Agressões contra mulheres só aumentam

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Agressões contra mulheres só aumentam Por Redação BNR - 28 de março de 2018

Uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil. Em Barueri, GCM registrou três mil casos de violência de gênero em um ano e meio Por: Caroline Rossetti, com equipe de Reportagem* especial-violencia A violência contra a mulher no Brasil tem alcançado números alarmantes. Entre 2015 e 2017, segundo pesquisa realizada pelo DataSenado, o aumento no número de mulheres que declaram ter sofrido algum tipo de violência doméstica subiu de 18%, em 2015, para 29%, em 2017. O país teve 4.473 homicídios dolosos de mulheres em 2017 (um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior), e deste total, 946 foram feminicídios. Isso significa que uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil. Em São Paulo, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) lista mês a mês os dados estatísticos de crimes cometidos contra mulheres. São considerados homicídio doloso, homicídio culposo, tentativa de homicídio, lesão corporal dolosa, maus tratos, calúnia – difamação – injúria, constrangimento ilegal, ameaça, invasão de domicílio, dano, estupro consumado, estupro tentado, estupro de vulnerável, e ainda outros crimes contra a dignidade sexual.

Infográfico: G1

Ainda de acordo com SSP, a principal motivação de homicídio doloso (quando há a intenção de matar) cometido contra a mulher no primeiro semestre de 2017 foram conflitos interpessoais entre casais e companheiros. A definição para esta situação é: “a morte resultou de conflito que envolve relações de gênero, relações afetivas, tais como brigas entre casais, sejam namorados, casados, companheiros, ex-namorados ou ex-companheiros, com tempo de relacionamento longo ou recente, assim como de agressões a um terceiro em razão de sentimento de posse (“ciúme”, “ofensa”) de um dos parceiros”. Como iniciativa no combate aos crimes relacionados à mulher, o órgão passou a divulgar desde agosto de 2016 os números de estupros de vulnerável “visando ajudar na elaboração de políticas de prevenção”. Na época, o secretário de Segurança Mágino Alves Barbosa Filho detalhou que a separação dos números de casos de estupro de vulnerável foi adotada pois eles são a maioria dentro da soma total de ocorrências de estupro, possibilitando assim uma melhor qualidade dos estudos. Os números de crimes contra a mulher em 2017, somente para os crimes de homicídio doloso, tentativa de homicídio, lesão corporal dolosa, maus tratos, ameaça, invasão de domicílio, estupro consumado e estupro tentado, foram de 23.583 casos registrados. Isso representa as regiões da Demacro, que abrange 38 municípios da Grande São Paulo, incluindo Barueri. Casos e atendimento em Barueri A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo ainda não detalha os registros específicos contra a mulher para cada município. Mas o crime de estupro, por exemplo, aparece, e em Barueri, comparando o primeiro bimestre dos últimos três anos, foram registrados 12 casos de estupro em 2016; 15 casos em 2017 e 12 em 2018. No comparativo anual, foram 97 casos de estupro na cidade em 2017, contra 59 em 2016 – um aumento de 64%.

Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Barueri fica ao lado do Espaço Mulher, na Vila Porto

No município, a unidade de Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) ocupa um anexo integrado à Secretaria da Mulher, ao lado do Espaço Mulher, na Av. Sebastião Davino dos Réis, 756 – Vila Porto. A delegacia tem por objetivo acolher a mulher no primeiro contato com a delegacia, e ajudá-la a conhecer seus direitos e como preservá-los, juntamente com sua integridade física e moral. A DDM de Barueri, em parceria com a prefeitura e o Ministério Público, mantém ainda o Programa “Guardiã Maria da Penha”, projeto criado para o acompanhamento das vítimas de violência doméstica, auxílio psicológico, social e jurídico. Quando necessário, as vítimas são encaminhadas para abrigos da região. A falta de padronização e de registros atrapalha o monitoramento de feminicídios no país. A SSP considera como “fundamental que todas as vítimas de violência doméstica denunciem o caso nas DDMs ou em qualquer unidade policial para que as ações policiais possam ser cada vez mais efetivas”.


* Por Caroline Rossetti, Décio Trujilo, Ingrid Miranda, Thiago Correia e Verônica Falco

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