Informativo Estação Conhecimento - Ano 2 - nº 6

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INFORMATIVO CPCD ANO 2 . NÚM 06

2016 jun a set

O Centro de Permacultura da Estação Conhecimento é realizado em Arari|MA, desde janeiro de 2014

Editorial

DESTAQUES

Caros leitores,

Arroz alagado - novas oportunida-

O Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento – CPCD, em parceria com a Fundação Vale, compartilha com vocês a 6ª edição do Informativo do Centro de Permacultura – Estação Conhecimento de Arari.

des . pág 2

Nesta edição, ressaltamos a importância dos cuidados com as gestantes, damos dicas de como preparar um canteiro suspenso para o período chuvoso e valorizamos as ações educativas e a conscientização das crianças através de histórias. Vamos assim conhecer esse rico mundo de aprendizado e diversão!

Acesso à ilha beneficia criação de porcos . pág 4 A arte desperta o cuidado com o meio ambiente . pág 6 Controle natural de pragas beneficia Comunidade Bubasa. pág 8 O que vem por aí? . pág 11

Feira gera novas possibilidades aos moradores de Muquila Foi realizada na Comunidade Muquila a primeira Feira Comunitária Orgânica da região. A feira foi resultado do trabalho realizado nos quintais e hortas comunitárias das comunidades atendidas pelo Projeto Centro de Permacultura – Estação Conhecimento de Arari - MA. Ao todo, sete barracas foram montadas e 26 (vinte e seis) produtos, 100% orgânicos, foram expostos. O resultado positivo das vendas gerou bastante euforia entre os moradores. Em média, cada integrante da feira vendeu R$ 100,00 (cem reais) durante a comercialização dos produtos, que aconteceu das 7h30min às 12h. O traProdução dos campos agroecológicos de Muqula

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balho em equipe estimulou os moradores que, hoje, perceberam a possibilidade de aumentar a renda com a produção orgânica sem sair da comunidade!

“A feira fez o povo se animar mais, principalmente o pessoal da horta, pois serviu para abrir a mente. Acho que as hortas, de agora para frente, serão tocadas com mais responsabilidade, já que as pessoas começaram a ter o retorno financeiro. A horta gera renda e tem capacidade de oferecer ainda mais benefícios para os moradores.” Iranilson Martins Marinho Comunidade Muquila

Quilos de arroz

217

Quilos de feijão

1.052

Quilos de abóbora


CENTRO DE PERMACULTURA – ESTAÇÃO CONHECIMENTO DE ARARI Junho

Sistema de produção caipira favorecerá criadores em Arari A criação de aves está presente em praticamente toda a extensão da agricultura familiar. É uma boa fonte de alimentação e geração de renda para as famílias do meio rural. O manejo dos animais está diretamente relacionado à qualidade de vida deles e dos produtos que o homem subtrai dessa criação.

Semana do Meio Ambiente A pedido da Secretaria de Meio Ambiente, recebemos a visita de 30 agricultores de diversas regiões do município de Arari. Temas importantes foram tratados com o grupo – permacultura, energia alternativa, compostagem, biofertizantes, repelentes naturais, defensivos naturais, produção de alimentos orgânicos, captação de água e agroflorestas. Os agricultores conheceram as diversas tecnologias empregadas no Centro de Permacultura e participaram de uma oficina de preparo de biofertilizantes. Ao final, cada agricultor recebeu uma muda para realizar o plantio em suas casas.

Com o objetivo de produzir carne e ovos saudáveis, a equipe do projeto está em processo de exclusão da ração industrializada na alimentação das aves. Optamos por alimentá-las com produtos restantes das refeições da Estação Conhecimento, como sobra de comidas e hortaliças. Além da melhoria na qualidade da carne, teremos de fato um sistema caipira de criação de aves: os animais são criados soltos, aproveitando os espaços ociosos e alimentando-se dos recursos que a propriedade dispõe. “Aos poucos, vamos aprendendo que não é necessário ter muito dinheiro para criar aves, pois as sobras de nossas cozinhas, hortas e plantas que nascem em nossas comunidades são suficientes para alimentar e torná-las mais saudáveis, com carne e ovos mais sadios. Criar aves com o sistema caipira é a solução para todos os pequenos produtores.” José Machado Filho

Julho

Gado destrói cerca e prejudica culturas A equipe do projeto reuniu-se em mutirão para consertar a cerca que separa o gado da Estação Conhecimento. Foram muitos os prejuízos: mais de 150 cabeças de gado adentraram para o projeto e comeram, aproximadamente, 60% dos plantios de milho e macaxeira, além de pisotearem mais de 200 covas de abóboras que tinham acabado de germinar. A produção seria utilizada nos próximos meses para a alimentação de peixes, aves e suínos. Agora, com o fim do período chuvoso, não temos como replantar essas culturas, pois já não existe umidade suficiente no solo para as culturas suportarem o período de estiagem até a fase de produção.

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Julho

Arroz alagado – novas oportunidades A seca no Maranhão castiga grande parte dos produtores. Neste período a água torna-se escassa, dificultando ainda mais a manutenção das culturas e a irrigação das plantas fica comprometida. Nos locais onde há diminuição na profundidade das águas, o solo será aproveitado para plantio de arroz alagado. Essa tecnologia se dá por meio de plantio de mudas dentro da água. Este processo está em experiência no Centro de Permacultura - Estação Conhecimento de Arari, que funciona como uma incubadora de tecnologias de baixo custo e de alta eficiência para ser replicado nas comunidades. Utilizamos uma área de 100m², aproximadamente, em um dos açudes onde temos a possibilidade de controlar o nível de água. Com esse experimento, iremos testar a quantidade de grãos produzidos por metro quadrado e também a qualidade do arroz, para, posteriormente, ampliar as áreas de produção.

Agosto

Sistema de bombeamento beneficia casa mãe

Piscicultores aprendem a reutilizar a água de tanques

Outra atividade desenvolvida no projeto foi a instalação do sistema de bombeamento e filtragem de água da chuva, que agora está interligado com a rede de abastecimento e consumo de água da casa mãe.

Este mês, trabalhamos a ideia de reaproveitamento da água na propriedade rural. Vivemos um momento de grande preocupação com a situação hídrica do planeta, recurso natural muito escasso em diversas regiões do país. É preciso criar maneiras diferentes e inovadoras de reaproveitamento da água na propriedade. A solução é aproveitar a água que temos! Nesta região, uma grande quantidade de pequenos piscicultores, sempre que renovam a piscicultura, não reutilizam a água dos tanques. Estamos estimulando os piscicultores a plantarem próximo aos tanques, para que reutilizem a água da piscicultura na produção desses alimentos da agricultura familiar. Essa água é rica em nitrogênio, item importante para a plantação de melancia, abóbora, milho, hortaliças e frutíferas em geral.

“Após a instalação deste sistema, a casa mãe passa a ser totalmente correta nas questões sustentáveis e ambientais, no que se refere à coleta de água de chuva (cisterna de ferro), uso e produção (águas cinza e negra) e tratamentos (círculos de bananeiras e fossa biodigestora) de todas as fontes de água disponíveis nessa residência.“ Jorge Paulo Nava, Técnico Agrícola, Biólogo, e Permacultor

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Agosto

Irrigação por gotejamento – uma tecnologia que está dando certo A tecnologia da irrigação por gotejamento envolve diretamente a necessidade de conservar e proteger o ambiente, ao permitir que o agricultor distribua de maneira uniforme a água e os elementos nutritivos à zona das raízes em quantidades precisas, atendendo às necessidades das plantas. Isso significa o uso reduzido de água. De início, os produtores agrícolas não consideravam prático o sistema. Entretanto, anos de pesquisa conjunta entre produtores, universidades e órgãos governamentais demonstraram suas inúmeras vantagens.

Setembro

Acesso à ilha beneficia criação de porcos Finalizamos a construção da ponte que permitirá o acesso de uma extremidade do grande lago até uma das ilhas, onde estamos finalizando um quiosque para reuniões e outras atividades afins. Para este processo de construção, buscamos materiais disponíveis na região. Optamos por troncos de palmeiras, localizados em áreas próximas ao projeto. Buscamos todas as orientações e autorização de corte, cedidas pela Secretaria de Meio Ambiente (SEMMA). Seguidos todos os protocolos, partimos para o trabalho in loco, que foi a remoção e transporte das palmeiras até o Centro de Permacultura – Estação Conhecimento de Arari.

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Hoje, como resultado de seus comprovados benefícios de conservação e economia, a irrigação por gotejamento logrou aceitação geral e está sendo aplicada cada vez mais por produtores no cultivo de hortaliças, frutas, cereais, flores, algodão, cana de açúcar, vinhedos, entre outros. Qualquer propriedade pode aderir ao sistema, independente do seu tamanho, mas todas terão componentes principais similares: filtros, reguladores de pressão, válvulas e cinta de gotejo. As vantagens são várias! Maior qualidade e rendimento, conservação da água, flexibilidade de trabalho, conservação de energia, menos doenças, menos invasores e eficiência em solos difíceis.

Após ter sido concluída a ponte de acesso à ilha, rebocamos o chiqueiro flutuante até o local definitivo. Os porcos foram soltos na ilha, lembrando que sempre preservamos o bemestar dos animais.


NAS COMUNIDADES Junho

Produção orgânica ganha importância em Arari

Agora, a realidade é outra. Com as oficinas e trabalhos de permacultura e conscientização, os moradores substituíram o arroz industrializado, estão criando novos hábitos e descobrindo a importância de uma alimentação saudável.

A colheita de arroz e abóbora no campo agroecológico da Comunidade Muquila foi um sucesso! Foram produzidos 1.052,179kg de abóbora e 2.926kg de arroz e toda a produção foi dividida entre as famílias cadastradas no projeto. A produção de alimentos é 100% orgânica, trazendo saúde à mesa do produtor rural. A comunidade produz outros alimentos, o que complementa a alimentação. Antes, os produtores vendiam a produção de arroz orgânico para adquirir o arroz industrializado.

Junho

Curso ensina técnicas para beneficiar a piscicultura

Crianças aprendem tecnicas de permacultura

Realizamos nossa primeira oficina de criação e alimentação alternativa de peixes, com o Professor Simão Alexis R. Tortolero, de Manaus. O curso foi dividido em duas etapas: visitas campais e aulas práticas e teóricas. Piscicultores de seis comunidades aprenderam como construir uma bomba de oxigenação feita com canos PVC, conheceram a tecnologia do perifton (fina camada de seres vivos ou seus detritos que colonizam superfícies sólidas em habitats aquáticos) e como produzir ensilado biológico – técnica chave do encontro. Em suma, o ensilado pode ser utilizado na piscicultura e tem um alto valor nutritivo, diminuindo os custos de produção.

O Centro de Permacultura de Arari – Estação Conhecimento recebeu a visita de 27 crianças que vêm semanalmente para conhecer e aprender as tecnologias empregadas no local – pocilga, galinheiro, horta, viveiro e outras. Os alunos participaram de uma aula prática, ministrada pelos permacultores Hamilton Sampaio Marinho, Valter Kosmam, Jorge Nava, Bartolomeu Trindade e José Machado. Além disso, fizeram uma experiência de plantio de sementes e aprenderam alguns cuidados no cultivo. Cada criança levou para casa a sua experiência: um copinho com sementes de urucum – semente de coloração avermelhada, usada como corante natural e para dar cor aos alimentos.

“A oficina foi um evento inovador. Todos tiveram a oportunidade de aprender alternativas simples e eficazes para incrementar a produção de peixes.” Helbert Silva Rodrigues, coordenador

Os trabalhos com as escolas vizinhas à Estação têm sido frequentes. As crianças podem ver de perto como é o manejo do solo e a produção de alimentos. Nota-se o entusiasmo e curiosidade dos alunos quando vivenciam o processo, agregando ainda mais valor ao aprendizado da escola.

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Junho

A arte desperta o cuidado com o meio ambiente Um dos nossos grandes objetivos é aproveitar as oportunidades e transformá-las em educação. Atualmente, vivenciamos uma série de problemas ambientais e levamos às comunidades informações importantes para revertermos esse quadro. Várias ações são direcionadas às crianças, como o cuidado com os animais e com as aves. Nas comunidades, é comum as crianças brincarem com baladeiras ou estilingues – varas de madeiras ou metal com elásticos presos às duas extremidades – confeccionados pelos pais. Essa é uma brincadeira aparentemente inofensiva, mas que gera diversos problemas, pois as crianças aprendem a atirar pedras em animais de pequeno e médio porte, ferindo-os ou até mesmo matando-os.

Dessa forma, os educadores do projeto desenvolvem atividades para tornar essa rotina incomum. Rodas de histórias e pintura no rosto das crianças são realizadas na tentativa de provocá-las, despertando-lhes o sentimento de cuidado e preservação do meio ambiente.

DESTAQUE

Vencendo os desafios O acompanhamento das gestantes têm sido intenso na Comunidade Mata – região atendida pelo projeto. Um dos nossos desafios foi o acompanhamento de uma gestante com gravidez de risco, que residia em situação de extrema pobreza e apresentava problemas físicos. Não medimos esforços para que ela tivesse uma gestação saudável, com o acompanhamento pré-natal – sete consultas. Mobilizamos toda a comunidade, que contribuiu com a construção de uma horta no quintal da gestante e recolheu produtos dos moradores vizinhos para montar uma cesta de alimentos, beneficiando a família. Ao longo dos nove meses, foram muitas as dificuldades, mas tivemos a felicidade de acompanhar toda a gestação. Como as sete consultas fo-

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ram concluídas, a mamãe recebeu um kit enxoval, doado pelo projeto às mulheres cadastradas. O bebê nasceu com 2.330kg, através de uma cesariana. Ambos estão muito bem! Os moradores festejam a vida de mais uma criança saudável na comunidade!


Junho a setembro

Canteiro suspenso - ideal para períodos chuvosos

Lembre-se! O composto retirado do seu quintal e as folhas secas servem como adubo e ajudam as plantinhas a crescerem com saúde.

Estamos nos preparando para o período chuvoso. Infelizmente, a maioria dos quintais sofre alagamentos, impossibilitando o plantio e causando prejuízos aos moradores. Dessa forma, a regra é adotar canteiros suspensos! O canteiro suspenso, ou horta suspensa, é ideal para o período porque além de proteger as verduras e ervas do alagamento, também evita o ataque dos pequenos animais. Feito com materiais reciclados, garrafas PET, latas, vasos ou canecas. Basta fazer pequenos furos na parte inferior dos recipientes para escoar a água e deixá-lo em local arejado e com um pouco de iluminação.

Julho a setembro

Alimentos orgânicos ao alcance de todos A horta comunitária da Comunidade Escondido está linda e com grande variedade de legumes e verduras. Os moradores estão se adaptando às novidades. Muitos não conheciam de perto um pé de cenoura, beterraba, alho e não tinham bons hábitos alimentares.

Uma alimentação saudável proporciona qualidade e maior expectativa de vida para a população. Alguns moradores achavam que não era possível cultivar uma horta no quintal, mas com o apoio do projeto, o desafio foi aceito e a horta gera bons frutos.

Com a implantação das hortas em regime de permacultura, ficou mais fácil conhecer os alimentos e saber os seus benefícios. As oficinas comunitárias também têm sido uma ferramenta importante para mostrar aos moradores que tudo pode ser aproveitado, desde as folhas, cascas e caules. Hoje, com o cultivo de leguminosas e verduras, o maranhense tende a adaptar-se aos novos costumes alimentares e a cuidar mais da saúde.

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Julho a setembro

Popularizando o composto orgânico

Controle natural de pragas beneficia Comunidade Bubasa

A luta contra a adubação química está apenas no começo! As equipes de Agentes Comunitários de Desenvolvimento e parceiros locais estão trabalhando muito na produção de composto orgânico sólido para utilização nas hortas e quintais, aproveitando as folhas secas e resto de alimentos.

A equipe de educadores do Projeto Centro de Permacultura – Estação Conhecimento de Arari, em parceria com os moradores das comunidades atendidas, trabalham juntos no combate aos insetos, lagartas e pulgões, tanto nos campos agroecológicos, quanto nas hortas dos quintais. Com a estiagem, a quantidade de insetos nas casas e nos campos aumenta consideravelmente. As oficinas de repelentes naturais e soluções contra os insetos têm sido bastante requisitadas pelos moradores, pois, além de combater com eficiência o grande número de insetos e não prejudicar a saúde das pessoas, o preparo é simples e acessível.

Hoje, não é difícil encontrar moradores nas comunidades organizando os quintais e juntando as folhas secas ao invés de queimá-las. Todos aprenderam na prática que é possível ter um adubo de qualidade, orgânico, utilizando somente restos de alimentos da cozinha e folhas secas dos quintais. Aos poucos, o composto está se popularizando e esse é o nosso principal objetivo.

Semeando saberes e colhendo transformação 15 moradores da Comunidade Muquila aceitaram o desafio proposto pelos educadores do projeto – construir um mini-viveiro de mudas octogonal, em regime de mutirão. A proposta foi aceita e o viveiro foi construído e atenderá a demanda de toda a comunidade. Os moradores serão responsáveis pela coleta de sementes e produção de mudas. Quando estiver no tamanho ideal de plantio, as mudas serão doadas para a comunidade para arborização e revitalização de espaços.

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É necessário que haja, diariamente, um acompanhamento da horta para evitar que sejam causados nela danos por insetos. Se for verificada a presença de ovos de borboletas na face inferior da folha das hortaliças, deve-se esmagá-los para interromper o ciclo de vida desses insetos, impedindo que nasçam as lagartas. No caso de haver algum besouro que esteja comendo as folhas, também se pode optar pela utilização de uma calda repelente à base de pimenta e fumo. Nesse caso, junte 50 gramas de fumo, 50 gramas de pimenta picante e 1 litro de álcool. Deixe a mistura descansar por sete dias. Em seguida, adicione ao preparo 250 gramas de sabão neutro ou detergente em 10 litros de água. Após coar o material, pulverize sobre as plantas a solução que serve para o controle de lagartas, cochonilhas e vaquinhas.

Confira como é fácil combater lagartas em sua horta


Julho a setembro

Estímulo para a vida O acompanhamento das gestantes atendidas pelo projeto agora é semanal! Com visitas periódicas, os Agentes Comunitários de Desenvolvimento levam informação às gestantes, puérperas, lactantes, familiares e vizinhos das cinco comunidades atendidas – Bamburral, Muquila, Bubasa, Mata e Escondido. A proposta é envolver toda a comunidade no processo de desenvolvimento das gestações e após o nascimento do bebê. Os agentes, além de orientar as gestantes, acompanham a frequência de consultas do pré-natal. Se as mães comparecem às sete consultas, são beneficiadas com um kit enxoval para seu filho.

Mais uma vez, a semente germinou 10kg de sementes de feijão vermelho, cultivadas no sistema orgânico, apresentaram excelente produtividade no campo agroecológico da Comunidade Muquila. O feijão, além de ser uma semente bastante nutritiva, foi cultivado livre de agrotóxicos e defensivos agrícolas, o que beneficia o meio ambiente e preserva a saúde do produtor rural. Os 217kg de feijão colhidos nos campos agroecológicos foram divididos em partes iguais para as famílias cadastradas no projeto. Além de auxiliar na alimentação, reduz as despesas com a sua aquisição.

O foco do trabalho é acompanhar as gestantes e excluir a possibilidade de óbito por falta de informação. Pequenos cuidados fazem a diferença num lugar em que as condições de alimentação, saúde e transporte são precárias.

A cultura maranhense

Geração de renda As nove famílias responsáveis pelas hortas comunitárias nas comunidades Muquila e Escondido já estão percorrendo as casas para vender os alimentos orgânicos produzidos. Com a estiagem, a produção sofre uma perda significativa e o cultivo torna-se o diferencial. Com as técnicas de permacultura aprendidas, os moradores transformaram as dificuldades em oportunidades. Todos os produtos ofertados têm sido consumidos na própria comunidade!

Recebemos da Srª. Bernada Pires, moradora do Quilombo Santa Rosa dos Pretos, duas mudas de cipó d’alho – planta medicinal, de odor idêntico ao alho, com flores belíssimas. Essas flores, de coloração rosa-arroxeadas, à medida que ficam maduras, mudam sua cor. O cipó d’alho pode ser usado como tempero em saladas ou para fins medicinais, no tratamento contra a gripe, o reumatismo e para controlar a temperatura corporal, auxiliando na melhoria da febre. Pode ser usado também como repelente e para alívio de dores de cabeça. A cultura maranhense é muito rica e acredita-se que o cipó d’alho espanta olho ruim e traz a prosperidade.

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VOZES DA COMUNIDADE

“A nossa rota gerou alimento de qualidade, gerou dinheiro, gerou trabalho. De tudo isso, o mais importante, foi o aprendizado que tivemos. Aprendemos que podemos viver bem no nosso lugar.” Natanael Martins - Comunidade Escondido

“Sempre gostei de trabalhar na Estação. Mas, quando tive a oportunidade de desenvolver um pouco do que aprendi dentro das comunidades, entendi a importância do projeto. Faço meu trabalho bem feito e acho muito importante. Aqui na comunidade, ficou visível que esse projeto veio para ficar, pois estão sendo plantadas sementes no coração das pessoas e não somente no chão.” Iranilson Martins Marinho - Comunidade Muquila

“Percebi que quem fez esse projeto fez pensando em tudo! Iniciamos plantando, discutimos sobre meio ambiente e como garantir que os bebês nasçam com saúde. Cuidamos da saúde do homem, falamos de hipertensão, diabetes, venenos agrícolas. Quem vê, pensa: ‘que tanto de tema!’ Mas, isso tudo é discutido em um único assunto, pois tudo se casa, quando falamos em comunidades sustentáveis!” Gilcélia Fernanda - Comunidade Muquila

“Construir uma pequena floresta parece uma tarefa difícil, mas, virou nosso desafio e estamos enfrentando essa seca terrível. Perdemos mudas, suamos, mas não vamos desistir! A floresta e a nossa luta tornaram-se a herança que vamos deixar para as próximas gerações.” Cássia Jânia Furtado - Comunidade Bamburral

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O QUE VEM POR AÍ? Oficina de ferrocimento sistema de placas

Atividades na horta comunitária

Data: 3, 4, 5 6 e 7 de outubro

Data: 5 e 26 de outubro

Local: Estação Conhecimento

Local: Comunidades Escondido

Horário: 7h30min

Horário: 7h30 Data: 6, 13 e 27de outubro Local: Comunidade Muquila

Pintura com tinta de terra

Horário: 19h

Data: 5, 19 e 26 de outubro

Data: 7, 14, 21 e 28 de outubro

Local: Comunidades Muquila

Local: Comunidade Mata

Horário: 7h30

Horário: 13h30

Data: 5, 19 e 26 de outubro Local: Comunidades Mata e Bamburral

Cinema Itinerante

Horário: 13h30

Data: 6 de outubro

Data: 6, 13 e 27 de outubro Local: Comunidades Bubasa e Escondido Horário: 7h30

Local: Comunidade Muquila Horário: 19h Data: 13 de outubro Local: Comunidades Bubasa Horário: 19h Data: 20 de outubro Local: Comunidade Mata

Atividades na horta comunitária

Horário: 19h

Data: 4, 11, 18 e 25 de outubro Local: Comunidade Bubasa

Data: 27 de outubro Local: Comunidade Bamburral Horário: 19h

Horário: 7h30

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EXPEDIENTE Este informativo contou com a contribuição de Helbert Silva Rodrigues, Jorge Paulo Nava, Cristiana Andrade, Valter Kossmann, Hamilton Sampaio Marinho, Diana Ribeiro Toledo, Doralice Barbosa Mota e Simone Cecília M. da Mata.

Leia também Conheça os informativos de outros projetos desenvolvidos pelo CPCD. Acesse o link: http://www.scribd.com/cpcdbh/documents Os programa Nos Trilhos do Desenvolvimento, Casa Saudável e Centro de Permacultura Estação Conhecimento de Arari são iniciativas da Fundação Vale em parceria com o CPCD.

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