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PORTUGAL
atualidade
PERSEGUIÇÃO E AMEAÇAS
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TV | TRÊS DÉCADAS DE CARREIRA
Clara de Sousa conta cerca de 30 anos de carreira televisiva. Estreou-se na televisão em 1991, ao apresentar um programa desportivo na RTP 1. Em 1993, mudou-se para a TVI, tendo sido a primeira pivô dos noticiários do canal. Em 1996 voltou à RTP, mas desde 2000 que integra os quadros da SIC.
OEIRAS
Mulher aterroriza Clara de Sousa
CRIMES r Agressora, de 39 anos, detida pela PSP quando tentava entrar armada com um martelo no edifício do Grupo Impresa, que detém a SIC CRIMES r Saltou para cima de carro da jornalista
Apivô da SIC Clara de Sousa, de 54 anos, viveu os últimos três meses aterrorizada por uma mulher. A agressora, de 39, foi detida pela PSP na semana passada à porta do Grupo Impresa, que detém o canal de TV, em Paço de Arcos, Oeiras, quando tentava entrar no edifício com um martelo para atacar a jornalista. Antes, já tinha saltado para cima do carro da vítima, quando esta se encontrava no interior, enquanto a ameaçava de morte.
Contactada pelo CM, Clara de Sousa confirmou a situação. A Procuradoria-Geral Regional de Lisboa do Ministério Público, que ontem tornou pública a de-
tenção da agressora, sublinhou “o propósito da perseguidora de provocar medo e inquietação [à vítima] e prejudicar a sua liberdade de determinação”.
Ao que o CM apurou, a perseguição à jornalista arrastou-se durante pelo menos os últimos três meses, com a arguida a alegar danos pessoais causados relacionados com o trabalho de Clara de Sousa. A 28 de março, a mulher chegou a perseguir a pivô no parque de estacionamento do edifício da Impresa. A meio da tarde, a perseguidora saltou para cima da viatura pessoal da jornalista, ao mesmo tempo que lhe gritava ameaças de morte. Clara de Sousa conseguiu escapar ilesa e, 24 horas depois, a agressora voltou à sede da empresa com um martelo na mão. A PSP foi de imediato chamada e avançou para a detenção. Antes de ser manietada, a mulher ainda agrediu um agente da Esquadra de Porto Salvo. Clara de Sousa formalizou a queixa no mesmo dia.n Clara de Sousa está à frente das câmaras há cerca de três décadas
Clara de Sousa, de 54 anos, foi alvo de uma espera pela mulher à porta do Grupo Impresa
AGRESSORA ANDAVA HÁ TRÊS MESES A PERSEGUIR A JORNALISTA DA SIC
MULHER, DE 39 ANOS, AGREDIU AGENTE DA PSP DE PORTO SALVO
DIREITOS RESERVADOS
Passou por casos semelhantes em 30 anos de carreira
u Clara de Sousa não quis comentar a perseguição de que foi alvo por parte da mulher, agora detida, por “não querer maximizar a situação”. No entanto, sabe o CM, a jornalista já passou por situações semelhantes nos cerca de 30 anos de trabalho televisivo.n
AGRESSORA | NUNCA QUIS COLABORAR
Fonte policial disse ao CM que a mulher nunca se mostrou disponível para colaborar com a PSP, nos momentos que se seguiram à detenção junto ao edifício da Impresa, em Paço de Arcos, concelho de Oeiras. Além de muito agressiva, recusou-se a explicar o motivo pelo qual perseguia Clara de Sousa. LEI | PRISÃO ATÉ TRÊS ANOS EM PORTUGAL, O ‘STALKING’ ESTÁ CRIMINALIZADO DESDE SETEMBRO DE 2015 (LEI 83/2015). É PUNIDO COM PENA DE PRISÃO ATÉ TRÊS ANOS OU PENA DE MULTA. ESQUADRA | FORMALIZOU A QUEIXA
OCM sabe que Clara de Sousa deslocou-se na noite de 29 de março (3ª feira da semana passada) à Esquadra da PSP de Porto Salvo para apresentar queixa-crime contra a mulher que a aterrorizou durante os últimos três meses. O crime de perseguição e ameaças de que foi alvo dependem de queixa para investigação judicial prosseguir.
OUTROS CASOS
JOANA CRUZ
RADIALISTA u Em janeiro de 2020, um técnico comercial, desempregado, de 43 anos, que praticou vários crimes de ameaça agravada, perseguição, injúria e difamação, contra a radialista Joana Cruz e o músico Alberto Índio (seu marido à data das ocorrências) foi condenado a cinco anos de prisão.n
BÁRBARA BANDEIRA
CANTORA u Bárbara Bandeira tinha 18 anos quando, em 2019, denunciou ser vítima de ‘stalking’ nas redes sociais. O caso chegou também à polícia. O agressor era um jovem com pouco mais de 20 anos que mandava mensagens de teor perturbador à cantora, que nessa altura contratou um segurança privado.n
ANTÓNIO MANUEL
RIBEIRO CANTOR u Durante seis anos, António Manuel Ribeiro, líder da banda UHF, teve a privacidade invadida e a família ameaçada. A arguida, Ana Cristina Fernandes, foi condenada duas vezes: a dois anos de prisão com pena suspensa e a uma multa de 15 mil euros na primeira vez e de 25 mil euros na segunda.n
Tribunal obriga a afastamento
u A mulher, de 39 anos, foi detida pela PSP a 29 de março e presente, no dia seguinte, a um juiz de instrução criminal indiciada dos crimes de perseguição agravada, ameaça agravada e ofensas à integridade física qualificadas. Os primeiros dois dizem respeito a Clara de Sousa e o último à agressão ao agente da PSP de Porto Salvo, quando uma patrulha procedia à detenção da arguida em flagrante delito. A moldura penal prevê pena de cadeia entre 1 e 4 anos.
O juiz do Tribunal de Oeiras decidiu aplicar à agressora várias medidas de coação. Além da obrigação de se apresentar
Arguida não pode contactar a jornalista nem frequentar Paço de Arcos
duas vezes por semana às autoridades da área de residência, está sujeita a afastamento total da jornalista (pessoalmente, por interposta pessoa ou através de qualquer outro meio). O magistrado determinou ainda que a mulher fique proibida de se deslocar à área territorial da freguesia de Paço de Arcos.n
NA
PATRÍCIA TAVARES
ATRIZ u Durante um ano e meio, a atriz Patrícia Tavares foi vítima de ameaças, assédio e perseguição por um fã. Em 2011, Nuno Simões foi condenado a pagar uma multa de 2750 euros e uma indemnização de sete mil euros à atriz, que só depois da condenação reconheceu ter vivido momentos traumáticos.n