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Fernando Pereira atua em Ponta Delgada
Entrevista
O artista, famoso pelas sua imitação de vozes, encheu o Coliseu Micaelense e esteve à conversa com o Correio da Manhã Canadá
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Fernando Pereira, o artista famoso pela sua capacidade de interpretação imitando todas as vozes, esteve nos Açores para atuar no Coliseu Micaelense, em Ponta Delgada. No dia 17 de janeiro, mais de 1000 pessoas presenciaram o espetáculo. A CMCTV marcou presença e esteve à conversa com o artista que nos confessou a sua alegria ao constatar a grande adesão do público.
Correio da Manhã Canadá: O que sentiu ao atuar em Ponta Delgada?
Fernando Pereira: Ver uma casa completamente cheia, ver este coliseu cheio como um “ovo”, encheu-me também o coração, porque eu também já não vinha aqui há muito tempo. Hoje sei que este espetáculo marcou o início de uma programação que se vai desenvolver ao longo do ano com a nova administração do coliseu e, com a Câmara Municipal de Ponta Delgada, a apoiar. Este é um projeto que está agora a começar e eu efetivamente não sabia como as coisas iriam decorrer, por isso foi um prazer enorme e uma surpresa muito grata, vermos todos que esta casa esgotou. Estava aqui um público maravilhoso, tudo em pé por mais de meia hora a cantar e a dançar. Eu acho que não poderia levar daqui melhor recordação do que esta.
CMC: E quanto à sua passagem por aqui, em termos re creativos, para não falar só em trabalho, como correu?
FP: Para começar, vir aos Açores é sempre uma festa. Uma pessoa tem este problema do peso da bagagem no avião, mas quem regressa mais pesado somos nós. A mala até pode ir vazia, mas nós vamos sempre com mais 4 ou 5 quilos, é inevitável, são as lapas, é o queijo e os enchido, é o peixe a carne, etc, etc, mais esta “vinhaça” do Pico e de mais não sei onde. Uma pessoa está aqui três ou quatro dias e já tem que abotoar o casaco de outra maneira. Porque isto é de facto muito bom, muito agradável. Vocês têm aqui uma terra que é das coisas mais belas do universo. Isto é muito, muito bonito e eu tenho pena dos portugueses do continente, e de outros lugares, que gastam dinheiro estupidamente indo
Este é um projeto que está agora a começar e eu efetivamente não sabia como as coisas iriam decorrer, por isso foi um prazer enorme e uma surpresa muito grata, vermos todos que esta casa esgotou”
Fernando Pereira Artista
para as Maldivas, para aqui e para ali… Deixem-se disso, nós temos lugares maravilhosos e não só nos Açores, embora nós possamos vir para aqui durante meses e não conseguimos ver tudo, afinal são 9 ilhas e todas têm o seu encanto, mas mesmo em Portugal que de uma forma em geral, de norte a sul, tem recantos, ambientes, espaços, sítios, tem coisas que são absolutamente maravilhosas. Eu s ou apologista e defensor de que nós temos que fazer, o mais possível, as nossas férias dentro do nosso país, na diversidade que é Portugal, nesta sua beleza paisagística e cultural. E, para mim, vir para os Açores, é do tipo “sempre que quiserem, eu venho”.
CMC: Não pudemos deixar de reparar que, durante o espetáculo, o Fernando passou bonitas mensagens de amor e de paz. Quer falar um pouco sobre o que o motiva?
FP: Eu acho que, cada vez mais, o mundo precisa disso, porque me é dado a perceber que muitos valores de ética, de fraternidade, de respeito, de harmonia, de comunhão com o outro, se estão a perder um pouco. Julgo que as coisas estão um pouco confusas, em muitos sectores, na cabeça das pessoas. Acho que o ser humano , o homem, tem que se reencontrar na sua essência espiritual, na sua relação com o outro , com o mundo, com o universo. Tem que perceber que nós não somos o centro do mundo, nós somos apenas uma partícula no meio deste imenso universo que é composto por milhões de planetas, de galáxias, de seres humanos, de animais de toda a espécie, de biodiversidade e nós temos de viver e conviver com esta realidade. Portanto, tudo aquilo que nós pudermos fazer na nossa atividade, seja ela qual for, contribuir um pouco para ajudar a construir esta ponte é uma mais valia. Nós precisamos de construir pontes uns com os outros, não de muros. Já chega de muros, O mundo chega para todos podermos viver felizes, não é preciso andar à pancada. Portanto, se eu atuo como artista, também devo atuar como homem e cidadão. Não posso estar aqui com mil e tal pessoas à minha frente, e deixar de transmitir aquilo que de p ositivo me vai na alma e, que
Quero enviar um abraço muito grande para o pessoal no Canadá e em especial para Toronto que é uma cidade onde eu tenho usufruído de grande felicidade. Foi a cidade onde eu fiz um espetáculo para mais pessoas ao vivo, foram 70 mil pessoas no Bellwoods Park, nos anos 70, no dia de Portugal” eu acho, que pode acrescentar felicidade aos seus corações e às suas vidas. Acho que todos temos essa responsabilidade social e moral.
CMC: Para terminar, quer deixar uma mensagem para a comunidade portuguesa no Canadá?
FP: Quero enviar um abraço muito grande para o pessoal no Canadá e em especial para Toronto que é uma cidade onde eu tenho usufruído de grande felicidade. Foi a cidade onde eu fiz um espetáculo para mais pessoas ao vivo, foram 70 mil pessoas no Bellwoods Park, nos anos 70, no dia de Portugal. Em toda a minha carreira, foi a primeira cidade que visitei no estrangeiro, eu era um jovem artista e, a primeira vez que eu fui cantar com a minha banda para fora de Lisboa, foi em Toronto cantar na Central Technical High School. Quem me levou lá foi a rádio Asas do Atlântico, o José Santos e toda uma equipa de gente, e foi uma relação muito bonita com a comunidade no Canadá. A diáspora que me vê no Canadá e me vê por esse mundo fora, lembre-se que eu estou aqui disponível para ir ter convosco, aos vossos clubes, às vossas festas e cantar par a todos vocês. Eu estou no Google, está lá o meu número de telefone e o meu email, convidem-me que eu vou aos vossos países, aos vossos clubes, cantar para vocês com todo o amor.
LITERATURA