INCÊNDIO LEVA PÂNICO E DESTRUIÇÃO À SERRA PORTUGAL

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INFERNO DAS CHAMAS

ALERTA | QUATRO DISTRITOS

AAutoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil colocou ontem os distritos de Castelo Branco, Faro, Portalegre e Guarda em estado de alerta especial de nível vermelho, devido ao agravamento do risco de incêndio. O estado de alerta mais grave mantém-se até ao final do dia de hoje.

CASTRO MARIM Incêndio leva pânico e destruição à serra

Oincêndio que deflagrou pela 01h05 de ontem na zona de Pernadeira, Castro Marim, chegou a ser dado como dominado pelas 10h20 mas, pelas 15h00, ganhou força e atingiu proporções gigantescas. E, assim, ao fim da tarde de ontem, o inferno chegou à zona serrana: além de mato e floresta, um armazém, máquinas agrícolas, uma viatura e pelo menos uma casa ficaram destruídos. Um bombeiro, o comandante dos voluntários de Algés, sofreu queimaduras na cara e mãos e foi transportado para Lisboa em estado considerado estável.

As chamas, empurradas pelo vento forte, chegaram a ser combatidas por mais de 350 operacionais com 130 viaturas e 10 meios aéreos. O incêndio, que progrediu com muitas projeções, obrigou a retirar das habitações, por razões de segurança, 14 pessoas das zonas de Pego dos Negros, Amendoeira e Marroquil, levadas para o Azinhal. Na Carrapateira, casas estiveram ameaçadas. Em Cortelha viveram-se momentos difíceis, com o vento a progredir rapidamente. E foi aqui que se deparou com a maior destruição: um armazém com alfarrobas e figos, bem como outros produtos agrícolas e maquinaria, foi destruído. O prejuízo foi estimado pelo proprietário em, pelo menos, “um milhão de euros”. Além destes bens, também uma casa REACENDIMENTO � Fogo deflagrou de madrugada em mato. Comandante da corporação de Algés sofreu ferimentos e foi transportado para Lisboa

Armazéns, máquinas e uma casa arderam em Cortelha

14 PESSOAS FORAM RETIRADAS DA ÁREA DO FOGO POR SEGURANÇA

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ardeu. “É uma tristeza, são as economias de uma vida, de duas gerações. Eram mais de 500 metros de área coberta. Eu e o meu irmão construímos isto”, lamentou Carlos Guerreiro, criticando o facto de “não ter lá chegado um bombeiro para evitar a destruição”. E frisou ter tentado “alertar para os pontos de maior risco”, tendo sido ignorado.

O fumo do incêndio era, ao fim do dia, visível a quilómetros de distância, nas praias de Alagoa/Altura e Barril. O fogo estendeu-se aos concelhos de Tavira e Vila Real de Santo António. Devido às chamas, a A22 foi cortada entre Tavira e Vila Real de Santo António.n 2

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1Chamas ameaçaram casas e obrigaram a retirar moradores 2 Mais de 350 operacionais combateram o fogo 3Fumo era visível de várias praias

BAIÃO | SUSPEITAS DE MÃO CRIMINOSA

APolícia Judiciária investiga suspeitas de mão criminosa em três incêndios que deflagraram, no domingo, em Baião, incluindo o de Santa Marinha do Zêzere, que alastrou até Gestaçô. Três bombeiros de Rebordosa ficaram feridos e um operacional de Santa Marinha foi assistido por inalação de fumo. TOMAR | FÁBRICA DE PALETES DESTRUÍDA

Um incêndio consumiu, ao final da tarde de ontem, uma fábrica de paletes de madeira em Tomar. Para o combate às chamas na fábrica Madeca, em Calçadas, foram mobilizados mais de 50 bombeiros, apoiados por 17 viaturas e um helicóptero. Nas traseiras do espaço tomado pelas chamas funciona um lar de idosos, que não foi afetado pelo incêndio.

Surpreendido a tentar atear com um isqueiro

u Um homem, de 48 anos, foi detido em Vale de Cambra quando tentava pegar fogo a uma zona florestal, anunciou ontem a GNR. “Durante uma ação de patrulhamento, os militares da Guarda depararam-se com a existência de um foco de incêndio e deslocaram-se para o local, onde localizaram o suspeito, com um isqueiro na mão, a tentar nova ignição”, descreve o Comando Territorial de Aveiro da GNR em comunicado. Entre janeiro de 2018 até ao início deste mês, foram detidas 224 pessoas por fogos florestais e 2261 foram identificadas pela prática do crime.�

DETIDO PELA JUDICIÁRIA DO PORTO

Ex-bombeiro suspeito de atear 40 incêndios

Mulher presa por tentar incendiar casa de ex-companheiro

u Uma mulher com 50 anos, operária fabril, residente no município de Ovar, foi detida pela Polícia Judiciária de Aveiro por incêndio doloso. A suspeita terá tentado atear um fogo, a 8 de agosto, à casa do seu ex-companheiro, uma habitação antiga, construída à base de madeira, quando aquele estava no interior. O homem apercebeu-se do cheiro a gasolina ainda na fase inicial, o que permitiu extinguir o incêndio. Presente a juiz, a incendiária ficou em prisão preventiva.�

Judiciária procedeu à detenção Desempregado suspeito de vários fogos em Ourém

u O incêndio que deflagrou sexta-feira junto a Freixianda, Ourém, terá sido ateado com recurso a chama direta por um homem de 46 anos, desempregado, que foi detido pela Polícia Judiciária de Leiria. Presente a tribunal, o incendiário foi libertado e obrigado pelo juiz a apresentações periódicas às autoridades. O homem não tem antecedentes e é suspeito de ter ateado outros focos de incêndio florestal na região, em zonas próximas de povoações.� I.J.

Incendiário escolhia sempre zonas afastadas da sua residência e fazia sempre uso de um isqueiro

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JOVEM APANHADO � Foi voluntário aos 16 anos e agora, aos 21, trabalhava em gasolineira. Ateava os fogos na freguesia onde morava e a caminho da casa da namorada COMBATE � Confessa ter ateado 28 fogos, nega ter feito omesmo nos outros casos. A Judiciária prossegue a investigação

u Tem 21 anos e, quando tinha apenas 16, fez parte da equipa dos bombeiros voluntários de uma freguesia de Gondomar. Fê-lo durante dois anos, arranjou depois emprego numa gasolineira, mas usava o tempo livre para atear fogos. Os inspetores da Polícia Judiciária do Porto falam em pelo menos 28 incêndios - sobre os quais foi recolhida prova - mas admitem que os números possam disparar, quando o processo terminar. A investigação não está concluída e o jovem poderá ser o responsável por atear quatro dezenas de fogos. Fazia-o pelo prazer de provocar o medo nas populações e também para poder ver o ataque às chamas. Era atraído pelo fogo.

A investigação determinou que a forma de atacar era relativamente simples. Escolhia sempre zonas algo afastadas da sua habitação - também mora junto a uma densa área florestal - mas andava sempre na mesma área. Entre a freguesia de

Canedo, no concelho de Santa Maria da Feira - onde morava a namorada - e a freguesia da Lomba, em Gondomar - onde ele próprio residia. Às vezes tinha de chegar aos locais de carro, outras vezes seguia a pé, mas fazia sempre uso de um isqueiro. Sabia como ninguém atear as chamas e fugia do local sem ser apanhado.

A Judiciária admite que o jovem pudesse atuar, pelo menos, desde abril. Está, para já, a ser feito um levantamento dos fogos da região, para determinar se há outros incêndios que lhe possam ser imputados.

Às autoridades, o jovem confessou a autoria dos 28 incêndios, recusando a responsabilidade dos restantes que lhe são imputados. A área confinante com os terrenos onde foram ateados os incêndios é habitacional, com várias moradias e floresta, tendo ardido áreas diversas que só não atingiram proporções maiores devido ao rápido combate dos bombeiros.�

CHAMAS PERTO DE CASAS FORAM RAPIDAMENTE COMBATIDAS E TRAVADAS

Detido pela Judiciária de Aveiro

PORMENORES Medidas de coação

O suspeito foi ontem ouvido pelo juiz e ao final da tarde foi conhecida a decisão: fica em prisão preventiva.

Combate ao fogo

Os fogos foram rapidamente combatidos pelos bombeiros de Valbom e de S. Pedro da

Cova, do concelho de Gondomar.

Ajudaram PJ

A PJ contou com a colaboração do Grupo do Norte para a Redução de Ignições Florestais.