Apostila Elaborada por:
Pr.
Jó Severo Fonseca
Igreja As Maravilhas de Jesus “vós sois a luz do mundo...” (Mt 5.14ª).
Este é um dos textos mais utilizados para mostrar que somos diferentes na sociedade em que vivemos, lembrando que somos cidadãos do céu. Ética 1- Introdução 1.1- Definição Etimológica No latim, ética procede de “mos” ou “moris”, cujo significado é “moral”, “vontade”, “costume”, “uso” e “regra”. A origem latina do termo sugere que “ética” é a ciência da moral ou do comportamento humano. Não devemos, contudo, confundir “ética” com “moral”, e muito menos reduzi-la a esta última. Ética é a ciência, enquanto moral é o seu objeto. Embora os termos “moris” (latino) e “ethos“ (grego) participem do mesmo campo semântico (costumes, hábitos), distinguem-se mutuamente. Ética é a ciência que estuda as normas ou regras adquiridas pelo hábito (moral). Embora a moral não seja científica, suas origens, fundamentos e evolução podem ser investigados racional e objetivamente. E como qualquer outro tipo de realidade natural ou social, a moral não pode deixar de ser estudada cientificamente. É o que faz a ética. No grego do Novo Testamento o termo “ética” e sua definição podem variar de acordo com o contexto em que são usados. Embora seja um termo elástico, o grego do Novo Testamento o define como hábito, costume ou uso. Vejamos:
a)- Em Lucas 22.39: O termo é usado para referir-se à prática habitual de Cristo em ir ao monte das Oliveiras: “E, saindo, foi como de costume (ethos), para o monte das Oliveiras”. b)- Em João 19.40: O vocábulo é usado para descrever certo costume póstumo dos judeus: ”Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as
especiarias, como os Judeus costumam (ethos) fazer na preparação do sepulcro”. c)- Em Atos 25.16: A palavra subsidiada pelo contexto, apresenta um caráter legal ou judicial:”A eles respondi que não é costume(ethos) dos Romanos entregar algum homem à morte, sem que o acusado tenha presentes os seus acusadores e possa defender-se da acusação”. Página 2 d)- Em Hebreus 10.25: O termo é usado em sentido negativo referindo-se ao contínuo ato de alguns irmãos abandonarem as congregações: “não deixando a nossa congregação, como é costume (ethos) de alguns (...)”. O costume de abandonar a congregação era um fato inusitado que ocorria vez por outra na igreja, mas o escritor combate esse costume, pois ele é a negação da fé e conduz a apostasia (v25). A ética se refere, portanto, “à maneira de vida ou de conduta”.
1.2- Definições Gerais Entre as diversas definições do conceito de ética, encontramos: a)- Ética é a ciência que estuda os direitos e deveres do homem no seio da comunidade em que vive. b)- É a pesquisa da natureza moral do homem, com a finalidade de descobrir quais são as suas responsabilidades e quais os meios de cumpri-las. c)- É o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana suscetível de qualificações do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto. d)- Ética é o estudo da conduta ideal do individuo.
e)- Ética é a teoria da natureza do bem e como ele pode ser alcançado. f)-Ética é a reflexão sobre a ação humana,para extrair dela o conjunto excelente de ações. g)-Ética ou moral é o estudo da atividade humana com relação a seu fim último, que é a realização plena da humanidade. h)-Ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.
A ética compartilha com outros empreendimentos humanos em busca da verdade, mas distingue-se deles na sua preocupação com aquilo que o homem deve fazer à luz da verdade desvendada. Ela não é simplesmente descrita (o que significa), mas também prescritiva (o que se deve fazer).
Página 3 Ética Bíblica
1- INTRODUÇÃO A ética como ciência, tanto descritiva quanto prescritiva, está inserida em diversos contextos práticos da vida. Por isso, enquadra-se em diversos tipos de estruturas ou sistemas não apenas dos que procuram estabelecer os direitos e os deveres do indivíduo no contexto em que vive, mas também daqueles que tratam dos valores axiológicos e ético-filosóficos. Entre os principais sistemas de conceituação ética, encontramos: A ética teísta ou bíblica, ética filosófica, bioética, ética contemporânea. Entretanto, nós nos ocuparemos apenas da ética bíblica.
2- Ética Teísta ou Bíblica Segundo a ética teísta, através da Bíblia encontramos princípios Eternos e imutáveis, procedendo do Ser Divino, pelo qual Deus revela a sua vontade e os valores espirituais, sociais e religiosos do seu Reino aos seus. Esses princípios ou valores são universais e absolutos, aplicáveis em todo o mundo e para todas as raças. De modo sintético, podemos afirmar que a “ética bíblica diz respeito à maneira de vida que a Bíblia prescreve e aprova”. A ética Bíblica não se circunscreve apenas aos atos exteriores das criaturas, mas tem o interesse principalmente na força motriz que gera as ações humanas – o coração (Pv. 4.23; 23.7; Mc. 7.18-23; Lc. 16.15; Hb. 4.12).
2.1- O conteúdo da Ética Bíblica O conteúdo da ética Bíblica é a soma total dos uniformes revelados exibidos nas Escrituras que dizem respeito ao comportamento humano, os quais vão desde os registros dos erros cometidos e a desaprovação Divina aos mesmos, e também os mandamentos e o registro da boa prática e sua conseqüente aprovação Divina. 2.2- Os princípios da Ética Bíblica Os princípios que norteiam e governam a ética Bíblica são: (continua pg.5)
Página 4 a)- A semelhança com Deus: O alvo final do processo ético é a conformidade com a imagem d’Ele (2Co. 3.18; Fp.3.20,21). b)- A obediência aos mandamentos de Deus: Este princípio foi estabelecido desde o início da relação do homem com Deus, através das diversas alianças.
c)- Ser agradável a Deus: O indivíduo santificado só deseja fazer aquilo que esteja de conformidade com a vontade de Deus. Quem vive uma ética Bíblica procura de todos os meios agradar a Deus, obedecendo aos preceitos por Ele estabelecidos nas Escrituras, que na realidade é o código ético máximo da vida do cristão.
2.3- Subdivisões da Ética Bíblica
a)- Ética Cristã: Embora a ética cristã possua estreita relação com a teísta ou Bíblica, pois depende da sistematização do arcabouço ético-doutrinário das Escrituras, distinguem-se em caráter meramente conceitual ou didático. Enquanto na ética teísta estudamos a vontade de Deus para as nossas vidas, na ética cristã encontramos a vivencia prática e diária dos preceitos Divinos.
b)- Ética Ministerial: Ética Ministerial ou Pastoral é um conjunto de normas e hábitos comportamentais que regem o caráter e a conduta do ministro evangélico. Além de cada obreiro ser regido pela ética cristã, que é a somatória da conduta ideal para todos os crentes na sociedade, ele também deve interagir com as habilidades espirituais e autoridade eclesiástica concedida por Deus, para o cumprimento da missão cristã. Neste aspecto, precisa guiar-se por uma somatória de princípios Bíblicos e éticos em seu relacionamento com Deus, consigo mesmo, com a família, com os obreiros e com a igreja.
Página 5
3- ALGUMAS PRÁTICAS MINISTERIAIS
3.1- Com Respeito ao Comportamento do Obreiro. a)- Pregar sem encher a boca de saliva - Evitará que acabe cuspindo nas pessoas. b)- Roupas bem cuidadas e peças combinadas, não ficando com aparência extravagante - Isto é possível com simplicidade. O problema do cristão não é com o tipo de roupa que dita a moda ou costume, mas uma questão de ponderar e ter bom senso. Assim fica mais fácil servir a Deus sem a impressão de escravidão. c)- Não bater no púlpito ou com a Bíblia – Além de grosseiros, são gestos que causam má impressão, pois a Bíblia e o púlpito da igreja não servem para isto. d)- Evitar atitudes e emoções sensacionalistas, deixando que o movimento seja do Espírito Santo – Não é aceitável que um servo de Deus use destes tipos de argumentos. e)- Evitar chegar atrasado ao culto – Costuma se dizer que o obreiro deve ser o exemplo. Existem situações que podem atrapalhar a chegada ao culto no horário, algumas provocadas por nós mesmos, conscientes ou inconscientes; é preciso orar para ter discernimento e não permitir que aconteçam, enfraquecendo a fé ou tirando o brilho do obreiro. f)- Quando chegar na igreja, ao subir no púlpito, não cumprimentar todos, com aperto de mão – Evitar chamar a atenção e provocar desordem, principalmente se o culto já tem começado. Um gesto ou aceno com a cabeça é suficiente. g)- Saber, de antemão, o assunto do culto ou da cerimônia – Evitando problemas com a desinformação. h)- Nunca usar “gírias” no púlpito - Não é certo um obreiro na direção de uma reunião usar gírias, ditados mundanos como por exemplo: “passa pra cá
pastor!”, (chamando pro púlpito), ou então, “esse aqui é o cara!” entre outros ditados e gírias mundanas.
Página 6
4 – Conversação Ninguém ignora o valor da palavra e o que ela representa para a vida. Palavra é o pensamento em ação, é a idéia que se materializa. O preciso manejo da palavra dá-se através da conversação.
4.1 – Falar O Apóstolo Paulo recomenda: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem” (Ef. 4.29). Jesus afirmou ainda: “Seja o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é procedência maligna” (Mt. 5.37). O cristão tem uma linguagem própria. Seu falar edifica. Quando ele fala, o Senhor é glorificado. O bom cristão não difama. Fale para que teu irmão seja abençoado. (Is. 50.4a). (leia) Quem tem objetivo no falar exprime o seu propósito, e preocupa-se com quem ouve; o que simplesmente faz uso do seu dom natural, não se preocupa com suas lucubrações (insônias, vigílias). Devemos falar somente o necessário, de forma correta e construtiva.
4.2 – Regras Básicas a)- Fazer uso correto dos vocábulos: Obedecer às regras básicas da acentuação tônica para não pronunciar as palavras com tonicidade caindo sobra sílaba diferente. Evitar a troca do “l” por “r” ou vice-versa. Para a correção desses e muitos outros erros,
aconselha-se a leitura em voz alta com boa entonação e ênfase. Esteja convicto do que fala. b)- nunca pensar em vencer discussões (2Tm 2.14, 23-25; 1Pe 3.15; Tt 1.9-13; 1Tm 6.3,4): Discussão não é luta onde deve existir um vitorioso e um derrotado. Discussão é uma coisa que conduz a nada ou produz maus resultados. Querer vencer uma discussão é querer prevalecer-se, haja ou não razão. Continua...
Página 7 c)- Não ser gabola: “eu sou, eu vou, eu tenho, eu mando (...)”. A exaltação do “eu” sempre se faz presente no vocabulário do gabola e falha porque melindra, ofende, à medida que procura elevar-se perante os outros, diminuindo-os e, conseqüentemente, ferindo o amor próprio de cada um. Quem tiver uma posição folgada, não faça alarde. Quem não tiver, não invente, para não ser gabola e mentiroso ao mesmo tempo. (Is. 14.13). d)- Não falar mal de ninguém (Tt3.2): A maioria das pessoas ocupa-se da conversação destrutiva. Devemos afastar-nos dos que se preocupam em destratar os seus semelhantes. Nada há de proveito nisso e a nossa convivência em ouvir tais coisas constitui indício de pesado negativismo. Devemos cuidar do que nos interessa, deixando que os outros cuidem dos seus interesses e que os detratores da vida alheia fiquem a falar sozinhos. e)- Evitar petulância e pedantismo(que revela pretensão ou vaidade) A conversação deve ser simples e natural, sem floreios, que mais parece ser exibição do que qualquer outra coisa, e dá a impressão de petulância e pedantismo. Devemos ser simples e naturais nas conversações, seja qual for a circunstancia, local onde nos encontrarmos e a posição que
ocupamos. A educação e cultura de qualquer pessoa ressoam no seu modo de falar. (Sl. 4.2).
5 – Outras Práticas Ministeriais: a)- Visitar doentes em casa: Não se recomenda ir depois do culto e também não é muito agradável no horário do almoço; quando o fizer não ser demorado na visita, demonstrando solidariedade, não cansando o enfermo. Procurar fazer a visita à tarde. Quando o obreiro visitar pessoas do sexo feminino, deve fazê-lo acompanhado da esposa.
Continua...
Página 8 b)- Visitas ao Hospital: Principalmente quando for para evangelização, entrar silenciosamente. Consultar o paciente para saber se ele deseja oração. Se o fizer, ore em voz baixa; deixe o fervor para a igreja e outros lugares que não que não exijam silencio. Não use expressões como: “puxa como você está mal!”, “é muito grave?”, “Deus sabe o que faz. Isto é vontade d’Ele!”. Quando usar folhetos, analise-os antes de distribuí-los. c)- Oração em nome de Jesus: Aprendemos do próprio Mestre que devemos pedir em seu Nome; “Se me pedirdes alguma coisa em meu nome eu a farei”. (Jo. 14.14). Como cristãos, devemos preservar o nome do Senhor e não fazer uso dele indevidamente. Ao final da oração devemos encerrar em nome de Jesus.
Ética Espiritual (vertical) 1-Ética Cristã Ética Cristã, segundo alguns autores, é uma tentativa para estabelecer de forma coerente e sistemática, os padrões do comportamento humano segundo o Evangelho. A missão do homem na terra pode ser analisada em três aspectos: a)- Ética Central (pessoal): Relaciona o indivíduo consigo mesmo (1Tm. 1.18,19; 4.13-15). b)- Ética Horizontal (social): Relaciona o indivíduo com o próximo (1Tm. 5.8). c)- Ética Vertical (Espiritual ou Teísta): Relaciona o indivíduo com Deus (Tm. 1.6-10). 1.1- Definição Ética Cristã é o estudo dos princípios éticos á luz dos ensinos de Cristo, aplicados à vida do cristão. A Ética Cristã e ortodoxa é uma forma de ética absoluta. Trata-se de uma forma teísta. Aceita-se que Deus, na revelação, nos disse o que é bom e o que é mau, o que é moral e o que é imoral. Continua...
Página 9 Sua revelação é concreta e está baseada nos documentos sagrados, os quais são: Antigo e Novo Testamento. Esses documentos tornam-se textos padrões da Ética Cristã. Não é uma mera ciência de hábitos e costumes, não buscando a verdade e o bem primariamente pela razão. A Ética Cristã não exclui a razão, mas leva cativa a obediência de Cristo (2Co. 10.5).
Em resumo, Ética Cristã é a vontade de Deus aplicada à vida do crente.
1.2- Jesus O Grande Mestre resumiu a questão do relacionamento humano nas seguintes palavras: “(...) Amarás, pois, o Senhor, Teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças” (Mc. 12.30). “O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que este” (Mc. 12.31). 1.3- Objetivos O objetivo da Ética Cristã é esclarecer o indivíduo sobre seus direitos e deveres e disciplinar seu comportamento junto à família, à igreja e à sociedade num todo.
2-Ética Divina Deus é o princípio de toda Ética Cristã. Podemos destacar vários de seus atributos em ação, tais como: “Fidelidade, justiça, veracidade, imparcialidade e misericórdia”. Deus é fiél em todos os seus atos, independente da fidelidade ou não do homem. (Dt. 7.9; Sl. 89.1-4 29,37; Is. 49.7). Deus é justo em seus atos de juízo; não há e nem pode haver injustiça (Dt. 32.4; Ed. 9.15; Ne. 9.7,8,13,33; Sl. 9,8; 36.6-10). 2.1- Definição Corrente As Sagradas Escrituras contêm todo código Ético de Deus ao homem. Ética Divina, portanto, são normas ou preceitos dados ao homem como meio de conduta para uma vivência santa e espiritual diante de sua presença e no estabelecimento de preceitos, visando o homem e seu semelhante. Página 10
2.2- Objetivos A Ética Divina objetiva-se a revelar ao homem a Santidade, Pureza, Fidelidade, Imparcialidade, Justiça, Misericórdia, Veracidade e Senhorio do Senhor Jesus. 3 – A Ética Em Tiago O livro de Tiago é considerado o de maior conteúdo Ético do Novo Testamento.
3.1 – Primeiro Capítulo O primeiro capítulo põe em relevo a sabedoria Divina, que está ao alcance de todos (v.5). A sabedoria é de natureza prática; é um dom de Deus que visa à reta conduta. Os leitores deveriam não apenas ser ouvintes (1.22,23), mas praticantes da palavra de Deus.
3.2 – Segundo Capítulo O segundo capítulo se sobressai por duas grandes ênfases: a)- Condena a acepção de pessoas (2. 1-4). b)- A Fé autêntica se faz acompanhar pela prática do bem (2.14-17). 3.3 – Terceiro Capítulo O terceiro capítulo versa sobre duas importantes questões: a)- O uso da língua (3. 1-12). b)- A verdadeira sabedoria se caracteriza pelas boas ações, que falam mais alto que palavras (v.17). 3.4 – Quarto Capítulo O Quarto capítulo exorta para que haja resistência às paixões (4. 1-17). 3.5 – Quinto capítulo
O quinto capítulo, em sua primeira parte, apresenta uma forte condenação aos ricos opressores (5.1-16). Página 11
4 – Modos Pessoais Pelos modos obtém-se uma idéia do caráter de alguém, pois são reflexos que muito dizem da educação ou da formação de uma pessoa. Nunca é demais dizer que o sucesso, o apresso na vida, é simplesmente uma soma de detalhes. Para tanto, o obreiro cristão deve cuidar com os seguintes aspectos; uns devem ser observados outros devem ser evitados. (Tt. 3.2). 4.1 – Circunspecção A circunspecção significa naturalidade, simplicidade e bom senso. Este critério pode ser contrariado de diversos modos. A seguir, enumeramos o que deve ser feito e evitado no relacionamento social: a)– Intromissão: Intrometer-se num assunto alheio sem que para isso seja chamado, é um péssimo hábito. Cuide inicialmente de sua vida. Esta advertência é importante nas relações na igreja e no trato social. b)– Contadores de Piadas e Vantagens: São pessoas de personalidades vazias, que em vão tentam enche-las de mentiras. O adjetivo “mentiroso” não compromete somente a posição, mas também macula a honra de quem merece. (2Tm.2.16,17; 1Tm. 4.7). Por outro lado, muitas pessoas de gênio alegre e comunicativo supõem que o extravasamento da alegria esta nas piadas. O obreiro deve ter cuidado com essa armadilha. O ambiente, a hora o limite, os tipos de piadas devem ser observados com responsabilidade. c) – Jocosidade Exagerada: O obreiro deve observar que o hábito de ser engraçadinho é o melhor caminho para se chegar ao ridículo. As pessoas que agem assim são
tidas como falhas em seu bom senso, motivo de zombaria por parte de seus auxiliares e igreja (membros). d) – Negligência: Fazer as coisas bem feitas é a regra. Se não é possível fazer com perfeição, faça-se com o máximo de cuidado possível. O capricho deve estar presente em tudo. (Mt. 5.48). Página 12 e) - Interesse: O obreiro deve sempre demonstrar interesse pelos irmãos, por suas atividades, pelo que são, pelo que gostam, para fazer uso inteligente desses conhecimentos, alimentando e robustecendo os laços que o prendem a eles e que os prendem a nós. f) – Afetuosidade: Devemos ser afetuosos com os nossos irmãos, demonstrando genuíno prazer em vê-los. Até nosso sorriso e aperto de mão devem manifestar este propósito. g)– Cortesia: Ao se pedir alguma coisa, comprar, ganhar ou pagar, não custa nada dizer: “por favor, por gentileza, por obséquio, por bondade”. Também não custa (mas rende muito) dizer: “muito obrigado, grato, agradecido”. São extraordinários os dividendos que se obtém com tão pouco investimento. Dizer “com licença”, ao solicitar passagem ou ao se retirar de um local, “permita-me uma breve interrupção” quando forçados a cortar a palavra de ágüem, o que se deve evitar ao máximo. Se uma pessoa de nossas relações esteve doente, é bom dizer: “como vai a sua saúde?” h) - Empatia:
Empatia é a arte de uma pessoa pôr-se no lugar de outra para estudar ou “sentir” o seu comportamento. No dia em que cada indivíduo for capaz de pôr-se no lugar de seus semelhantes, antes de sobre eles expender qualquer pensamento, muitos desentendimentos serão eliminados. Quando somos levados a criticar ou nos indignar com o comportamento ou atitude de alguém, fazemo-lo pelo ímpeto da emoção. A empatia permite não somente maior aproximação da justeza dos nossos conceitos, como também nos inspira a dizer o que é correto, sem descambar para a intolerância e sem que ofendamos aos outros, quer por falta de tato, quer por falta de respeito ao ser humano.
Página 13
QUALIDADES QUE DEVE EXISTIR NO OBREIRO I – Ter um bom testemunho para os de fora. 1 Timóteo 3.7 (Também é necessário que tenha bom testemunho dos que estão de fora para que não caia em opróbrio, e no laço do Diabo.)
II – Ser Irrepreensível. Tito 1.6 (Pois é necessário que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro de Deus, não soberbo nem irascível, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância.)
III – Apegado à Palavra Fiél Tito 1.9 (retendo firme a palavra fiél, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para exortar na sã doutrina como para convencer os contradizentes.)
IV – Ter Humildade Provérbios 18.12. (Antes da ruína eleva-se o coração do homem; e adiante da honra vai a humildade.) 1Timóteo 5.1,2. (Não repreenda asperamente a um velho, mas admoesta-o como a um pai; aos moços, como a irmãos; as mulheres idosas, como a mães; às moças, como a irmã, com toda a pureza.)
TRÊS BONS COSTUMES QUE O OBREIRO DEVE CULTIVAR 1- Ser Aplicado à leitura: 1Tm. 4.13-16.
(v.13) “Até que eu vá, aplica-te à leitura, á exortação, e ao ensino.” (v.14) “Não negligencie o dom que há em ti, o qual foi dado por profecia, com a
imposição das mãos do presbítero.” (v.15) “Ocupa-te destas coisas, dedica-te inteiramente a elas, para que o teu
progresso seja manifesto a todos.” (v.16) “Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque,
fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.”
2- Ser Aplicado à Exortação: 2Tm. 4.2. “Prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda longanimidade e ensino.”
3- Ser Aplicado ao Ensino: 1Tm. 4.9-11. (v.9) “Fiél é esta palavra e digna de toda aceitação.” (v.10) “pois para isto é que trabalhamos e lutamos, porque temos posto a nossa
esperança no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, especialmente dos que crêem.” (v.11) “Manda estas coisas e ensina-as.”
Página 14
TRÊS DEVERES DE UM BOM OBREIRO (Bispo) 1 – Visitar o rebanho: Tiago 1.27 “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo”.
2 – Apascentar o Rebanho: 1Pedro 5.2,3. (v. 2) “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas
espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade;” (v.3) “nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de
exemplo ao rebanho.”
3 – Proteger o Rebanho: Atos 20. 28, 29,31; Ezequiel 34.4,5
(v.28) “Cuidai, pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos
constituiu Bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que Ele adquiriu com seu próprio sangue.” (v.29) “Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não
pouparão o rebanho.” (v.31) “Portanto vigiai, lembrando-vos de que por três anos não cessei noite e dia de
admoestar com lágrimas a cada um de vós.” (Ez. 34.4) “A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a
desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.” (v.5) “Assim se espalharam, por não haver pastor, e tornaram-se pasto a todas as feras
do campo, porquanto se espalharam.”
* Exortar: Animar, Incitar, Advertir, Aconselhar e Persuadir. *Humildade: É uma virtude que revela a consciência da própria fraqueza. (segundo o dicionário bíblico) Humildade: É a virtude com que manifestamos os sentimentos de nossas fraquezas, de nosso pouco ou nenhum mérito. (Lc. 14.8- 10).leia..
*Neófito: “não neófito, para que não se ensoberbeça e venha cair na condenação do Diabo.” (1Tm. 3.6). (o presbítero não deve ser novo, inexperiente na igreja).
Página15
Um Líder bem Sucedido
Josué é um exemplo de Líder bem sucedido Introdução: O significado do nome Josué, inicialmente chamava-se Oséias (Nm. 13.8), todavia, mais tarde, Moisés mudou seu nome (Nm. 13.16). Oséias em hebraico significa apenas “salvação”, enquanto que Josué significa “O
Líder. Aquele que ocupa a função de guia ou chefe.
Senhor é Salvação”. O grande profeta certamente sabia que aquele fiél e corajoso jovem ainda seria poderosamente usado por Deus para “salvar seu povo” das mãos dos inimigos, conduzindo-o com segurança a terra prometida. O nome Josué aparece na Bíblia mais de 200 vezes. I – Promessas de Deus a Josué. 1 – Conquistas: “Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé...” (Js. 1.3,4) – Cada vitória de Josué foi conquistada passo a passo. - Josué só teria que andar, para que mais terras fossem conquistadas. 2 – Promessas: “Serei contigo, não te deixarei, nem te desampararei” (Js.1.5) - O Senhor prometeu que seria com ele, assim como foi com Moisés. II – Exigências de Deus a Josué. 1 – Coragem: (Js. 1.6,7 9) “Esforça-te, e tem bom ânimo...” (v.6); “Tão somente esforça-te e tem mui bom ânimo...” (v.7); “Não to mandei Eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não te atemorize, nem te espante...” (v.9) - Nestes versículos, o Senhor exorta a Josué a ser corajoso. Coragem é virtude indispensável aos que se alistam no exército de Deus. O Senhor precisa de valentes na sua obra, “não temas” é a prova de que Ele está com os corajosos (Js. 5.13-15; Is.41.10-14; Mt. 28.20). Os medrosos e tímidos devem ficar em casa. (Jz. 7.3). Página16 2 – Obediência à Lei: (Js. 1.7). “... cuidando de fazer conforme a lei que meu servo Moisés te ordenou...”. Disciplina e obediência são indispensáveis a vitória. Tal como Moisés (Ex.40.16,33, 34), Josué teria cumprido a lei na integra. (Ap. 22.18). Sem obediência e Disciplina ninguém é bem sucedido. 3 – Meditar: (Js. 1.8). “Não se aparte da tua boca o livro desta lei, antes medita nele de dia e de noite...”. O líder tem de estar apto a ensinar a palavra. Muitos crentes se desviam porque seus líderes são obreiros sem mensagem. (Js.24.1-24). O líder deve meditar a palavra com oração e reverência. (Sl. 1.2); (Js. 1.10-12). 4 – Praticar: (Js. 1.8). “... para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo o que nele está escrito...” Deus requer a prática dos seus mandamentos. O
soldado para ser vitorioso nas batalhas tem de fazer tudo conforme tudo o que aprendeu. J.S. holden conta que um sargento se converteu ao ver um soldado orando por ele, enquanto engraxava suas botinas. Este ato o tocou profundamente. III – Qualidades do Caráter de Josué. (Êx. 17. 8-15) - Dentre as muitas qualidades morais e espirituais que pontuam a vida e a história de Josué, três são imprescindíveis àqueles que desejam exercer a liderança na igreja. 1 – Obediência. Porque era obediente a Deus, Josué também foi um “servidor obediente” ao seu líder (Êx. 17. 9,10; 24.13). Obedecer por amor, equivale à verdadeira submissão, isto é, colocar-se sob a autoridade de alguém. O verdadeiro líder, apesar de reconhecer sua autoridade, nunca age isolada e presunçosamente. Josué aprendeu bem cedo que o sucesso de seu ministério dependeria de sua obediência a Moisés, seu líder, e a palavra de Deus (Js. 1). Ele sabia que no tempo apropriado Deus o honraria como líder principal de Israel. 2 – Fidelidade. Josué tinha um caráter íntegro, por isso, pode manter-se leal a Deus e a Moisés. Ele assumira um compromisso de fidelidade que o tempo não conseguiu abalar. Fidelidade ou lealdade é uma qualidade moral de Deus (Tg. 1.17). Paulo nos ensina em (2Tm. 2.12,13); sobre a fidelidade de Deus. “Se perseveramos, com Ele também reinaremos; se o negarmos, também Ele nos negará.” (v.12). “Se somos infiéis, Ele permanece fiél; porque não pode negar-se a si mesmo.” (v.13). (continua...) Página17 Moisés em seu belíssimo cântico, antes de morrer (Dt. 32.4,15 18), ilustrou a lealdade Divina valendo-se metaforicamente da rocha, isto é, “Ele é a rocha” em que se pode confiar. Josué aprendeu a confiar na fidelidade divina, logo, em tudo que fazia, sua fidelidade era demonstrada e atitudes firmes no cumprimento das alianças feitas com Deus e dos seus mandamentos (Dt. 7.9). 3 – Caráter ilibado. Na liderança, o bom caráter é determinante para o sucesso de qualquer empreendimento. Em diversas situações Josué soube manter o equilíbrio e assim não quebrar os princípios aprendidos com Moisés. Ora, o caráter tem a ver com o mundo interior de motivos e valores morais que moldam nossas ações. É na verdade, o elemento delimitador
absoluto da qualidade da nossa liderança. É ele que fortalece nossas capacidades enquanto as mantêm sob controle. O caráter faz distinção entre os que administram bem o poder e os que abusam dele. Os valores de um caráter cristão ideal, tais como piedade, abnegação, integridade e honestidade, são imprescindíveis à vida de um líder cristão. - Josué possuía um caráter submisso, fiél e ilibado. - A previsão é imprescindível ao líder (Js. 2.1) Antes de atravessarem o rio Jordão, Josué procurou conhecer a realidade daquela terra, começando por Jericó, cidade-reino, fortificada por altas e espessas muralhas. Um autêntico líder cristão nada faz por meio de impulso, mas age com fé, segurança e previdência. Na igreja um dirigente espiritual deve planejar cuidadosamente suas ações. Aplicação: - Deus chama os homens e os capacita para serem líderes de seu povo na terra. Ele não os escolhe pelos seus atributos físicos, mas sim pelos atributos espirituais e morais. O Senhor Jesus não convoca os soberbos, porém estende as mãos aos humildes. Ele não arregimenta o ancião por sua experiência, nem o jovem por sua força, mas o servo por sua obediência. O Eterno não precisa de um guerreiro para vencer um gigante, mas de um pastor que o adore. Ele faz com que uma anciã estéril se torne mãe de reis e príncipes. Tudo o que Ele pede ao homem a quem torna líder é: “Esforça-te e tem mui bom ânimo para ter o cuidado de fazer conforme toda a lei, dela não te desvie, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.” (Josué 1.7).
Que o nosso Senhor Jesus Cristo possa abençoar grandemente o seu ministério! Página18