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maio 2008 . boletim trimestral . ano 2
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om o terminar do ano catequético, é tempo de festejar e celebrar o caminho que os catequizandos, acompanhados pelos catequistas, fizeram em direcção a uma maior comunhão com Jesus Cristo. MAS para nós catequistas é também tempo de começarmos a pensar no próximo ano pastoral, é tempo de organizar e programar o próximo ano. Nesse sentido pode ser de especial utilidade a releitura do PONTES de Maio de 2008. Por último, uma referência à Festa da Palavra que se vai realizar a 6 de Junho de 2009 no Centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese e, claro, o Dia Arquidiocesano do Catequista, no dia 12 de Setembro, no Sameiro. Estamos lá todos!
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Secção OPINIÃO
Os 7 Pecados Capitais e a Administração Pastoral 1
– AVAREZA Administrar o dinheiro do povo de Deus requer atenção redobrada para não causar desperdícios, mas confundir economia com avareza é impedir que se aplique correctamente esses recursos em favor da comunidade. Um bom planeamento financeiro e o monitoramento constante do fluxo de caixa impedem o desperdício e também a economia no momento errado. 2 – GULA Ao contrário da avareza, administrar com “gula” é o caminho do desperdício. Acaba-se comprando produtos e serviços em quantia, qualidade e momento errados. Quem administra sob o domínio da emoção, acaba exagerando. O segredo é controlar a ansiedade e administrar com parcimónia. 3 – LUXÚRIA Esse “pecado” na administração eclesial é ainda mais danoso que a gula. Quem o comete, compra o que não precisa e com recursos e qualidade inadequados, causando mais danos financeiros à instituição. Ao contrário de quem compra com “gula”, quem compra com “luxúria” compra aquilo que nunca vai precisar.
4 – PREGUIÇA Pior do que fazer errado é não fazer nada. O administrador eclesial que não cumpre com as suas obrigações por preguiça, está desrespeitando a comunidade e ao próprio Deus. Os resultados negativos de trabalhos realizados com empenho e organização valem mais do que a falta de resultados por não se ter feito nada. Certamente Deus proverá... Proverá saúde, energia, disposição e sabedoria para que você faça a sua parte. 5 – ORGULHO Pior que o orgulho que sobressai à humildade é o orgulho que enaltece a soberba. Ninguém faz nada sozinho, mesmo que pense o contrário. Numa comunidade eclesial os trabalhos são realizados por diversas pessoas. Orgulhar-se de feitos materiais já não é uma atitude digna. Orgulharse sobre o trabalho alheio é ainda pior. Quando os resultados são negativos, todos devem se responsabilizar por isso e buscar alternativas para melhorar. Por isso, quando os resultados forem positivos as glórias devem ser compartilhadas, mas sem soberba. 6 – INVEJA Administrar invejando seu colega é agir contra a instituição. Que bom quando uma pessoa do grupo se destaca em seus trabalhos; todo o grupo ganha com isso. Se a inveja se manifesta em um grupo de trabalho, nada avança. É preciso lembrar que a Obra de Deus não nos pertence. Nem mesmo as congregações, dioceses e paróquias possuem seus “donos”. Quanto mais pessoas capazes trabalharem em Igreja, melhores serão os resultados na evangelização. 7 – IRA Em relação à ira, apenas uma reflexão: Como pode uma pessoa trabalhar para Deus irada? In: www.revistaparoquias.com.br
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Secção NOTÍCIAS
Curso Geral de Catequese no Verão R
ealiza-se de 7 a 14 de Agosto o módulo de psicossociologia do Curso Geral de Catequese. Este decorrerá no Centro cultural e Pastoral da Arquidiocese de Braga e os participantes podem ficar aí alojados ou regressar a casa ao fim do dia. Está acção de formação destina-se aos catequistas que já completaram o Curso de Iniciação e tem como objectivos: aprofundar a formação inicial; proporcionar aos catequistas uma prepa-
ração geral para o exercício do seu ministério; e orientar os catequistas no seguimento mais empenhado de Jesus Cristo e no compromisso esclarecido com a Igreja. As inscrições realizam-se nos Serviços Centrais da Arquidiocese, até ao dia 15 de Julho, são aceites por ordem de chegada e têm um custo de 60,00 euros mais o custo das refeições e alojamentos praticados pelo Centro Cultural e Pastoral.
Encontro Nacional de Catequese A
cidade de Évora acolheu, de 5 a 8 de Abril, o 48º Encontro Nacional da Catequese, este ano subordinado ao tema: “A Catequese da Infância e da Adolescência: tempo e espaço de Iniciação Cristã”. Esta iniciativa – promovida pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã – contou na abertura, no dia 6, com uma conferência de D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa, sobre “A conversão missionária da catequese. A situação e os desafios da missão hoje, em contexto europeu”. D. José da Cruz Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa, disse que “a Igreja está a fazer tudo o que pode para acertar os seus métodos de pastoral a este quadro cultural. Actualmente está claro que há modelos do passado que devem ser ultrapassados e corrigidos. Contudo, ainda não acertamos completamente com a maneira de fazer catequese nesta sociedade complexa, que mudou muito”. Os tempos de hoje impelem-nos a voltar à autenticidade da fé cristã, não ser uma fé por tradição cultural, porque o meu avô já era ou porque na aldeia toda a gente é. É necessário uma conversão, um encontro com Jesus Cristo e a partir daí tudo se desencadeia”, apelou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, recordando que “não é a primeira vez que a igreja vive numa cultura ambiente complexa”. A única maneira é a conversão profunda do coração e da inteligência na construção de uma cultura cristã. Hoje o único caminho, tal como sempre foi, é que a Igreja participe no processo da mutação
cultural e não se queixe só dela. É preciso que os cristãos se reúnam, falem dos problemas que os rodeiam, e reflictam a vida com base numa chave cristã”. Na tarde do dia 6, D. Manuel Madureira Dias, bispo emérito do Algarve, abordou o tema:“A iniciação cristã – Problemáticas de actualidade: o discipulado; o papel da família”. Aí colocou muita insistência na necessidade de a catequese recuperar o seu estilo catecumenal. Embora se reconheça que muitos dos agentes da pastoral catequética não têm claro o que é que implica uma catequese com essa exigência. No dia 7, desenvolveu-se o painel sobre “a Pastoral da Iniciação Cristã – olhares sobre a realidade”, que contou com introdução e moderação de D. José Francisco Alves, Arcebispo de Évora, que abordou o tema “Conjugar esforços em torno da pastoral da infância e da adolescência”. Seguiram-se intervenções pelas dioceses de Lisboa, Évora e Aveiro.
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Secção NOTÍCIAS
Encontro Arciprestal reúne 400 catequistas em Famalicão
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ealizou-se no passado sábado, dia 28 de Fevereiro, em Famalicão, um Encontro Arciprestal de Catequistas. Este encontro decorreu ao longo da tarde, desde as 14h00 e até perto das 18h30, no Centro Pastoral de Famalicão, contando com a presença de cerca de 400 catequistas provenientes das diferentes paróquias de todo o Arciprestado de V. N. Famalicão. Subordinado ao tema “A Palavra de Deus na Catequese”, este encontro proporcionou aos catequistas presentes uma tarde de formação, onde, como o próprio nome do tema indica, a Palavra de Deus, que tem lugar central em todos os encontros de catequese e na vida de qualquer cristão, foi o tema de fundo, procurando estar em consonância com a temática proposta pela nossa Arquidiocese para o triénio 2008 -2011, “Tomar conta da Palavra que toma conta de nós”. Para a abordagem deste tema, a Equipa Arciprestal de Catequese de Famalicão contou com a estreita colaboração das Edições Salesianas, que
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além de assegurarem quatro dos cinco ateliês apresentados ao longo da tarde, tiveram a seu cargo o acolhimento e o Concerto de Oração que fechou esta actividade. No que respeita ao programa da tarde, propriamente dito, depois do acolhimento, foi feita uma abordagem inicial ao tema, fornecendo-se aos catequistas pistas de reflexão sobre a Bíblia e a Catequese. Depois disso, os catequistas foram orientados para os diferentes ateliês. Cada catequista teve oportunidade de participar em dois ateliês entre os cincos disponíveis, sendo estes os seguintes: A Palavra na Catequese a partir da Lectio Divina; A Palavra na Catequese a partir do Jogo; A Palavra na Catequese a partir da Música; A Palavra na Catequese a partir da Dramatização; Catequese e Novas Tecnologias. Depois dos ateliês e de uma paragem para o lanche, os catequistas puderam assistir ao Concerto de Oração “Capaz de Ti”, que maravilhou os presentes com melodias que convidam à reflexão e proporcionam uma forma diferente de rezar.
Vieira do Minho revitaliza Catequese O
novo delegado para a Catequese de Vieira do Minho assume que em Ano da Palavra, é urgente no Arciprestado de Vieira do Minho a revitalização de catequese da infância e adolescência. Para tanto, começou-se por fazer a “radiografia” das catequeses paroquias, fazendo ressaltar as suas virtudes, e tomando nota de problemas a corrigir. Nas 21 paróquias de Vieira do Minho, estão inscritas na catequese de infância 740 crianças e apenas 150 na catequese da adolescência. Para as crianças e adolescentes há apenas 151 catequistas. Destes apenas meia dúzia tem formação catequética completao. Mais de 3 dezenas têm o 12.º ano escolar ou até diplomas de ensino universitário. De entre a globalidade dos catequistas do Arciprestado, 42 são mães de família e muitos catequistas exercem o ministéiro há 30, 40 e até 65 anos de catequese. Há-de louvar o seu trabalho e dedicação, e agradecer ao Senhor a sua generosidade, e ao mesmo tempo proporcionar os meios de formação a estes apóstolos de Palavra. É necessário investir mais nos apóstolos do que nas festas populares dos Santos, refere o P.e José Alves.
A realidade de Vieira é dispersa com 2 zonas rurais distintas, separadas pela Cabreira: a do Aves e do Cávado, rodeando o Centro à volta da Vila, e com um novo pólo a emergir nas Cadeirinhas. Tendo em conta a realidade geográfica, a dispersão e desertificação do Concelho e a contextura actual do Arciprestado, optou-se por um curso de formação para os coordenadores paroquiais de catequese, a começar a 25 de Abril, para o qual há 34 inscrições. De seguida, a divisão do trabalho catequetico por 4 zonas: zona do Ave, com a catequese de Agra, Anjos, Rossas e Guilhofrei; zona de Vila, com a catequese de Vilarchão, Pinheiro, Cantelães, Mosteiro, Vieira, EiraVedra e Anissó; zona do Cávado, com a catequese de Ventosa, S. João, Louredo, Salamonde, Ruivães e Campos; zona das Cerdeirinhas, com a catequese de Tabuaças, Soutelo, Parada, Soengas e Caniçada. Cada grupo terá o seu líder, que deve reunir e acompanhar as coordenadoras (agora em formação formandas), e integrar a Equipa Arciprestal já existente. No próximo dia 23 de Maio realiza-se ainda o Dia Arciprestal do Catequista, em Vieira do Minho.
Equipa de Catequese de Amares em acção
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Arciprestado de Amares tem 24 paróquias e na presente data são muito poucas as paróquias (4) que não estão representadas com coordenador nas reuniões arciprestais. Mas temos a esperança que até ao final do ano esta situação esteja resolvida. Os coordenadores paróquias do nosso arciprestado contribuíram com empenho e preocupação neste trabalho de recolha de todos os nomes e dado pessoais dos catequistas. Na base de dados do DAC, todos os catequistas amarenses, que têm coordenador presente nas reuniões arciprestais lá pode encontrar o seu nome. Mas neste momento na base de dados do DAC, ainda se pode encontrar nomes de catequistas que não estão no activo este ano, mas Deus os chamará de novo. A Equipa Arciprestal da Catequese de Amares tem a preocupação de querer ajudar os catequistas, por isso criou um mailcatequese.amares@hotmail.com que está ao serviço do Catequista.
Como também está presente no hi5, com imagens de actividades e com pensamentos. Temos que aproveitar as novas ferramentas, para estar mais próximo de todos… E também próximos de Deus No passado dia 21 de Março, entre as 14h30 e as 22h00, o grupo de catequistas da freguesia de Santa Maria de Ferreiros e o grupo de catequistas da freguesia de Amares, do arciprestado de Amares estiveram em reflexão quaresmal, na casa da Torre, em Soutelo. Esta reflexão foi organizada e orientada pelo Padre Avelino Mendes e o seminarista Jorge Coelho.Todas as catequistas foram unânimes em considerar esta experiência enriquecedora quer individualmente, quer no desenvolvimento sadio de relações interpessoais. Nesta reflexão foram proporcionados momentos de reflexão, predispondo-nos a um diálogo com Deus e ao aprofundar da fé. Os participantes consideraram que é uma experiência a repetir.
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Secção Caderno DE formação
Ler a Bíblia em Grupo A
leitura da Bíblia em grupo tem algumas dificuldades que importa superar. São elas:
- A monotonia: ao fim de algum tempo, o grupo pode começar a repetir-se: já se sabe o que este ou aquele vai dizer, falta a imaginação para variar a celebração e / ou a metodologia da reunião. Tal monotonia leva, muitas vezes, ao abandono por parte de muitas pessoas. Não raras vezes, pelo mesmo motivo, todo o grupo desaparece. Para obviar a esta dificuldade do grupo, é necessáriamuitaimaginação, estudo e participação em cursos, sobretudo por parte dos animadores. - O isolamento em relação à grande comunidade, à paróquia: este é um perigo comum a qualquer grupo e que deve merecer, por parte dos responsáveis, o acompanhamento mínimo de todos os grupos paroquiais, e não apenas de alguns. O texto de Paulo, em 1 Cor 12-14 - sobre os carismas próprios de cada um e de cada grupo - pretende responder a este perigo, que já era real nas primeiras comunidades cristãs. Os grupos não podem colocar-se ao lado ou acima da comunidade, como acontece por vezes, mas ter a consciência de que são simplesmente parte integrante da Igreja, para a beleza da qual devem contribuir com os seus carismas. - A tentação do fundamentalismo: a tentação do fundamentalismo pode bater à porta de qualquer pessoa que lê a Palavra de Deus em grupo ou privadamente. Sabemos que as seitas modernas - sempre houve seitas, ao longo dos 20 séculos de história da Igreja - são todas de cariz fundamentalista, isto é, interpretam a Bíblia à letra, vêem apenas aquilo para o qual determinado interesse lhes desperta o apetite. O fundamentalismo é, essencialmente, uma perspectiva parcial da Bíblia. É aí que reside o seu erro. A falta de estudo, a dificuldade que as pessoas têm de ler, hoje, é uma das principais causas do fundamentalismo. Mas se, pela lei da maçã podre, um elemento fundamentalista pode tornar fundamentalista todo ogrupo, por outro lado, também é verdade que é precisamente no grupo que esta tentação pode
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ser vencida com maior eficácia. Sobretudo pela formação - cada vez mais urgente - de animadores e agentes de pastoral que trabalham na paróquia. - Fazer da Bíblia um livro de receitas de moral:Considerar a Bíblia como um livro de receitas para a conduta humana não é totalmente errado. Mas estamos em presença duma visão parcial da Bíblia, que se deve evitar a todo o custo, tanto na leitura privada como em grupo. A Bíblia não é uma farmácia de remédios para as nossas doenças e de vitaminas para as nossas fraquezas. É muito mais do que isso. Além do mais, os 2500 anos que nos separam da escrita destes textos nem sempre facilitam boas “receitas de moral” para a Igreja e para cada pessoa em particular. A Bíblia, mais que um manual de boa conduta, é uma Boa Nova de Deus para os homens. Mais que as “receitas”, interessa fixar os princípios, as grandes ideias teológicas. Por outro lado, não podemos ver a Bíblia como algo morto e material, pertencente a um passado histórico mais ou menos longínquo. Segundo essa hipótese, a Bíblia não passaria duma colecção de bons pensamentos... A Bíblia não se pode definir como um livro, uma coisa, um “algo”. A Bíblia é sobretudo um ALGUÉM que fala comigo. - Ler um texto sem ter em conta o contexto: É costume dizer-se que a Bíblia não é um livro mas “uma biblioteca”. Mas podemos dizer que se, materialmente, a Bíblia é uma biblioteca de várias dezenas de livros, espiritualmente falando, a Bíblia é um só livro em muitos capítulos. Pois, é bem verdade que a Boa Nova da Bíblia, mais que num texto concreto, se encontra no seu conjunto. É uma revelação progressiva da vontade de Deus, em livros e géneros literários muito diferentes, que não se encontra plenamente, num único texto. As seitas fundamentalistas fazem a leitura da Bíblia precisamente ao contrário do que acabamos de dizer: prescindem não somente do contexto geral da Bíblia e do contexto histórico de cada livro, mas também do contexto mais próximo de determinado texto. Coisas semelhantes podem acontecer em grupos católicos: muitas vezes,saem do texto e
fazem-no dizer o que ele nunca disse: Passagens, por vezes, muito simples levam os leitores a andar errantes por outros caminhos. Por isso, se aconselha a olhar para o texto, no seu vocabulário e na sua estrutura interna, assim como para o seu contexto próximo e remoto. Só se pode sair do texto depois de se ter lá entrado. O que muitos leitores nunca chegam a fazer. - Pretender dominar magicamente a Palavra de Deus: A Bíblia é Palavra de Deus, mas não é sempre evidente o modo como Ele me fala e quando me fala. Por isso, dizer, por exemplo: “O Senhor diz-me isto, nesta Palavra”, pode ser um modo de tentar a Deus. A Palavra de Deus é uma palavra certa, mas escapa-se-nos. Não a podemos dominar, magicamente. Porque Deus é, ao mesmo tempo, o nosso Amigo e o totalmente Outro, o que transcendente tudo e todos. A Sua Palavra é sempre misteriosa e não se revela automaticamente na leitura da Bíblia. Nunca a descobrimos totalmente. As nossas fórmulas referentes à Palavra de Deus devem ser mais prudentes: “Parece-me que o Senhor me chama a fazer isto, porque...”. Deus não se encontra à nossa mão de semear. - Ler a Bíblia como história e não como livro de fé: à primeira vista, a Bíblia aparece-nos como um livro de história antiga, dum povo antigo. O fundamentalismo caiu nesta ratoeira, agarrando-se muitas vezes a pormenores de história e de cultura antiga, de somenos importância, e perdendo a riqueza teológica global e a beleza dos grandes horizontes da Bíblia. Os escritores da Bíblia não pretenderam desempenhar o papel de historiadores propriamente ditos, mas de catequistas. Muitas vezes, fazem catequese em forma de história para melhor “contar” a mensagem e, deste modo, a fixar melhor nos leitores e
ouvintes. A nossa atitude fundamental, hoje, ao ler a Bíblia, é a de crentes e não a de estudantes de História. E quando lemos os textos históricos da Bíblia temos que procurar encontrar neles, antes de mais, o Senhor da História daquele povo e da nossa própria História, individual ou colectiva. Alguns princípios básicos a ter em conta na leitura da Bíblia Já acima elencávamos alguns princípios fundamentais de leitura da Bíblia, em forma negativa. Vejamos, rapidamente, mais alguns princípios que devem orientar a nossa leitura da Bíblia, em particular ou em grupo, estes, porém, em forma positiva: -Deus quis revelar-Se a todos os povos num povo, numa história e numa cultura (DV 1). Também se quer revelar, hoje ainda, a mim e na minha / nossa história. -Deus quer a salvação e a felicidade de todos os povos e de cada homem. Ele revela-Se na Palavra para me salvar. Toda a temática teológica da Bíblia
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significa isso: Aliança, Libertação, Redenção do homem... -O amor a Deus é inseparável do amor aos irmãos. A Palavra que me revela o amor de Deus torna-se uma Palavra que me compromete também no sentido horizontal, isto é, em relação com o mundo de hoje. -Jesus Cristo é o Verbo, a Palavra de Deus presente no meio do Seu Povo. É na Sua Palavra que Ele tem uma das suas principais manifestações no mundo. -A Bíblia nasceu dum povo e tem que ser lida num povo, na Igreja, para adquirir todo o seu sentido profundo. A leitura da Bíblia em grupo manifesta visivelmente esta característica fundamental da Bíblia. Mas, mesmo lida individualmente, em união com a Igreja, a Bíblia deve ser sempre lida na fé da Igreja. -Procurar na leitura da Bíblia, antes de mais, o testemunho de fé do povo que viveu e escreveu, para mim, estes textos. A Bíblia, mais do que um texto de doutrina, é um livro onde estão exarados os factos de vida, o testemunho de inúmeros crentes. Este é um dos aspectos históricos mais interessantes da Bíblia. A Bíblia, mais que uma teoria é um rosário de
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testemunhos, que devem alimentar, não a minha curiosidade cultural, mas a minha fé. -Unidade da Sagrada Escritura: Este princípio é uma outra formulação do princípio do contexto acima enunciado. Cada página da Bíblia é como que um tijolo dum grande muro, uma pequena parte dum enorme mosaico em que o Senhor nos apresenta o Seu projecto. Cada página mantém, por isso, uma ligação umbilical com o resto da Bíblia; há uma “alma” que faz de tantos livros um só Livro. E, assim como um único tijolo não faz um muro, uma pincelada de tinta não faz um mural, assim também uma só página, um só livro não faz a Sagrada Escritura. -A Bíblia manifesta a humanidade existencial de todos os homens. Há livros na Bíblia que manifestam mais as acções de Deus em relação com a Humanidade, outros manifestam mais os sentimentos do homem em relação com Deus. Todos os sentimentos humanos se encontram na Bíblia, sejam eles bons ou maus. Mas a Bíblia apresenta os maus para os reprovar. Quando leio a Bíblia, sinto-me lá dentro, representado em muitos daqueles personagens. -A Palavra bíblica manifesta uma dinâmica permanente de superação de valores: o homem está sempre a caminho. Certas situações negativas do homem e da sua cultura fazem apelo a uma superação contínua, que chega à plenitude no Novo Testamento, em Jesus Cristo. A Palavra supera as palavras da história e da cultura do Povo de Deus. É esta superação de valores que me faz ver em livros, por vezes, menos “interessantes”, como Levítico ou Números, autênticas profecias do Novo Testamento. -A Escritura é presença real de Jesus, que incarnou, como diz o Concílio Vaticano II. Ele é o Verbo de Deus, chamado também a encarnar na vida de cada crente que lê e reza a Sua Palavra, que O recebe nos sacramentos. Cristo ressuscitado está presente na Escritura e, lendoa, escutando-a, podemos experimentá-lO. Ele é a chave da nossa leitura da Bíblia (Lc 24, 13-49; SC 7). [in: www.capuchinhos.org]
Secção Caderno TEMÁTICO
Ajudar a redescobrir São Paulo Procurando estar em sintonia com o Plano Pastoral Arquidiocesano e a Igreja Universal, propomos que neste final de ano catequético uma série de materiais que ajudem os catequistas e catequizandos a redescobrirem S. Paulo. Estes apoios foram elaborados pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã.
FICHA 1: A PALAVRA A. Completa as seguintes palavras cruzadas a partir das citações bíblicas. 1 1
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Verticais 1. Tg 1, 23: Aquele que se contenta com ouvir a Palavra de Deus e não a põe em prática é como alguém que se vê... 2. Jo 6, 63: As palavras que eu vos disse são... e... 3. Jo 1, 1: No princípio, aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com... 4. Tg 1, 21: A Palavra de Deus tem poder para... 5. Mt 7, 24: “Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática pode comparar-se ao homem sensato que construiu a sua casa sobre a... Horizontais 1. Is 49, 2: [O Senhor] fez da minha palavra uma… 2. Tg 1, 22: Ponham a Palavra de Deus em... 3. Jo 1, 9: Só aquele que é a Palavra é a... 4. Jo 1, 14: Aquele que é a Palavra fez-se... 5. Is 55, 11: [O senhor diz:] o mesmo acontece com a palavra que eu pronuncio: não voltará para mim sem ter produzido o seu... 6. Jo 6, 68: “Senhor, a quem havemos de seguir? Só as tuas palavras dão...”
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B. Escreve um pequeno texto em que ponhas em evidência o sentido da expressão “Palavra de Deus” nos textos bíblicos pesquisados. _____________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________.
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Secção Caderno TEMÁTICO C. Desenha as vinhetas que representem os seguintes textos: No princípio, aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com... (Jo 1, 1)
Só aquele que é a Palavra é a... (Jo 1, 9)
Aquele que é a Palavra fez-se... (Jo 1, 14)
Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática pode compararse ao homem sensato que construiu a sua casa sobre a... (Mt 7, 24)
Aquele que se contenta com ouvir a Palavra de Deus e não a põe em prática é como alguém que se vê... (Tg 1, 23)
O Senhor fez da minha palavra uma… (Is 49, 2)
Correcção: Verticais: 1 – Espelho; 2 – Espírito, Vida; 3 – Desu; 4 – Salvar; 5 – Rocha. Horizontais: 1 – Espada; 2 – Prática; 3 – Luz; 4 – Homem; 5 – Efeito; 6 – Vida Eterna.
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FICHA 2: ELEMENTOS DA VIDA DE S. PAULO
Nascimento e educação Paulo nasceu na cidade de Tarso (de 5 a 10 d.C.), na província romana da Cilícia, no seio de uma família judaica que tinha também a cidadania romana. A sua família estava muito ligada às tradições provenientes da observância da Lei de Moisés. Nessa cidade, foi introduzido pela família na cultura judaica, mas também mergulhou na cultura grega e romana.
Talvez por pertencer à tribo de Benjamim, deramlhe o nome hebraico de Saul (ou Saulo, em grego), que tinha sido o nome do primeiro rei de Israel, oriundo da mesma tribo. Enquanto cidadão romano também tinha o nome latino de Paulo. De acordo com o costume judaico, o jovem Saul aprendeu o ofício do seu pai: produtor de tendas. E com ele terá aprendido também a ler as Escrituras Sagradas e a rezar ao Deus único. Foi, entretanto, enviado a Jerusalém para receber uma boa educação religiosa na escola de Gamaliel (mestre fariseu). Tornou-se um fervoroso fariseu que perseguia os cristãos, julgando, com isso, estar a prestar serviço a Deus. Conversão e primeiros empreendimentos De acordo com a Bíblia, quando Paulo, em perseguição dos cristãos, se dirigia para a cidade de Damasco (Síria), por volta do ano 34, Cristo apareceu-lhe,
como havia feito com os outros apóstolos. Esta experiência de encontro com Cristo ressuscitado mudou definitivamente a sua vida. Assumiu de tal forma a sua relação com Cristo que, mais tarde, dizia: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20). Depois do seu baptismo, Paulo começou a pregar a boa-nova de Jesus aos judeus e não judeus. Muitas foram as vezes em que se viu perseguido, por ter abraçado a nova fé, mas nunca desistiu de anunciar Cristo ressuscitado. O anúncio do Evangelho O período de treze anos que vai, mais ou menos, do ano 45 a 58 foi o mais activo e frutífero da sua vida. Durante esse tempo, realizou três viagens missionárias por terras e povos a ocidente da Palestina, para levar o Evangelho de Cristo a todos os homens, fossem eles judeus ou pagãos (os não judeus, politeístas). De acordo com Paulo, Jesus veio para a salvação da humanidade inteira e não apenas do povo judaico. Era, por isso, necessário, anunciar em todos os cantos do mundo essa boa-nova. (1)Primeira viagem missionária (45-49 d.C.;Act. 13-14) Paulo, acompanhado por Barnabé, embarcou em Antioquia da Síria com destino a Chipre. Ali, pregou na sinagoga de Salamina, cruzou a ilha de oriente a ocidente, seguindo a costa sul, chegando a Pafos, residência do procônsul Sérgio Paulo que se converteu. Escolheu a Ásia Menor como campo de seu apostolado e embarcou em Perge de Panfília. Foi quando João Marcos, primo de Barnabé, talvez em desacordo com os projectos do apóstolo, abandonou a expedição e voltou a Jerusalém, enquanto Paulo e Barnabé avançaram para as montanhas de Pisídia, infestadas de bandidos. A cidade mais longínqua até onde foram foi Antioquia da Pisídia. Quando os judeus conseguiram que os dois fossem expulsos daí, prosseguiram rumo a Icónio, onde encontraram a mesma perseguição da parte dos ju-
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Secção Caderno TEMÁTICO
deus e o mesmo acolhimento da parte dos gentios. A hostilidade dos judeus forçou-os a buscar refúgio na colónia romana de Listra. Aqui, os judeus armaram ciladas a Paulo e, depois de o apedrejarem, deixaram-no como morto, enquanto ele conseguia uma vez mais escapar, refugiando-se em Derbe, situada a cerca de 60 quilómetros da província da Galácia. Depois de completar o seu circuito, os missionários voltaram pelo mesmo caminho para visitar os cristãos recentemente convertidos. Ao regressarem a Antioquia da Síria, foram recebidos com satisfação porque Deus lhes havia aberto as portas da fé ao mundo dos gentios. O problema do estatuto dos gentios (os não judeus) na Igreja começou a ser debatido (Act. 15, 1-39). Alguns cristãos de origem judia que vinham de Jerusalém reclamaram que os cristãos de origem pagã deveriam ser submetidos à circuncisão, obrigatória para os judeus. Contra esta opinião, Paulo e Barnabé protestaram e decidiu-se convocar uma reunião em Jerusalém para resolver o assunto. Nesta assembleia, Paulo e Barnabé representaram a comunidade de Antioquia e conseguiram convencer os apóstolos, sobretudo Pedro e Tiago, de que os gentios deviam ficar livres da circuncisão e de algumas outras normas da Lei de Moisés, exclusivas para os judeus. Assim, Paulo pôde ensinar abertamente que “...o homem não é salvo pelas obras da Lei, mas unicamente pela fé em Jesus Cristo...” (Gl. 2, 16). (2) Segunda viagem missionária (49-52 d.C.;Act. 15, 40-18, 22) Para esta segunda viagem missionária, Paulo escolheu Silas ou Silvano, um cidadão romano como ele e membro influente da Igreja de Jerusalém.
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Partiram de novo de Antioquia da Síria para Tarso e daí para Derbe. A visita às igrejas fundadas na primeira missão realizou-se sem incidentes. Foi provavelmente em Antioquia de Pisídia que o itinerário da missão foi alterado. Os missionários tiveram que viajar até ao norte, na região da Galácia. Sabemos que a evangelização dos Gálatas decorreu quando Paulo estava doente (Gl. 4, 13). E assim chegaram a Tróade. Paulo continuou a utilizar os métodos de pregação que tinha usado desde o princípio. Até onde foi possível, concentrou os seus esforços em grandes cidades a partir das quais a fé se estenderia até cidades de menos destaque e, finalmente, às áreas rurais. Onde encontrava uma sinagoga, começava
a pregar nela aos judeus que estavam dispostos a escutá-lo. Quando a ruptura com os judeus era irreparável, o que ocorreria mais cedo ou mais tarde, retirava-se, sobretudo, para casas de cristãos, com espaço suficiente para nelas reunir as comunidades cristãs, entretanto fundadas. Em Filipos, Paulo e Silas, acusados de alterar a ordem pública, foram espancados, encarcerados e, por fim, exilados. Porém, em Tessalónica e Bereia, onde se refugiaram depois de terem saído de Filipos, as coisas correram melhor. A evangelização em Atenas foi absolutamente excepcional. Aqui não havia o problema dos judeus ou da sinagoga, e Paulo, contra o seu costume, estava só. Pronunciou um belíssimo discurso diante do areópago, infelizmente sem grandes resultados. Seguiu-se a missão a Corinto, onde pregou na sinagoga todos os sábados e quando a oposição violenta dos judeus atentou contra ele, foi capaz
de resistir graças, em parte, à atitude imparcial do procônsul Gálio. Finalmente, decidiu ir a Jerusalém a partir da qual voltou a Antioquia. A 1ª Carta aos Tessalonicenses foi escrita durante os primeiros meses da estadia em Corinto. (3) Terceira viagem missionária (53-58 d.C.;Act. 18, 23-21, 16) O principal destino da terceira viagem de Paulo foi Éfeso. Ele tinha prometido aos efésios voltar à cidade para aí anunciar o Evangelho. Assim, depois de uma breve visita a Antioquia, partiu através da Galácia e da Frígia e, passando pelas regiões da “Ásia Central”, chegou a Éfeso. Para prover ao seu sustento, trabalhou manualmente todos os dias, o que não o impediu de pregar o Evangelho. Como de costume, começou na sinagoga onde teve êxito durante os primeiros meses. Depois ensinou diariamente numa sala colocada à sua disposição por um senhor chamado Tirano. Aí viveu cerca de três anos, de tal forma que os habitantes da Ásia, judeus e gregos, ouviram a palavra de Deus. Claro que houve provações e obstáculos a superar. Alguns destes obstáculos surgiram da inveja dos judeus, outros vinham da superstição dos pagãos, particularmente acentuada em Éfeso. Os progressos do Cristianismo arruinaram a venda das pequenas reproduções do templo de Artémis e as da própria deusa, estatuetas muito compradas pelos peregrinos; um certo Demétrio incitou o povo
contra Paulo. Este teve de partir para a Macedónia e de lá para Corinto, onde passou o Inverno. Prosseguiu viagem, voltando a Filipos e Tróade. Depois, avançou para Assos, Mitiline, Mileto, Rodes, Pátara, Tiro, Ptolemaida, Cesareia e Jerusalém.
Quatro das maiores epístolas de São Paulo foram escritas durante esta terceira missão: a primeira aos Coríntios, em Éfeso, por volta da Páscoa, antes da sua saída da cidade; a segunda aos Coríntios, na Macedónia, durante o Verão ou Outono do mesmo ano; aos Romanos, em Corinto, na Primavera seguinte; a data da epístola aos Gálatas é objecto de controvérsia. O cativeiro(Act. 21, 17-28,31) Quando os judeus acusaram falsamente Paulo de ter introduzido no templo de Jerusalém os gentios, a multidão maltratou-o e foi posto na prisão da fortaleza Antónia. Para não ser assassinado, foi enviado, sob forte escolta, a Cesareia, que era a residência
do procurador Félix. Paulo não teve dificuldade em esclarecer as contradições dos que o acusavam mas, ao negar-se a comprar a sua liberdade, Félix manteve-o algemado e encarcerado durante dois anos, para agradar aos judeus. O novo governador (Festo) quis enviar o prisioneiro a Jerusalém para que fosse julgado na presença dos seus acusadores. Porém, Paulo, que conhecia perfeitamente as artimanhas dos seus inimigos, apelou ao imperador César. Em consequência, esta causa só podia ser resolvida em Roma. O centurião Júlio enviou o prisioneiro Paulo e outros prisioneiros num navio mercante no qual Lucas e Aristarco puderam obter passagem. Já que o destino era distante, a viagem foi lenta e difícil. Passaram pela costa de Síria, Cilícia e Panfília. Em Mira de Lícia os prisioneiros foram transferidos para uma embarcação que se dirigia a Itália, porém, os ventos contrários persistentes empurraram-nos para um porto de Chipre. Paulo aconselhou que passassem o Inverno aí, mas a
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sua opinião foi rejeitada e o barco ficou à deriva, sem rumo, durante catorze dias, terminando na costa de Malta. Com a chegada da Primavera, apressaram-se a prosseguir viagem. Paulo devia chegar a Roma em Março. “Ficou dois anos completos numa casa alugada... pregando o Reino de Deus e a fé em Jesus Cristo com toda confiança, sem proibição” (Act. 28, 30-31). Não há grande dúvida de que Paulo acabou por ser absolvido em julgamento. Os últimos anos Sobre este último período temos poucas certezas. Paulo queria passar por Espanha desde há muito tempo e não há provas de que tivesse mudado
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o seu plano, mas também não há certeza da sua concretização. Uma antiga tradição estabelece os seguintes pontos: • Paulo sofreu o martírio em Roma na praça chamada AquaeSalviae (hoje PiazzaTreFontane), um pouco a oeste da Via Ostia, cerca de três quilómetros da esplêndida basílica de São Paulo Fora dos Muros, lugar onde foi enterrado. • O martírio ocorreu durante o reinado de Nero. • De acordo com a opinião mais comum, Paulo sofreu o martírio antes de Pedro. Paulo possuiu sem dúvida uma resistência física fora do comum, capaz de suportar os muitos trabalhos e dificuldades, mas a sua principal força provinhalhe do grande amor a Jesus Cristo e da sua entrega total ao serviço de Deus.
FICHA 3: A IDENTIDADE DE PAULO 1. Completa as lacunas do seguinte texto: Paulo nasceu em ____________________________ no ano ____________________________. Pertencia ao povo ____________________________, da tribo de ____________________________, mas também era ____________________________ romano. O nome
_________________________________________________
era de origem
____________________________
e Paulo, de origem
________________________________________________________.
A sua profissão era ______________________________________________________, como seu pai. Frequentou a escola de
______________________________________________________
em Jerusalém onde recebeu uma boa
educação religiosa. 2. Observa a pintura.
2.1. O que representa? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
2. 2. O que aconteceu na vida de Paulo? Indica 4 momentos do novo itinerário da sua vida: _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________
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3. A sua adesão a Jesus ressuscitado foi tão grande que ele dizia: “Já não sou eu que vivo é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20). 3.1. O que significa a afirmação de Gl 2, 20? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
3.2. Explicita uma acção concreta que represente o significado da frase “Já não sou eu que vivo é Cristo que vive em mim”. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
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FICHA 4: O ANÚNCIO DO EVANGELHO Lê com atenção o texto de Act 17, 22-34. 1. Assinala em cada conjunto a resposta correcta. 1.1. Paulo dirige o seu discurso a) aos coríntios. b) aos tessalonicenses. c) aos atenienses. d) aos romanos. 1.2. Paulo, antes de anunciar a boa-nova de Cristo, a) parte da cultura do seu auditório. b) contraria os aspectos religiosos da cultura do seu auditório. c) anuncia-lhes a sua perdição. d) condena o seu modo de vida prático. 1.3. Sendo os gregos politeístas, Paulo a) rejeita à partida a sua religiosidade. b) aceita a sua forma de religião e converte-se. c) aceita apenas o deus supremo dos gregos. d) quer fazer a ponte entre o “deus desconhecido” dos atenienses e o Deus único dos cristãos. 2. Assinala as características que Paulo atribui a Deus. a) A sua vontade é que todos se arrependam do mal que fazem. b) Criador de tudo quanto existe. c) Não é parecido com nenhuma representação que possamos fazer dele. d) É nele que nos movemos e existimos. e) Escolheu Paulo para julgar o mundo. f) Não mora nos templos feitos pelos seres humanos. g) A sua vontade é que os maus sejam condenados. h) Está presente apenas nas capelas, igrejas, basílicas ou catedrais. i) Há pinturas que retratam muito aquilo que Deus é. j) Escolheu um homem para julgar o mundo e ressuscitou-o. k) Não habita longe de cada ser humano. l) É o Senhor do céu e da Terra.
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3. Paulo obteve a) poucos resultados com este discurso. b) grandes resultados com este discurso. c) nenhuns resultados com este discurso. d) resultados significativos com este discurso. 4. O que mais te agradou no discurso de Paulo? Justifica a tua resposta. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
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ICHA 5: PAULO COMO MISSIONÁRIO 1. Observa os mapas das três viagens missionárias de Paulo e numera as cidades pela ordem geográfica do percurso de Paulo (podes colocar mais do que um número em cada espaço). 1.1. Primeira viagem _______Listra
_______Antioquia da Pisídia
_______Pafos
_______Antioquia da Síria
_______Perge
_______Derbe
_______Salamina
_______Icónio
1.2. Segunda viagem _______Anfípolis
_______Antioquia da Síria
_______Tarso
_______Atenas
_______Tróade
_______Filipos
_______Bereia
_______Icónio
_______Cesareia
_______Jerusalém
_______Corinto
_______Listra
_______Derbe _______Antioquia da Pisídia
1.3. Terceira viagem _______Anfípolis
_______Assós
_______Pérgamo
_______Antioquia da Síria
_______Derbe
_______Ptolomaida
_______Mileto
_______Éfeso
_______Antioquia da Pisídia
_______Mitilene
_______Esmirna
_______Apolónia
_______Neápolis
_______Tarso
_______Listra
_______Pátara
_______Tessalónica
_______Rodes
_______Bereia
_______Filipos
_______Tiro
_______Cesareia
_______Icónio
_______Tróade
_______Corinto
_______Jerusalém
2. Regista o nome das comunidades cristãs às quais Paulo escreveu cartas. _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
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FICHA 6: PRISÃO E ÚLTIMOS ANOS DE VIDA DE PAULO 1. Paulo por ter cidadania romana foi julgado em Roma. Observa o mapa do percurso do cativeiro e numera as cidades e as regiões ou países pela ordem geográfica do percurso de Paulo: Nomes de povoações
Nomes de regiões ou países
_______Bons Portos
_______Ásia Menor
_______Cesareia
_______Ilha de Malta
_______Cnido
_______Chipre
_______Jerusalém
_______Ilha da Sicília
_______Pozuoli
_______Península Itálica
_______Régio
_______Ilha de Creta
_______Roma
_______Palestina
_______Sídon _______Siracusa
2. Que relação existe entre Paulo e a Palavra de Deus? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
3. De tudo o que conheceste da pessoa e vida de Paulo o que mais apreciaste? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
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Secção REUNIÃO DE CATEQUISTAS
A expressão artística e educação da fé Objectivos: • Sensibilizar o catequista para o uso de metodologias diversificadas nas suas sessões de catequese; • Levar o catequista a reflectir sobre a relevância da expressão artística no processo de transmissão da Mensagem de Deus; • Entender a expressão artística como estímulo e compromisso de fé; • Reconhecer a importância de uma linguagem catequéticaatractiva que motive a comunicação no grupo de catequese.
Abrindo-se à iniciativa de Deus, sabemos que a fé é um dom; um acto de adesão e entrega de todo o crente ao Senhor Jesus. No entanto, para que este dom de Deus seja despertado e estimulado, é necessário que haja uma abertura humana à entrega livre e total a Deus. Aqui reside a importância de toda a caminhada catequética. Na verdade, a catequese, como serviço à Palavra de Deus, é o meio privilegiado para despertar no catequizando uma resposta de fé viva, explícita e actuante, levando-o, não só a um contacto, mas a uma comunhão e intimidade com Jesus Cristo (CT 5). Nesse sentido, entende-se que a catequese não possa ser vista como um simples ensinamento. Sendo a fé um dom, esta não pode ser ensinada, transmitida, mas sim irradiada, despertada, em ordem a uma resposta de fé, como consentimento e compromisso. Para que tal aconteça, é imprescindível que o catequista, enquanto educador que acompanha o amadurecimento da fé no catequizando, esteja consciente da relevância da sua missão de porta-voz da fé da Igreja, num mundo em constante mudança, marcado pela indiferença religiosa, bem como pelo crescente desinteresse dos catequizandos pela educação da fé. Assim, de forma a comunicar a mensagem de Deus, de que é, ele próprio, testemunha, o catequista deve promover uma pedagogia personalizada, dinâmica e activa, através do uso de metodologias diversificadas, de modo a que o catequizando
tenha, ao longo do seu processo de crescimento na fé, um papel interveniente, activo e crítico, motivando-os através de situações de ensino/aprendizagem diferenciadas e motivadoras. Em boa verdade, sem centrar a transmissão do conhecimento numa única metodologia, assente, muitas vezes, em discursos ou exposições teóricas, o catequista poderá, recorrer, a um conjunto diversificado de técnicas e métodos de ensino, os quais poderão contribuir para que a criança se consciencialize, paulatinamente, da presença de Deus e da fé na sua caminhada de vida. Para que as mensagens evangélicas se apresentem como algo novo e original para os nossos jovens, é importante que o catequista promova novas formas de comunicação da fé, que promovam no catequizando um responder criativo, assim como uma adesão pessoal e livre à Palavra divina. Mais do que o recurso ao livro, a Igreja necessita, hoje, de novas formas de exprimir a fé. Assim sendo, acreditamos que a presença da educação artística (a educação pela música, pelo desenho, pela pintura, pela poesia, pelo jogo, pela expressão corporal, pela expressão dramática, pela escultura, etc.) nas sessões de catequese poderá ser um instrumento usado pelo catequista para cultivar, no catequizando, essa possibilidade de abertura à fé, despertando-o para um itinerário de fé cada vez mais comprometido e consciente. Não nos esqueçamos que os nossos jovens são, hoje, particularmente sensíveis a uma linguagem que fala, não apenas à razão, mas, sobretudo, à sensibilidade, à emoção, à afectividade, à imaginação, ou seja, à pessoa no seu todo. O catequista poderá, assim, partir da visualização de uma escultura, de um poema, de uma tela, para despertar no catequizando todo um conjunto de sensações e de emoções que o irão ajudar a reflectir e a aprofundar a sua fé. Mais do que comunicar a Palavra, estas dinâmicas devem ser vistas como um estímulo, de forma a facilitar o processo dinâmico da Palavra de Deus. Deste modo, urge compreender que, mais do que intelectual, a catequese tem de ser cada vez mais
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Secção REUNIÃO DE CATEQUISTAS
dinâmica, lúdica e festiva, que responda às expectativas dos nossos jovens. Ao dedicar tempo da sua catequese a estas actividades, o catequista está a ajudar os catequizandos a ler a sua vida à luz do Evangelho. Desta forma, acreditamos que a arte, como linguagem expressiva, fomenta novas formas de expressão e de comunicação mais motivadoras, livres e participadas entre o catequista e o catequizando, favorecendo a criatividade, a
partilha de saberes, a participação e o encontro com o outro e contribuindo, pois, para enriquecer a expressão de fé de um grupo, que procura afirmar-se na sua experiência cristã. É importante perceber que o catequizando, se não se sentir envolvido e motivado nas actividades que desenvolve, não interioriza o que está a ser transmitido. Assim sendo, mais do que ensinar, a missão do catequista é comprometer o catequizando nas actividades, animá-
lo, motivá-lo e comprometê-lo no seu processo de aprendizagem. Reflexão em Grupo: 1 - Enquanto catequista, centro a actividade catequética na minha pessoa, ou procuro envolver, de forma activa, os meus catequizandos no processo de amadurecimento da fé? 2 - Sabemos que a catequese deve ser hoje mais comunicativa e atractiva.Procuro introduzir, na minha
catequese, actividades dinâmicas e apelativas que lhe confiram um carácter menos intelectual e mais festiva? 3 - Procurofomentar, no meu grupo de catequese, o diálogo, a partilha e a reflexão, de forma a promover um amadurecimento da fé mais consciente e comprometido? 4 - Na sua opinião, como poderá o catequista ajudar o catequizando a sentir a proximidade de Deus na sua vida concreta?
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Concurso artístico:
«S. Paulo ao serviço da Palavra» O
Departamento Arquidiocesano da Catequese, integrado na Comissão Arquidiocesana para a Educação Cristã, realiza em parceria com esta um concurso artístico intitulado: «S. Paulo ao serviço da Palavra». O desafio consiste em dizer S. Paulo através de uma expressão artística: conto, poesia, pintura, escultura, desenho, música, filme, etc… a imaginação é o limite! Estão todos os catequistas e catequizandos convidados a participar neste concurso e na Festa da Palavra a realizar no dia 6 de Junho de 2009, onde todos os trabalhos poderão ser vistos
Ficha de Pré-Inscrição:
Nome___________________________________________________________________________________________________________________ Paróquia________________________________________________________________________________________________________________ Trabalho a apresentar__________________________________________________________________________________________________ Contacto_____________________________________________ O DAC contactará cada participante, para acertar todos os pormenores.
centro cultural e pastoral da arquidiocese rua de S. Domingos, 94 B • 4710-435 Braga • tel. 253 203 180 • fax 253 203 190 catequese@diocese-braga.pt • www.diocese-braga.pt/catequese impressão: empresa do diário do minho lda.