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FENASEG
Federa9ao Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalizagao
Diretoria
Presidente: Joao Elisio Ferraz de Campos
Vice-Presidentes: Glaudio Afif Domingos, Eduardo Baptists Vianna, Julio de Souza Aveliar Neto, Renato Campos Martins Filfio, Ricardo Ody, Rubens dos Santos Dias. D/refores; Camiiio Marina, Cesar Jorge Saad, Niiton Molina, Pedro Augusto Schwab, Pedro Pereira de Freitas, Sergio Timm.
Conselho Fiscal
Membros Efetivos: Joao Julio Proenfa, Orlando Vicente Pereira. Suplentes: Jorge Carvaiho, Jose Maria SouzaTeixeira Costa, Lucio Antonio Marques. Conselho Consultivo
Presidente: Joao Elisio Ferraz de Campos
Membros Efetivos: Alfredo Fernandez de Larrea, ArarinoSaiiumdeOliveira,ArmandoErikdeCarvaiho, DarioFerreiraGuarita Filho, FranciscoCaiubyVidigal, Flenrique da Silva Saraiva, Jayme Brasii Garfinkei! Jose Americo Peon de Sa, Jose Castro de Araujo Rudge, Luiz de Campos Saiies, Luiz Eduardo Pereira de Lucena, Luiz Henrique S. L. de Vasconceiios, Mario Jose Gonzaga Petreiii, Nicolas Jesus Di Salvo, Paulo Sergio Barros Barbanti, Roberto Baptista P. deAlmeida Filho, Roberto Cardoso de Sousa, Rony Castro de Oliveira Lyrio, Sergio Syivio Baumgarten Jr. Membros Natos: Ademir Francisco Donini, Alberto O. Continentino de Araujo, Antonio Carlos Baptista Pereira de Almeida, Antonio Tavares Camara, Ari Coifman, Joao Giiberto Possiede, Jorge Estacio da Silva, Miguel Junqueira Pereira.
REVISTA DE SEGUROS
Orgao Informativo da Federagao Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalizagao - Fenaseg.
PUBLICAgAO INTEGRANTE DO CONVENIO DE IMPRENSA DO MERCOSUL-COPREME. Em conjunto com SIDEMA (Servigo Informativo do Mercado Segurador da Repubiica Argentina), EL PRODUCTOR (Pubiicagao da Associagao de Agentes e Produtores de Seguro da Repubiica Oriental do Uruguai) e Jornai dos Seguros (Publicagao do Sindicato dos Corretores de Seguros e de Capitaiizagao do Estado de Sao Paulo).
Edigao: Angela Cunha (MTb. 12.555)
Coordenagao Editorial: V-Ca. tuUe. Tels. (021) 262.5215 240.0556 e Fax. 262.4736
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Colaboradores: Cecilia Barroso, Deborah Dumar, Dyiza Freitas, Duice Caldeira, Fernanda Thurier. Giiberto Scofield Junior, Happy Carvaiho, Irany Tereza, Jorgemar Felix, Oiga de Meiio, Patricia Stanzione, Sandra Chaves, Vagner Ricardo e Valeria Machado.
Equipe ASCOM: Adriana Beltrao e Valeria Machado.
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Periodicidade: Trimestral
Circulagao: 4 mil exemplares
As materias e artigos assinados sao de responsabilidade dos autores. As materias pubiicadas nesta edigao podem ser reproduzidas se identificada a fonte. Distribuigao Gratuita.
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ENTREVISTA
Luiz Pellon comenta as implica^oes do novo Codigo de Processo Civil para o setor
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CAPA 14 FIDES/50 ANOS
Congresso garante vitoria tranqiiila da quebra do monopolio de resseguro
Evento contou a historia do setor e apontou caminhos para o flituro
16 iV BIAS
Globaliza^ao e Novas Tecnologias sao temas da quarta edigao do simposio
20 AUTOMbVEIS 28
Cesvi Brasii pode reduzir custos da carteira em ate 15%
FUNENSEG
Em 25 anos, a Fimda^ao formou mais de 45 mil profissionais
EDITORIAL 4 SERVigos 38
ACID.TRABALHO 13 ESPECIAL 40
SEG.GARANTIA 25 MERCOSEGUROS 42
MARKETING 26 OPINIAO 43
CULTURA 32 NOVOS PRODUTOS..44
SAUDE 34 rApiDAS 45
VIDA nOMES E NOTAS 46
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LUIS FELIPE DE FREITAS BRAGA PELLON
Anova lei do Codigo de Processo Civil, que entrou em vigor no dia 24 de fevereiro deste ano, trouxe importantes modifica^oes na sistematica processual do rito siimanssimo. Esta lei tera forte repercussao nos casos de a^oes com base no seguro de Responsabilidade Civil Facultativa (RCF), onde a figura da denuncia^ao a Hde — quando o segurado e acionado por um terceiro e chama a seguradora para integrar o processo — e largamente utilizada.
Uma antiga reivindica^ao
quebra do monopblio estatal do resseguro, exercido desde 1939 pelo Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), e muito mais que resposta a uma an tiga e justa reivindicagao da Fenaseg. A agao do Congresso, aprovando-a em junho, atendeu ao proposito manifestado pelo mercado segurador.
Essa necessidade de superagao deriva de imperativo fiistorico. A evolugao atual da economia mundial, com a mobiiidade crescente dos capitals, esta mandando para 0 passado a distingao entre empresa naciona! e empresa estrangeira, ou mesmo multinacionai. Em sintonia com essa transformagao, as nagoes estao buscando a integragao em comunidades, atraves da abertura de seus mercados. E, paralelamente, OS respectivos Estados reduzem sua presenga na economia, em proveito da concentragao e aprimoramento de suas atividades tipicas.
Joao Elisio Ferraz de Campos
foi um fato importante, a epoca de sua criagao. Floje, contudo, a realidade e outra. Nao e a toa que as corretoras estrangeiras de resseguros, em numero de apenas quatro, no infcio da decada, ja eram mais de dez, em 1995. Elas estavam acompanhando a estabilizagao da economia e a demanda consequente por investimentos de longo prazo, em que se destacam os seguros. E perceberam que o Brasil nao poderia insistir por muito tempo no monopblio dos resseguros, na companhia melancblica de apenas mais quatro paises, Cuba, Nigeria, Costa Rica e Turquia OS dois ultimos ja em processo de abertura.
Qavaliagaoedoadvo-
A era Vargas correspondeu a fase tiistbrica do Estado onipresente. No Brasil, ela foi mais facilitada, ainda, com o vazio do setor privado, na maioria dos estados da Federagao. 0 monopblio do IRB
A quebra do monopblio de resseguros nao vai significar apenas a queda nos pregos dos segu ros, com a introdugao da concorrencia. Vai redundar— o que e ainda mais importante — naquilo que a Fenaseg preconizava, na "Carta de Brasflia", em 1992: no aumento da presenga do mercado segurador "na formagao do Produto Nacional Bruto, atraves, inclusive, da ampliagao do volume de- reserves tecnicas essenciais a investimentos basicos para a economia".
gado Luis Felipe de Freitas Braga Pellon, 46 anos, que desde 0 infcio de sua oarreira atua na area do Direito de Seguro. Formado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),em1972, passou quatro anos na Alemanha (1983 a 1987) pesquisando sobre contratos de seguro no Max Planck Institut fur Auslandisches und Internati onales Privatrecht e na Universidade de Hamburgo. Foi chefe do Departamento Jurldico das seguradoras Bandeirante, Generali e Sul America e e membro da Association Internacional de Droit D Assurance e da DeutschBrasilianische Juristenvereiningung e.V., segao Hamburgo. A impossibilidade de denunciagao a lide, o ponto mais relevante da nova lei, pode tra cer inumeras consequencias. As apblices deveriam center uma clausula que obrigasse o
segurado a avisar imediatamente ao segurador sobre qualquer citagao recebida de terceiros, que possa ter refle xes sobre o seguro contratado", aconselha.
□ 0 que muda com a nova Lei9.245, de26/12/95, que modifica o Cddigo de Pro cesso Civil?
— Em primeiro lugar, o rito sumario — forma mais rapida de processamento das acoes na justiga — deixou de ser aplicado a qualquer causa cujo valor em litlgio seja menor do que 40 salaries minimos. Com a exclusao deste limite, 0 rito sumario passou a ser exclusive e compulsbrio para certas causas, reduzindo as possibilidades de sua utilizagao. E importante notar que as agoes de transporte de mercadorias nao mais serao processadas pelo rito sumario, com repercussoes sobre as agoes de ressarcimento. Uma mudanga muito positiva, no
meu entender. Por outre lado, as agoes de indenizagao de acidentes de vefculos movidas por terceiros contra o se gurado, e pelo segurado con tra a seguradora, visando receber indenizagoes, a partir desta lei, terao que ser, necessariamente, processadas por rito sumario. Curiosamente, caso a agao do segurado vise indenizagao em casos de furto ou roubo do vefculo tera que ser proposta pela via ordinaria, uma vez que a nova lei restringe o rito sumario apenas aos casos de aciden tes de vefculo.
□ Estasagoes correrao najus tiga comum ou nos recem criados jufzos especiais?
— A nova lei introduziu a oralidade a a informalidade neste rito, ao permitir a defesa oral e a atuagao de um conciliador. Esta inovagao, na opiniao de muitos especialistas, podera ter como efeito o deslocamento destas agoes
para os jufzos especiais, que possuem estas caracterfsticas. No Rio de Janeiro, inclusi ve, ja existem pressoes neste sentido por parte dos magistrados atuantes no jufzo es pecial 0 problema e que se verifica uma explosao deste juizado. Foram criadas muitas varas em diferentes pontos da cidade, o que dificulta 0 trabalho do advogado e gera frequentes deslocamentos a foros muito distantes entre si — alguns ate em regioes de certo risco, como favelas, por exemplo.
□ As modificagoes introduzidas no rito tornarao os processos mais ageis?
— Acreditamos quesim, uma vez que a contestagao a ser apresentada, ja na primeira audiencia de conciliagao, tera de vir acompantiada do rol de testemuntias, da indicagao do assistente tecnico e dos quesitos para a perfcia, se este for o caso. Com
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isto, OS documentos necessa- nho a seguir, uma vez que, aspecto positivo desta alterna- ga. Da mesma forma, se desrios a instrugao da agao— caso o segurado nao se de- tivaequeasaguradoraingres- confiecia a existencia de alecomo, por examplo, o dossie fanda ou o faga daficiantaman- sa aspontanaamanta no pro- gagoas a provas da qua o saadministrativo da sinistro a as ta, astara criando uma axtensa cesso, apanas para raforgar a | gurado nao sa valau (art. 55). informagoas sobra as cobar- area da atrito antra as partas, dafasa da sau sagurado, podando raquarar ; UEsta alteragao feita no rito suUma das mudan^as positivas, no men entender, Provas juntardo- : naario nao cria conflitos com ^ j - j , cumantos a apra- as disposigoes relativas ao e o fato de as a^oes de transporte de [-g^ges a juizado especial de pequenas mercadorias nao mais serem processadas pelo racursos. Dasta causes? rito sumario, com repercussoes sobre as a^oes de forma, garanta ' opinioas qua da ressarcimento Qua o sagurado fendam ser o rito sumario axsaja bam dafan- dusivo do jufzo aspacial. turas — tarao qua sar rama- qua podara dasaguarnuma na- dido, afastando a hipbtasa da Ocorre qua a lai qua criou este tidos a ancaminhados ao ad- gativa de cobartura a sar dis- uma santanga dasfavoravel por juizado aspacial nao admita a vogado com maior rapidez. ; cutida na Justiga. 0 desgasta negligenciaoudisplicenciado 3ssistencia. Daf, duas conda empresa com o sagurado a segurado ou ma performance clusoes: a primeira, da que a □ /Is condigoes dasapolices da sua propria imagam no ju- da sau advogado. Ate masmo dicotomia axistanta antra amdeseguro deveraoseralts- diciario, a partir daf, a avidan- quando o sagurado for ravel Pas as iais damonstra nao sar radas em fungao da nova te, amaracasarsopasado, Esta na agao, a saguradora podara o rito sumario axciusivo do lei? , altarnativa, contudo, a indica- dafende-io por via da assis- ju™ aspacial, a, em sagundo —0 ponto mais raievanta da para os casos am qua hou- tencia, como sau gastor da 'uPS''. flua as agoas proposda nova iai a a impossibilida- var previa nagativa de paga- nagbcios (art. 52, paragrafo especial nao da da danunciagao a lida — manto do sinistro ao sagurado unico). Atraves da assistencia, comportarao asta altarnativa, quando o sagurado a aciona- ou atarcairos, face a irraguia- a saguradora nao a parte no P^vando a saguradora optar do por um tarcairo a chama a ridadas obsarvadas na raguia- procasso, a, portarito, nao poda dafandar o sagurado disaguradorapara intagraro pro- gao. Da masmaforma, paqua- sar condanada soiidariamenta retamanta ou ignorar a agao. casso. Portanto, as consequen- nas importancias saguradas com sau segurado. Masmo cias sac inumaras. Saria raco- podam tambem justificar a tando participado do procas- Qualseriaaterceiraaltemativa?^ mandaval aitararas condigoas adogao dasta altarnativa. so como assistanta, asagura- T ^ saguradora podara das apbiicas para astipuiar, dora ainda podara discutir a dafandar o sagurado dirataaxprassamentaaam dastaqua, U Que outra opgao as segu- condanagao impostaasau sa- indicar um da saus a nacassidade da 0 sagurado radoras teriam?
dar imadiato aviso ao sagura- — A sagurador da quaiquar citagao race- dora poda intarvir A nova lei permite que a seguradora possa bida da tarcairos, qua possatar como assistanta intervir como assistente do segurado. A rafiaxos sobra o saguro con- do sagurado, uma vantagem e que, assim, nao e parte no processo, possibilldada dis- portanto, nao pode ser condenada cipiinada nos ar- i-j • ' j □ Facei mssibilidadede tigos 50 a 55 do solidarmmente com seu segiimdo. denunciagao a fide, goals Cbdigo da Procasserlamasalternatlvasadis- so Civil. Estaassistencia esta gurado, saalegara provar qua, advogados para o segurado, poslgao das seguradoras? rastritaamodalidadasimpias paio astado am qua racabau o e dafende-io am noma prb— As seguradoras tam (art. 50), pois a ibgica da procasso ou palas daciaragoas P™' oaiitindo a existencia da tres altarnativas: A primeira assistencia qualificada (art. a atos do assistido, foi impa- saguro. Esta altarnativa ofadelas a ignorar a agao, o que 54), nao sa apiica aos casos dida da produzir provas capa- ®vantagans. 0 risnao paraca sar 0 malhorcami- da acidantes da vefcuios. 0 zas da infiuanciar na santan- coa dafandarumsagurado qua
possui uma cobartura insufi- inagaval praconcaito na juscienta para atandar ao padido tiga contra as seguradoras. do autor da agao, ou ainda Alem disto, o juiz sampra qua astaja sendo demandado baiiza sua condanagao pala por dano moral, nao cobarto capacidadaaconomicadoreu, pala apblica. E claro qua, ao a fim da avitar impingir-iha final, 0 sagurado sampra po-. um onus insuportaval, qua,
□ Ascoberturashojecomerclall- cianta da saus diraitos a, conzadas para RCF sac adequa- saqOantamanta, mais litiganta. Vaia iambrar, tambem, que — A pratica tam demons- a aconomia astabilizada troutrado qua sao muito baixos os xa uma nogao mais clara da nfvais da cobartura contrata- valor da moada a o custo real dos para Rasponsabilidada da uma parda patrimonial ou Civil Facultati- da capacidada laborativa. As seguradoras deveriam introduzir a pratica do ^3,tantonamojrnzo arbitral, atraves de sens departamentos ou de P^lidadada Da- □ q que iazer quanta as de advogados terceirizados. Isto reduziria o mimero Pessoais mandasdedanomoral?Elas Hp ' j como Materials. trazem algumas diflculdades de processos em juizo e os custos de sinistro Fraquantaman- nestecontexto?
te, vamos con- — As seguradoras, am daraargumentarqua.o axcasso por sar impossfval da cum- danagoas qua suplantam a im- garal, dafiniram-sa quanta a da condanagao sobra a im- prir, nao rasoivara o probia- portanciasagurada, garando in- nao insargaododanomoral na portancia sagurada sa deva a ma da vftima, qua continua- satisfagao dos cliantas com a cobartura compraansiva de deficianta atuagao do advoga- ra prajudicada. Caso o reu saguradora. Isto porque todos autombval. Face a isto, tam do da saguradora a, com isto, tanha o apoio financairo da alagam sar laigos no assunto, sistamaticamenta ressalvado tentar esquivar-se de arcar uma saguradora, o criterio e qua nao tinham ideia da qua qua nao cobram quaiquar incom OS custos qua a superar. muda a a santanga sera mais uma condanagao podaria sar danizagao porastavarba,sam, Esta situagao a bam conhaci- rigorosa. Assim, a adogao tao pasada. Os corratoras, por contudo, ofaracarumacobarda de todos nbs a nem sam- dasta altarnativa podara ra- sua vaz, nao astao conscian- tura aspacial para asta risco. pre aspeiha a realidada do duziros custos dasinistro das tizados para o problama, a Antavamos probiamas a rastraballio do advogado a, Sim, seguradoras. tendam sampra a buscar o paito, caso asituagao prossi0 dasajo da ascapar da um manor custo para saus sagu- ga nasta astagio. A axparienpagamanto, a custa da rapuj □ E o que pode ser felto no rados, aconomizando premio ciadamonstraquaospatamatagao profissionai da outro. E ambltoadmlnlstratlvo? justamanta nas coberturas da ras da condanagao am dano ciaro qua isto tambem poda — Paraca pertisar discutido judiciaimanta, nanta a convenienta A presenca de uma seguradora no processo mas gara dasgastas. qua as seguradoras, sempre motiva o juiz a ser mais atraves da saus da- condescendente com o autor e impor aMasasmntagensdeslaallei- pattamenlosinternos condenacoes economicameiite mais nesadas ao nativesaomaloresqueOSris- ou daadvogadostar- / v pesaaas ao ceirizados, introdu- ® seguradora Esta altarnativa tam a zam a pratica do evidante a forte vantagem da jufzoarbitral informal—uma RCF que, navardada, nao sao moral comagamasaestabili- obtar um julgamanto justo tentativa da acordo antra as caras. Eu acho qua o momen- zar, tando a jurisprudencia para a causa, uma vaz qua a partas—, convocando o tar- to a propfcio a uma mudanga dominanta sa colocado antra prasanga da uma saguradora cairo a o sagurado para uma da postura das seguradoras, 20 a 200 salaries mfnimos, no procasso sampra motiva rauniao previa a quaiquar qua deveriam aiavar as cobar- dapandando do caso. Face a 0 JUIZ a sar mais condascan- agao, a fim da tantar rasoiver turas da RCF a nfvais razoa- isto, taivaz ja se tanha uma dante com o autor a impor apendenciadamanairaami- vais, com rafiaxos positivos base atuariai para dafinir condanagoasaconomicamanta gaval, poracordo. Isto radu- para as suas raiagoes com o umatarifa a ofaracaraopu- ™is pesadas ao reu^a a sua ziriaconsidaravalmantaonu- segurado. Aindamais sacon- blicoacobarturaquahojalha guradora. Aaxpariencia da maro de processos am jufzo sidaramos qua, a cada dia, a enagada,amboralargamante s mostra qua axista um a os custos da sinistro. sociedadatorna-sa maiscons- impingidapalostribunals.
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REVISTA DE SEGUROS ABRIL MAIO / JUNHO DE 1996 ABRIL MAIO /JUNHO DE 1996 REVISTA DE SEGUROS
garante vitoria
« tranqiiila da quebra do monopolio
□processoqueinstituiud
fim do monopolio do resseguro no Brasil tern dois grandes vencedores. 0 primeiro e o prdprio mercado segurador que empunha esta bandeira, atraves da Fenaseg, desde 0 Inicio da primeira gestao do presidente Joao Ellsio Ferraz de Campos, haquatroanos. 0 segundo e 0 Congresso Nacional, que merece todos os louros per ter dado 0 pontape inicial que culminou com a retirada do assunto do texto constitucional. Enquanto as reformas constitucionais do capitulo economico, da Previdencia, da Administragao Federal e Tributaria foram de iniciativa do Poder Executivo, a modernizagao do mercado de resseguro no pafs foi defiagrada pelo Legisiativo.
0 primeiro passo, a apresentagao da emenda constitucional do deputado Cunha Bueno (PPB-SP), foi dado em abrii de 1994, e o iongo caminho devera ser conciufdo no dia 14 de agosto, com a promulgagao da emenda pelo presi dente do Senado, Jose Sarney (PMDB-AP). "0 governo nunca deu a devida prioridade para esta reforma, tab importante nageragao de empregos e recursos para o pafs, rnas o Congresso mostrou que essa reforma tambem e fun damental", diz Cunha Bueno.
Depoisdeo Congresso tomar a frente para suprir esta lacuna, o governo apoiou a proposta apresentada pelo deputado. 0 ministro da Fazenda, Pedro Maian, foi o primeiro a se manifestarfavoravei ao fim do monopolio em palestra no Rio de Janeiro, no dia 12 de maio do ano passado, durante as comemoragoes do Dia Continen tal do Seguro, Maian, na ocasiao, reveiou que o governo havia feito um estudo sobre a quebra do mo nopolio do resseguro e os dados ievavam b conciusao de que essa
medida seria favoravei ao pafs, com a redugao dos custos dos seguros e da geragao de empregos.
Griterios tecnicos — Na empreitada para aprovar a emen da — que precise de votagao na Comissao de Constituigao eJustiga da Camera (CCJ), em comis saoespecial de deputados, depois mais dois turnos no pienario, outra votagao na CCJ formada por senadores, e ainda outros dois tur nos no pienario do Senado —, Cunha Bueno contou com a conscientizagao de pariamentares do PFL, PPB, PMDB, PTB e PSDB, partidos da base governista no Congresso, favoraveisa quebrado monopolio do Instituto de Resseguios do Brasil (IRB). Na avaiiagao do deputado, o monopolio do IRB foi uma experiencia valida como referencia. "0 instituto tern bons profissionais, so que na maioria das vezes e obrigado a tomar decisoes polfticas, em detrimento dos criterios tecnicos".
Exemplos naofaltaram parao deputado defender sue emenda, aprovada porunanimidade na CCJ da Camera — que analisa a constitucionalidade das propostas de alteragao da Constituigao. Um dos fatos que mais colaboraram para a aprovagao da emendafoi o
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Deputado Cunha Bueno, autor da emenda
caso da Empreiteira Mendes Ju nior, que cobra do governo um socorro de R$ 900 milhoes, afirmando que sues maquinas deixadas no Iraque, durante a Guerre do Golfo, estavam resseguradas pelo IRB. "Os pariamentares perceberam facilmente que o mono polio e que dava margem a esse tipo de coisa. Os tecnicos do IRB poderiam ate sercontra, mas nun ca iriam deixar de cumprir uma ordem do Ministerio da Fazenda.
Se0 governo mandavafazeraapbllce, faziam", analisa o autor da emenda.
Votagoes — 0 teor da emendaconseguiu convencer 330 deputados no primeiro turno de votagao e 337 no segundo turno — quase 30 votos acima do mfnimo necessario. Apenas os par tidos de oposigao ao governo e com linha ideolbgica nacionalista votaram contra a quebra do mo nopolio, sendo que esta soma fi-
cou abaixo dos 100 votos nas dues votagoes. "Eles ficaram sem defesa, porque so o Brasil insistia neste atraso", afirma o relator da emenda na comissao especial da Camara, deputado Antonio do Vale (PMDB-MG). 0 Brasil era o unico pafs da America Latina que ainda mantinha o setor monopolizado. Antonio do Vale lembra que a lei complementer a ser elaborada no Congresso garantiraao Estado — ou seja, ao IRB — as fungoes de fiscalizagao do setor.
Na Camara, alem de Cunha Bueno e do relator, os deputados comprometidos com as outras re formas apoiaram a emenda. 0 de putado Roberto Campos (PPBRJ); 0 Ifder do PFL na Camara, lnoc§ncloOllveira(PE);eo depu tado Saulo Queiros (PFL-MS),
Deputado
Aiitonio do Vale, relator da emenda na Camara: "Os partidos de oposi(;ao ficaram sem defesa, porqiie s6 o Brasil insistia neste atraso"
Senador Jose Inacio Ferreira, relator da emenda no Senado: "Foi facil convencer os senadores de que quern vai ganhar com o fim do monopolio e o rei dos nossos dias: o consumidor"
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A nova redaqao do inciso II do Artigo 192 da Constitiiiqao Federal, aprovada pelo Senado Federal, passou a ser a seguinte: "autoriza^ao e ftincionamento dos estabelecimentos de seguro, resseguro, previdencia e capitalizaqao, bem como do orgao oficial fiscalizador". Antes, era assim; "autorizaqao e ftincionamento dos estabelecimentos de segiiro, previdencia e capitalizacao, bem como do orgao oficial fiscalizador e do orgao oficial ressegiirador".
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"O IRB tern bons profissionais, so que na maioria das vezes e obrigado a tomar decisoes polfticas, em detrimento dos criterios tecnicos"
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ABRIL MAIO JUNHO DE 1996 abril/maio/junho DE 1996 REVISTA DE SEGUROS
emprestaram prestigio pessoal a aprovagao da emenda. "Todos os lideres dos partidos do governo colaboraram muito e compreenderam que a quebra do monopolio era fundamental neste momento de globalizagao daeconomia", atirma Antonio Mazurek, representante da Fenaseg em BrasOia.
Pollmica — Com a apro vagao da emenda, o mercado de seguros conseguiu acabar com uma antiga polemica sobre a constitucionalizagao do monopo lio. "A quebra do monopolio representaa desconstitucionalizagao dessa materiaque, a meu ver, nunca fol constituclonalizada. 0 mo nopolio nunca esteve na Carta de 88, mas os defensores do mono polio sempre defenderam o contrario", atirma o senadorJose Inacio Ferreira (PSDB-ES), relator da, emenda no Senado. "Isso sempre foi entendido de forma errada, mas ninguem entrava nessa briga", acrescenta. 0 senadoracredita que a manutengao do monopolio seria incompatfvel com o atual momen to economico do pats que, segundo ele, coloca o Estado como concedente, fiscalizador, regulador e, quando muito, concorrente.
Assim como na Camara, os senadoresgarantiram umavotagao tranquila para a emenda. No prlmeiro turno, em maio, 53 dos 81 senadores votaramafavorda proposta e, no segundo turno, no dia 19dejunho,57apoiaram a emen da. Menos de dez senadores vota ram contra—todos dos partidos de esquerda e opositores do go verno federal. A explicagao para este apoio macigo dos parlamentarese simples, na opiniao deJose Inacio. "Foi facil convencer os se nadores de que quem vai ganhar com 0 fim do monopolio e o rei dos nossos dias: o consumidor:
Por Jorgemar Felix
IRB SE PRERARA RARA O FIM DO MONOPOLIO
A ampla sala do presidente do Instltuto de Resseguros do Brasil (IRB), Demosthenes Madureira de PInho, exibe uma especle de colegao particular de pequenos avioes. Representando, cada um, uma companhia aerea, 0 maior e um jatinho da TAM. 0 menor, um da Lfder Taxi Aereo. Sao todos cllentes do IRB e tratados con] deferencla. E nao sem motivos. Unica empresa braslleira de resseguros do pats, o IRB se prepara para encarar, na pratica, 0 flm desta exclusividade que ja dura mals de meio seculo — o instltuto foi criado em 1939.
Madureira de Pinho sabe que a industria de aviagao, bem como 0 parque industrial brasileiro como um todo, sao seus gran-
des cllentes. E que, a partir de agora, poderao divldir suas preferenclas com gigantes mundlals do porte da Swiss Re, Mapfre, Lloyds, AGI, entre outros. "Toda a concorrencia ajuda a melhorar OS servlgos e sofisticar os produtos", diz 0 presidente do IRB. Nao e mudanga para agora, todo 0 mercado sabe. Aflnal, para realmente se tornar realidade, a quebra do monopolio do resseguro depende ainda de lei com plementer.
Mas trata-se de uma inegavel vltbria da iniciativa privada sobre decades de dirigismo estatal num segmento que nem de longe precise do Estado a comandar seus passes. E mais: a quebra do monopolio do resse-
guro atraves de emenda constitucional certamente facilitara a regulamentagao da legislagao so bre 0 mercado de seguros e res seguros. "Se 0 monopolio nao fosse quebrado na Constltuigao, a regulamentagao do artigo 192 estaria sempre sob a mira dos juristas e isto certamente Iria atrasar a abertura do mercado", racioclna Madureira de Pinho.
Todo 0 mercado espera que a comissao do Congresso encarregada de regulamentar o capftulo financeiro da Constituigao separe os trabalhos emsetores. "Ha uma tendencia para que as leis sejam votadas por segmentos de mercado e o de seguros e um dos setores cujas discussoes estao mais ativas", diz Lfdio Duarte, superintendente de operagoes nacionais do IRB, que acompanha as discussoes no Parlamento. Tal regulamentagao e fundamental. Aflnal, sem lei complementar, a remessa do excedente de'seguros para o exterior ainda e prerrogativa do IRB. Prazos? "0 governo pede pressa na regulamentagao dos artlgos e e interesse do proprlo Congresso a execugao das lels", diz Madureira de Pinho. "Levando em consideragao as eleigoes, acredito que as leis estejam sendo votadas em 1997", acrescenta.
Novo papel — Num setor cada dia mais globalizado e com petitive, qual sera o papel do IRB?
"0 instltuto tera uma posigao chave para as medlas e pequenas seguradoras, que nao possuem porte ou volume para colocar la fora excedentes de seguros", expllca Demosthenes Madureira de
Pinho. Os novos tempos que se anunciam com a quebra do mo nopolio do resseguro nao geram temor no IRB. "Para certos tipos de riscos e em alguns ramos, devera haver redugao no prego do resseguro, com repercussao direta no prego dos se guros. Isto porque o IRB devera hear desobrlgado de ter que oferecer coberturas e condlgoes identicas a seguradoras de portes e experienclas diferentes", explica 0 executive. Ele acrescen ta que o IRB val selivrarde multos encargos que so possui pelo fato de ser monopolista e, portanto, podera oferecer condlgoes melhores.
Nos casos dos riscos pouco praticados no mercado bra sileiro, 0 prego passara a ser ditado pelo mercado internacional, onde a massa de riscos e maior e o ressegurador pode ter melhor equilfbrio tecnico em sua carteira. Pelo sim, pelo nao, o Pmprio Demosthenes Madurelm de Pinho vem hadoisanose Teio tratando de colocar nos 'filhos da produtividade um ins
Mais de meio seculo de historia
titute que passou decadas refem de gestoes administrativas equivocadas e ingerencias do governo em assuntos basicamente tecnicos. Egresso da Itau Seguradora, 0 executive entrou no IRB pelas maos de Fernando Henri que Cardoso, quando ainda era ministro da Fazenda no gover no Itamar Franco. Com a vitoria de Cardoso nas eleigoes para presidente, e a subida de Pedro Malan para a Fazenda, Madu reira de Pinho assumiu as redeas do IRB com a missao de prepara-lo para a quebra do monopolio.
De la para ca, vem tentando colocar a empresa no rumo do lucro. Uma delas e o programa de demlssao voluntaria que termlna em outubro, mas que ja reduzlu a foiha de funcionarios de 1.200 para 600. 0 dinheiro usado para estimular as demissoes veio de provisoes feitas para 0 pagamento de reivindicagoes trabalhistas sobre pianos economicos que fracassaram na Justiga e que, ano passado, totalizavam R$ 80 milhoes. A economla com o programa e de cerca de R$ 2 milhoes por mes. Estes funcionarios, que antes trabalhavam espalhados em tres predios pelo centro do Rio de Janei ro, passam a ocupar apenas o predio sede da instituigao.
Estrutura ideal — Ha seis meses, a diretoria do IRB contratou a Fundagao Getullo Var gas (FGV) para fazer o maior pro grama de reestruturagao admi nistrative ja sofrido pela empre sa. "A FGV vai nos montar a es-
A criagao do IRB, em 3 de abril de 1939, foi uma inici ativa do piano de governo do entao presidente Getulio Var gas, com 0 objetivo de dar continuldade a nacionallzagao do mercado deseguros no pats, deflagrada pela Constitui gao de 1934. A partir desta data, foi iniciadaa transferencia da proprledade de empresas seguradoras—a grande maloria de capital estrangeiro—para capitals nacionais.
Afinalidade do governo e de sua equipe de assessores era promover uma rfgida fiscalizagao, que ajudasse a promover a expansao do mercado segurador brasileiro e, sobretudo, evitasse a evasao de divisas para o exterior, sob a forma de resseguro. Constitufdo como sociedade de economia mista, com capital subscrito pela Uniao e pelas sociedadesseguradorasemoperagao (proporcionalaseuspa trimonies Ifquidos), 0 IRB soube cumprir seu papel com desenvolturaecompetencia—osistemaoperacional adotado pelo orgao reduzlu acolocagao de resseguros noex terior a taxa anual de 2% dos premios gerados pela economia nacional.
Desde a sua criagao, o institute opera eadministra um pool: recebe das segu radoras seus excesses de responsabilidades, atraves de resseguros, e redistribui tais excesses em forma de retrocessoes. Este regime permitiu que 0 mercado in terne trabalhasse, durante estes longos anos, com aproveitamento pleno de sua capacidade operacio nal, tornando minimas as transferencias para o exterior.
Oscontratoscom resseguradoresdo mercado internacionalfezcom queo IRB mantivesseemseuquadrotecnicos de alta quallflcagao e contribuisse, de forma imprescindfvel, para o desenvolvimento do mercado de seguros nacional atravesdatransferenciadeknowhow^deapoio e colaboragao d Funenseg, pela cessao de seus tecnicos paraatividades pedagbgicas e suporte de documentos.
Masnestes57anosquesepassaram, novas regrascomegaram a comandar as redias da economia mundial. A horaedemudanga. Enem mesmoacompetenciaquemarcou a tragetbria do IRB pode frear a determinagao do go verno de elevar o nivel de competitividade do pals. "Num primeiro momento, acho que o institute deveria continuar estatal para garantirumatransigaotranquila. Mas nofutu ro,atemesmopelascaracteristicasdestegoverno, naovejo como 0 IRB possa permanecer nas maos do estado", concordaseu presidente, Dembsthenes Madureira de Pinho.
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'Nao vejo c6mo o IRB possa permanecer nas macs do Estado, no futuro, ate mesmo pelas caracteristicas deste governo"
Demosthenes Madureira de Pinho
A estnitura societaria do IRB, que possui 50% de sen capital nas macs das seguradoras que nao tem direito a voto, passara por um pente fino
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REVISTA DE SEGUROS 10 ABRIL MAIO / JUNHO DE 1996 abril/MAIO/JUNHO DE 1996
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A ECONOMIA DO IRB COM O PROORAMA DE DEMISSAO VOLUNTARIA, QUE RiDUZIU O OUADRO DE 1.200 PARA 600 FUNCIONARIOS, E DE CIRCA DE R$ 2 MILHOES POR MES
trutura ideal de empresa com a qua! vamos trabalhar a partir de agora", diz o executivo. Em 90 dias, 0 novo organograma do IRB estara concluido. Os escrltorlos do instituto nos Estados Unldos e em Londres foram redlmenslonados para trabalharem como um brago administratlvo da em presa no exterior e nao como subsidiarias.
Paralelamente, o no financeiro da instituigao esta nas maos de um grupo criado em 24 de junho pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, Desde 1993, 0 balango do IRB e publlcado
com tantas ressalvas que flea quase Impossivel medir realmente sua situagao financelra. Constituido de tres executives do IRB e de representantes da secretarla executiva do MInisterlo da Fazenda, do Tesouro Nacional, do Banco Central, da Superlntendencla de Seguros Privados e da Procuradoria da Fazenda, o grupo tera a meta de resolver problemas que se arrastam ha anos na empresa.
Um deles sao os jafamosos seguros de credltos a exportagao, assumldos pelo instituto no ufanismo do "exportar e o que
importa". Os creditos somam R$ 800 milhoes, R$ 70 milhoes dos quais referentes aos riscos comerciais propriamente ditos. 0 restante e um prejuizo empurrado de la para ca pelo IRB e pelo Tesouro Nacional, que nao chegam a uma conclusao sobre de quern e o risco politico. "RIsco politico e tomado por governo em todos os paises do mundo e aqui nao pode ser diferente", analisa Madureira de Pinho.
Os cerca de R$ 100 milhoes que estavam aplicados no Banco Economico tambem serao avaliados. "0 BC ficou com impor-
tantes atlvos Industrials e tenho certeza de que vamos reaver este dinheiro", afirma o presidente do IRB. A aposentadoria de 600 funclonarios, algo como R$ 1,2 miIhao por mes, tambem e bancada pelo instituto e devera ser reavaliada. E ate mesmo a estrutura societaria da empresa, que possui 50% de seu capital nas maos das seguradoras sem qualquer direlto a voto, passara por um pente fino. Os problemas nao sao poucos. Mas 0 ministro Pedro Malan deu 60 dias de prazo para que este grupo destrinche as pendencias.
Quebra do monopolio mudara cultura do mercado
0 mercado segurador privado nacional ja arregaga as mangas para mergulhar fundo no resseguro. "A quebra do monopolio do resseguro e importante para o pais e a Sul America esta interessada neste fllao sim", afirma Patrick Larragoiti, vice-presidente do maior grupo privado de seguros do pais. "A quebra do monopolio do setor ressegurador representa uma mudanga cultural im portante", faz coro Eduardo Vianna, presi dente da Bradesco Seguros, a segunda no ranking nacional.
Apesar de a votagao da lei complemen ter estar prevista apenas para o proximo ano, as seguradoras ja comegam a montar o perfil do mercado livre. Sabe-se que, pelo porte e tamanho do parque Industrial brasileiro, o setor de resseguro devera movimentar nos prbximos anos algo como US$1,5 bilhao, "Nao vejo espago para mals de tres grandes resseguradoras", afirma Larragoiti, da Sul America. "0 setor devera ter cerca de quatro
grandes empresas atuando em parceria com 0 capital estrangeiro", concorda Madureira de Pinho. 0 capital estrangeiro sera funda mental neste novo filao, mas poucos acreditam numa atuagao direta. Em todo o mun do, as resseguradoras trabalham apenas com escrltorlos no exterior e as agbes partem das matrizes. E bom lembrar tambem que as parcerias entre companhias nacionals e estrangelras ja permelam todo o setor, como
Privatiza^ao da carteira deve ser vista com cautela pelas seguradoras
e 0 caso da III Hardford com a Icatu e a espanhola Mapfre com o Grupo Vera Cruz. "Todas as grandes empresas nacionals ja escolheram sens parcelros estrangeiros para resseguro", diz Marcio Coriolano, superintendente da Susep.
Esta nova realidade que o mercado comega a conquistar deve mudar o perfil do desempenho do setor, que ha mais de uma decada alterna na llderanga duas companhi as: a Sul America e a Bradesco. "Este tango de dols val acabar. Todo mundo vai ter que danger miudlnho", preve Henrique Saraiva, que coordenou o Comite de Empresas do Piano Setorial da Industrie do Seguro. 0 estudo, encomendado pela Fenaseg, tragou 0 perfil e as perspectives do mercado com o processo de desregulamentagao do setor. A estimative e de que, em dois anos, o capital estrangeiro ja tenha modificado completamente o ranking das dez mais do mercado segurador,
s empresas de seguro privado devem tomar cuidado para que nao Ihes sejam transferidos riscos de resporisabilidade do Estado e que elas nao tern condigoes de assumir. 0 alerta do vicepresidente de Seguro de Pessoas da Sul America, Julio Bierrembach, tem um alvo: a quebra do monopolio do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) nos seguros de Acldente do Trabalho, que Ira permltir ao setor privado atuar nesta area. "No Brasil, perdeu-se todas as estatlsticas de Acldente do Trabalho, porque e sempre o Estado que atende qual quer tlpo de enfermldade", ressalta.
Naavallacao de Blerrembach, 0 que esta sendo visto como o novo mana do mercado, deve ser avallado comcautela pelasempre sas. 0 limlte das fronteiras que definem a atuagao do Estado, do SUS (SIstema Unico de Saude) e das seguradoras e multo oblfquo. Se considerarmos que as chamadasenfermidadesproflssionaissao cobertas pelo Acldente do Traba lho,asseguradoraspodem perder dinheiro, casoessasdemarcagSes
nao forem muito hem definidas", avalia.
Panaceia—0 executivo da Sul America destaca quea quebra de um monopolio e sempre vista com bons olhos — pois os monopPlios sao contrarios aos interesses do consumidor —, mas acrescentou queaprivatizagao nao pode ser entendida como a panaceia de todos os problemas. "Nao seria razoavel que o empregador, ao optar porum seguro deAclden te do Trabalho privado, imaginasse que va pagar o mesmo que paga ao Estado", diz. A lei em vigor pre ve a mesma parcela de contribuigao paratodasasempresas, independentemente da area em que
ra, por parte do governo, do que seria considerado ou nao acldente dotrabalho. "14a minha oprniao, so deveriam serentendidos como acidentes do trabalho os males subltos, pessoais e que ocorressem dentro da empresa, ou nos llmltes horarlos entre a Ida e a volta do trabalho". Sua opinlao basela-se no fato de as decisoes dos julzes nos julgamentos destes casos serem muito subjetivas. "Um juiz pode entender que um profissional, que sofra um infarto em casa, tenha sido vltima de um problema do trabalho", compare.
Eleadiantou queaSul America vai preparar seus produtosetraba lhar para reconqulstar a llderanga deste mercado. 0 Acldente do Tra balho folestatizado em 1967.
atuam—ou seja, o funcionario de umescritdrio ou o operariode uma minacontribuemnamesmamedida.
0empenhodosetor, contlnua Blerrembach, deve estar voltado, agora, paraumadefinigao bemCla
A Camara dos Deputados aprovou a quebra do monopolio do INSS no dia 29 de malo, ao aceitar um destaque d reforma da PrevidenciaSocial, defendido pelo Deputado RobertoJefferson (PTBRJ) — um especialista em questoes previdenciarias — que contou com 0 apoio de toda a bancada governista. Amateria depende, agora, da confirmagao do Senado Federal
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REVISTA DE SEGUROS ABRIL MAID / JUNHO DE 1996 r. 7*1 I 1. 1.. T?.-''- ^ .r. I,-.; '.l.\ *■* l' IT •'I V' 'yr / r, 'f :.l :V' "k ACIDENTES DO TRABALHO '."1
"O limite das fronteiras que definem a atuagao do Estado, do SUS e das seguradoras e muito obliqiio"
Julio Blerrembach
^BRIL/MAIO/JUNHO DE 1996 13 REVISTA DE SEGUROS
CINQUENTENARIO DA FIDES
Evento contou a historia do setor e apontou caminhos para o future
contradigao existente entre as poiiticas protecionistas dos governos da America Latina,,, qua marcaram a atividade seguradora nas ultimas decadas, a a importancia dassa industria nc dasenvolvimanto interno da urn pais foi a tonica do discurso da abartura do avento comamorativo dos 50 anos das Confarencias Hamisfericas da Saguros, raalizado em 17 da maio, no Golden Room do Copacabana Palace. 0 evanto contou com a prasanga da carca da 200 convidados dos marcados nacional a intarnacional.
0 presidanta da FIDES, Fran cisco Serquaira, qua abriu o cicio da palestras, afirmou qua asta protecionismo sa traduziu numa astrutura econdmica "em qua o Estado sa dastacava como o granda ator, ragulador a capitallsta a era 0 principal amprasario do pafs". E
acrascantou: "0 Estado fachava as fronteiras para fomantar uma in dustrializagao, segundo suas prdprias pautas, a nunca chagou aos nivais promatldos, impadindo a insargao do pais no comercio mondial a, sam duvida, tarminou por aumantar ainda mais a lacuna axistenfa antra o dasanvolvimanto
Abertura do seminario sobre os 50 anos da FIDES.(Da esq. para dir.) Willian Fadul, Guilherme Afif Domingos,Jude Kearney, Francisco Serqueira, Clinio Silva e Joao Elisio Ferraz de Campos
a 0 subdasanvolvimanto".
Depois da fazar um brave histdrlco dos ultlmos 20 anos da ati vidade saguradora a da economia dos paises latino-amaricanos, Ser quaira raitarou qua a maior a mais importante tarafa dasses paises para alcangar a mantar a astabilidada econbmica a Incremantar a taxa da dasanvolvimanto intarno — qua s6 sa conquista, antra outras colsas, com sistamas saguradoras da granda potencla. "0 saguro a um dos pilares fundamen
tals para o dasanvolvimanto da todos OS nossos paises. Sam saguro, nao ha dasanvolvimanto nam crascimanto".
Baixa sinistralidade — A palestra do presidanta da Contadaragao Brasileira das Associagoas Comarclals, Guilharma Aflf Do mingos, sobra a Globalizagao da Economia, chamou a atangao dos amprasarlos prasantas para a nacassidada da sa invastir am racursos humanos."Para qua as nagoas am dasanvolvimanto possam
guros, lambrou qua a globalizagao nao a homogenea a, portanto, favorece as aconomias mais aficazas a compatitivas, agais nas ralagoes comarciais a agressivas nos marcados financeiros — alem de banaficiar sobratudo as nagoas mais capltalizadas. "0 procasso, contudo, nao asta a salvo da riscos, qua amaagam indistintamanta todos OS paises, mas astao particularmanta prasantas nas acono mias parifaricas, por definigao, mais vulneraveis", acrascantou. Mas concluiu conclamando todo 0 amprasariado do hemisferio a assumir riscos. "Vanham: o Brasil tarn baixa sinistralidade".
constltuir-sa tambem am banaficiarias do procasso da globaliza gao, alem da participas, a funda mental qua raalizam profundas raformas a adotam comportamentos favoravals. (...) 0 intarcambio da Informagoas da varlada ordam, parmitldo pala telematica a, aspacialmanta, o acasso a tacnologias da ponta raquaram a formagao de racursos humanos da alto nival", dissa.
Aflf Domingos, qua tambbm b presidanta da Cia. Indiana da Sa-
Abertura — Uma dalegagao de 28 ampresarios do mercado de saguro norte-amaricano asteve no Brasil acompanhando o Subsacratario Assistente para Servigos In dustrials a Financeiros no Dapartamanto da Comercio Intarnacio nal (ITA) dos EUA, Juda Kearney, qua participou do samlnario talando sobra "Brasll-EUA Ralagoas Comarciais, 0 Future a Agora 0 Saguro a as Industrias Correlatas". Entusiasmado com o procas so da abertura do marcado brasilairo — OS avantos comemoratlvos dos 50 anos da FIDES coincidiram com o anuncio, por parta do govarno, da abertura do sagurosauda h partlcipagao da ampresas estrangairas — Kaarnay ressaltou qua 0 pais ofaraca grandas oportunidades da parcarias. "0 Brasil a um dos grandas paises emargantes, lidar do hamisferio a muito Importante para a economia mondial. E um marcado muito atraente para nos", afirmou.
Ao final de sau discurso, Juda Kearney fez duas promassas. A primaira, b sua dalegagao: "Vou apola-los am qualquarasforgo qua fagam para antrar nassa mercado".
E a sagunda, ao govarno brasilalm, da mobilizar asforgos para a formagao da parcarias a honrar o pais. Em convarsa com os jorna-
O presidente da FIDES, Francisco
Serqueira (a esq.), homenageia Felix MansUIa, ex-presidente da UNESPA, pelo papel que desempenhou na aproxinia^ao dos niercados iberoamericanos
llstas, 0 subsecratario adiantou qua OS ramos qua mais daspartam 0 intarassa dos saguradoras amaricanos sao os da saguro-sauda a de rassaguros, a lambrou qua tres das ampresas reprasentadas am sua dalegagao — AiG, CIgna a Chubb — ja oparam no marcado brasilairo.
Naavaliagao do presidanta da Fanaseg, Joao Elisio Farraz da Campos, a prasanga da sagurado ras astrangairos no pais quando o govarno anunciou a abertura do saguro-sauda foi uma faliz colncidencia. "A decisao do Govarno animou aInda mais os amprasarl os a fecharam nagdcios com sa guradoras brasllairas", afirmou. Ela dastacou, antratanto, qua os am prasarlos amaricanos comagaram a damonstrar intarassa palo Brasil no ano passado, durante um avanto
O Ministro interino da Fazenda, Pedro Parente, discursa durante o jantar no Museu Historico Nacional: "E impressionante o efeito da estabilidade da moeda sobre a atividade securitaria"
Parante foram os avangos obtldos palo mercado nos ultimos dois anos. "E vardadairamanta Impres sionante 0 afaito da estabilidade da moada sobra a atividade securita ria", dissa, comparando os numaros do marcado em 1993 (produgao da premios da US$ 7,3 bi lboes) a 1995 (US$ 14,2 bilhoas).
da FIDES am Washington, quando foram convidados a visltar o pais para conhacar meihor o marcado da saguros brasilairo. "0 Brasil a um marcado muito atraente a ain da pouco axplorado. Sao 150 miIhoas da potanciais consumidoras rassaltou. Joao Elisio ancerrou 0 seminario a fez a entraga da uma placa comemorativa dos cinquentanario da FIDES ao sau presidanta, Francisco Serqueira. Avangos — O evanto foi ancerrado com um jantar no Musau Histdrico Nacional, que contou com a prasanga de autoridades do marcado segurador brasilairo, do Ministro interino da Fazenda, Pe dro Parante — que representou o Ministro Pedro Malan, que estava fora do pais — a do Superintendanta da Susap, Marcio Coriolano. 0 torn do discurso de Pedro
Em saguida, anumarou as "transformagoas qualitativas" do padrao da dasampenho do sator, como 0 dasampenho do saguro da vida, a desconcantragao do mar cado, malor ofarta da produtos dlferenciados, maior profisslonallzagao dos corratoras a a radugao do chamado 'indica combinado' das sociedades saguradoras. "Esses sao exemplos da rasultados obtl dos gragas a capacidada de adaptagao das ampresas a dos corra toras ao novo contaxto aconomlco", aloglou.
Legislagao — 0 Ministro interino rassaltou qua o aparfaigoamanto da legislagao da saguros ainda dapenda da raforma das Instanclas normativas a do acasso ao marcado a da garantia de um mer cado solventa. "Estou carto qua essas a outras mudangas qua serao propostas ao Congresso Na cional visam nao apenas modarnizar o mercado, mas coloca-lo em patamar aqulvalente ao obtido nos paises qua tem um marcado mais abarto a compatltivo", concluiu.
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REVISTA DE SEGUROS ABRIL MAIO / JUNHO DE 1996 ^bril/maio /JUNHO DE 1996 15 REVISTA DE SEGUROS
Globaliza^ao e Novas Tecnologias temas do simpos
HHB 0 momento em que em H 1 I todo 0 mundose discu-
■ I I te a economia intemacionalizada, e em que. ao mesmo tempo o Brasil se prepara para enfrentar uma nova realidade no setor de seguros com a quebra do monopolio do resseguro e 0 crescimento vertiginoso da informatizagao, a Fenaseg prepara a realizagao da quarta edigao do Simpdsio Internacional de Automagao de Seguros, IV SIAS, no Hotel Inter-Continental, no Rio de Janei ro, de 27 a 29 de novembro, reunindo a comunidade brasileira e in ternacional para troca de informagoes e intercambio de solugoes.
Um dos temas basicos do encontro e a "Globalizagao e as Novas Tecnologias, um Futuro Sem Fronteiras", que sera discutido durante 0 mes de junho, na previa do simpdsio.
0 IV SIAS vai servir tambem para que a Fenaseg coiha os da dos de uma pesquisa a ser feita pela FIDES sobre o estagio em que se encontraa automagao das companhias seguradoras no Brasil. Ricardo Romeiro, gerente de projetos da Fenaseg, avalia que o simpdsio encontrara o setor passanrio porum momentodeeferves-
Comissao organizadora: Da esq. p/dir.: Ronaldo Gontijo, Gilza Gusmann, Izamar Nogueira, Claudia Andrade, Ronaldo Youle e Ricardo Romeiro (a frente); Carlos Leonardo dos Santos, Marco Damiani, Julio Cesar Teixeira, Flavio Faggion Junior e Jose Roberto Catarino (atras). Tambem sao integrantes da comissao: Maira Dieckmann e Jose Renato Fonseca
cencia, jd que, alem da abertura do mercado de resseguros, a perspectiva de privatizagao do seguro de acidentes do trabalho, e as mudangas na regulamentagao do seguro em geral, tem atraldo o interesse de
companhias estrangeiras e acirrado a competigao entre as empresas nacionais.
Norte-americanos — 0 in teresse dos estrangeiros se verifi es, por exempio, com a visita, em
presas do exterior ja terem aberto escritorios no Brasil, e outras estarem se associando a seguradoras nacionais. Como consequencia dessa atragao pelo mercado brasi leiro, ha expectativas de que em 1997 novas companhias, algumas formadas pelo uniao de empresas nacionais e internacionais, explorarao o ramo de resseguro, que por forga do monopolio, e atribuigao apenas do Instituto de Resseguros do Brasil, IRB.
Romeiro explica que um dos objetivos a serem alcangados pelo IVSIAS e conseguir definigoes para as areas de resseguros, comunicagoes (que abrange rede de computadores, Internet e Intranet), seguro-saude e seguro de vida. "Outra area que vai causar grande impacto no mercado e a do seguro de acidentesdotrabalho, queestapara ser privatizada, e que e feita pelo Instituto Nacional de Seguridade Social, INSS", acrescenta ele.
Julio Cesar Teixeira, que faz parte da comissao organizadora do IV SIAS e e diretor de informatica da Bradesco Seguros. "Ha varios anos se talava em downsizing, reengenharia e terceirizagao, que hoje ja sao realidade no setor. Asatengoes estao voltadas, agora, para a descentralizagao dos sistemas e a ne cessidade de incorporagao de no vas tecnologias. A finalidade do IV SIAS e levar essas novidades ate o mercado", afirma.
Segundo Julio Cesar, a in formatizagao tem sido uma poderosa arma de alavancagem de negdcios para as empresas de se guros, tornando-as cada vez mais ageis no langamento de novos produtos e possibilitando uma aproximagao maior com os corretores de seguro.
do de seguros como potencial cliente. Mas, nesses ultimos dois anos, 0 seguro comegou a ser visto comoummercadoem ascensao, ja que o mercado bancario, ate entao grande consumidor de tecnologia, esta diminuindo", afirma.
A automagao do mercado de seguros tem uma configuragao bem diferente da que os bancos utilizam.SegundoCarlos Leonardodos San tos, as seguradoras utilizam mais frequentemente a solugao de rede local de micros, em segundo lugar na preferencia das companhias esta 0 processamento das informagoes com servidores RISC, vindo o mainfrdme em terceiro lugar. As redes de computadores interligadas nacionalmente, caracteristica dos bancos, ainda nao se popularizaram entre as seguradoras.
maio, de uma delegagao de empresarios norte-americanos curiosos sobre a situagao do mercado local. Outro sinal da disposigao dos es trangeiros de participar do merca do brasileiro e o fato de varias em-
Com essas mudangas, acreditam OS especialistas, o mercado brasileiro de seguros tem sentido necessidade de se preparar, cada vez mais, para a competigao que tem surgido com a nova realidade do setor, em decorrencia da estabilizagao do Real. "Embora haja necessidade de se adequar custos, as empresas tem tido uma preocupagao constante com investimen tos em informatizagao", constata
A situagao atual — Embo ra muitas companhias de seguros estejam intormatizadas, o panora ma do pals mostra que o fndice de automagao ainda e baixo "para o tamanho do mercado de seguros, e ate para o tamanho das proprias seguradoras", avalia Carlos Leo nardo dos Santos, consultor da industria de seguros. Segundo ele, ate quatro anos atras havia menos companhias seguradoras intorma tizadas, mas a realizagao do SIAS e uma for ma dedivulgar as novas tecno0 g a s informaticas para 0 mercado segurador, incentivando as empre sas a adotar a au tomagao para diminuir custos.
"Nem mesmo as empresas tornecedoras de solu goes intormatiza das tinham descoberto o merca-
No entanto, o uso constante de redes locaisnoBrasil toi oprimeiro passo para que as companhias nacionais criassem condigoes de se adapter ao modelo europeu e norte-americano de informatizagao deseguros. Na Inglaterra, assegura doras trocam informagoes entre si e com as resseguradoras atraves daredeLondon Insurance MarketNet work, a LIMnet e da Reinsurance In surance Network; a RInet. Nos Estados Unidos a troca de informa goes e feita atra ves da rede Insu rance Value
Added Net Servi ces, a IVANS, mas essa rede congrega corretores que vendem seguros, e uma rede voltada para acomercializagao do seguro.
Carlos Leonardo dos Santos bancos que se uniram para prestar servigos na area de seguros utilizando a IGN, que e a IBM Global Network. A IBM, porsua vez, criou a GSI para atender o mercado segurador do Brasil. A Tradenet utiliza a IGN atraves da GSI, mas o mercado brasileiro conta ainda com a Recoms, a Rede da Comu nidade de Seguros, implementada em janeiro de 1991 com patrocfnio do IRB, que pretendia, com essa rede, diminuir o grande volume de papel que tramitava pelo instituto.
"A Recoms funciona como as redes europeias, ligando segura doras e resseguradoras, e o IRB permitiu que as seguradoras utilizassem o Recoms tambem para outros servigos. Com isso surgiu 0 co-seguro e a Megadata, uma empresa prestadora de servigos diversos para a area de seguros", explicou Carlos Leonardo.
BJcardo Romeiro: "O simposio encontrara o setor passando por um momento de efervescencia"
No Brasil existeaTradenet, uma rede gerenciada pelaempresa criada por dez
Cultura tecnologica Participam da Recoms 122 se guradoras, 0 IRB, a Superintendencia de Seguros Privados (Susep), a Megadata, o Banco do Brasil, a Caixa EconSmica Fede ral, 0 Sistema do Banco Central (Sisbacen) e o Sistema do Comercio Exterior (Siscomex). "Essa rede criou uma cultura tecnolo gica que hoje e fundamental para a automagao do mercado segu-
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REVISTA DE SEGUROS io
ABRIL / MAIO JUNHO DE 1996
"Embora haja necessidade de se adeqiiar custos, as empresas tem tido uma preocupa^ao constante com investimentos em mformatiza^ao"
Julio Cesar Teixeira
ABRil MAIO JUNHO DE 1996
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''Nem mesmo as empresas fornecedoras de solugoes informatizadas tinham descoberto o mercado de seguros como potencial cliente"
revista de seguros
rador brasileiro", analisa Carlos Leonardo. "A rede da GSl esta ligada tambem a Recoms, e como a GSl e da IGN e a IGN esta conectada a Internet, a Recoms vai se beneliciar disso, fazendo com que os corretores tenham acesso mais direto ao segurado. E bem verdade que nem todo o segurado e usuario da Internet, mas e mais facil que todo usu ario de Internet seja um segura do".
Para Carlos Leonardo dos Santos 0 IV SIAS sera uma boa oportunidade para que as companhias decidam aumentar seus investimentos na tecnologia de processamento da informagao e na tecnologia de redes de computadores, modernizando seu parque de maquinas, preparando-se para a competlgao num mercado cada vez mais internacionalizado, como devera ser o mer cado brasileiro apds a quebra do monopblio do resseguro.
Por Sandra Chaves
MaisUma Pros^DaQualidade I^cary
Evento tera home-pa^e na Internet
0 SIAS acontece a cada dois anos. Este ano serao montados 58 estandes — nove a mais do que na terceira edigao do simpdsio, em 1994 — e a estimativa dos organizadores e de qije 2 mil pessoas irao visitar OS estandes e assistir as palestras. Foram convidados conferencistas estrangeiros, que dividirao com os especialistas nacionais a responsabilidade de apresentar, analisar e debater os assuntos ligados h informatizagao na area de seguros.
0 langamento oficial dos estandes foi promovido no dia 12 de junho, no Hotel InterContinental, e apresentou aos empresarios uma das maiores novidades do evento deste ano:
uma home-page na Internet
(H1P//\AAA/W.P[M0C0M.C0MBR/
SIAS.), que sera usada como mais um canal de divulgagao do SIAS — e se traduzira em vantagem exclusiva para os patrocinadores, que terao direito a inclusao de sua logomarca na home-page. Participaram do langamento 30 empresas, algumas que ja expoem desde o primeiro evento, e nove fecharam negdcios neste mesmo dia — Consist, Delphos, LDA, SIstran, TexBrasil, Jet Form, Unisys, MGN e Nova Geragao —,representando 35% do total das vendas. Um recorde.
0 crescente interesse dos fornecedores de produtos e servigos de informatica para o mercado de seguros em participarem do evento levou os organizadores a definirem criterios de desempate na esco-
Iha eventual de uma mesma area. Serao levados em conta: a quantidade de metros quadrados; a participagao da empresa em e'digoes anteriores; aqulsigao de cotas de patrocfnio; aquisigao de outros patrocinios e julgamento pela comissao organizadora.
A Fenaseg, organizadora do evento, vai apresentar mais uma novidade na quarta edigao do SIAS: a instituigao de dois premios. 0 primeiro para o estande que tiver a melhor apresentagao, e, o segundo, para a solugao de seguros que mais atenda as necessidades do mercado. "0 objetivo e valorizar a participagao das empre sas", explicou Ricardo Romeiro, coordenador da Comissao Organizadora do IV SIAS.
rArea de Exposi^ao 1 J 54 HAPPY HOUR Act** liSJ/Tr »r 25 24 26 23 27 22 'ir.f r. 40 35 34 26 39 36 33 29 RUA A 01 2 APOiO UA SECRHARiA E DEPOSITO VIDEO V/ALL SECRETARIA COMISSAO ORGANIZ. I SUDE DESK [ 02 0". 03 Or-. 04 On' L ^ ■■■ UJ 1 SAIAOE IMPRENSA - uilHt'..". iJh
REVISTA DE SEGUROS
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ABRIL / MAIO / JUNHO DE 1996
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A protegao da sua carga. Com tecnologia.
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Pamcary conquistou o premio Os Melhores do Marketing de Seguros 95 da Fenaseg com o Case Averbagdo Eletrdnica. Mais uma iniciatim de sucesso da Pamcary, com o publico e com a crftica especializada. Pamcary
Matriz: Rua Florincio de Abreu, 623, tel.(Oil) 225-8100, CEP 01029-001, Luz, Sao Paulo-SP. Filiais em todo o Brasil.
Novo servi^o pode reduzir custos da carteira de Auto em ate 15% □mercadoseguradoraca-
ba de dar urn importante passo em busca do aprimoramento da qualidade de seus servigos, principalmente no que diz respeito aquelas batidas leves e sem maior gravidade, mas que acabam tirando o sono de segurados e seguradoras. Numa agao conjunta das companhias AGF Brasil, Bamerindus, Bradesco, Itau, Real, Sul America, Unibanco, Vera Cruz e Gesvimap Internacional (de origem espanhola), foi inaugurado em Sao Paulo o primeiro Centro de Exparimentagao e Seguranga
Viaria — Cesvi Brasil da Ame rica Latina. As oito seguradoras envolvidas no projelo respondem por 80% da carteira de Automdveis. A expectatlva e de que o novo servigo reduza os custos das empresas com reparos de autombveis, a medio prazo, em ate 15% — tndice similar ao registrado na Espanha.
Para se ter uma ideia precisa do que esta redugao representa para o setor, somente no ano passado foram gastos R$ 2,9 biitioes em indenizagoes por roubo, incendio e reparos — cerca
de 20% do taturamento total da Industrla do seguro naquele ano —, sendo que 60% deste montante representam o custo com danos materials, ou seja, R$ 1,8 bilhao. "A tendencia e de uma redugao sobre este valor. Porem, nao podemos esquecer os demais itens que compoem o prego do seguro, De modo que a queda
Marcelo Rutigliano Varella
do prego total depende nao so desta redugao nos custos, como tambem da establlizagao de outras varlaveis, como tndice de roubo e outras frequencias", explica Marcelo Rutigliano Varella, diretor-presidente do centro.
0 investimento para a construgao do Cesvi Brasil toi de R$ 6 mllhoes e, tendo como toco
principal o estudo complete de todos OS aspectos da reparagao automotlva, o centro se divide em tres areas operacionals: pesquisa e desenvolvlmento, formagao e divulgagao e seguranga viaria. De metodos de trabalho com substituigao e conserto de pegas ate a variagao dos custos destes servigos em diterentes marcas, todas as fases do processo de reparo de um vetculo sinlstrado serao Invegtlgadas com rigor clenttfico pefo Cesvi, cuja capacltagao tecnoldgica equivale a dos demais centres da Europa, Japao, Coreia e Estados Unidos. 0 objetivo e diferenciar os custos do reparo em carros avariados, de modo a aterir com precisao o valor do seguro dos automdveis marca por marca. Neste sentido, a grande novldade tica por conta de um laboratdrlo de impacto para a realizagao de crash tests a uma velocldade programada de 15kT)f^ 0 que equivale a uma batida entre vetculos a uma velocldade de 30 km/h a 35 km/h.
Provas padronizadas
Localizado no City Empresarial Jaragua (bairro do Jaragua, na capital paulista), o laboratdrlo
Divisao Societaria
entrou em funclonamento em junho, quando tecnicos e engentieiros do centro comegaram a pesquisar reparos baseados nas provas padronlzadas em automd veis de varias marcas (nacionais e importados). Segundo Varella, atraves desse sistema serao Identiticados OS diterentes ntvels de custos para o conserto de car ros similares, como, por exemplo, OS da lintia popular. "Esse tipo de Informagao d essencial para as seguradoras, que poderao se basear nesses dados na bora de elaborar seus pregos", avalia.
Outra tungao prioritaria do Cesvi sera a implementagao de novos metodos de trabalho e o uso de equipamentos de ultima geragao (tecnologia importada da Espanha), objetlvando o desen volvlmento de tabelas de repa ragao, substituigao mecanica e pintura de automdveis em tempo real. Por tempo real, entende-se 0 tempo exato gasto na troca de determinada pega ou no reparo de cada tipo de vetculo — numa oflcina modelo, serao anatlsados os procedlmentos de
reparo, substituigao e pintura de cada pega. Varella explica que essas tabelas serao de grande auxtlio para os protissionais na flora de tazerem a perltagem do automdvel avariado.
"Nao chegam a ser novlda de OS atrltos entre as oticlnas e
Nlvaldo de Oiiveira
seguradora trabalhar com uma tabela prdpria, na qual sao estabelecidos os tempos medios gas tos no reparo de cada tipo de vetculo. "E este e o grande be neficio para o setor, ou seja, o fato de estarmos transformando uma atividade quase artesanal em tecnica", destaca o vlce-presidente da Sul America, Julio Avellar Neto, que preve para o segundo semestre a distrlbuigao das primeiras tabelas.
Qualidade do reparo
Julio Avellar Neto
as seguradoras para deflnir pre go. Com a utilizagao das tabe las, a tendencia e acabar com esse tipo de problema, uma vez que a discussao tera por base um padrao e nao mais conceitos emptricos' argumenta o executivo, reterindo-se ao fato de hoje cada
Do ponto de vista do consumi dor, 0 maior benettcio sera a meIhorla da qualidade do reparo, o que, por conseguinte, aumentara a contianga no servigo. "Alem da maior rapidez na realizagao do servigo, o consumidor tera a certeza de estar pagando o pre go justo do conserto", dIz Varella, que, no entanto, descarta a posslbilidade de redugao no custo da mao-de-obra neste primeiro momento. "0 valor da mao-deobra d um problema comercial da seguradora, cujo poder de negoclagao com as oticlnas esta diretamente relacionado ao vo lume de consertos realizados", argumenta o executivo.
Para ele, mais que o fator prego, o importante e o aumento da confiabiiidade no reparo, 0 que tera como resultado imediato a redugao do volume de
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AUTOMOVEIS / CESVI BRASIL
"Alem da maior rapidez na realiza^ao do servigo, o consumidor tera a certeza de estar pagando o pre^o justo do conserto"
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SUL AMERICA 9.5% AGF BRASIL SEGUROS 9.5% (I-.: ■■ tr' REAL 9.5% BRADESCO 9.5% UNIBANCO 9.5% CEVISMAP INTERNACIONAL 24.0% ITAU 9.5% VERA CRUZ 9.5% BAMERINDUS 9.5%
"O fato de estarmos transformando uma atividade quase artesanal em tecnica e o grande beneficio para o setor"
"Acredito que a redugao de custos sera de pelo menos 20% e devera chegar ao segurado na mesma propor^ao"
REVISTA DE SEGUROS ABRIL MAID / JUNHO DE 1996 ABRIL MAIO / JUNHO DE 1996 21 REVISTA DE SEGUROS
pegas substituidas e, no medio prazo, a maior seguranga de motoristas e passageiros no transito urbano e nas estradas. "Existe no Brasil uma verdadeira cultura de substituigao de pegas. Quase sempre o usuario opta por substituir as pegas danificadas, sendo que, muitas vezes, algumas dessas pegas sao de vital importancia para o carro. E nestes casos, por uma questao de se guranga, 0 mais indicado e o reparo", garante Varella.
Com base na experiencia internacional, o executivo lembra que outro fator positive para o usuario e a parceria a ser estabeiecida com os fabricantes de veiculos, visando o aprimoramento de cada modelo e a corregao de possfveis falhas de desenho e construgao. "Nos 13 anos em que esse trabalho vem sendo de-
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xCesvi Brasil: capacita9ao tecnologica equivalente a dos demais centros da Europa, Japao, Coreia e Estados Unidos
REDUgAO DE GUSTOS
Preocupadas com a grande frequencia de acidentes leves no transito, as seguradoras investiram R$ 6 milhoes na construgao do Cesvi Brasil.
A maior novldade do centro e um laboratorio de impacto para
Na Espanha, houve uma redugao de 10% a 15% nos custos com indenizagoes por danos materials
R$2J bilhSes R$i; BILHAO
foram gastos com indenizagoes por roubo, incendio e reparos, pagas pelo setor ao longo do ano passado
foi o custo com danos materials, o que represents 60% do montante
Disque-Roubo: nova arma no combate ao roubo e fiirto de veiculos
a realizagao de crash tests a uma velocidade programada de 15 km/h, equivalente a uma batida entre dois carros se deslocando a 30 ou 35 km/h, acidentes muito comuns no nosso transito. '
senvolvido na Espanha, o resuitado tem sido excelente. Os cen tres dao sugestoes de desenho e construgao e estas quase sem pre sao aceitas pelas montadoras, que, em geral, conhecem bem 0 seu carro, so que nao dominam todas as diferengas em relagao ao veiculo concorrente."
0 diretor do Cesvi ressalta que este tipo de parceria devera ser bem aceito no Brasil, visto que aqui o valor e as condigoes de acesso &s pegas tambem fazem diferenga na formagao do prego do seguro. Na sua avaliagao, a tendencia e de uma boa receptividade por parte das montadoras. Caso contrario, acredita Varella, pode haver ate mesmo perda de competltlvldade de um modelo em relagao ao seu simi lar no mercado. "Com o trabalho desenvolvido pelo Cesvi, o custo do reparo acabara influenciando o prego do seguro. E se o reparo de uma determinada marca ou mo delo de carro for mais caro, com certeza o seguro tambem ficara mais caro", explica.
Redugao dos pregos Nestes casos, continua ele, e pouco provavel que o consumidor aceite pagar de premio o equi valente a 20% do valor do carro, se puder assegurar um modelo correspondente, arcando com os 10% usualmente cobrados pelo mercado. Partlndo desta andlise.
0 Rio de Janeiro esta se armando contra o crime organizado. A partir de julho, o cidadao carioca contara com mais uma importante arma no combate ao roubo e furto de carros: o Disque-Roubo, atraves do qual a populagao podera denunciar e receber instrugoes sobre como agir nos casos de roubo de veiculos.
Oobjetivoecentralizarasinformagoes sobre as ocorrenclas em todo o Estado, agllizando o processo de comunlcagao aos orgaos responsaveis e evitando, assim, a dispersao no trabalho das autorldades competentes.
0 novo servigo e resultado da parceria estabelecida entre oSindicato das Empresas de Seguros do Rio de Janeiro (Serj) e a Secretaria de Se guranga Publica no comba te ao roubo e furto de vefcuios. Deacordo com o Diretor do Serj, Lucio Marques, tambem sera de grande auxilio na recuperagao (pelas segura doras) dos veiculos encontrados pela polfcla. 0 executivo explica que, ao comunicar o roubo ou furto do seu automidvel ao Disque-Roubo, o proprietdrio sera informado sobre em que delegacia deve registrar a ocorrencia. Com base no cadastro feito pelo Disque-Roubo, a Secretaria de Seguranga confirmara, no pra zo maximo de 24 boras, se de fato houve a ocorrencia e se estas informagoes foram repas-
sadas ao Detran/Proder] e as patrulhas da Polfcia Rodoviaria em todo o Estado.
"Antes, as denuncias eram levadas d Delegacia de Roubos e Furtos de Veiculos Aufomotores(DRFVAT). Hoje nao e mais assim. Deste modo, uma
sadas aos orgaos competen tes.
0 sindicato tambem se mantera atualizado por comunicagoes diarias via fax e boietins semanais com a relagao dos carros roubados ou furtados em todo o Estado do Rio. Alem disso, lembra o Diretor do Serj, a entidade tambem contara com uma relagao diaria dos veiculos recuperados pela polfcia e a sua localizagao. "De posse dessas informagoes, as segura doras poderao retirar os veiculos dos depdsitos em ate 48 horas, evi tando maiores prejufzos."
ocorrencia feita numa sextafeira, por exempio, so e comunicada pelas delegaclas aos demais orgaos na quarta-felra, dando tempo aos ladroes para desmancharem ou retirarem o carro roubado do pais", afirma Marques. Segundo ele, ate o final de junho as denuncias passam a ser regis tradas nas delegacias dos bairros onde ocorreu o roubo ou furto, e imediatamente repas-
Marques prefere nao arriscar numeros — garante, entretanto, que 0 Disque-Roubo contribuirasignificativamente para o aumento do numero de carros recupe rados no Estado, que atingiuum[ndicede34%dos17 mil veiculos segurados rouba dos so no ano passado. Ele lombra ainda que o emplacamento alfanumerico e outro instrumento de grande ajuda nesse processo e que,ate o final do ano,foda a frota de carros do Rio de Janeiro devera integrar o novo cadastro—do total de 2,2 bilhoes de veiculos faltam ser recadastrados 1,7 bilhao. Finalizado 0 processo, o diretor do Serj diz acreditar que poderao ser recuperados no Estado 80 mildoscerca de 150 mi carros roubados,ao longo dos ultimos cincoanos.
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'Acho que as coiiseqiiencias deste servi^o no Brasil serao ainda melhores do que as registradas na Espanha"
Jose Roberta Haym
REVISTA DE SEGUROS ABRIL / MAIO / JUNHO DE 1996 ABRIL/MAID/JUNHO DE 1996 REVISTA DE SEGUROS
0 executivo arrisca o prognostico de queda nos pregos do produto seguro: "dependendo do modelo, podera haver a redugao ou ate mesmo o aumento dos pregos cobrados". Segundo Varella, a exempio dos demais centros distribuidos pelo mundo, 0 Cesvi nao busca a redu gao dos pregos. A experiencia internacional mostra que, a longo prazo, isto acaba acontecendo. "Na Espanha, por exempio, houve uma redugao de 10% a 15% nos custos com indenizagoes por danos materials", revela. Segundo ele, e possivel alcangar Igual numero no Brasil, so que tal redu gao so devera ocorrer dentro de urn prazo de tres anos.
Embora nao tenha uma estimativa do percentual de redugao dos custos com sinistralidade, que 0 novo servigo vai proporcionar, o Diretor de Ramos Elementares da Unibanco, Jose Roberto Haym, acredita que as consequencias para o mercado brasileiro serao ainda mais slgnificativos do que as registradas no mercado espanhol. "A minha opiniao pessoal e de que 15% e um numero conservador. AquI no Brasil ha uma grande discrepancia de custos nas oflcinas e nosso mercado e multo maior que o da Espanha. Por isso, acho que alcangaremos indices mais altos", preve.
Nivaldo de Oliveira, Diretor de Auto e RCF da Bradesco, tambem estima melhores resultados para o mercado brasileiro. "Nossas expectativas sao baseadas na experiencia internacionai. Mas acreditamos que, aqui no Brasil, a redugao de custos seja de pelo menos 20% e devera chegar ao segurado na mesma proporgao", avaiia.
Par Fernanda Thurler
Governo vai reformas propor para
Na oficina modelo serao analisados os procedimentos de reparo, substitui^ao e pintura de cada pe^a
Desempenho de Automoveis deve reduzir arrecada^ao global do setor
a Lei de Licitagoes
A carteira de automdvei de- probiemas peia forte concorvera sofrer uma queda de ar- rencia de tarifas, existe a posrecadagao em 1996 e, em de- sibiiidade de a arrecadagao de
premios nao decair substancialmente, em razao do advento dos seguros segmentados peia idade ou sexo do consumidor, 0 que pode vir a gerar um faturamento razoavel para as seguradoras que estao Investindo nesse nicho de merca do.
gos, 0 principal p correncia, reduzir sua participagao percentual no ranking das diversas modaiidades de seguros. Resuitado: com a queda de produgao, o seguro auto mdvei, a principal apdiice do mercado, ameaga nao so perder aiguns pontos no ranking, conio reduzir a arrecadagao global do setor, que, este ano, apresentara um crescimento real maximo de 5%.
As estimativas sao do di retor do Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro (Serj), Lucio Antonio Marques, para quem o mercado de seguros, descontada a inflagao do perfodo, podera fechar o ano com uma arrecadagao na casa de R$ 16 bilhoes — caso se confirme a pequena projegao de expansao real do setor. Segundo ele, ainda que o segmento de automdvei apresente
Junto com a baixa temporada do seguro de automdvei, as duas outras maiores carteiras do setor (vida e saude) nao terao folego para gerar um crescimento tao extraordinario, a ponto de suprir a queda esperada na apdiice numero um do mercado, garante Lucio Marques, que tambem e dire tor da Previdencia do Sul. No caso de vida, que vem apresentado um crescimento extra ordinario nos ultimos dois anos, mesmo em um quadro de forte concorrencia de pre
roblema esta nos salaries comprimidos do funcionalismo publico — o que, segundo ele, deve encoIherademanda deprodutose aumentar os pedidos de cancelamentos de contratos descontados em foiha de pagamentos. Mesmo assim, os se guros de vida podem garantir novos negocios, inclusive no combalido funcionalismo pu blico, se as companhias aumentarem a gama de beneficios de seus produtos.
Ja no caso do seguro-saude, a tendenciae deque a arre cadagao de premios das segu radoras apresente alguma redu gao,em decorrencia da decisao do Governo de abrir o setor para 0 mercado internacionai. No prlmeiro momento da abertura, devera haver encolhimento dos pregos das mensalidades.
Per Vagner Ricai-do
para os empreitelros e, principalmente, para o contribuinte — que nao vera mais seus impostos indo pelo ralo — o seguro-garantia e unico instrumento capaz de ga rantir a execugao das obras contratadas pelo Governo e ainda diminuir os custos que, hoje, por conta da Lei de LIcltagoes 8.666/ 93, aumentaram ate 20%. A obrlgatorledade do seguro-garantia para as obras executadas pelo Governo toi um dos assuntos discutidos pelo MInistro da Administragao e Retorma do Estado — MARE, Luis Carlos Bresser Pereira, durante o Semlnario Reforma AdminisMiva, Lei de Licitagdes e do Seguro Garantia, promovido em conjunto peia Fenaseg e o Sinicon, no auditorio da Firjan, em junho passado. 0 se mlnario mostrou que hoje a Lei de Licitagoes engessa a Administragao Publica que e obrigada a aplica-la a lei da mesma forma tanto para compra de algodao, quanto para a cqnstrugao de uma usina nuclear. "E precise modernizar a lei ou ate mesmo criar uma nova, se necessario", afirmou Bresser.
Por conta disso, o Governo
O ministro Bresser Pereira, o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvea Vieira, e o presidente da Fenaseg, Joao Elisio Ferraz de Campos vai enviar ao Congresso proposta de retorma na Lei de Licitagoes. Entre as propostas esta a retirada da unanimidade da lei, o que significa tratamento diferenciado para compras e servigos simples e exe cugao de grandes obras; alem dis so, 0 Governo quer aumentar a garantia da execugao das obras, 0 que pode significar a obrlgatoriedade da utilizagao do segurogarantia. Os Estados tambem te rao regulamentos prdprios, assim como municipios e autarquias (tendo apenas 1/3 da lei obrigatdria para todos); classiticagao dos bens e servigos.
Estiveram presentes tambem ao semindrio os presidentes da Fe naseg, Joao Elisio Ferraz de Cam pos; do Sinicon, Luiz Fernando
Santos Reis; e da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvea Vieira; os Secretarios de Obras Publicas do Esta do de Sao Paulo, Plinio Assmann; e do Estado de Minas Gerais, Deputado Israel Pinheiro;o diretor do IRB, LIdio Duarte; e o presidente do Sindicato das Seguradoras do Parana, Joao Gilberto Possiede. Transparencia - "0 seguro e 0 unico instrumento que cobre custo adicional por atraso nas obras", explicou Jose Americo Peon de Sa, Conselheiro Consultivo da Fenaseg. Para Peon, e inexplicavel que o Brasil, um pals em construgao, seja o unico na America Latina a nao ter o segu ro-garantia desenvolvido. 0 dire tor da Corretora Marsh & McLennan, Michael Liddle, expli
cou que nos Estados Unidos, ao contratar o seguro, as empreiteiras tornam-se parceiras das segu radoras, que tem nao apenas a obrigagao de concluir a obra, mas de dar consultoria e ate mesmo conceder financiamento as empreiteiras. La, o seguro-garantia e obrigatdrio para obras acima de US$ 25 mil.
0 presidente do Sinicon pediu ao Governo uma lei de licita goes mais transparente. "E preci se desmititicar a colocagao muito ditundida por grupos interessados de que o seguro-garantia e preju dicial ds empresas de porte medlo e pequeno", diz. A proposta do Sinicon e a deestabelecerpatamares com base nos custos das contratagoes de servigos de engenharia, para fixar o percentual do se guro-garantia. Bresser Pereira pediu que a proposta fosse encamlnhada, com urgencia, ao seu Ministerio. "A atual lei so se preocupou em erradicar a fraude e a formagao de cartel, e nao garantiu a execugao da obra, o que tornou o processo muito caro. Ha uma demanda muito grande peia mudanga da lei, que tem trazido prejutzos series ^ sociedade", concluiu Bresser Pereira.
Por Valeria Machado
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REVISTA DE SEGUROS ABRIL/MAiO/JUNHO DE 1996 ABRIL / MAIO JUNHO DE 1996 REVISTA DE SEGUROS
Concurso revela importancia do marketing num mercado competitivo
abertura de mercado, o crescimento da participagao no PIB e outros fatores que vem acirrando a competigao na industria do seguro tern chegado ao conhecimento do grande publico consumidor final de seus produtos — atraves de uma estrategia cada vez mais usada em grande escala, e estilo, pelo setor: o bombardeio publicitario, A aposta na criatividade, numa area tradicionalmente conservadora, e a massa de informagoes que estao popularizando o seguro mostram que 0 momento e de transformagbes radicais, Ousadia — "0 marketing de seguros esta ficando mais ousado",sentencia Claudia Teixeira, gerente de marketing da Generali, uma das empresas premiadas no V Concurso "Qs Melhores do Marketing de Seguros de 1995", promovido pela Fenaseg. A empresa foi incensada por um veiculo de comunicagao interna que fascinou pela criatividade e objetividade: a RMo General!. Ha expectativas de um acrescimo no orgamento de 63%, para este and, e a base desse aumento esta
Os vencedores da qiiinta edi^ao do concurso, promovido pela Fenaseg
fincada na publicidade.
"A Generali era um companhia com um publico alvo definido: as multinacionais. Por isso, tinha uma midia restrita e direcionada. Com a abertura do merca do e a competigao pelas posigoes no ranking, a empresa decidiu pulverizar os riscos e se tornar mais conhecida do publico", explica CIdudia. A Generali, agora, mostra a cara" em sua primeira grande campanha de seguro: a do
Fiat Patio. "Temos que identificar
0 produto de acordo com o con sumidor, e quem nao souber administrar bem isso vai perder espago", avalia Camillo Marina, diretor da empresa, Desafando o no — Nao ha um levantamento oficial sobre
0 crescimento dos investimentos em marketing nas seguradoras, mas ha indicagoes de que sao proporcionais ao prbprio cresci mento do mercado. Mas o feno-
"Empresas ganharam posi goes no ranking em pouqufssimo tempo,em fungao basicamente de um marketing muito forte", comenta Renato Campos, que preve uma invasao ainda maior das campanhas publicitarias, quando novas empresas estrangeiras comegarem a atuar no Brasil. MeIhor para o consumidor, que alem de produtos diversificados, tera tambem a sua disposigao propa gandas cada vez mais criativas.
A safra dos premiados na quinta edigao do concurso surpreendeu. Bem-humorados,como 0 anuncio da Bamerindus Assistencia; bem elaborados, como a campanha do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio Gran de do Sul; inovadores, como o sistema de informagoes da Gene rali; ou oportunos, como a estra tegia de conscientizagao promovida pela Funenseg.
Renato Campos
meno nao foi instantaneo, como explica 0 vice-presidente da Fe naseg, Renato Campos Martins Filho. Desde 1988, quando a nova Constituigao acabou com as cartas-patente e desatou o no que fazia do setor um clube fechado, onde novos empresarios so entravam se passassem a integrar companhias ja existentes, a pu blicidade comegou a ocupar es pago de destaque na programagao de investimentos.
Produto financeiro —"Estamos conseguindo fazer do se guro de vida um produto finan ceiro, como acontece nos paises do Primeiro Mundo, retirando a pecha de um investimento superfluo", afirma Carlos Motta, da Bradesco Seguros. A empresa ganhou o premio de marketing pelo langamento que revolucionou 0 mercado nacional: o "Super Vida Bradesco", um seguro que pode ser resgatado ainda em vida, funcionando como uma especie de emprestimo.
A entrega dos trofeus aos oito cases premiados aconteceu no dia 10 de abril, no Hotel Inter-Continental. Um dos momentos mais emocionantes foi o da apresentagao da pega publicitaria da Naci onal Seguros, hoje Incorporada pelo Unibanco. 0 case da Nacio nal ganhou uma premiagao espe cial, pois havia sido retirado da dispute por seus prbprios produtores — mostrava o plloto Ayrton
Senna, caminhando num circuito de Fbrmula-1, enquanto a plateia acompanhava com a cabega a passagem dos carros para responder a pergunta: "Seguro de vida e tudo igual?". 0 anuncio foi ar ao apenas uma vez, no intervalo do Grande Premio de Sao Paulo, em 1994. A disputa seguinte foi em I'mola, onde Senna morreu. A exibigao do comercial, gravado dois meses antes da morte do fdolo, foi suspensa.
"Nao so tiramos o case do ar, como o retiramos formalmente da premiagao", disse Luis Fer nando Favour Coelho, superintendente regional de marketing do Unibanco, acrescentando que, este ano, a empresa pretende ser ainda mais agressiva nas campa nhas publicitarias.
Base da piramide ~ 0 avango da cultura de seguros e a grande preocupagao do mercado. E a Funenseg decidiu investir na base da piramide. Langou, no ano passado,a campanha que tambem the valeu a premiagao:"Seguro— um projeto de Vida". Voltado para 0 publico infantil, o programa foi levado a escolas de 1- Grau, em criativas pegas de video,folhetos, revistas e cartazes. "0 projeto foi criado em cima dos objetivos da ! Funenseg dedivulgar a importancia do seguro",comentouFarukEIKathib,daFamaComunicagao,empresa responsavel pela campanha.
Um dos destaques da premi agao deste ano foi a grande participagao de instituigoes, alem das empresas. Foi o caso do SincorRS. Com uma abrangente cam panha que teve como mote prin cipal 0 slogan "Correlor profissionai de seguros. Quem e o seu?", a entidade ampliou em mais de 250% seu quadro social. "Nossa campanha foi copiada por todos os sindicatos de corretores do Brasil", afirmou seu presidente, Sergio Petzhold. A cerimonia de premiagao, conduzida pela jornalista Leila Neubarth, contou com a presenga de personalidades como o campeao de F6rmula-1 Nelson Piquet. Ha quatro anos investindo no se tor de averbagao de cargas com um sistema de rastreamento por satelite que, segundo afirma, reduziu substancialmente as frau-
des no transports de mercadorias por caminhao — Piquet foi ao Inter-Continental prestigiar o amigo e sbcio Antonio Clements Artur dos Santos, da Pamcary, premiado pela campanha que atingiu mais de 80 mil caminhoneiros com 0 sistema de averbagao eletronica.
A quinta edigao do concurso comprovou que o produto seguro esta ganhando cada vez mais es pago e tornando-se mais popu lar. Como mostrou o case da Ba merindus, outra empresa premiada, "nao so grandes tragedias acontecem, mas tambem pequenos contratempos", como perder a chave do carro ou encontrar a garagem do predio alagada. Se guro e um investimento cada vez mais seguro.
Por Irany Tereza
MARKETING
"Empresas ganharam posi96es no rankiii^ em pouqmssimo tempo, em fLm9ao de um marketing muito forte"
Prestadora de servigos de seguros nas seguintes areas: •Investiga^ao de sinistros •Regula^ao de sinistros Auto/RCF e RE •Vistoria previa de automoveis ►Recuperagao de veicuios furtados/roubados •SOS carga, 24horas. Regioes de atendimento: Centro-Oeste, Norte e Nordeste Rua T-Z9 n® I651 • Setor Bueno Goiania*GO REVISTA DE SEGUROS 26 ABRIL / MAID JUNHO DE 1996 L abril / MAID JUNHO DE 1996 Fone/Fax: (062) 285-5822
Em 25 anos, a Funda^ao formou mais de 45 mil profissionais para o setor
0 ser criada ha 25 anos, a Fundagao Escola Nacional de Seguros(Funenseg) tinha como objetivo primeiro o desenvolvimento do mercado de seguros em geral, com um trabalho voltado originalmente para corretores e tecnicos, Floje, a Funenseg prepara-se para o seculo 21 procurando auxiliar o aprimoramento dos conhecimentos dos profissionais do setor, sem esquecer da formagao basica, e buscando oferecer, atraves de convenios e da concessao de bolsas de estudos, especializagoes que atendam ao mercado.
Desde 1971, a Fundagao formou mais de 45 mil profis sionais de seguros em todo o pats. Muitos de seus ex-alunos tem desfaque no mercado, como | 0 Presidente da Golden Cross, Luis Eduardo Pereira de Lucena ' e 0 Direfor da Area Internacional da Johnson & Higgins, Mauro Mendonga Leite. Alguns dos exalunos tambdm passaram a dar aulas nos cursos da Funenseg, ; como 0 Direfor da Susep, FranCisco Pinho, Acadaano, a Funenseg fra-
baiha com cerca de 3.500 alunos. A Superintendente de Produfos Educacionais da Fundagao, Marflia Scofano de Souza Aguiar, associa o boom de crescimento da Funenseg ao progra ms de ensino a distancia, implantado em 1982, que, ate 1995, teve 13 mil inscrifos em 64 cur sos por 69 munlcfplos em 21 estados braslleiros. Atualmente, OS programas de treinamento a
"Nosso interesse em reformar uma delegacia esta diretamente ligado ao setor.
O Rio tem um dos maiores indices de roubos e furtos de automoveis do pai's, o que ■tem um impacto direto na atividade seguradora"
distancia estao atravessando as fronteiras nacionais e tem, entre seus alunos, funcionarios de empresas brasileiras que frabaIham em Gabo Verde, Angola e Mogambique. Cerca de tres mil pessoas fazem os cursos a dis tancia, a cada ano, recebendo material didatico — tilmes, slides, textos de apolo, cadernos de exerctclos — para prepararem-se para os testes de ha-
bllltagao protlssional. A malor procura e para o curso preparatdrio para o exame de corretor de seguros, que so a Funenseg, em todo o pats, pode apllcar e certltlcar. Este ano, 4.824 candldatos se inscreveram para as provas de junho e julho.
"Fazemos dois exames por ano e o tndice de aprovagao e de 37%", conta Martha. Ela reconhece que o estudo a distancia exige muito mais dedicagao do aluno do que dos estudantes dos cur sos regulares. 0 sucesso do programa pode ser comprovado pelas boas classiticagoes obtidas pelos alunos. "No ultimo exame para corretor, o segundo colocado tinha teito o curso a distancia, mostrando o quanto e posstvel se alcangar bons resultados, pelo estorgo individual. E com este tlpo de aluno que a Funenseg consegue atingir todo o territbrio naclonal", diz Martha. Este ano, a Fun dagao comegou a implantar um sistema multlmtdia voltado para o programa de ensino a distancia, que reduzira em ate 50% o tempo de duragao de cursos. 0 material didatico podera ser acessado por computador.
Cursos—A Funenseg mantem 21 cursos regulares, com presenga obrigatoria de alunos e protessores em sala de aula. CInco desses cursos sao de ntvel preparatorio, exiglndo escolaridade de 1- grau complete: o Preparatbrlo para Flabllitagao de Corretores de Seguros, Iniciagao, Introdugao ao Seguro, Basico de Seguros e Basico de Venda de Seguros. Alguns dos 15 cursos de qualitlcagao exigem 1- grau complete e curso basico de se guros, ministrado pela Funenseg, oil cpmprovagao de experiencia protlssional na area. Outros tem como pre-requisitos 2- ou 3graus completes, alem de traba lho na area. Entre os cursos de qualiticagao oterecldos estao: Habilitagao para Comissario de Avarlas, Tecnicas de Supervlsao de Vendas, VIstoriados de Slnistro de Automoveis, Teoria Geral de Resseguro e Introdugao ao Se guro de Riscos de Petrdleo off shore, todos de grande procura. Fla ainda nove cursos de especializagao, como Master em Segu ros e Planejamento Estrategico e Marketing. Para atender ^s exigencias do mercado, a Fundagao tambbm prepara cursos techados especlalmente para empresas. "Montamos o curso que a empresa quer, com a carga horaria desejada, disciplinas de seu inte resse e 0 programa que melhor pode atende-los", diz Martha Scofano. Entre as 25 empresas que ja contrataram cursos techa dos da Funenseg estao a Golden Cross, a America do Sul, a Real Seguradora, Sul America, Delphos e Bradesco Seguros.
Na sede da Fundagao, no Rio, uma media de 350 alunos trequentam os cursos regulares noturnos. Segundo Martha Scofa no, a maioria dos alunos vem do mercado de seguros e tem 2- ou
Marilia Scofano: "O mercado tem exigencias novas a cada momento. Por isso, vamos as seguradoras, para saber como e o profissional que elas ^ buscam, no que ele deve se especializar ou se aprofundar"
bilitagao plena ou especializada", revela. A grande procura pelos cursos de iniciagao, segundo ela, deve-se aos ganhos que um cor retor de seguros obtem, tendo apenas escolaridade de primeiro grau. "Os corretores ganham bem, em relagao aos trabalhadores brasileiros que tem apenas pri meiro grau. E uma das profissoes que mais cresce no pats e a tendencia observada e a necessidade de mais e mais cadeiras de especializagao", acrescenta Martha.
Suzana Kaz: "A Funenseg esta fazcndo o levantamento de outras institui^oes internacionais de estudos avan^ados em seguros, para assinar convenios semelhantes ao firmado com o Tlie College of ^ Insurance, de l Nova York" ^ >
3- grau completes. Apenas 4% dos matriculados tem instrugao basica. Hoje, os cursos mats procurados sao os que tratam de especializagao em seguros de au tomoveis, Incendio, transportes e, para profissionais de ntvel su perior, resseguros. Martha Scofano lembra que a programagao da Fundagao tenta Ir de encontro as necessidades do mer cado. Ao tim de cada ano, e teita uma pesquisa junto as segura
doras para saber quals sao os interesses em treinamento de pro fissionais ou formagao de quadros para as empresas.
Novas exigencias — "0 mercado tem exigencias novas, a cada momento, principalmente nesta tase de expansao intensa. Por isso, vamos as segura doras, para saber como e o pro fissional queelas buscam, no que ele deve se especializar ou se aprofundar, se deve ter uma ha
A Funenseg nao tem um corpo docente prbprio. Os especialistas e tecntcos que ministram cursos sao convidados pela Fun dagao, que fornece apoio didati co e metodoldgico para as au las. "Temos um programa de capacitagao de instrutores, no qual se adquirem nogoes de planeja mento de aula e de educagao para adultos. Na verdade, no Brash aInda nao ha uma mao-de-obra especializada em seguros, apesar do grande numero de profis sionais no setor. A Fundagao quer dar base para este mercado, seja atraves dos cursos regulares ou a promogao de eventos, como seminarios e ciclos de estudos para corretores, por exempio", esclarece.
Um dos projetos priorltarios da Fundagao, que devera ser implantado ate o flm deste ano, e a criagao de uma editora propria, que supriraa deficiencia blbliografica nos estudos avangados sobre seguro, alem de langar novos tttulos e traduzir o material produzldo no exterior e que seja necessario dentro do mercado brasileiro. A editora tambem publicara, atra ves de co-edigoes, os bestsellers do ramo ja esgotados no Brash.
TecnicosdaFundagao
jaestaotra-
duzindo seis dos clbssicos mundiais do seguro, destinados a
FUNENSEG
Suzana Munhoz da Rocha:
n-.f REVISTA DE SEGUROS ABRIL / MAID / JUNHO DE 1996 ■HMHilii
ABRIL MAIO JUNHO DE 1996 29 REVISTA DE SEGUROS
quem esteja fazendo pds-graduagao. A editora tambem devera publicar teses de mestrado consideradas importantes dentro do pano rama brasileiro, como "Previdencia Social e Fundos de Pensao", de Luis Eduardo Afonso, e "Lima proposta de metodologia de avaliagao da solvencia de empresas de seguro de nao-vida", de Marcos Vinicius Lopes Martins.
Internet — Buscando integrar-se as novas tecnoiogias de comunicagao e ampliar seu canal de atuagao,a Funenseg esta na In ternet, desde agosto do ano passado,e comega a preparar seu prlmeiro CD-Rom com o curso Baslco de Seguros, que devera ser
dos curses
langado no proximo semestre. A Secretaria Executiva da Fundagao, Suzana Munhoz da Rocha, destaca a importancia do convenio assinado entre a Fundagao e o The College of Insurance, de Nova York, que preve trabalhos conjuntos nas areas de cursos, pesqui-
sas e de tradugao de material sobre 0 mercado de seguros.
Os cursos serao ministrados na Funenseg por professores reconhecidos peloThe College eos certificados conferidos pela Fun dagao terao a chancela da institulgao norte-americana, uma das mais conceituadas internacionalmente no campo das especializagoes e estudos avangados sobre seguros. "Atraves desta parceria, 0 The College podera expandir sua atuagao no Brasil e facilitar o acesso dos Interessados aos estudos de especiallzagao,sem necessidade de deslocamento ate os Estados Unidos", diz Suzana.
A Funenseg esta fazendo o le-
Diftindindo a cultura do seguro
Para reduzir o quase total desconhecimento do brasilei ro em relagao ao mercado de seguro, a Funenseg criou, ha um ano, o programa "Seguro: um projeto de vida", que tem como publico-alvo estudantes de 1® e 2® graus. Sem o formato de campanha publicitaria, ja que seu objetivo e conscientizar sobre protegao, seguranga e responsabilidade, o programa comegou a ser levado a 6 mil alunos de escolas partlculares de1®grau, no Rio
de Janeiro, em 1995. Ao participar do programa, a crianga recebe uma revista em quadrinhos com o personagem Prevenildo contando a histbria do seguro, desde suas origens, ha 23 seculos antes de Cristo, na Babilonia. Durante uma semana, os alunos tem atividades orientadas que discutem, entre outros temas, res ponsabilidade civil e OS diverSOS tipos de protegao, e participam de concursos de desenhos, slogans e redagoes so
bre seguros. A Fundagao orienta os professores sobre o pro grama e fornece a escola o material didatico necessario, como um video de 8 minutos contando a historia do seguro.
No fim do programa, as esco las ganham uma doagao no valor de R$ 400,00, e cada aluno vencedor do concurso, uma caderneta de poupanga com um deposito inicial de R$ 50,00.
Segundo a Superintendente de Produtos Educacionais da Fu nenseg, Marilia Scofano, o pro
vantamento de outras insfitulgo'es ' internaclonals de estudos avangados em seguros—como oAme: rican Institute of Phiiadelphia, o Chartered Insurance Institute of London e a Fundacion Mapfre de Madri — atraves da Superintendencia de Relagoes com o Merca do, para firmar convenios semeIhantes ao assinado com o The College. Segundo a Superintendente da area, Suzana Kaz, multas instituigoes ja assinaram conveni os com a Funenseg, como a Fun dagao Getulio Vargas que, em todos OS cursos de especializagao, oferece cadeiras de seguro e resseguro; a Pontificia Universidade Catblica do Rio, para o curso de
lAG-Master em Seguros; e o Instituto de Estudos Empresariais da Faculdade Candido Mendes, para realizar, pela primeira vez no pais, cursos de pbs-graduagao em Direito do Seguro e de extensao em Marketing do Seguro. A Pontifi cia Universidade Catblica de CuritibaeaUniversidadedeSao Pau lo sao algumas das instituigoes brasileiras quetambem deverao ter cadeiras em seguros.
grama e pioneiro em todo o mundo, e entidades que congregam empresas de seguros de Nova York e Londres estao interessadas em implanta-lo nos Estados Unidos e Inglaterra.
"Ja estivemos em 17 colegios do Rio e de Niterbi. Ago ra, comegamos a negociar com a Secretaria Estadual de Educagao do Rio como levaremos 0 programa para as escolas publicas, ja que nao ha intengao de comercializar seguros". conclui.
Cultura do seguro—A Fu nenseg tambem esta trabalhando pelaformagao da cultura de segu ros no Brasil. Embora o mercado profissional venha crescendo em ritmo intenso a cada ano—so em 1995, 0 aumento do mercado foi de leVo —, 0 brasileiro nao tem tradigao de fazer seguros. A tai ponto que se calcula que apenas 25% da frota nacional de veiculos esteja segurada. Para transformar esta meritalidade, mostrando a im portancia de conceitos como a protegao de bens particulares e do bem publico, a medio prazo, a Fundagao criou o programa "Se guro: um projeto de vida", ha um ano, e agora, depois de participar de campanhas na brea social, como 0 "Viva Rio", e de promover cursos—entre eles o de Prevengao de Acidentes e o de Combate a Incendio — para moradores de 18 favelas cariocas e alunos da FabricadeEsperanga, Integra ogrupo Seguranga e Violencia do Pia
no Estrategico da cidade do Rio de Janeiro, liderado pelaAssociagao Comerciai. Uma das agoes propostas pelo Piano e a de reequipar as delegacias policiais. A Funen seg assumiu a responsabilidade pela reformadopredio da 16® DP (Barra da Tijuca). "Nosso interesse em reformer uma delegacia esta diretamente ligadoaosetor. 0 Rioe uma das cidades com o maior fndice de roubos e furtos de autombveis no pals, o que tem impacto direto naatividade seguradora", lembra Suzana Munhoz. Ate a virada do seculo, aiem de atender as necessidades de conhecimento especifico dentro de uma perspective global, a Funen seg pretende descentralizar ainda mais 0 ensino por seus nucleos regionais (Porto Alegre, Curitiba, Sao Paulo, Belo Horizonte e Reci fe), alem de firmar convenios para a criagao de cursos profissionalizantes de 2® grau — como o de assistente tecnico de seguros, que podera ser ministrado em parce ria com 0 Centra Federal de Tecnologia (Cefet). Outra ideia, a me dio prazo, e ter um escritbrio modelo dentro da sede, no qual os alunos possam vivenciarsituagoes encontradas nas empresas e lidar com programas e tecnologia de ultima geragao, desenvolvida no mercado.
Por Olga de Mello
Cursos Regulares da Fundagao
.□ Preparatorlo:
Preparatbrio para habilitagao de corretores de seguros
□ iniciagao:
Introdugao ao seguro Basico de seguros Basico de venda de seguros
□ Qualificagao
• Flabilitagao para comissario de avarias
• Seguros de autombveis, RCF-V e APP
• Seguro incendio
• Seguro de lucres cessantes
• Seguro de responsabilidade civil geral
• Seguro de riscos de engenharia e riscos operacionais
• Seguros de riscos e ramos diversos
• Seguros de pessoasvida, acidentes pessoais, saude e previdencia privada
• Seguros de transportes
nacionais e internacionais
• Tecnicas de supervisao de vendas
• Vistoriador de sinistro de autombveis
• Contabilidade aplicada ao seguro
• Introdugao ao seguro de riscos de petrbleo - "off shore"
• Sistemas de gestao da Qualidade e sua aplicagao no setor de seguros
• Teoria geral de resseguro
□ Especializagao
• Master em seguros
• Gerente tecnico de seguros
• Introdugao a gerencia de riscos
• Inspegao de riscos do ramo incendio
• Avaliador de perdas em seguros
• Regulagao e liquidagao de sinistros do seguro de lucres cessantes
• Inspegao e regulagao de riscos de engenharia
• Planejamento estrategico e marketing
• Qualidade no texto gerencial
PARCERIA SEGURA.
O sistema multinudia voltado para o ensino a distancia reduzira em ate 50% o tempo de dura^ao
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NEGRINI advogadosassociados A CNIS - Cadastro Nacional Informatica e Servigos tem desenvolvido, ao longo de 18 anos, uma estreita relagao de trabalho e confianga com as Companhias de Seguro. Uma antiga parceria que se consolida com a Negrini Advogados Associados. Velhos amigos, uma parceria segura.
Nacional Informatica
Servigos REVISTA DE SEGUROS ABRIL MAID / JUNHO DE 1996 Rua Alfredo Pujol, 1170 - CEP 02017-002 - Sao Paulo - SP - Tel.: (011) 959-2999 - Fax: (011) 267-2344
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Cadastro
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Investir em cultura gera vantagens fiscais e melhora imagem da empresa
■ nvestir em cultura pode nvestir em cultura pode ser um bom negdcio.
Esta tecia vem sendo insistentemente batida pelos ministros que, nos ultimos governos,tem ocupado a pasta da Cultura. Algumas empresas ja descobriram as vantagens de associar a imagem de seus produtos a projetos culturais, esportivos e de protegao a natureza e encontraram, neste nictio, grandes aliados na area de marketing. Atraves das leis tederais de incentives tiscais,companhias como a Sul America, 0 Boticario, Shell, Grupo Bamerindus e Banco Real, per exempio, vem destinando parte de seus resultados as iniciativas de incentivo^ cultura.
Apesar de todos os esforgos oticiais e das vantangens oterecidas, ha duas lels federals em vi gor que garantem incentivos fis cais em troca de apoios e patroctnios: a Lei Rouanet e a Lei do Au diovisual — a maioria das companhias sediadas no pats ainda resistem a destinagao de recursos para a area ou, quando o tazem, nao utilizam as benesses da legis-
Imagem — Na avaliagao da atriz Marcia Rodrigues, captadora de recursos para projetos cultu rais no Rio de Janeiro,e crescente 0 interesse das empresas em patrocinar projetos culturais como forma de projegao de sua imagem na mtdia."Mas ainda nao sao mai oria as que mantem um departamento organizado nesse sentido", pondera.
Para estimular o incentive a cultura, 0 Ministro Francisco Weffort vem tomando algumas ini ciativas: investiu em campanhas na mtdia e fez circular, entre os empresarios,umalistacom400 pro jetos culturais ja aprovados."Se a
empresa se interessar per algum projeto, basta llgar para o Ministerio que eles fornecem os contatos do produtor", acrescenta a atriz. As opgoes de investimentos formam um ampio leque: teatro, danga, opera e congeneres; cine ma, vtdeo, fotografia, literatura, artesanto, folclore etc.
Os especial istas tambem apostam no "eteito cascata" para sensibilizar as empresas e aumentar 0 rot de apoios e patroctnios
— a experiencia de uma empresa com as leis de incentivos fiscais ^ cultura pode servir de exempio para outras:"Quando uma empre sa tomar conhecimento do retor-
30% do valor aplicado em patro ctnios e 40% do total aplicado em doagoes,desde que o desconto no imposto de renda nao ultrapasse 0 limite de 5% sobre o imposto devido. Para as pessoas ftsicas, o abatimento sobe para 60%, nos casos de patroctnio, e para 80%, nas doagoes.0 limite para descon to no imposto de renda, nestes casos,e de 10% sobre o imposto devido.
Ha dois tipos de altquota no imposto de renda:15% de altquota base para todas as faixas salariais e mais 10% de adicional para ganhos acima de R$ 240 mil anuais.
"Para 05 contribuintes jurtdicos que se enquadram na altquota base de 15%, por exempio.0 governo permite-uma dedugao de 5%. No adicional, ignora qualquer incen tivo. Entao, quando se calcula os 5% do imposto devido,calcula-se exclusivamente sobre a altquota basede15%",explicaKamp.
Lei Audiovisual — Na Lei Audiovisual(n- 8685/93),0 limite para pessoas jurtdicas sera de 1%
devido paraadquirir os Certificados de Investimentos(Cl), emitidos pela Comissao de Valores Mobiliarios (CVM). "Esses certificados permitem que a em presa transforme em lucro parte do investimento",esclarece 0 consultor. Para pessoas ftsicas, 0 limite sera de 3% sobre a renda bruta.
Kamp explica que a soma do abatimento garantido pelas duas leis nao pode ultrapassar os 5% do imposto devido. Aplica-se en
tao, 4% na Lei Rouanet e 1% na Audiovisual Esses 4% da Lei Rouanet incidem,exclusivamente, sobre os30% ou 40% do patroct nio ou doagao.0 consultor revela que as empresas podem investir nas duas leis, ao mesmo tempo, fazendo uma combinagao de in centivos. Uma empresa financeira, por exempio,como e0caso das seguradoras, pode deduzir 48% do imposto de renda, usando a Lei Audiovisual — 25% de dedugao
como Despesa Operacional mais 23% de dedugao da Contribuigao Social. Estas dedugoes, somadas aos 30% de abatimento permitidos pela Lei Rouanet(nos casos de patroctnio), garantem ao empresario uma dedugao to tal de 78%. Ou seja, 0 custo efetivo do investimento para a empresa e de apenas 22% (veja tabela acima).
Por Patricia Stanzione
Os socios Marcia Rodrigues e Renato Kanip: apostando no "efeito cascata"
no que e posstvel obter investindo em cultura, atraves da experiencia de outras companhias, pode se sentir impelida a fazer o mesmo", aposta 0 advogado e admlnistrador Renato Kamp,consultorde in centivos tiscais na area cultural e de comercio exterior e sdcio da atriz Marcia Rodrigues. As leis de incentivo a cultura permitem que pessoas ftsicas ou jurtdicas apliquem parte de seu imposto devido em projetos aprovados pela CNIC, atraves de patroctnio ou doagao, acrescenta.
Lei Rouanet — Atraves da utilizagaoda Lei Rouanet(n® 8313/ 91), as empresas podem abater
Investimentos em cultura e meio ambiente
Apesar de investir tradicionalmente em projetos culturais, a Sul America Seguros so utilizou as leis de incentivos fis cais pela primeira vez no ano passado. Arthur Farme d'Amoed Neto, Diretor de planejamento e marketing da empresa, afirma que a experiencia representou quase 20% do total da renuncia fiscal do governo no ano de 1995. Agora, a companhia vai concentrar os patroctnios em projetos viabilizados pela Lei Rouanet.
Averbadestinadaaos patro ctnios depends do resultado
apresentado pela empresa duranteoano."Para 1996, alocamos US$ 2,5 milhoes para patroctni os culturais. Esse valor e definido no ultimo trimestre de cada ano, quando temos uma ideia geral dos resultados da seguradora",explica o diretor. Nos cinco pritTieiros meses deste ano,a companhia—que apbia inicia tivas nas dreas de miisica classica, danga e esporte — ja analisou maisde 400 projetos.
A empresa paranaense 0 Boticario, preocupadaem contribuir para a preservagao da natu reza, criou ha cinco anos a Fun-
dagao 0 Boticario de Protegao d Natureza. Durante este tempo,foi responsavel pela doagao de US$ 2,5 milhoes, para o financiamento de mais de 330 projetos. De acordo com o Diretor de marke ting, Eloi Zanetti, os investimen tos da empresa sao mais direcionados para area ambiental."Diticilmente patrocinamos montagens de espetaculos. Nos shows do Santana e do Men At Work, realizados em Curitiba, por exempio, respondemos pela divulgagao e cedemos nossas lojas para venda dos ingressos", explica.
Zanetti acrescenta que nas outras cidades onde 0 Botica rio tem representagao, a participagao de eventos culturais fica a cargo de seus revendedores locais, que conhecem o potencial do mercado e tem condigoes de avaliar melhor os resultados. Um dos poucos eventos patrocinados pela empresa—a pega "Elas por Ela",com MariliaPera — garantiu um excelente retorno."As pessoas associaram muito bem a marca como patrocinadora, e ate hojeelas tem esta referencia quando falam do espetaculo", avalia.
CULTURA 0
REVISTA DE SEGUROS 32
ABRIL / MAID / JUNHO DE 1996 or'.'
Discriminagao Patrocmio(Empresa) Doagao (Empresa) Nao Financeira Financeira Nao Financeira Financeira A - Valor do patroci'nio 100% 100% 100% 100% B - Dedugao como Despesa Operacional (efetiva) 25% 25% 25% 25% C - Dedugao Contrib. Social 7% 23% 7% 23% D - Dedugoes/IR(B+C = D) 32% 48% 32% 48% E - Dedugao da Lei Rouanet 30% 30% 40% 40% F - Total(D+E)= F 62% 78% 72% 88% G - Custo efetivo para a empresa 38% 22% 28% 12% do imposto
ABRIL / MAIO / JUNHO DE 1996
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revista de seguros
Abertura ao capital externo nao devera reduzir custos do seguro
abertura do mercado de saguro-saude ao capital externo nao trara redugao no custo final do premio — o qua podera acontecer e urn aumento na oferta de produtos, coberturas e servigos no setor. A avaliagao e do Diretor da area de Saude, Vida e Previdencia da Porto Seguro, Gabriel Portella. "0 valor do premio e decorrente dos custos da medicina praticados no Brasil e as empresas estrangeiras estarao submetidas ^s mesmas condigoes e regras de operacionalidade que as companhias brasileiras", afirma.
Para Portella, a abertura do seguro-saude ao capital estrangeiro e um sinal positive do Governo para que as companhias estrangeiras invistam no merca do brasileiro. "Ja temos a presenga do capital externo no Pats, atraves de empresas como a Generali e a Interamericana de Seguros. A questao e que a carteira de seguro-saude apresenta uma sinistralidade alta, nao tern rentabilidade elevada e e de diffcil administragao", explica. Talvez por isso, ressalta, as seguradoras es trangeiras nao tenham tanto inte-
resse neste setor.
No dia 18 de junho, a Superintendencia de Seguros Privados (Susep) e a Secretaria de Aconlpanhamento Economico (Seae), do Minsiterio da Fazenda, divulgaram os indices de reajustes dos seguros individuais de saude, que entrariam em vigor a partir de julho — de 19,64% (Itau) a 25,43% (Bamerindus), uma media de 23,20%, superior a inflagao acumulada nos ultimos 12 meses, "Esse reajuste e uma reposigao de custos, ja que OS servigos medicos tiveram aumentos em maio e, s6 em ju lho, as seguradoras puderam rever seus valores", pondera Portella. Segundo ele, os patamares de aumento sao proximos, porque os servigos utilizados
pelas companhias sao similares. Capital externo — 0 superintendente da Susep, Marcio Seroa de Araujo Coriolano, disse que, desde o dia 15 de maio, apds despacho presidencial no Diario Oticial da Uniao, a Superintendencia esta apta a receber e analisar propostas de ingresso de empresas estrangeiras no se tor. A autorizagao partiu de uma exposigao de motives do Ministro da Fazenda, Pedro Malan, ao
Presidente Fernando tienrique
Cardoso, permitindo o aumento da participagao destas companhi as, sem limite fixado quanto a proporgao do capital externo em relagao ao domestico.
A ideia do Governo foi de estimular a concorrencia entre as empresas de seguros, para tor-
nar os pregos mais atraentes. Coriolano disse que ha duas formas de as empresas estran geiras formalizarem seus pedidos: a primeira, atraves da subsidiaria de uma seguradora localizada no exterior; e a segunda, por meio de participagao no' capital de sociedades segurado ras ja instaladas
0 prazo de aprovagao, pela Susep, varia de 30 a 60 dias e, em seguida, vai para aprovagao do Presidente da Republica. "Para uma companhia estrangeira entrar no mercado nacionahe preciso um capital mfnimo de R$ 3,5 milhoes (Ramos Elementares — em que o seguro-saude esta enquadrado); provar sua constituigao como Sociedade Anonima; apresentar documen-
Gabriel
tagao que comprove quem sao OS administradores da empresa; mostrar um piano detalhado de como pretende atuar no Pats, entre outros requisites tecnicos e legais", explica.
Ajuste natural — 0 superintendente da Susep acredita que 0 custo final do seguro possa ser reduzido com a abertura do
setor ao capital estrangeiro, a medida em que o mercado ficara mais competitive, com novos pro dutos e tecnologias de gerenciamento. "Estes fatores sempre levam 0 mercado a um ajuste na tural de pregos e, case a tendencia de ingresso seja grande, vai empurrar as empresas de piano de saude a seguirem este exam ple", afirma. A medida do Go verno nao se estende as empre sas de medicina de grupo, as de auto-gestao e as cooperativas medicas, que nao sao regulamentadas pelo Governo.
Para a assessora Jurfdica da Fenaseg, Maria da Gloria Faria, a exposigao de motives do ministro da Fazenda, Pedro Malan, e uma demonstragao da vontade politica do Governo de trazer empresas es trangeiras para o mercado brasilei-
Nossos produtos sao competitivos"
Maria da Gloria Faria
ro. "As companhias brasileiras de seguro-saude nao tem muito o que aprender com as estrangeiras. Nossos produtos tem condigoes concretes de competir com os demais. A abertura do mercado seria importante em ramos como o Vida, Responsabilidade Civil, Riscos In dustrials e seguros de bens em geral. Na area de seguro-saude, o
Brasil ja esta bastante desenvolvido, pois a competitividade no se tor e muito grande", explica.
Na sua avaiiagao,a abertura do seguro-saude ao capital externo : nao ira reduzir o custo final do pro: duto."As companhias estrangeiras terao que se submeter a mesma oferta de servigos e a legislagao aplicadas as seguradoras nacionais. Nao podem trazer os medi cos e OS hospitals nas costas. Alem disso, nao e facil atuar neste setor , pois as estatfsticas mostram que a sinistralidade da carteira consome entre 75% e 80% do premio arrecadado, e o lucro da carteira oscila entre 3% a 4%", explica, acrescentando que para atuar na area de saude e precise ter uma massa segurada significativa que diluao custo do seguro.
Por Cecilia Barroso
T SAUDE
REVISTADESEGUROS i
ABRIL/ MAIO /JUNHO DE 1996 jf .i', I '• a; h
"O valor do preinio do seguro-satide e decorrente dos custos da medicina praticados no Brasil"
Portella
"As seguradoras brasileiras nao tem muito o que aprender com as estrangeiras.
Banco Pontual □ BANCO DE RESULTADDB "uA Hadddcic ldbo, 684 - Tel. CEP: □1414-DOD - Sad (□1 1 ) 306V-37GG Paulo - SP
Jogadores de fiitebol: seguro obrigatorio
Aumento de capital segurado deve elevar volume de negocios das seguradoras
eradoslimitestecnicos reduzidos na carteira de vida parece estar com OS dias contados. Tanto as resseguradoras internacionais, qua se preparam para operar no pais, quanto o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), estao decididos a aumentar os ca pitals segurados de seus pianos, 0 qua, na pratica, permitira as seguradoras elevar os negocios nos contratos de vida e acidentes pessoais de grandes riscos.
Dessa forma, os brasileiros mais abastados e insatisfeitos com a burocracia para contratar seguros de cifras milionarias no pafs poderao deixar de recorrer, na surdina e ilegalmente, ao mercado estrangeiro a fim de obter protegao.
De acordo com o presidente do Clube de Vida em Grupo de Sao Paulo (CVG/SP) e da Nobre Seguros, Pedro Albuquerque, cerca de R$ 300 milhdes em premlos dos seguros de vida mlgram, anualmente, do mercado brasileiro para o internacional, engordando a produgao dos segu ros de vida convencionais ou resgataveis das companhias — em
especial, as norte-americanas. A evasao, explica ele, e provocada pelos baixos limites de aceitagao das seguradoras nacionais; a burocracia para a compra de coberturas nos chamados riscos vultosos; e, de quebra, pelo temor de que a inflagao retome o folego e, em consequencia, corroa OS capitals segurados das apdiices, a exempio do que ocorria antes do Piano Real. Contudo, com 0 ingresso das resseguradorasespeclalizadasnoramo de pessoas e a manutengao da estabilidade, a tendencia e de que haja forte aumento dos capitals
AlmirXimenes
segurados, o que viabilizara a aceitagao de contratos individu als de capitals segurados mfnimos de US$ 1 milhao.
Capitals elevados — Mas,
pelo visto, 0 mercado brasileiro nao precisara aguardar os resseguradores estrangeiros hastearem as bandeiras no pafs. De olho nos negocios envolvendo capitals elevados, o IRB, por exempio, ja iniciou estudos para aumentar os limites operacionais de seu piano. A ideia e que, no infcio do proximo semestre, o piano chamado Excedente tJnico de Riscos Extraordinarios (EURE) passe a dispor de um novo limite automatico de cobertura, dos atuais R$ 364 mil para R$ 864 mil. 0 projeto de elevar os capi tals segurados, em discussao
Pedro Albuquerque
desde maio, so depende do resultado dos debates entre tecnicos do IRB e representantes do mercado. "Se tudo der certo, a partir de julho, comegaremos a oferecer coberturas de vida com capitals mais elevados e, a medida em que haja massa de sustentagao, aumentaremos, gradualm.ente, os limites de aceitagao automatica de nossos pianos ate a faixa de R$ 2 milhoes", garante 0 gerente da divisao de vida do IRB, Anselmo Abrantes Fortuna.
Por se tratar de riscos vulto sos, Anselmo Fortune informa que 0 IRB exigira, para a aceitagao de cobertura, a assinatura de declaragao pessoal do segurado, atestando boas condigoes de saude e, ao mesmo tempo, uma ficha confidencial sobreoclien-
Se 0 mercado de seguros de elevadas somas ainda e uma franca promessa, pelo menos 0 segmento de pequenos e medios capitals corre o risco de aumentar a produgao de pre mies, a curtfssimo prazo, gragas d iniciativa do Ministerio dos Esportes de proper a com pra obrigatoria das garantias de vida e de acidentes pesso ais para os jogadores de futebol profissionais. Mas, a primeira vista, nao sera nada muito expressive. A avaliagao e do superintendente tecnico de seguros de pessoas da Generali, Sinval Chaves de Oliveira, que ve um forte cunho so cial na medlda do Governo. "Do ponto de vista sdcio-econdmico, a lei tem uma ampli-
tude social clara, ate porque a maior parte dos jogadores pro fissionais, com excegao dos grandes craques, recebe um salario muito baixo. E, no caso desinistros, afamfliatera uma indenizagao muito acima da renda mensal do profissional. Mas como nao se trata de uma categoria profissional numerosa, nao havera um forte aumen to de produgao. Os capitals se gurados fixados por lei sao relativamente pequenos", observe. Ele acrescenta que, se a lei fosse estendida para as diferentes categorias de esporte, a carteira de vida das segurado ras seria mais beneficiada. Por outro lado, se a nova lei sofresse alguma alteragao, seguindo os moldes dos con-
tratos de vida validos para outras categorias profissionais— nas quais os capitals segura dos saofixados em valores multiplos dossalaries—fiaveriaa possibilldade das seguradoras recusarem cobertura para atletas bem pages, pelo fato de a carteira seguradareuniros cha mados riscos de ponta (capi tals segurados muito elevados, sem massa de produgaO suficiente para salda-los). No caso da applice de acidentes pesso ais, Sinval lembra que, se a garantia for exclusiva para invalidez profissional, a tendencia e queasseguradoras estabelegam taxas mais agravadas, visto que alguns tipos de lesoes sao freqiientes e podem encerrara carreira dos jogadores.
te, feita pelo corretor. As medidas visam reduzir a ocorrencia de fraudes contra o seguro de vida. Para Pedro Albuquerque, as exigencias, tanto do IRB quanto dos resseguradores internacionais na aceitagao de grandes riscos, tornarao mais profissional a poIftica de undefwriting das segu radoras. "E muito provavel que as seguradoras, ao contrario do que ocorre hoje, realizem uma bateria de exames cKnicos para atestar as. reals condigoes de saude dos segurados e reduzir a sua exposigao a riscos", assinala, lembrando que a polftica de aceitagao frouxa contribui para que 0 tndice de sinistralidade da carteira de vida se situe acima do padrao ideal
Fim da evasao — Enquanto Pedro Albuquerque acredita que a iniciativa de elevar capitals
Anselmo Abrantes Fortuna
segurados podera garantir a repatriagao dos premios mantidos no exterior, o diretor da InterAtlantico, Almir Ximenes, mostra-se cetico quanto h possibllidade de fim da evasao. "E claro que a oferta de limites maiores cria um cenario favoravel para que brasileiros de maior renda comprem seguro de vida no pais, ao inves do exterior. Mas a estabi-
lidade economica e recente e sua contlnuidade ainda depende de reformas estruturais da economia, muitos brasileiros ainda nao confiam no valor constante do Real, preferindo manter o seguro em moeda forte.
Alem disso, ha nessa faixa de consumidores pessoas que escoIhem 0 mercado internacional, porque escondem a existencia de seu pafrlmonio da Receita Fede ral e poderiam ser flagrados, se contratassem, no Brasll, cober turas muito acima do seu padrao de renda", comenta. Segundo ele, 0 ideal seria permitir a dolarizagao dos seguros de vida de riscos vultosos, de maneira a atrair, pelo menos, a parte dos segurados que mantem protegao no exterior por temer o retorno da inflagao galopante.
Por Vagner Ricardo
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SEGURO DE VIDA
REVISTA DE SEGUROS
"O ideal seria a dolariza9ao dos seguros de riscos vultosos, para atrair os que temem a volta da inflagao"
"E provavel que as seguradoras, realizem baterias de exames para atestar as condi^oes de saiide dos segurados"
"A medida em que haja sustenta^ao, os limites de aceitagao automatica podem chegar a R$ 2 milhoes"
ABRIL / MAiO JUNHO DE 1996 '^BRIL MAIO /JUNHO DE 1996 37
REVISTA DE SEGUROS
Europ Assistance entra no mercado brasileiro com 40 mil fornecedores
rimeira do ranking mondial naprestagao de servigos de seguro e detentora de 30% do mercado mondial, a Eorop Assistance abre soas portas no Brasil. Batizada como "Worldwide Assistance", a empresa do gropo italiano Generali, criada na Franga em 1963, tem estagoes de servigos espaltiadas por nomerosos pontos do Mondo, para 0 atendimento de 24 boras. Para entrar no Pats, a companhia associoo-se a USS, de Sao Paolo, e ao Gropo Icato. 0 negbcio foi fechado em maio, na ocasiao da visita do presidente da Eorop Assistance, Yvon Ollivier, ao Rio de Janeiro.
0 interesse pelo setor no mercado brasileiro — ate entao liderado pela francesa Gesa, com 15% — deve-se "a crescente abertora da economia a empresas estrangeiras e b estabilizagao da moeda com o Piano Real.
Fatores qoe tem atraido bastante 0 interesse de empresas eoropeias a se instalarem aqoi", explica Gamillo Marina, Diretor
Vice-Presidente da Generali, prin cipal acionista da Eorop Assis tance.
Na composigao acertada, a Eorop Assistance ficoo com 50,1% das agoes, o Gropo Icato com 33,4% e a USS — qoe entra na parceria com o time de forne cedores — detem 16,5%. Com um leqoe de 40 mil fornecedo res em todo 0 Brasil, e dos mais variados tipos, a Worldwide importoo de Portogal o Diretor Carlos Molina, qoe pretende re-
petir aqoi o desempenho obtido no prazo de tres anos em terras lositanas, de acordo com a assessoria de imprensa do Gropo Icato. Floje, ela b a segonda prestadora de servigos de segoros e pretende fechar este ano como primeira colocada. A sede brasileira da Worlwide ja tem om enderego nobre, como convem: ocoparb todo o sexto andar da Academia Brasileira de Letras, no centro do Rio de Janeiro.
Rede de terceirizagao
Da reposigao de pegas de aviao a reserva, de oltima bora, de softes nos hoteis das principais capitais do Mondo para execotivos, disponibilidade de sala vip e de limosines ate assistencia emergencial — atraves de jatos 00 ambolancias com eqoipamentos de UTI — OS servigos prestados pela Eorop Assistance sao OS mais diversos. "Reboqoe de carro e todo tipo de facilidades oferecidas por bancos, companhias aereas, cartoes de credito
rede de terceirizagao", explica Carlos Molina. Um exemplo pratico de como fonciona a Worlwide e a "SecretariaVirtoal". Se o diretor de um banco decidir modar sua rota, seguir para Tbquio ao inves de New York, aciona o Worldwide e faz todas as reservas que desejar ou necessitar: carro em aeroporto ou helicoptero, suite no hotel preferido e no andar desejado, reserva em restaurante, contratagao de interprete, enflm, tudo que for preciso.
e pianos de saode, na verdade, sao lornecidos pela empresa a essas grandes institoigoes. A • Europ Assistance — ou a ; Worldwide, no Brasil — translorma-se, assim, numa gigantesca
A partir de setembro, a em presa pretende implantar o programa "Rede Lar", que beneficiara principalmente a industria de eletrodomesticos e os grandes magazines: se determinada loja oferece entrega da mercadoria em
prazo maximo de tres dias, por exemplo, alem de instalagao gratuita e manutengao do produto por um ano, os tres servigos poderao ser realizados atraves da Worldwide.
"A premissa da assistencia
da Europ Assistance e emergen cial, completamente diferente do seguro que funciona mais como reembolso. Se ha um acidente de carro, e preciso um guindaste, uma ambulancia, atendimento de emergencia. A Europ Assistance nao faz seguro,presta servigo. E 0 seguro, alem de vender apdlices, tem que qferecer servigos complementares. 0 Brasil inte ressa a Europ Assistance por ter mais de 150 milhoes de habi tantes, mais de 20 milhoes de vefculos e milhoes de chefes de famflia. E, para o Brasil, a Europ Assistance e a garantia do padrao internacional de prestagao de servigos", pondera Camillo Marina.
Por Deborah Dumar
TC BAMERINDUS PASSA
A SER VENDIDO EM CARNES
A Bamerindus CapitaUzagdo vem investindo na criagdo de modalidades altemativas de comercializaigao para sens titulos de capitalizagao, produtos de grande apelo popular por seu baixo custo e por prporcionar aos compradores a oportunidade de ganho de expressivos premios em dinheiro.
Assim, o conhecido TC Bamerindus, pioneiro desse segmento no mercado brasileiro e produto carro-chefe da Bamerindus Capitalizagao, a partir de junho comegou a ser tambem vendido por meio de cames de cobranga banca-
Jose Rodolfo Gongalves Leite, diretor de produtos, explica que o TC nao mudou, continua oferecendo as mesmas vantagens que Ihe garantiram imenso sucesso em seus mais de 10 anos de existencia.
"O que mudou", explica, "e que antes as mensalidades do TC so podiam ser pagas atraves de debito em conta corrente do Banco Bamerindus. Com o fim da restrigao, estamos podendo atender d enorme procura do TC Ba merindus pelo publico nao correntista do ban co, e desse modo ampliando significativamente o potencial de mercado do produto".
Segundo Jose Rodolfo,as expectativas da Companhia sao de que o volume de vendas do produto tenha um incremento da ordem de 20%.
O TC Bamerindus pode ser adquirido em todas as agendas e postos de atendimento bancctrio do Banco Bamerindus em todo o Pais. Eidstem seis opgoes de pianos disponiveis, com mensalidades a partir de R$ 11,34 por mes. Os premios em dinheiro, com sorteios semanais, variam de R$ 17 mil a R$ 85 mil.
SERVigoS .) -f' ' J.'
REVISTA DE SEGUROS ABRIL / MAIO / JUNHO DE 1996
"O Brasil interessa a Europ Assistance por ter mais de 150 milhoes de habitantes, mais de 20 milhoes de veiculos e milhoes de chefes de | fanulia"
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Camillo Marina
Da reposigao de pe^as de aviao a reserva de suites nos hoteis das principais capitais do mundo, a Europ Assistance oferece os mais diversos servicos
PUBLICITARIO
INFORME
na.
A Mesa da Aniizade reune profissionais de setor, sempre as quintas-feiras, ha mais de 40 anos
Almo^o com classe num reduto de empresarios, executives e banqueiros
0 Centra do Rio, no topo
I 1 B de urn predio de dezes1^1sate andares, com vista
■■■ para os Arcos da Lapa, 0 Cristo Redentor,a Biblioteca Nacional e a Cinelandia, e possfvel co mer com a tranqOilidade que anda em falta na maioria dos restaurantes da cidade, que adotaram o servigo a quiio. 0 Aspargus (Rua Senador Dantas, 74 - 17°andar - tel.: 220-9597 8 533-1098)d um oasis no meio do burburintio, que se ve do alto, a distancia. No comando da casa, estao os socios Evanir Sarruf e Ribamar Aragao, tambem donos do Alcaparra, no Flamengo,
0 ambiente e de bom gosto, o servigo atencioso e o ar condicionado funciona perfeitamente. Tudo isso faz do Aspargus um dtimo lugar para encontrar amigos,trocar ideias, fechar negdcios e, e claro, almogar bem.
A casa fez um ano em margo e esta instalada no mesmo local onde funcionava o restaurante do Glube de Seguradores e Banqueiros. Depois de sete meses de obras, nao sobrou um resqufcio sequer do vetusto restaurante do clube. Tudo e novo, do piso ao teto. Amplos janeloes dao luminosidade ao ambi ente e visao panoramica. 0 deco-
rador Gilles Jacquard aproveitou as caracteristicas do espago e adotou cores Claras—brancoesalmao— nas parades, nas cadeiras de paIhinha e no imenso toldo que fica no teto. Algumas divisorias, enfeitadas com hortensias, dividem o salao em espagos menores e as mesas mantem a distancia recomendavel a quem procura um pouco de privacidade e nao quer dividiraconversacomamesaaolado.
Clientela soflsticada — 0 /r/?OM'-/?on/paraagradaraumacli-
: entela sofisticada, composta principalmente por empresarios, executivos, polfticos e pessoal da area
pedir pratos fora do cardapio. Na quinta-feira,9de maio,o diretor do IBB, Carlos Alberto Protaslo, queria conier cavaquinha com paglia e feno, um dos seus pratos preferidos. 0 prato nao estava no carda pio, mas 0 pedido foi prontamente atendido pelo ma/TraNilson."Costumo pedir esse prato no Alcapar ra,e, quando venho aqui, eles sempre dao um jeito de prepara-lo para raim", festeja Carlos Alberto. Na raesma mesa, o presidente da Feoaseg, Joao Elisio Ferraz de CamPos, tecia elogios ao ambiente, a vista e d comida."Acho que um res taurante como esse deveria ser raais difundido para outras pessoas, nao so para os profissionais da Srea de seguros".
A caiiiiiihonete Topic, do Aspargus: diminuindo a distancia entre o cliente e o restaurante e oferecendo mais seguran^a
Prato preferido dos executivos e empresarios
fofocas. Aqui so e proibido falar mal de quem esta a mesa", diz Orlando Vicente Pereira, 62 anos, diretor adjunto da Maritima Seguros S.A. 0 espfrito de brincadeira e levado muito a serio por estes senhores que se divertem, enquanto trocam recortes de jornais com as ultimas notfcias da area profissional: "Aqui e proibido falar serio,e a nossa bora do recreio", completa Nelson Ghislaine Gollart, 74 anos, consultor tecnico da Brasilseg. 0 cagula da turma, Lucio Antonio Marques, 51 anos, diretor da Previdencia do Sul, tem uma explicagao definitiva para a fidelidade de tantos anos:"0 que e bom e saudavel a gente deve preservar para sempre,como a amiza de", filosofa.
de seguros e bancos, os socios Sarruf e Ribamar trouxeram do Al caparra — a charmosa casa ins talada numa esquina do Flamengo ha quatro anos. Sarruf, ex-gerente do Banerj, culda da parte adminlstrativa e Ribamar, com trinta anos de experiencia nas melhores casas do Rio,cuida das compras e da criagao do cardapio. 0 cearense Ri bamar Aragao,48 anos,e um veterano das noites cariocas. Comegou como barman no Antonio's, a escola onde aprendeu tudo sobre a arte de comer e beber.
Os clientes conhecem o maftre pelo nome e tem liberdade para
0 maftre Nilson Pereira Rosa e outro veterano no ramo de restaurantes. Sao 45 anos de experienoia,com passagens pelo Caldeirao, l^'lichel, Maxim's, Rio Palace Hotel 6 Alho e Oleo. Discreto e atencio so, conhece toda a clientela e sabe das suas histdrias, mas nao faz revelagoes.0 maximo que se conseQue tirar do simpatico Nilson e o nome dos habitues. Fica-se sabendo que Elena Landau, ex-Diretora do privatizagao do BNDES, Paulo Cesar Ximenes,Presidente do Ban00 do Brasil, o academico Antonio Houaiss, 0 Diretor da Biblioteca t^acional, Afonso Romano de Sant'Anna e a atriz Carolina Cieckmann estao sempre por II Cutro dia, sentaram-se, na mesma 'desa,0j'ogador Romario,o empresario de esportes Rogerio Jones e 0 vice-presidente do Flamengo, Plfnio Serpa Pinto.0 tema da conversa nao vazou. Mas e possfvel suPor que o assunto girava em torno de grandes negocios, contratagoes a coisas do genero.
Negocios — 0 perfil do AsPargus e um pouco diferente do seu '^wao mais velho. A bora do almoPP serve para reunioes de negdciPs,alem de lazer. Enquanto degustani as especialidades criadas pelo
FILE DE LINGUADO A FARCI
File de linguado temperado com sal e llmao Recheado com surubim defumado (desflado e temperado a gosto)
Assado na greiha
Acompanha molho e pure de espinafre:
Molho: um pouco de manteiga sem sal alcaparras quatro gotas de creme de leite fresco (para dar consistencia)
Pure: espinafre cortado bem miudinho um pouco de leite uma pitada de noz moscada
chef Jose Almir Feitosa, empresa rios e executivos deixam as horas passar, unindo o util ao agradavel: boa conversa aliada a bons nego cios. "Tem pessoas que chegam aqui sozinhas,sabendo que vao en contrar OS amigos. E meio que ponto de encontro", conta Sarruf.
Entre os fregueses mais anti; gos, um grupo chama a atengao. E a Mesa da Amizade, formada por profissionais da area de seguros, que se reunem todas as quintasfeiras com lugar cativo. 0 grupo existe ha mais de 40 anos, desde que 0 restaurante pertencia ao Clu be, mas a tradigao dos encontros
se mantem ate hoje. "Logo depois da guerra,todas as seguradoras ficavam no Centro e dai surgiu a ideia de se fazer um clube de en contro, onde as pessoas se reunissem para almogar. Mesmo depois de as seguradoras se espalharem pela cidade, manteve-se a ideia do encontro, na bora do almogo, para discutir negdcios e analisar o mercado", explica Luiz Mendonga, 72 anos, ex-presidente da Sul Ameri ca e consultor da Fenaseg.
Outros seguradores fazem core sobre a importancia desse encon tro semanal:"Nos atualizamos e temos tempo tambem para algumas
Transporte — Para oferecer maior conforto, o Aspargus dispoe de um servigo especial para transportar os clientes ate o restaurante. Uma caminhonete Topic de quinze lugares, equipada com radio, ar condicionado e motorista uniformizado apanha o cliente no escritorio e depois o traz de volta ao escrito rio — 0 que significa uma enorme economia de tempo e maior seguranga. Ha empresarios que chegam ao aeroporto Santos Dumont e de la vao direto para as mesas do res taurante. Outros saem em grupo da empresa, como os executivos da Xerox, da IBM e da American Airlines. "A ideia e diminuir a dis tancia entre o cliente e o restauran te", define Evanir Sarruf.
0 Aspargus, que recebeu a cotagao de duas estrelas no Guia de Restaurantes da gastronoma Danusia Barbara, so abre para almogo, de segunda a sexta, das 12h as 17h, mas aceita reservas para eventosfechados como coqueteis,festas e recepgoes. De terga a quinta, a partir das 17h,tem lugar a happy hour,ao somdeumpiano.Eahoradeafrouxar a gravata e curtir as luzes que comegam a se acender nos Arcos da Lapa e na Biblioteca Nacional.
Por Dulce Caldeira
ASPARGUS
REVISTA DE SEGUROS
40 ABRIL/MAIO/JUNHO DE 1996 L / MAIO / JUNHO DE 1996 41 REVISTA DE SEGUROS
Projeto vai regulamentar instala^ao de sucursais nos paises membros
Ms avangos ainda sao
Q Luiz Mendon^a e jomalista e consultor t^cnico de seguros
Pesquisa de Opiniao
tfmidos, mas, aos pou-
0COS,0 mercado de seguro privado vai ganhando espago no Mercosul. Num encontro realizado am Assungao, no Paraguai, nos dias 15 e 16 abrll, discutiu-se a elaboragao de um projeto qua vai regular o acesso das empresas qua pretendem instalar sucursais em cada pais qua integra o Mercosul Brasil, Uruguai, Paraguai a Ar gentina. Um dos maiores entraves para flexibilizagao do setor sao as mudangas na legislagao de cada pats. Ate 1995, cerca de 70% do mercado de seguros do Uruguai, por example, estavam nas macs do governo. No Bra sil, a lei ainda e mais restritiva, 0 qua dificulta o acesso do capi tal estrangeiro aos setores de se guro e ao sistema financeiro.
0 Coordenador Regional do Mercoseguro, Miguel Junqueira Pereira, contudo, esta otimista em reiagao as discussoes. Ele acha que, apesar de o setor ter side 'esquecido'em 1991, quando os governos dos quatro patses firmaram o tratado, as conquistas tem sido bem proveitosas. "0 en-
Miguel Junqueira:"E preciso derrubar antigos ran^os liistoricos"
tendimento entre os comltes dos quatro patses, com a finalidade de derrubar antigos ranges histdricos, foi, sem duvida, um dos maiores avangos do setor", avalia. A grande conquista pratica do Mercoseguros, porem, continua sendo a criagao do Carta Verde, atraves da resolugao 120/ 94 —■umseguro obrigatdrio para OS vetculos que cruzam as tronteiras, em vigor desde julho do
ano passado. Foi assinado, tambem, um convenio entre os quatro parceiros, no sentido de garantir 0 seguro para o transporte multimodal.
Estrutura paralela — Apesar dos entraves, as grandes empresas de seguro do Brasil estao se adequando as lels de cada pats e instalando suas sucursais. "0 proxi mo grande passo e estabelecer bases normativas unificadas, que regulem de vez 0 acesso das empresas nos quatro patses que integram o Mercosul", afirma Junqueira, acrescentando que, independente das discussoes dos comites, ja foi criada uma estrutura paralela para a integragao do seguro no Mercosul. "Essa estrutura, com integrantes do setor privado de seguros dos quatro patses, tem conseguido maiores avangos e, de certa forma, 'pressionar' es
ses governos a fim de rever suas legislagoes".
0 Diretor da Superintendencia de Seguros Privados (Susep), Francisco Pinho, tambem ve com otimismo 0 andamento das dis cussoes em torno do Mercose guros. Ele afirmou que, apesar dos entraves na legislagao brasileira, os avangos tem sido muito grandes, gragas ao empenho da iniciativa privada. "0 artigo 192 da Constituigao restringiu o aces so do capital estrangeiro ao sis tema financeiro e ao mercado de seguro", ressalta. Segundo Pi nho, a primeira etapa das dis cussoes foi conhecer a realidade dos outros patses — ja cumprida. Agora, o objetivo e derru bar as barrerias que ainda impedem o acesso das empresas de seguros ao Mercosul. "Houve um impasse nas discussoes entre os governos, em 1994, e elas so foram retomadas este ano", destaca. As restrigoes na legislagao brasileira tambem avangaram com a quebra do monopblio do resseguro aprovada pela Congresso Nacional (Camara e Senado).
Por Happy Carvalho
Qaanalisederecente
pasquisa de opiniao publica, feita pelo IBOPE, nao e preci so qiieimar as pestanas para concluir que o povo brasl'eiro e igual a todos os ou tros, na maneira de avaliar 0 seguro e as seguradoras. Apui se repetem os mesmos cliches existentes mundo sfora, nisso nao sendo exoegoes os patses desenvolvidos.
Essaglobalizagao daimaQem do seguro, antigo fehomeno cultural, nada tem 9 ver com a globalizagao de hiercados, considerada como recente fenomeno economieo. Tem a ver com a prbpria hatureza do seguro, produto cujo objeto e antes de tudo utTia necessidade psicolbgica do consumidor, motivada pelo que ha de incerto rro tuturo. Um produto, as^'hi, de forte conteudo subictivo, suscitando expectati-
vas nao raro descomprometidas com a objetividade, sobretudo quando entram em cena as tensoes emocionais que OS sinistros costumam provocar. Reside at a matriz dos cliches fundidos e consagrados no mundo inteiro a respeito do seguro e das seguradoras, pois no mun do inteiro (nao importando a multiplicidade de ragas, de idiomas e de situagoes economicas) o que tem marca registrada em materia de comportamento humano e a identidade dos cliches psicolbgicos e emocionais.
Assim, no Brasil como em toda parte, para a maioria da populagao as seguradoras sao organizagoesconfiaveise tem imagem positiva; e e necessario (importante para uns, muito importante para outros) possuiralgumtipo de seguro, opiniao essa que no Brasil e compartilhada por 65% das pessoas.
Os indices dos que nao possuem tipo algum de se guro e obvio que variam de um pats para outro (no Bra sil e de 63%, segundo a amostra que serviu de base a pesquisa do IBOPE). IVlas as razbes alegadas pelos abstemios sao as mesmas, em qualquer lugar; entre elas se destacando, com esmagadora predominancia, a talta de dinheiro e uma escamoteagao dela (a ideia de que o segu ro e muito caro).
Ha, no entanto, uma particularidade nas pesquisas sobre seguro. Sirva de base a elas o universe populacional ou amostra deste, as opinioes que recolhem em geral nao tem lastro na prdpria vivencia dos opinantes, no seu conhecimento direto dos tatos; sao opinioes na maioria dos casos de segunda mao, calcadas em intormagoes de terceiros, recebidas por tradigao oral ou
atraves do noticiario de ve tculos de massa. E nessas condigoes proliteram certas ideias: as seguradoras, para vender, sao flextveis e tolerantes, mas para pagar sao burocraticas e intransigentes, criando dificuldades para indenizar menos do que devem; seguro e muito complicado, sendo prefertvel prevenir-se por outra forma.
Certas ou erradas, procedentes ou nao, opinioes como essas (e como numerosas outras colhidas atra ves de alentado questionario do IBOPE) traduzem uma realidade: a forma de pensar de uma parcela do publico. E formas de pensar resultam da qualidade, boa ou ma, das informagoes dispontveis. Assim. as opinioes registradas pela recente pes quisa feita aqui no Brasil constituem, para as segura doras, importante material de reflexao e de trabalho.
MERCOSEGUROS
'1' OPINIAO
REVISTA DE SEGUROS ABRIL / MAID JUNHO DE 1996 /MAID/JUNHO DE1996 REVISTA DE SEGUROS
Sistema Molicar
A Molicar esta langando o Sistema Molicar, composto por um banco de dados completo qua fornece pregos da pegas, tempo de utiiizagao de mao-deobra para funiiaria, pintura e. outros servigos. Tambem seieciona todos os itens necessarios para cada reparo, apresenta subtotais, simuitaneamente ^ eiaboragao do orgamento, indica quando o valor se aproxima da perda total e ainda destaca a franquia e OS danos nao cobertos pelo seguro. 0 novo produto fol apresentado aos representantes do Cesvl Brasll.
NOVOS PRODUTOS
Fiat Super Facil
A Sul America Seguros e a Flat Automoveis langaram um novo titulo de capltallzagao, especffico para a aquislgao de vefculos da marca Fiat, inclusive utilltarios e Importados. Ao contrario dos consdrclos, o tftulo nao depende da formagao de grupos e de lances para retlrar o vefculo. Alem disso, os portadores do Fiat Super Facil nao precisam aguardar o final do pagamento para receber o produto — sao realizados oito sorteios mensais pela Loteria Federal. No caso de ser sorteado, o cllente podera optar pela aquislgao do vefculo com ate 8,5% de desconto ou pelo recebimento de um premlo em dinheiro equlvalente ao valor total do tftulo.
Toyota Plus Service
Piano de previdencia
A AGF Brasll Seguros langou o AGF Previdencia. 0 novo produto funciona como um fundo de investlmento, que oferece uma rentabilidade minima das reservas de TR mais 6% ao ano. Entre as vantagens oferecidas pelo piano esta a flexibllldade. 0 cllente podera depositor qualquer valor em qualquer epoca, de acordo com : sua conveniencia e disponibllidade, e resgatar o fundo total ou parclal quando ! quiser. Todas as contrlbuigoes ' sao dedutfvels do Imposto de Renda
Inverno quente
iVisita estrangeira
0 crescente interesse de investldores estrangeiros pelo setor de seguros brasileiro traz ao Brasll, nos dias 12 e 13 de agosto, 0 presidente do Guardian Royal Exchange, John Robins. 0 Guardian Royal Exchange e um grupo de seguradoras de Londres que atua em 50 pafses, inclusive no Rrasil, com receita anual e ativos da ordem de US$ 6 milhoes e de LIS$ 28 bilhoes, mspectivamente.
Transporte de cargas
A Minas-Brasil Seguradora langou o Seguro de Transporte
Nacional por Apolice com Premlo FIxo. A novldade desse produto e a garantia de cobertura semestral, e nao mensal, como os tradlcionais. Para techar o seguro, a pessoa so precisa Informar a prevlsao de embarque, os documentos fiscais que devem ser emitldos para a viagem, e as principals mercadorias transportadas. No ano passado, foram US$ 180 • milhoes em cargas roubadas.
A Brasll Assistencia passou a oterecer um servlgo exclusive de Assistencia 24 boras, para os vefculos Toyota0 Km,que conta com reboque ou transporte do carro, estadia e transporte do segurado por Imobllizagao, roubo ou furto do vefculo.
Viagem segura
A Soma Seguradora langou a campanha Soma Inverno Quente, envolvendo corretores de todo o Brasll, que preve a premlagao dos cinco melhores profisslonals em comerclalizagao de produtos de seguro, no perfodo de malo a agosto.Q premlo eum Notebook.
A Vila Veiha Seguros langou o Seguro Garantia de Viagem, criado para operadoras e agendas de viagem. 0 seguro garante a realizagao dos programas, reembolsando as despesas cobertas pelo pacote, como hospedagem, passagens ou traslados, e a nao realizagao da viagem, em fungao da inadlmplencia das operadoras ou agentes de turismo. 0 produto tem cobertura da AGF Brasll Seguros.
RAPIDAS Ano das seguradoras
A Arthur Andersen divulgou um novo estudo sobre os resultados obtidos pelas seguradoras nos ultimos tres anos. As seguradoras registraram elevada rentabilidade em 95, transformando-se num dos melhores negoclos do mercado
Ranking
financeiro no ano passado. Alem disso, conseguiram diversificar a oferta de produtos e servigos, e reduzir OS custos operaclonais inclusive a sinistralidade, apos a adogao de criterios mais seletivos na aceltagao de riscos.
Destaques de 1995
Assistencia
Pos-Vida
A Generall Seguros langou um produto inedlto no mercado: o piano de Assistencia Pds-Vida. 0 produto se caracterlza por prestar assistencia completa em caso de funeral, desde o fornecimento da urna, flores, carro funebre, capela, llvro de presenga, comunlcagao em jornals, aluguel de jazigos por ate 3 anos, chegando ate ao servlgo de traslado e cremagao.
0 piano foi langado em fevereiro e ja tem 100 mil assoclados.
Comissao de seguro
0 Institute Brasileiro de Executives de Finangas de '^inas Gerais (IBEF) criou uma comissao de seguros com o objetivo de promover Pmgramas educacionais e oditoriais, e coordenar Pesquisas para aperfeigoamento do seguros ligados a atividade bnanceira.
^epresentante
G presidente da Fenaseg e Eunenseg, Joao Ellsio Ferraz de Gampos, representou o mercado segurador brasileiro P3 missao empresarial que ^oompanhou o Presidente da Ropublica, Fernando Henrique Gardoso, em sua viagem a Eranga, no final de male.
0 mercado segurador brasileiro movimentou, nos quatro primeiros meses deste ano, cerca de R$ 4,54 bilhoes em premios — um crescimento de 3,1% comparado ao mesmo perfodo do ano passado (R$ 4,40 bilhoes). Os dados de janeiro (R$ 1,12 bilhao), fevereiro (R$ 1,05 bilhao) e margo (R$ 1,2 bilhao) foram extrafdos dos quadros do ultimo relatdrio disponfvel da Susep ate o fechamento desta edigao. Os numeros
de abril (R$ 1,17 bilhao) foram extrafdos dos FIP's fornecidos pelas seguradoras d Fenaseg. 0 estudo mostra, ainda, um alto percentual de sinistralidade nos ramos Automoveis (63,7%), Saude (66,6%), RD (71,5%) e Vida (48,6%). Os dados de abril podem apresentar pequenas variagoes comparados aos que serao apresentados pela Susep, em .fungao da quantidade de seguradoras que participam de cada trabalho.
PESQUISA—Emumapesquisa
realizada no inicio do ano pelo
Instituto Goldman Sachs Research, dos Estados Unidos, a Chubb figurou em primeiro lugar no ranking de qualidade de servigos, em avalia^ao feita por corretores especializados. Na pesquisa, foram atribuidas a 24 seguradoras norteamericanas notas de 1 a 3. A avalia^ao da Chubb foi de 2,61, superior 26,7% das demais comparadas. O Instituto realiza esta pesquisa anualmente.
0 Clube Vida em Grupo do Rio Grande do Sul (CVG/RS) reallzou, no final de malo, a entrega dos trofeus para os Destaques em Seguros de Pessoas do Mercado Segurador no Ano de 1995. Foram premiados: Aplub, como Seguradora de Pessoas; Cabure Seguros, como Corretora de Seguros de Pessoas; Alfredo Lazari, como Corretor de Seguros de Pessoas; CVG/RS, como Entidade do Ano, e Osvalberto Joao Schacht, como Executlvo de Seguros de Pessoas.
OceanicaHospital
A Oceanica Seguros, dentro da estrategia de langar produtos no ramo saude, associou-se k Hospital SIstemas de Adminlstragao, uma empresa admlnistradora de pianos de saude, com uma rede nacional de medicos, hospitals e laboratdrios credenciados. 0 objetivo da seguradora b adquirir know-how de atendimento e uma rede pronta para a comercializagao de produtos no segmento saude.
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Custo do Pacote Custo do Seguro R$ 700,00 R$ 10,50 R$ 1.000,00 -Trrn— -. „ R$ 15,00 1.500,00 R$ 22,50
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ABRIL / MAIO / JUNHO DE 1996 44 REVISTA DE SEGUROS abril 'MAIO/JUNHO DE1996 45 REVISTA DE SEGUROS
Diretora de Sinistros
Yolanda Richardson e a nova diretora do Departamento de Sinistros da Chubb do Brasil. Com 30 anos de experiencia no mercado de seguros norteamericano, Yolanda ja trabalhou em empresas como Johnson & Higgins, Metropolitan Transit Authority e Willis Corroon. A contratagao faz parte da polttica de globalizagao implantada pela Chubb Corporation,
Reelei^ao
0 Sindicato das Empresas de Seguros do Parana reconduziu a presidencia e vice-presidencia da entidade, Joao Gilberto Possiede e Vilson Ribeiro de Andrade, respectivamente
Homem do ano
Lucio Antonio Marques, presidents da Previdencia do Sul, foi eleito o "Homem de Seguro do Ano de 1995", pelo Clube de Vida em Grupo do Rio de Janeiro. A seguradora tambem recebera, em agosto, uma homenagem especial da entidade, em comemoragao aos 90 anos de trabalho com Seguro de Pessoas.
NOMES E NOTAS
Conselheiro
Patrick Antonio Claude Larragoiti, vice-presidente da Sul America, e o novo membro do Conselho de Administragao do Unibanco.
Comissoes Tecnicas
0 presidents da Fenaseg, Joao Elisio Ferraz de Campos, deu posse aos presidentes das novas Comissoes Tecnicas, no dia 4 de junho. Considerando a importancia das atividades das comissoes face a nova configuragao e responsabilidade a elas atribufdas, a Federagao conta com a participagao expressiva dos representantes do mercado segurador, Os presidentes das Comissoes sao
OS seguintes: Alfredo Carlos Del Bianco (Itau), Coordenagao Geral: Ricardo Bechara Santos(Sul America), Assuntos Jurfdicosi Carlos Roberto Costa Pinto (Bradesco), kdministragao e Finangas] Arthur Farme D'Amoed Neto(Sul America), Marketing-, Osmar Marchini (Itau), Informaticg Milton Gouveia Abrunhosa (Sul America), Recursos.Humanos-, Julio de SouzaAvellar (Sul America),
Automovel RCF-V, Horacio Navarro Cata Preta (Golden Cross), Saudg Oswaldo Placites (Bradesco), Pessoas, Carlos Eduardo Correa do Lago (Bradesco), Patrimoniais Alexandre Mauro Ferreira Pedro (Paulista), Transportes Luiz Tavares Pereira Filho (Bradesco), Habitacionat, Joao Gilberto Possiede (J. Malucelli), Credito, Garantia & Fidelidade, e Edelver Carnovali (Itau), Capitalizagao.
Ucraniano
Representantes da Fenaseg conversam com empresarios do setor de seguros da Ucrania, Vassily P. Makhno e Michail P. Yuryev (a direita e esquerda da toto), que visitaram o Brasil interessados em conhecer detalhes sobre o mercado e a legislagao que rege o setor. A Ucrania tem um mercado extremamente pulverizado, com 600 companhias seguradoras.
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REVISTA DE SEGUROS
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ABRIL / MAIO / JUNHO DE 1996
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