R E L AT Ó R I O T É C N I C O
PROJETO “VARGEM GRANDE: COMUNIDADE SAUDÁVEL”
MAR A MAI - 2014
Parceria:
- VIVAVIDA - INSTITUTO DE AÇÕES SOLIDÁRIAS
RELATÓRIO TÉCNICO PROJETO VARGEM GRANDE: COMUNIDADE SAUDÁVEL MARÇO A MAIO|2014
1. INTRODUÇÃO Nesses três meses, o trabalho foi intensificado, principalmente em relação à permacultura. No começo do mês de março, a equipe de Vargem Grande, em roda com o presidente do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento – CPCD, teve a oportunidade de discutir as experiências bem sucedidas da ONG em outras localidades, o que serviu como incentivo para a equipe do projeto. A parceria com o CEDESP – Centro de Desenvolvimento Social Anna Lapini, se fortaleceu com a formação em permacultura realizada entre os dias 15 de abril e 15 de maio de 2014. Um ADCS – Agente de Desenvolvimento de Comunidade Saudável esteve presente em toda a formação, dando continuidade às tecnologias implantadas no local. Pensando no melhor desenvolvimento do trabalho, uma casa foi alugada para a hospedagem dos Educadores e Coordenação. Dessa forma, todos puderam conhecer de perto o dia a dia da comunidade, facilitando a articulação das oficinas. Dentro da equipe de ADCS’s algumas pessoas foram escolhidas para realizar funções específicas, como por exemplo, a alfabetização de idosos.
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2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
2.1 - Oficina de permacultura A permacultura foi o fio condutor para todas as atividades desenvolvidas dentro do projeto. O trabalho intenso garantiu a formação, construção e disseminação das tecnologias do CPCD dentro do CEDESP, nas casas de Vargem Grande e em instituições parceiras - escolas, creches, Casa de Repouso e outras ONG’s do bairro. Nesse trimestre, ocorreram duas importantes formações no CEDESP, tornando o local um espaço de referência em permacultura. Na ocasião, foram criadas e reativadas determinadas tecnologias, sendo elas: hortas em mandala, horta em nível, borboleta e suspensa, pintura com a tinta de terra, adubação verde, composteira, minhocário, viveiro de mudas e estufa. Simultaneamente à formação no CEDESP ocorria em Vargem Grande a formação em permacultura urbana, com o objetivo de disseminar o aprendizado. (Em anexo, o relatório específico para cada formação). 2.1.1 - Práticas de permacultura (moradores de Vargem Grande) Durante a construção de alguns MDI’s foi constatada a necessidade se realizar nas casas da comunidade várias tecnologias simultaneamente. 2.2 - Alfabetização de idosos Felizmente, a ação desenvolve-se progressivamente. Nesse trimestre, o trabalho foi realizado com a participação de cinco idosos, através de jogos, rodas de conversas, Pedagogia de Placas, receitas, entre outras tecnologias. O grande número de idosos interessados pela atividade é indicador de que a comunidade sente-se confiante em relação ao projeto. 2.3 - Georreferenciamento Como complemento do georreferenciamento, o projeto utilizou o Drone para fotografar aéreas dos quadrantes. Em 2014, trabalharemos os quarteirões a partir dos nomes das ruas – todos escolhidos em meio aos representantes da fauna e flora local. Foram fotografados locais onde já existem práticas de permacultura e tecnologias do CPCD. Destacaram-se também as áreas onde há possibilidade de trabalho, inclusive em bairros vizinhos.
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2.4 - Banco do Conhecimento O Banco do Conhecimento é um acervo de tecnologias bastante usado pela comunidade de Vargem Grande. Crianças, jovens e adultos utilizam diariamente os computadores para fazer pesquisas escolares, usar os jogos e acessar a internet. Neste último mês, dois computadores foram danificados, restringindo um pouco o acesso. Mesmo assim, a procura é intensa e os Agendes organizam-se para atender a todos da comunidade. Inseridas neste Banco, encontram-se as tecnologias do CPCD: Biblioteca Virtual, artesanato em geral, jogos pedagógicos, dentre outras. As tecnologias que mais se destacaram foram as descritas abaixo: 2.4.1 - Banco do Livro - Espaço onde a moeda de troca é o livro, sempre se respeitando o gênero de cada exemplar. O movimento do local ainda é tímido e as pessoas ficam muito surpresas por poderem levar os livros para casa. Aos poucos, através das Caixas Literárias – caixas com livros deixadas em pontos estratégicos do bairro – as pessoas interessam-se pelo Banco e fazem uma visita. Nesse ultimo mês, o Banco foi enriquecido com uma Algibeira de gibis. 2.4.2 - Biblioteca Física - Aberta a toda comunidade, oferece aos moradores um grande acervo literário e didático. Esse acervo continua em processo de catalogação digital no programa Biblioteca Fácil. 2.4.3 - Bornal de jogos - Usado frequentemente, tanto pelas crianças, quanto pelos adultos. As crianças já dominam essa tecnologia, e, enquanto aguardam o horário para uso dos computadores, utilizam os jogos do Bornal. Com o objetivo de favorecer ainda mais o aprendizado das crianças e adolescentes, o projeto tenta articular e executar a oficina de Bornal para os Educadores da comunidade. Apesar de as escolas se mostrarem abertas à tecnologia, ainda encontramos dificuldade em conciliar a ação e o tempo disponível do corpo docente. Contudo, o primeiro contato feito nesse último mês teve resultado bastante promissor. 2.5 - Sede - Casa Referência A sede continua com um movimento crescente. Isso porque, através das atividades realizadas na comunidade, o projeto torna-se mais conhecido e novos moradores passam a utilizar as dependências da Casa, usufruindo das tecnologias trabalhadas.
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O espaço físico é muito dinâmico e sempre tem alguma novidade, o que melhora a estética e o funcionamento do projeto. Instituições parceiras A Biblioteca Caminhos da Leitura, parceira do Projeto Vargem Grande Comunidade Saudável, fortalece ainda mais a parceria através da troca de saberes constante, seja pela contínua participação de duas Agentes no Clube de Leitura ou seja nas oficinas e formações oferecidas pelo projeto. A Escola Estadual Ayrton Sena está sempre de portas abertas para nossas atividades, recebendo oficinas, envolvendo-se e participando com grande interesse das propostas do Vargem Grande Comunidade Saudável. O CEDESP também é outra promissora parceria. Atualmente, a troca de saberes com os Educadores do CPCD favorece o desenvolvimento das práticas permaculturais através da formação continuada que acontece desde abril deste ano. Felizmente, é possível ver os primeiros resultados na horta, que já produziu alface, salsa, manjericão, couve e iniciou a montagem do viveiro.
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3. GERENCIAMENTO DO PROJETO Periodicamente, a equipe do projeto faz uma roda de avaliação das ações realizadas, planejando as futuras atividades e oficinas. Para o trabalho de 2014, são traçadas metas capazes de envolver os moradores de cada casa, ruas e quadrantes do bairro, com o objetivo de tornar a comunidade totalmente saudável. Encontros quinzenais são realizados entre a Coordenadora local, Vera Lion, do Instituto Viva Vida, e profissionais do CPCD, para análise do andamento do projeto.
4. DESENVOLVIMENTO DOS ADCS’S Os ADCS’s desenvolvem as oficinas comunitárias e buscam sempre novas ideias para que as mesmas sejam dinâmicas e de muita aprendizagem. Neste período, foram realizadas algumas formações, tais como: permacultura e permacultura urbana. O objetivo foi enriquecer o grupo, através da ação continuada, favorecendo a articulação do grupo e envolvendo a comunidade cada vez mais em práticas saudáveis. A ideia é transformar o CEDESP em um Centro de Referência em Permacultura.
5. ENVOLVIMENTO COM AS FAMÍLIAS E COMUNIDADE A cada dia, mais famílias são conquistadas e envolvem-se com a proposta de tornar o bairro uma comunidade saudável. Com a atuação de Educadores do CPCD e formação dos ADCS’s nesse período, já é possível perceber maior procura da comunidade pelas ações do projeto. A equipe do Serviço de Assistência de Saúde da Família – SASF Vargem Grande - utiliza a sede periodicamente para as reuniões com as famílias acompanhadas. Em parceria com a Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura, localizada no bairro vizinho - Colônia, duas Agentes frequentam periodicamente um grupo de leitura, participando do Clube de Leitura.
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6. INDICADORES DE ÊXITO 6.1 - Índices qualitativos -
O projeto é visto como fonte de aprendizagem;
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Maior interesse da comunidade em ministrar oficinas na sede;
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Abertura de algumas casas para realização de oficinas;
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Presença diária de moradores;
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Sede com horário fixo e contínuo - 8 horas diárias de funcionamento;
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Desenvolvimento dos Agentes de Desenvolvimento de Comunidades Saudáveis;
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Frequência na utilização dos computadores;
-
Empréstimos de livros;
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Utilização da sede por diferentes organizações sociais;
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Oficinas em diferentes locais, como residências e organizações;
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Limpeza e organização da sede do projeto;
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Novas parcerias;
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Primeiros resultados da parceria com o CEDESP;
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Novas pinturas no bairro, trazendo mais beleza ao local;
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Transformação das casas através das práticas de permacultura;
-
Idosos envolvidos com a alfabetização e já mostrando resultados;
-
Proposta de ações para 2014, a partir do georreferenciamento;
-
Mapeamento das ações através de Drone e maior possibilidade de trabalho na comunidade, com proposta de expansão para bairros vizinhos.
6.2 - Índices quantitativos -
187 cartões de tinta de terra;
-
2 oficinas de Cozinha Experimental: creme de goiaba com casca – 800g, torta de talo – 25 pedaços;
-
2 oficinas de brinquedo: 4 coelhinhos de PET e 7 sapinhos “come mosca”, totalizando 11 brinquedos;
-
1 oficina de sabão em barra, com a fabricação de 42 quadros de sabão;
-
3 oficinas de uso do Bornal de Jogos, com o “Abre a Carta”, “Conta Pontos”, “Jogo da Memória” – 20 crianças participantes;
-
1 oficina de “volençol” – 15 crianças participantes;
-
1 oficina de boneca de pano – 16 bonecas fabricadas;
-
1 oficina de Farmacinha – produção de xarope de agrião, alfavaca, hortelã e poejo – os 6 participantes produziram 500 ml de xarope;
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-
1 oficina de origami – 5 bombons;
-
7 hortas suspensas;
-
13 canteiros de pneu para enfeitar o jardim.
-
3 composteiras;
-
1 espiral de ervas;
-
5 pneus de ervas;
-
3 mandalas - ferradura, círculo e flor;
-
6 muros pintados;
-
1 galinheiro móvel;
-
1 sementeira;
-
2 bordaduras de PET;
-
1 bordadura com resto de madeira;
-
7 bordaduras com resto de tijolos;
-
Práticas no Anna Lapini - pintura de um galpão e uma sala, criação de 4 mandalas, 1 horta em nível, 1 estufa, 1 composteira – colheita de 25 pés de alface, 5 molhos de salsa, 5 molhos de manjericão e 110 caixinhas prontas para receber sementes;
-
1 canteiro em girau;
-
80h de formação em permacultura;
-
31 pessoas formadas;
-
40h de formação em permacultura urbana para os ADCS’s;
-
1 oficina de erva medicinal e propriedades do poejo;
-
3 oficinas de brincadeiras populares;
-
6 oficinas de alfabetização;
-
5 oficinas de mediação;
-
5 oficinas de beleza;
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8 oficinas de práticas de permacultura;
-
2 casas transformadas pelas práticas de permacultura, com 5 tecnologias aplicadas;
-
1 casa modelo, com 9 tecnologias aplicadas;
-
3 oficinas de Bornal: jogos “Abre a Carta” – 9 crianças, “Conta Ponto”- 4 crianças, “Batalha da Amizade” - 12 crianças;
-
2 oficinas de sabonete líquido – 3l de sabonetes – com a participação de 32 pessoas;
-
3 oficinas do Banco do Conhecimento - 2 “Soletrando” e 1 “Matematicando” – 21 crianças ao todo.
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7. DIFICULDADES ENCONTRADAS O envolvimento com a comunidade ainda é um pouco tímido. Algumas vezes, o morador marca a oficina em sua residência e, no dia, não fica em casa para que a mesma aconteça. Outra dificuldade é a articulação das escolas para iniciar a formação do Bornal de Jogos devido à greve da educação no período e disponibilidade de tempo das instituições.
8. BREVE SÍNTESE DAS REFLEXÕES SISTEMATIZADAS A PARTIR DOS RESULTADOS O Projeto Vargem Grande Comunidade Saudável, mesmo que a passos lentos, conquista a confiança dos moradores do bairro. Hoje, já somos mais conhecidos e o público que frequenta a casa é bastante variado - crianças, jovens, adultos e idosos. A alfabetização de idosos começa a tomar corpo e o número de interessados pela atividade aumenta gradativamente. O trabalho de fotografias aéreas com o Drone despertou a curiosidade de vários moradores. Felizmente, o Vargem Grande Comunidade Sustentável conquista o público e favorece o desenvolvimento da comunidade.
Laniela de Jesus Feitosa - Coordenadora Projeto Vargem Grande Comunidade Saudável
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9. ANEXOS 9.1 - MPRA - Monitoramento de Processos e Resultados de Aprendizagem
As questões apresentadas a seguir são sugestões oferecidas aos coordenadores e Educadores dos projetos para utilizá-las durante as avaliações parciais (dos processos) e anuais (dos produtos). PERGUNTAS
RESPOSTAS
1. Quantos iniciaram a atividade e/ou o projeto? Quantos concluíram?
O Projeto Vargem Grande Comunidade Saudável atendeu, até hoje, uma média de 16 pessoas diariamente, entre crianças, jovens, adultos e idosos.
2. Quanto tempo gastamos ou necessitamos para realizar a atividade e/ou módulo? O tempo determinado foi suficiente?
O funcionamento do projeto é de 9h às 17h, abrindo por 8h contínuas. O tempo é suficiente.
3. Quantos produtos e/ou materiais de apoio e/ou instrução foram feitos? Eles atendem aos objetivos do projeto?
- 187 cartões de tinta de terra; - 2 oficinas de Cozinha Experimental: creme de goiaba com casca – 800g, torta de talo – 25 pedaços; - 2 oficinas de brinquedos: 4 coelhinhos de PET e 7 sapinhos “come mosca”, totalizando 11 brinquedos; - 1 oficina de sabão em barra, com a fabricação de 42 quadros de sabão; - 3 oficinas de uso do Bornal de Jogos, com o “Abre a Carta”, “Conta Pontos”, “Jogo da Memória” – 20 crianças participantes; - 1 oficina de “volençol” – 15 crianças participantes; - 1 oficina de boneca de pano – 16 bonecas fabricadas; - 1 oficina de Farmacinha – produção de xarope de agrião, alfavaca, hortelã e poejo – os 6 participantes produziram 500 ml de xarope; - 1 oficina de origami – 5 bombons; - 7 hortas suspensas; - 13 canteiros de pneu para enfeitar o jardim; - 3 composteiras; - 1 espiral de ervas; - 5 pneus de ervas; - 3 mandalas: ferradura, círculo e flor; - 6 muros pintados; - 1 galinheiro móvel; - 1 sementeira; - 2 bordaduras de PET; - 1 bordadura com resto de madeira; - 7 bordaduras com resto de tijolos; - Práticas no Anna Lapini - pintura de um galpão e uma sala, criação de 4 mandalas, 1 horta em nível, 1 estufa, 1 composteira – colheita de 25 pés de alface, 5 molhos de salsa, 5 molhos de manjericão e 110 caixinhas prontas para receber sementes;
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PERGUNTAS
RESPOSTAS - 1 canteiro em girau; - 80h de formação em permacultura; - 31 pessoas formadas; - 40h de formação em permacultura urbana para os ADCS’s; - 1 oficina de erva medicinal e propriedades do poejo; - 3 oficinas de brincadeiras populares; - 6 oficinas de alfabetização; - 5 oficinas de mediação; - 5 oficinas de beleza; - 8 oficinas de práticas de permacultura; - 2 casas transformadas pelas práticas de permacultura, com 5 tecnologias aplicadas; - 1 casa modelo, com 9 tecnologias aplicadas; - 3 oficinas de Bornal: jogos “Abre a Carta” – 9 crianças, “Conta Ponto”- 4 crianças, “Batalha da Amizade” - 12 crianças; - 2 oficinas de sabonete líquido – 3l de sabonetes – com a participação de 32 pessoas; - 3 oficinas do Banco do Conhecimento - 2 “Soletrando” e 1 “Matematicando” – 21 crianças ao todo.
4. O que foi feito que evidencia ou garante que atingimos os objetivos propostos?As oficinas e tecnologias listadas no relatório buscam e contribuem para o alcance dos objetivos do projeto?
- O projeto é visto como fonte de aprendizagem; - Maior interesse da comunidade em ministrar oficinas na sede; - Abertura de algumas casas para realização de oficinas; - Presença diária de moradores; - Sede com horário fixo e contínuo - 8 horas diárias de funcionamento; - Desenvolvimento dos Agentes de Desenvolvimento de Comunidades Saudáveis; - Frequência na utilização dos computadores; - Empréstimos de livros; - Utilização da sede por diferentes organizações sociais; - Oficinas em diferentes locais, como residências e organizações; - Limpeza e organização da sede do projeto; - Novas parcerias; - Primeiros resultados da parceria com o CEDESP; - Novas pinturas no bairro, trazendo mais beleza ao local; - Transformação das casas através das práticas de permacultura; - Idosos envolvidos com a alfabetização e já mostrando resultados; - Proposta de ações para 2014, a partir do georreferenciamento; - Mapeamento das ações através de Drone e maior possibilidade de trabalho na comunidade, com proposta de expansão para bairros vizinhos.
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PERGUNTAS
5. Como as atividades foram realizadas? Elas foram lúdicas? Inovadoras? Educativas?
RESPOSTAS As atividades que aconteceram foram lúdicas e bastante atrativas para o público. As práticas de permacultura chamaram a atenção dos moradores, despertando o interesse pelo projeto.
Ter uma Biblioteca no bairro continua sendo uma grande e boa novidade. As pessoas mostram muito interesse pelos livros. O Banco do Livro ainda é uma novidade, que já começa a “tomar corpo”; as pessoas gostam bastante da ideia e, aos poucos, realizam novas trocas. 6. O que pode ser sistematizado? Já é possível construir uma “teoria do conhecimento”?
A procura pelo Banco do Conhecimento tem mostrado o quanto o acesso à informação aumenta o interessa das pessoas pelo estudo e pesquisa. Neste período, as práticas de permacultura fizeram a diferença na comunidade. Mas, ainda é muito cedo para se construir uma teoria do conhecimento.
7. O que necessita ainda ser praticado para alcançarmos os objetivos do projeto?
Ainda é necessário trabalhar a mobilização e divulgação do projeto no bairro. Aos poucos, a comunidade vai se informando sobre as atividades e abrem suas portas para receber os Agentes. Contudo, ainda é preciso trabalhar o empoderamento e apropriação da comunidade, em relação à causa do projeto.
8. Se o projeto terminasse hoje, estaria longe ou perto de seus objetivos?
Apesar de alguns avanços, ainda estaríamos longe, pois a comunidade não se empoderou da proposta de tornar a comunidade saudável. Contudo, a equipe do projeto tem procurado envolver as pessoas e trabalha para que os objetivos sejam totalmente alcançados.
9. Há necessidade de “correções de rumo” nas atividades? E na metodologia?
Sim. Houve alteração na equipe. Um Agente foi disponibilizado ao CEDESP para dar continuidade às práticas de permacultura, tornando o espaço uma referência; duas Agentes estão mais envolvidas na alfabetização. Esta mudança ocorreu partindo do perfil de cada um na equipe, com o objetivo de motivá-los a buscar o melhor atendimento à comunidade. Hoje, a equipe está mais segura para aplicar a metodologia.
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PERGUNTAS
10. Nosso prazer, alegria e vontade em relação ao projeto aumentaram ou diminuíram? Por quê?
RESPOSTAS
A formação continuada, contando com a colaboração de Educadores de outros projetos do CPCD, veio contribuir para o amadurecimento e melhor desenvolvimento da equipe. Atualmente, os participantes estão mais empoderados da metodologia.
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9.2 - MDI - Maneiras Diferentes e Inovadoras - Rua Ipê Roxo Instrumento de planejamento que estimula a criatividade e a inovação. Elaborado mensalmente para diversificar as estratégias de pesquisa, interação, superação de dificuldades e desafios, etc.
PERGUNTAS 1. 1. De quantas Maneiras Diferentes e Inovadoras podemos mobilizar os adultos para a alfabetização?
AÇÃO 1. 1 - Educadores fazem pesquisa na vizinhança, identificando os analfabetos 1.2 - Participar das reuniões de outras instituições 1.3 - Colocar cartazes nos Pontos Luminosos 1.4 - Equipe postando informações nas redes sociais
PERGUNTAS
2. De quantas Maneiras Diferentes e Inovadoras podemos alfabetizar um adulto?
TEMPO Abril
Agentes
Sempre que acontecer
Agentes Patrícia
Abril Abril
AÇÃO
RESPONSÁVEL
Equipe
TEMPO
2.1 - Usar músicas, brincadeiras, receitas da infância da pessoa 2.2 - Placas informativas nas ruas, nomes de lojas
Uma vez por semana
2.3 - Simulando compras em lojas e supermercados 2.4 - Usar computadores
Quinzenalmente
2.5 - Recortes de jornais e revistas
Uma semana
2.6 - Banco do conhecimento – Alfabeto móvel
Quinzenalmente
2.7 - Colocar placas nos eletrodomésticos e móveis da própria casa
Abril
RESPONSÁVEL
Quinzenalmente
Uma semana
Patrícia
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PERGUNTAS
3 - De quantas Maneiras Diferentes e Inovadoras podemos transformar os quintais das casas de Vargem Grande?
AÇÃO
TEMPO
RESPONSÁVEL
3.1 - Educadores contatando os vizinhos
Abril
Agentes
3.2 - Analisar o quintal, a casa e levantar quantas possibilidades existem
Sempre que contatar algum morador
Agentes, Coordenação
3.3 - Fazer mutirão entre ACDS’s e moradores das casas para realizar as práticas
Abril a outubro
Agentes, Coordenação e Educadores do CPCD
3.4 - Trabalhar por metas mensais
Abril a outubro
Agentes, Coordenação e Educadores do CPCD
3.5 - Divulgar pinturas realizadas no bairro
Toda apresentação do projeto
Coordenação, Educadores do CPCD
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9.3 - PTA - Plano de Trabalho e Avaliação
Objetivo: construir em Vargem Grande uma comunidade saudável Objeto: Vargem Grande Saudável Dimensão
Perguntas Importantes
Atividades Técnicas e Instrumentos
Indicadores
1. Empoderamento Comunitário
1.1 - Quais atividades promovem o empoderamento comunitário?
1.1.1 - Comitês comunitários 1.1.2 - Cinema – Cine Clubes (exibição de filme, buscando valorização local pelos moradores) 1.1.3 - Grupos de apoio 1.1.4- Grupos de Estudo e Cidadania (direitos e deveres), Políticas Comunitárias 1.1.5 - Alfabetização de idosos 1.1.6 - Intervenção nas casas, tomando os nomes das ruas (fauna e flora) como inspiração 1.1.7 - Implantação e funcionamento do Banco do Conhecimento 1.1.8 - Georreferenciamento dos Pontos Luminosos e Pontos Estratégicos 1.1.9 - Visitação de espaços públicos com idosos
1.1.1 - Presença da comunidade 1.1.2 - Sensibilização do público 1.1.3 - Parcerias, solidariedade 1.1.4 - Presença para resolução de problemas, cidadãos críticos 1.1.5 - Idosos participantes, autônomos, número de alfabetizados 1.1.6 - Moradores envolvidos com a causa do projeto 1.1.7 - Reconhecimento das Tecnologias Sociais 1.1.8 - Moradores mais participativos 1.1.9 - Ampliação da leitura e visão de mundo
Público-alvo Comunidade Vargem Grande
Tempo | Responsável 2013 1.1.1 - Bimestral 1.1.2, 1.1.3 e 1.1.5 - Semanal 1.1.4 - Mensal 1.1.6,1.1.7 e 1.1.8 - 2015 1.1.9 - 2014 e 2015
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Dimensão
Perguntas Importantes
Atividades Técnicas e Instrumentos
Indicadores
Público-alvo
1. Empoderamento Comunitário
1.2 - Como construir o empoderamento comunitário dentro da comunidade?
1.2.1 - Realização de campeonatos 1.2.2 - Oficinas de ginástica, capoeira, danças, entre outras 1.2.3 - Circulação de um cronograma de atividades no bairro 1.2.3 - Colher opiniões das pessoas de como melhorar o bairro 1.2.4 - Promoção de encontros culturais (resgate da cultura, formas de cuidado das pessoas e da comunidade) 1.2.5 - Implantação e funcionamento da Biblioteca 1.2.6 - Oficinas com pais e responsáveis, nas escolas e instituições parceiras 1.3.1 - Esportes: vôlei, basquete 1.3.2 - Brincadeiras 1.3.3 - Mediação de leitura 1.3.4 - Gincanas com comunidade – “Gincana Saudável” 1.3.5 - Produção de jogos educativos 1.3.6 - Visitas aos locais no bairro 1.3.7 - Algibeiras literárias e caixas literárias nas escolas 1.3.8 - Oficina de brincadeiras e Bornal de Jogos
1.2.1 - Participação das pessoas 1.2.2 - Pessoas dando opinião 1.2.3 - Frequência da comunidade dentro das atividades 1.2.4 - Modo de expressão das pessoas; identidade cultural 1.2.5 - Biblioteca funcionando, aumento do número de leitores, surgimento de poetas, escritores e outros 1.2.6 - Envolvimento dos moradores nas atividades do projeto e implantação das tecnologias em suas residências
Crianças, jovens e idosos
1.3.1 - Quantidade e aumento de crianças aderindo aos jogos e brincadeiras; autoestima elevada e cuidado com o outro 1.3.2 - Mudança no comportamento das crianças 1.3.3 - Colaboração da comunidade 1.3.4 - Desenvolvimento e aprendizado; hábitos saudáveis 1.3.5 - Número de jogos produzidos; interesse das crianças e mudanças de atitudes a partir dos jogos 1.3.6 - Conhecimentos de novos Pontos Luminosos e aumento dos locais visitados 1.3.7 - Alunos multiplicadores das tecnologias na comunidade 1.3.8 - Crianças com melhores notas na escola
Crianças
1.3 - Como empoderar as crianças da nossa comunidade?
Tempo | Responsável 2013 1.2.1 - Trimestral 1.2.2 - Semanal 1.2.3 e 1.2.4 Quinzenal 1.2.5 - Diário, a partir de junho 1.2.6 - 2014
2013 1.3.1 a 1.3.3 Semanal 1.3.4 - Anual 1.3.5 - Mensal 1.3.7 – quinzenal 1.3.6 e 1.3.8 – semanal
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Dimensão
Perguntas Importantes
Atividades Técnicas e Instrumentos
Indicadores
Público-alvo
1. Empoderamento Comunitário
1.4 - Como fazer para que as pessoas sintamse empoderadas?
1.4.1 - Visitas domiciliares para criar vínculo com as famílias locais 1.4.2 - Mostra de fotos ANTES E DEPOIS do bairro / Linha do tempo 1.4.3 - Uma Algibeira em cada rua
1.4.1 - Vínculos estabelecidos e famílias atendendo aos convites 1.4.1 - Aumento de pessoas na roda de conversa 1.4.2 - Reconhecimento positivo do morador pelo bairro 1.4.3 - Moradores mais informados e críticos
Comunidade Vargem Grande
1.5 - Como empoderar a comunidade para que ela se valorize e acredite em seus sonhos?
1.5.1 - Identificação dos sonhos de Vargem Grande (entrevistas, oficinas, etc...) 1.5.2 - Placas e outdoors mostrando os Pontos Luminosos existentes em Vargem Grande 1.5.3 - Elaboração e confecção de marcadores e calendários, entre outros 1.5.4 - Implantação do Banco do Conhecimento
1.5.1 - Informação adquirida pelos moradores, como forma de resolução dos desafios e sabedoria da comunidade 1.5.2 - Satisfação em morar no bairro 1.5.3 - Divulgação dos Pontos Positivos do bairro
Comunidade Vargem Grande
Tempo | Responsável 2013 1.4.1 - Semanal 1.4.2 - Anual 1.4.3 - 2014
2013 1.5.1 1.5.2 1.5.3 1.5.4 2013
- Mensal - 2014 - Trimestral - Agosto de
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Dimensão 2. Saúde
Perguntas Importantes
Atividades Técnicas e Instrumentos
Indicadores
Público-alvo
2.1 - Quais as ações e atividades podemos desenvolver para aumentar o bem-estar e a saúde da comunidade?
2.1.1 - Oficinas de remédios caseiros 2.1.2 - Oficina de pinturas residenciais com tinta de terra 2.1.3 - Criação de hortas residenciais (mandala, pneus e suspensa) 2.1.4 - Oficinas de beleza 2.1.5 - Oficinas de aproveitamento de alimentos 2.1.6 - Roda de histórias / Implementação das Algibeiras de Leitura 2.1.7 - Saraus 2.1.8 - Criação de brinquedos e brincadeiras 2.1.9 - Oficinas de cuidado com o lixo 2.1.10 - Produção do composto orgânico 2.1.11 - Horta comunitária
2.1.1 e 2.1.6 - Aumento do número de moradores participantes 2.1.2 - Número de casas pintadas e casas bem cuidadas 2.1.3 - Produção das hortas e melhoria da alimentação 2.1.4 - Autoestima elevada, pessoas mais satisfeitas e felizes 2.1.5 - Desperdício zero e aumento de receitas experimentadas 2.16 - Bem-estar 2.1.7 - Número de eventos e pessoas participantes 2.1.8 - Brincadeiras saudáveis criadas 2.1.9 - Ruas mais limpas 2.1.10 - Lixo orgânico aproveitado 2.1.11 - Alimentação saudável e diversificada
Comunidade Vargem Grande
2.2 - Quais atividades podemos desenvolver com as crianças para promover a saúde?
2.2.1 - Oficinas educativas de esportes 2.2.2 - Cozinha mirim 2.2.3 - Oficina de teatro – tema: alimentação e cuidados com a saúde 2.2.4 - Projeto Sementeira (coleta e troca de sementes frutíferas e mudas de hortaliças) 2.2.5 - Oficinas de cuidados com o corpo
2.2.1 - Controle da obesidade, maior número de crianças participativas e ativas 2.2.2 - Hábitos alimentares saudáveis, receitas caseiras naturais 2.2.3 - Alimentação balanceada, menos doenças, números de peças teatrais produzidas 2.2.4 - Número de famílias com hortas e sementeiras, oficinas permanentes 2.2.5 - Cuidado com o corpo e ambiente
Crianças de Vargem Grande
Tempo | Responsável 2013 2.1.1 e 2.1.8 Quinzenal 2.1.2 e 2.1.4 Mensal 2.1.3, 2.1.5 e 2.1.6 - Semanal 2.1.7 - Bimestral 2.1.8 – Semanal 2.1.9, 2.1.10 – Mensal 2.1.11 - 2014
2013 2.2.1, 2.2.3 e 2.2.5 Quinzenal 2.2.2 e 2.2.4 – Mensal
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Dimensão 2. Saúde
Perguntas Importantes
Atividades Técnicas e Instrumentos
Indicadores
Público-alvo
2.3 - Quais atividades podemos desenvolver com os idosos para promover a saúde?
2.3.1 - Bailes – Ponto de Encontro 2.3.2 - Dia da Beleza 2.3.3 - Ginástica - práticas orientais 2.3.4 - Oficina de dança 2.3.5 - Culinária e troca de receitas – Clube de Receitas 2.3.6 - Contação de histórias 2.3.7 - Feira Cultural-Trazendo seus Conhecimentos 2.3.8 - Trabalhos manuais 2.3.9 - Produção fotográfica 2.3.10 - Rodas de conversa 2.3.11 - Oficina de cuidados com a saúde 2.3.12 - Passeios e excursões 2.3.13 - Sala “ENCONTRO COMIGO”e escalda-pés 2.3.14 - Reaproveitamento de alimentos 2.3.15 - Pesquisa de ervas medicinais da região para produção de chás
2.3.1 a 2.3.14 - Autoestima, bom relacionamento, diminuição do isolamento, redução dos casos de depressão 2.3.1 - Frequência e quantidade 2.3.2 - Participação dos salões e outros locais de fora, bem-estar, motivação 2.3.3 - Melhora da saúde clínica, envolvimento da UBS com seus profissionais 2.3.4 - Parcerias com as academias, desempenho, bem-estar 2.3.5 - Quantidade de receitas testadas, confecção de um livro com as receitas, venda dos pratos 2.3.6 - Quantidades de histórias e novos locais 2.3.7 - Quantidade de barracas e diversidade 2.3.8 a 2.3.11, 2.3.14 e 2.3.15 Diminuição de hospitalização, disposição e cuidados diários com o corpo, bem – estar, menos doenças 2.3.9 - Envolvimento dos profissionais, entusiasmo dos participantes 2.3.10 - Amizades adquiridas
Melhor idade / Idosos
Tempo | Responsável 2013 2.3.1, 2.3.2, 2.3.7 e 2.3.8 Mensal 2.3.3, 2.3.6Semanal 2.3.4, 2.3.5, 2.3.11, 2.3.14 e 2.3.15Quinzenal 2.3.9 - Trimestral
19
Dimensão 3. Valores Humanos Culturais e Éticos
Público-alvo
Tempo | Responsável 2013 3.1.1 - Semanal 3.1.2 – Quinzenal 3.1.3 - Semestral
Perguntas Importantes
Atividades Técnicas e Instrumentos
Indicadores
3.1 - Como identificar e resgatar nas pessoas os valores humanos, culturais e éticos?
3.1.1 - Visitas comunitárias (entrevistas e rodas de conversas) 3.1.2 - Oficinas de talentos (músicas, arte, história em geral, saberes e fazeres) 3.1.3 - Registros de histórias locais
3.1.1 - Percepção e diversidades apreendidas 3.1.2 - Quantidade de participantes, diversidade dos talentos e lugares identificados, cooperação entre os participantes 3.1.3 - Bairro valorizado
Comunidade Vargem Grande
3.2 - Como os valores humanos, culturais e éticos podem contribuir para a construção de uma comunidade saudável?
3.2.1 - Levantamento de Pontos Luminosos e potencialidades do bairro 3.2.2 - Implantação do Banco da Solidariedade 3.2.3 - Utilização de espaços emprestados, para oficinas de artesanato, reciclagem e culinária 3.2.4 - Feira de trocas 3.2.5 - Exposição de coisas do projeto
3.2.1 - Utilização dos Pontos Luminosos e aumento desses pontos 3.2.2 - Número de cadastros, uso frequente da comunidade 3.2.3 - Aumento das atividades realizadas nos espaços, permanência dos parceiros 3.2.4 - Quantidade de feiras, qualidade dos materiais, frequência das pessoas 3.2.5 - Reconhecimento das atividades do projeto pela comunidade
Comunidade Vargem Grande
2013 3.2.1 - Março e abril/2013 3.2.2 - Agosto 3.2.3 e 3.2.4 – Mensal 3.2.5 - Semestral
3.3 - Quais ações promovem os valores humanos, culturais e éticos?
3.3.1 - Teatro Itinerante 3.3.2 - Jogos educativos 3.3.3 - Contação de histórias 3.3.4 - Realização de rodas – na oportunidade, cada um demonstra seu ponto de vista 3.3.5 - Evento cultural 3.3.6 - Caixa e Algibeira Literária
3.3.1 - Locais apresentados, frequência do público, número de peças criadas 3.3.2 - Jogos criados e utilizados 3.3.3 - Aumento de idosos e de crianças nas atividades-presença diversificada 3.3.4 - Participação, pensamento crítico 3.3.5 - Números de eventos, envolvimento e valorização das ações pela comunidade 3.3.6 - Literatura difundida
Comunidade Vargem Grande
2013 3.3.1 e 3.3.5 Mensal 3.3.2 e 3.3.3 Semanal 3.3.4, 3.3.6 – Quinzenal
20
Dimensão
Perguntas Importantes
3. Valores Humanos Culturais e Éticos
3.4 - Como promover os valores humanos, culturais e éticos?
4. Compromisso Ambiental
4.1 - O que podemos fazer para evitar que as famílias joguem lixo na mata e nas ruas?
Atividades Técnicas e Instrumentos
Indicadores
Público-alvo
3.4.1 - Peças teatrais de fantoches 3.4.2 - Oficinas - rodas de conversa 3.4.3 - Curta Metragem - histórias locais – vídeos domésticos
3.4.1 - Número de peças e participantes, mudanças percebidas nas pessoas 3.4.2 - Número de pessoas nas conversas, informações assimiladas 3.4.3 - Número de histórias e pessoas envolvidas Valorização Respeito
Comunidade Vargem Grande
4.1.1 - Visitas domiciliares (criação de vínculo com a comunidade, para conquistar credibilidade) 4.1.2 - Rodas de conversa (levantamento de interesses) 4.1.3 - Oficinas (reciclagens diversas; garrafas PET, fazer brinquedos, enfeites, acessórios, etc.) 4.1.4 - Cinema Itinerante 4.1.5 - Campeonatos (esportes) 4.1.6 - Mobilização para cuidado com o lixo, seleção, reciclagem e destinação correta
4.1.1 - Número de domicílios participantes; 4.1.2 - Diversidade dos assuntos nas rodas de conversa; 4.1.3 - Aumento do material separado corretamente, fortalecimento com a Cooperativa local, qualidade dos materiais produzidos 4.1.4 - Participação, reflexões a partir dos filmes exibidos 4.1.5 - Participação de vários times locais e de bairros vizinhos, comparecimento da comunidade nos jogos 4.1.6 - Diminuição da quantidade de lixo produzido e ruas mais limpas
Comunidade Vargem Grande Saudável
Tempo | Responsável 3.4.1 e 3.4.2 2013 3.4.3 - 2014
2013 4.1.6 – 2014 e 2015
21
Dimensão
Perguntas Importantes
Atividades Técnicas e Instrumentos
Indicadores
4. Compromisso Ambiental
4.2 - Como podemos conscientizar a comunidade da importância de não jogar pilhas, baterias e óleo no lixo?
4.2.1 - Pontos de coleta nos comércios 4.2.2 - Divulgação para a comunidade sobre os pontos que existem, através das igrejas, reuniões, escolas, etc. 4.2.3 - Rodas de conversas, com o objetivo de conscientizar as pessoas da importância das coletas 4.2.4 - Potencialização das parcerias que já realizam esse trabalho. Ex. PAVS. 4.2.5 - Oficinas de sabão, em parceria com o Projeto Escola da Família e outros locais da comunidade 4.2.6 - Gincanas com a comunidade, tendo como prêmio simbólico, os passeios no bairro
4.2.1 - Todo o comércio com ponto de coleta, quantidade de material recolhido 4.2.2 - Conhecimento dos pontos de coleta por todos os moradores e utilização destes pontos 4.2.3 - Envolvimento dos moradores nas rodas de conversas 4.2.4 - Parceria com Coopercral 4.2.5 - Número de oficinas realizadas, reutilização do óleo usado 4.2.6 - Qualidade das brincadeiras propostas, participação da comunidade, valorização do potencial do bairro
Público-alvo Comunidade Vargem Grande Saudável
Tempo | Responsável 2013
22
Dimensão
Perguntas Importantes
Atividades Técnicas e Instrumentos
Indicadores
4. Compromisso Ambiental
4.3 - Como conscientizar as pessoas sobre a importância ecológica do bairro, para que possam desenvolver o compromisso ambiental com esta região?
4.3.1 - Página oficial na web 4.3.2 - Redes sociais 4.3.3 – Vídeos, conferências, chats, etc. 4.3.4 - Eventos ecológicos 4.3.5 - Exposição de conscientização 4.3.6 - Utilização de produtos ecológicos 4.3.7 - Teatros com temáticas ecológicas 4.3.8 - Oficinas com temáticas ecológicas 4.3.9 - Produção de informativos, notícias para circular no bairro 4.3.10 - Centro Ecológico Vargem Grande 4.3.11 - Feira Cultural Itinerante 4.3.12 - Estabelecimento de parcerias com as escolas fazendo projetos extracurriculares 4.3.13 - Potencializar parcerias com jornais locais 4.3.14- Mobilização para amenizar problema do esgoto
4.3.1 a 4.3.3 - Número de acessos 4.3.4 - Participação da comunidade; 4.3.5 - Número de visitantes à exposição, mudanças de atitudes em relação ao bairro 4.3.6 - Aumento de produtos ecologicamente corretos 4.3.7 - Peças realizadas e exibidas no bairro pelos moradores 4.3.8 - Número de participantes, entendimento dos temas propostos 4.3.9 - Criações e participação em rádio e jornal da comunidade 4.3.10 - Centro Ecológico Vargem Grande funcionando, parcerias realizadas, disseminação de cuidados com o meio ambiente 4.3.11 - Participação e adesão da comunidade na feira 4.3.12 - Participação dos alunos em projetos dentro e fora da escola, respeito ao bairro em que vivem; 4.3.13 - Matérias realizadas sobre Vargem Grande, espaço reservado no jornal para ser falado apenas sobre os acontecimentos positivos de comunidade 4.3.14 - Participação nas reuniões comunitárias sobre o assunto
Público-alvo Vargem Grande
Tempo | Responsável 4.3.1 a 4.3.5 2014/2015 4.3.6 a 4.3.9 4.3.12 - 2013 4.3.10 , 4.3.11 e 4.3.14 - 2015
23
Dimensão
Perguntas Importantes
Atividades Técnicas e Instrumentos
Indicadores
4. Compromisso Ambiental
4.4 - O que fazer para que a comunidade se comprometa com a preservação ambiental?
4.4.1 - Exposição de fauna e flora local 4.4.2 - Mutirão de limpeza 4.4.3 - Placas com frases de motivação para a comunidade 4.4.4 - Lixeiras colocadas a cada duas esquinas 4.4.5 - Premiação incentivando a reciclagem – prêmios feitos a partir de materiais reciclados 4.4.6 - Fazer um jardim com garrafas PET e outros materiais 4.4.7 - “Antes e Depois”, com fotos no início e no fim, a cada dois meses expondo para a comunidade as mudanças e melhorias 4.4.8 - Estabelecimento de dias e horários diferentes para que toda a comunidade possa participar 4.4.9 - Identificação de iniciativas já existentes e estabelecimento de parcerias e potencialização de Cooperativas e APA do bairro 4.4.10 - Prêmio Comunidade Saudável – para as famílias 4.4.11 - Ruas com jardineira e casas de passarinho 4.4.12 - Pinturas com tinta de terra 4.4.13 - Plantio e catalogação de mudas de árvores e flores, de acordo com nomes das ruas 4.4.14 - Produção de mudas 4.4.15 - Adoção de árvores por moradores 4.4.16 - Pesquisa de plantas ornamentais da região
4.4.1 - Conhecimento de toda a fauna e flora local, redução de mortes de animais 4.4.2 - Diminuição de lixo nas ruas 4.4.3 - Reconhecimento da importância de se preservar o meio ambiente; produção e utilização das placas; 4.4.4 - Lixo zero nas ruas, conservação e utilização das lixeiras 4.4.5 - Inscrições de pessoas para receber o prêmio, criação do prêmio com material reciclado 4.4.6 - Casas bonitas, cuidadas, conservação do jardim 4.4.7 - O desejo da comunidade de participar dos plantios 4.4.8 - Comunidade com força de vontade para mudar, pois comprovam que é possível melhorar 4.4.9 - Diversidade de locais onde são realizados os encontros, sentimento de pertencimento a todas as decisões realizadas no bairro 4.4.10 - Parcerias mantidas e novas parcerias estabelecidas para a causa “Vargem Grande Saudável” 4.4.11 - O desejo de participar do prêmio - pessoas e casas bem cuidadas 4.4.12 - Contato dos moradores com a fauna e flora e aparecimento de pássaros no bairro 4.4.13 - Melhoria na estética do bairro
Público-alvo Comunidade Vargem Grande
Tempo | Responsável 4.4.1 a 4.4.7 2013 4.4.8 e 4.4.12 a partir de 2014 4.4.13, 4.4.14, 4.4.15, 4.4.16 e 4.4.17- 2014 e 2015
24
Dimensão
Perguntas Importantes
Atividades Técnicas e Instrumentos
Indicadores
4. Compromisso Ambiental
4.4 - O que fazer para que a comunidade se comprometa com a preservação ambiental?
4.4.17 - Oficinas de preservação ambiental
4.4.14 - Bairro mais arborizado e conhecimento sobre o tipo de árvore pelos moradores 4.4.15 - Diversidade de mudas para serem utilizadas 4.4.16 - Morador identificado com cada árvore 4.4.17 - Aquisição de conhecimentos ambientais
4.5 - Como envolver as crianças na preservação ambiental?
4.5.1 - Utilização de pneus para cerco/plantio 4.5.2 - Oficina de tinta de terra 4.5.3 - Hortas mandalas 4.5.4 - Caminhada na mata 4.5.5 - Oficinas de jogos ambientais 4.5.6 - Identificar pessoas da comunidade para compartilhar suas vivências com as crianças 4.5.7 - Cine Clubes, em diversos espaços 4.5.8 - Histórias com temas do meio ambiente 4.5.9 - Criação de maquetes 4.5.10 - Embalagens de PET para pipoca 4.5.11 - Reciclagem de papel 4.5.12 - Criação de parques com material reciclável - exemplo, balanço com pneus
4.5.1 - Número de plantios realizados, diminuição de pneus 4.5.2 - Diversidade de produtos com tinta de terra; embelezamento de espaços 4.5.3 - Crianças reconhecerem as hortaliças, mudança no hábito alimentar 4.5.4 - Valorização da mata local, diminuição do desmatamento 4.5.5 - Número de jogos produzidos, utilização dos jogos 4.5.6 - Aumento de pessoas motivadas a contar histórias; valorização da memória local 4.5.7 - Formação do gosto pelo Cinema; aumento no número de espaços utilizados para exibições 4.5.8 - Criação de novas histórias 4.5.9 - Reconhecimento e respeito dos espaços locais 4.5.10 e 4.5.11 - Redução do lixo, aumento de reutilização de materiais 4.5.12 - Aumento de espaço de lazer, maior número de crianças brincando, lugares bem cuidados
Público-alvo
Comunidade Vargem Grande
Tempo | Responsável
4.5.1 a 4.5.10 2013 4.5.11 - 2014 4.5.12 - 2015
25
Perguntas Importantes
Atividades Técnicas e Instrumentos
4. Compromisso Ambiental
4.6 - Como impedir a caça de animais?
4.6.1 - Criação e produção de jogos sobre a fauna 4.6.2 - Divulgação da fauna e flora 4.6.3 - Livretos informativos, sobre os tipos de animais que temos e a importância deles estarem em seu habitat natural 4.6.4 - Formular peças de teatro para as crianças 4.6.5 - Paródias
4.6.1 - Número de jogos criados e mudança de comportamento 4.6.2 - Redução da compra e venda de animais 4.6.3 - Caçadores inibidos, valorização da vida 4.6.4 e 4.6.5 - Crianças participantes, comprometidas com o tema
Comunidade Vargem Grande
4.7.1 - Estímulo da coleta seletiva nas casas 4.7.2 - Oficinas de criação – reutilização das embalagens 4.7.3 - Oficinas de consumo consciente 4.7.4 - Oficina de alimentação alternativa e saudável 4.7.5 - Introduzir a prática do composto orgânico
4.7.1 a 4.7.4 - Mudança de atitude, redução do lixo
Comunidade Vargem Grande
2013/2014
4.8.1 - Hortas e jardins (plantio em grandes canteiros) 4.8.2 - Oficinas 4.8.3 - Rodas de conversas 4.8.4 - Áreas de lazer, praças, playground, campinhos, etc. 4.8.5 - Brinquedoteca alternativa 4.8.6 - Biblioteca
4.8.1 a 4.8.6 - Produtividade, embelezamento e melhor aproveitamento de espaços 4.8.2 - Frequência do público
Comunidade Vargem Grande
2013 / 2014/2015
4.7 - Como implantar a prática dos 3 R’s entre as famílias?
4.8 - De que forma podemos aproveitar os espaços vazios?
Indicadores
Público-alvo
Tempo | Responsável 2013
Dimensão
Crianças
4.7.5 - Não utilização de aditivos químicos nos plantios, alimentos saudáveis
26
Dimensão 4. Compromisso Ambiental
Perguntas Importantes
Atividades Técnicas e Instrumentos
Indicadores
Público-alvo
Tempo | Responsável 4.9.1 2014/2015
4.9 - Como criar espaços para lazer sem degradar o meio ambiente?
4.9.1 - Limpeza de terrenos vazios utilizando o espaço para plantio e campos de futebol 4.9.2 - Realização de rodas de conversa dentro destes espaços 4.9.3 - Passeios e trilhas ecológicas 4.9.4 - Entrevista com moradores para conhecer a fauna, flora e outros
4.9.1 e 4.9.2 - Presença e envolvimento da população na preservação desses espaços 4.9.3 - Valorização da região e reconhecimento do valor ecológico 4.9.4 - Resgate de histórias, dos saberes locais e valorização do potencial ambiental
Comunidade Vargem Grande
4.10 - Quais ações devemos realizar para acabar com o esgoto a céu aberto?
4.10.1 - Participação das reuniões que acontecem no bairro 4.10.2 - Organizar grupos para construção de MDI
4.10.1- Pessoas envolvidas com as questões do bairro 4.10.2 - Surgimento de formas alternativas de cuidar do esgoto
Comunidade Vargem Grande
2015
4.11 - O que fazer para que a comunidade tenha água com qualidade e abundância?
4.11.1 - Cuidado com as nascentes – uso consciente 4.11.2 - Orientação sobre doençascuidados. Ex.: dengue 4.11.3 - Captação de água da chuva 4.11.4 - Reutilização das águas de banho 4.11.5 - Utilização de filtros nas casas e fervura de água
Comunidade Vargem Grande
4.11.1, 4.11.2 e 4.11.5 - 2013
4.12 - Quais atitudes podemos tomar para evitar enchentes na nossa comunidade?
4.12.1 - Conscientizar as pessoas através de dinâmicas, brincadeiras 4.12.2 - Separar o “lixo” do lixo 4.12.3 - Participação comunitária em assembleia e reuniões para busca de soluções plausíveis para os problemas ambientais
4.11.1 - Nascentes protegidas 4.11.2 - Redução da incidência de doenças 4.11.3 - Todos com água para uso doméstico 4.11.4 - Números de captação montados, bom uso dos recursos naturais 4.11.5 - Redução de doenças de veiculação hídrica, consumo de água limpa 4.12.1 - Participação, conscientização e aprendizagem de formas de cuidados 4.12.2 - Lixo separado corretamente 4.12.3 - Participação comunitária, surgimento de formas alternativas de melhoria e cuidados com os espaços que alagam
Comunidade Vargem Grande
2013
4.9.2 a 4.9.4 2013 / 2014 / 2015
4.11.4 e 4.11.3 2015
27
Dimensão 5. Satisfação Econômica
Perguntas Importantes
Público-alvo
Tempo | Responsável 2015
Atividades Técnicas e Instrumentos
Indicadores
5.1 - Como podemos contribuir para a satisfação econômica da comunidade?
5.1.1 - Rodas de conversas e capacitação para pessoas que queiram abrir seu próprio negócio 5.1.2 - Oficinas de planejamento e estímulo da agricultura orgânica na comunidade 5.1.3 - Oficinas para conscientização do não desperdício - consumo consciente 5.1.4 - Gerar uma marca 5.1.5 - Criação de uma moeda local – Vargem Grande Saudável 5.1.6 - Implantação de Clube de Receitas
5.1.1 - Novos empreendimentos e perspectivas 5.1.2 - Produção orgânica dentro de Vargem Grande e comercialização 5.1.3 - Desperdício zero, valorização de produtos “ecologicamente corretos” 5.1.4 - Produtos bem identificados, valorização dos produtos locais 5.1.5 - Circulação de produtos, redução de compras fora do bairro 5.1.6 - Quantidade de receitas testadas, confecção de um livro com as receitas, venda dos pratos
Comunidade Vargem Grande
5.2 - Como o desenvolvimento regional sustentável pode gerar satisfação econômica?
5.2.1 - Capacitação de pessoas que queiram abrir seu próprio negócio 5.2.2 - Incentivo às pessoas a fazer plantio para seu próprio consumo 5.2.3 - Criar variedades comerciais (novos produtos) - Ex. Fabriquetas de Embalagens
5.2.1 - Surgimento de melhores oportunidades dentro do bairro, redução de pessoas que saem do bairro para trabalhar fora 5.2.2 - Alimentação de qualidade, produtos de boa qualidade para a comercialização 5.2.3 - Grupos de produção organizados
Comunidade Vargem Grande
2015
5.3 - Como podemos promover a satisfação econômica preservando o meio ambiente?
5.3.1 - Plantios de árvores frutíferas 5.3.2 - Criação de oficinas sustentáveis para jovens e adultos 5.3.3 - Promover participação em eventos culturais, sociais e econômicos
5.3.1 - Participação da comunidade 5.3.1 - Número de árvores plantadas 5.3.1 - Produção 5.3.2 - Participação Produção sustentável 5.3.3 - Frequência da comunidade
Comunidade Vargem Grande
2013 e 2014
28
Dimensão
Indicadores
Público-alvo
Tempo | Responsável 2015
Perguntas Importantes
Atividades Técnicas e Instrumentos
5.4 - Como aperfeiçoar a produtividade dos grupos e melhorar a satisfação econômica?
5.4.1 - Rodas de avaliação da qualidade dos produtos 5.4.2 - Elaboração de planilhas de custo 5.4.3 - Planos de divulgação 5.4.4 - Elaboração com o grupo de indicadores de controle de qualidade
5.4.1 e 5.4.2 - Produtos com boa qualidade, produção organizada e preços justos 5.4.3 - Comunidade conhecendo e consumindo produtos locais 5.4.4 - Apropriação de técnicas e ferramentas de gestão e controles da produção
Comunidade Vargem Grande
5.5 - De que forma a criação de uma Cooperativa pode trazer a satisfação econômica para o bairro?
5.5.1 - Realização de intercâmbios 5.5.2 - Buscar profissionais que ajudem a montar a Cooperativa 5.5.3 - Levantamento de Cooperativas já existentes e conhecer seu funcionamento – realização de intercâmbios
5.5.1 a 5.5.3 5.5.1 - Geração de renda e trabalho dentro do bairro 5.5.2 - Aumento da produção 5.5.3 - Envolvimento da comunidade
Comunidade Vargem Grande
2015
5.6 - Como encontrar novos mercados para os produtos do bairro e gerar satisfação econômica?
5.6.1 - Criar informativos 5.6.2 - Focar o produto que pretendemos levar para fora (avaliar, selecionar...) 5.6.3 - Participação em feiras e exposições 5.6.4 - Criação de Loja Virtual- estudo
5.6.1 a 5.6.4 - Aumento de consumo - Procura do produto
Comunidade Vargem Grande
2015
29
9.4 - Relatório - Oficina de Permacultura Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo Anna Lapini 31/03 a 11/04
1. INTRODUÇÃO Em 2014, o Projeto Vargem Grande Comunidade Saudável deu continuidade às ações já realizadas em 2013, optando por duas frentes estratégicas de ação para o alcance dos objetivos: a) Construção de quarteirões e ruas saudáveis, com nomes sugestivos de espécies da fauna e flora local. A ação favorece o fortalecimento das práticas de permacultura (*) com as famílias. b) Estabelecer parceria com o Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo Anna Lapini, para realização de formação de jovens em permacultura; instalação do viveiro de mudas; criação de pequenos animais e produção de alimentos. Este relatório refere-se à primeira formação em permacultura realizada no Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo Anna Lapini e Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento - CPCD. Esta parceria nasceu do desejo do CPCD de alavancar a produção de mudas para serem plantadas em Vargem Grande, formando mais pessoas que possam contribuir na construção de uma comunidade saudável; e do desejo da Ana Lapini em fortalecer as ações relacionadas às práticas agroecológicas que preservem o meio ambiente. O Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo Anna Lapini oferece cursos de formação profissional para jovens, dentre eles o curso de Meio Ambiente. A ação é de grande valia para a região, pois, a partir dele, os moradores dos bairros próximos a APA são formados profissionalmente. O curso teve início em 2009, com turmas nos períodos da manhã e tarde. Na oportunidade, criamos uma turma especial para a capacitação. Além dos estudantes do Anna Lapini, estiveram presentes Agentes de Desenvolvimento de Comunidades Saudáveis, agricultores da região e alguns jovens que frequentam a Biblioteca Comunitária Caminhos das Leituras. Esses jovens têm o interesse de aplicar as técnicas de permacultura em suas comunidades. As entidades atuam em uma região de APA – Área de Preservação Ambiental Capivari Monos, rica em mananciais, vegetação e grande potencial para a agricultura orgânica e turismo ecológico.
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Segundo o Plano Diretor Estratégico da cidade, prestes a ser votado pela Câmara Municipal, a região será enquadrada como zona rural da cidade, destinada, entre outras coisas, ao desenvolvimento da agricultura orgânica. O projeto de lei da criação do Polo de Ecoturismo trará incentivos fiscais para a região, além de estimular a organização de roteiros turísticos, hospedagens, artesanatos, comércio, linhas de ônibus e atrair empresas e diversos projetos sociais de desenvolvimento sustentável.
2. ATIVIDADES A metodologia utilizada na oficina ministrada pelo CPCD traz as pedagogias da roda, do brinquedo e do sabão - “Aprender Fazendo”. O coordenador estimulou o grupo contando um pouco de suas vivências e práticas com a permacultura no Vale do Jequitinhonha e dentro dos projetos realizados pelo Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento. As trocas de experiências proporcionaram enriquecedores diálogos entre o coordenadore os participantes. Todas as ideias foram expostas e analisadas, favorecendo a melhor execução do trabalho. 2.1 - Rodas de conversa Todos os dias, nós iniciamos os trabalhos com uma roda de conversa para apresentar as propostas e como as ações seriam feitas. Conversamos sempre sobre as experiências dos jovens dentro do Anna Lapini; o que plantavam e como. Percebemos a existência de várias experiências de plantio; algumas exitosas e outras não. Os espaços de APP estão bem demarcados e respeitados pelo grupo, com plantios de árvores nativas. O SAF – Sistema Agroflorestal - ainda é uma experiência que está no início. As árvores, com mais de um ano no terreno, ainda não se desenvolveram. Pressupomos que o principal motivo é o tipo de solo, pobre e arenoso. Durante a oficina, acertamos que novas covas serão cavadas assim que o composto estiver pronto. Nas covas, colocaremos muita matéria orgânica e biofertilizante, corrijindo o solo sem adição de componente químico. Todavia, torna-se relevante ressaltar que as árvores de outras regiões demoram mais tempo para se desenvolverem. Algumas crescem, mas não produzem frutos, como é o caso da mangueira, por ser uma árvore de região quente.
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No SAF, já foram plantadas as seguintes árvores: mandioca, jaca, manga, pitanga, mamão, lichia, banana, cana, acerola, caqui, urucum, abacate, abacaxi, morango, pinha, araçá, palmito, jussara, ingá, maracujá, jerivá, limão e laranja. Algumas delas já estão fortes e frondosas; outras ainda não obtiveram sucesso. 2.2 - Zoneamento da área - Construção de Croqui O primeiro passo para iniciar uma intervenção no espaço foi a construção de um croqui, criado pelo grupo. Assim, planejamos coletivamente o desenvolvimento das ações a serem realizadas no espaço dedicado para a agricultura dentro do CEDESP Anna Lapini. Para ampliar a compreensão e entendimento sobre o planejamento do espaço, o grupo aprendeu um pouco sobre zoneamento da propriedade: Zona 1 – Área próxima a casa, onde tem hortaliças, caixa de captação de água de chuva, banheiro seco, laguinhos e temperos; Zona 2 – Área destinada a frutíferos e pequenos animais; Zona 3 – Lavoura de grãos e mandioca; Zona 4 – Área de recuperação e formação de mata. Podem ser as florestas de alimentos; Zona 5 – Áreas que devem ser protegidas; áreas de reserva. Esta forma de organização, realizada no Sítio Maravilha – MG, privilegia a economia de energia humana. Consideramos como Casa Mãe a sala de aula e o galpão, destinados ao curso de Meio Ambiente da entidade; e, sucessivamente as zonas foram estabelecidas com algumas adequações, para que não fosse destruída nenhuma planta ou construção já existente. Após a roda de conversa sobre o zoneamento, o grupo foi subdivido para colocar em prática as técnicas aprendidas. Para demarcar cada zona, foram plantadas algumas espécies nativas, melhorando também o solo. Após o zoneamento da região, o grupo foi estimulado a pensar sobre qual seria o espaço ideal, tendo como base a formação de um local de referência permacultural. Para que a participação fosse unânime, dividimos os participantes em três grupos menoes:
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Grupo Beija – Flor -
Criar galinhas e coelhos, no espaço atrás do Almoxarifado
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Círculo de bananeira
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Banheiro seco/compostável, próximo à sala de aula
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Hortas verticais nas paredes do galpão
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Telhado verde no almoxarifado
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Implantação de galheiras para pássaros
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Ventilação natural (trazer o ar da mata para a sala)
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Dependurar plantas diversas
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Ampliar a horta
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Ampliar o viveiro
Grupo Sabiá -
No Sistema Agroflorestal – mais adubação verde, coroamento das mudas
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Mudar de lugar a composteira - onde ela está tem muita sombra e é necessário estar em local que bate sol
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Captação de água de chuva do telhado do galpão e sala
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Reboco natural da sala
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Horta em sacos
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Telhado verde no Almoxarifado
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Criação de coelho, codorna, preá
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Criação de galinhas perto da caixa d’água
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Produção e uso de biofertilizantes
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Controle de formigas
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Controle biológico da braquiária e capim rabo de burro
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Plantar hortaliça em maior escala
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Sistema de irrigação
Grupo Bem-Te-Vi -
Criação de galinhas próximo à caixa d’água
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No laguinho, berçário para peixes e alimentação com insetos, usando lâmpadas
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Telhado verde
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Mudança de lugar da composteira
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Hortas – fazer valetas de escoamento e leiras para cercar a água
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No viveiro – bebedouro para pássaros
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Pintura com tinta de terra na sala
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Após as apresentações, Celso, com sua experiência em permacultura, deu dicas de como deixar os jardins limpos e saudáveis. Ao final, foi escolhida uma comissão composta por três pessoas, uma de cada grupo, com a função de unificar as propostas em um novo croqui, colocado em anexo. Neste momento, o grupo planejou o que seria possível fazer durante as duas semanas de oficina: -
Reestruturação e ampliação da horta – mandalas e borboleta
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Aquisição e plantios de hortaliças
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Plantio de leguminosas e margaridão (correção de solo e produção de biomassa)
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Coroamento de mudas no SAF
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Captação de água de chuva
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Readequação e ampliação do viveiro de mudas
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Montar a estufa
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Plantio de sementes de hortaliças
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Composto orgânico - identificar onde tem esterco de gado/buscar /montar a nova pilha
2.3 - Reestruturação e ampliação das hortas Modelos de canteiros: mandalas, em nível, suspensa e borboleta Horta em Mandala (buraco de fechadura): Explicamos a todos as vantagens desse tipo de horta, pouco conhecida pela turma. Após explicação, várias pessoas resolveram substituir alguns canteiros tradicionais existentes por mandalas cercadas por bambus. Depois de prontas, as mandalas receberam mudas de beterraba, alface, salsa e morango. Horta em Nível: Uma boa parte do terreno destinada ao plantio é inclinada. Por isso, o grupo implantou os canteiros em nível, que lembram uma escada. Foram colocadas madeiras na parte mais baixa do canteiro. Essa tecnologia segura a terra, evitando erosão, principalmente, em dias de chuva. Horta Borboleta: É uma criação dos alunos do curso, mantida pelo grupo participante da capacitação. É uma forma de horta em nível, porém em formato da borboleta. Tal técnica foi reestruturada, cercada com bambus e uma parte com garrafas PET. Nessas hortas, nós plantamos couve. Horta Suspensa: Pensando nas várias possibilidades de aproveitamento de diferentes espaços e materiais, foram criadas as hortas suspensas em canos de construção e garrafas PET. Essa é uma 34
opção de plantio em locais de pouco espaço, como apartamentos e casas sem quintal. Dessa forma, é possível ter alimento saudável utilizando paredes, varandas, etc. Todos os canteiros criados e reavivados tiveram a terra afofada e receberam composto orgânico e cobertura com capim seco. O objetivo é prepará-los para as sementes já semeadas pelo grupo. 2.4 - Adubação verde e coroamento de mudas Infelizmente, as mudas plantadas no SAF desenvolveram-se com muita lentidão, provavelmente devido ao solo. Por isso, o grupo iniciou o coroamento, que consiste em chegar mais matéria orgânica ao redor das plantas. Celso pontuou que este coroamento pode ser melhorado, por exemplo, fofando a terra e aumentando seu diâmetro. Acrescentamos várias covas de leguminosas nos espaços (mucuna e feijão de porco). Já existem alguns pés de guandu. Priorizamos a adubação verde no local do SAF e no barranco próximo ao galpão; realizamos também algumas covas na APP - Área de Preservação Permanente. A adubação verde é uma prática muito utilizada por permacultores, que consiste em adicionar leguminosas na superfície do solo com a intenção de enriquecê-lo nutricionalmente. Na ocasião foram plantadas mucuna, feijão de porco e guandu, além de algumas leguminosas. Curiosidade sobre Adubação Verde: As leguminosas são plantas que contém em suas raízes bactérias do gênero Rizhobium. Essas bactérias são nitrificadoras (fixam o nitrogênio), elemento essencial à vida dos vegetais. Este tipo de planta enriquece o solo, já que as bactérias "sugam" o nitrogênio do ar e o transforma em sais nitrogenados essenciais ao solo e aos vegetais. 2.5 - Captação de água de chuva Já existia na entidade parte do material necessário para a captação da água de chuva – estruturas de calha, caixas de fibra e alguns suportes. Assim, o restante do material foi providenciado e, na segunda semana de oficina, três caixas, com capacidade de armazenar 3000 litros de água, foram construídas. Essa água será utilizada para irrigação e envio para o lago.
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Curiosidade sobre captação de água de chuva: Num telhado de 100m2, numa intensa chuva, desperdiça-se até 15 m3 de água que poderiam ser armazenados e reaproveitados, evitando assim a erosão do solo e economizando recursos financeiros. 2.6 - Readequação e ampliação do viveiro de mudas Após algumas rodas de conversa, optamos pela ampliação do viveiro já existente no local. A parceria entre o CPCD e Anna Lapini promove o fornecimento de mudas de hortaliças e árvores nativas e ornamentais para o trabalho desenvolvido nos quadrantes de Vargem Grande. Assim que a nova estrutura dos viveiros ficou pronta, iniciamos uma campanha em todo o Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo Anna Lapini para arrecadação de caixas de leite. As caixinhas servirão para plantio das sementes e, consequentemente, produção das mudas. 2.7 - Montagem da estufa A construção de uma estufa fez-se necessária, devido à grande frequência de chuva na região. Dessa maneira, com a estufa, as plantas terão temperatura ideal para o seu desenvolvimento, chegando rapidamente ao ponto de mudas e passando a ser utilizadas na região. 2.8 - Composto orgânico A composteira estava situada em um local inaproriado. Dessa forma, a colocamos próxima à estufa e o viveiro. Essa composteira é de grande importância para dar destinação correta aos restos de alimentos produzidos diariamente nas refeições dos estudantes e funcionários do Anna Lapini. Ou seja, esses alimentos que seriam descartados no lixo comum, servem para produção de terra adubada, utilizada nas hortas e canteiros. Para ter uma terra de melhor qualidade, adubaremos o solo com esterco de gado. 2.9 - Georreferenciamento Todas as práticas criadas e modificadas foram georreferenciadas, como forma de monitoramento permanente das atividades desenvolvidas no CEDESP Anna Lapini. Dessa maneira, será possível um melhor acompanhamento para definir o rumo dos trabalhos. 36
3. INDICADORES DE ÊXITO 3.1 - Indicadores Qualitativos A parceria estabelecida veio em um importante momento para as duas instituições, visto que o curso de Meio Ambiente estava sem nenhuma parceria específica para o seu desenvolvimento. As turmas, até então, participavam somente de aulas teóricas, pois algumas práticas existentes não estavam em funcionamento, como, por exemplo, o viveiro de mudas. O Projeto Vargem Grande Comunidade Saudável vê este momento como período de fortalecimento das ações desenvolvidas no bairro e fonte de aprendizagem e disseminação das tecnologias do CPCD. Felizmente, aconteceram interessantes mudanças no dia a dia no CEDESP Anna Lapini; toda a instituição tem olhado o espaço de forma diferenciada. Professores, estudantes, funcionários em geral, vão ao local observar as mudanças ocorridas e mostram grande interesse. Para que o trabalho ocorra da melhor forma possível, o Agente de Desenvolvimento de Comunidade Saudável, Wendel Alves dos Santos, vem realizando a formação continuada com os estudantes do curso de Meio Ambiente. A ação promove oficinas práticas, pelo menos duas vezes por semana, mantendo as hortas e espiral de ervas em pleno funcionamento. As cozinheiras utilizam a produção da horta e espiral de ervas para a alimentação local. Já utilizamos alface, salsinha, coentro e manjericão; algo que não ocorria anteriormente.
3.2 - Indicadores Quantitativos
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4 hortas em mandala;
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1 horta em borboleta;
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1 horta em nível;
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2 bananeiras;
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3 abacaxis;
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5 dúzias de beterraba;
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5 dúzias de alface;
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5 dúzias de salsa;
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1 espiral de ervas;
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2 viveiros de mudas;
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1 estufa; 37
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1 zoneamento do espaço;
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31 pessoas formadas;
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Colheita de 25 pés de alfaces, 5 molhos de salsa, 5 molhos de manjericão, 1 molho de couve, 110 caixinhas preparadas para receber sementes;
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80 horas de formação em permacultura;
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1 croqui de antes e depois.
4. INDICADORES DE DIFICULDADE No primeiro momento, foi necessário adequar os horários de funcionamento do CEDESP Anna Lapini às ações do projeto, sempre respeitando os intervalos, refeições e saída da turma. Certos estudantes não têm o mesmo desejo e empenho que outros. Por não estarem habituados às aulas práticas, alguns se mostravam sem interesse e desmotivavam o restante do grupo.
5. PRÓXIMOS PASSOS Diariamente o ADCS Wendel Alves dos Santos vai ao local para cuidar das hortas, espiral, viveiro e estufa e sempre conta com o apoio dos estudantes do curso de Meio Ambiente. A Coordenadora local está bem presente e participa de todas as realizações. Nossos próximos passos são: Aumento da produção de alimentos; Pleno funcionamento da estufa e do viveiro de mudas; Pintura do espaço com a tecnologia da tinta de terra.
6. REFLEXÃO As parcerias são de suma importância. A instituição local, CEDESP Anna Lapini, mostra-se aberta a novas propostas e o Projeto Vargem Grande Comunidade Saudável, cada vez mais, apropria-se das técnicas de permacultura.
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7. DEPOIMENTOS “Para mim, foi uma satisfação muito grande, conhecer as pessoas, trocar, crescer juntos. Poder trazer minha experiência num lugar tão maravilhoso! Isso aqui não é para quem quer... É para quem merece! E vocês são merecedores!” Celso Souza, 47 anos Permacultor
“A semana foi ótima! Foi bom renovar os conhecimentos e praticar. Em pouco tempo, vi mudanças no lugar. Todos participaram com dedicação. Dá pra ver que esse projeto veio para somar.” Fabiola Cardoso de Moura Soares, 22 anos
“Gostei da semana porque aprendi coisas que nem imaginava que existiam. Teve muita interatividade!” Aliane de Oliveira Lima, 15 anos
“Nossa vida é sempre um aprender! Nossas experiências garantem isso. Estou com calo na mão, braço doendo; mas, tudo valeu a pena!” Bruna Alves de Faria, 15 anos
“Tinha bastante coisa que eu já sabia. Mas, aprendi muitas outras! Gostei de ver a horta ser ativada em menos de três dias. Espero que esse projeto continue por aqui.” Bruna Coutinho da Silva, 18 anos
“Gostei muito do curso! Foi bem organizado e os jovens trabalharam alegres. Nunca tinha visto uma mandala... Aprendi e vou fazer na minha chácara, na parte que o terreno não é muito fértil.” Osvaldo José de Oliveira, 67 anos
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8. Pedagogias Educacionais - Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento - CPCD - A PEDAGOGIA DA RODA: a pedagogia da roda privilegia o diálogo e a não-exclusão. A matéria-prima de todo o processo de aprendizagem são as pessoas - seus saberes, fazeres e quereres -, pois a educação é algo que só acontece no plural. Cada um é sujeito da aprendizagem com suas diferenças e experiências de vida, contribuindo com sua formação e a dos demais componentes da roda, em um espaço horizontal e igualitário. A pedagogia da roda nos ensinou que “um ponto de vista é a vista a partir de um ponto.” Cada pessoa é única porque sua perspectiva também é única. Dessa maneira, aprender a olhar o mundo pelo olhar dos outros melhora o nosso próprio olhar. Na roda, Educadores e Educandos são aprendizes permanentes, fortalecendo as identidades culturais locais e o espírito comunitário. “A roda roda e rola. A roda roda e para. A roda é o símbolo da parceria. É o espaço onde a conversa rola” - A PEDAGOGIA DO BRINQUEDO: a pedagogia do brinquedo surgiu como resposta à seguinte pergunta: “será que as pessoas - crianças e adultos - podem aprender tudo o que precisam aprender, no seu tempo e no seu ritmo, sempre alegremente?” A pedagogia do brinquedo respondeu que sim! Aprender e ensinar brincando traz em si toda a riqueza de possibilidades de relacionamento e companheirismo, socialização e troca de experiências, conhecimento do outro e respeito às diferenças, desejos e visões de mundo - elementos essenciais para construção de uma relação plural entre Educadores e Educandos. Essa, portanto, é a condição básica para existência de uma prática educativa de qualidade e para a descoberta e apropriação do “mundo dos saberes, dos fazeres e dos quereres” de toda a comunidade. - A PEDAGOGIA DO SABÃO: a pedagogia do sabão é resultado do “aprender fazendo”, partindo do “inconsciente coletivo” das pessoas, recuperando práticas tradicionais e incorporando novos valores. Nessse processo, utiliza-se os saberes e fazeres culturais dos participantes como matéria-prima de ações pedagógicas, trabalhando com soluções e alternativas que integram satisfação econômica, valores humanos e culturais, compromisso ambiental e empoderamento comunitário. A lógica da pedagogia do sabão, nada mais é do que a apropriação e adaptação de tecnologias de baixo custo ou de custo zero, que podem ser replicadas em qualquer comunidade.
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- A PEDAGOGIA DO ABRAÇO: nós do CPCD nos tornamos, teimosa e ousadamente, inventores de pedagogias:
primeiro a pedagogia da roda, depois a pedagogia do brinquedo, em seguida a
pedagogia do sabão. Atualmente, incluímos também a pedagogia do abraço, que desenvolve o espírito solidário e afetivo nos grupos sociais, rompendo com a ideologia do autodesprezo que contamina e subjulga, principalmente, discriminados e miserabilizados. A pedagogia do abraço tem como premissa o investimento na afetividade - palavras, atitudes, afetos e “cafunés pedagógicos” - fazendo das gentilezas, uma grande riqueza. A sua aplicação dentro dos projetos educacionais e comunitários possibilita a melhoria da comunicação e a inclusão social, estimula a participação, a formação da identidade e o fortalecimento da autoestima, além de reduzir as diversas formas de violência, favorecendo a integração da equipe. - A PEDAGOGIA DO COPO CHEIO: o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH - mede as carências, o lado “vazio do copo”. Por isso, optamos por trabalhar, estrategicamente, com o IPDH - Índice de Potencial de Desenvolvimento Humano - que mede as fortalezas, o lado “cheio do copo”, que é formado pela capacidade de Acolhimento, de Convivência, de Aprendizagem e de Oportunidade de uma comunidade. As iniciais destas palavras formam a ACAO, expressão e palavra-síntese do trabalho a ser desenvolvido. Olhar a comunidade não por suas carências, mas pela sua potencialidade é construir um novo paradigma, um novo jeito pensar e atuar. Investir e maximizar os potenciais de “AÇÃO” é a nova estratégia. Aprender os “Pontos Luminosos” e transformá-los em “feixes de luz e calor”, é compromisso de toda a equipe.
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9. Relatório Projeto Vargem Grande Comunidade Saudável Formação em permacultura urbana - Abril de 2014
1. INTRODUÇÃO No período de 07 a 15 de abril aconteceu em Vargem Grande a oficina de permacultura urbana, com o grupo de Agentes de Desenvolvimento de Comunidades Saudáveis – ADCS’s. A permacultura propõe uma ética de cuidado com a terra e as pessoas, com ações práticas de como planejar a casa, os quintais e as cidades, aproveitando tudo o que a natureza nos oferece e criando conexões sustentáveis entre as pessoas e o planeta. A permacultura, portanto, aproveita todos os recursos disponíveis e faz uso da maior quantidade de maneiras possíveis de se aproveitar cada elemento presente na composição natural do espaço. Mesmo os excedentes e resíduos produzidos por plantas, animais e atividades humanas são utilizados para beneficiar outras partes do sistema. Em Vargem Grande, a permacultura urbana acontece com objetivo de transformar os espaços em áreas produtivas através da aplicação de tecnologias (produção de mudas, composto orgânico doméstico, produção de alimentos em pequenos espaços, utilização de formas alternativas para canteiros de hortaliças, ervas, flores),
biofertilizantes, espiral de ervas e aproveitamento de água.
Assim, objetivamos a construção de quintais vivos, capazes de oferecer às famílias uma melhor qualidade de vida através dos plantios feitos conforme a realidade de cada terreno.
2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 2.1 - Roda de apresentação e combinados com equipe de ADCS’s. No início da semana aconteceu o encontro com a equipe de Vargem Grande. Em um primeiro momento, os participantes apresentaram-se uns aos outros. Durante o bate-papo, conversamos sobre o trabalho realizado em Vargem Grande, suas dificuldades e desafios. Na oportunidade, mostramos um slide com fotos dos avanços apresentados em Araçuaí. Assim, os presentes compreenderam que a própria comunidade pode trabalhar para a reestruturação do ambiente.
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2.2 - Hortas suspensas Para quem deseja praticar a permacultura urbana, uma horta caseira é indispensável! Não é necessário ter um terreno; basta utilizar materiais como pneus, garrafas PET, bacias ou qualquer outro tipo de material capaz de ser transformado em um canteiro suspenso. Nos quintais de Vargem Grande, aos poucos, realizamos as atividades das hortas suspensas. Aqui, os quintais são pequenos, o que favorece a disseminação desse tipo de canteiro. Na casa de D. Shirley, aconteceu a oficina de permacultura urbana. O objetivo é oferecer à família diversos microclimas, favorecendo a associação entre várias culturas de alimentos - temperos, ervas medicinais e flores. Durante a oficina, construímos canteiros suspensos usando garrafas PET. Neles, foram plantadas ervas medicinais e plantas ornamentais. No canteiro tipo girau, feito com sobras de madeira, plantamos algumas hortaliças para o consumo da família. A empolgação da D. Shirley é muito positiva. Ela está animada com as novidades realizadas pelo projeto e ajuda-nos a divulgar as ações. Em breve, realizaremos na casa a pintura com tinta de terra. Dessa maneira, a residência de D. Shirley será mais um espeço de referência, transformado com tecnologia de baixo custo e viável para as pessoas e meio ambiente. 2.3 - Casa modelo A Casa Modelo também foi um espaço que passou por mudanças significativas. Em suma, as ações realizadas no local objetivaram a criação de um espaço repleto de tecnologias sustentáveis. Iniciamos o trabalho com a limpeza do quintal; fizemos a capina para retirada do excesso de mato e os entulhos foram separados para cercar mandalas e outras plantas existentes no local. Aproveitando o mato da capina, montamos uma pilha de composto orgânico. O composto é um fertilizante natural, onde microrganismos convertem matéria orgânica morta em húmus. Para a formação do composto, torna-se necessária a utilização de duas coberturas.
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A cobertura vegetal fresca: Libera nitrogênio Adiciona umidade a pilha A cobertura vegetal seca: Libera carbono Deixa espaço de ar com a reviragem regular da pilha. Para empilhar o composto, o espaço deve ser preparado: 1. Colocar uma camada do material seco em um local apropriado na hora 2. Em cima, colocar uma camada de cobertura fresca e esterco de vaca ou cavalo 3. Repitir estes passos até formar uma pilha de 1m de altura 4. Molhar a leira sem encharcar O ideal é revirar a pilha semanalmente, permitindo a entrada de ar. O composto fica pronto para ser utilizado em canteiros e mudas em, aproximadamente, 24 ou 30 dias. Observações: Caso o composto não esteja esquentando, é necessário fazer uma revirada, acrescentando folhas verdes e adubo fresco de gado, cavalo ou galinha. Nunca se deve colocar no composto fezes de animais domésticos, como cães e gatos, pois as mesmas podem conter doenças. Quanto maior a diversidade do material utilizado, melhor será a qualidade do composto. Por isso, é fundamental diversificar, tanto as coberturas vegetais secas, quanto as verdes.
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2.4 - Canteiro mandala Duas mandalas foram construídas, reaproveitando as sobras de pedras encontradas no próprio quintal. A mandala menor tem o formato fechadura e a outra o formato de uma flor. No canteiro fechadura serão plantadas hortaliças como couve, cebolinha e coentro. Na outra, que fica próxima à porta da cozinha, será plantada uma grande diversidade de flores, deixando o quintal ornamentado. Como a terra está empobrecida, colocamos folhas secas e um pouco de esterco para preparar o solo para o plantio. A horta mandala tem raiz no movimento da permacultura, cujos pilares são o cuidado com a terra, com as pessoas e a partilha dos excedentes. A horta em círculo segue a teoria de que, na natureza, todas as formas são arredondadas, além de deixar os espaços mais harmoniosos, facilitando o manejo diário, a irrigação e a colheita. O grande valor da permacultura é promover permanentemente o melhoramento da terra. Ao invés de mero suporte para a planta, o solo será sua fonte de nutrição. Reaproveitando o restante das pedras, construímos bordaduras em torno de todas as plantas, protegendo-as. 2.5 - Jardim em Pneus Para os plantios de ervas medicinais e plantas ornamentais usamos os jardins em pneus. O objetivo é deixar o espaço bonito e com plantas diversificadas. A grande quantidade de pneus descartados de forma inadequada nos motivou a realizar a ação, capaz de minimizar impactos ambientais negativos ao meio ambiente. Assim, também incentivamos as pessoas a cultivar, construindo seus canteiros com algo disponível na comunidade. Pelo lado de fora do muro, os pneus foram usados para plantios de plantas de jardim, juntamente com a pintura da tinta de terra; o que deu um contraste bonito e tornou o espaço bem atrativo. Pelo lado de dentro, plantamos mudas de capim cidreira, confrei, coração magoado, entre outras. Essa intervenção contribuiu para deixar a entrada da casa modificada. Portanto, com o uso dos pneus, mostramos aos participantes que é possível usar o material disponível em nosso meio para elevar o potencial dos quintais de Vargem Grande, sempre gerando qualidade de vida para todos.
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2.6 - Pintura com tinta de terra A pintura com tinta de terra foi realizada em algumas paredes da casa e pelo lado de fora do muro. Essa atividade desperta a curiosidade das pessoas. Muitos conferem se a tinta é feita de terra, pois não acreditam na beleza das cores. Assim, fica fácil agendar com os moradores as pinturas em suas casas. A terra é natural e embeleza cada canto da comunidade, sem agredir a saúde das pessoas e o meio ambiente. Além do mais, é de baixo custo e pode ser encontrada em muitos lugares. Para se transformar em tinta, a terra deve ser preparada. O gel de cactos e o grude de goma auxiliam na fixação da cor. Em Vargem Grande, usamos cola branca, uma alternativa que fixa a terra na parede com maior durabilidade - como a chuva é constante na região, a cola é o material indicado para as pinturas. O grupo de Agentes de Desenvolvimentos de Comunidades Saudáveis domina bem essa prática e, a cada dia, consegue uma maior variedade de cores. Na Escola Estadual Airton Sena, realizamos com os alunos uma oficina de pintura em cartões. Agora, o próximo passo é pintar o muro da escola, com a participação dos alunos, professores e equipe de Vargem Grande. Manuseando as pinturas nos cartões, as crianças conheceram sobre as cores e qual a melhor forma de fazer uma pintura bonita. 2.7 - Clube do Vídeo Trabalhar a formação do grupo é de fundamental importância para atingirmos os objetivos propostos. Nas rodas, refletimos sobre as ações realizadas, reforçando o trabalho em equipe. Discutir, planejar, avaliar as atividades é um exercício contínuo, capaz de fortalecer as propostas e provocar maior mobilização comunitária. Para contribuir com a formação do grupo, assistimos ao filme “A Cor Púrpura”. Após a apresentação, aproveitamos o momento para detaber alguns temas apresentados no vídeo, como relacionamento interpessoal, motivação, percepção e a alfabetização através das placas. A cada filme, os participantes são levados a avaliar a própria vida, favorecendo diálogos responsáveis e fazendo a diferença na comunidade.
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3. INDICADORES DE ÊXITOS 3.1 - Indices Qualitativos
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Maior participação das parcerias locais e articulação conjunta;
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Conhecimento;
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Aprendizagem;
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Locais modificados;
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Difusão de conhecimentos nas comunidades;
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Melhor apropriação das tecnologias experimentadas;
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Mais alegria, participação e envolvimento;
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Participação dos alunos nas pinturas em cartão com tinta de terra;
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Troca de conhecimento;
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Mudanças de hábitos, conceitos e atitudes;
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Maior reaproveitamento dos recursos disponíveis (pneus, madeiras e garrafas PET);
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Troca de saberes e experiência;
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Locais embelezados.
4. DIFICULDADES ENCONTRADAS -
A falta de iniciativa de alguns participantes do grupo na realização das atividades dificulta o desenrolar das mesmas;
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A chuva atrapalhou a realização de algumas ações, como pintura no muro da escola e permacultura urbana em algumas casas;
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Falta de planejamento e organização do material para execução das atividades nas casas.
5. BREVE SÍNTESE Contribuir com o trabalho em Vargem Grande é de suma importância para conseguirmos concretizar os objetivos propostos. São muitos desafios, mas os instrumentos de trabalho disponíveis nos permitem avaliar e fazer correções de rumo, tornando o local realmente sustentável.
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6. ANEXO DEPOIMENTOS “A semana de formação foi bastante produtiva! Usamos algumas práticas já conhecidas, porém de uma maneira diferente. Isso nos faz mudar o nosso jeito de pensar e agir dentro da comunidade.” Danilo Jesus Pereira, ADCS
“As atividades desenvolvidas durante a oficina foram interessantes. Sr. Gabriel não acreditou como o quintal ficou modificado! O Sr. José passou a mão para conferir se realmente a tinta era de terra... Ele até já marcou a pintura do muro de sua casa! Sofia, uma menininha da casa vizinha, veio regar as mudinhas e falou que vai continuar molhando-as todos os dias. Esse foi um movimento que gerou encantamento em todas as pessoas que nos observavam.” Raquel Maria da Silva Chagas, ADCS
“A D. Shirley se mostrou muito agradecida. Ela está cheia de ideias também! Já está pensando até em vender os seus produtos. Realizamos na casa dela uma horta em giral e também duas hortas suspensas para ela plantar flores.” Maria Patrícia Araújo de França Ribeiro, ADCS
“Eu gostei muito dessa formação... Foi mais uma aprendizagem que vou levar e oferecer para a minha comunidade. A transformação da casa foi linda! Com certeza chamou a atenção dos vizinhos e também de quem passava pela rua.” Cleide Nunes Jacarandá, ADCS
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