REVISTA DE TERAPIA OCUPACIONAL
CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA 8ª REGIÃO
www.crefito8.org.br
Edição ANO XV JANEIRO l JULHO - CURITIBA - PARANÁ - BRASIL
Pr�m���nd� �i����n�e� p���i� o��pa�i�n�i�
2
Em um verso de canção lemos assim: “nossa vez começou agora, nosso sonho já foi embora, nossa vida começa aqui, nosso sonho já terminou......não, nem tudo deixamos prá depois, nosso hoje tem que marcar.....o amanhã está longe, a visão não enxerga.....nossos olhos estão brilhando.....tentando mais”.
Cito este verso, por entender que a hora é chegada, que o trabalho desta gestão pauta suas ações na valorização profissional, bem como busca dar visibilidade às Especialidades normatizadas para a nossa profissão. Esta edição contemplará assuntos pertinentes ao Programa Viver com Independência, desenhado pelos conselheiros, pela fiscal e pela assessora técnica, terapeutas ocupacionais desta gestão.
EDITORIAL
Com a criação das Câmaras Técnicas de Terapia Ocupacional a fim de fortalecerem as especialidades, demos ênfase, este ano, para a Saúde Mental, levando para todos os eventos que serão realizados, bem como em outros fóruns de discussões, um aprofundamento das questões mais relevantes e atualizadas desse campo de atuação.
Um ano de nova gestão se aproxima e nossa preocupação foi a de não esmorecermos diante dos fatos, não permanecermos nas “mesmices” e conquistar os interesses não só daqueles que comungam conosco dos mesmos ideais, mas também de trazer para o nosso aprimoramento, aqueles que têm críticas ao nosso trabalho, para que componham conosco um novo corpo de pensamento, trazendo nova visão e quem sabe nos mostrando maneiras mais hábeis de chegarmos aos interesse da categoria.
Para isso criamos um canal de comunicação entre os profissionais e o colegiado de terapeutas ocupacionais do CREFITO-8. Esperamos sua contribuição, sua participação, sua vinda para nos complementar. Até breve.
ÍNDICE Associações
3
Especial
4
Destaque
6
Câmaras Técnicas
9
Eventos
10
Entrevista
12
Estante do saber
15
Opinião
16
Nota
18
Dra. Maria Luiza Vautier Teixeira Diretora-Secretária CREFITO-8 Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 8º Região - Serviço Público Federal Área de jurisdição: jurisdição: Paraná Rua Jaime Balão, 580, Hugo Lange - Curitiba-PR CEP: 80040-340 Telefone: 0800 645 2009 www.crefito8.org.br. Colegiado Gestão: 2014-2018 Diretoria Diretoria:: diretoria@crefito8.org.br. CONSELHO EDITORIAL: EDITORIAL: Presidente: Dr. Abdo Augusto Zeghbi, Vice-Presidente: Dr. Ruy Moreira da Costa Filho, Diretor-Tesoureiro: Dr. Renato Nickel, Diretora-Secretária: Dra. Maria Luiza Vautier Teixeira. CONSELHEIROS EFETIVOS: EFETIVOS: Dr. Abdo Augusto Zeghbi, Dr. Cleverson Fragoso, Dra. Isabela Álvares dos Santos, Dra. Maria Luiza Vautier Teixeira, Dra. Marlene Izidro Vieira, Dr. Milton Carlos Mariotti, Dra. Naudimar Di Pietro Simões, Dr. Renato Nickel, Dr. Ruy Moreira da Costa Filho. CONSELHEIROS SUPLENTES: SUPLENTES: Dr. Cristiano Pedro F. de Jesus, Dra. Daniele Bernardi, Dra. Deborah Toledo Martins, Dr. Francisco Hamilton Sens Junior, Dra. Márcia Maria Kulczycki, Dra. Rúbia Marcia Benatti, Dra. Sonia Margarete B. Frade Krachenski, Dra. Sonia Maria Marques Gomes Bertolini, Dr. William Nogata . EXPEDIENTE: PRODUÇÃO Crefito-8 Jornalista: Marina Domingues (Assessora de Comunicação DRT6095/PR). PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: DIAGRAMAÇÃO: André Luiz Pinheiro Neves (Assistente de Comunicação). ASSESSORIA TÉCNICA: Dra. Marina Siqueira Campos
associações
3
A união é a base necessária para que a Terapia Ocupacional continue crescendo com qualidade e se estabelecendo solidamente como uma profissão fundamental nos diversos campos de atuação A Associação Cultural dos Terapeutas Ocupacionais do Estado do Paraná (ACTOEP) está, há 28 anos, desenvolvendo um trabalho em prol do fortalecimento e valorização dos terapeutas ocupacionais de todo o estado. Reconhecendo a importância da parceria que esta associação tem com o CREFITO-8 e todos os profissionais registrados neste conselho, e a fim de aprimorar cada vez mais este vínculo, gostaríamos de levar ao conhecimento de todos a nova composição da gestão da ACTOEP para o biênio 2014 - 2016. Diretoria Executiva Dra. Jaqueline Cristina da Silva Calixto – Presidente Dra. Nicolle Soares – Vice Presidente Dra. Bruna de Souza Santos – Secretária Dra. Andressa Weiss Ferraz de Oliveira – 1ª Secretária Dra. Deborah Cristina França e Silva – Tesoureira Dra. Cassiane C. B. Beraldi Laguna Alves – 1ª Tesoureira Dra. Ana Lúcia de Araújo Garcia – Diretora Técnica Conselho Fiscal Dra. Geandra Bertelli P. Tomio – Conselheira Fiscal Dra. Vanessa Vargas Bober – Conselheira Fiscal Dra. Andressa Pereira de Lima Marchi – Fiscal Dra. Jucélia Aparecida Schermack – Suplente Dra. Morgana Bardemaker Loureiro – Suplente Dra. Regina Célia Titotto Castanharo – Suplente A nova gestão, intitulada “Mudança e Movimento”, iniciou as atividades em setembro e promoveu em 2014 alguns eventos importantes, como o Jantar Dançante em comemoração ao Dia do Terapeuta Ocupacional, no Restaurante Madalosso, em outubro, e o primeiro encontro do grupo de estudos de Terapia Ocupacional em Saúde Mental no Paraná - em parceria com o CREFITO-8, em novembro. Em 2015, a ACTOEP pretende ampliar ainda mais suas ações, favorecendo a participação ativa de profissionais e acadêmicos em espaços formativos, políticos e culturais. O estado conta atualmente com aproximadamente 650 terapeutas ocupacionais dos quais 30 são associados à ACTOEP, entidade regional que os representa. Contamos ainda com aproximadamente 39 acadêmicos de Terapia Ocupacional associados. Todas as ações propostas dependem da participação e do apoio dos referidos profissionais e acadêmicos, e um dos principais objetivos da atual gestão é a aproximação com todos os profissionais do Paraná. A associação entende que a união é a base necessária para que a Terapia Ocupacional continue a crescer com qualidade, e a se estabelecer solidamente como uma profissão fundamental nos diversos campos em que são exercidas as ações dos profissionais de nossa categoria. A ACTOEP convida a todos os terapeutas ocupacionais (profissionais e acadêmicos) para conhecerem o trabalho desenvolvido pela atual gestão através do site, das redes sociais da associação e das reuniões ordinárias, estendendo também o convite para participação nos próximos eventos programados para 2015, possibilitando assim a ampliação da qualidade do trabalho desenvolvido.
+
Visite: www.actoep.wix.com/home, facebook.com/actoep.terapeutasocupacionais ou entre em contato pelo email actoep@hotmail.com
4
especial
PROGRAMA
VIVER COM INDEPENDÊNCIA O programa “Viver com Independência” foi desenvolvido pelo grupo de trabalho de terapeutas ocupacionais do CREFITO-8 para promover o aprimoramento dos serviços de Terapia Ocupacional no Estado do Paraná, o estímulo à qualidade no exercício da profissão, o bom conceito dos profissionais e a divulgação da Terapia Ocupacional para os profissionais da Saúde, gestores e população. Promover saúde é uma das melhores formas de gerar qualidade de vida à população. Ter saúde evita o sofrimento de famílias e desonera a sociedade do alto custo para tratamento de doenças e muitas vezes de um processo de reabilitação. As ações do Viver com Independência estão divulgando o papel do terapeuta ocupacional, mostrando à população a importância de se ter autonomia e independência para realizar as atividades do dia a dia e garantir a sua participação social – mesmo que
deficiências, condições de saúde, fatores ambientais, pessoais e sociais possam interferir. Atualmente existem políticas e programas de saúde para populações específicas, como saúde do adulto e do idoso, saúde da mulher, pessoa com deficiências, entre outras, incluindo ações como programas de vacinação e atividade física. Contudo, apesar dos resultados positivos desses programas, percebe-se que outros aspectos ligados a saúde da população poderiam ser melhores explorados. Entre os quais, aqueles ligados a ocupação humana. Tudo leva crer que a perda de um papel ocupacional, como o de estudante e/ou de trabalhador, pode causar alterações na saúde. Desta forma, para pensar em promoção de saúde é essencial ter uma perspectiva de abordagem baseada na ocupação humana, ou seja, na realização de atividades e participação social.
Material de divulgação enviado para todos os profissionais
especial É nessa perspectiva, que o grupo de terapeutas ocupacionais da gestão atual do CREFITO-8 lança o programa “Viver com Independência”. O programa visa mostrar a população a importância de buscar autonomia, por meio da realização das atividades de vida diária ou mesmo por meio de aquisição, manutenção e resgate de papéis ocupacionais. “Promovendo diferentes papeis ocupacionais” é uma das frases de impacto do programa “Viver com Independência”, pois nela se resgata um dos principais objetivos de intervenção da profissão, o qual se configura como uma proposta de promoção de saúde. A ideia é que papeis ocupacionais são perdidos independentemente de uma condição de saúde ou mesmo de uma situação de deficiência. As perdas, também ocorrem por mudanças de hábitos, rotinas, desempenho ocupacional deficitário ou mesmo falta de motivação. E de que a organização dessas rotinas, a retomada de hábitos, a recuperação e/ou a adaptação do desempenho ocupacional e a motivação são essenciais para o bem estar físico, emocional e o engajamento social das pessoas. Temos na atividade e na
5
participação social, dois dos principais alicerces da vida humana. São estes, entre alguns outros alicerces, os que nos motivam ir adiante, dar um passo a mais, acreditar que podemos fazer a diferença, ser parceiros, amarmos e sermos amados. É por acreditar que o terapeuta ocupacional, competente e comprometido, pode, por meio da atividade - que é sua principal ferramenta e objeto de intervenção - ajudar as pessoas para que acreditem e transformem suas vidas e sua realidade, promovendo saúde e qualidade de vida, que o grupo de terapeutas ocupacionais do CREFITO-8, lançou o programa “Viver com Independência”. Salienta-se a importância da atividade como recurso terapêutico específico do terapeuta ocupacional, das possibilidades inerentes a realização da atividade para o resgate de funções, independência nas rotinas diárias e participação social, seja na escola ou no trabalho. Terapeutas ocupacionais devem valorizar cada vez mais a atividade como meio e fim do processo terapêutico e mostrar o valor que a atividade tem para saúde e vida das pessoas.
O CREFITO-8, por meio das redes sociais e publicações como folders, revistas e calendários, está divulgando o papel do terapeuta ocupacional em todas as especialidades reconhecidas pelo COFFITO, valorizando o tema “Viver com Independência”. O material informativo impresso do programa foi enviado para todos os terapeutas ocupacionais paranaenses, clínicas, Associação e Instituições de Ensino e, caso não tenha recebido o seu material, ou deseje fazer sugestões, críticas ou elogios, fale conosco pelo e-mail: comunicacao@crefito8.org.br.
6
destaque
Questionário sobre título da especialidade Saúde Funcional Introdução O CREFITO-8 realizou um questionário online com os terapeutas ocupacionais, limitado a 100 participantes, aberto para todo país, e com a finalidade de levantar informações sobre o perfil e a preferência do profissional terapeuta ocupacional em relação ao título da especialidade Saúde Funcional, e, ainda, levantar informações sobre a CIF. Ressaltamos que essa amostragem serve para iniciar a discussão sobre o tema, porém, não reflete a opinião de toda categoria e nem deste Conselho. O questionário foi estruturado da seguinte maneira: • 5 Questões sobre a prática profissional e a Especialidade de Saúde Funcional; • 1 questão sobre a validade da aplicação do questionário; • 3 questões sobre a CIF. As questões geraram 100 respostas discursivas e objetivas, conforme gráficos ilustrados na sequência:
1. Você trabalha com pessoas que apresentam disfunções de que tipo?
28
46
Neurológicas Ortopédicas e neurológicas
16
Ortopédicas
7
Neurológicas e outras
3
Outras
Discussão: Dos que trabalham com outras condições de saúde, verificamos que há um grupo de profissionais que trabalha com deficiência intelectual (cognitiva) que não se sentiu contemplado em condições neurológicas de saúde, e que profissionais ligados ao Contexto Hospitalar e Saúde Mental, também responderam ao questionário.
2. Há quantos anos você trabalha nesta área?
Mais de 10 anos Entre 5 e 10 anos De 2 a 5 anos Menos que 2 anos
28 24
27 21
Discussão: Observa-se uma divisão bem pareada entre o tempo de trabalho dos respondentes na área e que, independente do tempo de trabalho, há um interesse de todos sobre o tema.
destaque
7
3. Na sua prática profissional, qual é o seu primeiro objeto de avaliação, intervenção?
A atividade – 33
A participação social – 7
Funções e estruturas do corpo – 45
Fatores ambientais – 1
Fatores pessoais – 7
Outro - 7
Discussão: A maior parte dos respondentes ainda têm como principal foco de intervenção funções e estruturas do corpo. Sugere-se que isso se deva ao fato de que grande parte dos profissionais que responderam o questionário atuem junto à pessoas com lesões traumatoortopédicas.
4. Você tem algum curso de formação nesta área?
Tem formação - 67 Não tem formação na área – 33 Discussão: Importante lembrar que para almejar um título de especialista o candidato deverá realizar uma prova de títulos e conhecimento; Foram feitos 66 comentários em relação a qual seria a formação na área. As principais formações são: Especialização em Terapia da Mão; Curso Método Neuroevolutivo (Bobath); Especialização em Neurologia; Curso de Integração Sensorial; Curso sobre Tecnologia Assistiva; Curso sobre Reabilitação Cognitiva.
5. Entre as opções de títulos de especialidades abaixo, qual se identifica melhor com sua prática profissional? Especialista em Disfunções Neurológicas – 22 Especialista em Capacidade e Desempenho Ocupacional - 20 Especialista em Desempenho Funcional - 18 Especialista em Saúde Funcional – 16 Especialista em Disfunções Traumato-Ortopédicas – 14 Especialista em Terapia de Mão - 10 Discussão: As respostas mostram que não há um consenso sobre o título da especialidade, e que muitos se identificam com áreas de atuação e formação. Houve uma proposta de uma outra nomenclatura: Especialista em Reabilitação Física.
8
destaque
Em relação a validade do questionário para ajudar na definição da especialidade obtivemos a seguinte resposta: Você acha que este questionário ajudará os terapeutas ocupacionais definirem sua especialidade?
Concordam – 72 Discussão: Foram tecidos 32 comentários em relação ao questionário e em grande parte julgando positivo o trabalho. Contudo, alguns questionaram sobre o levantamento relativo a CIF e sobre a necessidade de um questionário mais amplo.
Qual a importância de se ter conhecimento sobre a CIF para o profissional e profissão? É importante deixar claro que a especialidade de Terapia Ocupacional em Saúde Funcional foi pensada a partir da CIF, a qual propõe um novo modelo para pensar a saúde, o Biopsicossocial. Este é um modelo teórico fundamental para a prática do terapeuta ocupacional e demais profissionais da saúde e vai ao encontro de muitos dos modelos teóricos da Terapia Ocupacional, possibilitando, por ser um modelo universal, uma discussão ampliada sobre saúde. No antigo modelo da Classificação Internacional das Deficiências, Incapacidades e Desvantagens – CIDID (OMS, 1980) - havia uma relação linear (causa/efeito) entre doença, deficiência, incapacidade e desvantagem (modelo médico). A CIF não prevê uma relação unívoca, linear, e todos os componentes apresentados no seu modelo (funções e estruturas do corpo, atividade e participação, fatores ambientais e pessoais) devem ser analisados, para assim pensar o que estaria gerando em uma pessoa incapacidade para realização de uma atividade ou na participação social. Uma das principais diferenças, e que caracteriza uma grande evolução da CIDID para a CIF, é a mudança de olhar sobre a pessoa com deficiência. Na CIDID o foco estava na deficiência, como consequência da doença, onde aquela gerava uma incapacidade e consequentemente uma desvantagem, na CIF são observados componentes de saúde. Outro aspecto novo no modelo biopsicossocial foi a contemplação do fator ambiental, considerado como primordial para pensar a funcionalidade e incapacidade de uma pessoa. Desta forma, diante destes aspectos, tivemos a ideia de fazer em nosso questionário sobre a especialidade de Saúde Funcional, questões específicas sobre a CIF, afim de levantar informações básicas sobre o conhecimento que os profissionais têm sobre a mesma. Os resultados encontrados demostram que ainda existe a necessidade ampliar a divulgação e consequente discussão sobre a CIF.
Seguem as questões, respostas e breve análise sobre os resultados. 1. Você tem formação na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde?
3. Segundo a CIF, qual das palavras listadas abaixo identifica um qualificador de problemas ligado a atividade?
Não – 68,69% Sim – 31,31%
Limitação 4,30% Incapacidade 29,3% Barreira 19,35% Restrição 10,75% Deficiência 4,30%
Discussão: Dos 31,31% que relataram ter formação, a maior parte assistiu apenas uma palestra ou uma aula sobre o tema. 2. Qual dos componentes abaixo listados não é classificado na CIF? Acertaram - 54,02% Erraram – 45,98% Discussão: Dos respondentes, apenas 54,02% acertaram a questão. O componente não classificado na CIF é o fator pessoal. Contudo, o segundo item mais pontuado foi o Fator Ambiental, com 21,84% das respostas.
Discussão: Apenas 36,56% dos respondentes identificaram a limitação como qualificador da atividade; 29,03% dos respondentes identificaram a incapacidade como um qualificador de problemas ligados a atividade, termo este que denota aspectos negativos no desempenho ocupacional de um indivíduo.
câmaras técnicas
9
CÂMARA TÉCNICA DE TERAPIA OCUPACIONAL EM SAÚDE MENTAL As Câmaras Técnicas de Terapia Ocupacional fazem parte de um projeto pensado para aquecer as discussões em torno das Especialidades de Terapia Ocupacional, através do aprofundamento da discussão de assuntos pertinentes às áreas, fortalecendo a atuação e a definição do papel profissional. Em sua composição, prioriza-se a participação de um conselheiro e outro profissional da área afim, convidado pela diretoria. As atividades foram iniciadas em abril de 2014, com a inauguração da Câmara Técnica de Saúde Funcional, que participou dos eventos do CREFITO-8 em Curitiba e no interior, levando cursos sobre órteses, aplicabilidade da CIF no lesado medular e tecnologia assistiva, além da organização do I Simpósio e do I Fórum em Saúde Funcional. Em agosto, foram criadas as Câmaras Técnicas de Contextos Sociais e Saúde Mental, que participaram do I Encontro de Especialidades, ocorrido em Curitiba. Em 2015, foram inauguradas as Câmaras Técnicas de Contextos Hospitalares e em Saúde da Família/ Saúde coletiva, com o objetivo de abranger um maior número de Especialidades, fortalecendo a profissão e garantindo o aprofundamento das discussões sobre a especificidade da terapia ocupacional. Por meio do planejamento estratégico, pretende desenvolver ações que favoreçam fóruns de discussão sobre os temas de interesse, apoiar entidades representativas, atuar como consultoria, emitir parecer técnico e encaminhar matéria para consulta junto ao COFFITO. Entre as ações da Câmara Técnica de Terapia Ocupacional em Saúde Mental foi promovida uma oficina de Saúde Mental no VI Congresso Paranaense de Terapia Ocupacional, com a participação de 10 profissionais que atuam na área e 8 acadêmicos. Contou-se com a presença da Terapeuta Ocupacional
Dra. Luciana Wertaimer, como representante do grupo Nacional de Terapia Ocupacional em Saúde Mental, da ABRATO. Nesta oficina foi instituído o Grupo Estadual de Saúde Mental, em parceria com a Câmara Técnica de Terapia Ocupacional em Saúde Mental do CREFITO-8 e com a Associação Cultural dos Terapeutas Ocupacionais do Estado do Paraná (ACTOEP), sendo que a responsabilidade pela coordenação ficou ao encargo da terapeuta ocupacional Dra. Nicolle Soares. Em Novembro de 2014, a ACTOEP, com o apoio da Câmara Técnica, promoveu o primeiro encontro do Grupo Estadual de Terapia Ocupacional em Saúde Mental, com profissionais que atuam em Curitiba e Região Metropolitana, nas áreas de Gestão e Assistência dos diversos dispositivos da Rede de Atenção Psicossocial - RAPS. No decorrer deste encontro foram levantadas questões como: Qual o núcleo de atuação e campo de intervenção do Terapeuta Ocupacional em Saúde Mental? Falta ou dificuldade de aperfeiçoamento profissional na área e campo de pesquisa. Foram citadas as conquistas com ampliação e reconhecimento do Terapeuta Ocupacional e dificuldades e desafios para a efetivação da especialidade conciliando teoria e prática. Outras ações em andamento relacionadas ao tema são: o levantamento do perfil profissional dos profissionais atuantes na área no estado do Paraná e a realização de encontros em três regionais do CREFITO-8; em abril de 2015, em Londrina, em maio de 2015, em São Miguel do Iguaçu, regional de Cascavel e, em junho de 2015, em Curitiba. Em setembro de 2015, haverá outro evento destinado aos profissionais de todo o estado.
10
eventos
AÇÕES DA
GESTÃO
2014/2018
20 14
O ano de 2014 foi um ano que começou com grandes desafios, não obstante foi concluído com profundo êxito. A atuação deste colegiado como representante dos terapeutas ocupacionais do Paraná novamente revelou o posicionamento deste Conselho frente às prerrogativas profissionais.
Durante o ano, seguindo o Planejamento Estratégico para Terapia Ocupacional (PETO), investiu-se no desenvolvimento das especialidades através das Câmaras Técnicas de Saúde Funcional, Saúde Mental e de Contextos Sociais e os seus temas mais relevantes foram levados às diversas cidades do Paraná, atingindo mais de 200 profissionais e acadêmicos: Curitiba, Maringá, São Miguel do Iguaçu, Cascavel e Londrina. Os recém-formados e acadêmicos também puderam interagir com o CREFITO-8, participando da palestra sobre o enfrentamento ao mercado de trabalho e das palestras organizadas pela Comissão Acadêmica de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do CREFITO-8 (CAFITO), respectivamente. Merece destaque ainda, os resultados positivos que vêm sendo apresentados pelo Departamento de Fiscalização (DEFIS), em consonância com a postura deste Conselho, revelando ainda mais uma atuação técnica e em defesa das prerrogativas dos profissionais.
Ao longo deste novo ano e para os demais anos da gestão estão programadas a criação das Câmaras Técnicas de Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos, Saúde da Família/Saúde Coletiva e Acupuntura, além criação do programa “Viver com Independência”, que objetivará divulgar o papel do terapeuta ocupacional para gestores e população em geral. O CREFITO-8 mais uma vez deposita confiança nas parcerias com a ACTOEP, IES e profissionais terapeutas ocupacionais. Convidamos todos a construírem conosco a história da Terapia Ocupacional no Paraná.
20 15
eventos
11
Confira o cronograma de eventos 2015 DATA
HORÁRIO
EVENTO
CIDADE/LOCAL
REPRESENTANTES
11/03
19h00 às 21h00
Câmara Técnica
Curitiba/UFPR
Câmara Técnica de TO em Saúde Funcional
08/04
19h00 às 21h00
Câmara Técnica
Curitiba/UFPR
Câmara Técnica de TO em Contextos Sociais
10/05
18h30 às 21h30
Interior
Londrina
Câmara Técnica de TO em Saúde Mental
13/05
19h00 às 21h00
Câmara Técnica
22/05
19h00 às 22h00
Interior
São Miguel do Iguaçu/Uniguaçu
Câmara Técnica de TO em Saúde Mental
23/06
14h00 às 16h00
Formandos
Curitiba/UFPR
Diretoria, Assessoria Técnica, Fiscal
25/06
19h00 às 21h00
Câmara Técnica
Curitiba/UFPR
Câmara Técnica de TO em Saúde Mental
12/08
19h00 às 21h00
Câmara Técnica
Curitiba/UFPR
Câmara Técnica de TO em Saúde Funcional
16/09
19h00 às 21h00
Câmara Técnica
Curitiba/UFPR
Câmara Técnica de TO em Saúde Mental/Funcional
03/10
a definir
Dia da Profissão
Curitiba
Diretoria, Câmaras Técnicas
11/11
19h00 às 21h00
Câmara Técnica
Curitiba/UFPR
Câmara Técnica de TO em Contextos Sociais
Câmara Técnica de TO Acadêmica de TO - UFPR em Contextos Hospitalares Curitiba/Semana
12
entrevista
GUIA ENSINA COMO CONSEGUIR CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO, ISENÇÃO DE IMPOSTOS E A DEIXAR O AUTOMÓVEL ACESSÍVEL E SEGURO
entrevista
13
Projeto da UFPR desenvolve
GUIA DE DIREÇÃO VEICULAR E DEFICIÊNCIA FÍSICA O Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná (UFPR) criou um Guia, fruto de um projeto de iniciação científica, destinado a pessoas com deficiência física e condutores com mobilidade reduzida, e também profissionais, especialmente terapeutas ocupacionais envolvidos na reabilitação e, no retorno máximo da funcionalidade. O Guia traz informações que auxiliam desde como proceder para conseguir a Carteira Nacional de Habilitação, solicitar isenção de impostos, modificar o automóvel de forma a torná-lo acessível e seguro para dirigir ou ser transportado. O projeto, intitulado “Estudo Descritivo do Desempenho na Direção de Automóveis de Sujeitos Sequelados por AVC”, é de autoria e coordenação
do Professor Dr. Renato Nickel, do curso de Terapia Ocupacional da UFPR, e teve a participação do acadêmico Thiago Biadola e atuais terapeutas ocupacionais Marina Marcondes Braga e Nathália Rodrigues Cardoso. O acadêmico Thiago Biadola desenvolveu seu estudo nas adaptações veiculares, captando todas as dificuldades no processo de aquisição de CNH para pessoas com deficiência e, principalmente, nas avaliações a que essas são submetidas (que não possuem clareza nos documentos oficiais regulamentatórios). Desde que o Guia começou a ser divulgado, os alunos receberam feedbacks positivos por parte de condutores e não condutores com deficiência e de profissionais da saúde.
s do nosso cotidiano é Ter acesso aos diversos espaço ulável. algo que traz um prazer incalc nos dá a sensação de “perda A obstrução desse acesso é que . , de “insucesso”, de "barreira" da liberdade”, de “impotência” ada acessibilidade, e que nos agr Dentre os diversos conceitos de identificação com a Terapia pela relevância do termo e pela Ocupacional é que:
es e possibilidades de alcance “Acessibilidade são as condiçõ e autonomia, de edificações para utilização, com segurança s, seus espaços, mobiliários e públicas, privadas e particulare cionando a maior independência equipamentos urbanos, propor deficiente ou àqueles com possível e dando ao cidadão direito de ir e vir a todos os dificuldade de locomoção, o trabalho, estudo ou lazer, o que lugares que necessitar, seja no na sociedade”. ajudará e levará à reinserção
14
entrevista
ACOMPANHE A ENTREVISTA REALIZADA COM THIAGO BIADOLA, ESTUDANTE PARTICIPANTE DO PROJETO DE PESQUISA "DIREÇÃO VEICULAR E DEFICIÊNCIA FÍSICA"
Thiago Biadola, dentro de um veículo adaptado, na Reatech - Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade de São Paulo
CREFITO8: Por que o Guia é importante para a comunidade? E, de que maneira ele pode ajudar as pessoas com deficiência? O Guia pode ser importante na conscientização de que pessoas com deficiência também têm o direito de usufruir do trânsito e de serem respeitados nesse meio. Essa população também é capaz de se locomover utilizando os mesmos meios que qualquer outra pessoa. Também serve para os profissionais da saúde desenvolverem com seus pacientes formas de trabalhar o retorno à mobilidade no trânsito. O objetivo central do Guia é apropriar esta população de seus direitos no que concerne à mobilidade na comunidade utilizando automóveis e aumentar sua inclusão de forma segura neste âmbito. CREFITO8 : Quais as dificuldades que pessoas com deficiência encontram para dirigir no Brasil? Nossa pesquisa sugere que a maior barreira encontrada ainda é a falta de informação, seja sobre o processo de aquisição de CNH especial ou da adaptação veicular. Elas desconhecem que possuem o direito de dirigir assegurado mesmo para alguns casos de deficiências físicas mais graves -, e que atualmente existem muitas adaptações disponíveis capazes de proporcionar o desempenho seguro na atividade de condução veicular. A questão financeira é outro ponto agravante, pois o direito à isenção de impostos não cobre a maioria das adaptações (existem empréstimos especiais e produtos similares confiáveis de marcas mais baratas). Outras dificuldades podem estar relacionadas a fatores como: necessidade de exames médicos mais complexos e de reavaliações médicas periódicas; ausência de Centros de Formação de Condutores (Auto Escolas) capacitados para atender esta população; e a burocracia ainda presente nos processos de isenção de impostos para esta população na aquisição de veículos ou produtos relacionados. CREFITO8: Todas as pessoas com deficiência podem dirigir? Infelizmente, ainda não. Porém, a maioria das pessoas com deficiência física pode vir a dirigir, e a tendência é que
esta probabilidade aumente, devido às novas tecnologias e o surgimento de novas adaptações. Isto se deve ao fato de que a maioria das adaptações veiculares se propõe a modificar comandos de dirigibilidade de forma a compensar deficiências de ordem física - especialmente deficiência de membros inferiores e superiores. Vivemos um momento onde até mesmo tetraplégicos estão conseguindo adquirir CNH, graças às novas tecnologias e ao acompanhamento médico especializado. Todavia, estas mesmas adaptações ainda não são capazes de compensar a maioria das deficiências de ordem mental, visual ou auditiva. Para os casos de deficiências visuais, por exemplo, existe somente a prescrição de lentes corretivas aqui no Brasil. Em alguns países mais desenvolvidos, existem adaptações de espelhos, retrovisores especiais e sistemas sonoros e visuais sendo desenvolvidas especialmente para buscar incluir um maior número de casos de deficiências mentais, visuais e auditivas no trânsito. CREFITO8: Carros adaptados oferecem a mesma segurança que carros comuns? Sim, quando adaptados de maneira correta. Pode-se considerar que um veículo foi adaptado de maneira correta quando ele segue, basicamente, dois princípios: 1) adaptado de acordo com o laudo médico emitido pelo DETRAN; e 2) adaptado em empresas ou concessionárias especializadas, utilizando equipamentos denominados padronizados, que são equipamentos que passaram por testes de segurança e que não comprometem estruturas ou a garantia do veículo, na maioria dos casos. Ou seja, seguir à risca estes dois princípios não somente garante uma direção veicular segura como também garante a integridade das estruturas mecânicas ou elétricas do veículo, mantendo sua garantia e prevenindo manutenções. CREFITO8: Uma pessoa com deficiência encontra barreiras burocráticas mais complexas que o processo de habilitação comum? Sim. Além de poder passar por exames médicos mais complexos em alguns casos, esta população passa por constantes exames periódicos após a aquisição da CNH (geralmente de 2 em 2 anos, dependendo do condutor algumas deficiências podem progredir ou regredir com o passar do tempo). Outra diferença na aquisição de CNH é que a pessoa com deficiência deve se dirigir primeiramente no o DETRAN de sua região para dar entrada no processo, pagando todos os exames no DETRAN à parte, para somente depois dar entrada no processo em um Centro de Formação de Condutores Especializado – quando houver necessidade de aprendizagem em veículo adaptado – ou Centro de Formação de Condutores tradicional, os quais não poderão cobrar novamente as taxas de exames médicos. Acesse o Manual na íntegra em https://toneurologiaufpr. files.wordpress.com/2014/10/guia-direc3a7c3a3o-veicular.pdf
estante do saber
15
Estante do Saber
NEUROCIÊNCIA, REABILITAÇÃO COGNITIVA E MODELOS DE INTERVENÇÃO EM TERAPIA OCUPACIONAL Autor: KATZ, NOOMI Idioma: PORTUGUÊS Editora: SANTOS EDITORA Edição:3 Ano:2014 QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS DA TERAPIA OCUPACIONAL NA AMERICA DO SUL Organizador: SANTOS, VAGNER DOS Organizador: GALLASSI, ANDREA DONATTI Idioma: PORTUGUÊS Editora: EDITORA CRV Edição: 1 Ano: 2014 GRUPOS E TERAPIA OCUPACIONAL Organizador: LIBERMAN, FLAVIA Organizador: MAXIMINO, VIVIANE Idioma: PORTUGUÊS Editora: SUMMUS Edição: 1 Ano: 2015
DIREÇÕES VEICULAR E DEFICIÊNCIA FÍSICA Autores: NICKEL, RENATO/BIADOLA, THIAGO. Idioma: Português Editora: EDITORA DA UFPR ANO: 2015 Impressão: www.toneurologiaufpr. wordpress.com
AUTISMO: O QUE FAZER? - DICAS E ORIENTAÇÕES Autoras: PEREIRA, THAIS CAROLINE BARRA, CLAUDIA MARIA CABRAL MORO Idioma: Português Editora: MÁQUINA DE ESCREVER Ano: 2015
16
opinião
A TERAPIA OCUPACIONAL NA SOCIOEDUCAÇÃO
Considerando a polêmica em torno da proposta de redução da maioridade penal, a Câmera Técnica de Contextos Sociais, composta pelas Dras. Deborah Toledo Martins e Flávia Maria de Amorim Borges, fez algumas pontuações acerca do tema. As profissionais atualmente estão atuando na Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, diretamente envolvidas na socioeducação.
A redução da maioridade penal
direito à profissionalização e à proteção no trabalho.
• A maioridade penal atualmente é um tema contemporâneo e bastante polêmico entre os legisladores, juristas e brasileiros em geral. Um fator preocupante, visto o aumento na incidência da criminalidade no Brasil. Esta reflexão permeia o seguinte questionamento: a redução da maioridade penal diminuirá a criminalidade no Brasil?
• O Estado deve cumprir as leis já existentes Reduzir a maioridade penal isenta o Estado (âmbito municipal, estadual, federal) do compromisso com a construção de políticas públicas de atenção a esta população. As políticas públicas deveriam ser guiadas pela aplicação do exposto no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, no que se refere a garantia de direito à vida e à saúde, direito à liberdade, ao respeito e à dignidade, direito à convivência familiar e comunitária, direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer,
A redução da maioridade penal não diminui a criminalidade
Reduzir a maioridade penal é tratar o efeito, não a causa. É criminalizar mais cedo a população jovem. Está provado que a punição pura e simples, bem como o tempo da pena prevista ou imposta, mesmo para o adulto, não é um fator de diminuição da violência. Uma questão importante para a redução da violência é a ação rápida e eficaz dos órgãos competentes, tanto na identificação da violação de direitos de crianças e adolescentes, quanto na resolutividade desta, fazendo com que as crianças e adolescentes tenham seus direitos garantidos. Se a nossa intenção é construir uma sociedade onde os direitos fundamentais de todos os indivíduos sejam garantidos, fazê-lo por meio do encarceramento de adolescentes não é o caminho político a ser seguido.
opinião
17
• O adolescente já é responsabilizado pelo ato infracional cometido
• A adolescência é uma fase de transição
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ao contrário do que pensa o senso comum, não torna o adolescente impune; ao contrário, prevê medidas socioeducativas para a sua responsabilização. A partir dos 12 anos, o adolescente pode ser sentenciado pela autoridade judiciária a cumprir uma medida socioeducativa, podendo ser de privação de liberdade. De acordo com o previsto no ECA, a privação da liberdade pode ocorrer de 06 (seis) meses até 03 (três) anos. As medidas socioeducativas têm o objetivo de responsabilizar o adolescente pelo seu ato, bem como prepará-lo para seu retorno à sociedade, levando em consideração os valores socialmente legitimados. Entretanto, o referido dispositivo não é utilizado em totalidade, cabendo ao Estado efetivar a implementação das medidas socioeducativas e o investimento em educação de qualidade e redução das desigualdades sociais.
A adolescência é uma das fases do desenvolvimento dos indivíduos, é o momento de passagem da infância para a vida adulta e, por ser um período de grandes transformações, deve ser pensada pela perspectiva educativa, garantindo o tempo social de juventude, visando condições aos jovens para o exercício e vivência de cidadania, que permitirão a construção dos papéis sociais para a constituição da própria sociedade. A adolescência é um momento importante na construção de um projeto de vida adulta. Levando em consideração que os jovens estão em processo de desenvolvimento social, físico e emocional, a atuação com este público deve ser pensada nesta lógica. Um projeto de vida não se constrói com segregação e, sim, pela orientação escolar e profissional.
A Terapia Ocupacional vê o indivíduo como sujeito capaz de mudanças. À luz desse pensamento, a atuação da Terapia Ocupacional com adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas leva em consideração sua fase de desenvolvimento e seus direitos violados. Seu trabalho visa despertar no adolescente um novo projeto de vida, visando estimular a sua atuação na sociedade com senso crítico, iniciativa,
criatividade, independência e responsabilidade social, desvinculado da criminalidade.
18
nota
NOTA SOBRE O DESMEMBRAMENTO As profissões de Terapia Ocupacional e Fisioterapia foram regulamentas pela mesma legislação, o Decreto Lei 938/69, e estão submetidas a uma só estrutura de normatização e fiscalização, ou seja, o sistema COFFITO/ CREFITOs. Reconhecendo o crescimento de ambas as áreas e uma antiga reivindicação de representantes da Terapia Ocupacional, o COFFITO criou uma Comissão para estudar a viabilidade do desmembramento do Conselho das profissões de Terapia Ocupacional e Fisioterapia, e solicitou a todos os regionais um posicionamento político-profissional. Portanto, o CREFITO-8 lançou uma pesquisa, solicitando a opinião de todos os terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas paranaenses sobre este assunto. A pesquisa ficou disponível através do site do CREFITO-8, foi enviada para os e-mails e compartilhado nas FanPages do Conselho – o período da pesquisa foi de 27/01/2015 a 10/02/2015.
• Dados A pesquisa registrou ao todo 307 respostas, sendo 181 fisioterapeutas e 126 terapeutas ocupacionais, onde 77% (235) profissionais responderam “sim” e 13% (40) profissionais responderam “não” e 10% (32) profissionais responderam “sem opinião formada”.
TUDO O QUE O SISTEMA COFFITO/CREFITO FAZ PELO TERAPEUTA OCUPACIONAL O que o Conselho faz pelo profissional? Reconhece especialidades (Saúde Funcional, Saúde Mental, Acuputura, etc) Delimita áreas de atuação; Normatiza metodologias e técnicas com parâmetros assistenciais e éticos; Representa a profissão e o profissional no Serviço Público (Prefeitura, Estado e União) representando a atividade profissional, visando maior inserção com cargos e concursos; Defende 30 horas de jornada; Atua na defesa do cumprimento de normativas relacionadas à prática profissional; Fiscaliza o exercício garantindo a presença do profissional em clínicas e hospitais, com técnicas, métodos e especialidades próprias; Atua na defesa da sociedade em relação a prestação de serviços éticos e de qualidade; Apoia e participa das negociações com Planos de Saúde; Cria e fiscaliza o referencial de procedimentos dos profissionais; Propõe e acompanha Projetos de Lei no Congresso que digam respeito às profissões.
O que o Conselho não pode fazer pelo profissional? Estabelecer piso salarial (compete ao Sindicato); Transformar anuidade em benefício (proibido por lei); Negociar valores.
SERVIÇOS QUE O CREFITO-8 OFERECE AO PROFISSIONAL • Site – O site do CREFITO-8 é repleto de informações que mantém o profissional sempre atualizado sobre a profissão e sobre as ações do Conselho. Lá é possível encontrar: Legislação, vagas de emprego, cursos, concursos, eventos, pesquisa por profissional, emissor/verificador de DRF, banco de currículos, portal de denúncias, notícias, etc. • Portal Eletrônico do Profissional – Situado no site do CREFITO-8, o profissional pode alterar informações cadastrais, emitir boletos e outros serviços. • Boletim Informativo – Enviado quinzenalmente por e-mail, para manter o profissional informado sobre as ações do Conselho e atualidades da profissão. • Facebook – Portal de comunicação com o profissional, atualizado constantemente, trazendo informações e acontecimentos que envolvem a Terapia Ocupacional. • Revista – Traz textos técnicos, assuntos temáticos e entrevistas com profissionais. • Comissões – São 13 Comissões que compõe o CREFITO-8, com mais de 50 profissionais, estando entre elas a Comissão de Tomada
de Contas, Comissão de Fiscalização, Comissão de Ética, Comissão Científica, dentre outras. • Fiscalização – Atualmente o o Departamento de Fiscalização (DEFIS) do CREFITO-8 possui 6 fiscais, sendo 5 fisioterapeutas e 1 terapeuta ocupacional, distribuídos em Curitiba, Londrina, Cascavel e Maringá. • Agenda Positiva – Ações para a população em parceria com as especialidades para promover a identidade profissional dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais.
• Representação Jurídica – Defesa das Prerrogativas Profissionais: exercício professional junto aos planos de saúde, cumprimento da carga horária de 30 horas semanais.
• PGTO – O Plano de Gestão da Terapia Ocupacional foi criado coletivamente a partir de discussões em audiências públicas regionais com base nas demandas da profissão. • Pareceres/ Laudos Técnicos – Elaboração dos pareceres e laudos técnicos sempre que solicitados pelos profissionais e órgãos públicos. • Assessoria Técnica ao Profissional– Atendimento virtual com retorno em até 24 horas e 0800 625 2009 para atender ao profissional.
• Assessoria de Comunicação – Divulgação de eventos, inter-
médio de informações com a mídia, produção de conteúdo e marketing. • Participação nas Políticas Públicas – Inserção dos profissionais nas políticas públicas com representatividade nas Comissões Municipais e Estaduais de Saúde. • Câmaras Técnicas de Terapia Ocupacional – Grupos de discussão de temas relacionados às Especialidades de Terapia Ocupacional, com a finalidade de atualizar os estudos relacionados ao tema e, com isso, fortalecer a profissão. • App do CREFITO-8 – Desenvolvido para ampliar ainda mais a comunicação, o aplicativo do CREFITO-8 é gratuito e acessível a todos os profissionais que possuam celulares com plataforma Android, Windows Phone ou Iphone. Possui as notícias mais importantes da Terapia Ocupacional, eventos, fale conosco, telefones, e utilidades
em geral.
• Programa Viver com Independência – Programa que busca promover o aprimoramento da Terapia Ocupacional no Paraná, o estímulo à qualidade no exercício da profissão, o bom conceito dos profissionais, e a divulgação da Terapia Ocupacional para os profissionais da Saúde, gestores e população.
Entre em contato conosco!
São vários canais de comunicação à sua disposição: Crefito8Fisioterapia Crefito8TerapiaOcupacional Fale com o Crefito-8 0800 645 2009
http://www.crefito8.org.br
Boletim Informativo Enviado quizenalmente
Revista Semestral Fisioterapia e Terapia Ocupacional
Denuncie On-line ou pessoalmente no Crefito-8
Assessoria Técnica ao Profissional ATP
comunicação@crefito8.org.br
CURITIBA: Rua Jaime Balão, 580 - Hugo Lange - CEP 800400-340 Fone: (41) 3264-8097 Fax: (41) 3095-9400 CASCAVEL: Rua Maranhão, 790 - sl 309, 3º andar - Centro - CEP 85801-050 Fone: (45) 3038-8818 LONDRINA: Rua Senador Souza Naves, 441 - sl 13, 1º andar - Centro - CEP 86010-160 Fone/Fax: (43) 3344-6166