda, pelo desgaste, pelo desper dício de técnicos especializados, dificil mente subsütuiveis, pela desorganização dêsses técnicos, ou do próprio estabeleci mento industrial; pela criação da men talidade do «risco» que dificulta a inver são do dinheiro nas industrias, encarece empréstimos e seguros; finalmente, pela perda de tempo para a indústria que, mais do que para o indivíduo, significa dinheiro».
Eis, em largos traços, o que pode a medicina íazer no campo da prevenção de acidentes. Suas possibilidades são imensas e da mais alta impor tância, principalmente quando pode o médico contar com a colaboração de engenheiros de segurança, de psicotécnicos, de assistentes so ciais, de químicos- toxicologistas, de enfermeiras especializadas e com uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes constituída de elementos verdadeiramente interessados no assunto e, ainda com o apoio de uma administração inteligente que compreenda o valor de todos êsses serviços e mais ainda que o dinheiro gasto na sua manu tenção reverte,com altos juros na regularidade da produção, na perfeição dos produtos manu faturados, na conservação da mão de obra, na sua indústria e no bem estar dos seus empre gados,
Prevenção de Acidentes MarçoTAbril de 1953. — 8
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icideotes do Trabalbo nas Oficinas Mecânicas
Ludovico CapozziDepartamento Técnico da S/A. I.R.F.M. Oficina Mecânica e Fundição
O problema de prevenção dos acidentes no trabalho vem, de há muito tempo, preocupando as empresas em geral e os podéres públicos
A organização racional da indústria, do pon to de vista da prevenção ^os acidentes no tra balho, assenta, sobretudo, na preparação anterior do trabalhador, através de instruções teóricas e práticas, que agem simultaneamente é se con cretizam, na execução do trabalho.
O trabalhador que tiver formação profissio nal não encontrará dificuldades em compreender as referidas instruções, pelo que aumentará sua segurança durante o trabalho, ,pois tem cons ciência do que está executando e de como deve executá-lo.
Entretanto, não devemos esquecer que, infe lizmente, entre a massa dos trabalhadores exis tem, e não em pequeno número, os que têm reduzidos conhecimentos relativamente à higiene do trabalho e proteção à saúde, estando, em conseqüência, mais "íàcilmente expostos aos pe rigos de um acidente Influem, sem dúvida algu ma, decisivamente, na diminuição dos acidentes no trabalho, as qualidades físicas e mentais do trabalhador, que deverá estar sempre atento ao cumprimento da disciplina imposta pela emprêsa, através de um regulamento bem organizado, que, visando seu bem-estar, consegue, paralela mente, o máximo rendimento do trabalhador no tocante à produção no trabalho, seja em quanti dade, seja em qualidade.
Sempre que falarmos em produção e con dições de trabalho, tudo se refere diretamente ao homem, porque é ele a base onde se assen tam os trilhos do progresso.
Condições de trabalho devem ser todas as que beneficiam o trabalhador com um ambiente favorável, isto é, iluminação racional, temperatu ra agradável, suficiente espaço de trabalho e as necessárias instalações sanitárias. São fatores que predispõem o operário a sentir-se bem, no local de trabalho, mantendo seus nervos perfei tamente equilibrados e a sua mente clara e eficiente. Evita-se assim o cansaço prematuro dentro de um período normal de trabalho, uma vez que o ambiente ou local de trabalho tem grande influência, no espírito e no físico do ope rário, diminuindo os movimentos bruscos, des
cuidados e desatentos, os quais dão origem à marioria dos acidentes no trabalho.
A iluminação é um fator importantíssimo. A iluminação, quando não racional, é prejudicial aos olhos, cansa a vista, e, portanto, faz diminuir a produção, sendo, freqüentes vezes, causa de acidentes. A luz necessária ao trabalho deve ter a devida homogeneidade e intensidade. E' sempre preferível a luz natural, a luz direta. Quando não for possível, a luz artificial deve ser suficiente na quantidade, distribuição e in tensidade das fontes luminosas.
Outro elemento muito importante na preven ção de acidentes é, sem dúvida, a vigilância e orientação; por parte dos mestres de oficinas em geral. Têm eles conhecimentos" e experiên cias adquiridas, pelo que devem orientar e con trolar os operários, especialmente no inicio das obras, fixando normas e demonstrando possíveis perigos, de forma a melhor poder prevenir os acidentes. Uma turma de mestres competentes eqüivale a ótima produção e eficiente segurança do pessoal.' Sabemos bem o que representa, infelizmente, um operário acidentado: além do seu prejuizo físico e econômico, a sua tempo rária substituição sempre acarreta transtornos ao bom andamento do serviço. As estatísticas demonstraram que muito já foi alcançado, espe cialmente nas grandes organizações industriais, onde devemos salientar a redução sensível dos acidentes do órgão da vista, oriundos de frag mentos de rebolos de esmeris e reflexos da solda elétrica.
Realmente, tem-se conseguido um sistema eficiente-de proteção, tanto no que se refere a máquinas, como a locais ou ambientes de traba lho, onde se manipulam matérias que poderiam trazer prejuizo à saúde dos trabalhadores.
E' louvável toda e qualquer iniciativa, no sentido de diminuir e prevenir os acidentes no trabalho, porque esta é uma cruzada de bene fícios recíprocos, tanto para o empregado como para o empregador. Ganha o empregado e lucra o empregador, realinzado-se assim o princípio básico da Economia, que é «o maior rendimento com o menor esforço», e atendendo, de modo particular, aos mais altos ideais de ordem moral e social.
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Protcja. AS Mãos/1
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ASSOCIAÇAO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÉDE: RIÓ DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 91 EDIFÍCIO MAYAPAN
11' ANDAR — SALAS 1118/9
END. TELEG.: PREACI ^ TELEFONE 42-0928
SUCURSAL: S. PAULO
edifício do BANCO DO ESTADO
R. JOÃO BRÍCOLA, 24 - 24' AND.
TEL.: 33-2257 - END. TELEG.; PREACI DIRETORIA
Eng. ISMAEL COELHO DE SOUZA
Presidente
Eng. JOSÉ M. FERNANDES — 1' Vice-
•Presidente
Eng. ALBERTO PIRES AMARANTE
2' Virc-Presidenle
Eng. DULCÍDIO DE ALMEIDA PEREI-
R,\ •— 1' Secretário
Eng. ADHEMAR DE CANINDÉ JOBIM
— 2' Secretário
Eng. KERRIS AP-THOMAS — 1' Te soureiro
Sr. PEDRO THEBERGE — 2'- Tesou reiro
Prof. DÉCIO PARREIRAS — Diretor (repre-sonlanle do Ministro do Tra balho, Indústria e Comércio)
Eng. EUVALDO LODI — Diretor
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CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Sr. ANTONIO DEVISATE
Sr. HAMLETO MAGNAVACCA
Eng. MÁRCIO MELLO FRANCO AL VES
Eng. MARIO HENRIQUE NACINOVIC
Eng. MAFIANO J. M. FERRAZ
Dr. AUSTRECfeSILO DE ATHAYDE
Eng. JOÃO CARLOS VITAL
Eng. JOAQUIM DE FARIA GÓIS
Eng. ROBERTO MANGE
Dr. CARLOS SANTOS COSTA
Tnte. Cel. GERALDO DE MENEZES CORTES
Cel. ORLANDO DA FONSECA
Sr. RANGEL SOBRINHO
CONSELHO FISCAL Efetivos
Dr. HELVÉCIO XAVIER LOPES
Dr. JATR NEGRÃO DE LIMA
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Suplentes
Dr. ZIILFO DE FREITAS MALMANN
Dr. IBSEN DE RO.SSI
Eng. LUIZ DIJMONT VILLARES
SECRETARIO EXECUTIVO
Eng, JOSÉ S. A. PINHEIRO
ANO XI MAIO-ÍUNHO DE 1953 N.-' 3
I wLAVINIA CARDOSO VASCONCELOS — Diretora
Vice-Dlretores Secretário
NEMBSIO NICOLINI e A. G. DA SILVA E. L. BERUNCK
Código de Obras e Segurança
Um Código de Obras é um conlunto de preceitos legais e obrigatórios que se destinam a garantir a estabilidade a segurança e a higiene dos edifícios. Em cidades mais adeantadaS/ trata-se também da distribuição das otividades. por meio de um zoneamento de forma a tornar mais confor tável a vida dos habitantes das cidades. Entretanto, apesar dp^ emaranhado de artigos e parágrafos, o fim principal colimado num Código de Obras. é a segurança da saúde e da integridade dos habitantes.
Nos locais onde se veriticom aglomerações ha uma série de determina ções que devem ser cumpridas rigorosamente, sob pena de risco de tragédias como a que narramos em outro local.
Em primeiro lugar a questõo da estabilidade. Ha Normas Técnicas brasileiras que determinam precisamente os cargas que devem ser previstas por metro quadrado, quando se trata de escritórios, colégios, salões de baile, cinemas, etc. Essa é a segurança mais conhecido e mais antiga: a segurança da construção. Um construtor cujo desleixo ou erro provoquem um desabamento, está condenado para o resto da vida.
Entretanto, por outros meios podem ser destruídas vidas e propriedades sem que hoja desabamentos. Referimo-nos aos incêndios e à evacuação do pessoal que se achar num teatro, num cinemo, num salão de baile, num hospital.
Hoje ha normas organizadas por competentes técnicos, por exemplo, sôbre as instalações hidráulicas prediais contra incêndios.
Imagine-se um edifício de mais de vinte andares, sem uma instalação hidráulica contra incêndio. Qualquer inicio de fogo que poderia ser extinto facilmente por meio de mangueira ligada à instalação de incêndio, lavrará até que cheguem os bombeiros, que, na ausência de instalações ouxiliares, terão as maiores dificuldades para atacar prontamente o fogo. E é preciso lembrar que os primeiros minutos são decisivos para o ataque ao início de incêndio. Passado algum tepip^'' perdidos os primeiros e preciosíssimos minutos, o fogo já lavrará com tal intensidade que sòmente os profissionais do fogo poderão debela-lo. Isso parece muito elementar mas existem inúmeros prédios altos de São Paulo, em que a instalação de incêndio prima pela ausência.
Outro ponto a considerar sériamente nos edifícios onde se juntam centenas e às vezes milhares de pessoas é a questão do escoamento. Numa hora de pânico, as saídos que nos ocasiões normais dão a impressão de serem suficientes, tornam-se por demais estreitas para dar vasão. Então verificam-se atropelos, compressões, pisadeias como no caso do «Club 28», Ha regras seguras para o escoamento, nas ocasiões de emergência, que diminuem ao mínimo o risco dos esmagamentos, regras que se relacionam com a largura e disposição das escadas, sinalização, largura e número de portas de emergência, etc.
Para êsses aspectos devem olhar os que têm a responsabilidade de organizar ou refundir os Códigos de Obras e na ausência de dispositivos legais sôbre o assunto, os engenheiros arquitetos e os projetistas devem procurar sanar essas lacunas, estudando e aplicando os códigos já pro mulgados em outros países.
o PREÇO DA IMPREVIDÊNCIA E DO PÂNICO: 57 MORTOS NENHUM POR FOGO
{Foto obtida por gentileza da *FOLHA DA MANHû)
O «Show» da Morte
A MORTE preparou um «show» no dia 13 de Junho dêste ano, em S. Paulo. No princípio era apenas uma fumacinha que subia do páteo interno do sobrado, apenas notada por algumas das trezentas e tantas pessoas que comemora vam a noite de Sto, Antonio, dançando no «Club 28», da R. Florêncio de Abreu.
Discretamente sem alarme, chamaram os bombeiros. A chegada dos homens de capacete ao sdlão inquietou um pouco, mas as autorida des e os «mestres salas» fizeram o possível para que ninguém se preocupasse. Os bombeiros fi caram investigando, espia d'aqui, olha dali. Parece, segundo conta um dos jornais, que houve- mesmo um princípio de pânico,- em que sairam feridas levemente, algumas dezenas de pessoas. Procuraram restabelecer a ordem e a osquestra teve ordem de continuar tocando,
A esse tempo, a reportagem dos jornais já estava avisada e tinha acorrido ao local, com
òs fotógrafos. Um pouco mais tarde, chegaria a T.V. Já havia policiais, investigadores, e uma numerosa assistência para o «show» da Morte. Transcorreu o espaço de um hora, em que os bombeiros continuaram investigando e aguar dando os acontecimentos. Afinal, decidiram-se a arrombar a porta do armazém sôbre o qual funcionava o baile, e de onde provinha a tal fumacinha. Foi o disparo do gatilho para a pavorosa tragédia.
O fogo já tinha lavrado intensamente no armazém. Apenas aberta uma das portas da loja, grossos rolos de fumaça golfaram da aber tura, subiram e invadiram o salão de baile. Os humildes dançarinos, a maioria empregadas do mésticas, pequenos comerciários, operários, gente que moureja durante a semana e que aos sába dos sai para se distrair um pouco, viram que se achavam dentro de uma casa incendiada e que se não fugissem logo, estariam em breve
Esuadã da
Morte
\
Como foi'possível tirar uma fóio-' 's grafia dessas? Grande parle dos que se vêm acsla escada morreram esmagados. Toda a imprensa de. São Paulo já tinha acorrido' com se.us fotógrafos,"mas as autoridades não providenciaram a evacuação do salão em tempo, deixando o baile continuar. Neste momento ainda ha via esperanças de salvamento. En tretanto percebe-se o cnme\o da tra gédia. Alguns já afundaram e estão na posição de serem pisoteados. Em hcdxo, uma moça de óculos-procura se desvencílhar de unia gravata dada por um que já afundou, arrastado por outro que está atrás. Junto ò parede esquerda um homem está sendo comprimido. O guarda que se vê de co.$tas procura manter a aordemt^.
{Foto obtida por gentileza de «O ESTADO DE SÃO PAVLO»)
torrados. Precipitaram-se para a -única saída do sobrado, uma escada estreita que dcíva para uma porta ainda mais estreita. Além da área mínima de vasão para tanta gente, ainda outro elemento veio impedir o escoamento: as auto ridades que, não tendo tomado medidas neces sárias e em tempo para a salvaguarda de tanta gente, queriam, a todo o custo, manter a ordem, e obrigar a centenas d© pessoas aterrorizadas, a sair em passo de procissão. . .
Na fotografia da escada vê-se no primeiro plano, de costas, um guarda procura manter a ordem entre os que iam morrer sufocados, com primidos, pisoteados como se fosse possível dar ordens a uma multidão aterrorizada. . . Os bom beiros, dentro dessa mesma ordem de idéias,
esguicharam água sobre a multidão, para acal má-la. piorando ainda mais a situação. Um dos seus companheiros que se achava no sobrado na ocasião, teve sorte idêntica à de muitos; morreu esmagado, quase aconte cendo o mesmo com vários outros.
Na escada os corpos ainda vivos começaram a se entrelaçar de tal geíto que não era possível mais avançar um degrau, e de tal maneira que depois de mortos, fôi preciso amarrar cordas para puchá-los. O pânico então chegou ao auge. Vendo que aquela massa humana não se movia, antes começava a se abater, agonisante, muitos fizeram-na de êscorregador e de tapete, jogando-se por cima, para alcançar a porta. No salão, houve um verdadeiro ambiente de loucura. Mui-
tos dos que não puderam mais tentar a fuga pela escada, aliravam-se das sacadas como se estivessem mergulhando numa piscina,indo estatelar-se na calçada, com os crãneos esmigaIhados. Nada disso é fantasia de cronista, pois foi fotografado pelos repórteres dos jornais, que tinham sido condamados para o sinistro «show».
Houve o caso de uma jovem que ao atirar-se embaraçou-se nos fios elétricos, e aos poucos foi se desprendendo, aos gritos, até cair na cal
çada. Foi fotografada e cinematograíada em todas OS fáses de sua trágica morte.
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• Afinal os bombeiros puzeram duas escadas para o salvamento, tendo escoado por elas um grande número de pessoas que se conservaram mais calmas e que saíram ilesas.
Balanço: 57 mortes e inúmeros feridos. Os clichês mostram o estado em que ficaram os corpos, horrivelmente mutilados pelas compres sões e pisadelas.
Os Que ficaram calmos, uo saiao, saivaniin-sv pcuis escadas du Corpo de Bombeiros. {Foto obtida por gentileza da ilOLHA DA MANHÃ*)
A Associação Brasileira para Prevenção vêse na obrigação de fazer alguns comentários sobre essa pavorosa tragédia. Em primeiro lugar a demora na evacuação do salão de baile, para a qual houve tempo mais que suficiente, demora essa que deu tempo à chegada de fotógrafos e cinematograíistas como que pxara gravar um filme.
Em segundo lugar sobre o perigo de, nos locais em que ha aglomeraçõo de pessoas, não haver disposições construtivas capazes de, em caso de pânico, permitir um escoamento seguro do pessoal. Este caso pode perfeitamente se reproduzir em escala maior ou menor, nos cine mas, nos teatros, nos colégios, nos hospitais e .^principalmente nas fábricas, onde o atronvaca-
mento de máquinas e de material toma impos sível um escoamento rápido dos presentes. Mes mo dentro das fábricas, já temos observado, podem-se formar verdadeiras ratoeiras, em caso de incêndio.
Já é tempo dos resjponsáveis pela confecção e aprovação das plantas dos lugares onde existe aglomeração, olharem para êsse aspecto de se gurança.
Os gerentes das fábricas, os diretores de colégios, os gerentes de hotel devem fazer uma revisão cuidadosa de suas instalações e tam bém fazer exercícios sistemáticos de evacuação dos edifícios, para evitar tragédias como a que ocorreu em 13 de Junho, em São Paulo.
tenrso «Onde está o Erro?
Na V SEMANA BRASILEIRA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES E HIGIENE DO TRA BALHO, realizado no Rio dc Janeiro foram, instituídos prêmios para os operários que apontassem maior número de hiatos inseguros», na gravura que se vê ao lado. Talvez por carência dc tempo, muitos empregados não puderam concorrer. A Cia. City de Santos, porém., utilizando-se do mesmo material, promoveu um concurso interno entre seus auxiliares, tendo sido veiKedor o Sr. SEVERINO PEREIRA, que além de ter bom olho para descobrir as imprudências no ambiente de trabalho, é poeta e humorista. A entrega do prêmio ao Sr. Severino se fez com solenidade no dia 25 de Junho do corrente. Seguem-se os versos que o leitor confrontará com a gravura da outra página.
Os meus amigos que vejam Se êle pensasse bem, Que não sou nenhum calhorda, E não fôsse a distração Quem sem óculos, nem luvas. Usaria um par de óculos Trabalha num tanque de sóda. Para, evitar contusão.
Quem está parado é quem vê Aquilo que está errado. Jogar martelo ao colega Com o cabo todo quebrado. ■
Todo curvado êle está Julgando fazê-lo bem.
Sem reparar que uma queda O pôde levar aó além!
E o outro, não reparem, Que distração, meu amigo! Sem óculos esmerilha o ferro Correndo grande perigo!
Mas isso ainda não é nada. Veja só que descuidado! Trabalhando com a pistola E o buraco destapado!
E. esquecendo o funil Na boca do garrafão, Poderia tropeçar E jogar o óleo no chão!
E o nosso soldador Não é consciente e coeso, Deixando sobre a bancada O seu maçarico aceso.
E, além de todo o azar, Do erro que está a fazer Com as pernas tão esticadas, E' fácil de se render!
Isto ainda não é nada. Veja êste que está só. Fazendo uso da mangueira Para sacudir o pó!
Comete grande imprudência
Fazendo tamanha asneira
Pois enche os olhos de pó, E isso não é brincadeira.
E vejam só meus amigos Que grande atrapalhação.
A roda pisa na córda
E joga tudo no chão!
A talha no chão está, ' E 'aquele com o cano às costas
E, ao lado, um prégo p'ro ar. Aí vem todo faceiro. '
E essa beldade colegas, Fazendo caixas de escada! Expõe-se assim a uma queda Que a deixará aleijada.
Vejam só que engraçado! Os olhos do companheiro Expostos ao pano sujo do improvisado enfermeiro!
E, por sentir muita dor E, talves todo raivoso, Lqmbusa os pés do colega Com o óleo escorregôso.
E êste que se julga esperto, Que não para um só momento. Aprovela e, põe o óleo Com a máquina em movimento.
E esta bela operária, Que parece uma gran-íina Com sapatos de solto alto Trabalha numa oficina!
Porém, uma coisa eu digo E, julgo não ser asneira Embaixo de uma bancada Não se acumula sujeira.
Parece que tem dinheiro.
A, esperar que um companheiro A mão enfiada no bolso, Nele se venha espetar!
Veja só meu grande amigo
Que péssima arrumação...
^ Essas tábuas nêsse guincho
Prontas p'ra cair no chão!
E ò nosso amigo, coitado!
Tão alegre e jovial, Nem vê que cofre perigo
De ir parar no hospital!
E o outro que sobe a escada
Fumando, tão sorridente.
Despreocupado, nem pensa Num forte e grave acidente!
Repare nêsse colega Que distráe-se a trabalhar.. .
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Nem vê que alguma íagulha
O pôde bem machucar.
Mais erros a gente vê. E isso guardo comigo. Como êsse que põe os dedos Em tão constante perigo!
Mas, se durante o trabalho A gente vive pensando, Há muitos despreocupados Que trabalham sempre errando!
Peço não me julguem mal Por alguma brincadeira Pois, aqui se encontra às ordens C — Severino Pereira.
iissocisção Brasileira para Prevenção de Acidentes
POSSE DA NOVA DIRETORIA — DEPOIMENTOS DE DIVERSOS INSPETORES DE SEGURANÇA
NOS ESTADOS
Tomou posse no dia 12 de Junho do cor rente ano, G nOvG diretoria da Associação Bra sileira para Prevenção de Acidentes, cujo pre sidente é O sr. Ismael Coelho de Souza. Tomaram parte na mesa o representante do Ministro do Trabalho, que não poudê-- comparecer por se achar adoentado e o sr. Vicente de Paulo Galliez, presidente do Sindicato das Emprêsas de Segu ros Privados e Capitalização.
O orador oficial, Coronel Menezes Cortes, disse: «Nosso principal objetive é a salvaguarda da saúde e da tranqüilidade de espirito dos que trabalham nêste pais. Três mandamentos nor teiam o nosso trabalho: proívidenciar condições de trabalho com segurança; ensinar preceitos essenciais para .obter essas condições e criar a mentalidade da segurança. A A.B.P.A. não tem objetivos comerciais. Tudo que obtemos é empregado na propaganda dos métodos de se gurança do trabalho. Tudo reverte em favor da coletividade. Precisamos formar técnicos na pes quisa de causas de acidentes e na educação de empregadores e empregados contra os acidentes. Precisamos formar a mentalidade da base de se gurança para o trabalho. Estamos, no Brasil, apenas começando, mas havemos de conseguir os melhores resultados não só para benefício de todos como da própria produção nacional».
Em seguida ao discurso do sr. Coronel Cortes, usaram da palavra yários representantes de emprêsas industriais dando o seu depoimento quanto aos resultados da campanha da A.B.P.A. na prevenção de acidentes por intermédio dos comitês internos de cada fábrica ou serviço,
O sr. Mario Giarola, de uma fábrica de tecidos em Cascatinha, Petrópolis, disse que os acidentes verificados nessa empresa passaram de 170 em 1944 para, apenas, 10 em 1952, caindo o Índice de freqüência de 43,75 para 2,9 quando o tolerado mundialmente é 7. Por sua vez, o sr. Geraldo Pereira Reis Sobrinho, da fábrica de cimento Mauá, de São Gonçalo, infor mou que nessa emprêsa os acidentes de trabalho
cairam de 85 em 1943 para zero no ano passado graças aos métodos de previdência da A.B.P.A. Outro representante, o sr. Manoel Santos, da Companhia Docas de Santos, revelou que nos serviços portuários dessa cidade, em 1949, com 8.921 empregados, o índice de freqüência de acidentes era de 49,33, enquanto no ano passado, com 10.393, não pxassou de 23,84. — «Êsse índice, concluiu, de acordo com os mapas internacionais é bem inferior à ocorrência de acidentes no porto de Nova York, o que bem demonstra a excelência dos serviços preventivos da Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes».
O sr. Maurício Simão, chefe do Serviço de Segurança da General Motors do Brasil, com instalações industriais em Sto. André, S.-Paulo, prestou um brilhante depoimento sobre a di minuição do número e gravidade dos acidentes, nessa indústria, contando para isso com o apoio integral da sua Diretoria e da Associação de Prevenção de Acidentes.
Em seguida, usou da palavra o sr. Vicente de Paulo Galliez, que em nome das emprêsas de seguros ,íêz o elogio da A.B.P.A. «como uma entidade que devemos estimular e auxiliar nos limites das nossas forças, pois constitüi uma garantia contra o infortúnio e uma promessa para que o trabalho seja, cada ^vez mais, livre dos precalços dos acicíentes».
E concluiu seu breve discurso de saudação à nova diretoria com as seguintes p>alavras: Este Sindicato se sente honrado de ter sido a sua sede escolhida para a solenidade de posse da nova diretoria com cujos princípios e objetivos estamos tão profundamente identificados».
Falaram ainda os srs. Euvaldo Lodi, Pre sidente da Confederação Nacional da Indústria, que, em.ligeiro improviso, enalteceu a obra da Associação, e o sr. Eudoro Lincoln Berlinck, do Conselho Estadual de Higiene e Segurança de São Paulo, que estava igualmente representando o sr. Antonio Devisate, Presidente da FIESP e da CIESP.
flíovos Associados
(a partir de Outubro de 1952)
1. ANDERSON CLAYTON & CIA. LTDA.
2. ATLANTE S/A.
3. CARLOS ABREU & CIA. LTDA.
4. CODIO S/A. — CONSTRUTORA DE EQUI PAMENTOS INDUSTRIAIS
5. COMPANHIA ANTÁRTICA PAULISTA
6. COMPANHIA BRASILEIRA DE CARTUCHOS
7. COMPANHIA .BRASILEIRA DE LINHAS PA RA COSER
8. COMPANHIA BRASILEIRA DE MEDIDORES
9. COMPANHIA E CERVEJARIA BRAHMA S/A.
10. COMPANHIA JOHNSON & JGHNSGN DO BRASIL
11. COMPANHIA QUÍMICA «RHODIA» BRASI LEIRA
12. COMPANHIA RHODOSÁ DE RAION S/A.
13. ELEVADORES OTIS S;'A. "
14. ESTRADA DE FERRO SANTOS A JUNDIAÍ
15. FÁBRICA DE AÇO PAULISTA S/A.
16. FUNDAÇÃO PRADA DE ASSISTÊNCIA SO CIAL
17. INDUSTRIA BRASILEIRA DE EMBALAGENS S/A.
18. INDÚSTRIA DE CHOCOLATE LACTA LTDA. S/A.
19. INDUSTRIA METALÚRGICA FORJAÇO S/A.
20. INDUSTRIA METALÚRGICA N. S. APARE CIDA S/A.
21. MÁQUINAS AGRÍCOLAS ROMI LTDA.
22. MAX LOWENSTEIN & CIA.
23. METALÚRGICA LA FONTE
24. METALÚRGICA MATARAZZO S/A.
25. MINNESOTA MANUFATUREIRA E MER CANTIL LTDA. /
26. PRODUTOS ELÉTRICOS BRASILEIROS S/A,
27. S/A. PHILIPS DO BRASIL
28. S/A. WHITE MARTINS
29. S/A. TUBOS BRASILIT
30. SHELL^MEX DO BRASIL LIMITED
31 . SOCIEDADE ALGODOEIRA DO NORDESTE BRASILEIRO ~ SANBRA ..
32. THE SAN PAULO GAS COMPANY LIMITED
33. THE SAO PAULO UGHT & POWER CO. LTD.
34. SOGEDADE TÉCNICA DE FUNDIÇÕES GE RAIS — «SOFUNGE»
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35. USINA SANTA OLÍMPIA.
O perigo não tem horo, nem escolhe lu gar. Em tôda parte, onde se trabalha, pode surgir o acldeute. No ambulatório de seu estabelecimento ou, na falta deste, em lugar adequado e acessível, nao pode faltar o Estôjo de Emergência lóhnson, com todos os materiais de urgência necessários para primeiros curativos.
Segurança do Trânsito
Colaboração da COMISSÃO ESPECIAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES da S.P. Light & Power Co. Ltd., para a CampoAha de Segurança do Trânsito.
PREVENIR ACIDENTES É DEVER DE TODOS
As bases fundamentais para se dirigir um carro auto-motor com segurança consistem em cuidado, cortezia e senso comum. Estas, aliadas ao cumprimento das seguintes regras aplicadas ao tráfego rodoviário, reduzem o número de fe ridos e mortos;
1. VELOCIDADE: Qualquer velocidade consi-""' derada perigosa, segundo as condições da pavimentação, embora abaixo dos limites de velocidade, regulamentarmente é uma infra ção. Os limites de velocidade são apenas os limites permitidos em condições favorá veis. A velocidade lenta que atraza a mar cha normal do tráfego também é infração.
2. CONSERVAR A DIREITA: os motoristas de vem manter sempre a extrema direita da via, não apenas a direita do centro, espe cialmente nas subidas.
3. OS DIREITOS DA VIA: quando dois carros se aproximam de um cruzamento de vias, se uma não for preferencial, o motorista que vem dà direita tem preferência; se entretanto, mesmo aparentemente o outro motorista não quer parar, não se insista no seu direito. Quando é uma questão entre a segurança e o direito, escolha sempre a segurança.
4. TOMANDO A FRENTE: nunca passe pela direita, mesmo que tenha na sua frente um motorista incivil que esteja experimentando a sua paciência ao ponto de exasperar. Ja mais tome a frente nas subidas ou curvas.
5. SEGUINDO OUTROS CARROS: «mantenha a sua distância» — é a melhor regra. A regra exige manter-se uma distância de 30 metros entre os veículos comerciais, exceto ao tomar a dianteira em que é possível a aproximação para a manobra.
6. SINAIS: os regulamentos obrigam a fazer sinais para diminuir a marcha, parar ou virar. Ao diminuir a marcha ou parar, o sinal é; por o braço esquerdo para fóra e f depois abaixar, com a palma da mão vol tada para traz; virando à esquerda: estender o braço em linha reta; virando à direita:
Prevenção de Acidente* — Maio-Junho de 1953
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Segurança
não tem preço..
levar o braço para íóra e para cima, isto é, em ângulo.
7. CONDIÇÕES DO CARRO: manter o corro em condições seguras, fazendo-se inspeções regalares e sistemáticas, especialmente dos pneus., freios, direção e luzes.
8. ESTOUROS: . havendo estouro durn pneu, não se deve apertar os freios brusca e to talmente e- nem desembreiar a Irição antes do carro perder quosi todo o movimento. Ê mais ecônomico comprar um pneu. novo do que consertar um chassis ou um carro ava riado. Se apertar o freio quando um pneu trgzeiro estoura, o carro tende a derrapar e, possivelmente, pode virar.
9. DERRAPAGEM: se prestarmos a devida atenção às estradas molhadas ou outras con dições perigosas haverá poucas derrapagens. Se ocorrer derrapar nunca se deve íreiar repentinamente ou acelerar. Manobre a direção no sentido da derrapagem, dimi nuindo a marcha num pizo escorregadiço. Não freio bruscamente, mas reduza a velo cidade pela aplicação alternada do freio, sem desembreiar. Para pôr o carro em mo vimento numa estrada escorregadiço é acon selhável partir em segunda velocidade, e não em primeira, quando não houver aderência dos pneus no sólo.
10. SAINDO DA ESTRADA: se as rodas saírem da pavimentação e entrarem em terra mole, não se deve esterçar repentinamente. Tira-se o pé do acelerador e deixa-se a írição engatada, deixando o motor reduzir a mar cha antes de tentar voltar à pavimentação, sinão o carro pode ser jogado Contra outros veículos.
11 , NAS CURVAS: aplicar o freio antes e não depois de entrar na curva. Para contraba lançar a fôrça centrífuga provocada pela curva e a diminuição da velocidade é acon selhável acelerar o motor, vencendo a curva.
preserve sua vic e a vida dos que dependem de seu trabalho
PREVENINDO ACIDENTES
BRASILEIR^^^^E^^flA^RJAtjE^OV|ARIO
SEDE: SAO PAULO
Rua João Bricola. 24 - 11.° e 12.o and.
Tcl. :í3-7131 - Caixa Postal 8225
Bnd. Tologr. COBRASMA
FILIAL: RIO DE JANEIRO
Av. Graça Aranha. 182Tel. 82-2217 - Caixa Posta! 1801
End. Telfigr. COBRASMA
OFICINAS: Osasco - Tel. 75
Prevenção de Acidenlee — Maio-Junho de 1953
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÊDE: RIO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 91
EDIFÍCIO MAYAPAN
IP ANDAR — SALAS 1118/9
END. TELEG.: PREACI TELEFONE 42-0928
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFÍCIO DO BANCO DO ESTADO
R. JOÃO BRICOLA, 24 - 24' AND.
TEL: 33-2257 - END. TELEG.: PREACI DIRETORIA
Eng. ISMAEL COELHO DE SOUZA ~
Presidente
Eng. JOSÉ M. FERNANDES — 1' Vice-Preaidente
Eng. ALBERTO PIRES AMARANTE
2" Vice-Presídente
Eng. DULaDIO DE ALMEIDA PEREI-
l? A 1 9 o 7*1/^
Eng. ADHEMAR DE CANINDÉ JOBIM
— 2' Secretário
Eng. KERRIS AP-THOMAS — 1' Tesoureiro
Sr. PEDRO THEBERGE — 2' Tesou-
Prof. DÉCIO PARREIRAS — Diretor
• (representante do Ministro do Tra balho, Indústria e Comércio)
Eng. EUVALDO LODI — Diretor
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Sr. ANTONIO DEVISATE
Sr. HAMLETO MAGNAVACCA
Eng. MÁRCIO MELLO FRANCO AL VES
Eng. MARIO HENRIQUE NACINOVIC
Eng. MARIANO J. M. FERRAZ
Dr. AUSTREGÉSILO DE ATHAYDE
Eng. JOÃO CARLOS VITAL
Eng. JOAQUIM DE FARIA GÓIS
Eng. ROBERTO MANGE
Dr. CARLOS SANTOS COSTA
Tnte. Cel. GERALDO DE MENEZES CORTES
Gel. ORLANDO DA FONSECA RANGEL SOBRINHO
CONSELHO nSCAL Eídtivoa
Dr. HELVÉCIO XAVIER LOPES
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Suplentes
Pr. ZULFO DE FREITAS MALMANN
Dr. IBSEN DE ROSSI
Eng. LUIZ DUMONT VILLARES
SECRETARIO EXECUTIVO
Eng. JOSÉ S. A. PINHEIRO
u^Àaím
ANO XI JULHO-AGOSTO DE 1953 N.° 4

LAVINIA CARDOSO VASCONCELOS — Diretora
Vlce-Dlretorea Secretário
NEMESIO NICOLINI e A. G. DA
Formação de Inspetores de Segurança
A Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes - tem sido solicitada com freqüência, para indicar elementos capazes de desem penhar as funções de INSPETOR DE SEGURANÇA, sem que, tenha podido corresponder aos pedidos recebidos, pela ausência quasi com pleta, pelo menos em nosso meio industrial, de pessoas capacitadas para êsse gênero de atividade. Uma grande Companhia Americana chegou mesmo a oferecer lugar a pessoas jovens, com bôa formação moral, tendo pelo menos, um bom curso secundário, exigindo apenas que conhecesse a língua Inglêsa suficientemente para fazer traduções, não exigindo mesmo que soubesse falar a língua inglêsa, e apesar do salário alto não pode se utilizar de nenhum dos candidatos, cujo trei namento a Companhia se propunha a fazer no setor da segurança do trabalho.
Foi pois, com a maior das satisfações que a A.B.P.A. iniciou, com a colaboração de mais de vinte técnicos em Higiene e Segurança do Trabalho, um Curso Geral de Prevenção de Acidentes e ainda maior foi o seu contentamento, quando abertas as inscrições, apresentaram-se 173 alunos, a maioria dos quais, inscritos oficialmente pelas Indústrias, em que estavam empregados. Em virtude do programa organizado pela Associação, que se acha transcrito páginas adiante, os emprega dos das Indústrias que tiveram a clarividência de inscrevê-los no Curso, receberão uma base técnica e científica para resolver os pro blemas que se apresentarem no seu campo de atividade e a suficiente orientação para no caso em que êsses problemas estiverem em nível superior aos dos seus conhecimentos, procurarem especialistas que os solverão com segurança e eficiência.
Por essa fôrma, a Associação está resolvendo indiretamente paia as Indústrias, o problema de obtenção de INSPETOR DE SEGURAN ÇA. Não significará, porém, que apenas o Curso seja o suficiente para formar Inspetor de Segurança, uma vez que, além dos conheci mentos técnicos e científicos, outras qualidades também são necessá rias para o bom desempenho dessa função. Êsse complemento, de ordem puramente pessoal, é indispensável e caberá aos Diretores das organizações industriais selecionar seus homens debaixo dêsse ponto de vista.
Inicia a Associação, com êsse Curso, uma nova fase da campanha a que vem, há mais de 10 anos, se dedicando e espera que por êsse processo de formação de pessoas.habilitadas para a função de INSPE TOR DE SEGURANÇA ter correspondido às esperanças que seus Associados depositam na sua atividade.
Vlll ConveQçãe dos Presidentes das CIPAS
Realizaila jun .12de Igoslo de 19ü3
A Vltl CONVENÇÃO DOS PRESIDENTES DAS GIRAS foi patrocinada pela própria Associoçâo Brasi leiro para Prevenção de Acidentes. Desde a primeira, que recebeu o apôlo e o patrocínio da General Motors, sempre uma indústria tomou a seu cargo a reallzaçôo da Convenção. Nêste ano, porém, Inúmeras dificulda des têm assaltado as atividades Industriais em São Paulo, verdadeiro castigo imerecido: gréves, dificulda des de importação, desligamentos do forço, etc., e por isso 0 Associação resolveu realizar ela mesmo a Con venção deixando para tempos mais calmos a utillzoÇõo do boa vontade que as Indústrias sempre desejosos de auxiliar a campanha e essa troca de conheci mentos tôo proveitosa entre os técnicos de prevenção de acidentes, vem demonstrando.
Foi utilizado para a realizaçõo da Convenção pròpriomente dita o auditório da Biblioteca Municipal, e no porte social, que sempre inclui uma visita, a Asso
ciação resolveu mostrar aos convencionais as instaloÇões seml-industriais de Metalurgia que o Instituto de Pesquisas Tecnológicas estabeleceu no área do Cidade Universitário. Tinha êsse programa a vantagem de dar a todos uma Idéia de como as pesquisas tecnológicas ajudam o progresso da indústria e ao mesmo tempo proporcionar o conhecimento da obra monumental que aos poucos vai se realizando na. Cidade Universitária.
Do temório constavam dois assuntos de máximo importância, adrede escolhidos pela Comissão Orga nizadora:
Bases para organização de um serviço de prevenção de acidentes no Indústria sob o ponto de visto educativo.
Organização dos transportes nas Indústrias por veículos motorizados, visando a segu rança.
A questão da segurança de trânsito é assunto que ainda em futuro próximo será tema exclusivo de uma Convenção. A Comissão Organizadora, quis, entre tanto, trotar do assunto de maneira Introdutória, foca lizando apenas a organização das frotas das empre sas sob o ponto de vista de segurança. Para efeito de educação de trânsito, de fato, as indústrias que têm transporte motorizados, podem influir decisivamente, aliviando a tarefa da Diretoria da Trânsito ao mesmo tempo que defende o precioso material rodonte e contorna situações jurídicas perigosas quanto a paga mento de indenizações a terceiros por donos a pro priedades e vidas. A Associação procurou cercar êste tema de todo o Interêsse, convidando os técnicos dos principais transportadoras de cargas e passageiros, in clusive o C.M.T.C. e solicitando o comparecimento à Convenção do Tte. Cel. Geraldo, de Menezes Cortes, um dos mais competentes técnicos em questões de trân sito que possuímos e que foz parte do Diretoria do Associação. Aceitando o convite, o Tte. Cel. Cortes, que já foi Diretor do Trânsito do Distrito Federal, que durante a sua gestão experimentou.grandes melhorias, comunicou que traria um trabalho para submeter à apreciação e debate da VIII Convenção. Infelizmente sòmente os técnicos da C.M.T.C. acudiram ao convite, perdendo as outras empresas de transporte a oportu nidade não só de trazer a colaboração da sua expe riência como também a de se aproveitar da prática dos conhecedores da matéria que expuseram seus pon tos de vista durante a Convenção.
A Convenção contou com a presença de repre sentantes de outros Estados, do Distrito Federal e de outros cidades de S. Paulo. O Sr. Secretário do Tra balho, impossibilitado de comparecer, enviou represen tante que tomou parte na mesa que dirigiu os traba lhos. O chefe do Serviço de Higiene e Segurança do Trabalho da Delegacia do Ministério do Trabalho, Dr. Virgílio Costa Curta também compareceu à Convenção além de outros funcionários graduados da Delegacia.
A Diretoria de Trânsito esteve representado no pessoa do Dr. Mario Dias Costa, chefe dos serviços médicos dôsse departamento estadual.
Estiveram ainda presentes o eng. J. S. A. Pinheiro, Secretário Executivo do A.B.P.A. e o Dr. V^oldomlro de Oliveira, diretor do Serviço de Higiene e Seguran ça do Trabalho do Estado de S. Paulo.
Abrindo os trabalhos, o representante da A.B.P.A. em S. Paulo, convidou o Tte. Cel. Menezes Cortes para assumir a presidência da Convenção ficando a mesa constituído pelos Srs. Virgílio Costa Curto, Waldomiro de Oliveira, José S. A. Pinheiro, Dr. Cícero Arontes, representante do Sr. Secretário do Trabalho, Bernardo Bedrikow, Dr. Armando de Virgilüs, Dr. Marío Dias dq Costa, eng. Sérgio Brito Bastos, do E. F. Sontos-Jundioí e eng. E. L. Berlínck.
Antes do leitura dos trabalhos que foram apre sentados, o eng. E. L. Berlinçk, em nome da Comissão Organizadora fez um relato dos suas atividades, di rigindo uma saudação aos convencionais em nome do A.B.P.A. e dando porte dos providências que tinham
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sido tomados em virtude das deliberações da VIII Con venção realizada "em Sorocaba.
Entre outras comunicações sobressae a que se re laciona com a consulta mandado fazer ao Instituto de Eletrotécnico de S. Paulo sôbre cs vantagens dos ele tricistas trabalharem com os braços ligodos por meio de um conduto metálico, de forma que no coso de choque elétrico a corrente entrando por um dos bra ços sairia pelo outro, através dessa ligação metólico sem atravessar o coração. A resposta transmitida ò Casa, foi no sentido da pouca utilidade dessa ligação porquanto nos casos de choque elétrico, o quase tota lidade dos vêzes o corrente se escôo pelo parte infe rior do corpo, não convindo dor aos que estão expos tos ao choque elétrico, pelo naturezo do seu trabalho, o impressão de uma falsa segurança. Pensa o Insti tuto de Eletrotécnica que a melhor maneiro de evitar ocidentes da corrente elétrica ainda é o uso adequado de um bom equipamento de proteção, como luvas, bo-
7} Normas de Seguronça paro veículos o motor. Transporte de ácido suifúrico, Ipelo mesmo).
Os trabalhos dos Srs. Pupo Nogueira, Brondõo Reis, Moraes Leme e Antonio Gonçalves foram muito debatidos, tendo falado vórios oradores sôbre os mesmos.
Quando foi lido o trabalho do Tte. Ceí. Cortes, os dois técnicos que o Companhia Municipal de Trans portes Coletivos, concessionário dêsse serviço público no cidade de S. Paulo, apresentaram depoimentos va liosos demonstrando como são feitos no C.M.T.C. cs exames médicos e o seleção dos motoristas. Deu lugar o essas explanações a natureza do trabalho apresen tado pelo Tte. Cel. Cortes, que versou especialmente sôbre o seleção dos motoristas. Depois de examinar a situação atual, apontando os defeitos da nossa le gislação "que nõo distingue, como convém, diferentes classes de motoristas, isto é, condutores de veículos qté 3.500 kg, poro transporte de cargo, de veículos para
tas e broçadelros de borracha etc., além da educação do operário nas bôas regras de segurança.
O orador referiu-se também à figura do Presiden te do Convenção opresentondo-o como um dos técni cos mais capazes nas questões de trânsito.
A seguir iniciou-se o apresentação dos trabalhos' 6 a respectiva discussão. Foram os seguintes:
1} Organização dos transportes nas indústrias por veículos motorizados, visando a segurança, pelo Tte. Cel. Geraldo Menezes Cortes.
2) Exame médico periódico, pelo Dr. José Moraes Leme, da Cia. Nitroquímico Brasileiro.
3) Educação e Prevenção de Acidentes, pelo Dr. Diogo Pupo Nogueira, da Cia. Brasileiro de Linhas para Coser.
4) Como fazer prevenção de Acidentes valendose de meios,,de propaganda educativos, pelo Dr. D. L. Brandão Reis, do Fábrica Mozda, General Electríc, RT5 de Janeiro.
5) Transporte de cargas combustíveis ou inflamáveis, pelo eng. Frederico Smolko, da Esse Standard do Brasil.
6) Bases para organização dé um serviço de pre venção de acidentes na indústria, sob o ponto de visto educativo, peto Sr. Antonio Gonçalves, da Cia. Nltroquímica.
O transporte de mais de 8 passageiros, e finalmente de quaisquer dos veículos mencionados aos quais se atrelem reboques de mais de 7.500 kg. Depois de analisar as nossa legislação, o orador apontou "O que pode e deve ser feito", sugerindo que se procuras se desenvolver os estudos em pról do seleção dos mo toristas, por meio de entidades particulares nfio ligados diretamente o alguma indústria, citando a Assocloção Brasileiro poro Prevenção de Acidentes como uma dos que poderiam guiar êsse movimento.
Os depoimentos dos Drs. Arnaldo Vasconcellos e Guaraciabo Trench interessaram profundamente a ossistêncio pois demonstrou que a segurança que se gosa nos ônibus do C.M.T.C. e a ausência dêsses veículos nos estatísticas dos desastres na cidade de S. Paulo, são frutos de uma orientação científico e da aplícaçõo da psicotécnica de forma ortodoxa e rigorosa. A equi pe de técnicos do C.M.T.C. trabalho doze horas por dia, no serviço do seleçôo médica e psicotécnica dos condidotos a motoristas e, segundo afirmou o Dr. Gua raciabo Trench, a proporção dos que são realmente aproveitados é muito pequena, tal o rigor empregado nos testes.
O trabalho do eng. Frederico Smolko da Essó Standard, versou sôbre o tralisporte de cargas peri gosos, na parte que se refere aos produtos de petró-
leo, cujo transporte é por demais perigoso, tendo já provocado catástrofes no estrangeiro e mesmo aqui no Brasil, como foi o coso do trem de subúrbios da Cen trai do Brasil, no Rio de Janeiro, onde pereceram de zenas de pessoas.
O trobalho do Sr. Antonio Gonçalves trouxe a valiosa contribuição do Cia. Nitroquímica Brasíieira, quer no setor do orgonizoção geral dos serviços de educação do operário para a Prevenção de Acidentes quer no que tange ao transporte de cargas perigosas, tendo escolhido o seu autor o tronsporte do Ácido Suifúrico, como exemplo dos cuidados que se deve ter no manuseio e transporte de um material que apresenta alta agressividade paro pessoas e materiais.
A contribuição do Dr. DIogo Pupo Nogueira, teve o volor de nos dar conhecimento dos processos em pregados numa grande companhia, com cerca de 3.000 operárias, apresentando problemas peculiares a uma grande massa trabalhadora do sexo feminino. Foca lizou nêie principalmente o papel que a C.I.P.A. re presento no Companhia em que é Chefe do Serviço Médico, mostrando como pode influir na educação dos operários.
A tése apresentado ^eio Dr. Brandão Reis mostra, de fôrma panorâmico, os processos que podem ser usa dos para a educação do operário na prevenção de acidentes. Além do atuaçõo da'C.I.P.A. enuméra o representante da Fábrica Mozda outras técnicas de que se pode lançar mão, isto é, cartazes, jornais internos, entrevistas de segurança, competição entre as SecçÕes, caixa de sugestões, Instrução prévia ao trabalhador, filmes sôbre segurança, etc..
Na monografia apresentado pelo Dr. Moraes Le me sôbre Exame Médico Periódico, o autor não se limita ao tema da Convenção que é Exame Médico Periódico dos Motoristas, mas estende suas considera ções também sôbre o exame médico periódico dos
operários, em geral, prendendo a cíençõc do audi tório', para o lodo econômico, social o humanitário de medidas dessa natureza.
Terminado a exposição dos autores e os debates, que, por vêzes atingiram grande entusiasmo, o Sr. Presidente anunciou que Io pôr em votoçõo a série de propostos que se achavam sôbre a mesa.
A 1.® foi de autoria do Sr. Paulo Amaral Palmeiro, da Cia. Nlíro-Química, preconizondo o crioção nos Cursos de Ensino Profissional e de Ensino Técnico de gróu médio e superior, do disciplina de Higiene e Se gurança do Trabalho. Nessa ocasião o Sr. Secretário Executivo da A.B.P.A., Eng.° José S. A. Pinheiro, deu ò Coso o grota notícia de ter sido creado no Escola Politécnica da Universidade Católica do Rio de Janeiro, uma Cadeira de Higiene e Segurança do Trabalho. A proposta foi aprovada unânimemente.
A seguir o Sr. Luiz Jucá, da Esse Standard do Brasil pediu ao Sr. Presidente que se consultasse à Casa quanto a uma resolução a ser tomada pela As sembléia sôbre a passagem dos Seguros de Acidentes de Trabalho paro o domínio exclusivo dos I.A.P.. Tendo decidido a Convenção unânimemente tomar conheci mento do assunto,, os Srs. Luiz Jucá e Emílio Santiago propuzeram que se íelegrafasse à duas Cosas do Con gresso- Nacional, recomendando a livre concurrêncía no campo de seguro de acidentes do trabalho e en viando um telegrama de congratulações^ qps deputados e sendaores que têm defendido êsso ponto de vista.
O Dr. Brondõo Reis secundando palavras do Sr. Themistocles Pavão que, em várias Convenções, tem clamado pelo concessão de facilidades de importação do equipamento necessário ò segurança dos trabalha dores, propõe e é aprovado, unânimemente, que se ofi cie às autoridades competentes e, especialmente, à Cexim, no sentido de serem concedidas facilidades para importação do material de segurança, cuja falta
é responsável por um número bem apreciável de oci dentes.
O Sr. Antonio Gonçalves propõe e é aceito pela Caso, que a A.B.P.A., a Associação Brasileira de Nor mas Técnicas e o Sindicato das Indústrias Químicos, em coniunto, organizem Normas sôbre o transporte de pro dutos químicos perigosos, bem como, sua armazenagem.
Dr. Emílio Santiago de Oliveira, Juntamente com o Dr. Brandão Reis reiterando a resolução da VII Convenção, de Sorocaba, propõe que se organize no ano em que São Paulo vai comemorar o seu !V Centenário, uma Convenção Nacional dos Presidentes das C.I.P.A.S. reforçando assim a resolução que tinha
componha de Prevenção de Acidentes, a Cia. Good Yeor do Brasil e a Cerâmica S. Caetano, pleitearam respectivamente, patrocinar a IX e a X Convenções, sendo as propostas recebidas com uma salva de polmas. Ficou decidido que seus representantes entras sem em contato com a Comissão Organizadora para decidir sôbre os detalhes.
A seguir o Sr. Presidente encerrou o Convenção. Dirigiram-se então os Convencionais paro o res taurante Moiinaro e após a coloçõo cordeal, embor caram em ônibus especiais para o Cidade Universitária, em visita òs instalações industriais do Instituto de Pes quisas Tecnológicas. Recebidas pelos engenheiros Thar-
Outro aspéto do olinoço. À direito o eng.^ Thorciiio de Souza Santos do I.P.T. dá explicações aos convencionais duronte a visita ò Cidade Universitário
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sido tomado no Vtl Convenção, de Sorocaba, que recomendóra se fizessem demorches nêsse sentido. Ten do o Comissão do IV Centenário, nessa ocasião, lotodo todo o seu programo e não admitindo acréscimos, essa iniciativa sòmente poderia partir do Govêrno. A re solução desta Convenção dirige-se ao Conselho Esta dual de Higiene e Segurança do Trabalho no sentido' de patrocinar esse movimento que seró de grande uti- . Jidade e certamente concorrerá para abrilhantar os festeios de tão grota comemoração.
Tendo se exgotodo as propostas de resoluções, o Presidente anuncio que vai pôr em debate e votação o data e o local do próxima Convenção. Nessa oca sião, duas Companhias, veteranas bafoíhadoras na
cisio de Souza Sontos e Carlos Brosch, percorreram demorodomeníe os visitantes as instalações de metolurgio terrosa e não-ferroso, verificando como um Instituto de Pesquisas, pode, estabelecendo técnicas acertadas para a produção de determinados materiais, ainda não fabri cados no país, fazer avançar a indústria ensinando-lhe "os processos que darão em resultado uma produção apurada e de alto qualidade.
A visita òs instalações do I.P.T. constituiu, além disso, numa magnífica aula de tecnologia, tendo os engenheiros encarregados de guiar as turmas em que se dividiram os convencionais, sido Incansáveis nos ex plicações técnicas sôbre o maneira de fabricar os pro dutos que ora ocupam a atividade do i.P.T..
Curso geral de Prevenção de Acidentes
No dia 19 de Agosto, realizou-se a aula inaugural do CURSO . GERAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES, promovido pela Associação Bra sileira para Prevenção de Acidentes, em cumpri mento ao programa da Componha traçado para o ano de 1953 pelo CONSELHO ESTADUAL, DE SEGURANÇA DO TRABALHO do Estado de São Paulo. " - . , .
Ha alguns anos tinha havido um Curso sobre, Prevenção de Acidentes promovido pelo Depar tamento de Produção Industrial em colaboração com o SESI, porém, de âmhito mOis restrito. A grande originalidade do dtual, que ao mesmo tempo o valoriza de sobre maneira, é a especia lização dos professores, como se verá a seguir, percorrendo o programa de aulas a ser cumprido.
A brilhante equipe de técnicos que vem cola borando assiduomente com a Associação não_ só nas Convenções, como em outras iniciativas, póz-se imediatamente ao dispor do Curso, para trazer a sua experiência e a sua técnica, difundindo por esse processo, entre os' alunos que são simulta neamente homens que estão na parte-executiva da prevenção de acidentes, conhecimentos que irão aumentar a segurança' do trabalhador bra sileiro.
O Curso veio preencher uma lacuna que se fazia sentir no nòsso meio administrativo indus trial. Com efeito, as indústrias que procuram tra tar sériamente da segurança dos seus trabalha dores sempre se sentiam tolhidas nos seus esfor ços pela falta de pessoal habilitado em Preven ção de Acidentes. Os especialistas que se for maram, incluidos nesse número, homens de for mação universitária, como médicos, engenheiros e químicos, são audo-didatas, o que os não des merece, antes, acresce-lhes, o valor. Da prática, da observação- diária dos casos de infortunística nos locais em que trabalham, dos estudos dos livros que mandam vir do exterior, foram tirando o cabedal técnico e científico de que dispõem, sólidamente ancorados nos ensinamentos que a vida prática fornece. Entretanto não podemos exigir de todos os que se defrontam com o pro blema da prevenção de acidentes que sejam outo-didatas nem que os patrões aguardem pa cientemente que o funcionário se ponha em forma para só então criar confiança nêle ou no serviço.
Quanto ao volume que conterá as aulas, de vemos dizer que pela competência dos profes sores, que então passarão a autores, pelo detalhe com que são esmiuçados os numerosos proble mas de prevenção de acidentes e das moléstias profissionais, talvez constitua no nosso país, uma publicação que não tem paralelo.
Além da distribuição aos alunos que está sendo feita regularmente mediante uma módica
quantia, a Associação poderá ainda dispôr de alguns volumes extras para seus associados.
Damos a seguir o programa que está sendo cumprido com toda a pontualidade, Antes de terminar esta nota devemos tornar pública a colaboraçõo recebida do SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA, que emprestou o auditório «Roberto Símonsen» para a realizaçõo do Curso, e do Ser viço de Higiene e Segurança do Trabalho da Secretaria do Trabalho, que vai pôr à disposição da Associação Brasileira para Prevenção de Acidentea a verba necessária para a remuneração dos Professores.
PROGRAMA DO CURSO GERAL DE «PREVENÇÃO DE ACIDENTES»
I Parte — GENERAUDADES
I — Valor Econômico da Prevenção de Aci dentes — Dr. Costabile Comenale da S/A. I. R. F. Matarazzo.
II — Análise Preliminar dos Métodos a se rem usados na Prevenção d& Acidentes — Eng. E. L. Berlinck da A.B.P.A.
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III — Legislação sobre os Acidentes de Tra balho — Dr. Emílio Santiago da Secção de Med. Ocupacional do S.H.S.T. e Secretário do C.E.H.S.T.
IV — Legislação sobre os Acidentes de Tra balho — Dr. Emílio Santiago da Secção de Med. Ocupacional do S.H.S.T. e Secretário do C.E.H.S.T.
V — Órgãos Brasileiros empenhados na Campanha de Prevenção de Acidentes — Dr. Helladio Capisano, do S.'H.S.T.
n Parte — MEIOS DE EVITAR OS ACIDENTES
VI — Disposição Arquitetônica — Escoamen to —• Eng. Jarbas Karman do Instituto • dos Arquitetos do Brasil.
Vil — Proteção nos Máquinas — Sr. Maurício Simão da General Motors do Brasil.
VIII — Proteção nas Máquinas — Sr. Maurício Simão da General Motors do Brasil
IX — Proteção nas Máquinas — Sr. Maurício Simão da General Motors do Brasil.
X — Equipamento de Proteção Individual Sr. Antonio Gonçalves da Silva da Cia. Nitro-Química Brasileira.
XI — Ordem, Limpeza, Arrumação. Disposi ção de Máquinas. Armazenamento.
Trânsito Horizontal e Vertical no Local
de Trabalho — Sr. Paulo de Carvalho Leite da Cia. GdodYeor do Brasil.
XII — Ambientes Perigosos: Venenosos e Explosivos por Materiais e Gases. Da dos para o Estudo de Doenças Profis sionais — Eng. Ernani Andrade Fonse-ca do Instituto de Higiene.
XIII — Incêndios. Explicação dos Fenômenos de Combustão. Prevenção — Tenente J. C. Caldeira Jr. do Corpo de Bombeiros.
XIV — Sistemas de Combate ao Inicio de Incêndio — Tenente ]. C. Caldeira Ir. do Corpo de Bombeiros,
XV — Explosões. Explicação dos Fenômenos e Meios de Preveni-los — Eng. Saio Loebman da Cia. Nitro-Química Bra sileira.
XVI — Perigos dos Produtos de Petróleo. Ma nuseio, guarda e Conservação — Eng. Frederico Smolka da Esso Standard Inc.
XVII — Proteção contra a Eletricidade e as Ra diações — Eng. Noble Capp da São Paulo Light & Power Co.
XVIII — Explosões de Caldeiras — Eng. Júlio Rabin da Associação Brasileira de-, Combustão.
XIX — Papel da Medicina na Prevenção de Acidentes e Doenças Profissionais Dr. Carlos Comenale Jr. da S/A. I. R. F. Matarazzo.
XX — Exame Médico. Emprego da Psicotéc nica — Dr. Diogo Pupo Nogueira da Cia. Brasileira de Linhas para Coser.
XXI — Análise' de Doenços Profissionais e Meios de Evitá-las — Dr. Emílio Santia go da Secção de Med. Ocupacional S.H.S.T.
XXII — Análise de Doenças Profissionais e Meios de Evitá-las — Dr. Bernardo Bedrikow do S.E.S.I.
XXIII — Análise de Doenças Profissionais eMeios de EvAtá-las — Dr. José Benedito Moraes Leme da Cia. Nitro-Química Brasileira.
in Parte — CAMPANHA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
XXIV — Organização de Estatísticas — Eng.
José S. A. Pinheiro è.a A.B.P,.A.
XXV — Organização de Estatísticas — Eng.
José S. A. Pinheiro da A.B.P.A.
XXVI — Meios a empregar na Educação dos Mestres e Çperários. Organização e Papel das C.I.P.A.S. Inspetor de Seguronça. Organização de Planos de Campanha — Sr. Nemesio Nicolini da A.B.P.A.
XXVII — Exemplo de Organizações Típicas Breve Exposição feita por vários Chefes e de Serviço, de Indústrias que possuem boa organização, compreendendo duas
XXVIII — aulas.
tem hora!
o perigo nfio tem hora, nem escolhe lu gar. Em toda parte, onde se trabalha, pode surgir o acidente. No ambulatório lie seu estabelecimento ou, na falta deste, em lugar adequado e acessível, não pode [altar o Estôjo de Emergência Johnsou, com todos os materiais de urgência necessários para primeiros curativos.
Estôjo de Emergência
Vlll.a Convenção dos Presidenles das CIPIS
LISTA DE PKESENCA
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FIRMA
Andercton GUytoa & Cia. Ltda.
Andersou Clayton & Cia. Ltda.
Anderson Clayton & Cia. Ltda.
Amo S. A.
.Associação Brasileira p/Prevenção de Acidentes — Rio de Janeiro
Associação Brasileira p/Prevenção de Acidentes — Rio de Janeiro
Associação Brasileira p/Frerenção de Acidentes — São Panlo
Associação Brasileira p/Provenção de Acidentes — São Paulo
Associação Brasileira p/I'revençãn de Acidentes — São Pauio
Atlante S. A.
Brasileira P*oruecedora Escolar
Brasileira Fornecedora E.scolar
Casa B. SanfAnna de Eletricidade
Carlos Abreu A. Cia. Ltda^x
Carlos Abreu & Cia. Ltda.
Cerâmica Saultária Porceliie
Cerâmica São Caetano
Cerâmica São Caetano
Cerâmica São Caetano
Chicle Adams
Chicle Adams
Companhia Antártica Paulista
Comp. Bras. de Linhas para Coser
Comp. Bras. Cimento Fortland Perús
Comp. Bras. Cimento Portland Perús
Cia. Docas de Santos
Cia. Docas de Santos - ,
Cia. Goodyear do Brasil
Cia. Goodyear do Brasil
Cia. Goodyear do Brasil '
Cia. Industrial S. Paulo—^Rio
Cia. Industrial e Uerc. Ari. Ferro
Cia. Melhoramentos de 8. Paulo
Cia. Mogiana de Estrada de Ferro
Cia. Municipal de Transportes Coletivos
Cia., Monlcipal de Transportes Coletivos
Cia. Nitro-Química Brasileira
Cia. Nitro-QuímIca Brasileira
Cia. Nitro-Químlca Brasileira
Cia> Paulista de Força e Luz
Cia. Paulista de Louças «Ceramus»
Cia. Petropolitana
Cia. Química Bhodia Brasileira
Cia. Química Rliodia Brasileira
Cia. Química Rliodia Brasileira
Cia. Química Rhodía Brasileira
Cia. Rbodosã de Raion S. A.
Cia. União dos Befinadores Açúcar e Café
Cia. União dos Refinadores Açúcar e Café
Cons. Estadual de llip:iene e Segurança do Trabalho
Cons. Estadual de Higiene e Segurança do Trabalho
Cons. Estadual de Higiene e Segurança do Trabalho
Cons. Estadual de Higiene e Segurança do Trabalho
Cons. Estadual de Higiene e Segurança do Trabalho
Delegacia Regional do Trabalho
Delegacia Regional do Trabalho
Delegacia Regional do Trabalho
Delegacia Regional do Trabalho
Delegaria Regional do Trabalho
Delegacia Regional do Trabalho
Comissão Executiva dos Círculos de YI.S.T.
Diretoria do Serviço de Trânsito
Distribuidora Vemag S. A.
Elevadores Atlas S. A.
Elevadores Atlas S. A.
Elevadores Otis S. A.
Esso Standard do Brasil Inc.
Esso Standard do Brasil Ine.
Esso Standard do Brasil Inc.
REPRESENTANTES
Manuel Nogueira
Lourival Lemos
João de Oliveira
Dr. Álvaro Ribeiro
Tte. Cel. Geraldo de Menezes Côrte.s
Bng. Jo.st'; S. A. Pinheiro
Eng. Budoro L. Berlinck
Nomcsio NlcoUnl
Elvira A. Berlinck
Athayde Nuno.s de Araiijo
Joaquim Co.sta
Roberto Amorlm Almeida
Delio Freire dos Santo.s
Newton Monteiro
Augusto P. Paclieco
Eng. Mai-cetlo Rviy V. Azevedo
Lavinia C. M. Va.sconcellos
Nancy Vargas
Dullio Mercakli
Alfredo Munhoz
Aiitonio Curclo Netto
Dr. Gualter Godinho
Dr. Dlogo Pupo Nogueira
Adolpho Habcsch
Wilson Frailia
Américo Ferreira
Antonio Barbttceiia
Salomão Silva
Lino Baldino Ferrari
Norton A. Hartwlg
Japiassu Agra
Buclides Santannu
Osiride Fornazari
José C. Toloza Oliveira Costa
Dr. Guaraciaba Tronch
Dr. Arnaldo Vasconcellcs Filho
Dr. José Moraes Leme
Paulo Amaral Palmeira
Antonio Gomgilvos da Silva
Eric L. Peter.scn
Eng. Marceilo Ruy Vicente Azevedo
Mario Giarolu
Plerre Bonnln
Jo.sé PeiTonc Santo.s
Alfredo Fogarolio
Eouard Eptlng
Nelson Costa
José de Souza
Dr. Franci-sco M. D. Leão
Dr. Waldomiro de Oliveira
Dr. Emílio Santiago
Eng. Armando de Virgiliis
Dr. Mario Dias Costa
Dr. Bernardo Bedrikow
Dr. Virgílio Coatacurta
Nelson Melhem
Geraldo Silveira
Guarany Edú Gallo
Dra. Marlana B. Franco
Durval dos Santos Clemente
Dr. Adriano Compagnhole
Dr. Mario Dias Costa
Isidro Bueno Camargo Sobrinho
Lygia Ferraz
Rosário Mediei De Felice
Walter Karl
Dr. Hugo Barbleri
Dr. J. A. Junqueira
Eng. Hélio &nt'Ànna de Almeida
Esso
BrasU
Estrada de Ferro Noroeste do BrasU
Estrada de Ferro Noroeste do BrasU
Estrada de Ferro Santos a Jnndiaí
Estrada de Ferro Sorocabaua
Fábrica Aliança do Artefatos de Metais
Fábrica Aliança do Artefatos de MotaU
Frigorífico Armour do BrasU
Frigorífico Armour do Brasil
Frigorífico Wilson do BrasU
General Electric S. A. — Elo
General Electric S. A. — S. Paulo
General Electric S. A. — S. Paulo
General Motors do Brasil
Ind. Alimenticia.s Carlos de Brito
Ind. Alimentícias Sul América S. A.
Ind. Chocolate «Lacta»
Ind. Paulista de Vidro Flano
Ind. Pneumáticos Firestone
Ind. Pneumáticos Firestone
Lanificio Ãnglo-Brasileiro S. A.
M. Bcdini S. A. — Metalúrgica
Manufatura Brasileira de Luvas
Manufatura Brasileira de Luvas
Máqninns Firatininga S. A.
Mesbla S. A. (Rio)
REPRESENTANTES
Eng. Frederico Smolka
Luiz Lucarini Jucá
Ernesto Amado
Raul Carquejo
Dolores Durán
Benedicco de Oliveira Bueno
Luiz de CastUho
Eng. Sérgio Brito Bastos
Eng. Júlio R. Gonçalves Salvador
Paschoai Bocci
Herbert Hilliger
Paulo Alves Godoy
Caetano Novelli
Teraistoclea Borges Pavão
Dr. Daniel Luiz Brandão Reis
Renato Prado
Milton O. Figueiredo
Maurício Simão
José Leopoldino Silva
Mario (Jenignogni Araújo
Maurício de Mesquita Sampaio
Fábio Martins Manaia
Richard H. Abbott
Sebastião Chaves
Luiz Fernando Azevedo Pondé
Alcides Marangoni
Mario Tassini
(Jeraldo Alvarez
Roberto Rodrigues Martins
Waldemar (^uveia
Eng. Amerigo Pierro
C. B. MacFadden
Minnesota Manufatureira
Minnesota Alannfatureira
Metalúrgica Matarazzo S. A. e Merc. e Mero. e Slerc. Com, S.
Minaesota Manufatureira Nadir Figueiredo Ind. & Nadir Figueiredo Ind. & Parque da Aeronáutica de S, Parque da Aeronáutica de S.
Com. S.
Paulo
Paulo
PireUi S. A.
Produtos Elétricos Brasileiros
Produtos Elétricos Brasileiros
•Protin Comissões Ltda.
Refinações do Milho Brazil
Refinações de Milho Brazil
Refinadora de óleos Brazil S.
S/A I. R. F. Matarazzo
S/A I. B. F. Matarazzo
S. A. Moinho Santista
S. A. Philíps do BrasU
S. A. Philips do Brasil
S. Ã. Tubos Brasilit
S. A. White Martins
A.
Secretaria do Trabalho, Indústria (Representantes do cr. Secretário
Serviço de Higiene c Segurança do Serviço do Higiene e Segurança do Serviço de Higiene e Segurança do Serviço Nacional de Aprendizagem
Serviço Social da Indústria
Serviço Social da Indústria
Serviço Social da Indústria
Serviço Social da Indústria
Serviço Social da Indústria
Serviço Social da Indústria
Shell-Mex do Brasil — Rio
Shell-Mex do Brasil — S. Paulo
Shell-Mex do Brasil — S. Paulo
Ltda. Ltda. Ltda. A. A. e Comércio do Trabalho)
Trabalho
Trabalho
Trabalho
Industriai ^
Sindicato das Indiístrias e Construções Clvís
Sindicato das Emprczas de Seguro
The San Paulo Gás Co. Ltda.
The San Panlo Llght & Powcr Co,
The City of Santos Improvements
Usina Santa Olímpia
Usina Santa Olímpia
Dr. Mario Pagano
Waldemar R. Guilherme
Manuel Vic Normande
Eng. Luiz Duprat Figueiredo
2.0 Tte. Álvaro de Castro
Capitão Médico Dr. Vicente Cerulli
Gino Gambini
Wilson Américo Vieira
Paulo de C. Rezende
Ângelo h'. Cassignato
João Kaspars
Wllly Bastian
Urllch SUerli
Henrique Kidlinski
Samuel Mittelman
Calo Ra..malho da Silva
Eduardo Gama Wright
Luiz B. Fosca
Mario Marchiaio
Eng. Ibe de Araújo
Dr. Cicoro Arántes
Dr. Vieira de Castro
Dr. Celso Vila Nova
Dr. Waldomiro de Oliveira
Dr. Emílio Santiago de Oliveira
Eng. Armando de Virgiliis
Dr. Bernardo Bedrikow
Dr. Ivaliy de Moura
Eng. Silas Redondo Fonseca
Rubens Rego Fontão
Sarah Malberg Álvaro Ribeiro
S. U. Freitas
Carlos Pezaini
Dr. Antonio Wey
Pedro Gilardi Pilho
Eng. Adalberto Corinaldi
Dr. Armando Marques
Paulo Martins Filho
Roberto G. C. Hansford
Jordão Reginato
João M. G. Almella
Prevenção de Acidentes — Julho-Agosto de 1953 — 11
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÉDE: RIO DE JANEIRO
AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 91
EDIFÍCIO MAYAPAN
11' ANDAR — SALAS 1118/9
END. TELEG.: PREAQ X
TELEFONE 42-0928
SUCURSAL: S. PAULO
EDIFÍCIO DO BANCO DO ESTADO
R. JOÃO BRÍCOLA, 24 - 24' AND.
TEL: 33-2257 - END. TELEG.: PREACI DIRETORIA
Eng. ISMAEL COELHO DE SOUZA
Presidente
Eng. JOSÉ M. FERNANDES — 1' Vice-
-Presidente
Eng. ALBERTO PIRES AMARANTE
2' Vice-'Presidente
Eng. DULCÍDIO DE ALMEIDA PEREI
RA — 1' Secretário
Eng. ADHEMAR DE CANINDÉ JOBIM
— 2' Secretário
Eng. KERRIS AP-THOMAS — 1' Te-
soureiro
Sr. PEDRO THEBERGE — 2' Tesou
reiro
Prof. DÉCIO PARREIRAS — Diretor
(representante do Ministro do Tra balho, Indústria e Comércio)
Eng. EÜVALDO LODI — Diretor
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Sr. ANTONIO DEVISATE
Sr. HAMLETO MAGNAVACCA
Eng. MÁRCIO MELLO FRANCO AL VES
Eng. MARIO HENRIQUE NACINOVIC
Eng. MARIANO J. M. FERRAZ
Dr. AUSTREGÉSILO DE ATHAYDE
Eng. JOÃO CARLOS VITAL
Eng. JOAQUIM DE FARIA GÓIS
Eng. ROBERTO MANGE
Dr. CARLOS SANTOS COSTA
Tnte. Cel. GERALDO DE MENEZES CORTES
Cel. ORLANDO DA FONSECA RANGEL SOBRINHO
CONSELHO nSCAL Efetivoa
Dr. HELVÉCIO XAVIER LOPES
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Suplentes
Dr. ZULFO DE FREITAS MALMANN
Dr. IBSEN DE ROSSI
Eng. LUIZ DUMONT VILLARES
SECRETARIO EXECUTIVO
Eng. JOSÉ S. A. PINHEIRO
SETEMBRO-OUTUBRO DE 1953 ANO XI N.® 5
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LAVINIA CARDOSO VASCONCELOS — Diretora
Vice-Diretores Secretário
NEMESIO NICOLINI e A. G. DA SILVA E. L. BERLINCK
ColocaGão de Cartazes
Vai para 12 anos que a-Associação Brasileiro para Prevenção de Aci dentes imprime cartazes educativos e cs distribui entre seus associados, numa média de quase um por mês. Os assuntos cobrem os mais variados riscos que ocorrem nos trabalhos industriais, desde um simples prego dei xado por negligência no chão e pronto a furar o pé do primeiro incauto, até os perigos da eletrocução e do incêndio.
De fato, a par de outros meios de propaganda educativa, o cartaz se apresenta como dos mais eficientes, pois oté os analfabetos (que são muitos na nossa massa operária) cís compreendem, à primeira vista.
Entretanto, poucas são as organizações que os sabem afixar, sendo comum se verem cartazes colados nas paredes das iábrica, sem o menor cuidado, e que em pouco tempo estão rasgados ou rabiscados pelos gaiatos que existem sempre em todos cs lugares.
Há regras para a sua afixação, para que se tire o máximo partido. Em primeiro lugor o ponto de afixação deve ser bem escolhido. As passagens obrigatórias devem ser preferidas. Em segundo lugar o cartaz de forma alguma deve ser colado na parede; devem ser previstos quadros .de afixação protegidos por vidro, que poderão também conter pequenas noticias de interesse geral de forma a assegurar a parada dos operários, que desejarão saber de que tratam essas noticias. Se a fábrica for grande devem ser mantidos quadros em várias secções. Periódicamente devem ser mudados, e se a afixação for feita com cuidado, o mesmo caxtoz pode ser aproveitado várias vêzes.
A Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes distribuí oos seus associados desenhos completos de quatro tipos de quadros, incluindo nesse número os tipos que devem ser iluminados á noite e os que devem ficar expostos ao tempo. Afim de dar maior divulgação o essa técnica, o Boletim a partir do próximo número começará a publicar los desenhos dos quadros que são feitos com tal detalhe que bastará mandá-los pára um marceneiro que êste poderá faze-los sem maiores explicações.
INÍCIO DE IN
(Reprodução da fotografia publicada pela
CÉNDIO National Fire Protection Association)
Vm Grande Incêndio - Uma Grande Lição
E' com pezor que vdmos trator do incêndio de uma grande fábrica que a General Motors construiu em Livonia, Estado de Michigan, E.U., e cuja maior força industrial se aplicava na construção de câmbios automáticos, Hydra-Matic, empregados nos carros Cadillac, Oldsmobile, Pontiac, Nash, Hudson, Kaiser e Lincoln, e.onde,além do prejuizo de mais de 50 milhões de dó lares, pereceram seis pessoas. Êste incêndio, que destruiu uma fábrica que contcfva apenas com 4 anos de existência, e onde se empregava o que havia de mais moderno em processos industriais constitui uma grande lição para os que projetam e constróem edifícios para a indústria. O único beneficio que poderá advir dessa verdadeira catástrofe é, segundo a opinião da THE NATIONAL HRE PROTECTION ASSOQATION, de cujo Boletim Trimestral estamos extrain do estas notas, foi o alarme que produziu entre os proprietários de instalações que se acham em situações idênticas. E é para que no Brasil semelhantes situações não se reproduzam que o Boletim da A.B.P.A. está publicando esta no ticia.
A fábrica cobria uma área formidável, como talvez não tenhamos aqui nada de parecido: 135.000 metros quadrados, área essa sem divisão
de espécie alguma que pudesse deter o fogo. Não havia paredes corta fogo, de forma que o amplo espaço que poderia ser assimilado ao de uma pequena fazenda de 5 alqueires de super fície, o fogo poderia se espalhar à vontade.
Êste ponto da arquitetura da fábrica sinis trada é muito importante, e contém uma lição preciosa para os arquitetos que se especializam no ramo da construção industrial. Certamente que nem sempre, dada a natureza das operações industriais, é possível dividir a fábrica em seções. Por exemplo, o trem de lominação de Volta Re donda não poderia ser seccionado, mas sempre é preciso ter em mente as ocorrências de fogo. Nessas ocasiões, a sub-divisão da área co berta é um importante fator de controle do in cêndio.
Ainda quanto à disposição arquitetônica, a National Fire Protection Assodatlon nos chama a otençõo para o fato de que a regra do máximo percurso que os operários terão que fazer para evacuar o recinto, num coso de alarme, não foi obedecida nem poderia se-lo no caso das areas tão grandes. E' preciso recordar que há regras de segurança a êsse respeito que, quando nõo obedecidas podem provocar mortes pois os ope-
ráríos, podem ser vítimas de asfixia pela fumaça e pelo monóxido de carbono antes de alcançarem a saída, mesmo que escapem do perigo de fica rem encurralados pelo fogo.
Dessa forma a fábrica sinistrada já apresen tava um ponto fraco, quanto ao controle do fogo: a vasta área indivisa.
O segundo ponto importante, írizado pela N.F.P.A. refere-se à estrutura empregada: ar mações metálicas no telhado suportadas por co lunas de aço, sem nenhum recobrimento. Neste ponto, estamos mais seguros que os americanos, quanto ao tipo de construção. Como é sabido, na América do Norte o emprego de estruturas metálicas tem a mesma importância que entre nós as de concreto armado. Nos edifícios para moradia as colunas e vigas^de ferro não ficam expostas sendo revestidas de material mal trans missor de calor, concreto, tijolos, argamassa.
No caso da fábrica de câmbios automáticos, que estamos examinando, as colunas, vigas e armações do telhado estavam expostas ao color radiante e ao aquecimento direto das chamas. De forma que, declarado o incêndio, em poucos minutos começaram a aparecer deformações na estrutura metálica da área aquecida pelo fogo e, que ocasionaram o desmoronamento quase imediato de toda a estrutura, inclusive do telha do. A fotografia que encima este artigo é bem eloqüente quanto ao prematuro desmoronamento do telhado.
Aí então, entrou mais um elemento arquite tônico para alimentar a fogueira, parecendo, no caso que estamos examinando, que os orquitétos trabalharam a favor do fogo. A cobertura tinha sido feita com laminas de aço n.° 18, estreitas, apoiadas sobre terças, cobertas primeiramente com feltro saturado de asfalto, as juntas sendo tomadas com asfalto, depois uma camada de lõ de vidro, tendo sobre si uma camada de feltro saturada com pixe, as juntas sendo tomadas com alcatrão, e finalmente isso tudo recoberto com uma camada de alcatrão misturado com pedrisco.
Entre alfolto, alcatrão e pixe havia cerca de 2.000 toneladas no telhado," sendo'que cada metro quadrado de cobertura tinha sobre si cerca de 15 quilos de material impermeabilizante, alta mente inflamável.
À medida que o calor ia deformando a estru tura, as lâminas de aço que formavam o suporte das camadas de feltro, iam deixando frinchas por onde comoçaram a escorrer, já aquecidos, o asfalto, o alcatrão e o pixe que constituiam este absurdo telhado! E quando se deu o desmonoramento da estrutura, as duas mil toneladas de feltro, asfalto, alcatrão e pixe, vieram alimen tar a imensa fogueira. Essa a razão de na foto grafia da capa deste boletim, os rolos de fumaça serem tão densos.
Esta cobertura, que parece feita de propó sito para alimentar um incêndio, não tinha ne nhuma abertura que pudesse dirigir o fogo para o esterior.
A imensa área coberta, tironte a floresta de colunas de aço nú e êsse telhado altamente combustWel, era delimitado por paredes externas de alvenaria, em que predominavam imensos painéis envidraçados, que ao primeiro aquecimento se partiam, fornecendo correntes de ar para alimen tar a fogueira.
Naturalmente é muito fácil fazer uma crítica das condições excepcionalmente perigosas do fábrica de Livonia depois do incêndio, mas elas não deveriam ter escapado aos técnicos de se gurança contra fogo das Cias. de Seguro. E nêsse caso um sistema de combate ao fogo, de veria ter sido previsto- Tal não se deu. Apenas em 207o da área coberta havia instalado um sistema automático de sprinklers, proteção que parece ter sido dispensada principalmente nas seções de carga, descarga e embalagem. Não havia ne nhuma cobertura de sprinkler num raio de pelo menos 100 metros do ponto em que o fogo co meçou. Aliás, o sistema de sprinklers, pendurado que estava nas armações metálicas nuas, pouco adiantou pois o desmoronamento da estrutura do telhado logo que o atingiu deixou-a fora de ação. A N.F.P.A. também nota que não havia uma equipe de bombeiros locais treinada, para a fábrica de câmbios Hydrq-matic, ao passo que uma outra seção, a Temsted Division, que funcionava dentro da área, em divisão separada por uma parede de blocos de concreto vasados, possuia uma equipe mais hábil, tendo sido a mais ativa no combate ao princípio de incêndio, perdendo mesmo dois homens que ficaram blo queados pelo fogo.
Havia num tanque elevado cerca de 10.000 galões de água. A lista de equipamentos portá teis existentes, dada pela N.F.P.A. parece fran camente insignificante em vista da área a ser protegida.
Qual teria sido a causa da catástrofe? Ainda nos auxiliando do «Quarterly» da N.F.P.A., o caso passou-se como segue. Uma equipe de 4 operários, de um empreiteiro, gente portanto extranha à fábrica, estava cortando um tubo de vapor com maçarico de oxiacetileno. Aparente mente dentro de uma usina de fabricação de pe ças de automóveis, não devia hqver condições muito perigosas para o fogo, se descontarmos as imperdoáveis falhas arquitetônicas, já apontadas. Entretanto havia um tanque de um líquido anticorrosiVo, onde mergulhavam as peças trazidas por um «conveyor» que corria pendurado nã estrutura do telhado. Este tanque, cheio de um líquido cujo ponto de inflamação era baixíssimo, 37°C, estava protegido por uma instalação auto-
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mática, Aparando o líquido que escorria das pe ças, havia uma bandeja com cerca de 36 metros de comprimento, 60 cm de largura, com" beiradas levantadas de cerca de 5 cm, formando um «U», e em que havia permanentemente uma camada do liquido onti-corrosivo. A bandeja mergulhava em direção do tanque, para restituir-lhe o íiquido que gotejava das peças. A operação do corte a maçarico estava sendo feita nas proximidades do tanque e da bandeja, quando fagulhas sal taram na bandeja e incendiaram o liquido. Houve imediata reação da equipe de corte que ajudada pelos empregados, chegaram a controlar o fogo, mas infelizmente quando os extintores de CO2 exgotaram a carga as chamas retomaram o ímpeto.
Todo o esforço foi feito para que o fogo não descesse na parte inclinada da bandeja que mergulhava no tanque. A posição do fogo quase junto ao telhado dificultava enormemente o com bate. O transportador foi parado, mas os ven tiladores continuaram funcionando para que os bombeiros improvizados pudessem combater o fogo. Isso entretanto trouxe o inconveniente de espalhar o calor e o fogo para outras seções, onde havia mcás de 3.000 máquinas operatrizès, todas elas com seus óleos lubrificantes ou re frigerantes, todos combustíveis. Em breve co meçaram a aparecer pontos de fogo em muitos lugares espalhados pela fábrica. Enquanto se combatia o fogo na bandeja dava-se o aqueci mento da estrutura metálica, e começou a pingar do telhado asfalto, alcatrão e pixe derretidos que vieram aumentar a fogueira e estabelecer novos focos. Muito breve, também, a estrutura metálica sem revestimento, aquecida, começou a se torcer e a ruir. A bandeja também, retorceu-se e des pejou no piso de madeira seu conteúdo em cha mas. Numa seção de tratamento de metais, va pores de óleo tinha se condensado no této: foi novo fóco de labaredas que se formou distante. do ponto inicial do incêndio. A equipe de com bate teve que se retirar deixando três compa nheiros encurralados pelo fogo e que acabaram morrendo. Guamições de bombeiros de sete ci dades acorreram mas as proporçoes do edifiao, em largura e comprimento eram de tal ordem que as mangueiras apenas podiam atacar com eficiência as bordas da construção,_ ficando a parte central práticamente entregue indefesa às chamas.
o íogo consumiu tudo o que podia e exün- guiu-se si mesmo. Além dos tres mortos pelo fogo, houve outra morte por ataque cardíaco e dias depois, durante a remoçap do entulho,^dois homens morreram electrocutado q extranhar.
O prejuizo aparente foi superior a mi oes de dólares, mas isso não ™ ^urc^te 32.000 operários licaram mais de uma semana, até que as respectivas lá
não tem hora!
O perigo nSo tom hora, nem escolhe lu gar. Em tôda parte, onde se trabalha, pode surgir o acidente. No ambulatório de seu estabelecimento ou, na falta dêste, em lugar adequado e acessível, não pode faltar o Estôjo de Emergência Johnson, com todos os materiais de urgência necessários para primeiros curativos.
bricas mudassem seus planos de fabricação, omi tindo o cambio Hldra-mátic. Nã fábrica sinistrada trabalhavam 4.200 operários. A única parte da fábrica poupada pelo fOgo foi o edifício dos escritórios, constmido de alvenaria, ou de estru tura de aço,, revestida.
Resumindo os fatores responsáveis pela per da de tão bela unidade de produção da General Motors, a N.F.P.A. assim se manifesta:
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1) Área indivisa, sujeita a fogo, de mais de 135.000 metros quadrados com ausência com pleta de paredes corta fogo e de aberturas de exaustão no telhado, e que de' tão grande im pediu o acesso dos elementos de. combate ao fogo impedindo dessa forma a localização dos fócos.
2) Proteção inadequada por meio do siste^ ma automático, uma vez que apenas 207o dq área possuíam sprinklers e no local em que se originou o fogo, não havia sprinklers.
3) Processos industriais planejados sem a devida proteção contra fogo. O tanque de mer gulho estava protegido mas não a bandeja que recolhia o líquido que escorria. Formaram-se depósitos de óleo resultante de vários processos de aquecimento, no teto da fábrica mas parece que êsse perigo passou despercebido dos constru tores e responsáveis pela segurança da fábrica.
4) Construção metálica inteiramente despro tegida, particularmente a fina armação de aço que servia de suporte para as camadas que for mavam a cobertura, e feitas de tal forma que deixou escorrer alfalto derretido por entre as jun tas. As tesouras ruiram em questão de minutos.
5) Uso de tocha de acetileno perto de ma terial altamente inflomável.
6) Falta de uma organização de bombeiros internos, devidamente treinados.
7) Demora em dar alarme para o Corpo de Bombeiros.
üina Companhia Brasileira conqnista dois Troféus
em Concurso Internacional
Nos dias 21 e 24 de.^ Agosto p.p., realizou-se na Companhia Goodyear do Brasil, a entrega dos Troféus de Segurança, que foram conquista dos pela mesma na Campanha de Prevenção de Acidentes, durante o ano de 1952.
Às cerimonias da entrega dos Troféus, com pareceram diversas personalidades do nosso meio industrial, dentre os quais podetnos des tacar o dr. Diniz Gonçalves Moreira, Diretor do Departamento de Produção Industrial, que veio representando o Secretário do Trabalho. Dr. Ma noel Garcia Filho, representando a FIESP-CIESP. Além dessas pessoas estiveram presentes: Sr. M. A. Ryan — Diretor Industrial da Companhia Goodyear do Brasil, O. M. Sheimann Jr., Gerente da Dijvisão Pessoal da Cia. Goodyear, Sr. D. C. Almeida, Gerente do Dep. de Relações Traba lhistas. S. A. Albonese, Chefe do Dep. de Colo cações. L. B. Ferrori, Encarregado de Segurança e Presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, Proí. Benjamin fübeiro da Facul dade de Higiene, Dr. E. L. Berlinck, da Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes, Carlos Grellet Netto, Ene. do Dep. de Treinamento da Cia. Goodyear, além de outras pessoas. O Dr. Diniz Gonçalves Moreira, Diretor do Departa mento de Produção Industrial e representante do Exmo. Sr. Secretário do Trabalho, fez uma alocução de encorajamento à Campanha de Pre-
CampanEa de Feeieapão da Uidaalas
Não há dúvida de que um Serviço de Pre venção de Acidentes há de apoiar-se em uma eduocrtiva, se quizer obter resultados e ter êxito em suas iniciativas.
Quem conhece e pratica prevenção de aci dentes sabe que o elemento humano e o resnonsável por 807. dos acidentes industriais, mostrortdo com isso que o problema da prevenXT aciderttes é eminentemente educaüvo.
As diferentes medidas de segurança adotadas visando exclusivamente a máquina seri^ de todo improfícuas se não se cuidasse também do homem que deve movimenta-ia, ensinando-o a trabalhar a salvo dos acidentes.
vençõo de Acidentes, Togo após a entrega dos Troféus, que se vêm no clichê, conquistados pela Goodyear do Brasil no Concurso de Prevenção de Acidentes, 1952, entre todas as fábricas Good Year do mundo inteiro. Os troféus foram con quistados pela Fábrica de Lonas (Tecelagem), e são discriminados como seguem abaixo:
a) Troféu «Slusser» (2.° lugar) — Conquis tado em uma disputa entre 48 fábricas Goodyear, sendo que a Fábrica de Lo nas também tirou o 2.° lugar, sòmente perdendo em Virtude do número de ho ras trabalhadas, para a 1.° colocada.
A educação preventiva contra os acidentes deve ter início logo que o trabalhador mgressa na Fábrica, sendo este o momento propício incutir-lhe os hábitos de segurança, alertaTo contra os infortúnios peculiares ao seu ofício, Lstrar-lhe seus deveras em face dos regula mentos e sua responsabiUdade para com o companheiros. ,
O mestre ou encarregado mostrará que e .PU dever e de sua conveniência, cumpnr os p^Lts de'segurança que lhe eao ençmadcs.
O trabalhador será, assim, instruído a res peito d^uncionamento das máquinas da o lema;
gastas, mau entalhadas e em mau estado de conservação; para a necessidade de óculos ou protetores adequados nos trabalhos de esmeril ou outros capazes de ocasionar acidentes oculares; para a necessidade de guardas nas polios, correias de transmissão, serras circulares, engre nagens e demais partes móveis das máquinas; para a vantagem do uso de roupas adequadas no serviço, como o macacão, livre de peças soltas que possam facilitar o acidente; enfim para todas a medidas de segurança industrial que visem prevenir os acidentes e que precisam ser conhecidas.
Ação educativa das mais importantes cabe aqui ao Inspetor ou Delegado de Segurança, dela dependendo o interesse dos trabalhadores pelas medidas de prevenção de acidentes que lhe são ensinadas.
Os meios educativos a serem utilizados em uma campanha de prevenção de acidentes po dem ser divididos em ativos ou dinâmicos e passivos ou estáticos.
Entre os primeiros alinharemos as palestras, as demonstrações prórticas, os debates, os filmes falados, as sugestões,. os conselhos, as regras de segurança, o ensino em grupo, os cursos gerais e especializados sobre temas peculiares á cada indústria, as gravações, os concursos e as competições.
b)
Troféu «Steere» (1.° lugar) — Conquis tado em disputa entre 6 (seis) Fábricas dé Lonas «Goodyear», sendo que as mesmas estão dístribuidas 4 nos Estados Unidos, 1 no Canadá e a outra no Brasil. Os troféus sõo de posse definitiva e além dos mesmos, a Fábrica de Lonas Goodyear teve a oportunidade de Conquistar a Flâmula «Cam peão de Segurança», que corre mensalmente entre todas as Fábricas de Lonas Goodyear. A Fábrica de Lonas «Goodyear», trabalhou durante o ano de 1952, 1.200,000 horas, sem acidente com afastamento.
Nas solenidadés da entrega dos Troféus foi dado um lanche à todos os operários da Fábrica de Lonas.
^Sf^a^su^finalidades, etc.; sobre a na^reza -ias, as buua PYecutar e as substondos serviços que devera 33,5^ rirr. aue irá manipular, iguaiiuei^ mostrados os equipamentos de vidual usados no serviço, bem Tnndn do làção dos extintores de incêndio e o m°do do sen manejo. Será prevenido quanto ^ neces sidode de conservar sempre desimpedid locais de trabalho, os passagens, escadas e cor redores de circulação, mantendo-os sempre to pos sem manchas de óleo ou de fáboas com pregos, lotas, sobras de mcrterid^ a fim de evitar quedas e escorregoes, sempre de graves conseqüências.
A sua atenção será solicitada para o perigo que representam as ferramentas improvisados,
As palestras devem ser vasados em lingua gem compreensível, curtas, convincentes e rea lizadas de preferência durante as horas de ser viço. Os assuntos precisam ser cuidadosamente selecionados, de fácil entendimento, procurando-se abordar temas práticos e que estejam em relação com a indústria onde se está atuando. Poderão ainda ser aproveitadas para debates em torno do cfâsunto, o que se toma sempre interessante e útil, a fim de esclarece-lo melhor e para despertar a curiosidade do auditório,
As demonstrações práticas sobre a execu ção de operações e serviços, mostrando como realizá-los sem o risco de acidentes são meios educativos de valia que, com a divulgação de
regras de segurança, podem ser aproveitados com resultado.
Os filmes falados são também de grande utilidade na creaçõo da mentalidade preventiva dos trabalhadores, podendo-se deles obter gran des "resultados, se houver o cuidado de se escolher assuntos que prendam a atenção da assistência.
, O cinema, o rádio e modernamente a tele visão são outros tantos recumos que se pode utilizar, com real proveito, na campanha educa tiva contra os acidentes.
As gravações podem ser usados com sucesso para divulgar breves conselhos, recomendações e avisos ,seja durante as horas de trabalho, seja nos períodos de descanso, intercalando-as com música adequada.
Os concursos e as competições entre de partamentos ou seções da Fábrica consistindo em apontar erros de segurança, escolher legen das para cartazes, coníecionar cartazes sobre prevenção de acidentes, etc., são meios de que se pode lançar mão com fim educativo, em um serviço de prevenção de acidentes.
A realização de cursos para capatozes, mestres e encarregados de serviço e mesmo para os próprios empregados, é talvez o mcds eficiente de todos os meios ativos de propa ganda educativa. Será de interesse, porém, que estes cursos sejam ministrados durante as horas de trabalho, com freqüência obrigatória e considerados porte integrante do serviço, sen do os programas escolhidos de acordo com a mentalidade dos que os freqüentarem, e expos tos os assuntos de maneira simples e prática.
Entre os meios passivos ou estáticos de ação educativa figuram o material gráfico de propaganda, os cartazes, avisos, jornais, boletis, folhas de segurança, revistas, conselhos e publicações outras, escritas sob as mais diver sas formas.
A educação preventiva contra os acidentes encontra também ajúda nos cartazes de propa ganda, quando bem feitos, sugestivos e bem apresentados.
Êstes devem ser confecionados de forma a agradar a quem os vê, conter conselhos curtos e incisivos, fáceis de guardar, escritos em lin guagem correta e de fácil entendimento. Não devem conter legendas que venham tornar os trabalhadores pusilânimes, acovardondo-os fren te ao" trabalho, fato que viria influir na sua capacidade de produção, sem melhorar o fator segurança da Fábrica.
Os cartazes poderão explorar, ainda, o lado humoristico do acidente, variando assim a sua feitura e despertando maior curiosidade.
, Entretanto, para surtirem os efeitos dese jados é preciso que sejam substituidos com regularidade e escolhendo-se local adequado para a sua colocação e não jogando-os a êsmo pelas paredes das oficinas.
Deve-se compreender, que a creaçõo desta mentalidade preventiva leva tempo para se con seguir formar exigindo trabalho, paciência e perseverança.
Esta campanha educativa no entanto não se faz necessária apenas para o trabalhador e o empregado, mas também para uma grande maioria dos nossos industriais, dos nossos pa trões e empregadores que não compreenderam ainda o valor da prevenção de acidentes e que esta deve ser porte integrante das ativi dades das suas indústrias, tão importante como as demais.
E' fóra de dúvida- que o empregador e o patrão sofrem, tanto quanto o trabalhador ou o empregado, as funestas conseqüências dos acidentes do trabalho. A máquina parada, a necessidade de treinar novo empregado para operá-la, a quedá de produção no setor da Fá brica onde ocorreu o acidente ,a queda de uni dade de equipe, são apenas alguns dos trans tornos que acarretam os acidentes, sem lelvar em conta os danos causados à maquinária eo lado humano da questão.
1 Um dos objetivos, portanto, da organização de um serviço de prevenção de acidentes sob o ponto de vista educativa é, pois, convencer à Administração da emprêsa que deve fazer a prevenção de acidentes no seu estabelecimento. Fábrica ou oficina, para evitar perdas econô micas e poupar o elemento humano, fator da sua riqueza e do progresso da sua indústria.
O patrão ou empregador deve meditar sobre a significação econômica do acidente, pelo que êle representa de perda de produção e mão de obra, de redução de negócios, etc. e compene trar-se de que o dinheiro gasto com a prevenção de acidentes se paga por si mesmo.
A educação preventiva contra os acidentes, precisa portanto, ser orientada tanto no sentido do operário, como no sentido do patrão, do em pregador, do industrial.
Esta a grande tarefa que está reservada aos que se dedicam à prevenção de acidentes no nosso País e a cqrgo das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes, da Associação Bra sileira porá Prevenção de Acidentes, e autorida des governamentais a quem cumpre a fiscaliza ção das leis sobre o assunto, a fim de que esta mentalidade de fatalidade, do destino, do «tinha que ser», não continue a ser a justificativa insen sata e comodista para as desgraças resultantes dos acidentes do trcdcolho.
IIE8PII1I5ÍII MIlFItlU
Méloild áa pressão nas coslas e levanlasiento de iipaços.
Explicação: Até pouco tempo o mctoão pre conizado pela Associação Brasileira para Prevenç^ de Acidentes, aliás, de acordo com a pratica ge , foi o de Schaeffer, ou o de Pron^-Pressao. t^retanto, estudos feitos recentemente sobre o volu^ de ar introduzido rms pulmões pelos diversos mctodos conhecidos (há pelo menos 10 processo respiração artificial que podem ser ap ic o ao método de pressão nos costas e dos braços a supremacia, por ser ele o que
volume introduz nos pulmões. Dessa forma todas as Companhias de Eletricidade que são as maiores propagandístas da respiração artificial, dada a na tureza do seu serviço, estão recomendando o mé todo de Hdlgen-Nülsen, de que ora tratamos. Os quatro clichês seguintes dão idéia^ clara de como se deve aplicar o método. Além disso a Associado possui cópias de um filme falado em português de monstrando todo o método e que poderão ser em prestadas a todos os associados que as solicitarem.
1. Coloque as palmas das mãos exatamente na linha das omoplatas. os polegares se locando ligeiramente, e então, vagonosamente..•
2. Transfira o pêso do corpo pa ra os braços esticados, até que êstes fiquem em posição vertical, exercendo pressão firme sôbre o tórax.
3. Descoia com o corpo para trás, deixando as mãos escor regarem pelos braços da vítima até um pouco acima dos seus cotovelos; segure-os com firmeza e continue jogando o corpo pa ra trás..•
(Reproduzido do
4. Levante os braços da vítima até que sinta resistência; abaixeos então até a posiçõo primitivo, completando o ciclo. Repita a operação no ritmo de 12 vezes por minuto.
■Industrial Supervisor»)
Prevenção de Acidentes — Setembro-Outubro d» 1953 —
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Protcja . AS MÃOS!I
Áspetos da aula inaugural pro ferida pelo DR. COSTABILE
COMENALE, da I."U. F. MATARAZZO, que discorreu sobre «O VALOR ECONÔMICO
DA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
O curso foi promovido pela A. B. P. A. como parte da Campanha de Prevenção de Acidentes planejada pelo Conselho Estadual do Higiene e Segurança do Trabalho, do Estado de São Paulo, com o.auxilio do S.H.S.T. da Secretaria do Trabalho de S. Paulo.
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'
ASSOCIAÇÃOBRASILEIRAPARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
SÉDE: RIO DE JANEIRO AVENIDA ALMIRANTE BARROSO, 91 EDIFÍCIO MAYAPAN
IP ANDAR — SALAS 1118/íj-v
END. TELEG.: PREACI TELEFONE 42-0928
SUCURSAL: S. PAULO EDIFÍCIO DO BANCO DO ESTADO
R. JOÃO BRICOLA, 24 - 24' AND.
TEL: 33-2257 - END. TELEG.: PREACI DIRETORIA
Eng. ISMAEL COELHO DE SOUZA Presidente
Eng. JOSÉ M. FERNANDES —, 1' Ylce-Presidente
Eng. ALBERTO PIRES AMARANTE
2' Více-Presidente
Eng. DULCÍDIO DE ALMEIDA PEREI
RA — 1' Secretário
Eng. ADHEMAR DE CANINDÉ JOBIM
— 2' Secretário
Eng. KERRIS AP-THOMAS ~ 1' -Te soureiro
Sr. PEDRO THEBERGE — 2' tesou reiro
Prof. DÉCIO PARREIRAS — Diretor
(representante do Ministro do Tra balho. Indústria è Comércio)
Eng. EUVALDO LODI — Diretor
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Sr. ANTONIO DEVISATE
Sr. HAMLETO MAGNAVACCA
Eng. MÁRCIO MELLO FRANCO AL VES
Eng. MARIO HENRIQUE NACINOVIC
Eng. MARIANO J. M. FERRAZ
Dr. AUSTREGÉSILO DE ATHAYDE
Eng. JOÃO CARLOS VITAL
Eng. JOAQUIM DE FARIA GÓIS
Eng. ROBERTO MANGE
Dr. CARLOS SANTOS COSTA
Tnte. Cel. GERALDO DE MENEZES
CORTES
Gel. ORLANDO DA FONSECA RANGEL SOBRINHO
CONSELHO FISCAL Efetivos
Dr. HELVÉCIO XAVIER LOPES
Dr. JAIR NEGRÃO DE LIMA
Dr. RODRIGO OTÁVIO FILHO
Suplentes
Dr. ZULFO DE FREITAS MALMANN
Dr. IBSEN DE ROSSI
Eng. LUIZ DUMONT VILLARES
SECRETARIO EXECUTIVO
Eng. JOSÉ S. A. PINHEIRO
Yl Semana de Prevenção de Acidentes do Trabalho
Realizada no Rio de Janeiro, de II a 28 de ioteiro
de i988
XI' NOVEMBRO-DEZÊMBRO
Desde 1948 que o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, com o apoio de organiza ções para estatais e particulares, vem realizando uma semana dedicada à Prevenção de Acidentes dò Trabalho, quando então, por meio de reuniões, solenidades, 'palestras e divulgação pela impren sa, a atenção doà industriais e operários é focali zada intensamente sobre êste mágno problema da nossa nacionalidade. No ano de 1953, teve ela excepcional relevo, dada o dinamismo da Comis são executiva, coadjuvada por entidades que se dedicam ao assunto diretamente, tendo a nossa Associação tomado porte relevante como membro das sub-comissões que se formaram.
Primeiição ile kiieiiles Da iDiância
Êste Boletim tem tido sempre um cunho nitidamente caracterizado pela campanha de Prevenção de Acidentes na Indústria. Sendo publicado pela contrihuição voluntária de algumas firmas industriais, e sendo órgão da Associação BrosUeira para Prevenção de Acidentes. 6 natural que os assuntos divulgados interessem particularmente ã indústria. Entretanto nèste número, derivamos para campo diferente, embora estreitamente ligado à seguronça. O magnífico trabalho do Dr. Virgilio A. de Carvalho Pinto, publicado em «Pediatria Prática» vol. 24 fase. 6. que reproduzimos com a devido autorização, toca num ponto fundamental para todos, a educação da criança e do adolescente, no sentido da seguronça pessoal.
Não possuímos estatísticas organizadas para demonstrar que a infância e g adolescência pagam um pesado tributo às condições perigosas da vida moderna. No nosso próprio lar. o perigo rodeia a criança, não poupando nem mesmo os adultos. E' a eletricidade, é o fogo, é' o remédio que serv* para matar insetos e ratos, é o revolver do papai, é a vidraça que se quebra, a faca que corta, a gilete empregada para apontar lápis, é a quéda. é a janela, é o terraço... Desde cedo é preciso desenvolver uma intensa educação de seguronço para o ser que se vai transformar num cidadão útil ao pois. Esta ação. que no lor se faz expontàneamente, precisa ser estendida e intensificada quando a criança atinge a idade escolar, e completada quando, já adolescente, vai pora os fábricas lidar com máquinas e processos' perigosos. Vê-se que, poralelamente à instrução e à educação familiar e social, deve ser feita outra, abrangendo os setores do lar, da tua e do trabalho. A educação da infância e da adolescência no sentido da Segurança deve, pois, ser o primeiro passo na Campanha de Prevenção de Acidentes do Trabalho.
Pelos motivos acima explicados é que o Boletim da Associação apro veitou a oportunidade de divulgar esse valioso estudo de Prevenção de Acidentes na Infância.
Os pontos altos da VI Semana de Prevenção de Acidentes do Trabalho, sem falar na parte social que decorreu brilhante e em atmosfera de grande cordealidade, foram:
Exposição de cartazes e material do Preven ção de Acidentes.
Exposição de inventos dos operários destina dos ò Prevenção dé Acidentes.
Decreto do Govêrno instituindo o dia da Pre venção de Acidentes.
Decreto dó Govêrno instituindo a medalha e o diploma de Pioneiro de Prevenção de Acidentes.
A assinatura de uma nova Portaria regulando o funcionamento das Cipas, que tomou o numero 155, substituindo a portaria n.° 229 de 1945.
A realização de.uma Convenção de Técnicos em prevenção de Acidentes com apresentação de trabalhos.
Visita à Usina dç Volta Redonda.
Simultaneamente as estações de rádio, os cinemas, a televisão, e os jornais foram mobili zados para irradiar palestras, slogans, exibir shorts sobre prevenção de acidentes, etc. .Foi extremamente louvável o esforço dos responsá veis pelo certame que mobilizou todos os meios de propaganda em pról da nobre causa. O carioca, a cada passo tropeçava com um slogan escrito ou falado sobre Prevenção de Acidentes do Trabalho.
Os atos oficiais publicados nessa ocasião, de nunciam um interesse intenso pelas questões de segurança do trabalho.
O decreto n.° 34.714, de 27/11/53, institui a MENÇÃO HONROSA DE SEGURANÇA DO TRA BALHO, a ser conferida aos que se salientaram nas realizações em pról da Prevenção de Aciden tes do Trabalho, sendo instituídos os seguintes ^ j. gráus:
Pioneiro conferido aos que foram os primei ros a cuidar da Prevenção de Acidentes do Trabalho no País.
Colaborador conferido aos continuadores da obra dos primeiros e que vêm prestigiando cora o seu entusiasmo, esforços e realizações a Cam panha de Prevenção de Acidentes do Trabalho.
Essas distinções constarão de diplomas e distintivos; representados êstes pelo símbolo inter nacional da segurança do trabalho (cruz verde em fundo branco).
Em S. Paulo foram agraciados como pionei ros o Eng. Roberto Mange, diretor regional do SENAI e o Eng. Aldo Mario de Azevedo, que na dlreçõo de indústrias sempre cuidou com muito carinho da segurança de seus trabalhadores: A instituição oficial da Semana de Prevenção de Acidentes do Trabalho foi feita por outro decreto, assinado no mesmo dia que o anterior pelo Govêrno Federal, visando criar o mesmo ambien te de entusiasmo como vem sendo feito para a Semana da Pátria, da Criança e do Trânsito. Será sempre a 4.® semana do mês de Novembro, cabendo ao Ministério do Trabalho o encargo da sua realização, devendo as repartições estaduais municipais e autarquias, prestarem todo o apoio ao programa organizado pelo órgão federal.
A Portaria que orienta e sistematiza as ativi dades da CIPAS publicada em 30-11-53, intro duz algumas novidades em relação à Portaria anterior, A mais importante é, certamente, a que se refere à representação dos empregados nas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes. Pela antiga ordenação, os empregados se riam indicados pelos respectivos Sindicatos.
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A nova, porém, manda que sejam eleitos em assembléia, podendo ser interpretado êsse termo «assembléia» como uma votação em dia e hora fixados, sem necessariamente ter que reunir os empregados em local especial para êsse fim. Os -sindicatos que eram ativos nessa função de indioar associados para influir nas decisões das CIPAS, tiveram, naturalmente, sua atuação dimi nuída, e para estes a medida talvez não tenha sido agradável mas o fato é qué havia sindicatos que nunca se incomodaram com o assunto, preju dicando a organização das Cipas.
Na- exposição de inventos para fins de se gurança, o Ministério considerou a hipótése de algüm inventor cuja patente ainda não tinha sido requerida, ter receio de expor seu invento, divul gando assim uma idéia que não teria ocorrido a outros, que poderiam ser mais ligeiros no pre enchimento das formalidades legais. Tendo isso em mira, foi baixada a portaria n.° 156, garan tindo a prioridade para o invento que fosse expos to na Semana de Prevenção de Acidentes, forne cendo a Comissão Executiva um' atestado que lhe garantia o prazo de um ano para requerer a patente.
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Uma comissão adrede nomeada, examinará os inventos apresentados e os classificará por ordem de importância, cabendo aos 5 primeiros colocados um prêmio.
A Convenção, a primeira que se realiza no Rio de Janeiro (pois.em S. Paulo já foram reali zadas nove), ocupou os técnicos em prevenção de acidentes durante todo o dia de 25 de No vembro, os trabalhos se desenvolvendo no audi tório «Salgado Filho» do edifício do Ministério do Trabalho, sob um ambiente de grande inte resse e cordealidade. O orador oficial foi o Eng. Ismael Coelho de Souza, Presidente da Associa ção Brasileira para Prevenção de Acidentes, que
disserlou brilhantemente sobre os trabalhos que se inauguravam. Ha que notar que o Eng. Ismael Coelho e Souza nêstes últimos 20 anos tem admi nistrado a iCa. Docas de Santos e atualmente é o Administrador do Porto do Rio de laneiro tendo, pois, uma grande experiência de serviços que empregam grandes massas de trabalhadores, nos ínais diversos mistéres, sendo dos pioneiros da Prevenção de'Acidentes no Brasil, Sua palavra fluente e convincente tem o peso da experiência de muitos anos. A Convenção foi presidida muito a contento pelo Dr. Hevio Bustamante, diretor do Departamento de Higiene e Segurança dò Tra balho do Ministério, que soube dar uma agil e criteriosa direção aos trabalhos.
Os temas debatidos referiram-se, o primeiro à «A COOPERAÇÃO DO TRABALHADOR NA GAMPANf^. DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES»
e o segundo à PREVENÇÃO DE ACIDENTES NO .SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL, tendo sôbre êste item apresentado um substancioso trabalho Dr. Daniel Brandão Reis, já conhecido convencio nal em S. Paulo e assíduo colaborador dêste Bole tim. Durante os debates sôbre a segurança nas construções civis, foi muitas vezes citado um trabalho básico feito pelo Dr. Lima Ferreira, pu blicado em números passados dêste Boletim e que servirá de ponto de partida para a organi zação de Normas definitivas.
Dentre as conclusões mais notáveis da Con venção figura a que o D.H.S.T. deve se dirigir à Associação Brasileira de Normas Técnicas soiicitando-Ihe que prossiga com o máximo vigor os trabalhos já iniciados, afim de dotar o país de um Código de Segurança para a Construção Çivil, Enquanto, porém, não for aprovada a norma daA.B.N.T.,oD.H.S.T. organizará, por intermédio dos seus técnicos em Segurança do Trabalho, instruções provisórias que serão baixa das em portaria do Ministério.
Atualmente a criança é cuidada com o maior desvêlo por todos e sob os mais diversos pontos • de vista. Antes mesmo do nascimento ]cx receoe -cuidados adequados através da assistência prenatal. Depois do nascimento, a medicina coni os inúmeros e eficientes meios imunizcmtes, tais como vacinas, soros, e com os anübióticos mo dernos, trouxe um elevado grau de segurança às crianças, protegendo-as contra as mais vana- . das e graves afecções_, diminuindo consideravel mente a mortalidade iníantil.
Um aspecto da infância, entretanto, que nao tem sido cuidado com a devida importância, mesmo nos países de elevado social, é a questão da prevenção do Êste problema, da maior gravidade e_ da inais ampla repercussão, exige em nosso meio a aten ção por parte daqueles que se interessam pela assistência à infância. -
Para avaliarmos a magnitude do problema, podemos citar dados estatísticos dos Estados Uni dos da América do Norte, segundo os quais mor rem por acidente, anualmente, naquele país, cer ca de 14.000 crianças. O acidente e responsável por maior número de mortes em crianças do que todas as doenças, como pneumonia, defeitos con gênitos, doenças infecciosas, câncer afeccçoes gastro-intestinais, etc. Verifica-se ainda, nos hs tados Unidos, onde já há alguns anos vem se fazendo campanha eficiente de prevenção ao acidente na infância, que enquanto a mortalidade por doença, de 1 930 a 1 947, diminuiu de 70 Ã, a mortalidade por acidente no período pre-gscolor diminuiu apenas de 23%.
O pediatra que trata cuidadosamente dos seus clientes, prevenindo e curando as doenças que se apresentam, si não se interessar pela prevenção de acidentes deixa de tratar conveni entemente de 1/3 dos seus clientes, os quais têm possibilidade de sofrer acidente, segundo fazem prever os dados estatísticos obtidos pela Academia Americana de Pediatria.
Na falta de estudos estatísticos sôbre a ques tão da prevenção de acidentes na infância em nosso país, procuramos nos valer de dados pu blicados na - Suécia, e de elementos que nos foram fornecidos pela «American Academy of
pelo
DH. VmGIUO A. DE CARVALHO PINTO(")
Pediatrics», pelos órgãos oficiais do Governo Norte-Americano e pelas Companhias de Seguro interessadas no problema.
Pudemos, assim, nos iniciarmos (*) no pro blema da prevenção de acidentes^na infância, baseados principalmente na experiência dos ór-rãos especializados nos Estados Unidos, onde o acidente constitúe atualmente para a criança de 1 a 14 anos ,a mais freqüente causa de morte.
A CRIANÇA EM FACE DO ACIDENTE
Sob o ponto,de vista do acidente, as crianças devem ser agrupadas em três classes de idade:
1) Primeiro ano de vida*, neste período a incidência dos acidentes não apresenta coracte- ; • rlsticas relacionadas com o sexo. A criança ne- v cGSsita.de 100% de proteção porque depende exclusivamente do meio.
As causas mais freqüentes são: 1) asfixia; • 2) ingestão de corpo estranho (obstrução ou per furação); 3) queda; do berço, da mesa, da ba lança ou no transporte. Devido ao peso relativa mente grande da cabeça nessa idade, são fre qüentes as lesões cranianas; 4) queimadura; a criança no colo do adulto, enquanto "êste se alimenta, pode ser atingida por líquido quente proveniente de prato ou chícora. O uso inade quado de bôlsa de água quente também pode acarretar grave queimadura; 5) estrangulamento: por laços, cordões ou grade da cama.
2) Idade pré-eacolar (1-5 anos): período da vida que a criança, em geral, passa no lar sob a supervisão próxima dos pais. Os acidentes adquirem a maior importância ocasionando um número de mortes duas vezes maior do que o decorrente de doenças próprias da idade, tqis como: escalartina, rubéola, coqueluche, diltèria, disenteria, tuberculose, toxicose, etc, Nessa idade, em que a criança necessita de um misto de proteção .e de educação, o íator' social faz-se sentir de maneira evidente. As clas ses menos favorecidas apresentam uma maior porcentagem de acidentes.
(**} Assistente do Departamento de Técnica Cirúr gica e Cirurgia Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Prof. E. da Silva Bastos). Cirurgião do Berçário do Hospital das Clínicas da Univ. S. Paulo (Prof. R, Briquet).
As causas mais freqüentes são: 1) atropela mento na via pública: que constitúe a grande maioria dos acidentes, porque a criança brinca na rua< 2) queimadura no lar: muitas vêzes a cozinha serve de quarto de brinquedo; contaçto com objetos quentes; lesões por corrente elétrica devidas a material ou instalação defeituosa (a
criança coloca a mâo em tomadas defeituosas ou põe na boca fios descobertos), .3) envenena mento; de incidência máxima entre I- e 2 anos. Ésíe ocorre por ignorância dos pais çom relação aos medicamentos venenosos e aos primeiros socorros. A soda cáustico, ácidos, ou venenos caseiros, deixados descuidadamente ao alcance da criança, assim como medicamentos tóxicos en contrados em gaveta de mesa ou criado-mudo, constituem causa freqüente de acidentes graves.
4) deglutição de corpo estranho e sufocação: na transição para a idade de brincar entra em um período de pronunciada curiosidade pelo ambi ente que a cerca. Afim de satisfazer a essa cu riosidade expõe^-se inconscientemente a uma sé rie de perigos. Coloca objetos na boca, narinas, ouvidos; com a deglutição, certos objetos, em geral metálicos, podem ficar encravados no tracto respiratório ou digestivo: pregos, moedas, gram pos, agulhas, partes de brinquedos, bolas de vidro, botões, etc. 5} quedas em geral; a pre sença de objetos ponteagudos (lapis, estilete, etc.) na boca acarreta freqüentemente lesões mais ou menos profundas dos lábios, polato, etc.
3) Idade escolar (5 - 14 anos); neste período as causas mais freqüentes de acidente são; 1) atropelamento; que constitúe a grande maioria dos casos; 2) afogamento; em geral meninos; 3) queimadura; por fogos de artifícios, explosões diversas incêndios. Os acidentes por arma de fogo ocorrem exclusivamente em meninos; 4) acidentes menos freqüentes: enforcamento (cintas, cordas, etc.), brinquedos perigosos (explosivos, éscorregadores, trampolins, etc.); 5) envenena mento; raro nêste grupo de idade.
Grupo intermediário dos Adolescentes (15-19 anos); os meninos nesta idade, são mais expos tos aos acidentes de ocupação e de recreação do que as meninas (a relaçõo é de 1:4). O fator acidente, nêste péríodo da vida é a causa prin cipal de morte dos meninos. As causas em ordem decrescente são; atropelamento, afogamento, ar mas de fogo, acidentes no campo, queimaduras e explosões.
0 estudo dos acidentes nêstes diferentes gru pos de idade, nos permite chegar às 'seguintes conclusões;
1 — Nas classes menos favorecidas, há um maior riúmero de acidentes, os quais, por sua vez, são também mais graves por falta de socorro rápido e dévido ao baixo nível educacional;
2 — Há uma predominância nítida de aci dentes no sexo masculino, que ocorrem por rrtor tivos naturais na idade adulta, mas que já se notam nos primeiros anos de vida; existeín certos característicos tipicamente masculinos que se ma nifestam muito precocemente e que são causas de acidente, afirmam Hiijdmarsh e col;
3 — Quanto menor a idade da criança, maior a proporção dos acidentes mortais;
4 — As mortes por acidente no ano de vida são muito elevadas comparadas com as outras idades da infância, embora inferiores quan do comparadas com as principais causas de rhorte nos primeiros meses de vida (prematuridade, pneumonia, anomalias congênitas, etc.);
5 — Os acidentes por veículos são mais fre qüentes nos bairros e arrabaldes, porque as crianças brincam na via pública;
6 — Para cada acidente fatal, calcula-se ha ver de 90 a 150 acidentes graves;
7 — Não existem ainda estudos suficientes que permitam estabelecer dados precisos referen tes ao custo de tratamento e aos malefícios per manentes por acidente, na população dos Estados Unidos. Na Inglaterra, constatou-se que 22 % dos acidentes que exigiram tratamento hospitalar se referiam a crianças com menos de 5 anos de idade, grupo este que constitúe apenas 8% da população;
8 — Cêrca de 1/3 dos acidentes fatais em crianças de a 14 anos e 1/2 em crianças de menos de 5 anos de idade ocorrem no lar. Isto evidencia a importância do lar em "relação ao acidente, principalmente si levarmos em conside ração os casos nõo fatais, lembrando que o atro pelamento é o maior responsável pelos acidentes mortais; ~
9 — Nas crianças de 1 a 14 anos de idade, os atropelamentos causam cêrca de 35% e as queimaduras cêrca de 28% do total de mortes por acidente..
Dados da «Metropolitan Life Insurance Company» indicam que na idade escolar, 39% de todas as mortes por acidentes sõo causadas por automóvel; em seguida o afogamento com 30% do total. Considerados em conjunto, êsses aci dentes contribuem com mais de 2/3 das 476 fatalidades que essa companhia de seguros ana lisou, As queimaduras e as explosões figuram em terceiro lugar com 9% de mortes e os aci dentes por arma de fogo com 5 %.
PORQUE CERTAS CRIANÇAS 'SOFREM ACIDENTES COM FREQÜÊNCIA?
As estatísticas mostram que há tendência ao acidente. Seriam crianças desajeitadas ou aza radas, que se machucara com certa freqüência? Os estudos realizados em grupos de condições de vida mais ou menos semelhantes, permitem concluir que há realmente certas crianças que se acidentam' com maior freqüência do que ou tras. Os testes de inteligência realizados eviden ciaram não^haver diferente nível intelectual; o exame físico comprovou ^ue as cr!anças mais sadias são as mais sujeitas ao acidente, notandose que as excepcionalmente fortes têm muitas vêzes deficiência visual, auditiva e de reflexos. Os testes psíquicos revelaram flagranté di ferença entre os dois grupos de crianças; as não
acidentadas eram normais, de bonS antecedentes, bem ajustadas no lar; as acidentadas demonstra ram ser emotivas, recalcadas ou desajustadas em sua vida de íamilia. Nêste último grupo foi encontrada uma série de característicos gerais; impulsividade, rebeldia (contra a autoridade ^terna e contra a própria razão), complexo de inferioridade, timidez nas relações com o sexo oposto, etc.. Êstes característicos se acentuam de tal maneira nestas crianças que, embora elas não tenham ainda se acidentado, podem ser consideradas como «acidentadas em potencial». Por esta razão, não se deve considerar o acidente como um castigo à desobediência ou relacionálo à certas faltas, o que poderia levar êsse senti mento de culpa para a idade adulta e futura mente predispor ao acidente.
Há, pois, o maior interesse em investigar os métodos de determinar e avaliar a^possível signh iicação da relação entre a incidência dos aci dentes e a atitude dos pais, isto é, as relações entre pais e filhos, as circunstancias, ambientes que condicionam o acidente, as características da personalidade, os hábitos, a coordenação e os defeitos físicos da criança.
De modo geral, os fatores que condicionam a tendência ao acidente são de duas ordens; .
I —- Motivos individuais: 1.'=') problemas de culpa com punição própria ou revolta contra si próprio; 2.°) tentativa de reconquista do amor paterno, procurando estimular a proteção e a atenção dos pais; 3.°) vingança, especial mente contra os pais, procurando puni-los; 4.°) libertação da tensão nervosa;"emulação dfe irmãos mais velhos; B."^) exortação do amor próprio pro curando salientar-se no grupo, dando ao acidente a característica de coragem; 7.°) sensação .de perigo; 8.°) grande .puriosidade que leva a crian ça a se aproximar de situaçõés perigosas.
II — Motivos outros que não individuais: •1.°)' controle defeituoso das emoções súbitas, ou res posta exagerada nas emergências; 2.°.) impulsi vidade, inabilidade em se controlar; 3.°) hiperatividade constitucional em pessoa estabanada ou em estado de angústia; 4.°) inabilidade em per ceber um perigo potencial em situações já co nhecidas; 5.°) controle e educação dos pais ou responsáveis; 6.®) ambiente ou condições do ambiente especialmente perigosas; 7°) circuns tâncias ambientes casuais.
Investigações cuidadosas levadas a efeito pela «American Academy of Pediatrics» em gru pos de crianças com e sem tendência a se aci dentar, permitem as seguintes considerações pre liminares;
1.°) As crianças e os pais do grupo aciden tado não encaram o acidente com a importância ^ que lhe é devida;
2.°) Grande número de crianças acidenta das tem suas mães trabalhando fóra de casa;
3.°) E' nítida a maior freqüência de aciden tes em determinadas famílias; êstes se repetem em várias gerações;
4.°) Há uma importância no tipo de relações entre pais e filhos;
5.®) Nota-se que as crianças mais aciden tadas têm maior contacto com adultos estranhos, enquanto que'as não acidentadas são mais ape gadas aos pais;
6.®) A criança não acidentável é mais tími da em seus hábitos e submissa à autoridade paterna. Ao contrário ,a criança acidentável aceita a autoridade com r,estrições e particular mente nas crianças pequenas há uma flutuação entre a aceitação franca ou um desafio à autori dade .paterna;
7.°) A criança acidentável pertence a um dos três grupos seguintes; a) criança hiperatiya ou impulsiva, com tendência a ser apreciada pelos adultos e não pelos companheiros da mes-' ma idade. Não se satisfaz no lar e nõo foge a situações perigosas. Arrisca-se por todos os meios afim de provar que não é tímida; b) criança, imatura, que, sem a devida supervisão paterna, insiste em ser autônoma e teimosa, pre ferindo competi"r em atividade com crianças mais idosas, principalmente em aventuras perigosas; c) criança tímida, recalcada, que sente o lar frio e vazio. Estas crianças podem modificar-se.
COMO REAUZAR A CAMPANHA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
Cabe aos poderes e às pessoas que se inte ressam pela assistência à infância, se dedicarem ao problema da prevenção do acidente. E' um trabalho de todos e para todos. Ressaltamos, desde já, que os pais em geral são indiferentes e os médicos descrentes do êxito de uma cam panha deita envergadura. E' necessário, pois, que haja entusiasmo "e interêsse persistentes daquêles que se propõem trabalhar nêste sentido. Ao médico, especialmente, que tem acesso a todos os lares, cabe a missõo de educação no sentido de prevenir o acidente, chamando a aten ção para todas as oportunidades perigosas.
E' indispensável um completo conhecimento do problema, o que só é possível pela considera ção de quatro pontos fundamentais;
1.°) Colher nos locais de atendimento de acidentados —postos de pronto socorro e hos pitais —, dados sobre o tipo de acidente, as causas que o determinaram, o local, a idade, as condições gerais, sociais, econômicas e emocio nais da criança e do ambiente em que ela vive;
2.®) Estudar a criança individualmente, com anamnese cuidadosa;
3.®) desenvolver medidas preventivas, de acôrdo com os estudos realizados e suas conclu sões. Campanha de divulgação;
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4.®) Divulgar medidas terapêuticas tenden tes a diminuir a gravidade do acidente: atendi? mento rápido e eficiente .por pessoa habilitada. Preconizar medidas de primeiro socorro no Iqr, -jno colégio, no clube, no parque infantil, etc..
Da observação dos fatos e de sua correta interpretação pode-se chegar a conclusões que representam a solução do problema.
O fundamento da campanha de prevenção de acidentes é representada por dois fatores básicos: a proteção e a educação. A proteção é máxima nos primeiros 12 meses de vida, vai diminuindo progressivamente com a idade, ao mesmo tempo em que a educação vai aumentan do, de modo que aos 5 anos de idade, 'a criança já deve ter a noção e a coihpreensão do perigo e dos meios dele 'se defenderi Nesta idade, q escola e os brinquedos, removem a criança da proteção dos pais. A prática de prevenção de acidentes no lar, requer:
1.°) O espírito preventivo, estimulado por campanhas eficientes e pelas observações e. con selhos oportunos do médico assistente;
2°) Tomar utilizável o tempo dispendido com preocupações inúteis sôbre a criança;
3.°) Manter a disciplina tão essencial à no ção de segurança da criança.
Deve-se salientar, ainda, a relação definitiva entre o acidente e o que se pode designar de maneira geral de «saúde mental». Podemos afir mar que a aceitação, por parte da criança, dos conselhos e educação ministrados pelos pais, e a noção de segurança — dependem da natureza das relações existentes entre pais e filhos. Nem todos acidentes são verdadeiros «acidentes». Con forme já salientamos anteriormente, existem con dições emocionais ou subconscientes, que, pre sentes na vida do lar, favorecem a reincidência do acidente. Ao médico assistente, cabe observar e modificar essas condições doentias 3as relações' de pais e filhos.
d plano de execução da campanha de pre venção de acidentes, além das pesquisas já re feridas e de sua ação no lar, evidentemente deve ser de muito maior'amplitude. E' entretanto exe qüível e de baixo custo econômico, desde que haja o indispensável interêsse daqueles que se dedicarem a essa cruzada, nos hospitais, ambu latórios, centros de saúde, etc., de modo a esten der a sua ação e os seus benefícios aonde quer que haja uma criança.
'O combate ao acidente deve compreender três -'tens: a educação, o planejamento racional e o treinamento. Despertar o interêsse pelo pro blema do acidente entre médicos, enfermeiros e educadoras. Educar o público pelos jornais, rá dio, televisão e folhetos. Chamar a atenção das crianças na escola pelq projeção de filmes e dispositivos. O planejamento racional deve ser feito através de tudo que possa ser çausa de
acidente. Assim por exemplo, evitar o uso de "'roupas fabricadas com matéria inflamável, de camas, carrinhos e brinquedos inadequados. O emprêgo de dísticos «veneno» ou ainda a impres são de uma caveira nos medicamentos e substân cias tóxicas, comumente usadas nos serviços ca seiros, além de outras medidas ditadas por um planejamento racional, diminuiriam certamente, os graves e inúmeros casos de envenenamento. No equipamento do quarto da criança, prever e evitar os estrangulamentos, acidentes pelo uso de correntes, aparelhos de sustentação, coletes, cordas ,etc. Com relação aos acidentes de trânsi to, o planejamento terá, sob certos aspectos, o amparo de leis e regulamentos, mas o essencial é o comportamento individual (função de edu cação, planejamento racional e treinamento).
RESUMO
Salientando a magnitude do problema da prevenção de acidentes na infância, apresentamos os meios de edu car a família e sugerimos algumas oportunidades para a educaçõra e a participação de profissionais nas ativi dades de seguranço de nossa população infantil. As bases do problema estão lançadas, e esperamos que uma campanha nêsse sentido seja de agora em diante consi derada entre nós, c.omo parte integrante da pediatria e mereça a atenção dos órgãos e^pessoas interessadas na assistência à infância em nosso país. Há evidentemente muitas lacunas em nosso conhecimento e hã^Tmiito -queinvestigar e dessenvolver. Isto poderá ser feito, estamos certos, despertando o interêsse daqueles que prestam assistência à infância no sentido de colher dados, estudar os casos, fazer diagnósticos especialmente nos casos de envenenamento, e um maior conhecimento de mais e melhores métodos educacionais dos pois e filhos. Devem ser investigados as circunstâncias que conduzem ao aci dente, inclusive o comportamento da criança e de sua saúde mental. Em suma, para que se torne realmente eficiente uma campanha no sentido de prevenir os aci dentes na infância é preciso que esta noção seja incor porada a todos os momentos da vida de todos nós.
SUMMARY
The importance of the problem oí accident prevention in childhood is stressed by the a., and the child is studied in this connection, considering the different age groups. The most important causes of accident are discussed and the phychological lactors reloted to its írequency in chidhood are analysed. Presenting the basis for the campaign of accident prevention in childhood. in this country, an appeal is made to ali those dealing 'with children, so os" to cooperate in a permanent and decisive manner.
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O p«rfgo nSo fsm hora, nem escolhe lugar. Em toda parte, onde se trabalha, pode surgir o acidente. No ambulatório de seu estabelecimento ou, na falta deste, em lugar adequado e acessível, nao pode faltar o Estôjo de Emergência Johnson, com todos 08 materiais de urgência necessários para primeiros curativos.
Semana de rfevenião de Icidenles do fialallo
Palestra do Sr. R. Á. Sandalí, Enge nheiro de Segurança da Companhia Auxiliar, de Empresas Elétricas Brasi leiras e irradiada pela Rádio Jornal do Brasil no dia 6 de Novembro de 195.^.
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Estamos vendo, para nossa maior satisfação, instalada mais uma semana de Prevenção de Acidentes dò -Trabalho; ho. Brasil, sob cs auspí cios do Departamento Nacional do Trabalho, Di visão de Higiene e Segurança do Trabalho. É, sem dúvida,' para a Cia. Auxiliar de Emprêsas Elétricas Brasileiras, motivo de justo orgulho, por ter sido ela, uma das pioneiras na grande bata-' lha "de Prevenção de Acidentes em nossa terra. Antes mesmo de ser regulamentado ho. país o Decreto-Lei instituindo.a criação das Cipas,' era nossa preocupação o estudo cuidadoso dos aci dentes e a investigação de ^suas causas, com o objetivo de reduzir a freqüência e a gravidade dos acidentes do trabalho. Para isso existiam, em nossas Companhias Associadas, os chama dos Comitês de Prevenção. O trabalho desses nossos companheiros era árduo, pois, eles luta vam contra a fatalidade. Hoje,- êsses- Comitês são as Cipas, os acidentes não são mais uma obra do destino, são os atos perigosos do operário, sõo os riscos físico ou mecânico das instala ções e a inabilidade, do operador. A prevenção de acidentes evoluiu, com a evolução da menta lidade administrativa. Estudiosos se empenham _na procura de novos processos de trabalho, técni cos, no aperfeiçoamento das máquinas, nos dis positivos de segurança, nos equipamentos de proteção e nos meios de educar os operários no trabalho com maior segurança. Uma Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes ergueu-se forte na luta, tendo ao seu lado como aliado de valor, o Departamento Nacional do Trabalho pela sua Divisão de Higiene e Segurança do Trabalho, que nunca negou apoio e incentivo aos trabalhos daquela Associação. Já não está vamos sós. Orientados pela experiência de outros, recebendo valiosa contribuição da Inter Americon Safety' Council e da Ebasco International Corporation, ambas nos EE.UU. vimos, pouco a pouco, os resultados dos nossos traba lhos. Reconhecemos de público a inestimável
contribuição da Associação Brasileira para Pre venção de Acidentes que nos tem fornecido farto material especializado e toda assistência técnica, indispensável ao bom êxito dos nossos trabalhos. Todo êsse material, toda essa orientação foi levada às nossas Associadas. Assim, mantemos atualmente, em todas as Companhias exercícios regulares para aplicação da respiração artificial à eventuais vitimas do choque elétrico. Também mantemos cursos de treinamento de operários no combate a incêndios. Fazendo face a expan são dos serviços explorados, por ríossas Associa das, recomendamos às mesmas a instituição de cursos destinados a aperfeiçoar os conhecimentos técnicos dos empregados, para" o d^e prepara mos manuais, aulas, desenhos, e filmes, indis pensáveis como material de ilustração. Modelos de equipamento usados, aparelhos para testes de motoristas e motorneiros, nada disso tem fal tado ao referido curso. Com satisfação podemos constatar hoje, em algumas dessas Companhias, êsses cursos já em pleno funcionamento, enquanto que em outras, ainda na fase de planejamento. Tal iniciativa, reputamos, da máxima importância, pois que, dotando as nossas Associadas de pes soal especializado de que precisam, também estaremos beneficiando diretamente os seus em pregados, prep>arando-os para assumir posição de maior responsabilidade. Sem dúvida, senho res, sentimo-nos reconfortados pelo que já conse guimos neste trabalho, que antes de tudo, é humanitário. Os números fornecidos pelo nosso serviço de estatística indicam que, enquanto em 1945 o nosso coeficiente de Freqüência era 104-48 acidentes por um milhão de homens-horas tra balhadas, hoje, estamos com 19,64. Mas, o nosso trabalho não está terminado, continuamos na luta, porque a Prevenção de Acidentes não pode parar. Ela pede todo nosso apoio, pede o má- ♦ •ximo de nossp trabalho e precisa da colaboração de todos.
EIPÍ U EIL ÕliiDQ!; SesDilados de Dina Caeipaflha
A fotografia que encima esta, notícia apre senta os membros da Diretoria e da .GIPA da Cia. Rhodia Brasileira de Produtos Químicos, du rante uma visita feita por funcionários da Associa ção Brasileira para Prevenção de Acidentes de S. Paulo. A sessãò que então se realisou, de monstrou todo o interesse dos membros da CIPA pela segurança dos operários da Cia. Rhodia, ficando patente o apoio que a Diretoria da Com panhia dá às sugestões apresentadas pelos seus membros. O resultado são os magníficos coefi-
cientes de freqüência e de gravidade que apre senta atualmente a Cia. que pode se orgulhar ser dos melhores do parque industrial de São Paulo. Transcrevemos a seguir, num quadro, os dados numéricos pelo qual o leitor pode avaliar o bom andamento da Campanha de Prevenção de Acidentes, e aqueles que têm a prática de serviço, poderá bem calcular o nível de segu rança, pois com cêrca de um milheiro e meio de operários, o número de acidentes com afasta mento atingiu no máximo três, nêsse período.
Acidentes
Dias perdidos
Dias debitados
Discriminqção
Horas trabalhadas .
Número médio de empregados
Coeficiente de Freqüência
Coeficiente de Gravidade
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