FÁBULAS Luana Porfíria
SumĂĄrio 1- A tartaruga e a lebre 2- A raposa e as uvas 3- A cigarra e a formiga 4- O leĂŁo e o ratinho 5- O pastor mentiroso
A tartaruga e a lebre • • • • • • • •
Um dia, uma Lebre ridicularizou as pernas curtas e a lentidão da Tartaruga. A Tartaruga sorriu e disse: "Pensa você ser rápida como o vento; Mas, acredito que Eu a venceria numa corrida..." A Lebre claro, considerou aquela insinuação como algo impossível de acontecer, e aceitou o desafio na hora. Convidaram então a Raposa para servir de juiz, escolher o trajeto, e o ponto de chegada. E no dia marcado, do ponto inicial, partiram juntos. A Tartaruga, com seu passo lento, mas firme, determinada, concentrada, em momento algum parou de caminhar rumo ao seu objetivo. Mas a Lebre, confiante de sua velocidade, despreocupada com a corrida, deitou à margem da estrada para um rápido cochilo. Ao despertar, embora corresse o mais rápido que suas pernas o permitissem, não mais conseguiu alcançar a Tartaruga, que já cruzara a linha de chegada, e agora descansava tranquila num canto. Moral da História: Meio caminho andado é o mesmo meia tarefa cumprida...
A raposa e as uvas Uma Raposa, morta de fome, viu, ao passar diante de um pomar, penduradas nas ramas de uma viçosa videira, alguns cacos de exuberantes uvas negras, e o mais importante, maduras. Não pensou duas vezes, depois de certificar-se que o caminho estava livre de intrusos, resolveu colher o seu alimento. Usou de todos os seus dotes, conhecimentos e artifícios para apanhá-las, mas como estavam fora do seu alcance, acabou cansando-se em vão, e nada conseguiu. Desolada, cansada, faminta, frustrada com o insucesso de sua empreitada, suspirando, encolheu de ombros e deu-se por vencida. Deu meia volta e foi-se embora, desapontada foi dizendo: “As uvas afinal estão verdes, não me servem…” Quando já estava indo, um pouco mais à frente, escutou um barulho como se alguma coisa tivesse caído no chão… Voltou correndo pensando ser as uvas. Mas quando chegou lá, para sua decepção, era apenas uma folha que havia caído da parreira. A raposa, decepcionada, virou as costas e foi-se embora de novo. Moral da História: É fácil desdenhar daquilo que não se alcança.
A cigarra e a formiga Num dia soalheiro de Verão, a Cigarra cantava feliz. Enquanto isso, uma Formiga passou por perto. Vinha afadigada, carregando penosamente um grão de milho que arrastava para o formigueiro. - Por que não ficas aqui a conversar um pouco comigo, em vez de te afadigares tanto? – Perguntoulhe a Cigarra. - Preciso de arrecadar comida para o Inverno – respondeu-lhe a Formiga. – Aconselho-te a fazeres o mesmo. - Por que me hei-de preocupar com o Inverno? Comida não nos falta... – respondeu a Cigarra, olhando em redor. A Formiga não respondeu, continuou o seu trabalho e foi-se embora. Quando o Inverno chegou, a Cigarra não tinha nada para comer. No entanto, viu que as Formigas tinham muita comida porque a tinham guardado no Verão. Distribuíam-na diariamente entre si e não tinham fome como ela. A Cigarra compreendeu que tinha feito mal... Moral da história: Não penses só em divertir-te. Trabalha e pensa no futuro.
O leão e o ratinho • • • • •
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Um Leão dormia sossegado, quando foi despertado por um Rato, que passou correndo sobre seu rosto. Com um bote ágil ele o pegou, e estava pronto para matá-lo, ao que o Rato suplicou: "Ora, veja bem, se o senhor me poupasse, tenho certeza de que um dia poderia retribuir seu gesto de bondade..." Apesar de rir por achar ridícula e improvável tal possibilidade, ainda assim, como não tinha nada a perder, ele resolveu libertá-lo. Aconteceu que, pouco tempo depois, o Leão caiu numa armadilha colocada por caçadores. Assim, preso ao chão, amarrado por fortes cordas, completamente indefeso e refém do fatídico destino que certamente o aguardava, sequer podia mexer-se. O Rato, reconhecendo seu rugido, se aproximou e roeu as cordas até deixá-lo livre. Então disse: "O senhor riu da simples ideia de que eu, um dia, seria capaz de retribuir seu favor. Mas agora sabe que, mesmo um pequeno Rato, é capaz de fazer um grande favor a um poderoso Leão...“ Moral da História : Nenhum ato de gentileza é coisa vã...
O pastor mentiroso Era uma vez um Pastorzinho que costumava levar o seu rebanho para a serra a pastar. Como estava sozinho durante todo o dia, aborrecia-se muito. Então pensou numa maneira de ter companhia e de se divertir um pouco. Voltou-se na direção da aldeia e gritou: – Lobo! Lobo! Os camponeses correram em seu auxílio. Não gostaram da graça, mas alguns deles acabaram por ficar junto do Pastor por algum tempo. O rapaz ficou tão contente que repetiu várias vezes a façanha. Alguns dias depois, um Lobo saiu da floresta e atacou o rebanho. O rapaz pediu ajuda, gritando ainda mais alto do que costumava fazer: – Lobo! Lobo! Como os camponeses já tinham sido enganados várias vezes, pensaram que era mais uma brincadeira e não o foram ajudar. O Lobo pôde encher a barriga à vontade porque ninguém o impediu. Quando regressou à aldeia, o rapaz queixou-se amargamente, mas o homem mais velho e sábio da aldeia respondeu-lhe: – Na boca do mentiroso, o certo é duvidoso. Moral da história: Mentir acaba sempre por trazer as suas consequências Ninguém acredita em um mentiroso, mesmo quando ele fala a verdade…