Revista Empreender

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Revista

EMPREENDER Revista Empreender  •  Ano 1  • Ed. 1  •  nº 001  • Natal/RN

INCUBADORAS

Entenda com facilidade a abertura do seu negócio.

ESPECIAL Valide sua ideia.

JOGO

Você já tem ideia de que negócio quer abrir?


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SUMARIO 4| 8| 12 | 14 | 20 | 22 | 24 |

O QUE SIGNIFICA VALIDAR UMA IDEIA? POR CARLA MENEZES

JOGO: VOCÊ JÁ TEM IDEIA DE QUE NEGÓCIO QUER ABRIR? POR CARLA MENEZES

A GURIA DO NORDESTE POR AMANDA GEHLEN

VÍDEOS QUE VALEM MAIS DO QUE MIL PALAVRAS Por AMANDA GEHLEN

HAPPY FIT

POR BETHISE CABRAL

AS INCUBADORAS E A FACILIDADE PARA ABERTURA DO SEU NEGÓCIO POR EUGENIO GOMES

DO RN PARA O MUNDO POR EUGÊNIO GOMES

Editorial A primeira edição da Empreender foi feita para dar o tom da revista. É diversa, colorida, explicativa e dinâmica, tudo isso para que você, caro leitor, seja capaz de tirar aquela ideia antiga do papel ou dar uma repaginada no seu negócio. Você vai conhecer também histórias de empreendedores de sucesso, que falaram sobre as principais dificuldades do ramo e deram dicas para quem quer abrir a sua própria empresa. Informe-se, inspire-se, empreenda.


O QUE SIGNIFICA VALIDAR UMA IDEIA? POR CARLA MENEZES

Validar uma ideia nada mais é do que legitimar e conseguir dados concretos de que aquilo que você estava pensando de fato faz sentido. Também é provável que você não consiga validar sua primeira ideia, mas a partir desse resultado você terá condições de mudá-la, expandi-la e adequá-la aos problemas reais do seu público-alvo. Existem várias formas de validar uma ideia. Nesse e-book, vamos trabalhar com as maneiras mais simples e que você já pode, inclusive, colocar em prática assim que terminar de ler esta publicação. TRATE A VALIDAÇÃO ASSIM COMO TRATA SEU MELHOR AMIGO O bom amigo é aque-

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le que te ouve quando você precisa desabafar e que te dá os melhores conselhos para contornar uma situação tensa pela qual você está passando, certo? Pois bem. É exatamente isso que você vai fazer com a validação, ou melhor, com as pessoas que estão te ajudando a validar sua ideia. As regras são exatamente essas: você deve ouvir atentamente, sem fazer muitas interferências e, ao final de tudo que seu amigo falou, você vai dar uma solução para o problema dele. Nesse caso, o que você tem que fazer é observar/ouvir as dores das pessoas que você entrou em contato para validar a ideia e, depois disso, conseguir elaborar uma solução para elas. Se você for um

bom amigo, é possível que já esteja preparado para isso. ANALISE A CONCORRÊNCIA Analisar seus possíveis concorrentes é uma das etapas principais na hora de validar seu negócio. Ao observar cada uma dessas empresas/soluções, você pode fazer uma lista dos pontos fortes e fracos de todas elas e, dessa forma, descobrir como pode fazer diferente. Veja o que eles oferecem e como se relacionam com os clientes. Se possível, veja os comentários dos clientes e descubra o que eles mais gostam e menos gostam na empresa. É aí que você entra. Vamos supor que a sua

ideia seja criar uma plataforma que oferece um serviço de delivery de doces, por exemplo. Quem são seus concorrentes? Lojas físicas de doces, outros aplicativos de delivery, vendedores autônomos e uma sanduicheria, por exemplo. Uma sanduicheria? Mas eles não vendem um produto totalmente diferente? Sim, mas você tem que prestar atenção em dois tipos de concorrentes, os diretos e os indiretos. Os quatro primeiros exemplos se encaixam na categoria de concorrência direta, mas alguém que quer comprar um pedaço de torta de chocolate pode mudar de ideia e comprar um sanduíche no lugar, não pode? Então a sanduícheria é sua concorrente indi-

reta. Faça listas, baixe os aplicativos concorrentes, converse com clientes, não tenha medo de perguntar. Domine a concorrência. PROPOSTA DE VALOR – MAIS QUE UM PRODUTO, UMA EXPERIÊNCIA A Proposta de Valor é a base do seu negócio. É por causa dela que as pessoas vão se interessar no seu produto

e decidir se irão comprá-lo ou não. Quando te perguntarem o que você vende, não diga que é a entrega de doces na casa do cliente. Diga que vende doçura, alegria, o prazer que as pessoas têm quando comem doces. Foque na praticidade de ter um pedaço de bolo entregue em casa, da sensação que seu cliente terá ao sentir o sabor daquele pedaço e o quanto aquilo

pode melhorar o dia dele. Faça uma análise do seu produto: é uma novidade? É um serviço personalizado? Tem um desempenho melhor que o da concorrência? Tem um preço legal? Design atraente? Pense em tudo isso e venda a experiência. Para te ajudar nessa missão, uma das opções é preencher o Canvas elaborado pelo Sebrae, uma espécie de quadro que, ao ser finalizado,

clareia suas ideias e faz com que você pense em todos os aspectos do seu negócio. É possível acessá-lo no website: https://www. sebraecanvas.com/ ou através de um aplicativo que está disponível para Android e iOS.

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OS TIPOS DE EMPRESAS Antes de registrar a sua empresa, você precisa saber em qual categoria o seu negócio se encaixa

Microempreendedor Individual MEI: é quem trabalha de forma autônoma e mesmo assim decide se legalizar, como um pequeno empresário, para conseguir um registro de CNPJ e emitir notas fiscais. O MEI só pode contratar um funcionário e sua renda anual não pode ultrapassar os R$60 mil. A grande vantagem é a isenção dos tributos federais.

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Empresa Individu-

al de Responsabilidade Limitada - EIRELI: A grande diferença entre os dois tipos apresentados anteriormente é que as dívidas dessa empresa só podem ser pagas com o capital do próprio negócio, não comprometem os bens pessoais do proprietário - como Empresário individual: É basicamente um microempreendedor individual, mas pode ter uma renda anual de até R$360 mil. Neste caso o empreendedor paga impostos de acordo com a produtividade.

Sociedade Limitada: É a modalidade mais comum, quando dois ou mais sócios se juntam e dividem seus investimentos e participações numa empresa. Nesse caso as possíveis dívidas também devem ser pagas com o capital do próprio negócio, não com os bens pessoais dos acionistas.

Agora que você já conhece seu cliente, seus concorrentes, elaborou sua Proposta de Valor e encontrou a modalidade que o seu negócio se enquadra, é hora de seguir os outros passos que você viu nas páginas anteriores e abrir as portas.

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JOGO EMPREENDER POR CARLA MENEZES

Valide sua ideia. Converse com pessoas que poderiam ser seus clientes e descubra se eles realmente necessitam do serviço que você quer ofertar. Não se baseie em perguntas prontas, deixe o seu cliente falar para que você possa conhecê-lo melhor. O que ele considera um serviço de excelência? Ele preza pelo preço ou pela qualidade? Essa pode ser uma boa oportunidade para desenvolver a sua ideia e perceber o que está faltando no mercado.

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o ã N

Não

Sim

Você já tem ideia de que negócio quer abrir?

No site do Sebrae, é possível encontrar mais de 450 ideias de negócios divididas por segmento. Comece a procurar por uma área que você tenha afinidade.

Quanto você vai gastar para abrir o seu negócio? Vai precisar de um local físico? Ele precisará de reformas? Como será mobiliado? E o primeiro estoque, quanto custará? Haverá serviço de entrega ou o cliente virá até você? Tudo isso precisa ser calculado. Depois de somar esses valores, chegou à conclusão de que já tem dinheiro o suficiente?

Sim

Procure saber quem são os seus concorrentes. Outras empresas oferecem o mesmo produto? Quanto elas cobram? Qual é a qualidade? O que você pode fazer de diferente? Analise tudo isso e busque uma nova maneira de apresentar seu produto ou serviço.

Faça um Plano de Negócios. Coloque no papel quais serviços você vai oferecer, onde será localizada a empresa (ou se será virtual), quem são seus principais clientes e quanto você pretende lucrar mensalmente. Defina qual será o tipo da sua empresa. (Você encontrará mais detalhes sobre essa classificação nas páginas seguintes)

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Não

Existem modalidades de financiamento voltadas para cada tipo de negócio, desde linhas de crédito que beneficiam pessoas físicas e autônomos, como o Programa de Geração de Emprego e Renda, até microempreendedores e futuros donos de negócios maiores. Basta pesquisar. Lembre-se que não é possível financiar o seu negócio depois que ele já estiver aberto, então tenha bastante cuidado na hora de calcular quanto você vai precisar. Não se engane, depois de abrir as portas é que o trabalho começa de verdade. Mantenha o controle do estoque e do capital que entra e sai da empresa. Não desanime, é natural que nos primeiros meses você só fature o suficiente para pagar as contas. Converse com os seus clientes, pergunte o que estão achando do serviço que você está oferecendo e como você pode melhorá-lo. Aprenda com as críticas e não tenha medo de evoluir.

Sim

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Está na hora de registrar sua empresa. Esse processo dependerá do tamanho do negócio que você quer abrir, mas tenha em mente que precisará de licenças da Prefeitura, na Receita Federal e na Previdência Social. Nesse momento, você já deve ter decidido o nome do seu negócio. Não se esqueça que ele é o seu primeiro cartão de visitas.

Agora que você já tem crédito o suficiente para abrir o seu negócio e já fez todos os registros necessários, é hora de abrir as portas. Pense em uma ação de marketing que faça os seus clientes saberem que o seu serviço existe. De acordo com a natureza do seu negócio, defina quais meios utilizará: redes sociais, rádio, TV, jornais, outdoors... Mas não se esqueça, você precisa estar onde o seu cliente estiver.

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POR AMANDA GEHLEN

A GURIA DO NORDESTE Nascida no Rio Grande do Sul, Juliana Furtado, mantém a Guria Produtora em Natal desde 2012. A empresa é destaque no mercado de eventos.

Fonte: divulgação

É notório o crescimento da cena cultural em Natal nos últimos anos. São festivais de música, encontros gastronômicos, mostras culturais e festas para todos os públicos. Quem soube aproveitar esse cenário, foram as sócias Juliana Furtado e Camila Prassoli, donas

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da Guria Produtora. A produtora é, na verdade, uma grande prestadora de serviços para eventos, desde festas particulares à grandes shows e festivais. “O nosso papel é atender todas as áreas da produção. Se você tem quer trazer o show do Lenine, mas

não sabe organizar, precisa de produção, direção de palco, coordenação de logística... nós atendemos”. A empresa surgiu quando as próprias sócias perceberam a necessidade dos próprios eventos por alguém que

os ajudasse. “Sempre existiram os contratantes, mas a mão de obra qualificada para produção de evento era escassa. O mercado ainda acredita que qualquer um pode fazer evento. Por exemplo, eu trago um artista para fazer um show e coloco meu primo para fazer a bilheteria,

minha amiga para cuidar da equipe do artista, etc. Isso muitas vezes resulta em atrasos, falta de organização, falhas técnicas, e por aí vai. ” Juliana relata que no início não tinha muita certeza se o mercado de Natal aceitaria muito bem o formato de uma produtora, mas atribui o sucesso ao trabalho sério e comprometido de toda a equipe. Trabalho esse que já rendeu 6 anos de estabilidade no mercado de eventos local e nacional. “Hoje atendemos eventos não só em Natal, mas em todo o estado. Temos eventos anuais já confirmados, como a direção de Palco e a Feira Mix do MADA, a produção técnica do Festival DOSOL e dos eventos da ABRASEL, além de alguns eventos fora, como o Prêmio Multishow no Rio de Janeiro e os tours da Disney on Ice em Porto Alegre. ”

pequeno empresário facilitou a entrada no mercado, mas ainda é preciso passar pela contabilidade e arcar com os impostos e dores de cabeça que eles podem trazer. Além disso, tem também a questão do quadro de funcionários, que acaba contando muito com freelancers para cada área. “Manter uma empresa não é fácil, mas trabalhar regular é a melhor coisa quando se quer crescer”. Outra dificuldade está na conciliação do

trabalho com a vida pessoal. “Já passamos por fases de deixar a vida pessoal de lado, hoje em dia estamos estabelecendo um ritmo mais legal (...) tentamos não ser loucas por dinheiro e escolher os projetos que vão nos trazer benefícios e bem -estar também”. O segredo para uma empresa de sucesso? “Dedicação, muito trabalho e uma negociação honesta. Nós fazemos todo o pos-

sível para que haja o respeito e a valorização da nossa equipe, dos clientes e de nós mesmas no mercado”, diz Juliana. Para ela, profissionalismo e bom humor devem ser os carros chefes na comunicação dentro de qualquer empresa. “Foi-se o tempo em que produtor era aquela pessoa que gritava com a equipe e andava sempre estressado. Quem continua assim, está fadado à perder espaço no mercado. ” Fonte: divulgação

Porém, chegar até esse patamar não foi tão fácil. Juliana admite que trabalhar com entretenimento – dos outros – é prazeroso, mas muito cansativo. Ela conta que a regularização do

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Já fazem alguns anos que o mercado de festas e eventos tem investido em filmes curtos que mostrem os melhores momentos e faça quem os assiste se emocionar. Para editar um vídeo assim, é preciso bastante trabalho. São muitas horas filmando desde os making -offs até a última pessoa ir embora para depois passar mais alguns dias editando tudo para ficar com aquela cara de “trailer” de cinema. Além de ser um serviço trabalhoso, ainda tem que levar em conta a competição do mercado, que está recebendo cada vez mais interessados na área. Priscila Vilar entrou no ramo do audiovisual junto com seu marido Rafael Medeiros em 2009. A ideia inicial era focar na produção de documentários, porém quando surgiu a oportunidade de fazer uma produção em vídeo do casamento da sua irmã, Priscila decidiu entrar de cabeça no mundo dos eventos. Hoje ela atende casamentos e festas infantis de todos os tipos e, mesmo depois de mais de 8 anos no mercado, ela garante que ainda se emociona a ponto de chorar junto com as noivas ou convidados em alguns eventos. “É emocionante trabalhar com eventos assim e nós fazemos de tudo para transmitir isso

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Videos que valem mais do que mil palavras A produtora de audiovisual Priscila Vilar conta um pouco da sua jornada no mercado de vídeos de festa.

POR AMANDA GEHLEN

fosse fazendo numa empresa própria. Quando voltamos para Natal criamos a Ilha Criativa Produções, com a ideia de focar em documentários, algo que achávamos inovador e que fugia do que o mercado já oferecia. 2. E como vocês foram parar no mercado de eventos? Quando criamos a Ilha Criativa Produções, que foi o primeiro nome da empresa da gente, tínhamos essa ideia de produção de documentários. Claro que nós produzíamos

nos nossos vídeos. Quando vemos os clientes se emocionando da mesma forma quando assistem o resultado final que temos a certeza de que estamos no caminho certo”.

Em uma entrevista bem humorada e cheia de histórias para contar, Priscila descreve como a empresa começou, como superaram as dificuldades e o que levou a empresa ao sucesso

que é hoje. 1. Como surgiu a ideia de montar uma empresa voltada para a produção audiovisual?

A ideia inicial veio a partir do trabalho do Rafael. Ele já era envolvido com o ramo de edição de vídeos e imagens. Nós nos mudamos para Rio das Ostras,

no Rio de Janeiro quando ele recebeu uma proposta para trabalhar numa empresa de lá, mas depois de um tempo ele cansou da rotina de funcionário, que

de tudo, mas viemos com o foco de produzir documentários, tanto para pessoas físicas quanto para empresas ou município. Conseguimos produzir uns três documentários quando chegamos, mas não passou disso. Sempre trabalhamos com bons equipamentos, tínhamos um cinegrafista próprio e muito bom na época e Rafael era um conhecedor de edições de imagem, um dos melhores Fonte: divulgação editores daqui de Natal, mas a gente não conseguia era muito desgastante. Ele sair do canto, a produtora trabalhava muito, virava não deslanchou. madrugadas acordado, dormia pouco e a partir daí Até que um dia eu disse veio o pensamento que se para Rafael “vamos focar fosse para viver assim, que a produtora em eventos”.

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Eu fiz essa proposta porque minha irmã ia se casar e, na verdade, a gente já tinha filmado o casamento de um amigo do Rafael e tinha dado certo. Aí mostramos o vídeo desse outro casamento para o cerimonialista e ele ficou encantado com nosso trabalho, porque Rafael fez uma edição diferenciada, não aquela tradicional. Nós resumimos o casamento em um trailer e não tinha isso em Natal até então, eram aqueles vídeos bem tradicionais e bem longos e a gente conseguiu resumir em uma música de duração. 3. E como vocês fizeram para alavancar o negócio? Porque você disse que antes a empresa não deslanchava, então como vocês mudaram esse jogo? Então, depois do casamento da minha irmã, o cerimonialista dela, Marcos o nome dele, passou a recomendar a gente para todas suas clientes, porque ele realmente tinha gostado muito de como a gente fazia os vídeos de forma diferenciada do que tinha no mercado na época. Aí com essa mudança no foco dos trabalhos a gente resolveu colocar outro nome na produtora de eventos e a Ilha Criativa Produções virou Priscila Vilar Produções.

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A gente não investiu em agências nem nada do tipo no início, as propostas vinham surgindo através do Marcos, as noivas pediam para ele e ele nos indicava e enviávamos por e-mail. A gente também criou o Orkut na época, que foi uma ferramenta imprescindível porque muita gente ficou sabendo da gente por lá, entramos em grupos de noivas e começamos a mostrar esse vídeo do casamento do amigo do Rafael, que era curto e todos conseguiam assistir rapidamente. Realmente procuramos outras empresas para assistir os vídeos e realmente éramos diferentes, então fomos e conseguimos devagar vários clientes. 4. Qual foi a maior dificuldade na hora de abrir esse negócio próprio? Acho que foi mais relacionado ao mercado mesmo, porque até hoje existem alguns obstáculos, como o fato de vídeos de casamento serem deixados por último. Tem muita noiva que contrata foto e não vídeo, então a gente já sentiu esse primeiro obstáculo. Mas a gente foi insistindo, foi mostrando que o vídeo era portátil, que era possível carregar no ce-

lular esses menores e que era superimportante. Nas reuniões a gente sempre falava que vendo um álbum de foto as pessoas não choram e se emocionam, mas quando você vê um vídeo sim, pelo fato de ser uma lembrança viva, que faz você voltar no tempo. Além disso sempre prezamos pelo bom atendimento, tanto o pré como pós. Sempre tentamos mostrar para a noiva como nossos vídeos eram legais, e também fazíamos pós-venda perguntando se havia gostado e se a cliente queria alterar alguma coisa. 5. Na opinião de vocês, como o mercado está reagindo aos novos empreendimentos de microempresários como vocês? É difícil competir com as grandes empresas? É difícil, sim, competir com as grandes empresas, tanto que a gente não conseguiu se manter no mercado de publicidade nem institucional, porque já tinham grande produtoras aqui em Natal. Tivemos que migrar para um mercado mais “amador” para a época, digamos assim, em que a gente conseguiu se superar e mostrar uma coisa diferenciada. A gente ainda faz algumas coisas de publicidade, mas bem

poucas, a gente realmente não corre atrás.

também sempre trabalhou com muita paixão.

Hoje a edição está focada em mim e Rafael, porque somos uma microempresa, não temos funcionários fixos de edição. Por isso que chega a ser difícil competir com essas grandes empresas, eles conseguem fazer produções maiores em larga escala. A gente não, nossa edição é bem-feita e quase um trabalho artesanal porque a gente pensa muito como vai editar, procura novas ideias, revisa e escolhe músicas com um arranjo bonito e que seja legal de editar.

Nunca nos acomodamos e a gente sempre tenta se reinventar, tanto na edição quanto na forma de entregar e de apresentar o material. Sempre estamos correndo atrás de novidades, Rafael é uma pessoa que é muito antenada nessa parte de equipamentos também. Mas a gente costuma falar que nosso equipamento são as pessoas que filmam, o melhor equipamento é a nossa equipe, já que é necessário um bom operador, que filme com vontade, que tenha noção de direção de fotografia. A operação da gente é muito mais importante que a ferramenta usada.

6. Qual seria o “segredo” para um empreendimento de sucesso? O que vocês acham que foi o diferencial para chegarem onde estão hoje? O nosso segredo é o amor e a vontade com que a gente executa o trabalho. Nós sempre fazemos da melhor forma que podemos, sempre filmamos um evento emocionados, fazemos o que podemos para ficar melhor. A gente sonha junto com a noiva quando ela vem fechar o pacote conosco, nos emocionamos no dia do casamento - várias vezes eu já chorei, até filmando - então eu sempre tive muita vontade, Rafael

Nós nos reinventamos mais uma vez quando fomos para o mercado infantil há uns dois anos, e deu super certo. As mães gostaram muito dos vídeos e conseguimos atingir um público superbacana. Até as próprias clientes que casavam e tiveram filhos, já conheciam nosso trabalho do casamento e vieram fazer vídeos infantis com a gente. Temos hoje várias clientes do infantil. E acho que é isso que nos move. Gostamos do que fazemos e se não gostássemos não teríamos tido esse

sucesso todo, essa aceitação. As pessoas quando veem nosso trabalho vibram com a gente. Várias vezes em casamentos e em festas infantis, já

tudo dependendo de como a organização e o fluxo da empresa vai nos permitir fazer.

disseram que acham legal a forma como a gente trabalha e nos movimentamos, não ficamos parados, então sempre tivemos prazer em fazer. 7. E quais os planos futuros para a empresa? A gente pretende crescer calmamente com os pés no chão como sempre fomos. Obviamente que o vídeo tem essa dificuldade de você precisar ter essa adaptação tecnológica e todo ano são lançadas novas câmeras, novos formatos, novos tamanhos, então a gente pretende seguir se atualizando. Também vamos começar a trabalhar com fotografia junto com casamento, que era um projeto desde o início da Priscila Villar, mas só agora que houve uma condição boa para que a gente lançasse esse projeto. Além disso, nós temos projetos de produção de materiais nossos, pequenos filmes, curtas-metragens, médiametragens, documentários, ficção - contar algumas pequenas histórias que a gente gosta- e fazer materiais de jornalismos, obviamente

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Happy-Fit - Cozinha Intuitiva

O sonho da adoção impulsionou o talento nato por cozinhar POR BETHISE CABRAL

A vontade de aliar de uma forma harmônica o trabalho e a criação dos filhos levou a professora Carolina Medeiros a deixar a sala de aula para se dedicar a uma atividade que demandasse um ritmo diferente do qual estava habituada. Dessa forma, foi gradativamente diminuindo as horas dedicadas exclusivamente ao trabalho, numa tentativa de preparar a rotina para a chegada do primeiro filho. Trocou o ambiente escolar pelo setor imobiliário e pouco tempo depois a família cresceu. Os anos passaram e mais uma vez a rotina de trabalho não comportava mais as demandas que surgiam com o passar dos meses. O bebê não era mais tão pequeno e um velho sonho encontrou uma brecha no fundo do baú e veio à tona feito um furacão. “Sempre quis ter uma família grande, mais que isso, sempre quis adotar

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uma criança, ou duas...”, afirma Carolina entre gargalhadas. “Com o meu primeiro filho com quase cinco anos de idade, senti que era o momento certo para colocar meu plano em ação. Com o apoio do meu marido iniciamos o processo e começamos a pensar em novas formas de empreender, sempre tendo em mente que a prioridade é a nossa família”, conta. Apaixonada por comida e pelo ato de cozinhar, a escolha parecia óbvia. Sem trabalho fixo desde o final de 2016, Carolina arregaçou as mangas e decidiu começar a produzir kits semanais de comida congelada para entrega. Em fevereiro de 2017 a Happy&Fit - Cozinha Intuitiva nascia para tornar o sonho de Carolina real. Aliando alimentos orgânicos, óleos leves e pouca gordura Carolina descomplicou a vida de quem precisa se alimentar bem

e de uma forma saborosa. “Não estudei gastronomia, não sou chef de cozinha, apenas gosto de cozinhar e entendo um pouco sobre nutrientes e alimentação saudável. Minha comida é saborosa, mesmo depois de ser descongelada”, explica. A demanda aumentou rapidamente, na mesma velocidade em que o processo de adoção corria na justiça. Logo Carolina procurou a parceria de um nutricionista da Universidade Federal do Rio Grande do Norte para ajudá-la a montar um cardápio mais diversificado e assim manter a qualidade do seu serviço. No dia 14 de maio de 2017, Dia das Mães, Carolina comemorava a notícia de uma nova gravidez, enquanto concluía o processo de adoção de sua segunda filha e celebrava o sucesso rápido e estrondoso da Happy&Fit. “Tudo aconteceu muito rápido, eu estou

apenas aproveitando cada momento e, claro, trabalhando muito para que meu empreendimento se desenvolva cada vez mais. Afinal, a família agora cresceu de verdade. Me sinto completa e feliz”, arremata.

“ Com o meu primeiro filho com quase cinco anos de idade, senti que era o momento certo para colocar meu plano em ação. Com o apoio do meu marido iniciamos o processo e começamos a pensar em novas formas de empreender, sempre tendo em mente que a prioridade é a nossa família.

“ Carolina Medeiros

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AS INCUBADORAS ~ E A FACILITACAO PARA ABERTURA DO ´ SEU NEGOCIO

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Um dos alicerces da economia é o abrangente surgimento de pequenas e medias empresas. Elas são fundamentais na manutenção e rotação do fluxo econômico com grandes multinacionais que possibilitam a entrada de novas pessoas no mercado, impulsionando ainda mais a economia. O surgimento de microempresas, em alguns casos, emerge acompanhado do despreparo dos administradores na manutenção da mesma. Isso, inevitavelmente, ocasiona o fechamento desses negócios antes do esperado. Pensando nisso, surgiu um nicho de negocio onde a proposta não é ganho e sim auxilio para esses

novos empreendedores. Estamos falando das “incubadoras”. Incubadoras são projetos ou empresas que servem de suporte e auxilio à pequenas, micro e medias empresas, como relatado por Vinicius Castro, assessor do Metrópole Digital, instituto de ensino voltado para o âmbito tecnológico. Elas visam dar dicas e impulsionar as ideias de qualquer tipo de empresa que a procurem, tanto no aspecto comercial como na ajuda a melhora de um determinado produto. Como exemplo podemos citar a Inova, empresa Incubadora que funciona em parceria com o Metrópole Digital. Sua função é o auxilio a pequenas

empresas que visam melhorar produtos e serviços na sua grande maioria do ramo tecnológico, como criadores de aplicativos. A Roboeduc é um exemplo claro de negócio que teve todo seu processo realizado com o auxílio da incubadora, desde a fase da idealização, do período da concepção, consolidação e a ida ate o mercado. A Roboeduc é uma empresa que funciona como escola de robótica, onde o aluno vivencia o contato com outros em busca de conhecimento e aprendizado sobre o “mundo dos “robôs” e teve seu processo de incubação iniciado em 2014. Outro exemplo de incubadora é a “Empreende UnP”. Criada em

2015, ela está integrada a um centro de empreendedorismo que possui o mesmo nome, inclusive. A empresas são escolhidas através da pré -incubação com um total de 11 (onze) pré -incubados. Atualmente, a Empreende não abre mais editais para a incubação e o tempo estimado da pré-incubação tem tempo estimado de um ano e fases de dois a três meses, onde são desenvolvidos alguns produtos específicos. Às empresas que visam adentrar ou se interessam ao ingresso, é necessário participar de umW edital. Alguns eixos de negócios são levados em

consideração, como o perfil do empreendedor, a tecnologia em potencial utilizada para o crescimento, o capital e o mercado. Após a entrada, elas são classificadas como “pré-incubadas” e ficam por um período não especificado. Em seguida, se incumbam e logo depois, se graduam dentro mesmo da Empreende. O processo seguinte é a saída da incubadora e a obtenção do certificado de conclusão. As empresas também recebem um auxílio de uma instrutora própria com o objetivo de ganhar o mercado da melhor maneira.

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DO RN PARA O MUNDO

Conheça a Startup potiguar FindMe que está dando o que falar no Brasil e no mundo

cubadora Tecnológica do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (ITNC/ IFRN), criou projeção e realizou a criação de um objeto de uso de pessoal, como uma pulseira que sinalizasse, através de um sinal de GPS, a localização exata de quem estiver usando o determinado material. Após um período em Natal, Rio Grande do Norte, a empresa ganhou o investimento da maior aceleradora de Startups da América Latina, ACE Aceleradora e transferiu a sua sede para a cidade de São Paulo. Com o investimento, foi possível desenvolver um produto que se tornou o grande diferencial da FindMe:

um dispositivo de monitoramento em tempo real de funcionários de empresas de segurança com o objetivo de minimizar a queda na produção e a improdutividade no exercício das mais variadas funções Orgulho define o projeto da FindMe e sua projeção nacional. Iniciada a partir de uma conversa entre amigos durante a Startup Weekend de 2014 – evento de empreendedorismo mundial que promove novas ideias durante 54 horas de competição entre startups criadas nas primeiras horas – o esqueleto da FindMe foi apresentado e pessoas de diversas áreas se juntaram para colocar a

ideia pra frente. Dentre essas pessoas estava o Diogo Vinícius, atual CEO da organização. Diogo é bacharel em Direito e até incubar a FindMe na incubadora de empresas do IFRN e conseguir aporte financeiro em um edital do Sebrae, exercia a advocacia. Ele resolveu apostar na ideia da startup e hoje representa a equipe em eventos Brasil afora. Todo o trabalho dos sócios fez com que a empresa fosse eleita como a 11ª startup brasileira mais atraente para o mercado pelo movimento ‘100 Open Startups’, ranking que se baseia no interesse de grandes companhias nessas em-

presas. O levantamento é feito pelo programa Wenovate, organização promove, para instituições e pessoas em geral, a inovação aberta. Com cerca de dois anos no mercado, a equipe também já foi convidada pelo Sebrae a passar dez dias no Vale do Silício participando de cursos e conhecendo empresas como Google, Facebook e Netflix. Esse é mais um exemplo de como os sonhos podem se tornar realidade a partir de muito esforço, determinação, estudo e um pouquinho de sorte. E você, já está preparado para montar a sua empresa?

Fonte: divulgação

O crescente aumento da população mundial gerou, inevitavelmente, uma maior necessidade de profissionais para atuação das diversas áreas de trabalho. No entanto, são poucas as vezes que os donos de empresas possuem controle sobre seus

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funcionários, ocasionando grande perda de produtividade, em alguns casos. Pensando nisso, quatro jovens potiguares criaram um produto capaz de realizar o monitoramento real de um determinado grupo de funcionários. Aí você

se pergunta: essa ideia surgiu do acaso e foi um sucesso repentino? Não exatamente. A criação inicial deles foi uma etiqueta que funcionava como dispositivo de localização de objetos, podendo ser instalados e fixados em qualquer

superfície, como em celulares ou carteiras, por exemplo. Vendido com facilidade, o produto teve um sucesso instantâneo, sendo possível obter o valor gasto na produção do material. No decorrer do tempo, a empresa, com incubação no ITNC (In-

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EXPEDIENTE EDITORA: HELENA RODRIGUES REPÓRTERES : AMANDA GEHLEN BETHISE CABRAL CARLA MENEZES EUGÊNIO GOMES DIAGRAMAÇÃO: LARYSSA AGUIAR ORIENTAÇÃO: MARIA APARECIDA RAMOS


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