Credit Performance – Março 2014

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DEZEMBRO 2014 , ANO 5

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WWW . CREDITPERFORMANCE . COM . BR

A revista da indústria de Crédito e Cobrança

# 22

A PRÓXIMA

DÉCADA A décima edição do Congresso Nacional de Crédito e Cobrança marca história e aponta para o futuro reunindo grandes lideranças para discussão dos possíveis cenários que farão parte dos 10 anos que vêm pela frente.

ENTREVISTA

O cientista político Murilo Aragão opina sobre a necessidade de uma reforma política brasileira.

DESTAQUES

Os caminhos do Crédito e da Educação Financeira se cruzam pela necessidade de um mercado mais sustentável.

A GRAMA DO VIZINHO Perspectivas e preocupações para a Indústria de Crédito na América Latina.



P04

A Credit Performance é a pioneira e mais importante revista especializada na indústria brasileira de crédito e cobrança. A publicação é idealizada pela CMS - Credit Management Solutions, a organização líder em interação e conteúdos da indústria latina de crédito com atuação em 19 países da América e Europa. Com periodicidade trimestral e tiragem de 5 mil exemplares, a revista oferece conteúdo especialmente desenvolvido para executivos líderes de grandes corporações e empresas da área. Distribuição exclusiva e gratuita. CONSELHO EDITORIAL: Adilson Melhado, Elane Cortez, Jefferson Viana, Luis Carlos Bento, Pablo Salamone, Paulo César Costa, Paulo de Tarso, Paulo Gastão, Ricardo Loureiro, Sergio Bahdur, Victor Loyola, Wagner Montemurro. REDAÇãO: Cris Moraes Camila Balthazar Gersica Rocha Erika Cerutti Editora e jornalista responsável: Elane Cortez MTB 0000687|MA REVISÃO: Gersica Rocha COLABORAÇÃO: Nicolas Garaycoechea E-mail da redação: elane.cortez@cmspeople.com Diagramação: Leandro Hoffmann www.hoffmannestudio.com FOTOS: Andréa Rego Barros Paulo Bau Tereza Nery Sá Comercial: Madleine Rose M. Sprocatti madi@cmspeople.com Tel. (11) 3868-2883/ 3865-7013 Credit Performance, a revista da indústria de crédito e cobrança. www.creditperformance.com.br Credit Performance é uma publicação da CMS – Credit Management Solutions. Todos os direitos reservados, proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização.

Comitê Editorial A CMS reuniu um time de craques para ajudar na formulação de cada edição da revista Credit Performance. Veja quem são os líderes que integram nosso dream team.

# 22

Sumário DEZEMBRO 2014

P20 ESPECIAL CAPA A PRÒXIMA DÉCADA DO CRÉDITO

Congresso Nacional de Crédito e Cobrança chega à 10ª edição, fazendo uma ponte entre passado, presente e futuro e consolidando-se como plataforma de discussão de tendências e novidades que pautam a indústria e contribuem para melhor tomada de decisão nos negócios.

P05

Editorial

P06

COM A PALAVRA Pablo Salamone, presidente mundial da CMS e membro do comitê editorial da Credit Performance faz um balanço do maior evento latino-americano em sua mais especial edição.

P30

NOVIDADES Nova Diretoria composta por expresidentes toma posse no Instituto GEOC

P08

ENTREVISTA

MURILO ARAGÃO Um dos cientistas políticos mais respeitados da atualidade, fundador e presidente da Arko Advice, além de advogado fala sobre a influência do governo na economia e a necessidade de uma reforma política.

P12

ACONTECEU NO MERCADO

SÃO SALVADOR A capital baiana foi a sede do regional que encerrou a agenda de eventos da CMS no Brasil em 2015. Veja uma retrospectiva desse grande encontro.

P40

NOVIDADES E AGENDA Confira as principais notícias rápidas da indústria de crédito e cobrança, além de se programar para os próximos eventos da CMS em todo o mundo.

P42

PELO MUNDO

RECIFE

A capital que abrigará o Congresso Regional de Crédito e Cobrança Norte e Nordeste é a maior capital nordestina e encanta também pelas belezas naturais.

P16

SEGMENTO E GLOBALIZAÇÃO

CRÉDITO NA AMÉRICA LATINA Apesar de estarem geograficamente próximos, os países da América do Sul vivem situações econômicas distantes, especialmente no ciclo de crédito.

P32

TENDÊNCIAS

REDES PARA SOCIALIZAR (E PROSPECTAR) Veja um compilado de algumas redes sociais que devem fazer parte do radar das empresas de crédito e aquelas que prometem levar em pouco tempo muitos brasileiros ao universo da interação das mídias sociais.

P44

SOFISTICAÇÃO & LUXO

HOMEM AO MAR

A paixão por mares e oceanos é uma constante entre executivos, que aproveitam a tranquilidadeou adrenalina – para relaxar.

P36

DESTAQUES

P46

BASTIDORES Confira os melhores momentos do 10º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança.

EDUCAÇÃO FINANCEIRA E CRÉDITO Educação financeira na concessão e na tomada do crédito. Unir a necessidade de um negócio responsável a um equilíbrio financeiro de cada família. Credit Performance

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COMITÊ EDITORIAL A CMS reuniu um time de craques para ajudar na formulação de cada edição da revista Credit Performance. Veja quem são os líderes que integram nosso dream team.

Jefferson Viana

Luis Carlos Bento

Paulo Gastão

Ricardo Loureiro

Presidente da Way Back

Diretor-Presidente da PG Mais Resultado

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Credit Performance

Presidente da Intervalor

Expert

Pablo Salamone Presidente da CMS

Sérgio Bahdur

CEO da Quantum Strategics

Paulo César Costa

Paulo de Tarso

Victor Loyola

Wagner Montemurro

Presidente da PH3A

Diretor de Risco Varejo America Latina do HSBC

Sócio Fundador da Kitado

Sócio-Diretor da Unioneblue


Editorial

Sem educação, tecnologia e crescimento serão para poucos

N

os cenários futuristas de algumas décadas, costumava-se pensar como seriam os avanços da humanidade que se seguiriam à passagem dos anos no segundo milênio. Ainda hoje, diversos cientistas e pesquisadores tentam desvendar e dar um panorama do que podemos entender e esperar do que se chama “futuro”, especialmente com a velocidade de evolução da tecnologia. Em 2012, Michio Kaku, um dos maiores nomes da física teórica do mundo na atualidade, passou rapidamente pelo Brasil e falou com muita desenvoltura e simplicidade sobre os rumos da tecnologia e os seus reflexos sobre a humanidade. De banheiros inteligentes até óculos que permitem uma realidade aumentada, escassez de empregos e a cura do câncer, o físico co-criador da teoria do campo de cordas mostrou que, dentro da divisão das gerações tecnológicas, hoje vivemos na chamada terceira onda, na qual presenciamos equipamentos de qualidade que permitem a conexão com outras pessoas em todos os lugares, como smartphones, tablets, microcomputadores e outros gadgets. Segundo ele, já estamos indo rumo à quarta onda, ou seja, o da biotecnologia e nanotecnologia, que juntas permitirão que o futuro da raça humana seja muito diferente do que temos hoje. É verdade. Quando se fala em tecnologia, as únicas constantes que conhecemos são a inovação rápida e as mudanças frequentes. Entretanto, se olhamos para a realidade brasileira, de sua população de modo mais genérico, percebemos um abismo imenso que se abre em relação ao estágio em que se encontra a evolução tecnológica e o verdadeiro acesso a essa realidade, especialmente quando se leva em conta o déficit educacional que tem o país.

o novo padrão em toda camada etária, é necessário pensar e implementar a educação em todos os seus níveis, inclusive a financeira.

Elane CORTEZ Editora da Credit Performance e Diretora de Desenvolvimento Corporativo Brasil da CMS

Para se ter uma ideia, enquanto estamos falando da chegada da nanotecnologia, biometrias e os próximos passos, o Brasil ainda está entre os 10 países responsáveis por 72% dos analfabetos no mundo, ocupando a oitava posição, com cerca de 13 milhões de pessoas, segundo o último Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, da Unesco. Em junho do ano passado, o Governo Federal sancionou a lei que estabelece as 20 principais metas e desafios do PNE – Plano Nacional de Educação nos próximos 10 anos. Todas, no geral, levam a uma ressignificação do que existe hoje em termos de educação no Brasil, desde a oferta de vagas, atração de adolescentes para o ensino médio, a valorização financeira e simbólica dos docentes, superação de desigualdades, inclusão e diversos outros pontos que levam a repensar e construir um novo modelo. Mas não é só papel do governo federal pensar o novo modelo, muito menos a abrangência da educação. Levando em conta que estamos correndo atrás do prejuízo e devemos encontrar e replicar

Óbvio que não se pode exigir de uma população atrasada em termos de educação e capacitação o interesse ou a desenvoltura em entender a importância do dinheiro, do planejamento, de ferramentas como o crédito, ou do seu papel como população ativa e consumidora dentro do equilíbrio econômico de um país. Mas é importante partir de algum lugar. Hoje, a educação financeira não tem a mesma importância de discussão que os avanços tecnológicos dentro na indústria de crédito, por exemplo. Muitos esforços de empresas dessa indústria são voltados a descobrir e implementar inovações no mercado, alta tecnologia e estar um passo à frente do seu tempo. Não digo que devemos sentar e esperar que o contexto mude para seguir, pois isso é um problema de gerações, mas será que não estamos avançando em um campo enquanto o básico é deixado de lado? Dentro de uma mesma empresa, metas e discursos diferentes colocam a oferta massiva de crédito ao consumo e a educação financeira em lados opostos, quando no final do trajeto está um mesmo consumidor, ainda sem entender por que há tantos discursos diferentes que saem da mesma indústria. Se entender é difícil, imagine optar por um desses lados. Todos defendem a importância de interseccionar esses caminhos para a sustentabilidade e perenidade do negócio e por que não dizer do futuro. Difícil é começar, mas uma vez iniciado, esse é o início de todas as revoluções e seguramente um passo certeiro para o crescimento. • Boa leitura! Credit Performance

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Com a palavra

10 anos de gratidão É

interessante refletir sobre esses 10 anos da indústria de crédito. Há um pouco mais de uma década, quando chegamos ao Brasil (no meu caso, em especial, um argentino, torcedor do Boca e do Corinthians), já tínhamos a experiência de conhecer a indústria e ter realizado grandes eventos em países como Argentina, Colômbia e México, mas o mais importante era que tínhamos um grupo de amigos no Brasil que conheciam nosso trabalho e acreditavam que nossas ideias dariam certo por aqui. Eu sempre digo que devemos ser gratos, e não somente em retórica. A chave mais importante do êxito em todo esse tempo de CMS foi conhecer as pessoas corretas e reconhecê-las. Boas pessoas nos apresentam a outras boas pessoas, formando assim uma cadeia positiva de interesses comuns e tudo se viraliza com uma velocidade impressionante para que o trabalho resulte no sucesso de um projeto. Na vida, empreender não é algo simples. Empreender inovando é ainda mais difícil. Muitas vezes, nos equivocamos e saímos arranhados, mas é preciso se levantar, retomar as forças e mostrar as cicatrizes de forma orgulhosa, pois elas são resultado de nossa experiência, boas intenções e tentativas, o que significam que estamos mais próximos do sucesso. Quando chegamos ao Brasil, por exemplo, esse mercado não existia com a grandeza de hoje em dia. Nós o chamamos na épo-

do o modelo, criticando e nos felicitando. São nossos aliados, nossos companheiros de sonhos. Suas necessidades terminam sendo as nossas e nós trabalhamos para superar suas expectativas sempre. E também houve pessoas mágicas dentro da equipe CMS que durante esses 10 anos nos ajudaram a trabalhar cada dia com mais profissionalismo, otimismo e eficiência. Integrantes de nossa equipe como Madi, Carmen, Luciana, Julieta, Elane, Olívia e Federico deixaram, em diferentes etapas, suas marcas em nossa proposta de valor.

Pablo Salamone Presidente da CMS

ca de “indústria de crédito e cobranças”, que talvez não fosse etimologicamente o mais adequado, mas era o que traduzia a importância que colocávamos sobre essa atividade dentro do mercado financeiro. Nesse contexto, existiram empresas e entidades que apoiaram com forte convicção nossas ideias. Todos nossos patrocinadores e parceiros locais ajudaram a que cada uma de nossas propostas melhorasse ano a ano, convocando o mercado, recomendando o evento, sugerindo mudanças, aperfeiçoan-

Por último, é preciso agradecer a cada um dos assistentes de cada evento que realizamos, pois eles nos nutrem com suas inquietudes e ideias. Eles sabem que podem esperar de nós uma antecipação de tendências, de inovação e do que está mais em evidência no mercado em forma de conteúdos, agendas e discussões em nossos eventos, mídias sociais ou nesta mesma revista. E cada dia renovam essa confiança, nos presenteando com sua presença. O Brasil marcou um antes e depois na CMS. A experiência no mercado brasileiro nos credenciou ainda mais para ir além e estabelecer base na Europa e conquistar outros dez países com a nossa proposta, que se traduz basicamente no poder da especialização, antecipação e inovação, que as ideias podem se transformar em oportunidades para todos e que o conhecimento é o único bem que se expande quando é compartilhado. •

Muito obrigado a todos! 6

Credit Performance



Entrevista

Murillo de Aragão Fundador e presidente da Arko Advice

A expansão do crédito para alavancar o crescimento econômico parece ter chegado ao limite

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Credit Performance


Por Camila Balthazar

Vem reforma política pela frente? O assunto das eleições políticas ficou para trás. Após a definição dos nomes que guiarão os rumos econômicos e políticos pelos próximos quatro anos nas esferas federais e estaduais, especialistas começam a analisar o que vem pela frente. “É fundamental que a presidente mude seu padrão de comportamento dos primeiros quatro anos para reconquistar o apoio dos setores da sociedade que hoje criticam a atual gestão”, aponta Murillo de Aragão, fundador e presidente da Arko Advice, além de advogado e um dos mais respeitados cientistas políticos do Brasil. Na opinião dele, a recuperação da credibilidade do governo junto ao setor corporativo e empresarial depende de gestos concretos da presidente. Recentemente, Aragão esteve no “Programa do Jô”, na Rede Globo, para uma entrevista sobre a necessidade de uma reforma política brasileira. O assunto é frequentemente abordado, porém pouco executado, como bem pontuou o especialista. O cientista político mantém uma coluna nos jor-

nais “O Liberal” e “O Tempo”, bem como no “Blog do Noblat”. Mestre em Ciência Política e doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília, Aragão também é membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República – CDES e presidente do Instituto Brasília, centro de pesquisas em políticas públicas. Em entrevista exclusiva à Credit Performance, o especialista discute não apenas o que esperar dos políticos, mas também a postura do eleitorado brasileiro e como o setor internacional enxerga os rumos do país. “Caso o mercado não se sinta seguro em relação aos rumos da economia brasileira, é pouco provável que o pessimismo atual com o governo seja revertido. Para isso, é fundamental ter uma equipe econômica, principalmente o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central, que transite bem no mercado”, explica Aragão, sem deixar de mencionar como fica o crédito diante desse cenário. “A expansão do crédito para alavancar o crescimento econômico parece ter chegado ao limite”, diz.

Credit Performance

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Entrevista

Murillo de Aragão Fundador e presidente da Arko Advice

Credit Performance– Os anos de 2013 e 2014 foram controversos, marcados por manifestações de amor e ódio em relação às decisões políticas. Como o Sr. enxerga o atual perfil do brasileiro em relação à consciência de seu poder e dever político? A grande questão em relação a convivência entre governo e sociedade atualmente? Murillo de Aragão – O perfil do eleitor brasileiro em relação à sua consciência política segue o mesmo padrão. Ou seja, o eleitor pensa a política a partir de sanções, sobretudo na economia, que impactam o seu dia-a-dia. Em que pese o amadurecimento da democracia, não temos uma opinião pública que majoritariamente está interessada em grandes temas do debate político. A grande questão em relação a convivência entre governo e sociedade, principalmente após a eclosão dos protestos de junho de 2013, é que parte importante da sociedade brasileira não se sente representada pelo atual sistema político. CP– Fala-se muito sobre a necessidade de uma reforma política. Na sua opinião, quais são os pontos prioritários e por quê? Há sinais que levam o governo atual a ir nesse sentido da reforma? MA– A reforma política é uma bandeira que sociedade, congresso, partidos e governos são favoráveis. No entanto, não há consenso em relação a esse tema, em função de sua complexidade. Diante desse fato, é difícil estabelecer o que são pontos prioritários. O que é prioridade para um determinado segmento ou partido não é para outro. E vice-versa. No momento, não há condições de se fazer uma reforma política imediata sem uma crise institucional de grandes proporções. Portanto, proponho que ela seja feita em etapas. E para tal, faço uma analogia com as regras da Basileia sobre a consistência do sistema financeiro. Elas entraram em vigor de forma escalonada. Proponho três medidas para as próximas eleições: o financiamento cidadão de campanhas eleitorais; teto rigoroso de despesas 10

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por tipo de candidatura; e a proibição de coligações para eleições legislativas. As demais etapas devem ser discutidas e implementadas adiante. CP– Qual é a sua opinião sobre a nomeação de Joaquim Levy ao cargo de Ministro da Fazenda? Qual é o impacto na política e economia brasileira? O que deve mudar? MA– A nomeação de Joaquim Levy foi uma importante sinalização ao mercado, que não enxerga credibilidade no atual ministro da Fazenda, Guido Mantega. A grande incógnita agora é saber qual será a autonomia que Levy terá a frente da Fazenda. Mais importante que isso: quais serão as medidas

“Caso o mercado não se sinta seguro em relação aos rumos da economia brasileira, é pouco provável que o pessimismo atual com o governo seja revertido” de ajustes que irá implementar. Por ser um economista formando na Escola de Chicago, de matriz econômica ortodoxa, a tendência é que Levy implemente mudanças. CP– Tivemos um grande boom de crédito nos últimos anos, o que foi importante para o país. O Sr. é favorável ao fomento do crescimento do PIB por meio do crédito? Como enxerga esse mercado creditício com base no consumo? MA– Fomentar o crescimento econômico através do crédito é uma medida importante, principalmente para aumentar a distribuição de renda. Porém,

esse modelo tem um prazo de duração. No caso do Brasil, por exemplo, a expansão do crédito para alavancar o crescimento econômico parece ter chegado ao limite, segundo os economistas. Assim, necessitamos da atração de investimentos, que cobram uma maior previsibilidade da política econômica do atual governo, para voltarmos a crescer. CP– Em 2009, a Revista The Economist publicou a capa com o título “Brazil Take Off” (Brazil decola). No ano passado, a mesma revista publicou uma nova matéria dizendo que o caminho foi errado. Quais são as mudanças necessárias para que o mercado internacional veja o país com otimismo novamente? Qual é a real importância disso para o Brasil? MA– Em relação ao mercado, a primeira medida fundamental é recuperar a confiança. Caso o mercado não se sinta seguro em relação aos rumos da economia brasileira, é pouco provável que o pessimismo atual com o governo seja revertido. Para isso, é fundamental ter uma equipe econômica, principalmente o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central, que transite bem no mercado. Sem essa recuperação da confiança, será mais difícil atrair investimentos e, consequentemente, voltar a crescer. CP– Olhando para alguns vizinhos da América Latina, percebemos que governos populistas têm certa carga de antipatia por parte do mercado internacional. Quais são as semelhanças do governo brasileiro com esses países latino-americanos e o que poderia ser feito para aumentar a confiabilidade do Brasil perante o mercado internacional? MA– A simpatia ocorre no campo ideológico por parte de alguns setores do governo, localizados principalmente no PT. Em termos de política, não há como comparar a situação do governo Dilma com a realidades política da Argentina, Venezuela, Bolívia, Equador


“Em termos de política, não há como comparar a situação do governo Dilma com a realidades política da Argentina, Venezuela, Bolívia, Equador etc.”

etc. Apesar de Dilma fazer uma política mais a esquerda que a gestão Lula, estamos ainda distante de um governo populista. CP– Ainda analisando o cenário latino-americano, pode-se dizer que há um fenômeno da volta de governos populistas, baseados em subsídios sociais? Temos o Bolsa Família, no Brasil, e outros planos sociais que são o carro-chefe dos políticos na Argentina, Bolívia e Venezuela, por exemplo. Qual sua opinião sobre o papel do governo em relação ao enfrentamento da pobreza por meio da doação de renda ao invés da geração de renda? Como isso interfere no incentivo e na formação da população ativa e crescimento desses países? MA– As políticas de transferência de renda, por meio de programas como o Bolsa Família, são importantes. Além de diminuírem a desigualdade social, contribuem para reduzir a criminalidade nos grandes centros urbanos (na medida em que com uma renda, mesmo que pequena, parte da famílias opta por permanecer nos chamados grotões).

O problema é que precisamos avançar numa política de superação da pobreza e não apenas administrar a situação atual. CP– Nesse sentido, o que poderia ser feito? MA– Uma medida importante seria aumentar os investimentos em educação. Fortalecendo a educação, ocorre um aumento do acesso da população às universidades, criando uma mão de obra mais qualificada. Com cidadãos melhores instruídos, eles serão naturalmente absorvidos pelo mercado de trabalho. CP– Essa eleição foi marcada por uma grande oposição do setor corporativo e empresarial ao atual governo. Com a reeleição da presidente, esses segmentos preveem investimentos mais baixos para os próximos anos. O Sr. acredita que o governo atuará no aumento de sua credibilidade entre esse setor? Como esse cenário pode ser revertido? MA– A recuperação da credibilidade do governo junto ao setor corporativo

e empresarial depende, assim como na relação com o mercado financeiro, de gestos concretos da presidente Dilma. Após à reeleição, Dilma falou em dialogar. Porém, ao menos por enquanto, não chamou tais setores para o diálogo. É fundamental que a presidente mude seu padrão de comportamento dos primeiros quatro anos para reconquistar o apoio dos setores da sociedade que hoje criticam a atual gestão. CP– Na sua opinião, qual é o padrão de comportamento atual e como deveria ser? MA– Nos últimos quatro anos, a presidente Dilma Rousseff tomou decisões ouvindo pouco os aliados. Mesmo entre o PT, seu partido, o diálogo foi tênue. Não foi por acaso que o chamado “Volta, Lula” demorou para sair completamente da agenda. Além de partilhar do poder, dando peso proporcional aos partidos aliados dentro do novo ministério, é fundamental que Dilma forneça autonomia a legenda na administração da pastas, e, principalmente, dialogue mais com o Congresso.•

Credit Performance

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ACONTECEU NO MERCADO

São Salva dor

Bahia abre as portas para o Crédito e encerra as atividades da CMS em 2014

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Credit Performance


Cerca de 200 executivos se reuniram em Salvador para discutir os possíveis cenários econômicos pós-eleição e os caminhos para fomento sustentável do crédito no Nordeste.

O

ano de 2014 foi realmente intenso e atípico. O período de eleições presidenciais foi também de Copa do Mundo no Brasil, acirrando disputas no campo e nas urnas. Com esse pano de fundo, a CMS desembarcou pela primeira vez na capital baiana para encerrar seu calendário de atividadesem 2014 no Brasil. O evento, que aconteceu em novembro, no Bahia Othon Palace Hotel, discutiu, além dos rumos que a economia tomaria em 2015, as expectativas e cenários para o crescimento do crédito na Bahia e no resto do país.

Armando Avena,

Economista

O primeiro a subir ao palco foi o economista local Armando Avena, que traçou o cenário econômico no Nordeste e fez uma análise do que se pode esperar do país nos próximos anos. Na sequência, Armando também assumiu o papel de moderador do debate máster, ampliando a discussão com presidentes e executivos de grandes empresas e entidades regionais. Além do debate máster, um dos temas centrais nas discussões do dia girou em torno dos preparativos do mercado para incrementar o financiamento para os brasileiros (levando em conta que a Bahia tem um grande polo de fabricantes automotivos na região de Camaçari). Para Bruno Lozi, Gerente de Clientes Estratégicos do SPC Brasil, mediador do debate, o financiamento de automóveis deve melhorar: “Atravessamos um ano difícil e houve uma desaceleração do financiamento de veículos, mas discutimos juntos os motivos pelos quais aconteceu essa queda e concluímos que agora a tendência é que melhore.”, afirma. Rogério

Pereira de Sousa, Gerente de Mercado e Pessoa Física do Banco do Brasil, também defende que haverá um crescimento nesses segmentos, mas, para ele, o brasileiro deve também aprender a se planejar melhor: “A Educação Financeira deve ser trabalhada de maneira mais efetiva para que o ciclo do crédito flua. Esse congresso, que reuniu os líderes do mercado financeiro, nos ajuda a refletir mais sobre esses assuntos.”, completa. Outro ponto forte do evento foi o debate sobre os segredos para o equilíbrio de investimentos em tecnologia e capital humano no segmento de cobrança. Eric Lieb, Country Manager da Presence Technology, que levou ao congresso uma discussão acerca da tecnologia para a indústria de recuperação de crédito, garante que o mais importante não é a parte tecnológica de criar plataformas e ferramentas, e sim compreender o cliente. “Nós do setor de tecnologia devemos acompanhar todo o processo de implantação e operação das ferramentas de cobrança, capacitando os profissionais com muito cuidado. Ressaltamos muito essa necessidade da aproximação entre tecnologia e recursos humanos para garantir que o resultado seja atingido.”, defende o executivo. No encerramento, o jovem Augusto Frazão surpreendeu a plateia ao contar sua trajetória de vida e seu espírito empreendedor. Em sua palestra sobre a criatividade e inovação nos

Madleine Sprocatti,

Diretora Comercial da CMS

negócios, Augusto falou sobre o papel da nova geração para a obtenção de resultados nas empresas. Segundo Madleine Sprocatti, diretora Comercial da CMS, 2014 foi um ano de muitas conquistas que só podia ser encerrado com as boas vibrações da Bahia. “No último ano, tivemos um crescimento vertiginoso em número de eventos e público, pela ampliação de nossas atividades no Brasil. Saímos de dois eventos em 2013 para seis eventos em 2014, o que significou a reunião de mais de 3 mil líderes nesse ano. A Bahia foi escolhida para encerrar as atividades pelo potencial de desenvolvimento do Estado na indústria do crédito, apesar de que sabemos que é um mercado que ainda precisa de muita capacitação e insistência na criação da cultura do crédito sustentável. E aqui justamente porque acreditamos nesse crescimento e nossa meta na CMS é ajudar na formação dessa cultura. Esse é um projeto que apenas se inicia aqui. 2015 está chegando e trará muito mais”, finaliza a diretora. •

O encontro reuniu cerca de 200 líderes na capital baiana Credit Performance

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Segmento & Globalização

Por Camila Balthazar

Crédito na América Latina:

A grama dos “hermanos” será mais verde que a nossa? 16

Credit Performance


Apesar de estarem geograficamente próximos, os países da América do Sul vivem situações econômicas distantes, especialmente no ciclo de crédito. Especialistas analisam a realidade das principais potências vizinhas ao Brasil a fim de compreender o que se pode esperar para 2015.

N

a última década, a indústria de crédito da América Latina registrou um grande crescimento, impulsionado por uma maior bancarização, pelo aumento na penetração do crédito doméstico, bem como pela formalização dos trabalhadores. Paralelamente a esses fatores, o setor também se desenvolveu, tanto do lado da concessão do crédito e da gestão de seus riscos, como da cobrança. Uma vez que a indústria de C&C está intimamente ligada ao desempenho macroeconômico de cada país, o economista e cientista político brasileiro Marcos Troyjo enfoca que enquanto a economia global observou uma espécie de “ciclo dourado das commodities”, entre 2003 a 2010, o que possibilitou a expansão dos mecanismos de crédito, a América Latina passa por um movimento de “rearrumação das camadas tectônicas”, dividida em grupos de países que se encontram em diferentes estágios de desenvolvimento econômico e creditício.

Ao analisar as principais potências sul-americanas, Troyjo aponta que o Brasil ainda é a nação industrialmente mais forte. “No entanto, no que toca ao desenvolvimento econômico mais amplo, Chile e Colômbia têm tido um desempenho impressionante”, ressalta o economista, explicando que o Chile conquistou uma elevada especialização em commodities minerais e agrícolas voltadas ao mercado externo, enquanto a Colômbia colocou sua casa macroeconômica em ordem. “Quando agregamos a esse quadro o Peru, que juntamente com Chile e Colômbia fazem parte da Aliança do Pacífico, percebemos que nossos vizinhos estão buscando uma inserção mais dinâmica na economia global contemporânea”, diz. As diferenças entre esses países também se estendem para a esfera do crédito. Enquanto o setor bancário de Chile e Colômbia é sofisticado para os padrões latino-americanos e mais semelhante ao modelo brasileiro,

a Bolívia apresenta algumas experiências de microcrédito, porém ainda em volume pequeno. “Na Venezuela e na Argentina, a confusão macroeconômica tem desencorajado crédito farto e de perfil de longo prazo.”, afirma Troyjo. Para comparar o desenvolvimento do crédito de cada país, o Partner e Financial Advisory Services da Deloitte Argentina, Marcos Bazán, indica a adoção do crédito concedido ao setor privado em termos de percentual do PIB como medida. Anualmente, o Banco Mundial publica uma relação desses dados, sendo que o Chile é o país com a indústria de crédito mais desenvolvida quando comparada aos demais países sul-americanos. “Com índice de 105,9%, seu volume supera até mesmo o próprio PIB. O Brasil fica em segundo lugar, com 70% do PIB”, comenta Bazán, destacando que a média latino-americana é de 72,6%.

Credit Performance

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Segmento & Globalização anticíclico-chave no desenvolvimento do Brasil como potência econômica mundial”, analisa o especialista da Deloitte.

O que esperar para 2015

Marcos Bazán Partner e Financial Advisory Services da Deloitte Argentina

Os países também possuem suas semelhanças. A principal delas, de acordo com Bazán, tem sido a alta volatilidade da economia, o que impacta diretamente no grau de desenvolvimento de um país. Nesses momentos, à exceção do Chile, o crédito se contrai e os bancos aumentam sua carteira de ativos financeiros de maior liquidez. “Sob esse ponto de vista, o Brasil se difere, uma vez que sua economia se estabilizou em 2002. Desde então, os bancos oferecem produtos creditícios a todos os setores econômicos e o BNDES atua como provedor de fundos de longo prazo para a indústria e infraestrutura, tornando-se um jogador

Fernando Contardo Días Muñoz, Gerente geral da Sinacofi (Sistema Nacional de Comunicaciones Financieras)

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Credit Performance

De acordo com Fernando Contardo Días-Muñoz, gerente geral da Sinacofi (Sistema Nacional de Comunicaciones Financieras), a perspectiva econômica chilena para este ano é de crescimento do PIB entre 2,5 e 3,5%, com inflação ao redor de 3%, níveis de investimento em torno de 22% do PIB e desemprego na casa dos 6,5%. “Sem aprofundar o cenário econômico, que tem algumas incertezas importantes em certos países do mundo, acreditamos que a indústria de crédito no Chile não terá mudanças significativas em seus indicadores, ou seja, manterá o crescimento real positivo de aproximadamente 5%, com os mesmos riscos atuais”, destaca. O executivo também examina uma mudança na política chilena implementadas no fim de 2013, cujo real impacto poderá ser percebido a partir de 2015. Na ocasião, o país aprovou uma nova lei que alterou a regulamentação da taxa máxima convencional, o que se traduz em uma diminuição das taxas máximas que a indústria de crédito pode cobrar dos créditos de consumo. “O que à primeira vista poderia ser uma boa notícia, especialmente para os devedores de valores menores, pode estar deixando essas pessoas fora do acesso ao crédito bancário, uma vez que as instituições têm avaliado que esse segmento não é rentável. Os bancos divulgarão uma análise oficial no primeiro trimestre de 2015”, esclarece Días-Muñoz. Com boa expectativa para os próximos anos, o alerta que o economista Troyjo faz em relação à economia chilena refere-se ao caso de o país almejar a criar um grande estado de previdência social, assim como a Europa, porém precipitadamente. “O Chile está no piloto automático para se tornar uma sociedade com padrão de Europa mediterrânea nos próximos 15 anos. No entanto, o grande risco é querer envelhecer antes de ficar rico. Se você apresenta renda acima de US$ 35 mil e tem a produtividade da economia elevada e com geração de impostos eficiente para cobrir estes gastos, tudo bem crescer menos. O problema é querer fazer isso quando ainda está chegando ao seu teto de idade para a população economi-

camente ativa, quando a produtividade da economia ainda é muito baixa”, comenta o especialista, fazendo uma análise também sobre os possíveis desdobramentos para os demais países latino-americanos. Para ele, o processo de afundamento sociopolítico da Venezuela deve acabar com algum tipo de mudança, aceleração ou interrupção do atual modelo bolivariano, embora não necessariamente em 2015. “Já na Colômbia, a possibilidade de ruptura de uma crise política ou econômica é nenhuma.

Marcos Troyjo Economista e cientista político brasileiro

As Farc estão derrotadas e a perspectiva que se tem no mundo em relação à Colômbia é a melhor possível. O Peru é uma sociedade muito mais desigual do que essas outras da Aliança do Pacífico. Além disso, talvez seja o país que mais se beneficiou na América Latina do vento bom das commodities”, compara Troyjo. Em linhas gerais, a indústria de crédito da região deve permanecer estável no próximo ano. O executivo da Deloitte Argentina indica que Chile, Peru, Colômbia e Bolívia tendem a manter seu crescimento econômico, enquanto Brasil, Argentina e Venezuela, terão maior influência nesse resultado estável, uma vez que suas atuações têm sido mais fracas. No caso específico da Argentina, Bazán aposta em um crescimento nulo ou até mesmo uma leve redução no volume geral de empréstimos em dólar. “É importante ressaltar que o Banco Cen-


Pódio do crédito latino-americano Considerando os dados divulgados pelo Banco Mundial referentes à medida do percentual do PIB destinado ao crédito interno ao setor privado, é possível estabelecer um ranking das principais potências da América Latina. Confira os números de 2013, última compilação publicada pela instituição.

15,8%

ARGENTiNA

47%

BoLÍViA

70,7%

BRASiL

105,9%

CHiLE

50,2% 30,6% 31,4%

CoLÔMBiA MÉxiCo Francisco D’orto Neto Diretor de Finanças Corporativas, M&A e Governança Corporativa da Crowe Horwath

tral de La República Argentina estimulou o crédito ao setor privado produtivo. No entanto, o crédito destinado ao consumo se mantém igual”, diz. Além dos principais países da América do Sul, vale destacar o desempenho mexicano, a segunda maior economia da América Latina. O país tem se beneficiado do ponto de vista da atração de investimentos estrangeiros para o setor industrial por conta do aumento dos custos relativos de produção na China e pelo fato de integrar o Nafta, o Acordo de Livre Comércio da América do Norte. Segundo Francisco D’Orto Neto, diretor de Finanças Corporativas, M&A e Governança Corporativa da Crowe Horwath, o México mereceu atenção especial dos bancos internacionais por apresentar consistência em seus planos de investimento e infraestrutura, realidade que deve permanecer em 2015. “Falar da indústria de crédito é pensarmos sobre os riscos macroeconômicos que se reproduzem em taxas mais ou menos flutuantes. Em geral, a América Latina se apresenta em fase de ajustamento relativos aos ciclos econômicos de baixa provenientes da crise global de 2007 e 2008”, observa Neto, deixando claro que os rumos do crédito serão determinados pelo quadro político-econômico mais amplo – opinião unânime entre os especialistas.•

PERU

25,3%

VENEZUELA 02

04

06

08

0

100

120

Vizinhos lado a lado Presidente e fundador da VN Global BPO, além de fundador da LatinCob, Luciano Nicora utiliza sua expertise dos últimos 20 anos dedicados à indústria para avaliar qual é a posição de cada um dos seis principais países da América Latina no setor de cobrança. Brasil: política de estado forte, alto nível de bancarização e tradição bancária. No último ano, os bancos estão mais cautelosos em suas políticas de risco creditício. Os juros são altos e as empresas de cobrança apresentam grande porte. Há cerca de 10 companhias com pelo menos dois mil colaboradores. Historicamente, o país pode ensinar mais do que aprender com a América Latina. México: média bancarização, alguns banqueiros locais, porém um alto ingresso de bancos americanos e europeus. As empresas de recuperação são grandes e têm a particularidade de realizarem cobranças a domicílio. Há cerca de 10 empresas com mais de mil colaboradores. Colômbia: média bancarização, sobretudo conquistada nos últimos anos. Assim como outros países latino-americanos, a Colômbia recebeu bastante investimento de bancos dos Estados Unidos e da Europa. O país virou um hub de exportação de BPO, entre os quais a cobrança. Há entre quatro e cinco empresas com mais de 600 colaboradores.

Argentina: bancarização baixa, apesar de sólida e forte. Os juros são baixos, próximos de 2%, e as empresas de recuperação têm porte médio se considerado o tamanho do país. A Argentina tem uma boa oportunidade de futuro, considerando que se a penetração em termos de empréstimos/PIB for similar ao Brasil é possível crescer seis vezes em relação ao tamanho atual. Chile: bancarização média-alta, com um sistema financeiro forte e sólido representado por bancos locais e internacionais. Com boa gestão do setor de crédito e juros razoáveis, as empresas de cobrança contam com uma população de escala média para trabalhar. Existem aproximadamente seis empresas com 600 colaboradores. Peru: anteriormente bastante atrasado em relação aos demais países da América Latina, o Peru vivenciou um salto em consumo e bancarização nos últimos anos. Os juros são razoáveis e as empresas de recuperação vêm crescendo constantemente devido ao crescimento do crédito e das dívidas. O setor está se profissionalizando, apesar de ainda seguir com o processo de cobrança domiciliar. Há muitas empresas que já superam a marca de 400 colaboradores.

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CAPA

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Líderes traçam cenário para a próxima década

POR Camila Balthazar e Cris Moraes

O Congresso Nacional de Crédito e Cobrança chega à 10ª edição, fazendo uma ponte entre passado, presente e futuro e consolidando-se como plataforma de discussão, tendências e novidades que pautam a indústria e contribuem para melhor tomada de decisão nos negócios.

A

última década foi um grande marco para a indústria de crédito e cobrança no país. O crédito foi o principal motor da economia brasileira, tornando-se acessível para a população, rompendo barreiras e criando oportunidades para as empresas do setor. E também por 10 anos os principais executivos e tomadores de decisão se reúnem para analisar as decisões, compartilhar estratégias e boas práticas, além de colocar sobre a mesa os

gaps e possíveis soluções do mercado e processos. Coincidência? Certamente não. Evolução e conhecimento sempre andaram juntos para que a indústria de crédito chegasse ao patamar atual. Por isso, para comemorar a sua 10a edição, o Congresso Nacional de Crédito e Cobrança decidiu se debruçar sobre o futuro e unir grandes nomes da indústria para identificar as oportunidades e práticas do presente e visualizar os gargalos e tendências para os próximos anos. “Completar

10 anos não é realizar 10 congressos. É promover um espaço perene e confiável onde os decisores podem encontrar-se para aprender, ensinar, reinventar e inovar os conceitos e suas empresas. É contribuir, por consequência, para o crescimento do mercado e da economia do país”, explica Pablo Salamone, presidente da CMS, realizadora do evento. Cerca de dois mil líderes da indústria participaram dos dois dias de programação que contava com 25 palestras e fóruns e trouxeram 85 speakers para falar sobre a sustentabilidade da indústria que segue em constante expansão. O presidente da CMS, Pablo Salamone, fez um balanço da última década da indústria e das 10 edições, bem como aproveitou para anunciar as novidades de um novo ciclo ainda mais inovador, com todos os eventos e chegada a outras capitais. “Para mim, a grande palavra que resume esses 10 anos é orgulho de conquistar. Gerar uma equipe de trabalho

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CAPA sólida e coordenada, abordando as melhores práticas de cada país onde estamos presentes e antecipando tendências. Muita coisa aconteceu no mercado nesse ciclo e agora vamos falar do que ainda está por vir. Mas temos certeza de que o contato pessoal não vai mudar. É isso que o evento faz: aproxima as pessoas e gera negócios e oportunidades”, ressaltou Salamone. Para desvendar os próximos movimentos do setor, o evento foi aberto pela palestra máster com Ricardo Amorim, economista, colunista e apresentador de TV. O especialista falou da importância do papel do crédito de trazer o futuro para o presente. “O crédito possibilita o consumo e o investimento hoje. Mas depende de uma coisa determinante, que

é a crença. Ninguém empresta dinheiro se não acreditar que será pago. Portanto, para olharmos o horizonte dos próximos 10 anos, temos que olhar para a última década”, apontou Amorim. Independentemente do governo e da política econômica, o economista destacou as áreas que terão maior crescimento no país, como a agricultura. “O nosso território nacional equivale a 33 países da Europa, desconsiderando a Amazônia. Somos o segundo exportador mundial de alimentos e, no máximo em 10 anos, devemos ser o primeiro, ultrapassando os Estados Unidos”, apontou. De acordo com Amorim, o interior deve crescer mais do que as capitais, fenômeno que

vem sendo observado na última década. “A região Norte foi a que mais cresceu, sendo que o Nordeste ficou em segundo lugar”, citou. O economista também lembrou que nos últimos anos, o Brasil injetou mais de 59 milhões de pessoas nas classes B, C e D. “Existem oportunidades de negócios ligadas ao crédito em todas as classes. Normalmente, a demanda está ligada ao produto, mas o serviço crescerá mais. Se o cabelereiro custar 10 vezes mais, as pessoas vão continuar consumindo, diferentemente do produto. Escolas, universidades, planos de saúde e farmácias vão continuar crescendo mais que a média da economia brasileira”, acrescentou. Se temos visto o Brasil expandindo mais no comércio do que na indústria há 10 anos, a má notícia é que o modelo está se esgotando e, segundo o economista, não teremos grande crescimento no futuro próximo. Por outro lado, ele diz que o medo das pessoas de comprar presente durante o período eleitoral já passou e, quando o lado pessimista desaparecer, teremos novas oportunidades para o Brasil.

O seu lugar na indústria na próxima década Quando pensamos no futuro, precisamos olhar para o passado, principalmente para números e acontecimentos. A economista e comentarista Rita Mundim trouxe uma fotografia dos 20 anos do Plano Real. “A cidadania que a moeda nos deu foi um grande avanço. A estabilidade do Real é uma condição da qual não podemos abrir mão. Assim, os brasileiros podem usar o crédito, que é uma ferramenta fundamental para crescimento de um país e das pessoas”, destacou a moderadora do debate máster.

Palestra Máster com Ricardo Amorim e Debate Máster “O seu lugar na indústria da próxima década”

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Na opinião de Rita, o governo terá um papel fundamental na direção da economia, mas precisará dar espaço para a equipe econômica. “A Dilma tem que ser presidente e não ministra”, afirmou. O presidente da Serasa Experian, José Luiz Rossi, é um otimista e acredita que com novos instrumentos, como o cadastro positivo, poderemos voltar a ter crescimento na indústria, ao trabalharmos na base. “Meus filhos nunca viveram a inflação, mas só quem viveu sabe que a economia era desorganizada. Tivemos grandes acontecimentos e agora podemos retomar o tripé do plano”, observou o debatedor.


Outra opinião na discussão foi a do economista Roberto Luis Troster. Ele acredita que estamos vivendo um período cíclico, vivenciado 10 anos atrás na implantação da moeda, e defende que temos capacidade para fazer melhor e diferente no futuro. “Temos que enfrentar os problemas e colocar uma pimenta para ter um pulo qualitativo. Acredito que nos próximos 10 anos teremos mais legitimidade de toda a indústria sobre o crédito. Hoje todos usam a mesma lagoa para pescar, mas alguns estão estragando os peixes. Temos que trabalhar para cortar os custos e as taxas. Eventos como esse são extremamente importantes porque o crédito pode ser um propulsor importante de crescimento, desde que seja feito de forma responsável na oferta e na tomada”, sinalizou Troster. O expert Emilson Alonso também defendeu que o futuro estará na eficiência. “Independentemente do quadro eleitoral, o setor continuará crescendo, tendo um impacto importante com o crédito imobiliário. Porém, existe um desafio importante, que será a consolidação nos próximos 5-10 anos. Os desavisados ficarão na estrada, permanecendo apenas as empresas que têm capacidade”, afirmou Alonso. O diretor Sênior Chevrolet, Serviços Financeiros, Marcos Pedote, compartilha da ideia que a eficiência será o nome do jogo daqui para frente. “O crédito automotivo está vivendo um momento de adaptação e precisamos nos reinventar. Vai voltar a crescer, mas em ritmo lento para conquistarmos novos patamares”, finalizou.

entrevistados afirmaram ter débitos em atraso, sendo que o cartão de crédito foi citado por 65,53% deles como o grande responsável pela dívida. Vale ressaltar que o números de brasileiros com dívidas no cartão cresceu 56% nos últimos quatro anos, enquanto o atraso com crédito pessoal triplicou. Durante a apresentação, os especialistas discutiram como os dados da pesquisa impactam o dia-a-dia das empresas, trazendo diferentes visões e setores, que contou com a presença de executivos do Hospital Sírio-Libanês, da EF Englishtown, da Carsystem, e do expert Ricardo Loureiro. Segundo o estudo, 51,56% dos devedores preferem ser abordados por e-mail na hora da negociação, 19,05% optam o contato via celular, 11,22% são adeptos da carta e 4,76% simpatizam com telefone fixo ou comercial. “Ninguém mais manda carta”, enfatizou Loureiro, destacando a importância de virtualizar o contato. “Precisamos criar um relacionamento digital para acessar o devedor da forma correta, no momento correto e com o acordo correto”, disse.

A multicanalidade e a evolução no relacionamento com o novo consumidor também foi um dos temas abordados no congresso, reunindo experiências e ferramentas adotadas por empresas como Kitado e Analytics for Life, NET, PH3A, PG Mais Resultado e Serasa Experian. O professor e pesquisador Alexandre Augusto Giorgio, da Faculdade Cásper Líbero e da USP, ampliou a questão com sua visão acadêmica. Se antigamente a cobrança era feita prioritariamente via carta e telefone fixo, atualmente a quantidade de meios de comunicação disponíveis aumentou consideravelmente o desafio de estabelecer um diálogo com o devedor.

O QUE PENSAM OS INADIMPLENTES E COMO ACESSÁ-LOS Outra ponto fundamental nas discussões para a próxima década e que esteve bastante presente na pauta dos líderes da indústria nos últimos anos são os índices de inadimplência. Com as grandes oscilações nos últimos tempos, tornou-se ainda mais importante entender como pensam os inadimplentes e atuar diretamente na raiz do problema. O IGEOC, atento a essas preocupações de mercado, tem realizado anualmente uma relevante pesquisa com o objetivo de desvendar os comportamentos do consumidor. De acordo com Jefferson Frauches Viana, presidente da Way Back, quase 80% dos

Debate sobre a pesquisa do IGEOC: Inadimplência e Consumo em Foco”

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CAPA quais as fraudes relacionadas ao sistema financeiro, que assim como a tecnologia, evoluíram e precisam de ações incisivas desde a concessão. Serasa Experian, ClearSale, Banco do Brasil e SAS, aprofundaram o tema com experiências e modernas técnicas que estão em constante mudança e evolução para garantir melhores resultados para toda a cadeia. DE OLHO NOS MERCADOS PROMISSORES

Debate “Crédito e Cobrança: Cenário e expectativas para a próxima década”

Para Luiz Junqueira, gerente de Produtos Decision Analytics da Serasa Experian, o primeiro passo é ter uma tecnologia que integre esses canais. “Também é preciso compreender quais ferramentas são mais aderentes para cada perfil de cliente, sendo fundamental analisar esses resultados, mensurar, modelar e criar grupos de controle para entender a propensão de cada devedor”, observou. Outro ponto considerado foi a integração entre os diferentes softwares de cobrança utilizados pelas empresas. “Em alguns casos, o mesmo CPF aparece em mais de um sistema. A inteligência de cruzamento é primordial para profissionalizar o processo”, comentou Paulo César Costa, CEO da PH3A. Dando um passo atrás nesse ciclo, os especialistas presentes no evento também analisaram a falta de informação que antecede a contratação de um novo empréstimo. Afinal, ainda de acordo com a pesquisa do IGEOC, 78,91% dos entrevistados afirmaram não ter recebido orientação financeira ao solicitar o empréstimo. O painel “Tendência: Educação Financeira e Responsabilidade Creditícia” aprofundou essa questão com executivos da Serasa Experian, da BM&FBovespa, do SPC Brasil, do Itaú-Unibanco e da Fundação CESP. A economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti falou da importância da educação financeira para todo o país. “Não é intenção do banco e do lojista que o consumidor fique endividado. Todos têm interesse em que o crédito seja tomado de forma consciente”, concluiu.

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A educação financeira é o caminho para mudar os números revelados pela pesquisa e deve começar ainda na infância. Assim, garante-se que as novas gerações tenham maturidade financeira para lidar com o crédito e com o mercado de trabalho. Por esse motivo, o perfil da nova onda de mão de obra formada pela geração Z, aqueles nascidos entre 1990 e 2000, bem como seus impactos para a indústria, também esteve na pauta do congresso. A diretora de Certificação da ABRH Nacional, Andréa Huggard moderou o tema que contou com a presença de diretores da Great Place to Work, Tatiane Tiemi; da Intervalor, da ASAP Recruiters e do autor e especialista em conflitos de gerações, Sidnei Oliveira. Esses mesmos profissionais enfrentarão os desafios da próxima década, entre os

Quando se fala em endividamento no país, os números mostram que o brasileiro não é tão endividado se comparado a outros países como Estados Unidos. A verdade é que a população está aprendendo a usar o crédito e cada vez mais uma parcela realiza o maior sonho: a compra da casa própria. Para entender melhor o segmento de crédito imobiliário e responder a pergunta se estamos vivendo uma bolha de problema ou de sabão, foram apresentados estudos e números por especialistas do segmento. O diretor de Novos Negócios do Portal de Documentos, Marcos Caielli, foi mediador do painel com experts no assunto do Banco Itaú-Unibanco, ABECIP, Banco do Brasil e Santander. “Minha preocupação com uma bolha no Brasil nos próximos anos é zero. Normalmente, isso acontece em países com baixíssimas taxas de juros e especulação de investidores. Hoje ainda temos uma taxa alta e quem está comprando imóvel é para moradia”, comentou o diretor Executivo de Negócios Imobiliários do Banco Santander, Gilberto Duarte de Abreu. O diretor do Banco do Brasil, Hamilton Rodrigues

Debate “Cases de Gestão: Inspire-se nos grandes e mude a história da sua empresa nos próximos 10 anos”


Operacional da Credigy, Bruno Brosens; o COO Latam da Cetelem, Bruno Leroux; o Executivo Comercial da AMC do Brasil, Henrique Alves e o CIO da Recovery do Brasil, Santiago de La Fuente, que se mostrou animado com as perspectivas desse mercado daqui para frente. “Os bancos já estão vendo que não existe problema em vender carteira e que a maior busca é pela eficiência”, apontou Fuente. Evolução desigual no setor de cobrança

Debate sobre Multicanalidade (acima) e Consórcios (abaixo)

da Silva, concordou que não existe um risco de crise ou bolha, mas, por outro lado, afirma que os consumidores estão avaliando muito bem as condições para tomar crédito. “O sonho da casa própria está em primeiro lugar na mente do brasileiro, mas o que vai garantir crescimento desse mercado é a renda e o emprego”, enfatizou Silva. Na opinião do presidente da ABECIP, Octávio de Lazari Junior, os números mostram que ainda temos muito espaço para crescer e imóveis para financiar no Brasil. “Em 1980, financiamos 600 mil imóveis e foi o boom do financiamento. Em 2013, financiamos 1 milhão de unidades, mas sabemos que 18% do total das famílias brasileiras ainda pagam aluguel”, apontou. Outro fato que mostra que o interesse pela tomada de crédito seja maior nos próximos 10 anos é a mudança na configuração das famílias. “Sabemos também que o número de divórcios tem crescido exponencialmente, o que acaba gerando mais demanda de imóveis”, explicou. Mesmo assim, o recado dele é que devemos ficar atentos e que as instituições financeiras não podem afrouxar nas exigências, mantendo o percentual de 80% do valor do imóvel no financiamento. A área de consórcios também deve se beneficiar com o mercado imobiliário e foi um dos novos temas dessa edição do congresso, que trouxe importantes empresas do mercado, como a ABAC (Associação Brasileira de Administradores de Consórcios). Entre os convidados estavam a gerente de Operações da GMAC Administradora de Consórcios, Mara Silvia Gianesi Brites, que enfatizou que as empresas de cobrança apostem em um maior conhecimento do consórcio, o que pode ser uma grande oportunidade

de atuação. A diretora administrativa da Luíza Administradora de Consórcio, Edna Honorato, concordou que a linguagem do produto é diferenciada, assim como o perfil do tomador, que começa como poupador e pode virar inadimplente. O superintendente Jurídico da Rodobens, Thiago Tagliaferro Lopes, disse que existe um grande espaço de crescimento no mercado imobiliário. Já o presidente da Administradora de Consórcios Honda, Ricardo Tomoyose, observou que o consórcio ainda é uma poupança forçada e muito utilizada como instrumento de educação financeira, principalmente no segmento de motocicletas. “Ainda temos inadimplência por conta de questões atípicas, como problemas para entrega de boletos. Temos que diversificar os meios de cobrança e sermos mais ágeis para que o grupo não seja prejudicado”, concluiu. Outro segmento que tem avançado no Brasil é o de compra e venda de carteiras. Todas as dúvidas e questões que ainda pairam sobre o tema, como motivos de venda, precificação e os riscos, estavam no debate mediado pelo sócio-executivo da Becrux Ativos de Crédito, Victor Loyola, e com os experts no assunto: o diretor

Se a indústria do crédito atingiu um nível interessante nos últimos anos, a área de cobrança precisa correr atrás para alcançar o mesmo patamar de performance. Essa foi a opinião dos especialistas da Novaquest, Santander, Banco do Brasil, Itaú-Unibanco, Banco Safra e Febraban presentes no debate “Crédito e Cobrança: Cenário e Expectativas para a Próxima Década”. “Hoje trabalhamos muito no reativo, mas precisamos focar no preditivo. Já temos ferramentas suficientes para ver os sinais que o cliente adimplente dá, indicando a necessidade de uma abordagem com uma oferta diferenciada”, apontou o presidente da Novaquest, Jair Lantaller, destacando a importância de inserir mais inteligência no setor de cobrança. Já Francisco Maqueda, superintendente do Banco Safra enfatizou que a parte operacional no processo de cobrança evoluiu bastante, porém a eficiência não acompanhou esse desenvolvimento. De qualquer forma, a perspectiva para a indústria é positiva. Há 10 anos, o crédito no Brasil representava 400 bilhões de reais. Hoje em dia, a cifra atingiu 2,6 trilhões de reais. “Imaginando que o PIB crescerá 4,5% na média e a inflação fique em 5% nos próximos 10 anos, o crédito pode subir a 95% do PIB até 2024, considerando um cenário otimista, e 61% se formos pessimistas. É significativo”, calculou Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban. Credit Performance

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CAPA Na opinião de Vander Nagata, Head da Unidade de Negócios de Consumer Information da Serasa Experian, a cobrança ainda utiliza uma espécie de “força bruta”, em vez de aplicar analytics. “Eu diria que aproximadamente 20% das empresas adotam essa inteligência”, afirmou. O painel “Analytics e Gestão em Cobrança: Aplicação Prática para Sucesso da Recuperação”, trouxe executivos da Quantum Strategics; Banco Pan; Neurotech, IBM Latam, que puderam ampliar o debate e identificar as lacunas que ainda existem nesse segmento. Ricardo Takeyama, superintendente de Cobrança do Banco Pan, contou sua

experiência com a migração para o uso de analytic. “Tivemos um crescimento considerável de recuperação no último ano tanto na operação quanto na gestão interna do portfólio. No entanto, no ritmo em que a indústria está, acredito que serão mais cinco anos para todo o mercado falar de uma maneira analítica em cobrança”, expôs. Luciano Kalatalo, especialista da IBM Latam, também reforço o valor do conceito de Big Data diante desse contexto. “O grande ponto é a morosidade para acessar as informações em um banco de dados. Ter muita informação não é Big Data. O grande diferencial é usar muita informação com muita rapidez”, pontuou Kalatalo, corroborando para o resultado

Apresentação de abertura com o Coral da Gente

final esperado pelas empresas, que visam a recuperação de aproximadamente 220 bilhões de reais em dívidas, distribuídos entre 57 milhões de CPF’s. No caso do mercado B2B, as estratégias adaptam-se ao tamanho da carteira de clientes e ao perfil de cada indústria a ser cobrada. O diretor de Finanças, Crédito e Cobrança da Braskem, Rogério de Paiva Coura, comentou que a empresa de petroquímica atua com 3.500 clientes. “Temos que analisar o segmento, identificar futuros problemas, fazer modelagem e atuar de forma delicada. A fidelização nesse mercado não é apenas importante, mas essencial. Meu portfólio de clientes é finito”, destacou o profissional ao participar do debate “Novas Oportunidades Falando de B2B para Cobrança”. Além dele, estiveram presentes Dércio Fernandes, serviços financeiros shared services Gerdau Brasil; Nival Martins, superintendente do SPC Brasil; e Márcia Loureiro, superintendente comercial B2B da Way Back. O executivo da Gerdau também fez uma provocação interessante: “Recuperação no mercado B2B é um investimento, e não um custo”, disse. Saber cobrar e operar as ferramentas tecnológicas agiliza todo o processo, inclusive as cobranças judiciais. Esse foi o enfoque do Debate Jurídico desse ano, que contou com o então presidente do Instituto GEOC, Dr. Egberto Hernandes Blanco, para discutir o assunto juntamente com o

Os líderes falam Veja o que alguns dos principais líderes que participaram do 10º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança opinam sobre a indústria de C&C e as perspectivas para os próximos 10 anos. Ricardo Amorim, Economista “Eu tentei avaliar o que aconteceu nos últimos 10 anos para depois olhar para os próximos dez. Na minha opinião, o que aconteceu nos últimos dez anos se pode dividir em dois períodos: no início dele o Brasil teve um desempenho ótimo, cresceu 5% ao ano e o crédito no Brasil expandiu como nunca. Porém, nos últimos quatro anos o crescimento caiu. O Brasil começou a ter ciclos de elevação da inadimplência, que por um lado geram oportunidades de negócio para as empresas de cobrança, mas também geram uma desaceleração na expansão das operações de crédito e, consequentemente, geram algumas dificuldades para outras empresas da cadeia. Olhando pra frente, o que eu queria mostrar é que a gente está em um momento de muito pessimismo: as pessoas estão com medo e estão segurando os gastos de consumo, principalmente de produtos com valores mais altos, e no caso, dos empresários, os investimentos estão mais fracos.”

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juiz assessor da Presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo, Dr. Gustavo Santini Teodoro; o presidente da Comissão de Direito Bancário da IASP, Dr. Ernesto Antunes Carvalho; e o diretor jurídico da FEBRABAN, Dr. Antonio Carlos de Toledo Negrão. Reconhecimento Nesse balanço de uma década de CMS no Brasil, é impossível falar do congresso sem lembrar de alguns nomes que foram fundamentais para a construção e evolução dessa indústria ao longo desses 10 anos. Por conta disso, a CMS Brasil fez uma homenagem para o Instituto GEOC e para a Serasa Experian, que acreditaram na iniciativa desde o início, e para os amigos e parceiros Adilson Melhado, da Localcred, Isaias Abudd, do Comitê Organizador, e Madleine Sprocatti, que também acompanharam e apoiaram o Congresso desde a primeira edição. “A participação desse congresso só é possível quando acreditamos nas ideias. É isso que estamos propondo nesse 10º Congresso. Olhar para frente e acreditar, como fizemos há 10 anos. Tivemos verdadeiros parceiros. É uma vitória da indústria e da união das pessoas e dos parceiros que acreditaram”, declarou Egberto Hernandes Blanco, presidente do IGEOC 2013/14. “Desde o início, acreditamos que discutir o futuro nos faz cada vez melhor, aprendendo com as lições do passado e nos preparando para o que virá pela frente, sempre fazendo as mudanças necessárias para chegar lá”, afirmou Paulo Melo, diretor de Relações Institucionais da Serasa Experian. •

Roberto Luis Troster, Economista “Eu acompanho a CMS desde os primeiros congressos e pude ver de perto toda essa história. Os Congressos formam o espaço ideal para pensar estrategicamente as novas tecnologias e as tendências do mercado. Foi uma ótima oportunidade de analisar e identificar as novidades do setor e refletir sobre o que podemos esperar da indústria nos próximos 10 anos. “

Emilson Alonso, Expert “A indústria viveu uma era muito importante de 2004 a 2012, com o crescimento do país e crescimento da indústria de crédito e cobrança, depois da estabilização econômica feita através do Plano Real. Eu acho que os próximos dez anos serão de consolidação: os bons vão ficar e aqueles que não estão preparados ficarão no meio do caminho. O setor vai precisar de muita competência e muita eficiência para que as empresas sejam bem sucedidas.”

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Os líderes falam Hubert Czapinski, CEO Mundial da TCM “Nós devemos estar preparados para todos os possíveis acontecimentos do futuro. E se nós tivermos clientes em vários países, isso vai proteger de alguma maneira o nosso negócio de qualquer acontecimento inesperado. A indústria brasileira é muitíssimo avançada e a sua tecnologia é muito sofisticada. Então, não tenham medo de atravessar os limites e ir para fora do Brasil. Toda a América Latina está esperando por companhias brasileiras, todo o mundo está esperando por vocês...”

Octávio de Lazari Junior, Presidente da ABECIP “Eu agradeço à CMS por fazer esse trabalho que é muito importante para que a gente possa esclarecer as pessoas envolvidas sobre o crédito imobiliário no Brasil, que é um setor muito importante. Estamos falando de moradia, de financiamento imobiliário... é um assunto que interessa muito a população brasileira e também as construtoras e todas as empresas que se envolvem no processo. No debate, foi discutido se realmente existe uma bolha imobiliária no Brasil e podemos chegar à conclusão de que não, por que o brasileiro compra imóvel para moradia. Então, o que estamos vivendo, na realidade, é um crescimento do poder aquisitivo da nossa população e um crescimento do mercado imobiliário no Brasil. Então, podemos concluir que o Brasil vem passando por um momento muito bom no que diz respeito ao crédito imobiliário e a tendência para os próximos dez anos é que melhore ainda mais.”

Michael E. Coleridge, CFO da EF Englishtown “Eu gostei muito de ver a diversidade das indústrias representadas aqui hoje: tinha gente da indústria de seguro, saúde, educação e também Ricardo Loureiro, o nosso Expert sobre o mercado de cobrança no geral. A interação com o público foi muito interessante e o debate foi bastante informativo, foi um prazer estar aqui hoje.”

Rita Mundim, Economista “São esses congressos, tanto em nível nacional como regional, que fazem com que as pessoas do setor se encontrem, se relacionem e se aprimorem. Já que estamos falando de eficiência, o congresso passa a referência para que a gente coloque em prática cada ano que se passou e teste, na prática, aquilo que foi conquistado por cada um dos participantes desse setor. Então, a cada ano, os congressos regionais e esse grande congresso nacional aqui em São Paulo, são palco do encontro do que foi falado, do que foi pensado e, principalmente, do que foi executado. Assim podemos ver, juntos, qual é a realidade da indústria de crédito e cobrança no Brasil.”

José Luiz Rossi, Presidente da Serasa Experian “Há dez anos, quando estávamos começando, o mercado de crédito compreendia cerca de 20% do PIB e hoje está em 56%. Nós acompanhamos neste período, nos vários congressos, esse crescimento. Em alguns momentos estávamos mais otimistas, em outros nem tanto, mas eu acho que em dez anos a gente pôde ver como a indústria evoluiu e se profissionalizou. Eu fico muito feliz por podermos participar desta trajetória juntos.”

Bernardo Lustosa,

Vice-presidente de Inteligência Estatística e Operações da ClearSale “O Congresso Nacional da CMS tem sucesso como o principal evento brasileiro de crédito e cobrança pela capacidade de localizar e reunir os melhores especialistas sobre os temas do congresso e a ele relacionados. Mantendo o foco principal no conteúdo passado aos participantes do congresso, torna-se fonte de importante para os profissionais das áreas. Na mesa redonda em que participei (Fraudes: prepare-se para enfrentar os fraudadores da próxima década), especialistas e concorrentes discutiram temas relevantes para o público evitando discursos comerciais, o que é um grande ponto de questionamento de congressos e feiras brasileiras.”

José Renato Simão Borges, CEO da Credz Administradora de Cartões “Sair de nossas empresas, participar de um ambiente rico em reflexões e informações que impactarão nossos negócios no futuro, olhar estrategicamente nossas empresas de fora para dentro e se relacionar com líderes do setor de Crédito e Cobrança formam o lastro para a conclusão de sucesso do 10º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança da CMS. Particularmente, tive a rica experiência de participar do Painel: GESTÃO: INPIRE-SE NOS GRANDES E MUDE A HISTÓRIA DA SUA EMPRESA NOS PRÓXIMOS 10 ANOS, onde CEOs de importantes empresas deram exemplos de grandes transformações vividas, que certamente nos inspirarão nos nossos negócios no futuro, sempre com uma forte visão de planejamento e melhores práticas, num ambiente de mudanças. Para colaborar, neste sentido, apresentamos a experiência da CREDZ, uma nova bandeira e administradora de cartões de crédito, que nasceu adaptada a esses novos tempos, onde o cartão ocupa papel importante como meio de pagamento e acesso a produtos e serviços financeiros, num cenário de migração de classes sociais, crescimento da bancarização e mudança no comportamento dos consumidores.”

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Hilgo Gonçalves, CEO da Losango

Paulo de Tarso, Sócio Fundador da Kitado

“Nós acreditamos que se conectar mais com o varejo, ouvir mais o cliente, respeitar o cliente, levar informações mais transparentes... esse é o nome do jogo. Nós estamos no mercado há 43 anos, com a parceria com mais de vinte mil lojas espalhadas em mais de dois mil municípios brasileiros. 60% do nosso negócio vem de pequenos varejos, como lojas de móveis, eletrônicos e matérias de construção, e os outros 40% vêm de parcerias estratégicas. Nós nos conectamos com o varejista levando uma solução para o ponto de vendas, e para que essa parceria se torne sustentável é muito importante conhecer o cliente.”

“O tema principal do debate foi relacionamento, ou seja, não se pode esquecer que do outro lado tem uma pessoa, que é o devedor. As empresas infelizmente acabam deixando de fortalecer esse relacionamento. Esse é um tema que foi muito debatido aqui e eu acho que vai continuar a ser debatido pelos próximos dez anos. Além disso, falamos sobre o processo da inovação. Acho que as empresas devem começar a se permitir a errar mais, mas errar barato e rápido, para aprender e, com isso, avançar.”

Paulo César Costa, CEO da PH3A “Quando a gente fala em cobrança em multicanais, a grande preocupação é com o discurso, por que todos os canais devem fazer o mesmo discurso. Além disso, deve-se preocupar com a democratização do processo, que é a cobrança sem intervenção humana em casos de cobranças em situações constrangedoras. E o grande processo, talvez o mais importante, é a integração de tecnologias, para que você possa mensurar todos os resultados, de todos os canais, e possa encontrar um modelo ideal de cobrança para cada situação.”

Alexandre Augusto Giórgio, Professor da Faculdade Cásper Líbero “Eu acho esse encontro fundamental, especialmente por já estar no 10º ano, é sinal do sucesso do evento, já é sinal da necessidade que o mercado tem desse tipo de atividade. Eu parabenizo os organizadores do evento por que o mercado precisa discutir esse assunto e é isso que faz o mercado crescer.”

Jefferson Frauches Viana, Presidente do IGEOC 2015/16 “Eu me sinto muito honrado por ter participado do 10º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança porque eu participei de todos que foram realizados até hoje. Eu aprendi muito, modifiquei coisas dentro da minha própria empresa e também tenho certeza que também contribuí muito. O passado foi sensacional e espero que o futuro seja de integração total com tudo que está por vir, inclusive com o desconhecido. Esse congresso atualiza os líderes do mercado sobre onde devemos estar na indústria de Crédito e Cobrança”.

Luiz Junqueira, Gerentes de Produtos Decision Analitcs da Serasa Experian “Eu acho fundamental trazer os profissionais do mercado para que consigam interagir entre si, trocar experiências, ver e acompanhar as tendências de diferentes seguimentos que as empresas apresentam aqui. Vemos também diferentes regiões aqui discutindo e debatendo e trocando essa experiência.”

Ricardo Loureiro, Expert “Acho que as empresas de cobrança têm um mercado fantástico e há muita inadimplência, muito dinheiro a recuperar para os credores. O mercado é muito competitivo, há um alto nível de endividamento da população, e, evidentemente, o sucesso dessas empresas de cobrança vai depender muito do investimento que elas fizerem, principalmente em conhecimento.”

Martin Roberto Glogowsky, Diretor-presidente da Funcesp “A educação financeira é inerente à atuação da Funcesp. Nosso principal negócio – a previdência – é alimentado especialmente pelo aculturamento da população brasileira para o planejamento financeiro. Iniciativas que promovem a constituição de reservas para o futuro são fundamentais para o fortalecimento de mercado de previdência e para a sustentabilidade dos mercados como um todo. O convite para apresentarmos as ações do nosso programa de educação financeira e previdenciária, o Vida Investe, no 10º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança, foi uma honra para a Funcesp e um indicador de que este tema é sensível a todos, independentemente do setor de atuação”.

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NOVIDADES

Nova Diretoria composta por ex-presidentes toma posse no Instituto GEOC

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Instituto GEOC, que reúne as principais empresas de cobrança do Brasil, empossou em janeiro sua nova diretoria para o biênio 2015/16. Jefferson Frauches Viana que era o diretor Administrativo e Financeiro assumiu a presidência, substituindo Egberto Hernandes Blanco, que fica na 1ª vice-presidência na gestão 2015/16. Completam a diretoria: João Antonio Belizário Leme, 2° vice-presidente; Jair Lantaller, diretor Administrativo e Financeiro; e Adilson Sil Melhado, diretor de Relações com o Mercado. Todos os integrantes são ex-presidente do IGEOC. A prioridade da nova gestão é a revisão do estatuto, transformando o regime executivo do IGEOC para conselho de administração. “Teremos um diretor-executivo contratado para trabalhar a frente dos projetos e interesses do Instituto e dos 30

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contratantes das associadas. Atualmente, a Diretoria tem que administrar os negócios das próprias empresas e contribuir na gestão dos projetos do Instituto. Com a profissionalização, o trabalho ficará ainda mais dinâmico”, explica Jefferson Frauches Viana. O novo presidente conta que serão feitos ainda mais investimentos para capacitação e graduação de profissionais que atuam no segmento de crédito e cobrança. “Essa sempre foi a essência do IGEOC, com cursos de profissionalização, graduação e MBA no setor. Iremos intensificar todas essas iniciativas”. O terceiro alicerce da atual gestão será a ampliação do Dr. Débito, um portal lançado no final do ano passado e que localiza a dívida do consumidor, sem custo, sem burocracia e com total segurança dos

dados. “A iniciativa foi um sucesso maior do que poderíamos imaginar e em poucas semanas cerca de 20 mil devedores se cadastraram para que pudessem encontrar suas dívidas, iniciar uma negociação e voltar a ter crédito. Vamos ampliar o Dr. Débito, com mais benefícios aos associados, aos contratantes e, principalmente, aos consumidores”, completa o executivo. Jefferson Frauches Viana atua há 25 anos no segmento de crédito e cobrança nacional de internacional. Sempre esteve presente nos principais órgãos representativos do setor, inclusive no LatinCob Associação Latinoamericana de Empresas de Cobrança. Atualmente é CEO da Way Back Recuperação de Créditos, uma das associadas do IGEOC, e acionista brasileiro do TCM Group, companhia mundial de recuperação de crédito presente em 155 países e com mais de 5 mil colaboradores.•


Com você e com cada cliente por um

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Tendências

Redes socia Todo mundo conhece Facebook e Twitter. Enquanto muitas empresas ainda estão aprendendo a incorporá-las no seu dia a dia, novas redes sociais não param de aparecer. O mundo conectado gera uma verdadeira revolução na interação com clientes, fazendo com que seja imprescindível inovar constantemente para não ficar para trás. Por Camila Balthazar

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para

lizar (e prospectar)


U

ma pesquisa do Conecta Brasil (comunidade on-line de informações da rede) apontou que brasileiros entre 15 e 32 anos têm perfil em aproximadamente sete redes sociais. Divulgado em 2014, o estudo mostra que há muito mais além de Facebook e Twitter. O ranking de acesso colocou a rede de Mark Zuckerberg em primeiro lugar (96%), seguida do YouTube (79%), Skype (69%), Google+ (67%) e Twitter (64%). Além disso, boa parte desse acesso ocorre via smartphones. A gestão dessa multicanalidade é o grande desafio das empresas, que precisam integrar suas estratégias, seja de relacionamento ou de cobrança, considerando também o universo online e mobile. Durante o debate “Crédito e Cobrança: Cenário e Expectativas para a Próxima Década”, realizado no 10º Congresso Na-

cional de Crédito e Cobrança, promovido pela CMS, o superintendente de Crédito e Cobrança do Itaú-Unibanco, Mauricio Shiniti Teramoto, resumiu em poucas palavras o gap que atormenta hoje muitas empresas que entendem a necessidade de trabalhar com esse nível interatividade, mas ainda necessita de tempo e análise para unir estratégia e efetividade. “Como atinjo esse cliente que não atende o telefone, mas está com Whatsapp?”, questiona o executivo, indicando que esse deve ser o caminho que será percorrido pelos próximos cinco anos. E o desafio não para por aí. Atualmente, o nascimento e a conquista de milhões de adeptos de uma rede social ocorrem em incrível velocidade, o que leva público e empresas a uma mobilização constante para estar atualizado nas redes.

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Tendências

VIDA ALÉM DO FACEBOOK A revista Credit Performance listou algumas dessas redes que integram – ou integrarão – uma camada significativa da população em rede. Algumas já são sucesso e contam com milhares de usuários – caso do Instagram que recém comemorou a marca de 300 milhões de perfis –, outras estão chegando devagarinho e têm potencial para reinventar a forma de fazer negócios. Instagram Esse aplicativo já está bastante popularizado, mas nem todas as marcas exploram seu potencial. A rede social para compartilhar fotos e vídeos permite aplicar filtros nas imagens, que são exibidas entre os seguidores. No final de outubro de 2014, o Instagram anunciou que permite exibir propaganda no feed dos usuários. Também vale ressaltar que 86% das 500 maiores empresas do mundo têm um perfil por lá.

Tinder Espera-se que as empresas de cobrança nunca utilizem essa rede social, mas não dá para viver nesse mundo alheio às novidades amorosas de hoje em dia. O aplicativo de namoros Tinder é ligado ao Facebook e apresenta fotos de possíveis pretendentes na timeline. A partir daí, o usuário diz se gostou ou não gostou. Quando os dois lados “se curtem”, o sistema envia um alerta e o casal interessado começa uma conversa.

Pinterest Essa rede social foi chegando devagar e conquistando cada vez mais adeptos. Lançado em 2009, o Pinterest funciona como um quadro de imagens que inspiram o usuário. É possível carregar, guardar, classificar e gerenciar fotos e vídeos (chamados de pins), que podem ser compartilhados na página pessoal. Empresas já estão por lá fazendo suas propagandas e aumentando o tráfego de usuários para seu próprio site.

Foursquare Mais do que fazer o famoso “check in”, que informa onde o usuário está, o aplicativo de geolocalização funciona como um guia para quem busca bares e restaurantes em qualquer lugar do mundo. A maioria dos estabelecimentos é avaliada pelos próprios frequentadores, que também enviam fotos do local. Agora a boa notícia: o serviço de publicidade baseia-se na localização do usuário. Impossível ser mais certeiro.

Line O aplicativo japonês é um fenômeno de usuários e performance comercial no país asiático. Assim como o Whatsapp, também é possível enviar mensagens instantâneas, mas o Line deu alguns passos além. Há opção de realizar chamadas, publicar algo na timeline, compartilhar conteúdo com amigos e jogar games. É uma mistura de várias redes sociais.

LinkedIn A rede social profissional já tem mais de 15 milhões de brasileiros conectados. O sistema possibilita o networking, facilita a criação de um currículo online, permite a busca por empregos e o desenvolvimento de carreira, bem como ajuda a manter contato com colegas de trabalho e empresas. Assim como acontece nas redes sociais, os usuários compartilham conteúdo, porém a premissa é ser relevante sobre o mercado corporativo.

Whatsapp Levanta a mão quem não tem esse aplicativo instalado no celular. Com interface semelhante ao sistema de SMS, porém com custo zero e utilizando a internet, o sistema permite enviar mensagens, vídeos, fotos e áudios. As empresas de cobrança já estão de olho nesse canal. Afinal, diferentemente do telefone, nesse caso o cliente lê o recado e escolhe o melhor momento de responder. Ello A nova rede social tem proposta “Anti-Facebook”, ou seja, quer deixar os usuários livres de anúncios. Por enquanto, é preciso ter convite para entrar – assim como aconteceu com o Orkut no início. O layout é clean e minimalista, lembrando mais o Tumblr (plataforma de blogging) do que o Facebook. Muitas redes sociais nascem todos os dias, mas essa tem tudo para virar um novo vício. 34

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Vine Focado 100% nos vídeos, o app nasceu antes da atualização do Instagram, que agora também apresenta essa funcionalidade. Mas o Vine conquistou seu adeptos. A comunidade compartilha vídeos de até 6 segundos que podem ser gravados em tempo real ou até mesmo com uma câmera profissional e importados para o smartphone. O aplicativo foi comprado pelo Twitter antes mesmo de seu lançamento oficial. Google+ Todo mundo que tem Gmail automaticamente entrou para o Google+, mas poucos realmente adotaram essa rede no dia a dia. Os números mostram que seus usuários não navegam no G+ mais de 2% do tempo que passam no Facebook. Em 2014, o gigante de buscas dedicou muitos esforços para fazer o sistema finalmente ter sucesso. No entanto, a maioria das pessoas ainda está esperando para ver.

Snapchat O aplicativo de mensagens “autodestrutivas” virou febre entre jovens e adolescentes. Os usuários enviam texto, imagens ou vídeos que são automaticamente deletados em até dez segundos após a visualização. Se alguém fizer um print screen da tela, o outro lado da conversa recebe uma notificação. É como conversar pessoalmente: registra na memória ou esquece para sempre. O aplicativo já está fazendo cobertura de eventos ao vivo. É bom as empresas ficarem atentas às oportunidades.


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DESTAQUES Por Cris Moraes

Educação financeira e crédito: de mãos dadas pelo futuro

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Educação financeira na concessão e na tomada do crédito. Unir a necessidade de um negócio responsável a um equilíbrio financeiro de cada família. O que hoje parece uma utopia não é nada mais que o caminho mais logico para o crescimento sustentável e perene de toda uma indústria.

F

az apenas duas décadas que o brasileiro passou a ter estabilidade da moeda e começou a pensar em fazer um planejamento financeiro. Mesmo que as novas gerações tenham uma melhor consciência da importância de pensar no futuro, são raros os brasileiros que possuem educação financeira. Justamente por esse motivo, tomar crédito ainda é uma questão tão delicada para os consumidores, que acabam se endivi-

dando, transformando o que poderia ser um ciclo virtuoso de crescimento em um cenário de altos índices de inadimplência e encolhimento da oferta de crédito. O mercado financeiro no Brasil possui um vasto leque de produtos dentro das instituições que podem servir o consumidor e o crédito é a apenas uma delas. Para que esse mesmo cliente consuma mais, melhor e sempre, é preciso que ele esteja prepa-

rado para arcar com as responsabilidades no curto, médio e longo prazos. Existe uma latente necessidade de integração das diferentes áreas dos bancos e outras entidades financeiras para que todos saibam a importância do papel da educação financeira na vida dos brasileiros, a fim de alcançar melhores resultados. Afinal de contas, no final do dia todos vão falar com o mesmo cliente, que pode ser aquele que vai financiar um imóvel, adquirir uma previdência, ter uma poupança ou tomar um crédito pessoal. Essa dinâmica do nosso mercado mostra a real importância dos caminhos do crédito e da educação financeira se cruzarem e que setores com diferentes metas e produtos entendam a educação financeira como parte de sua estratégia, não como somente um item de responsabilidade social da instituição. Ela deve fazer parte do negócio e ser assimilada em todas as escalas, já que reflete nos resultados e na sustentabilidade da instituição.

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DESTAQUES

Para a gerente de Sustentabilidade do Banco Itaú-Unibanco, Maria Eugênia Sosa Taborda, a educação financeira não é somente um curso de como fazer o orçamento familiar. “Temos que oferecer orientação financeira e falar menos dos malefícios e mais dos benefícios de cuidar do dinheiro”, argumentou no debate sobre Educação Financeira e Responsabilidade Creditícia, durante a 10ª edição do Congresso Nacional de Crédito e Cobrança, em São Paulo. Para ela, não existem dúvidas de que se não cuidarmos de como o cliente toma crédito, a situação pode se tornar um problema para o banco no futuro. “Se olharmos o ciclo de C&C, o tema é um grande desafio para nosso mercado”, acrescentou. O gerente de Relacionamento Institucional da Serasa Experian, Tomás Carmona, que moderou o debate, ressaltou que a falta de educação financeira impacta na economia como um todo. “Precisamos que o tema comece a se tornar um assunto estratégico em todos os setores. Assim conseguiremos mudar o comportamento das pessoas, que é a chave para o sucesso no setor”, acrescentou. Para a gerente de Desenvolvimento Educacional do Instituto Educacional BM&FBovespa, Christianne Bariquelli, existe muita informação, mas os conceitos são tantos que dar o primeiro passo se torna uma tarefa complicada. “A indústria tem um vocabulário difícil e, na nossa área, é ainda mais complexo. Por isso, desenvolvemos um trabalho didático com vídeos e experiências sobre finanças pessoais, principalmente com crianças. É fundamental explicar para os pequenos de onde vem o dinheiro, bem como a causa e consequência. Assim, quando ela for adulta e tiver que tomar uma decisão, conseguirá fazer o raciocínio”, defendeu durante o evento. “Não é a intenção do banco e do lojista que o consumidor fique endividado. Muitas vezes falta educação básica para calcular os juros”, observou a economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Na opinião da especialista, o crédito não é o vilão, mas grande parte das escolhas do consumidor ainda não é saudável. “O brasileiro tem uma relação imediatista com o crédito. Será que é preciso entrar em 38

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“Temos que oferecer orientação financeira e falar menos dos malefícios e mais dos benefícios de cuidar do dinheiro” Maria Eugênia Sosa Taborda

Maria Eugênia Sosa Taborda Gerente de Sustentabilidade do Banco Itaú-Unibanco

uma dívida para consumir uma roupa, por exemplo?”, questiona Marcela. O presidente do fundo de pensão Fundação Cesp, Martin Glogowsky, também falou sobre o interesse das entidades de previdência complementar em promover mais o tema nas empresas. “Trabalhamos com um produto para o futuro, que é a aposentadoria, mas as pessoas precisam entender que quanto mais ela poupar hoje, mais fácil será o futuro dela”, enfatizou.

Todos querem mais educação O tema é tão relevante que deixou de ser uma responsabilidade apenas do consumidor ir atrás do assunto e virou uma preocupação para o setor público e privado. Uma das iniciativas da indústria foi a implantação do Cadastro Positivo, que através de um histórico de compromissos e hábitos de pagamento do consumidor, permite que a concessão seja mais assertiva e também mais vantajosa para o bom tomador de crédito. Na maioria dos países, o cadastro é feito por opt-out - todos são automaticamente cadastrados e, o consumidor que não quiser, solicita a exclusão. O Brasil escolheu a forma opt-in - os consumidores precisam se cadastrar para entrar, um modelo que, na opinião de diversos executivos, acaba adiando a formação de uma massa crítica para melhor aplicação dos benefícios do programa, mas que mesmo assim é uma das grandes apostas no setor para os próximos anos que segue no caminho da educação creditícia. Na esfera pública, o Governo Federal, com apoio de entidades públicas e privadas, criou o ENEF (Estratégia Nacional de Educação Financeira). O objetivo é promover a educação financeira e previdenciária, aumentar a capacidade do cidadão para realizar escolhas conscientes sobre a administração dos seus recursos e contribuir para a eficiência e a solidez dos mercados financeiro, de capitais, de seguros, de previdência e de capitalização. Ainda estão sendo dados os primeiros passos, como a inclusão da disciplina nas escolas, e talvez, nos próximos anos, tenhamos uma geração mais educada e preparada para tomar crédito com consciência. A especialista em educação financeira e autora de diversos livros sobre o tema, Cássia D’Aquino, tem observado um esforço sincero das instituições para conscientizar os consumidores. “Agora precisamos de mais ações inseridas na estratégia dos negócios para que se torne algo real”, sugeriu a expert, apontando que existem os dois lados da moeda. Do lado do consumidor, ele deve ter ciência do compromisso assumido, porém nem sempre as consequências são claras. “O


tomador precisa entender que o crédito é uma invenção maravilhosa, mas que sempre devemos contar que tudo pode dar muito certo, mas também que tudo pode dar errado. Desenvolver um plano B para alguma emergência, como perda de emprego, por exemplo, é fundamental”, ensina. Segundo Cássia, as instituições também devem ter consciência do mais elementar: temos uma população de 75% de analfabetos funcionais. Isso quer dizer que nem sempre as pessoas compreendem o que estão assumindo, desde o produto (crédito) até o contrato. Todas essas questões ficam prejudicadas pela cognição. Adicionado a isso, temos uma população que não era habituada a ter crédito. “Há 10 anos, algumas pessoas iriam de joelhos para Aparecida para ter um cartão de crédito. É normal que quem nunca comeu melado, se lambuze”, explica a escritora, que alerta para os índices de inadimplência dos últimos anos e também para o superendividamento da população de baixa renda, que foi o maior alvo de apelo ao consumo nos últimos anos e que deve ser o foco do trabalho dos bancos e instituições. “É preciso cautela com a população brasileira, além de uma visão de longo prazo, mirando no tomador de crédito sensato, que não traz tantos riscos para os negócios”, alerta. Na visão do presidente da Serasa Experian, José Luiz Rossi, que participou do debate máster do 10º Congresso Nacional

Tomás Carmona Gerente de Relacionamento Institucional da Serasa Experian

Educação financeira foi um dos assuntos discutidos durante o 10º Congresso Nacional de Crédito e Cobraça.

de Crédito e Cobrança, a inadimplência cresceu muito nos últimos anos mesmo em uma fase de pleno emprego, ou seja, falta educação financeira. “Nas pesquisas que realizamos, percebemos que é muito mais comportamento do que situação financeira. Mesmo a sociedade com informação e educação sabe que não pagando no prazo

terá juros, mas não deixa de gastar mais do que ganha. Esse comportamento é igual em todas as classes. Devemos ir mais longe e não apenas abordar manuais de educação financeira, mas sim ajudar as pessoas a mudarem seus hábitos e fazer uma reeducação creditícia”, destacou Rossi. •

EDUCRER: Crédito e educação Na indústria de crédito e cobrança, o assunto tem grande relevância, desde a ponta da concessão até a cobrança, que também tem um papel fundamental ao fazer com que um consumidor endividado reestabeleça as pazes com o setor financeiro e esteja apto a novamente tomar crédito. Para aprofundar mais o tema e ampliar o debate. A CMS realiza em 2015 o EDUCRER - Congresso de Líderes em Educação Financeira e Crédito Responsável. A iniciativa visa fazer com que os caminhos do crédito e da educação financeira sejam utilizados de modo estratégico, contribuindo para a sustentabilidade do mercado e dos negócios. Para a diretora de Desenvolvimento Corporativo da CMS Brasil, Elane Cortez, é preciso discutir e entender o tema com maior profundidade, a partir

de uma agenda específica reunindo os líderes da indústria. “A mudança de pensamento começa conosco. Para que educação financeira esteja no cerne das decisões e estratégias da empresa, inclusive comerciais e de resultados, é necessários que os líderes e tomadores de decisão estejam cientes de sua importância. É um processo longo mas que deve começar já, sendo que o primeiro passo é colocar lado a lado os executivos dessas duas pontas de modo a discutir os gargalos de processos, planejamentos e melhores práticas do Brasil e de outros países. É a oportunidade de focarmos na sustentabilidade do negócio e fazer com que o crédito e a educação financeira, que estão em diferentes lados da calçada, cruzem a rua e andem juntos. Só assim vamos construir um longo e sustentável caminho para manter a expansão do crédito no país”, apontou.

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AGENDA & NOVIDADES

5º Fórum de Inovação IGEOC 2015 acontece em junho, com a presença de convidados internacionais O Instituto GEOC, que reúne as principais empresas de cobrança do Brasil, confirmou a realização do 5º Fórum de Inovação no dia 16 de junho, no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo. O evento reúne as soluções e ferramentas mais modernas e eficientes para a operação de cobrança e é considerado um dos mais importantes do segmento. Para 2015, o Instituto já confirmou a presença de dois convidados internacionais, que vão apresentar palestras sobre o mercado de cobrança nos Estados Unidos e Europa. O Fórum de Inovação do IGEOC é um dos eventos mais aguardados do ano no segmento de cobrança já que oferece, num mesmo ambiente, novas tecnologias e soluções para o aprimoramento de processos, troca de experiências e networking. “O grande diferencial do

nosso evento é o formato. Através de cases, apresentamos ferramentas de ponta nas áreas de Tecnologia, Recursos Humanos, Qualidade e Negócios. Todos os temas são previamente avaliados por uma comissão formada pelos líderes do setor que trabalham nas associadas do IGEOC. Paralelo aos cases, realizamos Workshops na área jurídica, com convidados experien-

tes e renomados do mercado. A novidade em 2015 será a inclusão de duas palestras internacionais”, afirma o gerente do Instituto, Fulvio Lugli Junior. No ano passado o evento reuniu mais de 400 participantes, todos colaboradores das associadas do IGEOC e convidados.

Em 2015 descubra o Brasil com a CMS!

Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor: Variação Acumulada de 2014

A CMS entra em 2015 em pleno vapor. Neste ano, o grande objetivo é dar continuidade ao projeto de expansão dos mercados no Brasil com os congressos e seminários regionais, que buscam levar uma discussão mais específica para a realidade cada região e temas mais segmentados da indústria.

O Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor encerrou o ano de 2014 com crescimento de 6,3%, na comparação com o ano anterior. Após as fortes altas em 2011 e 2012 (21,5% e 15,0%, respectivamente) e da queda de 2,0% em 2013, o índice de 2014 voltou a apresentar o mesmo ritmo de 2010, quando também fechou o ano com aumento de 6,3% Na variação anual – dezembro de 2014 contra o mesmo mês de 2013 – o indicador subiu 13,3%, sendo o oitavo aumento mensal consecutivo na comparação interanual, isto é, perante o mesmo mês do ano anterior. Segundo os economistas da Serasa Experian, apesar de o consumidor ter sido desestimulado a ampliar seus níveis de endividamento no ano passado, o aumento quase que contínuo das taxas de juros (pressionando o custo de carregamento das dividas), a estagnação da economia, a inflação elevada e o enfraquecimento do mercado de trabalho contribuíram para o crescimento da inadimplência do consumidor no ano de 2014, revertendo o recuo de 2,0% observado em 2013.

Em 2014, foram realizados quatros congressos regionais nas seguintes capitais: Fortaleza, Curitiba, Belo Horizonte e Salvador. Agora, em 2015, a proposta dos regionais é abarcar novas cidades do Brasil, nos Congressos Regionais de Crédito e Cobrança de regiões como Norte e Nordeste, Sul e Sudeste. (Confira a agenda completa com as datas e sedes).

Valor médio das dívidas O valor médio das dívidas não bancárias apresentou alta de 12,7% no acumulado do ano de 2014, na comparação com o mesmo período do ano anterior. O valor médio dos cheques sem fundos também teve crescimento de 7,2%. Já os valores médios dos títulos protestados e das dívidas com os bancos registraram quedas de 0,4% e 3,3%, respectivamente. Dezembro 2014 Em dezembro de 2014, na comparação com o mês anterior (novembro), todas as modalidades da inadimplência do consumidor tiveram alta e fizeram com que o indicador registrasse no último mês de 2014 avanço de 4,9%. As dívidas não bancárias (junto aos cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica, água etc.) e a inadimplência com os bancos apresentaram variações positivas de 4,8% e 3,2% e contribuíram com 2,2 p.p. e 1,5 p.p., respectivamente. Os títulos protestados e os cheques sem fundos registraram alta de 13,5% e 15,1% e contribuíram com 0,2 p.p. e 1,1 p.p., respectivamente. 40

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Além dos congressos, serão realizados novos Seminários no Rio de Janeiro, Curitiba, Fortaleza e São Paulo, que também recebe pelo 11º ano o maior e mais importante evento da indústria na América Latina: Congresso Nacional de Crédito e Cobrança. Outra ponto forte da agenda da CMS em 2015 é o EDUCRER - Congresso de Líderes em Educação Financeira e Crédito Responsável, que vai reunir em um grande fórum de discussões os tomadores de decisão responsáveis pela estratégia de educação financeira e ciclo de crédito de modo que esses dois mundos possam se unir em benefício da sustentabilidade do negócio. Mais informações no site: www.cmspeople.com

CALENDÁRIO DE EVENTOS CMS 2015: 1º Congreso Nacional de Microcréditos 23 de Abril de 2015 | Espanha | Madrid 3º Congresso Regional de Crédito Norte e Nordeste Abril de 2015 | Brasil | Recife 2º Congresso Regional de Crédito Sul Maio de 2015 | Brasil | Porto Alegre


Música de espera: padrão nunca mais Algo muito marcante nos contact centers são as longas músicas de espera. Já pensou se houvesse como mudar a canção para mesclar o conteúdo e tentar agradar a todos os consumidores? Isso é possível ao aderir à solução Total IP. Entenda como! Com a Total IP, é possível escolher diversas mídias de áudio atreladas a diferentes setores ou ramais. Para seguir esse mecanismo é muito simples. Basta clicar em “adicionar música”, colocar o nome,

alguma descrição do arquivo e selecionar o documento no padrão de formato. Posteriormente, o gestor pode escolher quais canais terão determinadas canções. Por exemplo: se a ligação for destinada ao setor administrativo de uma empresa, após a URA, poderá tocar um determinado ritmo. Se a chamada for para o financeiro, outro som será executado. “Nossa proposta é trazer o máximo de opções para o cliente potencializar o seu

setor de atendimento ao consumidor. E estamos abertos a novas sugestões!”, explica Ariane Abreu, Diretora Comercial da Total IP. Outras opções para inovar e ser diferente da concorrência incluem PABX e DAC, Integrações, Relatórios, Discadores e Campanhas, Gravação de Voz e Tela, Gestão de Monitoria, Bilhetador e Tarifador.

Grupo Renac otimiza processos de recuperação de crédito com SAS O Grupo Renac, especializado em recuperação de crédito, investiu em tecnologias do SAS, provedor de soluções de análise avançada de dados, para otimizar o fluxo de informações na área de Controladoria, Control Desk e Manegement Information System (MIS). Devido ao alto tráfego de dados, o processamento e tratamento informações demandava muito tempo à companhia. Para gerenciar esses processos,

foram adotadas as soluções SAS Visual Analytics e o SAS Office Analytics, que permitiram a centralização do monitoramento de operações envolvidas na quitação de dívidas, possibilitando a tomada de decisões de forma mais assertiva O tempo necessário para disponibilizar os resultados gerenciais na área de Controladoria foi reduzido de quatro dias para 15 minutos com o apoio do SAS Visual Analytics. “Isso reduziu em

cerca de 15% os nossos custos ligados a mão de obra e processos”, acrescentou o diretor do Grupo Renac, Alexandre Hernandes, em nota. Já as rotinas das áreas de Control Desk e MIS do grupo, por sua vez, foram otimizadas por meio do SAS Office Analytics. Segundo o executivo, o grande desafio estava na remodelagem dessas áreas, que juntas possuem 1.800 profissionais. “Se algum profissional deixasse a em-

presa levava o conhecimento adquirido. Agora, centralizamos todas essas informações com as soluções analíticas do SAS e elas se tornaram vitais para o dia-a-dia do nosso negócio”, detalha. Até o final do ano, o Grupo Renaca pretende utilizar o SAS Enterprise Mineraté para analisar o grande volume de dados das carteiras de crédito e tomar decisões estratégicas com maior assertividade para cada cliente.

PH3A inova no setor de cobrança e propõe acordo online de dívidas A PH3A, software house brasileira com atuação nos segmentos de Cobrança e DBM/CRM, anuncia o lançamento da ferramenta que promete movimentar o mercado de recuperação de crédito, o DataPact. Trata-se de uma plataforma de negociação online, na qual o cliente pode fazer um acordo para pagar suas dívidas sem a necessidade de intervenção humana. A ferramenta pode ser utilizada por qualquer empresa que deseja aprimorar sua área de cobrança e é totalmente integrada ao sistema da contratante. O objetivo da PH3A é reduzir os custos das companhias na área da cobrança, uma vez que a solução é web e não tem despesas com funcionários, e ainda agregar valor ao ambiente operacional da empresa que optou por esse serviço.

O lançamento é considerado uma inovação no segmento de recuperação de crédito, em sintonia com os avanços das relações no universo virtual. “Aproveitamos este momento de massificação da internet e estamos propondo mais um canal para cobrança de dívidas, representando uma nova forma para reaver o dinheiro não recuperado”, disse Paulo César Costa, CEO da PH3A. Dentre os benefícios da ferramenta, vale destacar a privacidade das pessoas, flexibilidade nas negociações, aprofundar o conhecimento no cliente e o baixo custo operacional.

do com as determinações de cobrador, oferece várias possibilidades para um acordo, como por exemplo, a escolha da data de vencimento, o número de parcelas no acordo, desconto para determinado prazo, pagamento de uma entrada e parcelamento do restante, quitação no boleto ou cartão de crédito, entre outras. A plataforma online possui dois módulos, um voltado para o cliente, que pode simular condições e quitar sua dívida, e outro com foco nas empresas, para que definam os parâmetros financeiros, regras para negociações, seleção de clientes e acompanhamento dos acordos.

A pessoa que vai renegociar uma dívida recebe todas as orientações de como proceder e ainda pode simular as melhores formas de pagamento. O sistema, de acor-

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Pelo Mundo

Por Camila Balthazar Fotos: Andréa Rego Barros

Uma boa viagem, visse?

Recife tem muito frevo e maracatu e também dá um banho de história, arquitetura, praias maravilhosas, gastronomia de primeira e um povo pra lá de hospitaleiro. Durante o 3º Congresso Regional Norte e Nordeste de Crédito e Cobrança, os principais líderes da indústria discutirão o mercado em uma das capitais mais vibrantes do Brasil.

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s oito quilômetros da orla de Boa Viagem com quiosques, ciclovia e pista de cooper dão as boas-vindas para o turista que desembarca no Aeroporto Internacional do Recife, localizado a apenas três quilômetros da praia. Em 2015, a capital pernambucana sediará pela primeira vez o Congresso Regional Norte e Nordeste de Crédito e Cobrança, realizado pela CMS. Ao som de muito frevo e maracatu, não faltarão opções de passeios para os executivos que buscam saber mais sobre a cidade, que já passou pelo domínio holandês, tem influência africana e indígena e abriga a primeira sinagoga judaica das Américas. Protegida pelos recifes de corais, que inclusive nomeiam a cidade, a capital exibe um mar esverdeado de água clara e morna, sendo possível avistar as piscinas naturais durante a maré baixa. Essa é a barreira natural que separa banhistas e surfistas do mar aberto. Desde os anos de 1990, as praias metropolitanas ficaram conhecidas pelos ataques de tubarões, levando os turistas a visitarem os balneários vizinhos em busca de um bom mergulho de snorkel ou cilindro, disponível em Porto de Galinhas, Carneiros e até mesmo na alagoana Maragogi, localizada a apenas duas horas de Recife, mas com a segunda melhor visibilidade do Brasil, perdendo apenas para Fernando de Noronha. Antes de explorar o mundo embaixo d’água, o dia começa na orla da capital pernambucana e segue para os arredores do Recife Antigo, também conhecido como Centro Histórico. Há quase cinco séculos, passado e presente se mesclam nessa região, onde muito está gravado nos casarões e praças. O tradicional porto, situado ao lado do Marco Zero e responsável pelo surgimento do bairro, recebeu 42

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uma grande novidade em outubro de 2014. Após a reforma de dois armazéns e seguindo o conceito de projeto como o Puerto Madero, em Buenos Aires, e a Estação das Docas, em Belém, o local ganhou um espaço gastronômico batizado de Armazéns do Porto. Outros pontos recifenses que merecem uma visita são a Casa-Museu Magdalena e Gilberto Freyre, onde o escritor viveu por mais de 40 anos, o Forte das Cinco Pontas e o Forte do Brum, além da Sinagoga Kahal Zur Israel. A vizinha Olinda, que fica a apenas 15 minutos do Recife, é praticamente um anexo da capital e não pode ficar fora do roteiro. Pelas ladeiras de paralelepípedo, as fachadas coloridas dos casarios dos séculos 18 e 19 dividem espaço com ateliês de artesanato, restaurantes típicos e monumentos históricos, como o Mosteiro de São Bento, o Convento de São Francisco, o Alto da Sé e a Igreja da Sé, que tem uma das melhores vistas da cidade. Inclusive, é ao redor da igreja que as tapioqueiras se reúnem todos os dias, perto do horário do pôr-do-sol, para armar suas barracas recheadas dessa iguaria tipicamente brasileira.

Sombra e água fresca O ritmo é de tranquilidade no balneário de Porto de Galinhas, praia que fica a apenas 70 quilômetros do Recife. A vila de 60 mil habitantes oferece uma ótima rede hoteleira, gastronomia de ponta e um cenário paradisíaco com águas transparentes, recifes e peixes coloridos. Passeios de jangada, buggy, mergulho e esportes aquáticos ocupam o dia que termina com uma caminhada pelo calçadão do centrinho. Se for programar um bate-volta, consulte a tábua de marés antes. Afinal, é na maré baixa que as piscinas naturais aparecem. Quem puder estender a estadia, pode aproveitar um dos resorts mais luxuosos do Brasil: o Nannai Resort & Spa. Localizado na praia de Muro Alto, são 12 hectares para te fazer esquecer a vida lá fora.



Sofisticação e Luxo

Homem ao mar

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oucas atividades exercem tanto fascínio sobre os homens quanto estar em alto mar. Há quem diga até que o mar é mais estável do que o ambiente terrestre, pela constância de seu ar misterioso. Essa busca por liberdade e aventura leva muitos a fazer da navegação muito mais do que um hobby. Vira uma paixão e um verdadeiro lifestyle, seja pilotando ou apenas apreciando águas desconhecidas. Prova de que o mercado náutico está em expansão no Brasil é que São Paulo recebe o maior salão náutico indoor da América Latina, o São Paulo Boat Show, que já está em sua 17ª edição. O evento reuniu 50 estaleiros que apresentaram mais de 200 barcos diferentes, incluindo modelos de luxuosos iates e barcos de marcas famosas como a Intermarine, um dos mais importantes estaleiros do Brasil, e o grupo italiano Azimut, considerado um dos maiores fabricantes de iates a motor de luxo no mundo. O investimento mínimo para se ter uma lancha pequena de 20 pés começa entre 30 e 40 mil reais, chegando até a casa dos milhões dependendo do tamanho, marca e personalizações.

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O fascínio pelo alto mar é um dos hobbies mais sofisticados entre executivos aventureiros e gerou um boom no crescimento do mercado náutico no Brasil.

Além de motor potente e design externo diferenciado, os donos de barcos também têm uma preocupação extra com a decoração do interior, que pode ser customizada para se tornar um verdadeiro “lar náutico”. O badalado designer Jeff Koons e o famoso estilista Giorgio Armani são alguns nomes que emprestaram seu talento para transformar completamente iates superluxuosos. Já Zaha Hadid, arquiteta vencedora do prêmio Pritzker, considerado o Oscar da arquitetura, foi além ao desenhar um modelo de luxo para ser produzido pela marca Shoreteam. A Z Boat, como foi nomeada a lancha, tem desenho assimétrico e escultural. “A ideia é pensar em embarcações como expressões altamente individualistas das artes, arquitetura e design”, declarou Hadid. O empresário e presidente da Localcred, Adilson Melhado, faz parte de um seleto grupo de pilotos e navegantes. Sua história com o mar começou há mais de 15 anos, quando saiu para pescar com a família em um barco de 22 pés e se encantou pelo mundo náutico. “De lá pra cá, já tive 11 barcos.

Por Erika Cerutti

Comecei com um de 22 pés, que foi uma verdadeira emoção e um novo desafio, e atualmente tenho uma Intermarine de 60 pés. Fiz vários cursos, aprendi a pilotar e fui me aprofundando nesse mundo. Hoje em dia faz parte do meu cotidiano. Vou todos os finais de semana até a marina, olhar se está tudo em ordem e, obviamente, dar uma volta de barco”, conta. Para quem não tem o hábito de navegar, Adilson recomenda o trajeto entre Guarujá e Angra dos Reis. “Esse é o passeio que mais amo. O contraste entre o mar e a serra é realmente fabuloso. Você vai parando em Ilha Bela, Ubatuba e Paraty. Toda essa região é maravilhosa e tem uma estrutura náutica boa, o que é muito importante”, completa Melhado. O presidente da Localcred é fascinado pelo misto de sensações que o mar provoca, uma combinação entre a tranquilidade e a beleza de estar no meio da natureza com o medo do desconhecido e da grandeza do mar.


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10º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança

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