CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO CRISTIANE AUGUSTA GOMES BODRA REINTEGRANDO A NATUREZA AO AMBIENTE CONSTRUÍDO: Biofilia em um anteprojeto de um edifício para coworking
Trabalho Final de Graduação apresentado ao Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ, como parte das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação do Prof. Me. Sebastião Cezar Paredes do Amaral
João Pessoa | 2021
S237r
Bodra, Cristiane Augusta Gomes. Reintegrando a natureza ao ambiente construído: biofilia em um anteprojeto de um edifício para coworking /Cristiane Augusta Gomes Bodra. - João Pessoa, 2021. 79f. 93 f. Orientador (a): Prof. Me. Sebastião Cezar Paredes do Amaral. Monografia (Curso de Arquitetura e Urbanismo) – Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ. 1. Ambiente Corporativo. 2. Biofilia. 3. Produtividade. 4. Saúde.I. Título.
UNIPÊ / BC
CDU – 725.94
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Dedico este trabalho às duas verdadeiras fontes de inspiração da minha vida, meus dois amores: Aloísio e Gabriela.
AGRADECIMENTOS São tantos agradecimentos que as palavras parecem não brotar suficientes para a escrita.
(inovador) para talvez voltar a algo mais comum, por assim dizer, é igualmente válido”. Suas palavras deram mais do que o norte, foram conforto e certeza em meu caminho. Por isso, minha infinita gratidão!
Começo aqui, com incontestável gratidão ao amor da minha vida, meu companheiro de jornada em todos os momentos felizes, tristes, momentos de desafios e de vitória. Meu amor que sempre esteve ao meu lado, incentivando, inspirando, ouvindo meus desabafos, secando minhas lágrimas, sempre me apoiando para tudo correr bem, suprindo minha falta (e foram muitas durante o curso!) para que eu pudesse realizar este sonho! E posso dizer do fundo do coração que: nós conseguimos! Por isso, minha infinita gratidão!
Mas o que seria de mim se não fosse pela força (re)abastecida por Deus em todos os dias da minha vida. Atribuo a Deus a responsabilidade por eu ter multiplicado os pães em casa...no caso o tempo...e conseguido realizar todas as entregas, as atividades, comparecer em todos momentos importantes. Esse espírito de luz que é meu guia, que cuida da minha inspiração e me ajudou a manter a objetividade nos processos, espantando o cansaço, guardando minhas noites de sono e minha saúde. Por isso, minha infinita gratidão ao meu Mestre de Luz! Namastê!
Sigo aqui, com toda a mesma gratidão à minha filha linda, que aos seus 8 aninhos se viu sem poder brincar com sua mãe em diversos momentos...isso partia meu coração, mas eu tinha e tenho a consciência e a certeza de que tudo que fiz e faço é por ela! Na certeza de que estou fazendo meu melhor para ser seu exemplo, estendo minha gratidão e meu amor eternos pela sua compreensão, paciência e fé. Por isso, minha infinita gratidão!
Acredito que a energia divina habita toda a existência, refletindo sua aura na essência da natureza. Por isso, agradeço à natureza toda a inspiração e energia doadas a mim. Que a natureza seja sempre a nossa fonte de luz!
Lembrando agora de um trecho de música de Vinícius de Moraes “...tua mão amiga, me ensinando os caminhos, corrigindo os defeitos, dando todos os jeitos das notas brotarem do meu violão...”, agradeço ao meu grande mestre e orientador Prof. Cezar, cujos imensuráveis conhecimentos (e paciência!) em seus apontamentos e conversas faziam “brotar” a solução nos momentos de nós indesatáveis (na minha cabeça!), lembrando que “o diferente pelo diferente não nos leva muito longe, mas a busca do diferente
“A natureza faz parte da nossa humanidade e, sem alguma consciência e experiência desse mistério divino, o homem deixa de ser homem.” Henry Beston
RESUMO
ABSTRACT
A
desconexão com a natureza, que vem gerando diversas implicações à saúde física, mental e social, está sendo alvo de diversos estudos acadêmicos, seja no âmbito residencial, comercial, institucional ou urbano. Considerando que as pessoas passam a maior parte do dia no trabalho, fica evidente o quanto estes ambientes impactam o comportamento e a psicologia humana. Desta forma, este trabalho compreende o ambiente corporativo como baliza para pesquisa, adotando o coworking, tipologia de trabalho moderno e colaborativo, para abordar a importância da reintegração da natureza na arquitetura. A metodologia qualitativa básica empregada forneceu uma visão sistêmica, a partir de pesquisas bibliográficas de caráter exploratório em livros, publicações de trabalhos acadêmicos, revistas, estudo de casos análogos e cursos. O presente trabalho inicia dissertando sobre as modificações no ambiente citadino em função da urbanização e suas consequências frente ao contexto homem-natureza. Também aborda sucintamente a história do coworking, define os conceitos de biofilia, design biofílico e sustentabilidade, culminando na apresentação de um anteprojeto de uma edificação de três pavimentos, totalizando 1180 m², cujos espaços exemplificam, através das diretrizes projetuais, a aplicação dos atributos do design biofílico. Nos tempos atuais, onde as empresas investem no capital humano, buscando a retenção de talentos e a ascensão da produtividade, a biofilia vem como instrumento de ordem espacial, disseminando, mesmo que inconscientemente, a saúde, em todos os seus aspectos: físico, mental e social.
Palavras-chave: ambiente produtividade; saúde.
corporativo;
biofilia;
T
he disconnection from nature, which has been generating several implications for physical, mental and social health, is being the subject of several academic studies, whether in the residential, commercial, institutional or urban scope. Considering that people spend most of their day at work, it is evident how much these environments impact human behavior and psychology. Thus, this work understands the corporate environment as a benchmark for research, adopting coworking, a typology of modern and collaborative work, to address the importance of reintegrating nature into architecture. The basic qualitative methodology used provided a systemic view, based on bibliographic research of an exploratory nature in books, publications of academic works, magazines, analogous case studies and courses. The present work begins with a dissertation on the changes in the city environment due to urbanization and its consequences in the context of man-nature. It also succinctly addresses the history of coworking, defines the concepts of biophilia, biophilic design and sustainability, culminating in the presentation of a preliminary project for a building with three floors, totaling 1180 m², whose spaces exemplify, through design guidelines, the application of the attributes of the biophilic design. In current times, where companies invest in human capital, seeking to retain talent and increase productivity, biophilia comes as a spatial instrument, spreading, even if unconsciously, health in all its aspects: physical, mental and social.
Key Words: corporate environment; biofilia; productivity; health.
LISTA DE FIGURAS
Figura 17: Bosco Verticale – Implantação da vegetação.................................................................................................42
Figura 35: Cor atribuída aos pilares metálicos...................59
Figura 18: Edifício de Escritórios (Fer)Studio........................43
Figura 37: Ilustração de detalhes sobre a laje......................59
Figura 19: Bairro dos Estados.........................................................47
Figura 38: Controle térmico das coberturas........................60
Figura 20: Uso e ocupação da área de estudo...................48
Figura 39: Brise vegetal da fachada oeste............................60
Figura 21: Usos principais em destaque..................................48
Figura 40: Brise vegetal da fachada leste..............................61
Figura 22: Mapa viário da área de estudo.............................49
Figura 41: Áreas externas de viver...............................................61
Figura 23: Imagens do local............................................................50
Figura 42: Paredes recuadas e paredes vazadas..............61
Figura 24: Topografia..........................................................................51 Figura 25: Gabarito do entorno.....................................................51
Figura 43: Detalhamento do telhado verde semi-intensi vo...................................................................................................................62
Figura 8: Espaços de Coworking no Brasil.......................37
Figura 26: Condicionantes ambientais - Carta Solar......52
Figura 44: Espaço de convivência na cobertura...............62
Figura 9: Perfil dos coworkers.................................................38
Figura 27: Estudo da incidência dos ventos no terreno..52
Figura 45: Perspectiva das fachadas.......................................63
Figura 10: Vizinhança dos espaços de coworking.......38
Figura 28: Macrozoneamento e Zoneamento.....................52
Figura 46: Composição formal do subsolo............................63
Figura 11: Configuração espacial...........................................39
Figura 29: ZR1 - Uso S1 previsto no Decreto nº 9.718/2021.. .........................................................................................................................53
Figura 47: Composição formal do pavimento térreo......64
Figura 30: Funcionograma – interrelação dos ambientes.................................................................................................56
Figura 49: Composição formal do 2º pavimento...............65
Figura 31: Diagrama de concepção volumétrica...............................................................................................57
Figura 51: Iluminação, ventilação e elementos naturais...66
Figura 1: Evolução do homem..................................................29 Figura 2: Escritório da It’s Informov – SP...........................35 Figura 3: Indeed Offices – Tokyo-Japão............................35 Figura 4: Sede da The Cloud - China....................................35 Figura 5: Kolektif House Coworking – Istambul-Turqu ia................................................................................................................35 Figura 6: Escritório Second Home - Londres...................35 Figura 7: Cronologia histórica dos espaços de cowork ing.............................................................................................................36
Figura 12: Programa de Necessidades - Its Informov..40 Figura 13: It’s Informov - Espaço de convivência.........40 Figura 14: It’s Informov – Sala de reuniões e área dos staffes....................................................................................................41 Figura 15: Google – Salas de trabalho e ambientes de refúgio....................................................................................................41 16
Figura 16: Google - Riqueza de informação....................42
Figura 32: Relação da edificação com o entorno..............58 Figura 33: Ilustração da implantação.......................................58 Figura 34: Diagrama de setorização.........................................58
Figura 36: Ilustração dos vãos estruturais.............................59
Figura 48: Composição formal do 1º pavimento...............64
Figura 50: Composição formal da cobertura......................65
Figura 52: Exemplos de vegetação especificada no projeto........................................................................................................66 Figura 53: Cores da natureza.........................................................67
Figura 54: Padrões, formas e geometrias naturais................68 Figura 55: Evocando a natureza..................................................68 Figura 56: Interação entre as pessoas e entre o ambiente...................................................................................................69 Figura 57: Espaços de transição, refúgio e perspectiva..69 Figura 58: Conexão ecológica.......................................................71 Figura 59: Cadeira em papelão reciclado - Designer Domingos Tótora...................................................................................71 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Pesquisa Bibliográfica...................................................26 Tabela 2: Atributos das experiências diretas.......................33 Tabela 3: Atributos das experiências indiretas...................34 Tabela 4: Atributos das experiências de espaço e lugar...34 Tabela 5: Benefícios do Design Biofílico no ambiente corporativo...............................................................................................35 Tabela 6: Estudos Análogos...........................................................40 Tabela 7: Resumo dos Estudos Análogos..............................44 Tabela 8: Programa de Necessidades e Pré-dimensionam ento...............................................................................................................55
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O
termo biofilia vem das palavras gregas bios e philia, as quais juntas significam amor à vida1. Surgiu pela primeira vez em 1964, quando o psicanalista e sociólogo Erich Fromm publicou o livro The Heart of Man2, analisando a segunda guerra mundial. Segundo Kellert et al (2008) o termo foi disseminado a partir de 1984 pelo biólogo Edward O. Wilson. Já o conceito de design biofílico nasceu em 1993 com Stephen Kellert definindo-o como base fundamental para a restauração da saúde física, psicológica e social nos ambientes construídos (KELLERT et al, 2008). A arquitetura biofílica trata da (re)conexão da relação homem x natureza, cujo ambiente construído leva em consideração os cinco princípios do design biofílico, estabelecidos por Kellert e Calabrese (2015): o envolvimento com a natureza, a saúde e bem-estar das pessoas, a ligação emocional, as conexões positivas e as soluções ecológicas.
níveis físico, mental e social, e que essa conexão afeta nosso bem-estar pessoal, produtividade e relacionamentos sociais (HEERWAGEN; LOFTNESS, 2012, p.5).
Kellert e Calabrese (2015) enfatizam que tais princípios podem ser atingidos através de experiências diretas, as quais envolvem o contato direto com elementos naturais, experiências indiretas, que utilizam padrões naturais, ou através de experiências de espaços e lugar, que abarcam as conexões culturais e ecológicas ao lugar. Desde 1984, com a disseminação do conceito de biofilia por Edward Wilson, observa-se uma vertente crescente estudando esta inata relação humana com a natureza aos benefícios produzidos pela mesma, assim como Kellert destaca em seus estudos desde 1993.
1 Oxford Reference. Disponível em <https:// w w w. o x f o rd re f e re n c e . c o m /v i e w/ 1 0.1 0 9 3/o i / authority.20110803095507389>. Acesso em 07 out 2020
A partir da introdução deste conceito fica aberta a ideia de que a arquitetura deve ser concebida levando em consideração mais do que a famosa tríade vitruviana3, ou ainda, que a base Venustas pode ser muito mais profunda do que se imagina. Segundo Vitrúvio, em seu livro Tratado de Arquitectura, traduzido por Maciel (2006, p.41): “...o princípio da beleza atingir-se-á quando o aspecto da obra for agradável e elegante e as medidas
2 FUNK, Rainer. Literary Estate of Erich Fromm: biophilia; love of live (biophilia). In: Erich Fromm online. 2014. Disponível em <https://fromm-online.org/en/biophilie-liebe-zum-lebendigenbiophilie/>. Acesso em 22 out 2020.
3 Referência aos princípios arquitetônicos de Vitrúvio: firmitas, princípio sobre a solidez, utilitas, princípio sobre a funcionalidade, venustas, princípio sobre a estética (VITRUVIO, SEC. I).
O conceito de biofilia implica que os humanos têm uma necessidade biológica de conexão com a natureza nos
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das partes correspondem a uma equilibrada lógica de comensurabilidade.” Na realidade, o que se observa aqui, não é um conflito e sim uma complementariedade, cujos atributos se somam para compor uma única solução: o bem estar físico e psicológico das pessoas. Considerando a relação homem x natureza uma das bases para uma arquitetura harmoniosa, pode-se questionar: por que fomos compelidos a nos afastar deste conceito? É fato que ao longo da história o ambiente natural vem sendo relegado ao segundo plano em detrimento do desenvolvimento pleiteado pela cidade. Santos (1993) afirmou que foi no momento técnico-científico, fim do século XVII e início do século XIX, do período de urbanização brasileira, que os territórios citadinos se tornaram cada vez mais extensos e mecanizados, se priorizando em relação ao meio natural. O autor ratifica ainda que “durante praticamente três séculos e meio, o território brasileiro conheceu uma utilização fundada na exploração dos seus recursos naturais pelo trabalho direto e concreto do homem” (SANTOS, 1993, p.48).
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Observa-se que a dinâmica estabelecida no ambiente urbano não contribui para as pessoas desfrutarem do meio natural remanescente. Essa ausência de convívio afeta não só a saúde física como também a psicológica, gerando problemas como
estresse, distúrbio de atenção, problemas de pressão arterial, depressão, entre outros.
o conjunto das classes dominantes (BENEVOLO, 2017, p.657).
Desse modo, a sociedade em geral, sobretudo as populações mais carentes, vêm enfrentando o convívio diário com as aflições típicas de países desenvolvidos: problemas psicossociais (drogas, crime, doença mental, alcoolismo, etc.), alta incidência de doenças crônicodegenerativas, além dos problemas decorrentes da saturação do meio ambiente para absorver o impacto de transformações tecnológicas... (GOUVEIA, 1999, p. 57).
A ideia de que a cidade se contrapõe ao ambiente natural é equivocada e retrógrada, ambos devem ser conciliados em prol da qualidade de vida e do meio ambiente. Enquanto alguns temas urbanísticos discutem essa reintegração, este trabalho destaca o impacto desta ausência dentro do ambiente corporativo, que é o lugar onde um grande número de pessoas passam a maior parte do dia.
Segundo um estudo realizado pela ONU (2019), 70% da população mundial viverá em cidades até 2050, onde a natureza está restrita a alamedas, praças e parques, relegada às franjas da cidade ou pequenas ilhas, quando presente. A abordagem científica dos problemas do ambiente construído se enquadra na cultura científica, indispensável ao desenvolvimento da sociedade moderna. Mas os problemas do ambiente construído foram propositadamente subtraídos à análise científica, porque somente assim é possível conservar o equilíbrio dos interesses imobiliários estabelecido no último século, que não é apenas uma fonte de privilégios para algumas categorias econômicas, mas um instrumento de poder para
Wentzel (2016) publicou na BBC News um levantamento realizado em 2014 pelo escritório Sr. Louis do Federal Reserve, em conjunto com o Banco Central Americano e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, onde apontou que o brasileiro trabalha em média 1711 horas por ano, muito próximo do que acontece no Japão, onde trabalham 1729 horas anualmente, no Canadá, 1703 horas/ano, na Itália 1719 horas/ano e nos Estados Unidos, 1789 horas/ano. Constata-se que o brasileiro trabalha tanto quanto ou por vezes, até mais, que nos chamados países desenvolvidos. Os autores Browning e Cooper (2015), Heerwagen e Loftness (2012) concordam que no meio corporativo, vários são os problemas que podem ser influenciados pelo ambiente construído: absenteísmo, problemas de
relacionamento, perda de foco, mau humor, problemas de saúde, ausência de motivação, turnover elevado e insatisfação de clientes e funcionários. Estes obstáculos repercutem em acentuada queda na produtividade e consequentemente na lucratividade, colocando em risco a sustentabilidade da empresa no mercado. Segundo Heerwagen e Loftness (2012, p.11), 10% da ausência dos funcionários podem ser atribuídas à arquitetura sem conexão com a natureza, perfazendo uma perda financeira de 4%. Estudos como os desenvolvidos por Kuo4, Sullivan5 e Harvard6 apontam que os ambientes que incluem padrões naturais ou a própria natureza afetam positivamente o sistema neurológico, contribuindo para o relaxamento, aumentando as funções cognitivas e 4 Kuo, FE., Coping with Poverty: Impacts of Environment and Attention in the Inner City. Environment and Behavior.2001. Disponível em: <https://pdfs.semanticscholar. org/1eaa/4526089a3851b2300044d2a95364c2d159cd.pdf>. Acesso em 15 set 2020. 5 SULLIVAN, William C., Landscapes of 20th Century Chicago Public Housing.2007. Disponível em: <https://www.researchgate. net/publication/275032357_Landscapes_of_20th_Century_Chicago_ Public_Housing> Acesso em 15 set 2020. 6 HARVARD - Associations of Cognitive Function Scores with Carbon Dioxide, Ventilation, and Volatile Organic Compound Exposures in Office Workers: A Controlled Exposure Study of Green and Conventional Office Environments. 2015. Disponível em: <https://dash.harvard.edu/bitstream/handle/1/27662232/4892924. pdf?sequence=1> Acesso em 15 set 2020.
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estimulando a criatividade. É a ciência comprovando que o contato com a natureza faz bem. Heerwagen e Loftness (2012, p.6 e p.13) enfatizam, segundo a Teoria de Restauração da Atenção de Kaplan: “que a natureza serve como um ambiente restaurador positivo para os humanos e é uma plataforma eficaz para gerenciamento de estresse, promoção da saúde, psicoterapia e prevenção de doenças”, além disso “a biofilia pode reengajar perdas improdutivas e reduzir custos operacionais”. Ratifica-se a importância da sintonia da arquitetura em relação à outras disciplinas para produzir ambientes que atendam aos padrões de saúde fundamentais, observando as necessidades físicas e psicológicas humanas. Essas autoras dizem que “o acesso das pessoas ao cenário natural está significativamente correlacionado com sua satisfação no trabalho, saúde e produtividade” (2012, p. 12). Acrescentase a este ponto a necessidade de sustentabilidade ambiental, a qual está intrinsecamente ligada ao conceito de design biofílico (KELLERT; CALABRESE, 2015, p.6).
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Browning e Cooper (2015) evidencia que a ausência de janelas, luz e ventilação naturais, tons cinzentos ou brancos em demasia, ausência de elementos naturais, podem afetar o bem-estar dos funcionários.
Conforme dados da Organização Mundial de Saúde há no mundo 322 milhões de pessoas com transtornos mentais, sendo que no Brasil, 11,5 milhões de pessoas sofrem com depressão e 18,6 milhões sofrem de ansiedade. De acordo com a OMS ainda, houve um aumento de 18% nos casos em entre os anos de 2005 e 2015 (OMS, 2017). A depressão e a ansiedade são os principais motivos de afastamento dos trabalhadores, segundo Fernandes et al. (2017). Tendo em vista estes dados, é inegável a influência que o ambiente corporativo construído pode transmitir ao funcionário no decorrer do expediente, causando-lhe de alguma forma repulsa ou motivação. Dado o imperativo econômico das empresas fornecerem ambientes de trabalho positivos, e a riqueza de evidências acadêmicas que mostram o impacto positivo da biofilia, é surpreendente que hajam porcentagens significativas de funcionários de escritório em todo o mundo que ainda não têm acesso à luz natural (47%), vegetação (58%) ou a vista para a janela (11%) dentro de seu ambiente de trabalho (BROWNING; COOPER, 2015, p.30).
Nem sempre a arquitetura estará relacionada ao fator causa do problema, mas ela pode fazer parte da solução. A arquitetura biofílica tem um papel importante neste sentido, influenciando a produtividade e qualidade
de vida dos trabalhadores, através de um ambiente qualificado. O design biofílico otimiza a produtividade, o tempo de cura, as funções de aprendizagem e a coesão da comunidade como o mecanismo de parceria perfeito para fornecedores de negócios, proprietários de hospitais, administradores de escolas, empreiteiros e planejadores de cidades que buscam obter o máximo valor por meio do desenvolvimento e design (HEERWAGEN; LOFTNESS, 2012, p. 27).
Desta forma, verifica-se a necessidade de implantação de espaços corporativos com design de qualidade, pensando não só na saúde empresarial, mas principalmente no bem-estar físico e psicológico dos funcionários. Este tema ainda é pouco discutido e disseminado no Brasil comparado à Europa e Estados Unidos. Não foram localizadas referências de práticas da biofilia no Estado da Paraíba. Assim, com o intuito de exemplificar a aplicação das diretrizes preceituadas pelo design biofílico, este trabalho concerne na elaboração projetual de um espaço para coworking, no Bairro dos Estados, na cidade de João Pessoa – PB. Para o desenvolvimento deste pretende-se compreender a dinâmica de funcionamento de um coworking, analisar a relação
do conceito de design biofílico com a arquitetura e a sustentabilidade e identificar como o design biofílico pode ser incorporado no âmbito corporativo em prol da produtividade e bem-estar dos funcionários. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Pode-se dizer que este estudo se pautou na metodologia qualitativa básica, fornecendo uma visão sistêmica, a partir de uma pesquisa bibliográfica de caráter exploratório. I.
Pesquisa bibliográfica e documental
Para o desenvolvimento deste trabalho, cuja temática gira em torno do design biofílico, foi necessário realizar a leitura de vários livros e publicações científicas, com a intenção de compreender a base e a extensão para aplicação do assunto em comento. A leitura das publicações de Kellert foram fundamentais para conhecer o conceito, os princípios e as possibilidades de aplicação do Design Biofílico nos campos corporativo, saúde, educacional, residencial e urbano. As autoras Heerwagen e Loftness endossam o que foi disseminado por Kellert e Callabrese, vinculando novas informações sobre o impacto da desconexão da natureza dentro do ambiente corporativo e como isso pode ser trabalhado.
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Browning e Cooper compilaram diversas pesquisas a sua publicação correlacionando formas de correção do ambiente construído para promover o bem-estar e saúde dos funcionários. As principais fontes utilizadas foram relacionadas na tabela abaixo. Tabela 1: Pesquisa Bibliográfica
desenvolvimento de um projeto biofílico, abarcando os princípios e atributos que regem a arquitetura biofílica. Após a busca pelo conhecimento da temática, pesquisou-se as condicionantes legais necessárias para o desenvolvimento do anteprojeto, fazendo uso do Código de Urbanismo (2001), Plano Diretor (2009) e do Decreto 5900/2007. II.
Pesquisa de campo
A pesquisa de campo foi necessária para a leitura morfológica do lugar onde foi proposta a edificação, objeto de estudo deste, sua topografia, entorno, vizinhança, vistas, a incidência solar no terreno, ventilação, perceber a circulação das pessoas e veículos nas proximidades e vias. III.
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Também foi de grande contribuição a participação da autora, em outubro/2020, no Curso de Biofilia e Design Biofílico, promovido pela arquiteta Bia Rafaelli Casaccia, que foi aprendiz direta de Elizabeth Calabrese, uma das precursoras do Design Biofílico no mundo. Esse curso possibilitou colocar em prática, embora ainda de forma acadêmica, todos os conhecimentos adquiridos através das pesquisas bibliográficas, culminando no
desta proposta: QGIS e a base de dados da Prefeitura Municipal de João Pessoa. IV.
Sistematização e análise de dados
Para sistematizar as informações obtidas, por meio desta pesquisa, foram elaborados textos, com representações gráficas, tabelas, mapas e ilustrações. Os dados cronológicos foram apresentados como linha do tempo, com visual mais dinâmico. Alguns conceitos foram exemplificados com fotos ou figuras, com o intuito de tornar a leitura mais agradável e menos cansativa ao leitor. Por fim, plantas, cortes, fachadas e maquete eletrônica, além das imagens renderizadas auxiliam a compreensão da proposta.
Instrumentos de pesquisa
Segue abaixo a relação de instrumentos de pesquisa utilizados com suas as respectivas finalidades: Registros fotográficos e croquis: para ilustrar o entorno do terreno desta proposta e para ilustrar os ambientes dos espaços de coworking visitados; Softwares: para desenvolvimento e apresentação do anteprojeto: Revit, MS-Office Word e Power Point; para o mapeamento geoespacial do entorno do terreno objeto
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1.1 Compreendendo o design biofílico 1.1.1 Conceitualização
B
iofilia é a visão simplificada da essência da vida, da relação humana natural e simbiótica com o meio onde habita. Edward Wilson, na década de 80, defendia que esta relação é a tendência de conexão essencial para a saúde física, mental e social das pessoas. Apesar de parecer um termo romantizado, trata-se de conceito científico que ratifica a necessidade das pessoas de estar perto da natureza. Essas constatações estão sendo publicadas em várias revistas científicas7, até mesmo por renomadas universidades. A proximidade com o ambiente natural traz instintivamente uma sensação de bem-estar ao homem, 7
que é explicada por Kellert e Callabrese (2015, p.3) como uma resposta automática desenvolvida ao longo dos anos da evolução humana, ou seja, se deu em “resposta adaptativa às forças naturais não artificiais ou criadas pelo homem”. A figura a seguir representa o distanciamento do ambiente natural, percorrido pelo homem, diante do processo de urbanização. Com o advento da eletricidade e da tecnologia as edificações tornaram-se cada vez maiores, mais vedadas, com espaços internos mais desconectados com o ambiente exterior, passando a utilizar mais a iluminação e ventilação artificiais do que as naturais. Assim, essa imagem reverbera a ideia de que o progresso só ocorre em detrimento da natureza. Figura 1: Evolução do homem.
Seguem algumas das publicações sobre o assunto:
HARVARD UNIVERSITY. Associations of Cognitive Function Scores with Carbon Dioxide, Ventilation, and Volatile Organic Compound Exposures in Office Workers: A Controlled Exposure Study of Green and Conventional Office Environments. Disponível em <https://dash.harvard.edu/bitstream/handle/1/27662232/4892924. pdf?sequence=1>; NASA TECHNICAL REPORTS SERVICE. Interior Landscape Plants for Indoor Air Pollution Abatement. Disponível em <https://ntrs. nasa.gov/citations/19930073077>; SCIENCE DAILY. Life in the city: Living near a forest keeps your amygdala healthier. Disponível em <https://www.sciencedaily.com/ releases/2017/10/171018113515.htm>;
Fonte: Kellert e Callabrese (2015, p.3). Edição da autora, 2020.
Em 1993 Stephen Kellert difundiu o design biofílico através da publicação do livro The Biophilia Hypothesis, traduzindo a biofilia para o ambiente construído. “O design biofílico busca criar um bom habitat para as
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pessoas como um organismo biológico no ambiente construído moderno que melhora a saúde, a boa forma e o bem-estar das pessoas” (KELLERT, CALLABRESE, 2015, p.6). Para falar dos reflexos físicos e psicológicos causados pelo ambiente construído, é necessário compreender que a arquitetura gera gatilhos para o comportamento humano, pois ela é feita para as pessoas, é concretizada com relevância em seus usuários, sua cultura, seus modos de vida, suas necessidades. Paiva (2017)8 descreve a neuroarquitetura como uma associação interdisciplinar da arquitetura e a neurociência, que explica como o ambiente impacta emocionalmente as pessoas, através de estudos científicos associados à psicologia, à medicina e à arquitetura. Hoje as pessoas passam a maior parte do tempo dentro de ambientes construídos, muitas vezes desconexas ao que ocorre no ambiente exterior, sem a percepção de clima, tempo, temperatura externa, por exemplo. Segundo um artigo publicado por Frumkin (2017)9, os benefícios do contato com a natureza para
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8 PAIVA, Andréa. Neuroarquitetura: o que é isso? 2017. Disponível em <https://www.neuroau.com/post/neuroarquiteturao-que-%C3%A9-isso> Acesso em 27 out 2020. 9
FRUMKIN, Howard et al. Nature contact and human
a saúde humana são: redução do estresse, melhoria na qualidade do sono, melhoria na saúde mental (depressão, ansiedade), melhor desenvolvimento cognitivo, favorecimento do comportamento de conexão social, entre outros. Ratifica Jan Gehl (2017) ao dizer que: “boa arquitetura é a interação entre forma e vida”.10 O que rege o design biofílico, para desenvolvimento de projetos com essa interação entre forma e vida, são os princípios ditos como essenciais por Kellert e Callabrese (2015), fundamentados nas questões que elevam a qualidade de vida e saúde das pessoas. Para os autores o design biofílico: Requer envolvimento repetido e sustentado com a natureza; Enfoca as adaptações humanas ao mundo natural que, ao longo do tempo evolutivo, aumentaram a saúde, a forma física e o bem-estar das pessoas; Estimula um apego emocional a determinados ambientes e lugares; Promove interações positivas entre as pessoas e a natureza que encorajam um senso expandido de relacionamento e responsabilidade health: a research agenda. In: Environmental Health Perspectives. 2017. Disponível em <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/ PMC5744722/#>. Acesso em 04 out. 2020. 10 JEAN GEHL. Jan Gehl explica o conceito de cidades para pessoas. In: Fecomercio SP. Disponível em < https://www.youtube. com/watch?v=fgcNxIlycic>. Acesso em 04 out. 2020.
para as comunidades humana e natural; Incentiva soluções arquitetônicas de reforço mútuo, interconectadas e integradas (KELLERT, CALLABRESE, 2015, p.6).
O primeiro princípio envolvimento com a natureza trata da conexão humana com a natureza em si, ou seja, a disposição de exemplares vegetais nos ambientes construídos e a interação com o verde como parte das atividades diárias. A garantia de um habitat saudável, entenda-se como habitat todo ambiente construído neste caso, tem como premissa o fornecimento de água limpa, acesso à alimentos saudáveis, espaço para prática de exercícios físicos. Este é conceito do segundo princípio que rege sobre o acesso às necessidades básicas das pessoas. O envolvimento emocional, referido pelo terceiro princípio, faz uma abordagem específica sobre o desenvolvimento do projeto, que deve levar em consideração os aspectos de ordem cultural dos usuários e de ecologia local. Este princípio foca no sentimento de pertencimento, ou seja, considera para quem é o projeto e onde é o projeto. O quarto princípio enfatiza que o design biofílico não é somente sobre a natureza, engloba também a
reconexão das pessoas com a sociedade e com elas mesmas. Aborda o aspecto social reforçando as conexões positivas, aumentando a empatia e o sentimento de comunidade. A sustentabilidade é a base do quinto princípio, refere-se a trazer salubridade, em seu contexto mais amplo, e construir edificações resilientes e ecologicamente corretas. Não há como falar de design biofílico sem considerar a sustentabilidade ambiental, pois este está intrinsicamente ligado a resiliência e ao respeito pelo meio ambiente, fundamentais para a saúde de todos. Neste caso, o quinto princípio prevê o baixo impacto da edificação, no construir, e sua integração ao meio ambiente. Para Heywood (2017, p.15), os pilares para a concepção de um bom projeto sustentável são a economia, a equidade e o meio ambiente. Assim, este autor, define que para uma edificação ser sustentável ela deve considerar “a longevidade, a flexibilidade e a eficiência energética como bases” do projeto (HEYWOOD, 2017, p.34). Seguindo os preceitos do quinto princípio da biofilia, as edificações precisam reduzir o consumo energético, reduzir a emissão de gás carbônico e favorecer a manutenção dos serviços ambientais. Heywood (2017, p.78) sugere a utilização de materiais renováveis e
31
abundantes como alternativa aos materiais construtivos tradicionais, por exemplo: madeira certificada, fibra, areia, terra, argila, cascalho e pedra. Segundo o autor “os materiais de construção são responsáveis por emissões cumulativas de gás carbônico” (HEYWOOD, 2017, p.81). A água é um dos recursos não renováveis e por isso, merece toda atenção em um projeto com design biofílico. A captação da água da chuva para reuso em jardins, a redução da utilização da água em torneira e vasos sanitários através de sistemas mais eficientes, são exemplos. Outra observação, relevante neste contexto, trazida por Heywood (2017) é que a natureza não gera resíduos, tudo faz parte de um ciclo de reaproveitamento. Aprende-se aqui que o sistema construtivo é tão importante, ambientalmente considerando, quanto os materiais finais, de acabamento.
32
A taxa de ocupação da edificação no lote impacta o espaço e o entorno do lugar. Uma arquitetura de alta densidade libera mais área permeável do que uma mais dispersa, possibilitando a inserção de espaços verdes. Enfatiza-se aqui que as áreas verdes tendem a absorver mais a radiação solar do que paredes brancas, favorecendo a climatologia urbana (HEYWOOD, 2017). Neste caso, assimilando as ideias de Heywood, considerase que há uma soma de benefícios ao se utilizar tanto paredes brancas quanto vegetação.
1.1.2 Experiências e atributos do design biofílico O design biofílico emana características espaciais naturais que estimulam as experiências multissensoriais dos usuários, como a visão, através da perspectiva do lugar, a audição, através do barulho da água ou do vento, por exemplo, o tato, utilizando texturas diferenciadas, o olfato, com aromas naturais, o sentir, através do conforto da temperatura ambiente. Pode-se dizer que as experiências contemplam as estratégias de projeto. São elas que vão proporcionar conforto, bem-estar, melhor desempenho e contribuindo para a saúde. Segundo Kellert e Callabrese (2015, p.9): Três tipos de experiência da natureza representam as categorias básicas da estrutura do design biofílico: - Experiências diretas – refere-se ao contato real com características ambientais no ambiente construído;
do clima, uso do fogo, possibilidade de contemplação de paisagens. As experiências indiretas são transmitidas através de imagens da natureza, com o uso de escultura, pinturas, uso de materiais naturais, uso de cores naturais como tons terrosos, azul e verde, formas orgânicas e geometrias naturais, riqueza de informação, uso de texturas, valorização da pátina do tempo. Já as experiências de espaço e lugar envolvem a ideia de perspectiva e refúgio, o uso de complexidade formal organizada, criação de conexões espaciais, culturais e ecológicas, promovendo clareza na mobilidade. Cada categoria, acima explicada, contém atributos relacionados, os quais proporcionam as experiências que produzem o bem-estar e saúde para as pessoas. Toda edificação pode resgatar o relacionamento com a natureza, independente da inclusão da vegetação propriamente dita, contribuindo de alguma forma para a salubridade do ambiente.
- Experiências indiretas – refere-se ao contato com a representação ou imagem da natureza;
1.2 O design biofílico no ambiente corporativo
- Experiências de espaço e lugar – referese aos recursos espaciais característicos do ambiente natural.
A aplicação do design biofílico no ambiente corporativo tem se mostrado como um importante
As experiências diretas envolvem o contato propriamente dito: presença da luz natural, ventilação natural, água limpa, plantas, possibilidade de percepção
instrumento que corrobora para a saúde e bem-estar dos funcionários, mitigando evasão de receitas e de talentos. Browning e Cooper (2015), após um estudo em ambientes de trabalho com luz natural, presença
de plantas, uso de elementos naturais, constataram que o nível de bem-estar dos trabalhadores aumentou 15%, a criatividade também era 15% mais elevada e a produtividade era de 6 % maior do que os escritórios que não continham essas experiências. Segundo os autores: “Um aumento tão grande do bem-estar é a prova do poder do design biofílico no local de trabalho e do impacto positivo que isso pode ter sobre os funcionários” (BROWNING, COOPER, 2015, p.20). Concordam com esta teoria Heerwagem e Loftness (2012, p.12-13), quando atestam que “existe uma conexão fisiológica entre os humanos e a natureza que explica por que a atenção humana é neurologicamente restaurada”, concluindo que a “biofilia pode reengajar perdas improdutivas e custos operacionais”. As tabelas abaixo resumem os atributos definidos por Kellert et al (2008), para aplicabilidade do design biofílico nos ambientes corporativos, agrupados conforme sua categoria de experiência:
33
Tabela 4: Atributos das experiências de espaço e lugar
Tabela 3: Atributos das experiências indiretas
Corroborando com os atributos especificados acima, apresenta-se a seguir um resumo dos benefícios destacados por Browning e Cooper (2015) e Heerwagen e Loftness (2012):
c)
Cores: azul, verde e amarelo
Benefícios: Eleva os níveis de produtividade, motivação, criatividade, felicidade15.
Figura 4: Sede da The Cloud - China
Tabela 5: Benefícios do Design Biofílico no ambiente corporativo a)
Elementos naturais
Benefícios: Eleva os níveis de produtividade, criatividade, felicidade, inspiração, sentimento de acolhimento11, conexão entre os colegas12. Reduz os índices de ausências no trabalho. 13
Tabela 2: Atributos das experiências diretas
Figura 2: Escritório da It’s Informov – SP
Fonte: https://archinect.com/ d)
Cores: tons médios e escuros de verde
Benefícios: Reduz a frequência cardíaca e pressão arterial, aliviando o stress16.
Figura 5: Kolektif House Coworking – Istambul-Turquia
Fonte: https://itsinformov.com.br/ b)
Vista para natureza
Benefícios: Eleva os níveis de produtividade, satisfação e entusiasmo. Reduz os índices de ausências no trabalho. 4 14
Fonte: https://officesnapshots.com Figura 3: Indeed Offices – Tokyo-Japão
e)
Cor vermelha
Benefícios: Melhora a concentração e atenção.17
Figura 6: Escritório Second Home - Londres
Fonte: https://www.officelovin.com/ Fonte: https://www.archdaily.com.br
34
11
Browning e Cooper, 2015, p. 18
12
Browning e Cooper, 2015, p. 22
15
Browning e Cooper, 2015, p. 18
13
Browning e Cooper, 2015, p. 40
16
Heerwagen e Loftness, 2012, p.12
14
Heerwagen e Loftness, 2012, p.12
17
Browning e Cooper, 2015, p. 29
35
Cabe salientar que a aplicação do design biofílico influencia diretamente no bem-estar dos funcionários, em todas as categorias de experiências, estimulando a conexão indivíduo-ambiente, promovendo as interações positivas em um sistema ecologicamente integrado.
uma sala comercial individual. Segundo Barreto (2020) “coworking é um modelo de trabalho que consiste no compartilhamento de espaço, infraestrutura e outros recursos entre profissionais de diversas áreas de atuação diferentes.”
Estudos de caso documentaram as vantagens das experiências biofílicas, incluindo taxas de recuperação de estresse melhoradas, redução da pressão arterial, funções cognitivas aprimoradas, resistência mental aprimorada e foco (HEERWAGEN, LOFTNESS, 2012, p. 9).
Santos (2019) resume a história do coworking através da seguinte cronologia abaixo, a qual foi complementada para este trabalho: Figura 7: Cronologia histórica dos espaços de coworking O termo foi cunhado em 1999 por Brian De Koven
Surge o primeiro espaço para coworking, em Viena, na Áustria
Primeiro coworking nos EUA
Primeiro coworking fulltime (EUA)
Primeiro coworking no Brasil em São Paulo
1.3 Coworking: definição e dinâmica de funcionamento O conceito de escritório compartilhado, coworking ou co-working, surgiu nos EUA e veio para o Brasil em 2008 (BARRETO, 2020). Este conceito revoluciona a forma de trabalho de profissionais autônomos, startups e pequenas empresas. É o tipo de ambiente que favorece o networking18, a conectividade entre os diversos profissionais, através de espaços democráticos e estruturados para projetar, receber clientes, fazer reuniões com o menor custo comparado às despesas de
36
18 O contexto de Networking refere-se ao relacionamento profissional desenvolvido entre os usuários do ambiente de coworking, possibilitando troca de informações e serviços.
Primeiro HotelCoworking do Nordeste, em João PessoaPB19
Crescimento de 200% dos espaços de coworking na Paraíba20
Primeiro coworking na Paraíba em João Pessoa21
Aumento exponencial global de espaços de coworking
Aumento de 437% em relação à 2008 na procura por coworking no Brasil
Fonte: SANTOS (2019) e mídias, conforme notas de rodapé. Edição da autora, 2020.
19 Fonte:https://www.maispb.com.br/427316/construtorainaugura-primeiro-hotel-coworking-do-ne.html 20
Fonte: https://globoplay.globo.com/v/6674411/
21 Fonte: http://www.paraibatotal.com.br/noticias/2013/01/30/92838-estudante-de-administracao-inaugura-primeiro-coworking-da-paraiba
Destaca-se que entre 2007 e 2008 acontecia uma grande crise econômica, que abalou os mercados mundiais, a qual teve início por questões imobiliárias nos EUA levando a quebra do banco Lehman Brothers. Foi neste cenário que despontaram os espaços para a prática do coworking no Brasil. Santos (2019) enfatiza que nesta época com o desemprego em alta, a queda do salário dos trabalhadores e as tensões sociais levaram as pessoas a buscar outras alternativas como fonte de renda, culminando no crescimento do trabalho autônomo e dos freelancers. A autora também relata o contexto cultural e social da origem dos espaços de coworking, onde observa-se que a maioria dos agentes envolvidos tem perfil independente e buscavam opções ao trabalho em ambiente isolado ou em locais públicos, o que desfavorecia tanto o bem-estar como a concentração necessários para o labor. A organização Coworking Brasil, citada por Santos (2019), divulgou que o número de espaços abertos para a prática de coworking aumentou 400% nos últimos 2 anos. O censo 2019, realizado pela organização em comento, registrou um crescimento deste modelo de trabalho de 25% em relação ao ano de 2018, contabilizando 1.498 espaços abertos em todo o Brasil. Só na região nordeste são 139 espaços de coworking, sendo 17 no estado da Paraíba (Coworking Brasil, 2019).
Figura 8: Espaços de Coworking no Brasil.
Fonte: Coworking Brasil, 2019. Edição da autora, 2020.
No Brasil, face as constantes dificuldades vivenciadas pelo mercado de trabalho, o modelo de coworking ganha cada vez mais amplitude, pois segundo Diamantino et al (2019, p.230): Profissionais de diferentes áreas encontraram um espaço direcionado ao trabalho, com toda infraestrutura pronta a atendê-los, escritórios de trabalho colaborativo, salas de atendimento individualizado, espaço para reuniões e áreas de uso comum. Tudo pronto, por um preço acessível, locação por algumas horas, por dia, por semana, ou por mês.
37
Barreto (2020) relata que a maioria dos coworkers22 são homens, freelancers ou profissionais liberais, entre 24 e 44 anos, que atuam em várias áreas de conhecimento. Ratifica esta informação, a organização Coworking Brasil (2018) publicando que a idade média dos coworkers é de 33 anos, além disso, a maioria dos coworkers possuem superior completo ou pós-graduação e já atuam profissionalmente. Figura 9: Perfil dos coworkers.
anteriormente mencionado, esclarecendo a necessidade de proximidade de pontos vistos como estratégicos aos negócios. Figura 10: Vizinhança dos espaços de coworking.
2018
2019
Fonte: Coworking Brasil (2018 e 2019). Edição da autora, 2020.
Fonte: Coworking Brasil (2018). Edição da autora, 2020.
No que tange à localização dos espaços, a pesquisa realizada pela Coworking Brasil (2019) descobriu que a vizinhança mais comum é comercial, seguida pela residencial, apenas 1% dos espaços de coworking em funcionamento estão próximos às áreas universitárias. Comparando com a pesquisa de 2018, percebe-se um crescimento dos espaços em áreas comerciais e uma redução nas áreas residenciais e universitárias. Este resultado concorda com o perfil de profissional, 38
22 Terminologia utilizada para se referir aos usuários de coworking
Cisne et al (2015, p.174) ratifica que a instalação dos espaços de coworking leva em consideração principalmente a localização e em segundo lugar a produtividade, comprovando que a vizinhança tem fator primordial para a ação dos agentes envolvidos e na sustentabilidade dos negócios. Os espaços de coworking são dotados da infraestrutura necessária para suportar a diversidade das atividades dos coworkers, assim chamados os profissionais que atuam coletivamente no lugar. Para gerir esta infraestrutura, bem como conciliar as necessidades dos “habitantes”, esses espaços contam com um gestor, “responsável por incentivar e promover as relações e sinergias entre os profissionais residentes” (BARRETO, 2020, p. 23).
Segundo Diamantino et al (2019, p.232), um espaço de coworking contempla: Atendimento personalizado; Sinal de Wi-Fi (internet) de alta velocidade; Salas para treinamentos; Salas para reuniões; Serviços de impressão e digitalização; Espaço para relaxamento - lounge; Copa, cozinha, e/ou cantina; Armários individualizados; Tele entrega – Motoboy; Café / água; Banheiros.
Pode-se acrescentar a informação acima: ambiente de recepção com serviço de secretariado, estacionamento próprio e bicicletário, espaço de convivência, espaço de venda de produtos alimentícios, considerando a pesquisa da Coworking Brasil (2019), a qual aponta a seguinte configuração espacial: Figura 11: Configuração espacial.
Para Santos (2019, p. 34): Os espaços de coworking funcionam como intermediadores e plataformas físicas para as atividades em rede, contribuindo com os processos de transferência de conhecimentos e com as dinâmicas de inovação entre organizações.
Por fim, concordando com Browning e Cooper (2015), entende-se que os espaços de trabalho dotados dos princípios do design biofílico podem impactar positivamente a vida das pessoas e contribuir favoravelmente para os negócios. A presença direta ou indireta da natureza no ambiente construído tende a estimular a interação e integração das pessoas, melhorando o relacionamento corporativo, o bem-estar e a saúde emocional das mesmas, gerando inspiração para vencer os desafios laborativos diários. 1.4 Estudos análogos
Fonte: Coworking Brasil (2019). Edição da autora, 2020.
As relações de trabalho neste tipo de espaço são descontraídas, muitos networkings acontecem na pausa para o café, ou mesmo no almoço. O espaço pode contemplar lugares pré-fixados de trabalho e áreas livres para abrigar os diversos profissionais.
Os estudos de casos a seguir serviram de base para desenvolvimento da proposta arquitetônica e de interiores, objeto deste estudo. As diretrizes projetuais extraídas para o desenvolvimento deste trabalho constam ao final de cada correlato. A análise dos dados e a proposta do anteprojeto fundamentam-se nas teorias dos principais autores bibliográficos e nos estudos de casos análogos efetuados sob a ótica de Geoffrey H. Baker.
39
Tabela 6: Estudos Análogos.
1.4.1 IT’S Informov Trata-se de um escritório de arquitetura localizado no bairro Itaim Bibi na capital paulista e construído em 2019 com base nos princípios do design biofílico. O espaço comporta 51 colaboradores e conta com o seguinte programa de necessidades: recepção, cabine, café, circulação, lounge, sala de reunião, área de staff, varanda e WC.
Após a análise da composição espacial pode-se dizer que o escritório buscou contemplar os princípios do design biofílico agregando os atributos das experiências necessárias para o bem-estar e saúde dos funcionários e adotando soluções ecológicas ao privilegiar a iluminação e ventilação naturais, reduzindo o consumo energético, e ao utilizar materiais sustentáveis como a madeira certificada e carpetes cujos padrões formais diminuíram o desperdício na hora do recorte. O agenciamento do piso demarca a transição entre os ambientes ao mesmo tempo em que promove a ligação sequencial dos mesmos, trabalhando a integração da parte com o todo. O tipo de carpete utilizado nesta transição permite a diversidade do recorte minimizando desperdícios.
Os escritórios Google em Tel Aviv, Israel, foram projetados em 2012 por Camenzind Evolution e ocupam 8000 m², em 8 andares do edifício Electra Tower, com vistas para a cidade e o mar. Vale ressaltar que explorar pontos de referências proeminentes favorece a experiência de perspectiva e percepção da paisagem. Figura 15: Google – Salas de trabalho e ambientes de refúgio.
Fonte: Archdaily, 2019. Edição da autora, 2020.
A partir deste estudo definiu-se as seguintes diretrizes projetuais: inserir plantas naturais no ambiente de trabalho, promover luz e ventilação naturais, dar preferência aos materiais naturais e ecologicamente sustentáveis, utilizar cores, texturas e padrões naturais, estabelecer áreas com perspectiva e outras como Fonte: Archdaily, 2019. Edição da autora, 2020.
Fonte: Archdaily, 2019. Edição da autora, 2020.
Figura 14: It’s Informov – Sala de reuniões e área dos staffes.
1.4.2 Google Israel
Figura 13: It’s Informov - Espaço de convivência.
Figura 12: Programa de Necessidades - Its Informov.
40
em ambientes naturais. A sala de reuniões configura o ambiente de refúgio necessário para momentos que requerem maior introspecção. As imagens de folhas jateadas no vidro interferem na visão de quem está de fora da sala, promovendo privacidade.
A riqueza de detalhes e diversidade de materiais, texturas, cores, espaços e formas, forneceram aos ambientes a complexidade organizada encontrada
refúgio.
Fonte: Archdaily, 2013. Edição da autora, 2020.
O programa de necessidades compreende: espaços de convívio, três restaurantes, sala de jogos, salas de trabalho, cafés, auditório, salas de reuniões, espaço de coleta de reciclagem, banheiros, espaço de massagem, loja de doces, loja de flores, recepção. 41
Figura 16: Google - Riqueza de Informação.
Fonte: Archdaily, 2013. Edição da autora, 2020.
O quinto princípio do design biofílico, que trata das conexões ecológicas, foi percebido no uso de materiais sustentáveis como madeiras certificadas ou reutilizadas, na iluminação circadiana, reduzindo o consumo energético e no favorecimento da iluminação natural. Cabe salientar que alguns materiais reaproveitados, como a madeira, estão imbuídos do aconchego da pátina de sua idade intensificando a conexão cultural e a ligação dos usuários ao lugar. A partir deste correlato, definiu-se as seguintes diretrizes: promover áreas de convivência, reutilizar materiais buscando a sustentabilidade e utilizar formas naturais ou geometrias naturais.
42
1.4.3 Edifício residencial Bosco Verticale Localizado em Milão na Itália e projetado por Stefano Boeri, é considerado um exemplo de floresta vertical dotado de um ecossistema capaz de subsidiar a reprodução da fauna e flora locais. Além disso, os edifícios propiciam um microclima, filtram o CO2, absorvem a poeira fina em suspensão, produzem oxigênio, protegem contra a radiação solar e funcionam como barreira sonora, graças a vegetação inserida. Figura 17: Bosco Verticale – Implantação da vegetação.
A estrutura foi executada em concreto armado com lajes protendidas. As árvores foram plantadas em gaiolas de aço, fixadas com cinturões elásticos, que dão suporte ao crescimento da espécie e protegem de quedas. A irrigação é dada por um sistema automatizado e utiliza águas pluviais, que também abastece os apartamentos, juntamente com a rede pública. Por fim, o abastecimento energético conta com painéis fotovoltaicos instalados na cobertura de ambos os prédios.
Figura 18: Edifício de Escritórios (Fer)Studio.
As diretrizes compreendidas a partir deste correlato foram: adotar vegetação para proteção solar, mitigação de poluição sonora e do ar e utilizar métodos sustentáveis de utilização da água e energia. 1.4.4 Edifício de escritórios em Louisville, EUA
Figura 17: Bosco Verticale – Implantação da vegetação
Fonte: Inexhibit, 23 Fonte: Inexhibit, 2019 201923 24 2011. Edição da autora, 2021
Fonte: InHabitat, Fonte: InHabitat, 2011. Edição da autora, 202124 23 Disponível em < https://www.inexhibit.com/it/ case-studies/il-bosco-verticale-di-boeri-da-fenomeno-adarchetipo/> Acesso em 01 mar. 2021. 24 Disponível em <https://inhabitat.com/bosco-verticalein-milan-will-be-the-worlds-first-vertical-forest/> Acesso em 01 mar. 2021.
Este projeto de reabilitação, desenvolvido pelos arquitetos (FER)Studio, recebeu certificação LEED Platinum25 pelo grau de sustentabilidade alcançado. O projeto conta com a instalação de 81 painéis solares, que auxiliam na redução de emissão de CO2; no piso e nos móveis foram utilizados resíduos de madeira estrutural triturados; a água chuva é captada através dos telhados verdes e reaproveitada no paisagismo do edifício. 25 LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações. Fonte: GBC Brasil. Disponível em <https://www. gbcbrasil.org.br/certificacao/certificacao-leed/> Acesso em 02 mar. 2021.
Fonte: Archdaily, 2020.
As seguintes diretrizes projetuais foram definidas a partir deste projeto: utilização de energia solar e captação da água da chuva como medidas sustentáveis.
43
1.4.5 Síntese das análises sob a ótica de Baker Tabela 7: Resumo dos Estudos Análogos.
cor
44
E
ste capítulo dispõe sobre as informações obtidas a partir da análise da poligonal estabelecida ao redor da área de implantação do coworking, totalizando cerca de quinze quadras. O objetivo deste é compreender a morfologia do lote, objeto desta proposta e as condicionantes préexistentes. 2.1 Localização e Contextualização do Lugar
O cômputo da análise em comento levou até o Bairro dos Estados, cuja ocupação reflete um misto de residencial, comercial e institucional, além de estar posicionado em um trajeto mediano entre o litoral e a região central. Destaca-se ainda, a quantidade significativa de edificações comerciais principalmente ao sul do bairro, nas proximidades da Av. Epitácio Pessoa, que podem proporcionar comodidades aos usuários da edificação. Figura 19: Bairro dos Estados.
Para a escolha do lote pautou-se inicialmente nas pesquisas publicadas pela Coworking Brasil em 2018 e 2019, conforme Figura 10 vista anteriormente, as quais demonstram que esses espaços são preferencialmente instalados em meio a regiões residenciais ou comerciais. Em seguida foi necessário localizar uma área com boa infraestrutura e cujas condicionantes legais pudessem ser cumpridas. Dada a diversidade de profissões atuantes que utilizam esse modelo de trabalho, conforme dito por Barreto (2020), considerou-se também a pré-existência de uma força de interação entre as áreas empresariais instaladas entre o litoral e no Centro da capital paraibana, identificando assim, o principal eixo de interligação: a Avenida Epitácio Pessoa. Desta forma, compreendeu-se que o lote escolhido deveria ter acesso fácil a este eixo de circulação.
Fonte: Base de dados PMJP. Edição da autora, 2021.
Definido o bairro, a busca pelo lote se iniciou. As forças intrínsecas à Av. Epitácio Pessoa a definem como eixo de grande fluxo circulatório. Transportes coletivos circulam às margens de ambos sentidos da avenida, tornando o estacionar ou o entrar e sair de garagens um desafio. Para um relacionamento com entorno de maneira mais positiva, entendeu-se que a via de acesso ao lote deveria possibilitar uma mobilidade mais estável e segura.
47
Por fim, considerando os vazios urbanos ao sul do Bairro dos Estados, na parte onde há a maior concentração de edifícios comerciais, e garantindo ainda a proximidade com o eixo principal de interligação da cidade, foi selecionado um lote de 1500 m², situado à Av. Rio Grande do Sul, s/n, inscrição municipal nº 074476, conforme Ficha Cadastral do imóvel (Anexo A). Figura 20: Uso e Ocupação da Área de Estudo.
Figura 22: Usos principais em destaque.
Sumariamente, o endereço foi escolhido se justifica por atender critérios físicos, legais e espaciais, conforme abaixo:
Figura 21: Mapa Viário da Área de Estudo.
Fonte: Base de Dados PMJP. Edição da Autora, 2021.
Fonte: Base de Dados PMJP. Edição da Autora, 2021.
48
Fonte: Acervo da autora, 2021.
Fica próximo a áreas residenciais, o que possibilitaria aos usuários a ida ao trabalho a pé, através da bicicleta ou usufruindo de transporte coletivo; A região é dotada de vários pontos comerciais que podem tanto dar suporte de alimentação e prestação de serviços ao espaço de coworking como servir de campo de atuação dependendo do ramo negocial do coworker; Possui boa infraestrutura como pavimentação, energia elétrica, fornecimento de água e rede de coleta de esgoto, acesso a transporte coletivo; Sua localização em zona mediana, entre a praia e o centro, próxima a Av. Epitácio Pessoa, via de fluxo rápido, favorece o acesso à diversas áreas de interesse comercial; Sua dimensão suficiente para comportar todo o programa de necessidades, incluindo o quinto princípio do design biofílico, a sustentabilidade; A legislação urbana permite o estabelecimento da atividade fim objeto deste anteprojeto. 49
2.2 Análise Morfológica do Terreno Segundo a ficha cadastral do imóvel (Anexo A), registrada na prefeitura, trata-se do lote 104, da quadra 14, do setor 15, comportando uma profundidade de 50 m por 30 m de testada, totalizando 1500 m². O lote encontra-se vazio, sem nenhuma benfeitoria além dos muros e sem vegetação preexistente, além de uma vegetação forrageira nativa. Figura 23: Imagens do local.
A topografia do terreno é praticamente regular, possuindo um desnível de 1 m, sendo a altitude maior na face oeste. Possui vizinhos em todos os lados, sendo os imediatos uma Consultoria Imobiliária, um escritório de cobrança, um imóvel vago disponível para alugar e de frente o Supermercado Extra. O gabarito da tipologia arquitetônica predominante é de até dois pavimentos, embora seja uma região onde a verticalização está crescendo. A análise das condicionantes ambientais foi compilada a partir dos dados da carta solar e da Rosa dos Ventos, gerados pelo aplicativo Analysis SOL-AR, desenvolvido pelo Laboratório de Eficiência Energética em Edificações – labEEE, da Universidade Federal de Santa Catarina.
50
Fonte: Acervo da autora, 2021.
Figura 24: Topografia.
De acordo com a carta solar, a fachada leste recebe sol a manhã toda, desde o nascer até às 12 horas, durante todo o ano. Na fachada norte, fundos do lote em análise, a insolação é constante durante o inverno. A fachada oeste recebe sol na parte da tarde inteira, ou seja, das 12 horas até o pôr do sol, durante o ano todo. A frente do lote, fachada sul, recebe insolação constante no verão. Esta análise subsidia a necessidade de adotar medidas de proteção solar adequada a cada fachada, proporcionando conforto térmico aos usuários da edificação.
Fonte: Base de Dados da PMJP, edição da autora, 2021. Figura 25: Gabarito do entorno.
Fonte: Base de Dados PMJP. Edição da Autora, 2021.
51
Figura 26: Condicionantes Ambientais - Carta Solar.
Figura 27: Estudo da incidência dos ventos no terreno.
Fonte: Sol-Ar (UFSC), edição da autora, 2021.
2.3 Análise Construtiva
Fonte: Sol-Ar (UFSC), edição da autora, 2021.
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Segundo a Rosa dos Ventos, apresentada pelo aplicativo Sol-AR, na maior parte do ano a ventilação vem do sudeste. As fachadas norte e oeste são as faces menos ventiladas, necessitando de tratamento para aumentar a inércia térmica, adiando a passagem de calor do ambiente externo para o interno. Assim, o ideal é que o partido arquitetônico garanta ao máximo o recebimento dos ventos dominantes pela edificação e favoreça a ventilação cruzada. Em sua direção de maior incidência a velocidade predominante chega a 6 m/s.
Rege o Código de Urbanismo, através do Decreto nº 9.718/2021, que a Zona Residencial 1 admite o uso de Serviço Geral I, o qual prevê edificações de escritórios de profissionais liberais e autônomos, tal qual a proposta arquitetônica objeto deste trabalho. Esta legislação também prevê que, para edificações de até 3 pavimentos, a ocupação máxima deve ser de 60%, sendo o lote de 1.500 m², a área em projeção ortogonal está limitada a 900 m². Figura 29: ZR1 - Uso S1 previsto no Decreto nº 9.718/2021.
O lote escolhido está situado na Zona Adensável Prioritária, segundo o Macrozoneamento municipal, e na Zona Residencial 1 de acordo com o Mapa de Uso e Ocupação de João Pessoa, cujas classificações foram traduzidas na ilustração abaixo: Figura 28: Macrozoneamento e Zoneamento.
Fonte: PMJP. Decreto nº 9.718/2021. Edição da autora, 2021.
Fonte: Base de Dados PMJP. Edição da Autora, 2021.
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E
ste capítulo conduz o leitor ao resultado formal desta proposta, apresentando as principais decisões projetuais empregadas.
Tabela 8: Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento.
3.1 Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento A relação de ambientes desta proposta foi compilada a partir da observação da configuração espacial presente na pesquisa da Coworking Brasil (2019), na definição do programa de necessidade de Barreto (2020) e na composição espacial dos correlatos analisados. O pré-dimensionamento dos ambientes seguiu os parâmetros disponibilizados pelos correlatos, por Neufert (2013), Pronk (2003) e pelas normas NBR 9050 (2020) e NBR 9077 (2001). Para pré-dimensionar o estacionamento foram levadas em consideração: a Portaria 47/2002 da STTRANS, a qual estabelece uma vaga para cada 50 m² construídos, levando em conta a tipologia desta edificação, a Lei Federal 10741/2003, que rege sobre a reserva de 5% das vagas para idosos e a Lei Federal 10098/2000 que regulamenta a reserva de 2% de vagas para PCD. No que tange ao pré-dimensionamento dos reservatórios, foram utilizados como referência os dados publicados por Júnior (2016), os quais traduzem as exigências e recomendações da NBR 5626 (1998), sem prejuízo de observação do contido na mesma.
Fonte: Acervo da autora, 2021.
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3.3 Conceito e Partido
Figura 30: Funcionograma – interrelação dos ambientes.
3.2 Funcionograma A interrelação entre os ambientes, dada pelo funcionograma abaixo, demonstra a segregação dos acessos visando a adequação dos fluxos social e de serviço, facilitando a manutenção e conservação predial e a distribuição dos ambientes entre os pavimentos, clarificando a circulação e acessos internos.
Fonte: Acervo da autora, 2021.
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A reintegração da natureza no ambiente construído é o conceito principal deste projeto, a partir da qual demonstra-se a tangibilidade da biofilia através do emprego de seus atributos e princípios. Buscando exemplos de trabalho na natureza a proposta construiu seus alicerces observando a colmeia da Apis melífera, uma espécie de abelha que estoca mel em favos hexagonais. Tal formato foi concebido na paginação de alguns pisos, algumas coberturas, alguns layouts de interiores e elementos de fachada. O formato hexagonal não foi considerado na estrutura da edificação, a qual assumiu a força retangular e linear do lote, pois desejava-se demonstrar que para reintegrar a natureza não é necessário adotar uma volumetria diferenciada, cheia de curvas ou de aspectos orgânicos, reforçando a premissa de que o design biofílico pode ser aplicado em qualquer edificação. Em resposta às forças naturais, a edificação buscou apropriar-se do espaço de forma a permitir a ventilação cruzada e o melhor aproveitamento da luz natural. Assim, houve transformação das dimensões volumétricas através da inserção de um eixo, para fazer fluir a ventilação natural e distribuir a iluminação natural também nas faces mais internas da edificação. À forma resultante foi adicionada formas lineares subordinadas interligando a circulação de ambos volumes. Mediante
a observação das condições climáticas, a subtração de espaços contribuiu para “construir o aberto”, conforme ensinamentos de Holanda (1976), saneando os ambientes e protegendo-os ao mesmo tempo, do clima ensolarado. Enfatiza-se que tais medidas foram adotadas nas faces sul, leste e norte, sendo que a face oeste recebeu um generoso brise vegetal, aproximando a natureza e amenizando o calor da fachada. Figura 31: Diagrama de concepção volumétrica.
Fonte: Acervo da autora, 2021.
3.4 Implantação A edificação se insere de forma linear, em resposta ao terreno, assim como se observa nas edificações vizinhas. O seu gabarito, composto por térreo mais dois pavimentos, condiz com a altura construída predominante no entorno, já analisado anteriormente. O acesso ao estacionamento e bicicletário foi disposto junto a face leste considerando a circulação de pedestres que utilizam transportes públicos, evitando o cruzamento destes usuários e veículos e, de certa forma, favorecendo o uso de meios alternativos de transporte em detrimento ao veículo particular.
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Figura 32: Relação da edificação com o entorno.
Fonte: Acervo da autora, 2021.
Figura 33: Ilustração da implantação
3.5 Zoneamento A distribuição dos ambientes foi conduzida sob os reflexos das condicionantes de conforto climático, buscando privilegiar os acessos e ambientes de maior permanência dos usuários, fortalecendo a relação humana com o lugar. Os espaços de circulação horizontais, na grande maioria diluídos internamente, conduzem à circulação vertical localizada propositadamente entre os dois maiores blocos principais da edificação. A decisão de inserir os elevadores e a saída de emergência nesta área foi pautada com base na NBR 9077(2001), com o intuito de atender que a distância máxima de percurso, em caso de incêndio, não ultrapasse 30 metros. Figura 34: Diagrama de setorização
Figura 36: Ilustração dos vãos estruturais
3.6 Sistema Estrutural O padrão estrutural em grelha irregular da edificação, com proporções modificadas em uma direção, foi desenvolvido em sistema metálico e é composto por laje steel deck, com capa de concreto, totalizando de 70 cm de espessura para vencer vãos de até 10 m, e pilares de aço com perfil H de 20 x 20 cm, deixados em evidência na edificação, os quais receberam acabamento tipo primer PU em tom semelhante a cor do aço corten. Como sugestão, especifica-se a cor RGB 157.055.007, encontrada em alguns fabricantes como RAL 3000. Optou-se por este revestimento, pois essa cor remete à uma experiência indireta da natureza, no
Fonte: Acervo da autora, 2021.
Figura 37: Ilustração de detalhes sobre a laje
que tange à biofilia, contribuindo com sentimentos de conforto e felicidade, de acordo com Browning e Cooper (2015). Figura 35: Cor atribuída aos pilares metálicos.
Fonte: https://wall.alphacoders.com. Edição da autora, 2021.
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Fonte: Acervo da autora, 2021.
Fonte: Acervo da autora, 2021.
Fonte: Acervo da autora, 2021.
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3.7 Elementos de Conforto Bioclimáticos Pensando na proteção solar sem bloquear a luz natural, foi especificado o vidro insulado laminado temperado, que possui bom controle térmico e acústico, para as coberturas vazadas, montadas em estrutura metálica, as quais estão localizadas: no vão central entre os blocos, sobre as salas de reuniões abertas e sobre a área de convivência no primeiro pavimento. Este tipo de vidro pode manter a temperatura interna bem mais fresca do que a externa, reduzindo a necessidade de uso de ar condicionado. Tal benefício se ratifica pelas coberturas ventiladas adotadas, sem prejudicar a transmitância luminosa, favorecendo ambientes que, diferentemente dispostos, não receberiam luz natural. Para a cobertura dos blocos optou-se pelo telhado verde semi-intensivo, cujas propriedades térmicas beneficiam não só os ambientes da edificação, mas também contribui com o microclima local.
Protegendo a fachada oeste foi inserido um brise vegetal estruturado sob malha hexagonal em aço com jardineiras integradas, configurando movimento e ritmo em alusão à frequência do trabalho. A estrutura metálica deste brise dista 60 cm da fachada, espaço este disposto como área técnica com função de exaustão da ventilação cruzada dos ambientes locados neste lado. O método de irrigação é automatizado e sob cada camada de jardineiras há um sistema de drenagem. Recomenda-se que a instalação e a manutenção sejam periodicamente realizadas por empresa especializada. O brise vegetal se inicia a partir do nível 1º pavimento, abaixo deste há o pergolado em madeira, recoberto por vegetação, direcionando o caminho da entrada de serviço.
Uma estratégia semelhante foi adotada na fachada leste, porém como esta recebe mais ventilação do que a oeste, adotou-se um brise com um espaçamento maior entre a vegetação. Assim, as aberturas que não possuem o conforto do recuo de paredes, como proteção solar, podem contar com a barreira vegetal e ainda o ar tende a fluir com maior facilidade pelas aberturas. A estrutura metálica do brise está engastada com fixadores diretamente na fachada, onde foram instalados vasos para plantio de trepadeiras, vegetação sugerida para a composição com a intenção de atrair pássaros e borboletas, criando um pequeno ecossistema que poderá ser usufruído pelos usuários da edificação.
Observando os preceitos de Armando de Holanda (1976), para o conforto térmico da edificação, adotou-se ainda: áreas externas de viver como jardins e varandas em todos os pisos; paredes recuadas sombreando as aberturas nas faces leste, sul e norte; paredes internas vazadas com cobogó filtrando a luz permitindo o cruzamento do ar. Figura 41: Áreas externas de viver
Figura 40: Brise vegetal da fachada leste
Figura 39: Brise vegetal da fachada oeste
Fonte: Acervo da autora, 2021. Figura 42: Paredes recuadas e paredes vazadas.
Figura 38: Controle térmico das coberturas
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61 Fonte: Acervo da autora, 2021. Fonte: Acervo da autora, 2021.
Fonte: Acervo da autora, 2021.
Fonte: Acervo da autora, 2021.
Agregando como área de jardim, há o espaço de convivência implantado no segundo pavimento, cuja cobertura foi estabelecida como telhado verde semiintensivo, que este suporta pisoteio e acolhe vegetação de pequeno porte (Porto et al, 2018). Este telhado verde também proporciona amenização do calor ao ambiente situado imediatamente abaixo, no primeiro pavimento. Figura 43: Detalhamento do telhado verde semi-intensivo
A quinta fachada, composta por cobertura verde, tem a dupla função de área de convivência em um espaço ajardinado e manutenção dos serviços ambientais, já que através da manta geodrenante há captação da água pluvial, a qual é direcionada ao reservatório destinado unicamente para este fim. Nesta área, há pérgolas em madeira de demolição recobertas herbáceas trepadeiras, conferindo um certo conforto térmico aos usuários. Figura 44: Espaço de convivência na cobertura
3.8 Configuração formal A volumetria veio como resultante das forças lugar e do conceito proposto, seguindo a ideia de construir aberto, disseminada por Armando de Holanda (1976) e ratificando a percepção do lugar através de suas condicionantes climáticas e de seus limites espaciais. Disposta em forma linear, a edificação é cortada por um grande eixo central, dividindo-a em dois blocos, a qual permite a permeabilidade da luz e ventilação naturais, favorecendo os ambientes internos e consequentemente, tornando estes mais agradáveis e salutares aos usuários. Ademais, completando a configuração formal, os brises vegetais, as cobertas e os recuos de paredes aderem ao conceito em prol da proteção solar.
No que tange à composição formal dos pavimentos, nota-se que o estacionamento foi alocado no subsolo para que o térreo pudesse ceder espaço para cores, formas, texturas, sons e sabores através da implantação de um jardim com atribuições de área de convivência e garantia de serviços ambientais, face às áreas permeáveis existentes. Figura 46: Composição formal do subsolo
Figura 45: Perspectiva das fachadas.
Fonte: Acervo da autora, 2021.
Fonte: Acervo da autora, 2021.
Fonte: Acervo da autora, 2021.
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Fonte: Acervo da autora, 2021.
A recepção, implantada no pavimento térreo, tem função de atender ao público externo e interno, através do serviço de secretariado. O público externo qualificase pelos clientes dos usuários do coworking, os quais podem utilizar as salas de atendimento, dispostas para auxiliar no fechamento de contratos e apresentações. A sala compartilhada deste pavimento foi pensada para atender às pessoas em cadeiras de rodas, com layout adaptado sob às recomendações da NBR 9050(2015).
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No térreo ainda foram alocados os ambientes voltados para administração do coworking, por estarem no mesmo pavimento da entrada principal, facilitando o acolhimento de novos usuários e também para controle da entrada de serviço, locada na face oeste da edificação. A cafeteria, locada de forma adjacente à recepção, tem a possibilidade de atender clientes externos, além dos internos, alavancando sua capacidade de negócio e sucesso.
da divisória, em painéis acústicos retráteis, inserida. Completando o pavimento, há quatro salas de reuniões dispostas na fachada sul e a cozinha com espaço para refeição na fachada norte. Figura 48: Composição formal do 1º pavimento
Figura 47: Composição formal do pavimento térreo
Fonte: Acervo da autora, 2021.
Fonte: Acervo da autora, 2021.
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A sala compartilhada ocupa quase toda a face leste do primeiro pavimento. Optou-se por esta implantação por ser a região de melhor ventilação e pelas salas compartilhadas possuírem maior movimentação entre as pessoas, acarretando maior produção de calor neste ambiente. Ao lado oeste, foram alocadas duas salas de treinamento que podem ser integradas através
Já no segundo pavimento foram distribuídas na face leste, as salas privativas, também com o intuito de privilegiá-las diante das melhores condições climáticas. Estas salas são indicadas para profissionais que necessitam de um espaço mais reservado de trabalho. As salas de reuniões deste pavimento, configuram-se em conceito aberto e percebem uma distribuição igualitária da ventilação. Buscando ofertar um tratamento térmico forma utilizados os seguintes instrumentos: a empena oeste, a vegetação inserida nos brises da face norte e leste e a coberta. Observa-se ainda a implantação de um mini auditório, elaborado para pequenos eventos, cuja
ventilação e iluminação dá-se pelo eixo da volumetria, e a cozinha com espaço para refeição, protegida do sol pelo recuo de parede, o qual gerou uma varanda. Tanto o mini auditório como a cozinha contam com o brise vegetal para conforto térmico. Por fim, a área de convivência deste pavimento, funciona como área de transição entre os usuários do mini auditório e o caminho de saída, e como espaço de descompressão ao ar livre. Esta área de convivência recebe propositadamente a incidência solar direta em pelo menos metade de sua área, possibilitando o cultivo de uma variedade de espécies vegetais, atraindo pássaros e borboletas. Não obstante a observação acima, para não prejudicar a ventilação deste espaço, o brise vegetal da fachada oeste recebeu uma subtração formal, resultante da sinceridade arquitetônica, e a vegetação confrontante desta área também sofreu um maior espaçamento, permitindo o cruzamento da ventilação oriunda do sudeste.
Para acesso à cobertura houve o ajuste da parada do elevador e da quantidade de degraus da escada para culminar no nível do telhado verde, extinguindo a necessidade de rampas e facilitando o acesso a todos os usuários. A cobertura conta com dois pergolados revestidos por herbáceas trepadeiras; áreas que podem ser utilizadas em confraternizações em períodos de temperaturas mais amenas, sendo uma delas disposta de forma a permitir a prática de alongamentos ou yoga; um espaço destinado à pequenos cultivos, como temperos e legumes. Figura 50: Composição formal da cobertura
Figura 49: Composição formal do 2º pavimento
Fonte: Acervo da autora, 2021.
65 Fonte: Acervo da autora, 2021.
3.9 Atributos do Design Biofílico
Figura 51: Iluminação, ventilação e elementos naturais
A variedade de atributos que proporcionam as experiências biofílicas ratifica que as edificações são mais do que produtos vendidos no mercado da construção, são lugares onde pessoas estão inseridas vivenciando o espaço. Então, qual a responsabilidade do arquiteto no contexto da biofilia? Reconhecer a positividade dos sistemas naturais conduz à visão simplificada da essência da vida. Assim, neste sentido, apresenta-se sequencialmente os atributos adotados neste anteprojeto, nos termos das experiências do design biofílico. Em todos os ambientes estão presentes os principais elementos, referenciados pelos autores Browning e Cooper (2015) e Kellert e Calabrese (2015), como sendo fundamentais para a saúde e bem-estar dos usuários, como ventilação natural, dada por janelas manejáveis e paredes vazadas; iluminação natural, dada pelos vidros laminados temperados, com película de controle solar PVB, das aberturas e peles de vidro; presença de elementos naturais (plantas e/ou água), vistos nas paredes verdes, nos jardins das áreas de convivência e no lago artificial da sala compartilhada no pavimento térreo. 66
em áreas externas como internas, atrai pássaros e borboletas, influencia beneficamente o microclima da região, possibilita a interação entre a vegetação e os usuários, já que algumas espécies escolhidas podem ser consumidas, como por exemplo: pitangueira (Eugenia uniflora), ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata) e tumbérgia (Thunbergia grandiflora).
Figura 53: Cores da natureza
Figura 52: Exemplos de vegetação especificada no projeto
Fonte: Acervo da autora, 2021. Fonte: Acervo da autora, 2021.
Ainda sobre os elementos naturais, destacase que a tipificação das espécies para composição paisagística sugerida neste a qual dá-se em função do nível de manutenção exigido e pela quantidade de água consumida para tal. Como exemplo cita-se: a forrageira grama Bermuda (Cynodon dactylon), uma espécie de grama resistente à estiagem; a herbácea Flor-leopardo (Belamcanda chinensis) e a Peperômia pendente (Peperomia scandens) ambas cultivadas com pouca água. Este projeto não contemplou vegetação desidratada por que a natural pode ser aplicada tanto
Seguindo o raciocínio dos mesmos autores supra mencionados, as cores em tons terrosos, amarelo, verde e azul, encontrados nas cores das paredes, pisos e layouts, compõe os cenários estimulando a criatividade, a produtividade, a felicidade, a motivação, reduzindo o estresse. (Browning e Cooper, 2015). Nas salas compartilhadas foram inseridos como parte do layout poucos pufes com cores mais vibrantes, como o vermelho e o laranja, pois este tipo de cor é raramente encontrado na natureza e, segundo Kellert e Calabrese (2015, p.15), “devem ser aplicados com cautela e enfatizar formas atraentes como flores”.
Fonte: Acervo da autora, 2021.
Os padrões, formas e geometrias naturais foram empregados na estrutura do brise vegetal das fachadas leste e norte, na estrutura de apoio da coberta na fachada sul, em layouts como as mesas de trabalho da sala compartilhada no primeiro pavimento, o formato da estrutura hexagonal dos brises vegetais e das cobertas da área de convivência e das salas de reuniões em conceito aberto. Segundo Kellert e Calabrese (2015, p.16) “a ocorrência de padrões naturalísticos pode transformar um ambiente estático em um que possui qualidades dinâmicas e ambientais de um sistema vivo”.
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Com relação aos pisos, salienta-se a escolha do laminado de madeira plástica, composto por polímeros reciclados com fibras vegetais, que reflete a aparência de madeira natural além de serem visualmente confortáveis também tendem a abafar os ruídos dos passos. Este piso foi inserido para quase toda edificação, com exceção das áreas externas, áreas molhadas e sala da diretoria e salas de reuniões. Figura 54: Padrões, formas e geometrias naturais
A escolha de alguns layouts deu-se de forma a evocar a natureza, como por exemplo: as cadeiras Sonic Chair, similares a casulos, a estação de trabalho em formato orgânico, todos implantados na sala compartilhada do primeiro pavimento. Nas salas de reuniões e na sala compartilhada do primeiro pavimento, também foram inseridos grandes painéis com imagens da natureza regional, que além de evocar a paisagem, também remete ao apego cultural. Evocação da natureza é um dos atributos que remetem à experiência indireta e a conexão cultural, classificada como experiência de espaço e lugar, faz menção a identidade cultural dos usuários, ambas propostas por Kellert e Calabrese (2015).
A conexão cultural e ecológica também foi contemplada nas áreas de convivência do térreo, do segundo pavimento e da cobertura, onde há possibilidade de interação entre as pessoas e entre elas e o meio ambiente. Estes espaços possibilitaram a criação de um pequeno ecossistema com variada vegetação, que pode atrair pássaros e borboletas. A ideia, neste contexto, é promover a identificação do usuário com o lugar, como diz os autores: “motivando as pessoas a conservar e sustentar ambientes naturais e construídos” (Kellert e Calabrese, 2015, p.20). Figura 56: Interação entre as pessoas e entre o ambiente
Os espaços de transição, que interligam os blocos, têm como objetivo a conexão entre os ambientes, buscando disseminar a apreensão do espaço pelo usuário, além disso, também assumem o conceito de área de descompressão. Ainda com a ideia de área de descompressão, as varandas inseridas funcionam como perspectiva e refúgio aos usuários, tendendo a proporcionar sentimentos de segurança, conforto e ao mesmo tempo ampliando os horizontes, aumentando a criatividade (Kellert e Calabrese, 2015). Esse mesmo conceito de refúgio serve para as salas de reuniões abertas, as quais projetam ainda a privacidade necessária na condução dos negócios. Figura 57: Espaços de transição, refúgio e perspectiva
Figura 55: Evocando a natureza
Fonte: Acervo da autora, 2021.
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Fonte: Acervo da autora, 2021. Fonte: Acervo da autora, 2021.
Fonte: Acervo da autora, 2021.
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Figura 58: Conexão ecológica
Por fim, a conexão ecológica, tão importante quanto os demais atributos, ratifica que “biofilia e design biofílico são nossos valores e responsabilidade ética pelo cuidado e sustentabilidade do mundo natural”, dito por Kellert e Calabrese (2015, p.22). Nestes termos, o quinto princípio da biofilia, a sustentabilidade foi abarcada de diversas formas, entre as quais, citase: a implantação de um bicicletário no subsolo, com apoio de chuveiros implantados no térreo e no primeiro pavimento, com a intenção de estimular o usuário ao transporte mais sustentável; a instalação de recipientes para descarte, nos pavimentos, e armazenamento de materiais recicláveis, no subsolo, como papel, plástico e vidro, com a contratação de empresa especializada em reciclagem para retirada; o uso de solar tube para
condução de iluminação natural ao subsolo, além da cobertura do subsolo, vazada entre os blocos, que possibilitam ventilação e iluminação naturais; as luminárias fotovoltaicas inseridas ao longo da área externa do térreo; a instalação de telhado verde para áreas de convivência; a captação da água da chuva para reutilização em limpeza interna e irrigação dos jardins, com a instalação de uma torneira para este fim em cada pavimento; além do uso de materiais sustentáveis como madeira de demolição, pisos produzidos a partir de elementos reciclados e mobiliários fabricados a partir da reciclagem do papelão, do designer Domingos Tótora. As estratégias de sustentabilidade empregadas visam garantir o ciclo de serviços ambientais equilibrando ou pelo menos minimizando o gasto de recursos naturais.
Fonte: Acervo da autora, 2021. Figura 59: Cadeira em papelão reciclado - Designer Domingos Tótora
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71 Fonte: Acervo da autora, 2021.
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riar pequenos “ecossistemas” dentro dos escritórios ou buscar mimetizar a natureza dentro dos espaços construídos faz da biofilia uma ferramenta guia, a qual perquiri formas de tornar os ambientes salutares e inspiradores, afetando positivamente seus usuários, através de todos os seus sentidos. É de fato, enriquecedor descobrir o quanto a natureza tem a ensinar e é sábio desenvolver o “saber ver” para aprender. Este trabalho iniciou-se de maneira exploratória em busca de conhecer o quanto o meio natural afeta o construído e como utilizá-lo dentro do cotidiano urbano, mais especificamente, inserido no âmbito corporativo. Não há intenção de se esgotar as aplicabilidades possíveis do design biofílico, o leitor tem a oportunidade de sequenciar suas inquirições a partir dos básicos conceitos expostos neste. Conclui-se que, conforme o objetivo deste trabalho, após compreender a dinâmica de um coworking e analisar as possíveis aplicações do design biofílico, o anteprojeto desenvolvido conseguiu exemplificar, fazendo uso das diretrizes projetuais, os atributos da biofilia nos ambientes internos e externos.
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LORENZI, Harri. Plantas para jardim no Brasil: herbáceas, arbustiva e trepadeiras. 2ª Edição. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2015. LORENZI, Harri; OLSTHOORN Gerardus; COSTA, Carol. Cactos e outras suculentas para decoração. Nova Odessa, SP: Jardim Botânico Plantarum, 2019. NEUFERT, Ernest. A arte de projetar em arquitetura. 18ª Edição. São Paulo: Gustavo Gili, 2013. OMS. OMS registra aumento de casos de depressão em todo o mundo; no Brasil são 11,5 milhões de pessoas. 2017. Disponível em < https://nacoesunidas.org/omsregistra-aumento-de-casos-de-depressao-em-todo-omundo-no-brasil-sao-115-milhoes-de-pessoas/>. Acesso em 19 set. 2020. ONU. ONU prevê que as cidades abriguem 70% da população mundial até 2050. ONU News. Fev, 2019. Disponível em <https://news.un.org/pt/ story/2019/02/1660701>. Acesso em 19 set. 2020. PMJP – PREFEITURA MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA. Código de Obras. João Pessoa, 2001. PMJP - PREFEITURA MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA. Código de Urbanismo. João Pessoa, 2001.
76
A. C. Telhados Verdes: Alternativa Sustentável em Arquitetura de Residências Unifamiliares. Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz, Cascavel – PR, 2018. Disponível em <https://www.fag.edu.br/upload/ contemporaneidade/anais /5b 45f2db99142 .pdf>. Acesso em 29 de setembro de 2021 PRONK, Emile. Dimensionamento em arquitetura. 7ª Edição. João Pessoa: Editora Universitária, 2003.
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STTRANS – SUPERINTENDÊNCIA DE TRANSPORTES E TRÂNSITO DE JOÃO PESSOA. Portaria STTrans nº 47, 2002
PORTO, V. P.; SOUZA, L. A. A.; SOUSA, R. E.; RUSCHEL,
VITRÚVIO, Marcos. Tratado de Arquitectura. Séc. I.
77
78
72
ANEXO A: Ficha cadastral do lote selecionado para esta proposta
Fonte: PMJP, 2020.
APÊNDICES
08 0585
14
0172
0201
QD 24
0157
0140
0128
0115
QD 25
0080
0070
0060 0050
0591
0040
0101 0090
0021
QD 26
0198
0603
9.82
9.82
9.9
0351
30
0499
20.94
1.56
1.44
0.630.44
6.76
0.3
0387
0397
0407
0417
0427
0439
0449
0459
0489
0324
6.06
5.15
7.67
QD 15
6.06
Calha
0.15
0375
0339
Algeroz
0569
QD 13
AV. AMAZONAS
3
0363
QD 14
0249
AV. PARÁ
9.9
AV. SÃO PAULO
0324
0239
0259 0239 0232
0149
0138
0126
0114
0104
50
0227 0169
0074
0057
0045
0034
0027
0018
0223
0600 Cobertura em aço e vidro insulado 85% fechado internamente com palha indiana
0217
0189
Calha
10.33
0209
30
AV. RIO GRANDE DO SUL
5% QD 05 +12.07
0194
0538
12%
0078
0058
0048
0018
0005
N
Telha Zipada Termoacústica
PLANTA DE SITUAÇÃO
1
Algeroz
Algeroz
22.67
QD 06
ESCALA
Área Técnica
1: 1000
_
4.32 m³
Reservatório Superior
11 07 Acesso escadas
50
08 13
+17.26
34.98
+14.80
P02
Algeroz
Laje Impermeabilizada
P01
Casa de máquinas
+12.52
+3.00
Pergolado em madeira e vidro insulado
Casa de máquinas
4.32 m³
+14.98
Área Técnica 3.63
5.9
Calha
Laje Impermeabilizada
5%
34.09
+14.80
12.57
Algeroz
Algeroz
5%
+12.52
Cobertura em aço e vidro insulado
1.6
5.13
2.74
1.2
3.59
6.23
Algeroz Algeroz
Cobertura vazada Cobertura em aço e vidro insulado 85% fechado internamente com palha indiana
Algeroz
3%
5.07
Telha Zipada Termoacústica
0.76
6.74
5.15
7.5
6.23
6.2
3.63
11.28
12%
+11.50
1,5%
Telhado verde semi-intensivo
+8.54
Marquise
0.15 2.97
3.92
+6.75
D
3.58
5.15
3.6
3.9
6.23
5.2
5.2
6.01
3.87
0.51
+15.84
+6.75
0.8
Algeroz
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II
2%
2.15
Laje Impermeabilizada
QUANTITATIVO DE PORTAS CRISTIANE AUGUSTA GOMES BODRA
12
CÓD.
QTD.
COMPRIMENT O
ALTURA
07
P01 P02
1 1
1.50 1.06
2.10 2.10
Calçada
DESCRIÇÂO
10677020
Porta de correr dupla - veneziana e tela Porta de giro resistente ao fogo (PRF: NBR 9070)
REINTEGRANDO A NATUREZA AO AMBIENTE CONSTRUÍDO : Biofilia em um anteprojeto de um edifício para coworking DESENHO(S)
N
2
PLANTA DE LOCAÇÃO E COBERTA
ESCALA
1 : 100
_
PLANTA LOCAÇÃO E COBERTA PLANTA DE SITUAÇÃO
QUANTITATIVO DE JANELAS CÓD.
QTD.
LARGURA
ALTURA
PEITORIL
J01
2
0.58
1.18
0.80
Description Janela guilhotina (caixa de escada)
ESCALA(S)
As 1:100 indicated 1:1000
DATA
Outubro/2021 PRANCHA
01
/08
08
4.9 0.2 5
5
5
0.2
5.1
4.9
14
11
1.2
10
2.5
2.5
9
8
7
6
5
4
3
2
1
2.5
2.5
2.5
2.5
2.5
2.5
2.5
2.5
2.5
1.3
6
6
6
Projeção Solar Tube
Projeção Solar Tube
1.2
2.5
7.5
2.5
13
14
3.79
3.71
15
6.3
16
6
5
5
12
2.5
1.2
8.26
4.02
2.64
2.87
2.15
2.56
6.3
C01
Casa de Máquinas
4.85
17
3.86 m²
C01
08 13
2.02
1.9
0.71
6.55 m³
A01
6.55 m³
6
Reservatório Inferior 13,1 m³
Elevador TKS Evolution 300 8 pessoas
0.7 J01
12 11
13
10
14
9
15
8
16
7
17
6
18
5
19
4
20
3
21
2
22
1
23
11 07 Bicicletário 7.1
P01
-4.28
S Grelha de drenagem
P02 J01
Armários privativos
P01
3.43
Depósito
Elevador TKS Evolution 300 - A01 10 pessoas
-4.25
6.40 m²
C01
9.3
-4.28
S
16.8
6
25%
Projeção Cobertura Vazada
19
20
21
22
23
24
5
18
7.6
QUANTITATIVO DE PORTAS
0.2
2.52
2.5
2.5
2.5
4.9
2.5
2.5
2.69
QTD.
LARGURA
ALTURA
A01 P01 P02
2 2 1
1.00 0.86 1.06
2.10 2.10 2.10
DESCRIÇÂO Abertura vão em parede Porta de giro em madeira Porta resistente ao fogo (PRF - NBR 9077)
0.2
6
2.6
1
CÓD.
QUANTITATIVO DE JANELAS 0.2
CÓD.
30
QTD. LARGURA ALTURA 3 2
2.00 0.60
0.50 1.20
PEITORIL 1.60 0.92
DESCRIÇÃO Abertura em Cobogó Janela guilhotina
5
5
4.8
C01 J01
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II
CRISTIANE AUGUSTA GOMES BODRA 10677020
12 07
REINTEGRANDO A NATUREZA AO AMBIENTE CONSTRUÍDO : Biofilia em um anteprojeto de um edifício para coworking
N
3
PLANTA BAIXA - SUBSOLO
ESCALA
1 : 100
_
DESENHO(S)
PLANTA BAIXA - SUBSOLO
ESCALA(S)
1 : 100
DATA
Outubro/2021 PRANCHA
02
/08
0.15
14
2.95
5
5.52
12.43
2.05
9.93
1.5
4.92
3.27
JARDIM
+0.00
3.42
08
Projeção Coberta -0.03
2.65
2.5
2.5 2.01
1.47 0.15
1.53
0.1
5.73
0.15
4.85
0.15
7.33
0.15
3
0.15 1.6
1.5
WC PNE Fem
J03
P01
3.72 m²
J10
J03
Secretaria
12.02 m²
2.14
WC PNE Masc
P02
Gerência
3.73 m²
9.82 m²
J06
Área Compartilhada
J04
4.25
Espelho d'água (30 cm prof.)
3.48
P06
78.96 m²
P07
-0.03
7.12
1.25
P04
1.86
0.15 1.27 0.1
J06
21.51 m²
1.6
Diretoria
9.09
P04
3.54
J03
2.15
2.02
J05
3.08 m²
1.88
P08
WC Diret
1.24
0.15
0.15
-0.03
J03
P03
Área Impr/Digit.
+0.00
WCB Feminino
3.5
24.25 m²
3.5
2.57
P03
+0.00
2.91
0.15
Armários privativos Área de refúgio
4.30 m²
P04
0.15
6.67 m²
12
1.9
Almoxarifado
J01
DML
1.87
1.9
P01
P02
4.94 m²
2.07 m²
A01
Elevador TKS Evolution 300 8 pessoas
16
7
17
6
18
5
19
4
20
3
21
2
22
1
23
11 07 Sala atend
0.15 1.3 0.15
1.47
Hall +0.00
P05
2
Sala atend 8.40 m²
P14
J05 P01
P02
J02
2.21
2.85
WC PNE
P06
P06
Elevador TKS Evolution 300 - A01 10 pessoas J03
8.40 m²
J05 S
Estrutura vazada
3.80 m²
J04
P04
Sala atend
1.17
9.12 m²
A02
3.63
2.19
1.19
J04 A01
1.44
Estrutura vazada
3.63
1.86
Sala atend P02
J04
8.40 m²
P06
J10
J04
5.07
1.35
15
8
5.37
1.5
14
9
3.12
2.9 0.15
3.63
-0.45
13
10
3.12
J03
11
3.13
2.86
6.64 m²
2.55
08 13
P04
6.41
WCB Masculino
2.68
5
P06
2.87
1.71
3.07
6.23
5.61
Cafeteria
+0.00
QUANTITATIVO DE PORTAS
8
96,47 m²
25%
4.13
J07
5.99
P10
52.21 m²
11.43
+0.00
5.08
0.2
P13
1.4
3.6
Projeção Coberta
P09
Recepção e sala de espera
1.5
7.65
4.85
7.69
6.04 D
3.86 1.47
4.33
4.43
2.31
12 07 N
4
PLANTA BAIXA - TÉRREO
ESCALA
1 : 100
_
1.5
2.1
1.5
2.10 2.10 2.10 2.10 2.10 2.07 2.10 2.10 2.10 2.10 2.10 2.80 2.00 1.80 2.80 2.10
CÓD.
DESCRIÇÂO Abertura vão em parede Abertura vão em parede Porta de giro em madeira Porta de giro em madeira Porta de correr dupla em madeira e vidro Porta acessível com barras Porta de giro em madeira Porta de embutir eclisse Porta camarão dupla em madeira e vidro Porta camarão dupla em madeira e vidro Porta rústica em madeira com roldanas Porta de correr mão amiga Portão automático de giro em madeira Porta de giro veneziana em alumínio Porta de correr 4 folhas Porta resistente ao fogo (PRF - NBR 9077)
QTD. LARGURA ALTURA 1 1 6 5 3 2 1 3 1 2
1.00 1.10 1.20 2.00 0.60 2.50 4.00 2.00 1.00 0.80
0.50 1.00 0.50 1.10 1.20 1.10 1.00 0.50 0.50 1.20
PEITORIL 1.60 1.10 1.60 1.00 0.92 1.00 1.10 1.60 1.30 0.92
DESCRIÇÃO Janela boca-de-lobo em madeira e vidro Janela de correr em madeira e vidro Janela boca-de-lobo em madeira e vidro Janela de correr 3 folhas em madeira e vidro Janela guilhotina Janela de correr 3 folhas em madeira e vidro Janela de correr 6 folhas em madeira e vidro Janela simples de alumínio e vidro Abertura em Cobogó Janela guilhotina
5
J01 J02 J03 J04 J05 J06 J07 J08 J09 J10
Inclinação transversal para escoamento da água da chuva sentido jardim lateral
ACESSO PRINCIPAL
P12
%
2
0.83%
0.83%
7.5
0.5
J09
0.66
0.15
9.5
1.47
ACESSO SERVIÇO
Lixo 2,23 m²
ALTURA
1.00 1.50 0.76 0.86 1.80 0.94 1.06 1.00 1.50 2.50 1.00 7.00 1.50 0.88 5.94 1.06
2
DN
2
2.01
LARGURA
3 1 3 4 2 5 1 5 1 1 1 1 1 1 1 1
QUANTITATIVO DE JANELAS
+0.00
Projeção Coberta
0.15
QTD.
A01 A02 P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07 P08 P09 P10 P11 P12 P13 P14
0.4
P11
CÓD.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II
Ressalto para desvio da água de chuva da rua
4.77
4.33
CRISTIANE AUGUSTA GOMES BODRA
6.2
10677020
-0.05
CALÇADA
ACESSO ESTACIONAMENTO / BICICLETÁRIO
REINTEGRANDO A NATUREZA AO AMBIENTE CONSTRUÍDO : Biofilia em um anteprojeto de um edifício para coworking DESENHO(S)
PLANTA BAIXA - TÉRREO
ESCALA(S)
1 : 100
DATA
Outubro/2021 PRANCHA
03
/08
08
2.07
0.15
7.35
0.15
4.85
0.15
9.93
9.93
9.93
9.9 0.15 1.41
9.93
14
7.35
0.15
6.08
0.15
0.98 J08
P08
3.83
J08
1.8
+4.17
1.08
1.83
Projeção Coberta
Copa e cozinha 33.04 m²
+4.20
8.68
3.76
1.65
2.09
4.85
2.6
WC PNE
P05
1.98
J06
J06
4.91 m²
1.51
2.1 P08
+4.20
J01
J01
+4.20
P04
A01
Elevador TKS Evolution 300 08 pessoas
2.02
J08
5.81
11
13
10
14
9
15
8
16
7
17
6
18
5
19
4
20
3
21
2
22
1
23
11 07
J05 S
P06
8.9 3.54 P07
4.05
6.23
P12
J07
J11
3.63
P03
J05
Sl Treinamento 12 pessoas 21.22 m²
1.8
175.52 m²
12
J09
C01
2.99
+4.20
WC Masc 12,96 m²
P02
3.72
P02
J08
Sala 2.87 Compartilhada
4.85
5.65
3.58 m²
08 13
Armários Privativos
5
J01
2.07 2.01
0.63
10.17
P11
J01
3
J08
6.23
+4.20
Estar Treinamento
Elevador TKS Evolution 300 - A01 10 pessoas
6.53 m²
1.51
2.1
8.61
P11
J02
1.17
6.52
P11
3.7
P11
DML
P01 2.21 m²
0.63
4.85
1.98
2.21
J01
P04
WC Fem. 12,66 m²
+4.20
1.48
5.85 A02
3.5
0.15
2.08
3.63
2
J08
+4.20
+4.17
J04
4.5
4.64
P12 J08
0.89
P12
2.99
1.77
6.26 2
J08 PA01
Área leitura 4.79 m²
P08
8.27
24.40 m²
+4.20
Sala Compartilhada 175,52 m²
+4.17
QUANTITATIVO DE PORTAS
8.74
P08
Área de Perspectiva / Refúgio
5
J10
6.73
Pergolado em madeira e vidro insulado
3%
J09
2.08
C01 J08
Sl Treinamento 16 pessoas
Descompressão Salas Treinamento
P12
25%
24.67 m²
3.5
P07
+4.20
2.12
1.4
19.49 m²
P10
P10
Sala Reuniões
ALTURA
1.00 1.50 0.76 0.78 1.60 0.86 0.94 1.06 1.00 2.00 3.23 3.83 0.76 1.00 3.50
2.10 2.10 2.10 1.80 2.10 2.10 2.07 2.10 2.10 2.10 2.26 2.13 1.65 2.10 2.44
14.65 m²
Sala Reuniões
QUANTITATIVO DE JANELAS
15.28 m²
Cobertura em aço e chapas de aço corten 3.6
4.05
6.23
CÓD.
QTD.
LARGURA
ALTURA
PEITORIL
C01 J01 J02 J03 J04 J05 J06 J07 J08 J09 J10 J11 J13
5 5 1 1 2 2 2 1 9 2 1 1 1
2.00 1.00 1.10 2.00 3.00 0.58 1.50 2.50 1.50 2.00 5.00 3.00 1.00
0.50 0.50 1.00 1.10 0.50 1.18 1.00 1.00 2.00 2.00 2.00 2.00 0.50
1.60 1.60 1.10 1.00 1.60 0.80 1.10 1.00 0.10 0.10 0.10 0.10 1.30
Description Abertura em cobogó Janela boca-de-lobo em madeira e vidro Janela simples de alumínio e vidro Janela de correr 3 folhas em madeira e vidro Janela de correr 6 folhas em madeira e vidro Janela guilhotina Janela de correr 2 folhas em madeira e vidro Janela de correr 3 folhas em madeira e vidro Janela de correr 2 folhas em madeira e vidro Janela de correr 2 folhas em madeira e vidro Janela de correr 4 folhas em madeira e vidro Janela de correr 2 folhas em madeira e vidro Janela simples de alumínio e vidro
5.1
5.2
6
4.85
D
6
6
3.6
0.8
3%
2.3
P09
P09
4.05
DESCRIÇÂO Abertura vão em parede Abertura vão em parede Porta de giro em madeira Porta de madeira semioca com forras de madeira Porta de correr dupla em madeira e vidro Porta de correr embutida eclisse Porta acessível com barras Porta de giro resistente ao fogo (PRF: NBR 9077) Porta de correr embutida eclisse Porta de correr dupla em madeira e vidro Porta mão amiga em aço e vidro Porta mão amiga em aço e vidro Porta de giro para banheiro Porta de giro em vidro Painel acústico dobrável 6 folhas
J03
20.72 m²
3.63
LARGURA
2 1 1 2 1 2 3 1 4 6 2 2 4 4 1
4.38
4.23
5.68
Sala Reuniões Sala Reuniões
QTD.
A01 A02 P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07 P08 P09 P10 P11 P12 PA01
3.7
J04
14.66 m²
P07
P08
P08
4.38
Área técnica
P07
CÓD.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II
CRISTIANE AUGUSTA GOMES BODRA
12
10677020
07 REINTEGRANDO A NATUREZA AO AMBIENTE CONSTRUÍDO : Biofilia em um anteprojeto de um edifício para coworking
CALÇADA
N
5
Planta Baixa - Pavimento 1
ESCALA
1 : 100
_
DESENHO(S)
PLANTA BAIXA - PAVIMENTO 1
ESCALA(S)
1 : 100
DATA
Outubro/2021 PRANCHA
04
/08
08
0.15
3.48
0.15
9.9
9.9
9.9
9.9
9.9
14
7.35
0.15
4.85
0.15
7.5
6.08
0.15
1.85
1.48
Projeção coberta
6.47
Copa/Cozinha 32.78 m²
4.61
Sala Reunião 11.68 m²
Sala Reunião 8.96 m²
3.03
J07
Sala Reunião 10.59 m²
3.91
J07
4.27
P08
J04
+8.40
3.51 J02
P01
P09
2.24
1.5
4.85
P05
3.58 m²
1.2
9.25
Sala Reunião 7.89 m²
Sala Reunião 10.86 m²
Área de refúgio
1.87
WC PNE
J01
3.42 2.59
3.91 J01
2.01
DML
1.92 m²
1.95
3.63
Sala Reunião 10.70 m²
24.54 m²
+8.40 P08
P04
3.96
12.94 m² P09 P09
P09
3.7
P07
2.05
WC Feminino
J01
1.75
A02
+8.40
+8.40
P03
J01
WC Masculino 13.13 m²
J01
6.37
P07 A01
34.1
2.2
J05
13
10
14
9
15
8
16
7
17
6
18
5
19
4
20
3
21
2
22
1
23
Sala Privativa
C01
S
1.9
4.85
1.98
0.89
P12
4.79 Estar Salas Privativas
6.23
14.59 m²
J04
2.21
6.95
5.75
11 07
P06
J05
3.63
J06
12.13 m²
4.12
P09
11
4.99
P09
3.84
08 13
3.7
12
4.75
Mini Auditório 46.12 m²
A01
+8.40
J08
+8.40
Sala Privativa P03
Sala Privativa
J06
9.52 m²
P07
3.52
+8.54
4.03
0.93
10.78 m²
J06
P07
3.6
+8.40
2.03
24.04 m²
4.85
3.03
1.55
3.07
Sala Privativa
C01
P04
6.23
11.28
Projeção pergolado
1.5
0.68 0.87
9.49 m²
P02
P06 P06
Sala Privativa
Sala Privativa
15.60 m²
2.91
0.55
+8.40
J06
4.85
CÓD.
QTD.
LARGURA
ALTURA
A01 A02 P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07 P08 P09 P11 P12
4 1 1 1 2 2 1 3 4 2 7 2 1
1.00 1.50 0.76 0.96 1.20 1.80 0.94 1.06 1.00 2.00 0.76 2.50 1.06
2.10 2.10 2.10 2.10 2.40 2.10 2.10 2.10 2.10 2.10 1.65 2.80 2.10
DESCRIÇÂO Abertura vão em parede Abertura vão em parede Porta de giro em madeira Porta de giro em madeira Porta de vidro pivotante Porta dupla de correr em madeira e vidro Porta acessível com barras Porta de giro em madeira Porta de correr embutida eclisse Porta dupla de correr em madeira e vidro Porta de giro para banheiro Porta de correr dupla em madeira e vidro Porta de giro resistente ao fogo (PRF: NBR 9070)
12.71 m²
2.15
1.6
3.9
6.23 3.62
3
3.62
1.19
2.32
3.63
J03
3.81
2.02
QUANTITATIVO DE PORTAS
Área de refúgio
2.31
3.63
3.86
Espaço de convivência 81,64 m²
QUANTITATIVO DE JANELAS +8.40
1.65
Varanda
0.75
1,5%
1.88
+8.40 P11
P11
6.13 m²
+8.37
+8.37
Varanda 6.18 m²
1.65
Telhado verde semi-intensivo
Projeção coberta
7
QTD.
LARGURA
ALTURA
PEITORIL
C01 J01 J02 J03 J04 J05 J06 J07 J08 J09
3 5 1 1 2 2 4 2 1 1
2.00 1.00 1.10 2.00 3.00 0.58 2.50 1.50 4.00 1.00
0.30 0.50 1.00 1.10 0.50 1.18 1.00 2.00 1.00 0.50
1.80 1.30 1.10 1.00 1.60 0.92 1.10 0.10 1.10 1.30
Description Abertura em cobogó Janela boca-de-lobo em madeira e vidro Janela simples de alumínio e vidro Janela de correr 3 folhas em madeira e vidro Janela de correr 6 folhas em madeira e vidro Janela guilhotina Janela de correr 3 folhas em madeira e vidro Janela de correr 2 folhas em madeira e vidro Janela de correr 6 folhas em madeira e vidro Janela simples de alumínio e vidro
6.2
6
6
6.21
6
6.97
6
6
3.63
CÓD.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II
CRISTIANE AUGUSTA GOMES BODRA 10677020
12 07
REINTEGRANDO A NATUREZA AO AMBIENTE CONSTRUÍDO : Biofilia em um anteprojeto de um edifício para coworking
CALÇADA DESENHO(S)
N
6
Planta Baixa - Pavimento 2
ESCALA
1 : 100
_
PLANTA BAIXA - PAVIMENTO 2
ESCALA(S)
1 : 100
DATA
Outubro/2021 PRANCHA
05
/08
+17.26
Reserv. Superior
Acesso à máquina do elevador
+13.72
+12.52
1.2
1.2 4.45
3.42
3.42
PAV2
4.2
PAV1
0
TÉRREO
0.78
0.48 1.1
3.42 0.78
0.48 1.1
Sala Atendimento
+0.00
2.5
3.42
4.2
0.75
0.78
1.8
3.42
2.62
Área Impr/Digit
+0.00
4.2
4.2
8.4
-4.23
Casa de máquinas
Bicicletário -4.2 SUBSOLO
1.3
-4.20
3.42
-0.03
Estar Secretaria
-4.20
-4.20
+4.20
0.37 0.86 0.48 1.1
ACESSO PRINCIPAL
Sala Compartilhada
2.62
0.78
WCB Masculino
0.18
Estacionamento
Armários Privativos
+4.20
1.25
Recepção e sala de espera
+8.40
3.42
Cozinha
2.1 1.93
3.42
SUBSOLO -4.2
0.7
1.2 0.7
1.5 1.5 1.5 1.5
+4.20
2.98
+0.00
WC Masculino
12.6 COBERTA
Sala Privativa
DML
Cozinha
+8.40
Área de Reunião
1.24
+0.00
0.18
0.84
+8.40
2.18
Sala de Atendimento
4.2
Área Impr/Digit
WC Masculino
1.47
2.1
2.05
WC PNE Masc
Varanda
0.78
0.18
+4.20
1.97
WC PNE Fem
Sala Privativa
0.78 1.32
Sala Compartilhada
4.2 1.93
2 0.78 1.35
0.1 0.78 1.65
1.23
0
2.55
TÉRREO
2.1
4.12
1.32
3.42
4.2
1.32
2.02 0.18
+8.40
Sala Compartilhada
PAV1
Sala Privativa
2.1
0.78
8.4
1.1
3.78
PAV2
1.93
2.07
Salas de Reuniões Abertas
+12.52
+12.52
0.78
+12.52
+14.80 +13.52
0.7
COBERTA 12.6
2.28
2.28
Área Técnica
3.42
Barrilete
2.8
Barrilete
+15.90
+14.80
0.94 1.12
1.1
1.36
1.14
+17.26
Poço
CORTE AA
ESCALA
1 : 125
_
CORTE CC
9
ESCALA
1 : 125
_
+17.26
1.14
7
+15.90
1.36
Reserv. Superior
CORTE BB 1 : 125
_
1.95 0.75 1.75 1.1
8.4
3.42
3.42
4.2
PAV1
0
TÉRREO
0.78
0.78
1.25
2.32
3.42 +0.00
WC PNE Masc
+0.00
Área Impr/Digit
+0.00
0.78
0.78
1.1
1.8
Varanda
+4.20
Secretaria
Gerência
PAV2
0.78
0.78
1.5 1.5 1.54
+4.20
1.18
ACESSO PRINCIPAL
Sala Compartilhada
Copa e Cozinha
Lago artificial
3.42
3.42
2.5
Poço
-4.20
1.3
Poço
ESCALA
salas de Reuniões Abertas +8.40
4.2
0.92 0.78 0.82
Cafeteria
12.6 COBERTA
+8.40
Estacionamento
8
0.49
0.72 1.2 3.42 1.5
1.35 3.84
4.2
WC PNE
Depósito
Reserv. Inferior
-4.20
Sl Reuniões
2.11
WCB Almoxarifado Masculino
3.38
WCB Feminino
Casa máquinas
4.2
SUBSOLO -4.2
Sl Treinamento 16 pessoas
Copa e Cozinha
1.5
1.2
1.1 0.78 +0.00
0.7
Espaço de convivência
1.8
1.62
WC Masculino
WC PNE
0.78
0
1.85
TÉRREO
Sl Treinamento 12 pessoas
2.2
Gerência
Diretoria
1.22 0.78
4.2
+4.20
4.2
2.43
PAV1
WC Feminino
Copa e Cozinha
+12.52
0.87 1.12
Mini Auditório
3.96
0.7 1.32
WC Masculino
WC PNE
1.24
+8.40
8.4
+11.60
1
WC Feminino
1.2
Reservatório Pluvial
2.8
4.12
PAV2
Copa e Cozinha
2.37
Barrilete
1.6
1.2 0.47
COBERTA 12.6
0.85 1.14
1.1
+14.80
-4.2 SUBSOLO
Estacionamento
10
CORTE DD
ESCALA
1 : 125
_ TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II
CRISTIANE AUGUSTA GOMES BODRA 10677020
REINTEGRANDO A NATUREZA AO AMBIENTE CONSTRUÍDO : Biofilia em um anteprojeto de um edifício para coworking DESENHO(S)
. CORTES LONGITUDINAIS E TRANSVERSAIS
ESCALA(S)
1 : 125
DATA
Outubro/2021 PRANCHA
06
/08
11
FACHADA LESTE ESCALA
1 : 125
_
12
FACHADA SUL ESCALA
_
1 : 125
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II
CRISTIANE AUGUSTA GOMES BODRA 10677020
REINTEGRANDO A NATUREZA AO AMBIENTE CONSTRUÍDO : Biofilia em um anteprojeto de um edifício para coworking DESENHO(S)
. FACHADAS SUL E LESTE
ESCALA(S)
1 : 125
DATA
Outubro/2021 PRANCHA
07
/08
11
FACHADA LESTE ESCALA
1 : 125
_
12
FACHADA SUL ESCALA
_
1 : 125
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II
CRISTIANE AUGUSTA GOMES BODRA 10677020
REINTEGRANDO A NATUREZA AO AMBIENTE CONSTRUÍDO : Biofilia em um anteprojeto de um edifício para coworking DESENHO(S)
. FACHADAS SUL E LESTE
ESCALA(S)
1 : 125
DATA
Outubro/2021 PRANCHA
07
/08