PREPARADO E COMPILADO POR ELISEU S. SOARES
IGREJA AS MARAVILHAS DE JESUS 1998 2
OS INCONTESTÁVEIS DONS ESPIRITUAIS Não se pode negar a importância desse assunto no contexto da vida cristã. Os dons do Espírito são atribuições que Deus confere aos crentes, a fim de que estes se desenvolvam para o crescimento do corpo de Cristo, que é a Igreja. Deus quer o crescimento da Igreja. E se os dons são os meios que Ele nos concede para esse crescimento, logo eles ganham grande importância na vida cristã e no serviço que prestamos ao Senhor. Desconhecer o ensino das Escrituras a respeito dos dons espirituais é privar-se dos recursos divinos postos a nossa disposição. Para que haja verdadeira compreensão de todos os pontos à serem abrangidos neste trabalho, não basta apenas a participação comum, mas essencialmente a oração e o jejum. Aprofundemos nosso conhecimento dos dons espirituais e capacitemo-nos para servirmos melhor ao nosso Deus!
O DOM DO ESPÍRITO SANTO As verdades pentecostais são fatos incontestáveis revelados na Bíblia Sagrada. Elas foram prometidas e cumpridas integralmente na vida dos que creram, os quais experimentaram manifestações poderosas de Deus em suas vidas, que os levaram a falar e realizar proezas fantásticas, resultando na salvação das almas e na expansão do Reino de Deus. Neste estudo vamos considerar o DOM e OS DONS DO ESPÍRITO, procurando esclarecer o significado desta expressão, já que deve ser feita urna distinção entre O DOM e OS DONS do Espírito Santo. Leia 3. João l4:15-17. Note que no ultimo versículo Jesus enfatizou que o Espirito de verdade no está no mundo, mas estava com os discípulos (na forma do Filho de Deus) e estaria no futuro como o Consolador, João 14:7. A expressão "DOM DO ESPÍRITO SANTO" não significa alguma coisa que o Espírito Santo dá, mas o próprio Espirito oferecido como dadiva. No Antigo Testamento, temos que somente alguns privilegiados (profetas), tinham condições de dirigir-se a Deus sem intermediários; por isso; com a morte de Cristo na cruz o homem veio a ter acesso a Deus, (Espírito Santo) pela sua conversão. O Espirito Santo foi concedido primeiramente aos discípulos de Jesus. Leia Lucas 24:49 e Atos 2:1-4. Os seguidores de Jesus obedeceram a determinação de permanecer em Jerusalém, e no tempo determinado por Deus para o cumprimento da promessa, "estavam todos reunidos no mesmo lugar". Isso aconteceu no dia de Pentecostes, uma festa que os judeus realizavam anualmente para celebrar a estação das colheitas. Para uma compreensão adequada de toda a doutrina do Espírito Santo, é necessário que se evite uma interpretação talvez distorcida de alguns aspectos dessa passagem. Primeiramente, não soprou qualquer vento na casa onde estavam reunidos. O que houve foi um barulho semelhante ao de um vento forte. Esse ruído foi que encheu toda casa. Também não desceu fogo do céu, mas apareceram línguas como que de fogo, isto e, algo semelhante a labaredas de fogo. Foi uma manifestação especial, de Deus. Outro aspecto é o das línguas que foram faladas. Eram línguas inteligíveis, pois os peregrinos que estavam em Jerusalém, entendiam o que estava sendo falado, cada um no idioma de sua nação. Foi. um milagre concedido pelo Espírito Santo e o cumprimento da profecia de Joel 2:28-32, da qual Pedro mais tarde testificaria, Atos 2:16-21. Aquelas pessoas receberam o Dom do Espírito Santo, ou seja, a presença Divina diretamente nas suas vidas. Mais adiante Pedro falou em seu discurso das condições necessárias para se receber O DOM. Leia Atos 2:37-39.
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Quando interrogado, a resposta de Pedro dividiu-se em três fases: Arrependei-vos. Cada um de vos seja batizado em nome Jesus Cristo para perdão de pecados E recebereis O DOM do Espírito Santo. Ao seguir estas etapas, a pessoa deixa de ser participante do mundo (João 14:17) para ser Filho de Deus e, com isso tem o direito de possuir Deus em sua vida, ou seja, a dadiva do Espírito Santo. Ainda em Romanos 6:23, as Escrituras mostram que o Dom do Espírito Santo não resume-se apenas em Sua presença no homem convertido, mas também lhe da o direito da vida eterna. 1) 2) 3)
OS DONS DO ESPÍRITO NO ANTIGO TESTAMENTO. Este estudo não ficaria completo, se nos restringíssemos ao Novo Testamento. No passado, os escolhidos de Deus receberam uma infinidade de tarefas a cumprir, e de acordo com a sua missão recebiam um talento todo especial para cumpri-las. Vejamos alguns exemplos. PROFETAS: Em muitas ocasiões eram homens humanamente incapazes de cumprirem semelhante missão, mas receberam de Deus um dom especial para agirem segundo a vontade do Espírito de Deus. (Jeremias 1:6-9; Isaías 6:1-8; I Reis 19:19-20) LÍDERES: Os maiores exemplos de liderança encontrados na Bíblia possuem uma inconfundível marca da unção do Espírito de Deus. (Êxodo 3:9-12) A FORÇA DE SANSÃO: Nenhum, homem em sua natureza normal, poderia realizar as proezas incríveis que Sansão realizou movido pelo espírito de Deus ( Juizes 14:6) O GUERREIRO DAVI: O filho de Jessé, não somente foi um dos reis de Israel, mas um dos maiores guerreiros já visto nas Escrituras. As batalhas que travou e suas grandiosas vitorias, são prova suficiente da presença divina naquele homem que a todos impressionou desde a sua meninice. (i Samuel 16:13; 17:42-47) CONTRUTORES: Existe o homem naturalmente sábio para qualquer trabalho, mas no caso de Bezaleel, sua capacidade dom de Deus (Êxodo 31:1-6) No Antigo Testamento encontramos o Espírito do Senhor atuando em pessoas escolhidas, e dando-lhes poderes especiais para a realização de tarefas especificas, Observa-se entretanto, no Antigo Testamento, que o Espírito atuava temporariamente sobre os homens, voltando a se apossar deles em diferentes ocasiões, como foi o caso de Ezequiel (2:1-2). Os exemplos mais impressionantes são os de Sansão (Juizes 16:20) e Saul, de quem o Espírito de Deus se retirou (1 Samuel 16:14). Apesar da ação limitada do Espírito Santo no Antigo Testa mento, existem lá promessas, de uma atuação diferente, no futuro. Ele atuaria no Messias (Isaías 11-1-5; 42:1-3), e ainda, também no povo, mas não do mesmo modo restrito (Joel 2:28-29; Isaías 44:3). A transição para esta nova era se deu no dia do Pentecostes.
O ESPÍRITO SANTO VEIO HABITAR EM UM NOVO TEMPLO Em dois grandes momentos no Antigo Testamento, houve uma manifestação visível da presença de Deus. A primeira delas ocorreu quando Moisés levantou o Tabernáculo (Ex.40:34-35). Apareceu urna nuvem que cobriu a tenda da revelação, como urna prova visível da que "a gloria do Senhor enchia o tabernáculo". Outro grande momento foi por ocasião da 4
dedicação do Templo de Salomão ( 1 Reis 8:10-11). Uma nuvem encheu o Templo de tal forma que os sacerdotes não podiam manter-se em pé, "porque a glória do Senhor enchera a casa do Senhor No Novo Testamento encontramos um novo Templo onde Deus vem habitar. Não e um templo feito de ouro ou pedras preciosas1 mas e a casa espiritual, edificada com as pedras vivas - designação que Pedro usa para se referir aos crentes (1 Pedro2:5). Este novo templo e a Igreja de Cristo! 8 assim como Deus se fez presente na edificação do Tabernáculo e na dedicação do Templo de Salomão, também Ele se fez presente, através do Espírito Santo, no nascimento da Igreja. E assim como houve; antigamente; a manifestação visível de Deus, através da nuvem, também na nova era ocorreram manifestações visíveis e audíveis de dons espirituais na Igreja, começando no dia do Pentecostes e prosseguindo em exemplos por todo o Novo Testamento. A grande diferença e que agora o Espírito Santo não enche um lugar ou ambiente, mas habita em pessoas regeneradas que for mas a Igreja. Paulo se refere a essa realidade quando diz que os crentes são, "... juntamente edificados para morada de Deus no Espírito" (Efésios 2:22). Depois do Pentecostes o Espírito passou a habitar na vida dos crentes para sempre, de acordo com a promessa de Jesus em ti João 14:16 - "...para que fique convosco para sempre". Porém ha um cuidado todo especial que aqueles que recebem O D05 do Espírito, devem observar. Em 1 Tessalonissenses 5:19, a Bíblia nos exorta a não extinguirmos o Espírito. Isso significa impedir a sua livre atuação em nossa vida, abafar sua voz, deixar de segui sua orientação não procurar os DONS espirituais e
O ESPÍRITO SANTO NA IGREJA PRIMITIVA Quando o poder do Espírito foi derramado na Igreja1 Pedro reconheceu imediatamente esse fato como o cumprimento da promessa feita através do profeta Joel (Atos 2:16-19; Joel 2:28-29) e, principalmente a que fora feita pelo Senhor Jesus (João 16:7; Atos l:4). Posteriormente, ele e Paulo reconheceram como sendo também a promessa feita através de João Batista (Atos 11:16; Mateus 3:11-12) É importante notar que o maior sinal visto na Igreja primitiva, de que havia algo diferente e nunca visto jamais, era a manifestação direta de Deus no povo por meio de diferentes dons. Os Apóstolos não só haviam recebido o Espírito Santo, como também tinham grande interesse que todos os cristãos adquirissem este poder de Deus. Vejamos algumas manifestações especiais do Espírito Santo nos primórdios da Igreja.
NOS JUDEUS CONVERTIDOS: No dia do Pentecostes todos foram cheios do Espírito Santo (Atos 2:l-4) que passou a operar entre eles como dom da sabedoria e da ciência corno na pregação de Pedro (Atos e mais tarde operando curas (Atos 3:l8) As manifestações de poder eram tão grandes entre eles que os descrentes ficavam pasmados, maravilhados, assombrados e atônitos (Atos 2:7,12; 3:l0,11; 4:13). EM CESARÉIA NOS GENTIOS CONVERTIDOS: Quando Pedro pregava na casa de Cornélio, enfatizou a obra redentora de Jesus, e corno resultado receberam o Espirito Santo (Atos 10:42-46) EM ÉFESO: Paulo, assim como os outros apóstolos, não perdia oportunidade para mostrar aos novos convertidos as maravilhas do Espirito Santo (Atos 19:1-7) Pergunta-se agora: por que a Igreja primitiva tornou-se tão poderosa e convicta em sua fé? Não resta dúvida que o fundamento desta fé e ousadia estava não só no fato de crerem em Jesus Cristo corno o prometido Salvador, mas também na viva presença do Espirito na forma dos DONS ESPIRITUAIS.
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O QUE SÃO DONS ESPIRITUAIS A palavra "DOM" vem. do vocábulo grego CHARISMA, significando "donativo de caráter imaterial, dado de graça". Os dons pois, são capacidades sobrenaturais concedidas pelo Espírito Santo com o propósito de edificar a Igreja. São atribuições do Espirito dadas aos crentes para que se desenvolvam espiritualmente. Através destes recursos, o Senhor revela o seu poder e sabedoria aos instrumentos que os recebem e bem os utilizam.
A FINALIDADE DOS DONS Deus concede os dons para que eles sejam empregados na obra cristã, ou seja, para edificação espiritual da Igreja e para salvação do pecador. O Apóstolo Paulo preocupou-se em que os coríntios não permanecessem ignorantes a respeito dos dons espirituais (ICor.12:1), e exortou Timóteo a despertar o dom de Deus que havia nele (2Tim.1:16). Os dons revelam ao mundo a Igreja como corpo de Cristo (Efésios 1:22-23) e isto é válido tanto para ministros como para os demais crentes (Marcos 16:20; Atos 4:29-30). Por esta razão devem os dons se manifestar nos trabalhos regulares da Igreja como ocorria na Igreja primitiva. É anti-bíblico criar um trabalho, ou ministério especial, em torno de um determinado dom espiritual como: profecia, cura, maravilhas, etc... Se um dom é exercido para demonstração de orgulho pessoal ou exibicionismo, não é dom do Espírito Santo, mas uma farsa. (Atos 19:1316) Cada um em particular deve empregar na Igreja o talento e os dons como receberam do Senhor para edificação de TODOS. A Igreja é comparada a um edifício espiritual, e os dons ajuda, a manter sólido este edifício (Efésios 4:12-16). Como vimos nesta passagem bíblica, Paulo afirma que os dons são concedidos com vistas ao aperfeiçoamento dos santos. A palavra "aperfeiçoamento" pode ser traduzida com o objetivo de ser equipado ou preparado. A finalidade dos dons é que os crentes fiquem equipados para a obra do ministério. Por isso nem todos tem o mesmo DOM, a fim de que todas as áreas de serviço dentro da Igreja sejam beneficiadas, e o corpo de Cristo seja edificado. Os dons beneficiam a Igreja de um modo geral, porém devemos observar que o crente em particular também é galardoado. O uso do dom propicia ao crente: COMUNHÃO: Tudo o que o crente recebe de Deus, gera nele uma vida de gratidão (2Cor. 9:15), e seu amor para com Deus aumenta a medida que ele exerce os dons espirituais (Efésios 3:16-19). FORTALECIMENTO NA FÉ: Os dons são usados segundo a fé. (Rom. 12:3,6) e resultam em atos de fé (ICor. 2:4-5) e esta é constantemente fortalecida (Rom. 1:11-12). SANTIFICAÇÃO: As escrituras comparam o cristão a um vaso de barro, onde o Senhor derrama o seu poder (2Cor. 4:7), Para que haja a presença divina constante em sua vida e possa ser usado, é necessário santificação. Obs: a santificação também é um fruto ou resultado do dom espiritual. (ITess. 4:7-8). HUMILDADE: Deus concede dons as pessoas simples e humildes como foi o caso dos apóstolos, muitos deles homens indoutos. Os dons de Deus geram nos humildes maior capacidade de açao do Espírito Santo (Atos 2:46-47; 3:12). Para concluir, é necessário ressaltar que todos os dons são úteis e necessários. A Igreja de Corinto tinha todos os dons, (ICor, 1:7). Sem, a atuação dos dons espirituais, a Igreja restringir-se-á a um nível puramente humano.
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COMO ADQUIRIR OS DONS Conhecendo a importância e finalidade dos dons na vida cristã podemos concluir que os mesmos são indispensáveis a nós. Mas então como os receberemos?? Qual o caminho para chegar a eles?? A Bíblia nos orienta a buscar os dons(ICor.l2:3l; 14:l). Se alguém deseja ser um instrumento nas mãos do Senhor, precisa incessantemente pedir, buscar, procurar. Para que alguém alcance um dom espiritual é preciso pedir, mas no entanto, isto não é tudo, Se não houver ORAÇÃO e FÉ, de nada adiantará pedir. Um grande exemplo de oração e fé encontramos no profeta Elias ao desafiar os profetas de Baal. Elias orou, e creu e Deus operou, (IReis 18:30-39) A oração é o meio básico para recebermos tudo que precisamos ou almejamos; e a oração que abre todos as portas; e quanto mais intensamente orarmos maiores serão as bênçãos, (Lucas 18: 1; ITess. 5:17; 1 Pedro 3:12). Certamente que se alguém ora a Deus, indispensavelmente deve ter fé para, receber o que pede. Se não crermos que o dom que pedimos esta em nós; pois Deus pode confirmar com um sinal; imediatamente poderemos perdê-lo. A FÉ será a segunda, chave para recebermos os dons em nossa vida (Hebreus 11:1; Gal.5:6; 3:2,5,7; Lucas 17:6; Heb.11:,6). Quando unirmos a FÉ e a ORAÇÃO, teremos acesso a todos os dons espirituais. Como vimos anteriormente, o homem regenerado passa a ser considerado "casa espiritual do Senhor", e ciente desta, honra, e responsabilidade do mesmo zelar para conservar o Espírito Santo em sua vida. Está escrito: "Não extingais o Espirito" (1 Tes.5:17), e com isso a Bíblia nos admoesta a agirmos como verdadeiros templos do Espírito Santo, e para que o mesmo não desapareça de nossa vida, é necessário que haja liberdade espiritual; ou seja; precisamos demonstrar que Deus não apenas mora em nós, mas muito mais que isso, Ele atua em nós por meio dos DONS ESPIRITUAIS. O crente que se entrega sem reservas a ação do Espírito, e manifesta avivamento no louvor e na oração em voz alta, facilmente podará ser galardoado com um novo dom espiritual. Quanto maior liberdade no espirito, maior será a recompensa nos dons; quanto menor o avivamento, mais próximos estaremos do raquitismo espiritual. (Efésios 5:14-18; Rom. L2:11; Gal.3:3; I Cor. 14:1 e 12; II Tim 1:6-7; Lucas 19:37-40).
IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS DONS Nas listas de dons espirituais em Romanos, I Coríntios e Efésios, Paulo relaciona uma série de diferentes dons. Essas listas não são exaustivas, o que significa dizer que Paulo não estava preocupado em apresentar uma relação completa de dons. Existem outros que não estão incluídos nas três passagens. Em Romanos 12:6-8 Paulo inclui: profecia, ministério, ensino, exortação, beneficência, liderança, misericórdia - sete dons. Em I Corintios 12:8-10, aparecem: sabedoria, ciência, fé, cura, operação de maravilhas, profecia, discernimento de espírito, variedade de línguas, interpretação de línguas - nove dons. Em Efésios 4:11-l2, Paulo menciona: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, doutores cinco dons. Em 1 Coríntios 12:28-30: apóstolos, profetas, doutores, milagres, cura, socorro, governo, variedade de línguas, interpretação de línguas - nove dons. Como se pode notar a1guns deles são repetidos, às vezes aparecendo até nas quatro listas. Para efeitos didáticos vamos agrupar os dons, classificando-os de acordo com a sua
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natureza. A classificação que é mencionada a seguir, não é a única possibilidade, mas é uma tentativa de colocar num mesmo grupo os dons que sejam semelhantes, a fim de facilitar o estudo dos mesmos. 1)
Os Dons da Proclamação - Profetas, apóstolos, evangelistas, pastores.
2)
Os dons da Instrução - Ensino, exortação, sabedoria, ciência e doutores
3)
Os dons da Beneficência - Misericórdia, socorro, contribuição.
4)
Os dons da Percepção Espiritual - discernimento de espírito, revelação, inspiração, sonhos e visão.
5)
Os dons da Administração - ministério, governo e liderança.
6)
Os dons do Poder - curas, milagres, operação de maravilhas e fé.
7)
Os dons de Elocução - línguas estranhas, Interpretação de línguas e profecia.
OS DONS DE PROCLAMAÇÃO "PROFETAS" Leia I Coríntios 14:1,3-5,24,25,29-33,39,40. Entre os dons espirituais, a Bíblia aponta o dom de "profecia" como o mais importante dom do Espirito Santo. Sua finalidade é edificar, exortar, consolar, revelar os segredos, do coração e salvar. O profeta no sentido bíblico, é aquele que fala por Deus e em nome de Deus; que tem uma percepção profunda da vontade de Deus e a proclama ao povo. Basicamente o profeta e um proclamador. O dom da profecia não deixa de ser uma habilidade sobrenatural de se transmitir a mensagem de Deus através da inspiração direta do Espírito Santo (ICor.l4:30; 2Pedro l:2l). É preciso fazer-se uma distinção entre o oficio da profecia e o dom da profecia, este último, enfatizado no Novo Testamento. O "oficio profético", como tal já se encerrou (Lucas 16:16). Deus utilizou profetas ao longo do tempo para revelarem a vontade divina aos homens. Os grandes profetas do Antigo Testamento foram levantados por Deus com essa função (ISamuel 3:20; 8:22). Eles foram ferramentas usadas por Deus em Sua revelação aos homens. Hebreus 1:1 salienta que Deus antigamente falou através dos profetas. O oficio profético teve sua época! Na Bíblia (revelação escrita), temos o registro de tudo aquilo que Deus desejou deixar para nossa orientação espiritual. Não há mais outra nova revelação que precise ser feita além daquilo que esta escrito. A profecia não pode alterar nem contradizer a Bíblia!! A Bíblia é a profecia completa, perfeita e infalível de Deus, nada pode ser tirado ou acrescentado a ela (Apocalipse 22:18-19). Toda profecia tem de estar de acordo com a Bíblia. Deus não se contradiz nem é Deus de confusão (ICorintios 14:33). Como entender-se então o "dom da profecia"? Paulo deu grande importância a este dom. Nos capítulos 12 a 14 de 1 Coríntios, os termos profeta, profecia e profetizar são empregados vinte e duas vezes. É um dom que deve ser procurado por todos (1Cor. 14:1,39), mas a sua utilização deve ser orientada por propósitos divinamente definidos. A profecia deve existir para "edificação, exortação e consolação (ICor, 14:3); para convencer o incrédulo ou indouto e leválo também a adorar a Deus" (ICor. 14:24-25); e para que "todos aprendam e sejam consolados" (ICor. 14:31).
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O dom da profecia segundo o ensino de Paulo, não consiste em fazer previsões ou apresentar novas revelações além daquelas que estão contidas nas Escrituras. Consiste sim em proclamar a vontade de Deus sob a orientação divina, com os propósitos acima mencionados. Por essa razão Paulo deu ênfase ao dom, da profecia ou proclamação inspirada da verdade divina, pois é através da mesma que as pessoas ouvem, crêem e invocam o nome do Senhor Jesus para serem salvas (Rom. 10:13-15). O dom da profecia é dado para a edificação da Igreja, e nesta deve ser usado! O seu uso desordenado em pequenos grupos, ou nos lares, sem a devida supervisão dos ministros constituídos por Cristo pode gerar sérias conseqüências. Outro perigo e reunir-se ao redor de alguém que tenha o dom de profecia, transformando-o numa espécie de messias que, via de regra, não reconhece a autoridade nem da Igreja, nem do Pastor, nem do Ministério (Isaías 8:20; Mateus 7:20). Os profetas a quem Deus quer usar, devem coincidentemente aguardar sua vez de profetizar (quando Deus quiser usar mais de um), para que não haja atropelamento de mensagens, e com isso ocorra a confusão (ICor. 14:29-33). Quanto mais proclamadores houver, melhor, desde que sejam inspirados pelo Espírito de Deus, e enquadrem sua mensagem na revelação bíblica. A função do Espírito é iluminar a mente dos que foram chamados para cargos proféticos, para que compreendam a Palavra de Deus e a apliquem com uma profundidade inigualável. A profecia pode soar como verdade recém-revelada, mas para ser verdadeira precisa ser baseada na Palavra de Deus. Deus não pode usar nenhum profeta que esteja fora de sua vontade, portanto é bom lembrar que se não houver "comunhão, fé, santificação e humildade", tal pessoa e inapta à profecia verídica (Deut.13:1-4).
"APÓSTOLOS" A palavra APÓSTOLO significa "AQUELE QUE É ENVIADO". É uma palavra usada em dois sentidos diferentes no Novo Testamento. O primeiro é um sentido técnico, referindo-se ao grupo dos doze que Jesus selecionou dentre os seus discípulos. A narrativa dessa escolha aparece nos Evangelhos de Mateus e Lucas. Em Lucas 6:12-16 aparece a distinção clara entre discípulo e apóstolo. Havia muitos discípulos ou seguidores de Jesus. Naquela ocasião, o Senhor os chamou e dentre eles escolheu doze, a quem deu o nome de apóstolos (V.13). Em Mateus 10, aparece uma descrição minuciosa da missão dos apóstolos, destacando-se a responsabilidade de proclamar. Eles deveriam anunciar a chegada do reino dos céus (V.7); eles próprios não falariam, mas o Espírito Santo falaria por meio deles (V.20); os que recebessem do Senhor deveriam anunciar (V.27). Neste sentido técnico, a palavra é também aplicada com referência a Matias, que foi escolhido como sucessor de Judas (Atos 1:15-26). Nos critérios adotados para escolha deste substituto, encontramos os requisitos para a identificação de um apostolo: 1) deveria ter seguido Jesus desde o principio; 2) deveria também ser uma testemunha da ressurreição do Senhor; 3) a aprovação final seria de Deus. O segundo uso da palavra APÓSTOLO, no Novo Testamento, aparece em um sentido mais generalizado, aplicado a alguns indivíduos fora do círculo dos doze apóstolos originais. Paulo reivindicou para, si o título de apóstolo do Senhor Jesus Cristo (Romanos 1:1; Gálatas 1:1,). Apesar de não ter seguido a Jesus durante o seu ministério público, ele se considerava uma testemunha da ressurreição, pelo fato de Jesus ter aparecido a ele na experiência da estrada de Damasco (Atos 9:4-5; ICor. 15:7-8). Além de Paulo, encontramos nas Escrituras outros nomes como Barnabé (Atos 14:14), os mensageiros que acompanharam Tito (II Cor. 8:23), Epafrodito (Fil. 2:25) e outros. Tanto para os acompanhantes de Tito como para Epafrodito, a palavra "grega" empregada e apóstolo, traduzida em nossas bíblias como mensageiro, embaixador ou enviado.
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Neste caso, o apóstolo é um missionário, enviado com a missão especial de proclamar o Evangelho ou realizar outra tarefa específica. Neste sentido o Espírito Santo ainda hoje concede este Dom. Assim é que usamos epitetos como "O Apóstolo dos Pés Sangrentos", "O Apostolo da Amazônia", e outros, para descrever a pessoa e a obra de grandes missionários atuais. Convém salientar que no caso do apostolo Paulo, ele não requereu o título do apostolado como uma questão de orgulho ou vaidade, mas pôde provar em todo o seu ministério a ação do Espírito Santo em sua vida através de vários sinais, e maravilhas, como também o excelente êxito na sua obra missionária (ICor. 9:1-3; 2:1-5; 4:9-16; 2Cor. 12:11-12). Os doze apóstolos lançaram os fundamentos doutrinários da Igreja cristã (Atos 2:42; Efésios 2:20). Legalmente os apóstolos de Jesus não tiveram sucessores. Depois da era apostólica, as Escrituras passaram a ser a autoridade para a vida da Igreja. Assim não existe hoje o dom apostólico no sentido da palavra empregada para com os doze a quem Jesus escolheu.
"EVANGELISTA" Essencialmente, EVANGELISTA significa mensageiro de boas novas". O Evangelista desempenha a obra de um missionário, levando o Evangelho a lugares específicos, fazendo um trabalho exclusivo relacionado a este Dom. Também era o nome de uma ordem de homens da Igreja primitiva, distinta dos apóstolos, profetas, pastores e doutores. Conforme indica seu nome, exerciam função especial que era anunciar as boas novas do Evangelho de Cristo; como não fossem pastores de Igrejas locais, estavam em condições de irem, de lugar em lugar, pregando a todos que ainda ignoravam a salvação. O termo Evangelista aparece apenas três vezes no Novo Testamento. Filipe, componente do grupo dos sete mencionados em Atos 6, é chamado de evangelista em Atos 21:8. Em II Timóteo 4:5, Paulo orienta Timóteo a fazer a obra de um evangelista. Finalmente em Efésios 4:11, a palavra e mencionada como um dos dons do Espírito. No capítulo 8 de Atos, encontramos um relato da atuação de Filipe. Ele estava entre aqueles que foram dispersos e saíram "por toda parte, anunciando a palavra" (v.4). Filipe desceu a cidade de Samaria e ali falava às multidões (v.6). Filipe pregava acerca de Jesus Cristo e do reino de Deus (v.5, 12). Aqueles que criam na mensagem de Filipe, eram batizados, tanto homens corno mulheres (v.12). Filipe não só evangelizou multidões, mas também fez o evangelismo pessoal. Numa visão, Filipe é orientado a dirigir-se a urna região deserta, onde encontra um eunuco que no seu carro vinha lendo as Escrituras (v.26-28). O Espírito orienta Filipe a aproximar-se daquele homem. Filipe obedece e realiza a obra da evangelização. Explicando as Escrituras, ele fala de Jesus Cristo, leva o homem à uma decisão e ao desejo de batizar-se (v.29-38). Concluída a missão, o Espírito envia Filipe a outro lugar para, por certo continuar evangelizando. Podemos definir um Evangelista, como um crente, que é dirigido e equipado pelo Espírito para se entregar exclusivamente e continuamente a proclamação pública e pessoal do Evangelho. Como aconteceu com Filipe e outros, ainda hoje Deus concede este Dom especial para evangelização. É verdade que o Senhor espera que cada um de nos seja uma testemunha mas é verdade que alguns recebem um dom especial para realizarem a obra da evangelização em maiores proporções, e em certos lugares onde nem todos estariam capacitados à irem. No evangelista, o amor pelas almas atinge o ápice e consumação na forma dum ministério que domina e absorve toda a vida!!
"PASTORES " A palavra PASTOR, usada para identificar o líder espiritual da Igreja, tem suas origens no Antigo Testamento, na figura do pastor de ovelhas, aquele que cuidava dos rebanhos,
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levando-os para lugares onde houvesse pastagem verdejante e água pura, e protegendo-os dos animais ferozes. O Senhor Jesus se intitula o bom pastor" (João 10:11), e é identificada como "grande pastor de ovelhas" (Heb.13:20). Como referência a pastor de rebanhos, para designar aquele, que exerce o ministério na Igreja cristã, a palavra pastor, só é usada um vez no Novo Testamento, na relação dos dons espirituais mencionados em Efésios 4:11. A palavra pastor, refere-se mais ao relacionamento com as ovelhas e ao cuidado de que elas são merecedoras. Na Igreja cristã, o trabalho pastoral é basicamente idêntico ao trabalho de um legítimo pastor de ovelhas como ilustram as Escrituras. A missão do Pastor também e preenchida pela proclamação da palavra de Deus. O Pastor tem sobre seus ombros uma responsabilidade que nem sempre é percebida na Igreja. Não apenas cuida dos fiéis, mas dedica-se na instrução espiritual, na preservação dos conceitos doutrinários e no crescimento da Igreja tornando-a prospera e unida. O pastorado é um Dom espiritual, que muitos anelam possuir mas nem todos possuem as necessárias qualidades para desempenha-lo. Um verdadeiro pastor somente poderá ser reconhecido quando puder provar através de experiências vividas, obras tais como: fidelidade, amor às almas, paciência, perseverança no ministério, fé, autoridade espiritual, sucesso ministerial, etc... O dom do pastorado não se adquire da noite para o dia, mas quase com exclusividade ele se forma da experiência vivida na abra de Deus, e isto pode em certas ocasiões absorver vários anos da vida de um ministro de Deus. Pode até exigir uma vida inteira de novas experiências no cuidado da Igreja (1 Pedro 5:2-4).
O S D O N S DA I N S T R U Ç Ã O " ENSINO " O dom do "ensino" mencionado em Romanos 12:7, foi necessário na era apostólica e ainda o é atualmente. Deus tem levantado homens e mulheres que, possuindo conhecimentos profundos das Escrituras Sagradas, foram habilitados a ensinar as verdades divinas especialmente aos crentes novos. O ensino e a pregação devem caminhar juntos. A pregação conduz as pessoas a salvação, e o ensino promove esclarecimento e crescimento espiritual. Os cristãos primitivos não cessavam de ensinar e pregar (At.5:42). Paulo atuou coma apóstolo e pregador, mas também como instrutor. Ele proclamava o Evangelho e "ensinava" a todos com sabedoria, visando a perfeição de todos em Cristo (Gal. 1:28). Ele também procurou despertar o dom do "ensino", encorajando os crentes a ensinarem e admoestarem uns aos outros (I Timóteo 4:13; Gol. 3:16). Nas comunidades onde Paulo atuou, vemos esse Dom ilustrado em Priscila e Áquila, que levaram consigo a Apolo "e lhe declararam mais pontualmente o caminho de Deus (Atos 18:24-26). O primeiro passo paro o despertamento desse Dom, é aperfeiçoar-se no conhecimento da Palavra de Deus. Não basta apenas instruir-se no sentido intelectual, mas é necessário que exista um desejo especial que vem de Deus e uma capacidade ao estudo, o Dom será despertado de forma divina para uma dedicação ao ensino.
"EXORTAÇÃO" Romanos 12:8 "o que exorta, use esse Dom em exortar . . ."; I Tess.5:11 "Pelo que exortai-vos uns aos outros". A EXORTAÇÃO é mencionada como dom apenas em Romanos 12:8, mas nem por isso deixaremos de ignorá-lo, visto que esse também é um dom espiritual indispensável na Igreja.
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A palavra exortação é traduzida como: admoestar, advertência, conselho. O Dom da exortação envolve não só a exortação no sentido próprio da palavra advertência - mas no uso real e divino de uma autoridade especial dirigida também ao consolo, conforto e encorajamento. Leia Filipenses 2:1-3 e 12. De acordo com esta passagem bíblica, Paulo usou o dom da exortação para várias finalidades, e no verso 12 nota-se uma autoridade apostólica dando ênfase a palavra. Em I Tessalonissenses 5:1-11, encontramos Paulo exortando a Igreja, enfatizando a necessidade de vigilância e um comportamento ético adequado, como preparação para o dia do Senhor que virá como ladrão. Na conclusão dessas instruções, Paulo mais uma vez adverte: "Pelo que exortai-vos uns aos outros e, edificai-vos uns aos outros..." (v.11). Exortar, neste sentido, é repetir o ensinamento deixado pelo apóstolo, para edificar os crentes, ensinar-lhes o modelo de comportamento cristão e prepara-lo para o dia do Senhor. O crente que tem Dom da exortação é aquele que tem capacidade de transmitir uma mensagem séria e necessária, sem que a mesma se torne enfadonha ou inválida. Exortar é colocar-se ao lado de, alguém, simpatizar com ele, compreender que problema e confortá-lo com uma palavra de exortação. O objetivo da exortação é reavivar um dever esquecido ou gravar o mesmo no coração da alguém. Um fato semelhante encontramos em Atos 15:22-32, quando o conteúdo de uma carta enviada pelos anciãos e apóstolos trouxe ao povo de Antioquia alegria, prova esta, que a exortação atingiu seu objetivo. Nem todos possuem o Dom da exortação. Este é um dom que pode ser comprovado ao passar dos anos. Para exortar não se deve fazer uso da ira nem da vingança, visto que não e por este caminho que Deus manifesta um dom espiritual. É indispensável lembrar que o jejum, a oração e uma vida espiritual plena, são virtudes marcantes naquele que exerce a exortação. Exortar também é amar!! Salmo 81:8; Atos 11:23 e 14:22; 2Cor.6:1; 1Timóteo 2:1 ; Heb.3:22.
"PALAVRA DA SABEDORIA" I Coríntios 12:8 - "Porque a um pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria..." I Coríntios 2:4-5 - "A minha palavra e a minha pregação não consistiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espirito e poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus". Este Dom deve ser considerado à luz daquilo que Paulo discute nos dois primeiros capítulos de Coríntios, onde ele contrasta a sabedoria do mundo com a, sabedoria de Deus ou que vem de Deus. Convicto da presença do Espírito Santo em sua vida, Paulo atesta que a sua pregação não estava baseada em palavras persuasivas de sabedoria humana, ou seja; conhecimento sem inspiração divina; mas as suas palavras revelavam poder do Espírito. Mesmo quando falava aos perfeitos (crentes já amadurecidos), e usava palavras de sabedoria, não se tratava de uma sabedoria deste mundo, mas da sabedoria de Deus (ICor.2:6-10). Palavra de Sabedoria é uma instrução proferida a uma pessoa ou grupo, produzida não pela capacidade intelectual e humana daquele que a profere, mas pela revelação do Espírito de Deus. É também a capacitação para testemunhar em situações, de crise e perseguição. A disputa de Estevão com seus adversários é uma ilustração clara do que significa uma palavra de sabedoria. Eles "não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava" (Atos 6:10). Jesus Cristo havia prometido que em ocasiões como essa, ia conceder sabedoria (Lucas 12:11,12; 21:15). Também é importante observar que não devemos ficar na dependência exclusiva do Espírito Santo para respondermos ou instruirmos com sabedoria. Antigamente os hebreus buscavam sabedoria pela observação, pela experiência e pela reflexão, o conhecimento das coisas e a sua essência em suas relações com Deus e os homens. A sabedoria tanto pode ser um produto humano como em outros casos um exclusivo Dom de Deus. A sabedoria tem seus princípios no temor de Deus (Sal. 111:10; Prov. 9:10; Ecles. 12:13).
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No Antigo Testamento já encontramos exemplos de profunda observação, de métodos e de ditos sentenciosos, numa prova da manifestação da sabedoria de Deus nos homens: *Na parábola de Joatão - Juízes 9:7-20. *Nos ditos enigmáticos e obscuros de Sansão - Juizes 14:14. *Na parábola do profeta Natã - II Samuel 12:1-7. *Nas palavras da mulher de Tecoa a um certo rei - 2 Samuel 14:4-17. Mas os grandes monumentos da sabedoria para os hebreus eram Jó, Provérbios e Eclesiastes. Desde o princípio da era cristã, os crentes que são contemplados com esse Dom que tem atuado de modo decisivo na vida da Igreja. Em horas de crise ou diante de decisões importantes, sua palavra inspirada, seu conselho certo para a hora certa, sob a orientação do Espírito, pode apontar para a direção certa e evitar que a Igreja se desvie da vontade de Deus.
"CIÊNCIA" Ciência em termos bíblicos significa conhecimento, saber que se adquire pela leitura e pelo estudo ou meditação. Palavra da ciência é o mesmo que palavra de conhecimento, porém, um conhecimento profundo e abrangente da Palavra de Deus para poder transmiti-la a outros. É um dom que estamos agrupando com outros que se relacionam com o ensino. A Igreja precisa de crentes que manejam bem a Palavra da Verdade. Na realidade a "ciência" e a "sabedoria" são qualidades espirituais que andam juntas. Ninguém pode se considerar apto para fazer uso da palavra da ciência se não procurar estudar e meditar com afinco as Escrituras Sagradas. Essa é uma capacitação especial do Espírito que, nem todos os crentes possuem, por isso é considerado um Dom do Espírito. E aqueles que foram agraciados com esse Dom, devem, usá-lo para edificação da Igreja. (1Cor. 12:7-8 e 31). Ter ciência e ter conhecimento das coisas.
"DOUTORES" Leia I Coríntios 12:28. O apóstolo Paulo em sua palestra escrita disse que Deus colocou na Igreja "doutores", falando aqui de um Dom espiritual. Paulo não estava se referindo ao doutor que possui conhecimento e aptidões para tratar de doentes físicos mas referia-se aqueles que Deus capacita com amplo poder de inteligência e força de vontade para entender e estudar as Escrituras. Na realidade um "doutor" é um homem douto, um mestre distinto. Para os judeus, o "doutor da Lei" era conhecido como um homem versado no conhecimento da lei de Moisés, da qual era interprete profissional e também escriba (Luc.10:2527). Estes homens eram dotados de um vasto conhecimento da Escrituras e gozavam de grande prestígio entre o povo. O Novo Testamento cita um exemplo na pessoa de Gamaliel, do qual Paulo também faz referência num de seus discursos, afirmando que ele próprio fora instruído por este doutor intelectual (Atos 5:3,4-40; 22:1-3). Atualmente, poderíamos dizer que um "doutor", segundo os ensinos neotéstamentarios, seria um teólogo com formação completa e diplomada. No entanto, baseando-se nos dons espirituais, não bastaria somente um diploma para, confirmar o doutorado, mas acompanhando um conhecimento literário e indispensável uma prova de virtude espiritual, sem a qual a letra de nada tem valor. O apóstolo Paulo foi um exemplo real deste Dom, visto que em todos os seus discursos não apenas provou ser um homem sábio e instruído, mas também provou ser espiritual
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e virtuoso (1Timoteo 2:7; 1Cor. 2:4-7). Outro homem comparado a Paulo, temos Apolo, que também pode ser considerado um doutor segundo os dons espirituais (Atos 18:24-26). O doutorado bíblico não consiste apenas de uma capacidade intelectual humana, mas de uma capacidade que aliada ao Espírito Santo gere virtude e poder!
OS DONS DA BENEFICÊNCIA "MISERICÓRDIA" A palavra misericórdia significa "compaixão, piedade". É uma palavra empregada na Bíblia com duas aplicações. diferentes: 1) Para indicar misericórdia de Deus para com os homens (Luc.l:5) 2) Para indicar misericórdia dos homens para com seus semelhantes (Luc.10:37). No tocante ao que Paulo falou em Romanos 12:8, trata-se da misericórdia que se pode sentir diante de pessoas pobres, tristes, aflitas, necessitadas, dos órfãos e das viúvas. É um dom que leva o crente a simpatizar com aqueles que experimentam qualquer aflição e sofrer juntamente com eles. Praticar misericórdia, é colocar-se na mesma condição da pessoa carente e procurar de alguma maneira ao menos suavizar as opressões do momento. Exercer a piedade é reproduzir em nossa vida a mesma atitude que Deus tem para conosco. Ele se compadece daqueles que o temem, (Salmo 03:13). No seu relacionamento com Israel, o Senhor provou inúmeras vezes sua compaixão pelo seu povo, perdoando seus pecados e atendendo ao seu clamor. Deus espera que cada crente seja misericordioso. O Senhor Jesus ensinou: "Sede pois misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso" (Lucas 6:36). Na parábola do credor incompassivo, Ele também sugere que devemos ter compaixão uns dos outros (Mt.18:33). Apesar de ser esta uma responsabilidade de todos os crentes existem, aqueles a quem o Espírito Santo contempla com esse Dom para exercitá-lo com mais intensidade e distinção. Dorcas é um exemplo de exercício do Dom da misericórdia. Ela praticava boas obras, distribuía esmolas, e fazia túnicas e vestidos para as viúvas (Atos 9:36-39). Também para esse Dom há uma condição para ser executado: deve ser feito com alegria (Rom. 12:8). Realmente, quando o exercício da misericórdia é um Dom, do Espírito Santo esta pode ser realizada com um sorriso nos lábios, com a satisfação de estar ajudando alguém em sua necessidade. Jamais será um peso ou obrigação enfadonha.
"SOCORRO" De acordo com 1 Coríntios 12:28, a palavra "socorros" está incluída na lista de Dons espirituais. SOCORRO é uma palavra significativa no Grego. Ela é composta de duas partes; uma preposição que significa "do outro lado" ou "lado oposto"; e um radical que significa ,"apanhar" ou "segurar". A passagem de ICoríntios 12:28 é o único lugar onde esta palavra é usada no Novo Testamento. Seu significado é apanhar ou segurar do outro lado. É como se alguém tivesse uma carga muito pesada sobre si e outra pessoa se prontificasse em ajudar a carregar, segurando na outra extremidade da carga. O apóstolo Paulo recomendou: "Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo" (Gálatas 6:2).
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O Dom de socorros pode ser entendido de duas maneiras a luz de situações encontradas no Novo Testamento. Primeiramente pode ser entendido como a capacitação concedida à alguns crentes para ajudarem os pastores e líderes, dividindo com eles as responsabilidades administrativas e beneficentes da Igreja. Neste sentido, a ocorrência registrada em Atos 6:1-7 serve como ilustração. Os apóstolos estavam sobrecarregados com as inúmeras responsabilidades de liderança, a ponto de não poderem atender as necessidades materiais de um grupo de viúvas. Os sete foram escolhidos para ajudarem os apóstolos e aliviar as suas cargas, através da divisão de responsabilidades. Neste caso o socorro foi prestado aos apóstolos. Em outro sentido, o dom de socorros é semelhante ao uso da misericórdia. Trata-se de prestar auxilio direto aos oprimidos, órfãos e viúvas, o que os sete também realizaram, depois de terem sido separados para isso. Ao mesmo tempo eles socorreram os apóstolos aliviando suas cargas administrativas, e as viúvas, aliviando suas cargas físicas e materiais. Epafrodito é um outro exemplo do exercício do Dom de socorros. Enquanto Paulo estava na prisão, os filipenses o enviaram ao apóstolo conduzindo ofertas e conforto espiritual. Ao escrever aos filipenses, Paulo dá o testemunho de que Epafrodito fora enviado para socorrêlo nas suas necessidades (Fil. 2:25; 4:18). O próprio apóstolo Paulo elogia a igreja dos filipenscs pelo socorro a ele prestado em suas necessidades, que nesse caso não foi um ato isolado, mas uma prova de que este dom existia em conjunto naquela Igreja (Fil 4:15-16 e 19). Socorrer é amar!!
"CONTRIBUIÇÃO" Romanos 12:8 - ". . . o que reparte, faça-o com liberalidade". Neste verso a expressão "o que reparte" poderia também ser traduzida como "o que dá", "o que concede" ou "o que compartilha". Sem dúvida Paulo está se referindo ao Dom de contribuir, de dar ou compartilhar aquilo que o crente possui, para o sustento da obra cristã e para o auxílio aos necessitados. Há uma determinação bíblica de como a oferta deve ser feita: deve ser feita com liberalidade! É uma palavra que significa basicamente: simplicidade, pureza, singeleza de propósito ou sinceridade. Em Romanos 12:8, o sentido é mais de liberalidade, ou seja, generosidade. O apóstolo Paulo lembra que aquele que compartilha seus bens e dá suas ofertas deve fazê-lo com uma generosidade sincera e pura, sem fingimento ou segundas intenções. Pode ser que alguém ao contribuir, faça-o por vaidade e ostentação, procurando salientar-se. Nota-se porém que, o Espírito Santo gera um Dom de contribuir movido por um sentimento interior de compaixão e generosidade. De modo geral espera-se que todo crente seja um contribuinte fiel, e não apenas aqueles que possuem o Dom de repartir. Em Efes. 4:28, Paulo ensina que "aquele que furtava não furte mais, antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha que repartir com o que tiver necessidade". Entretanto aqueles a quem o Espírito Santo concede o dom da contribuição excedem os limites e a distribuem com abundância. As Igrejas da Macedônia, apesar de estarem passando por tribulações ofertaram em abundância, numa prova de contribuição coletiva (IICor.8:l-4). Não era uma simples oferta, mas a expressão de um Dom especial concedido pelo Espírito Santo. O Dom da contribuição não engloba apenas ofertas e obras de caridade, mas muito mais que isso temos a contribuição como "dízimo". Dar o dízimo para a manutenção da obra de Deus, é um dever acima de tudo que todo cristão deve sentir. O dízimo é uma contribuição acompanhada de promessa (Mat.23:23; Mal.3:l0),. Se todos tivermos em nós este Dom extraordinário, nunca haverá em nosso meio necessitado algum, e estaremos cumprindo a lei de Cristo (João 15:12 e 17; Mateus 22:39). "DAI E SER-VOS-À DADO..." Luc. 6:38.
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OS DONS DA PERCEPÇÃO ESPIRITUAL "DISCERNIMENTO DE ESPÍRITO" Leia ICor. 12:10 e IJoão 4:1. O Dom de discernir Os espíritos, é uma capacidade divinamente sobrenatural de se distinguir as várias fontes das manifestações espirituais. Vivemos em um mundo onde existem imitações, enganos e falsificadores de todo o tipo (Atos 5:1-11; 1 Timóteo 4:1-4; II Tes. 2:9; Apoc. 2:2). Através desse Dom, podemos discernir tais coisas e ver se estas realmente procedem de Deus. Trata-se de uma percepção sobrenatural, pela qual detectamos a procedência das manifestações espirituais. É um Dom de Deus indispensável, visto que, sem o mesmo, a Igreja seria presa fácil de falsos mestres, ensinadores de heresias e de manifestações anti-bíblicas. O dom de "discernimento de espíritos" reflete uma necessidade que começou a surgir na Igreja desde os tempos primitivos, com o aparecimento de falsos profetas que passaram a semear falsas doutrinas entre os irmãos. Em ITim. 4:1-5 há uma previsão do aparecimento de "espíritos enganadores" que estariam atuando em tempos posteriores. A realidade da presença desses espíritos enganadores, aparece de modo claro na admoestação que se lê em I João 4:1-3. Também o apóstolo Paulo havia sentido o mesmo perigo nas igrejas, por isso transmitiu-lhes advertências semelhantes às de João. Aos gálatas ele repete enfaticamente que alguém poderia aparecer pregando um "outro evangelho" diferente daquele que ele anunciara. Caso isso acontecesse o tal deveria ser rejeitado (Gal.l:6-9). Também a igreja de Tessalonica ele grita advertindo: "Ninguém vos engane"(2Tes. 2:3). Quando o apóstolo Paulo fala referindo-se ao dom de discernimento de espíritos, está falando da capacitação dada por Deus a alguns crentes para distinguir o falso do verdadeiro, ou seja, distinguir o tipo de espírito que opera no meio da igreja. Neste particular devemos levar em consideração: a) Fonte de inspiração: Pode ser divina (ICor. 2:12); humana (Ezeq. 13:2-3); e diabólica (Jer. 23:13; 1Jo. 4:3). b) Espíritos : Podem ser de mentira (Atos 5:3); apostasia (IITes.2:3) traição (2Samuel 3:27); ciúme (Num. 11:29); falsidade (Mat. 7:15); prostituição (Oséias 5:4); demônios (ICor. 10:21); adivinhação (At. 16:16-18); enfermidade (Luc. 13:10-11). etc... c) Meios utilizados: Podem ser discernidos pela: PALAVRA, pois ela é a verdade, como também o espírito que esta em nós e a verdade (Jo.17:17; 16:13); PELOS FRUTOS, pelos quais desmascaramos a hipocrisia e as manifestações malignas (Mat. 7:15-23); PELA MENTE ESPIRITUAL DA IGREJA, pois somente sentimos comunhão com os que estão na luz (IJo.1:7); PELA CONFISSÃO A RESPEITO DE JESUS, se há confissão de que o Senhor veio em carne esse espírito e de fonte divina (IJo.4:1-3). d) Resultado: Desse modo o Dom de discernir os espíritos revela: falsas confissões influenciadas por espíritos, como ocorreu com Ananias e Safira (Atos 5:1-11); a trapaça de Geasi (1Re.5:26-27); a intenção profana de Simeão (Atos 5:18-24); o espírito da jovem, adivinhadora (Atos 16:16-18);. desmascara pessoas que se fazem de lideres sem terem sido designadas por Deus (Judas 11); condena doutrinas erradas (ITim. 4:1-4;Gal.2:4; etc...). Assim como foi útil às Igrejas do primeiro século, esse Dom ainda é útil hoje, uma vez que a nossa era também se caracteriza pela abundância de falsas doutrinas e propagadores do erro. Deus ainda hoje concede aos seus servos a capacitação espiritual para identificar a verdade e o erro, e transmitirem ao povo a orientação doutrinária correta. Daí a grande necessidade desse Dom em nossos dias, principalmente na vida dos líderes.
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"REVELAÇÃO" A utilidade dessa categoria de dons se prende: a elucidação de enigmas, a esclarecimentos de duvidas e ao conhecimento sobrenatural de segredos ou fatos que precisam vir à luz, (Daniel 2:28,47; ICor. 14:26). É grande o seu valor na interpretação de sonhos e visões em momentos que Deus quer nos falar de formas diferentes. O Dom da "revelação" é uma habilidade que Deus concede aos crentes, para que por meio de uma fonte de inspiração divina, esclareça aquilo que está em oculto (Mat. 11:25; ICor. 2:10). Essa categoria de dons é uma arma contra as heresias e artimanhas de Satanás, podendo atuar lado a lado com o dom de discernimento de espíritos. A "revelação" e um dom do Espírito Santo importantíssimo para o evangelismo, ajudando as pessoas a decidirem-se por Cristo. Se alguém encontra-se terrivelmente enfermo; e disto ninguém sabe; Deus revela ao crente o estado desesperador de tal pessoa, provando-lhe que aquele é o momento para receber a cura divina (Daniel 2:28). O homem não conhece o coração do homem, mas Deus que a todos vê conhece, manifesta-se por intermédio desse fabuloso Dom espiritual para tirar a dura cerviz dos corações e confirmar com isso a Sua presença no meio da igreja (II Cor. 13:3). O apóstolo Paulo foi um grande exemplo na manifestação de revelações espirituais (ICor. 14:6; 2Cor. 12:1e7; Gal. 2:2; Ef.3:3). Na vida cristã existem muitas coisas que, nos podem ser reveladas pelo Espírito Santo, mas dentre todas, há uma que merece peculiar atenção, e a mais excelente das revelações, "o mistério de Deus-Cristo", (Col. 2:2). Bem-aventurados aqueles que recebem de Deus o pleno conhecimento para compreenderem a verdade (João 8:32). Pode-se afirmar com convicção que, a maior de todas as revelações, é aquela que habilita o homem a crer de forma sólida como uma rocha, que Jesus Cristo e Único. supremo e verdadeiro Deus!! (Judas 4 e 25; João 1:1,10; Rom. 9:5; Deut.4:35 e 39; 1Jo. 5:20). A existência do Dom de Revelação e inquestionável, mas a íntegra de sua maravilhosa manifestação não se, explica com palavras. Somente aquele que recebe de Deus este Dom, é que pode entender e sentir as belezas da percepção espiritual!
"INSPIRAÇÃO" A "inspiração" não é propriamente um Dom espiritual, mas está associado de tal maneira aos dons do Espírito, que seria impossível alguém fazer uso de um dom sem a inspiração. INSPIRAÇÃO é uma fonte de virtude divina, que nos instrui e nos orienta, para agirmos de acordo com a vontade de Deus. Um grande exemplo de inspiração é a Bíblia Sagrada (2Timóteo 3:16). No passado, os santos homens de Deus falaram divinamente inspirados, e foi desta maneira que os milagres e as grandes profecias e pregações se confirmaram entre o povo (Ex.7:10; Isaías 7:14; Ez.37:1-10; Atos 2:14-41; etc...). Fidelidade e oração são as chaves que abrem as portas para que a inspiração esteja no crente, acompanhando-o dia a dia, e instruindo-o na vontade de Deus. Seja na pregação, na profecia, no evangelismo, na revelação, na exortação ou no aconselhamento, faça-se tudo com divina inspiração, e as palavras serão confirmadas. A inspiração é a mais pura e real prova da presença de Deus na vida de alguém.
"SONHOS E VISÕES" Tanto os sonhos como as visões: servem para edificação e orientações pessoais ou coletivas. No Antigo e no Novo Testamento, existem provas irrefutáveis da manifestação de Deus e da Sua vontade por meio dos sonhos e das visões ( Joel 2:28). 17
SONHO: Nome que se dá ao conjunto de imagens que se apresentam ao homem (subconsciente), durante o sono. Sua origem pode ser: DIVINA (Jó 33:14-16), HUMANA (Ecl.. 5:3e7), MALIGNA (Jer. 23:27 e 32). Como vimos anteriormente, o Dom de discernimento de espírito deve ser buscado por toda a igreja. Este Dom torna-se indispensável ao crente para que o mesmo saiba distinguir entre os sonhos que são de origem divina, humana ou maligna. Quanto a sua finalidade, os sonhos podem ser classificados da seguinte maneira: a) PROPÓSITO PROFÉTICO - o futuro de José diante de seus irmãos (Gen. 37:5-11), o futuro do reinado de Faraó no Egito (Gen.41:l-7). b) ENCORAJAMENTO - no reinado de Salomão (IReis 3:5e15), na peleja de Gideão (Juizes 7:13-15). c) ADVERTÊNCIA - na intenção de Abimeleque (Gen. 20:3), na advertência da mulher de Pilatos (Mat. 27:19). d) DIREÇÃO - no intento de José para com Maria (Mat,. 1:19-24), na orientação dos magos (Mat. 2:12), na viagem de José (Mat. 2:13, 19, 22). e) NENHUMA - na maioria das vezes, os sonhos não possuem finalidade alguma (Ecles. 5:3e7). Os sonhos espirituais nos são oferecidos como uma forma especial que Deus usa para nos falar. Nota-se então a necessidade constante da oração e vigilância, para que estejamos prontos a entendermos a mensagem que nos é enviada. Convém ressaltar que no caso de sonhos é bastante aconselhável fazer prova do mesmo, para ter certeza de que é Deus que está falando, como foi o caso de José e Faraó, quando ambos sonharam duas vezes sonhos que se confirmaram num único objetivo (Gen. 37:511; 41:1-7). *VISÃO: Algo que o homem vê estando acordado, e que teoricamente não faz parte da paisagem original. Em certas ocasiões, as visões podem ser manifestas em condições anormais, ou seja, como fenômenos mentais; ver sem o auxilio dos olhos. As visões podem ter sua origem como: DIVINA (Salmo 89:19), MALIGNA (Ezequiel 13:7), HUMANA (Jer. 23:16; Col. 2:18-23). Quanto a finalidade as visões podem ser: a) MENSAGEIRA PROFÉTICA - Habacuque 2:2-3. As visões proféticas formam praticamente uma classe única. Eram concedidas somente aos homens santos, consagrados ao serviço de Deus, homens que mantinham íntimas relações com o seu Soberano. b) SITUAÇÃO PECAMINOSA - Ezequiel 5:1-3 e 7:18. c) MENSAGEM PESSOAL - Atos 10:9-17. d) DIREÇÃO E CONFORTO - Atos 16: 9-10; 18:9-10; 23:11; 27:23-24. Como já vimos, os sonhos e as visões precisam ser provadas, visto que possuem três procedências (ITes. 5:21). Os sonhos e visões não podem ser igualados à revelação encontrada na Bíblia. Estas revelações foram selecionadas e inseridas na Bíblia pela inspiração divina, com a finalidade de servir como pedra de toque a todas as manifestações que surgissem ao longo dos tempos. Tudo que está na Bíblia deve ser aceito e obedecido, pois é autoridade suprema para os princípios morais e espirituais, (1Timóteo 3:l-l7). Portanto nenhum sonho ou visão, pode ser igualado à Bíblia e sim, aferido por ela. Qualquer coisa contrária à Palavra está errada e tem de ser rejeitada.
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"OS DONS DE ADMINISTRAÇÃO" "MINISTÉRIO" Romanos 12:7 - "Se e ministério, seja em ministrar . . ." A palavra ministério, usada em Romanos 12:7, significa o mesmo que serviço. Ministério vem da palavra grega "diakonia", donde originou-se a palavra "diácono". O diácono é aquele que presta um serviço, que ministra tarefas na obra do Senhor. O diaconato não é um Dom exclusivo dos que exercem o ofício de diácono, mas é extensiva a outros crentes dentro da igreja. E há muitos que estão sempre prontos a servir, descobrindo necessidades, agindo em favor dos outros, porque receberam do Espírito Santo este Dom maravilhoso. É um Dom muito amplo e por isso envolve inúmeros aspectos, práticos da vida crista. Paulo afirmou que há diversidade de ministérios, ou serviços (ICor. 12:6). Existem variadas maneiras de se exercer o ministério na vida cristã portanto, aqueles a quem Deus agraciou com este Dom, faça-o com alegria, pois nem todos possuem a voluntariedade exclusiva que este dom proporciona!
"GOVERNO E LIDERANÇA" Leia I Coríntios 12:28. A palavra "governo", também pode ser traduzida como "administração". A ocorrência dessa palavra no plural (governos), como aparece em 1 Corintios 12:26, indica que este Dom capacita a pessoa na habilidade para assumir uma posição de liderança na Igreja. Da mesma forma como a cabeça lidera ou governa o corpo em todas as funções desempenhadas pelos membros, também a Igreja necessita de pessoas, que governem a mesma, e este "governo" é um Dom concedido pelo Espírito Santo a alguns de seus filhos. O significado do termo usado por Paulo, permite afirmar que Deus esta interessado em uma liderança firme capacitada para os seu rebanho. Ele necessita de servos Seus, que, governem e administrem a Sua igreja com sabedoria. Exige-se desse líder, a mesma perícia que se exige de um piloto para fazer decolar e aterrizar uma gigantesca nave, ou para conduzir a embarcação através dos mares, livrando-a de submergir as tempestades e de quebrar-se de encontro aos rochedos. O governo divino exercido sobre o mundo é inigualável. Humanamente falando, ninguém pode comparar-se a Deus ou ao seu governo. Mas o DOM vem de Deus! E o que exerce a liderança na Igreja, deve atuar na dependência do Espírito para chegar o mais perto possível do ideal.
OS DONS DO PODER "CURAS" ". . . e a outro pelo mesmo Espírito, os dons de curar..." O Dom da cura divina, citada pelo apóstolo Paulo em ICor.12:9, é uma prova incontestável da manifestação do poder de Deus sobre as doenças e moléstias do corpo humano. A cura divina nada tem a ver com os esforços médicos, cuja função é curar por meios medicinais. Os médicos são biblicamente reconhecidos (Mateus 9:12; Col. 4:14). A cura
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divina é a atuação sobrenatural de Deus sobre o corpo humano, livrando-o de todo o tipo de enfermidades. É uma promessa de Deus, pois o Senhor Jesus levou sobre si todas as nossas enfermidades (Isaías 53:4; Mateus 8:16-17). Exemplos de cura divina: As curas no período do Novo Testamento evidenciaram-se: no ministério de Jesus, onde Ele curava todas as enfermidades e moléstias entre o povo (Mateus 4:17,23,24), pois era ungido para libertar os enfermos e todos os oprimidos pelo diabo (Lucas 4:18-19; Atos 10:38; I João 3:8); na missão dos doze discípulos (Lucas 9:1), dos setenta (Lucas 10:9) e da Grande Comissão (Marcos 16:15-16); na vida diária da Igreja primitiva, onde as curas acompanhavam a pregação do Evangelho como a do coxo (Atos 3:1-8), e de Enéias (Atos 9:33-34) etc., e pelos sinais e prodígios que eram realizados por Estevão (Atos 6:8), Filipe (Atos 8:6-13), Paulo e Barnabé (Atos 15:12; 19:11).
A Origem das enfermidades: Todas as doenças possuem uma origem em particular, e por isto torna-se importante ao crente conhecê-las. a) A natureza pecaminosa do homem: Uma das trágicas conseqüências do pecado foi o surgimento das enfermidades. A primeira vez que a Bíblia menciona a palavra dor, relaciona-se ao pecado (Gen.3:l6-l7). A queda levou o homem a ter o corpo sujeito as enfermidades e a morte física (Gen. 3:14-19). b) As doenças naturais: Nosso corpo é matéria, e forçosamente é submetida ao processo de degeneração, incluindo as deficiências físicas, que dão origem às enfermidades e doenças. Vemos isso no caso de Timóteo (ITim. 5:23), Dorcas (Atos 9:36-37), Lázaro (João 11:3), etc. Embora os cristãos estejam menos sujeitos às enfermidades que as pessoas ímpias, finalmente todas adoecem e acabam por morrer. uma regra sem exceção, (Heb. 9:27). O processo de envelhecimento é gradual e não para. É igual para todos os humanos. c) Possessão demoníaca: Conforme a Bíblia, algumas enfermidades são de origem maligna. Exemplos: a mulher encurvada (Lucas 13:11), o mudo e surdo (Marcos 9:20-22). Nestes casos, os demônios atormentam as pessoas, causando-lhes grandes danos físicos (Mat.4:24; 8:16; 7:1416). Contra um verdadeiro cristão o diabo nada poderá fazer, pois somos templo de Deus (2Cor. 6:16). E, pela fé, o Senhor Jesus apaga as setas inflamadas do maligno (Ef. 6:10-16). d) Provação: Como a que ocorreu sob provação divina com Jó. Ele era um homem "sincero, reto, temente a Deus, e desviava-se do mal" (Jó 1:1), e não havia na terra homem semelhante à ele (Jó 1:8; 2:3). Nesta provação, Jó perdeu, além dos bens e dos filhos (Jó 1:12-19), a saúde (Jó 2:,7). Porém permaneceu fiel a Deus em tudo, recebendo de volta a saúde, bens e outros filhos (Jó 42:7-17). Deus sempre nos prova com finalidades específicas, visando o nosso bem (Rom. 8:18; Deut. 8:16). e) Participação indigna na Ceia: Algumas pessoas ficam enfermas por não discernirem o corpo do Senhor no ato da Santa Ceia (ICor. 11:29-30). f) Para manifestar a Glória de Deus: Neste caso a cura divina tem tripla finalidade; 1) demonstrar o poder de Deus (Lucas 5:23-24); 2) confirmar o amor e a compaixão de Deus pelas almas (Mat. 9:36; Marcos 1:41); 3) e principalmente manifestar a glória de Deus (João 9:1-7). g) Outras causas: Hereditariedade - doenças que passam de pais para filhos, negligências sanitárias, epidemias, excesso de trabalho e barulho, preocupações, drogas, alimentação incorreta, males que advém do tipo e do ambiente de trabalho, etc... Como acontece a cura divina? a) Em Nome de Jesus Cristo: a cura das enfermidades fazia parte do ministério terreno de Jesus. Foi por meio da libertação das doenças, que inúmeras pessoas creram em Jesus. De idêntica
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forma, Cristo delegou aos seus discípulos poder para curar os enfermos, e estas curas se realizaram sempre em Nome de Jesus. (João 14:12e14; Atos 3:6, 16; 4:10; 9:34; Col.3:17). b) Pela imposição de mãos: Jesus realizou curas extraordinárias impondo as mãos, sobre os enfermos (Marcos 5:23; 8:23,25). Antes de ascender aos céus, deu Ele autoridade aos discípulos para fazerem o mesmo (Mc.16:18). Um exemplo disto encontramos no ministério de Paulo (Atos 19:11; 28:8). c) Pela oração da fé: em caso de doença, os doentes devem pedir oração dos pastores, presbíteros ou dirigentes da igreja. A oração da fé; segundo Tiago 5:14-15; tem participação dupla: a fé do doente que crê na sua cura e que o leva a chamar os ministros à orarem em seu favor, e a fé dos que oram por ele. Somam-se a fé que ambos possuem, e o Senhor opera (Heb.11:6; Mateus 18:19; Marcos 2:5; Tiago 5:15). d) Pela unção com óleo: o azeite, sem dúvida simboliza a presença de Deus na vida de alguém através da unção. No passado, a unção com óleo era a prova definitiva para o reconhecimento de reis, sacerdotes, profetas, etc... ISamuel 9:16; IReis 19:16; Exodo 28:41. Biblicamente, é dever dos pastores e ministros, ungirem os enfermos no momento da oração da fé. A unção feita em Nome do Senhor Jesus revela um poder sanador e estimula a fé (Tiago 5:14-15; Marcos 6:13). Impedimentos para a cura: Deus é infinito e supremo em seu poder, e jamais haverá algum tipo de enfermidade ou moléstia que Ele não poderá destruir. Quando alguém não recebe a cura divina, mesmo cumprindo todos os processos acima descritos, é hora de raciocinar para descobrir o motivo que impede Deus de operar. A falha nunca está em Deus, sempre no homem! a) Egoísmo: o doente quer saúde somente para proveito pessoal (Tg.4:3). Deus deixa de responder às orações dos que amam os prazeres, a honra o poder e riquezas. Deus não atenderá ao clamor dos que tem o coração cheio de desejos egoístas. A Bíblia nos diz que Deus recebe a Oração dos justos, arrependidos, humildes e dos que pedem segundo a sua vontade (Salmo 34:13-15; Lucas 18:14; IJoão 5:14). b) Pecado escondido: em muitos casos de persistência da enfermidade, faz-se necessário a confissão de pecados, para que Deus opere sem impedimentos (Tiago 5:16). O pecado na igreja estorva as orações dos crentes impedindo a manifestação do poder sanador divino na congregação. c) Negar perdão ao irmãos: Deus não pode abençoar alguém, se no coração de tal pessoa houver incapacidade de perdão. Perdoar significa amar, e se desejamos uma prova do amor de Deus através da cura, também devemos de modo idêntico possuir um coração cheio de amor e capaz de perdoar (Salmo 66:18; Mateus 18:15-35; Efésios 4:32). d) Falta de humildade: Deve ficar gravado em nossos corações e mentes o quanto Deus aborrece o orgulho. O orgulho em nossas vidas faz Deus rejeitar nossas orações e reter sua presença e graça para conosco. O exaltado afasta de si mesmo a ajuda de Deus. Mas para aqueles que com humildade se chegam a Deus, Ele lhes dá abundância de graça, de misericórdia e de ajuda em todas as situações da vida (Tiago 4:6; File 2:3; Heb. 4:16; 7:25). e) Falta de perseverança na busca da cura: as enfermidades podem se tornar uma verdadeira prova de fé e persistência, onde Deus procura ver em nós a incansável perseverança de um verdadeiro cristão. Se o coração não nos acusa, fiel é Deus para nos atender na hora da necessidade (Isaías 41:10; Mateus 7:7-8; Marcos 13:13). É conveniente ressaltar que há casos específicos em que a pessoa pecou para a morte (IJoão 5:16), ou então a enfermidade é para a morte em conseqüência do natural desgaste físico do enfermo em questão.
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A cura divina tem por objetivo: glorificar a Deus (Marcos 2:12), cumprir a Palavra de Deus (Salmos 107:19-21), proporcionar alívio (Mateus 11:28), despertamento espiritual (Rom. 8:28), salvação (Atos 3:1-6 e 4:1-4). Finalmente podemos afirmar que Deus cura ainda hoje. No entanto, não e uma atribuição da igreja fazer das curas e milagres a sua plataforma, como se isso fosse tudo. A missão da igreja é, por meio do Dom da cura divina, manifestar o poder desse evangelho na salvação e transformação de vidas!
"MILAGRES" I Coríntios 12:28. Os milagres são acontecimentos admiráveis, espantosos na sua realidade, são ocorrências extraordinárias que não se explicam pelas leis da natureza! Um milagre é um prodígio divino. Como a própria palavra explica, o milagre é uma manifestação incomum de poder, daí se deduz que, o milagre é algo ainda mais fantástico que a operação de cura divina. Os milagres também possuem objetivos espirituais, vejamos alguns: a) Revelar o poder de Deus: Salmo 62:11 b) Revelar a sua glória: João 2:11 c) Confirmar sua palavra: Atos 2:22; Hebreus 2:4 d) Atrair a atenção dos homens: Atos 8:6; João 3:2 e) Levar os homens a crer em Deus: João 11:45; 12:9-11; Atos 9:32-35 João 7:31; 20:30. f) Desmascarar Operações malignas: Ex. 9:13; Atos 16:16-18; 13:7-12. Somente Deus faz milagres, suspendendo temporariamente as leis que regem todas as coisas do mundo, principalmente as que se referem ao ser humano, são as realizações do IMPOSSÍVEL! O verdadeiro milagre encontra eco na Palavra de Deus. É perigoso afirmar que Deus pode operar outros milagres sem que estejam inseridos no fundamento bíblico, porque isso abre portas estranhas à Palavra como estamos vendo nestes últimos dias. Ex: manifestações atribuídas aos santos do catolicismo - pessoas que já morreram. Todos os milagres divinos são autênticos, sobre eles não paira nenhuma dúvida. Até mesmo os incrédulos reconhecem a veracidade do milagre divino como aconteceu com os magos de Faraó (Ex. 8:16-19) Vejamos alguns exemplos de autenticidade: o cego de nascença que foi curado por Jesus, e que mais tarde podia dizer: "...havendo eu sido cego, agora vejo" (João 9:1-25); o coxo que fora curado por Pedro, causando impacto na multidão e nas autoridades, que nada puderam fazer contra os apóstolos (Atos 3:1-16); a cura do coxo em Listra (At. 14:8-13); a ressurreição de Dorcas (Atos 9:36-43); a cegueira que, veio sobre Barjesus (Atos 13:6-12) e outros mais mencionados na Bíblia. Bem-aventurados aqueles a quem Deus usa para operar seus milagres. Este, é um Dom exclusivo a crentes escolhidos por Deus, fervorosos, fiéis, santificados e dedicados, ao jejum e a oração. Busquemos os milagres do Senhor. Ele ainda é o mesmo (Heb. 13:8), e continua com suas mãos estendidas para operar (Atos 4:30).
"OPERAÇÃO DE MARAVILHAS" Conhecido também como Dom de milagres, o dom de maravilhas e algo ainda mais excelente. É um Dom através do qual o Espírito Santo concede a Igreja capacidade para que esta realize sinais, maravilhas e obras portentosas. Se os milagres manifestam o poder de Deus de forma extraordinária, as "maravilhas" podem ir além dos milagres considerando o fato de que Deus nos outorgou este Dom para provar que Ele continua o mesmo, não esquecendo que todos os Dons espirituais servem para edificação, consolação e salvação.
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As "maravilhas" são uma forma visível da manifestação de Deus no meio do seu povo, e isto vem desde a antigüidade, é uma promessa do Senhor (Êxodo 34:10). Vejamos alguns exemplos: a) Ressurreição de mortos: Como o que ocorreu com o filho da viúva de Naim (Luc. 7:1117), a filha de Jairo (Mateus 9:18,19,24), Lázaro (João 11:43,44), etc . . . b) Castigos: Como aconteceu com Ananias e Safira que mentiram ao Espírito Santo do Senhor (Atos 5:1-11), e com Elimas, que foi ferido de cegueira, por estar perturbando a pregação de Paulo (Atos 13:7-12). c) Intervenção nas forças da natureza: Por, intermédio desse Dom, Deus altera as leis da natureza. Exemplo: Moisés, ao dividir as águas do Mar Vermelho (Êxodo 14:21); Eliseu ao separar as águas do Jordão (II Reis 2:14), Pedro ao andar sobre as águas (Mateus 14:28-31). Os "sinais", "prodígios" e "maravilhas", eram manifestados tão poderosamente na vida de Paulo, que este os chama de "sinais do meu apostolado" (II Coríntios 12:,l2). Eram as suas credenciais (Atos 19:11-12). Este Dom é também para os nossos dias, Deus não mudou (Hebreus 13:11). Lamentamos porém, que este Dom não se manifeste com tanta intensidade nos dias atuais. Pois a maior necessidade dos nossos dias é voltar às fontes do cristianismo primitivo. Tudo se moderniza, e a modernização do próprio cristianismo ofuscou a gloria que havia na Igreja primitiva. A comodidade espiritual, impede o cristão de olhar com mais interesse "Os Incontestáveis Dons Espirituais"! Se nos enchermos do Espírito (Ef. 5:18), e permanecermos em humildade, os dons passarão a operar abundantemente em nós (Heb. 2:4; Efésios 3:7; Rom. 12:6-8; ICor. 12:11). Estes sinais hão de acompanhar a Igreja até o fim (Marcos 16:15-20).
"O D O M D A F É" A fé como Dom espiritual, não é a fé salvadora. Embora a mesma palavra seja utilizada em ambos os casos, deve-se distinguir entre a fé inicial que, aliada ao arrependimento, é indispensável para a salvação, e a fé resultante de um crescimento espiritual contínuo, que leva o crente a realização de grandes obras de "poder". Literalmente existem três tipos de fé: natural, salvadora, e extraordinária - que é o Dom da fé! a) Fé natural: Leva a pessoa a acreditar em qualquer coisa examinada a luz da razão. É a fé intelectual. A pessoa acredita por exemplo, que há um polo norte, que o remédio prescrito pelo medico vai cura-lo, que o piloto do avião em que se encontra, vai conduzi-lo bem, etc... b) Fé salvadora: é através desta que passamos a crer no Senhor para a nossa salvação. Ao ouvir a palavra, o coração do homem é despertado pela fé, abrindo-se-lhe a porta da salvação, e assim Deus nos concede a graça de crer. Ao crer em Jesus, o pecador é levado a obedecer a fé e dessa forma é purificado e salvo por esta fé (Atos 15:9; Efésios 2:8; Romanos 10:9-10). c)O Dom da Fé: é a capacidade de se confiar em Deus de modo sobrenatural. É uma fé especial, diferente de qualquer outro tipo de fé, e que manifesta-se em ocasiões especiais. E um recurso especial do poder de Deus (lCor. 1,2:9), com o qual foram dotados os heróis mencionados na galeria da fé (Heb. 11), e todo crente deve viver uma vida de fé. Mas alguns Deus concede como um DOM especial, que é usado na realização de prodígios, e grandes obras executadas por homens de Deus, chamando-as de fé (Mateus 17:20).
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O uso dessa fé libera o poder de Deus com abundância nas ocasiões que o Espírito dirigir (Tiago 5:17; Atos 27:25). Esta capacidade sobrenatural, oriunda do Espírito Santo, faz-nos crer, abrindo-nos as portas para os milagres, onde tudo é possível (Mateus 17:20; Marcos 9:23; Lutas 1:37; 18:27). No Novo Testamento a fé aparece associada a realização de curas e milagres. Tiago afirma que "a oração da fé salvara o doente" (Tiago 5:15). A fé portanto está relacionada com atitudes visíveis de demonstração de poder. Estevão era homem de fé (Atos 6:5), e demonstrou isso através dos prodígios e sinais que realizava entre o povo (Atos 6:8), e quando enfrentou o martírio com galhardia (Atos 7:54-69). Tiago se refere a esse tipo de fé quando diz que "a fé sem obras e morta" e que a fé deve ser evidenciada através das obras (Tiago 2:14-26). Se desejarmos ver a realização de grandes obras de poder na Igreja, não basta para isso pedirmos o Dom da cura divina, ou, o Dom de maravilhas ou Dom de milagres, mas aliado a estes dons, é indispensável o Dom da Fé!!
OS DONS DE ELOCUÇÃO "LÍNGUAS ESTRANHAS" Leia Atos 2:4; ICoríntios 12:10 e 30. Falar noutras línguas é uma das manifestações do Espírito Santo, ou seja, é uma forma de expressão vocal sobrenatural. No tocante às "línguas", como manifestação espiritual, notemos os seguintes fatos: a) Estas línguas poder ser humanas e vivas (idiomas de outras nações) Atos 2:4-6. b) Podem ser também línguas desconhecidas na terra (ICor. 13:1). Este Dom vocal, inspirado pelo Espírito Santo, concede ao crente a capacidade de falar numa língua que nunca aprendeu (Atos 2:4; ICor. 14:14). É importante notar que, o que aconteceu no dia do Pentecostes, foi a manifestação do Espírito que permitiu a Igreja primitiva falar em diversos idiomas que existiam na época, para que os estrangeiros em Israel, tivessem condições de ouvir e entender em seu próprio idioma as boas novas de salvação e perdão (Atos 2:4-11). Através do Dom de línguas estranhas, Deus pode usar alguém para transmitir uma mensagem à pessoas de outras nações que porventura estejam presentes no culto, mesmo que o crente nunca tenha tido experiência num idioma, além do seu idioma natal. Deus também nos permite, através do Dom de línguas estranhas, falarmos uma língua desconhecida entre a humanidade, chamada de língua dos anjos (ICor.13:1). A língua falada através desse Dom, não é aprendida ou ensinada. O falar noutras línguas como Dom, abrange o espírito do homem e o Espírito, de Deus, que entrando em mútua comunhão, faculta ao crente uma comunicação direta com Deus (na o oração, no louvor, na ação de graças, na profecia, etc.), expressando-se através do espírito mais do que da mente (ICor. 14:, 2e14) e orando por si mesmo ou pelo próximo sob a influência do Espírito Santo. As utilidades das línguas estranhas: **Como evidência do batismo no Espírito Santo: no Pentecostes, os discípulos falaram línguas estranhas como prova de que receberam o batismo do Espírito Santo (Atos 2:1-8). A mesma evidência foi notada em Cezareia (Atos 10:44-46), em Éfeso (Atos 19:6), e na vida de Paulo (Atos 9:18; ICor. 14:18). A pessoa pode alegrar-se grandemente, gesticular, movimentar-se ou até gritar, mas as línguas estranhas realçam o cristão com um toque especial de glória e virtude do Espírito de Deus!
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**Como edificação espiritual: o falar línguas promove a edificação do crente porque: a) É um meio de edificação própria (ICor. 14:4). b) É uma conversa mantida com Deus (ICor. 14:2). e) É um recurso para orar eficazmente (ICor. 14:14-16). **Como mensagem profética: há momentos em que as línguas estranhas são usadas no sentido de mensagem especial, seja, particular ou seja coletiva. Nesse caso a interpretação faz-se necessária, para que haja compreensão, (ICor. 14:5 e 27). Por essa razão a Bíblia incentiva os que falam línguas estranhas, a orarem para que recebam o Dom de interpretação (ICor. 14:13). A disciplina do Dom de línguas: visando evitar abusos quanto ao uso do Dom de línguas (ICor. 14:7, 8, 20), Paulo deixou instruções detalhadas. Vejamos que a referida disciplina pode abranger a igreja de forma coletiva ou individual: a) Tom de voz: Alto: quando do recebimento do batismo, ou numa mensagem profética, ou num avivamento espiritual, pois como já vimos as línguas são um sinal da manifestação de Deus no meio do povo. No dia do Pentecostes (Atos 2:4-13), em Cezaréia (Atos 10:44-46) e em Éfeso (Atos 19:2-6), todos que estavam cheios do Espírito Santo falaram línguas de forma poderosa. Moderado: fora do âmbito do batismo, avivamento ou profecia, o crente deve, controlar-se, porque não fala aos homens senão a Deus e fala em mistérios (1Cor. 14:2). O descontrole e a emoção podem, produzir escândalo, com as línguas estranhas. A Bíblia diz que o espírito do profeta esta sujeito ao profeta (ICor. 14:32). b) Uso: dentro do contexto acima, todos podem e devem falar línguas (ICor. 14:5 e 39). c) Calar-se: Deve-se parar de falar em línguas (oração), quando alguém estiver sendo usado por Deus com uma mensagem profética; Paulo orientou a Igreja dizendo que dois ou três profetas poderiam falar, uns depois dos outros, com ordem e decência (ICor. 14:29-31). As línguas não devem causar tumulto ou confusão, mas edificação e consolação. ADVERTÊNCIA! o simples fato de alguém falar, "noutras línguas", ou exercitar outra manifestação sobrenatural, não é evidência irrefutável da obra do Espírito Santo. O ser humano pode imitar as línguas estranhas como o fazem os demônios. A Bíblia nos adverte a não crermos a todo espírito, e averiguarmos se isto ou aquilo realmente procede de Deus (IJoão 4:1). O verdadeiro Dom de línguas estranhas, não é algo ensinado nem aprendido como por exemplo instruir crentes a pronunciar sílabas sem nexo. Está escrito que nos últimos dias surgiriam apostasias, sinais e maravilhas operados por Satanás e obreiros fraudulentos que fingem ser servos de Deus (ITim. 4:1-2; IITess. 2:9; 2Pedro 2:1-2). Atentemos para o ensino bíblico sobre o uso correto do Dom de línguas, isso trará, bênçãos extraordinárias para a Igreja, e não escandalizará a ninguém. Tudo deve ser feito com ordem e decência, pois Deus não é Deus de confusão.
"INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS" ICoríntios 12:10 - " . . . e a outro a interpretação das línguas." Trata-se da capacidade concedida pelo Espírito Santo, para o portador deste Dom, compreender e transmitir o significado de uma mensagem dada em "línguas estranhas". Tal mensagem interpretada para a Igreja ou para alguém em particular, pode conter ensino, exortação, consolação, edificação ou pode ser transmitida na forma de profecia. Toda a igreja pode assim desfrutar dessa revelação vinda de Deus. Este Dom também está associada a ordem dos Dons da Percepção Espiritual, visto que a interpretação das línguas estranhas e uma ação direta do Espírito sobre o crente, para que este entenda (inspiração) o conteúdo da mensagem em 1ínguas estranhas.
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A interpretação pode vir através de quem deu a mensagem em línguas, ou de outra pessoa. Quem fala em línguas, deve orar para que possa interpretá-la quando houver necessidade (ICor. 14:13). Observação: O Dom de Profecia, que integra a ordem dos Dons de Elocução, já foi analisado neste estudo bíblico, portanto, qualquer dúvida a respeito, poderá ser revista.
CONCLUSÃO CONSERVANDO A CHAMA DO AVIVAMENTO Chegamos ao encerramento do estudo bíblico "Os Incontestáveis, Dons Espirituais". Lições preciosas foram estudadas, enfatizando o método de avivamento promovido pelo Espírito Santo. Esta conclusão incentiva-nos a manter o avivamento na Igreja. Receber o avivamento é mais fácil que conservá-lo. Muitos buscaram o avivamento e o receberam, mas hoje, seus altares são apenas cinzas, recordações de um passado de glórias! AVIVAMENTO é a aquisição, o retorno e a conservação da vida espiritual em toda a sua plenitude. Aquisição, para quem jamais experimentou o avivamento; retorno, para quem o havia perdido; conservação, para quem já o possui. O avivamento leva o crente a ter uma vida espiritual (ICor. 3:l), frutífera (João 15:1-5), poderosa (Atos 1:8; Ef.3:16), submissa a Palavra de Deus (João 17:7; Mateus 8:8). O avivamento está vinculado à Palavra de Deus, e a fé que produz o avivamento e oriunda da Palavra (Rom. 10:17). Se a Palavra ocupar o lugar que lhe é devido nos cultos e nos corações dos crentes (Salmos, 119:11), ela não somente provocará o avivamento como também o manterá. Avivamento e temor estão intimamente ligados. Havia temor na Igreja primitiva (Atos 2:43), por isso os sinais e os Dons espirituais, ocorriam com tanta freqüência. Se a Igreja andar "no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo" (Ator 9:31), muitas almas, experimentarão o avivamento prometido nas Escrituras, o Senhor fará a sua obra (Salmos 119:38). A Igreja de Jerusalém orou e recebeu o avivamento. Continuou orando, e o avivamento se manteve. Tudo pode mudar, mas este método não muda. Temos de pagar o preço. Se a Igreja do Senhor deseja realmente o avivamento, deve entrar pelo caminho da oração. "Era um o coração e a alma dos que criam" (Atos 4:32). A Igreja primitiva era verdadeiramente unida. Não havia barreiras sociais, culturais nem raciais. A Bíblia diz que "todos os que criam estavam juntos" (Atos 2:44) e perseveravam unânimes (Atos 2:46). A união da Igreja naquela época era uma das chaves que abriam as portas do avivamento espiritual na manifestação dos Dons! Envidemos todos os esforços no sentido de manter a tocha do avivamento bem acesa em nossas vidas. Somente assim poderemos ser uma benção nas mãos de Deus onde estivermos, e o seu propósito em nós será plenamente cumprido. Precisamos ser uma prova viva através dos "INCONTESTÁVEIS DONS ESPIRITUAIS"
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