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Sismos fazem milhares de mortos
DESTRUIÇÃO Abalos de 7.8 e 7.7 derrubaram edifícios e causaram enorme devastação nos dois países ª VÍTIMAS Balanço provisório é de 3500 mortos e mais de cinco mil feridos, mas irá certamente subir u Dois fortes sismos no espaço de poucas horas semearam ontem a morte e a destruição numa vasta área do Sul da Turquia e do Noroeste da Síria, derrubando prédios como castelos de cartas e deixando milhares de pessoas presas debaixo dos escombros. O balanço provisório é de pelo menos 3500 mortos e mais de cinco mil feridos, mas irá certamente subir.
O primeiro sismo, de 7.8 graus na escala de Richter, ocorreu durante a madrugada e teve o seu epicentro nos arredores da cidade turca de Gaziantep, a uma profundidade de 17,9 quilómetros. Durou mais de um minuto e provocou o colapso de milhares de edifícios. Muitas pessoas estavam a dormir e não tiveram qualquer hipótese de escapar, tendo ficado soterradas nos escombros. O abalo atingiu ainda com grande vio-
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DAS PESSOAS PRESAS
NOS ESCOMBROS lência o Noroeste da Síria, região já duramente devastada pela guerra civil que dura há mais de uma década. Há registo de danos avultados e centenas de vítimas em Aleppo, Latakia, Hama e Tartus.
Horas após o primeiro sismo, e numa altura em que as equipas de resgate tentavam desesperadamente encontrar sobreviventes, um segundo abalo de 7.7 sacudiu a mesma região, desta vez com epicentro na região de Elbistan, na vizinha província de Kahramanmaras, provocando o colapso de centenas de edifícios que tinham sido danificados pelo primeiro sismo. Os sismólogos indicaram que se tratou de um segundo sismo numa falha uma réplica do primeiro abalo.
As autoridades turcas avisaram que o número de vítimas vai seguramente aumentar, já que este foi o pior sismo registado no país em quase um século. A chuva e a neve estão a complicar os trabalhos de resgate e o frio intenso reduz significativamente as possibilidades de sobrevivência das pessoas ainda presas nos escombros.
QUEIXAS Congelamento da carreira e avaliação são pontos em comum. Militares defendem a escola pública ª MANIFESTAÇÃO Sindicato de polícias marca presença no dia 11, com uma delegação u Militares e polícias vieram a terreiro defender as reivindicações dos professores. Dizem que estão do mesmo lado, não colocam de parte iniciativas conjuntas – a avaliação e o congelamento da carreira são problemas em comum –, mas recusam aproveitamento político por parte dos sindicatos. Na manifestação dos docentes agendada para dia 11, em Lisboa, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) vai marcar presença com uma delegação. A Associação dos Oficiais dos Forças Armadas (AOFA) também foi convidada a participar. O assunto vai estar em discussão, na quinta-feira, no Conselho Nacional.
“Não é possível assistir e ignorar aquilo que se passa nesta altura em Portugal, resultante das lutas pelos respetivos direitos levados a cabo pelos professores”, diz a AOFA. Os militares recusam ficar “em cima do muro, impávidos e serenos, a assistir à degradação da escola pública”. “Nós somos os representantes dos capitães de Abril. Está em causa um bem que é de todos: a escola pública”, diz ao
Militares Criticam
Correio da Manhã o tenente-coronel António Mota, presidente do Conselho Nacional
Opini O
Pestana bem aberta
Unidade
u O ministro das Finanças confirmou ontem que o défice orçamental em 2022 ficará abaixo do que era previsto pelo Governo, mas tal não representa uma folga para responder às reivindicações dos professores. “Estamos a falar de um défice orçamental. Não estamos a falar de um superavit orçamental”, disse Fernando Medina. Entretanto, ontem, na visita a uma escola em Olhão, Marcelo Rebelo de Sousa ouviu apelos dos professores para que interferisse nas negociações com o Governo. da AOFA. Os militares falam em sacrifícios da maioria da população e criticam aquilo a que chamam de “festanças da corte”. Apontam a mira a “personagens que se acham acima das leis”, com “prebendas, voluptuosos prémios e luxuriantes vidas”.
Ontem, mais de 800 professores concentraram-se em Vila Real, onde se cumpriu mais uma greve distrital, com palavras de ordem como “Para cá do Marão lutamos pela educação” e “Não paramos”. “Estou cansado de tudo dar e nada receber”, disse Óscar Patrício, professor há 22 anos. Cecília Ribeiro, professora há 28 anos, pede estabilidade. Esteve colocada em Vila Pouca de Aguiar, Mesão Frio, Régua. “Na fase em que os filhos precisavam mais, eu não estava. A minha filha dizia que ‘a mãe era a senhora que fazia os jantares e passava a ferro’”, contou. * ivemos a maior luta/greve de sempre na área da Educação. É indiscutível que esta luta que o S.TO.P. iniciou sozinho a 9 de dezembro (apesar dos nossos insistentes convites a todos os outros sindicatos/federações para juntar forças) ficou ainda muito mais forte a partir de janeiro, precisamente quando esta luta/greve pela Escola Pública passou a unir de forma inédita todos os ssionais da Educação (docentes e não docentes). É esta a unidade inovadora que tem assustado o poder e que pode trazer vitórias significativas para todos que trabalham (e estudam) na Escola Pública. O S.TO.P. pratica um sindicalismo não sectário e estamos sempre dispostos a juntar forças com todos com base na decisão democrática de quem trabalha nas escolas mas também não abandonamos ninguém e, ao contrário do que nos acusam, não usamos ninguém. Para continuarmos esta unidade e para ninguém se sentir usado, é que centenas de representantes de comissões sindicais e de greve decidiram apelar a que os organizadores da manifestação de dia 11 de fevereiro incorporem também as reivindicações dos não docentes: um por todos e todos por um.
Qual a unidade que pode trazer vitórias para a Escola Pública?