Trabalho Final de Graduação

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agosto | 2017

Trabalho final de graduação

ARQUITETURA E URBANISMO

CONTRA P O N T O

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Trabalho final de graduação em Arquitetura e urbanismo EAU - Escola de Arquitetura e Urbanismo UFF - Universidade Federal Fluminense

Formanda: Camila Quevedo dos Santos Membros da banca avaliadora: Gerônimo Leitão (Professor Orientador) Guilherme Figueiredo (Supervisor de trabalho final) Rogério Cardeman (Arquiteto convidado)

CONTRAPONTO Estudo preliminar de habitação multifamiliar no bairro do Recreio dos Bandeirantes - Rio de Janeiro - RJ Niterói, 2013


Apresentação Nesta revista digital eu trago uma adaptação do meu trabalho final de graduação para o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF). O trabalho foi desenvolvido ao longo do segundo semestre de 2013 e apresentado em Março de 2014, e traz o resultado de seis densos anos de absorção, construção e acumulação de conhecimento. Ele é a tradução material de um crescimento profissional e intelectual que estava apenas começando e que amadurece continuamente, assim como a academia - e sobretudo essa escola - me ensinou: nenhum conhecimento basta e nenhum conhecimento está pleno. Essa é a grande virtude que pude tirar de todos os mestres e colegas que fizeram parte do caminho que percorri desde o ingresso na universidade até a graduação. O trabalho que publico nesta revista é um projeto arquitetônico de habitação residencial multifamiliar e ao mesmo tempo um debate a respeito da qualidade arquitetônica deste tipo de produto imobiliário encontrado atualmente no estado do Rio de Janeiro. Expressa uma discussão sobre os desdobramentos da reprodução desse produto para a identidade das cidades e, através da proposta projetual a nível de estudo preliminar, confronta essa produção sem abrir mão de se adequar às demandas do mercado consumidor. É importante ressaltar que o cenário econômico do período em que este trabalho foi desenvolvido não corresponde com a atualidade. Quando este trabalho começou a ser idealizado o Brasil, e principalmente o estado do Rio de Janeiro, viviam o boom imobiliário e grande prosperidade econômica. Alguns trechos podem parecer um tanto irreais ao lê-los hoje, em plena recessão. Por uma questão de escala, abri mão de publicar os desenhos técnicos de anteprojeto que foram entregues. A visualização plena e detalhada destes desenhos exigiria uma revista de dimensões inviáveis. Por isso aqui estou dando ênfase ao conceito, ao partido e ao estudo preliminar como fase final de projeto. Para o bem ou para o mal, a confecção desta revista não contou com qualquer alteração no produto - tanto teórico quanto projetual - que foi entregue em 2014. A teoria, o projeto, as imagens e as conclusões são as mesmas que foram produzidas e impressas há quatro anos. Tenho a intenção de mostrar, com honestidade, aquilo que pude produzir para concluir a graduação, aos 24 anos. Camila Quevedo Agosto de 2017

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“...os empreendimentos avultam e o lucro se impõe, como é natural, já que é a mola propulsora do sistema; apesar da imensidão, todos se apegam a um artificioso valor do metro quadrado de chão; oneram-se assim os projetos e a arquitetura se abstém.” 4 | Contraponto

(Lúcio Costa sobre a Barra da Tijuca, 1977)


Sumário 06| Justificativa

As questões que motivaram a escolha do tema deste trabalho

Análise do mercado imobiliário 10| Mercado imobiliário

Panorama geral do mercado imobiliário e aspectos do mercado imobiliário do Rio de Janeiro

14| Tipologias predominantes

Tipos de unidades residenciais mais produzidas e vendidas

18| Consequências

A produção seral de arquitetura e o tipo de cidades que estamos construindo

Projeto de arquitetura 18| Terreno escolhido Justificativa e descrição do terreno escolhido

20| Memorial descritivo

Descrição do projeto que se propõe a contestar a atual produção imobiliária do estado do Rio de Janeiro

22| Referências

Referências imagéticas e conceituais que orientaram e influenciaram este projeto

24| Partido

Apresentação do partido arquitetônico do projeto

26| Estudo preliminar

Desenhos finais humanizados do projeto

42| Referências bibliográficas


Vista do Canal das Taxas e Pedra do Pontal, ao fundo. Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro - RJ - 2013

Justificativa e objetivos Se lançarmos um olhar à paisagem urbana do Rio de Janeiro, principalmente nas regiões de urbanização mais recente, veremos uma imagem pasteurizada e demasiadamente homogênea, com prédios nas mesmas cores, sistema construtivo, revestimentos e concepção formal. A sensação é de estar sempre olhando para réplicas de um mesmo objeto. Acontece que os edifícios residenciais construídos e comercializados atualmente não passam mais pela etapa de concepção arquitetônica: o que há é a reprodução em larga escala e irrefletida de um tipo de edifício que teve boa aceitação no mercado.

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Esse contexto fez do arquiteto a máquina de produção massiva de um produto já conhecido, exportado sem variação para qualquer ambiente e qualquer consumidor. A qualidade do produto final entregue é discutível.

realidades culturais geográficas do local em que é implantado.

Essa arquitetura residencial é consumida sem dificuldades e não tem encontrado resistência no mercado imobiliário. Sua reprodução, então faz todo sentido e se justifica: produção serial de produto cujo consumo é garantido gera lucro indubitável.

Esses projetos a que me refiro são produzidos quase idênticos para diferentes ambientes e consumidores. Também possuem variados preços por m², dependendo do local onde será construído e a que público se destina. Por essa razão não podemos aferir que a pouca variação no produto esteja relacionada ao custo final do imóvel e à faixa de renda do consumidor: todas as classes sociais estão na lista.

Mas é possível e necessário refletir sobre a apresentação de outras possibilidades. É papel do arquiteto discutir a viabilidade de se apresentar um produto novo, contemporâneo e adequado às

São Paulo tem o mercado imobiliário tão aquecido quanto o Rio de Janeiro, no entanto, conseguimos ver bons exemplares de arquitetura residencial destinados à variadas classes sociais.


Assim, o questionamento óbvio é: por que será que a preocupação com a qualidade do projeto arquitetônico não atingiu a produção imobiliária carioca? O carioca não está pronto para consumir um produto arquitetônico diferenciado ou este produto sequer lhe foi apresentado? Será possível, dentro das limitações impostas pela legislação edilícia, produzir algo diferente? Esses questionamentos são o motor deste trabalho. A discussão da qualidade da produção imobiliária residencial do estado do Rio de Janeiro, com causas e consequências, é detalhada e confrontada através de uma proposta projetual. Esse trabalho apresenta um projeto arquitetônico inovador em

Condomínio Ginerny, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro - RJ. Lançamento em 2013

relação ao que é comercializado atualmente, que traz informação de arquitetura resultante de uma reflexão pela busca de qualidade na configuração espacial e

estética do edifício, considerando todas as possíveis limitações impostas ao espaço, seja pela legislação, seja pelas demandas do mercado e do marketing.n

Contraponto | 7 Edifícios na orla da praia de Boa Viagem, Niterói - 2013


Parte 1 10| Panorama geral do mercado imobiliário

Resenha sobre aspectos do mercado imobiliário e da expansão urbana brasileira

10| Mercado imobiliário do Rio de Janeiro

Tendências de expansão imobiliária da cidade, ranking de produção, negociação e vendas por bairro e valor do metro quadrado residencial por bairro

14| Tipologias predominantes

Tipos de unidades residenciais mais produzidas e vendidas

15| Produção serial de arquitetura

Fatores que influenciam a atual produção imobiliária e as consequências na qualidade dos projetos e na produção de cidades

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breve anรกlise do mercado imobiliรกrio

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Mercado imobiliário Panorama geral Desde 2005 o mercado imobiliário brasileiro vem vivenciando um forte crescimento, apoiado principalmente em um cenário de estabilidade econômica e em políticas de incentivo ao crédito imobiliário. O preço dos imóveis tem subido continuamente e, embora esse aumento tenha se tornado mais significativo a partir de 2008, ele já dura em torno de uma década. 2008 foi marcante porque a crise econômica mundial influenciou o mercado imobiliário ao gerar desconfiança nos investidores com os ativos financeiros. Assim deixaram de lado os investimentos nos fundos e aplicações e os substituíram por investimentos materiais: imóveis, ouro, obras de arte, etc. Esses últimos dez anos foram marcados por várias políticas de facilitação nas transações imobiliárias, com o aumento dos prazos de financiamento e com a

criação do programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV). Houve também expressiva queda dos juros, que chegaram ao menor patamar da história, o que facilitou o acesso de grande parcela da população ao crédito imobiliário além de ter aumentado a capacidade de compra dos pequenos investidores. A mudança ocorrida no perfil da população brasileira nos últimos anos também interferiu diretamente nas relações de compra e venda de imóveis. A ascensão econômica da classe média tem grande contribuição nas transações. As mudanças na estrutura e no planejamento familiar também movimentaram o mercado com as buscas por imóveis para pessoas solteiras ou famílias menores, alavancando o potencial do mercado imobiliário, e demandando disponibilização de novos tipos de unidades para venda. Soma-se a este cenário o déficit habitacional brasileiro. São aproximadamente

5,5 milhões de famílias sem habitação, que não permite que os preços dos imóveis reduzam de maneira significativa. Assim o Brasil entrou para a segunda posição na lista dos melhores mercados imobiliários do mundo. São Paulo e Rio de Janeiro são as maiores cidades e as mais densamente povoadas no Brasil. Possuem, de acordo com o IBGE, as mais expressivas participações no PIB brasileiro (acima de 40% ao ano de forma combinada em 2005), e por isso são os maiores mercados imobiliários do país. Em São Paulo o mercado imobiliário é caracterizado por ser fragmentado, tanto na forma geográfica como nos setores econômicos. Enquanto isso, o do Rio de Janeiro se destaca pela escassez de terrenos disponíveis para construção, dificultada pelas condições geográficas adversas da cidade repleta de morros, lagoas e praias. Os escassos terrenos remanescentes, apresentam limitações para

Tabela Flipzap Agosto/2013: Maiores e menores preços (R$/m²) em


O Rio de Janeiro passou por um momento de desvalorização pelo esvaziamento econômico nos anos 90 e pela violência. Neste período, seu metro quadrado estava entre os 50 mais caros do mundo. Nos dois últimos anos (2011 e 2012), cresceu para um dos 5 mais caros do mundo.

construção e valores de difícil viabilidade econômica. Desse modo o estado vem experienciando uma nova forma de crescimento imobiliário e expansão urbana.

que aqueceram a procura por moradia nas regiões de extração, tanto por pessoas vindas de outros estados, quanto por pessoas vindas de outros países.

Rio de Janeiro

Com os megaeventos e as descobertas e desenvolvimento no setor petrolífero há muito investimento do setor público no Estado do Rio de Janeiro, concentrados em implantação, expansão e modernização do parque fabril e infraestrutura das cidades. Estes investimentos são os grandes propulsores atuais da economia do estado e do setor da construção civil, já que intensificam a demanda por unidades residenciais e comerciais.

Quando falamos de Rio de Janeiro e de cidades que sediarão a copa do mundo, devemos adicionar ao cenário imobiliário descrito outros elementos influenciadores, principalmente os investimento em infraestrutura urbana e redesenho da paisagem, cujo intuito é atrair o interesse dos investidores no mercado imobiliário e turístico, por exemplo: -Instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP);

-BRT’s e linhas de metrô.

O PIB do estado no setor imobiliário, registrado em 2012, passou R$ 170 bilhões por ano e fez com que o mercado se movimentasse ainda mais. Estima-se que de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões desse total veio do capital estrangeiro.

Há também o crescimento da indústria petrolífera e o surgimento de novos portos de extração de petróleo

A capital carioca Agora, falando especificamente da capital fluminense, a supervalorização e a

-Reformas urbanas (Porto Maravilha, no Rio, Operação Urbana Consorciada (OUC), em Niterói, etc;

São Paulo e no Rio de Janeiro segundo ponderação

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possível bolha imobiliária estão relacionadas a um outro fator que não vemos nas outras cidades: a escassez de lotes disponíveis para renovação e verticalização. As regiões já consolidadas da cidade se encontram com estoque limitado, não havendo possibilidade de construir novos imóveis. Para imóveis corporativos, o maior estoque ainda está no centro da cidade por consequência de sua constituição geográfica: a existência de diversas barreiras físicas naturais (tais como morros e mar) impedem o crescimento comercial em outras direções. A região do centro pode ser considerada uma típica CBD (central business district) não só pela alta concentração dos espaços corporativos mas pela infraestrutura de transportes e serviços disponíveis. Já quando falamos de imóveis para fins de habitação, a Zona Sul da cidade mostra que atingiu o esgotamento com a quase inexistência de terrenos disponíveis à verticalização, fazendo o metro quadrado da região atingir

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um dos maiores valores do mundo. Zona oeste em foco Com a escassez de lotes disponíveis na Zona sul e a

inviabilidade de grandes investimentos devido ao alto valor do m², a grande aposta dos investidores se tornou a Zona Oeste. Essa região é hoje o grande vetor de expansão da cidade. Desde os anos 80, quando a Zona Sul já dava provas do esgotamento de espaços para a construção, a Zona Oeste começou a aparecer como uma boa opção de moradia. De 1999 para cá, notadamente com a insta-

lação de grandes empresas no local, esse crescimento alavancou. A região, de preços mais acessíveis e grande disponibilidade de lotes livres, começou a ser avalia-


da como uma boa opção de moradia, sobretudo para os trabalhadores dessas empresas. A criação da Linha Amarela, que solucionou a ligação da região com o restante da cidade e - mais recentemente - a Vila Panamericana contribuíram também para valorizar a região. Em 2008, a pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro (Ademi-RJ) mostrou que cerca de 70% dos lançamentos imobiliários do ano

Lançamentos por bairros em 2012

Fonte: Relatório Ademi 2012

estavam concentrados na Zona Oeste. A expectativa é que em 2020 a Barra da Tijuca tenha meio milhão de habitantes (66% a mais do que o número atual), mais habitantes que a cidade de

Niterói. A expansão imobiliária através do vetor oeste e a forma de urbanização dessa região demonstram a atual tendência de suburbanização das classes sociais mais altas.

“Oito bairros (...) ocupam as primeiras colocações, perfazendo 51,73% do total de 1.354 lançamentos. A Ilha do Governador e a Barra da Tijuca assumem os primeiros lugares com 263 lançamentos, equivalentes a 19,41 % do total de incorporações.” (C. A. F. da Silva, A Promoção Imobiliária Recente no Município do Rio de Janeiro)

Eixos da expansão imobiliária da cidade do Rio de Janeiro

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Quando

se

compara

o tipo de ocupação da Zona Sul com as áreas de expansão urbana mais recente, a sensação é de pertencerem a cidades diferentes: de um lado, ruas

emparedadas

por

edificações mais antigas sem

afastamentos

laterais, e do outro, torres de apartamentos em meio a extensas áreas livres. O

estilo

região

de

vida

O favorito nas negociações Segundo os relatórios da ADEMI de 2012 e 2013, o imóvel mais negociado na cidade do Rio de Janeiro é o de dois quartos. Isso se deve, entre outros fatores, à pouca diferença na metragem quadrada mínima entre eles. Acaba que o custo de execução de unidades de um e dois quartos se tor-

na

também

é

diferente, oposto ao da Zona Sul. Demanda por equipamentos

de

lazer

dentro dos condomínios já que os deslocamentos a pé são raros e as distâncias são significativas.

Fonte: Relatório Ademi 2012 e 2013

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nam semelhantes, quase igualando ao valor final do imóvel. No primeiro semestre de 2013, os imóveis com preço médio de venda por metro quadrado entre R$ 4.001 e R$ 10.000 apresentaram a maior oferta (uma média de 6.828 unidades disponíveis para venda, 63,1% do total ofertado) e o maior volume de vendas (5.352 unidades) o que representou 70,2% do total vendido no semestre.n


Produção serial de arquitetura As construções residenciais que predominam atualmente nos ambientes urbanos parecem saídas de uma linha de montagem. Mesmo em uma cidade como o Rio de Janeiro, de população plural em gostos, cultura e tipos de composição familiar, a arquitetura não acompanha as variadas realidades humanas. Atribui-se à legislação edilícia a responsabilidade pela arquitetura que compõe essa cidade pasteurizada: os afastamentos, a delimitação de gabaritos e usos de solo permitidos, idênticos para todos os diferentes terrenos de uma mesma área, acaba fazendo do projeto a mera extrusão de um retângulo em que a informação plástica, quando existe, é vista apenas forma e disposição das varandas. O arquiteto Índio da Costa, em entrevista ao Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU-RJ), destacou: “Os políticos, principalmente os prefeitos, perceberam que ícones arquitetônicos emblemáticos valorizam e promovem as cidades, mas

infelizmente negligenciam a arquitetura do cotidiano com legislações urbanas mediocrizantes e altamente restritivas a qualquer proposta criativa de uma arquitetura diferenciada e de melhor qualidade.” A supervalorização do marketing imobiliário também influencia no produto quando faz do profissional de marketing o real projetista dos edifícios, definindo o projeto antes mesmo de o arquiteto traçar o primeiro risco. Ao arquiteto cabe apenas seguir uma lista de determinações que inclui o tipo e a quantidade de cômodos para cada apartamento, áreas de lazer, as cores dos acabamentos e revestimentos, elementos a se incluir em varandas e o paisagismo. No fim, seu trabalho se restringe à montagem de um grande quebra cabeças. Os imóveis se tornaram somatório de metros quadrados e as cidades se tornaram cenários padronizados, que desconsideram as peculiaridades geográficas, sociais e culturais locais. A arquitetura é hoje uma máquina de produzir novidades que se tornarão obsoletas em pouco tempo.n

ARQUITETURA SERIAL Da esquerda para a direita: Glória, Macaé; Vital Brasil, Niterói; São Francisco, Niterói; Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, Ginerny Barra da Tijuca, Rio de Janeiro; Alphaland - Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

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Parte 2 18| Dados iniciais

Detalhes sobre a localização, programa de necessidades e aspectos legais para construção na área escolhida

20| Memorial descritivo

Descrição do projeto/conceito que se propõe a contrapor a atual produção imobiliária carioca

22| Referências

Referências imagéticas e conceituais que orientaram e influenciaram este projeto

24| Conceito do Partido

Apresentação do conceito do partido e volumetria final do projeto

26| O projeto em estudo preliminar Desenhos finais humanizados do projeto

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uma resposta projetual ao mercado imobiliรกrio carioca

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Descrições iniciais Localização A escolha do terreno para a implantação do projeto que exponho nesta revista é parte fundamental da discussão que este trabalho pretende a levantar. Essa escolha foi resultado das pesquisas sobre a expansão e produção mobiliária do Rio de Janeiro, expostas nas páginas anteriores. Localizado na atual zona de expansão imobiliária da cidade, o bairro escolhido foi o Recreio dos Bandeirantes, que se encontra entre quatro primeiros bairros nos dados que apontam os destaques de negociações e lançamentos imobiliários da cidade. Apesar do rápido processo de expansão da urbanização e ocupação da Zona Oeste, ainda há muita oferta de terrenos e lotes disponíveis para a construção no local. Esta ampla oferta de lotes provocou a necessidade se de estabelecer critérios para determinar a área destinada

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ao projeto, já que as possibilidades encontradas foram várias. Foram elas: 1. Fachada voltada para o mar, para a valorização do imóvel fazendo com que ele se destinasse ao consumidor de alta classe. Deste modo

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o limite orçamentário não representaria grande empecilho para elaboração e execução de soluções de arquitetura ousadas ou que fugissem dos padrões preexistentes; 1 2. Situação pouco favorável de implantação, para poder aprofundar a discussão sobre o conflito entre a legislação, a singularidade do edifício e a qualidade da arquitetura do projeto. 2

O terreno escolhido é o nº 17.030 da Av. Sernambetiba (Av. Lúcio Costa). É voltado para a Praia do Recreio e está há duas quadras da Lagoa de Marapendi e tem frente para a Av. 3 Sernambetiba e para a Rua Joaquim Cardoso. É um lote estreito, de 600 m², com uma testada de 15m de largura. Como tem duas fachadas, o lote possui dois afastamentos frontais, resultando numa área 4 edificante de apenas 300m².

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Memorial descritivo O projeto é um edifício residencial multifamiliar de três pavimentos com dois apartamentos por andar, além do pavimento de cobertura e térreo de uso comum. São, portanto, sete unidades residenciais. O programa de necessidades foi feito reproduzindo as demandas mercadológicas atuais. O intuito era garantir que o edifício fosse exequível e comercializável para endossar a argumentação, previamente feita, crítica à produção imobiliária atual. O prédio inclui, além das unidades habitacionais, um salão de festas com cozinha gourmet e espaço de estar externo, com ducha e ofurô. O número de pavimentos foi determinado para integrar e adequar o prédio ao entorno e garantir o maior aproveitamento do terreno dentro dos limites determinados pela legislação. A legislação local, permite a construção de dois pavimentos além do térreo e da cobertura, portanto foi proposto o uso de “mais valerá” para a criação do pavimento extra. O partido foi concebido a partir da superposição de volumes, compondo um conjunto de peças

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independentes que se estruturam em torno de um eixo central de circulação vertical. Resultou em um conjunto de apartamento identificáveis em meio ao bloco principal, dando identidade ao local e ao morador. Para abrigar diferentes perfis de família, há três possibilidades de unidades habitacionais (um, dois e três quartos), que foram

alocadas em quantidades que se relacionam com a demanda imobiliária. A fachada é revestida com tinta acrílica branca e o volume projetado é revestido com sistema de fachada ventilada de ripas de concreto, dando contraste de cores e texturas ao conjunto. As plantas são livres, sem interferência de pilares, e


com exceção das paredes molhadas, os fechamentos são feitos em drywall, para conseguir paredes mais finas, conforto termoacústico e facilitar modificações ou reformas futuras. As fenestrações deste edifício são, em sua maioria, do tipo camarão, que garantem a abertura plena do vão para ventilação. Além disso, houve preocupação em dar ventilação e

iluminação naturais a todos os cômodos. O sistema estrutural tradicional de concreto armado foi escolhido pela facilidade na execução, racionalidade, disponibilidade de mão de obra e adequação às condições climáticas locais.

Programa de necessidades O projeto consiste em um edifício multifamiliar de alto padrão localizado à Av. Sernambetiba, Recreio dos Bandeirantes, com área total de 600 m². Possui 3 pavimentos além do térreo e cobertura. São Três apartamentos de 3 quartos, dois apartamentos de 2 quartos, um apartamento de 1 quarto. A cobertura possui dois quartos. Há salão de festas, recepção, área de lazer externa no térreo e dois níveis de garagem no subsolo. Módulo habitacional 1 3 quartos (1 suíte); 1 banheiro social; 1 lavabo; sala de jantar; sala de estar; hall; cozinha; área e serviço; 2 vagas (aprox. 107 m²). Módulo habitacional 2 2 quartos (1 suíte); 1 banheiro social; sala de jantar; sala de estar; hall; cozinha; área de serviço; 2 vagas (aprox. 90 m²).

Módulo habitacional 3 1 suíte; 1 banheiro social; sala de jantar; sala de estar; cozinha; área de serviço; 1 vaga (aprox. 75 m²).

Determinações legais O terreno se localiza na Zona Especial 5 (ZE-5), integrante da Área de Planejamento 4 (AP-4) estabelecida no PUB-RIO - SUBZONA A-20, que determina Índice de aproveitamento da área (IAA) igual a 1,25 e taxa máxima de ocupação igual a 50%. O afastamento frontal é de 10,00m para lotes não afastados nas laterais ou 5,00m para os lotes afastados 2,50m. O número máximo permitido de unidades é de 1 unidade para cada 100,00m² Esse zoneamento também delibera sobre o aproveitamento da cobertura, sendo: a) ocupação máxima de 50% da área do pavimento imediatamente inferior com elementos construtivos, excluídas as varandas abertas; b) afastamento mínimo de 3,00m. Nas edificações afastadas das divisas será obrigatório um afastamento mínimo de 1,00m das demais fachadas.n

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Referências Muitos excelentes exemplares de arquitetura, nacional e internacional, foram utilizados como referência conceitual e projetual para este trabalho. Nomes como Isay Weinfeld e o escritório Triptyque são alguns dos referenciais nacionais que fazem parte do repertório arquitetônico que permitiram abrir os horizontes para a concepção do projeto aqui exposto. Em comum, esses projetos têm: a singularidade, destaque na paisagem (sem abrir mão da adequação ao contexto em que se insere) e soluções criativas para situações pouco favoráveis de implantação. A busca aos projetos dos escritórios e arquitetos japoneses foi determinante, e permitiu a construção de repertório maduro de arquitetura concebida para pequenos espaços ou lotes em condições desfavoráveis.

feita majoritariamente de elementos pré-fabricados se utiliza do vão da escada para fornecer ventilação e iluminação naturais em todos

Sede do governo do Condado d

Também fez parte da pesquisa de repertório a busca por fachadas e plantas com jogos de volumes e desprendimento da simetria. Kim House, de Waro Kishi (Okasa - Japão)

os seus 75m² edificados. Paredes e mobiliário em tons predominantemente claros conferem sensação de amplitude no pequeno edifício

Esses elementos estão presentes na sede de governo do Condado de Goshen, em Nova Iorque. O projeto do arquiteto modernista Paul Rudolph, polêmico desde sua construção, é exemplar de arquitetura brutalista.

Comumente implantados em lotes com testadas estreitas, os projetos japoneses mostram a grande capacidade inventiva que seus projetistas devem ter para garantir qualidade espacial e estética, conforto térmico, ventilação e iluminação naturais. Essa qualidade pode ser encontrada na Kim House, de Waro Kishi. A casa

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Casa da reticência, de FORM/Kouichi Kimura Arquitetos (Shiga - Japão)

House in Minamimachi Hiroshima, de Suppose Design (Minamimachi - Japão)


Dinamismo nas fachadas são encontrados em outros projetos que influenciaram o resultado deste trabalho. Dou destaque ao Edifício 360º, de Isay Weinfeld para a incorporadora Movimento Um. Além da fachada e

em Saigon, no Vietnã. A casa vertical de planta muito bem resolvida em apenas 4m de largura e 20m de profundidade, apresenta uma solução de fachada

de Goshen (Goshen - NY - EUA)

Considerado feio por parte da população, o edifício não possui de revestimento em suas paredes internas

Fidalga 727, de Triptyque (Vila Madalena São Paulo) 360º, de Isay Weinfeld (Lapa - São Paulo)

Oka Building, de Isay Weinfeld (Vila Madalena - São Paulo)

ou externas, e exibe sem constrangimentos o concreto que compõe sua estrutura, fazendo jus ao estilo modernista. Seu volume é uma composição geométrica feita por adição, que atribui dinamismo e singularidade à sua forma final.

forma inovadoras que resultam em vista 360 graus da Região da Lapa e o benefício de acesso através das varandas, o edifício é uma composição de apartamentos de tamanhos diversos, característica que influenciou o conceito do projeto que apresentarei adiante, porque garante variabilidade de tipos de famílias num mesmo edifício.

formada por grandes jardineiras, que protegem a casa da insolação, dá privacidade e garante uma privilegiada área verde em meio à caótica Saigon.n

Por fim, cabe destacar dentre os vários exemplares que influenciaram este trabalho, o edifício Stacking Green,

Stacking Green, de Vo Trong Nghia Co., ltd (Saigon - Vietnã)

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O projeto O conceito do partido O volume se estruturou a partir de blocos independentes de tamanhos diversos que representavam as unidades habitacionais. A principal intenção criar disposição tal que todas as unidades possuíssem aberturas voltadas para o mar, fornecendo qualidade espacial e valor de mercado equivalentes para os apartamentos de frende e de “fundos”.

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O volume final A forma resultante deste estudo se tornou uma composição de volumes feitos por adição, com cheios e vazios. Tem afastamento frontal de 5,00 metros, viabilizados pela escolha de manter afastamento de 2,50m em relação às divisas laterais, e espaço livre no térreo para circulação e estar. O cubo principal do conjunto é destacado com cor e textura diferentes. Esse pequeno detalhe de aplicação de material atribui identidade visual ao projeto e destaque para a edificação em relação ao seu entorno. Apesar de se destacar em relação às edificações vizinhas, o edifício não contrasta com o ambiente em que está implantado. Ele possui a mesma quantidade de pavimentos de seus vizinhos e sua forma, apesar de robusta, é leve.

As esquadrias foram alocadas no projeto com o intuito dar “movimento” às fachadas. Elas variam nos tamanhos, tipos de abertura e disposição. Assim como nas referências de arquitetura minimalista japonesa apresentadas

no tópico anterior, a cor predominante escolhida para os revestimentos do edifício é branca. A escolha foi feita para dar sensação de amplitude aos espaços edificados, em contraponto à sua testada estreita.

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Estudo preliminar Mais do que um elemento visual, um edifício é expressão do contexto em que o homem se insere. Ele não pode ser tratado como uma obra de arte ou uma fotografia apenas, ele é uma extensão da vida urbana. Com essa preocupação, parâmetros de qualidade ambiental e adequação ao ambiente urbano foram determinantes para a elaboração das características deste projeto.

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Perspectiva final do projeto fachada voltada para a Avenida Sernambetiba

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Implantação Para respeitar os afastamentos frontais e laterais exigidos pela legislação, a edificação foi implantada no centro do lote. Por estar voltado para duas ruas, o edifício possui dois afastamentos frontais. Essa particularidade, embora pareça pequena, significou perda relevante de área edificante. Mas uso livre dessas áreas permitiram mais qualidade ao imóvel do que se conseguiria com mais área enclausurada. Estes espaços livres viabilizaram a criação de espaços de lazer e convívio social com permeabilidade visual e relação ao ambiente externo, livrando os moradores da alienação com o entorno sem perda de privacidade. A reduzida taxa de ocupação

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e limite de gabarito foram determinantes para a necessidade da alocação das garagens no subsolo, em dois níveis. O orientação solar e a ventilação dominante orientaram a disposição das unidades habitacionais no lote, assim como a forma com a qual se inseriram as fachadas ventiladas.

É possível perceber que parte da edificação é rotacionada levemente (5º sentido leste). Essa rotação foi feita pensando na ventilação dos quartos laterais. Dessa forma eles puderam estar mais afastados da construção vizinha, que é encostada na divisa do lote.


R. JOAQUIM CARDOSO Quadro de áreas Área do terreno: 600 m² Área total construída: 1.903,50 m² Taxa de ocupação: 42% Taxa de impermeabilização: 70% Área da garagem 1: 424,00 m² Área da garagem 2: 424,00 m² Área pav. térreo: 165,32 Área do 1º pav: 235,84 m² Área do 2º pav: 247,12m² Área do 3º pav: 250,00 m² Área pav. cobertura: 124,47 m² Área casa de máq: 32,70 m²

AV. SERNAMBETIBA

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Plantas baixas Boas condições espaciais, interação com a paisagem externa e qualidade ambiental foram as premissas que orientaram a elaboração das plantas desta edificação que se propunha a superar as falhas frequentemente encontradas nos projetos residenciais atuais. Assim, cada apartamento foi beneficiado com dimensionamento confortável, circulações lógicas, ventilação e iluminação natural em todos os cômodos e vista indevassável para o exterior.

Garagens: duas vagas por apartamento Como mencionado anteriormente, o prédio possui dois pavimentos subterrâneos destinados à garagem, cada um deles com 424 m² de área. São 14 vagas grandes de estacionamento: 2 vagas para cada apartamento, (exceto para a unidade que possui um único quarto) e uma última vaga destinada a veículos de serviços. O acesso à garagem é feito por rampa de concreto armado.

O térreo O pavimento térreo é destinado ao acesso e aos ambientes de uso comum (salão de festas e portaria). As áreas externas garantiram dois espaços coletivos de estar e interação social que, pela permeabilidade visual, não excluem os moradores do ambiente externo. Uma área restrita para serviços (descarga dos dutos de lixo, armários e etc) foi alocada no aproveitado do afastamento lateral. O primeiro pavimento Este primeiro piso de habitações possui dois apartamentos, um de 1 quarto e o outro com três quartos. O pavimento se projeta sobre o pavimento térreo, sem atingir o limite do afastamento frontal. Tal como em todos os próximos pavimentos, a circulação horizontal que dá acesso aos apartamentos é apreciada por iluminação e ventilação naturais, garantida pela esquadria que ocupa todo o vão comum. O segundo pavimento O pavimento se projeta para além do primeiro, atingindo, enfim, o limite do afastamento frontal. Nele há uma unidade habitacional do tipo 1 e uma unidade habitacional do tipo 2.

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O terceiro Pavimento Este pavimento possui a mesma projeção do pavimento anterior, mas a varanda que se volta para a Av. Sernambetiba é invertida em relação ao piso debaixo. Esse pequeno detalhe confere movimento à fachada. O andar é composto por uma unidade habitacional 1 e uma unidade 2. O apartamento de cobertura O apartamento de cobertura possui metade da área do pavimento anterior, conforme determina a legislação, e é constituído por um único apartamento. Esta planta possui circulação exclusiva para o setor privado, garantindo a privacidade dos aposentos. As salas se voltam tanto para a Rua Joaquim Cardoso, através de um amplo terraço, quanto para a Avenida Sernambetiba, através de um spa. Essas aberturas fazem com que a paisagem exterior e os espaços interiores estejam espacialmente integrados.

Térreo

Planta de cobertura Não há grandes detalhes na cobertura, que é feita com telha termoacústica trapezoidal de inclinação 5%.

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R. JOAQUIM CARDOSO

R. JOAQUIM CARDOSO

AV. SERNAMBETIBA

AV. SERNAMBETIBA

Planta baixa do 1ยบ pavimento

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Planta baixa do 2ยบ pavimento


R. JOAQUIM CARDOSO

R. JOAQUIM CARDOSO

AV. SERNAMBETIBA

AV. SERNAMBETIBA

Planta baixa do 3ยบ pavimento

Planta baixa da cobertura

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Perspectiva final do projeto ĂĄrea nĂŁo edificada de lazer e estar

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Contraponto | 35


Fachadas Fachada da Avenida Sernambetiba A fachada voltada para a Av. Sernambetiba é a fachada principal do edifício por onde são feitos os acessos. Os apartamentos do segundo e terceiro pavimento avançam sobre os pavimentos anteriores, criando um volume em balanço. Este volume é revestido por ripas de concreto de 20 cm de altura, compondo uma fachada ventilada. A combinação de texturas e cores e o jogo de esquadrias dão identidade e dinamismo à fachada principal.

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Fachada da Rua Joaquim Cardoso A fachada voltada para a rua Joaquim Cardoso possui volume mais homogêneo. O dinamismo é obtido através das proteções solares, também revestidas por ripas de concreto, consequentes da necessidade de proteção à insolação norte. A fachada foi recuada 30 cm em relação ao afastamento frontal, para viabilizar a instalação deste “toldo” de 70 cm, e permitindo que ele se projetasse apenas 40 cm sobre o afastamento frontal.


Fachada R. Joaquim Cardoso

Fachada Av. Sernambetiba

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Elevação leste

Na lateral leste da edificação estão alocadas esquadrias de tombar com vidro jateado, que se estendem, verticalmente, por todo o vão livre do pavimento. Suas tipologias e localização foram escolhidas para promover iluminação natural difusa para as salas dos apartamentos bem como ventilação natural sem, contudo, causar danos à privacidade pela proximidade das varandas dos apartamentos de “fundos”. O muro que acompanha essa fachada ladeia a circulação social que se destina à área de lazer, e por essa razão foi acrescida de paisagismo vertical.

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Elevação leste


Pela fachada lateral oeste é feita a circulação de serviços e nela que são instalados os condutos de lixo que servirão aos andares do prédio. Também é pelo seu interior que acontece a circulação horizontal, que garante o acesso aos apartamentos. Este espaço de circulação, para evitar seu enclausuramento, recebe iluminação natural através das grandes janelas que ocupam todo o seu vão. Entretanto este recurso demanda artifício para limitar a visibilidade para interior do edifício, para que nem a privacidade, nem a segurança dos

moradores ficasse exposta. Foram propostas, portanto, jardineiras, em todos os pavimentos que ocupam o vão das esquadrias dos corredores. Com elas se consegue resguardar a circulação, criar um elemento que se destaca da edificação principal por adição, dialogando com o restante do volume, gerando um atrativo visual e recurso de humanização do espaço. Além disso, a escolha da vegetação a ser utilizada nas jardineiras pode afastar os possíveis mal odores provenientes dos contêineres de lixo.n

Elevação oeste

Elevação oeste

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Perspectivas finais Portaria

SalĂŁo de festas

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Cozinha gourmet

Ă rea de lazer

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Referências bibliográficas Teses e artigos SILVA, Carlos Alberto F da. A Promoção Imobiliária Recente no Município do Rio de Janeiro. Território , Rio de Janeiro: Relume Dumará, v. 1, n.1, p. 4358, 1996. LEITÃO, Gerônimo; RESENDE, Vera F. Planejamento e realização da Barra da Tijuca como espaço residencial, evolução e critica de um projeto para uma área de expansão da cidade do Rio de Janeiro. SHCU1990. Seminário de Historia da Cidade e do Urbanismo, v.8, n.4. 2004. COSTA, André. Arquitetura e Propaganda: O marketing na produção imobiliária por incorporação. Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, p. 76-96, 2004. DAMANTE, Mariana Mazzariello. Marketing e a estratégia usada na produção arquitetônica: uma crítica à produção imobiliária de edifícios na cidade de Santos, a partir de 2005. Universidade Católica de Santos. São Paulo, 2009.

Fontes digitais REVISTA ZAP. Expansão imobiliária no estado do Rio deverá atingir novos municípios. 07/07/2009. Em http://revista.zap.com.br/ imoveis/expansao-imobiliariano-estado-do-rio-deveraatingir-novos-municipios/. Acesso em outubro de 2013 BR PROPERTIES. Mercado Imobiliário Brasileiro.

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Documentos Relatório ADEMI-RJ Janeiro de 2012 Relatório ADEMI-RJ Semestre de 2013

Primeiro

Legislação Decreto nº 322 1976 Zoneamento do Município do Rio de Janeiro Decreto nº 3046 Ocupação ZE-5

1981

-

Projeto de Lei nº 724 1989 Ocupação Jacarepaguá Brasil Park - Parâmetros de vagas de estacionamentos Código de Obras do Rio de Janeira NBR 9077 Emergência

-

Saídas

de


NPT 013-11 - Pressurização de escadas

Vídeos GLOBO NEWS. Entrevista o arquiteto e urbanista Indio da Costa. sobre o aumento do preço dos imóveis. Em http://www.youtube.com/ watch?v=Qgal2GmUiQA. Acesso em dezembro de 2013

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