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INVESTIGAÇÃO CMCTV REVELA QUE FRAUDESESTÃO CADA VEZ MAIS SOFISTICADAS

CRIME Burlas por telefone assustam canadianos

Investigação CMCTV revela que fraudes estão cada vez mais sofisticadas

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BOSCO DA COSTA NUNO ADÃES

Otelefone toca e do outro lado da linha, uma voz faz a ameaça. Uma alegada dívida com o CRA e uma possível prisão.

Desesperadas, as pessoas partilham pelo telefone informações pessoais, como o nome completo, a morada, o SIN Number e dados de cartão de crédito. Com medo de serem presas, transferem quantias de dinheiro que podem chegar aos milhares de dólares.

Mas tudo não passa de uma burla. Uma fraude para roubar o seu dinheiro e dados pessoais. É um esquema criminoso sofisticado, que envolve uma rede de centenas de golpistas com um único objetivo: Enganá-lo.

Os recém chegados ao Canadá são grandes vítimas desses criminosos. O desconhecimento das leis e do sistema judiciário canadiano faz com que muitas pessoas acreditem nas ameaças dos burlões. Ao chegar ao Canadá, em 2017, Pedro Mesquita assustou-se com as ameaças de prisão que recebia pelo telefone.

“Menos de trinta dias depois de chegar ao Canadá já recebia os telefonemas, assustamo-nos um pouco” diz Pedro.

As constantes chamadas fizeram com que Pedro instalasse uma aplicação no telemóvel para o alertar de possíveis ligações fraudulentas.

Liliane Pereira já foi alvo de diversos tipos de tentativas de fraude por telefone. Desde alegações de dívidas com o CRA, encomendas à sua espera no aeroporto a viagens de graça.

De todas as interações que teve com golpistas por telefone, a mais tensa foi ao tentar ajudar um amigo que estava a ser vítima de uma fraude pelo telemóvel. Ao confrontar os burlões, escutou diversas agressões verbais dos criminosos, que envolveram ameaças de morte e até mesmo de violência sexual contra familiares.

“Ele disse, ‘vou apanhar a sua mãe, a sua irmã e a sua filha e vou violá-las’”.

Apesar das ameaças assustadoras, esses criminosos não estão em solo canadiano. Segundo a Royal Canadian Mounted Police, a maioria desses telefonemas são gerados por ‘call centers’ localizados a mais de 11 mil quilómetros do Canadá, na Índia. É uma verdadeira estrutura empresarial, que conta com diversos funcionários, que passam por treinos de como enganar as pessoas pelo telefone. O esquema é tão sofisticado que os criminosos até estudam sobre a cultura e costumes canadianos para que o golpe seja mais convincente.

E, para tal, utilizam-se de várias táticas. Segundo o Centro Canadiano de Antifraude, as burlas mais comuns são:

Dívidas com o CRA - Os criminosos alegam que há uma dívida no seu nome e que precisa de pagar um valor imediatamente para não ser preso.

O desconhecimento das leis e do sistema judicial canadiano faz com que muitas pessoas acreditem nas ameaças dos burlões

Para não ser a próxima vítima, vale a pena seguir as dicas do Centro Canadiano de Anti-Fraude

- FUNCIONÁRIOS DO GOVERNO NÃO FAZEM AMEAÇAS OU UTILIZAM PALAVRÕES EM TELEFONEMAS OFICIAIS - O GOVERNO CANADIANO NÃO PEDE O SEU CARTÃO DE CRÉDITO POR TELEFONE. DESCONFIE DE ‘CHARADES’ QUE PEDEM PAGAMENTOS ATRAVÉS DE GIFT CARDS

- SE ALGO PARECER SUSPEITO, DESLIGUE O TELEFONE IMEDIATAMENTE E CONFIRME AS INFORMAÇÕES - PROCURE O NÚMERO DE TELEFONE OFICIAL DA EMPRESA QUE SUPOSTAMENTE FEZ A CHAMADA E CONFIRME SE HÁ ALGUM PROBLEMA - NÃO PARTILHE OS SEUS DADOS PESSOAIS NOS TELEFONEMAS QUE RECEBER

Contas de Energia não pagas - Os burlões alegam que a conta da luz não foi paga e que a energia será cortada se não fizer uma transferência imediata.

O esquema é muito sofisticado e complexo

Falso Prémio - Criminosos afirmam que ganhou um prémio, como um carro ou um aparelho eletrónico. Mas para recebê-lo é necessário pagar as taxas de alfândega e o transporte. é preciso pagar as taxas de importação.

Cartão Clonado- Criminosos fingem ser do seu banco e afirmam que uma compra de alto valor acabou de ser feita. Para supostamente confirmar que não foi o próprio que fez a compra, pedem o nome e número do cartão de crédito.

Apenas neste ano, mais de 24 mil (24.082) canadianos foram vítimas de fraudes. E mais de 87 (87.8) milhões de dólares já foram perdidos para esses criminosos.

Como boa parte dos grupos de burlas está fora do Canadá, há muita pouca coisa que o Governo e a polícia canadiana possam fazer. A maior arma contra a fraude telefónica é a prevenção. Desconfie e informe-se! Evite tornar-se uma vítima. l

TRANSPORTE Bicicletas à borla em Toronto

Todas as quartas, até ao final do mês, é possível alugar uma bicicleta gratuitamente

NUNO ADÃES

Graças à parceria Bike Share Toronto, os ciclistas vão poder pedalar gratuitamente todas as quartas-feiras, durante todo o mês de julho, na cidade de Toronto. O anúncio foi feito pelo presidente da autarquia municipal, John Tory.

“Agora, vai poder levar uma bicicleta por até 30 minutos, depois devolve a bicicleta a qualquer estação e pega noutra bicicleta para um passeio adicional de 30 minutos grátis”, disse Tory, na BoothAvenue.

A Bike Share Toronto consiste num programa de aluguer de bicicletas que abrange 20 dos 25 distritos da cidade. Normalmente exige uma taxa de adesão de 99 dólares por ano, uma taxa de viagem única de 3,25 dólares para um passeio de 30 minutos ou passes de acesso que custam 15 dólares por 72 horas e 7 dólares por 24 horas. Mas, para o mês de julho, essa taxa será dispensada às quartas-feiras.

“Eu incentivo os residentes a saírem de casa neste mês de julho, usarem o Bike Share e aproveitarem o passeio gratuito às quartas-feiras”, referiu Tory. Além de oferecer viagens gratuitas em julho, a equipa do Bike Share Toronto coordenou com o programa ActiveTO da

DIREITOS RESERVADOS

No ano passado, quase 75 mil viagens foram feitas em cinco quartas-feiras

cidade para garantir que as pessoas possam sair de casa enquanto estão fisicamente distantes, ativando “Valet Stations” em torno das rotas ActiveTO populares. As estações são equipadas com embaixadores da comunidade que têm bicicletas extras e pontos de encaixe que permitem garantir uma viagem sem complicações.

O presidente da Câmara Municipal de Toronto disse também que “a continuação do programa Free Ride Wednesdays, uma parceria entre a cidade e a CAA Centro-Sul de Ontário, se deve ao enorme crescimento da cidade no ciclismo, principalmente durante a pandemia”.

“Eu incentivo os residentes a saírem de casa neste mês de julho, usarem o Bike Share e aproveitarem o passeio gratuito às quartas-feiras”

John Tory, presidente da Câmara Municipal de Toronto

No ano passado, quase 75 mil viagens foram feitas em cinco quartas-feiras, escreveu John Tory no Twitter. Desde o início da Bike Share em 2011, mais de 12 milhões de viagens foram feitas. Rhonda English, diretora de marketing, da CAA South Central Ontario diz que “a parceria com a Bike Share Toronto permite retribuir aos membros e comunidades de uma forma significativa”.

“Ao nos associarmos à Bike Share Toronto, estamos a dar continuidade à nossa longa história de incentivo ao ciclismo e defesa da segurança de todos os utilizadores das estradas. A parceria ajudará as pessoas a encontrarem novas maneiras de explorarem a cidade e, ao mesmo tempo, a ficarem perto de casa”, concluiu.

A Bike Share Toronto refere que prioriza a saúde e a segurança e, por isso mesmo, intensificou o seu programa de limpeza durante a pandemia. Como as bicicletas são regularmente usadas e expostas ao meio ambiente, o Bike Share continua a recomendar fortemente que os ciclistas sigam as orientações de saúde pública ao usar o sistema. A melhor maneira de prevenir a infeção é lavar as mãos e a bicicleta antes e depois do uso. l

A BIKE SHARE TORONTO CONSISTE NUM PROGRAMA DE ALUGUER DE BICICLETAS QUE ABRANGE 20 DOS 25 DISTRITOS DA CIDADE

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