INFORMATIVO CPCD
VARGEM GRANDE 2015 COMUNIDADE SAUDÁVEL ANO 2 . NÚM 14
ago a dez
Projeto realizado em Parelheiros - Vargem Grande - São Paulo, desde março de 2013
Editorial Caros leitores, Em 2015, compartilhamos com vocês vários momentos de muita troca de saberes e fazeres. Esta edição destaca a importância das parcerias que agregam tanto valor a nossa causa: transformar Vargem Grande em uma comunidade saudável. Vale a pena conferir e participar! A equipe do CPCD deseja a todos Boas Festas! Em 2016, retornaremos com novidades.
DESTAQUES Espaço de aprendizagem. pág 2 Banco do Conhecimento. pág 2 Monitoramento da água. pág 4 Banco do Livro. pág 4 Permacultura. pág 5 Novas aprendizagens. pág 5 Alfabetização. pág 6 Vozes da comunidade . pág 7 O que vem por aí. pág 8
Uma parceria que está dando certo A parceria entre o Vargem Grande: Comunidade Saudável e a SOS Mata Atlântica foi um momento bastante importante para os envolvidos. A SOS Mata Atlântica é uma organização não governamental, criada em 1986, sem fins lucrativos, que tem como missão promover a conservação da diversidade biológica e cultural da Mata Atlântica e ecossistemas sob sua influência. A ONG estimula ações para o desenvolvimento sustentável, promovendo a educação e o conhecimento sobre o bioma, mobilizando, capacitando e estimulando o exercício da cidadania socioambiental a partir do Programa Observando Rios.
– campinho de futebol do bairro, que dá acesso ao córrego. Ele é afluente do Ribeirão Vermelho, importante rio da região. A água é coletada uma vez por mês e, após cada análise, os dados são
lançados no site da SOS Mata Atlântica, tornando fácil o acompanhamento desse processo. Veja na pág. 5 outras ações desenvolvidas em parceria com a SOS Mata Atlântica.
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5.547
Partindo-se daí, a equipe do projeto aprendeu a fazer a análise da água coletada mensalmente, monitorando o córrego próximo ao Campo do Marrom
2.157
exemplares cadastrados no Banco do Livro
leitores assíduos na biblioteca
exemplares cadastrados na biblioteca
res, além de aprender a sequência dos números de 1 a 7.
CASA REFERÊNCIA
Material
Espaço de aprendizagem A casa do projeto firmou-se como referência no bairro e, hoje, é bastante valorizada e reconhecida pelos moradores como um local de aprendizagem. O espaço é democrático e todos têm prazer em frequentar. A Casa Referência é procurada por moradores e instituições que desejam usufruir das atividades e benefícios oferecidos, como as oficinas, acervos da biblioteca, computadores, entre outras atividades. A Casa Referência entrará de recesso no dia 18 de dezembro e retornará às suas atividades normais dia 11 de janeiro.
Banco do conhecimento O Banco do Conhecimento sempre foi bastante procurado pela comunidade de Vargem Grande. Pessoas de todas as idades e com diversas finalidades buscam esse recurso diariamente. As pesquisas escolares, acessos à internet e jogos pedagógicos contribuem para o desenvolvimento cognitivo de jovens e adultos. Um exemplo disso é o Abre a Carta, jogo do Bornalzinho.
Um baralho com 32 cartas – assim, cada grupo de 8 cartas terá uma cor, uma sequência numérica de 1 a 7 e a oitava carta será um “palhacinho”. Existem mais quatro cartas curingas, representadas por caveiras. Regras O número de crianças que participa deste jogo é livre. Enquanto uma joga, as outras fazem o papel de “juiz”. O jogador embaralha as cartas e as organiza em quatro fileiras horizontais e oito colunas. As quatro cartas restantes são colocadas num monte à parte. Para começar, o jogador compra uma dessas cartas e observa o seu número. Se for um 3 azul, por exemplo, ele retira a terceira carta da primeira fila e coloca a sua carta no lugar. Se a carta que deu lugar ao 3 for um 6 verde, por exemplo, deve ser colocada na sexta coluna da segunda fileira. No decorrer do jogo, as cartas vão, uma a uma, sendo trocadas de lugar, de modo que os números fiquem na sequência correta e cada fileira fique de uma só cor. A cor atribuída a cada fileira é aleatória. O “palhaço” ocupa a última casa, sempre obedecendo à cor da fileira. Essa carta tem a função de lembrar às crianças que os números são infinitos. As caveiras, conforme são viradas pelo jogador, devem ser deixadas de lado e substituídas pelas cartas do monte. Nesse caso, o jogador passa a vez. O próximo jogador embaralha todas as cartas, espalhando-as sobre a mesa, conforme o início do jogo. Ganha o jogo quem conseguir virar mais cartas antes que apareçam as quatro caveiras. Para as cartas ficarem resistentes e não se danificarem rápido, você pode utilizar caixas de sapato. Basta colar o papel no verso das cartas!
No Banco do Conhecimento, registramos 1.800 acessos em 2015. Aprenda como é fácil confeccionar e brincar com o jogo “Abre a carta” Objetivo Indicado para turmas de pré-escola (5 anos) e 1ª série, este jogo ajuda a criança a compreender conjuntos, identificar figuras geométricas e co-
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DICA: Para tornar as suas férias ainda mais interessantes, convide seus amigos, recorte as cartas, siga as regras e divirtam-se!
Cartas | R02 | “Abre a Carta”
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Grupo de crianças e adolescentes O movimento da Casa Referência resultou na organização de dois grupos de crianças e adolescentes, compostos por 15 integrantes cada. A maioria das ações ocorre fora da sede, pois consideramos o bairro um grande espaço de aprendizagem. Assim, as atividades ocorrem no bosque, na casa de algum participante, nas praças e ruas. Entre as ações dos grupos, estão visitas e atividades nas residências da comunidade, pinturas de tinta de terra, “Cine Debate” de temas relacionados aos cuidados com o meio ambiente e a sustentabilidade, passeios pelas localidades e discussão sobre a sensação de pertencimento da cultura local. Atualmente, já é possível perceber a mudança de comportamento das crianças, que estão mais envolvidas nas causas do projeto e compreendem o valor de uma alimentação mais saudável. Felizmente, meninos e meninas preocupam-se com a redução do lixo e desejam produzir seus próprios brinquedos.
Biblioteca
Banco do livro
A biblioteca é um espaço bastante atrativo e de grande movimento no projeto, chamando a atenção pelo seu acervo, composto por 5.547 livros de diversos autores. Registramos o cadastro de 416 leitores. Algumas de nossas leitoras destaque são: Luana de Santana, de 12 anos, 66 gibis/livros lidos. Nelmari Aparecida dos Santos, de 58, 37 livros lidos; e Arlinda Marcelina Lourenço, de 43, 33 livros lidos.
O Banco do Livro tem, atualmente, 2.157 exemplares à disposição de toda a comunidade. Uma das estratégias usadas para divulgar a tecnologia é a Caixa Literária – a caixa é mais uma maneira de contato entre os moradores e os agentes, a fim de valorizar a leitura. Um dos gêneros mais lidos é o gibi.
“Temos nos dedicado a organização da biblioteca, algumas alterações foram realizadas para melhorar o acesso aos livros. Pensamos em um espaço adequado para as crianças, nossos grandes leitores; entre as estantes colocamos algumas almofadas e enfeites, e os livros nas prateleiras de baixo. Pronto foi criado o cantinho de leitura! É muito bom ver esse espaço sendo utilizado pelas crianças.” Fabiola Cardoso de Moura Soares, ADCS
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Uma parceria que está dando certo No início do período de monitoramento, a equipe encontrou as margens do riacho bem sujas. Havia muitas garrafas PET esparramadas, latas e sacolas plásticas. Apesar de todo esse aspecto físico encontrado, ao realizarmos a primeira análise, percebemos que qualidade da água era “aceitável”. Hoje, depois dos mutirões e cuidados dispensados ao local, a análise caminha para o “bom”. O material recolhido foi destinado à Cooperativa de Catadores de Recicláveis (Coopercral) e o espaço ganhou placas de monitoramento. Neste sentido, o trabalho abriu um importante leque de opções para desenvolver a educação ambiental com a comunidade, discutindo sobre o plantio de árvores, a proteção da mata ciliar, o cuidado com as águas e a importância de preservar a saúde da comunidade.
Permacultura As práticas de permacultura já são familiares para os moradores do bairro, que recebem os Agentes de Desenvolvimento de Comunidade Saudável (ADCS’s) com mais participação e envolvimento nas atividades propostas. A cada dia, o projeto e a equipe tornam-se mais conhecidos, aumentando a procura pelas tecnologias propostas. Quintais maiores foram aparecendo, favorecendo a implementação de técnicas permaculturais e maior discussão acerca de uma vida saudável. Assim, cada vez mais, a comunidade compreende a importância da boa alimentação, cuidado ambiental e redução de lixo.
Confira essas e outras informações no endereço www.sosmata.org.br
Novas aprendizagens Dando continuidade à formação dos ADCS’s, ocorreram vários momentos de aprendizagem neste período, como oficina de composteira biodinâmica, poda de frutíferas no Sítio Boa Nova e o plantio de mudas de plantas nativas no Instituto Pedro Matajs.
Uma delas, com o Sesc Interlagos, teve um ótimo destaque. A instituição trouxe um grupo de 12 pessoas para visitar o projeto e ter uma vivência prática. Na oportunidade, o grupo participou da transformação do quintal do alfabetizando Antônio Carlos Ferreira Reis, onde foram construídas duas mandalas e o muro foi pintado com tinta de terra, tornando o espaço mais saudável e bonito.
Um importante momento para a equipe foi a oficina de miniestufa, com Carmem de Souza Lima, da equipe do CEI Paulino Eva. Carmem morou alguns anos na região norte do Brasil e lá aprendeu a cultivar azaleias. Neste dia, foram preparadas 72 mudas nas pequenas estufas feitas com garrafas PET. Efetivando a troca de saberes, as ações desenvolvidas na comunidade têm ultrapassado limites do bairro, chegando a outras imediações de São Paulo, proporcionando importantes parcerias.
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ANNA LAPINI Alfabetização A alfabetização de adultos e idosos é uma ação que ganha terreno a cada dia. Atualmente, o projeto é bem mais procurado para essa atividade e a visibilidade do trabalho ganha espaço em outras instituições, que indicam as oficinas para seus participantes. As oficinas realizadas por meio das vivências do dia a dia dos alfabetizandos ocorrem em suas casas ou na Casa Referência. São utilizados os computadores do Banco do Conhecimento, material da biblioteca, jogos do Bornal, as hortas nos quintais, espaços das residências e outros materiais pedagógicos pesquisados pelas agentes alfabetizadoras. Ao ouvir as histórias dos alfabetizandos, outras ideias foram surgindo. Elas serão analisadas na tentativa de potencializar o poder transformador da alfabetização. Entre agosto e dezembro de 2015, foram realizadas 116 oficinas de alfabetização.
Tecnologia em prol da comunidade Os ADCS’s participaram da oficina de banheiro seco no Centro Produtivo de Desenvolvimento Social Anna Lapini. Essa formação ocorreu em agosto, e como continuidade da implementação do banheiro, foi feita uma revitalização do local com pintura de tinta de terra e jardim na área externa. Esse modelo de banheiro veio com inovações para reaproveitamento de matéria liquida e sólida. A água da chuva que cai na pia localizada dentro do banheiro é reutilizada, direcionando-se ao mictório, e o resíduo é encaminhado para um filtro que é composto por um círculo de bananeiras. Esse é mais um cuidado com o am-
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biente, uma vez que a região é de nascentes. Entendemos que a junção das duas tecnologias oferece maior proteção ao solo. Já a parte sólida transforma-se em composto orgânico que será usado nas frutíferas e jardim.
VOZES DA COMUNIDADE
“Venho jogar no Banco de Tecnologias, porque aqui é legal! Além de mexer no computador, posso brincar, jogar bola, encontrar com o João e o Everton, que são meus amigos. É divertido e também aprendo com o jogo Soletrando. Essa brincadeira tem me ajudado bastante na escola. Agora, ficou bem mais fácil escrever!” Vitório da Silva Almeida, de 12 anos
“O projeto Vargem Grande: Comunidade Saudável me abriu novas oportunidades; tanto pessoais, como profissionais. Do lado pessoal, aprendi a lidar melhor com as pessoas, inclusive com idades diferentes, além de ter feito novos amigos. Ou seja, pude aprofundar amizades que já tinha. Aprimorei também o manejo de hortas e a técnica da tinta de terra.” Félix Almeida dos Anjos, de 18 anos, ADCS
“Depois que o projeto começou, há três anos, o bairro já apresentou muitos progressos. A biblioteca, a tinta de terra e a alfabetização de um jeito diferente são elementos fundamentais em nossa produção. Eu gostei muito de voltar a estudar; desse jeito é mais fácil aprender!” Everaldo Veras Felipe, de 51 anos, alfabetizando
“A oficina de composteira biodinâmica, realizada na minha casa, foi muito bacana. Muitas pessoas interessaram-se pela participação dos ADCS’s do Vargem Grande: Comunidade Saudável. Nesse dia, mostrei pra eles a diferença entre a composteira comum (apenas uma pilha de matéria orgânica) e a biodinâmica (quando usamos algumas ervas próprias, como a urtiga, mil-folhas, dente-de-leão. Nesse caso, trabalha-se com o ar, o solo, animais e vegetais).” Valéria Marcoratti, Agricultora Orgânica
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EXPEDIENTE Este informativo contou com a contribuição de Cláudio Nascimento, Onésima Gomes Ferreira Mourthé, Laniela de Jesus Feitosa, Diana Ribeiro Toledo, Doralice Barbosa Mota, Cristiana Andrade e Simone Cecília Menezes da Mata.
Leia também Conheça os informativos de outros projetos desenvolvidos pelo CPCD. Acesse o link: http://www.scribd.com/cpcdbh/documents Os programas Nos Trilhos do Desenvolvimento, Casa Saudável e Núcleo Produtivo da Estação Conhecimento de Arari são iniciativas da Fundação Vale em parceria com o CPCD.
Coordenação:
- VIVAVIDA - INSTITUTO DE AÇÕES SOLIDÁRIAS
Parceria:
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