TCC arqurbuvv - ARQUITETURA COM ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS EM SANTA TERESA - ES

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UNIVERSIDADE VILA VELHA – UVV CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

CRISTINA SANTOS FERREIRA

ARQUITETURA COM ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS EM SANTA TERESA-ES

VILA VELHA 2019


À minha maior inspiração, minha mãe Rosangela.


AGRADECIMENTO


Enfim acabou!!! Foram cinco anos me entregando inteiramente para conquistar o desejo de ser arquiteta, e para isso acontecer tive que abrir mão da fase das gracinhas dos meus filhos, de não poder deitar ao lado deles quando precisei virar noites e noites para as grandes entregas. Foi com muita luta e dedicação que chego ao fim dessa graduação chamada “ escola da vida”. Sou grata ao meu Deus, pois só ele e quem esteve ao meu lado nessa jornada sabe o quanto tive que ser Mulher Maravilha para chegar até aqui. Sem vocês ao meu lado não seria possível!!! Agradeço imensamente ao meu esposo e amor Frank Carlos por ter sido a minha maior e melhor dupla nessa jornada. Aos meus filhos João Carlos (in memória), João Vitor e Carlos Eduardo por fazerem parte da minha vida e me fortalecerem a cada etapa, pois tudo vale a pena por vocês e para vocês. Agradeço a minha mãe Rosangela por acreditar que eu chegaria ao fim e ser meu exemplo, e as minhas tias Lúcia e Vera pelas orações e fé inabalável. Obrigada ao meu sogro José Carlos, sogra Maria Luzia e cunhada Franciany pelo apoio e por estarem ao meu lado, não apenas nessa jornada, mas também na vida. Obrigada as queridas Flávia e Viviane que com carinho me acolheram e me fizeram sorrir quando tive vontade de chorar fora do meu ninho. Obrigada aos colegas Bruna Bonini pelos abraços e Robson meu parceiro de café por estarem ao meu lado desde sempre. A Karina que foi a melhor parceira de curso em especial nesse final doloroso. Agradeço imensamente aos meus Mestres Professores Geraldo Benício (orientador), Clóvis Aquino e Carlos Kuster, e ao arquiteto Heliomar Venâncio, pelo conhecimento transmitido e por contribuírem generosamente na realização deste trabalho. Vocês foram incríveis!!!

Obrigada a todos familiares e amigos que torceram pela minha conquista!!!



que se dedica a estudar a “Ser arquiteto hoje em dia significa ser um profissional natureza e a forma de viver nela. Severiano Porto

�


RESUMO Este trabalho aborda a arquitetura sustentável, e tem origem

O resultado evidencia a aplicabilidade de alternativas

nas ocupações irregulares em encostas da área rural do

sustentáveis através do uso de técnicas, tecnologias e,

Município de Santa Tereza – ES. O objetivo deste estudo é

principalmente, dos recursos naturais da região. Busca

desenvolver

projeto

minimizar o impacto ambiental na construção, além de

arquitetônico de uma residência unifamiliar, que tenha

contribuir com a qualidade técnica da construção, conforto

alternativas sustentáveis e aproveitamento de recursos

dos usuários, economia e segurança, proporcionando

naturais do local, a fim de minimizar os impactos ambientais

qualidade de vida aos moradores e mantendo a cultura local.

das construções. Este trabalho aborda um tema atual, com

Neste sentido, foi projetada uma residência unifamiliar

diversas áreas do conhecimento, dentre os quais a

setorizada em três módulos sendo um social, um íntimo e um

Arquitetura. Está relacionado a um proposta de projeto

serviço a partir de um conceito sustentável. Os sistemas de

arquitetônico sustentável, que visa minimizar os impactos

eficiência energética trazem o aquecimento solar para a

ambientais gerados durante o processo de construção em

piscina, produção de energia fotovoltaica e redutores do

encostas da zuna rural, contribuindo para a racionalização do

consumo de energia. A fachada frontal está posicionada para

uso de água e energia elétrica a partir de técnicas, materiais

o sol da manhã e a escada central permite a entrada de

e tecnologias sustentáveis. A pesquisa é do tipo exploratória

ventilação e luz natural. O jardim de inverno traz a natureza

através de pesquisas bibliográficas e levantamento de dados

para o interior da residência e o lago se torna uma grande

para diagnóstico dá área. A revisão bibliográfica aborda a

canaleta para escoamento da água drenada do muro de

arquitetura sustentável e sua relevância na construção civil. A

arrimo. O projeto segue o alinhamento das curvas de

pesquisa, analisou local de implantação da edificação, e as

nível do terreno, respeitando a topografia. A implantação de

um

estudo

preliminar

de

um

condicionantes climáticas, topográficas e histórica da região.


vegetação nativa como placas de gramas, árvores e arbustos contribui para recuperação da fauna e flora e contenção dos taludes. A captação de água da chuva é lançada para a cisterna e aproveitada para limpeza de área externa e irrigação das plantas. As canaletas de captação conduziram a água drenada do solo até o curso água evitando-se risco de

erosão do solo. O resultado evidencia a aplicabilidade de alternativas sustentáveis através do uso de técnicas, tecnologias e, principalmente, dos recursos naturais da região. Busca minimizar o impacto ambiental na construção, além de contribuir com a qualidade técnica da construção,

conforto

dos

usuários,

economia

e

segurança,

proporcionando qualidade de vida aos moradores e mantendo a cultura local.

Palavras-Chave: Construção civil. Arquitetura sustentável. Casas sustentáveis. Sustentabilidade. Projeto.


ABSTRACT

This paper deals with sustainable architecture, and originates

The result shows the applicability of sustainable alternatives

from irregular occupations on slopes of the rural area

through the use of techniques, technologies and, especially,

of ​Santa Tereza - ES. The aim of this study is to develop a

the natural resources of the region. It seeks to minimize the

preliminary project of a single-family residence, which has

environmental impact on construction, in addition to

sustainable alternatives and use of local natural resources, in

contributing to the technical quality of construction, user

order to minimize the environmental impacts of the

comfort, economy and safety, providing residents with quality

buildings. This paper addresses a current theme, with several

of life and maintaining the local culture. In this sense, it was

areas of knowledge, including architecture. It is related to a

designed a single-family residence divided into three

sustainable architectural project proposal, which aims to

modules: one social, one intimate and one service based on a

minimize the environmental impacts generated during the

sustainable concept. Energy efficient systems bring solar

construction process on rural slopes, contributing to the

heating to the pool, photovoltaic power generation and

rationalization of the use of water and electricity from

energy consumption reducers. The front façade is positioned

sustainable techniques, materials and technologies. The

for the morning sun and the central staircase allows for

research is exploratory type through bibliographic research

ventilation and natural light. The conservatory brings nature

and survey data for diagnosis gives area. The literature review

into the interior of the residence and the lake becomes a

addresses sustainable architecture and its relevance in civil

great channel for draining water from the retaining wall. The

construction.

project follows the alignment of the terrain level curves,

The

research

analyzed

the

place

of

implementation of the building, and the climatic, topographic and historical conditions of the region.

respecting the topography. The implementation of


native vegetation such as grass plaques, trees and shrubs contributes to the restoration of fauna and flora and slope

containment. The rainwater catchment is released to the cistern and used to clean the outside area and irrigate the plants. The intake channels led the drained water from the soil to the watercourse avoiding the risk of soil erosion.The result shows the applicability of sustainable alternatives through the use of techniques, technologies and, especially, the natural resources of the region. It seeks to minimize the environmental impact on construction, in addition to contributing to the technical quality of construction, user

comfort, economy and safety, providing residents with quality of life and maintaining the local culture.

Keywords: Construction. Sustainable architecture. Sustainable houses. Sustainability. Project.


LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Processo de coleta de água...................................32

Figura 17 – Estrada de acessos ao terreno e limite do

Figura 2 – Fachada da casa 88°..............................................44

terreno com a Reserva...........................................................58

Figura 3 – Alternativas sustentáveis aplicadas

Figura 18 – Estratégias aplicadas...........................................60

na residência..........................................................................45

Figura 19 – Quadro de sensações..........................................65

Figura 4 – Fachada da residência do Roberto em Capinas.....46

Figura 20 – Setorização dos blocos 1 e 2...............................67

Figura 5 – Fachada da casa - Goiânia.....................................47

Figura 21 – Setorização dos blocos 3 e setor de lazer...........67

Figura 6 – Fachada da casa azul - Mato Grosso.....................49

Figura 22 – Perspectiva vista superior...................................71

Figura 7 – Mapa de localização - Santa Teresa - ES................52

Figura 23 – Espaço de vivência e vista lateral........................72

Figura 8 – Praça Augusto Ruschi............................................53

Figura 24 – Vista lateral e cobertura......................................73

Figura 9 – Capela de Nossa Senhora da Conceição...............54

Figura 25 – Vista da parte baixa do terreno..........................74

Figura 10 – Área de Intervenção............................................56

Figura 26 – Vista da residência e estrada superior...............75

Figura 11 – Relevo da área a ser construída..........................56

Figura 27 – Área de lazer........................................................76

Figura 12 – Levantamento da área de estudo.......................57

Figura 28 – Térreo..................................................................77

Figura 13 – Vista da bifurcação de acessos ao terreno.........57

Figura 29 – Jardim de inverno................................................78

Figura 14 – Vista de acesso a estrada baixa e plator

Figura 30 – Imagem superior da residência...........................79

existente.................................................................................57

Figura 31 – Fachada frontal...................................................80

Figura 15 – Visuais do terreno...............................................58 Figura 16 – Vegetação existente no terreno..........................58


LISTA DE TABELAS Quadro 1 – Princípios gerais de sustentabilidade..................25 Quadro 2 – Princípios básicos da construção sustentável.....29 Quadro 3 – Representação correta da ocupação de encostas e sistemas de escoamento de encostas.............35 Quadro 4 – Materiais reciclados de construção ou demolição...............................................................................36

Quadro 5 – Materiais sustentáveis.........................................37 Quadro 6 – Fontes de eficiência energética...........................42 Quadro 7 – Recursos utilizados na residência projetada.......50 Quadro 8 – Imagens de residência pertencentes aos imigrantes italianos em Santa Teresa - ES..............................55

Quadro 9 – Estratégias a serem utilizadas.............................59 Quadro 10 – Programa de necessidades...............................62 Quadro 11 – Carta solar e bioclimática da região de Vitória - ES..............................................................................66 Quadro 12 – Especificações de plantas..................................69 Quadro 13 – Especificações de plantas..................................70


SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................15

2.2.2.c Energia solar...............................................................41

1.1 OBJETIVO GERAL .............................................................19

2.2.2.d Sistemas de economia de energia.............................41

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................19

3 ESTUDO DE CASO .................................................43

1.3 JUSTIFICATIVA...................................................................20

3.1 CASA 88° - ESTRATÉGIAS DE SUSTENTABILIDADE............44

1.4 METODOLOGIA ...............................................................21

3.2 RESIDÊNCIA EM CAMPINAS-SP - CERTIFICAÇÃO

1.5 ORGANIZAÇÃO DOS CAPÍTULOS .....................................22

LEED FOR HOMES...................................................................46

2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................23

3.3 CASA EM GOIÂNIA – TÉCNICA CONSTRUTIVA.................47

2.1 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL ..........................................27

3.4 CASA AZUL – EFICIÈNCIA ENERGÉTICA (INMETRO).........48

2.2 CRITÉRIOS ........................................................................31

3.5 CONCLUSÃO ....................................................................49

2.2.1 Uso Sustentável do Território......................................31

4 O PROJETO ...........................................................51

2.2.1.a Eficiência no uso da água...........................................31

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO:

2.2.1.b Topografia..................................................................33

SANTA TERESA - ES ................................................................52

2.2.1.c Materiais....................................................................36

4.2 O TERRENO.......................................................................56

2.2.1.d paisagismo.................................................................38

4.3 DIRETRIZES PROJETUAIS...................................................58

2.2.1.e Conforto ambiental....................................................38

4.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES .......................................61

2.2.2 Eficiência Energética ....................................................39

4.5 PROPOSTA .......................................................................63

2.2.2.a Placa solar...................................................................40

4.6 CONEITO E PARTIDO.........................................................63

2.2.2.b Sistema fotovoltaico..................................................40

4.7 CONFORTO AMBIENTAL E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA........66


4.8 SETORIZAÇÃO...................................................................67 4.9 PAISAGISMO.....................................................................68

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................81 6 REFERÊNCIAS .......................................................83 7 REFERÊNCIAS .......................................................89


1 INTRODUÇÃO


No decorrer da evolução humana, observa-se claramente

de

várias mudanças que ocorreram na relação entre homem e

transporte e á alimentação (PEREIRA, 2010).

natureza. As modificações rápidas e predadoras partiram sempre do homem para garantir a sua sobrevivência. Mas, com o passar dos anos, as modificações feitas ficaram cada vez maiores e com resultados mais devastadores (PEREIRA,

2010). A extração abundante dos recursos naturais e o consequente

desaparecimento

de

comunidades

pela

vida, a

evolução

dos

meios de comunicação,

Porém, as formas utilizadas para proporcionar todas essas bonificações acarretaram em consequências como o uso abusivo dos recursos naturais, a poluição do ar, da água e do solo, além do aglomerado populacional e dos problemas sociais gerados a partir deste.

degradação do meio ambiente contribuem, ao longo do

De acordo com Saldanha e Nogueira (2011, p.2), “com a

tempo, para a ocorrência de desastres naturais e destruições

percepção da escassez desses recursos e do aquecimento

ambientais, modificando a sociedade e o meio ambiente

global, nas últimas décadas surgiu uma preocupação mundial

(KEELER; BURKE, 2010).

com o meio ambiente e sua preservação”.

A partir do século XVIII ocorreu a Revolução Industrial na

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o

Inglaterra, e que em seguida expandiu-se pelo mundo. Um de

Desenvolvimento foi realizada no Rio de Janeiro, em 1992,

seus objetivos era promover um crescimento econômico, e

pela Organização das Nações Unidas – ONU. Neste encontro

com isso, propiciar uma melhor qualidade de vida para a

179 países acordaram e assinaram a Agenda 21 Global, que

população. Este fenômeno o trouxe, sim, muitos benefícios

pretendia ser “um instrumento de planejamento para a

sociais, como o conforto, o aumento da esperança média

construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases

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geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental,

Neste

sentido,

o

tema

arquitetura

sustentável

é

justiça social e eficiência econômica” (BRASIL, 1992).

essencialmente multidisciplinar e pensado de forma global.

Em 2015, a ONU elabora a Agenda 2030 com 17 Objetivos

“Nesse mundo de asserção, atitudes e debates, tanto o

de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

arquiteto quanto a sociedade são responsáveis em

O principal objetivo seria “criar um novo modelo global para

acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bemestar de todos, proteger o ambiente e combater as alterações climáticas” (NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2015).

requerer providências que resultem em inclusão social, eficiência energética e conforto ambiental” (SILVEIRA, 2014, p.18). Edwards (2008, p. 3) afirma que a construção civil é considerada uma das atividades menos sustentáveis do planeta, consumindo cerca de

De acordo com Silva (2003) a definição de desenvolvimento

50% dos recursos naturais mundiais. O profissional de

sustentável alcança três dimensões: a dimensão ambiental

Arquitetura

que busca o equilíbrio entre proteção do meio ambiente e o

processo, pois a civilização contemporânea depende

aproveitamento dos seus recursos; a dimensão social que

das edificações para seu abrigo e sua existência.

remete a uma sociedade justa e humana; e a dimensão econômica, que observa o que é ecologicamente possível e

os direitos humanos básicos, garantindo o acesso a recursos, oportunidades e prosperidades.

tem

grande

responsabilidade

nesse

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), estudos mostram que o consumo dos recursos naturais já extrapola em 30% a capacidade do planeta de se recuperar; se permanecermos no ritmo atual, incluído o aumento

17


populacional, em torno de 2030 precisaríamos de mais dois planetas para nos manter (BRASIL, 2009).

empenhados em projetar construções sustentáveis.

A partir deste cenário de necessidade da adoção de medidas

A redução do consumo de recursos naturais é

para uma arquitetura sustentável surge a lacuna da pesquisa.

prioridade, pois “muitos dos problemas ambientais da

O caminho inverso da população urbana em busca de

cadeia de materiais de construção estão associados à

qualidade de vida na área rural vem gerando grande impacto

elevada quantidade de recursos envolvidos, que implica

ambiental em seu processo de ocupação, principalmente no

na geração de uma grande massa de resíduos ao longo

que diz respeito às construções irregulares pelo corte e

da cadeia produtiva” (CBCS, 2009, p. 114).

aterro desmedido de encostas.

Para que isso ocorra é recomendável que o conceito da arquitetura convencional mude para projetos flexíveis, que possibilitem readequar-se a futuras mudanças de uso e a

A deficiência de critérios para uma arquitetura sustentável causa muita vezes, danos irreversíveis para o meio ambiente,

novas necessidades sustentáveis, que busquem soluções que

entre os quais desmatamento da área ocupada e

intensifiquem

deslizamentos de encostas.

a

racionalização

de

recursos

naturais

renováveis (ROAF; FUENTES; THOMAS-REES, 2014). Segundo o Código Florestal (Lei 4771/65), as ocupações em A necessidade (e demanda) por edificações sustentáveis

encostas com a construção de edificações em áreas rurais

está se tornando cada vez mais clara (KWOK; GRONDZIK,

representam um problema que vem ocorrendo há décadas.

2011); por este motivo se vê cada vez mais profissionais

Tanto a falta de informações técnicas quanto fiscalização têm

18


contribuído para que essas construções se tornem ainda mais

construção e o cumprimento da legislação. Espera-se assim

arriscadas, provocando deslizamentos de terra e desastres. É

proporcionar qualidade de vida à população e manter a

notório que muitas dessas edificações se encontram

cultura local.

irregulares, não estando de acordo com a legislação ambiental. Em face ao exposto, tomamos como norte desta proposta o desafio de desenvolver um projeto arquitetônico de uma residência unifamiliar com conceito sustentável localizada na área rural no Município de Santa Tereza – ES. O terreno de implantação da edificação está nas proximidades da Reserva

Ambiental Augusto Ruschi. O projeto tem como proposta a aplicabilidade de alternativas sustentáveis através do uso de

1.1 OBJETIVO GERAL O objetivo deste trabalho é desenvolver um estudo

preliminar de um projeto arquitetônico de uma residência unifamiliar,

que

tenha

alternativas

sustentáveis

e

aproveitamento de recursos naturais do local, a fim de minimizar os impactos ambientais gerados por sua construção. 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

técnicas e tecnologias e, principalmente, o uso dos recursos

Examinar bibliografia que traga informações e conceitos

naturais da região. Busca minimizar o impacto ambiental na

relacionados à temática da arquitetura sustentável;

construção, contribuindo com a qualidade técnica da construção, conforto aos usuários, economia e segurança, haja visto que serão respeitadas as normas técnicas de

Identificar tecnologias e métodos construtivos, para que a edificação melhor se adapte ao local do ponto de vista da sustentabilidade e da topografia;

19


Elaborar um projeto arquitetônico, utilizando recursos que caracterizem a edificação como sustentável, considerando seu ciclo de vida e um menor impacto ambiental.

1.3 JUSTIFICATIVA

Diante das mudanças que vêm acontecendo entre homem e natureza em busca de

sobrevivência, modificações

e

predatória vem aumentado de forma desastrosa, e com o

armazenamentos de água da chuva, uso de placas solares e

passar dos anos, tendo como consequência de tais mudanças

de sistema fotovoltaico. Procura-se obter conforto ambiental

pela extração de recursos naturais, o desaparecimento de

com aproveitamento das condicionantes climáticas. O uso

comunidades, por consequência da degradação do meio

adequado do terreno, respeitando a topografia e utilizando

ambiente,

como contenção de encostas, o muro de arrimo, a vegetação

ambiental .

Foram

ainda

contemplados

a

aproveitamento

nativa e canaletas buscam evitar a erosão do solo.

causando

desastres

naturais

e

destruição

A realização dessa pesquisa se deve à relevância social que a

Finalmente, considerou-se usar uso de materiais reciclados e

mesma possui, pois este trabalho está relacionado a uma

não tóxicos, e o tratamento paisagístico com reimplante de

proposta de projeto arquitetônico sustentável, que visa

espécies nativas.

minimizar os impactos ambientais gerados durante o processo de construção de uma residência na zona rural

Contribuir para a discursão de alternativas mais sustentáveis

para a construção de edifícios em áreas rurais.

situada em encostas, contribuindo para a racionalização do uso de água e energia elétrica na arquitetura, a partir de

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técnicas sustentáveis e material de tecnologia sustentável.

Reserva Ambiental Augusto Ruschi, estará contribuindo

São consideradas soluções inovadoras e demonstram grande

sobretudo para preservação in locus da fauna e flora.

eficiência na preservação do meio ambiente na atualidade.

1.4 METODOLOGIA

Estas medidas surgem como respostas de enfrentamento ás questões socioeconômicas e ambientais apresentadas no cotidiano do espaço, bem como, no contexto atual da região local – ocupação irregular das áreas rurais em busca de qualidade de vida. Quanto

à

sua

relevância,

do

ponto

de

vista

do

desenvolvimento científico, o estudo trata de um tema atual

e

presente

em

discussões

de

diversas

áreas

do

conhecimento, abordando aspectos sociais, ambientais, culturais, políticos e constitucionais. É importante ressaltar

Os procedimentos metodológicos aplicados a este estudo foram direcionados para o tipo de análise exploratória,

assumindo a forma de pesquisa bibliográfica e diagnóstico da área, sendo de cunho qualitativo. O levantamento bibliográfico está embasado em revisões bibliográficas pertinentes ao tema, como livros, artigos,

revistas

científicas,

sites,

entre

outros,

buscando

contribuições de autores que promovem a discussão da arquitetura sustentável em residências.

que a pesquisa produzirá informações relevantes quanto à

Já o diagnóstico da área de estudo levantou dados relevantes

aplicabilidade e viabilidade do uso de equipamentos

para elaboração do projeto dentre as quais se destacam: área

sustentáveis em área rural situada em encostas, e por se

a construir, área da reserva, casas vizinhas, limite da estrada,

tratar de um terreno próximo à uma área de preservação da

limite do terreno, acessos ao terreno, as visuais do terreno,

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vento predominante e secundário, análise topográfica e vegetação existente.

O segundo capítulo, Estudo de Caso, destaca tecnologias e

métodos sustentáveis de projetos – Casa 88°; primeira

A partir deste procedimento, as informações coletadas são

Residência Certificada no Brasil Leed For Homes; Casa em

apresentadas por meio de explanação textual, imagens,

Goiânia e Casa Azul – que serviram de inspiração para que a

mapas, plantas, perspectivas e projeto arquitetônico de uma

edificação melhor se adapte ao local do ponto de vista da

residência sustentável delineando a aplicabilidade do uso de

sustentabilidade e da topografia do projeto proposto pela

técnicas e materiais sustentáveis para elaboração de uma

pesquisa.

residência sustentável. 1.5 ORGANIZAÇÃO DOS CAPÍTULOS

O terceiro capítulo, O Projeto, refere-se à caracterização da área de estudo e levantamento do terreno, diretrizes projetuais e programa de necessidades, trazendo a proposta

A estrutura básica desta pesquisa está representada nos capítulos descritos adiante:

de estudo de aplicabilidade de tecnologia sustentável e aproveitamento de recursos naturais do próprio cenário de

O primeiro capítulo, intitulado Construção Sustentável,

pesquisa – considerando seu ciclo de vida e um menor

apresenta um breve histórico da sustentabilidade e como

impacto ambiental, que caracterizem a edificação como

tem se destacado no âmbito da arquitetura e construção civil

sustentável.

atual, destacando o uso sustentável do território e eficiência energética.

22


2 REFERENCIAL TEÓRICO


A sustentabilidade tem se destacado no campo da

complexa na prática pois, diante do enfrentamento das

arquitetura atual e vem ocupando um lugar de destaque por

demandas ambientais, deve-se considerar também o estudo

meio de tecnologias inovadoras, apresentando uma nova

das dimensões sociais, econômicas, políticas e culturais,

perspectiva para o futuro da construção civil. Jacobi (1997,

presentes na sociedade e no meio ambiente na qual se

apud JACOBI, 2003, p. 196) afirma que a noção de

insere. Silva e Shimbo (2004 apud YUBA, 2005) afirmam que

sustentabilidade

essas

implica

em

uma

“[...]

inter-relação

dimensões

são

consideradas

indissociáveis

e

necessária de justiça social, qualidade de vida, equilíbrio

descrevem os princípios gerais da sustentabilidade no

ambiental e a ruptura com o modelo padrão de

Quadro 1.

desenvolvimento”. Entretanto, isso não significa que, como resultado de um crescimento sustentável, o crescimento econômico deva ser totalmente abandonado. Cavalcanti (1999) afirma que o desenvolvimento sustentável deve estar fundamentado numa perspectiva que priorize a qualificação do crescimento e a reconciliação com o desenvolvimento econômico, com vistas

à preservação do meio ambiente. Verifica-se que a concepção de sustentabilidade é bem mais

24


Quadro 1: Princípios gerais de sustentabilidade Aspectos

Princípios gerais de sustentabilidade

Ambiental

Manutenção da integridade ecológica por meio da prevenção das várias formas de poluição, da prudência na utilização dos recursos naturais, da preservação da diversidade da vida e do respeito à capacidade de carga dos ecossistemas.

Social

Viabilização de uma maior equidade de riquezas e de oportunidades, combatendo-se as práticas de exclusão, discriminação e reprodução da pobreza e respeitando-se a diversidade em todas as suas formas de expressão.

Econômica

Realização do potencial econômico que contemple prioritariamente a distribuição de riqueza e renda associada a uma redução das externalidades sócio-ambientais, buscando-se resultados macro-sociais positivos.

Política

Criação de mecanismos que incrementem a participação da sociedade nas tomadas de decisões, reconhecendo e respeitando os direitos de todos, superando as práticas e políticas de exclusão e que promovam o desenvolvimento da cidadania ativa.

Cultural

Promoção da diversidade e identidade cultural em todas as suas formas de expressão e representação, especialmente daquelas que identifiquem as raízes endógenas, propiciando também a conservação do patrimônio urbanístico, paisagístico e ambiental, que referencie a história e a memória das comunidades.

Fonte: Silva e Shimbo apud Yuba (2005, p. 18).

25


Tendo como parâmetro conciliar crescimento e conservação

Diante deste cenário em que se discute o desenvolvimento

ambiental, o conceito de desenvolvimento sustentável

sustentável como estratégia de sobrevivência do planeta,

passou a servir a interesses diversos, passando por uma

entende-se que a Arquitetura é uma das alternativas

proposição de uma revolução ambiental, até ser considerado

indicadas para a mudança almejada.

um mecanismo de ajuste da sociedade capitalista (RIBEIRO, 2003).

Para Sabbag (2005) essas novas questões ambientais devem estar incorporadas no processo construtivo de uma

Assim, o conceito de desenvolvimento sustentável representa

edificação, uma vez que nesta fase é analisado o contexto de

um processo de transformação que deve caminhar em

implantação, são elaboradas diretrizes e definidos os meios e

harmonia com os interesses das gerações futuras:

processos,

materiais

e

sistemas,

para

responder

a

determinado programa. [...] um processo de transformação no qual a

exploração dos recursos, a direção dos investimentos,

A partir deste contexto, as discussões alcançaram o âmbito

a orientação do desenvolvimento tecnológico e a

da construção civil. Schiller et al. (2003) chama atenção para

mudança institucional se harmonizam e reforçam o

o fato de que as distintas fases, escalas e processos da

potencial presente e futuro [...] é aquele que atende

construção

às necessidades do presente sem comprometer a

indiretamente, para a promoção de diversos impactos

possibilidade de as gerações futuras atenderem às

ambientais, desde a extração e produção de materiais, a

suas próprias necessidades (ANDRADE, 2000, p. 191).

construção e manutenção, até a demolição.

de

um

habitat

contribuem,

direta

ou

26


Portanto, para que se institua uma cultura construtiva

Por estar diretamente relacionada aos interesses do setor da

voltada à sustentabilidade, se faz necessária a mudança de

construção

referências dos vários atores envolvidos na fase laborativa do

arquitetura sustentável ainda é um desafio a ser perseguido.

projeto.

Para que esse cenário mude de verdade, deve haver uma

civil

versus

conscientização

ambiental,

a

conscientização, onde todos incorporem em seu cotidiano Desta forma, diversas pesquisas têm sido desenvolvidas no segmento da construção sustentável. A maioria concentra-se

soluções sustentáveis, para que, com o passar do tempo essa

ação se torne um padrão (GONÇALVES, 2017).

no estudo de materiais e tecnologias alternativas, na reutilização de resíduos industriais e na produção de

Um grande desafio no setor da construção civil, segundo o

materiais de construção, entre outras práticas correntes no

Ministério do Meio Ambiente, está na redução e otimização

mercado.

do consumo de energia e materiais, na redução de resíduos,

na proteção do ambiente natural e no avanço da qualidade 2.1 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL A expressão arquitetura sustentável surgiu a partir da década de 1990 ”[...] como um meio de reconhecer na construção uma das principais fontes de degradação dos recursos

ambientais e, potencialmente, a principal fonte de renovação

do ambiente construído (BRASIL, 2019). Este setor movimenta cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e emprega 33 milhões de trabalhadores

formais. Mas, por outro lado, é responsável em sua fase de produção por 50% a 70% dos resíduos gerados na obra,

dos mesmos” (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2004, p. 22).

27


consome 15% a 50% de recursos naturais e 54% de energia

evidenciando aspectos e impactos ambientais e como estes

elétrica

o

elementos necessitam ser trabalhados para que se caminhe

meio

para um empreendimento sustentável (CAMARGOS et al.,

(BRASIL,

desenvolvimento

2013).

Ou

econômico,

seja, mas

contribui impacta

para no

ambiente.

2008).

A construção civil tem um papel fundamental no tema da

O Quadro 2 dispõe de vários princípios básicos da construção

sustentabilidade. Seu impacto nos aspectos ambiental, social

sustentável:

e econômico é sentido pela população mundial. Portanto, para obter um desenvolvimento sustentável é essencial uma construção sustentável (SILVEIRA, 2014, p. 9). Lintz et al., (2011) sugerem a aplicação do conceito de

construção sustentável durante a escolha de materiais recicláveis ou reutilizáveis e tecnologias construtivas, além da gestão de resíduos de construção civil no canteiro de obras. Assim, a percepção de construção sustentável deve se fazer presente em todo o ciclo de vida de uma edificação, desde a criação até sua requalificação. Em cada fases da obra, é primordial o detalhamento do que pode ser feito,

28


Quadro 2 : Princípios básicos da construção sustentável • Aproveitamento de condições naturais locais. • Utilizar mínimo de terreno e integrar-se ao ambiente natural. • Implantação e análise do entorno. • Não provocar ou reduzir impactos no entorno – paisagem, temperaturas e concentração de calor, sensação de bemestar. • Qualidade ambiental interna e externa. • Gestão sustentável da implantação da obra. • Adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários. • Uso de matérias-primas que contribuam com a ecoeficiência do processo. • Redução do consumo energético. Redução do consumo de água. • Reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos. • Introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável. • Educação ambiental: conscientização dos envolvidos no processo. Fonte: Adaptado de Camargo et al., (2008, p. 15).

29


A escolha dos materiais a serem utilizados na obra é fator

habitat cooperam, direta ou indiretamente, nos impactos

primordial, visto que tem um forte impacto no meio

ambientais do meio ambiente, desde a extração e produção

ambiente e na economia. Edwards (2008) fala que os

de materiais, a construção e manutenção, até a demolição

materiais utilizados na construção civil exercem um grande

(SCHILLER et al., 2003). Para os autores, os impactos gerados

impacto ambiental, considerando suas fases de extração,

ao meio ambiente, através da construção civil, podem ser

processamento, transporte, uso e eliminação. Para uma

minimizados com o conceito de edificação sustentável:

construção sustentável, Roaf; Fuentes; Thomas-Rees (2014) sugerem que o material empregado seja extraído da própria região de construção.

A edificação sustentável promove diversos benefícios que se estendem além de sua participação no melhoramento das condições ambientais e mitigação

Nesta perspectiva, o Ministério do Meio Ambiente descreve

do impacto ambiental, uma vez que representam o

características a serem consideradas na escolha dos materiais

estabelecimento de uma nova ordem de princípios

de construção: disponíveis no local; pouco processados;

básicos de desenho em todas e cada uma de suas

atóxicos; com potencial reciclável; culturalmente aceitos;

escalas. Tais princípios se fundamentam em sistemas

com possibilidades para autoconstrução ou em mutirões; e

e ciclos naturais, maior dependência de recursos

evitar o uso de materiais químicos prejudiciais à saúde

locais, particularmente para a geração, distribuição e

humana e ao meio ambiente, como amianto e solventes,

uso de energia e água, com dimensão social e

entre outros (BRASIL, 2019).

projeção ao futuro (SCHILLER et al., 2003, p.13).

Assim, é notório que as distintas escalas da construção de um

Neste sentido, Gibberd (2004) apresenta uma definição para

30


edificação sustentável descrevendo que “[...] a edificação e

condicionantes climáticas, topografia através do corte e

construção sustentável buscam maximizar os efeitos sociais e

aterro, evitando a movimentação de terra desnecessária,

econômicos benéficos, enquanto minimizam os impactos

tratamento paisagístico com reimplante de espécies nativas;

ambientais negativos”. Assim, torna-se necessário que se

uso de materiais reciclados e não tóxicos; e eficiência

estabeleça na construção de uma edificação sustentável uma

energética com a utilização de placa solar e fotovoltaica. Para

cultura

um melhor entendimento, segue um breve relato dessas

construtiva

direcionada

ao

desenvolvimento

sustentável. Para tanto, a expectativa para a construção de edificação sustentável seria a adoção de estilos de vida sóbrios,

impedindo

o

distanciamento

entre

o

medidas sustentáveis: 2.2.1 Uso Sustentável do Território

desenvolvimento padrão e as questões socioambientais.

2.2.1.a Eficiência no uso da água

2.2 CRITÉRIOS

A água faz parte da vida humana em todos os momentos.

Existem critérios importantes a serem observados na aplicação de alternativas sustentáveis. Nesta etapa foram apresentadas algumas medidas que buscam racionalizar o uso

dos

recursos

naturais na

arquitetura a partir de

técnicas sustentáveis e o uso de tecnologia sustentável, tais como: aproveitamento, armazenamento e tratamento de água da chuva, confort ambiental com aproveitamento das

Contudo, é um recurso que se encontra cada vez mais escassa e cara, mesmo sendo renovável. O planeta possui apenas 3% de água doce, sendo que desse percentual o Brasil possui o equivalente a 13,8%. O que vem acontecendo é que

essa escassez se da pelas alterações climáticas e pelo uso inadequado de água. Para minimizar essa escassez, podem ser adotados recursos como captação e armazenamento de

31


água da chuva e equipamentos de racionalização de água,

(2011), embora o sistema seja simples, deve-se ter alguns

que irão contribuir para a eficiência no uso da água, gerando

cuidados como: suporte técnico na instalação, separação dos

economia para uma residência (VENÂNCIO, 2011).

tubos de água da concessionária e de água da chuva, e proteção do reservatório de água da chuva.

O aproveitamento de água da chuva é muito utilizado em países como Austrália, onde moradores que adotam esse recurso são beneficiados com a isenção do pagamento de

Figura 1 – Processo de coleta de água

impostos; já no Brasil esse tipo de técnica ainda é recente (VIEIRA, 2018). Além da economia de água potável, o armazenamento da água, também contribui para reduzir enchentes segundo matéria do consultor Jack Sickermann para Revista AEC. O mesmo relata que o sistema de coleta e tratamento para uma residência chega a uma economia de 50% do consumo de água (REVISTA AEC, 2018). A água de chuva coletada, após tratamento adequado, pode ser utilizada em descargas em bacias sanitárias, irrigação de gramados e plantas ornamentais, lavagem de veículos,

Fonte: Google.com / Nossos Produtos - hidrobrasil.com.br

limpeza de calçadas e ruas, limpeza de pátios, espelhos d'água e usos industriais (NBR 15527, 2007). Para Venâncio

32


Outros equipamentos que podem ser utilizados para

permite alterar. O terreno com solo coberto por vegetação

racionalização são: o vaso sanitário com caixa acoplada,

possui uma camada orgânica que absorve a água em

torneira temporizadora, torneira com sensor de presença e

períodos de chuva mais intensa, aumentando a estabilidade.

aerador (VENÂNCIO, 2011).

A absorção da água diminui a coesão e aumenta o peso. Um exemplo disso é que um talude pode ficar por anos estável

2.2.1.b Topografia

com uma inclinação de 40%, mas pode desabar com uma

Na ocupação de um terreno é necessário verificar se ele está

inclinação de 30% com certo período de chuvas intensas. A

em área de preservação ou de risco, e se o desnível dele não

vegetação nativa é de grande importância na contenção

está acima do permitido estabelecido para construção o que,

desses taludes, pois os deslizamentos podem ser favorecidos

implica em uma declividade máxima de 40%. Um terreno

pela remoção de árvores, pelo uso inadequado, ou pelo

muito inclinado pode ser pouco aproveitado, além dos riscos.

plantio de certos tipos de raízes e grama (MASCARÓ, 2010).

E um terreno muito baixo corre riscos de alagamento. É importante fazer um estudo sobre outras soluções usadas na vizinhança, de como o terreno se comporta no período de chuva, a fundação utilizada na região e até mesmo uma sondagem (VENÂNCIO, 2011).

As soluções estruturantes para os morros são aquelas que possibilitam condições de estabilidade, que só se viabilizam quando a encosta é tratada como um todo, com soluções combinadas de retaludamento, de proteção superficial com

materiais naturais e artificiais e de drenagem adequada à

Para que um sítio urbano seja sustentável, é necessário

microbacia em questão, além de obras de estrutura de

buscar o equilíbrio entre a moradia confortável, que os

contenção, tais como muros de arrimo, quando necessários

humanos necessitam para viver, e o que a natureza nos

(ALHEIROS, 2004, p. 147). Para Paiva (2012), não existe obra 33


de estabilização sem sistema de drenagem adequado. Assim, os retaludamentos, aterros e mesmo obras de contenção podem ser danificados ou destruídos quando seus projetos não preveêm sistemas de drenagem e proteção superficial eficientes. O Quadro 3 ilustra a ocupação correta de encostas, por meio de corte e aterro, com inclinação elevada

e o posicionamento das canaletas para escoamento da água.

34


Quadro 3 - Representação correta da ocupação de encostas e sistemas de escoamento de água a) Representação de retirada de terra para ocupação correta de encostas com canaletas e plataformas intermediárias.

b) Representação de corte e aterro com canaletas e dreno.

c) Representação do tudo de drenagem condutor da água até canaleta.

d) Estabilização de encostas com tela plástica ou metálica, afixada por grampos e coberta por gramas para fixação da terra.

e) Imagem rala de drenagem com tubo em canaleta ou escada.

f) Imagem real de encosta com e sem proteção de tela.

Fonte: Manual ocupação de encostas – IPT(1991).

35


Quadro 3 – Materiais reciclados de construção ou demolição.

2.2.1.c Materiais

a) Madeira Plástica.

b) Tijolo de Solo-cimento.

c) Cimento.

d) Areia reciclada

e) Pavimento permeável

f) Telha tetra-tubo.

A busca por sustentabilidade vem trazendo um olhar mais crítico, o que a torna cada vez mais reconhecida quando se trata de construção civil; embora não tenhamos uma legislação que trate do assunto relacionado a materiais, as indústrias

vêm

produzindo

materiais

ou

produtos

ambientalmente responsáveis. O Quadro 5 apresenta alguns materiais sustentáveis, mencionados por VENÂNCIO (2011). A maioria dos resíduos de construção ou demolição não são nocivos, podendo ser reciclados, como a madeira, paletes,

vidro, metal (aço e alumínio), papel, plástico, cimento, conforme Quadro 4. Outros materiais como carpetes e gesso podem ser retornados ao fabricante ou destinados a programas de recuperação (KEELER; BURKE, 2010).

Fonte: Google.com, (2019).

36


Quadro 5 : Materiais sustentáveis. • Areia Reciclada: são entulhos de obras, moídos e secados (com exceção do gesso), utilizados na fabricação de argamassa de assentamento e revestimento, sub-base em revestimentos primários ou misturada a resíduos de solo; são agregados que substituem brita ou areia em concreto não estrutural e podem ser também utilizados para aterro; • Cimento: sendo menor gerador de impacto ambiental, o cimento CPIII tem em sua fabricação a substituição do clinquer por escórias; • Formas: são materiais utilizados em escoramento de estruturas em concreto armado, podendo ser de madeira certificada, polipropileno (plástico reciclado) ou aço; • Instalações Elétricas: as alternativas existentes são o cabo Ecopower, que não contem chumbo ou metais pesados, sendo fabricado com embalagens de agrotóxicos descartáveis e recicláveis; • Tijolo de Solo-cimento: para sua produção é utilizada a própria terra do local, não sendo necessário o processo de queima; • Cerâmicas e Ladrilhos: os ladrilhos são fabricados com pó de mármore, cimento Portland, areia e óxido de zinco; as cerâmicas de baixo impacto; pastilhas de bambu e coco (resíduo da agroindústria); • Pavimentação Permeável: possibilita a infiltração de água e reduz o calor; • Piso Emborrachado: são produzidos com sobras de pneu e resina à base de poliuretano pigmentado; • Paredes: construídas a seco; o sistema Dry Wall e o Steel Frame têm como vantagens o uso do aço reciclado, produção mínima de entulho, velocidade na execução da obra e economia de água; • Madeira: A Madeira Plástica é produzida com plásticos reciclados e fibras vegetais (sisal, bambu, etc.), sendo usada em decks, piers, móveis, pergolado, etc; a madeira de eucalipto de reflorestamento, o Liptus, foi originada do plantio sustentável, com grande resistência, possuindo ótimo acabamento e tonalidades diversificadas, podendo ser usadas em decks, mobílias, telhados e outros; • Telhas: a telha tetra-tubo tem como componente na sua produção 75% de embalagem de leite e 25% de tubo de creme dental; a telha madeira é produzida da madeira de reflorestamento pinus; e a telha de fibra tem em sua composição fibras naturais ou materiais reciclados, possui baixa transmissão térmica e acústica, de fácil manuseio, sendo excelente alternativa para substituição do amianto; • Telhado Verde: é uma espécie de jardim suspenso. A cobertura verde melhora a acústica e torna o ambiente mais fresco, reduzindo o consumo com refrigeração, diminuindo a emissão de CO², controla enchentes com a captação de água pluvial e é atrativo da fauna local; • Fachada Verde: desenvolvida pelo Francês botânico Patrick Blanc tem os mesmos proveitos do telhado verde; • Verniz a base de água: substitui os convencionais à base de solventes voláteis, não tem odor e não agride a camada de ozônio; • Tintas: Sua origem é de matérias-primas naturais, sem adição de componentes sintéticos. As tintas existentes são: as minerais; vegetais; insumos de animais; acrílicas à base de água que podem ser utilizadas em áreas internas e externas; tintas sem solventes; vernizes acrílicos e a base de água com baixa emissão de VOC`s (composto orgânicos voláteis), podendo ser aplicados em pisos, tijolos aparentes, madeiras e etc.; hidrofunjantes para impermeabilização de tijolos e cerâmicas à base de água; e esmalte sintético à base de água. Fonte: Venâncio (2011).

37


2.2.1.d Paisagismo

2.2.1.e Conforto Ambiental

O paisagismo complementa a arquitetura, promovendo

Até o século XV as casas eram consideradas apenas como

preservação dos espaços livres. Tem-se trabalhado com o

abrigos para proteção contra o frio e chuva. Escuras e

conceito de paisagismo sustentável, que busca integrar o

insalubres, causavam muitas doenças aos seus moradores.

paisagismo e a sustentabilidade, aplicando o uso de plantas

Com o vidro e a evolução das janelas, a luz passou a adentrar

nativas, reduzindo a manutenção e atraindo a avifauna

o ambiente, trazendo mais qualidade de vida aos moradores

selvagem. Trata-se ainda de conscientizar as pessoas que o

e

paisagismo serve para manter o equilíbrio do ecossistema

(VENÂNCIO, 2011).

destruído pelo homem (QUEIROZ, 2013).

reduzindo

a

incidência

de

doenças

respiratórias

O conforto térmico é um dos principais objetivos a ser

O uso da vegetação varia de acordo com: o clima da região,

proporcionados ao usuário. O conforto ambiental é a

local onde estão plantadas, período do ano, porte, idade,

eficiência energética estão ligados e, se executados de forma

manutenção e forma de associação dos vegetais com a

correta, podem gerar uma economia de energia de 70%. A

relação das edificações. Assim, tem grande importância na

escolha do vidro correto controla a luz e o calor no interior da

criação

edificação. O conforto ambiental é otimizado em relação ao

de

microclimático

espaços através

urbanos do

como

termorregulador

sombreamento,

iluminação

conforto

acústico,

pela

compatibilização

do

projeto

natural, temperatura, umidade do ar, ventilação e acústica

estrutural, caixilharia e ar condicionado (SIQUEIRA, 2019).

(MASCARÓ; MASCARÓ, 2010).

De acordo com Venâncio (2011), os recursos naturais

38


para o conforto ambiental são o vento, a vegetação e sol, conforme descrito abaixo: • Os Ventos: ao analisar o terreno é importante verificar os

• controla velocidade a dos temperatura ventos; funciona e umidade comdo barreira ar através acústica; do sombreamento altera na frequência reduzindodaa carga chuva, térmica quando produzida em maior pelos veículos, quantidade; edifícios e reduz e pedestres; a poluição altera do ara através direção da e velocidade fotossíntesedos e respiração ventos; funciona (MASCARÓ; com barreira MASCARÓ, acústica; 2010).

ventos dominantes, além da existência de elementos naturais como as montanhas, ou artificiais como os

• O Sol: Para aproveitar um dos melhores recursos naturais

edifícios, que podem interferir na direção e velocidade. As

que temos, é necessário um desenho inteligente, que

aberturas e seus tamanhos influenciam no conforto

proporcione o aproveitamento do calor e da iluminação na

térmico do ambiente e em sua qualidade do ar, lembrando

medida certa. A luz natural nos oferece as seguintes

que algumas Normas estabelecem que o ar de um

vantagens: economia com a redução do consumo

ambiente deve ser totalmente trocado a cada cinco horas

energético; diminuição da carga energética gerada por

(VENÂNCIO, 2011).

luminárias; produz efeito estimulante aos moradores; e

• A Vegetação: contribui muito para a ambiência urbana

produz

iluminação

superior

à

iluminação

artificial

(VENÂNCIO, 2010).

atuando nos microclimas. Sob diversos aspectos contribui para amenizar a radiação solar no período quente e controla a temperatura e umidade do ar através do sombreamento reduzindo a carga térmica produzida pelos veículos, edifícios e pedestres; altera a direção e

2.2.2 Eficiência Energética

A eficiência energética é a solução mais importante de uma residência sustentável, pela economia, eficácia e potencial para minimizar os impactos ambientais gerados pelo uso

39


inadequado das fontes energéticas e da emissão de carbono;

coletoras, que têm a função de absorver a radiação e

tem como fator importante tornar a manutenção mais barata

transmitir o calor para a água que percorre a tubulação;

(VENÂNCIO, 2011). Algumas das opções de fontes de

reservatório (Boiller), em material térmico como cobre, inox

eficiência energética para residências são: placa solar;

ou propileno, tem a função de armazenar e manter a água

sistema

aquecida; a tubulação passa pelas placas, Boiller, e caixa

fotovoltaico;

energia

eólica

e

sistemas

economizadores de energia (Quadro 6).

d´água sendo depois distribuída para a tubulação de

distribuição dos aparelhos sanitários(VENÂNCIO, 2010). 2.2.2.a Placa Solar 2.2.2.b Sistema fotovoltaico A Placa Solar é utilizada para aquecimento de água do chuveiro elétrico, podendo também ser utilizada no

O sistema fotovoltaico converte a energia luminosa em

aquecimento de piscina. O uso do sistema de aquecimento

eletricidade através de células fotovoltaicas. O equipamento

solar de água, em relação ao elétrico, proporciona uma

é muito utilizado em zonas afastadas da rede de distribuição

economia de energia significativa nos horários de pico no

elétrica, podendo trabalhar de forma independente ou

consumo de energia elétrica, sendo aplicado em residências,

combinada com o sistema convencional (concessionárias).

hotéis, motéis, hospitais, vestiários, restaurantes industriais e

Este tipo de equipamento tem sua aplicação para atender

no aquecimento de piscinas (ABRAVA, 2008).

equipamentos

como:

luz,

TV,

rádio,

comunicação,

bombeamento de água, eletrificação de cercas, iluminação O sistema é composto pelos seguintes equipamentos: placas

exterior e sinalização (SOLARTERRA, 2008).

40


Tem como vantagens: Não consome combustível; Não

corpo magnético. Existem dois tipos de sistemas: a turbina

poluição, nem contaminação ambiental; É silencioso; Vida

vertical e turbina horizontal. As vantagens desse tipo de

útil superior a 20 anos; Resistente a condições climáticas

sistema são: a energia é renovável, e limpa, é gerada no local

extremas; Exige pouca manutenção (somente limpeza do

e pode ser removida ou transportada. Tem como

painel); Permite aumento de potência de acordo com a

desvantagem o seu custo de implantação (VENÂNCIO, 2010).

incorporação de outros módulos. C. Energia eólica

D. Sistemas de economia de energia De acordo com Venâncio (2011), os sistemas de economia de

Hà séculos os moinhos, o bombeamento de água e a geração

energia são equipamentos que minimizam o consumo de

de eletricidade vêm sendo acionados pelo vento. O grande

energia, quando utilizados em conjunto com outras soluções.

desafio desse sistema é a disponibilidade do vento, essencial

Seguem

para que as turbinas funcionem com eficiência. Esse tipo de

presença, muito usado em circulações coletivas, garagem e

sistema sofre pequenas variações, pois não pode ser usado o

depósitos; minuteria/timer que acende ou apaga as luzes de

mesmo sistema em locais diferentes, devido a obstáculos que

acordo

podem comprometer seu funcionamento como árvores e

dimerizadores que acendem as luzes de acordo com a

edifícios , criando barreira para o vento (ROAF; FUENTES;

posição das luminárias e a necessidade de luz, através de um

THOMAS-REES, 2014). A energia eólica é gerada pela ação

sensor:

dos ventos por uma hélice, que transforma a corrente

atualmente são as de LED, que consomem 87% menos

elétrica pela movimentação de uma bobina, através de um

energia.

alguns

com

As

o

equipamentos

tempo

lâmpadas

relevantes:

estabelecido

mais

sensor

pelo

econômicas

e

de

morador;

eficientes

41


Quadro 6 : Fontes de eficiência energética. a) Placa solar.

b) Placa fotovoltaica.

c) Sistema eólico.

d) Sensor de presença.

e) Minuteria.

f) Lâmpada de LED.

Fonte: Google.com, (2019).

42


3 ESTUDO DE CASO


3.1 CASA 88° - ESTRATÉGIAS DE SUSTENTABILIDADE

As estratégias sustentáveis utilizadas na casa são: 1. Cobertura branca que proporciona a reflexão, diminuindo a

A Casa 88° segue princípios da sustentabilidade em todo seu ciclo de vida, integrando conhecimento e inovação tecnológica aos aspectos ambientais, sociais, culturais e econômicos. A cobertura Wave Stud se destaca no projeto e foi projetada pelo escritório Atelier O´Reilly Architecture & Partners. A solução é inédita no Brasil e tem como objetivo melhorar o desempenho térmico, o aproveitamento acústico, captação de água da chuva e o benefício estético. A Figura 2 ilustra a fachada da casa. Figura 2 – Fachada da casa 88°

ilha de calor; 2. Radiação solar na face norte e alto potencial de produção de energia fotovoltaica; 3. Abertura lateral permite a entrada de radiação no inverno, usando o sol como bactericida e renovação do ar; 4. O beiral protege a entrada

da radiação direta do verão e permite a entrada no inverno; 5. Massa térmica permite a irradiação de calor a noite, absorvido durante o dia; 6. Abertura Zenital nos banheiros proporciona iluminação e ventilação natural; 7. Cobertura verde que proporciona o isolamento térmico e acústico; 8. Paisagismo

nativo,

redução

do

consumo

de

água,

xeropaisagimo, preservação do bioma local; 9. Captação de águas pluviais e coleta em cisternas; 10. Reuso de água da chuva com filtragem e reutilização de água com uso de cisternas por gotejamento e vaso sanitário; 11. Ventilação cruzada com aberturas voltadas para orientação dos ventos predominantes e aberturas altas na fachada oposta para Fonte: Sustentarqui (2019).

saída de ar quente; 12. Lareira para aproveitamento de calor;

44


13. Conforto térmico através de temperatura mantida por

A Figura 3 representa a aplicabilidade destas alternativas

estratégias

sustentáveis.

passivas;

14.

Materiais

reciclados

e

reaproveitados, sem COV`s; 15. Madeiras certificadas; 16. Metais de baixa vazão, monocomandos com arejadores para redução de consumo; 17. Sistemas de tratamento em wetland construídos de fluxo horizontal sub-superfícial; 18.

Produção de energia eólica (SUSTENTAQUI, 2019).

O projeto da casa foi escolhido como vencedor do prêmio de aquitetura Saint-Gobain, pois usou soluções versáteis e diversas alternativas sustentáveis, com uma linguagem contemporânea, trazendo cobertura horizontal que dá a impressão de que está flutuando sobre o corpo principal da casa.

Figura 3 – Alternativas sustentáveis aplicadas na residência.

Fonte: Sustentarqui(2019)

45


3.2 RESIDÊNCIA EM CAMPINAS-SP - CERTIFICAÇÃO LEED FOR

engenharia, biologia e agronomia, para desenvolvimento do

HOMES

projeto paisagístico sustentável, tratamento natural das águas cinzas e composição de nutrientes do solo e irrigação.

A cada dia aumenta interesse das pessoas pela preservação dos recursos naturais, visando diminuir o impacto ambiental

Mas o principal benefício da residência foi a redução de 50%

das construções. E essa preocupação vem gerando maior

a 60% do consumo de água com o aproveitamento de água

interesse pelas certificações residenciais. Foi com a

da chuva e reutilização de águas cinzas, fatores que foram os

preocupação em preservar os recursos naturais que Roberto,

principais responsáveis pela certificação LEED FOR HOMES

proprietário da residência, contratou os serviços do escritório

(SUSTENTARQUI, 2015).

Teresa D`Ávila Arquitetura para desenvolver o projeto de sua

Figura 4 – Fachada da residências do Roberto em Campinas.

casa com alternativas sustentáveis, como armazenamento de água de chuva, reaproveitamento de águas cinzas e utilização de eletrodomésticos com tecnologia “Inverter”. A Figura 4 ilustra a fachada da casa. Localizada na cidade de Campinas, SP, a residência ficou marcada por ser a primeira no Brasil a receber Certificação LEED FOR HOMES PRATA. A casa foi projetada pela arquiteta Teresa D`Ávila em parceria com outros profissionais

de

Fonte: Sustentarqui (2015).

46


Juntamente com esses recursos, foram também escolhidas

Goiânia, foi projetada pela Arquiteta Luana Lousa de

plantas de espécies nativas e que necessitam de baixa

Almeida. A ideia da arquiteta era projetar sua própria

manutenção e consumo de água, além do solo ter sido

residência com alternativas sustentáveis que pudessem

preparado para aumentar a retenção de água e irrigação por

tornar essa edificação viva, saudável e permacultural. A

gotejamento, o que diminui muito o consumo de água. Outra

Figura 5 ilustra a fachada da casa.

tecnologia utilizada é a ECOGRID, que proporciona à

edificação estanqueidade e isolamento térmico e acústico,

Figura 5 – Fachada da casa - Goiânia

além de agilidade na execução da obra. Vale ressaltar outras recursos como análise de gás radônio, exaustores em banheiros e cozinha, medidores de CO² e fumaça, uso de brise nas janelas com maior insolação e lâmpadas de LED,

uso de madeiras sustentáveis e com certificação FSC-BR (Forest Stewardship Council Brasil). O custo gerado no investimento dos recursos sustentáveis da casa foi de 5,4% do valor total da obra, mas a médio prazo espera-se que esse valor será recuperado (SUSTENTARQUI, 2015). 3.3 CASA EM GOIÂNIA – TÉCNICA CONSTRUTIVA

Fonte: Sustentarqui (2015).

A residência, localizada em um condomínio na cidade de

47


Para garantir isolamento térmico e acústico foram usadas

parede, bancadas ou piso. Exceto o deck, todo o mobiliário,

paredes de vedações em alvenarias com técnicas de taipa e

revestimento e esquadrias foram feitos in loco e com

adobe, desenvolvidos com material biocompátivel (só pode

madeira de demolição. E para completar, os mobiliários e

ser usado ao que se destina, não sendo possível a aplicação

luminárias que foram produzidas com sobra de ferragens

em outro material). As alternativas sustentáveis adotadas na

(SUSTENTARQUI, 2016).

casa foram: cuidado da água com reciclagem de águas cinzas,

canteiro bio-séptico, aproveitamento de água da chuva com

3.4 CASA AZUL – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA (INMETRO)

capacidade para 250 litros para atender a bacias sanitárias,

Conhecida como Casa Azul, localizada em Sinop, Mato

irrigação de telhado verde e torneiras de jardim; uso de

Grosso, essa edificação foi projetada pela proprietária, a

energia renovável com aquecimento de águas (piscina e

arquiteta Maria Carolina Barreto, e se tornou o primeiro

chuveiros) e usina solar com sistema fotovoltaico; paisagismo

projeto da região a receber a certificação do Inmetro por

sustentável e comestível como horta, canteiro de temperos e

eficiência energética, a etiqueta PBE-EDIFICA (SINOP-MT). A

pomar irrigados por água de reuso; as estratégias passivas

Figura 6 ilustra a fachada da casa.

usadas foram de iluminação e ventilação objetivando um menor consumo de energia; os materiais são reaproveitados, como refugo de pedreira para construção de paredes de pedra e a madeira de demolição. Adobitos de terra crua e tijolos antigos de demolição são usados para revestimento de

A residência de 270m² foi projetada com sistemas de aquecimento de água por aquecedor solar, sistema de

ventilação natural, iluminação natural e uso racional de água e refrigeradores. A pontuação estabelecida pelo uso dessas

48


alternativas sustentáveis foi de 4,8, considerada de Nível A pelo Inmetro, ao trazer conforto térmico e economia da conta de luz através da produção de energia com fontes renováveis. A intenção da arquiteta também era provar que é possível, através de um projeto bem planejado e que

3.5 CONCLUSÃO

Segue abaixo no Quadro 7, os recursos sustentáveis utilizados nos estudos de caso, sendo destacados na coluna da esquerda os que serão utilizados na residência projetada.

considere a posição do sol, o posicionamento correto de

aberturas e utilização do material correto, obter uma residência que alie bem-estar a economia. A casa atualmente conta com 34 painéis fotovoltaicos e gera um custo de energia de R$ 54,00 (cinquenta e quatro reais), quando o valor anterior às adaptações eram de R$ 1 mil (um mil reais),

reduzindo em 85% o valor da conta (SUSTENTARQUI, 2017). Figura 6 – Fachada da casa azul - Mato Grosso

Fonte: Procelinfo (2016).

49


Quadro 7 – Recursos utilizados na residência projetada. CASA EM GOIÂNIA – TÉCNICA CONSTRUTIVA

CASA 88º - ESTRATÉGIAS DE SUSTENTABILIDADE           

REFLETIVIDADE DA COBERTURA BRANCA PRODUÇÃO DE ENERGIA SOLAR AQUECIMENTO NO INVERNO COM ENTRADA DE RADIAÇÃO SOLAR INÉRCIA TÉRMICA ILUMINAÇÃO NATURAL COBERTURA VERDE – ISOLAMENTO TÉRMICO E ACÚSTICO PAISAGISMO NATIVO CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA REUSO DE ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO ABERTURAS VOLTADAS PARA VENTOS PREDOMINANTES – VENTOS FRIOS ABERTURAS ALTAS PARA SAÍDA DO AR QUENTE IRRADIAÇÃO DE CALOR POR LAREIRA CONFORTO AMBIENTAL

RESIDÊNCIA - CAMPINAS-SP - CERTIFICAÇÃO LEED FOR HOME  

  

ARMAZENAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA UTILIZAÇÃO DE ELETRODOMÉSTICOS COM TECNOLOGIA “INVERTER” PROJETO PAISAGÍSTICO SUSTENTÁVEL TRATAMENTO NATURAL DAS ÁGUAS CINZAS E COMPOSIÇÃO DE NUTRIENTES DO SOLO E IRRIGAÇÃO ESCOLHIDA ESPÉCIES PLANTAS NATIVAS QUE NECESSITAM DE BAIXA MANUTENÇÃO E CONSUMO DE ÁGUA ALÉM DO SOLO TER SIDO PREPARADO PARA AUMENTAR A RETENÇÃO DE ÁGUA E IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO, O QUE DIMINUI MUITO O CONSUMO DE ÁGUA TECNOLOGIA ECOGRID QUE PROPORCIONA A EDIFICAÇÃO A E NA ESTANQUEIDADE E ISOLAMENTO TÉRMICO E ACÚSTICO, ALÉM DA AGILIDADE NA EXECUÇÃO DA OBRA RECUSO COMO ANALISE DE GÁS RADÔNIO EXAUSTORES EM BANHEIROS E COZINHA MEDIDORES DE CO² E FUMAÇA USO DE BRISE NAS JANELAS COM MAIOR INSOLAÇÃO LÂMPADAS DE LED USO DE MADEIRAS SUSTENTÁVEIS E COM CERTIFICAÇÃO FSC-BR (FOREST STEWARDSHIP COUNCIL BRASIL)

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

    

PARA GARANTIR UM ISOLAMENTO TÉRMICO E ACÚSTICO FORAM USADAS PAREDES DE VEDAÇÕES EM ALVENARIAS COM TÉCNICAS DE TAIPA E ADOBE, DESENVOLVIDO COM MATERIAL BIOCAMPÁTIVEL (SÓ PODE SER USADO AO QUE SE DESTINA, NÃO SENDO POSSÍVEL A APLICAÇÃO EM OUTRO MATERIAL), CUIDADO DA ÁGUA COM RECICLAGEM DE ÁGUAS CINZAS, CANTEIRO BIO-SÉPTICO, APROVEITAMENTO DE ÁGUA DA CHUVA COM CAPACIDADE PARA 250 LITROS PARA ATENDER A BACIAS SANITÁRIAS, IRRIGAÇÃO DE TELHADO VERDE E TORNEIRAS DE JARDIM; USO DE ENERGIA RENOVÁVEL COM AQUECIMENTO DE ÁGUAS (PISCINA E CHUVEIROS) USINA SOLAR COM SISTEMA FOTOVOLTAICO; PAISAGISMO SUSTENTÁVEL E COMESTÍVEL COMO HORTA, TEMPEROS E POMAR IRRIGADOS POR ÁGUA DE REUSO; AS ESTRATÉGIAS PASSIVAS USADAS FORAM DE ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO OBJETIVANDO UM MENOR CONSUMO DE ENERGIA; OS MATERIAIS SÃO REAPROVEITADOS COMO REFUGO DE PEDREIRA PARA CONSTRUÇÃO DE PAREDES DE PEDRA, A MADEIRA DE DEMOLIÇÃO, ADOBITOS DE TERRA CRUA E TIJOLOS ANTIGOS DE DEMOLIÇÃO SÃO USADOS PARA REVESTIMENTO DE PAREDE, BANCADAS OU PISO. EXCETO O DECK, TODOS MOBILIÁRIO, REVESTIMENTO E ESQUADRIAS FORAM FEITOS IN LOCO E COM MADEIRA DE DEMOLIÇÃO. E PARA COMPLEMENTAR OS MOBILIÁRIOS E LUMINÁRIAS QUE FORAM PRODUZIDAS COM SOBRA DE FERRAGENS

CASA AZUL – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA (INMETRO)        

SISTEMAS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA POR AQUECEDOR SOLAR SISTEMA DE VENTILAÇÃO NATURAL ILUMINAÇÃO NATURAL E USO RACIONAL DE ÁGUA E REFRIGERADORES. CONSIDERANDO POSIÇÃO DO SOL POSICIONAMENTO CORRETO DE ABERTURAS UTILIZAÇÃO DO MATERIAL CORRETO 34 PAINÉIS FOTOVOLTAICOS

50


4 O PROJETO


O intuito deste trabalho é fazer um projeto de uma residência

Vitória, é pela BR-101, acessando a estrada estadual ES-261

com alternativas sustentáveis, tais como: aproveitamento de

na altura da cidade de Fundão, ou pela estrada estadual ES-

água da chuva, eficiência energética com uso de placas solar

080, pela cidade de Santa Leopoldina.

e fotovoltaica, conforto ambiental luminoso e térmico, uso de

Figura 7: Mapa de Localização– Santa Teresa - ES

materiais

sustentáveis

e

paisagismo

voltado

para

conservação da fauna e flora nativa, recuperação da área

vegetal degradada e uso adequado da área, respeitando a topografia, e a contenção de encostas com uso de muro de arrimo, vegetação nativa e canaletas, evitando-se assim a erosão do solo. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO: SANTA TERESA – ES

CENTRO

Localizado na região centro-oeste do Espírito Santo, (Fig.7), Santa Teresa é um município que compõe a região dos imigrantes, juntamente com São Roque do Canaã, Itaguaçu, Santa Maria de Jetibá e Santa Leopoldina. O acesso à cidade de Santa Teresa, para quem parte de Fonte: Google Earth (2019).

52


Atualmente, Santa Teresa-ES conta com 23.392 habitantes

Figura 8 - Praça Augusto Ruschi

(IBGE, 2018) e a média de renda mensal é de 2,1 salários mínimos. Caracteriza-se por um clima tropical de latitude, com temperaturas médias entre 23.7ºC e 18.5C (CLIMATE, 2019), conforme Figura 8. Santa Teresa apresenta belas paisagens como vales, cachoeiras, montanhas, reservas

biológicas (ligadas à memória do naturalista Augusto Ruschi), e comunidades rurais. A pequena cidade tem a Praça Augusto Ruschi como seu núcleo paisagístico (Figura 8). Foi fundada em 1848, quando o presidente da província, Antônio Pereira Pinto, mandou abrir um caminho desde o Porto de Cachoeiro

de Santa Leopoldina em direção a Minas, atravessando o rio Timbuy, o que facilitou a implantação de um pequeno

Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/07.082/5001

povoado que se tornaria a cidade de Santa Teresa, que recebeu esse nome em homenagem à Imperatriz Tereza Cristina (LORDELLO, 2013). Santa Teresa possui três imóveis tombados pelo Conselho Estadual de Cultura do Espírito Santo: a residência de Virgílio

53


Lambert (1875), hoje museu da cidade, e construída na

Figura 9 – Capela de Nossa Senhora da Conceição

técnica de taipa; a Capela de Nossa Senhora da Conceição (1899) (Fig.9), e a residência do naturalista Augusto Ruschi (1876), sendo uma das primeiras casas construídas e uma das últimas edificações que, construídas pelos imigrantes italianos, ainda sobrevivem à ação do tempo. O chalé

também é uma arquitetura importante na região, que chegou ao Brasil através da implantação de ferrovia, que permitiu a importação de novos materiais e técnicas. A cidade se destaca pela arquitetura produzida pelos imigrantes italianos, que apresenta composição diferenciada em sua construção.

O Quadro 8, traz imagens de residências que se destacam na cidade. (LORDELLO, 2013).

Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/07.082/5001

54


Quadro 8 - Imagens de residências pertencentes aos imigrantes Italianos Residência de Virgílio Lambert e capela Nossa Senhora da Conceição (esquerda).

Imóvel onde residiu o naturalista Augusto Ruschi

Chalé na Rua Coronel Bonfim

Residência do Coronel Bonfim Junior

Residência na Rua Coronel Bonfim

Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/07.082/5001

55


4.2 O TERRENO

Figura 10 - Área de Intervenção.

O terreno escolhido para desenvolvimento do projeto está localizado na região Vale de Benção, no Município de Santa Teresa - ES, a aproximadamente 3.200m de distância do centro da cidade, e a 740m de altitude, o que o associa ao clima tropical de altitude, predominante nos planaltos e serras com altitudes acima de 500 metros. O terreno está posicionado no alto de um vale, tendo ao fundo e lateral esquerda a Reserva Augusto Ruschi. Em sua lateral esquerda há uma área residencial, e sua frente apresenta vista do vale, circundado por vegetação. A área de 4.502m² se encontra

Fonte: Google Earth

bem devastada pela retirada de árvores nativas, com uma estrada adentrando o terreno, e um platô existente de

Figura 11 – Relevo área a ser construída.

aproximadamente 100m², conforme Figura 10. De acordo com a Figura 11, o relevo apresenta em sua maior porção uma inclinação entre 20% e 75%, o que exige cuidado especial para implantar edificações. Fonte: IEMA

56


De acordo com a Figura 12, existem dois acessos ao terreno,

Figura 13 – Vista da bifurcação de acessos ao terreno.

sendo um pela estrada acima, que se torna a divisa entre o terreno e a Reserva. O outro acesso é pela parte baixa do terreno. As visuais são marcadas pela paisagem exuberante das montanhas e vale à frente, e ao fundo a mata da reserva (figuras 13, 14, 15, 16 e 17).

Figura 12 – Levantamento da área de estudo.

A Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Figura 14 – Vista do acesso a estrada baixa e plator existente.

A B

C E D

B Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

57


Figura 17 – Estrada de acesso ao terreno e limite do terreno com a Reserva

Figura 15 – Visuais do terreno

C Fonte: Elaborado pela autora (2019).

E Fonte: Elaborado pela autora (2019).

C

4.3 DIRETRIZES PROJETUAIS

Figura 16 – Vegetação existente no terreno O projeto desenvolvido compreende uma residência unifamiliar e as decisões projetuais foram tomadas visando a recuperação e preservação da área construída, objetivando manter as características local, assim como a preservação ambiental. Outras alternativas usadas serão o uso de

equipamentos que contribuem para a economia energética, e de técnicas usadas no conforto ambiental. A tabela 9 destaca, em quatro grandes temas, as estratégias sustentáveis

D

utilizadas no projeto proposto.

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

58


Quadro 9 – Estratégias a serem utilizadas ESTRATÉGIAS SUSTENTÁVEIS UTILIZADAS Atender as necessidades da família com espaços amplos e integrados, valorizando a interação entre os ocupantes e a privacidade nos espaços íntimos. Valorizar as aberturas, priorizando os ventos predominantes para renovação do ar. CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS

Valorização de abertura para entrada da radiação no período frio, com a finalidade de aquecimento e bactericida.

Cobertura com características em tom claro, proporcionando a reflexão dos raios UV. Trabalhar a fachada com alternativas que protejam a entrada de radiação solar no verão e que permita sua entrada no inverno.

Uso de materiais recicláveis e não tóxicos, areia reciclada, madeira de demolição e madeira plástica. Utilização de madeira de reflorestamento em coberturas e cercas. Lareira ecológica que funciona com a queima de bio fluido. Fazer uso de placa solar para aquecimento da piscina em período frio. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Uso da radiação solar para produção de energia fotovoltaica e uso de sistemas redutores do consumo dessa energia.

A residência será posicionada no ponto de menor inclinação da área (inclinação da área de 20% a 45%), respeitando a topografia e evitando erosão. USO SUSTENTÁVEL DO TERRITÓRIO Recuperação de fauna e flora da área, através do paisagismo com o reimplante de vegetação nativa. Contenção dos taludes com placas de grama, árvores e arbustos. Captação de água da chuva, reserva em cisterna e tratamento, para lavagem de área externa, rega de plantas. CONTROLE E CAPTAÇÃO DAS ÁGUAS

Aplicação de canaletas coletoras de águas pluviais e despejo em locais adequados, evitando o risco de erosão.

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

59


Figura 18 – Estratégias aplicadas FILTRO, FOSSA E SUMIDOURO COMPOSTAGEM E MINHOCARIO PLATOR EXIXTENTE USADO PARA CAMPO DE FUTEBOL E ESTACIONAMENTO

CISTERNA P/ ÁGUA DA CHUVA

HORTA

FACHADA ORIENTADA P/SOL DA MANHÃ

PLACA SOLAR VEGETAÇÃO NATIVA

PLACA FOTOVOLTAICA

POMAR

JARDIM DE INVERNO C/ ABERTURA SUPERIOR LATERAL

POMAR

POMAR CLARABOIA

0

2

4

6

8

10mts

VEGETAÇÃO P/ CONTEÇÃO DE ENCOSTAS

LAREIRA A BASE DE BIOFLUIDO

CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA

PISO EM MADEIRA DE DEMOLIÇÃO

60


4.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES

sala de estar e banheiro social. As salas de TV e jantar serão conjugadas, para que haja interação familiar, independente

O programa de necessidades (Quadro 10), foi desenvolvido pensando em atender às necessidades de uma família de 5 pessoas, sendo um casal e três filhos, além da futura chegada de netos. As famílias da região são compostas por muitas

do ambiente em que estejam. A sala da lareira será especialmente climatizada (com lareira ecológica acesa à base de bio fluido), para reunir a família nos dias frios. O escritório trará um ambiente restrito a trabalho e estudo.

pessoas, e devido a isso as residências são amplas. A ideia é de projetar uma residência com os seguintes acessos: duas

O setor íntimo, localizado no 2º Pavimento, será distribuído

entradas principais, devido aos dois acessos ao terreno, e

da seguinte forma: 1 quarto/suíte máster para o casal, 1

uma entrada de serviço para apoio aos serviços da

quarto/suíte para cada filho, 1 quarto/suíte para visitante, e a

residência.

saleta como apoio ao pavimento.

A residência de aproximadamente 759,87m² de área

O setor de serviço, localizado no 1º pavimento, conta com

construída que será dividida em 4 setores, sendo eles: o setor

cozinha conjugada com copa e estar, lavabo/wc, despensa,

social, o de serviço, o íntimo, o de lazer, o de paisagismo, e

lavanderia e área de serviço, para apoio, manutenção e

outros.

limpeza. Em anexo ao pavimento estão um quarto/suíte

acessível, o jardim de inverno promove interação entre O setor social localizado no 2º Pavimento será composto pelo hall, posicionado de forma centralizada, que contempla a

interior e exterior e a varanda trás um ambiente de contemplação da visual .

entrada da residência e dá acesso à sala de jantar, escritório,

61


Quadro 10 – Programa de Necessidades O setor de lazer, localizado no Pavimento Térreo, será composto por uma edícula, lavabo/wc, piscina com ducha e sauna que irão atender à família nos dias mais quentes; e, nos dias mais frios, a área terá apoio da lareira externa e do aquecimento da piscina. o Lazer será também distribuído em outros pontos do terreno, como playground, casa da árvore com tirolesa, espaço de vivência, campo de futebol e o deck para contemplação da vista do vale. O paisagismo será composto por jardins, pomar, horta e

pergolado, e terá como apoio o orquidário, a composteira e o minhocário. Os espaços para veículos serão cobertos por pergolados e distribuídos da seguinte forma: duas vagas no 2º pavimento,

para os veículos que acessarem o terreno pela estrada de cima; e três vagas em anexo ao campo de futebol, para os veículos que acessarem pela estrada de baixo.

PROGRAMA DE NECESSIDADES SETOR

AMBIENTE

HALL SALA ESTAR SALA JANTAR SOCIAL SALA TV SALA LAREIRA ESCRITÓRIO BANHEIRO SOCIAL QUARTO C/ SUITE 1 QUARTO C/ SUITE 2 INTIMO VARANDA QT. 2 QT MASTER C/ SUITE E CLOSET SALETA COZINHA SALA DE ESTAR / JANTAR TÉRREO QUARTO C/ SUITE ACESSÍVEL LAVABO / WC TÉRREO SERVIÇO VARANDA DESPENSA LAVANDERIA JARDIM DE INVERNO COMPOSTEIRA E MINHOCARIO EDÍCULA PISCINA SAUNA LAVABO / WC EDÍCULA LAREIRA EXTERNA LAZER DEPÓSITO CAMPO DE FUTEBOL PAYGROUND CASA DA ÁRVORE C/ TIROLESA ESPAÇO DE VIVÊNCIA ORQUIDÁRIO PAISAGISMO POMAR HORTA GARAGEM C/ DUAS VAGAS OUTROS ESTACIONAMENTO C/ TRES VAGAS

TOTAL

QUANT. ÀREA 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1 1 1

6,46 m² 28,48 m² 23,79 m² 18,07 m² 17,30 m² 5,42 m² 2,34 m² 15,14 m² 12,45 m² 3,89 m² 23,12 m² 13,84 m² 13,48 m² 45,99 m² 14,39 m² 2,9 m² 45,72 m² 3,48 m² 6,33 m² 12,82 m² 2,25 m² 54,70 m² 47,66 m² 8,24 m² 4,06 m² 16,0 m² 21,0 m² 108,0 m² 26,52 m² 10,50 m² 6,25 m² 8,12 m² 0 17,17 m² 41,93 m² 83,45 m²

TOTAL

101,86 m²

68,44 m²

132,97 m²

305,93 m²

25,29 m² 125,38 m² 759,87 m²

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

62


4.5 PROPOSTA O objetivo dessa proposta é desenvolver um projeto de uma

Residência unifamiliar com alternativas sustentáveis no município de Santa Teresa, que não sirva apenas como refugio das grandes cidades, mas que também atenda às necessidades dessa família, trazendo conforto, atratividade e

entorno. Outros pontos primordiais são: a aplicação de

estratégias sustentáveis na construção de uma edificação, aproveitando ao máximo as condicionantes climáticas, eficiência energética, uso sustentável do território, controle e captação das águas e com uso de materiais recicláveis e não tóxicos.

maior contato com a natureza, tendo como foco principal a

O conceito proposto traz para essa arquitetura um estilo

preservação da fauna e flora.

rústico, através dos materiais como o tijolinho de adobe

4.6 CONCEITO E PARTIDO O ponto importante do projeto a ser alcançado é atender às

necessidades da família, trazendo o sentimento de pertencimento, através da interação com a natureza, quebrando a monotonia da área rural, sem perder o sossego, com a criação de espaços de lazer e contemplação do

marcando as fachadas, a madeira de reflorestamento no assoalho da lareira trazendo mais aconchego ao ambiente e a

madeira de demolição nas escadas que percorrem o terreno. O contemporâneo é marcado pela mobília mais moderna, paredes pintadas em tom claro, e o vidro que, além de transmitir leveza, permite a entrada da luz solar e interação

com a natureza. Outros elementos que se descarta são as varandas e sacadas, que trazem a lembrança da imigração, sem gerar um falso histórico.

63


O projeto traz conceitos que, juntos, constroem e compõem

preservação da fauna e flora, e a continuidade do meio

a arquitetura residencial, com a premissa uni-los a estratégias

externo com interno, que é representada pelo jardim de

sustentáveis. A Figura 18 mostra a sobreposição dos

inverno, coberto por uma caixa entreaberta de vidro que

conceitos propostos e sua harmonia na composição das

permite a ventilação, iluminação natural e o contato direto

cores, elementos e texturas.

com a natureza, mesmo estando em um ambiente interno.

A esfera familiar é representada pelos espaços abertos que

As raízes das plantas buscam água e nutrientes por

proporcionam maior interação e diversidade de usos na

capilaridade. Os caminhos exteriores foram pensados como

residência, o que aumenta o interesse pelo local,

as raízes, com a função de induzir as pessoas a percorrer

independente da faixa etária.

espaços

O projeto proposto permite a construção dos módulos por etapas de acordo com a necessidade e possibilidade da

distribuídos de forma orgânica, a-fim de

proporcionar bem estar, respeitando a topografia através de

rampas ou escadas.

família.

A sustentabilidade é aplicada, através de equipamentos modernos, técnicas e estratégias, sem perder os aspectos históricos e culturais do local. A representação da natureza, fortemente ligada, busca a

64


Figura 19 – Quadro de sensações

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

65


4.7 CONFORTO AMBIENTAL E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

A iluminação natural é aproveitada de forma estratégica como no uso de portas envidraçadas ao invés de janelas,

A residência apresenta, posicionamento e estratégias como o afastamento entre os blocos, através de uma caixa de vidro entreaberta que permite o aproveitamento dos ventos dominantes, e do sol, a fim de minimizar o consumo de energia pelo uso de equipamento climatizador e de

fachada em vidro, uso de claraboias nos banheiros e posicionamento de uma caixa de vidro que permite a entrada de iluminação natural ao interior dos dois blocos conectados a ela. Quadro 11 – Carta solar e bioclimática da região de Vitória - ES.

iluminação artificial. As estratégias utilizados foram baseadas

em dados fornecidos pela carta solar e por estratégias bioblimáticas, conforme Quadro 11. A captação do sol da manhã na fachada se torna importante, já que no período frio tem-se a necessidade de aquecimento

solar, devido às baixas temperaturas da região e à densa vegetação da reserva que cria barreira para o sol da tarde. Embora a região tenha uma precipitação maior no período do verão, os ventos dominantes são bem aproveitados, pelas aberturas frontais e possibilidade de dispersão da massa quente pelas aberturas entre os blocos como se fosse uma grande chaminé. Fonte: Goulart, Lambertd e Firmino (2019).

66


sacada, e uma saleta com sacada para apoio ao andar. O

4.8 SETORIZAÇÃO

terceiro bloco é misto, porem sendo o bloco principal de As figuras 20 e 21 mostra a divisão da residência em três blocos sendo, um bloco social com salas de jantar, sala de estar,

sala

de

TV,

escritório,

sala

com

lareira

e

lavabo/banheiro. O segundo bloco íntimos com, quartos com suíte e varanda, um quarto com suíte máster, closet e

Figura 20 – Setorização dos blocos 1 e 2.

apoio ao serviço com cozinha, despensa, lavanderia, garagem, quarto com suíte e closet, sala de jantar/estar, jardim de inverno e varanda. O setor de lazer se destaca na área externa composto por edícula, sauna, lavado, wc, piscina e lareira. Figura 21 – Setorização dos bloco 3 e setor de lazer.

2 3

1

SOCIAL ÍNTIMO SERVIÇO

LAZER CIRC. HORIZONTAL CIRC. VERTICAL

JARIM INTERNO VAZIO BLOCOS

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

67


4.9 PAISAGISMO

residência distribuídos de forma orgânica, respeitando os

O Paisagismo permite uma integração com a reserva ao redor, tendo como objetivo proposto o reflorestamento da área degradada com vegetação nativa da região e a criação de espaços de lazer, vivencia e contemplação. Caminhos

relevos e condições do terreno. Os tipos de vegetação utilizada na residência serão: árvores ornamentais e frutíferas, gramíneas, arbustos, palmeiras, trepadeiras, aquáticas, hortaliças e medicinais, conforme Quadro 12.

foram criados para pertimitir a ligação dos diversos usos da

9 13

1

12

2

4

11 5

11

3

2 11

8

6 2 2

10 7

68


Quadro 12 – Especificações de plantas. FALSA VINHA

BROMÉLIA

COSTELA DE ADÃO

GUAIMBE

JASMIM MANGA

PALMEIRA IMPERIAL

ABACAXI ROXO

PURPURA

CLÚSIA

IPÊ

PALMEIRA AZUL

ACEROLA

PRIMAVERA

CONGEIA

JADE VERMELHA

NINFEIA

EMBAÚBA

ORQUÍDEA

ORTÊNCIA

AMARÍLIS

SINGÔNIO

LAVANDA

JABUTICABEIRA

PITANGUEIRA

69


Quadro 13 – Especificações de plantas. PAU BRASIL

MANACÁ-DA-SERRA

CEDRO

EMBAÚBA

PATA DE VACA

PAU FERRO

ALMITO-JUSSARA

COLONIA

AROEIRA

PINHA

COCO ANÃO

MANGA

LIMÃO

BANANEIRA

TANGERINA

ROMÃ

CHIFRE DE VIÁDO

LARANJA

70


Figura 22 – Perspectiva vista superior.

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

71


Figura 23 – Espaço de vivência e lateral da residência.

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

72


Figura 24 – Vista lateral e cobertura.

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

73


Figura 25 – Vista da parte baixa do terreno.

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

74


Figura 26 – Vista da residência e estrada superior.

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

75


Figura 27 – à rea de lazer.

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

76


Figura 28 – TÊrreo.

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

77


Figura 29 – Jardim de inverno.

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

78


Figura 30 – Imagem superior da residência.

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

79


Figura 31 – Fachada Frontal.

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

80


5 CONSIDERAÇÕES FINAIS


A utilização de técnicas e alternativas sustentáveis na

Adotaram-se medidas como: o aproveitamento de água da

arquitetura vem sendo cada vez mais utilizada, contribuindo

chuva, utilização de placas solar e fotovoltaica, materiais

de forma econômica, produtiva e rentável pois, mesmo que

reciclados

seu retorno seja a longo prazo, suas vantagens são evidentes

condicionantes

tanto em relação a custo, como na preservação do meio

aproveitamento energético, e a utilização da vegetação

ambiente. Sendo assim, a sustentabilidade gera benefícios

nativa como proteção de encostas recomposição da área.

e

sustentáveis,

aproveitamento

climáticas

conforto

para

térmico

dos e

econômicos, sociais e ambientais. O principal foco dessa proposta é atender as necessidades da Através deste estudo, observou-se o quanto a área a ser

família, tornando esse espaço um ambiente de permanência

construída se encontrava degradada, pela retirada da

para todas as gerações. Desta forma contribui-se para a

vegetação nativa e o quanto seria importante o reimplante

movimentação da cidade e traz como modelo, para as

dessa vegetação, o aproveitamento dos recurso ainda

construções futuras, a preocupação com a preservação e com

existentes e a aplicação de técnicas e materiais sustentáveis.

a aplicabilidade de alternativas sustentáveis, de alguma

Sendo assim, este trabalho buscou a elaboração de uma

forma estará contribuindo para com nosso planeta. proposta, a nível de estudo preliminar, de uma residência

com alternativas que pudessem minimizar os danos saudados pela construção civil, e contribuir para a preservação ambiental. Pensando na preservação da região de Santa Teresa – ES,

82


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88


7 APÊNDICES


A

B

A

B

1

2

4

6

8

10 mts.

PLANTA BAIXA – IMPLANTAÇÃO 90


ORQUIDÁRIO

PLAYGROUND

LAV. EDÍCULA WC LAREIRA

PISCINA SAUNA

DECK

-2,10

VARANDA QUARTO GARAGEM

ESTAR

CLOSET JANTAR SUITE

JARDIM EXTERNO

WC LAV.

DESP.

0,00

HORTA COZINHA

JARDIM DE INVERNO

LAVAN.

JARDIM EXTERNO

PLANTA BAIXA – TÉRREO 91


JARDINEIRA

SACADA

SUITE MASTER QUARTO

QUARTO

SALETA CLOSET QUARTO

SUITE

SUITE

2,89 QUARTO

VAR.

QUARTO SUITE

JANTAR

BAN. ESCRITÓRIO

SALA TV

i=11%

VAR.

SUITE

ESTAR LAV. 2,89

SALA C/ LAREIRA

HALL 3,29

PLANTA BAIXA – 2º PAVIMENTO 92


VISTA FRONTAL 1:100

93


CORTE AA 1:200

94


CORTE BB 1:100 95


VISTA DE TRAS 1:100

96


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