Alimentar Sonhos (Manual de Felicidade)
“... perdem a poesia que existe no crepúsculo e na alvorada.” (Pág. 40)
Prof. Ireneu Bruno Jaeger
Alimentar Sonhos (Manual de Felicidade)
Textos altruístas para levar à reflexão
Prof. Ireneu Bruno Jaeger
Dedicatรณria: Para: Isabela, Paulo, Marisa, Mรกrcia e os netos: Jaqueline, Monique, Bruna, Simone, Lucas, Bรกrbara e Joรฃo Francisco.
PROJETO GRÁFICO: Cristiane Oliveira REVISÃO: Isabela Norma Jarger ANO DE PUBLICAÇÃO 2014 SINOP, MT
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ...........................................................................................09 DEGUSTAÇÃO GRÁTIS ............................................................................... 11 ALIMENTAR SONHOS ................................................................................. 12 LUTE PELO SEU IDEAL ............................................................................. 13 FELICIDADE .................................................................................................... 14 EXEMPLO ........................................................................................................ 15 AMPLEXO ........................................................................................................ 17 PONTO .............................................................................................................. 20 LIBERDADE ..................................................................................................... 22 CIÊNCIA E RELIGIÃO .................................................................................. 23 VOAR ................................................................................................................. 25 ODE AO PROF. J. SOARES R. FILHO QUE NOS PRECEDEU NA GLÓRIA ............................................................................................................. 27 DIFERENTE ..................................................................................................... 29 QUANDO TROPEÇAR... .............................................................................. 31 MARIA ............................................................................................................... 33 IGREJA NÃO É SUS ..................................................................................... 35 FAÇA SUA PARTE ........................................................................................ 37 LIBERDADE ..................................................................................................... 38 MEDO? PORQUE? ......................................................................................... 40 A MEDIDA DO AMOR ................................................................................. 43
VOCÊ ENTENDE? .......................................................................................... 44 A MENTIRA COM PERNA LONGA ......................................................... 45 SOBRE A ÂNSIA INCONTIDA DE TER (POSSUIR RIQUEZAS) .. 47 DE DENTRO PARA FORA ......................................................................... 49 FRUTIFICAR .................................................................................................... 50 ESCUTAR O SILÊNCIO ................................................................................ 53 A POESIA DO CREPÚSCULO ................................................................... 54 PODE-SE SER FELIZ NO INVERNO? ................................................... 55 REAPRENDENDO A NADAR .................................................................... 57 LIXÃO ................................................................................................................ 67 CARPE DIEM .................................................................................................. 71 NOVAS TRILHAS .......................................................................................... 74 MORADIA ......................................................................................................... 76 CONCHA ........................................................................................................... 78 PASTORAL CARCERÁRIA ......................................................................... 80 SUA VIDA ........................................................................................................ 82 DE 1970 A 1974 ....................................................................................... 84 OBSERVAÇÃO ................................................................................................ 87 NÃO PERCA O RUMO ................................................................................. 88 NOS TEMPOS DA GUERRA ...................................................................... 91 AUTOR .............................................................................................................. 92
apresentação A verdadeira poesia é aquela que fala sobre a beleza da vida e alimenta nossos sonhos. Quando Ireneu me ligou, convidando para escrever o prefácio do seu novo livro ALIMENTAR SONHOS , quei lisonjeado. Primeiramente me deliciei com os textos, que são uma profunda reexão sobre a vida, com os sentimentos e com a realidade que eles oferecem para reexão. Em outras oportunidades conheci as demais obras do autor, que leciona latim e português no Propedêutico “São José”, do qual sou o reitor. Não apenas eu, como também seus alunos, seminaristas, que brilhantemente prepara para o vestibular, encantamo-nos com a beleza das obras e também das aulas “recheadas” de vida, de poesia e da arte de reexão. A obra “Curso Básico de Português”, infelizmente com a segunda edição esgotada, nos apresenta a beleza do nosso idioma. Os livros de poesia são ao mesmo tempo encantadores e profundos, o estilo é natural e vivido de alegria. Os livros de crônicas, cheios de bom humor, nos levam a reetir o lado poético e alegre da vida. Agora o Prof. Ireneu Bruno Jaeger, um dos fundadores da Academia Sinopense de Letras, nos surpreende com ALIMENTAR SONHOS, uma obra de arte, que nasceu do coração de quem ama a vida e a transcreveu em
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sentimentos. ALIMENTAR SONHOS nos leva a uma reexão sobre a vida e nos envolve com a arte de poetar a realidade e os sentimentos. Diz o próprio autor “aqui não se dorme, alimentam-se sonhos”. Esta belíssima obra levará o leitor a alimentar os seus sonhos e a reetir sobre a vida que deve ser sempre uma poesia. Desejo um ótima leitura e oriento também a lerem as demais obras do autor. Vale a pena.
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Degustação grátis Prove os poemas e depois leve suas deduções à sua vida diária... Você poderá fartar-se com as comparações e metáforas do Prof. Ireneu. Mas para não haver indigestão precisa despir-se de quaisquer preconceitos.
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ALIMENTAR SONHOS Os noivos apaixonados escreveram na porta ornada multicolorida “Aqui não se dorme alimentam-se sonhos”. Que todos os casais deixem de simplesmente dormir seguindo o exemplo continuem a alimentar os sonhos de namorados de noivos...
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Lute pelo seu ideal Seu ideal parece longíquo? Você teme não atingi-lo? Ele está na montanha do outro lado do grande rio? E você teme atravessar a ponte pênsil sem corrimão que liga as duas montanhas? Então não olhe para baixo enfrente a caminhada com o olhar fixo no alto. Segure nas mãos do Onipotente e suas pernas não tremerão.
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Felicidade
Se eras feliz e não sabias Talvez estejas no paraíso e nem desconfias
Pensa nisto enquanto lês os textos seguintes.
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Exemplo O filhinho querido brincava sujinho. Achou um ninho de passarinhos dois filhotes se debatiam o malvado do vento derrubara os pobrezinhos. A criança se condoía e fazia de tudo para recuperá-los assoprava para esquentá-los...
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O pai sequestrador sanguinário viu a cena e meditou “quanto vale a vida”. Aí ele foi soltar as crianças reféns e nem pediu resgate.
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Amplexo Estou curioso para atravessar o Val de Sombras cantado pelo salmista. Talvez eu vá declamando poesias quiçá ouvindo música clássica. Talvez eu tenha medo e precise segurar na mão dEle por entre sortilégios.
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Como já não preciso mais caminhar vou flutuando por entre árvores estranhas. As sombras que elas projetam são em forma de cruz e indicam o caminho. ao chegar ao cume que maravilha! descortina-se um lago plácido. Um silêncio completo acaricia meu ser. 18
Acelero meu voo e corro sobre as águas ao encontro do grande Sol que desponta no horizonte. Mergulho nEle em seu coração num grande amplexo do Onipotente.
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Ponto Por que será que as árvores gritam desesperadas? Um casal de araras foge falando uma língua difícil. Um corisco pinta o ponto de interrogação contra o negro anoitecer. A resposta vem em forma de vento minuano formidável
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que arranca os cabelos das รกrvores e os joga na lagoa. Um pernilongo faz as vezes de ponto no grande teatro QUE REFLETE O PODER DO CRIADOR.
Obs.: Ponto aquele que assopra aos artistas durante o teatro.
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LIBERDADE Um jovem protesta não quer imposições quer ser livre fazer o que quiser e escolhe a droga que o escraviza e é infeliz. Outro sensato aceita conselhos submete-se a leis regras e imposições e encontra a felicidade respeita superiores próximos e inferiores. E é livre...e feliz. 22
Ciência x Religião Um aluno declara orgulhosamente “não leio livros de cunho religioso prefiro científicos”. O mestre então questiona: “Você lê livros de ciências de dois séculos atrás? Alguém ainda os estuda? Mas os evangelhos apesar de dois mil anos ainda são lidos e válidos. Pense nisso! 23
No governo da justiça faz sentido ter ministro da paz. Paz sem justiça é enganação grosseira.
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Voar O poeta quer voar como Ícaro na fábula grega só que aquele caiu porque prendeu as asas com cera e ela derreteu perto do sol. O poeta não vai cair porque uniu as asas com amor e voa até o infinito. 25
SĂł ĂŠ digno de aplausos o orador que soube dignamente suportar vaias.
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Ode ao Prof. J. Soares R. Filho que nos precedeu na glória. O professor não partiu apenas tiraram-lhe o giz o data show e os alunos. Agora curte a glória o vazio a ausência seu olhar sereno pálpebras fechadas. Deve estar contabilizando as redações corrigidas os livros lidos... Não consegue lembrar de tantas notas atribuídas 27
nem recorda a face de tantos discípulos... Ele apenas sabe isso com toda certeza que todos sãos seus amigos. Pode descansar, Soares, que o combate já terminou e você venceu.
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Diferente (Para valorizar pessoas diferentes) Percebam que os down tem inclinação para a poesia. Eles são poetas natos. Entendem melhor o nascer e o pôr do sol. Nem precisam de muitas palavras para fazer poesias. Seu olhar sua mansidão refletem encanto. Os olhos voltados para o alto espelham o lago azul. 29
Soberbos e orgulhosos não entendem essa poesia as palavras simples porque não têm o coração puro. É preciso despir-se dos preconceitos para entrar nessa sinfonia. DIFERENTE E POETA POETA DIFERENTE.
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Quando tropeçar ... Ele tentava de tudo Não dava certo Era pobre demais Foi à falência em negócios Teve doenças, acessos nervosos Foi despejado da casa Fez novo negócio Fracassou de novo Concorreu a deputado Perdeu Tentou o curso de direito Foi rejeitado. Pediu dinheiro emprestado Foi novamente à banca rota 12 anos para se refazer Ficou noivo
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A noiva morreu Candidatou-se à presidência da Câmara Perdeu feio Pretendeu concurso público Não foi admitido Teve mais 15 fracassos Finalmente em 1856 Candidatou-se à presidência dos Estados Unidos Venceu Foi o mais extraordinário estadista americano Abraham Lincoln. (Baseado em Dom Eduardo Pinheiro da Silva – bispo de Campo Grande MS “Projeto Pessoal de Vida' Cisbrasil CIB.
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Maria Bendita a religião que valoriza a mulher. Toda a docilidade toda a responsabilidade toda a doçura toda a delicadeza o sorriso mais cândido sorriso mais espontâneo os gestos harmoniosos a voz suave o talhe soberano e também humilde.
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Assim descrevo a bendita entre as mulheres a querida Maria mãe de Jesus. Minha descrição é imperfeita porque ELA é muito mais é Mãe de Deus.
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Igreja não é SUS É sempre maior o número dos que procuram igrejas somente para a cura de enfermidades corporais. Esperam milagres alegando que Jesus curou a muitos enfermos. Evidentemente Deus pode tudo inclusive curar. Mas Ele prefere hoje em dia fazê-lo preferencialmente através de seus enviados os médicos e enfermeiros. 35
Antes de esperar a cura milagrosa procure os recursos que o bondoso Deus disponibiliza através de hospitais exames e profissionais da saúde, creches e asilos. Não queira transformar a igreja em consultório, Posto de Saúde ou SUS...
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Faça a sua parte Deus iniciou a criação e incumbiu as criaturas a dar continuidade esposos gerando filhos cientistas descobrindo vacinas médicos salvando vidas. Nenhuma igreja moderna fantástica vai conseguir tornar eterno o homem. Chegará a hora para todos entrarem pela porta do paraíso.
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Liberdade Afinal somos livres para quê? Tiradentes ofereceu a vida pela liberdade. Mas que liberdade é essa que exige imolar a vida? E Minas continua a declamar sua “Libertas quae sera tamen”. Qual foi a liberdade que chegou tardiamente como anunciou o poeta latino e continua apregoado na bandeira de Minas Gerais? 38
Outro herói maior ainda imolou sua vida pela nossa liberdade. Não foi do cadafalso como Tiradentes que Ele proclamou... Foi do alto da cruz que Ele bradou “Consumatum est” Ele consumiu sua vida pela nossa liberdade.
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Medo? Por quĂŞ? Nos bons tempos o Ă´nibus passava por estrada de chĂŁo chovera muito. Havia barro, buraqueira atoleiros, subidas, descidas. A certa altura o coletivo parou patinou e derrapou feio.
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O motorista tentou a ré e veio a toda. Todos se levantaram espiando pela janela. O que aconteceria? Bolsas e mercadorias se espalharam pelo chão. Gritos por entre o ronco do motor. Só um menino não se alterou continuou sentado lendo gibi. Uma senhora quase histérica o questionou: — Você não tem medo? O garoto fechou o gibi e respondeu calmamente: —Medo por quê? Meu pai é o motorista. 41
(E no Ă´nibus da vida Deus ĂŠ o motorista. Pra que ter medo?)
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A medida do amor Amor não se pode medir Não existe UM GRANDE AMOR Nem um pequeno amor MEDIR O AMOR é como medir o arco-íris Quando se chega perto Para medi-lo Ele desparece. AME SEM MEDIDA!
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Você entende? Como assim, poeta, você afirma que noite não existe. É que quando a noite cai em outra parte do mundo o sol nasce. Mas e essa história de que a morte não existe? É que quando ela vem desponta outra vida em outra paragem. 44
A mentira com perna longa.
Sim, você pode mentir só de mentirinha para sua mãe dizendo que é a mais bonita do mundo. Talvez você deve elogiar seu filho dizendo que o trabalho está perfeito.
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Com certeza você precisa dizer que a agulha da enfermeira não doeu nada. Só não diga de novo que sua cabeça não dói nada. Está-se vendo pelos olhos vermelhos. Cuidado! A mentira tem perna curta! 46
Sobre a ânsia incontida de TER (possuir riquezas) O autor publicou em seu livro Arabesco, página 36 o poema seguinte: To be, or not... To be or not to be That is the question O verbo ser sofreu uma alteração no decorrer do tempo Não se sabe quando nem por que motivo o S passou a T O fato é que os metaplasmos ou as gramáticas históricas não explicam época e motivo de tal transformação 47
Tanto que onde se lia: “Ser ou não ser” hoje se lê: “Ter ou não ter eis a questão” “To have or not to have It's now the question.”
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De dentro para fora Em cada jovem drogado existe um adolescente honesto querendo sair... SĂł que a sociedade tolhe a saĂda e aniquila a personalidade... A droga ĂŠ um cadeado e foi perdida a chave Procura-se um chaveiro chamado AMOR.
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Frutificar Javé, o Deus Grande chamou o poeta e exigiu uma prova de sua fidelidade absoluta sobre todas as coisas. — Quero que sacrifiques a poesia que consideras a melhor de todas! Deves deletar primeiramente no computador e no disquete ou pen-drive e a página impressa traze aqui no templo e deixa uma vela fazer virar cinzas. 50
O poeta ficou profundamente abalado mas selecionou o poema o mais dileto cheio de conteúdo e entre lágrimas ligou o computador e apagou o verso. Depois foi ao templo e de joelhos pegou a página impressa para queimar totalmente.
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Quando se levantou para o ato de bravura a vela se apagou por um sopro invisível e apareceu no telão o rosto do bondoso Deus e brandamente lhe disse: — Agora sei que me honras. Tua decisão vai frutificar em forma de muita inspiração com excelentes ideias tão numerosas como os peixinhos do mar. 52
Escutar o silêncio Gosto de escutar o silêncio na catedral ou no meio de barulho e de noite... quando os grilos cantam. O silêncio clama por mudanças não de aparência nem de tempo mudar é ação trabalho, oração... Quando medito em silêncio caminho pelo deserto... O silêncio realiza o milagre de me encontrar comigo mesmo. 53
A poesia do crepúsculo Muitos perdem a poesia que existe no crepúsculo e na alvorada. São os dorminhocos que se privam das lindas mensagens escritas no céu do alvorecer e do anoitecer... O poeta não pode ser surpreendido na cama pelo Astro Rei nem pode deixar de admirar a lua cheia com sua poesia. Nesta hora a fantasia solta as asas e voa até Deus. 54
Pode-se ser feliz no inverno? Alguns brincam dizendo que é “a melhor idade” melhor pra quê? Outros em vez de chamar de velho ou idoso chamam de “pioneiro” Acham que soa melhor... Mas afinal qual é a melhor idade? A criança não quer ser criança sonha ser jovem. Quando o jovem passa da idade quisera ser criança. novamente. 55
Os adultos correm atrás do trabalho... do dinheiro e não têm tempo para viver... Enfim o idoso, o pioneiro, gostaria de regredir em idade. Mas já sabemos não é o tempo que passa nós é que passamos. Para a vida ter graça não importa a idade. Uns falam em primavera verão, outono, inverno da vida... O que importa é saber viver e encontraremos felicidade em qualquer idade. 56
Reaprendendo a Nadar (Como devemos tratar dos alcoólatras?)
Cleo era seu apelido tinha bom emprego, bancário graduado. Fazia festa cada final de semana, churrasquinho... linguicinha. Ele levava jeito para fazer a caipirinha, às vezes com mel, outras com açúcar, sempre pinga especial... Além da pinga, com os aperitivos fartos, cercado de amigos, festando e gastando.
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As doses iam aumentando. As despesas também. Alguns porres fenomenais... A esposa não gostava e as brigas começaram, sempre seguidas de outros porres... Certa vez teve de dormir fora, pois a família não tolerava um pai bêbedo, chegando de madrugada, chutando a porta. Foi a primeira briga séria.
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Durante dois dias Cleo ficou abstêmio e parecia que daria certo. Seu coração acusava-o de ser injusto com a mulher. Entretanto, recaiu meia dúzia de cervejas e voltou também a fumar novamente, vício que largara havia dois anos. No final de semana a churrascada foi trágica, houve discussões e o grupo se dividiu uns contra Cleo, prometendo desforra.
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Passou a dormir pouco levantava como quem tivesse passado a noite no caixão. Faltou ao serviço, o banco não gostou: explicações, advertência. Mas os males todos podiam ser curados na cachaça e cerveja...
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Os fins de semana de alegria passaram a pesadelos. O álcool trazia sempre mais amigos e as bebedeiras eram acompanhadas de violeiros e cantores até altas horas, com despesas absurdas... A esposa conversou sério: —Como fica a família? Assim não pode ser.
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Promessas de melhora não convenceram os amigos e as mágoas eram afogadas em mais álccol... Alguns meses mais Cleo estava separado da esposa professora exímia e os filhos não entendiam o que acontecera com a família. O pai saiu de casa Bebia pelos botecos Uma pinga aqui uma cerveja acolá.
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Depois souberam que Cleo perdera o emprego. Tiveram dó. Foram procurá-lo. E ele teimoso não quis voltar. A família perdeu a casa por causa das dívidas que Cleo contraíra. Foram morar de aluguel e os filhos passaram a estudar em escola pública.
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Cleo sumiu do mapa. Procuravam saber dele. Estivera na capital. Fora preso. Dormira na praça e bebia cachaça barata. O alcoolismo fizera mais uma vítima. A doença não perdoava e a miséria trouxe a fome. Por longo tempo não se soube dele. Até que um dia o menino mais velho estando na capital para seu primeiro vestibular, soube, vejam só que Cleo faria uma palestra numa escola pública. 64
Atraído pela curiosidade bastante disfarçado, foi ao encontro. Qual não foi a surpresa quando seu pai falou dos Alcoólicos Anônimos e explicando sua tragédia que arruinara a família,
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perdendo tudo, por causa do álcool, que no mar da vida infelizmente estivera prestes a naufragar. Sugeriu um livro, por ele escrito, cujo título é “Reaprendendo a nadar”
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Lixão Por um desses destinos da vida moderna fui obrigado a levar uma carga de restos... lixo no lixão. Antes não tivesse ido o que vi foi marcante foi triste... doído:
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crianรงas carregavam plรกstico... separavam latas e o cheiro era nauseabundo mistura podre de carne deteriorando de comidas estragadas de porcaria de todo tipo um inferno rodeado de gente de pessoas subumanas que ali moram que ali comem que ali dormem que ali sonham... (sonhos ou pesadelos?)
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Urubus disputam com as crianças os montes de lixo novo que vêm nos caminhões...
E a natureza? E o meio ambiente? Onde fica?
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Quando falo de preservação da natureza que morre... que some... refiro-me principalmente ao SER HUMANO às crianças de lixão...
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Carpe Diem Quando se fala em aproveitar o dia aproveitar o hoje aproveitar o agora muitos se confundem e acham que devem correr mais que urge trabalhar de forma estonteante.
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Não o carpe diem do poeta latino ia em outra direção aproveitar de forma sadia com trabalho e lazer como que gosta de viver como quem se apercebe das flores quem corresponde
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ao sorriso das crianças e por que não dos adultos também aproveite a vida carpe diem.
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Novas trilhas O materialismo fechou o caminho da poesia. Imediatamente abriram-se muitas trilhas escaladas por jovens mulheres e homens que sĂŁo impulsionados pela poesia que corre nas veias que sentem o poema nos olhos e ouvidos e 74
ao lado das trilhas na subida da serra medram ores e percebe-se o suave odor de passarinhos cantando.
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Moradia Moro num barquinho que viaja ao sabor da ĂĄgua rio abaixo. A felicidade vai comigo na forma de correnteza que ĂŠ doce. Antes de chegar ao salto grande hĂĄ tempo de citar minhas testemunhas:
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o cĂŠu a mata as aves e os peixes e e o CRIADOR
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A Concha Na subida da serra ali perto duma bica dรกgua o menino vendia daquelas conchas grandes bonitas, coisa linda achadas na praia e dizia que pondo no ouvido escutava-se a prรณpria voz de muitos anos atrรกs.
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As crianças insistiram: “Compra, pai!” e eu comprei uma concha e escutei o som da concha.
Entre o murmúrio do mar ouvi o choro duma criança e o sorriso de minha mãe.
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Pastoral Carcerária Fazer um poema é como tirar alguém da cadeia. Não o assassino o estuprador o corrupto.
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É tirar um coitado que morria de fome e roubou o pão que o suor não conseguira comprar pra família. O poema será recitado quando o “preso” chegar em casa e seus filhos o abraçarem;
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Sua vida O que você escreveu na folha em branco que recebeu ao nascer?
Inventou metáforas? Preferiu hipérboles? Verdade é que deverá fazer uma conclusão
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no poema iniciado ao abrir os olhos para este mundo.
Ou sua vida é um quebra-cabeças em que faltam algumas peças?
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De 1970 a 1974 Rasgam-se as veias verdes vetustas da AmazĂ´nia pulmĂŁo verde dos outros.
Arranca-se o mato com enormes ancinhos em vez de verde amarelo azul e branco sai o sangue vermelho atravĂŠs de estradas que se transformam 84
em lamaçais e atoleiros.
O Teles Pires polui-se nele escorre progresso. Em vez de onças veados e cobras araras jacutingas surgem barracos bois e vacas. Caminhões e ônibus vomitam civilização. 85
Aparece comércio serraria e energia elétrica. As árvores cedem para plantações de arroz café pimenta mandioca e soja.
Luzes e cruzes a Amazônia mato-grossense assiste estupefata à fundação de Sinop. 86
Observação Alguém me questionou:”Em poesia não se põe moral, moralismo...”
Respondo com ideias da grande escritora Lya Luft: “moralidade faz parte da ciência humana. Não:moralismo” Ismos são hipocrisia. “Moralidade ou ética é a base de qualquer convívio social.”
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Não Perca o Rumo Haveria de localizar rapidamente o marco daquela terra adquirida. Entrei no mato ao entardecer... Lutava contra o tempo. Para não atrapalhar larguei arma e facão perto de enorme cedrinho. Caminhava ligeiro mas o marco não aparecia. Parece que errei a direção. Voltei até o cedrinho e tomei o rumo “certo”. Escurecia... a noite caiu como tampa de concreto. Lembrou-me Bandeira “a noite com seus sortilégios”. E agora? ... Estava difícil de raciocinar, onde fica o Norte onde o Sul? 88
Nada... Estava definitivamente perdido. Apareceram estrelas... Quisera saber ler estrelas quisera saber orientar-me pelas estrelas... Apareceram barulhos... seriam todos tatus? E a história da onça pintada? Suava aos cântaros... Mas este barulho conheço é o pipiar de uma coruja... Seria de mau agouro? Quis sentar numa elevação havia formigas doídas na raiz... Que sucesso faria uma lanterna de pilhas! Levantei os olhos: — Céus! Onde estou? E onde está o Cruzeiro do Sul? E a Lua? Do Cruzeiro meu pensamento foi até Deus. Fiquei em silêncio
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a mata também ficou em silêncio. Deus gosta de falar no silêncio. Aí suavemente ouvi o ruído de um carro dei um grito de alegria. Acordei novamente a floresta. Em menos de dez passos estava na estrada...
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Nos Tempos da Guerra (autobiográco)
O que mais havia era miséria. Ouvíamos falar das barbaridades do nazismo. O pai era professor de interior desses “pau-pra-toda-obra” O Governo Brasileiro fechou-lhe a escola. Lacraram a porta. Foi cortado o salário... Seu crime? Ser brasileiro de sobrenome germânico. E passamos fome. E ainda há gente que diz ser esse ditador sanguinário o “maior” político... É fácil iludir o povo... 91
Autor Quem sou? Tragam-me de volta os brinquedos de criança pobre onde dois sabugos de milho formavam uma junta de bois mansos. Sim, continuo o mesmo menino já septuagenário... enrugado... mas realizado...O corpo mudou mas a alma não permanece de criança que quer brincar de pega-pega e cantar o “marcha soldado.”
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Ireneu Bruno Jaeger professor aposentado, nasceu em Itapiranga SC, a 11 de fevereiro de 1938. Casado com Isabela Norma Jaeger, tambĂŠm professora aposentada. Esperam, no ano da copa, (2014) festejar bodas de ouro (50 anos de casados).
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OBRAS DO AUTOR: Luzerna – poemas A Invenção do Garfo – crônicas literárias Para as Crianças da Minha Rua - literatura infantil A Rua das Tílias em Festa (histórico dos moradores da rua) Curso Básico de Português (duas edições esgotadas) Arabescos – poemas Um Menino Apanhava Pêssegos – crônicas O Rio dos Poetas - poemas Alimentar Sonhos - poemas