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Gente da minha terra

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Almograve: a aldeia de Maria das Neves

Não, não fica na costa alentejana como a sua homónima, mas também não dista muito do mar. Quando viramos, na Terrugem, para a estrada que vai ter a São João das Lampas, percorremos vários quilómetros, passamos pelas Lampas, A-do-Longo e, uns metros mais à frente observamos a placa toponímica que nos informa que a aldeia de Almograve fica à nossa esquerda. Fiquei até com medo de entrar naquela pequena estrada, que parece não caber um automóvel, e que me levou àquela que se me assemelha ser, até agora, a mais perdida aldeia do concelho de Sintra. É Almograve, um pequeno conjunto de casas, algumas delas autênticas ruínas, uma ou outra recuperada. Os terrenos agrícolas são talvez maiores do que o edificado, separados pelos tão característicos muros de pedra da região.

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No tempo em que lá estive não vi vivalma. Apenas dois simpáticos cãezinhos me vieram receber. Em tempos idos, parece ter sido território de incursões de povos vindos do mar, conforme observa a sua toponímia. O termo Almograve advém do árabe al mugawir, significando "o que faz incursões". Na atualidade, contudo, Almograve é uma aldeia perdida dos Homens. Na verdade, parece nunca ter sido terra de muita gente. Em 1758, Pedro Galvão e Silveira, o vigário da freguesia de São João das Lampas, afirmava que esta aldeia era constituída por 2 casas ocupadas por 13 pessoas. Com o terramoto de 1755, muito do edificado daquelas bandas ruiu e grande foi a fome que se abateu naquela região. Foi um período difícil para Almograve, mas a aldeia já resistia há pelo menos um século, e continuaria a resistir.

O documento mais antigo com referência a esta aldeia que encontrei foi o processo da Inquisição de Maria das Neves, moradora em Almograve, no ano de 1637. Maria, uma cristã-velha de 30 anos, cometeu o crime de aconselhar alguém a cometer um sacrilégio durante a comunhão, na missa. Casada com um lavrador, Maria das Neves foi, por tal, presa pelo Santo Ofício tendo sido, contudo, absolvida após pagamento das custas do seu processo. Cerca de 50 anos depois, em 1688, sabemos que Maria das Neves não perdeu a fé e construiu aqui uma capela, havendo morrido sem descendência. Documentação datada de 1747 aponta para que estas terras, ou parte delas, fossem dos religiosos do Convento da Santíssima Trindade, de Sintra. Contudo, a partir do século XIX, com a extinção das Ordens Religiosas em Portugal, os foreiros destas terras passariam a pagar por elas à Irmandade do Santíssimo Sacramento de São João das Lampas.

Na atualidade, Almograve continua a ser uma pequena aldeia e continua a resistir. Digno de nota é o seu chafariz, posicionado numa zona central do edificado, mandado fazer pela Câmara Municipal de Sintra em 1936 e restaurado em 2012. Uma prova de que a água sempre foi um elemento essencial e intemporal para todas as povoações...

Naquele dia ventoso em que conheci Almograve, senti provavelmente na pele a mesma brisa que, há quase 400 anos, enxaguou as lágrimas de Maria das Neves, condenada pela sua própria religião… Sombras de um passado que não se deverá repetir.

Veja mais sobre as aldeias de Sintra em www.hortaejardim.blogs.sapo.pt. ANDREIA

DR

DE ALMEIDA

Mucifal é palco das Festas Populares, a partir de dia 22

AUnião Mucifalense, como vem sendo hábito, é a entidade promotora das Festas Populares daquela localidade, da freguesia de Colares.

Nos fins de semana de 22 a 24 de julho e de 29 a 31 de julho, tal como o Correio de Sintra já tinha adiantado na última edição, o Mucifal vai ser um dos grandes centros de animação do concelho de Sintra.

Além dos vários artistas musicais convidados, para animar as noites, haverá serviço de restaurante e um bar com esplanada, quermesse e muitas outras diversões. Os tradicionais pão com chouriço e farturas serão outras das presenças que ninguém dispensa. Nos dias 23 e 30, Sim ou Sopas estará a servir bebidas. As receitas da festa revertem a favor da União Mucifalenses. Programa 22 de julho 19h00 - abertura do arraial; DJ Vacacione e DJ Gonçalo 23 de julho 19h00 - abertura do arraial; 21h00 - mostra de hipismo; 22h00 - Banda Tributo Popular; 23h00 - Banda Prarmar; 00h30 - Às 2 - Call Me Tony 24 de julho 16h00 - procissão seguida de missa em honra de Nossa Senhora das Dores, acompanhada pela Banda Filarmónica da Banda da União Mucifalense; 19h00 - abertura do arraial; 22h00 - Duo Jorge e Susana 29 de julho; 19h00 - abertura do arraial; 22h00 - JoTaPê Band; 30 de julho; 19h00 - abertura do arraial; 21h00 - DJ Luís Raposo; 22h00 - Ténis Bar; 31 de julho; 19h00 - abertura do arraial; 22h00 - Banda Tripla.

DR

Festas de Verão em Covas de Ferro a partir de dia 23

DR Dias 23, 24, 29, 30 e 31 de julho e 1 de agosto, decorrem, em Covas de Ferro, as habituais Festas de Verão. No primeiro dia, terá lugar, pelas 18h00, uma garraiada. No dia seguinte, pelas 09h00, há um passeio de motas antigas, seguido de almoço. O baile conta com a presença de Luís Godinho e a tarde é para os amantes dos bons petiscos. A música está a cargo da Bandra Pra Armar e da DJ Cláudia Arauz (dia 29) e da Banda Fora de Série (dia 30). No mesmo dia, há um DJ de serviço no AmigosBar. Dia 31 de julho, haverá procissão pela localidade, e folclore. O baile será abrilhantado pelos Nova Onda e Miguel Bravo. Jorge Guerreiro é o grande destaque destas festas. O artista popular, que se deu a conhecer, em grande parte num reality show da televisão, sobe ao palco no dia 1 de agosto, mas antes, haverá cavalhadas e a atuação de Nuno e Marina.

Bárbara Bandeira em Negrais

Anova coqueluche da música portuguesa, Bárbara Bandeira, é a primeira grande convidada do 67.º aniversário dos festejos em honra de Nossa Senhora de Fátima em Negrais. A festa acontece entre os dias 15 e 18 de julho, no Largo do Rossio. Os DJs Arrebimba o Malho, Syro e os DJ’s Dupla Mete Cá Sets, o Duo Nuno e Marina e Julinho KSD são as atrações musicais neste evento.

No domingo, 17 de julho, é o dia solene. Neste dia, tem lugar uma missa campal e procissão em honra de Nossa Senhora de Fátima.

DR DR

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