3 minute read

MIGUEL OLIVEIRA

DESPORTO

Advertisement

VITÓRIA PORTUGUESA EM PORTIMÃO MIGUEL OLIVEIRA

PERFEITO

No desporto (como na vida), é sempre preciso ter algum cuidado com a utilização da palavra ‘perfeito’, mas aquiloque aconteceu este fim de semana em Portimão, no regresso do GP Portugal de MotoGP, foi exatamente isso. Miguel Oliveira, de 25 anos, a correr na classe rainha no seu país pela primeira vez, conquistou no Autódromo Internacional do Algarve a sua segunda vitória da carreira na elite, num fim de semana em que alcançou a pole position, o recorde da pista e ainda a volta mais rápida durante uma corrida que dominou do início ao fim!

PILOTO DE ALMADA COMANDOU A CORRIDA PORTUGUESA DA PRIMEIRA À 25ª E ÚLTIMA VOLTA

Num campeonato tão elogiado pelo seu equilíbrio e imprevisibilidade, aquilo que se viu ontem no Algarve foi algo raríssimo na história recente do motociclismo de velocidade, especialmente para alguém que não se chama Marc Márquez. Oliveira, que saiu do 1º lugar da grelha, arrancou bem e depois liderou a corrida da primeira à última curva, apresentando um ritmo diferente de todos os seus rivais, que desde cedo perceberam não ter a mínima hipótese de acompanhá-lo.

Depois de ‘engolir’ as curvas do traçado português a uma ve-

No regresso do GP Portugal, opiloto da casa arrasou a concorrência: pole, recorde da pista, volta mais rápida na prova e vitória final!

locidade impressionante – imagine-se o que teria sido com 70 mil pessoas nas bancadas (ou ‘só’ com as quase 30 mil que puderam estar no GP Fórmula 1, ainda há um mês...) –, Oliveira cortou a meta com a sua KTM Tech 3 em 41.48,163m, mais de três segundos antes do australiano Jack Miller (Ducati) e do ítalo-brasileiro Franco Morbidelli (Yamaha), que esta semana voltaram a lutar, tal como na passada em Valência, mas desta feita para o 2º lugar. O espanhol Pol Espargaro foi 4º e confirmou que a KTM se dá bem nesta pista, mas cortou a meta a mais de 12 segundos do Falcão.

Lá atrás... todos os outros: Valentino Rossi foi apenas 12º, a 19 segundos de Oliveira (que o idolatrava na infância), ao passo que Fabio Quartararo, francês que liderou quase metade do campeonato, somou apenas um ponto, no 15º lugar, confirmando as dificuldades das últimas semanas. Joan Mir, o campeão do Mundo, desistiu com problemas na moto ainda na primeira metade da prova.

Ao contrário do que aconteceu no GP Estíria, onde Oliveira venceu pela primeira vez mas não tinha nenhum dos seus familiares próximos por causa da crise pandémica, desta feita a vitória do Falcão foi acompanhada de perto pelo pai Paulo, a mãe Cristina e a noiva Andreia, que vibraram com cada curva. No final, as lágrimas escorriam na cara... de todos. *

Miguel apontado a líder da equipa oficial em 2021

Para lá de Hervé Poncharal, o patrão da Tech3 que se despede do seu piloto, também Pit Beirer acabou o fim de semana com um sorriso no rosto. Diretor de corridas da KTM, o austríaco ficou eufórico com a vitória de Oliveira, que será piloto oficial em 2021. “Estou particularmente feliz pelo Miguel, porque ele será o piloto que ficará connosco no próximo ano e estará ao lado do Brad Binder na equipa de fábrica. Precisamos de um novo chefe de fila para 2021 e creio que o Miguel com esta performance se tornou num forte candidato. Estou também feliz pelo Hervé Poncharal, pois tornaram-se numa equipa fantástica em apenas dois anos”, elogiou Beirer. *

This article is from: