Um final diferente para o conto A menina e o burro
da obra Trinta por uma linha de AntĂłnio Torrado
O falso prĂncipe Turma do 3Âş ano da Escola EB1/JI da Marinha
A menina que jรก se via princesa, aproximou-se do burro, para concretizar que tinha pensado. Quando viu a menina mais perto, o burro baixou a cabeรงa e as orelhas. Entรฃo, a menina deu-lhe um beijo na orelha esquerda.
Subitamente, o burro deu-lhe um coice e ela caiu. Picou-se numa urtiga mágica e desmaiou. Quando acordou, ao olhar para o burro, viu um príncipe. É que a urtiga tinha poderes fantásticos – lia os desejos e concretizava-os.
A menina perguntou-lhe: -O que fazes aqui? Na sua cabeça ela ouviu uma resposta: -Vi-te no chão e vim ver se estavas magoada. - Não, não sei o que me aconteceu – disse a menina preocupada – mas nós não íamos a caminho do meu palácio para casar? -Sim íamos, mas tu caíste – respondeu o príncipe – ou melhor, respondeu a imaginação da menina.
A menina e o burro dirigiram-se então para uma carruagem e seguiram caminho até à cidade onde Maria morava. Ela queria apresentar o seu noivo aos pais, que na sua imaginação eram agora da realeza. O burro coitado, não estava a entender nada, estava até muito nervoso e agitado porque nunca tinha saído da aldeia onde vivia.
Quando Maria apresentou o seu noivo aos pais, eles quase morreram de susto. Primeiro pensaram que ela estava a brincar, depois, como ela continuava muito sĂŠria e convicta do que estava a dizer, pensaram que tivesse enlouquecido.
Para sua segurança, os pais resolveram trancá-la no quarto – queriam evitar que Maria fugisse com o seu príncipe, ou melhor, com o burro, a este trancaram-no na garagem.
Nesse mesmo dia, Maria recebeu a visita de um jovem médico psiquiatra. Logo que a viu achou-a muito bela, mas não descobriu de que mal sofria. Só na terceira consulta é que descobriu, na perna direita, uma ferida muito vermelha com uma pequena saliência pontiaguda.
Com a ajuda de uma pinça retirou este pico – que como sabemos, era da urtiga mágica. Maria, ao sentir uma forte dor, abraçou-se ao jovem médico e este beijou-a. O doutor Adriano, tinha frequentado a mesma escola do 1º ciclo que Maria, e há anos que estava apaixonado por ela, embora não a tenha reconhecido na primeira consulta.
Maria ficou tonta com o beijo, e ao abrir os olhos e ver finalmente a realidade, apercebeu-se que Adriano era o seu prĂncipe encantado.
Passaram-se alguns anos de namoro e resolveram casar e ir viver para o sossego do campo. Durante o dia, Maria ocupava-se dos animais, das árvores de fruto, das lidas da casa e tinha tempo para conversar com a família no Skype e atualizar o Facebook. Adriano saía cedo para dar consultas na cidade. Quanto ao nosso amigo burro, nunca mais ninguém o viu. É um animal em vias de extinção.
Vit贸ria, vit贸ria, Acabou-se a hist贸ria!
Junho de 2014