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PORTUGAL

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ATUALIDADE ATUALIDADE FALTA

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DE ÁGUA

AGROPECUÁRIA | FALTA ALIMENTO

Orecurso a forragens armazenadas, palhas e rações industriais tem sido bastante superior ao normal para a época, o que penaliza o setor agropecuário devido ao aumento dos custos de produção. Na produção de cereais, a área semeada (103 mil hectares) é a menor dos últimos 100 anos.

BOLETIM

Pior seca de sempre AMEAÇA PORTUGAL

Barragem da Bravura, no concelho de Lagos, está apenas a 14% da sua capacidade total de armazenamento e já há locais onde a água deu lugar a terra seca

DIREITOS RESERVADOS RETRATO r Mais de 90% do território está em seca severa ou extrema. A situação é mais grave do que a que ocorreu em 2005, quando se registou a pior seca de sempre DADO r Regiões Nordeste e Sul mais afetadas com falta de água no solo

Portugal está em risco de viver a pior seca de sempre. Um pouco por todo o País, a terra está seca e gretada e não há sinal de chuva. As culturas de inverno – aveia, trigo e cevada – não cresceram e falta pasto para o gado.

No dia 15 deste mês, mais de 90% do território estava em seca severa ou extrema, um cenário que se agrava semana após semana, segundo o último boletim do Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA).

A situação é mais grave do que a que ocorreu em 2005 – a pior seca desde que há registos –, quando em janeiro desse ano 75% do País estava em seca severa ou extrema, mas as barragens registavam mais de 64% das quotas do que agora – a Barragem da Bravura, em Lagos, está apenas a 14% da sua capacidade total de armazenamento.

O boletim da seca divulgado ontem pelo IPMA indica percentagens de água no solo inferiores ao normal em todo o território nacional, com as regiões Nordeste e Sul a atingirem valores inferiores a 20%. As previsões não indiciam melhorias, pois até final de fevereiro não deverá ocorrer precipitação significativa, com “muitos locais a atingirem o ponto de emurchecimento – taxa de absorção de água do vegetal é superada pela taxa de desidratação – permanente”.

Segundo o IPMA, “o grau de severidade da seca meteorológica a 15 de fevereiro é superior ao que se verificava em 2018 e em 2005”. Até à data, 2021/22 é também o ano hidrológico mais seco. Os dados do IPMA revelam que o valor médio, para o território do continente, da quantidade de precipitação até dia 15 de fevereiro (7,1 mm) corresponde a 7% do valor normal no período 1971-2000 e que, na primeira quinzena de fevereiro, apenas se verificou a ocorrência de precipitação nos dias 13 a 15 e em especial na região litoral Norte. O valor mais elevado de precipitação nos 15 dias ocorreu em Lamas de Mouro (40,6 mm) e o menor em Vila Real de Santo António (0,4 mm). O valor médio da quantidade de precipitação no ano hidrológico corresponde a 39% do valor normal.

Segundo a Liga para a Proteção da Natureza (LPN), a situação de seca será “o novo normal”, devido às alterações climáticas e a erros praticados na agricultura. Neste momento, defende a LPN, devem aplicar-se cortes na água, especialmente no setor agrícola, que consome 75% deste recurso.n ATÉ FINAL DE FEVEREIRO NÃO DEVE CHOVER DE FORMA SIGNIFICATIVA

Castelo de Bode com pouca água

u A albufeira de Castelo de Bode atravessa os concelhos de Abrantes, Ferreira do Zêzere, Figueiró dos Vinhos, Sardoal, Sertã, Tomar e Vila de Rei. No dia 20, era este o cenário na zona de Abrantes. A seca afeta em particular esta última zona. Agricultores reclamam construção de barragem no rio Ocreza.n

ATUALIDADE ATUALIDADE

CASO BES/GES

RELAÇÃO | MP PODE RECORRER

Os procuradores do Ministério Público podem recorrer da decisão do juiz Ivo Rosa. Se isso acontecer, o recurso será analisado pelos juízes da Relação de Lisboa, que, nos últimos anos, já anularam várias decisões do magistrado do Tribunal Central de Instrução Criminal.

ÚLTIMO DESPACHO DE IVO ROSA

1Juiz mete baixa depois de devolver um milhão a primo de Salgado

ARRESTO LEVANTADO

r Pensão de 30 mil euros mensais, dois imóveis e até um Cadillac regressam às mãos de José Manuel Espírito Santo CASO r Juiz anula decisão do colega Carlos Alexandre

2 1Ivo Rosa está em exclusivo com os processos BES, Octapharma e

‘Operação Marquês’ 2José Manuel Espírito Santo é familiar de Ricardo Salgado

Ojuiz Ivo Rosa levantou o arresto milionário a José Manuel Espírito Santo: a pensão de 30 mil euros mensais, duas casas (uma na Comporta e outra em Évora), um Cadillac, um Audi, um Volkswagen e mais de cem objetos que tinham sido arrestados em sua casa, entre quadros, estátuas, relógios e joias. Só em reformas congeladas desde janeiro de 2019, o primo de Ricardo Salgado terá acesso a mais de um milhão de euros acumulados.

O despacho de Ivo Rosa, a que o CM teve acesso, é da passada sexta-feira, mas apenas foi comunicado às partes no dia de ontem, depois de o juiz ficar de baixa médica. O Ministério Público tinha-se oposto à preten-

são da defesa do primo de Salgado, mas Ivo Rosa não teve o mesmo entendimento. “Não há factos dos quais se possa extrair que o arguido está a organizar atos de venda, cedência ou ocultação de património, transferência ou levantamento de saldos de contas bancárias”, justificou o magistrado. Na fundamentação da decisão, o magistrado ainda atira culpas aos procuradores do caso: “Ao MP competia o ónus de alegar e provar factos concretos de onde pudesse derivar o perigo de perda da sua garantia patrimonial, o que, por falta de concretização, não sucedeu.”

José Manuel Espírito Santo sofreu um AVC em 2019 e pediu o levantamento do arresto decretado pelo juiz Carlos Alexandre. Ivo Rosa decidiu a anular a decisão do colega. No documento são referidas as dificuldades financeiras e o estado debilitado do arguido, que passou a “depender da ajuda de terceiros em todas as atividades básicas da vida diária”. “Em consequência

do AVC, ficou acamado, padecendo de desorientação pessoal, no tempo e no espaço, impedindo-o de assegurar o cumprimento da suas obrigações pessoais e patrimoniais, por se encontrar incapaz de tomar

JUIZ DIZ QUE NÃO HÁ INDÍCIOS DE QUE IRÁ VENDER PATRIMÓNIO SOFREU AVC EM 2019 E ESTÁ AGORA ACAMADO E DEPENDENTE

decisões e levar a cabo as suas atividades quotidianas”, lê-se no despacho. É ainda referido que o juízo cível de Cascais lhe declarou, no ano passado, o regime de acompanhamento do maior.

Na acusação do processo BES/GES, o MP contabiliza cerca de quatro mil milhões de euros o prejuízo resultante da alegada atividade criminosa atribuída a José Manuel Espírito Santo, considerando que os bens arrestados ao ex-administrador do BES são “insuficientes” para garantir o ressarcimento dos lesados.n

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