A
cultura popular brasileira tem, entre suas manifestações mais ricas, a literatura de Cordel: ela representa o povo nordestino, sua expressão e memória. O cordelista dos dias de hoje mantem viva a tradição de transformar histórias em poesia para vendê-las em livretos rústicos de papel jornal, pendurados em varais de feiras ou de mercados, tradicionalmente ilustrando suas capas com pitorescas xilogravuras. Se ao longo dos anos, o Cordel passou por transformações, evoluindo e incorporando outros elementos como a fotografia e até cliparts, porque não homenagear essa linguagem com os Quadrinhos?
Com capa de Camilo Borges Junior, do clássico fanzine Boca de Porco, a Cospe Fogo! foi inspirada no imaginário de histórias da cultura oral e da religiosidade de nordestinas para nos comprovar como o Cordel pode se remoçar enquanto inspira outras artes. Andreia Rabello de Souza, arretada pedagoga
Essa capa bubônica é do menino Camilo Borges Junior
Arnaldo Junior e Cordeiro de Sá, autores que aqui se apresentam como dois divertidamente adjetivados integrantes da fictícia Cia. de Quadrinhos Baião de 2, decidiram mesclar seus diferentes traços e letras para compor uma obra experimental, tal como os sangues índio, negro e português, estabeleceram as tradições nordestinas.
os autores
Arnaldo Junior
O premiado Arnaldo Junior, professor de História e mestre em Educação, não economizou seu amor pela poesia e pelo Brasil nesta obra. O artista tem em sua trajetória publicações que unem História e Quadrinhos a outras expressões, além de se dedicar ao debate dos movimentos sociais em vários canais - Arte e Educação podem ser ferramentas transformadoras, não só em sala de aula, mas em qualquer outro cenário. Com seus traços e ideias, ele eterniza a essência do brasileiro, contando suas crenças, lutas e lendas.
Cordeiro de Sá
De mestre em Arquitetura e Urbanismo para os Quadrinhos, o premiado Cordeiro de Sá põe seus traços mais versáteis neste álbum. Animador, bonequeiro, roteirista e gestor social, já expôs trabalhos em bienais, festivais e mostras importantes pelo Brasil. Com o RPQH - Ribeirão Preto em Quadrinhos, selo independente criado em 2012, já publicou quatro obras, sendo três delas indicadas ao Troféu HQ Mix. Mais uma vez, ele dá vida a histórias e personagens com seu estilo próprio e mostra que a arte sequencial pode ser uma excelente forma de se contar boas histórias.
Caricaturas de Renato Andrade, cartunista e mangofeiro do jornal A Cidade Texto de Analídia Ferri, jornalista, dona e proprietária do site Varal Diverso Ribeirão Preto, SP
Agradecemos (a quem nos apoiou no Catarse) Adilson Lafaiete Ferreira da Silva, Adilson Terrivel, Adriana Cristina de Godoy, Adriana Sina Telles, Adriano Pelá, Alexsandro Gnovatto, Alysson Sousa, Amanda de Souza Cruz, Amir Abdala, Angelo Davanço, Antonio Gilson Brigagão, Áurea Claudino da Silva, Lelo Guazzelli, Bianca Trancoso, Carlos Henrique Barros Silva, Carlos Porto Filho, Celso Correia da Silva Junior, Cleber Eduardo Martins, Dan Medeiros, Daniel Spinola Trindade, Dario Teófilo Schezzi, Delzio Marques, Evelyn Postali, Ewerton Wiermann, Fábio Yoshida Moraes, Fernando Ferreira Garróz, Fernando Maximo Arcencio, Flávia Maria Pereira Vicente, Gabriel Barros, Gabriel Imagenes, Geraldo Aleandro, Guilherme Antonio Davoli, Helena Agostinho, Jader Turci, Jana de Paula, João Francisco Aguiar, Joaquim Romão Neto, Lilian Pereira de Carvalho, Leda Pereira, Lucas Busatto, Manú Sena, Marcel Dias Moreira, Márcia Regina Nachtschatt, Márcio Coelho, Marília Santos, Matheus Oliveira Santos, Mauricio R B Campos, Mauro Bartolomeu, Neyara Furtado, Norma Campaz, Odonio Anjos, Olavo Ferreira de Mello Junior, Omar Ramos, Paula Chiaretti, Paulo Pholux, Punto Um, Rafael Vedovoto Zoccoler, Renato Andrade, Sandro Merg Vaz, Thiago A Teodoro, Thomas Missfeldt & Silvana Alves, Tom César, Vanderley Caixe Filho, Vinícius Silva Ferreira, Vinil, Vitor Ribeiro, Vladimir Lage e Welington Zana
Homenageamos Apolônio Alves dos Santos, J. Borges, Leandro Gomes Barros, Mestre Vitalino, Patativa do Assaré, Severino Borges, o pessoal dos museus do Frevo, do Homem do Nordeste, do Mamulengo e todos os fazedores e guardadores das artes do Sertão
Dedicamos a Alcina, Ana Júlia, Ana Márcia, Arnaldo Neto, Bruno, Carlinhos, Cláudinha, Conceição, Guga, Lucia, Maura, Mariana, Mel, Potyra, Telminha, Toinho e Rafael