EDITORIAL
EDITORIAL Esta edição do Informe do Conselho Regional de Economia do Paraná é especial. Em primeiro lugar porque traz notícias sobre o 16º ENESUL e o 3º Encontro Brasileiro de Auditoria, Avaliação e Perícia Econômico-Financeira. Em segundo, porque traz entrevista com o Secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Anacleto Ortigara, um dos mais importantes economistas do Paraná. Em terceiro, porque o Paraná trouxe para casa o 3º, 4º e 8º lugar na Gincana Brasileira de Economia.
EXPEDIENTE Conselho Regional de Economia 6ª Região - PR - Corecon Rua Professora Rosa Saporski, nº989 - Mercês - Curitiba - Paraná Fone: (41) 3336-0701 Redação: Evidência Comunicação Integrada - (41) 33342-6832 evidencia@evidenciacomunicacao.com
Jornalistas: Ines Dumas e Fabiana Lima imprensa@corecon-pr.org.br
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O destaque desta edição é o XVI ENESUL – Encontro de Economistas da Região Sul, evento de grande importância para os economistas, que este ano aconteceu em Curitiba nos dias 28, 29 e 30 de julho de 2011. Em conjunto com o XVI ENESUL, realizamos o III Encontro Brasileiro de Avaliação, Auditoria e Perícia Econômico-Financeira. A interiorização do Conselho, política que vem sendo mantida por várias gestões, aconteceu através da entrega dos prêmios: 21º Prêmio Paraná de
Economia e 6º Prêmio BRDE de Desenvolvimento, em Guarapuava. A solenidade de entrega do 3º Prêmio Economista do Ano, em Curitiba, em conjunto com a comemoração do dia do Economista. Um evento importante, enquanto motivador e agregador da classe dos economistas. Outro destaque da presente edição é a participação de nossos alunos da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Universidade Positivo e Unioeste Francisco Beltrão na Gincana Brasileira de Economia. A dupla da UEPG, Martina Suzane Schuwangart e Rodrigo Augusto Vieira conquistaram a terceira colocação. Agradecemos em especial ao economistas Norberto Anacleto Ortigara e Lucas Dezordi pela colaboração nessa edição. Aos demais colaboradores, nosso muito obrigado! Economista Maria de Fátima Miranda Presidente do Corecon - PR
SUMÁRIO pág. 3 - Artigo pág. 4 - EnTENDA de Economia pág. 5 - XVI Enesul e o III Encontro Brasileiro de Auditoria, Avaliação e Perícia Econômico-Financeira pág. 10 - Prêmio Paraná de Economia e BRDE De Desenvolvimento pág. 11 - Entrevista Perfil com Norberto Ortigara pág. 13 - Corecon-Pr participa do Congresso Brasileiro em Bonito (MS) pág. 14 - Eleições
ARTIGO
Incertezas Européias e o aumento na taxa de câmbio A escalada da taxa de câmbio nas últimas semanas reflete, sem sombra de dúvidas, as incertezas da economia mundial, diante da administração financeira das dívidas soberanas da Grécia, Portugal e Itália, principalmente. O já elevado grau de endividamento em relação ao PIB pode se tornar instável, no curto prazo, se esses países entrarem em um período recessivo. A estabilidade financeira da zona do euro depende fortemente do ajuste fiscal dos países membros. Entretanto, este ajuste deve ser realizado ao longo do tempo e de forma gradual e, seguido por um programa internacional de crescimento econômico. Ou seja, a iniciativa pública e privada devem se unir para ampliar seus investimentos produtivos nos países financeiramente mais debilitados. O cenário externo de conflito político nos Estados Unidos, no que se refere às questões orçamentárias, também influenciou para uma demanda maior de moeda estrangeira. Devemos observar bem como ocorrerá o ajuste fiscal do governo norte-americano, pois se este ajuste se realizar de forma abrupta, inevitavelmente a recessão nos EUA irá influenciar para cima a taxa de câmbio.
As medidas macroprudenciais do governo brasileiro, nos últimos meses, aliada à redução na taxa de juros Selic contribuíram para uma apreciação mais expressiva da taxa de câmbio. Entretanto, a questão central consiste em analisar se a tendência da taxa de câmbio vai ser de alta (valorização do dólar) ou de baixa (desvalorização do dólar). A resposta a esta questão passa por basicamente duas análises. Primeira delas, caso as incertezas internacionais tornarem o cenário macroeconômico nebuloso, e o Fed (Banco Central dos Estados Unidos) reduzir os estímulos monetários, então inevitavelmente haverá uma pressão maior pela moeda estrangeira, e conseqüentemente, o dólar irá valorizar. Segundo caso: o complicado cenário internacional se estabiliza com um grande pacote financeiro à Grécia aliado a uma recuperação dos Estados Unidos. Com a manutenção da taxa de juros norte-americana muito baixa, o dólar tende a se desvalorizar. Com isso, o cenário no curtíssimo prazo está bem incerto e dependente de novos acontecimentos nas economias desenvolvidas. Lucas Dezordi
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ECONOMIA
EnTENDA de Economia Corecon-Pr em parceria com instituições de ensino superior levaram orientação para a população em diversas cidades do Paraná Com objetivo de despertar o interesse da população por assuntos econômicos e destacar a profissão do economista perante a sociedade, o Corecon-PR promoveu, em parceria com as principais instituições de ensino superior do Paraná, no mês de agosto a ação EnTENDA de Economia. Com tendas instaladas em várias cidades do Estado, economistas, estudantes e professores de economia levaram orientações gratuitas à população sobre economia doméstica, dicas de melhores formas de investimentos e o esclarecimento de dúvidas sobre suas finanças pessoais, através de informações práticas do cotidiano, para melhorar o orçamento doméstico. O atendimento nas cidades de Curitiba, Apucarana, Cascavel, Guarapuava e Londrina foi realizado no dia 12 de agosto. Em Francisco Beltrão e Maringá, a ação aconteceu no dia 13 de
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agosto e na cidade de Campo Mourão, no dia 27 de agosto. O evento foi um sucesso e teve grande atenção por parte da mídia, ganhando destaque nos principais noticiários estaduais e de cada região. Além dos aconselhamentos, o Corecon-Pr distribuiu, com o apoio dos estudantes de economia, a cartilha “EnTENDA de Economia – Dicas para o Consumo Consciente”, que traz orientações gerais, inclusive com uma planilha que auxilia o consumidor a organizar as suas despesas. Entre os principais questionamentos da população, os economistas puderam perceber a preocupação com a crise financeira, dúvidas sobre financiamento habitacional, juros de cartões de crédito e financiamentos, além de como fazer para equilibrar a suas contas e sair do vermelho.
ENESUL
O XVI Enesul e o 3º Encontro Brasileiro de Auditoria, Avaliação e Perícia Econômico-Financeira Entre os dias 28 e 29 de julho, foi realizado no hotel Crowne Plaza, em Curitiba, o XVI Enesul, encontro anual dos Economistas da Região Sul, que acontece entre os Conselhos Regionais de Economia do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, em sistema de rodízio. Os temas propostos para os debates do evento
foram definidos em conjunto com todos os Conselhos participantes e esta edição foi coordenada pelo Conselho Regional de Economia do Paraná Corecon-Pr. Em paralelo ao Enesul, promovido ainda pelos Corecons da Região Sul, foi realizado o 3º Encontro Brasileiro de Auditoria, Avaliação e Perícia Econômico-Financeira
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ENESUL
O XVI Enesul O Enesul iniciou sua programação de debates com a palestra especial sobre “O novo desenvolvimentismo e a macroeconomia do desenvolvimento”, ministrada pelo economista convidado, Bresser Pereira. Outros assuntos em
pauta foram referentes a “A Infraestrutura e a Copa do Mundo”, “O Brasil está vivendo um processo de desindustrialização?”, “O papel social do economista no Brasil do Século XXI”, entre outros.
Bresser Pereira abre o 16º Enesul, em Curitiba, com palestra
Um dos convidados especiais durante a programação do XVI Enesul – Encontro de Economistas da Região Sul, foi o ex-ministro da Fazenda, o economista Luiz Carlos Bresser Pereira. Ele esteve em Curitiba no dia 28 de julho para ministrar palestra de abertura do evento com tema “O novo desenvolvimentismo e a macroeconomia do desenvolvimento”, baseado em seu livro Globalização e Competição, lançado em 2010, que aborda de um lado a economia política da globalização e das estratégias nacionais de desenvolvimento, e, de outro, o papel que a taxa de câmbio (e sua tendência à apreciação nos países em desenvolvimento) desempenha no desenvolvimento econômico. Para Bresser, a política desenvolvimen-
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tista aumentaria a competitividade do Brasil no mercado econômico mundial, por meio de ações que promovam a redução de juros, o reajuste cambial, com a desvalorização do real perante o dólar, promovendo ajuste fiscal e a neutralização da “doença holandesa”, que foi apelidada assim por economistas a situação em que a grande exportação de um produto leva à valorização da moeda de um país, tornando seus produtos manufaturados menos competitivos. O apelido surgiu na década de 70, na Holanda, quando o país passou a promover exportações em grande escala de gás natural, e com isso, a entrada de dólares aumentou muito, valorizando a moeda local. Essa valorização do câmbio tirou a competitividade da indústria holandesa.
Segundo ele, o problema semelhante ao ocorrido na Holanda atinge o Brasil, com a apreciação da moeda cada vez maior. De acordo com a sua opinião, se conseguir neutralizar essa tendência é possível aplicar uma estratégia voltada para as exportações de manufaturados. Ele observa que é necessário adotar uma taxa de câmbio em equilíbrio competitivo. O ex-ministro observa que a taxa de câmbio é essencial para o desenvolvimento. Ele faz uma comparação para expor o seu ponto de vista. “A taxa de câmbio é como um interruptor de luz, que “liga” ou “desliga”. Se você tem uma taxa de câmbio correta, essa empresa tem a demanda de todo o resto do mundo. Se a taxa de câmbio está apreciada, está desconectada”.
COPA
A Infraestrutura e a Copa do Mundo No dia 29 de junho, esteve em pauta o tema “A Infraestrutura e a Copa do Mundo”. Em meio ao debate econômico, mesmo faltando menos de três anos para a Copa, a discussão entre os economistas permanece na esfera do montante a ser investido versus o retorno. Luiz Antonio Fayet, consultor e economista do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR), ressaltou
sua insatisfação com o desperdício de dinheiro com Copa de 2014, pois não acredita que ela possa alavancar o turismo nacional, pois é um evento de 45 dias. Ele exemplificou, que turismo permanente, como por exemplo, parque temático, garante boas taxas de ocupação da rede hoteleira, o ano todo. O economista do Corecon do Rio Grande do Sul, Leandro Antônio de Lemos,
a Copa oferece uma grande oportunidade na reconstrução da imagem do Brasil no exterior. Pois durante muito tempo, a Embratur promovia o turismo sexual com um material de divulgação, e dessa forma repelindo o turismo familiar. Para ele, dependendo de como for conduzida a organização da Copa, a participação do Brasil no mercado mundial de turismo pode triplicar (0,15%) até 2019.
O Brasil está vivendo um processo de desindustrialização? Com o real cada vez mais valorizado e os altos custos, o setor industrial do país vem perdendo terreno no exterior e sendo obrigado a se voltar para o mercado interno e importar. No debate alguns economistas, acham que dessa forma ocorre o processo de desindustrialização do país. O professor João Randolfo Pontes, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), acredita que o processo de desindustrialização está acelerado, por isso propõe olharmos a situação pelo lado prático. Ele diz que a prioridade deveria ser mexer na carga tributária, que desde 1990 avançou de 29,6% do PIB para cerca de 35%. Ele ainda comenta que um desafio era investir em conhecimento, mas antes disso alterar a men-
te dos governantes para que olhassem para esta questão. Para o doutor em Economia Fábio Dória Scatolin, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), as medidas que o governo brasileiro vem tomando com relação ao capital externo são necessárias, entretanto, como a China continua com sua moeda desvalorizada e tanto os Estados Unidos quanto a Europa e o Japão estão vivendo uma estagnação, por isso acha que o Brasil deva mudar seu modelo econômico do país, centrada na inversão do rumo da taxa de câmbio, no controle de capitais externos e importações e no estímulo às exportações de manufaturados e serviços.
O professor da pós-graduação em Economia da Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos) Marcos Tadeu Lélis aponta um bom cenário de emprego e de produção, e em sua analise não significa desindustrialização agora, mas sinaliza um perigo no futuro. Ele comenta que para continuar competitiva e crescendo, a própria indústria se apoia na importação de insumos e peças de alto valor agregado. E ainda que o coeficiente de exportação na indústria da transformação (índice que aponta a fatia da produção que é vendida ao exterior) caiu de 21% para 12% desde 2005, o coeficiente de importação (participação de importados nas vendas domésticas) avançou de 17% para 20%.
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ENCONTRO
O III Encontro Brasileiro No 3º Encontro Brasileiro de Auditoria, Avaliação e Perícia Econômico-Financeira que também é promovido pelos Corecons da região Sul, com apoio do Cofecon e em parceria com a OAB-PR, realizaram cursos e discussões sobre as profissões de assistentes técnicos e peritos, avaliadores, consultores, auditores, mediadores e árbitros. A programação foi dirigida à preparação dos profissionais para a atuação no mercado de trabalho específico. Por meio de palestras, cursos e mini-
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cursos, o encontro teve como objetivo o aperfeiçoamento teórico e prático dos economistas, proporcionando a eles o aprimoramento do seu conhecimento teórico e sua aplicação no campo prático, qualificando-o para atuar em áreas que exigem uma preparação dirigida. Os eventos foram voltados para economistas, acadêmicos dos cursos de economia, além de profissionais da área jurídica registrados junto a Ordem dos Advogados do Paraná (OAB-PR).
PRÊMIO
3º Prêmio Economista Paranaense do Ano Com objetivo de homenagear e reconhecer o trabalho de destaque realizado em prol do setor econômico por economistas, jornalistas e comentaristas econômicos, o Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-Pr) realizou no dia 13 de agosto, a solenidade de premiação do 3.º Prêmio Economista Paranaense do Ano. O evento que foi realizado no restaurante Madalosso, reuniu autoridades, economistas, premiados e convidados em um jantar de confraternização. A premiação, que comemorou ainda o Dia do Economista, foi concedida aos três vencedores de cada categoria: “Economista Paranaense do Ano”, “Jornalista Econômico” e “Economista Acadêmico do Ano”. O primeiro lugar na categoria “Economista Acadêmico do Ano” foi conquis-
tado pelo economista Gilmar Mendes Lourenço, que é professor da FAE Centro Universitário e diretor-presidente do IPARDES (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social). O economista Fábio Dória Scatolin, professor de pós-graduação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ficou na segunda posição. Paulo Roberto de Godoy, economista perito judicial e sócio da empresa PRGPERÍCIA – Consultoria Empresarial, obteve a terceira colocação na categoria. Na categoria “Jornalista Econômico” venceu a jornalista da Gazeta do Povo, Cinthia Scheffer. Ela é editora do caderno de Imóveis da Gazeta do Povo e editora interina da área de Tecnologia. Fernando Jasper, conquistou o segundo lugar na categoria. Jasper é editorassistente do caderno de Economia da
Gazeta do Povo. O terceiro lugar ficou com o jornalista Pedro Ribeiro, editor da revista Documento Reservado. O economista Luiz Eduardo da Veiga Sebastiani, secretário de estado da Administração e Previdência conquistou o primeiro lugar na categoria “Economista Paranaense do Ano”, seguido pelo economista Luiz Antonio Fayet, na segunda colocação. Fayet é consultor para Logística e Infraestrutura da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil. Na terceira colocação, o premiado foi o economista e diretor do grupo J. Malucelli, Joel Malucelli.
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PRÊMIO
21º Prêmio Paraná de Economia Nesta 21ª edição do Prêmio Paraná de Economia foram premiadas as categorias “Economia Paranaense” e “Economia Pura e Aplicada”. A primeira colocação na categoria “Economia Paranaense”, foi para a acadêmica do curso de economia da Universidade Estadual de Maringá, Rafaella Stradiotto Vignandi, com o título “A Dinâmica dos Arranjos Produtivos Locais do Setor de Confecção no Estado do Paraná”. O estudante Logan Zardo, da Unioeste Cascavel, ficou com a segunda colocação, com a monografia “O
Impacto das Reservas Legais e APP´s: O Caso dos Estabelecimentos Rurais de Catanduvas (PR)”. O terceiro colocado foi João Felema, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, com o tema “Um Estudo da Produtividade do Trabalho e da Terra na Agropecuária Paranaense”. Na categoria “Economia Pura e Aplicada”, o vencedor foi o estudante da Universidade Estadual de Maringá (UEM), George Felipe Rezendes Tada, com a monografia “Crédito Bancário e Desenvolvimento Regional no
Período de 2004 a 2009: o Enfoque Pós-Keynesiano da Não-Neutralidade da Moeda”. A segunda posição ficou com a monografia da acadêmica da UEM, Raissa Aline Nouh, com título “Evolução Recente das Exportações Brasileiras”. Daniela Grando, estudante da Unioeste/Cascavel conquistou a terceira colocação com o tema “Educação Financeira: Uma Análise dos Discentes dos Cursos Noturnos de Administração e Ciências Contábeis das Instituições de Ensino Superior de Cascavel (PR)”.
6º Prêmio BRDE de Desenvolvimento O 6º Prêmio BRDE de Desenvolvimento levou os concorrentes a desenvolver o tema ‘A Contribuição do Cooperativismo para o Desenvolvimento da Economia Paranaense’, neste ano em que o BRDE comemora seus 50 anos. Os primeiros colocados dividiram o prêmio de R$ 10 mil. A economista Raquel Vechia, da Unicentro Guarapuava, foi campeã do Prêmio BRDE de Desenvolvimento com o artigo “Uma análise sobre o Cooperativismo no Paraná como Instrumento de Políticas Públicas de Desenvolvimento Local”. O segundo lugar ficou para o artigo “A importância do cooperativismo na Agricultura Familiar: o caso da Cooperativa de Leite ‘CoorlafCentral’ e suas ‘Singulares”, dos autores Fernando Franco Neto e Giomar Vianna, de Guarapuava. Na terceira posição, com o artigo “Cooperativismo e Desenvolvimento Rural no Paraná do Agronegócio”, receberam o prêmio, Jandir Ferrera de Lima e Lucir Reinaldo Alves. 10
ENTREVISTA
ENTREVISTA PERFIL Nome - Norberto Anacleto Ortigara Idade - 57 anos Onde nasceu - Seberi (RS) Formação - Técnico Agrícola - Universidade Federal de Santa Maria (RS) - 1973 Economia - Universidade Federal do Paraná - 1977 Especialização em Economia Rural (FAE) - 1982 Perícias e Cálculos - Corecon - 1987 Especialização em Gestão Pública em Segurança Alimentar - 2009/10 Cargos de maior relevância - presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-PR), Secretário Municipal do Abastecimento - 2006 a 2010 - Secretario de Estado da Agricultura e do Abastecimento - a partir de janeiro de 2011
1- Por que a escolha pela profissão de economista? - Pela minha origem no meio rural, formação e tendência, gostaria de ter cursado Agronomia. No entanto, na condição de migrante e responsável pelo meu sustento não podia optar por uma faculdade em período integral, como exigia o curso de Agronomia. Precisava trabalhar de dia e estudar à noite. Considerando minha familiaridade com a matemática e facilidade com os números, optei por Economia, curso que permitia a interação, trabalho e estudo. Considero que a escolha foi feliz. Gosto da profissão e atribuo a ela todo o meu sucesso profissional e na vida pessoal. A profissão de economista me permite ter uma visão completa e global do sistema econômico e com isso passei a ter gosto pelo que estava fazendo. Admito que escolhi o curso por exclusão, mas percebi depois que podia agregar a Economia com a Agricultura. Assim, o que não foi possível antes, consegui depois na minha vida profissional, pois aliei meus conhecimentos na prática em Economia Rural. 2- O que a formação como economista
agregou na sua vida pessoal? - Com a formação de economista consegui tudo o que tenho: meu patrimônio intelectual, material e financeiro. A partir da formação de economista consegui conduzir meu caminho para uma carreira bem sucedida que me possibilitou também exercer, nos últimos 22 anos, a função de perito em economia e finanças. 3- Como você avalia o curso de Economia ofertado pelas instituições de ensino nos dias de hoje? - Felizmente os cursos de economia mudaram e estão atendendo as demandas atuais de mercado, formando cidadãos para atuar nas empresas privadas. Antes, os cursos eram mais dirigidos aos ensinamentos da evolução e história do pensamento econômico, preparando os profissionais mais em macroeconomia para atuar em órgãos públicos. Atualmente a informação é mais ampla e as escolas repassam mais informações em microeconomia e preparam os jovens para atuar em setores importantes como indústria, comércio, bancos, setores que precisam de pessoal qualificado para trabalhar no
dia-a-dia, onde realmente a economia acaba acontecendo. O aluno é habilitado a entender as necessidades do mercado e os cursos estão preparando mais os jovens para o setor privado onde se produz a riqueza. 4- De que forma o conhecimento em economia contribui com o Estado e na sua atual função? - O conhecimento em economia contribuiu muito no desempenho de minhas funções, principalmente agora que estou à frente de uma pasta importante do governo do Estado. Economia é a ciência da escassez e o seu domínio é ligado às grandes variáveis do funcionamento do sistema econômico como renda e emprego e ainda da política fiscal, monetária e cambial. Esse conhecimento me permitiu ter ampla visão do funcionamento do sistema econômico e a possibilidade concreta de aplicá-lo na prática. Sou especialista em custos e o conhecimento em economia me permitiu ao longo do tempo formular políticas para o sistema do agronegócio ao longo dos mais de 33 anos de profissão. 5- Como você avalia o setor econômico 11
ENTREVISTA nos últimos tempos no Brasil? Ele segue para um caminho positivo? Qual é a tendência para os próximos anos? Após décadas penando, o Brasil acabou acertando o rumo quando debelou a velha inflação e vingou uma nova moeda. Estamos há 17 anos com a nova moeda e conseguimos a tão almejada estabilidade. A moeda forte e valorizada permite planejar o futuro e os investimentos das pessoas, empresas e governos. O planejamento é fundamental para construção de qualquer política ou plano pessoal. É claro que ainda temos muitos gargalos
e dificuldades de infra-estrutura para serem enfrentados. Também ainda temos gastos públicos financiados com juros elevados, que consomem muitos recursos da sociedade. Esses recursos pagos em juros deveriam estar sendo canalizados para investimentos estruturantes como os modais estradas, ferrovias, portos, além de Educação e Saúde Pública. 6- O que representou para você assumir um cargo de grande relevância como Secretário da Agricultura e expresidente do Corecon-PR?
grande relevância como Secretário da Agricultura coroa a minha carreira. Me senti lisonjeado com a indicação e vou empregar meus conhecimentos em agricultura e agroindústria na busca de uma vida melhor para o homem do campo. Não tenho aspirações políticas e fiquem certos que vou procurar fazer o melhor na minha função, apesar das muitas limitações da ordem de recursos. Para minimizar esses impactos, vou usar os conhecimentos adquiridos e procurar articular o Estado para atender as necessidades do meio rural.
- O fato de assumir um cargo de
Paranaenses conquistam o 3º lugar na Gincana Nacional de Economia Alunos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Positivo e da Unioeste/ Francisco Beltrão participaram da primeira edição da Gincana Brasileira de Economia, que aconteceu em paralelo ao XIX Congresso Brasileiro de Economia realizado entre os dias 07 e 09 de setembro, em Bonito-MS. O desafio que consistiu em um jogo eletrônico em que as duplas se confrontaram testando seus conhecimentos de economia, foi realizado em uma sala exclusiva. O principal destaque paranaense foi para a dupla da UEPG, Martina Suzane Schuwangart e Rodrigo Augusto Vieira, que conquistaram a terceira colocação. A dupla de Curitiba, Valdiney Cassio dos Santos e Yuri Kritski de Oliveira, da Universidade Positivo, vencedores da Gincana Paranaense de Economia, ganharam do Corecon-PR a viagem, com despesas pagas, para a disputa da Gincana Nacional de Economia, onde conquistaram a quarta colocação. Já, a dupla da Unioeste/Francisco Leonardo Maurício Apel e William Eidt ficaram em oitavo lugar.
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CONGRESSO
Corecon-Pr participa do Congresso Brasileiro de Economia O Conselho Regional de Economia do Paraná (CORECON-PR) esteve presente no Congresso Brasileiro de Economia, que aconteceu, em Bonito-MS, entre os dias 07 e 09 de setembro. O evento contou com a participação de economistas e estudantes de várias regiões do Brasil, que acompanharam discussões de temas relevantes para a situação atual da economia. Entre os destaques da programação esteve o debate sobre o processo de desindustrialização vivido pelo país. Os debatedores foram os economistas João Paulo de Almeida Magalhães, Marcelo Carcanholo, Eduardo Costa Pinto e Reinaldo Gonçalves. Eles dis-
cutiram as causas que estão levando ao processo de desindustrialização. O Corecon-Pr foi representado no evento pela presidente da entidade, Maria de Fátima Miranda, o vice-presidente, Eduardo Moreira Garcia, Conselheiros, Carlos Magno Bittencourt, José Augusto Soavinsky, Antonio Eduardo Nogueira, Antonio Agenor Denardi, e os Delegados Regionais, Laércio Rodrigues de Oliveira e Antonio Pereira da Silva. O Estado do Paraná teve grande representatividade no Congresso não só pelos profissionais da área, mas também por alunos de diversas entidades, como os acadêmicos da Unioeste Cascavel e Francisco Beltrão.
Com localização privilegiada, o estande do Corecon-Pr foi um dos mais visitados durante a realização do Congresso. Na ocasião, foram distribuídas a cartilha “EnTENDA de Econonomia: Dicas para o Consumo Consciente”, o folder sobre a profissão do economista e apresentados ainda o vídeo institucional e slides de eventos realizados em 2011 pelo conselho do Paraná. Esse trabalho no estande foi realizado pelo colaborador Mário Augusto Bialli e o gerente do Corecon-PR Amarildo de Souza Santos.
Estande CORECON-PR, no Congresso Brasileiro de Economia, Bonito-MS
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ELEIÇÕES
Eleição do Corecon-PR será no dia 28 de Outubro No dia 28 de outubro será realizada na sede do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-Pr), localizado na Rua Professora Rosa Saporski, 989 – Mercês, em Curitiba (PR), a eleição para renovação de seus Conselheiros Efetivos, Conselheiros Suplentes e Delegados Regionais, para o mandato de 2012 a 2014. Com início às 9 horas e término às 17 horas, estarão concorrendo as chapas “Trabalho e Mercado” e “Economista: O Bom Conselho”. Poderão participar da votação os Economistas registrados na jurisdição do CORECON-PR que estejam com suas anuidades em dia até a data da realização do pleito, bem como os Economistas com registro remido. Não
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será permitido o voto por meio de procuração. No ato do voto o Economista deve exibir, junto à Mesa Eleitoral, o documento de identificação e assinar a folha de votação que obedecerá a ordem numérica dos registros do Conselho do Estado. Será permitido o voto por correspondência, conforme dispõe a Resolução nº 1.833, de 30 de julho de 2010, do COFECON e a Resolução CORECON – 6ª Região - PR n.º 09/2011, devendo o Economista enviar seu voto, através de envelope padronizado (Carta-Resposta) encaminhado previamente pelo CORECON – 6ª Região – PR. Somente serão aceitos os votos encaminhados nos envelopes (Carta-Resposta)
através da ECT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, e recebidos até antes do encerramento dos trabalhos de votação. Para coordenar e executar o processo eleitoral, foi designado uma Comissão Eleitoral, constituída pelos Economistas Carlos Magno Andrioli Bittencourt,Presidente da Comissão, Edmundo Rodrigues da Veiga Neto e José Augusto Soavisnky, como titulares, e Ário Taborda Dergint, como suplente. Os trabalhos de apuração serão realizados no dia 28 de outubro de 2011, nas dependências da sede do CORECON-PR, imediatamente após encerrado o período de votação.