Homilética

Page 1

Esta Apostila não tem a pretensão de ensinar o amado estudante a pregar. Mas tem por objetivo apresentar de forma sucinta e prática, técnicas que o auxiliarão, em uma melhor exposição da palavra de Deus, técnicas que, tornarão seus sermões mais cativantes e de fácil compreensão para quem irá ouvi-lo.

“Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino, persevera nestas coisas, porque fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” 1Timóteo 4.16.

Professor: Pb. Jó Severo Fonseca


Homilética 1-Introdução -Uma das grandes preocupações do “obreiro eficiente” é pregar ou explanar as sagradas escrituras, de uma forma dinâmica, sem, no entanto deturpar o texto bíblico. Saber comportar-se diante da igreja, também é lema do “obreiro”, que procura ser eficaz. Por isso, é necessário que este “obreiro”, recorra a “homilética”,disciplina que irá prepara-lo para tais desafios.

2-Definição Etimológica -A expressão “homilética” é oriunda do vocábulo grego “homiléticós” que literalmente significa: “o discurso em tom familiar”,esse vocábulo possui sua raiz , também no grego,provavelmente do verbo “homiléo”que significa “conversar”. Esse termo a partir da era cristã, tomou outra forma, resultando assim no vocábulo, “homilia”,que designa a pregação cristã,feita nos lares em forma de conversação.(At. 5.42; 20.20).

3- Definição Corrente -Homilética é uma disciplina da “teologia prática” e das habilidades ministeriais que se ocupa das regras concernentes à preparação de sermões. Sendo assim, a homilética é a ciência que ensina e estuda os princípios fundamentais do discurso público, aplicados na proclamação do evangelho.

4- Termos que se Relacionam à Homilética -Existem alguns termos técnicos utilizados em “teologia prática” que se relacionam, tais como: a)-Pregação: O vocábulo “pregar”é oriundo do termo latino “praedicare”, que literalmente significa: “fazer prédica, discorrer oralmente sobre termos religiosos”.O termo grego correspondente à palavra pregador, é o vocábulo “keryks”, que em português é traduzido por “arauto”, isto é, aquele que tem uma mensagem “kêrygma” (continua). Página02


b)-Prédica: Prédica trata-se da “comunicação” da verdade de um homem para outro, estando implícita nesta comunicação, dois elementos essenciais: verdade e pessoa. Bleckwood une os dois elementos e afirma que pregação significa: “verdade divina através da personalidade”. -Nas diferentes proporções em que verdade e pessoa se misturam é que está a diferença entre as duas grandes espécies de sermões. Para que a verdade esteja presente, a predica precisa estar alicerçada solidamente, nas Escrituras Sagradas. c)-Retórica: O vocábulo retórica é proveniente do termo grego, “rhetor”, que significa “orador em uma assembléia”.O dicionário também traz a definição de um “conjunto de regras relativas à eloqüência”. -Nas escrituras “neotestamentárias” encontramos Paulo, o apóstolo dos gentios, lançando mão das muitas técnicas da boa retórica em suas pregações, bem como em seus escritos. d)-Oratória: Oratória vem do latim, “oratória”, significa: “a arte de falar em público de forma elegante,precisa,fluente e atrativa”.Alguns estudiosos, apropriadamente, chamam atenção para o fato de que a “retórica”grega fora adaptada ao mundo romano com outra nomenclatura, denominando-se “oratória”, porém na esfera religiosa intitulava –se “homilética”. -Portanto, o significado de “retórica”, a partir do século IV da era cristã, foi trasladado para “oratória”, ou seja, tornaram-se termos sinônimos, sendo ambos usados para referirem-se ao discurso profano (não sagrado), enquanto “homilética” era aplicado exclusivamente ao discurso religioso, cristão, ou seja, ao discurso sacro. (continua)

Página03


e)-Eloqüência: Esta palavra é oriunda do latim “eloquentia” e tem como significado “a capacidade de falar e exprimir-se com facilidade” significa ainda “a arte e o talento de persuadir, convencer, deleitar ou comover por meio de palavras”. -Freqüentemente o significado desta palavra, é confundido como tendo outro significado. Algumas pessoas atribuem a exposição de sermões de forma estridente, barulhenta e desordenada como sendo eloqüência. Porém etimológicamente, eloqüência é a capacidade intelectual de convencer pelas palavras. -As escrituras atribuem eloqüência a alguns personagens, tais como: Apolo, um judeu natural de Alexandria, que era, ...eloqüente e poderoso nas escrituras.(At.18.24) -Vejamos então, quais os elementos de comunicação pessoal, que tornam um pregador eloqüente: 1-O Assunto = Conhecer bem o assunto =Ter convicção 2-As Palavras =Propriedades =Disposição =Fluência =Elegância =Emoção 3-A Espiritualidade Embora a autoridade não estar alicerçada na eloqüência ou sabedoria, precisamos recordar que para a incumbência da missão de falar em nome do Senhor, impreterivelmente, há a necessidade de estarmos devidamente preparados.É necessário ser um estudioso incansável e também das técnicas para comunica-la de maneira eficiente.Assim poderemos descansar na palavra de Deus proferida pelo profeta Isaias: leia Isaias 55.11

Página04


A Homilética No Ministério de Jesus Jesus priorizou a pregação em seu ministério, pois as escrituras enfatizam que Ele... “... veio pregando” (Mc. 1.14). Cristo transformou a proclamação da palavra no âmago de sua missão. -A pregação foi a principal atividade de Jesus. Ele começou pregando a boa-nova da chegada do Reino de Deus, (Mc.1.14,15)e fez da proclamação da palavra o centro de sua missão:Ele pregou durante toda a vida, pregou até na cruz, e depois de ressurreto, continuou a pregar. Jesus foi o maior pregador que o mundo já conheceu (Jo.7.46).Durante todo o seu ministério, Ele não apenas pregou, mas ordenou que seus discípulos pregassem. No Novo Testamento: Deparamos-nos com Cristo como um pregador itinerante, geralmente, seguido bem de perto por uma multidão fascinada diante da exposição de suas palavras repletas de graça e com a autoridade proveniente de seu ensino. Suas mensagens esboçavam a bondade de Deus transformando-se em... “Um clamor insistente por sua compaixão, e poderoso por sua urgência”. Lucas relata que Jesus reconheceu a si mesmo como divinamente enviado,... para evangelizar os pobres,...a pregar liberdade aos cativos, ...a anunciar o ano aceitável do Senhor. Lc.4.18,19 João escrevendo muitos anos depois, também lembrou de modo vívido a pregação do seu Senhor no templo, por ocasião das grandes festas do judaísmo: leia Jo. 7.37 -Suas palavras atingiam a consciência, a razão, os sentimentos e a imaginação, impactando para sempre aqueles que O ouviam. (continua)

Página05


ANÁLISE: Ninguém imaginava que escondido na pele de um carpinteiro se encontrava o mais excelente “Mestre da vida”. Ninguém poderia imaginar que um homem que bateu martelos estava fazendo uma análise detalhadíssima da humanidade. Qual foi o resultado de tantos anos de investigação e análise da alma humana? O resultado não poderia ser mais surpreendente. As palavras que Ele disse causaram assombro até para um ateu radical. Quando abriu a sua boca ao mundo, era de se esperar que Jesus Cristo condenasse e punisse com veemência a humanidade, pois detectou todos os seus defeitos. Todavia, eis que Ele bradou com a mais alta eloqüência palavras com doçura e brandura como ninguém jamais falou, nem antes nem depois d’Ele... -O Perdão em sua boca virou uma “Arte”; -O Amor se tornou “Poesia”; -A Solidariedade, uma “Sinfonia”; -A Mansidão, “um manual de vida”. - Sendo assim, no ministério de Jesus, a homilética alcançou a plenitude de sua propagação.

Página06


A Homilética na história da igreja primitiva até a reforma -A pregação foi um legado que Jesus confiou aos apóstolos. Estes, por sua vez, priorizaram o ministério da pregação, conforme Atos 6 Dedicavam-se exclusivamente “a oração e ao ministério da palavra” (v.4), não se envolvendo em outras formas de serviços. -A princípio, este ministério restringia-se “as ovelhas perdidas de Israel”(Mt.10.5-7), mas, após a ressurreição, os discípulos foram comissionados por Jesus a estender o evangelho a fim de atingir “todas as nações” (Mt.28.19; Lc.24.47). E, conforme descreve Marcos: “(e eles tendo partido, pregaram em toda parte...)”. (Mc.16.20) -O efeito e poder da pregação destes primeiros cristãos, podem ser observados claramente nos escritos do livro de Atos e nas cartas “neotestamentárias”,ou até mesmo,o explosivo crescimento e expansão da Igreja ao término do período apostólico.O apóstolo Paulo findando sua carreira, após ter combatido o bom combate, comissiona solenemente o jovem Timóteo: 2Tm.4.1,2 (ler) -O Espírito Santo empregou muitas vozes durante a infância da igreja; Pedro, ousado e positivo; Estevão, claro e corajoso; Paulo, Lógico e zeloso. Esses e um exército de outros levaram a luta até o campo do inimigo e venceram com a “Espada do Espírito, desembainhada” “segundo o Espírito lhes concedia que falassem”.

-Depois desses vieram outros igualmente dedicados e zelosos, que não receberam a sua mensagem diretamente do Espírito Santo, mas da primeira geração de cristãos que tinham escrito com suas penas mergulhadas na tinta da inspiração. Por volta do Século V, a oratória de púlpito tinha alcançado um alto grau de excelência, pois foi durante esta era pós-nicena que (1) Agostinho (354-407), um retórico convertido, estava aplicando a retórica de Cícero à pregação cristã; (2) Ambrósio (340-397), de seu púlpito em Milão, defendia habilmente contra a “heresia ariana”; e (3) Crisóstomo (347-407), chamado de “Boca de Ouro”, Estava pregando com eloqüência em Antioquia e Constantinopla. Continua

Página07


1-Estando revestidos pelo poder do Espírito Santo, os primeiros cristãos anunciaram as boas-novas de Cristo, por meio da mensagem pregada. Eles enfrentaram o mundo pagão com a mensagem de salvação e com uma teologia ética que, no espaço de três séculos, fez do cristianismo a principal religião de todo o Império Romano. Isto resultou em conversões de pessoas igualmente dedicadas e zelosas, muitos deles, agora convertidos ao cristianismo, já haviam sido habilmente treinados na retórica e de forma natural aplicavam seus dotes retóricos na pregação do evangelho, visando resultados mais frutíferos, os pregadores cristão intentaram estruturar suas mensagens na retórica grega ou na oratória romana. -A pregação, como meio de orientação para o povo de Deus, sempre foi uma das maneiras de Deus falar com seu povo. Podemos perceber isso na atualidade, na igreja primitiva e até mesmo no Antigo Testamento. Ao folhearmos as escrituras “verotestamentárias” nos deparamos diante de grandes pregadores com mensagens poderosas, cujos efeitos foram “bombásticos” naqueles que os ouviram, não importando o lugar ou situação. Focalizando a importância da pregação: ...Enoque, o sétimo depois de Adão, quando profetizava, não pedia melhor púlpito que um “outeiro”. ...Noé como pregoeiro da justiça, dispunha-se a arrazoar com os seus contemporâneos no estaleiro em que construía a sua maravilhosa arca. ...Moisés e Josué... achavam o seu lugar mais conveniente para discursar às enormes assembléias, debaixo do arco celeste, que dispensa colunas. ...Samuel, conclui um sermão no campo de Gilgal, no meio de chuvas e trovões, sermão pelo qual repreendeu o povo e o levou a ajoelhar-se. ...Elias, pôs-se de pé no monte Carmelo e desafiou a vacilante nação bradando:“até quando coxeareis entre dois pensamentos? ...Jonas, cujo espírito era um tanto parecido, elevou seu brado de advertência nas ruas de Nínive. Continua... Página08


...Esdras e Neemias, para ouvi-los, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas. 2-A grande verdade é que nesta ou naquela época jamais surgiu qualquer movimento religioso, qualquer restauração da verdade escriturística, ou qualquer reativação da verdadeira piedade que não fosse por um novo poder da pregação. A pregação sempre foi o meio de Deus à sua Igreja. - No período medieval houve um declínio também quanto à pregação. Este período é conhecido como a grande noite da pregação. Mas por volta do século XVI, próximo à reforma, a pregação é valorizada, houve um grande desenvolvimento da homilética, com um farto de ilustrações nos sermões, e a proeminência das escrituras. A Homilética nos dias Atuais -Segundo alguns comentaristas, a Homilética Moderna tem início no século XIX, com seu desenvolvimento e expansão em todos os campos. Em 1847, houve a contribuição do livro de Alexandre Ninel, com ampla aceitação na França e também na Alemanha, sendo também traduzido e reeditado no ano de 1854, pelo destacado professor de retórica sacra Thomas H. Skinner. Esta obra alcançou uma notável autoridade durante muitos anos. Porém, é apontado como sendo o livro mais destacado sobre homilética, a obra de John A.Broadus em1870, “A Arte de Pregar”. Largamente consultada ainda em nossos dias. Atualmente, através da evolução do uso, atribui-se à homilética o mesmo sentido de retórica sacra, ou seja, trata-se de técnica de comunicação verbal subordinada inteiramente à teologia, ocupando-se exclusivamente da mensagem divina, comunicada pelos homens e tendo como receptor, o próprio homem. Página09


A Importância da Homilética 1-Introdução: Além de importante, a homilética é nobre, porque o interesse desta arte e ciência está em primeiro lugar capacitar o obreiro a ser um ganhador de almas. Justificando assim, a importante conceituação de “a arte de aplicar a verdade de Deus às necessidades do homem”. 2-A Importância da homilética: Em sentido geral, a homilética contribuiu na expansão e propagação do Reino de Deus, por intermédio da palavra pregada. Logo, pode se observar que, desde os primórdios da proclamação do evangelho, a homilética se propõe a: “auxiliar o pregador na transmissão da mensagem de Deus, de maneira a revelar o máximo da verdade iluminadora”, e dessa forma a homilética adquiriu uma importância inquestionável. -A seguir listamos alguns motivos pelos quais é possível enumerar a importância da homilética ao ministério cristão: 2.1 - A Homilética desenvolve a arte de Expressão A arte de saber se expressar, é tão importante que Benjamin Franklin asseverava: “O homem que não sabe expressar seus pensamentos, está no mesmo nível daquele que não sabe pensar”. O ilustre poeta Carlos Drumonnd de Andrade disse: “Quanto mais se tem consciência do valor das palavras, mais se fica consciente do emprego delas”. Se existiu uma pessoa consciente do emprego das palavras, essa pessoa era Jesus. -Era econômico e preciso no falar. -Tudo o que falava tinha a precisão de um cirurgião. -Seus pensamentos escondiam verdadeiros tratados. -Sabia exatamente o que falava e quais as implicações de suas palavras.

Página10


Salientamos a importância da transmissão oral do sermão: Não basta ter um esboço com todos os passos certos, ou um impecável manuscrito; devemos ter em mente que não distribuímos a cópia do sermão para ser lido pelos ouvintes, mas o apresentamos em viva voz, olhando nossos ouvintes e sendo por eles observados... (lembre-se disso.). O toque final da preparação é o momento em que o pregador, analisa frase por frase, palavra por palavra, tudo o que colocou no papel; é o momento de tornar cada frase e cada palavra, precisa e preciosa de acordo com o propósito que sua mensagem pretende alcançar. 2.2 - A Homilética Desenvolve o Raciocínio O desenvolvimento do raciocínio baseia-se em conhecimentos, e estes são assimilados na leitura e na meditação da palavra de Deus Paulo aconselhou a Timóteo: 1Tm. 4.13 “Ninguém chegará a ser bom ministro da palavra de Deus a não ser que seja, em primeiro lugar, um estudioso da mesma”. -Os conhecimentos acumulados vêm à tona, quando desejamos preparar um sermão, ou estudo Bíblico. -Precisamos criar tempo para penetrar no texto até este “entregar os seus tesouros” -Somente quando nós mesmos tivermos absorvido a sua mensagem, é que poderemos reparti-la confiantemente com o próximo. -... Semelhantemente, antes de Ezequiel ter condições para falar ao povo a palavra de Deus, ele mesmo de devorá-la e digeri-la. ...ler: Ez. 3.1 2.3 - A Homilética Aprimora os Conhecimentos - A Bíblia incentiva a busca de conhecimento: Pv. 3.13(ler) -Em Jeremias vemos o desejo de Deus em levantar pastores segundo o seu coração; Jr.3.15. Continua... Página11


A Homilética torna-se imprescindível ao pregador: Uma das maiores tragédias nos púlpitos das igrejas é a má preparação dos pregadores, especialmente daqueles que, além de não estudarem, deixam de se dedicar à preparação do sermão, entregando ao seu público ouvinte, uma mensagem desorganizada, sem nexo, perdida em uma Bíblia tão grande e tão perfeita... Outros há que são verdadeiros “inimigos dos estudos e dos que estudam”. (não o fazem e atrapalham os que fazem), não desconfiando do entrave que causam à obra do Evangelho. Se o ministro deseja sucesso, deseja pregar com poder, recolha-se ao seu quarto ou ambiente apropriado, feche a porta, ore ao Senhor, pessoa orientação do Espírito Santo, leia sua Bíblia, selecione o texto, estude-o com bastante acuidade, consulte outras obras úteis, afins ou seculares, e ore pedindo aprovação Divina, antes da entrega do sermão. É natural que o exercício intelectual deve ser alimentado ou ajudado pelo Espiritual. -Conforme perfilamos anteriormente, a homilética é a arte de preparar e expor um sermão. Porém, tanto a preparação quanto a exposição, são enriquecidas com o grau de conhecimento do pregador. - Pedro ensina que deve haver equiparação entre graça e conhecimento: 2Pe. 3.18. 2.4-A Homilética Desenvolve a Vida Espiritual -Não pode haver verdadeiro sucesso na pregação, sem o cultivo de uma vida espiritual dinâmica. Não basta apenas conhecer as regras homiléticas, saber fazer um esboço de sermão, ter facilidade de expressão, nem possuir grandes conhecimentos seculares, pois a pregação exige também uma vida de consagração a Deus. .Para que seja o seu trabalho coroado de êxito, deve ser cheio do Espírito Santo. Com esse dom inefável, sua palavra será cheia de graça e de poder e, por conseguinte, o pregador será realmente uma luz que brilha nas trevas, apontando a todo o viajor o caminho da vida – Jesus Cristo, o Senhor e Salvador de Todos. (continua)... Página12


O pregador do evangelho deve ser antes de tudo, um homem de oração. Aliás, a oração deve ser uma das principais práticas do crente, qualquer que seja sua posição na igreja. O que se diria de um pregador que não orasse?...O nosso valor intelectual serve como adubo, mas só quando colocado à disposição do Senhor, e a planta é regada com nossas súplicas, nossas orações e nossas ações de graças; então o Criador dá o crescimento.

-Um mensageiro do Rei precisa tornar-se dependente de suas ordens, sendo extremamente sensível à sua vontade e obediente ao que Ele determina. -É sobre os joelhos dobrados que o canal Divino flui sobre a mente do mensageiro. -Quanto mais alicerçada na bíblia estiver a vida do pregador, tanto mais força terão suas palavras na comunicação do “assim diz o Senhor.” O salmista afirmou: “A ti levanto minhas mãos e medito nos teus decretos” Sl.119.48. O QUADRILÁTERO HOMILÉTICO Aprimora o Conhecimento

Desenvolve a arte de Expressão

Desenvolve a vida Espiritual

Desenvolve o Raciocínio Página13


Elementos Indispensáveis Para Uma Boa Homilética 1-Piedade: A piedade é descrita por John Broadus como uma “qualidade de alma. É sinceridade ou honestidade, enraizada numa contínua experiência da companhia de Deus”. Desta forma, podemos afirmar que a piedade é uma reverente dedicação à vontade Divina. Ela faz parte do preparo espiritual do pregador, sem o qual não poderá arrogar-se a falar como homem de Deus. É imprescindível ser dependente de Deus, a fim de ser considerado autêntico profeta. Quem quiser tornar-se um pregador da palavra tem que se deixar dirigir pelo “Senhor da palavra”, pois pregar é falar de coração pra coração. Por isso, como pregadores, devemos pregar não apenas com vida, mas com a vida, pois o pregador que não pode viver as palavras que prega, precisa calar-se e viver antes de falar. A piedade, portanto, não se trata de um misticismo exacerbado e asceta, ou uma forma de extra-mundanismo, no sentido dum orgulhoso afastamento dos interesses humanos, mas é algo que se mistura com a vida, no fortalecimento das virtudes cristãs e na plena comunhão com Deus. 2- Dotes Naturais: Os dotes naturais são qualidades ou características predicativas que são inerentes ao ser humano. Todas as pessoas possuem certas habilidades, e é importante ressaltar que estas aptidões podem ser desenvolvidas através do esforço de quem as possui. Dentre as habilidades indispensáveis a um pregador, algumas são de fundamental importância, como ter a capacidade de pensar de maneira clara e lógica, de sentir profundamente e ter imaginação vigorosa, criadora. Deve igualmente possuir o dom da palavra, particularizado pela facilidade de expressão, dicção clara e voz harmoniosa... (continua)...

Página14


É importante ressaltar ainda o estilo próprio de cada indivíduo, ou seja, a maneira peculiar do pregador se expressar em público. O estilo é a expressão marcante de cada pessoa, e pode ser classificada como: Natural, ou seja, a pessoa expressa aquilo que ela é sem que haja qualquer elaboração. Intuitivo, a pessoa detecta seus erros e então procura se modificar Educado, quando em sua modificação a pessoa é orientada por outra. -Quando o estilo flui como dote natural, ou até mesmo como intuição, pode ocorrer que o pregador conheça outros pregadores com estilos semelhantes ao seu, porém não igual. Logo, a imitação de determinado estilo revela não apenas a falta de personalidade por parte do pregador, como também o fato de este não estar atentando para os dotes naturais que Deus lhe deu. Por isso, é recomendável aos pregadores, que aprimorem seu estilo, porém deve primar pela naturalidade e autenticidade. Segundo: Larsen, o estilo foi designado como “a assinatura do pregador”. Proveniente do grego “stylos” e do latim “stilus”, o termo “ estilo” denominava uma haste pontiaguda (estilete),usada para escrever em placas de cera ou barro. A característica de cada escrita era única, pois cada haste diferenciava-se uma das outras, propiciando assim uma forma gráfica especifica a cada autor. Dentre o desenvolvimento desta forma material de identidade literária, o estilo passou a designar não só a cultura, mas principalmente a personalidade envolvendo inteligência, memória, sentimento, intenções, preferências, motivações, etc...

3- Conhecimento: Cabe ao pregador o dever de conhecer a verdade cristã, e aquelas verdades que lançam luz sobre ela. Sendo assim, o pregador precisa ser estudioso e esmerado pesquisador, além de ser um observador acurado. O pregador deve, também, conhecer a natureza humana em suas relações com a verdade religiosa e com as atuais condições da vida humana ao seu redor. Portanto, torna-se indispensável ao pregador, possuir uma vasta e sólida cultura geral, além da cultura técnica, a fim de que não apenas suas mensagens, mas também seu ministério seja mais eficiente. (continua...) Página15


O pregador precisa conhecer bem o homem e a cultura de seu tempo: suas idéias, seus costumes, seus problemas, seus recursos, sua personalidade e sua psicologia. Por isso o pregador não pode contentar-se em estudar apenas sua Bíblia. O pregador não pode ser “homem de um livro só”. Quem afirma que o pregador deve estudar só a Bíblia revela ignorância ou preguiça mental. Os que dizem que só a Bíblia basta, enfrentam duas interrogações: 1-Como eles interpretam suas Bíblias? 2-Que autoridade tem ao se dirigirem a um povo que não conhecem? O pregador que tem consciência da relação “Homilética-cultural” revela ter plena consciência de seu papel na sociedade. “O sermão não é eloqüente pelo modo como é elaborado ou pregado; não são princípios homiléticos ou retóricos que determinam a eloqüência da mensagem, mas o fato de provir de uma vida nas mãos do Senhor, de ser pregada com a força do “assim diz a palavra do Senhor”. Além de viver aos pés do Senhor, para elaborar uma mensagem que fale ao coração, o pregador precisa ser um homem de seu tempo. Deve ler a Bíblia diariamente e com constância. 4- Perícia: A perícia está relacionada com a coleta, escolha e disposição de material. Abrange a seleção de material disponível para que a organização do sermão seja efetuada, desde a sua preparação até a entrega da mensagem. Este é um processo lento que exige tempo, esforço, além de prática. A importância da perícia pode ser vislumbrada desde os dias de Platão e Aristóteles. Antigamente este arranjo ou disposição era pensado em termos de estratégias da qual um general poderia lançar mão a fim de estender e até mesmo desdobrar suas tropas. Pregar é uma arte. Portanto, vale a pena ressaltar que a arte não pode criar poderes mentais, corporais e nem tampouco substituir a perícia. Desde que a mente humana foi criada para compreender e apreciar aquilo que tem ordem, propósito e equilíbrio, o pregador descobrirá que a organização dos materiais é uma das suas armas mais poderosas... Amém!!! Página16


SERMÃO 1-Introdução: Estudamos anteriormente sobre o desenvolvimento da homilética e sua importância, e vimos como a mesma é indispensável para o pregador da palavra, uma vez que o auxilia na sua missão. Compreendido isso, podemos ir um passo mais a diante, e lidar com o “âmago” de toda atividade homilética, isto é, o sermão. Mesmo correndo o risco restringirmos o significado do termo “sermão”, iremos apresentar algumas definições desse vocábulo tão importante da disciplina em apreço: a homilética. 2- Definição Etimológica O vocábulo “sermão” é oriundo do latim “sermone” e significa: “discurso religioso geralmente pregado no púlpito”. De acordo com essa definição, sermão não se trata de um discurso qualquer, como às vezes é compreendido no senso comum, antes é de natureza religiosa e há lugar específico onde este é executado, ou seja, no púlpito. - Logo, conforme essa definição, sermão e pregação são praticamente sinônimos, (alguns assim o consideram). Porém, é necessário notar que, apesar disto, existe uma distinção entre estes dois termos. De maneira didática, e em conformidade com os grandes mestres da homilética, o sermão consiste no conteúdo a ser transmitido, enquanto a pregação é ato de transmitir este conteúdo. ...(existe uma distinção essencial entre esses dois elementos, naquilo que o pregador faz no púlpito. Há o sermão, o sermão que ele preparou; e há também o “ato” de entregar, de pronunciar esse sermão). -Mesmo havendo esta distinção, preferimos entender o sermão em seu sentido amplo como um termo que abrange desde a preparação textual do conteúdo (esboço), até a entrega do mesmo, isto é, o discurso público realizado no púlpito ou pregação propriamente dita. Por isso, gostaríamos de salientar que usaremos o termo “pregação” tendo em mente as duas distinções mencionadas acima. Página 17

Continua...


3- Definição Corrente: A pregação pode ser definia como a apresentação da Palavra de Deus, devidamente contextualizada e aplicada às necessidades dos ouvintes, de maneira atrativa e convincente. Pregação é a comunicação da palavra de Deus, com aplicação para o presente e desafios para o futuro. Sem a interpretação da Palavra de Deus, sem aplicação e sem desafios não há pregação. Que devemos entender por pregação? Significa verdade divina através da personalidade, ou a verdade de Deus apresentada por uma personalidade escolhida, para ir ao encontro das necessidades humanas. John Stott, por sua vez, definiu o sermão metaforicamente como um ato de “construir pontes” entre o mundo bíblico e o contemporâneo, relacionado à Palavra de Deus com os temas principais da vida e as questões do dia-a-dia. Dessa forma, a partir das considerações mencionadas acima, podemos observar que um sermão possui três aspectos inseparáveis, quais sejam: a)- A mensagem bíblica; b)- O indivíduo que a comunica; c)- Os destinatários da mensagem. - Tendo estes aspectos em mente podemos afirmar que, se o pregador proclamar uma mensagem de natureza bíblica, mas que não tenha uma relação direta com a realidade de vida dos ouvintes, ou seja, a mensagem não for devidamente contextualizada, não houve pregação. Ou ainda: se as necessidades dos ouvintes são consideradas no discurso, no entanto, a mensagem não foi devidamente fundamentada nas escrituras, podemos do mesmo modo afirmar, que não houve sermão. (Continua...) Página 18


Isto porque o sermão autêntico, tal qual apresentamos acima, sempre será caracterizado pela exposição da palavra que atinge o ser humano em suas necessidades e o direciona a pessoa de Cristo. 4- A Importância do Sermão: Freqüentemente, se ouve em nossos cultos, no momento do sermão, a seguinte afirmação: “vamos passar agora para o momento mais importante da reunião - a pregação da palavra!” Essa afirmação expressa de fato a reverencia a consideração que devemos ter para com esse momento tão solene. Mas paramos para refletir seriamente; será que o louvor a Deus no meio da igreja é menos importante? Pois se “Deus habita no meio do louvor”, vamos chamar a atenção de Deus com nosso louvor sincero, e fazer desse momento tão importante quanto a pregação da palavra; primeiro chamamos a atenção de Deus com louvor e adoração, depois Ele fala conosco através da pregação... Há questões que devem ser consideradas, tais como: Em que consiste a importância do sermão? É um elemento cúltico realmente indispensável? Não poderia ser substituído por meios aparentemente mais atrativos de comunicação? É com estas indagações em mente que passaremos a considerar algumas questões relativas ao sermão, que nos auxiliará na compreensão da sua importância atual. 4.1 - Instituído por Deus O sermão, a partir de uma perspectiva cristã, não é meramente uma invenção da criatividade, e é neste ponto que sua importância eleva-se ante os nossos olhos. - A pregação tem sua fonte originadora nas escrituras, lembrando que foi um dos meios que Deus se utilizou para falar muitas vezes com seu povo, sendo a pregação cristã, portanto, resultado da criatividade humana e inspiração Divina. - Por conseguinte, quando os ministros empenham-se na tarefa de elaboração e entrega de sermões sob a unção Divina, estão na verdade dando prosseguimento ao ministério do próprio Cristo. (continua...) Página19


A pergunta do Apóstolo Paulo ressoa: (Rm. 10.14-15). A pregação é conseqüência lógica do calvário, pois na cruz a salvação é efetuada e na pregação somos informados a respeito dela. Com isso, queremos afirmar que o sermão é uma das maneiras escolhidas por Deus, para anunciar Seus atos salvadores em favor da humanidade, conscientizando-a da graça que parte de Deus, a fim de que, esta humanidade volte-se para o Senhor; essa é a grandeza e magnitude da pregação. Dada a importância da prédica cristã na salvação das pessoas e edificação da igreja de Cristo, é preciso atentar quanto ao conteúdo dos sermões e o tempo que é dispensado na entrega dos mesmos. Consequentemente, muitas igrejas têm permitido que outras “coisas” tomem o lugar da pregação. Ex.: “liturgia eclesiástica esticada, peças, vídeos, “danças sacras”, etc.” Algo de sobrenatural acontece, quando as escrituras são anunciadas com fidelidade. A proclamação da palavra de Deus torna possível a intervenção divina. Cada vez que a Bíblia é explicada, abre-se uma oportunidade para que Deus entre na vida de algum ouvinte. Indubitavelmente, quanto maior a indiferença de uma igreja, em relação à pregação da palavra de Deus substituindo-a por futilidades, maior será a possibilidade de “adoecer”. 4.2 - Atestado pela História Cristã Concebemos o sermão como elemento importantíssimo e insubstituível no culto. Felizmente não estamos a sós em nossa convicção, pois nosso posicionamento favorável ao sermão, está fundamentado na história eclesiástica . O ministério de Cristo foi caracterizado por intensa pregação; sem dúvida, a pregação foi a tônica do seu ministério. E facilmente, se percebe que essa característica passou a ser a “marca” do oficio dos seus apóstolos e discípulos (Mc. 1.14-15; At.2.1, 8.4). (continua...) Página20


“Jesus foi o maior pregador que o mundo já conheceu; (Jo. 7.46)”. Durante “todo seu ministério, Ele não apenas pregou, mas ordenou que os seus discípulos pregassem”. -Os discípulos por sua vez, foram obedientes à ordem, reconhecendo o sermão como um meio de transmissão da graça salvadora de Deus. Saíram pelo mundo entregando-se completamente à atividade da pregação, de modo que estavam dispostos até morrer, se porventura, fosse necessário (At.4.17-20; 6.8-11,58-60; 2 Tm.4.17). Podemos verificar no livro de Atos, a importância que era atribuída ao sermão pelos cristãos neotestamentários. Na ocasião em que os apóstolos tiveram que decidir de que maneira “gastariam” (ou melhor, ganhariam) o seu tempo na obra do Senhor, optando entre concentrar suas forças em obras de ordem assistencialista ou com a pregação, chegaram a conclusão que: “At.6.2,4” Sendo assim, instituíram diáconos, “homens cheios do Espírito Santo” para cuidarem do atendimento às viúvas e aos pobres, ficando, desse modo, os apóstolos livres para se dedicarem com afinco à pregação. (At.6.3). Portanto, nos parece muito claro a relevância do sermão para a primeira geração de crentes. No entanto, sabemos que no transcorrer da história eclesiástica, a pregação, paulatinamente, foi perdendo a sua proeminência no culto, de modo que se percebe as trágicas conseqüências para a igreja cristã. Já no século V d.C. tem inicio a decadência da pregação, fato este que acabou cooperando por resultar num cristianismo desfigurado e divorciado dos princípios bíblicos neotestamentários. Este estado de obscurecimento da pregação somente foi minimizado a partir do século XVI. É nesse tempo, ou seja, na reforma protestante que ocorre um despertar da pregação bíblica realizada por homens de corações inflamados pela descoberta das “escrituras”. (continua.) Página 21


Martinho Lutero (1483 – 1536) deixou-nos cerca de 2.300 sermões, extraídos de sua prodigiosa pregação e de seus textos. 4.3 – Sua Atualidade Mencionamos anteriormente, alguns elementos que ameaçam o lugar de destaque da pregação, em muitas comunidades cristãs. Isto ocorre, certamente pela desconfiança em relação à atualidade da pregação. Deste modo, alguns no afã de contextualizar a mensagem cristã, acabam fechando os olhos para o caráter permanente e divino do sermão, substituindo a palavra do Senhor por futilidades humanas. Não obstante a isso, o sermão é importantíssimo, pois objetiva trazer ao presente, a fala divina contida na escritura. Por se tratar da palavra viva do Eterno, podemos afirmar que Deus continua falando por intermédio daquilo que Ele já disse. Assim sendo, podemos perceber que os princípios morais contidos na Bíblia são atuais e não “morrem”, antes continuam vivos, pois transcendem o tempo e são perfeitamente aplicáveis a todos os homens de todos os tempos e culturas. Deste modo, defendemos que a exposição da escritura, que transformou indivíduos ontem, pode efetuar o mesmo hoje e amanhã, pois ela (a escritura) propicia o encontro com Aquele de quem é dito que é: “o mesmo ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hb. 13.8). Por conseguinte, o sermão bíblico de hoje é tão atual quanto o jornal de amanhã! As escrituras são muito mais do que uma coletânea de documentos antigos nos quais são preservadas as palavras de Deus. Não é um tipo de museu no qual a palavra de Deus é exibida numa estante de vidro como uma relíquia ou fóssil. Pelo contrário, é uma palavra viva proveniente do Deus vivo para pessoas vivas, uma mensagem contemporânea para o mundo contemporâneo.

Página22


Classificação do sermão 1- Introdução -De acordo com o que já aprendemos até aqui o sermão deve ir ao encontro às necessidades das pessoas, e uma vez que são muitas essas necessidades, naturalmente que haverá tipos de sermões distintos, possuindo objetivos bem definidos de acordo com essas necessidades. Vejamos como é classificado o sermão, juntamente com as peculiaridades de cada um.

2- Classificação por assunto - Todo sermão deve apresentar um assunto muito bem delineado. Sendo assim, classificamos o sermão em relação ao assunto do seguinte modo: a)- Sermão evangelístico; b)- Sermão doutrinário; c)- Sermão exortativo; d)- Sermão ocasional.

2.1 - Sermão Evangelístico Sua finalidade principal é conquistar os perdidos para Cristo - A pregação evangelística consiste basicamente na comunicação das boas novas de salvação que há em Cristo Jesus. Os sermões evangelisticos procuram convencer o homem da sua situação de perdição e alienação do criador, bem como informa-lo da possibilidade de mudança, desse estado de pecado para uma nova vida na presença de Deus. De todos os sermões, esse é essencialmente cristocêntrico, pois Cristo é destacado como o único e suficiente salvador de todos os homens. 2.2 – Sermão Doutrinário O seu objetivo é instruir os crentes, fazendo-lhes entender o significado das grandes verdades da fé Cristã e indicando como estas tem aplicação prática à vida diária. - Sua característica principal é o ensino das doutrinas fundamentais da fé Cristã, que inclusive é uma característica tipicamente neotestamentária. Seu propósito é didático, isto é, o ensino feito de maneira sistemática para assimilação mais racional por parte dos ouvintes. Trata-se de sermão sólido e substancioso que visa atingir mente e coração, e estimular os ouvintes a crescerem na sua devoção e serviço à Cristo. Página 23


2.3 - Sermão Exortativo É o sermão de despertamento Espiritual. Tem o propósito de chamar a atenção para verdades colocadas de lado na vida espiritual. - Este tipo de sermão visa estimular a igreja a ter uma vida de maior fidelidade ao Senhor. Sendo assim, tal sermão destina-se especialmente a mover os corações duros, com ilustrações reais e verdades bíblicas. 2.4 – Sermões Ocasionais São sermões para serem apresentados em ocasiões especiais. - Todo o pregador deve ter em arquivo mensagens para datas especiais, ou seja, casamentos, cerimônias fúnebres, aniversários de pessoa, templos, datas cívicas e muitas outras solenidades. O pregador nunca deve ser tomado de surpresa. Mesmo que não esteja num programa como orador, ele deve estar preparado para a eventualidade de ser convidado a falar. O povo julga que o pregador sempre está preparado. 3 – Classificação quanto à “estrutura homilética” - A estrutura homilética é um esboço, formado de pontos principais, que serve de “espinha dorsal” do sermão que será transmitido. Visa manter a unidade de pensamento, e contribuir para que haja uma mensagem coesa e objetiva. “A estrutura precisa de um esboço que estabeleça claramente quais são os pontos principais.” - Essa estrutura homilética, no entanto, assume formas diferentes sendo determinada pela maneira do pregador lidar com o texto bíblico na elaboração do sermão. De acordo com a estrutura homilética, podemos classificar os sermões em: a) - Sermões tópicos ou temáticos; b) - Sermões textuais; c) - Sermões expositivos. Página 24

Continua...


3.1 – Sermão tópico ou temático O sermão temático é aquele cuja divisão provém do assunto, independente do texto. - Nesta classe de sermões, o texto pode oferecer o pensamento para o assunto que se propõe a tratar. Um exame cuidadoso desta definição esclarece o teor do sermão tópico ou temático. A primeira parte da definição esclarece o fato de que, nesta classe de sermão, as divisões principais necessariamente devem ser extraídas do próprio tema do sermão. Isso implica em dizer que o sermão temático inicia com um tema ou tópico, e suas partes principais fundamentam-se em idéias que se originam desse assunto. - A segunda parte da definição, afirma que a fonte do sermão não precisa ser necessariamente, um texto bíblico. O sermão temático não exige uma porção bíblica como alicerce de sua mensagem. Não significando, porém, que a mensagem não seja bíblica. Entretanto, para que o sermão seja de natureza bíblica, é preciso observar que as principais divisões devem ser fundamentadas em textos bíblicos. As vantagens do sermão tópico ou temático a) – Garante mais unidade ao sermão, virtude indispensável para. que o sermão produza melhores efeitos. b) – Adestra a mente do pregador na análise lógica. c) – Tal forma de sermão é mais convincente e mais agradável a certa classe de ouvintes, especialmente ao grupo de maior cultura, porque tal tratamento tem caráter mais lógico e é mais completo. Perigos adjacentes aos sermões tópicos ou temáticos a) – O pregador pode se inclinar por achar assuntos interessantes e produzir de pronto uma boa elocução, do que por ter uma base seguramente escriturística e atender mais de perto às necessidades de seus ouvintes. b) – É tentado a pensar mais com suas próprias idéias em seus sermões, ao invés de “usar a palavra da verdade” e levar almas para o Reino de Deus. Continua... Página25


c) – Corre igualmente o perigo de pregar apenas em um campo muito estreito da verdade e das necessidades humanas, já que necessariamente se vê arrastado por assuntos que o interessam pessoalmente ou que lhe são familiares. Por isso, se não alargar constantemente seus horizontes por meio de um estudo diligente e diuturno, logo esgotará seus recursos. Portanto, desde o início, se deve por em guarda e evitar o emprego exclusivo deste tipo de sermão. 3.2 – Sermão textual - O sermão textual deve apresentar os mesmos princípios gerais a que obedecem os sermões tópicos, ou temáticos. Devem ter um plano, como também divisões. “Sermão textual é aquele em que as divisões principais são derivadas de um texto constituído de uma breve porção da Bíblia” - No sermão tópico, ou temático, as divisões provêm do assunto, independente do texto, ao passo que os sermões textuais são aqueles cujas divisões são extraídas do próprio texto. - Do texto deriva-se ainda o tema do sermão e suas divisões são empregadas como “linha de sugestão”, ou seja, o próprio texto fornece as linhas principais de desenvolvimento do sermão. Isto implica em restringir o esboço delimitando-o unicamente ao texto. - Quanto à extensão da passagem bíblica a fim de compor este sermão, pode consistir em apenas uma linha provinda de um versículo bíblico, ou um versículo todo, até mesmo dois ou três versículos. 3.3 – Sermão Expositivo - O sermão expositivo é aquele em que uma porção mais ou menos extensa da Bíblia é analisada e interpretada em relação a um determinado tema ou assunto. A palavra “expositivo” significa “expor” ou “trazer à luz”. O sermão expositivo, portanto, busca explicar uma passagem a fim de que o seu significado básico se torne evidente. - Este sermão é considerado, como: “O modo mais eficaz de pregação, porque, mais que todos os outros tipos de mensagens, ele, com o tempo, produz uma congregação cujo ensino é fundamentado na Bíblia”. Continua... Página26


- “O sermão expositivo deve ser a forma preferida do pastor-mestre desejoso de alimentar o rebanho de maneira sistemática.” Este sermão, porém, exige do pregador trabalho, paciência e acurada exegese do texto Bíblico para se “extrair” o assunto da porção bíblica, mais ou menos extensa que se pretende pregar. Neste caso, o pregador não se aproxima do texto com um tema já preconcebido, antes, procura identifica-lo no texto que pretende expor. A maior parte do material deste tipo de sermão deriva exclusivamente da passagem, e o esboço consiste em uma série de idéias progressivas que giram em torno de uma idéia principal. Portanto, no sermão expositivo é extraída a estrutura e o conteúdo diretamente do parágrafo a ser pregado. O sermão expositivo, como os outros tipos de sermões, gira em torno de um tema, porém, nesta classificação de sermão, o tema deriva-se de vários versículos. Desta forma, o significado do texto bíblico em apreço, será devidamente elucidado cumprindo a função precípua da pregação expositiva: apresentar o significado da Bíblia de forma clara e simples. Para que isso ocorra, é necessário o pregador estudar todos os detalhes até dominá-los, visando com isso relacionar adequadamente o passado com o presente, ou seja, mostrar que a verdade contida nas escrituras é perfeitamente aplicável aos dias de hoje. Diferença entre o sermão textual e o sermão expositivo a) - Sermão textual: É aquele em que a sua estrutura origina-se de um texto constituído de uma breve porção bíblica, geralmente um único versículo ou dois, ou às vezes até mesmo parte de um versículo. Fixando assim, a atenção dos ouvintes em uma parte das Escrituras. b) – Sermão expositivo: Este surge de um texto, que pode constituir-se de uma porção mais ou menos extensa da Bíblia. Podendo derivar de um capítulo inteiro ou até mais, cujas divisões provêm da passagem. Portanto, na passagem textual, as divisões provenientes do texto apontam para a tendência do pensamento que o pregador deseja explanar no decorrer do sermão, e o pregador pode então extrair subdivisões ou idéias para desenvolver os pensamentos abrangidos pelas divisões principais, de qualquer parte da Bíblia. O sermão expositivo, por outro lado, além de requerer tratamento textual de uma porção mais extensa das Escrituras, restringe o pregador a extrair suas divisões principais, e todas as subdivisões, da mesma unidade bíblica. Logo, o sermão é interpretativo, pois sua totalidade compõe-se na exposição e interpretação de determinada porção escriturística, e conforme salienta Braga: “a passagem converte-se no próprio tecido do discurso”.


Página27

4 – OBJETIVOS DO SERMÃO 4.1 - Introdução Conforme anteriormente abordado, um sermão pode ser classificado de acordo com o assunto ou com a estrutura homilética. No entanto, quando nos referimos ao objetivo do sermão não tencionamos em apresentar mais um tipo de sermão. Por objetivo, entende-se não somente a característica e a forma como o sermão é apresentado, mas também pelos resultados tencionados à partir da exposição do sermão em si, ou seja, objetivo é a mensagem apreendida pelo ouvinte mediante a exposição feita pelo orador. Podemos enumerar dois tipos de objetivos: geral e especifico 4.2 – Objetivo Geral Quando nos referimos ao objetivo geral, falamos da característica assumida pelo sermão em um todo. O objetivo geral pode abranger variegados temas bíblicos e destina-se a várias classes de ouvintes. Vejamos alguns exemplos de objetivos gerais: a)- Devocional: O sermão devocional tem como objetivo principal: o reatar da comunhão do homem com Deus e com o seu próximo. Tem como característica principal a devoção, o apelo e a contrição. No sermão devocional o orador leva o ouvinte a reflexão de sua atual comunhão com Deus e sua intimidade com a bíblia. Um exemplo de sermão devocional é o “sermão da montanha” (Mt). 5.1-7.29 b)- Doutrinário: O objetivo do sermão doutrinário: é a apresentação e argumentação de uma doutrina bíblica, é o sermão didático. Através do sermão doutrinário, o orador leva seus ouvintes a compreenderem e introjetarem uma doutrina bíblica. “O sermão doutrinal visa sedimentar os conhecimentos e a fé dos crentes”. Um exemplo de um texto para sermão doutrinário é: João 1.1 Continua...


Página28

c)- Apologético: Ao nos referirmos ao sermão apologético, falamos: daquele sermão em que as doutrinas centrais da fé cristã são defendidas e apresentadas como causa final da fé. A característica principal do sermão apologético é a defesa argumentativa e apresentação de teses racionais em defesa da fé cristã. Em tempos de relativismo e pluralismo religioso, sermões de natureza apologética são extremamente necessários. Pois, no sermão apologético os ouvintes são levados a compreenderem a razão da fé. Um exemplo de sermão apologético é o livro de Habacuque onde o profeta apresenta em teses argumentativas uma teodicéia... Teodicéia: Conjunto de doutrinas que procuram justificar a bondade Divina, contra os argumentos tirados da existência do mal no mundo, refutando as doutrinas atéias ou dualistas que se apóiam nesses argumentos. Parte da filosofia que trata da demonstração racional da existência e natureza de Deus d)- Exortativo: O sermão exortativo é: aquele que tem por objetivo animar, advertir, aconselhar e persuadir. Através do sermão exortativo o pregador aconselha e anima os seus ouvintes. A característica principal deste sermão é a comunicação do zelo de Deus para com seus filhos. O texto de Romanos 12 é um exemplo de exortação. e)- Evangelístico: O sermão evangelístico: tem por fim último a converção do homem à Deus. É no sermão evangelístico onde o indivíduo é convencido de seu estado de pecado e levado a fé em Cristo. A característica principal do sermão evangelístico é o apelo às emoções do ouvinte. Por intermédio do sermão evangelístico, o pregador leva seus ouvintes a entenderem que necessitam de Cristo. Um exemplo de sermão evangelístico é aquele pregado por Pedro após o pentecostes registrado em Atos 2.14-47 Continua. Página29


f)- Missionário: Sermão missionário é aquele que procura: despertar o cristão para o sentido verdadeiro de missões, ou seja, conscientizando-o do dever de se realizar a obra missionária, bem como da maneira tríplice de fazê-la, ou seja, indo, contribuindo e orando. Igualmente, no sermão missionário o pregador leva seus ouvintes a entender o seu dever e privilégio de fazer missões. Este tipo de sermão tem como característica principal o enfoque na realidade missiológica atual da igreja. Textos como o da visão de Isaias (6.1-13), Atos (1.8), são típicos para um bom sermão missionário. g)- Vocacional: Este tipo de sermão tem como objetivo direcionar o cristão quanto ao seu chamado e aptidão para a obra de Deus. Como o seu próprio nome sugestiona, é: o sermão que orienta com relação à vocação do cristão. No sermão vocacional os ouvintes são instruídos em como utilizar suas aptidões na obra de Deus, descobrindo assim, sua vocação com relação ao ministério. A característica principal deste sermão é a ênfase quanto à visão multiministerial fazendo com que o ouvinte descubra sua vocação e sinta o desejo de servir ao Senhor Jesus. Textos como: Mateus (25.14-30) e Lucas (19.11-27) são clássicos para sermões vocacionais. h)- Pastoral: O sermão pastoral é um sermão voltado principalmente para os ministros de culto: É o sermão de orientação ministerial, com ênfase aos jovens ministros. Este sermão tem como objetivo, o aperfeiçoamento dos líderes eclesiásticos. Sua característica principal é a reflexão do ministro com relação a seu ministério. O sermão pastoral pode ser também uma troca de experiências ministeriais, bem como um aconselhamento de ministros mais maduros a ministros mais jovens. As epístolas de Paulo a Timóteo e a Tito são epístolas pastorais e são ótimas na elaboração de sermões pastorais. Continua... Página30


i)- Ético: O sermão ético é aquele que: trata dos problemas que envolvem a Igreja e a sociedade. Este tipo de sermão se caracteriza pela preocupação com os problemas sociais e morais. -É necessário considerar que, não obstante, a vocação celestial da Igreja, a mesma permanece no mundo, de modo que os seus pregadores não podem se manter indiferentes aos dilemas da sociedade. Sendo assim, o sermão ético aborda assuntos, tais como: política, sexualidade, aborto, eutanásia, ecologia, pena de morte, entre outros. Um texto como exemplo para um sermão ético é: 1Corintios 6.12-20, que trata da imoralidade sexual existente na Igreja e na sociedade.

4.3 – Objetivo específico Já observamos que quanto ao objetivo geral, o sermão pode ser classificado de acordo com o público a que se destina e que, de acordo com o assunto, ele abrange a todo o grupo, por isso ele é denominado geral. Já com relação ao “objetivo especifico” trata-se do resultado que o pregador tenciona com aquele determinado sermão. Por exemplo, o sermão pode ter o objetivo geral de ensinar uma determinada doutrina (objetivo doutrinário) ao ouvinte, mas o “objetivo especifico” que o pregador deseja é que o ouvinte aplique esta doutrina em sua vida conjugal. -O objetivo específico, portanto, é o resultado prático do “objetivo geral”. Isso significa que um objetivo geral de um sermão pode ter o objetivo específico que o pregador desejar. Esse “objetivo específico” é de natureza prática, visando sempre à mudança de vida, e manutenção da vida espiritual dos ouvintes.

Página 31


ELEMENTOS QUE INTEGRAM UM SERMÃO 1 – Introdução Quando ouvimos diversos pregadores ou adquirimos alguma literatura que instrua na elaboração de sermões, ficamos confusos com a quantidade de técnicas e modelos de sermões. Há uma variedade de técnicas que evocam cada uma delas, habilitar o estudante a pregar da melhor maneira possível. Podemos, quem sabe por descuido ou arrogância, pleitear o estabelecimento de alguma nova técnica e assim aumentar o rol de modelos de pregação. –No entanto, não temos tal pretensão. Nosso desejo não é estabelecer um padrão dogmático de estilo, forma e técnica de pregação, tampouco questionar os métodos existentes. Convém lembrar ainda que a importância da pregação está no compromisso do pregador com a transmissão da Palavra de Deus, e este compromisso é que deve ser o filtro na escolha de algum modelo. Um membro de uma determinada igreja perguntou a seu pastor: -Pastor, de que forma e quanto tempo o senhor leva para preparar seus sermões? O pastor estampou um sorriso e respondeu rapidamente: Ah meu filho, isto é muito simples de responder. Eu preparo meus sermões no trajeto de casa até a igreja. Aquele membro fixou os olhos em seu pastor e com sinceridade lhe disse: - Se é assim pastor, então eu vou orar a Deus para que Ele lhe faça morar bem longe da igreja.

A partir disso, podemos estabelecer que um sermão deve ser elaborado com cuidado e esmero. Deve possuir uma boa divisão a fim de que os ouvintes entendam aquilo que o pregador quer lhes transmitir. E acima de tudo, deve ser resultado de do trabalho de alguém comprometido com a palavra de Deus. Esses conselhos iniciais não são aleatórios ou meramente retóricos. Antes é uma advertência em relação à seriedade que devemos ter ao elaborarmos e transmitirmos a mensagem de Deus aos homens. Isto significa que estudar os elementos que integram o sermão não apenas é uma questão técnica, como pensam alguns, mas é estabelecer um modelo coerente com o ministério da pregação. Continua... Página 32


-Com isso em mente, estudaremos os principais elementos que integram um sermão, e que não podem ser olvidados na elaboração do mesmo. 2 – Texto -Um questionamento inquietante, para quem almeja elaborar um sermão, e posteriormente pregá-lo, é qual a fonte de inspiração do mesmo. A resposta poderia ser simplesmente que a inspiração é Divina. No entanto, estabelecer que toda inspiração para elaboração e pregação de um sermão é Divina nos leva a cair no erro de relativizar à fonte, obrigando-nos a aceitar qualquer fonte. Por isso, preferimos primar pela centralidade bíblica, ou seja, consideramos que a fonte primária de qualquer mensagem bíblica deva ser a própria Bíblia. Isto não significa que não podemos nos apropriar de outro material para elaboração do sermão, mas antes que a fonte primária e originária é a Bíblia. Como afirma David Larsen: “o pregador deve partir da exegese do texto para a modelagem do sermão”. Veja, a pregação deve partir de um texto Bíblico. Portanto, na elaboração do sermão a primeira preocupação é a escolha de um texto Bíblico que “fale” ao coração, primeiro do pregador e depois do ouvinte, ou seja, um texto de onde brote inspiração, e não um texto como um pretexto retórico ou dogmático. O texto, ou porção, refere-se à passagem bíblica em síntese ou no seu todo, usado pelo pregador para fundamentação do sermão. Dadas estas informações podemos depreender que o texto base da pregação deve ser extraído da bíblia. O vocábulo texto deriva-se do latim “texere”, que significa: tecer e figuradamente, quer dizer reunir, construir, compor, expressar o pensamento em contínuo discurso, ou escrita. O substantivo “textus” então indica o produto do tecer, o tecido, a trama e assim, no uso literário, a trama do pensamento de alguém, uma composição contínua. Continua... Página33


Vantagens no uso de um Texto Bíblico 1) – O texto dá ao sermão a autoridade da palavra de Deus, porque o pregador, antes de tudo e, sobretudo, deve pregar a palavra! 2) – O texto constitui a base e a alma do sermão. 3) – Através da pregação por textos o pregador ensina a Palavra de Deus e leva o povo a conhecê-la. O texto ajuda o povo a cultivar o gosto pela palavra de Deus. 4) – Também o uso do texto ajuda os ouvintes a reter as idéias principais do sermão. As duas partes mais lembradas são: as ilustrações e o texto. 5) – O texto limita e unifica o sermão. Um bom texto nos ajuda no desenvolvimento da nossa mensagem. É muito mais fácil pregar com texto do que sem texto. 6) –Há milhares de bons textos na bíblia. Portanto, conseguimos melhor variedade nas mensagens quando temos textos variados. Assim não ficamos a mercê das rotinas circunstanciais, com a mente voltando-se as suas velhas rotinas. 7) – A pregação bíblica por textos ajuda na conversão de almas e no fortalecimento dos crentes, por ser a bíblia a arma, a espada do Espírito Santo. 2.1 – Regras para escolha de um bom Texto A escolha de um texto apropriado é questão de grande importância. Quando o pregador tem uma escolha bem feita, sente-se animado, pois sabe que um texto ajuda a prender de imediato a atenção dos ouvintes. No entanto, sabemos o quanto é difícil escolher um texto adequado, não que haja falta de textos. Stott afirma o seguinte: Como, porém, escolheremos o texto para um sermão especifico? Muitos pregadores fazem esta pergunta, sentados à escrivaninha, “mastigando um lápis”, olhando vagamente para uma folha de papel na sua frente. No entanto, a dor de cabeça nessa seleção deve-se, não a falta de textos, mas ao seu excesso. Continua... Página34


A esta pergunta inquietadora, aliada a farta quantidade de textos que estão disponíveis, veja três fatores principais que, além de influenciar, nos ajudam na hora de escolher os textos apropriados para a pregação. Estes fatores seguem da seguinte forma: *Fator litúrgico: a igreja, provavelmente, tem um calendário constando suas principais atividades como: Santa ceia batismo, casamento, apresentação de crianças, apresentação de novos convertidos, etc. Além das atividades comuns à igreja, há datas especiais que seguem o calendário civil. Há também as celebrações litúrgicas esporádicas como, enterro, aniversários etc. O pregador, portanto, deve estar atento para o fator litúrgico e selecionar os textos bíblicos que estejam relacionados a estes eventos. *Fator Externo: a igreja está inserida no mundo como um espaço para refletir sobre os acontecimentos e eventos que irão mexer com a vida das pessoas. Por isso, não deve ficar alheia às questões que ocorrem ao seu redor. Questões políticas, econômicas, catástrofes, conduta social e moral são assuntos propícios à pregação e contemplados pelas escrituras, logo, discutir e expor textos bíblicos que reflitam estas questões é de grande importância. *Fator Pastoral: um pregador sempre estará atento as necessidades espirituais do povo; estará orando ao Senhor a fim de obter revelação de como atingir o coração das pessoas com uma palavra que lhes edifique a vida. Por isso, ao identificar dificuldades de caráter espiritual na igreja irá pregar a partir de textos bíblicos que venham ao encontro de tais problemas e assim possa ser auxilio às pessoas. Além destes fatores, existem algumas regras que ajudarão na escolha de um bom texto. São elas: Continua... Página35


a) – O texto não deve ser obscuro: O texto, em via de regra, deve ter significado bem claro. Do contrário, o povo repelirá aquilo em que não vê sentindo algum, ou se mostrará infundadamente curioso por saber o que o pregador vai fazer com ele. Há pregadores que procuram utilizar textos bíblicos de difícil interpretação ou então textos cujo significado e aplicação não são explícitos, como por exemplo, genealogias ou textos com medidas e outras expressões numéricas. Não estamos afirmando que não é possível interpretar tais textos ou que eles não tenham significado. Pretendemos alertar, no entanto, que o pregador poderá utilizar outros textos que sejam mais explícitos e que haja mais acesso e facilidade na interpretação. Neste caso seguimos a recomendação: “Não se esqueça dos textos bem conhecidos”. b) – O cuidado com textos notáveis: O pregador deve ter cuidado no uso de textos notáveis pela grandeza de sua expressão; porque parecem prometer muito. E, se de início já se instiga à grande expectação, difícil é ao pregador se conservar a altura dela. Não estamos sugerindo que em regras se deva fugir desses textos. É verdade que, muitas das passagens mais nobres e impressionantes das escrituras se apresentam mesmo com essa natural magnitude de expressão e certamente muito perderá quem habitualmente as evitar. Às vezes, encontramos um texto mais simples que apresenta o mesmo assunto e a magna passagem pode ser introduzida de algum modo no curso do sermão. Quando, todavia, tomamos tal passagem podemos evitar qualquer efeito indesejável, anunciando-a com modéstia e sem afetação e com aquele tom geral da introdução. - Devemos cuidadosamente evitar todo e qualquer procedimento ou tratamento que denote exibição; mas também não podemos displicentemente, deixar de tratar uma passagem que pode trazer boas lições ao povo. Continua...

Página36


2.2 – Recomendações Úteis para escolha de textos Bíblicos a) – Escolha textos mesmo que sejam conhecidos. b) – Escolha textos que justifiquem o tema de seu sermão. c) – Escolha textos que despertem o interesse e a atenção. d) – Escolha textos que antes falaram ao seu coração. e) – Escolha textos que apelem à imaginação dos ouvintes. Exemplo de Texto Para o caso de um sermão de caráter evangelistico um bom texto é o de Marcos 10.46-52, onde encontramos a narrativa sobre o cego Bartimeu. 3 – Título A palavra título vem do latim “titulu”, e seu significado é “designação que se põe no começo de um livro, capitulo, artigo, etc., e que indica o assunto”. Na homilética, título é o nome do sermão, é “como uma peça literária completa”, ou seja, o título no sermão é o anúncio daquilo que vai ser falado e discorrido. Como título é a primeira parte do sermão, suas principais funções são: anunciar o que vai ser transmitido; e atrair a atenção das pessoas. Além disso, é a partir do título que o ouvinte vai ser convidado a entrar na fluência do sermão... 3.1 – Como proceder na escolha do título Quando ouvimos pregações nos são apresentadas títulos os mais variados possíveis. Títulos que prometem muito mais do que aquilo que se nos da nos sermões, títulos magnetizadores, majestosos, poéticos, simples, positivos, sem adornos e também triviais. Tudo depende da imaginação, do gosto e do elevado escopo do pregador. E nessas questões os pregadores não são todos iguais. Alguns usam títulos em termos teológicos e técnicos, outros já sem técnica nenhuma, descendo do bom vernáculo até a gíria. Os títulos surgem também na forma de perguntas, exclamações, frases com preposições de clausulas duvidosas, simples vocábulos, etc. Continua... Página37


Por isso, para que tenhamos uma variedade de títulos coerentes com a nobreza e a beleza da pregação é necessário estabelecer, alguns critérios para a elaboração de títulos para sermões. Natureza do título a) – Declarativa: “O que Deus não pode fazer” curiosidade Tt. 1.2 b) – Interrogativa: “Onde Jesus está?” vontade de conhecer Mt 2.2. c) – Exclamativa: “Para mim o viver é Cristo” Determinação Fl. 1.21 As sugestões que listamos a seguir não são dogmáticas, ou seja, não é uma doutrina de elaboração de títulos. Não temos a pretensão, também, de estabelecer “passos mágicos”, apenas buscamos sugerir formas pelas quais seja possível à coerência na elaboração de títulos de sermões. Sendo assim, os aspectos gerais sobre o título são: a) – O título precisa ser interessante e chamar a atenção do povo; b) – Precisa ser pertinente ao texto ou a mensagem; c) – Precisa conter uma fraseologia que atinja em cheio as inclinações, perplexidades, tendências e a maneira de falar do homem moderno; d) - É preciso se identificar com a praticidade da vida do povo, com o vocabulário e a psicologia contemporânea. É dom bastante raro, esse que habilita o pregador a escolher títulos vitais, interessantes e oportunos. Com bastante pensamento e cuidado, com uma contínua prática, o pregador obterá grandes recursos. Exemplo de Título Na narrativa do cego bartimeu, (Mc. 10.46-52), um bom título como sugestão é: “Disposição, um passo para a salvação”. Agora que você já aprendeu como elaborar um título para uma mensagem, a partir do texto de Marcos 10.46-52, elabore um título para uma pregação Bíblica. Escreva aqui o título que você elaborou:

Página38


4 – Idéia Central do Texto A idéia central do texto é uma espécie de resumo do texto bíblico escolhido como base para a elaboração da mensagem. Esta idéia central do texto deve ser elaborada contendo uma ou duas sentenças. Portanto, o título deve ser breve e apenas conter o elemento que servirá de base para a mensagem a ser pregada. Na verdade, a idéia central do texto é um recurso para o pregador ter em mente a síntese do texto escolhido e poder sempre se ater a esta síntese como uma referência centralizadora da mensagem. Exemplo de idéia central do texto Na narrativa do cego Bartimeu, em Marcos 10.46-52, uma possível sugestão como idéia central do texto é: Bartimeu, um homem cego, ouve falar de Jesus e dispõe-se ir ao seu encontro. Agora que você já aprendeu como elaborar uma idéia central do texto, a partir do texto de Marcos 10.46-52, elabore uma idéia central do texto para uma pregação Bíblica.

Escreva aqui a idéia central do texto que você elaborou: ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ..................................................................................................

Página39


5 – Tese A palavra “tese”, segundo Ferreira, é uma: (...) proposição que se expõe para, em caso de impugnação, ser defendida. (...) o primeiro momento no processo dialético. Neste sentido,a tese é uma declaração onde se faz uma proposta de discussão de um assunto. No caso do sermão, a tese contém o propósito central que o pregador deseja expor e defender através da mensagem pregada. É como um eixo que sustenta o sermão, e ao mesmo tempo o sermão gira em torno deste eixo. Infelizmente, muitos pregadores no afã de expor um texto esquecem o que de fato desejam defender e por isso ignoram a importância de estabelecer a tese. A função da tese é sintetizar o assunto e personifica-lo. Por isso, tese é o nome do assunto que vamos tratar, ou síntese do conjunto deles, enquanto que o assunto (corpo do sermão propriamente dito) vai ser a argumentação (ou conteúdo da tese). Através da tese o pregador indica a maneira como o título do sermão vai ser tratado. Isto não significa que a tese tenha que ser explicita, ou que o pregador deve anunciá-la. Na verdade, toda argumentação do sermão irá sugerir o que está sendo sustentado e defendido. Exemplo de tese Para o texto de Marcos 10.46-52, cujo título sugerido é “disposição, um passo para a salvação”, a tese irá enfatizar a disposição do cego, podendo ser elaborada com a seguinte afirmativa a ser defendida: Bartimeu estava disposto a encontrar a salvação.

A tese é sempre expressa na forma de uma declaração, que pode ser afirmativa, negativa ou interrogativa. É por isso, que dizemos que uma tese exige sempre demonstração, defesa, discussão, análise, prova, explicação, etc. Agora que você já aprendeu como elaborar uma tese para uma mensagem, a partir do texto de Mc. 10. 46-52 e do título que você criou, elabore uma tese para uma pregação. Escreva aqui a tese que você elaborou:

........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... Página40


6 – Introdução O ser humano é avesso a coisas abruptas. Uma construção sem pórtico, ou sem uma entrada convidativa, raramente agradará. Uma peça musical sempre tem prelúdio, ainda que composta de poucas notas introdutórias. Assim também, qualquer composição ou fala que não tenha introdução parece estar incompleta. Um livro precisa de prefácio para introduzir o assunto ao leitor, apresentando a razão ou razões que o autor teve para escrevê-lo, e apresentar ainda o seu ponto de vista, a maneira de tratar o assunto, etc. As fontes para a introdução de um sermão podem ser as mais diversas, como por exemplo: a)- contexto b)- alguns dados sobre o escritor do texto. c)- o assunto a ser tratado d)- a ocasião, etc.

Não é preciso multiplicar palavras para se provar que sermões devem ter uma introdução. A introdução é a parte inicial de um sermão. Nela, o pregador inicia seu relacionamento com seu auditório tendo em vista a apresentação de uma proposta para a discussão de um tema. Por isso, o assunto de um sermão precisa, em regra, ser introduzido com idéias significantes no consciente dos ouvintes. A introdução, neste sentido, deve interessar o ouvinte e prepará-lo para que entenda o assunto do sermão. Com isso, entendemos que o objetivo do pregador é despertar não apenas o interesse espiritual prático, mas fazer com que os ouvintes entrem em sintonia com o nosso sentimento e harmonizem o seu espírito com o assunto que vamos lhes apresentar. Continua...

Página 41


Exemplo de Introdução Para o texto de Mc. 10.46-52 sugerimos o seguinte modelo de introdução: Nos tempos hodiernos os homens se mostram dispostos a fazerem várias coisas. Dispostos a embrenharem-se em aventuras. Dispostos a fazer qualquer coisa para ganhar dinheiro. Dispostos a gastarem suas vidas nos mais diversos prazeres sem se preocuparem com as conseqüências. Enfim, a temática de suas vidas é a disposição. E a disposição não deixa de ser uma virtude muito interessante e ativa na vida das pessoas. Porém neste presente momento, quero lhes falar sobre um homem, cego de nascença e mendigo, que usou a disposição para chegar ao salvador. Seu nome, apenas mencionado como “Bartimeu”, ou filho de Timeu. Quase não temos informações sobre a história dele. Mas sabemos que ele estava disposto a obter a salvação por meio de Jesus. Quero nesta oportunidade apresentar as formas pelas quais ele mostrou estar disposto a ter com Jesus. E assim, através de seu exemplo, nós também possamos nos dispor a agir como este homem.

Agora que você já aprendeu como elaborar uma introdução, a partir do texto de Marcos 10.46-52, elabore uma introdução. Escreva aqui a introdução que você elaborou: ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... Página42


7 – Corpo do sermão O corpo do sermão ou discurso, conforme soa melhor em termos práticos entre os pregadores cristãos, é o conjunto de fatos, idéias, provas ou argumentações arroladas pelo pregador que venham justificar ou explicar a tese. Neste sentido, o corpo do sermão é a parte onde o pregador transmite aos seus ouvintes e explicação do texto bíblico escolhido, justifica o título e responde a tese proposta. Alguns estudiosos da homilética preferem chamar esta parte de argumentação ou assunto. Na verdade o corpo do sermão, em linhas gerais, é realmente a argumentação do pregador em relação ao texto bíblico. Por isso,esta é a parte mais importante do sermão. Na homilética, essa parte é a mais importante do sermão, pois é ela que lhe dá conteúdo. Nela estão, não só os argumentos, mas a razão de ser do próprio sermão, por isso vamos considerá-la como o assunto propriamente dito. A discussão ou corpo do sermão deve ser calcado num plano, ou então deixará de ser um sermão ou discurso. Mesmo não havendo divisões, nem arranjo formal de qualquer espécie, os pensamentos devem obedecer a uma disposição que se coaduna com as leis naturais do pensamento. 7.1 – Objetivos do Corpo do Sermão Em linhas gerais o sermão tem dois objetivos: “persuadir” e “dissuadir”. Tratando-se de pecadores, a missão daquele que ministra a Palavra de Deus é dissuadi-los do pecado e persuadi-los a crer em Jesus como Salvador (Lc. 24.47,48; At.8.4,5; 14.15). No tocante aos salvos, segue a mesma sentença, isto é dissuadilos daquelas coisas que são contrárias à vontade de Deus e persuadi-los a “(...) permanecerem no Senhor com propósito de coração” (At. 11.23).

Página43


7.2 – Divisões no corpo do sermão O plano, ou esboço de um discurso, no sentido mais lato, inclui a introdução, o corpo do sermão e a conclusão; mas como a primeira e a última são consideradas em separado, nos referimos aqui ao corpo do sermão. Estamos focalizando o corpo do sermão com suas divisões. As divisões do corpo do sermão existem a fim de torná-los mais didático. Estas divisões coadunam com o tema, titulo e objetivos do sermão, por isso, nunca devem contradizê-los. Embora não haja uma regra sobre a quantidade das divisões do corpo do sermão, entendemos que, tradicionalmente, deve possuir mais que uma divisão e menos que cinco, mais do que isso torna o sermão demasiadamente longo e cansativo. Para que o ouvinte fixe cada divisão do corpo do sermão é necessário que a mesma tenha uma fluência dinâmica e didática. Sobre a quantidade de divisões do corpo do sermão assim nos orienta Stanley: Não há número ideal de divisões, ou pontos, para um sermão. Devemos usar tantas divisões quantas forem necessárias para desenvolver o assunto e o texto de maneira adequada. Há, porém, fortes razões para que o numero de pontos seja relativamente pequeno. Normalmente um sermão tem entre duas e cinco divisões principais. Três aspectos relacionados com a divisão no corpo do sermão: a) – Uniformidade: Um sermão tem que ser uniforme, isto é, invariável nas suas divisões. Cada divisão principal do esboço deve ter relação uniforme com a outra divisão. Se a forma dada ao sermão for tópica, todo o sermão deve ser desenvolvido nessa forma. Se for textual, não se deve fugir desta forma durante todo plano. b) – Simetria: É a harmonia resultante de certas combinações e proporções regulares. É o que forma a posição das partes que estão em lados opostos. As divisões de um sermão, ainda que distintas, devem harmonizar-se com o seu propósito e tema. c) – Pertinência: O assunto exposto no começo do sermão deve ser o mesmo até o fim. A unidade está na pertinência dos pontos principais entre si e com o tema do sermão. Para que haja pertinência nas divisões, é necessário que o sermão tenha um só tema, um só propósito e uma só forma de elaboração. Página44


Exemplo de divisões em um semão. Para o texto de Mc. 10.46-52, e com base no título, idéia central do texto e tese, podemos estabelecer as seguintes divisões: I – Enfrentando a oposição (v. 48) II – Despojando-se do que tinha (v.50) III – Sendo ávido, em ir ao encontro de Jesus (v.50) Agora que você já aprendeu como elaborar as divisões em um sermão, a partir do texto de Mc. 10.46-52, e dos outros elementos que você já elaborou, elabore as divisões necessárias à um sermão Bíblico. Escreva aqui as divisões: I......................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... II....................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... III...................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... 7.3 - Elementos que integram o corpo de um Sermão: Cada uma das divisões do corpo do sermão tem quatro elementos básicos que facilitam a explicação por parte do pregador e a fixação por parte do ouvinte. Esses elementos são os seguintes: a- Interpretação: As divisões do corpo do sermão geralmente, têm um texto base a que se refere, e a base inicial para a explicação do texto é a interpretação do texto ou mesmo a divisão. Esta interpretação deve seguir os padrões hermeneuticos, levando em consideração aspectos históricos, geográficos e culturais. A interpretação mostra ao ouvinte o que o texto bíblico realmente quer dizer. Aqui cabe ao pregador ter conhecimentos básicos de hermenêutica e exegese, bem como uma biblioteca com bons comentários bíblicos. Continua...

Página45


Exemplo de interpretação em uma divisão do sermão Para o texto de Mc. 10.46-52, e com base no título, idéia central do texto e tese, podemos estabelecer o seguinte exemplo de interpretação em uma divisão do corpo do sermão: I – Enfrentando a oposição (v.48) Interpretação: Neste texto a multidão repreendeu Bartimeu exigindo que este se calasse. A multidão se enfureceu porque aquele audaz mendigo tentava chamar a atenção de Jesus, clamando por misericórdia e enfrentando toda a multidão. Ele estava disposto a enfrentar qualquer coisa no intuito de chamar a atenção do Senhor Jesus Cristo. Agora que você já aprendeu como elaborar uma interpretação em uma divisão do corpo do sermão, a partir do texto de Mc.10.46-52, e dos elementos que você já elaborou, elabore uma interpretação para uma das divisões do corpo do sermão que você está construindo. Escreva aqui a interpretação: I -............................................................................................... Interpretação: ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... b- Argumentação: A argumentação é a parte da divisão do corpo do sermão que trata de contextualizar o texto bíblico, trazendo-o para a realidade histórica e social do ouvinte. Na argumentação o pregador coloca o ouvinte em contato com a realidade do texto bíblico. Continua... Página46


O pregador por intermédio da argumentação trata de realidades atuais e assuntos hodiernos transferindo-os para a realidade bíblica. Neste sentido, a argumentação é um diálogo dinâmico entre texto bíblico e realidade do ouvinte. Na argumentação o pregador precisa estar munido de conhecimento da sociedade que vive, bem como dispor de conhecimentos gerais. É durante a argumentação que o pregador irá fazer a acomodação Bíblica, ou seja, fazer com que o ouvinte vivencie, se transponha para o texto bíblico. Exemplo de argumentação em uma divisão do sermão Para o texto de Mc. 10.46-52, e com base no titulo, idéia central do texto e tese, podemos estabelecer o seguinte exemplo de argumentação em uma divisão do corpo do sermão: I – Enfrentando a oposição (v.48) Argumentação: Hoje a constante resposta da multidão, a todo quanto clamam a cerca da necessidade e do sofrimento é a mesma: “Aquieta-te e cala-te”. Oposições sempre irão levantar-se, barreiras tentando impedir as pessoas de irem ao encontro de Jesus sempre surgiram. É preciso ser como Bartimeu, e enfrentar as oposições e clamar ao Senhor Jesus. Agora que você já aprendeu como elaborar uma argumentação em uma divisão do corpo do sermão, a partir do texto de, Mc. 10.46-52, e dos outros elementos que você já elaborou, elabore uma interpretação para uma das divisões do corpo do sermão que você está construindo. Escreva aqui a argumentação: I -................................................................................................. Argumentação: ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... Página47


c- Ilustração: Todas as divisões do corpo do sermão devem possuir uma ilustração a fim de fixar a mensagem no coração do ouvinte. A ilustração dinamiza a mensagem e a torna muito mais atrativa e cativante. A ilustração prepara o coração do ouvinte para o apelo. Características de boas ilustrações Entre as características de boas ilustrações se destacam as seguintes: devem ser simples, não cobrindo a verdade central da ilustração com muitos detalhes; devem ter unidade de pensamento com o tema que estamos pregando; devem ter movimento ou progresso; devem fornecer fatos de interesse humano; devem estar cheias de vida; devem ser aplicadas à verdade que está sendo ilustrada; devem ter um ponto alto ou um clímax.

As ilustrações podem ser retiradas de porções bíblicas, fatos ligados ao dia a dia, personagens históricos, etc. Uma ilustração nunca deve ser uma anedota ou piada, pois ela deve refletir seriedade, pois o sermão é a exposição da palavra de Deus e não show de comédia. Exemplo de ilustração em uma divisão do sermão Para o texto de Mc. 10.46-52, e com base no título, idéia central do texto e tese, podemos estabelecer o seguinte exemplo de ilustração em uma divisão do corpo do sermão: I)- Enfrentando a oposição (v.48): Ilustração: O grande educador negro, Boocker Washington, conta-nos as dificuldades para estudar e vencer na vida. Devido a sua cor enfrentou grandes dificuldades, como: preconceito e discriminação racial. Mas ele enfrentou tudo isso e venceu preconceitos e discriminações, e chegou a ser como se escreveu em um jornal norte-americano: “O educador negro mais eminente do mundo”. Continua...

Página48


Agora que você já aprendeu como elaborar uma ilustração em uma divisão do corpo do sermão, a partir do texto de Marcos 10.46-52, e dos outros elementos que você já elaborou, elabore uma ilustração para uma das divisões do corpo do sermão que você está construindo. Escreva aqui a ilustração: I-................................................................................................ Ilustração: ...................................................................................................... ...................................................................................................... ...................................................................................................... ...................................................................................................... ...................................................................................................... ...................................................................................................... ...................................................................................................... ...................................................................................................... ...................................................................................................... ...................................................................................................... ...................................................................................................... ........................................................................................................ ........................................................................................................ ........................................................................................................ ........................................................................................................ ........................................................................................................ ........................................................................................................ d - Aplicação: A aplicação é o apelo de cada divisão do corpo do sermão. É na aplicação que o pregador enfatiza o objetivo da divisão apresentada e chama o ouvinte a uma reflexão com relação a esta divisão levando-o a tomar alguma atitude. Na aplicação o pregador deve atingir o clímax de cada divisão do corpo do sermão “cicatrizando” o coração de seus ouvintes. Continua... Página49


Exemplo de aplicação em uma divisão do sermão Para o texto de Mc. 10.46-52, e com base no título, idéia central do texto e tese, podemos estabelecer o seguinte exemplo de aplicação em uma divisão do corpo do sermão: IEnfrentando a oposição (v.48): Aplicação: Clamar por Cristo ainda hoje pode ser algo que cause indiferença. Quem sabe até mesmo os teus amigos e familiares mais próximos possam tentar te impedir de clamar por Jesus. Mas tu precisa estar disposto a enfrentar as oposições. A reprimenda da multidão ainda ecoa. Mas já é hora de ser corajoso e enfrentar qualquer barreira para ir ter com Cristo. Ou tua coragem é menor que a do cego Bartimeu? É difícil, mas é preciso disposição, enfrentar a oposição e clamar pó Jesus. Agora que você já aprendeu como elaborar uma aplicação em uma divisão do corpo do sermão, a partir do texto de Mc. 10.46-52, e dos outros elementos que você já elaborou, elabore uma aplicação para uma das divisões do corpo do sermão que você está construindo. Escreva aqui a aplicação: I -..................................................................................................... Aplicação: ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................ Página50


7.4 – Frase de transição Este requisito trata do conteúdo que o pregador deve ter na passagem de uma divisão para outra. Em cada divisão o pregador deve fazer uma ponte de passagem para a divisão seguinte. Essa ponte servirá para evitar um salto precipitado, ou até mesmo abrupto. A transição deve ser feita suavemente, de maneira que o ouvinte não seja apanhado de surpresa e possa acompanhar, sem dificuldade, o progresso do sermão. Um salto precipitado pode levar o pregador a perder-se e não encontrar mais o “fio da meada”. O pregador deve anunciar as divisões principais, porque os ouvintes precisam saber como está progredindo o sermão. Podese usar o método tradicional de introduzir as divisões: “em primeiro lugar”, etc. Ou se pode usar um método mais indireto: “Uma das idéias que encontramos no texto lido é (...); ( e seguese a divisão em foco). A transição deve ser feita por um processo lógico, isto é, cada divisão ou pensamento passa para a outra divisão, mas devidamente relacionada com as outras divisões, anterior e posterior. As divisões e subdivisões devem ter correspondência para que a transição (ou parte) seja, perfeita natural e não forçada. As transições de um pensamento para outro devem ser feitas com perícia, para evitar choques bruscos. Passar abruptamente de um pensamento a outro dá a impressão de que se está começando outro sermão. 8 - A Conclusão - Os pregadores raramente negligenciam a introdução de seus sermões, mas muitas vezes deixam de preparar bem a conclusão. Não é raro verificarmos, especialmente em se tratando de pregadores que falam de improviso, que a introdução e o desenvolvimento do sermão revelam uma boa capacidade de comunicação do pregador, mas quando chega o momento de encerrar a mensagem o pregador já não sabe qual o caminho a seguir, e então divaga, de olhar perplexo, luta e se atrapalha todo. Continua Página51


Há ainda aqueles pregadores que no auge da emoção final da mensagem lançam-se a uma exortação de caráter geral, assim agindo até que o corpo e alma se lhe cansem, concluindo a mensagem de maneira, dispersa, fraca e incolor, causando cansaço no ouvinte. Isto me lembra uma história narrada por “alguém”: Depois de ouvir por uns trinta ou quarenta minutos o sermão naquele domingo, uma piedosa irmã ficou impaciente diante da crise que se tornou visível no púlpito: o pregador, falando em círculos intermináveis, não conseguia encontrar o caminho para concluir sua mensagem. Mais tarde aquela irmã declarou: - Eu orei pedindo a Deus que tivesse misericórdia do pregador e o ajudasse a terminar o sermão.

A partir destas reflexões podemos apontar algumas idéias que auxiliarão no preparo de uma boa conclusão: a) – A conclusão leva o ouvinte a pensar sobre o objetivo especifico estabelecido pelo pregador. b) – Lembre-se que a conclusão é a aplicação pratica de tudo que foi transmitido no sermão. c) – Através da conclusão o pregador convida os ouvintes a tomarem uma atitude diante daquilo que foi pregado. d) – A conclusão é o encerramento natural do assunto, por isso não deve introduzir pensamentos novos, pois se o pregador começar a apresentar idéias novas na conclusão, dará a impressão de que a mensagem ainda não acabou ou que está iniciando uma nova mensagem. e) - Embora a conclusão seja a parte final do sermão, o pregador deve tomar o cuidado para não utilizar clichês do tipo: “E por último”, “finalizando” ou mesmo “em conclusão”. Estas expressões, além de darem a idéia que não existe mais nada a ser pensado sobre o assunto transmitido, causam no ouvinte a impressão de que o sermão vai terminar logo tirando a concentração do mesmo do clímax da mensagem que é a própria conclusão. f)– Evite pedir desculpas na conclusão, você não tem culpa de nada. Se você pregou com a convicção de estar falando a verdade escriturística não há motivos para se desculpar, mesmo que a mensagem tenha sido confrontadora. Continua... Página52


g) – Frequentemente observamos que alguns pregadores quando chegam ao momento da conclusão estão exaustos e com e com voz rouca e cansada. Por isso, recomendamos poupar esforço físico. Pois quando o pregador demonstra cansaço durante a conclusão não consegue levar os ouvintes a uma reflexão final sobre o que foi pregado. h) – A conclusão, assim como os demais elementos do sermão, são uma reflexão séria sobre a palavra de Deus, por isso, não cabe aqui o uso de piadas ou ilustrações vulgares. i) – Quando for preparar a conclusão pense no sermão como um todo e lembre-se que este momento é o ápice do sermão, no entanto, isto não significa que a conclusão é a melhor ou a maior parte do mesmo. Isto significa que a conclusão deve ser proporcional as demais partes do sermão. Por exemplo: Se você elaborar um sermão com uma introdução, três divisões e mais a conclusão, significa que a proporção de cada elemento é de aproximadamente vinte por cento do todo. Assim temos vinte por cento do sermão para a introdução, vinte por cento para cada uma das divisões e mais vinte por cento para a conclusão. j) – Finalmente, nunca esqueça que a conclusão é o melhor momento para fazer o apelo e orar junto com os ouvintes numa atitude de reflexão e postura diante do que foi pregado. Exemplo de Conclusão Para o texto de Marcos 10.46-52, e com base no título, idéia central do texto e tese, podemos estabelecer o seguinte exemplo de conclusão: Hoje Cristo te chama à Salvação. No entanto é preciso que estejas disposto a enfrentar a oposição das pessoas, a despojar-se da tua velha vida e que também estejas disposto em correr e ir ter com ele. Cristo não te pressiona a nada que tu não queiras fazer. Somente espera que estejas disposto a reconhecê-lo como teu único e suficiente Salvador. Ele quer dizer a ti, assim como disse a Bartimeu: “Vai, a tua fé te salvou”. Que nesta oportunidade tu não hesites um instante sequer, e disponha-te assim como Bartimeu, dando um passo para Jesus. Que tu estejas disposto a encontrar a Salvação nesta oportunidade em nome de Jesus. Amém! Continua... Página 53


- Agora que você já, aprendeu como elaborar uma conclusão, a partir do texto de Marcos 10.46-52, e dos outros elementos que você já elaborou, elabore uma conclusão para o sermão que você está construindo. Escreva aqui a conclusão que você elaborou: ......................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ........................................................................................................... ..................

9 – A esquematização ou esboço do sermão A partir do momento que temos bem definidos os elementos que compõem o sermão, basta então que os apliquemos a determinado texto bíblico, formando o sermão em si. Para que isso ocorra de forma didática e bem planejada os elementos do sermão podem ser distribuídos de acordo com o seguinte esquema ou esboço: (veja na próxima página).


Página54 Texto: Título: Tese: Idéia central do texto: Objetivo geral: Objetivo específico: Introdução: Corpo do sermão: 1ª divisão: Interpretação Argumentação Ilustração Aplicação Frase de transição: 2ª divisão: Interpretação Argumentação Ilustração Aplicação Frase de transição: 3ª divisão: Interpretação Argumentação Ilustração Aplicação Frase de transição: Conclusão:


Página55

Alguns Exemplos de Sermões 1 – Sermão No. 1 1.1 – Esboço Texto: Atos 3.1-10 Título: Marcas que caracterizam um avivamento. Tese: Um verdadeiro avivamento é sucedido por marcas que o caracterizam. Idéia central do texto: Pedro e João após o avivamento de pentecostes imprimiram marcas na vida de um coxo. Objetivo geral: Devocional Objetivo específico: Mostrar aos meus ouvintes que um verdadeiro avivamento é caracterizado por marcas, ensinando-os o que é realmente avivamento. Introdução Frase de Transição: A primeira marca que caracteriza um avivamento é... I) - Resposta superior a expectativa (v. 5-6): Frase de Transição: A segunda marca que caracteriza um avivamento é... II)– Transformação de vidas (v. 8): Conclusão: Página56


1.2 – Sermão Texto: Atos 3.1-10 Título: Marcas que caracterizam um avivamento. Introdução: O início da Igreja Cristã é marcado por um avivamento, o Pentecostes. Após o Pentecostes podemos observar os apóstolos realizando com ousadia uma série de grandes feitos. O Pentecostes foi o primeiro grande avivamento da Igreja, e como todo avivamento, foi caracterizado por marcas que o fazem verídico. E é exatamente sobre estas marcas que queremos falar nesta oportunidade. Desejamos apresentar apenas duas delas, no intuito de assim podermos avaliar que tipo de avivamento pregamos, se é realmente um avivamento caracterizado por marcas que impactam a sociedade ou apenas um pseudo-avivamento. Que Deus assim possa nos abençoar. A primeira marca que caracteriza um avivamento é... I) – Resposta superior a expectativa (v. 5-6) Interpretação: No versículo cinco deste texto, encontramos um coxo mendicante a espera de uma esmola. Este olhava para os apóstolos atentamente esperando que lhe dessem algum dinheiro. No entanto, percebemos, no versículo seis, que os apóstolos lhe deram algo que sobrepujava sua expectativa, lhe proporcionara a cura. Argumentação: Isso é característica de um real avivamento, proporcionar respostas que transcendam as expectativas das pessoas. Nos dias hodiernos, os homens e a sociedade, esperam algo que ultrapassem suas expectativas. A sociedade não se satisfaz com as poucas “cócegas espirituais” que lhes proporcionamos de vez em quando. Continua... Página57


Ilustração: Conta-se de uma senhora que fora convidada a visitar um de nossos cultos de “libertação”. Quem a convidou lhe disse que aquele culto seria especial e marcaria a sua vida. Chegando a igreja, esta senhora sentiu-se extremamente intimidada com o desfile de trajes dos Cristãos. Ela foi impressionada com o vestir dos Cristãos, mas não encontrou soluções e respostas para as suas dúvidas. Aplicação: Meus irmãos, quantas pessoas tem adentrado em nossas igrejas buscando respostas para as suas vidas e apenas tem encontrado “alarido” e crente sem virtudes espirituais? Que tipo de avivamento é este que não tem sido capaz de responder as ansiedades? Está na hora de repensarmos que avivamento não deve ser sucedido de show pirotécnico, mas sim, de respostas que possam impactar a sociedade. Se é que somos verdadeiramente “avivados”. A Segunda marca que caracteriza um avivamento é... II) – Transformação de vidas (v.8) Interpretação: - Podemos observar no versículo oito quão repentinamente a vida de uma pessoa pode alterar-se para melhor. Era coxo, agora anda. Mendigava em frente ao templo, agora adentra ao templo. Seu clamor de pedinte muda e agora glorifica e louva a Deus. Argumentação: -Isso é transformação completa de vida. Esta deve ser a proposta decorrente de um avivamento: transformação de vidas. Vivemos em meio a uma sociedade desumana e corrupta. Nós sabemos que as pessoas almejam mudanças, uma vida transformada. E é isto que devemos oferecer. Continua...


Página 58

Ilustração: -Se atentarmos para o avivamento ocasionado a partir do século XVIII, por John Wesley, vemos que a proposta deste avivamento foi tão impactante na Inglaterra, que mudou, transformou o modo de pensar de uma nação, e de uma época. O álcool foi condenado, a violência combatida e até o tráfico negreiro foi banalizado. Aplicação: - Um verdadeiro avivamento deve ser caracterizado por transformações radicais. Deus deve estar cansado de observar vidas sacudidas, saracoteadas, mas, no entanto, sem nenhuma transformação de caráter. Nossos avivamentos são capazes de produzir barulhos, pulos, quedas e até gargalhadas, no entanto, não têm conseguido transformar o caráter das pessoas. Está passando da hora de nos preocuparmos com o tipo de avivamento que pregamos. Se não produzimos ingredientes para transformação de vidas o que pregamos então não é avivamento, são apenas movimentos desordenados. Conclusão: -Dizemos ser uma Igreja pentecostal e avivada, que prega o nome de Jesus. No entanto, até no meio de nosso povo encontramos crentes frustrados procurando respostas mais excelentes, vidas que nunca tiveram uma transformação. Está na hora de reavaliar-mos nosso conceito de avivamento. Avivamento não é movimento de barulho e queda. Um verdadeiro avivamento deve ser sucedido de marcas que o caracterizam. E se produzimos tais marcas é porque nosso avivamento é de palha gerando resultados de feno. Ou acordamos para isso, ou nunca poderemos transformar o caráter de ninguém, e seremos para sempre crentes mornos e sem poder nenhum em nossas vidas.

Página59


2 - Sermão No 2 2.1 – Esboço Texto: Marcos 10.46-52. Título: Disposição, um passo para a salvação. Tese: Bartimeu estava disposto a encontrar a salvação. Idéia central do texto: Bartimeu, um homem cego, ouviu falar de Jesus e dispõe-se a ir ao seu encontro. Objetivo geral: Evangelístico Objetivo específico: Mostrar aos meus ouvintes a disposição de Bartimeu em ir ao encontro de Jesus, incentivando-os a fazer o mesmo. Introdução Frase de transição: Em primeiro lugar, Bartimeu mostrou-se disposto a encontrar a salvação... I)– Enfrentando a Oposição (v.48). Frase de transição: Em segundo lugar, Bartimeu mostrou-se disposto a encontrar a salvação... II)- Despojando-se do que tinha (v. 50) Frase de transição: E por último, Bartimeu mostrou-se disposto a encontrar a salvação... III)- Sendo ávido, em ir ao encontro de Jesus(v.50) Conclusão.


Página60

2.2 – Sermão Texto: Marcos 10. 46-52 Título: Disposição, um passo para a salvação. Introdução -Nos tempos hodiernos os homens se mostram dispostos a fazerem várias coisas. Dispostos a embrenharem-se em aventuras. Dispostos a fazerem qualquer coisa para ganhar dinheiro. Dispostos a gastarem suas vidas nos mais diversos prazeres, sem se preocuparem-se com as conseqüências. Enfim, a temática de suas vidas é a disposição. E a disposição não deixa de ser uma virtude muito interessante e ativa na vida das pessoas. Porém, neste presente momento, queremos falar sobre um homem, cego de nascença e mendigo, que usou a sua disposição para chegar ao Salvador. Seu nome, apenas usado como Bartimeu, o filho de Timeu. Poucas informações temos a cerca dele. Mas sabemos que ele estava disposto a obter a salvação por meio de Jesus. Quero nesta oportunidade apresentar as formas pelas quais ele mostrou estar disposto a ter com Jesus. E assim através de seu exemplo, nós também possamos nos dispor a agir como este homem. Desejo que este desafio seja aceito por todos. -Em primeiro lugar, Bartimeu mostrou-se disposto a encontrar salvação. I) – Enfrentando a oposição (v. 48) Interpretação: Neste texto a multidão repreende Bartimeu exigindo que este se calasse. A multidão se enfureceu porque aquele audaz mendigo, tentava chamar a atenção de Jesus. Bartimeu, no entanto, não se calou em meio à oposição, gritou altissonantemente por Jesus, clamando por misericórdia e enfrentando toda a multidão. Ele estava disposto a enfrentar qualquer coisa no intuito de chamar a atenção de Jesus. Argumentação: -Hoje a constante respostada multidão, a todos quantos clamam acerca da necessidade e do sofrimento é a mesma: “Aquieta-te e cala-te”. Oposições sempre irão levantar-se , barreiras tentando impedir as pessoas de irem ao encontro de Jesus sempre surgiram. É preciso ser como Bartimeu, e enfrentar as oposições e clamar por Jesus. Ilustração: O grande educador negro, Boocker Washington, conta-nos às dificuldades para estudar e vencer na vida. Devido a sua cor enfrentou grandes dificuldades, como preconceito e discriminação racial. Mas ele enfrentou tudo isso e venceu preconceitos e discriminações, e chegou a ser como se


escreveu em um jornal norte americano: “O educador negro mais eminente do mundo”. Continua... Página 61 Aplicação: Clamar por Cristo ainda hoje pode ser algo que cause indiferença. Quem sabe até mesmo os teus amigos e familiares mais próximos possam tentar te impedir de clamar a Jesus. Mas tu precisas estar disposto a enfrentar as oposições. A reprimenda da multidão ainda ecoa. Mas já é hora de ser corajoso e enfrentar qualquer barreira para ir ter com Cristo. Ou sua coragem é menor que a do cego Bartimeu? É difícil, mas é preciso disposição, enfrentar a oposição e clamar por Jesus. Em segundo lugar, Bartimeu mostrou-se disposto a encontrar a salvação. II) – Despojando-se do que tinha (v. 50) Interpretação: Bartimeu era um cego, e a única forma de granjear algumas pratinhas era esmolar. E segundo a cultura da época, sua capa era sua credencial de mendicância, ou seja, “sua máquina de fazer dinheiro”. Mas quando ele soube que Jesus chamara não se importou de largar a capa. Nem se quer a dobrou ou pediu que alguém a segurasse. Mas ele a lançou de sobre si. Ele rejeitou a velha vida de mendigo, esta não lhe serviria mais. Por Cristo despojar-se ia de qualquer coisa. Argumentação: Hoje parece um pouco difícil abandonar as coisas, renunciar a velha vida, para ir ao encontro de Cristo. As pessoas colocam empecilhos, os mais diversos, impedindo-as a si mesmas de irem ao encontro de Jesus, apegamse as coisas fúteis, preferindo estas coisas do que a Jesus como Senhor de suas vidas. Ilustração: - “Certo moço foi ter com Jesus e perguntou-lhe: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna? Ao passo que Jesus respondeu-lhe: sabes os mandamentos? Disse o moço: sim, desde a minha infância os guardo. Quando Jesus ouviu isto, disse-lhe: ainda te falta uma coisa. Vai, vende tudo o que tens, reparte-o com os pobres e depois me segue. Mas o moço ouvindo isto se encheu de tristeza, pois era muito rico”. Aplicação: Quantos são os que hoje tem perdido a oportunidade de serem salvos, por não se despojarem de suas velhas vidas. É preciso entender que se queres obter a salvação por meio de Jesus é necessário que lances a capa do orgulho, da avareza, do ego altivo. Lances todas estas coisas de sobre ti. Despoje-se de uma vida suja e cega espiritualmente e faça como Bartimeu; disponha-se a despojar-se de uma capa imunda e vá ao encontro de Jesus.


Continua...

Página 62 -E por último, Bartimeu mostrou-se disposto a encontrar a salvação... III) – Sendo ávido em ir ao encontro de Jesus (v. 50) Interpretação: O texto menciona que Bartimeu saltou quando soube que Jesus o chamava. Nem mesmo sua cegueira foi capaz de impedir que saltasse para ir ter com Jesus. Ele não hesita em ir ao encontro de Jesus, ele enrijeceu suas pernas e andou até o encontro do Mestre. Argumentação: Nos dias hodiernos há avidez na vida dos homens para muitas coisas. Mas quando se fala em ir ao encontro de Jesus, embora os homens desejem muito isso, calam-se e sentem-se envergonhados. As pessoas sentem vontade de conhecer a Jesus, mas inibem-se em mostrar disposição para ir ao seu encontro. Bartimeu não hesitou, foi tamanha sua disposição que se levantou de um salto. Ilustração: Certo cobrador de imposto, chamado Zaqueu, desejava muito ver Jesus em meio a multidão, mas não podia devido sua pequena estatura. Então correu e subiu em uma árvore. Queria muito ver Jesus! Quando Jesus passou próximo à árvore olhou pra cima e disse: Zaqueu desce depressa, hoje me convém posar em sua casa. Zaqueu não questionou, mas desceu o mais depressa possível e recebeu Jesus com alegria. Aplicação: Assim como Bartimeu e Zaqueu é necessário “saltarmos”, não somente um salto com as pernas, mas um salto com a alma e correr até Cristo. Cristo chama ainda hoje, e o seu chamado é um chamado especial. É preciso, no entanto, que você esteja disposto em ser ávido a ir ao seu encontro e saltar a fim de atender ao seu chamado. O seu chamado é para a salvação. Está você disposto em ser ávido a ir ao seu encontro? Se não está, disponha-se. Conclusão: Hoje Cristo te chama à salvação. No entanto é preciso que estejas disposto a enfrentar a oposição das pessoas, a despojar-se da tua velha vida e que também estejas disposto a correr e ir ter com Ele. Cristo não te pressiona a nada que tu não queiras fazer. Somente espera que estejas disposto a conhecê-lo como teu único e suficiente SALVADOR. Ele quer dizer a ti, assim como disse a Bartimeu: “vai a tua fé te salvou”. Que nesta oportunidade tu não hesites um instante se quer , e disponha-se assim como Bartimeu, dando um passo para Jesus. Que tu estejas disposto a encontrar a salvação nesta oportunidade em NOME DE JESUS, AMEM!!!


Página63

O Pregador 1 – Introdução - Nos capítulos anteriores discorremos sobre os principais elementos da homilética. Apresentamos seu desenvolvimento através da história, sua importância, bem como seus principais expoentes. Aprendemos também, em que consiste um sermão, como elabora-lo, sua classificação, etc. No entanto, torna-se ainda necessário, analisar um dos elementos mais importante da pregação, ou seja, aquele que a realiza – “o pregador”. É sobre a pessoa do pregador, que agora concentraremos a nossa atenção. Quem é o pregador? O que faz? Porque faz? Quais são as credenciais ou habilidades que deve portar? Essas e outras questões serão analisadas e respondidas, a fim de compreendermos esse oficio tão glorioso e simultaneamente árduo. O pregador é então um oráculo de Deus. Ele deve relacionar a palavra de Cristo com as necessidades da congregação. Ele deve ser verdadeiro, claro, dedicado; deve ser profundo e pertinente. O pregador deve incumbir-se de seu trabalho com a determinação de levar todos aqueles com quem entra em contato a uma associação mais íntima com Deus. Sua luta constante é manter a mente dos membros concentradas nas coisas do Espírito e não na matéria. Ele deve guiá-los, a fim de que “busquem primeiro o Reino de Deus” e então não irão atentar “nas coisas que se vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”. (2Co. 4.18). Mesmo que faça uso dos instrumentos do orador público para tornar mais eficiente o seu trabalho, o seu alvo é mais elevado.

2 – Definição -O pregador é o indivíduo que, em resposta ao chamado Divino, assumiu a condição de “arauto da palavra”. Logo, seu labor consiste em vivê-la e proclamá-la aos homens, levando-os a


Cristo. Segundo Stott: “O pregador é um despenseiro dos mistérios de Deus, ou seja, da auto revelação que Deus confiou aos homens e é preservada nas escrituras”. Página64

Recomendações práticas para Pregadores iniciantes

1 – Introdução Sabemos que para pregar não basta simplesmente escolher um bom texto, estudá-lo e assim fica tudo resolvido. Como pregadores sabemos que existem algumas barreiras a serem superadas, alguns problemas a serem resolvidos. Existem pelo menos, três problemas fundamentais que os oradores principiantes geralmente enfrentam. Podemos classificá-los da seguinte forma: a) – O Probleminha: Consiste em ir à frente falar e encarar o auditório; b) – O Problema: Consiste em falar ao público; c) – O Problemão: O problema, o eterno problema que preocupa principalmente os grandes oradores, está em parar de falar.

COMO RESOLVER ESSES PROBLEMAS? Já detectando que os problemas existem, agora é preciso saber como resolve-los. Para isso, vamos trabalhar com cada problema separadamente.

2 – Probleminha O probleminha poderá ser resolvido da seguinte maneira: 2.1 – apresentação pessoal do Orador O orador deve apresentar-se limpo, cabelos cortados e penteados, barba feita, botões abotoados, gravata alinhada, paletó fechado, nada aparecendo nos bolsos, sapatos engraxados, aliança no dedo ( caso seja


noivo ou casado ). Deve evitar cores berrantes e usar roupas que não combinam. Olhar franco de frente para o auditório. Página 65

Algumas dicas importantes Ao escolher a roupa, os sapatos, o corte de cabelo, os óculos e todos os acessórios que constituem a sua aparência, considere sempre o seu bemestar e a impressão que estará causando nos ouvintes. A roupa precisa ser vistosa e atraente; Não deve, porém, chamar mais atenção do que o pregador.

2.2 – A postura do Orador A postura para os homens deve ser semi-militar, com os pés ligeiramente afastados, em posição de descanso militar. As senhoras deverão, sempre, ter um dos pés em frente ao outro, como se estivessem equilibrados em um arame esticado.

1º) – Não falar de olhos fechados; 2º) – Não falar muito baixo; 3º) – Não gritar o tempo todo; 4º) – Saber usar a voz e o microfone; 5º) – Não sapatear e nem esmurrar o púlpito; 6º) – Não repetir desnecessariamente expressões (aleluia, glória Deus, amém, né, entendeu, pois é... não é?... tá!... na presença do senhor...); 7º) – Não apoiar-se sobre o púlpito indevidamente; 8º) – Não fazer imitações de bichos, pessoas, móveis, etc.; 9º) – Não contar gracejos ou mentiras como ilustrações.


Página 66

3 - Problema O problema será vencido da seguinte forma: a) – Falar dizendo alguma coisa; b) – Falar o suficiente; c) – Falar com conhecimento do assunto; d) – falar com honestidade. Para isso são necessários os seguintes elementos:

3.1 - Cultura A cultura guarda o pregador da unilateralidade de pensamento e guarda o púlpito da pobreza mental. O pregador culto influencia os ouvintes, despertando maior interesse. Além disso, oferece melhores resultados para compreensão do auditório impondo respeito e autoridade. Conserva a mensagem numa esfera mais elevada, não desce às banalidades e nem sobe as alturas inatingíveis pelo auditório.

3.2 – Teologia O conhecimento teológico é de suma importância para o pregador. Isso o possibilita ser um apologista muito eficaz no combate ao erro e em defesa da fé. (1Pe. 3.15).

3.3 – Psicologia Ciência que estuda o comportamento humano.

3.4 – Filosofia Ciência que ensina refletir, pensar, analisar, e ter uma visão mais elevada do pensamento humano.

3.5 – Sociologia A fim de compreender os problemas que afligem a humanidade.

3.6 – Geografia Para localizar no espaço os seus conhecimentos.

3.7 – História Para examinar e relacionar os acontecimentos sociais, econômicos e físicos, com relação aos fatos bíblicos.

3.8 - Língua Pátria Para comunicar-se com eficiência.


Página67

4 – Problemão O grande e eterno problema, tanto dos oradores principiantes como o de tribunos “tarimbados” é o de saber o momento certo de parar de falar. O problemão pode ser resolvido da seguinte maneira: o orador ao atingir o clímax do discurso, resumir as razões da sua afirmação inicial, reafirmar sua idéia-mãe e, se for o caso, reforçar a idéia-mãe; apelando para as emoções do auditório. O final deve impressionar os ouvintes e precisa ser vigoroso e persuasivo. Elementos adjacentes a gesticulação na pregação A gesticulação de um homem, bem como sua “escova de dente”, devem ser coisas muito pessoais e, como todas as pessoas são diferentes, sua gesticulação deve ser individual. Deve apenas agir com naturalidade. 1 - Voz A voz é o som produzido pelo homem quando fala palavras. A voz deve ser ouvida, entendida (dicção), a voz deve agradar, deve ser expressiva, ou seja, mostrar o que vai dentro da alma do pregador. A voz deve ainda ser eloqüente. a) – A Influência da voz: A nossa voz tem grande influência nas nossas pregações. As pessoas preferem ouvir uma pessoa de voz agradável. Portanto, as pessoas que possuem voz clara, limpa e sonora levam vantagem sobre as demais. É comum as pessoas se sentirem satisfeitas ao ouvir uma pregação pelo simples prazer de ouvir, além de um bom sermão, a voz agradável do pregador. b) – Defeitos da voz: Ninguém gosta de ouvir uma pessoa que tenha defeito na voz. Precisamos, pois, na medida do possível, eliminar os nossos defeitos. Alguns defeitos têm causa puramente psicológica. Estas não são muito difíceis de eliminar. As causas


físicas, no entanto, precisam de maior atenção médica profissional. Página 68

Os principais defeitos na voz são: I - Voz monótona: A voz monótona, por exemplo, se deve a falta de variação no volume de voz. II - Voz fanhosa: Geralmente a voz fanhosa é devida ao fato de expelirmos o ar pela boca e pelo nariz, simultaneamente. Se não houver defeito físico, esta falha pode ser corrigida por meio de exercícios. III – Voz baixa: A voz baixa é desagradável por exigir um grande esforço dos ouvintes afins de entender o pregador. Quase sempre é provocada por excesso de timidez. V – Voz áspera ou rouca: A voz rouca é desagradável ao ouvido humano, portanto, é necessário corrigi-la. V – Voz estridente: A estridência não é propriamente um defeito. Na maioria das vezes é apenas conseqüência da nossa falta de controle sobre o volume da voz. c)– Características de uma boa voz: Para termos uma voz bonita precisamos aprimorar a emissão, a articulação, e a dicção. Portanto, devemos seguir as recomendações a baixo: 1 – Pronunciar corretamente as palavras; 2 – Não enfraquecer a pronúncia no final das frases; 3 – Não falar com a boca cheia de saliva; 4 – Não falar com a boca fechada; 5 – Não gritar constantemente; 6 – Não falar pelo nariz; 7 – Não deixar os pulmões esvaziarem-se; 8 – Falar no tom adequado; 9 – Fazer pausas e intervalos irregulares; 10 – Elevar o tom nas palavras que merecem ser


enfatizadas. Página 69

2 – Cabeça A cabeça caída para trás, com o queixo apontando agressivamente para os ouvintes, dá a impressão de insolência e de desprezo pelos ouvintes. A cabeça caída para o lado direito ou esquerdo, indica moleza e falta de energia. Cada um de nós tem gestos característicos e movimentação própria. Em linhas gerais, no entanto, devemos: a)– Falar com a cabeça erguida; b)– Olhar para todas as pessoas do grupo enquanto falamos; c)– Evitar fazer muitos gestos; d)– Não ficar imóveis, mas também não exagerar na movimentação; e)– Não ficar tirando e colocando os óculos. 3 – Mãos A mão levantada, aberta, indica a ausência de armas, apazigua o desconhecido, punhos cerrado, indica claramente intuitos de agressão e o dedo indicador apontado, sempre foi símbolos de chefes. a) – As mãos e a movimentação: Ao pregarmos não devemos ficar com as mãos unidas às costas. Não devemos, também, deixar uma das mãos no bolso enquanto gesticulamos com a outra. Os braços e as mãos devem ficar soltos, com os dedos ligeiramente curvados. c) – As mãos como “pára-raios das emoções”: As mãos indicam, claramente, o estado emocional do pregador. As mãos trêmulas mostram nervosismo e enervam a assistência; mãos encolhidas indicam medo, defesa e insegurança, mãos escondidas dão ar de mistério, etc. Toda vez que o pregador sentir-se nervoso, as mãos devem apertar uma a outra, o que proporcionará um perfeito domínio emocional. As mãos devem segurar-se mutuamente, firmemente. Não devem mover-se, esfregar-se uma na outra, nem os dedos devem indicar qualquer movimento. Unidas e imóveis, eis a posição certa.


Página70

4 – Rosto O rosto é um elemento corporal que comunica com excelência, pois o que se passa na alma, frequentemente se reflete na face. Segundo Polito: “A tristeza, a alegria, o ódio, a compaixão, a esperança, a benevolência, enfim, todos os sentimentos são refletidos pela nossa fisionomia”. Por exemplo: Algumas pessoas quando envergonhadas ficam com a face ruborizada, há quem ao levar um susto, apresente intensa palidez facial. De fato, ainda que não desconsideremos o adágio popular que afirma: “Quem vê cara não vê coração”, no entanto, certamente que o rosto pode expressar com muita fidelidade o que se passa no interior das pessoas. Por conseguinte, no caso do pregador, este pode expressar, conscientemente, uma gama de sentimentos que se passa em seu interior, mediante expressão facial adequada. Evidentemente, a expressão do rosto deve estar de acordo com o conteúdo da fala. 5 – Olhos É interessante pensarmos na importância dos olhos na comunicação. Percebe-se nitidamente esta relevância no ato da pregação, pois é recomendável que o pregador faça uma “leitura” da resposta do auditório à sua mensagem, para fazer alguns ajustes. Polito ratifica: Quando olhamos para as pessoas no auditório, percebemos, pelas suas reações, se elas estão entendendo, concordando conosco ou assimilando a mensagem. Se notarmos qualquer tipo de desinteresse do público, alguma discordância ou dificuldade de entendimento nas informações será possível modificarmos nossa atitude, adaptando a mensagem para reconquistar a platéia. Mas, como poderemos perceber a reação do auditório diante do sermão, se ignorarmos isto? Outro detalhe importante: as pessoas sentir-se-ão valorizadas se forem observadas pelo pregador e, por conseguinte, ficarão atentas a pregação. Igualmente, os olhos podem comunicar conceitos, sentimentos com grande eloqüência e


vivacidade, que talvez, dissociados do olhar não possam comunicar. Página 71

O Preparo do Pregador -A palavra de Deus afirma que “a fé vem pela pregação e a pregação, pela palavra de Cristo”. (Rm. 10.17). Como é possível, então, que surjam dificuldades quando esta palavra é proclamada? Não obstante, o conteúdo de o sermão ser a palavra divina, a mesma é divulgada pelo instrumento humano que, naturalmente, pode apresentar dificuldades. Estas por sua vez, se não forem tratadas podem comprometer a própria mensagem bíblica. Portanto, o problema não está na Palavra de Deus, mas em sua proclamação, quando feita principalmente por pregadores que não admitem suas imperfeições pessoais na arte da homilética. Infelizmente, alguns que pregam não consideram a realidade de que tal incumbência requer diligente preparo bíblico-teológico, conhecimentos gerais etc. (...) Billy Graham, certa vez disse: “Se voltasse à estaca zero no ministério eu faria duas mudanças”. Os ouvintes pareciam assustados. O que ele queria dizer? “Primeiro, estudaria três vezes mais do que fizera, aceitaria menos convites para pregar; preguei demais, e estudei insuficientemente”. “A segunda mudança é que, dedicaria mais tempo à oração”. E quanto a nós? Não será necessário avaliar o nosso ministério de pregação? Podemos abdicar da pregação? Se tivermos o senso da grandeza e seriedade da pregação apresentada acima, certamente que essa questão será considerada com muita seriedade. Há uma vinculação especial entre mensagem cristã e vida do pregador. São elementos indissociáveis. Paulo escreveu a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres (...)”. Os que anunciam a palavra de Deus devem estar dispostos a obedecerem-na; devem demonstrar, de modo concreto, a vivencia dos princípios morais bíblicos apresentados nos sermões. Que o nosso Deus e Senhor de nossas vidas, “Jesus Cristo”, possa nos abençoar, e que nós possamos ter a coragem, e a certeza


que teve o apóstolo Paulo dizendo: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo”. (1Co. 11.1; cf.1Co. 4.16; Fp. 3.17). Página 72


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.