' '■ XT25?1?!.^ IML. r -- '' ♦ if > 5v',.' ■}.' '\ '' ' ly:*^. •" .••v. ' • ,.;%/♦■, ■ ' IVi'i' V ANO 77 • N® 815 • JAN/FEV/MAR • 1996 ORGAO OFICI n-FK/;t!liU l. 11 ;l'
0 Mercado Segurador Brasileiro
prestara sua homenagem aos 50 anos das Conferencias Hemisfericas de Seguros da FIDES - Federagao Interamericana de Empresas de Seguros reunindo, no dia 17 de maio proximo, no Golden Room do Hotel Copacabana Palace/RJ, representantes e lideres de varios centros mundiais de seguro e resseguro para um debate sobre a economia global e a abertura do mercado de seguro e de resseguro, prlncipalmente na America Latina. Depois, havera um jantar comemorativo, no Museu Historico do Rio de Janeiro.
Segurador, sua presenga e indispensavel
Inscribes e reservas pelo tel. (021) 210-1204 ramal 147
FENASEG
Federafao Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalizagao
Diretoria
Presidents: Joao Elisio Ferraz de Campos
Vice-Presldentes: Claudio Afif Domingos, Eduardo Baptista Vianna, Julio de Souza Aveliar Neto, Renato Campos Martins Filho, Ricardo Ody, Rubens dos Santos DIas. Diretores: Camillo Marina, Cesar Jorge Saad, Nilton Molina, Pedro Augusto Schwab, Pedro Pereira de Freitas, Sergio TImm.
Conselho Fiscal Membros Efetlvos: Joao Bosco de Castro, Joao Julio Proenga, Orlando Vicente Pereira. Suplentes: Jorge Carvalho, Jose Maria Souza Teixeira Costa, Lucio Antonio Marques. Conselho Consultivo
Presidente: Joao Ellslo Ferraz de Campos
Membros Efetlvos: Alfredo Fernandez de Larrea, Ararino Sallumde Ollveira, Armando Erikde Carvalho, Dario Ferreira Guarita Filho, Francisco CaiubyVidlgal, Henrique da Sllva Saralva, Jayme Brasil Garfinkel, Jose Americo Peon de Sa, Jose Castro de Araujo Rudge, Luiz de Campos Salles, Luiz Eduardo Pereira de Lucena, Luiz Henrique S. L. de Vasconcellos, Mario Jose Gonzaga Petrelli, Nicolas Jesus Di Salvo, Paulo Sergio Barros BarbantI, Roberto Baptista P. de Almeida Filho. Roberto Cardoso de Sousa, Rony Castro de Ollveira Lyrio, Sbrgio Sylvio Baumgarten Jr.
Membros Natos: Ademir Francisco Donlnl, Alberto 0. Contlnentlno de Araijjo, Antonio Carlos Baptista Pereira de Almeida, Antonio Tavares Camara, Joao Gilberto Posslede, Jorge Estacio da Sllva, Miguel Junquelra Pereira, Octavio de Magalhaes.
REVISTA DE SEGUROS
6rgao Informative da Federagao Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capltalizagao
- Fenaseg.
PUBLICAQAG INTEGRANTE DO CONVENIO DE IMPRENSA DO MERCOSUL-COPREME. Em conjunto com SIDEMA (Sen/lgo Informative do Mercado Segurador da Republica Argentina), EL PRODUCTOR (Publlcagao da Associagao de Agentes e Produtores de Seguro da Republica Oriental do Uruguai) e Jornal dos Seguros (Publlcagao do Sindicato dos Corretores de Seguros e de Capltali zagao do Estado de Sao Paulo).
Edigao: Angela Cunha (MTb. 12.555)
Coordenagao Editorial: Via texto
Tels. (021) 262.5215 240.0556 e Fax. 262.4736
Jornallsta Resp: Vania Mezzonato (MTb. 14.850)
Programagao Visual: MarizaGood (Tel.: 227.1102)
Colaboradores: Angela Cunha, Cecilia Guedes, Danlela Schubnel, Dylza Freitas, Dulce Caldeira, Fernanda Thurler, Fernando Thompson, Happy Carvalho, Irany Tereza, Jussara Marchand, Patricia Stanzlone, SImone Goldberg, Suzana Liskauskas, Vagner Ricardo e Valeria Machado.
Equipe ASPRE: Adrlana Beltrao.
Equipe ASIMP: Valeria Machado.
Escritbrio Fenaseg/Brasllla - SCN/Quadra 1/Bloco C
- Ed. Brasilia - Trade Center - sala 1607
Fotografia: Wagner Sant'Anna, Luiz Alonso, Agenda JB, Arqulvo Funenseg e Arquivo Fenaseg.
Ilustragao: Janey
Capa: Scalla Assessoria e Design
Fotolltos: Oulmlcolor
Grafica: Zit Grafica e Editora
DIstrlbulgao: Servigos Gerais/Fenaseg
Redagao e Correspondencia: Assessoria de Comunicagao Social - Fenaseg (Rua Senador Dantas, 74/12° andar. Centre - Rio de Janeiro (RJ)
- CEP. 20.031-201 - Telex: (021) 34505 - DFNES
Fax: (021) 240.9558 - Tel.: (021) 210.1204 - Ramais
140/156
Periodlcidade: Trimestral
CIrculagao: 4 mil exemplares
As materias e artlgos asslnados sao de responsabilidade dos autores. As materias publicadas nesta edigao podem ser reproduzldas se identlflcada a fonte. DIstrlbulgao Gratulta.
5 ENTREVISTA
O medico Jose Plopper afirma que este ano promete ser bom para seguro-saude
8
CAPA ESPECIAL
83% dos brasileiros acham que o seguro e a melhor protegao de um patrimonio
Seguro cobrira, pela primeira vez, uma delega^ao brasileira em olimpiadas
16 MERCOSUL
Comercio entre os paises do Mercosul cresceu cinco vezes desde a forma^ao do bloco
20 RANKING 40 CONJUNTURA
Mercado teve crescimento real de 15,04% no ano passado
Falta de reformas causara redu^ao da atividade economica
4 MERCADO 14
jn/.lr*" I' *••I f' f '' }. I ■}:■>
Fenaseg FIDES
t * 9 '11 -i
ATUARIA
PUBLICIDADE
TRANSITO
CULTURA
ARTIGO
CONSORCIO
COMPORTAMENTO 32 EMPRESAS 34 PREVIDENCIA
INFORMACAO
COM. SOLIDARIA
OPINIAO
FISCAUZAGAO
INFORMATICA
LIVROS
NOVOS PRODUTOS...48 RAPIDAS
NOMES
EDITORIAL
18
22
24
26
28
30
36
38
42
44
45
46
47
49
E NOTAS....50
Ritmo inadequado
p|iH 0 momento em qua o 1^1 mercado segurador co1^1 memoraosresuliadosda
■III 1995 — 0 malhor ano da sua historia — com uma produgao total da R$ 14,2 biltioas raprasantando um crascimanto real da mais da 15% sobra o ano an terior, um clima da apreansao a duvida comaga a sa formar nao so am nossa atividada mas am todos OS setoras da sociadada brasileira. As dificuldadas para aprovagao da uma proposta da rafoma da Pravidencia palo Congrasso Nacional, ambora nao signitiqua um ratrocasso, indicam qua as transformagoas nacessaribs para a modarnizagao do Pats nao saguirao o ritmo adaquado.
Entanda-se parfaitamanta qua, num regime democratico, haja opinioas divargantas a as dacisoas dapandam, sampra, da intansas nagociagoes. As solugoas podam, inclusive, ficar aquem das axpectativas, mas nao davem, am hipdtasa ou intarassa aigum, criar incartazas ou prajudicar um processo da astabiiizagao aconomica ha tanto tempo asparado a desajado. 0 nosso futuro imadiato dapanda do sucasso do Piano Real a o Piano Real dapanda
das mudangas qua fizarmos na Constituigao para adaquar o Pats ao mundo atuai
Nassa contaxto, a raforma da Pravidencia sa coioca como um dos pontos mais criticos para raaiizarmos esses ansaios. E um consenso da sociadada a as divergencias sa situam am quastoes sacundarias. 0 marcado segurador quar mudangas profundas no setor da saguridada brasiiairo a tarn trabaihado duramanta nassa santido sam nunca escondar suas razoes, NPs queramos as raformas porqua quaramos a consoiidagao do Piano Real. Taivaz nenhum outro sator tanha crascido tanto apos a asta biiizagao da aconomia como o da saguros, o qua prova, mais uma vaz, qua quanto mais ciaro, consistanta a saudavai for o ambianta maihor trabaiham OS profissionais da saguros. Mas, acima da tudo, nds quaremos a raforma da Pravidencia a outras raformas porqua, voito a rapatir, alas sao imprascindivais para a astabiiidada aconomica — a a a astabiiidada aconomica, mais do qua quaiquar outra atitude ou agao do govarno, qua asta devoivando aos brasiiairos a dignidada, a asperanga a a confianga no futuro.
egundo eie, o seguro-saude tem grandes chances de ser a vedate do ano, porqua traz coberturas mais abrangantes a tem mais transparencia nas suas atividadas, davido ^ rigorosa fiscalizagao da Susap. Mas sa a axpactativa da raguiamantagao da area da assistencia medica privada paio Congrasso Nacional sa confirmar, havara aspago da crascimanto para todos os qua atuam na area, seja seguradora, amprasa da madicina da grupo ou cooparativa medica.
Pioppar, qua tam carca da vinta anos de axpariencia no sator, acredita qua com a astabiiidada da aconomia, as pessoas tandem a pianejar mais 0 futuro, a prever riscos a a sa pracaver contra ales. Por isso, aposta num ano de granda crascimanto para o sator da sauda privada.
"Tamos hoja 45 miihoas da passoas atandidas paia
JOSE PLOPPER
O ano de 1996 promete ser bom para o ramo de seguro-saiide. Essa e a opiniao do medico Jose Plopper, 46 anos, membro da Comissao Tecnica de Seguro-Saiide da Fenaseg, ex-diretor da Porto Seguro e atual diretor da Intermedica — empresa do Grupo Notre Dame.
madicina supiementar, ou seja, nao astatai, a asta numaro tenda a crescer", diz.
□ Qual foi 0 desempenho do ramo de seguro-saude no ano passado?
— 0 ramo ampiiou a sua cartaira, a quantidada da racursos do saguro-sauda aumantou a o numaro da vidas aumantou bastante. Aigumas amprasas do setor da saguro-sauda crasceram muito em 1995. Tamos hoja am torno da 45 miihoas.da passoas atandidas por uma madicina supiativa, ou saja, qua nao a do Estado. Nastas 45 miihoas, a participagao do saguro-sauda tam sido crascenta.
□ 0 senhor diria que o seguro-saude e a tendencia do mercado de medicina supletiva?
— Acradito qua sim, por varias razoas. A principal daias a qua o saguro-sauda tam, no garai, uma
abrangencia maior da cobartura. Eie atende, paio menos na minha visao, de manaira mais ampia a nacessidade da sauda da comunidade. Isso paia muitipiicidada da coberturas, paia amplitude da coberturas, paios nfvais da conforto variados que oferaca.
□ A carteira de saude e relativamente recente, nao? Foi criada quando?
— Tudo lava a crar qua o primairo saguro-sauda afativo comagou am 1975, atraves do itau, qua continua operando no ramo.
Evidantamanta qua a medicina supiativa comagou bam antes, am 1964, na bpoca da uniformizagao dos institutos da aposentadoria a pensao. Entre 1984 a 1985, houva uma invastida maior na area de saguro-sauda a hoja ha uma granda quantidada da amprasas atuando nasta ramo.
□ Desde que a carteira foi criada, o ramo tem crescido e muito. Quais os fatores que ievam a esse crescimento?
— 0 principal fator a a informagao. A comunidade qua necassita de piano privado da assistencia medica, piano da cobartura de despasas medicas a hospitalares tam antandido um pouco mais a diferanga antra o piano a o sagurosauda, 0 que um cobra ou nao cobra. Essa informagao mais dataihada tam faito com qua a popuiagao migra para 0 saguro-sauda, que tem cobartura mais abranganta.
□ 0 fato do seguro-saude ser submetido a reguiamentagao da Susep ajuda na conquista de mercado?
— Ciaro. A propria saguranga do sistama 6 maior. Exista uma raguiamantagao do sagurosauda, as amprasas
-REigSTA. SEGUROS \/ EDITORIAL >■ ', '1 w V*'. t' 'i
Joao Elisio Ferraz de Campos
REVISTA DE SEGUROS JANEIRO FEVEREIRO MARQO DE 1996
JANEIRO / FEVEREIRO MARQO DE 1998
REVISTA DE SEGUROS
seguradoras sao obrigadas a ter reservas tecnicas para liquidagao de sinistro, existe uma transparencia maior e obrigatoriedade de atendimentos. Sao coisas que em alquns pianos de saude
reiativamente estavel e isso ajuda, porque sem inflagao a populagao flea mais ciente de que deve prever riscos, pianejar o future e tem mais condigoes para isso. E, alem disso, a deficiencia estatal na
obrigadas a cumprir regras mfnimas, coberturas mmimas, a apresentar seus calculos atuariais, suas reservas, e constituir condigoes para maior seguranga no atendimento, nao ha duvida de que vao crescer tambem.
nao existem, porque nao ha esse tipo de regra, de regulamentagao, de fiscalizagao.
□ Mas as empresas de pianos de saude, as chamadas medicinas de grupo, ja estao operando com abrangencias maiores, nao?
— Ja se percebe que algumas empresas de medicina de grupo estao tentando se organizar, criar coberturas e algumas delas ate constitufram empresas seguradoras. Na realidade, elas ja faziam um trabalho equivalente, porque quando uma empresa de medicina de grupo vende um piano de saude, ela esta vendendo uma promessa de atendimento medico hospitalar, de cobertura de despesas. Ou seja, ela esta comprando risco, o que efetivamente equivale a um seguro.
□ Qual a perspectiva para o ramo de seguro-saude em 1996?
— Acho que vai continuar crescendo. A economia esf^
area de saude estimula o crescimento dos pianos privados, af incluindo seguro, pianos, cooperativa medica e similares.
□ De todas as modalidades de assistencia medica privada, o senhor acha que 0 seguro e o que tende a crescer mais?
— Acho que sim. Acho que as outras tambem devem crescer, mas como a maioria delas nao tem a transparencia do seguro-saude, devem crescer menos.
□ f se todas as modalidades de assistencia medica privada forem obrigadas a se submeter as mesmas regras de fiscaiizagao dos seguros, como esta sendo debatido no Congresso Nacionai?
— Elas tem um grande espago para crescer, se forem submetidas S regulamentagao, 0 que acredito que ocorra ainda este ano. Se elas forem
□ 0 senhor acha que a decisao da Golden Cross de parar de vender pianos de saude e operar atraves de sua seguradora e uma sinaiizagao para o mercado?
— Desconhego as razoes pelas quais a Golden Gross tomou essa decisao. Nao vejo como uma tendencia geral, apontando para que as demais empresas de medicina de grupo fagam o mesmo. Acho que nao. Com a regulamentagao do setor, havera espago para todos.
□ Como 0 senhor ve a isengao de imposto de renda para pessoas ffsicas e jurfdicas das despesas
recolher a mesma parcela para o governo. E evidente que 0 ideal seria que essa contribuigao fosse menor. Se eu tenho necessidade de atendimento medico e tenho um piano privado, por exempio, vou recorrer a rede privada e nao a estatal. Entao, nao entendo porque tenho que contribuir para os dois.
□ 0 senhor defende uma contribuigao menor ou isengao de imposto de Renda?
— Isengao nao seria o caso, porque existe uma parcela de atendimento que esta nas maos do Estado, como a medicina preventiva, a vacinagao, por exempio. Sao atividades que ate poderiam ser passadas para a iniciativa privada, mas enquanto estao sob responsabilidade do Estado e fundamental que o Estado receba uma parcela. 0 que nao me parece logico e que se continue contribuindo com 10% do salario, se desse percentual 2% sao para a assistencia medica. Se
apoiice mais abrangente estabeiecida peia Susep?
— Trata-se de uma apoiice em que o numero de exclusoes e muito pequeno, cobre praticamente tudo, eventos aleatdrios e nao-
cobrem tratamento odontoiogico?
— Provavelmente, por falta de experiencia. Este ainda e um mercado muito novo e complexo para o segurador. A odontologia tambem e uma
governo. A Susep analisa nossas planilhas e sabe o que aumenta e o que nao aumenta. Por outro lado, temos uma atividade economica razoavelmente sem inflagao — ainda que na area
"Acho um absurdo a pessoa ter um piano de saude ou um seguro privado e ser obrigada a recolher a mesma parcela para o governo"
aleatdrios — ou seja, previsfveis. 0 custo dela parece bastante elevado, mas nao ha dados suficientes ou calculos atuariais que comprovem, estatisticamente, a incidencia dessas patologias todas. Isso fez com que o custo se elevasse. Os nfveis de conforto tambem nao sao tao diversificados — o produto e ate menos sofisticado do que muitos que existem no mercado. Para essa apdiice, a maioria das empresas criou um ou dois nfveis de conforto e nao se preocupou em dar uma roupagem muito sofisticada. Ate porque, ainda se sabe pouco sobre ela.
□ Mas 0 senhor acha a apoiice abrangente necessaria?
com a compra de pianos ou seguros de assistencia medica privados?
— E fundamental. Acho um absurdo a pessoa ter um piano de saude ou um seguro privado e ser obrigada a
a pessoa tem piano de saude privado, deveria pagar menos. E esta regra deveria valer tambem para as empresas.
□ Como esta funclonando a
— E importante que exista esse tipo de apdiice, para que as pessoas possam optar. Muitas pessoas compram seguro sem determinadas coberturas, nao atentam para isso, e depois recorrem a Justiga, pleiteando Coberturas nao contratadas.
□ Por que poucos pianos
area pouco socializada. Mas acredito que, dentro de tres ou quatro anos, as seguradoras terao produtos com cobertura para tratamento odontoldgico. Hoje, ja existem alguns pianos que dao cobertura limitada a determinados atendimentos, como emergencia, extragao e tratamento de criangas ate 12 ou 13 anos, ou garantem reembolso com valor preestabelecido anualmente, para tratamento odontoldgico. E muito provavel que isso se amplie e qu as seguradoras possam ter especialistas na are de odontologia, con. determinadas coberturas previstas em contrato.
□ Quais sao as maiores reclamagoes do mercado nessa area de segurosaude?
medica os reajustes sejam comuns devido a introdugao de novas tecnologias. Ha reclamagoes tambem na area de coberturas. Como a imprensa acaba acolhendo reclamagoes de pessoas que querem coberturas nao contratadas, elas ocorrem com alguma frequencia.
sobre as regras que vigoram nessa area, mas sei que ha discussoes sobre isso no Congresso. Vejo com muito bons olhos essa abertura de mercado, que traria para o nosso sistema segurador produtos mais sofisticados, amplitude de coberturas maiores e, com isso, redugao de pregos.
□ Que importancia tem para o setor a regulamentagao que esta sendo proposta no Congresso?
Ve
— Com relagao aos custos, apesar de os pagamentos serem completamente regulamentados e o mercado nao aumentar um centavo sequer sem autorizagao do
□ Quantas seguradoras operam em segurosaude?
— Em pianos privados para pessoas ffsicas, cerca de dez seguradoras. Mas com
— Acredito que aumentaria a credibilidade do sistema de assistencia medica privada como um todo. A regulamentagao vai estabelecer o que a medicina de grupo e o seguro-saude podem ou nao fazer. E algumas medicinas de grupo, que ainda nao dao coberturas muito Claras, seriam obrigadas a atuar jo com muito bons olhos a abertura de mercado, que traria para o nosso sistema produtos mais sofisticados, coberturas maiores e, com isso, redugao de pregos
pianos tambem para empresas, mais 15 ou 20 seguradoras.
□ Ha aigum interesse de empresas estrangeiras de atuar nesse ramo, ou de formar parcerlas com empresas nacionais?
— Acho que sim. E isso seria muito bom, porque traria mais competigao ao mercado. Nao tenho detalhes
dentro de regras que exigissem coberturas mfnimas. Hoje, muita gente prefere comprar um piano de saude mais barato do que um seguro-saude. Com a regulamentagao, os pregos tendem a hear mais similares e o consumidor tera condigoes de escolher exatamente o que quer.
Por Simone Goldberg
7
"A diferen^a das coberturas oferecidas pelos pianos de saiide e o seguro-saude esta levando a populagao a migrar para o seguro"
REVISTA DE SEGUROS
"Oseguro-saude deve continuar crescendo em 1996. A economia esta reiativamente estavel e, sem inflagao, a popula<jao fica mais ciente de que deve prever riscos"
JANEIRO FEVEREIRO MARQO DE 1996
f-
JANEIRO FEVEREIRO MARQO DE 1996 REVISTA DE SEGUROS '•rri iirrirWii
RAZOES QUE AS PESSOAS PODEM ALEGAR PARA NAO TER SEGURO (Somente
para quem nao tem seguro atualmente)
Para 83% dos brasileiros o seguro e a melhor prote^ao de um patrimonio □segurofinalmenteen-
controu seu passaportepara 0 futuro. A menos de quatro anos para a virada do seculo, a industria do seguro moderniza-se e entra de vez na vida do brasileiro — 65% da populagao do pafs acha que e importante ter segu ro. E 0 que mostra uma pesquisa de opiniao realizada pelo Ibope, para se conbecer o consumidor brasileiro e saber qua! a imagem que ele tern do mercado segurador. Com a implantagao do Piano Real e a estabiiizagao da moeda, o seguro teve um crescimento recorde e saitou da Ifmida participagao de cerca de 1% no Produto interno Bruto (PiB), nos uitimos 50 anos, para 2,4%, em 94, e 2, 5 %, em 95.
Para saber quais as razoes que ievam o brasileiro a comprar seguro, o mercado segura dor encomendou pesquisas quantitativa e quaiitativa — coordenadas peia Master Comunicagoes, De 7 a 11 de outubro/ 95 0 Ibope entrevlstou 1,5 mil pessoas de ambos os sexos, trabalhadores e nao trabalhadores, das classes A/B/G, nas cinco
TTPO DE SEGURO QUE POSSUI (Espontanea)
De vida
De automovel
Saiide
Residencial
De acidentes pessoais
Previdencia privada
Outros
Nao tem nenhum dpo de seguro
Nao opinou
Fonte: IBOPE
regioes brasllelras, por uma amostragem representativa, o que equivale a populagao nacional.
Nesse mesmo perfodo, em Sao Paulo, Porto Alegre e Recife, o
Institute Vera Aldrighi tez reunioes com usuarios e nao usuarios de seguros, de ambos sexos, das classes socials A/B com idades entre 25 e 45 anos para
fazer uma amostra quaiitativa. Imagem — 0 seguro ja 'faz parte do cotidiano nacional
— 83% dos entrevlstados acham que a melhor maneira de proteger um patrimonio e ter seguro. Apesar disso, 45% dizem que nao tem vontade de ter nenhum tipo de seguro. 36% acham as seguradoras burocraticas e 50%
concordam com a afirmagao de que "as seguradoras criam dlflculdades na bora de pagar o sinlstro". Mesmo assim, entre os que ja ouviram falar e conhecem sobre o assunto, 54% se mostram satisfeltos com segu ro; 55% acham a imagem das seguradoras positiva e 52% revelam ter confianga nas compa-
55
nhias de seguro.
Quando indagados sobre o tipo de seguro que conheciam, o ramo Vida foi o mais lembrado pelos entrevlstados, com 60% das respostas, seguido por Automo vel (47%), Residencial (28%) e Saude (23%). Mas quando o entrevistado e Instado a citar os tipos de seguros que possui, as respostas guardam uma revelagao que surpreende: 21% afirmaram que possuem seguro de Vida, contra 13% para Automo vel e 10% para o Seguro-Saude. Esses dados conflltam com as estatfsticas do setor que sempre apontaram o ramo de Autombvels como o de maior participa gao no bolo do mercado.
Para Nany Aliaga, Gerente de Planejamento da Master Comunicagoes, que acompanhou o desenvolvimento das pesquisas, es ses percentuais podem indicar os seguros de vida feitos pelas empresas como forma de beneticio aos trabalhadores. "A pessoa sabe que tem um seguro de vida, mas nao fol ela quem fez e, ks vezes, nao sabe nem o valor do seguro. Mas cita este seguro quando perguntado a respeito. Talvez por isso 0 ramo Vida aparega liderando a pesquisa", ressalta. Segundo acrescenta, uma outra pesquisa feita pela Mercer MW Ltda com 298 empresas, divulgada no ano
Nao tenho dinheiro £ muito caro ^ unjportante, mas tenho outras prioridades
Nunca pensei em fazer um seguro
Nao ronfio nas empresas
Nao tenho bens para s^pirar
Pretendo fazer daqni hi ai^m tempo
Acho muito romplicado
Prefiro me prerenir de outra forma Sou jovem
Nao tenho ninguim para (ttixar Acho que nao vai acontecer addentes
Fonte: IBOPE passado, revelaque91%.dasentrevistadas possuem piano basico de seguro de vida em grupo para OS empregados. As carteiras de vida empresariais, no entanto, sofreram um forte impacto com o aumento do desemprego. Mas, mesmo assim, 0 ramo Vida, segundo a estatisticada Superintendenciade Segu ros Privados (Susep), de Janeiro a dezembro/95, toi o que mais cresceu, se comparado ao mes mo perfodo de 94; 97,23%, movimentando R$ 2,19 bilhoes. Confianga — 52% dos en trevlstados afirmaram que confiam nas empresas do setor—mas esta confianga e proporcional ao seu grau de escolaridade e de culture: 66% dos entrevlstados com nfvel superior ou mais confiam no mercado, enquanto 39% dos pesquisados que demonstraram desconfianga tem no maximo 0 primario. Esta relagao tambem e diferenciada entre homens e mulheres. 0 sexo feminino e mais desconfiado: do universo de
seguro nao tem misterio. E um contrato com direitos e
Claudio Albano Araujo mulheres pesquisado, 49% confiam no setor, contra 35% que nao confiam, enquanto entre os 56% dos representantes da classe mascullna este percentual e de, respectivamente, 56% e 32%. A conliabilldade tambem e maior entre as pessoas que trabalham (57%) e entre aquelas que pertencem a classe A (70%).
Para Silvia Cerveiiini, Geren te de Planejamento e Atendimento do Ibope, a pesquisa mostra que 0 brasileiro esta divido em dois grupos distintos: o pragmdtico e 0 emocional. "0 pragma tico ve 0 seguro de forma racio
nal, levando em conta, principalmente, a relagao custo-beneffcio do seguro. Mas o emocional quer um tratamento pessoal diferenci ado e ve 0 seguro com algumas reservas", analisa. E segundo o estudo do Instituto Vera Aldrighi, a cautela em relagao ao seguro pode ser explicada pela Imagem que o bra sileiro ainda tem do setor. "(...) 0 setor passa uma imagem de negdcio poderoso e aitamente lucrativo (...). Prevalece a ideia de que cada seguradora atua de modo independente, estabelecendo suas prdprias regras", afirma 0 documento. Por ter um conhecimento restrito de brgaos fiscalizadores e reguladores do setor de seguros — como a Susep, por exempio — o consumidor nao sabe a quem recorrer em caso de duvidas, solicitagoes ou reclamagoes. "As pessoas sentem-se inseguras quando precisam negociar alguma coisa com as seguradoras", diz Nany Aliaga. LInguagem — Fazendo
PESQUISA U -
REVISTA DE SEGUROS JANEIRO / FEVEREIRO MARQO DE 1996
"O pragmatico ve o seguro de forma racional. Mas o emocional quer um tratamento diferenciado e ve o seguro com reservas
Silvia Cerveiiini
Nenhuma dcstas Nao sabe/ Nao opinou
"O
obriga^oes. Quem conhece isso fica satisfeito"
JANEIRO FEVEREIRO MARQO DE 1996 REVfSTA DE SEGUROS
Jose Eduardo Batista
um mea-culpa, o consumidor admite que conhece pouco sobre o mercado de seguros e que isso o incomoda. "As seguradoras deveriam dar mais informagoes para podermos avaliar as vantagens que cada produto oferece", disse um entrevistado. Na avaliagao de Claudio Albano Araujo, Diretor de Marketing da General! Seguradora, 0 grande problema e que brasileiro nao tern o costume de ler e so procure informar-se quando acontece alguma coisa. "0 segu ro e igual a remedio. A pessoa compra mas nao le a bula, depois reclame quando tern alguma contra-lndicagao", compara,
Lima das solugoes apontadas por especiallstas do mercado, para evitar aborreclmentos futu res, e a adogao de uma linguagem mais acessfvel nos contratos de seguro, que destaque as coberturas contratadas e que permlta ao consumidor saber exatamente que produto esta comprando. "As seguradoras devem promover uma malor Integragao entre OS tecnicGS do mercado e o pessoal do marketing para elaborar uma apdiice mais clara, que traduza o segures para uma linguagem coloquial",sugere Eliane
Alves, Diretora e membro da Comissao Fiscal do Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro.
Embarcando na tendencia de modernizagao do mercado, algumas seguradoras ja apresentam ao segurado apolices com linguagem mais simples. A
IMAGEM DAS EAIPRESAS SEGURADORAS
pesqulsa do Ibope, e de 54%.
Papel de destaque Nesse contexto, a figura do corretor e fundamental para que o segurado tenha acesso ao mais ampio leque de informagoes possfvel na bora de fazer a sua escoIha. A pesqulsa mostra que o corretor desempenha um papel de destaque no processo de escolha de uma seguradora e na contlnuldade desta relagao. Quan do encontra o "corretor Ideal", o segurado—que normalmente ve estes proflssionals como uma especle de despachante e advogado de defesa — cria lagos de fidelidade que o fazem confiar mais no corretor do que na prbpria seguradora.
FATORES LEVADOS EM CONTA NA ESCOLHA DE UMA EMPRESA SEGURADORA
Vnppi-iWAaAf fvt paganwttn Am Serrifos prestados pela scgoradora
Costo do seguro
Contrato daro,£kil
Conhccimcnto da seguradora
AtcndiiacntD dado peia s^nradora Indica^ao de am^os e parentes
CrcdibjUdadc do anretot
Vdor do premio pago pda seguradora
Propaganda da seguradora
Nenbuma destas/Outras
Nao sabe/Nio
"Ters^uroda melhor coisa qtiepodemos fazerparaproffer msso patrimonio"
"0 corretor deve se entrosar & vida do segurado, assim como 0 medico e o dentista, por exem pio", diz Amilcar Vienna, diretor do Sindicato dos Corretores do Rio de Janeiro. Ele lembra que, como atividade de servigo, o cor retor tem que ser o mais prestativo possfvel e "carregar o cliente no colo". Alem disso,e essencial para 0 bom corretor alem de domlnar a tecnica, estar antenado com as novldades do mercado para oferecer boas opgoes ao consumi dor. "A Funenseg da uma boa base, mas cabe a cada um desenvolver-se e estar bem preparado para um mercado aberto", avalia.
falta da cultura do seguro, 50% da populagao ainda o veem como um mal necessario. Talvez por isso,58% dos entrevistados concordam que investir em poupanga ou fazer outros investlmentos e melhor do que fazer seguro. 76% sabem,no entanto, que diflcllmente a poupanga ou outro investimento cobririam todas as perdas em case de acidente. E 86% concordam que o dinbeiro aplicado na poupanga ou em outros investimentos acaba sendo usado para outros fins, deixando a pessoa desprotegida quando ocorre algum sinistro.
General!, por exempio, oferece ao consumidor o Manual do Se gurado — um glossarlo que traz OS termos mais utilizados em seguros, como premio e franquia, e explica as condigoes gerais do seguro. "0 seguro nao
tem misterlo. E um contrato que contem os direitos e obrigagoes do segurado e do segurador. E quem conhece isso fica satisfeito", afirma Claudio Albano Aradjo. 0 (ndice de satisfagao dos entrevistados, segundo a
Oportunidades — "A in diistria do seguro foi a que me lhor soube aproveitar as oportu nidades e superar os desafios criados pelo piano de estabilizagao da economia.", diz Jose Eduardo Batista, Diretor Tecnico da Fenaseg. Em 1995, o faturamento do setor foi cerca de R$ 14 bilboes, 0 malor de sua histdria. Com um PIB em torno de US$ 550 bilboes, o Brasll e apontado pela Revlsta "The Economist" como a 9- economia mundial, a
frente inclusive da Russia. As fatlas do bolo comegam a ser repartidas de modo mais justo a renda real da falxa mais bumildedapopulagaocresceu30% em | apenas um ano e melo, segundo dados do Seade/Dieese. 0 eco- | nomista Roberto Macedo diz que "maisdelSmilboesdebrasileiros que estavam I margem do mercado de consume viraram consumidores". Arealizagao deeventosque objetivam popularizar a cultura do seguro ja vem contribuindo para mudar a mentalidade do brasileiro. Mas este processo'de mudanga pode ganbar ainda mais impulse, segundo Nany Allaga,se o mercado comegar a desenvolver campanbas de massa para atinglr, princlpalmente, o consumidor de baixa renda. "E precise uma comunlcagao mais eficaz entre o mer cado segurador e o consumi dor", opina.
Claudio Albano Araujo acba
Mesmo assIm, apesar do crescimento estarrecedor que o setor de seguros apresentou com a Implantagao do Piano Real, a pesqulsa revela que63% dos brasllelros nao possuem seguro. Artlgo de luxo? Para 44% dos en trevistados, 0 seguro e caro, e 50% dizem nao ter dinbeiro. Muitos entrevistados, no entanto, ficaram surpresos quando descobriram que seguros como o de Re-
sidencia, por exempio, sao baratos."(...) Foi uma descoberta surpreendente para varlos participantes que os pregos para este tipo de cobertura sejam tao balxos (...)", diz a pesqulsa qualltatlva.
Para Claudio Albano Araujo, 0 problema e que o brasileiro ve 0seguro como uma despesa."Na verdade, o seguro e um Investimento, pois trata-se de uma protegao para o seu patrimonio". Por
O desafio do mercado
que uma boa ideia seria fazer um fascfculo sobre seguro,com uma linguagem bem acessfvel 0encarta-lo em grandes jornais, a exempio do encarte de saude que circula aos domlngos no jornal 0 Globo. 0 Diretor de Marketing da Generalli sugere, ainda, que o mercado divulgue a quantidade de sinistros pagos pelas seguradoras para mostrar, de forma transparente, o trabalbo que esta sendo feito pelo setor. "As pessoas preclsam saber que o seguro funclona", diz.
A Susep tem um projeto que preve a divulgagao de da dos sobre as seguradoras como solldez,tempo de atuagao no mercado etc. — para que o segurado possa ter garantlas da idoneldade da empresa. A Bradesco Seguros estuda o langamento de um programa em TV a cabo para vender seguros, o que certamente dlvulgarb ainda mais 0 setor.
Mas para Claudio Albano, a melhor estrategia para o setor e atingir as classes mais baixas da populagao. "Temos que le-
Outro dado que reflete bem o jeitinho brasileiro na bora de cuidar de sua protegao: 53% dos entrevistados acbam que nunca vai Ibe acontecer qualquer tipo de acidente e, por isso, preferem investir o dinbeiro em algum tipo de aplicagao que nao o seguro. "Esse e um trago cultural do bra sileiro. Nao existem medldas preventlvas. Nos Estados Unldos, por exempio, eles fazem seguro de tudo", conclul Nany Allaga.
Por Valeria Machado var 0 seguro aonde elas estao". Nos Estados Unldos, por exem pio, vende-se seguro por telefone. Mas as seguradoras brasilelras, atentas a esse fllao, ja estao criando tambem,a exem pio do carro, os seguros populares, menos soflsticados, e consequentemente, mais baratos. Esses sao alguns passos que a industria do seguro comega a dar. Mudar a Imagem "do mal necessario" e levar ao brasileiro a cultura do seguro e 0 grande desafio do mercado segurador no prbximo seculo.
"A indiistria do seguro foi a que melhor soube aproveitar as oportunidades do Piano Real"
Boeiovacmfmc 32% ^Segathtaem paite 18% Tihralmfnie poativa 23% Nao sabc/nao opinoa 16% TWralnvrtty nfgarwa li% GRAU DE SATISFAgAO DAS PESSOAS EM GERAL COM OS SEGUROS QUE POSSUEM Muiio saatofcitas $%" Pouco tartfifrrrat 14% Nada sadsfeiias 6% Nao ube/fuo opuiou 26%
Coooonlo totalmente 62% Nao fiabe/OM opnou 2% Dttcorda 8% Coocorda em parte
Dttcorda em pane 7% Fonte: IBOPE
21%
optnoo Fonte: IBOPE 5 10 15 20 25 30 35 40
REVISTA DE SEGUROS 10 JANEIRO / FEVEREIRO / MARQO DE 1996 JANEIRO / FEVEREIRO / MARQO DE 1996 REVISTA DE SEGUROS
Seguro cobrira, pela vez, uma delega^ao brasileira em olimpiadas □delegagaobrasileira
nas Olimpiadas de Atlanta (EUA) — qua acontece entre 19 de jultio e 4 de agosto deste ano — nao pode garantir quantas medaltias de ouro trara, mas ja tern motivos para comemorar. 0 Comite Olimpico Brasileiro (COB) e a Icatu Seguros assinaram em novembro uma parceria qua institui o primeiro seguro para uma dele gagao olimpica no Brasil. 0 produto area com despesas medicas de ate R$ 40 mil e preve restituigao em caso de morte ou invalidez de R$ 200 mil. 0 seguro, qua comega a valer 24 floras apos a convocagao e termina urn dia depois da desconvocagao oticial, cobre todos os cerca de 300 integrantes da delegagao — atletas, medicos, equipe tecnica etc.
"Temos um relacionamento muito intense com o COB e comegamos a pepsar qua os atletas e suas equipes nao tinham qualquer tipo de cober-
^fbtGUROS
tura em competigoes realizadas fora do pats. Resolvemos, entao, criar uma apblice es pecial para essas ocasioes", diz Nilton Molina, diretor-presidente da Icatu Seguros. De butante na modalidade esportiva, a Icatu sera conhecida este ano como a "seguradora oficial da delegagao brasileira em Atianta". 0 sinal verde para que a seguradora mencione a de legagao brasileira no slogan da campanha pubiicitaria foi a parte que coube ao COB nas negociagoes.
Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, diz que a iniciativa da Icatu d muito positiva e vai contribuir para o incentivo do desenvolvimento de atividades esportivas no pats. Nuzman, que assumiu a presidencia do COB em agosto passado, comenta que antes de ocupar 0 cargo ja assistia k luta dentro do comite para se conseguir um seguro dessa natureza. "Sempre talamos que havia a necessidade, mas nunca conseguimos chegar a um acor-
Carlos Arthur Nuzman do com qualquer outra empresa", explica o dirigente.
Anjo da guarda — Na Icatu, a ideia da criagao do seguro foi muito bem aceita do ponto de vista de marke ting. Todo 0 mate rial da divulgagao da empresa trara estampado o slogan referente a cobertura da delegagao nos lo gos olfmpicos. En tusiasmado com 0 apoio ao esporte na cional, Molina diz que ainda e cedo para afirmar que a seguradora desenvolvera produtos semelhantes para outras competigoes, como Copa do Mundo. "A prbximacopa so acontece em 98. Ate la ha muito tem po para garantir uma participagao da seguradora. Mas estamos considerando essa possibilidade", analisa. Se depender de Nuzman, a Icatu sera o anjo da guarda oficial dos atle tas. "Nosso objetivo e esten der essa parceria ap6s as olim piadas de Atlanta", acrescenta 0 presidente do COB.
A assessoria de imprensa do COB nao sabe estimar quantos atletas que estarao entre OS convocados para os jogos olfmpicos tern seguros parti-
culares, mas garante que este numero d muito baixo. Com uma delegagao que tera praticamente o mesmo numero de integrantes da equipe que foi &s Olimpiadas de Barcelona em 1992, 0 COB estlma gastos em torno de US$ 3 milhoes. A equipe brasileira ficara sediada fora da Vila Olfmpica. Segundo Nuzman, esta localizagao facilitara o dia-a-dia dos atletas e dos jornalistas que acompanharao a delegagao. 0 comite vai cobrir tambem as despesas referentes ao perfo-
danos materials e pessoais. Como 0 campeonato se enquadra na lei, todos os clubes que usarem o gramado dos estadios soteropolitanos Ponte Nova ou Pituagu, geridos pelo governo estadual, deverao obter um seguro.
0 presidente da Superintendencia de Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), Miguel Carneiro, diz que a iniciativa garante a preservagao de espagos publicos com geragao de recursos que poderao ser usados na recuperagao deles ou
Todos OS clubes que usarem o gramado dos estadios de Salvador, na Bahia, deverao obter um seguro
Icatu ISCGUROSI
A seguradora oficial da equipe oii'mpica brasiieira.
do de treinamento e acllmatagao dos atletas antes da abertura da Vila Olfmpica.
Estadios — Durante o aquecimento para o campeo nato baiano de futebol, a maior preocupagao dos clubes nao foi a formagao de equipes. Aprovada pelo governo estadual, a Lei 6.923, em vigor desde 17 de novembro, e clara ao afir mar que usuarios de espagos publicos onde se realizem eventos culturais e esportivos devem arcar com um seguro para
em obras de melhoria. Atraves de um convenio assinado com a Sudesb, a Federagao Baiana de Futeboi se encarregava de cobrir danos causados aos dois estadios, mas so em caso de prejufzos causados pelos jogadores ou integrantes da Fede ragao. Com a Lei 6.923, o estado baiano ficard tranqOilo tam bem quanto ^s eventuais depredagbes de autoria das torcidas.
Cumprindo a lei — Car neiro comenta que ao final de
cada jogo realizado no Ponte Nova h^ inumeras cadeiras, alambrados e portoes avariados. Nessas ocasioes, a Sudesb registra ainda roubo de equipamentos hidraulicos e eletricos. De acordo com as estatfsticas da superintend§ncia, as reformas basicas no Ponte Nova consomem cerca de R$ 500 mil por ano. A Federagao, representantes de clubes e a Sudesb ja fizeram os primelros contatos na area de seguro para garantir 0 cumprimento da lei. Entre as se.guradoras contatadas estao a Bradesco, Bamerindus, Sercose e Paulista. Uma das propostas e criar um "guarda-chuva" para garantir a cobertura de todo 0 campeonato, que comegou no dia 4 de fevereiro e termina em julho.
Os c^lculos da Sudesb indicam que os equipamentos do Ponte Nova estao avaliados em R$ 800 mil. No Pituagu, o piso ficaria entre R$ 60 mil e R$ 80 mil. Na cobertura de danos pessoais, a Sudesb propos Instituir um seguro proporcional ao publico presente em cada partlda.
ESPORTES i ;
Nilton Moliiia: entusiasmado com o apoio ao esporte nacional
REVISTA DE SEGUROS JANEIRO FEVEREIRO / MARQO DE 1996
"Nosso objetivo e estender essa parceria ap6s as olimpiadas de Atlanta"
13
JANEIRO / FEVEREIRO MARIJO DE 1996
REVISTA DE SEGUROS
Competitividade leva setor a redu9ao dos custos para conquistar cliente □epoisdeanosdeope-
ragao num mercado cativo, as companhias de seguros se veem Ss voltas com necessidades urgentes de mudangas, em busca da melhor adaptagao ao novo perfil de competitividade do setor. Cada vez mais exigente, o consumidor brasileiro de seguros nao mais analisa somente o prego no ato da compra, desejando cada vez mais valores agregados ao produto. Com isso, a melhoria da eficiencia atraves da redugao dos custos operacionais e, por conseguinte, do ganho de economia de escala, destacam-se como principais indicadores da diferenciagao necessaria a cada seguradora na acirrada disputa pela preferencia do cliente, sendo ainda uma maior garantia de qualidade e bom atendimento.
Apesar do significativo crescimento do mercado, observado principalmente apds a implantagao do Piano Real, o maior controle da economia ea consequente estabilizagao dos pregos nao deixam duvidas: fioje a sobrevivencia das empresas depende quase que exclusivamente dos seus re-
sultadosoperacionais. E, paragaranti-los, um numero cada vez maiordeempresascomegaaadotar modernos metodos de gestao administrative para a sue reestruturagaoorganizacionai.Entreelas, a Indiana Gompanhia de Seguros Gerais, a Gia. Pauiista de Segu ros e a Gompanhia de Seguros Minas-Brasii que, gragas d adogao de severas medidas de contengao, conseguiram reduzir seus custos administrativos para aigo em torno de13%.
Bons resultados — Nada
Antonio Carlos Pereira de Almeida: "A mudanga da estrutura de uma empresa 6 um processo dificil"
mai para um mercado que ostenta eievados custos, se comparados aos padroes internacionais (em media, as companhias operam com custos administrativos da ordem de 20%). E ainda me lhor para as empresas cuja combinagao queda nos custos mais crescimento das vendas no mer cado como um todo teve como resultado aumentos no faturamento de ate 133%. Este foi o caso da Indiana, que conseguiu eievar seu faturamento por funcionariode R$ 2 mil em 94 paraR$
desde a implantagao do programa de reestruturagao ha pouco mais de um ano, o quadro funcional foi reduzido de 1,5 mil para 570 pessoas. Medida que, aliada a outras decisoes administrativas, resultou no expressive au mento do fndice de produtividade — de R$ 66 mil em premios faturados porfuncionario para R$ 780 mii.
primeiraetapa, iniciamos este ano 0 cicio de qualidade, buscando um nfvel de qualidade ainda mai or", assegura o executive.
24 mil em dezembro passado. A empresaencerrou o exercicio pas sado com R$ 70 miihoes em premios faturados, contra R$ 30 mi ihoes registrados em 94. 0 diretor-superintendente da companhia, Ciaudio Afif Domingos, explica que 0 exceiente resultado se deve basicamente h conjungao de tres fatores: investimentos em informatica (com enfase no treinamento de pessoai), aumento de mercado e identificagao de nichos prdprios de venda.
"Os investimentos em treinamento na area de informatica toram decisivos para o nosso mai or ganho de escala. Porque assim como o aumento da estrutura em fungao do crescimento do mercado tem iimite, a redugao tambem obedece ao mesmo cri terio. Ghega um ponto que nao se tem mais onde cortar, de mode que a soiugao esta no aumento da eficiencia", assegura o execu tive. A afirmagao e compartiihada peio diretor vice-presidente da Gia. Pauiista, Antonio Garios Pe reira de Almeida, que, a exempio da Indiana, tambem aumentou de forma significativa seu faturamen to por funcionario. Segundo ele.
Processo diffcil — Adescentralizagao visando uma maior proximidade com o cliente e a adogao de um piano de remuneragao variavel (nfveis de gerencia e de diretoria, cabendo a esta ul tima participagao nos resultados e no capital), assim como os in vestimentos em informatica, sao destacados por Antonio Garios Pereira de Almeida como os prin cipais pontos do programs ainda em implementagao pela Gompa nhia Pauiista. Segundo o vicepresidente, a redugao dos custos administrativos (de 20% para os atuais 13%) foi apenas a primeira fase do programs, que tem no aprimoramento da qualidade seu maior desafio. "A mudanga da estrutura de uma empresa e um processo diffcil. Mas realizada a
Na Minas-Brasii o processo nao foi diferente. A comegar pela redugao de pessoai — o enxugamento atingiu 60% do quadro funcional, hoje com 650 empregados —, o piano de reengenharia iniciado ha cerca de um ano teve como primeiro resultado a redugao dos custos administrati vos para 12%. Alem disso, Al berto Oswaldo Gontinentino de Araujo, vice-presidente da companhia, aponta o langamento de novos produtos e servigos como um dos fatores de sucesso do programa. Entre eles, o executive destaca 0 "Bateu-ligou", um servigo especial de atendimento aos clientes da carteira de Automdveis, que inclui a resolugao de varies problemas no caso de acidentes. Na Indiana, o langamento de produtos tambem fez parte do programa de reestruturagao. S6 que, neste caso, o langamento foi feito dentro do atual posicionamento, visando sempre atingir novos nichos no mercado, atesta Glaudio Afif. 0 executive consi-
dera ainda a segmentagao como de vital importancia no processo.
"Tanto que nos hoje estamos partindo para uma maior operagao no ramo elementar". Na avaliagao de Afif, a segmentagao e uma tendencia a ser ratificada pela ampla reforma que vem sendo feita no setor de seguros. E neste proces so, ressalta, ha necessidade de se ampliar o conceito de segmenta gao, estendendo-o aos produtos.
Alberto Gontinentino: Redu9ao dos custos administrativos e langamento de novos produtos e serviqos: fatores de sucesso da Minas-Brasii do em nao rediscutir a taxa de comercializagao praticada atualmente pelo corretor.
Claudio Afif
Domingos:
"Chega um ponto que nao se tem mais onde cortar, e a solu^ao esta no aumento da eficiencia"
Gargaios do setor — "Enquanto o seguro-saude e composto por produtos diferenciados, o seguro do ramo eiementar naotem a obrigatoriedade de apresentar a mesmavariedade de produtos. No entanto, nos vendemos todos os produtos como se fossem iguais, quando na verdade tem custos diferentes", arguments o executive da Indiana, classificando o pro blems como um dos maiores gar gaios do setor, juntamente com a questao do custo de comercializagao do corretor. "E por que nao se segments produto? Porque passar de repente estas mudan gas para o canal de comercializagao e complicado", garante Afif, numa clara referencia ao que clas sifies como "teimosia" do merca-
Segundo ele, nao ha mais tempo a perder, sendo urgente a maior participagao deste profissional no processo de reforma do setor. "0 corretor precise passar pelo mesmo processo de enxugamenlo por que passam as em presas seguradoras. De nada adianta o profissional, diante de um aperto, simplesmente aumentar sua remuneragao. Alem do fato de que ao aceitar esta situagao o mercado o esta induzindo a ser incompetente". De acordo com o executivo, os nfveis das comissoes de corretagem cobrados no mercado brasileiro estao entre os mais eievados em todo o mundo. Historicamente, a taxa de comer cializagao brasileira e de 20%, diz Afif, lembrando ter sido este o nf vel praticado mesmo nos perfodos de grande alta da inflagao, o que torna inviavel, do ponto de vista dos custos, a manutengao de igual percentual, principalmen te levando-se em consideragao a maior estabilizagao da moeda bra sileira.
Por Fernanda Thiirler
MERCADO
REVISTA DE SEGUROS 14 JANEIRO FEVEREIRO MARQO DE 1996 JANEIRO / FEVEREIRO MARQO DE 1996 15 REVISTA DE SEGUROS
Comercio entre os paises cresceu cinco vezes desde a forma^ao do bloco
entre os pafses que formam tioje o bloco do Mercosul (Brasii, Argentina, Paraguai e Uruguai) cresceram cinco vezes, desde que foi assinado no infcio desta decada o Tratado de Assuncidn, primeiro documento governamental formalizando 0 novo mercado. A explosao comercial patrocinada pelos parceiros aumentou na mesma proporgao em que diminuiram as tarifas alfandegarias, concentrando-se hoje nos produtos que ja estao com aliquota zerada nas transagoes internas entre os quatro paises.
"Se isso nos remote para a consolidagao desse comercio, tambem deixa ^ mostra problemas de infra-estrutura que nao eram visiveis quando o comer cio regional no Mercosul situava-se entre US$ 1,5 bilhao e US$2 bilboes ao ano", comenta Juan Arce Verdier, diretor do Departamento de Integragao Latino-americano, orgao do governo gaucho que acompanha tambem as transagoes do Mercosul, atraves'da Secretaria de Desenvolvimento Economi-
bilhoes em 1995
CO e Relagoes Internacionais, 0 comercio no Mercosul, observe Verdier, pode ter alcangado a cifra de US$ 10 bilboes em 1995. Entre as dificuldades apontadas pelos empreendedores que participam deste mercado encontram-se a precariedade de estradas e servigos aduaneiros ainda pouco ageis para acompanbar o crescimento da demanda.
Argentinos — Somente as exportagoes do Rio Grande do Sul para os tres outros parceiros cbegaram a US$ 5,18 bilboes, urn crescimento de 3,07% em relagao as vendas de 1994. Os argentinos, os maiores compradores, ievaram de empresas gaucbas produtos como insumos petroquimicos, 6leo e farelo de soja, partes e
pegas devefculos, bombas, pro dutos de couro e artetatos de borracha. As exportagoes gau cbas para a Argentina significaram 51,29% dos negocios gerados com os tres paises do bloco, cbegando a US$ 364 milhoes. No entanto, o Rio Grande do Sul vendeu menos 14,57% que o resultado das ex portagoes para esse pais no ano anterior. As exportagoes para 0 Uruguai representam umatatia de 24,6% desses negocios, um crescimento de 20,22% sobre 1994.0 Paraguai alavancou um crescimento de 28,80% nas compras, somando 18,83% de todas as vendas efetuadas pelos gaucbos ao bloco do Mercosul.
Artigos brasileiros
As exportagoes brasileiras para 0 Mercosul cresceram 6,80% em 1995 fecbando em US$ 46,5 bilboes. 0 maior comprador de artigos brasileiros como minerio de ferro, vefculos, cafe, polimeros e compressores industriais, continuou sendo a 'Ar gentina que, apesar de manter essa iideranga, reduziu 0 volume importado do Brasi em 2,29%. 0 Paraguai comprou US$ 1,3 bilbao, um incremento de 23,45%, e o Uruguai au mentou as compras em 10,92% fecbando em US$ 811 milboes.
Entre as preocupagoes dos quatro pafses para viabilizar uma estrutura administrativa que de suporte &s operagoes
comerciais, encontra-se a criagao de uma secretaria executiva do Mercosul. 0 orgamento desse drgao, que no primeiro ano devera funcionar em Mon tevideo, foi aprovado em US$ 2 milboes na reuniao de Punta del Leste, em dezembro ultimo. "Esse e um orgao que, entre outras tungoes, vai de fato apurar estatisticas e colaborar para que OS numeros do Mercosul, incluindo dados novos como a geragao de empregos, sejam acessados com mais facilidade pelas partes interessadas", esclarece Verdier.
Centro de Negocios Como 70% das transagoes economicas do bloco passam pelo Rio Grande do Sul, o estado ^tambem esta buscando montar uma estrutura propria, em parceria com a iniciativa privada, para alavancar novos negocios. No centro da Calle Florida, em pleno coragao de Buenos Aires, deve entrar em funcionamento a partir de abri! prbximo o Cen tre de Negocio do Mercosul, sediado no predio da Varig na ca pital argentina.
A associagao do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), Varig, Rede Brasii Sul (RBS) e Sebrae/RS visa divulgar os produtos gaucbos para OS parceiros atraves de show room, utilizar o salao de conferencias para promover palestras e debates alem de garantir exposigoes e espago adequados para o encaminbamento de negOcios. "0 Centro ganba ainda mais importancia na medida em que se observe um movimento de pequenas e medias empre sas que se agregam ao Mercosul, a cada ano", sustenta Verdier.
Por Jussara Marchand
Operagoes do Mercoseguros continuam emperradas
0 setor de seguros nao foi lembrado em 1991, quando os governos dos quatro paises que compoem hoje o Merco sul (Brasii, Uruguai, Paraguai e Argentina) firmaram o Trata do de Assuncidn. Mas o pri meiro documento oficial estabelecendo deveres, direitos e compromissos serviu tambem para movimentar o setor privado de seguros, que partiu para a montagem de comites em cada um dos estados membros, visando aproximar interesses. Estava dado o primei ro passo para a criagao do Mercoseguros, estrutura atualmente traduzida tambem por um grupo regional formado por representantes dos quatro paises (comite regional).
0 comite regional do Mer coseguros ja realizou oito plenarias desde a sua criagao. 0 encontro deste ano, marcado paraoperiodode15a19 abril, em Assuncidn, Paraguai, discutira, prioritariamente, a elaboragao de um projeto de resolugao que possibilite o acesso de empresas em cada um dos territdrios do Mercosul. Para isso, algumas estruturas fechadas e impeditivas deste inter-relacionamento devem ser abolidas. "No Uruguai, sd em 1995 houveapromulgagao
de uma lei liberando a iniciati va privadaa participar do mer cado de seguros, que ate entao era 70% estatal", observa 0 coordenador do comite brasileiro do Mercoseguros.
A manutengao do monopdlio do resseguro no Brasii — ainda em tramite no Congresso Nacional — continua sendo um dos maiores entraves as negociagoes do setor no ambito do Cone Sul apesar do trabalbo incessante das empresas da iniciativa pri vada na luta pela flexibilizagao do resseguro e da promessa do Governo de que a situagao nao vai perdurar muito tempo.
"Esta passagem, de acordo com as empresas brasileiras, deve ser gradual", lembra Junqueira. Entre os parceiros, a Argentina e a que possui boje a drea de seguros totalmente liberalizada para em preendedores privados.
A maior conquista pr^tica do Mercoseguros foi a assinatura da resoiugao 120/94, em juibo de 1995, pelo Grupo do Mercado Comum (GMC), que criou 0 Carta Verde— um seguro de responsabilidade ci vil paraterceiros, cobrindo danos materials e pessoais, obrigatdrio para os automdveis que cruzarem as fronteiras.
MERCOSUL .■1.,
□strocascomerciais
flNA
&UAI
As exportagoes brasileiras para o Mercosul somaram
US$ 46,5 bilhoes no ano passado
O comercio no Mercosul pode ter alcan9ado a cilfra de US$ 10
REVISTA DE SEGUROS 16 JANEIRO / FEVEREIRO MARQO DE 1996 JANEIRO / FEVEREIRO MARQO DE 1996 17 REVISTA DE SEGUROS
A profissao que esta se tornando o novo bra9o direito dos empresarios
ora do setor de seguros, a profissao e praticamente desconfiecida. Poucas pessoas sabem que existe a fungao de atuario e quais sao suas atribuigoes, embora bste profissionaUomadisseminagao da cul-
Onde ingressar para seguir
carreira
; tura da previdencia complementar e 0 aquecimento do mercado segurador, esteja conquistando cada vez mais espago no mer cado de trabalho.
0 bacharel em Ciencias Atuariais e o profissional que planeja, controla e gerencia pianos
de aposentadoria e previdencia, fundos de pensao, seguros, pia nos de saude e varios outros segmentos do mercado financeiro, utilizando calculos matematicos 6 estatisticos. Para chegar a esse ponto, o candidato a atucirio passa quatro anos afogado
em numeros: Matematica, Es^?
tfstica e Processamento de Da dos sao as disciplinas basicas do curso,
Caso de amor — Paulo
Roberto Rosa, atuario da Prever
— sao cinco entre 165 funcionarios da empresa —,formou-
se em Engenharia antes de ingressar no que ele classifica de "mundo apaixonante da atuaria".
0 seu csso de amor com os modelos matematicos e tabuas estatfsticas comegou na Itau Seguros, onde ele chegou exatamente no momento em que a empresa estava montando a area de previdencia. Depois, passou para a Prever e comegou a trabalhar desenhando pianos especiais e desenvolvendo produtos para enviar a Susep para aprovagao. "Mas tudo que eu produzia precisava passar por um atuario, que criticava e assinava", diz ele.
Assim, Paulo Roberto decidiu tornar-se, ele proprio, atu ario da companhia, e ingressou na Pontitfcia Universidade Catolica de Sao Paulo, cujo curso e considerado um dos melhores do pats. "Interessante foi a colagao de grau. Eramos apenas dois formandos em Atuaria no meio de centenas de formandos em Ciencias Contabeis, Administragao e Economia. Enquanto um subia ao paico para fazer o juramento, o outro repetia tudo, sozinho, na plateia", conta eie.
A sensagao que Paulo Ro berto sentiu ao formar-se certamente acomete outros estudan-
A profissao de atuario foi regulamentada atraves do Decreto 66.408, del970.0 mer cado de trabaltio concentrase no Rio de Janeiro e em Sao Paulo,seguindo-se Porto Alegre, Brasflia, Guritiba e Floriandpolis, como outros pontos de concentragao desses profissionais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Atuaria. No Norte e Nordeste do pafs, 0 mercado de traba ltio e pouco significativo.
No Rio de Janeiro, o curso de Ciencias Atuariais e oferecido pela Universida de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e esta ligado ao Ins tituto de Matematica. A outra opgao, no Rio, e a Sociedade Unificada de Ensino Su-
tes do curso, nas poucas escolas do pafs em que ele e ministrado regularmente (veja box). 0 Instituto Brasileiro de Atuaria, drgao que fiscaliza e controla o exercfcio da profissao, tern 904 profissionais registrados desde a sua fundagao, em 1945. Para se ter uma ideia, so o Gonseltio Regional de Economia do Rio de Janeiro contabiliza 15 mil economistas registrados. Se por um lado isso significa que a carga pesada em matematica e a desinformagao sobre mercado de trabalho e campo de atuagao profissional tornam o curso pou co atraente, por outro lado sig nifica pouqufssima concorrencia para quem se torna bacharel em Ciencias Atuariais, num merca do com demanda crescente.
Campo de Trabalho
perior e Cultura.
Em Sao Paulo, quern quiser seguir a carreira deve procurar a Pontitfcia Universida de Catol ica de Sao Paulo (PUC-SP), onde o curso esta ligado ao Departamento de Ciencias Economicas, ou a Associagao Educacional do Litoral Santista, em Santos. No Sul,0 candidato a atuario pode ingressar na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) ou na Faculdade Porto-Alegrense de Ciencias Contabeis e Administragao. No Parana, o curso e oferecido no Insfituto de Ciencias Sociais do Parana. No Nordes te, a unica opgao e a Univer sidade Federal do Ceara (UFC).
O Instituto Brasileiro de Atuaria tern 904 profissionais registrados desde a sua fimda^ao, em 1945
Todas as seguradoras, empresas de previdencia, de medicina de grupo e pianos de saude utilizarn servigos de atuarios, contratando-os diretamente ou atra ves de escritorios prestadores de servigos. Segundo Paulo Roberto Rosa, a maioria das empresas esta contratando profissionais.
0 campo de trabalho esta crescendo no Brasil do Real. 0 atuario participa da elaboragao
dos balangos das companhias seguradoras, de previdencia e de bancos, e os assina quando publicados nos jornais. E esse profissional, ainda, o responsavel pelo planejamento e contabilizagao das reservas tecnicas das seguradoras e empresas de previdencia, de acordo com as normas estabelecidas pela Susep. Os modelos matematicos criados pelo atuario sao a base dos es tudos de viabilidade das com panhias, permitindo que elas permanegam solventes. No mer cado financeiro, e atribuigao do atuario formular calculos para financiamentos de longo prazo e emissoes de tftulos.
No caso das empresas de previdencia, esse profissional tambem atua na parte comercial. Visitando clientes, tornando conhecimento de suas particularidades, o atuario desenvolve pianos de acordo com as necessidades de cada empresa. E ain da existe espago para o profis sional na area de administragao dos pianos, no que se convencionou chamar de pdsvenda. "Essa e uma area que cresce na razao direta do crescimento das vendas", explica Paulo Roberto Rosa. Ao atuario que trabaiha nessa area compe te acompanhar a evolugao dos eventos calculados para cada um dos pianos especialmente desenhados para as empresas, a rentabilidade dos ativos para conversao do excedente financeiro em cotas e varias outras tarefas que garantem a boa gestao dos pianos.
Mas 0 campo de trabalho do atuario nao se restringe as em presas do setor privado. Tam bem no setor publico ha demanda por esse profissional, em drgaos como a Susep e o INSS.
Por Cecilia Guedes
1 ATUARIA m
Os modelos matematicos criados pelo atuario sao a base dos estudos de viabilidade das companhias, permitindo que elas permane^am solventes
REVISTA DE SEGUROS 18 JANEIRO / FEVEREIRO / MARQO DE 1996 JANEIRO / FEVEREIRO / MARQO DE 1996 19 REVISTA DE SEGUROS
Gomparativo Jan. a Dez./94 (Premio Total, Premio Ganho, Sinistro Retido)
Mercado teve um crescimento real de 15,04% no ano passado □mercadosegurador
brasileiro cresceu 45,03% entre janeiro 8 dezembro do ano passado, comparado ao mesmo periodo de 1994, movimentando um volume de premios da ordem de R$ 12,81 bilboes. Os dados fazem parte do balango do setor feito pela Superintendencia de Seguros Privados (Susep), com base nos Formularios de Informagoes Periodicas (FIPs), fornecidos pelas empresas seguradoras na for ma da Legislagao Societarla. 0 ramo que mais cresceu foi Vida, com 97,23% — Fi$ 2,19 bilboes no ano passado, contra R$1,ll bilbao, em 1994. 0 fndice de sinistral idade acumulado no perfodo foi de 58,59%, inferior ao registrado em 94: 68,32%.
Este ultimo balango apresentado pela Susep traz, pela primeira vez, dados atualizados pela UFIR. Depois de corrigidos, o total de premios movimentados pelo setor chega a R$ 13,93 bilboes — prbximo ao valor apurado pela Fenaseg (veja box)
—, contra R$ 12,11 bilboes de
Distribuigao do Premie Total de Jan. a Dez. de 1995 per Ramo
registrou o segundo maior cres cimento do volume de premios comparado ao ano anterior (43,69%).
Enquanto no ano de 1994 a carteira de Vida teve 9,64% de sinistros retidos, no ano passa do este percentual passou para 13,95% — uma variagao acumulada no perfodo de 79,13%.
Estatistica da Fenaseg
0 mercado segurador bra sileiro atingiu em 1995 0 maior volume de premios auteridos da sua bistbria: R$ 14,2 bi lboes, obtendo um crescimento real — acima da inflagao de 16% em relagao ao ano anterior. Essa performance coloca a industria de seguros com uma participagao de cerca de 2,5% do PIB, caracterizando-a como um segmento de grande poder para realizar investimentos de longo prazo. Suas reservas tecnicas sao da
1994. A variagao de premios entre os dois anos comparados revela que bouve um crescimento real do setor de 15,04%.
Participagao no bolo 0 ramo de Automdveis confinua liderando o setor, com uma participagao de 35,75% no bolo
total, um desempenbo pior que 0 registrado no ano anterior quando respondia por 39,66%. Mes mo assim, registrou um cresci mento real no volume de premi os apurado de 3,71%. Em seguida vem, pela ordem, Vida, Saude e Riscos Diversos que ti-
veram, respectivamente, as seguintes participagoes nos vo lumes de premios de 1995 e 1994: 17,09% e 12,59%, 15,24% e 15,01%, 8,41% e 9,11%. A carteira de Acidentes Pessoais, que no ano passado respondeu por 3,21% do total.
0 ramo de Saude tambem saltou de 18,87% (1994) para 20,39% (1995). Autombvel teve um bom desempenbo nesta area: OS sinistros cairam de 42,81% para 38,65% — o que pode ser resultado da campanba contra roubo e furto de automoveis desencadeada pela Fenaseg no ano passado.
ordem de R$ 7 bilboes.
0 grupo Sul America continuou a liderar o ranking em 95, com um faturamento de R$ 2,6 bilboes, seguido do gru po Bradesco (R$ 1,9 bilbao), grupo Itau (R$ 940 milboes), grupo Bamerindus (R$ 902 mi lboes) e grupo Porto Seguro (R$ 820 milboes). Os ramos com maior produgao foram Automoveis (36%), Vida (17%) e Saude (16%).
"Podemos dizer que a in dustria de seguros foi a que
melbor soube aproveitar as oportunidades e superar os desafios criados pelo piano de estabilizagao da economia. Para 1996, espera-se maior volume de negbcios e maior competitividade do setor. Este sera o ano dos ajustes finals e de consolidagao de tudo que foi iniciado na industria de seguros apbs 0 Piano Real", acredita o presidente da Fenaseg, Joao Elisio Ferraz de Campos. Participaram dos dados da Fenaseg 90 grupos seguradores.
Nota explicative^ da materia Estatisticas do Sepfuro
As estati'sticas de desempenho do mercado segurador elaboradas pela Susep tem como base a legislagao societarla e as informagoes contidas nos FIPs (Formularios de Informagoes Periodlcas) enviados pelas seguradoras, sem levar em conta a corregao integral dos valores, que e o criterio utilizado pela Fenaseg na formulagao do ranking do setor. Entretanto, nesta pesquisa, a Susep. pela primeira vez, utilizou a corregao integral para calcular o valor acumulado no ano de 1995 dos premios e sinistros totals.
RANKING ii -
AUTO 36.0% VIDA 17.0% RD 8.0% -DEMAIS 6.0% TRANSP 3.0% HABIT 5.0% SAUDE 15.0% s DPVAT 3.0% \ AP 3.0% INC 4.0% Fonte: SUSEP
REVISTA DE SEGUROS 20 JANEIRO FEVEREIRO / MARQO DE 1996 - 14,000,000 12,000,000 10,000,000 8,000,000 6,000,000 4,000,000 2.000,000 0 Jan. a Dez./94M Jan. a Dez./95M Fonle: SUSEP/FIP
Premio Total 8,832,772 12,809,954 Premio Ganho 6,191,796 11,438,071 Sinistro Retido 4,230,512 6,701,520
O ramo de Automoveis continua liderando o setor, com uma participa^ao de 35,75%
1996 21 REVISTA DE SEGUROS
JANEIRO FEVEREIRO MARQO DE
Seguro promete ser estrela do setor que faturou alto no ano passado
mercado publicitario brasileiro nunca fatu rou tanto como em 95.
Segundo dados do Instituto Nielsen, foram US$ 8,6 bi lboes, contra os US$ 6,6 bilboes de 1994. Urn crescimento de 29,8%. 0 Piano Real fez a alegria do governo e dos anunciantes, que nao pouparam dinbeiro na luta pelo consumidor. Destaque para os produtos populares, como bebidas e cigarros, que registraram taxas de 18% e 40%, respectivamente. 0 motive dafarra do consume: o aumento do poder de compra das camadas mais pobres da populagao. Pesquisa do Ministerio do Trabalbo constatou que entre 1994 e 1995 o aumento de renda do brasileiro superou os 10%.
Mercado virgem — Se em 1995 a pubiicidade faturou com OS produtos populares, este ano promete ter uma nova estrela: os seguros. Renato Lima, vice-presidente Financeiro da Standard, Ogiivy & Matber, que atende a Brasilprev, diz que esse e um mer cado ainda virgem. "0 governo nao definiu quais^as regras para 0 setor. Quando isso acontecer,
Seguro deve investir pesado em marketing
Especialistas estao identificando OS desejos do futuro consumidor de seguros, para direcionar criapdo
varias empresas estrangeiras virao para o Brasil. A competigao vai ser acirrada. E af as agencias terao um papel fundamental para atrair o cliente", preve.
0 diretor da McCann-Erickson, a agenda brasileira que mais faturou no ano passado — fo ram US$220milhoes—, George Teicbolz.explicaque 1995 foifeito de contrastes. Ao contrario de anos anteriores, os meses de
de seguro, a competigao vai ser acirrada e as agencias terao um papel flindamental para atrair o cliente"
Renato Lima
maior crescimento foram os quatro primeiros. "Depois das medidas de restrigao do credito, em abril, as empresas seguraram um pouco". Na verdade, o setor pu blicitario, ao reboque da explosao das vendas, cresceu mais de 30% no primeiro semestre de 1995. Efeito domino — Esse e um fato atfpico, explica Paulo Salles, da Salles-DMB&B, agenda que cresceu 42% no ano passa-
do. Tradicionalmente o setor fatura mais na segunda metade do ano, quando as vendas de Natal dao uma maozinba as agencias. Mas Salles diz que em 1995 as alias taxas de juros frustaram boa parte dos lojistas, que encomendaram menos as industrias, que tiveram que reduzir a produgao. 0 efeito domino acabou atingindo as agencias, que receberam um mau presente do Papai Noel: corte nas verbas.
Jose Antenor Negrini, diretor financeiro da DPZ diz que em 95 0 faturamento foi de US$ 225 miIboes, 38% maior do que o de 94.
Eleexplica que no comego doano algumas agencias cbegaram a re gistrarcrescimento de60%. "Isso era falso". Negrini salienta o pa pel dos importados, que forgaram OSfabricantes nacionaisaaumentar asverbaspublicitarias paraenfren tar OS competidores externos.
Campanha — Lima das campanbas mais premiadas de 1995 foi feita pela Salles para a Fenaseg. Com o slogan "Se a sociedade der o alarme, o roubo de vefculosdiminui", a campa nha quis cbamar a atengao das pessoas para o problema dos roubos de carros, que atingiu proporgoes alias. "Quando comegamos a campanba, um carro era roubado em Sao Paulo a cada tres minutos. Hoje esse numero ja melborou", atesta.
A campanba recebeu varias premiagoes: Premio Abril Ouro, regional Rio — e foi finaiista do Premio Abrii Nacional — Grand Prix Outdoor do Premio Coiunistas Rio, com a pega "Botafogo Gampeao"; Premio Ouro Colunistas Rio—Servigos; Ouro Cen tral de Outdoor do Rio de Janeiro; e ainda conquistou a medalba de prata do Adversting Marketing Effectiveness, do International Festival de Nova lorque.
Por Fernando Thompson
0 real e seguro. Este poderia ser o tema do marketing das empresas seguradoras no Brasil em 1996. A conquista da estabilidade economica, desde a implantagao do real, as perspectivas de reformas constitucionais — com destaque para a da Previdencia Social — e OS novos incentivos fiscais anunciados pelo governo federal sao o grande azeite para o mercado de se guros este ano, que de 1994 para 1995 dobrou sua participagao no Produto Interno Bruto (PIB). E a previsao dos especialistas e de que esta representatividade volte a dobrar nos prdximos tres ou quatro anos.
"Nds passamos de 1% para 2,5% do PIB, o que equivaleacerca de R$ 14 bilboes em faturamento, em 1995", ilustra 0 italiano Camillo Marina, 53 anos, ba 20 no Brasil, que, alem de diretor da Fenaseg, e vice-presidente de Operagoes da Generali, empresa fundada em 1831 em Triestre, na Italia, estabelecida no Brasii desde 1925. A ordem para o mercado, portanto, sera investir em massa em setores como o marketing e o : treinamento de pessoal. Isso ' porque, com a abertura eco nomica, abrem-se tambem as
perspectivas de ampliagao de tecnologia internacional no marketing de seguros.
Desejos do consumi dor — A grande enfase, na opiniao de Camillo, sera dada ao merchandising e ao marke ting de produtos. "Vai se fortalecer muito a figura do gerente de produto, que sera cbamado a criar, em sintonia com OS desejos do consumidor", explica. Para direcionar esta criagao, ja estao identificados OS desejos do futuro consu midor de seguros: a grande estrela sera a previdencia privada, seguida pela area de vida, capitalizagao de renda e peculio. Tudo isso direcionado para um mercado novo, composto principalmente por jovens, mulberes, professores e profissionais iiberais.
Com 16 anos de experiencia no setor, Carlos Alberto Trindade Filbo, 37 anos, vicepresidente executive da Icatu Seguros, faz analise parecida com a de Camillo Marina. "As agoes serao voltadas para gerar um contato mais direto com OS clientes, associados com um pouco mais de atividade institucional", diz, com a visao de advogado que se especializou em seguro de pessoas no American Coilege da Filadelfia, Estados Unidos, e esta na
Icatu Seguros desde a sua fundagao.
Tambem em fungao das reformas constitucionais e da estabilidade economica, Car los Alberto ve nas areas de vida e previdencia privada, tanto para a pessoa fisica quanto para a pessoa juridica, OS setores que mais se desenvolverao nos prdximos anos. "Na icatu, temos crescido intensamente 0 fatura mento em 1995 foi de 106% superior em 1994: subimos de R$ 70 milhoes para R$ 155 milboes", comemora.
0 segredo, segundo Car los Alberto, e o investimento em marketing. Sem citar numeros, o especialista revela que a Icatu dobrou suas despesas com marketing, de 1994 para 1995, e pretende dobrar novamente em 1996. "Do Pia no Real para ca, houve um crescimento na demanda, o que corresponde a uma necessidade de investir na comunicagao com o consumidor. Com a nova lei do Imposto de Renda, que permite ds pes soas abater da taxa as despesas com a previdencia, todo 0 mercado vai ter que investir nisso. Cabe a nds ensinar ao consumidor", receita,
Por Daniela Schubnel
★ ^DOO Vono anno uottQ PUBLICIDADE
□
"Importados for^aram os fabricantes nacionais a aumentar as verbas publicitarias para enfrentar a competi^ao"
Jose Antenor Negrini
Quando o governo defmir as regras para o setor
"Altas taxas de juros levaram lojistas a diminuir encomendas e as industrias a reduzir a produgao. O efeito domino acabou atingindo as agencias"
Paulo Salles
★
REVISTA DE SEGUROS 22 JANEIRO / FEVEREIRO / MARQO DE 1996 JANEIRO / FEVEREIRO / MARgO DE 1996 23 REVISTA DE SEGUROS
Rio de Janeiro deve
inaugurar novo sistema de inspe^ao de veiculos □RiodeJaneirodeve
inaugurar o novo sis tema de inspegao de vefcuios proposto pelo Conseiho Nacionai de Transits (Contran), a partir de abril, quando 0 Detran fiuminense ira cadastrar e reimplacar toda a frota do Estado com placas aifa-numericas. A proposta de implantagao do sistema a tituio experi mental no Rio partiu do Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro. "0 moments e oportuno para fazer do Rio de Janeiro um pioneiro da inspegao veicular, revelando a preocupagao com 0 que ha de mais moderns em materia de transits. As mesmo tempo, havera um crescimento da arrecadagao publica da parceia da receita dos agentes de inspegao atuando em convenios com 0 Estado, que veria seu parque automobiii'stico tornar-se, em aiguns anos, equivaiente aos do Primeiro Mundo", explicou Lucio Antonio Marques, presidente da Comissao Especial do Sindicato, que elaborou o do cuments contends a proposta. 0 estudo foi encaminhado
as Vice-Governador do Estado, Luiz Paulo Correa da Rocha; as presidents do Consdrcio da Ponte Rio-Niterdi, Fiavio Medrano de Almada; as Detran-RJ e as Con tran — e aguarda parecer teeni es do Ministerio da Justiga. Segundo a proposta do Sindi cato, a implantagao do servigo de inspegao seria gradativa. No primeiro ano, seriam inspecionados a frota oficial, os vefcuios de carga, as condugoes escoia-
res e os vefcuios das locadoras. No ano seguinte, 6s vefcu ios com mais de dez anos de fabricagao. E, no terceiro, o restante da frota nacionai.
Diagnostico — 0 objetivo e transformar radicalmente a inspegao veicuiar no Brasii, reduzindo o numero de acidentes e mortes nas estradas, controlando a emissao de gases poluentes, renovando a frota nacio nai e fortalecendo o mercado de
vefcuios. Segundo a resolugao do Contran, a inspegao veicuiar sera obrigatdria em todo o pafs a partir de 1998. 0 servigo devera ser realizado por empresas privadas, devidamente autorizadas —- 0 que refletiria em me nus fraudes, mais seguranga e menus despesas para o Estado.
0 diagndstico dos vefcuios sera feito de forma similar as que ja e realizado nos pafses da Comunidade Europeia, onde os
indices de acidentes de transits vem apresentando redugao de 10% a 20%, desde a implanta gao do programs. Na Franga, verificou-se a queda de 10% nos acidentes fatais, quando se intensificou a inspegao veicuiar. 0 mesmo aconteceu na Espanha, onde se detectou, no periods de 1989 a 1992, alem de uma acelerada renovagao da frota circulante, uma redugao de 15% no numero de vftimas fatais dos
Lucio Antonio Marques
acidentes de transits. Segundo Lucio Marques, do total da frota de 2,2 milhoes de vefcuios do Rio de Janeiro, 15% a 20% nao teriam condigoes de trafegar. Na Ponte Rio-Niteroi, 97% dos socorros prestados sao para vefcuios com mais de 15 anos de fabricagao, que nao oferecem nem 50% das condigoes mfnimas exigidas para rodar nas vias publicas. Na Avenida Bra sii, 25% das retengoes sao cau-
sadas por defeitos devido 6falta de manutengao, e a CET Rio constatou que, em media, 20 vefcuios quebram, diariamente, no interior dos tuneis Rebougas e Dois Irmaos, por deficiencia tecnica.
Modelo alemao — 0 es tudo eiaborado pelo Serj sugere a inspegao veicuiar no mo delo que e adotado na Alemanha e outros pafses. "Seriam verificados, sem desmonte de nenhuma pega do vefculo, itens como suspensao, freios, diregao, emissao de gases, pneus e rufdos. Tambem seriam checados outros detalhes como o estado de fixagao dos cintos e dos encostos de cabega, pontos de corrosao e folgas na parte infe rior, alem de identificagao do chassi do vefculo", explica Lu cio Marques.
Atualmente, no Brasii, para obter 0 prdximo licenciamento, OS carros passam por uma vistoria rapida nos Detrans, onde sao checados apenas o numero do chassi, extintores e, no ma xims, OS farois. Lucio Marques aponta beneffcios que ocorrerao imediatamente com a pratica da inspegao veicuiar. "Diminuiria muito os custos hospitalares e os encargos do Estado, ja que as cifras de aci dentes fatais nas estradas brasileiras sao alarmantes; terfamos um controle rfgido da emissao de gases poiuentes; maior seguranga tanto nas questoes de transits, quants no mercado de automdveis; ma nor consumo de combustfvel; e acarretaria ate a aiavancagem no setor de pegas, ja que os carros que nao passassem pela inspegao veicuiar teriam que fazer reparos e repor pegas".
Para a seguradora, acrescenta, haveria condigoes de seie-
cionar o rises e verificar con digoes de circulagao dos vefcu ios, apos 0 conserto.
Setores afins — Lucio Marques acha que e necessario sensibilizar setores afins que se beneficiarao com uma melhor qualidade da frota em circula gao, como a Federagao das Industrias, os Anjos do Asfalto, o Ibama, a Anfavea, o Sindipegas entre outros, alem do proprio Estado que veria reduzir os custos dos seguros. "Flouve uma redugao de 20% nos casos de roubo e furto em 1995, comparados com 1994, mas os aci dentes de transits continuam registrando altos indices na cartelra de Automdveis", com pare.
Segundo o estudo do Sin dicato das Seguradoras, nao poderao ser credenciados para realizar a inspegao veicuiar, empresas que efetuem transporte terrestre por vefcuios automotores, fabricantes ou empresas que trabalhem com montagem, importagao, venda ou revenda de vefcuios, empresas de peritagem ou corretagem de venda de vefcuios ou empresas de servigo de registros, licenciamento, empiacamento, reparos ou recuperagao de vefcuios (oficinas).
Os testes compietos devem demorar cerca de 15 minutos e OS custos para os usuarios estariam entre R$ 20,00 a R$ 30,00. Segundo Lucio Mar ques, a implantagao da ins pegao veicuiar podera ser feita de modo terceirizado, ja que existem pelo menos 10 em presas que operam o sistema, como e 0 caso da Delphos, associada h Portuguesa Controlauto.
Por Dylza Freitas
TRANSITO
a
"Do total da frota de veiculos do Rio (2,2 milhoes), 15% a 20% nao teriam condi^oes de trafegar"
REVISTA DE SEGUROS 24 JANEIRO / FEVEREIRO MARQO DE 1996 JANEIRO / FEVEREIRO MARQO DE 1998 25 REVISTA DE SEGUROS
Municipal: agenda repleta de espetaculos ate o final do ano □maioremaisbonito
teatro do Rio — o Municipal — comega 0 ano de 1996 com muitos projetos e uma extensa programagao de musica e opera. Apesar da crise que atingiu, no fi nal do ano passado, o corpo de baiie do teatro, a casa retoma suas atividades e o clima e de renovagao. As verbas para as produgoes deste ano ainda nao foram definidas e dependem da aprovagao da Assembleia Legisiativa e do Governo do Estado. No ano pas sado, a verba total para a produgao do Teatro Municipal foi de R$ 2 milhoes.
Para o diretor Emilio Kaiii, mesmo antes de saber qual o va lor das verbas, o Teatro Munici pal tem dois excelentes motives para comemorar. Uma boa notfcia para o publico e que ele vai saber com antecedencia toda a programagao de espetaculos, ja que a agenda de espetaculos esta fectiada ate o final do ano. Para o prdprio Municipal, a boa nova sao as obras do anexo — que vao comegar em abril —, que vai permitir que o teatro passe a ser utilizado apenas para a realizagao de
Fachada do Teatro Municipal, no centro do Rio: cinco tipos diferentes de seguro prote^m^ o predio, suas obras de arte, seu mobiliario e sua frota de veiculos
espetaculos. "0 publico vai poder selecionar o que Ihe interessa, independente do sucesso do me mento. Isso 6 0 que acontece no mundo inteiro".
Faltade espago—0 projeto do anexo preve a criagao de salas de ensaios eescritorios para
a administragao, o que deve resolver de vez o probiema cronico da falta de espago que afeta o tea tro. 0 Ministdrio da Gulturaja deu a primeira parte da verba para o infcio das obras e a Fundagao
Roberto Marinho tambem vai participar do projeto. A ideia e entre-
Ravel e Gershwin. Os concertos com a Orquestra Sinfonica e o Core do Teatro terao a participagao de regentes e solistas convidados, entre eies os maestros
-Roberto Duarte, Diogo Pacheco, Mcirio Tavares e Roberto Tibiriga, e OS solistas Maude Salazar (so prano), Sonia Maria Strutt (pia no), Linda Bustani (piano), Pau lo Sergio Santos (saxofone), Turfbio Santos (violao) e Wagner Tiso (piano). Estao previstos tam bem tres concertos extradrdinarios: a Camerata Antigua de Curitiba (abril), o Quarteto Guarneri (maio) e o Ensemble Intercontemporain, sob a regencia de Pierre Boulez (novembro).
Emflio Kalil: reformas no teatro e problemas com o corpo de baiie
Os contratos de 27 bailarinos foram considerados invalidos pela Procuradoria Geral do Estado, e estasvagas, ate ofechamento desta edigao, ainda nao haviam sido preenchidas.
gar tudo pronto em 1997.
Na agenda deste ano, a temporada de concertos inclui um ciclo Viila-Lobos, que comega em marge e vai ate agosto, e reune obras do maior compositor erudito brasileiro com pegas de De bussy, Stravinsky, De Falla, Bach,
Canto Imco —Atemporada de 96 preve a apresentagao de cinco operas, sendo uma delas totalmente inedita no Rio. Serao tres recitas de Elektra, de Richard Strauss (abril e maio), duas de Fidelio, de Ludwig van Beethoven (junho), cinco de La Boheme, de Giacomo Puccini (agosto), quatro de Norma, de Vicenzo Bellini (outubro) e tres da inedita 0 Nariz, de Dimitri Shostakovich (no vembro). Esta ultima e uma comedia cantada e sera apresentada pela primeira vez ao publico carioca numa produgao completa do Teatro de Opera de Camara de Moscou, que vem com a orquestra, regente, figurinos e cenarios. Enquanto orquestra e coro navegam num mar de tranquilidade, o corpo de baiie vive no centro de um turbulento maremoto. A programagao prevista para maio e junho foi cancelada, depois de um rumoroso confronto entre os bailarinos e a diregao do teatro — ieia-se o diretor gerai EmiiioKalileo diretor do bale, o trances Jean Yves Lormeau. Os problemas comegaram em dezembro do ano passado, quando, atraves de uma liminar, os baila-
rinos impediram judicialmente a realizagao de uma avaliagao de elenco, que seria feita por coredgrafos internacionais. 0 coredgrafo John Clifford, encarregado das coreografias de Balanchine, esteve noteatro paraselecionaro elen co, mas foi impedido pelos baila rinos. Acabou indo embora e os bales foram cancelados. A liminar foi revogada no final de fevereiro.
Segundo Kalil, compete ao coredgrafo dizer quem vai dangar
Municipal
E da competencia do go verno do Estado cuidar do patrimonio e do seguro patrimo nial do teatro. 0 predio, as obras de arte, o mobiliario e os carros que atendem ao teatro sao segurados pelo Banerj Seguros. 0 Teatio Municipal tem cinco tipos diferentes de seguros: contra incendios, raios, explosoes, que protege todo o predio e seu conteudo, no va lor de R$ 38 milhoes; seguro de riscos diversos para as obras de arte, no valor de R$ 2,74 milhoes; seguro debilheteria e de transporte de valo-
e como vai ser dangada sua obra. Esse e um procedimento normal em todos os teatros do mundo e John Clifford acabara de fazer a mesmaavaliagao na Operade Pa ris. "Recebi uma carta dos Estados Unidos dizendo que, lamentavelmente, o contrato estava cancelado. Isso nao e bom para o te atro, nem para os bailarinos e muito menos para uma progra magao que se pretende seria", la ments Kalil.
nao tem seguro
res, no valor de R$ 236 mil; seguro de fidelidade, que envolve 0 trabalho da tesouraria e da bilheteria, no valor de R$ 102 mil; seguro dos carros que atendem ao teatro, no valor de R$ 133 mil. 0 teatro nao tem seguro para os artistes.
Ogaucho Emilio Kaiil, que ja esteve S frente do Grupo Cor po, de Belo Florizonte, e vem de uma gestao bem sucedida no Teatro Municipal de Sao Paulo, tem mais tres anos atb 0 final do mandate do governador Marcello Alencar para por a casa em ordem. A
Maquina inchada — Emi lio Kalil preocupa-se tambem em enxugar a maquina que fazfuncionar o teatro, segundo ele completamente inchada. Seu projeto e diminuir em 20% o numero de funcionarios, af inciufdas as pessoas que ja deveriam estar aposentadas, mas continuam trabaIhando, e outras que, por um motivo ou outro, estao incapacitadas de trabalhar. "0 teatro tem condigoes de fazer um excelente trabaIho sem essa quantidade de gente",afirma.
Atualmente sao 612 funciona rios, incluindo coro, orquestra, corpo de baiie e pessoal adminis trative. Do total de funcionarios, apenas 229 pertencem ao quadro artfstico: 79 bailarinos, 85 musicos fixes na orquestra e 65 cantores no coro.
Por Dulce Caldeira
para artistas
ultima grande reforma foi em 1975 e, dezanos depois, o te atro entrou novamente em obras, desta vez parciais. Est^ na bora de uma completa re forma estrutural. 0 anexo e o primeiro passo na diregao da valorizagao de todo o patrimonio do teatro. "Depois que o novo predio estiver pronto, qualquer reforma que for feita aqui dentro tera uma durabilidade maior do que teve ate ago ra. Primeiro vamos fazer o ane xo e, depois, restaurar o tea tro, para que ele possa aguentar mais 100 anos".
CULTURA
REVfSTA DE SEGUROS 26 JANEIRO FEVEREIRO MARQO DE 1996 JANEIRO FEVEREIRO MARQO DE 1996 27 REVISTA DE SEGUROS
Fraudes contra o seguro de DPVAT
□segurodeDPVATe
cada vez mais conhecido de toda a populagao, gragas a divulgagao que a propria Fenaseg vem dando ao seguro, para que sejam cumpridos os objetivos sociais com que foi criado.
Se e sempre maior o numero de cidadaos brasileiros que se beneficiam das indenizagoes ou dos reembolsos que esse seguro propicia, de outro lado e certo que as fraudes cometidas contra esse seguro crescem em proporgoes que nao guardam relagao com o aumento da real sinistralidade.
Em determinado momento, OS pedidos de reembolso de despesas medico-hospitalares e que assustavam, quando os valores reclamados eram muito exacerbados. Hoje, o que e aiarmante e a constatagao da quantidade de documentagao falsa que instrui os pedidos de indenizagao por mortes em acidentes de transito.
0 servigo de auditoria do Convenio de Seguro de DPVAT sempre flagrou, principalmen-
□ Pedro Paulo Negrini Advogado Assessor do Convenio de Seguro de DPVAT
Brasil vale muito pouco, e que OS registros de ocorrencia de morte por acidente de transi to, em algumas regioes do pals, sao efetuados para fins de recebimento de seguro. Nao fosse essa finalidade, a perda da vida sequer seria registrada. Apuragao de culpados, em inqueritos policiais para punigao daqueles que infrigem as normas do artigo 121, paragrafo 3- do Godigo Penal (homicfdio culposo), e medida cuja adogao e demais exigir se a propria vida nao tem qualquer valor.
tidoes de registros imaginarios. Isso facilita aos fraudadores fazer nascer ou fazer morrer uma pessoa. Criam-se inqueritos policiais, forjam-se laudos do Instituto Medico Legal, celebram-se casamentos entre pessoas que jamais existiram.
Os proprios quadrilheiros procuram as seguradoras, para receber as indenizagoes
A documenta gao forjada e preparada com maestria, sendo diffcil a percepgao da falsidade ma terial. Quando a falsidade e so ideologica — ou seja, so 0 conteudo e falso, sendo bom o papel onde foi langado — detectar a fraude e assunto para peritos.
Nao se diga que tal falsa documentagao e preparada por familiares de vftimas, ou por estas prdprias quando restaram vivas apos um acidente de tran sito. Nao sao essas pessoas que fabricam falsos documentos.
bir a pratica criminosa a medi da anteriormente posta em pra tica, de se oferecerem representagoes com pedido de instauragao de inqueritos polici ais. A auditoria do DPVAT fez instaurar centenas de inqueri tos policiais, oferecendo 'notitia criminis' k Polfciaouao MiniS; terio Publico. E certo que foram instaurados inqueritos policiais e agoes penais contra fraudadores. Mas as prisoes eram pouqufssimas. Na realidade nunca se teve notfcia de nenhuma prisao.
Agorajaacontecem prisoes em flagrante e, provada a formagao de quadrilhas, e possivel manter os acusados em prisao.
departamento jurfdico do Con venio conseguiu judicialmente a aplicagao da medida processual penal de sequestro des ses bens, sendo que os valo res a eles correspondentes voltarao aos cofres do seguro de DPVAT.
Ja em dezembro de 1995, efetuou-se a prisao em flagrante de outro corretor de seguros, pego ao receber indenizagoes indevidas e ao qual ja haviam sido pagas outras indenizagoes geradas em processos montados com documentagao absolutamente falsa.
Ha centenas de processos de indenizagao cuja falsidade documental ja se provou. 0 departamento de auditoria do Convenio de Seguro de DPVAT tera muito trabalho a cumprir e sobrarao diligencias polici ais e agoes penais a serem executadas.
sionam nossa sociedade e os que geram imediatas agoes da Polfcia e Ministerios Publicos. So OS crimes de sangue sensibilizam nossa sociedade a ponto de clamar agoes rapidas e energicas. Ha certa condescendencia da sociedade em relagao a criminosos inteligentes e espertos, que tomam proveito e tiram vantagens em relagao a pessoas jurfdicas, principalmente as de direito privado. 0 que se espera e que toda a sociedade compreenda 0 carater social do seguro de DPVAT e que perceba que esse seguro pode ser levado a quebra, como ja o foi o sistema publico de saude e da previdencia. A fraude pode gerar rombos incalculaveis e ehoje a maior preocupagao do Con venio.
te nos processes de regulagao de sinistros provindos das pequenas cidades do Norte e Nordeste do Pals, alguma docu mentagao falsa, pela qual se criava urn acidente inexistente ou se aumentava o numero de vftimas em urn acidente que realmente ocorrera.
E que nessas pequenas e
pobres cidades, distantes das capitals, dos longfquos Estados do Norte ou Nordeste, sao escassos OS policiais formadose sao imprecisos os livros e os registros policiais. 0 que dizer, entao, das certidoes extrafdas desses registros inexistentes?
Mais do que tudo, sempre se percebeu que a vida humana no
Sucede que mais recentemente comegaram a surgir, e logo atingiram volumes inacreditaveis, documentos falsos nos Estados do Rio de Janeiro e Sao Paulo. Ja Maranhao, Tocantins e Goias, onde a criagao de falsos documentos sem pre foi pratica ordinaria, passaram a ser Estados de onde toda a documentagao deve ser considerada suspeita.
A informatizagao dos sistemas de emissao de certidoes permits que impressoras de pequenos micros emitam cer-
Os falsos documentos sao preparados por quadrilhas de fraudadores, formadas com pes soas que detem um mfnimo de conhecimento sobre o seguro de DPVAT. Preparados os fal sos processos de indenizagao, OS prdprios quadrilheiros apresentam-se as seguradoras, para receber as indenizagoes.
No infcio de novembro, na cidade de Sao Paulo, foi presa uma quadriiha que ja havia recebido uma dezena de indeni zagoes geradas em processos de falsa documentagao. A au ditoria do Convenio passou a adotar a pratica de efetuar prisoes em flagrante.
Nao foi suficiente para ini-
A quadriiha que foi presa em Sao Paulo mandou um corretor de seguros buscar cheques no caixa de uma seguradora. Foi preso o corretor de seguros, mais sua noiva que 0 esperava no carro e tinha seu nome na procuragao que os autorizava a receber cheques.
Foi preso mais outro elemento da quadriiha e tambem ofraudador principal, em cuja casa foram apreendidos microcomputadores e programas de computagao que permitiam a emis sao de qualquer tipo de documento oficial.
Dessa quadriiha foram apre endidos um vefculo importado Volkswagen Golf e uma casa, confessadamente adquiridos com OS proventos dos crimes praticados contra o DPVAT. 0
Um cidadao maranhense, que se especializou em criar falsa documentagao para fundamentar pro cessos de inde nizagao de" DPVAT, tem expandido suas atividades e atuado em varios estados brasilei ros, sendo que ja se constatou sua agao em Estados do Sul, como Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Tocantins. Logo mais, ele sera flagrado em agao, embora se vaiha de muitos parceiros que escondem sua atuagaqpessoal e sua identidade. E certo que os chamados crimes de "colarinho branco" nao sao os que mais impres-
de pode gerar rombos incalcula'veis e e a maior pacao do convenio
A frau preocu
Duas indagagoes finais se impoem ante o quadro apresentado; quanto de documen tagao falsa estara sendo apresentada a outras carteiras de seguro, maiores do que a carteira de segu ro de DPVAT?
Segunda questao: se OS fraudadores agem com ousadia contra instituigoes privadas, como a do segu ro, 0 que nao fazem e o que nao conseguem fazer contra instituigoes estatais?
0 Convenio de Seguro de DPVAT esforga-se para impedir que os fraudadores surrupiem da sociedade os recursos que sao destinados a minorar as perdas dos acidentados de transito.
ARTIGO
REVISTADE SEGUROS 28 JANEIRO / FEVEREIRO / MARQO DE 1996 JANEIRO/FEVEREIRO/MARgO DE 1996 29 REVISTA DE SEGUROS
lencia ou liquidagao."Nosso ob jetivo e acabar com as incertezas que rondam o setor", diz.
Setor quer garantir ressarcimento em casos de falencia ou liquida^ao
lesestaoentreoscampeoes de queixas no orgao de defesa do consumidor, masquerem fazer as pazes com os clientes. No ultimo Congresso Nacional de Consdrcios, realizado entre 13 e 15 de dezembro, em Curitiba (PR), as administradoras resolveram criar o seguroconsdrcio. Com uma proposta de funcionamento semelhante a do seguro depdsito sugerido pelo Banco Central para instituigoes bancarias, o novo produto visa reconquistar a confianga do con sumidor no sistema de consdrcio. Com todas as despesas pagas pela prdpria administradora, 0 produto e a garantia de res sarcimento do consorciado em caso de falencia ou liquidagao. Seelevingar, ocliente teraodireito de receber o percentual pago ate a data em que a falencia foi decretada. A previsao da Associagao Brasileira de Administradqras de Consdrcio (Abac) era de que o seguro entrasse em vi gor ate margo.
"0 consorciado nao tera que desembolsar nada'para usufruir desse seguro. A despesa serd
coberta pelas administradoras, mas nao havera obrigatoriedade", explica Vitor Bonvino, presiden ts da Abac. A nova modalidade de seguro nao depends da aprovagao do Banco Central para entrar em vigor, pois trata-se de uma decisao da associagao das admi nistradoras que sera implantada com seguradoras privadas. "Esse seguro e muito importante para o fortalecimento do sistema de con sdrcio no Brasil. Queremos que o consorciado receba essa protegao", afirma o presidents da Abac.
Denuncias — Bonvino tem muitos motivos para estar preocupado com a opiniao do con sumidor. No ano passado, o se tor — que apresenta um patri-
Vitor Bonvino moniolfquido de R$1,2bilhaoe reune 462 administradoras,sendo
314 filiadas d Abac — somou quatro mil denuncias no Progra ms Estadual de Orientagao e Pro tegao ao Consumidor (Procon), Banco Central e Uniao Nacional de Consumidores Consorciados (Unacon). Das 493 reclamagoes
registradas no Procon, a maioria se refers a bens que nao foram entregues, cobranga abusiva e quebra de contrato. Mas os cerca de 2,8 milhoes de consorciados brasileiros—numero divulgado pelo Banco Central em novembro de 1995 — nao podem comemorar. 0 novo sistema so beneficiara os grupos abertos apds a entrada do seguro em vigor.
Numa area que divide as opinioes dos consumidores,o seguro sugerido pela Abac parses ser feito sob medida para reaquecer a relagao consbrcio/consorciado, mas cautela nunca e demais. Responsavel pela fiscalizagao do setor desde 1991, o Banco Central ja alterou a legislagao que rege o fun cionamento do consdrcio diversas vezes.0 alvo dessas mudangas tem se dividido entre a restrigao e o incentive ao consume. Apesar de estarem sob os olhos atentos do BC,ainda ha adminis tradoras que se beneficiam da falta de informagao de seus clientes. Bonvino comenta que desde maio de 1991, quando o Banco Cen tral passou a fiscalizar o consdr cio no pats, 65 administradoras ja entraram em processo de fa-
Aideiadeimplantagaodoseguro-consdrcio, aprovada com louver pelas administradoras e inclufda na "Carta de Curitiba", pode ficar na memdria do consor ciado apenas come uma boa intengao. Bonvino explica que, devido ao seu ineditismo, o seguro pode ficar apenas no papel."Consultamos algumas pessoas do mercado que ainda nao sabem come seriam ieitos os calculos do valor do premie", comenta o pre sidents da Abac. A dificuldade de encontrar uma operagao que revele a quantia correspondente ao valor exato do premie pode condenar o seguro-consdrcio a ape nas uma ideia legal. Masopresidente da Abac garante que, se a implantagao do seguro for in-
Paulo Roberto Braz Magarintio
viavel, o consorciado nao saira perdendo.
"Nao tenho conhecimento de um seguro dessa natureza em outros pafses. Se nao contornarmos OS problemas com a ausencia de parametros para basear os valores pages pelas ad ministradoras, a safda e transformar o seguro-consdrcio numa especie de fundo. Espero que tudo isso esteja resolvido ate o final de margo", esclarece, acrescentando que o mais importante e estabelecer um mecanismo que proteja o consorciado.
Falta de garantia — No mercado de seguros, a criagao do novo produto ja desperta polemicas. Paulo Roberto Braz, superintendente Tecnico da Sul America Seguros, acha que o produto esta fadado ao fracasso. "E pouco provavel que o se
guro-consdrcio entre em vigor", diz Braz. Ele fundamenta sua desaprovagao na falta de garantias para a seguradora. Na sua avaliagao, em posigao oposta d de uma industria, as administrado ras de consdrcio — que gerenciam capital — nao tem bens para oferecer como garantia em caso de sinistro.
"Pago uma comparagao com OS bancos, porque tambem acredito que o seguro depdsito nao tem chances de dar certo. Um banco vive da administragao do capital de outras pessoas. Se um banqueiro resolve sumir com todo 0 dinheiro. 0 que acontece? Num pals, onde a legislagao de crime de colarinho branco e muito fragil, e diflcil ter seguranga e estabilidade em areas como a de instituigoes financeiras", justifica Braz.
CONSORCIOS
REVISTA DE SEGUROS
^ -liinnn-fci-n
"Nosso objetivo e acabar com as incertezas que rondam o setor de consorcios"
30
JANEIRO / FEVEREIRO / MARQC DE 1996
"Administradoras nao tem bens para oferecer como garantia, em caso de sinistro"
Banco Pontual □ BANCO DE RESULTADDS Rua Haddock lobo, 6S4 - Tel. : (Oi l ) CEP: □1414-COO - Sad Pauld 3 □ 6 7 5 P 3 V □ □
Cultura trash\ a busca pelo que ha de pior nas artes
m grupo de rapazes escrachados e muito irreverentes tornou-se 0 maior fenomeno da musica brasileira dos ultimos tem pos. A receita do sucesso do Mamonas Assassinas era simples: acordes de rock'n roll e letras de musiquinhas que adolescentes inventam para provocar a humanidade. A carreira relampago do grupo — que em apenas oito meses vendeu 1,8 miltiao de cdpias de um unico disco — tambem terminou de forma fulminante: um acidente de aviao na Serra da Cantareira, em Sao Paulo, na noite do dia 2 de margo, matou de uma so vez os cinco integrantes do MamonasAssassinas,alem do piloto, co-piloto e dois assistentes do grupo.
Mas 0 sucesso da banda nao sb fez escola,como revelou a existencia de um publico que se caracteriza pelo culto a produgoes de gosto duvidoso: os amantes do trash. Em Janeiro, enquanto o Mamonas Assassinas enlouqueciam a plateia durante um show no Metropolitan, o Sesc da Tijuca montava uma progfamagao espe cial para os amantes da trashma-
Rilmar da Rocha Moreira, da Sul America:"Meu compromisso 6 com a diversao"
nia,com direito a participagao das musas de filmes B(B-movies nos EUA) Brinke Stevens e TinaDesiree Berg. Sucesso absoluto de um publico que so vibra em contato com 0 que ha de mais malfeito no cinema, em video, histdrias em quadrinhos e musica.
Diversao — Sem perfil definido, OS amantes do trash—que em ingles significa lixo—nao dao a menor bola para quem acha que seu gosto e duvidoso e ate brega. Eles querem e diversao. Tambem naoformamqualquertipodegue-
to e podem ter as mais diversas atividades profissionais. 0 unico denominador comum e a busca pelo que ha de pior nas artes. 0 superintendents de Incentive e Divuigagao da Area de Produgao da Sul America Seguros, Rilmar da Rocha Moreira, joga nesse time e garante que o trash nao faz mal para os neurdnios. Funciondrio de uma das empresas que mais in vests no patrocinio de eventos de cultura erudita no pais, Moreira e ecletico quando o tema e preferencias culturais.
Pai de dois adolescentes e de uma menina de oito anos, Morei ra ainda nao conseguiu passar seu hobby para a prole. Mas ja venceu algumas barreiras. "Eles implicam com algumas coisas, acham esquisitas, mas acabam se divertindo. As vezes, estou vendo um dos meus seriados prediletos e eles comegam a falar mal, mas um tempo depois ja estao sentados do meu lado rindo d bega", conta Moreira, que e fa de carteirinha dos desenhos animados japoneses."Quanto mais antigo for 0 seriado ou desenho, maior e o meu prazer", confidencia.
Os cinco integrantes 6.0 MammiasAssassinas: sucesso relampago e morte tragica
"Compro muitos gibis e vi deos de onda. As vezes, passo meses atras de um disco ou de uma fita de video com um seriado da decada de 50 que, para muita gents, e trash. Mas meu compromisso e com a diversao", diz eie, que e fa de seriados como "Nacionai Kid", "Uitra Man" e "Capitao Marvei". Ate o veiho e bom Batman esta na iistinha do superintendents da Sul America. "Mas estoLi me referindo ao Batman de oreiha cafda. E o ma xima",acrescenta.
Atragao por gIbis — Mo reira conta que comegou a se sentir atraido por gibis com desenhos horrorosos e musicas diferentes aos 15 anos,quando saia em bus ca de discos que seus amigos nem imaginavam que existissem.
Depois de descobrir sua paixao por gibis recheados de personagens desastrados, desenhos terriveis e enredos fracos, Moreira descobriu que nao havia mais jeito. Sua vocagao para cagar perolas da cultura pop ja estava selada muito antes dos brasileiros descoiados inventarem o termo trash para designar a produgao cultural duvidosa.
Roleiro — Manfaco por dis cos e gibis antigos, Moreira montou um roteiro que recomenda para quemquisersetornarumintegrante de um clube de cuMatrash(ver box). Nessa lista, estao livrarias e iojasdediscosdocircuitoCentroTijuca. Mas isso nao querdizer que OS amantes do trash nao encon-
trem bons motivos para alcangar0 Nirvana em outros locais da cidade."De repente se acha um gibi ou um disco num lugar onde se esta indo pela primeira vez",alerta. Um dos enderegos preferidos deie e 0 tempio da cultura trash impressa: Banca do Osny, na Avenida Rio Branco esquina com Rua da Assembleia, no Centro. Na discoteca do superintendente da Sul America,tern lugar de
destaque os discos "Teievision's Greatest Hits - 50's & 60's", "Teievision's GreatestHits—70's &80's", "MamonasAssassinas"e "Faicao". Para Moreira, os rapa zes do Mamonas buscavam 0 entretenimento e pareciam trazer 0 seio de diversao garantida. Outras perolas que ja marcaram um cantinho cativo na casa de Morei ra sao OS discos "1910 Frutgum CO.", "The B-52's" e "Ohio
Express". "Este ultimo e um dos meus preferidos. Umaverdadeira deifciapara dangar", garante. Em matdriadefilme.oacervo dos eleitos de Moreira reune alguns cults como "A voita dos Mortos Vivos"e a "Mosca da Cabega Branca", um classico da ficgao cientffica. A Iistinha apresenta ainda a obra-prima "AsSete Vampiras", do nao menos trash Ivan Cardoso.
Os preferidos de Rilmar Moreira Onde encontrar sibis trash no Rio r
FILMES QUADRINHOS • GIbl Center
•A Voita dos Mortos •Aguia Negra Rua Constanga Barbosa 152-A - Mdier
Vivos • Kripta
•A Mosca da Cabega • Casseta & Pianeta • GIbl Mania
Branca —s Rua Jurupari 19-E - Tijuca
•0 Homem Cobra SERIADOS
• A Muiher Cobra • Nationai Kid • Alfarrablsta do Rio
•0 Segredo da Mumia • Uitra Man Rua da Assembleia 85 - Centro
•As Sete Vampiras • Batman
• Pian 9 From Outer • Superman •Banca do Osny
Space • Capitai Marvei , Av. Rio Branco esquina com Rua da Assembleia
• Orgy Of The Dead •Fantasma yk
DISCOS
• Teievision's Greatest Hits - 50's & 60's
• Teievision's Greatest Hits - 70's & 80's
• Ohio Express
• 1910 Frutgum co.
• TheB-52's
• Mamonas Assassinas
• Faicao
• Rarity Mercado de Discos
Rua Sete de Setembro 132 - 3® andar - Centro
• Cla. dos Quadrinhos
Rua Marques de Abrantes 168 Ij. 28 (551.8104) - Flamengo
Rua Francisco Sa 95 Ij. E (521.8289) - Copacabana
• Gibiteria e Barbaros Magics
Av. Rio Branco 156 - Slj. 349 (262.1483) - Centro
I
MAD
REVISTA DE SEGUROS 32 JANEIRO / FEVEREIRO / MARgO DE 1996 JANEIRO / FEVEREIRO / MARQO DE 1996 33 REVISTA DE SEGUROS
Golden prioriza seguro-saude e Unibanco passa a controlar duas seguradoras
□cantodesereiado
mercado de seguros — qua vem despontando como urn dos setores mais promissores da economia nacional — esta provocando mudangas estruturais nas empresas. Os exemplos recentes da Golden Cross, que desde janeiro decidiu parar de ven der pianos de saude e passou a atuar apenas atraves de sua seguradora; e do Unibanco, que adquiriu 60,6% das agoes do grupo Sul America na seguradora Sul America Unibanco (SAU), tambem em janeiro, ilustram a movimenfagao das companhias, na luta pela conquista de fatias maiores do mercado, A Golden Cross iniciou esse ano uma ofensiva para se tornar a terceira maior empresa de seguros do mercado. "Vamos ficar atras apenas da Sul America e do Bradesco", promote o vicepresidente comercial e de Marke ting, Alberto Bulus. Mas os pia nos ja vendidos pela empresa continuam valendo e so serao transformados em seguro ^ medida em que fVem vencendo.
Pianos varlados —A in-
vestida da empresa, que tern 700 mil pessoas na carteira de segurados e 1,2 milhao na de pianos de saude, inclui o langamento de produtos na area de seguro-saude com coberturas para doengas Infecto-contagiosas e Aids, inclulndo internagao para 365 dias e assistencia pessoal 24 boras. A expectativa, de acordo com Bulus, e obter um aumento de 70% nas vendas. "Para conseguirmos atingir nossa meta, tambem estamos nos preparando para langar novos produtos nas areas de previdencia privada, seguro de vida, seguro contra incendio e acidentes pessoals", adlanta.
Os pianos da Golden Cross seguradora sao varlados. Ha o piano de assistencia individu al, 0 Vip e 0 Dame, empresarial. Eles se apresentam em duas modalidades: hospitalar e medica e hospitalar. Todos dao direito a atendimento de livre escoiha com garantia de reembolso de acordo com o contrato. Os novos seguros da Gol den incluem itens que sao incorporados ao piano de acor-
"Nossa ideia e saltar para US$ 850 milhoes em volume de premies, este ano. Mas tudo depende de como a economia vai andar. Estamos a
Antonio Trindade do com 0 desejo do cliente basta 0 usuario pagar mensalmente pelo extra. Um exempio: se 0 segurado quiser, por R$ 4,80 a mais ele tem direito aos
servigos da Golden Med de as sistencia domlciliar no Rio, Sal vador, Sao Paulo, Brasilia e Re cife.
Com essa estrategia agressiva, a empresa quer consolidar uma posigao de lideranga no setor. "Iniciamos essa mudanga em 1989, quando criamos a segu radora e langamos o seguro-sau de dois anos depois. Acho que e essa a tendencia das medicinas de grupo", avalia Franklin Padrao, Superintendente Comer cial da Golden. A Golden Cross, que por anos manteve uma hegemonia inabalavel no setor de assistencia medica privada, esta agitando o mercado com seus projetos de crescimento. A em
presa vai investir mais de R$ 18 milhoes em marketing este ano. Tambem vai ampliar seu aten dimento domiciliar, o servigo conhecido como Golden Med, e inaugurou, em fevereiro, um ser vigo completo de ressonancia magnetica no Hospital Sao Lucas, no Rio de Janeiro. Novos negoclos — A compra do Banco Nacional nao so tornou o Unibanco um dos maiores conglomerados financeiros do Pafs como fez a instituigao abrir o apetite por no vos negdcios. E o filao que o Unibanco pretende explorar e o mercado de seguros. Na verdade, 0 banco esta voltando a algar voos solos numa area em
que, por 14 anos, atuou somente em parceria — e de forma minoritaria — com a Sul America Seguros, numa empresa de nome Sul America Unibanco.
"Quando o banco comprou 0 Nacional, comprou tambem a Nacional Seguros. Como passou a ter 100% de participagao numa seguradora, achou melhor ter 100% na outra tambem. Por isso, adquiriu a parte da Sul America na sociedade", conta Antonio Trindade, diretor comer cial da futura Unibanco Segu ros. 0 Unibanco tinha 33% de participagao e a Sul America, 67%. A negociagao, segundo Trindade, ocorreu da forma mais cordial possfvel.
A empresa pretende, agora, atuar mais agressivamente no mercado, principalmente no ramo saude. "A Nacional nao tinha esse produto, vamos langa-lo", diz Trindade. 0 seguro de automo veis responds por 40% da car teira da Nacional. 0 restante e dividido entre o ramo vida e elementares. Ja a Sul America Uni banco, conhecida como SAU, tem um mix de carteira mais diversificado. Automoveis lideram com 40%, seguido de ramos elementares com 25%, vida com 20% e saude com 15%.
0 Unibanco e a Sul Ameri ca, contudo, mantem inalteradas suas participagoes nas hol dings dos respectivos grupos. Isso significa que o Unibanco mantem a participagao no conselho de administragao da Sul America, por conta do controle de 5,56% das agoes do grupo, e este, igualmente, garante a sua presenga no assento do conglomerado financeiro, pelo fato de responder por 2,5% do controle acionario.
Como a Susep ainda nao autorizou a mudanga das razoes socials, 0 grupo segurador Uni banco hoje e formadd pela Na cional Seguros e pela Sul Ame rica Unibanco, A primeira vai se chamar Unibanco Seguros e a segunda tera um novo nome ainda nao definido. Hd ainda, a possibilidade das duas em presas se fundirem numa so.
Base operacional Com as duas seguradoras, o grupo Unibanco dispora de uma das maiores bases operacionais, ao reunir, em 10 estados, 764 postos de atendimento aos clientes; outros 51 para assisten cia aos seus 10 mil corretores; alem de uma frota segurada de 270 mil automoveis e 440 mil segurados na carteira de vida.
Para conquistar mais espago e se manter entre os quatro maiores do mercado, o grupo segurador Unibanco vai inves tir, esse ano, US$ 10 milhoes em marketing. A ideia e fazer o volume de premios das duas em presas, que no ano passado somou US$ 710 milhoes, saltar para US$ 850 milhoes em 1996. "Tudo depende de como a eco nomia vai andar. Estamos a re boque", avalia Trindade.
Apesar da venda da SAU, que respondia por 12% do faturamento do conglomerado, a Sul America nao devera perder a li deranga do mercado em volu me de arrecadagao de premios, garante o seu presidente, Rony Castro de Oliveira Lyrio. "Mesmo sem a arrecadagao proveniente da Sul America Unibanco, manteremos a dianteira na produgao do mercado, ate porque vamos dar continuidade a outras negociagoes no decorrer de 96, visando repor os canais de distribuigao perdidos com a safda das agendas do Unibanco", disse ele, Mas nao quis antecipar as transagoes encaminhadas pela Sul America.
Por Simone Goldberg e Vagner Ricardo
EMPRESAS
reboque"
"Estamos preparando mna ofensiva para conquistar a terceira posigao no ranking.
Vamos ficar atras apenas da Sul America e da Bradesco"
Alberto Bulus
REVISTA DE SEGUROS 34 JANEIRO FEVEREIRO MARQO DE 1996 JANEIRO FEVEREIRO / MARQO DE 1996 35 REVISTA DE SEGUROS
pianos de aposentadoria de ren da — sem considerar peculios e pensoes—800 mil participantes.
A reforma e um processo irreversivel e continua na pauta do Governo
industria de Previdencia Privada do Brasil esla perto de ver consolidados os tres pilares necessaries ao seu desenvolvimento. A estabilidade da moeda, que permite a constituigao de reserves de longo prazo,ja e uma realidade no pais desde a adogao do Piano Real; a discussao sobre a reforma da Previdencia Social — mesmo rejeifada pela Camera dos Deputados — trouxe a tone um dado antes submerse na consciencia do brasileiro: o Estado ate pode arcar com parte deste setor, mas e incapaz de gerencia-lo na sua totalidade; e a dedugao no Imposto de Renda dos valores pages aos pianos de previdencia — permitida a partir deste ano — vai trazer para o sistema contribuintes de pouca idade.
A avaliagao e do presidente da Associagao Nacional de Previden cia Privada (Anapp), Luiz Carlos Trabuco Cappi, que diante destas constatagoes enumera alguns conselhos para as seguradoras que ja operam ou pretendem ope-
rar no ramo:d precise investir em pessoal, tormar um solido quadro tecnico — incluindo a contratagao de afuarios — e trabaIhar na reengenharia de produtos."A perspective de reforma da Previdencia Social e irreversivel. A discussao esta apenas no pri-
meiro rounde continua na pauta do Governo e do pats. E uma quesfao de absolute necessidade. Em pouco tempo, teremos novas discussoes mais aprotundadas", preve, Nasua avaliagao, estdprimeira derrota nao quer dizer que a reforma deixou de ser uma pri-
pode chegar a mais de 100%.
Para ilustrar o potencial de cres cimento deste mercado, Trabu co Cappi lembra que nos Estados Unidos ha cerca de 29 mi lhoes de pessoas somente nos pianos individuals, que acumulam reservas da ordem de US$ 550 bilhoes — ou seja, cerca de 10% do PIB daquele pats. Quando a conta inclui todos os fun dos de pensao (abertos e techados) as reservas chegam a US$ 4 trilhoes, 60% do PIB de US$ 6,5 trilhoes. Na Holanda, outro exempio,os pianos de previden cia complementer ja representam 110% do PIB.
Numeros timidos Aqui no Brasil os numeros ainda sao timidos se comparados a estes mercados. Os fundos de pensao techados totalizaram R$ 58,5 bilhoes de reservas em novembro do ano passado,cerca de 10% do PIB — ultimos dados
oridade."Ou se taz a reforma ago ra, garantindo direitos e expectativas, ou se taz depois, sem garantias de nada".
Reservas — As expectativas da Anapp,para o setor de pre videncia privada este ano, apontam para um crescimento que
dispontveis na Associagao Brasileira das Entidades Fechadas de Previdencia Privada(Abrapp), ate 0 techamento desta edigao — e OS fundos de previdencia aberta, R$5 bilhoes.
Mas levada em conta a pouca idade dos fundos de pensao no Brasil — autorizados pela Lei 6.435 de 1977 —,percebe-se o quanto o setor ainda pode crescer. Se a reforma da Previdencia
Social nao cercear a atividade, a Abrapp estima que os ativos dos fundos de pensao devam totalizar cerca de R$ 310 bilhoes, em 2.010.
0 sistema de fundos techa dos, ainda segundo dados da Abrapp, tem 1,7 milhao de participantes de 1,8 mil empresas, e opera com 344 entidades. Os aposentados sao 224,7 mil. As enti dades abertas tern, somente nos
Sao cerca de 60empresas operando no ramo. 0 numero de brasi leiros que ganham mais de dezsa laries mfnimos por mes — e que sao OS consumidores potenciais dos pianos de aposentadoria complementar —, no entanto, chega a 10 milhoes.
Expectativa de vida — Ha um outro fator que, associado ao fracasso da previdencia publica em todo o mundo, contribui decisivamente para o crescimento deste mercado: o aumento da ex pectativa de vida. Segundo Trabuco Cappi, dados apresentados durante um congresso do qual participou nos Estados Unidos no final do ano passado, mostram que 0 americano de classe media vivia menos de tres anos apps a aposentadoria, no infcio do seculo. Hoje, ele vive cerca de mais 21 anos depois de aposentado.
No Brasil, acrescentao presi dente da Anapp, a expectativa de vida do brasileiro ao nascer, em 1950, era de 54 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatfstica (IBGE). Hoje, esta expectativa,tambem ao nascer, e de 65 anos. "Mas se a pessoa chega aos65 anos, depois de passar pelas fases mais diffceis da vida, vive ainda, em media, mais 15 anos", conclui.
UMA PARCERIA SEGURA.
A CNIS - Cadastro Nacional Informatica e Servigos tem desenvoivldo, ao longo de 18 anos, uma estreita relacao de trabalho e confianga com as Companhias de Seguro.
Uma antlga parceria que se consolida com a Negrini Advogados Assoclados.
Velhos amigos, uma parceria segura.
Cadastro Nacional Informatica e Servigos
PREVIDENCIA
REVISTA DE SEGUROS
1
36
JANEIRO / FEVEREIRO / MARQQ DE 1996
Cerca de 10 milhoes de brasileiros ganham mais 10 salaries nimimos e sao consumidores potenciais dos fundos de pensao
'M
"A discussao sobre a reforma da previdencia esta apenas no primeiro round^^
Luiz Carlos Trabuco Cappi
EGRINI ADVOGADOSASSOaADOS
Rua Alfredo Pujol, 1170 - CEP 02017-002 - Sao Paulo - SP - Tel.: {011)959-2999 - Fax:(011)267-2344 JANEIRO / FEVEREIRO / MARgO DE 1996 37 REVISTA DE SEGUROS
Biblioteca do Cedis: Mil volumes dc publica^oes especializadas e cerca de 3 300
Centro de
referencia em Brasilia amplia
falta de informagao sobre seguros no pais e no proprio mercado segurador brasileiro levou a Sasse Seguros a investir num produto atd ha pouco tem po desinteressante: a informagao, um ano vem funcionando na mafriz da seguradora, em Brasi lia, ainda de fqrma embrionaria, 0 Cedis — Centro de Informa-
fao e Documentagao - unico centre de referencia sobre segu ros, previdgncia e capitalizagao localizado na Capital Federal.
0 Cedis ja atende a uma media de 300 consultas por mes, feitas por funcionarios da Sasse, profissionais do setor, professores, estudantes e ate congressistas. Quando o projeto estiver concluido — a previsao e atd o
final deste ano — a capacidade | de atendimento praticamenta | dobrara, afirma a bibliotecaria
Jaqueline Sa Rego Figueiredo, : assessora do Centro de Informagao, !
Sao mil volumes, entre livros, manuals tecnicos, anuarios, relatdrios, jornais e revistas especializados em seguros e areas afins. SP de publicagoes nacio-
co da dados para atander apanas ao publico interne, hoje somando 435 funcionarios. Com o amaduracimanto do projato, pordm, viu-se que sua abrangencia tinha que ser maior. "0 mercado da seguros astd am plena axpansao, tam um potancial anorma, mas falta ao grande publico tomat conhecimento disso", argumanta Viviane Schiatti Ferraira May, bibliotecaria do Cedis.
Assim, 0 Cedis abragou a causa maior de ievar a diversos tipos da pijblicos informagao dgii, precisa, confiavei e,sobretudo, de facii acasso. Jaquelina a Viviane nao escondem a satisfagao da var qua, finalmante, a biblioteca comega a ser vaiorizada no merca do de trabaiho no pats. "Nao se pode mais raiegar a um canto quaiquer uma fonta de conheci mento come essa", avaliam.
A biblioteca, na Sasse, foi transformada num verdadeiro oa sis. A Imagem austere e fria, sem quaiquer personalldade, que costumacaracterizarasbibliotecasde um modo geral, (oi substilufda por um ambianta alaganta, descontrafdo, convldatlvo ao prazer da leitura, "que mais parace nossa casa", na opiniao da seus fraqiiantadoras.
Fenaseg ja tern biblioteca
Tambem na trajetdria da informagao como instrumento basico da trabaiho e alavanca de crascimento, a Fe naseg acaba da colocar h disposigao de seus funclondrlos e do pijblico externo uma bi blioteca, com informagoes atuallzadas, naclonais e internacionals, sobre os mercados
da seguros a areas afins. Seu acervo d composto de livros, obras de referencia, ma nuals tecnicos de seguros,anu arios, periddicos aspecializados na drea de seguros. Informdtica.economiae mais outras are as de intarassa da Fenaseg, incluindo leitura de lazer. Desde fevereiro deste ano,esta sen-
do publicado mansalmenta um boletim contendo Informagoes sobre o acervo bibliografico. Os servigos da biblioteca ja se encontram em fase adiantada de automagao e as solicllagoes de empreslimos podem ser feitas diretamente na biblioteca, na sede da Fenaseg ou por telefone.
nals a estrangeiras existem 70 tftulos. Fla ainda cerca de 8 mil artigos catalogados a documantos de valor histdrico da Sasse, que estao sendo compilados para formagao da sua memdria. Um acarvo qua poucas entidades no Brasil possuam, assinala Jaquelina.
Produgao intelectual
A ideia inicial era criar um ban
Essa alto astral, sagundo Ja queline, deve-se, tambem,ao estilo ingles ligthda decoragao, que inclui objetos de aite conio mbveisanligos, tapetes persas.vaso chines e quadros de pintores famosos como Inlma, Marx, Scliar e Wakabayashl. A vista panoramica d outro atrativo da sala, que estd localizada no 15- andar do modernfssimo Ediffcio Number One.
Servigos e intercambio
— Estao centrallzados no Cedis OS servigos da aquisigao/ ranovagao, amprestimo a consulta/ pasquisa, qua estao sando informatizados para malhor atandar h
O pi'csicleiite da Sasse Seguros, Pedro Pereira de Freiras, e as bibliotecarias do Cedis: Viviane e Jaqueline.
demanda crescente. Para divulga-los, foram criados um Guia do Usuario a um Informativo bimastral. 0 Centro promova, ainda, a circulagao de periddi cos e a divulgagao diaria das leQisiacbesenormaspubiicadas no Diario Oficial pelas unidades da seguradora, 0 Cedis mantam intercambio com entidades naclonais e internacionais, entra alas o IRB, Susap, Funanseg, Fenaseg, Coopead-UFRJ, PUC-RJ, United States Information Service, Insti tute Mapfre, Insurance Informa tion Institute, The Collage of In surance, a Biblioteca da Camara dos Daputados, a tambem com aditoras brasilairas, para troca da
informagoes e documentos. E esta negociando sua participagao na rede do sistema de procassamanto da dados do Sanado Federal, atraves da qual podem ser acessadas 17 bibllotecas de piimeiro niv9l do pais. bem como a rede da Internet.
Novo perfil — 0 Cedis faz parte da estratPgia de crescimento da Sasse, que tern na maior capacitagao da sua mao-da-obra, um de seus maiores allados. "A empresa deu a continuara dando total apoio a inlciativas inovadoras a de resultados positives como 0 Cedis", afirma seu presidanta, Pedro Pereira de Fraitas.
A dacisao do exacutivo 6 coarenta com a filosofia recanta
da seguradora de gerar lucro. Disposta a ravertar a imagam da inoparanta, qua criaram da em presa publica, a Sasse — qua tam seu capital social dilufdo entre uma empresa publica, como a CEF (48%) a seus prdprios funcionarios (52%), atraves da Funcef (Fundagao dos Economiarios Federais)e da Fenae(Fedaragao Nacional das AssociagOes dos Economiarjos) — iniciou, h4 um ano, um trabaiho de mudanga, com enfase em produtividade, qualidade, treinamento a planajamanto. Os resulta dos de 1995 — lucro Ifquldo da R$ 11,5 milhoes, o maior de toda a histbria da Sasse, por exempio — confirmam a tandencia da crascimento da segu radora, ressalta Pedro de Freitas.
Este ano, a Sasse completa 26 anos e vai comemorar a data perseguindo a meta de aumentar a lucratividade sem, antratanto, perder a sensibilidade. Em outras palavras, vai continuar invastindo em seus recursos humanos a apoiando, atravbs de patrocfnios, inlciativas asportivas, culturais a de carater soci al, o qua, na sua avaliagao, ofareca um alto nfval da ratorno aos patrocinadores.
Por Angela Cunha
INFORMA?AO
CDiisultiis por m^s.
REVISTA DE SEGUROS 38 JANEIRO / FEVEREIRO / MARQO DE 1996 JANEIRO / FEVEREIRO / MARQO DE 1996 39 REVISTA DE SEGUROS
Falta de reformas causara redu^ao da atividade economica e mais desemprego
niano de esfabilizagao i & lano de esfabilizagao exige austeridades fis cal e monetaria. Nao existe piano de estabillzagao economica sem o ajuste serio das contas publicas e a consequente desoneragao do Tesouro. A opiniao e consenso entre economistas, que consideram as reformas Fiscal e da Previdencia Social essenciais para a consolldagao do piano economico do governo.
A anallse nao e nova. Desde 0 ano passado, os princi pals analistas economicos do Pais apontam os riscos da naoaprovagao das reformas no que se refere ao sucesso do Piano Real — Inclusive o de perda ' do controle da inflagao, por : muitos anos considerada a causa de todas as mazelas economicas do Brasil. Resultado: tendo em vista o quadro atual, as perspectivas para este ano sao de manutengao dos baixos indices de inflagao, mas com a redugao da atividade eco nomica e 0 agravamento do nfvel de desemprego.
Na avaliagao do economlsta '
e professor do Instituto Brasileiro do Mercado de Capitals (Ibmec), Carlos Thadeu de Freitas Gomes, a economia brasileira nao devera crescer este ano mais do que 3%, Isto porque, segundo ele, o Pafs nao fem condigoes de manter um ritmo maior de crescimento, sob pena de ampliar ainda mais o deficit operacional do governo.
a exempio do que ocorreu no ano passado — de 0,5% em 94, fechou 95 em 3,5%.
Ancora — "Com isso, a tendencia d de aumento do de semprego. A mudanga desta situagao depende da adogao de uma §ncora duradora, que tenha como consequencia o maior equilfbrio do orgamento", afirma 0 ex-diretor da Dfvida Pu-
Carlos Thadeu de Freitas Gomes
fiscal e reformas (como a privatizagao e a da Previdencia).
"0 piano atual esfa anco rado apenas no cambio. E, deste modo,a estabilizagao com cres cimento e posslvel apenas por algum tempo. No longo prazo, nao e posslvel crescer com uma polftica de juros altos sem aumentar a dfvida", diz o econo mlsta. Ele lembra que apenas no exercfcio passado a dfvida publica imobiliaria dobrou, passando de 7% para 11% do PIB — esta hoje na casa dos US$ 100 bilhoes. "Qual o beneffcio de uma estabilizagao a este prego?", questiona.
juntura economica ainda este ano. Ao contrario, ele lembra que, uma vez efetivadas as re formas, 0 primeiro momento sera de aumento do desemprego devido b redugao de pessoal no setor publico. "Mas este e um mal necessarlo. Os problemas do Pafs nao vao se resolver sem uma completa reforma do Estado", argumenta.
Porto Gongalves, porem, ressalta que a redugao dos juros do mercado internacional poderao de alguma forma contribuir para a queda das taxas praticadas no mercado inferno. "0 que, em ultima analise, sera positive do ponto de vista do aumento dos investimentos externos", afirma. A opiniao e partilhada por Carlos Thadeu, que diz apostar na pratica de
juros mais baixos como uma : forma de incentive aos inves- j timentos no setor produtivo. No ano passado, o Brasil recebeu cerca de US$ 2,6 bilhoes em investimentos diretos. A previsao para 96, segundo os eco nomistas, e de um volume de recursos ainda maior.
Esta e tambem a analise do empresario Carlos Fernando Gross, presidents do Sindica-
problemas
to da Industria de Produtos Farmaceuticos do Rio de Janeiro, que aposta principalmente no aumento dos investimentos do setor. Entretanto, ele diz nao acreditar em queda imediata nos nfveis de desemprego."Enquanto 0 Governo mantiver a atual polftica de juros sera muito diffcil garantir o emprego no Pafs", afirma. Carlos Gross tambem se diz receoso com a demora na aprovagao das re formas e a dificuldade do Go verno em equilibrar suas con tas. "Deste jeito, e pouco provavel que o Brasil consiga equacionar problemas como a retomada do investimento direto e o aumento do nfvel de emprego", conclui.
Antonio Porto Gongalves
Por Fernanda Thurler
blica do Banco Central, lembrando ainda que so assim o Brasil podera crescer de 5% a 6% ao ano, sem pressoes sobre deficit. Em coro ao que vem dizendo ha meses os mais renomados economistas brasileiros, Carlos Thadeu argumenta que um piano de estabillza?ao tem de ser ancorado no tripe polftica cambial, ajuste
A pergunta, feita pelo eco nomlsta, mas que certamente vem martelando na cabega de grande parte dos brasileiros, so podera ser respondida a partir da aprovagao das refor mas pelo Congresso. Medida que sera definitiva para o incremento da atividade econo mica do Pafs, com o conse quente aumento do nfvel de emprego, garante o professor da Fundagao Getulio Vargas (FGV), Antonio Porto Gongalves.
Mai necessarlo — Embora se diga otimista, o eco nomlsta afirma nao acreditar em grandes mudangas na con-
"Aprimorar-se e crescer continua sendo o compromisso do setor de seguros com a economia brasileira em 1996", afirma o presidents da Fenaseg, Joao Elisio Ferraz de Campos. Com um faturamento de R$ 14 bilhoes em premlos em 1995, o setor alcangou 2,6% de participagao no PIB. E estudos tecnicos do mercado apontam para este ano crescimento bem acima do patamar de crescimento de 5% previsto para a economia.
Joao Elisio destaca as re formas feitas pelo Governo como forma de alavancar e consolidar a atividade segu-
radora no pafs. "As mudan gas que comegam a acontecer como o fim do monopblio do resseguro, ja aprovado na Camara dos Deputados, e a estabilidade econo mica indicam que as bases para o desenvolvimento do seguro se estabeleceram no Brasil", afirma.
Mas, para se obter um crescimento mais expressivo no setor, o presidents da Fenaseg alerta para a necessidade da melhor distribuigao de renda no pafs e a criagao de pianos que revertam 0 quadro de desempre go. "Sabemos que nao ha dinheiro, mas e preciso cri-
atividade para gerar recur sos para o 'day-after' b es tabilizagao da moeda", diz Joao Elisio.
Para 1996 o presidente da Fenaseg acredita que mais Importante do que acelerar 0 desenvolvimento e "con solidar as etapas conquistadas". Segundo ele, o setor foi 0 que melhor soube superar os desafios do piano de estabilizagao, eliminando "gorduras" geradas em eco nomies de inflagao alta. "Esperamos um crescimento moderado para 96, com maior volume de negbcios e maior competitividade no setor", acredita Joao Elisio.
GONJUNTURA t
REVISTA DE SEGUROS
40
JANEIRO / FEVEREIRO / MARQO DE 1996
A solu^ao para o desemprego depende da adogao de uma ancora duradora, que promova maior equilibrio no orgamento"
JANEiRO / FEVEREIRO / MARCO DE 1996
"Os
do Pais nao vao se resolver sem uma completa reforma do Estado"
Maior crescimento do setor depende da distribui^ao de renda e da gera^ao de empregos
REVISTA DE SEGUROS
Seguradoras e Funenseg participaram do programa levado a 100 municipios
il estudantes universi-
I i"j I tarios se espaltiaram
I[j I pelo Pats, durante as
■■U ferias escolares, e descobriram urn Brasil que as ascolas nao mostram. Urn convenio entre o governo federal, universidades, empresas privadas e entidades, como a Fundagao Escoia Nacional de Seguros (Fu nenseg), levou estudantes e professores universltarios a contiecerem de perto a miseravel rea-
lidade das populagoes de 100 munictpios do Vale do Jequitintiontia, em Minas Gerals, e outras regloes carentes do Nordeste do pats, atraves do Pro grama Unlversldade Solldaria. 0 objetlvo do projeto, que funclonou entre os dias 22 de Janeiro a 9 de fevereiro, toi transmitir nogoes basicas de saude, tilgiene, primeiros socorros e controle de natalidade &s comunidades carentes daquelas regioes.
Cada munictpio recebeu uma equipe composta por dez alunos e um professor. 0 convenlo, asslnado em Janeiro, envolveu 100 universldades de todo 0 Pats e revlveu o extlnto Projeto Rondon, que levou dezenas de estudantes ao interior do Brasil, na decada de 70, para prestar assistencia medica bs populagoes carentes.
Para agilizar os cursos ministrados pelos estudantes, o
pitals, OS estudantes se emocionaram com a realidade que conheceram durante os 20 dias em que permaneceram nos munict pios do interior do pats. A universitaria Caria Cordeiro, do Rio Grande do Sul, voltou indignada com a cotidiano dos moradores de Sao Jose de I\/lipibu, no Rio Grande do Norte. "A gente nao acredita que alguem possa viver daquele Jeito. As pessoas convivem com uma miseria ab soluta", relatou.
Outra que se emocionou com 0 que vivenciou no projeto foi Joelma de Souza Barbosa, aluna do Curso de Servigo Social da Universidade Veiga de Almeida e Assistente Administrativa da Superintendencia de Divulgagao da Funenseg. Ela e os outros universltarios que integravam o grupo toram para a cidade de Rio Vermelho, no interior de Minas Gerais, cidade com 15.871 habitantes — entre eles, 1.607 tamtlias indigentes e 3.208 criangas com idade entre 0 e 3 anos. Em Rio Vermelho, 90% da populagao sao contaminados pela esquistossomose — parasita que se aloja no Instestino e e transmitido por agua contaminada. "Por talta de nogoes mtnimas de saude, muitas maes perdem seus tilhos nos primeiros meses de vida", contou.
Mudanga de conceitos
programa Unlversldade Solldaria contou com a ajuda da Fundagao Roberto Marlnho, que cedeu videos; da Funenseg, que doou 0 material didatico e garantiu apolo k divulgagao do projeto nas universldades; alem da Fundagao Oswaldo Cruz, Sasse Seguros e Sul America Seguros. Ao todo .foram dez empresas privadas envolvidas no projeto.
Miseria absoluta Acostumados com a vida nas ca
— Antes de embarcar para as comunidades, os estudantes tizeram um treinamento para aprender como lidar com essas populagoes e como transmitir os ensinamentos basicos de saude e educagao. "Gostei multo do trabalho. Esses quase 20 dias de convivencia com essa realidade mudou inteiramente meus con ceitos e valores de feiicidade. Apesar de toda a miseria, inimaginavel para quem vive nos
grandes centros urbanos, as pessoas conseguem ser telizes", acrescentou Joelma. Todas as comunidades envolvidas no pro jeto receberam, como doagao, material didatico, televisores, aparelhos de video cassete, alem de antenas parabbllcas, colegoes de videos e carros.
A experiencia dos estudan tes nao ficara perdida nas estradas poeirentas que praticamente isolam estes munictpios do restante do pats. Cada um dos grupos das 100 universldades par-
ticipantes deveriam apresentar, ate final de margo, um relatdrio final, registrando todas as atividades desenvolvidas. Os estu dantes tambem tinham o compromisso de apresentar sugestoes para o prdximo programa.
Todos OS trabalhos passarao pelo crivo de uma comissao especial e OS escolhidos ganharao premios em dinheiro que variam entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. Os munictpios vencedores receberao R$ 10 mil.
0 programa Universidade
1-.
Os 10 estudantes que participaram do programa, em Rio Vermelho, no Vale do Jequitinhonha
No municipio, 90% da popula^ao sao contaminados pela esquistossomose
Solldaria toi criado pela Primeira-Dama, D. Ruth Cardoso, presidente do Conselho da Gomunidade Solldaria. Aos estudan tes que participaram do progra ma, D. Ruth Cardoso disse que 0 projeto significa uma aJuda fundamental para o trabalho do governo no enfrentamento da pobreza, e desejou que "a vivencia desta nova realidade pudesse aiargar horizontes e aumentar 0 compromisso social de cada um com a solugao dos problemas reals do Pats".
F1HXRAIUIMVBSIQUESOUDARIA COMUNIDADE SOLIDARIA
D. Rutli Cardoso,ladeada por duas estudantes, e representaiites do mercado segurador, no lan^amento do programa, em Brasilia
REVISTA DE SEGUROS 42 JANEIRO / FEVEREIRO MARQO DE 1996 JANEIRO FEVEREIRO MARQO DE 1996 43 REVISTA DE SEGUROS
□ Luiz Mendon9a e jomalista e consultor tecnico de segnros
Realidade virtual
Associagao de Genebra, unica no mundo em seu genera, e especializada em economia do seguro. 0 alto nivel dos colaboradores e a excelencia dos seus trabalhos deram-Ihe merecida fama.
No final dos anos 70 sua pauta de estudos incluia mais um relevanta e complexo tema: os efeitos dos ciclos economicos sobre os mercados de seguros.
Os estudos da Swiss-Re, sempre muito bons, ja haviam recolhido por seu turno duas evidencias estatisticas:
1) nas fases de contragao e de crescimento da economia, o seguro tem quedas e expansoes maiores que as do PIB;
2) nos pafses industrializados, as perdas relativas a riscos seguraveis te(n side mais dinSmicas que o PIB, crescendo acima deste.
Susep quer autonomia para executar pericias e auditorias especiais
A informagao estatistica confirma, pois, duas intuigoes sobre o comportamento da demanda gle seguros. Esta, ao longo do tempo, vem reagindo em fungao da Renda (que e a outra face do PIB)-e da ascensao vertiginosa dos riscos (que e consequencia espuria do avango tecnolbgico) na civilizagao industrial.
Mas, agora, o que esta acontecendo com a economia mondial: o ingresso em novo cicio ou numa profunda transformagao?
A Revolugao Industrial, temida nos seus primordios porque a maquina implicaria suposto desemprego, produziu resultado exatamente oposto. Gerou desmedida expansao do emprego, nao so no proprio setor industrial que veio a crescer e multiplicar-se, mas tambem no setor de
servigos, que veio inclusive a ser detentor da maior fatia do PIB. Ja se calculou que nos pregos de venda das manufaturas os custos industriais nao chegam a 40%, cabendo a parte do leao ao setor de servigos (transporte, energia eletrica, armazenamento, publicidade, administragao, marketing, pesquisas tecnolbgicas, seguros e outros). Alem disso, industries como as de bens-de-capital e de bensde-consumo duraveis fizeram surgir vasta rede de multiples servigos de manutengao indispensaveis a seus produtos.
Portanto, na sociedade industrial um marcante trago economico e o efeito propagador que se irradia da industria para o setor de servigos. 0 progresso da eletronica, porem, inverteu esse sentido do efeito-propagagao, fazendo-o originar-se do setor de
servigos (atraves da informatica) para a industria, nesta alargando os horizontes de eficiencia e produtividade.
Essa invasao da eletronica (em todas as areas, alias) esta criando uma nova economia; e outra sociedade, que alguns ja preferem chamar de sociedade pos-industrial; e nova civilizagao.
Ha, no entanto, os que prefereni outro rbtulo para o que vira da transformagao em marcha: sociedade (e economia) da informagao e do conhecimento. Seja qual for 0 nome, tera importancia 0 conteudo, o teor de informagao e conhecimento, a tendencia de mudanga de uma civilizagao do risco para uma civilizagao da responsabilidade; mudanga que afetara em profundidade OS mercados de seguros.
Profecia? Nao, dira o engenheiro de computagao: realidade virtual.
QSuperintendenciade
Seguros Privados (Susep) decidiu assumir de vez o papel de xerife do mercado de seguros. Com a implantagao de uma nova metodologia de acompanhamento da solvencia das seguradoras, adotada no infcio de 1995 —junto comaaplicagao de multas salgadas e suspensao sine die dos processes de aprovagao de notas tecnicas de novos produtos e das assembleias gerais ordinarias ou extraordinarias de seguradoras faltosas a Susep esta fechando o cerco no mercado, impedindo que equfvocos na concorrencia resultem na insolvencia das empresas. "0 mercado nacional conta hoje com regras tao restritivas de acompanhamento, quanto os paises nos quais a atividade de segu ros tem maior peso em relagao ao PIB", garante o titular da Susep, Marcio Seroa de Araujo Coriolano.
Para ele, o aperfeigoamento do controle da solvencia e um dos mecanismos que garantem a saude do mercado, evitando a ocorrencia de cases de implan-
Marcio Coriolano: "O controle do mercado pode se tornar mais eficaz com algumas altera^oes no atual modelo"
tagao de regime de diregao fis cal em seguradoras com problemas de ordem financeira.
Mas embora reconhega melhorias no controle da solven cia, Marcio Coriolano afirma que as reformas ainda estao longe de ser ideals. "A qualidade da fiscalizagao de fate melhorou depois da nova metodologia de controle da solvencia, que nos permite corrigir desvios de rumo.
Mas, mesmo assim, o controle do mercado pode se tornar mais eficaz com algumas alteragoes no atual modelo", assinala.
Poder de polfcia — Para
0 superintendente da Susep, a regulamentagao do artigo 192 da Constituigao, a ser definida este ano pelo Congresso, deveria autorizar a Susep a executar, a qualquer tempo, peri cias e auditorias especiais nas seguradoras, nao so para aprofundar o diagnbstico de sua saude financeira, mas tambem para constatar irregularidades que possam comprometer a sua solvencia ou a credibilidade do mercado, como, por exempio, OS contratos de gaveta. Ele sugere, ainda, que junto com o aumento do poder de polfcia da Susep, a autarquia pudesse dividir suas tarefas de fiscaliza gao com empresas de auditoria contabeis ou atuariais — desde que fossem idoneas e responsabilizadas pelos dados referendados.
Os atuais mecanismos usados na fiscalizagao, incluindose 0 PIP (Formulario de informagoes Periodicas), encaminhado mensalmente a autarquia, e a nova metodologia de Victoria da margem de solvencia, segundo ele, nao sao suficientes para evitar a insolvencia das segu
radoras. "0 novo mecanismo de solvencia, que e baseado no modelo adotado nos Estados Unidos, e mais abrangente, mas nao elimina integralmente a possibilidade de insolvencia das seguradoras. Tanto que nao foi capaz de impedir, na decada passada, insolvencia de varias seguradoras americanas, em consequencia do aumento assustador da sinistralidade no seguro habitacional", recorda.
Ainda assim, Marcio Cori olano elogia o atual mecanis mo de acompanhamento de solvencia, porque permite um diagnbstico mais real da saude das empresas, permitindo que a Susep taga intervengoes an tes que 0 quadro se agrave. Em consequencia disso, acrescenta, a maioria dos seis grupos que estao em regime de dire gao fiscal na atual gestao, passa por uma fase de recuperagao economica, com boas chances de retornar ao mercado nos prbximos meses; ou atrai o interesse de grupos mais sblidos — 0 que e inedito no mercado brasileiro.
Por Vagner Ricardo
OPINIAO ■It
FISCALIZAQAO
REVISTA DE SEGUROS 44 JANEIRO FEVEREIRO! MARgO DE 1996 JANEIRO / FEVEREIRO MARQO DE 1996 45 REVISTA DE SEGUROS
Os quatro livros relacionados nesta edi^ao pela Revista de Se^uros discutem, de forma diferenciada, os dois maiores desafios impostos atualmente ^ empresas do setor industrial brasileiro: as mudan^as tecnologicas e as transforma^oes do mercado mundial — conseqiiencia da formagao dos blocos economicos.
CD-Rom
folheado
a euro arquiva cerca de 300 mil documentos Euso da Tecnologia
Cold (Computer
Output to Laser Disc), tia tres anos no mercado brasileiro, e uma boa opgao para as empresas que precisam arquivar urn grande vo lume de Informagoes e que apostam na informatica como uma ferramenta de vantagem competitiva. A tecnica conslste na gravagao de ate 650 Megabytes de Intormagoes — cerca de 300 mil paglnas de documentos em CD-Rom, folheado a ouro.
Uma das grandes vantagens e a sua durabilldade. "Um CDRom folheado a ouro se rriantem em condigoes perfelta's de uso por cerca de 100 anos, enquanto o produto comum comega a perder suas caracterfstlcas em cinco anos", garante 0 especiallsta em solugoes para armazenamento de dados, CIdel Thome de Abrantes, diretor da Montreal Informatica. Outro ponto favorSvel, acrescenta, e 0 baixo custo — 50% mals barato que o sistema de mlcrofibra. "Indei3endente do volume de Informagoes ou do tipo de trabalho que a empresa execu-
ta, e possfvel fazer o servlgo de armazenamento pela metade do prego com a Tecnologia Cold, em substituigao ^ microfibra", afirma.
0 CD-Rom pode substituir as fitotecas que utilizam meios magneticos, microfibras, relatbrios gerenciais, documentos, receituarlos e prontu^rios de papel — alem de ocupar pouco espago ffsico e adaptar-se a equipamentos ja disponiveis no mercado, ligados ^ rede de comunicagao da empresa e acessados pelos usuarios a qualquer
Cfdel Thome de Abrantes
hora do dia. "Alguns equipamen tos suportam ate 500 CDs, que nao preclsam ser retirados mesmo quando nao estao em uso. Assim, podem ser acessados automaticamente, sem Intervengao humana", explica Abrantes.
Kit multlmidia — 0 equipamento passa a funclonar como um grande armazenador de in formagoes de toda a empresa, que seleclona determinado documento com um simples toque no mouse e, atraves de softwa res especiflcos, busca as infor magoes automaticamente no CD-
Rom correspondente. "A constante evolugao do setor de hardware tem tornado o seu uso cada vez mals barato. E alem das maqulnas com varlos drives, o CD-Rom tambem pode ser acessado em qualquer mlcrocomputador dotado de kit multlmidia", diz 0 especialista.
Segundo Abrantes, o custo do armazenamento de mil paglnas em CD-Rom, por exempio, fica entre R$ 15,00 eR$ 20,00. Qual quer tlpo de informagao, Independentemente do conteudo (texto, foto,,fi|me etc.) pode ser guardado em CD-Rom — uma outra vantagem desta tecnica sobre as outras ja existentes. 0 usuario pode adqulrir equipamentos para produzir o master6o CD-Rom ou terceirizar o servlgo.
Todos OS dados armazenados sao processaveis, garante ele, e ainda existe a possibilidade de se produzir um programs em : qualquer llnguagem para usar as informagoes existentes no CD.
"Os dados podem ser coplados ou ate acrescentados, mas sao Invlolavels. Por isso, e impossivel que ocorra danlficagao por virus", conclui
Made in Brazil - Desafios competitivQS para a industria — Este livro oferece um diagnbstico sobre a natureza dos desafios e dilemas competitivos do sistema industria! brasileiro. Contem, ainda, um cuidadoso exame das caracteristicas da competitividade da industria brasileira. Made in Brazil... e dividido em quatro paries. Na primeira, discute o conceito de competitividade e estabelece os seus determinantes, associados ^s mudangas tecnologicas e de mercados que se processam na industria mundial. Na segunda, apresenta o contexto da industria brasileira do intcio dos anos 90. 0 esquema analttico e o cenario internacional de quatro grupos industriais considerados para eteito de analise e o tema da terceira
parte. E, na ultima, sintetiza as principais racionalidades e desafios competitivos para a industria nacional. (J.C. Ferraz, David Kupter e Lia Haguenauer, 420 pags., Editora Campus, tel.: 021221.5340) NFOt I'UKII
Guia gerencial para a tecnologia da informagao — 0 livro ajuda os executivos a adquirir tluencia na terminologia da tecnologia da informagao, desmitifica a revolugao tecnologica — definindo de maneira acessfvel os principais termos e conceitos diretamente relevantes para dirigentes empresariais — e explica o impacto da tecnologia da informagao sobre todas as fungoes da empresa. 0 livro foi escrito para executivos o gerentes que precisam se familiarizar com esta terminologia, que e
um componente indissociavel da atividade empresarial.
(Peter G. Keen, 384 pags., Editora Campus, tel.: 021221.5340)
reAdministracao
eha(:ao
A tl4i rumo 00 sucosso
organizagoes e de seus integrantes. (Geraldo R. Caravantes e Wesley Bjur, 288 pags., Editora Makron Books, tel.: 011-820.6622)
ReAdministragao em Agao — 0 livrOi traz uma nova proposta para o campo de administragao. Segundo OS autores, as teorias e os conceitos simplesmente copiados tendem a nao funcionar — e preciso levar em conta a cultura da organizagao: nagao ou empresa. Contemplando aspectos tecnicos, sociais e ambientais, em um mundo em que aparecem novas tecnologias de visao restrita (Reengenharia, Arquitetura, Reorganizagao, etc.), ReAdministragao em Agao trara nova visao profissional aos contiecimentos administrativos e ^ vida das
0 Brasll e seu future Direcionado a liderangas polfticas e da iniciativa privada, este livro traga um panorama atual e as possibilidades futuras do Pafs, dentro do contexto das transformagoes mundiais. A analise mostra como tirar proveito dos pontos fortes, como enfrentar fraquezas e ultrapassar estrangulamentos presentes. 0 autor mostra, ainda, como evitar pessimismos e usar ao maximo o otimismo, buscando a independencia economica. (Geraldo Alencar, 180 pags., Editora Makron Books, tel.: 011-820.6622)
INFORMATICA
"Um CD-Rom folheado a ouro se mantem em condigoes perfeitas de uso por cerca de 100 anos"
LIVROS
0,«',
H (jijvdntrv Wi-^lrv Kjiir
REVISTA DE SEGUROS JANEIRO / FEVEREIRO / MARgO DE 1996 JANEIRO / FEVEREIRO / MARgO DE 1996 47 REVISTA DE SEGUROS
Descontos
A UAP Seguros implantou este ano uma nova polftica comercial, principalmente na carteira de Automoveis. 0 segurado pode receber descontos de 10% nos pregos finais do seguro, a titulo de bonus de tidelldade, dependendo do modelo e da marca do veiculo — inclusive para os moradores de cidades com maiores incidencias de sinistros, como Rio de Janeiro e Sao Paulo, Os primeiros beneficiados foram os proprietaries de carros das marcas Ford e General Motors.
0 desconto deste seguro personalizado vale tambem para pequenas e medias empresas e condomfnios residenciais que disponham das garantias dos produtos multirisco.
ISO 14000
0 Centro da Qualidade, Seguranga e Produtividade para 0 Brasil e America Latina (QSP), atendendo Ss necessidades de diversas empresas interessadas em implementar imediatamente essas normas, langou o SISO 14000 — Servigo de Implantagao da ISO 14000. A ISO 9000 dever^ ser a base para implementagao dos Sistemas de Gestao Ambiental.
NOVOS PRODUTOS
Automoveis
A AGP langou o AGP Concessionarias Autorizadas, um seguro criado para atender especialmente as revendedoras de automoveis para os carros que mantem em exposigao, e aos quais submetem a testes e outras operagoes de risco. A princi pal vantagem do novo produto esta na possibilidade de 0 cliente combinar coberturas necess^rias para o imdvel com outras especificas para seu
ramo de atividade, formando um pacote de coberturas ideal, entre as oferecidas. Dessa for ma, o cliente pode uniroitem "Incendio, Explosao e Raio", comum nos se guros empresariais, ci cobertura compreensiva para vefculos que ficam em exposigao, vendas, demonstragoes comerciais, transferencias e testes, 0 que garante aos automdveis protegao contra colisoes, in cendio e roubo ou furto qualificado.
Acidentes do Trabalho
RAPIDAS
Cobertura especial
A Real Seguros oferece cobertura diferenciada no seguro Realpac Vida. Alem das coberturas por morte e invalidez, o produto tambem possui as coberturas opcionais de Doengas em Pase Terminal e Enfermidades Graves. Para o
primeiro, cobre-se exclusivamente os casos de cancer ou Aids, desde que as enfermidades nao tenham sidb diagnosticadas ou o segurado nao tivesse conhecimento da doenga, antes da contratagao do seguro.
Escritorio virtual
A RCT Telemarketing langou o Escritorio Virtual, um sistema que permite personalizar todas as ligagoes telefonicas, conferindo um carater exclusivo e inedito de atendimento ao cliente. Atraves do Escritdrio Virtual, 0 vendedor pode solucionar os problemas de seus clientes rapidamente. Marcar entrevistas, enviar propostas de renovagao de contratos, informar pregos de produtos e servigos, esclarecer duvidas, receber sugestoes e muitas outras agoes sao feitas automaticamente pelo sistema.
Segviro viagem
A Brasil Assistencia, do grupo espanhol Mapfre, fechou contrato com a Golden Cross Seguradora, passando a oferecer aos associados do Seguro-Saude da empresa, servigos de Assistencia 24 boras em viagens. As coberturas englobam: assistencia medica ao segurado no exterior, assistencia jurfdica, transports ou repatriamento por lesao ou doenga, entre outros. A Golden Cross tambem langou
0 Golden Med-Resgate, um servigo de remogao aereo para os casos mais graves.
Segundo um estudo realizado pelo Clube de Vida em Grupo de Sao Paulo, mesmo na gestao privada, o seguro de Acidentes do Trabalho podera manter um numero de pedidos de indenizagoes elevado, caso as seguradoras nao se estruturem e adotem criterios tecnicos, alem de pregos realistas, para a aceitagao de nscos. Sem prepare adequado e especializagao das seguradoras, essa modalidade se convertera em
Filme institucional
A Itau Seguros esta veiculando •^as principals emissoras de televisao em Sao Paulo e Rio de Janeiro, mais um filme 'nstitucional, dando aontinuidade h campanha "Nossa especialidade e cuidar de voce". Dentro da mesma campanha — que tera duragao de tres anos e mostra o lado positive de se fazer um seguro a seguradora vem Pmstando servigos praticos ^ oomunidade, dando dicas que Poderao proporcionar uma oielhor qualidade de vida. Durante todo o ano, estara Veiculando na programagao da '^adio Eldorado AM, dels Servigos: Auto Servigo e ^smpanha Comunitaria. Ja 'oram apresentados os temas ^^guranga Residencia!e ^^guranga nas Estradas.
uma perigosa fonte de safda de premies das empresas, levando algumas delas & insolvencia — porque a arrecadagao, a exempio do que ocorre hoje na administragao da apdiice
pelo INSS, sera insuficiente para saldar as dfvidas com OS segurados. As recomendagoes foram encaminhadas &s seguradoras associadas a essa entidade de classe.
Convenio
Crescimento
TV a cabo
A Bradesco Seguros vai vender seguros na televisao. 0 projeto pioneiro estava previsto para comegar a funcionar em marge, atraves do canal Stioptime. que pode ser captado por 700 mil assinantes da TV a cabo Net e Multicanal, e por 2 milhoes de pessoas que tem antena parabolica.
A Penaseg enviou ao presidente da Abdetran, Marcus Valente Isfer, oficio propondo a criagao de um convenio para combater as fraudes contra o mercado de financiamento de vefculos, que, consequentemente, atingem o mercado segurador. A proposta e criar um cadastre eletronico que sera mantido pelas empresas de credito e financiamento com todas as informagoes sobre alienagao fiduciariade seus vefculos, inclusive sua liberagao. Interligados por rede, os Detrans teriam acesso imediato a todas as alteragoes feitas no cadastre.
DiOAQAO — O Sindicato das Seguradoras do IRio doou, em fevereiro — mes em que completou 54 anos de sua fiindagao — mais tres carros a Secretaria de Seguranga Publica do Rio de Janeiro. Desta vez, a beneficiada foi a Central de Inteligencia da Secretaria.
A Seguradora Oceanica apresentou um dos maiores crescimentos do mercado em 95, com um faturamento de U$ 54 milhoes — o que significou um aumento de 145% de sua receita e um patrimonio Ifquido de U$ 30 milhoes. Atuando em todo territdrio nacional, a seguradora esta integrada a um dos mais solidos grupos do pafs — as empresas cariocas Pragoso Fires que acabam de mudar sua denominagao social para Pamar. Com apenas 5 anos,- a Oceanica ja esta entre as 35 maiores empresas de seguros do pafs e planeja o langamento de tres novos produtos para o primeiro semestre deste ano: previdencia privada, saude e clube de seguros de vida para empresas.
Faturamento
0 faturamento mondial de seguros do Grupo UAP em 1995 foi de US$ 31,4 bilboes, um aumento de 3,6% em relagao a 1994. Este crescimento se deve entrada da Provincial Insurance — empresa de seguros inglesa recemadquirida pelo Grupo —,a partir de Janeiro de 1995, e & mudanga do metodo de consolidagao da SCOR, resseguradora francesa do Grupo UAP. 0 faturamento previsto para este ano na subsidiaria brasileira e de US$ 120 milhoes, o que a torna a filial mais bemsucedida fora da Europa.
REVISTA DE SEGUROS
48
JANEIRO / FEVEREIRO / MARQO DE 1996
•V^NEiro I FEVEREIRO / MARpO DE 1996
49
REVISTA DE SEGUROS
CNSP Minas Gerais
Claudio Afif Domingos, He llo Lima, Luiz Tavares Pereira e Henrique Duarte Brandao sao os novos membros efetivos do Conselho Nacionai de Seguros Privados(CNSP). Os suplentes sao:
Joao Julio Proenga, Jayme Brasll Garfinkel, Amaury Soares Silveira e Leoncio de Arruda
Marketing
Arthur Farme D'Amoed e o novo Diretor de Planejamento e Marketing da Sul America.
Conselheiros I
Novo presidente
Luis Eduardo Pereira de Lucena, ex-executivo da Interamericana de Seguros, e o novo pre sidente da Gold,en Cross Segu radora. Ele tomou posse no dia 11 de margo.
Alberto Oswaldo Contlnentino de Araujo, da Minas-Brasll Seguradora,fol reelelto presidente do Sindicato das Empresas de Seguros Privados e Capitalizagao no Estado de MInas Gerais.
A posse da nova dlretoria, eleita para para o trenio 96/99, fol dia 8 de fevereiro.
Fenacor
A Federagao Nacionai dos Corretores de Seguros e Capitalizagao tern nova dlretoria.A eleigao foi no dia 27 de fevereiro e o novo presidente b Leoncio de Arruda.
Mudan^a de nome
A Susep aprovou, atraves da Portaria n- 37, de 29 de janeiro deste ano,a mudanga da denominagao social da Companhia de Seguros Sul Americana Industri al para Brasilsaude Companhia de Seguros, atendendo deliberagao de seus acionistas. A portaria fol publicadanoDi^rioOficial do dia 2 de fevereiro.
Carta do Rio
0 presidente da Fenaseg, Joao Ellsio Ferraz de Campos esq.), 0 vice-presidente das Organizagoes Globo, Rogerlo Marinho, e o pre sidente da Associagao Comercial do Rio (ACRJ), Humberto Motta (S dir.), em audigncia com 0 presidente Fer nando Henrique Cardo so (ao centro), para a entrega da "Carta do Rio", documento que contem as propostas formuladas durante o Semin^rlo Internacional "ViolBncia Urbana — 0 Desafio das Grandes Cidades", realizado no dia 13 de dezembro.0 evento foi promovldo pela ACRJ, com 0 patrocfnio da Fenaseg, Funenseg e Fenacor eapoio do Jornal 0 Globo.
0 Institute de Resseguros do Brasil (IRB) empossou os novos membros do seu Conselho Tecnico e Fiscal, que foram eleitos para um mandate de dels anos. Fazem parte do Conselho Tecnlco, como membros efetivos: Ivan Gongalves Passos, Lucio Antonio Marques e Antenor Ambrosl. Como suplentes, Aparecida Lo pes, Pedro Jorge de Almeida Al buquerque e Jorge Carvalho. 0 Conselho Fiscal e Integrado per Josh Eduardo Batista, como titu lar, e Joao Gllberto Bellatala Ros si , nasuplencia.
Conselheiros II
Francisco Aldenor Alencar Andrade e Lidio Duarte representam 0 Governo como titulares no Conselho Tecnico do IRB. Foi escolhido para presidir o Conselho Tecnico Carlos Eduardo Ferraz Veloso. No Conselho Fiscal, eles sao: Carlos Eduardo Tavares de Andrade, Paulo Oscar Franga, Alofsio da Costa Val (efetivos) e Lfgia PInheiro Barbosa(suplente).
Comite consiiltivo
Antonio Carlos Gongalves Silva e Alvaro Arantes Sobrinho, fo ram indicados pela Fenaseg para integrarem o Comite Consultivo de Recursos do Seguro Habitacional do Sistema Financeiro da Habitagao, respectivamente, para as fungoes de membro titular e suplente.
PARA O SAFRA,TRADICAO SECULAR DE SEGURANCA
E TAMBEM INVESTIR NA NATUREZA HUMANA.
0 paisagi.sta Roberto Burle Marx viveu em fungao do Homem e da natureza. Miiltiplicou e preservoLi a vida em mats de 2000 projetos realizados no Brasil e no exterior.
Pensando como Burle Marx, o Banco Safra
e inlormatizada, baseada na capacidade construtiva do Homem e na criagao das melhores condigoes para sua vida e seus negocios.
Valorizando a natureza humana, o Banco
Safra investiu na qualidade de vida de seus Clientes e funcionarios, construindo uma tradigao de investimentos seguros. "Nos nao vivemos isoladamente e sim em
sempre investiu em seu talento atraves jardlns, paineis e pinturas para suas sgencias, e de sua concepgao arquitetonica.
fungao da vida dos outros" - esta frase de
Burle Marx reflete ciaramente nossa filosofia operacional; prestagao de servigos eficiente
Banco Safra
Tradicao Secular de Seguranca
NOMES E NOTAS
BURLE MARX - J a r d i m Externo no EdiftcioSede - Sao Paulo A
I
I'aincI tin Ihinhiii!; lUill no l-difiiiu-Scd^' /VS7. Ikialhc <h J/irdin: livicnio nu lidifkiu Seilc iS"(wdar Ar. I\wlista REVISTA DE SEGUROS 50 JANEIRO/FEVEREIRO/MARgO DE 1996
Quern viva o dia-a-dia de urn
|p|||^petitivo qiianto o de seguro:
^T&agao profissional e urn
andar nd velocidade dd_
'unetiseg poe o profissional
Jlf^com o qua ha de mais n ^^seguros. Atraves da promog
^''''"^rios, congresso», confere .* dacionais a internacionais, a Fu .'*VR^Q aperfaifoamanto de mild 'rlM
Porqua a Funansag, mais qua iiAidg^ncTa'ascola, funciona como sa fossa um laboratoFiolife , informagdas, onda sa trocam a^pariencias, onde sa' fazam diagnosticos da marcado, sa antecipam
^dencias a sa discuta quais os mallioras
^^jjos para o saguro. E tudo isso sa ravarte na ♦ lalificapdb dos profissibnais da area da
^ f \ 5 fj-.:. tiA •.• • • *<• ♦ ■"■' " • 17' ' ■/o' / «• *r'.y * ^ '•» I».» y® W " .•r-w;
COM SEGURO TAMBEM E ASSIM: VIVENDO E APRENDENDO.
'
an ■ j I * • 7 « ' •
. 5/6 e lis arfflares - CEP 20031-201 - Rio de Janeiro - RJI 632-3^22/532,3699-^Fax(021) 262-3248/^6-6259' ' ' tLJ• v;iv-: I •• • , '■,7 ' / -