Ebook do curso internacional de teologia

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A PAZ DO SENHOR JESUS SEJA CONVOSCO

Estamos vivendo tempos de sede espiritual, onde heresias têm procurado se instalar no meio da Igreja. Não basta apenas termos talentos naturais ou compreensão das conseqüências das crises que o mundo atravessa.

Precisamos, exercer influências com nosso testemunho perante os que dispomos a ensinar a Palavra de Deus. Esse treinamento compacto e objetivo da Teologia Sistemática é muito importante porque nos dará ampla visão da teologia Divina, atrairá futuros líderes ao aprendizado e criará um ambiente mais espiritual na nossa Igreja (Koinonia). Aprendizados errados geram desastres e resistência à Obra de Deus.

Somente o correto de forma correta leva ao sucesso, na consciência e submissão ao Espírito Santo que rege a Igreja. Temos que combinar estratégias de ensino com o nosso caráter revelado em nossas vidas; devemos incentivar a confiança dos alunos na Escritura, com coerência e potencial.

Temos capacidade, em Deus, de mudarmos o mundo, começando do mundo interior das consciências humanas dos alunos, que se tornarão futuros evangelizadores capacitados na Palavra de Deus.

Não preguemos a verdade para ferirmos os outros ou para destruir, mas para ajudar e corrigir as almas, com amor, esperando que Deus lhes conceda o entendimento do Reino dos Céus.

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DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM RESPONSABILIDADE

DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM ORAÇÃO.

A Palavra de Deus é discernida espiritualmente. Por isso, devemos orar pedindo a Deus que abra os nossos olhos para podermos ver as maravilhas de sua lei (1 Co 2.14; Sl 119.18). Entender a Bíblia é uma virtude espiritual que somente Deus pode nos dar (Ef 1.17-19). A qualidade de nosso estudo teológico passa pela qualidade de nossa espiritualidade, que se manifesta numa vida de dependência de Deus pela oração.

DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM HUMILDADE. A Bíblia diz que ―Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes‖ (1 Pe 5.5). À medida que aprendemos das Escrituras, devemos ter o cuidado de não nos orgulharmos, assumindo

assim uma atitude de

superioridade em relação àqueles que não conhecem o que temos estudado. Para evitar o orgulho, devemos associar o conhecimento ao amor (1 Co 8.1).

DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM A RAZÃO.

Podemos e devemos usar nossa razão para estudar e tirar conclusões do estudo das Escrituras Sagradas, mas nunca fazer deduções que contradiga o que a própria Bíblia diz. Nossas conclusões lógicas podem muitas vezes ser errôneas, pois os pensamentos de Deus são mais altos que os nossos pensamentos (Isaias 55.8-9). A Bíblia é a essência da verdade, e todo o seu conteúdo é justo e permanente (Salmos 119.160). Toda conclusão lógica que

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tivermos ao estudar teologia, deve estar em harmonia com toda a Bíblia. Caso contrário, nossa lógica está enganada, pois a Bíblia não se contradiz jamais.

DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM A AJUDA DE OUTROS.

Deus estabeleceu mestres na igreja e seminários de teologia (1 Co 12.28). Isso significa que devemos ler livros escritos por teólogos e seminários preparados como o Seminário Gospel. Conversar com outros cristãos sobre teologia é também uma excelente maneira de conhecer mais sobre Deus.

DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COMPILANDO PASSAGENS BÍBLICAS.

O uso de uma boa concordância bíblica nos ajudará a procurar palavras-chave sobre determinado assunto. Resumir versículos relevantes e estudar passagens difíceis também ajuda. É grande a alegria ao descobrir temas bíblicos. É a recompensa do próprio estudo.

DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM ALEGRIA.

Não podemos estudar teologia de forma fria, pois ela trata do Deus vivo e de suas maravilhas. O estudo da Bíblia é uma maneira de amar a Deus de todo o coração (Dt 6.5), pois seus ensinamentos ―dão alegria ao coração‖, são grandes riquezas (Sl 19.8; 119.14). No estudo da teologia somos levados a dizer: ―Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e inescrutáveis os seus caminhos! Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Quem primeiro lhe

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deu, para que ele o recompense? Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém‖ (Rm 11.33-36).

CURIOSIDADES BÍBLICAS: A palavra Bíblia vem do grego, através do latim, e significa: livros.

Os primeiros materiais utilizados para as escrituras foram: a pedra, usada por Moisés para receber os dez mandamentos (Êxodo 24:12 e 34:1); o papiro, material extraído de uma planta aquática desse mesmo nome (Jó 8:11; Isaías 18:2); de papiro deriva o termo papel (II João 12) e o pergaminho, pele de animais, curtida e preparada para escrita, usado a partir do início do século i, na Ásia menor (II Timóteo 4:13).

A Bíblia inteira foi escrita num período que abrange mais de 1600 anos.

A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo após a invenção do prelo, em 1452 em Mainz, Alemanha.

A primeira Bíblia em português foi impressa em 1748, a tradução foi feita a partir da vulgata latina e iniciou-se com d. diniz (1279-1325).

A divisão em capítulos foi introduzida pelo professor universitário parisiense Stephen langton, em 1227, que viria a ser eleito bispo de cantuária pouco tempo depois.

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A divisão em versículos foi introduzida em 1551, pelo impressor parisiense Robert Stephanus. Ambas as divisões tinham por objetivo facilitar a consulta e as citações bíblicas, e foi aceita por todos, incluindo os judeus;

O versículo central da Bíblia é o Salmo 118:8, o qual divide a mesma ao meio. Os livros de Ester e cantares de Salomão não possuem a palavra ―Deus‖. A frase ―não temas‖, ocorre 365 vezes em toda a Bíblia, o que dá uma para cada dia do ano!

Há 3573 promessas na Bíblia. O antigo testamento encerra citando a palavra ―maldição‖, o novo testamento encerra citando ―a graça de nosso Senhor Jesus Cristo‖.

A Bíblia completa pode ser lida em 70 horas e 40 minutos, na cadência de leitura de púlpito. O antigo testamento leva 52 horas e 20 minutos. O novo testamento, 18 horas e 20 minutos. Para ler a Bíblia toda em um ano basta ler 5 capítulos aos domingos e 3 nos demais dias da semana.

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COMO PODEMOS SABER SE A BÍBLIA É INFALÍVEL?

A PRÓPRIA BÍBLIA O AFIRMA:

A Bíblia afirma em várias passagens acerca de si mesma que ela é a palavra de Deus e não contem erros (II Timóteo 3:16-17; II Pedro 1:20-21; Mateus 24:35)

A expressão "assim diz o senhor" e equivalentes encontram-se cerca de 3.800 vezes na Bíblia.

Se alguma falha for encontrada na Bíblia, será sempre do lado humano, como tradução mal feita, grafia inexata, interpretação forçada, má compreensão de quem estuda, falsa aplicação quanto aos sentidos do texto, etc. saibamos refletir como Agostinho, que disse: ―num caso desse, deve haver erro do copista, que não consigo entender...‖

A BÍBLIA FAZ REFERÊNCIA A FATOS ATUAIS:

A primeira citação da redondeza da terra é feita na Bíblia, e não por Galileu Galileu (Isaías 40: 22).

O trânsito pesado e veloz, os cruzamentos e os faróis acesos aparecem descritos exatamente como são hoje (Naum 2:4).

A

mensagem

através

de

"out-doors"

é

uma

citação

bíblica

detalhada (Habacuque 2: 2).

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A primeira referência a impressões digitais aparece no livro mais antigo da Bíblia (Jó 37:7).

A UNIDADE DA BÍBLIA É UM MILAGRE:

Unidade da Bíblia só pode ser explicada como um milagre. Há nela 66 livros, escritos por cerca de 40 escritores, cobrindo um período de 16 séculos. Esses homens tinham diferentes atividades e escreveram sob diferentes situações.

Na maior parte dos casos não se conhecem e nada sabiam sobre o que já havia sido escrito pelos outros. Tudo isto somando num livro puramente humano daria uma babel indecifrável!

A BÍBLIA TEM UM ÚNICO TEMA CENTRAL:

É o Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo declara em Lucas 24: 27, 44 e João 5:39. Considerando Cristo como o tema central da Bíblia, os 66 livros apontam para Ele:

Gênesis: Jesus é o descendente da mulher (3:15) Êxodo: é o cordeiro pascal (12:5-13) Levíticos: é o sacrifício expiatório (4:14,21) Números: é a rocha ferida (20:7-13) Deuteronômio: é o profeta (18:15) Josué: é o príncipe dos exércitos do senhor (5:14) Juízes: é o libertador (3:9) Rute: é o parente divino (3:12)

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Reis e Crônicas: é o rei prometido (I Reis 4:34) Ester: é a providência divina (4:14) Jó: é o nosso redentor (19:25) Salmos: é o nosso socorro e alegria (46:1) Provérbios: é a sabedoria de Deus (8:22-36) Cantares: é o nosso amado (2:8) Eclesiastes: é o pregador perfeito (12:10) Profetas: é o messias prometido (Mateus 2:6) Evangelhos: é o salvador do mundo (João 3) Atos: é o cristo ressurgido (2:24) Epístolas: é a cabeça da igreja (Efésios 4:14) Apocalipse: é o alfa e o ômega (22:13)

Podemos afirmar que a Bíblia é a palavra de Deus, nossa única regra de fé e prática e infalível, nenhuma de suas promessas jamais falhou e seguir suas orientações é garantia de sucesso em todas as áreas da vida.

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PRIMEIRO MÓDULO INTRODUÇÃO À TEOLOGIA SISTEMÁTICA

A Teologia Sistemática é uma importante ferramenta em nos ajudar a compreender e ensinar a Bíblia de uma forma organizada.

DEFINIÇÃO DE TEOLOGIA SISTEMÁTICA A palavra ―teologia‖ é derivada dos termos gregos theos, que significa ―Deus‖ e iogos, que significa ―palavra‖, ―discurso‖, ―tratado‖ ou ―estudo‖. A Teologia pode então ser conceituada, do modo mais simples, como ―a ciência do estudo de Deus‖. O seu campo é estendido não apenas à pessoa de Deus, mas também às Suas obras, de forma que ela tem sido chamada de ―o estudo de Deus e de sua relação para com o Universo‖,―Sistematizar‖, por sua vez, é ―reduzir diversos elementos a um sistema‖ ou ―agrupar em um corpo de doutrina‖. Sistemático, portanto, é aquilo que segue um sistema, uma ordenação, um método.

Quando se aplica o adjetivo a essa disciplina da enciclopédia teológica não se quer dizer que outras disciplinas (como a exegese ou a teologia bíblica) não seguem qualquer sistema, mas que é a Teologia Sistemática que procura oferecer a verdade acerca de Deus e sua obra, apresentada na Bíblia, como um todo, como um sistema unificado. Teologia Sistemática é qualquer estudo que responda à pergunta: ―O que a Bíblia toda nos ensina hoje?‖ sobre qualquer assunto. (John Frame,

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Westminister Seminary, Escondido, Califórnia – EUA). Essa definição índica que Teologia Sistemática envolve coletar e compreender todas as passagens relevantes na Bíblia sobre vários assuntos e então resumir seus ensinos claramente de modo que conheçamos aquilo que cremos sobre cada assunto.

OUTRAS DEFINIÇÕES DE TEOLOGIA

ALEXANDER:

A ciência de Deus. Um resumo da verdade religiosa cientificamente arranjada, ou uma coleção filosófica de todo o conhecimento religioso (W. Lindsay Alexander).

CHAFER:

Teologia sistemática pode ser definida como a coleção, cientificamente arrumada, comparada, exibida e defendida de todos os fatos de toda e qualquer fonte referentes a Deus e às Suas obras. Ela é temática porque segue uma forma de tese humanamente idealizada, e apresenta e verifica a verdade como verdade (Lewis Sperry Chafer).

HODGE:

A teologia sistemática tem por objetivo sistematizar os fatos da Bíblia, e averiguar os princípios ou verdades gerais que tais fatos envolvem (Charles Hodge).

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THOMAS: A ciência é a expressão técnica das leis da natureza; a teologia é a expressão técnica da revelação de Deus. Faz parte da teologia examinar todos os fatos espirituais da revelação, calcular o seu valor e arranjá-los em um corpo de ensinamentos. A doutrina, assim, corresponde às generalizações da ciência (W. H. Griffith Thomas)

STRONG:

A ciência de Deus e dos relacionamentos de Deus com o universo (A. H. Strong).

SHEDD:

Uma ciência que se preocupa com o infinito e o finito, com Deus e o universo. O material, portanto, que abrange é mais vasto do que qualquer outra ciência. Também é a mais necessária de todas as ciências (W. G. T. Shedd).

DEFINIÇÕES ERRADAS:

Para definir teologia foram empregados alguns termos enganadores e injustificados. Já se declarou que ela é "a ciência da religião"; mas o termo religião de maneira nenhuma é um sinônimo da Pessoa de Deus e de toda a Sua obra. Da mesma forma já se disse que ela é "o tratamento científico daquelas verdades que se encontram na Bíblia; mas esta ciência, embora extrai porção maior do seu material das Escrituras, extrai também o seu material de toda e qualquer fonte. A teologia sistemática também tem sido definida como o

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arranjo ordeiro da doutrina cristã; mas como o cristianismo representa apenas uma simples fração de todo o campo da verdade relativa à Pessoa de Deus e o Seu universo, esta definição não é adequada.

OUTRAS AREAS DA TEOLOGIA ABORDADAS EM CURSOS DE BACHAREIS EM TEOLOGIA DO SEMINÁRIOGOSPEL.COM TEOLOGIA BÍBLICA:

Investiga a verdade de Deus e o Seu universo no seu desenvolvimento divinamente ordenado e no seu ambiente histórico conforme nos apresentados diversos livros da Bíblia. A teologia bíblica é a exposição do conteúdo doutrinário e ético da Bíblia, conforme originalmente revelada. A teologia bíblica extrai o seu material exclusivamente da Bíblia, seu período compreende somente até o final da era apostólica.

TEOLOGIA DOGMÁTICA:

É a sistematização e defesa das doutrinas expressas nos símbolos da Igreja. Assim temos "Dogmática Cristã", por H. Martensen, com uma exposição e defesa da doutrina luterana; "Teologia Dogmática", por Wm. G. T. Shedd, como uma exposição da Confissão de Westminster e de outros símbolos presbiterianos; e "Teologia Sistemática", por Louis Berkhof, como uma exposição da teologia reformada.

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TEOLOGIA EXEGÉTICA:

Estuda o Texto Sagrado e assuntos relacionados, através do estudo das línguas originais, da arqueologia bíblica, da hermenêutica bíblica e da teologia bíblica.

TEOLOGIA HISTÓRICA:

Considera o desenvolvimento histórico da doutrina, mas também investiga as variações sectárias e heréticas da verdade. Ela abrange história bíblica, história da igreja, história das missões, história da doutrina e história dos credos e confissões. A teologia histórica tem seu período compreendido desde a era apostólica até os dias atuais.

TEOLOGIA NATURAL:

Estuda fatos que se referem a Deus e Seu universo que se encontra revelado na natureza.

TEOLOGIA PRÁTICA:

Trata da aplicação da verdade aos corações dos homens trazidas pelos outros ramos da teologia, sobretudo a sistemática. Ela busca aplicar à vida prática os ensinamentos das outras teologias, para edificação, educação, e aprimoramento do serviço dos homens. Ela abrange os cursos de homilética, administração da igreja, liderança liturgia, educação cristã e missões.

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OBJETIVO DA TEOLOGIA ―A coleção, o arranjo lógico, a comparação, a exposição e a defesa de todos os fatos de todas as fontes com respeito a Deus e Suas relações com o Universo‖ (Paul Davidson, Vol. I, p. 2). ―O papel da Teologia como ciência não é criar fatos, mas descobri-los e apresentar a relação deles entre si. Os fatos com que lida a Teologia estão na Bíblia‖ (Paul Davidson, idem).

LIMITAÇÕES AO CONHECIMENTO TEOLÓGICO

Limitações da mente humana (Rm 11:33; 2 Pe 3:16); Limitações da linguagem humana (2 Co 12:4); Restrições colocadas pelo próprio Deus (Deuteronômio 29:29; Provérbios 25:2; Marcos 13:32; Jô 16:12; Atos 1:7).

Para chegarmos à organização que temos hoje, foram necessários anos de estudos e combate às heresias. Após a era apostólica (morte dos apóstolos) surgiram figuras de muita importância no cenário cristão, os apologistas, estudiosos cristãos que defendiam a fé diante das heresias que surgiam em sua época, como Justino Mártir, Tertuliano, Irineu entre outros (100 – 451 d.c.). Essa apologética contribuiu em muito para a organização das doutrinas bíblicas como as temos hoje.

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A NATUREZA DA DOUTRINA A Bíblia Sagrada dá grande relevância à doutrina, e afirma fornecer o material próprio para seu conteúdo. Ela é enfática em sua condenação contra o que é falso. Adverte contra as "doutrinas dos homens" (Cl. 2.22); contra a "doutrina dos fariseus" (Mt. 16.12); contra os "ensinos de demônios" (I Tim. 4.1); contra os que ensinam "doutrinas que são preceitos de homens" (Mc. 7.7); contra os que "são levados ao redor por todo vento de doutrina" (Ef.4.14).

No entanto, se por um lado a Bíblia condena o falso profeta, por outro exorta e recomenda a verdadeira doutrina. Entre outras coisas para a doutrina que "da Escritura é... útil para o ensino" (2 Tim. 3.16). Portanto, nas Escrituras a doutrina é reputada como "boa" (I Tim. 4.6); "sã" (I Tim. 1.10); "segundo a piedade" (I Tim. 6.3); "de Deus" (Tt. 2.10), e "de Cristo" (II Jo.9).

Para alguns cristãos, a palavra "doutrina" pode se mostrar um tanto ameaçadora. Ela evoca visões de crenças muito técnicas, difíceis e abstratas, talvez apresentadas de forma dogmática. Doutrina, entretanto, não é isso.

A doutrina cristã é apenas a declaração das crenças mais fundamentais do cristão: crenças sobre a natureza de Deus; sobre sua ação; sobre nós, que somos suas criaturas; e sobre o que Deus fez para nos trazer à comunhão com ele.

Longe de serem áridas ou abstratas, são as espécies mais importantes de verdades. São declarações sobre as questões fundamentais da vida, ou seja, quem sou eu? Qual é o sentido último do universo? Para onde vou? A doutrina cristã, portanto, constitui-se

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das respostas que o cristão dá àquelas perguntas que todos os seres humanos fazem.

A doutrina lida como verdades gerais ou atemporais sobre Deus e sobre o restante da realidade. Não é apenas um estudo de eventos históricos específicos tais como o que Deus fez, mas da própria natureza do Deus que atua na história.

Crenças doutrinárias corretas são essenciais no relacionamento entre o cristão e Deus. Assim, por exemplo, o autor de Hebreus disse: ―De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, portanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam" (Hb. 11.6).

Também importante para um relacionamento adequado com Deus é a crença na humanidade de Jesus; João escreveu: " Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus" (I Jo 4.2).

Paulo destacou a importância da crença na ressurreição de Cristo: " Se você confessar com a boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação" (Rom. 10.9,10,NIV).

A IMPORTÂNCIA DA TEOLOGIA É comum em nossas igrejas, principalmente as pentecostais, existir um sentimento de negativismo em relação à teologia, certa vez ouvi um obreiro

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dizer o seguinte: “eu não compro uma Bíblia de estudo porque contém teologia de homens”, Bíblias de estudo à parte, esta opinião equivocada tem contribuído para que o ensino teológico seja colocado à margem, talvez por um desconhecimento da teologia e seus efeitos na vida cristã individual e da igreja. A importância da teologia se dá em alguns aspectos:

SATISFAZ A MENTE HUMANA Deus quando criou o homem, deu-lhe uma capacidade especial, o intelecto, a razão, ou raciocínio, é da mente humana querer entender o que está ao seu redor, o homem não concebe viver sem entender a vida, já dizia o filósofo Sócrates ―uma vida sem reflexão não merece ser vivida‖. A teologia como ciência humana, vem para tentar preencher a lacuna do entendimento humano acerca de Deus, fundamentando-se no que Ele revelou em sua Palavra, a Bíblia, que é a fonte primária da teologia (Mateus 22.37).

AJUDA NA FORMAÇÃO DO CARÁTER CRISTÃO A teologia injeta em nosso intelecto um conhecimento sobre Deus que influi no desenvolvimento do nosso caráter cristão, moldando a nossa mente para tornarse parecida com a de Cristo, ter uma mente cristã é ver o mundo com a lente dos ensinamentos de Cristo. ―Ter a mente cristã é compreender o mundo ao nosso redor, influenciados pela verdade de Deus, a ponto de, mesmo imperfeitamente, pensarmos os pensamentos de Deus a respeito de qualquer assunto: desde o salário digno de uma empregada doméstica que tem duas crianças para cuidar e alimentar até as implicações éticas da biogenética. Entre outras coisas, ter a mente cristã é

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também fazer a análise de um filme ou de uma novela, à luz do ensino do evangelho.” (R. RAMOS, 2003, p. 20)

SERVE PARA PUREZA E DEFESA DO CRISTIANISMO Ao longo da história da Igreja, surgiram, e ainda surgem muitas teorias, doutrinas, correntes, heresias e afins. Para que a igreja esteja preparada para combater isso e manter uma doutrina bíblica pura, sua teologia precisa estar fundamenta da Bíblia, alguns movimentos religiosos têm sua doutrina fundamentada em teorias que foram combatidas ainda pelos pais da igreja, a doutrina da trindade é um exemplo disso.

CONTRIBUI PARA O AVANÇO DO EVANGELHO A Igreja avança de forma sadia quando compreende o significado do evangelho, sendo capaz de dar uma explicação inteligível da verdade a outrem. Os líderes da Igreja têm a responsabilidade de cuidar do desenvolvimento do rebanho (Ef. 4.11-14).

FUNDAMENTA A PRÁTICA CRISTÃ Para o cristão é imprescindível entender as escrituras para por em prática os seus mandamentos, a qualidade da nossa espiritualidade é proporcional à qualidade do nosso entendimento da Bíblia.

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AS ESCRITURAS 2 Timóteo 3.16,17 ―Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.‖ O termo ―Escritura‖, conforme se encontra em 2 Timóteo 3.16, refere-se principalmente aos escritos do Antigo Testamento(3.15). Há evidências, porém, de que escritos do Novo Testamento já eram considerados Escritura divinamente inspirada por volta do período em que Paulo escreveu 2 Timóteo (1Tm 5.18, cita Lc 10.7; 2Pe 3.15,16). Para nós, hoje, a Escritura refere-se aos escritos divinamente inspirados tanto do Antigo Testamento quanto do Novo Testamento. São (os escritos) a mensagem original de Deus para a humanidade, e o único testemunho infalível da graça salvífica de Deus para todas as pessoas. Paulo afirma que toda a Escritura é inspirada por Deus. A palavra ―inspirada‖ (gr. theopneustos) provém de duas palavras gregas: Theos, que significa ―Deus‖, e pneuo, que significa ―respirar‖. Sendo assim, ―inspirado‖ significa ―respirado por Deus‖. Toda a Escritura, portanto, é respirada por Deus; é a própria vida e Palavra de Deus. A Bíblia, nas palavras dos seus manuscritos originais, não contém erro; sendo absolutamente verdadeira, fidedigna e infalível. Esta verdade permanece inabalável, não somente quando a Bíblia trata da salvação, dos valores éticos e da moral, como também está isenta de erro em tudo aquilo

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que ela trata, inclusive a história e o cosmos cf. 2Pe 1.20,21; veja também a atitude do salmista para com as Escrituras no Salmos 119).

Os escritores do Antigo Testamento estavam conscientes de que o que disseram ao povo e o que escreveram é a Palavra de Deus (ver Dt 18.18; 2Sm 23.2). Repetidamente os profetas iniciavam suas mensagens com a expressão: ―Assim diz o Senhor‖.

Jesus também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de Deus até em seus mínimos detalhes (Mateus 5.18). Afirmou, também, que tudo quanto Ele disse foi recebido da parte do Pai e é verdadeiro (Jo 5.19, 30,31; 7.16; 8.26). Ele falou da revelação divina ainda futura (a verdade revelada do restante do Novo Testamento), da parte do Espírito Santo através dos apóstolos (Jo 16.13; cf. 14.16,17; 15.26,27).

Negar a inspiração plenária das Sagradas Escrituras, portanto, é desprezar o testemunho fundamental de Jesus Cristo (Mateus 5.18; 15.3-6; Lc 16.17; 24.2527, 44,45; Jo 10.35), do Espírito Santo (Jo 15.26; 16.13; 1Co 2.12-13; 1Tm 4.1) e dos apóstolos (3.16; 2Pe 1.20,21). Além disso, limitar ou descartar a sua inerrância é depreciar sua autoridade divina.

Na sua ação de inspirar os escritores pelo seu Espírito, Deus, sem violar a personalidade deles, agiu neles de tal maneira que escreveram sem erro (3.16; 2Pe 1.20,21; ver 1Co 2.12,13 notas).

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A inspirada Palavra de Deus é a expressão da sabedoria e do caráter de Deus e pode, portanto, transmitir sabedoria e vida espiritual através da fé em Cristo (Mateus 4.4; Jo 6.63; 2 Timóteo 3.15; 1Pe 2.2).

As Sagradas Escrituras são o testemunho infalível e verdadeiro de Deus, na sua atividade salvífica a favor da humanidade, em Cristo Jesus. Por isso, as Escrituras são incomparáveis, eternamente completas e incomparavelmente obrigatórias. Nenhuma palavra de homens ou declarações de instituições religiosas igualam-se à autoridade delas.

Qualquer doutrina, comentário, interpretação, explicação e tradição deve ser julgado e validado pelas palavras e mensagem das Sagradas Escrituras (ver Dt 13.3).

As Sagradas Escrituras como a Palavra de Deus devem ser recebidas, cridas e obedecidas como a autoridade suprema em todas as coisas pertencentes à vida e à piedade (Mateus 5.17-19; Jo 14.21; 15.10; 2 Timóteo 3.15,16; ver Êx 20.3). Na Igreja, a Bíblia deve ser a autoridade final em todas as questões de ensino, de repreensão, de correção, de doutrina e de instrução na justiça (2 Timóteo 3.16,17). Ninguém pode submeter-se ao senhorio de Cristo sem estar submisso a Deus e à sua Palavra como a autoridade máxima (Jo 8.31,32, 37).

Só podemos entender devidamente a Bíblia se estivermos em harmonia com o Espírito Santo. É Ele quem abre as nossas mentes para compreendermos o seu sentido, e quem dá testemunho em nosso interior da sua autoridade (ver 1Co 2.12).

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Devemos nos firmar na inspirada Palavra de Deus para vencer o poder do pecado, de Satanás e do mundo em nossas vidas (Mateus 4.4; Ef 6.12,17; Tg 1.21).

Todos devem amar, estimar e proteger as Escrituras como um tesouro, tendo-as como a única verdade de Deus para um mundo perdido e moribundo. Devemos manter puras as suas doutrinas, observando fielmente os seus ensinos, proclamando a sua mensagem salvífica, confiando-as a homens fiéis, e defendendo-as contra todos que procuram destruir ou distorcer suas verdades eternas (ver Fp 1.16; 2 Timóteo 1.13,14 notas; 2.2; Jd 3). Ninguém tem autoridade de acrescentar ou subtrair qualquer coisa da Escritura (ver Dt 4.2 nota; Apocalipse 22.19 nota).

Um fato final a ser observado aqui. A Bíblia é infalível na sua inspiração somente no texto original dos livros que lhe são inerentes. Logo, sempre que acharmos nas Escrituras alguma coisa que parece errada, ao invés de pressupor que o escritor daquele texto bíblico cometeu um engano, devemos ter em mente três possibilidades no tocante a um tal suposto problema:

(a) as cópias existentes do manuscrito bíblico original podem conter inexatidão;

(b) as traduções atualmente existentes do texto bíblico grego ou hebraico podem conter falhas; ou

(c) a nossa própria compreensão do texto bíblico pode ser incompleta ou incorreta.

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A DOUTRINA DE DEUS DEFINIÇÕES BÍBLICAS:

As expressões "Deus é Espírito" (Jo. 4: 24) e "Deus é Luz " ( I Jo.1:5), são expressões da natureza essencial de Deus, enquanto que a expressão "Deus é amor" ( I Jo. 4:7) é expressão de Sua personalidade. ( I Tm.6:16)

DEFINIÇÃO CRISTÃ DO BREVE CATECISMO:

Deus é um Espírito, infinito, eterno e imutável em Seu Ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade.

DEFINIÇÃO FILOSÓFICA DE PLATÃO:

Deus é o começo, o meio e o fim de todas as coisas. Ele é a mente ou razão suprema; a causa eficiente de todas as coisas; eterno, imutável, onisciente, onipotente; tudo permeia e tudo controla; é justo, santo, sábio e bom; o absolutamente perfeito, o começo de toda a verdade, a fonte de toda a lei e justiça, a origem de toda a ordem e beleza e, especialmente, a causa de todo o bem.

DEFINIÇÃO COMBINADA: Deus é um espírito infinito e perfeito em quem todas as coisas têm sua origem, sustentação e fim (Jo. 4:24; Ne. 9:6; Apocalipse l:8; Is. 48:12; Apocalipse 1:17).

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A EXISTÊNCIA DE DEUS TEORIAS SOBRE A EXISTÊNCIA DE DEUS:

ATEÍSMO: Nega a existência teórica e prática de Deus. DEÍSMO: Deus criou, mas se retirou e deixa a criação à sua própria sorte. Não interfere. PANTEÍSMO: Deus é uma força impessoal que está presente em tudo. TEÍSMO: Existe um Deus, vivo e pessoal, que criou e governa todas as coisas.

Não se pode duvidar da existência de ateus práticos, visto que tanto a Escritura como a experiência a atestam. A respeito dos ímpios o Salmo 14.1 declara: ―Diz o insensato no seu coração: não há Deus‖ (Salmos 10.4b). E Paulo lembra aos Efésios que eles tinham estado anteriormente ―sem Deus no mundo‖, Efésios 2.12. A experiência também dá abundante testemunho da presença deles no mundo. Eles não são necessariamente ímpios notórios aos olhos dos homens, mas podem pertencer aos assim chamados ―homens decentes do mundo‖, embora consideravelmente indiferentes para com as coisas espirituais.

Tais pessoas muitas vezes têm a consciência do fato de que estão em desarmonia com Deus, tremem ao pensar em defrontá-lo e procuram esquecêlo. Parecem Ter um secreto prazer em exibir o seu ateísmo quando tudo vai bem, mas é sabido que dobram os seus joelhos em oração quando sua vida entra repentinamente em perigo. Na época presente, milhares desses ateus práticos pertencem à Associação Americana para o Progresso do Ateísmo.

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Para nós a existência de Deus é a grande pressuposição da teologia. Não há sentido em falar-se do conhecimento de Deus, se não se admite que Deus existe. A pressuposição da teologia cristã é um tipo muito definido. A suposição não é apenas de que há alguma coisa, alguma idéia ou ideal, algum poder ou tendência com propósito, a que se possa aplicar o nome de Deus, mas que há um ser pessoal auto-consciente, auto-existente, que é a origem de todas as coisas e que transcende a criação inteira, mas ao mesmo tempo é imanente em cada parte da criação.

Pode-se levantar a questão se esta suposição é razoável, questão que pode ser respondida na afirmativa. Não significa, contudo, que a existência de Deus é passível de uma demonstração lógica que não deixa lugar nenhum para dúvida; mas significa, sim, que, embora verdade da existência de Deus seja aceita pela fé, esta fé, se baseia numa informação confiável.

Embora a teologia reformada considere a existência de Deus como pressuposição inteiramente razoável, não se arroga a capacidade de demonstrar isto por meio de uma argumentação racional. Dr. Kuyper fala como segue da tentativa de fazê-lo: ―A tentativa de provar a existência de Deus ou é inútil ou é um fracasso. É inútil se o pesquisador acredita que Deus recompensa aqueles que O procuram. É um fracasso se, se trata de uma tentativa de forçar, mediante argumentação, ao reconhecimento, num sentido lógico, uma pessoa que não tem esta pistis‖

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ACEITAR A EXISTENCIA DE DEUS PELA FÉ

O Cristão aceita a verdade da existência de Deus pela fé. Mas esta fé não é uma fé cega, mas fé baseada em provas, e as provas se acham, primariamente, na Escritura como a Palavra de Deus inspirada, e, secundariamente, na revelação de Deus na natureza. A prova bíblica sobre este ponto não nos vem na forma de uma declaração explícita, e muito menos na forma de um argumento lógico. Nesse sentido a Bíblia não prova a existência de Deus.

O que mais se aproxima de uma declaração talvez seja o que lemos em Hebreus 11:6 ―… é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam‖. A Bíblia pressupõe a existência de Deus em sua declaração inicial, ―No principio criou Deus os céus e a terra‖. Ela não somente descreve a Deus como o Criador de todas as coisas, mas também como o Sustentador de todas as Suas criaturas. E como o Governador de indivíduos e nações. Ela testifica o fato de que Deus opera todas as coisas de acordo com o conselho da Sua vontade, e revela a gradativa realização do Seu grandioso propósito de redenção.

O preparo para esta obra, especialmente na escolha e direção do povo de Israel na velha aliança, vê-se claramente no Velho Testamento, e a sua culminação inicial na Pessoa e Obra de Cristo ergue-se com grande clareza nas páginas do Novo testamento. Vê-se Deus em quase todas as páginas da Escritura Sagrada em que Ele se revela em palavras e atos. Esta revelação de Deus constitui a base da nossa fé na existência de Deus, e a torna uma fé inteiramente razoável.

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Deve-se notar, contudo, que é somente pela fé que aceitamos a revelação de Deus e que obtemos uma real compreensão do seu conteúdo. Disse Jesus, ―Se alguém quiser fazer a vontade dEle, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo‖, João 7.17. É este conhecimento intensivo, resultante de íntima comunhão com Deus, que Oséias tem em mente quando diz, ―Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor‖, Oséias 6.3.

O incrédulo não tem nenhuma real compreensão da palavra de Deus. As palavras de Paulo são pertinentes nesta conexão: ―Onde está o sábio? Onde o escriba? Onde o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem, pela loucura da pregação‖, 1 Coríntios 1.20, 21.

PROVAS RACIONAIS DA EXISTÊNCIA DE DEUS.

No transcurso do tempo foram elaborados alguns argumentos em favor da existência de Deus. Acharam ponto de apoio na teologia, especialmente pela influência de Wolff. Alguns deles já tinham sido sugeridos, em essência, por Platão e Aristóteles, e outros foram acrescentados modernamente por estudiosos da filosofia da religião. Somente os mais comuns podem ser apresentados aqui.

O ARGUMENTO ONTOLÓGICO.

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Este argumento foi apresentado em várias formas por Anselmo, Descartes, Samuel Clark, e outros. Foi apresentado em sua mais perfeita forma por Anselmo. Este argumenta que o homem tem a idéia de um ser absolutamente perfeito; que a existência é atributo de perfeição; e que, portanto, um ser absolutamente perfeito tem que existir. Mas é evidente que não podemos tirar uma conclusão quanto à existência real partindo de um pensamento abstrato.

O fato de que temos uma idéia de Deus ainda não prova a Sua existência objetiva. Além disto, este argumento pressupõe tacitamente como já existente na mente humana o próprio conhecimento da existência de Deus que teria que derivar de uma demonstração lógica. Kant declarou, com ênfase, insustentável este argumento, mas Hegel o aclamou como um grande argumento em favor da existência de Deus. Alguns idealistas modernos sugeriram que ele poderia ser proposto de forma um tanto diferente, como a que Hocking chamou, ―O registro da experiência‖. Em virtude podemos dizer: ―Tenho idéia de Deus: portanto, tenho experiência de Deus‖.

O ARGUMENTO COSMOLÓGICO.

Este argumento tem aparecido em diversas formas. Em geral se apresenta como segue: Cada coisa existente no mundo tem que ter uma causa adequada; sendo assim, o universo também tem que ter uma causa adequada, isto é, uma causa indefinidamente grande. Contudo, o argumento não produz convicção, em geral. Hume questionou a própria lei de causa e efeito, e Kant assinalou que, se tudo que existe tem uma causa adequada, isto se aplica também a Deus, e, assim, somos suposição de que o cosmo teve uma causa única, uma causa pessoal e absoluta, e, portanto, não prova a existência de Deus. Esta dificuldade

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levou a uma construção ligeiramente diversa do argumento como, por exemplo, a que B.P.Bowne fez.

O universo material aparece como sistema interativo e, portanto, como uma unidade que consiste de várias partes. Daí, deve haver um Agente Integrante que veicule a interação das várias partes ou constitua a base dinâmica da existência delas.

O ARGUMENTO TELEOLÓGICO.

Este argumento também é causal e, na verdade, é apenas uma extensão do imediatamente anterior. Pode ser exposto da seguinte forma: Em toda parte o mundo revela inteligência, ordem, harmonia e propósito, e assim implica a existência de um ser inteligente e com propósito, apropriado para a produção de um mundo como este. Kant considera este argumento o melhor dos três que mencionamos, mas alega que ele não prova a existência de Deus, nem de um criador, mas somente a de um grande arquiteto que modelou o mundo.

É superior ao argumento cosmológico no sentido de que explicita aquilo que não é firmado no anterior, a saber, que o mundo contém evidências de inteligência e propósito. Não se segue necessariamente que este ser é o Criador do mundo. ―A prova teológica‖. Diz Wright. ―indica apenas a provável existência de uma mente que, ao menos em considerável medida, controla o processo do mundo, suficiente para explicar a quantidade de teleologia que nele transparece‖. Hegel considerava este argumento válido, mas o tratava como um argumento subordinado. Os teólogos sociais dos nossos dias rejeitam-no, juntamente com todos os outros argumentos, como puro refugo, mas os neoteístas o aceitam.

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O ARGUMENTO MORAL.

Como os outros argumentos, este também assumiu diferentes formas. Kant tomou seu ponto de partida no imperativo categórico, e deste deferiu a existência de alguém que, como legislador e juiz, tem absoluto direito de dominar o homem. Em sua opinião, este argumento é muito superior a qualquer dos outros. É o argumento em que se apóia principalmente, em sua tentativa de provar a existência de Deus.

Esta pode ser uma das razões pelas quais este argumento é mais geralmente reconhecido do que qualquer outro, embora nem sempre com a mesma formulação. Alguns argumentam baseados na desigualdade muitas vezes observada entre a conduta moral dos homens e a prosperidade que eles gozam na vida presente, e acham que isso requer um ajustamento no futuro que, por sua vez, exige um árbitro justo. A teologia moderna também o usa amplamente, em especial na forma de que o reconhecimento que o homem tem do Sumo Bem e a sua busca de uma ideal moral exigem e necessitam a existência de um ser santo e justo, não torna obrigatória a crença em um Deus, em um Criador ou em um Ser de infinitas perfeições.

O ARGUMENTO HISTÓRICO OU ETNOLÓGICO.

Em geral este argumento toma a seguinte forma: Entre todos os povos e tribos da terra há um sentimento religioso que se revela em cultos exteriores. Visto que o fenômeno é universal, deve pertencer à própria natureza do homem. E se a natureza do homem naturalmente leva ao culto religioso, isto só pode achar sua explicação num ser superior que constituiu o homem um ser religioso. Todavia,

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em resposta a este argumento, pode-se dizer que este fenômeno universal pode ter-se originado num erro ou numa compreensão errônea de um dos primitivos progenitores da raça humana, e que o culto religioso referido aparece com mais vigor entre as raças primitivas e desaparece à medida que elas se tornam civilizadas.

Ao avaliar estes argumentos racionais, deve-se assinalar antes de tudo que os crentes não precisam deles. Sua convicção a respeito da existência de Deus não depende deles, mas, sim, da confiante aceitação da auto-revelação de Deus na Escritura. Se muitos em nossos dias estão querendo firmar sua fé na existência de Deus nesses argumentos racionais, isto se deve em grande medida ao fato de que eles se negam a aceitar o testemunho da palavra de Deus. Além disso, ao usar estes argumentos na tentativa de convencer pessoas incrédulas, será bom ter em mente que de nenhum que nenhum deles se pode dizer que transmite convicção absoluta.

Ninguém fez mais para desacreditá-los que Kant. Desde o tempo dele, muitos filósofos e teólogos os têm descartado como completamente inúteis, mas hoje os referidos argumentos estão recuperando apoio e o seu número está crescendo. E o fato de que em nossos dias tanta gente acha neles indicações satisfatórias da existência de Deus, parece indicar que eles não são inteiramente vazios de valor. Têm algum valor para os próprios crentes, mas devem ser denominados testimonia, e não argumentos.

Eles são importantes como interpretações da revelação geral de Deus e como elementos que demonstram o caráter razoável da fé em um ser divino. Além disso. Podem prestar algum serviço na confrontação com os adversários.

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Embora não provem a existência de Deus além da possibilidade de dúvida e a ponto de obrigar o assentimento, podem ser elaborados de maneira que estabeleçam uma forte probabilidade e, por isso, poderão silenciar muitos incrédulos.

CONCLUSÃO: Nada podemos saber de Deus, se Ele mesmo não quiser revelar. Todo nosso conhecimento de Deus é derivado de sua auto-revelação na natureza e nas escrituras sagradas, precisamos de um relacionamento pessoal intimo com ELE.

ESSÊNCIA, NATUREZA DE DEUS:

Quando falamos em essência de Deus, queremos significar tudo o que é essencial ao Seu Ser como Deus, isto é, substância e atributos.

SUBSTÂNCIA DE DEUS:

Há duas substâncias: matéria e espírito. Deus é uma substância simples: A substância de Deus é puro espírito, sem mistura com a matéria (Jo.4:24).

ATRIBUTOS DE DEUS:

Sua substância é Espírito e Seus atributos são as qualidades ou propriedades dessa substância. Atributos é a manifestação do Ser de Deus.

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CLASSIFICAÇÃO DOS ATRIBUTOS:

NATURAIS E MORAIS:

Também

chamados

de

"intransitivos

e

transitivos",

"incomunicáveis

e

comunicáveis", "absolutos e relativos", "negativos e positivos" ou "imanentes e emanentes".

ATRIBUTOS NATURAIS: VIDA:

Deus tem vida; Ele ouve, vê, sente e age, portanto é um Ser vivo (Jo.10:10; Salmos94:9,l0; IICr.16:9; At.14:15; ITs.1:9). Quando a Bíblia fala do olho, do ouvido, da mão de Deus, etc., fala metaforicamente. A isto se dá o nome de antropomorfismo. Deus é vida (Jo.5:26; 14:26) e o princípio de vida (At.17:25,28).

ESPIRITUALIDADE:

Deus, sendo Espírito, é incorpóreo, invisível, sem substância material, sem partes ou paixões físicas e, portanto, é livre de todas as limitações temporais (Jo.4:24; Dt.4:15-19,23; Hb.12:9; Is.40:25; Lc.24:39; Cl.1:15; ITm.1:17; IICo.3:17)

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PERSONALIDADE:

Existência dotada de auto-consciência e auto-determinação (Ex.3:14; Is.46:11). a) Volição ou vontade = querer (Is.46:10; Ap. 4:11). b) Razão ou intelecto = pensar (Is.14:24; Salmos92:5; Is.55:8). c) Emoção ou sensibilidade = sentir (Gêneses 6:6, IRs.11:9, Dt.6:15; Provérbios .6:16; Tg.4:5)

TRI-UNIDADE: UNIDADE DE SER:

Há no Ser divino apenas uma essência indivisível. Deus é um em sua natureza constitucional. A palavra hebraica que significa um no sentido absoluto é yacheed (Gêneses 22:2), isto é, uma unidade numérica simples. Essa palavra não é empregada para expressar a unidade da divindade. A unidade da divindade é ensinada nas palavras de Jesus: Eu e o Pai somos um. (Jo.10:30). Jesus está falando da unidade da essência e não de unidade de propósito. (Jo.17:11,21-23, IJo.5:7)

TRINDADE DE PERSONALIDADE:

Há três Pessoas no Ser divino: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A palavra hebraica que significa um no sentido de único é echad que se refere a uma unidade composta. Esta palavra é empregada para expressar a unidade da divindade. Esta palavra é usada em Dt.6:4; Gêneses 2:24 e Zc.14:9 (Veja

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também Dt.4:35;32:39; ICr.29:1; Is.43:10;44:6;45:5; IRs.8:60; Mc.10:9;12:29; ICo.8:5,6; ITm.2:5; Tg.2:19; Jo.17:3; Gl.3:20; Ef.4:6).

ELOHIM:

Este nome está no plural e não concorda com o verbo no singular quando designativo de Deus (Gêneses 1:26;3:22; 11:6,7;20:13;48:15; Is.6:8)

HÁ DISTINÇÃO DE PESSOAS NA DIVINDADE:

Algumas passagens mostram uma das Pessoas divinas se referindo à outra (Gêneses 19:24; Os.1:7; Zc.3:1,2; IITm.1:18; Salmos110:1; Hb.1:9).

AUTO EXISTÊNCIA

Jerônimo disse: Deus é a origem de Si mesmo e a causa de Sua própria substância. Jerônimo estava errado, pois Deus não tem causa de existência, pois não criou a Si mesmo e não foi causado por outra coisa ou por Si mesmo; Ele nunca teve início.

Ele é o Eterno EU SOU (Ex.3:14), portanto Deus é absolutamente independente de tudo fora de Si mesmo para a continuidade e perpetuidade de Seu Ser. Deus é a razão de sua própria existência (Jo.5:26; At.17:24-28; ITm.6:15,16).

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INFINIDADE OU PERFEIÇÃO

É o atributo pelo qual Deus é isento de toda e qualquer limitação em seu Ser e em seus atributos (Jó.11:7-10; Mt.5:48). A infinidade de Deus se contrasta com o mundo finito em sua relação tempo-espaço.

ETERNIDADE

A infinidade de Deus em relação ao tempo é denominada eternidade. Deus é Eterno (Salmos 90:2; 102:12,24-27; Salmos 93:2; Ap.1:8; Dt.33:27; Hb.1:12). A eternidade de Deus não significa apenas duração prolongada, para frente e para traz, mas sim que Deus transcende a todas as limitações temporais (IIPe.3:8) existentes em sucessões de tempo. Deus preenche o tempo. Nossa vida se divide em passado, presente e futuro. mas não há essa divisão na vida de Deus. Ele é o Eterno EU SOU. Deus é elevado acima de todos os limites temporais e de toda a sucessão de momentos, e tem a totalidade de sua existência num único presente indivisível (Is.57:15).

IMENSIDÃO

A infinidade de Deus em relação ao espaço é denominada imensidão ou imensidade. Deus é imenso (Grande ou Majestoso; Jó.36:5,26; Jó.37:22,23; Jr.22:18; Salmos145:3). Imensidão é a perfeição de Deus pela qual Ele transcende (ultrapassa) todas as limitações espaciais e, contudo está presente em todos os pontos do espaço com todo o seu Ser PESSOAL (não é panteísmo).

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A imensidão de Deus é intensiva e não extensiva, isto é, não significa extensão ilimitada no espaço, como no panteísmo. A imensidão de Deus é transcendente no espaço (intramundano ou imanente = dentro do mundo – Salmos 139:7-12; Jr.23:23,24) e fora do espaço (supramundano = acima do mundo; extramundano = além do mundo; emanente = fora do mundo - IRs.8:27; Is.57:15).

ONIPRESENÇA:

É quase sinônimo de imensidão: A imensidade denota a transcendência no espaço enquanto que a onipresença denota a imanência no espaço. Deus é imanente em todas as Suas criaturas e em toda a criação. A imanência não deve ser confundida com o panteísmo (tudo é Deus) ou com o deísmo que ensina que Deus está presente no mundo apenas com seu poder (per portentiam) e não com a essência e natureza de ser Ser (per essentiam et naturam) e que age sobre o mundo à distância.

Deus ocupa o espaço repletivamente porque preenche todo o espaço e não está ausente em nenhuma parte dele, mas tampouco está mais presente numa parte que noutra (Salmos 139:11,12). Deus ocupa o espaço variavelmente porque Ele não habita na terra do mesmo modo que habita no céu, nem nos animais como habita nos homens, nem nos ímpios como habita nos piedosos, nem na igreja como habita em Cristo (Is.66:1; At.17:27,28; Compare Ef.1:23 com Cl.2:9).

IMUTABILIDADE:

É o atributo pelo qual não encontramos nenhuma mudança em Deus, em sua natureza, em seus atributos e em seu conselho.

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A "BASE" PARA A IMUTABILIDADE DE DEUS:

É Sua simplicidade, eternidade, auto-existência e perfeição. Simplicidade porque sendo Deus uma substância simples, indivisível, sem mistura, não está sujeito a variação (Tg.1:17). Eternidade porque Deus não está sujeito às variações e circunstâncias do tempo, por isso Ele não muda (Salmos 102:26,27; Hb.1:12 e 13:8). Auto-existência porque uma vez que Deus não é causado, mas existe em Si mesmo, então Ele tem que existir da forma como existe, portanto sempre o mesmo (Ex.3:14). E perfeição porque toda mudança tem que ser para melhor ou pior e sendo Deus absolutamente perfeito jamais poderá ser mais sábio, mais santo, mais justo, mais misericordioso, e nem menos. Por isso Deus é imutável como a rocha (Dt.32:4).

IMUTABILIDADE NÃO SIGNIFICA IMOBILIDADE:

Nosso Deus é um Deus de ação (Is.43:13).

IMUTABILIDADE IMPLICA EM NÃO ARREPENDIMENTO:

Alguns versículos falam de Deus como se Ele se arrependesse (Ex.32:14, IISm.24:16, Jr.18:8; Jl.2:13). Trata-se de antropomorfismo (Nm.23:19; Rm.11:29; ISm.15:29; Salmos110:4).

IMUTABILIDADE DE DEUS EM SUA NATUREZA: Deus é perfeito em sua natureza por isso não muda nem para melhor nem para pior (Ml.3:6).

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IMUTABILIDADE DE DEUS EM SEUS ATRIBUTOS:

Deus é imutável em suas promessas (IRs.8:56; IICo.1:20); em sua misericórdia (Salmos103:17; Is.54:10); em sua justiça (Ez.8:18); em seu amor (Gêneses 18:25,26).

IMUTABILIDADE DE DEUS EM SEU CONSELHO:

Deus planejou os fatos conforme a sua vontade e decretou que este plano seja concretizado. Nada poderá se opor à sua vontade. O próprio Deus jamais mudará de opinião, mas fará conforme seu plano predeterminado (Is.46:9,10; Salmos33:11; Hb.6:17).

ONISCIÊNCIA

Atributo pelo qual Deus, de maneira inteiramente única, conhece-se a Si próprio e a todas as coisas possíveis e reais num só ato eterno e simples. O conhecimento de Deus tem suas características:

É ARQUÉTIPO:

Deus conhece o universo como ele existe em Sua própria idéia anterior à sua existência como realidade finita no tempo e no espaço; e este conhecimento não é obtido de fora, como o nosso (Rm.11:33,34).

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É INATO E IMEDIATO:

Não resulta de observação ou de processo de raciocínio (Jó.37:16)

É SIMULTÂNEO:

Não é sucessivo, pois Deus conhece as coisas de uma vez em sua totalidade, e não de forma fragmentada uma após outra (Is. 40:28).

É COMPLETO:

Deus não conhece apenas parcialmente, mas plenamente consciente (Salmos 147:5).

CONHECIMENTO NECESSÁRIO:

Conhecimento que Deus tem de Si mesmo e de todas as coisas possíveis, um conhecimento que repousa na consciência de sua onipotência. É chamado necessário porque não é determinado por uma ação da vontade divina.

Por exemplo: O conhecimento do mal é um conhecimento necessário porque não é da vontade de Deus que o mal lhe seja conhecido (Hc.1:13) Deus não pode nem quer ver o mal, mas o conhece, não por experiência, que envolve uma ação de Sua vontade, mas sim por simples inteligência, por ser ato do intelecto divino (veja II Co.5:21 onde o termo grego ginosko é usado).

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CONHECIMENTO LIVRE:

É aquele que Deus tem de todas as coisas reais, isto é, das coisas que existiram no passado, que existem no presente e existirão no futuro. É também chamado visionis, isto é, conhecimento de vista.

PRESCIÊNCIA:

Significa conhecimento prévio; conhecimento de antemão. Como Deus pode conhecer previamente as ações livres dos homens? Deus decretou todas as coisas, e as decretou com suas causas e condições na exata ordem em que ocorrem, portanto sua presciência de coisas contingentes (ISm.23:12; IIRs.13:19; Jr.38:17-20; Ez.3:6 e Mt.11:21) apoia-se em seu decreto.

Deus não originou o mal mas o conheceu nas ações livres do homem (conhecimento necessário), o decretou e preconheceu os homens. Portanto a ordem é: conhecimento necessário, decreto, presciência. A presciência de Deus é muito mais do que saber o que vai acontecer no futuro, e seu uso no N.T. é empregado como na LXX que inclui Sua escolha efetiva (Nm.16:5; Jz.9:6; Am.3:2).

Veja Rm.8:29; IPe.1:2; Gl.4:9. Como se processou o conhecimento necessário de Deus nas livres ações dos homens antes mesmo que Ele as decretasse? A liberdade humana não é uma coisa inteiramente indeterminada, solta no ar, que pende numa ou noutra direção, mas é determinada por nossas próprias considerações intelectuais e caráter (lubentia rationalis = auto-determinação

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racional). Liberdade não é arbitrariedade e em toda ação racional há um porquê, uma razão que decide a ação.

Portanto o homem verdadeiramente livre não é o homem incerto e imprevisível, mas o homem seguro. A liberdade tem suas leis - leis espirituais - e a Mente Onisciente sabe quais são (Jo.2:24,25). Em resumo, a presciência é um conhecimento livre (scientia libera) e, logicamente procede do decreto, "...segundo o decreto sua vontade" (Ef.1:11).

SABEDORIA:

A sabedoria de Deus é a Sua inteligência como manifestada na adaptação de meios e fins. Deus sempre busca os melhores fins e os melhores meios possíveis para a consecução dos seus propósitos. H.B. Smith define a sabedoria de Deus como o Seu atributo através do qual Ele produz os melhores resultados possíveis com os melhores meios possíveis.

Uma definição ainda melhor há de incluir a glorificação de Deus: Sabedoria é a perfeição de Deus pela qual Ele aplica o seu conhecimento à consecução dos seus fins de um modo que o glorifica o máximo (Rm.ll:33-36; Ef.1:11,12; Cl.1:16). Encontramos a sabedoria de Deus na criação (Salmos19:1-7; Salmos104), na redenção (ICo.2:7; Ef.3:10) . A sabedoria é personificada na Pessoa do Senhor Jesus ( Provérbios .8 e ICo.1:30; Jó.9:4; veja também Jó 12:13,16).

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ONIPOTÊNCIA

É o atributo pelo qual encontramos em Deus o poder ilimitado para fazer qualquer coisa que Ele queira.

A onipotência de Deus não significa o exercício para fazer aquilo que é incoerente com a natureza das coisas, como, por exemplo, fazer que um fato do passado não tenha acontecido, ou traçar entre dois pontos uma linha mais curta do que uma reta. Deus possui todo o poder que é coerente com Sua perfeição infinita, todo o poder para fazer tudo aquilo que é digno dEle. O poder de Deus é distinguido de duas maneiras:

Potentia Dei absoluta = absoluto poder de Deus Potentia Dei ordinata = poder ordenado de Deus.

- HODGE E SHEDD

Definem o poder absoluto de Deus como a eficiência divina, exercida sem a intervenção de causas secundárias, e o poder ordenado como a eficiência de Deus, exercida pela ordenada operação de causas secundárias.

- CHANOCK

Define o poder absoluto como aquele pelo qual Deus é capaz de fazer o que Ele não fará, mas que tem possibilidade de ser feito, e o poder ordenado como o poder pelo qual Deus faz o que decretou fazer, isto é, o que Ele ordenou ou

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marcou para ser posto em exercício; os quais não são poderes distintos, mas um e o mesmo poder.

O seu poder ordenado é parte do seu poder absoluto, pois se Ele não tivesse poder para fazer tudo que pudesse desejar, não teria poder para fazer tudo o que Ele deseja. Podemos, portanto, definir o poder ordenado de Deus como a perfeição pela qual Ele, mediante o simples exercício de Sua vontade, pode realizar tudo quanto está presente em Sua vontade ou conselho.

E' óbvio, porém, que Deus pode realizar coisas que a Sua vontade não desejou realizar (Gêneses 18:14; Jr.32:27; Zc.8:6; Mt.3:9; Mt.26:53). Entretanto há muitas coisas que Deus não pode realizar: Ele não pode mentir, pecar, mudar ou negar-se a Si mesmo (Nm.23:19; ISm.15:29; IITm.2:13; Hb.6:18; Tg.1:13,17; Hb.1:13; Tt.1:3), isto porque não há poder absoluto em Deus, divorciado de Sua perfeições, e em virtude do qual Ele pudesse fazer todo tipo de coisas contraditórias entre Si (Jó.11:7). Deus faz somente aquilo que quer fazer (Salmos115:3; Salmos135:6).

EL-SHADDAI:

A onipotência de Deus se expressa no nome hebraico El-Shaddai traduzido por Todo-Poderoso (Gêneses 17:1; Ex.6:3; Jó.37:23 etc).

EM TODAS AS COISAS:

A onipotência de Deus abrange todas as coisas (ICr.29:12), o domínio sobre a natureza (Salmos107:25-29; Na.1:5,6; Salmos33:6-9; Is.40:26; Mt.8:27; Jr.32:17;

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Rm.1:20), o domínio sobre a experiência humana (Salmos91:1; Dn.4:19-37; Ex.7:1-5; Tg.4:12-15; Provérbios .21:1; Jó.9:12; Mt.19:26; Lc.1:37), o domínio sobre as regiões celestiais (Dn.4:35; Hb.1:13,14; Jó.1:12; Jó 2:6).

NA CRIAÇÃO, NA PROVIDÊNCIA E NA REDENÇÃO:

Deus manifestou o seu poder na criação (Rm.4:17; Is.44:24), nas obras da providência (ICr.29:11,12) e na redenção (Rm.1:16; ICo.1:24).

SOBERANIA OU SUPREMACIA

Atributo pelo qual Deus possui completa autoridade sobre todas as coisas criadas, determinando-lhe o fim que desejar (Gêneses 14:19; Ne.9:6; Ex.18:11; Dt.10:14,17; ICr.29:11; IICr.20:6; Jr.27:5; At.17:24-26; Jd.4; Salmos22:28; 47:2,3,8; 50:10-12; 95:3-5; 135:5; 145:11-13; Ap.19:6).

VONTADE OU AUTO-DETERMINAÇÃO:

A perfeição de Deus pela qual Ele, num ato sumamente simples, dirige-se à Si mesmo como o Sumo Bem (deleita-se em Si mesmo como tal) e às Suas criaturas por amor do Seu nome (Is.48:9,11,14; Ez.20:9,14,22,44; Ez.36:21-23). A vontade de Deus recebe variadas classificações, pois à ela são aplicadas diferentes palavras hebraicas (chaphets, tsebhu, ratson) e gregas (boule, thelema).

VONTADE PRECEPTIVA:

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Na qual Deus estabeleceu preceitos morais para reger a vida de Suas criaturas racionais. Esta vontade pode ser desobedecida com freqüência (At.13:22; IJo.2:17; Dt.8:20).

VONTADE DECRETÓRIA:

Pela qual Deus projeta ou decreta tudo o que virá a acontecer, quer pretenda realizá-lo causativamente, quer permita que venha a ocorrer por meio da livre ação de suas criaturas (At.2:23; Is.46:9-11). A vontade decretória é sempre obedecida. A vontade decretória e a vontade preceptiva relacionam-se ao propósito em realizar algo.

VONTADE DE EUDOKIA:

Na qual Deus deleita-se com prazer em realizar um fato e com desejo de ver alguma coisa feita. Esta vontade, embora não se relacione com o propósito de fazer algo, mas sim com o prazer de fazer algo, contudo corresponde àquilo que será realizado com certeza, tal como acontece com a vontade decretória (Salmos115:3; Is.44:28; Is.55:11).

VONTADE DE EURESTIA:

Na qual Deus deleita-se com prazer ao vê-la cumprida por Suas criaturas. Esta vontade abrange aquilo que a Deus apraz que Suas criaturas façam, mas que pode ser desobedecido, tal como acontece com a vontade preceptiva (Is.65:12).

A VONTADE DE EUDOKIA:

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Não se refere somente ao bem, e nela não está sempre presente o elemento de deleite (Mt.11:26). A vontade de eudokia e a vontade de eurestia relacionam-se ao prazer em realizar algo.

VONTADE DE BENEPLACITUM:

Também chamada Vontade Secreta. Abrange todo o conselho secreto e oculto de Deus. Quando esta vontade nos é revelada, ela torna-se na Vontade do Signum ou Vontade Revelada. A distinção entre a vontade de beneplacitum e a vontade de signum encontra-se em Deuteronomio.29:29.

A VONTADE SECRETA:

É mencionada em Salmos 115:3; Dn.4:17,25,32,35; Rm.9:18,19; Rm.11:33,34; Ef.1:5,9,11, enquanto que a vontade revelada é mencionada em Mt.7:21; Mt.12:50; Jo.4:34; Jo.7:17; Rm.12:2). Esta vontade está mui perto de nós (Dt.30:14; Rm.10:8). A vontade secreta de Deus pertence a todas as coisas que Ele quer efetuar ou permitir, tal como acontece na vontade decretória, sendo portanto, absolutamente fixa e irrevogável.

LIBERDADE:

A perfeição de Deus no exercício de Sua vontade. Deus age necessária e livremente. Assim como há conhecimento necessário e conhecimento livre, há também uma voluntas necessária = vontade necessária e uma voluntas libera = vontade livre. Na vontade necessária Deus não está sob nenhuma compulsão,

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mas age de acordo com a lei do Seu Ser, pois Ele necessariamente quer a Si próprio e quer a Sua natureza santa.

Deus necessariamente se ama a Si próprio e Suas perfeições. As Suas criaturas são objetos de Sua vontade livre, pois Deus determina voluntariamente o que e quem Ele criará; e os tempos, lugares e circunstâncias de suas vidas. Ele traça as veredas de todas as Suas criaturas, determina o seu destino e as utiliza para Seus propósitos (Jó.ll:10; Jó.23:13,14; Jó.33:13. Provérbios .16:4; Provérbios .21:1; Is.10:15; Is.29:16; Is.45:9; Mt.20:15; Ap.4:11;Rm.9:15-22; ICo.12:11).

ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS

SANTIDADE:

É a perfeição de Deus, em virtude da qual Ele eternamente quer manter e mantém a Sua excelência moral, aborrece o pecado, e exige pureza moral em suas criaturas. Ser Santo vem do hebraico qadash que significa cortar ou separar. Neste sentido também o Novo testamento utiliza as palavras gregas hagiazo e hagios. A santidade de Deus possui dois diferentes aspectos, podendo ser positiva ou negativa (Hb.1:9;Am.5:15; Rm.12:9).

SANTIDADE POSITIVA:

Expressa excelência moral de Deus na qual Ele é absolutamente perfeito, puro e íntegro em Sua natureza e Seu caráter (IJo.1:5; Is.57:15; IPe.1:15,16; Hc.1:13). A santidade positiva é amor ao bem.

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SANTIDADE NEGATIVA:

Significa que Deus é inteiramente separado de tudo quanto é mal e de tudo quanto o aborrece (Lv.11:43-45; Dt.23:14; Jó.34:10;

Provérbios .15:9,26;

Is.59:1,2; Lc.20:26; Hc. 1:13; Provérbios .6:16-19; Dt.25:16; Salmos5:4-6). A santidade negativa é ódio ao mal. Além de possuir dois aspectos a santidade de Deus possui também duas maneiras diferentes de manifestar-se:

RETIDÃO:

Também chamada justiça absoluta, é a retidão da natureza divina, em virtude da qual

Ele

é

infinitamente

Reto

em

Si mesmo

(santidade

legislativa).

Salmos145:17; Jr.12:1; Jo.17:25; Salmos116:5; Ed.9:15.

JUSTIÇA:

Também chamada justiça relativa, é a execução da retidão ou a expressão da justiça absoluta (santidade judicial). Strong a chama de santidade transitiva. A retidão é a fonte da Santidade de Deus, a justiça é a demonstração de Sua santidade.

A justiça de Deus pode ser retributiva e remunerativa. A justiça retributiva se divide em punitiva e corretiva. A justiça punitiva é aquela pela qual Deus pune os pecadores pela transgressão de Suas leis. Esta justiça de Deus exige a execução das penalidades impostas por Suas leis (Salmos 3:5;11:4-7 Dt.32:4;

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Dn.9:12,14; Ex.9:23-27;34:7). A justiça corretiva é aquela pela qual Deus "pune" Seus filhos para corrigi-los (Hb.12:6,7).

Aqueles que não são Seus filhos, Deus pune como um Juiz Severo (Rm.11:22; Hb.10:31), mas aos Seus filhos, Deus "pune" (corrige) como um Pai Amoroso (Jr.10:24;30:11;46:28; Salmos89:30-33; ICr.21:13) A justiça remunerativa é aquela pela qual Deus recompensa, com Suas bênçãos, aos homens pela obediência de Suas leis (Hb.6:10; IITm.4:8; ICo.4:5;3:11-15; Rm.2:6-10; IIJo.8)

IRA:

Esta deve ser considerada como um aspecto negativo da santidade de Deus, pois em Sua ira Deus aborrece o pecado e odeia tudo quanto contraria Sua santidade (Dt.32:39-41; Rm.11:22; Salmos95:11; Dt.1:34-37; Salmos95:11). Podemos, então, dizer que a ira é a manifestação da santidade negativa de Deus (Rm.1:18; IITs.1:5-10; Rm.5:9 etc). A ira é também designada de severidade (Rm.11:22).

BONDADE:

É uma concepção genérica incluindo diversas variedades que se distinguem de acordo com os seus objetos. Bondade é perfeição absoluta e felicidade perfeita em

Si

mesmo

(Mc.10:18;

Lc.18:18,19;

Salmos33:5;

Salmos119:68;

Salmos107:8; Na.1:7).

A BONDADE IMPLICA NA DISPOSIÇÃO DE TRANSMITIR FELICIDADE.

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BENEVOLÊNCIA:

É a bondade de Deus para com Suas criaturas em geral. E' a perfeição de Deus que O leva a tratar benévola e generosamente todas as Suas criaturas (Salmos145:9,15,16; Salmos36:6;104:21; Mt.5:45;6:26; Lc.6:35; At.14:17).

THIESSEN

Define benevolência como a afeição que Deus sente e manifesta para com Suas criaturas sensíveis e racionais. Ela resulta do fato de que a criatura é obra Sua; Ele não pode odiar qualquer coisa que tenha feito (Jó.14:15) mas apenas àquilo que foi acrescentado à Sua obra, que é o pecado (Ec.7:29).

BENEFICÊNCIA:

Enquanto que a benevolência é a bondade de Deus considerada em sua intenção ou disposição, a beneficência é a bondade em ação, quando seus atributos são conferidos.

COMPLACÊNCIA:

É a aprovação às boas ações ou disposições. É aquilo em Deus que aprova todas as Suas próprias perfeições como também aquilo que se conforma com Ele (Salmos35:27; Salmos51:6; Is.42:1; Mt.3:17; Hb.13:16).

LONGANIMIDADE OU PACIÊNCIA:

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O hebraico emprega a palavra erek'aph que significa grande de rosto e daí também lento para a ira. O grego emprega makrothymia que significa ira longe. Portanto longanimidade é o aspecto da bondade de Deus em virtude do qual Ele tolera os pecadores, a despeito de sua prolongada desobediência. A longanimidade revela-se no adiamento do merecido julgamento (Ex.34:6; Salmos86:15; Rm.2:4; Rm.9:22; IPe.3:20; IIPe.3:15)

MISERICÓRDIA:

Também expressa pelos sinônimos compaixão, compassividade, piedade, benignidade, clemência e generosidade. No hebraico usa-se as palavras chesed e racham e no grego eleos. É a bondade de Deus demonstrada para com os que se acham na miséria ou na desgraça, independentemente dos seus méritos (Dt.5:10; Salmos57:10; Salmos86:5; ICr.16:34; IICr.7:6; Salmos116:5; Salmos136;

Ed.3:11;

Salmos145:9;

Ez.18:23,32;

Ex.33:11;

Lc.6:35;

Salmos143:12; Jó 6:14).

A paciência difere da misericórdia apenas na consideração formal do objeto, pois a misericórdia considera a criatura como infeliz, a paciência considera a criatura como criminosa; a misericórdia tem pena do ser humano em sua infelicidade, a paciência tolera o pecado que gerou a infelicidade. A infelicidade e sofrimento deriva-se de um justo desagrado divino, portanto exercer misericórdia é o ato divino de livrar o pecador do sofrimento pelo qual ele justamente e merecidamente deveria passar, como conseqüência do desagrado divino.

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GRAÇA:

É a bondade de Deus exercida em prol da pessoa indigna. Portanto graça é o ato divino de conceder ao pecador toda a bondade de Deus a qual ele não merece receber (Ex.33:19). Na misericórdia Deus suspende o sofrimento merecido, na graça Deus concede bênçãos não merecidas. Todo pecador merece ir para o inferno; assim Deus exerce Sua misericórdia livrando o pecador da condenação.

Nenhum pecador merece ir para o paraíso; assim Deus exerce a Sua graça doando ao pecador o privilégio de ir gratuitamente para o paraíso. Essa diferença entre misericórdia e graça é notada em relação aos anjos que não caíram. Deus nunca exerceu misericórdia para com eles, posto que jamais tiveram necessidade dela, pois não pecaram, nem ficaram debaixo dos efeitos da maldição. Todavia eles são objetos da livre e soberana graça de Deus pela qual foram eleitos (ITm.5:21) e preservados eternamente de pecado e colocados em posição de honra (Dn.7:10; IPe.3:22).

AMOR:

A perfeição da natureza divina pela qual Ele é continuamente impelido a se comunicar. É, entretanto, não apenas um impulso emocional, mas uma afeição racional e voluntária, sendo fundamentada na verdade e santidade e no exercício da livre escolha. Este amor encontra seus objetos primários nas diversas Pessoas da Trindade. Assim, o universo e o homem são desnecessários para o exercício do amor de Deus. Amor é, portanto, a perfeição

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de Deus pela qual Ele é movido eternamente à Sua própria comunicação. Ele ama a Si mesmo, Suas virtudes, Sua obra e Seus dons.

VERDADE:

É a consonância daquilo que é asseverado com o que pensa a Pessoa que fez a asseveração. Neste sentido a verdade é um atributo exclusivamente divino, pois com freqüência os homens erram nos testemunhos que prestam, simplesmente por estarem equivocados a respeito dos fatos, ou então por pura incapacidade fracassam em promessas que fizeram com honestas intenções. Mas a onisciência de Deus impede que Ele chegue a cometer qualquer equívoco, e a Sua onipotência e imutabilidade asseguram o cumprimento de Suas intenções (Dt.32:4; Salmos119:142; Jo.8:26; Rm.3:4; Tt.1:2; Nm.23:19; Hb.6:18; Ap.3:7; Jo.17:3; IJo.5:20; Jr.10:10; Jo.3:33; ITs.1:9; Ap.6:10; Salmos31:5; Jr.5:3; Is.25:1). Ao exercê-la para com a criatura, a verdade de Deus é conhecida como sua veracidade e fidelidade.

VERACIDADE:

Consiste nas declarações que Deus faz a respeito das coisas, conforme elas são, e se relaciona com o que Ele revelou sobre Si mesmo. A veracidade fundamenta-se na onisciência de Deus.

FIDELIDADE:

Consiste no exato cumprimento de Suas promessas ou ameaças. A fidelidade fundamenta-se na Sua onipotência e imutabilidade (Dt.7:9; Salmos36:5;

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ICo.1:9; Hb.10:23; Dt.4:24; IITm.2:13; Salmos89:8; Lm.3:23; Salmos 119:138; Salmos119:75; Salmos89:32,33; ITs.5:24; IPe.4:19; Hb.10:23).

NOMES DE DEUS

Este é o chamado Tetragrama Sagrado ((‫ יהוה‬YHVH ou YHWH (transliteração mais adotada pelos estudiosos), é literalmente O Nome de Deus, na grafia original, refere-se ao nome do Deus de Israel em forma escrita já transliterada (substituição dos símbolos gráficos hebraicos por letras do alfabeto ocidental atual – A, B, C...); etimologicamente tetragrama é uma palavra de origem grega que significa quatro letras (Tetra = quatro / gramma = letra). Esta forma de escrita (e leitura) é feita de trás para frente em relação às formas de escritas ocidentais. Originariamente, em aramaico (hebraico), as palavras são escritas e lidas horizontalmente, da direita para esquerda; ou seja, HVHY. Formado por quatro consoantes hebraicas — Yud ( ( ‫ י‬Hêi (‫ )ה‬Vav (‫ )ו‬Hêi (‫ ; )ה‬o Tetragrama YHVH tem sido latinizado para JHVH já por muitos séculos.

A forma da expressão ao declarar o nome de Deus YHVH (ou JHVH na forma latinizada) deixou de ser utilizada há milhares de anos na pronúncia correta do hebraico original (que é declarada como uma língua quase que completamente extinta).

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Os homens deixaram de pronunciar O Nome de Deus por medo de pecar por pronunciar O Nome de Deus em vão - "Não tomarás o nome de YHWH, teu Deus, em vão, pois YHWH não considerará impune aquele que tomar seu nome em vão." ( Êxodo 20:7) - e com isso perderam a capacidade de pronunciar de forma satisfatória e correta, pois a língua (que quem pronunciava O Nome de Deus no idioma original) precisaria se curvar (dobrar dentro da boca) de uma forma muito difícil, para muitos impossível de ser pronunciada corretamente.

Para alguns eruditos a o nome YHVH pode se identificar mais com as palavras: YaHVeH (vertido em português para Javé), ou YeHoVaH (vertido em português para Jeová). Essas palavras são transliterações possíveis nas línguas portuguesas e espanholas; já outros eruditos a forma mais correta de escrever O Nome de Deus seria Javé (Yahvéh ou JaHWeH). Ainda alguns destes estudiosos concordam que a pronúncia Jeová (YeHoVaH ou JeHoVáH), seria a mais a forma mais correta de pronunciar O Nome de Deus, sendo este o pensamento mais aceito pelos teólogos da atualidade.

Contudo o significado exato do Tetragrama YHVH ainda é objeto de controvérsia entre os especialistas. Em Êxodo 3:14, YHVH disse a Moises: ―Ehiéh ashér ehiéh.‖ Segundo muitas traduções da Bíblia, esta expressão, encontrada no texto hebraico significa: ―EU SOU O QUE SOU‖ . E disse mais: "Assim dirás aos filhos de Israel: 'EU SOU' me enviou até vós.". Esta expressão ―EU SOU O QUE SOU‖ é usada como título para Deus, para indicar que Ele realmente existe antes que houvesse dia (Isaias 48. 17); isso

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corresponde às expressões: "Eu sou aquele que é", "Eu sou o existente". YHVH assim confirma a Sua própria existência.

O Tetragrama YHWH na maioria das versões bíblicas utilizadas no século XX e XXI foi substituído pela palavra SENHOR com todas as letras maiúsculas, para evitar erros e problemas gramaticais.

O certo mesmo é que a pronúncia verdadeiramente correta dO Nome de Deus (YHVH) se perdeu no tempo e hoje nenhum ser humano sabe exatamente como pronunciar este Nome. Mesmo assim os nomes Javé e Jeová são formas que os homens encontraram para tentar pronunciar e invocar O Nome de Deus Pai.

Devemos também considerar que quando uma criança de 04 (quatro) anos se dirige a seu pai terreno, ela não o chama pelo nome e por sua vez o genitor dessa criança não vai deixar de dar-lhe atenção porque ela não sabe pronunciar o seu nome. Deste modo, é importante dizer que sabendo ou não pronunciar corretamente O Nome dEle, todas as pessoas que se dirigirem a Deus, com um espírito quebrantado e um coração contrito, chamando-O de PAI, serão ouvidas por Ele, porque independente do Seu Nome, ELE gosta de Ser Chamado assim.

Alguns dos nomes de Deus dizem respeito a Ele como sujeito: Jeová, Senhor, Deus; outros são atribuídos como predicados que falam dEle ou a Ele, como: Santo, justo, bom, etc. Alguns nomes expressam a relação entre Deus e as criaturas: Criador, Sustentador, Governador, etc. Alguns nomes são comuns às três pessoas, como; Jeová, Deus, Pai, Espírito. E outros são nomes próprios usados para expressarem Sua obra e Seu caráter.

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O nome de Deus é o que Ele é: representação do Seu caráter. Mas o Criador é tão grande que nome algum jamais será adequado à Sua grandeza. Se o céu dos céus não O pode conter, como pode um nome descrever o Criador? Portanto, a Bíblia contém vários nomes de Deus que O revelam em diferentes aspectos de Sua maravilhosa personalidade. ELOÌM Este é o primeiro nome de Deus encontrado nas Escrituras (Gênesis 1:1), e aqui o nome encontra-se em sua forma plural, mas o verbo continua no singular, indicando a pluralidade das pessoas na unidade do Ser. Este nome denota a grandeza e o poder de Deus. Este nome encontra-se somente no relato da criação (Gênesis 1:1-2:4); é o Seu nome de criação. Eloím é sempre traduzido no português, como Deus em nossa Bíblia. De acordo com a opinião mais ponderada entre os estudiosos, esta palavra é derivada duma raiz na língua árabe que significa "adorar". Esta opinião é fortalecida quando observamos que a mesma palavra é usada inapropriadamente para anjos, dos homens, e falsas divindades. No Salmo 8:5 a palavra anjos é eloím no texto original, e vemos que certas vezes os anjos são impropriamente louvados. No Salmo 82:1,6 eloím é traduzido deuses, e é usado para homens. Em Jeremias 10:10-12 temos o verdadeiro Deus (eloím) contrastado com os "deuses" (eloím) que não fizeram os céus nem a terra, implicando assim que ninguém, não ser Deus, é objeto próprio de adoração. EL-SHADAI Este nome composto é traduzido "Deus o Todo poderoso" (El é Deus e Shadai é Todo poderoso). O título El é Deus no singular, e significa forte ou poderoso. El

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é traduzido 250 vezes no Velho Testamento como Deus. Este título é geralmente associado com algum atributo ou perfeição de Deus, como; Deus Todo poderoso (Gênesis 17:3); Deus Eterno (Gênesis. 21:33); Deus zeloso (Êxodo 20:5); Deus vivo (Josué 3:10). Shadai, sempre traduzido Todo-poderoso, significa suficiente ou rico em recursos. Pensa-se que a palavra é derivada duma outra que significa seios. A palavra seio nas Escrituras simboliza bênção e nutrição. Na pronúncia da última bênção de Jacó sobre José quando morria, entre outras coisas disse: "Pelo Deus (El) de teu pai o qual te ajudará, e pelo Todo-poderoso (Shadai), o qual te abençoará com bênçãos dos céus de cima, com bênçãos do abismo que está debaixo, com bênçãos dos peitos e da madre". Gênesis 49:25. Isaías, ao descrever a excelência futura e as bênçãos de Israel, diz: "E mamarás o leite das nações, e te alimentarás dos peitos dos reis; e saberás que eu sou o Senhor, o teu Salvador, e o teu Redentor, o Possante de Jacó". Isaías 60:16. O povo de Deus será sustentado pelos recursos das nações e dos reis porque seu Deus é El-Shadai - O poderoso para abençoar. Satanás tenta competir com Deus e é um falsificador de Suas obras. Portanto, podemos esperar encontrar nas religiões pagãs imitações de Deus em vários aspectos de seu caráter e governo. Este fato é bem demonstrado na seguinte citação tirada do livro de Nathan J. Stone concernente aos nomes de Deus no Velho Testamento. "Tal conceito de um deus ou divindade não era estranha nem incomum aos antigos. Os ídolos dos antigos pagãos são às vezes chamados por nomes que indicam seu poder em suprir as necessidades dos seus adoradores. Sem dúvida, porque eram considerados como grandes agentes da natureza ou dos

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céus, dando chuva, fazendo com que da terra brotassem águas, para trazer abundância e frutos para manter e nutrir a vida. Havia muitos ídolos com peitos, adorados entre os pagãos. Um historiador mostra que o corpo inteiro da deusa egípcia, Isis, era coberto de peitos, porque todas as coisas são sustentadas e nutridas pela terra ou natureza. O mesmo se vê com a deusa Diana dos efésios no capítulo 19 de Atos, pois Diana simbolizava a natureza e todo o mundo, com todos os seus produtos. Este nome de Deus primeiramente aparece em conexão com Abrão. Gênesis 17:1-2. Anos antes e em diferentes ocasiões, Deus prometera a Abraão que faria dele uma grande nação e uma numerosa descendência. Os anos se passaram e o filho prometido a Sara e Abrão não vinha. Foi então que ele recorreu aquele expediente carnal que trouxe Ismael e o Islamismo ao mundo. E a promessa de Deus ainda não havia se cumprido. E agora, de acordo com as leis da natureza, era muito tarde: Abrão contava com 99 anos de idade e Sara com 90. A esta altura é que Deus lhe aparece como o Deus Todo-poderoso (El-Shadai) e repete Sua promessa. E aqui é que seu nome foi mudado de Abrão a Abraão, que significa "pai de muitas nações". Aqui temos uma promessa desconcertante, mas Abraão não vacilou, pois ele "era forte na fé, dando glória a Deus". Romanos 4:20. A fé forte de Abraão era baseada sobre esta nova revelação de Deus como Deus Todopoderoso (El-Shadai). "Ele não considerou mais seu corpo como morto... nem a madre de Sara como infrutífera"; pois seus pensamentos estavam sobre um Deus Todo-suficiente. Esta é uma bela ilustração da diferença entre a lei da natureza e o Deus da natureza. As leis da natureza não podiam produzir um

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Isaque, mas isto não era problema para o Deus da natureza. Não importa, se todas as coisas forem contra Deus; Ele é Todo-suficiente nele mesmo. ADONAI Este nome de Deus está no plural, denotando assim a pluralidade das pessoas na Divindade. É traduzido como Senhor em nossa Bíblia e denota uma relação de Senhor e escravo. Quando usado no possessivo, indica a posse e autoridade de Deus. A escravidão é uma bênção quando Deus é o Dono e Senhor. Nos dias de Abraão, a escravidão era uma relação entre homem e homem e não era um mal implacável. O escravo comprado tinha a proteção e os privilégios não gozados pelos empregados assalariados. O escravo comprado devia ser circuncidado e tinha permissão de participar da Páscoa. Êxodo 12:44. Esta palavra no singular (Adon) refere-se a homem mais de duzentas vezes no Velho Testamento e é traduzida várias vezes como; Senhor, Mestre, Dono. Este nome de Deus é usado pela primeira vez no Velho Testamento em conexão com Abraão. Abraão foi o primeiro a chamar Deus de Adonai. Abraão como dono de escravos reconhecia Deus como seu mestre e proprietário. Quando Abraão retorna da sua vitória sobre os reis, depois de ter libertado Ló, o rei de Sodoma queria gratificá-lo, mas ele recusou recompensas. E "depois destas coisas veio a palavra do Senhor (Jeová) a Abraão dizendo: "Não temas, Abraão, Eu sou teu escudo e tua grande recompensa, e Abraão disse: Senhor Deus" (Adonai Jeová). Ele que possuía escravos reconhecia a si próprio como escravo de Deus.

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JEOVÁ Este é o mais famoso dentre os nomes de Deus e é predicado dele como um Ser necessário e auto-existente. O significado é: AQUELE QUE SEMPRE FOI, SEMPRE É E SEMPRE SERÁ. Temos assim traduzido em Apocalipse 1:4: "Daquele que é, e que era, e que há de vir". Jeová é o nome pessoal, próprio e incomunicável de Deus. No Salmo 83:18 lemos: "Para que saibam que tu, a quem só pertence o nome Jeová, és o Altíssimo sobre toda a terra". Os outros nomes de Deus são às vezes empregados a criaturas, mas o nome Jeová é usado exclusivamente para o Deus vivo e verdadeiro. Os judeus tinham uma reverência supersticiosa por este nome e não o pronunciavam quando na leitura, antes o substituíam por Adonai ou Eloím. Este é o nome de Deus no concerto com o homem. Este nome aparece aproximadamente sete mil vezes e na maioria é traduzido como "Senhor". Como já dissemos ele inclui todos os tempos; passado, presente e futuro. O nome vem de uma raiz que significa "Ser." A. W. Pink tem comentários esclarecedores sobre a relação entre Eloim e Jeová em seu livro: A Inspiração Divina da Bíblia, e citamos: "Os nomes Eloim e Jeová são encontrados nas páginas do Velho Testamento diversas mil vezes, mas nunca são usados de modo negligente nem alternadamente. Cada um destes nomes tem um propósito e significado definido, e se os substituirmos um pelo outro a beleza e a perfeição de muitas passagens seriam destruídas. Como ilustração: A palavra "Deus" aparece em todo o capítulo de Gênesis 1, mas "Senhor Deus" no capítulo 2. Se nestas duas passagens os

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nomes fossem invertidos; falha e defeito seriam o resultado. "Deus" é o título de criação, enquanto que "Senhor" implica relação de concerto e mostra Deus tratando com Seu povo. Portanto, em Gênesis 1, "Deus" é usado, no capítulo 2 "Senhor Deus" é empregado e através do resto do Velho Testamento estes dois nomes são usados discriminadamente e em harmonia com seus significados neste dois primeiros capítulos da Bíblia. Um ou dois exemplos serão o suficiente. "E entraram para Noé na arca, dois a dois de toda carne que havia espírito de vida. E os que entraram, macho e fêmea de toda carne entraram, como Deus (Eloím, C. D. Cole) lhe tinha ordenado; "Deus", porque era o Criador exigindo o respeito de Suas criaturas; mas no restante do mesmo versículo, lemos: "e o Senhor (Jeová, C. D. C.) fechou-a por fora, (Gênesis 7:15-16) isto porque a ação de Deus para com Noé estava baseado na relação de concerto. Quando saiu para enfrentar Golias, Davi disse: "Neste dia o Senhor (Jeová) te entregará na minha mão (porque Davi tinha um concerto com Deus) e ferir-te-ei, e te tirarei a cabeça, e os corpos do arraial dos filisteus darei hoje mesmo às aves dos céus e às bestas da terra; e toda a terra saberá que há Deus (Eloím) em Israel; E saberá toda esta congregação (que estava em relação de concerto com Ele) que o Senhor (Jeová) salva não com espada nem com lança". 1 Samuel 17:46-47. Mais uma vez: "Sucedeu pois que, vendo as capitães dos carros a Josafá disseram: É o rei de Israel e o cercaram para pelejarem, porém Josafá clamou, e o Senhor (Jeová) o ajudou. E Deus (Eloim) os desviou dele". 2 Crônicas 18:31. E assim temos exemplos através todo o Velho Testamento.

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OS TÍTULOS DE JEOVÁ O nome Jeová é muitas vezes usado de modo composto com outros nomes para apresentar o verdadeiro Deus em algum aspecto de Seu caráter, satisfazendo certas necessidades de Seu povo. Existem quatorze destes títulos de Jeová no Velho Testamento, mas neste volume não há espaço para se tratar de cada um separadamente. Teremos que

nos satisfazer com uma

apresentação dos títulos e algumas referências onde são usados: JEOVÁ-HOSENU, "Jeová nosso criador". Salmo 95:6. JEOVÁ-JIRÉ, "Jeová proverá". Gênesis 22:14. JEOVÁ-RAFÁ, "Jeová que te cura". Êxodo 15:26. JEOVÁ-NISSI, "Jeová, minha bandeira". Êxodo 17:15. JEOVÁ-M?KADDÉS, "Jeová que te santifica". Levítico 20:8. JEOVÁ-ELOENU, "Jeová nosso Deus". Salmo 99:5 e 8. JEOVÁ-ELOEKA, "Jeová teu Deus". Êxodo 20:2,5,7. JEOVÁ-ELOAI, "Jeová meu Deus". Zacarias 14:5. JEOVÁ-SHALOM, "Jeová envia paz". Juízes 6:24. JEOVÁ-TSEBAOTE, "Jeová das hostes". 1 Samuel 1:3. JEOVÁ-ROÍ, "Jeová é meu pastor". Salmo 23:1. JEOVÁ-HELEIÓN, "Jeová o altíssimo". Salmo 7:17; 47:2.

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JEOVÁ-TSIDKENU, "Jeová nossa justiça". Jeremias 23:6. JEOVÁ-SHAMÁ, "Jeová está lá". Ezequiel 48:35.

OS NOMES DE DEUS NO NOVO TESTAMENTO TEOS. No Novo Testamento grego este é geralmente o nome de Deus, e corresponde a Eloim no Velho Testamento hebraico. É usado para todas as três pessoas da Trindade, mas especialmente para Deus, o Pai. PATER. Este nome corresponde ao Jeová do V. T., e denota a relação que temos com Deus através de Cristo. É usado para Deus duzentas e sessenta e cinco vezes e é sempre traduzido como Pai. DÉSPOTES. (Déspota no português). Este título denota Deus em Sua soberania absoluta, e é semelhante a Adonai do V. T. Encontramos este nome apenas cinco vezes no N. T., Lucas 2:29; Atos 4:24; 2 Pedro 2:1; Judas 4; Apocalipse 6:10. KÚRIOS. Este nome é encontrado centenas de vezes e traduzido como; Senhor (referendo a Jesus), senhor (referendo ao homem), Mestre (referendo a Jesus),

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mestre (referendo ao homem) e dono. Em citações do hebraico usa-se muitas vezes em lugar de Jeová. É um título do Senhor Jesus como mestre e dono. CHRISTUS. Esta palavra significa o Ungido e é traduzida Cristo. Deriva-se da palavra "chrio" que significa ungir. É o nome oficial do Messias ou Salvador que era por muito tempo esperado. O N. T. utiliza este nome exclusivamente referindo-se a Jesus de Nazaré. Destes nomes todos do Ser Supremo, aprendemos que Ele é o Ser eterno, imutável, auto-existente, auto-suficiente, todo-suficiente e é o supremo objeto de temor, confiança, adoração e obediência.

AS OBRAS DE DEUS O DECRETO DE DEUS É o eterno propósito de Deus, segundo o conselho da sua vontade, pelo qual, para a sua própria glória, ele determinou tudo o que acontece.

O DECRETO DE DEUS É SOMENTE UM: Embora muitas vezes usemos esse termo no plural, em sua própria natureza o decreto é somente um único ato de Deus. Esse ato é imediato e simultâneo, não sucessivo como o nosso, e a sua compreensão é sempre completa. Não existem, pois, uma série de decretos de Deus, mas somente um plano que abrange tudo o que se passa.

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A RELAÇÃO DO DECRETO COM O CONHECIMENTO DE DEUS: O decreto de Deus tem a mais estreita relação com o seu conhecimento. o decreto de Deus não refere-se ao ser essencial de Deus, nem às suas atividades imanentes dentro do ser divino. Deus não decretou ser santo e justo, nem existir como três pessoas numa essência, nem gerar o filho. Essas coisas são como são necessariamente e não dependem da vontade optativa de Deus.

Aquilo que é essencial ao ser divino não pode fazer parte do conteúdo do decreto. O decreto não se limita aos atos realizados pessoalmente por Deus, mas abrange também as ações das suas criaturas livres. Algumas coisas Deus faz pessoalmente, outras ele faz com que aconteçam por meios secundários, os quais ele vitaliza e sustenta pelo seu poder.

O DECRETO NÃO É O ATO PROPRIAMENTE DITO: Deve-se fazer distinção entre o decreto e sua execução. O decreto para criar não é a criação em si, nem o decreto para justificar é a justificação em si. Ordenar Deus o universo de tal modo que o homem seguirá certo curso de ação, também é bem diferente de ordenar-lhe que aja desse modo. O decreto não é dirigido ao homem e não é de natureza estatutária, tampouco impõe compulsão ou obrigação à livre vontade do homem.

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AS CARACTERÍSTICAS DO DECRETO DIVINO: TEM SEU FUNDAMENTO NA SABEDORIA DIVINA (Efésios. 3:10,11, Salmos. 104:24, Provérbios 3:19, jr. 10:12, 51:15, Salmos. 33:11, Provérbios . 19:21.)

É ETERNO ( Atos. 15:18, Efésios. 1:4, ii tm. 1:9.)

É EFICAZ ( Salmos. 33:11, is. 46:10.)

É IMUTÁVEL ( jó 23:13,14, lc. 22:22, at. 2:23.)

É UNIVERSAL E TOTALMENTE ABRANGENTE (Efésios. 1:11, Efésios. 2:10, Provérbios . 16:4, at. 4:27,28,Gêneses 45:8, 50:20, Salmos. 119:89-91, ii ts. 2:13, Efésios. 1:4, jó 14:5, Salmos. 39:4, at. 17:26)

OBJEÇÕES À DOUTRINA DO DECRETO: É INCOERENTE COM A LIBERDADE MORAL DO HOMEM

A Bíblia revela que Deus decretou a liberdade do homem e este, no pleno uso de sua liberdade sempre leva a efeito o decreto absoluto de Deus. ex.: foi decretado que Jesus seria crucificado, todavia os homens foram perfeitamente livres em seu procedimento e responsabilizados por este crime.

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Ademais, o decreto divino só dá certeza aos eventos, mas não implica que Deus os realizará ativamente. A questão é: a certeza prévia de Deus se coaduna com a livre ação. o fato de se estar razoavelmente certos quanto ao curso de ação que alguém que conhecemos seguirá não implica em infringir sua liberdade.

O DECRETO ELIMINA A TODOS OS MOTIVOS PARA ESFORÇO O decreto divino não é dirigido para o homem como uma regra de ação, visto que o conteúdo dele só se torna conhecido pela sua concretização, e depois desta. há porém uma regra de ação incorporada na lei e no evangelho e essa sim, deve ser seguida à risca. o decreto não inclui somente os diversos fatos da vida humana, mas também as livres ações humanas, logicamente anteriores aos resultados e destinadas a produzi-lo. em at. 27 era absolutamente certo que todos os que estavam no navio com Paulo seriam salvos, mas era igualmente certo que, para assegurar este fim, os marinheiros tinham que permanecer a bordo.

O DECRETO FAZ DE DEUS O AUTOR DO PECADO Esta se fosse verdadeira, seria uma objeção insuperável, pois Deus não pode ser o autor do pecado. Isto está claro na lei de Deus. (Salmos. 92:15, ec. 7:29, tg. 1:13, i jo. 1:5). O decreto faz de Deus simplesmente o autor de seres morais livres, eles próprios os autores do pecado. Deus decreta sustentar a livre agência deles, regular as circunstâncias da sua vida, e permitir que a livre escolha deles seja exercida numa multidão de atos, dos quais alguns são pecaminosos.

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Por boas e santas razões, ele dá como certo que esses atos acontecerão, mas não decreta acionar efetivamente esses maus desejos ou más escolhas nos homens. O problema da relação de Deus com o pecado continua sendo um mistério ainda não resolvido por nós. O decreto de Deus apenas permitiu a entrada do pecado no mundo. Não significa que tem prazer nele.

5. A CRIAÇÃO O estudo do decreto nos leva naturalmente à consideração da sua execução, e esta começa com a obra da criação. O conhecimento desta doutrina só se aceita pela fé. (hb. 11:3).

Em distinção à geração do filho, que foi um ato necessário do pai, a criação do mundo foi um ato livre do Deus triúno. A criação esteve eternamente na vontade de Deus e, portanto, não produziu mudança nele.

Antes da criação o tempo não existia, dado que o mundo foi trazido à existência juntamente ―com o‖ tempo, antes que ―no‖ tempo. a igreja, de um modo geral, sustenta que o mundo foi criado em seis dias comuns, no entanto alguns vultos da história da igreja, como Agostinho, afirmavam que os dias seriam dias eternos, já que ―para o Senhor um dia é como mil anos‖.

Alguns também sugerem que transcorreu um longo período de tempo entre a criação primária de Gêneses 1:1,2 e a criação secundária dos versículos subseqüentes. A Bíblia está repleta de provas sobre a criação do mundo por parte de Deus:

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Passagens que salientam a onipotência de Deus na obra da criação. (is. 40:26,28, am. 4:13)

Passagens que indicam sua exaltação acima da natureza. (Salmos. 90:2, 102:26,27, at. 17:24)

Passagens que se referem à sabedoria de Deus na obra da criação. (is. 40:12-14, jr. 10:12-16, jo. 1:3)

Passagens que vêem a criação do ponto de vista da soberania e do propósito de Deus. (is. 43:7, rm. 1:25)

Passagens que falam da criação como a obra fundamental de Deus. (i co. 11:9, cl. 1:16)

Passagens que revelam explicitamente Deus como o criador. (ne. 9:6, is. 42:5, 45:18, Apocalipse 4:11, 10:6)

A crença da Igreja na criação do mundo vem expressa já no primeiro artigo confissão de fé apostólica: ―creio em Deus pai, todo-poderoso, criador dos céus e da terra‖. A Igreja primitiva entendia o verbo ―criar‖ no sentido estrito de ―produzir do nada alguma coisa‖. No entanto deve-se notar que nem sempre a escritura usa a palavra hebráica ―bará‖ e o termo grego ―ktizein‖ nesse sentido absoluto.

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Também emprega esses termos para denotar uma criação secundária, na qual Deus fez uso de material já existente, mas que não podia causar por si mesmo o resultado indicado. (Gêneses 1:21,27, 5:1, is. 45:7,12, 54:16, am. 4:13, i co. 11:9, ap.10:6). Dois outros termos são utilizados como sinônimos de termo ―criar‖: fazer, do hebraico ―asah‖ e do grego ―poiein‖ e formar, do hebraico ―yatsar‖ e do grego ―plasso‖.

DEFINIÇÃO: A criação é o livre ato de Deus pelo qual ele, segundo a sua vontade soberana e para a sua própria glória, produziu no princípio todo o universo, visível e invisível, em parte do nada e em parte de material que, por sua natureza, nada poderia produzir, e assim lhe deu uma existência distinta da sua própria, e, ainda assim dele dependente.

A CRIAÇÃO É UM ATO DO DEUS TRIÚNO: Embora o pai esteja em primeiro plano na obra da criação (i co. 8:6), esta é também reconhecida como obra do filho (jo. 1:3) e do espírito santo (Gêneses 1:2, jó 26:13). Todas as coisas são, de uma só vez, oriundas do pai, por meio do filho e no espírito santo. Pode-se dizer, de modo geral, que o ser provém do pai, a idéia provém do filho e a vida provém do espírito santo.

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A CRIAÇÃO É UM ATO LIVRE DE DEUS: A Bíblia nos ensina que Deus criou todas as coisas segundo o conselho da sua vontade. (ef. 1:11, Apocalipse 4:11) e que ele é auto-suficiente e não depende de suas criaturas, de modo nenhum. (jó 22:2,3, at. 17:25)

A CRIAÇÃO É UM ATO TEMPORAL DE DEUS: A Bíblia começa com a singela declaração: ―no princípio criou Deus os céus e a terra‖. (Gêneses 1:1) o termo hebráico ―bereshith‖ (no princípio) é indefinido e, naturalmente, surge a questão: princípio de quê? parece melhor tomar a expressão no sentido absoluto, como uma indicação do início de todas as coisas temporais e do próprio tempo. não é correto presumir que já existia o tempo quando Deus criou o mundo e que ele, em certo ponto desse tempo existente, deu ―princípio‖ a produção do universo. está claro na escritura que o mundo teve começo em passagens como Salmos 90:2, 102:25, mt. 19:4,8, mc. 10:6, jo. 1:1,2, hb. 1:10.

O FIM ÚLTIMO DA CRIAÇÃO: São duas as teorias sobre qual teria sido a finalidade das coisas criadas:

A FELICIDADE DA HUMANIDADE Alguns teólogos afirmam que a bondade de Deus o induziu a criar o mundo. Ele desejava se comunicar com suas criaturas e a felicidade destas era o fim que ele tinha em vista. No entanto é certo que esse fim ainda não foi alcançado,

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levando em consideração todos os sofrimentos que há no mundo. Não podemos imaginar que um Deus sábio e onipotente escolhesse um fim destinado a falhar no todo ou em parte. (jó 23:13)

A GLÓRIA DECLARATIVA DE DEUS A Igreja de Jesus Cristo encontrou o verdadeiro fim da criação, não em alguma coisa que esteja fora de Deus, mas em Deus mesmo. O fim supremo de Deus na criação é a manifestação de sua glória. (is. 43:7, 60:21, 61:3, lc. 2:14, rm. 9:17, 11:36, i co. 15:2)

A INTERPRETAÇÃO DE GÊNESES 1:1,2: Alguns interpretam Gênesis 1:1 com um título do restante da criação, não possuindo um sentido independente, mas isso é objetável por, pelo menos, duas razões:

1. Porque a narração subsequente está ligada ao primeiro versículo pela partícula ―e‖ (waw), o que não aconteceria se fosse um título.

2. Nos versículos seguintes não contêm o relato da criação dos céus.

A interpretação mais aceita é que Gêneses 1:1 registra a criação original e imediata do universo, chamado ―céus e terra‖. Nessa expressão, a palavra céus refere-se à ordem invisível das coisas, (não deve ser confundido com os céus cósmicos, como nuvens, astros e estrelas) e a palavra terra refere-se à ordem

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visível original. Dos que aceitam essa teoria, muitos acham que a terra era um lugar de habitação de anjos, vindo a se tornar um caos com a rebelião de lúcifer e a expulsão dos rebeldes (vs. 2). A terra então foi transformada numa habitação adequada para os homens.

O CONCEITO DE QUE FORAM DIAS LITERAIS: Apesar de sempre ter havido os defensores de que foram longos períodos de tempo, a ideia predominante na Igreja sempre foi que os dias de Gêneses capítulo 1 devem ser entendidos como dias literais, eis as razões: Em seu significado primário, a palavra ―yom‖ denota um dia natural, e é boa regra de exegese não abandonar o sentido original de uma palavra.

O autor de gênesis parece ter-nos aprisionado absolutamente na interpretação literal acrescentando, quanto a cada dia, as palavras: ―houve tarde e manhã‖, cada dia teve uma tarde e uma manhã, coisa que dificilmente se aplicaria num período de mil anos.

Se cada dia fosse um longo período de tempo, o que seria da vegetação depois que esta foi criada?

Em ex. 20:9-11 ordena-se a Israel que trabalhe seis dias e descanse no sétimo, porque Jeová fez os céus e aterra em seis dias e descansou no sétimo, presume-se nesse texto que os dias eram da mesma espécie tanto para Deus como para os homens.

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Os últimos três dias certamente foram dias comuns, pois foram determinados pelo sol, embora se possa admitir que os dias anteriores tenham sido um pouco diferentes em termos de duração, é extremamente improvável que diferissem como períodos de milhares de anos.

A OBRA DOS DIAS SEPARADOS:

O PRIMEIRO DIA: Foi criada a luz, e pela separação de luz e trevas, o dia e a noite foram constituídos. Muitos contestam esse versículo devido ao sol só ter sido criado no quarto dia. porém a própria ciência mostra que a luz não emana do sol, mas é refletida por ele, como ondas de éter produzidas por elétrons energéticos. o próprio sol é descrito como luzeiro.

O SEGUNDO DIA: A obra do segundo dia também foi de separação, o firmamento foi estabelecido com a divisão das águas de cima e as águas debaixo, as águas de cima são as nuvens e, não, o mar de vidro ou o rio da vida como dizem alguns.

O TERCEIRO DIA: A separação é levada avante com a divisão entre mar e terra seca. Acrescido a isso, foi estabelecido o reino vegetal de plantas e árvores em três grandes classes: ―deshe‖ , plantas que não dão flores e não frutificam umas das outras de

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maneira usual, ―´esebh‖, vegetais e grãos que dão sementes e ―´ets peri‖ árvores frutíferas , que dão fruto segundo a sua espécie. O versículo 12 mostra que as diferentes espécies de plantas foram criados por Deus, e não que se desenvolveram umas das outras.

O QUARTO DIA: Sol, lua e estrelas são criados com uma variedade de propósitos: dividir dia e noite, servir de sinais, ou seja, pontos cardeais, servir de estações, dividindo dias, semanas, meses e anos, transmitir luz a terra possibilitando a existência de vida orgânica.

O QUINTO DIA: Criação das aves e dos peixes, habitantes das águas e dos ares. Também criados segundo a sua espécie, não evoluindo uns dos outros.

O SEXTO DIA: Descreve a criação dos animais, empregando mais uma vez o termo "―produza a terra...". não se deve entender que os animais brotaram naturalmente da terra, mas que foram criados pala palavra de Deus, de maneira definida conforme diz o versículo 25, onde diz que Deus fez os animais selváticos, domésticos e todos os répteis da terra, conforme a sua espécie. a criação do homem se distingue pelo solene conselho que lhe precede ―façamos o homem à nossa imagem e semelhança‖. os dois termos ―imagem e semelhança‖ (tselem e demuth) não significam exatamente a mesma coisa, mas a idéia é que a imagem é de todos

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os modos semelhante ao original. o homem em todo o seu ser é a própria imagem de Deus. O SÉTIMO DIA: O descanso de Deus é como o repouso do artista que, após completar a sua obra prima, agora a observa com profunda admiração e deleite, e se satisfaz perfeitamente contemplando sua produção. ―viu Deus todo quanto fizera, e eis que era muito bom‖. ela respondeu bem ao propósito de Deus e correspondeu ao ideal divino. daí, Deus de regozija com a sua criação, pois reconhece nela o reflexo das suas gloriosas perfeições.

A Doutrina da Trindade INTRODUÇÃO: Embora a palavra ―TRINDADE‖ não apareça nenhuma vez nas escrituras, são abundantes às vezes em que ela nos apresenta Deus como uma pluralidade de pessoas, mesmo sendo ele uma só essência Divina.

A TRINDADE DEFINIDA Talvez o sentido da Trindade de Deus nunca foi afirmado melhor do que está por A. H. Strong – "em a natureza do Deus único há três distinções eternas que se nos representam sob a figura de pessoas e estas três são iguais" (Systematic Theology, pág. 144).

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Os princípios do Seminário estabelecem a doutrina da Trindade como segue: "Deus nos é revelado como Pai, Filho e Espírito Santo, cada um com atributos pessoais distintos, mas sem divisões de natureza, essência ou ser".

A TRINDADE CONSISTE DE TRÊS DISTINÇÕES.

A doutrina da Trindade não quer dizer que Deus meramente Se manifesta em três diferentes maneiras. Há três distinções atuais na Divindade. A verdade disto aparecerá mais claramente depois.

ESTAS TRÊS DISTINÇÕES SÃO ETERNAS.

Isto está provado, de um lado, pela imutabilidade de Deus. Se já houve um tempo em que estas distinções não existiram, então, quando vieram a existir, Deus mudou. Provado está outra vez pelas Escrituras, as quais afirmam ou implicam a eternidade do Filho e do Espírito Santo. Vide João 1:1,2; Apocalipse 22:13,14; Hebreus 9:14. "Não é resposta a isto, que as expressões "gerado" e "procedido de" envolvem, a idéia da existência antecedente do que gera e de quem há processão, porque estes são termos da linguagem humana aplicados a ações divinas e devem ser entendidos ajustadamente a Deus. Não há aqui dificuldade maior do que em outros casos em que este princípio está prontamente reconhecido (Boyce, Abstract of Systematic Theology, págs. 138, 139).

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ESTAS TRÊS DISTINÇÕES NOS SÃO REPRESENTADAS SOB A FIGURA DE PESSOAS, MAS NÃO HÁ DIVISÃO DE NATUREZA, ESSENCIA OU SER. A Doutrina da Trindade não quer dizer triteismo. Quando falamos das distinções da Divindade como pessoas, devemos entender que usamos o termo figuradamente. Não há três pessoas na Divindade no mesmo sentido em que três seres humanos são pessoas. No caso de três seres humanos há divisão de natureza, essência e ser, mas Deus não é assim. Tal concepção de Deus está proibida pelo ensino da Escritura quanto à unidade de Deus.

OS TRÊS MEMBROS DA TRINDADE SÃO IGUAIS. Muitos dos mesmos atributos atribuem-se a cada membro da Trindade e os atributos assim atribuídos são tais como não podiam ser possuídos sem todos os outros atributos divinos. A igualdade dos membros da Trindade mostra-se ainda pelo fato de cada um deles ser reconhecido como Deus, como veremos depois.

A TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTO: O termo plural ―ELOHIM‖ é usado muitas vezes no antigo testamento como designativo de DEUS e é um forte argumento a favor da TRINDADE (Gênesis 14:19-20, Números 24:16, Isaías 14:14);

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Deus fala de si mesmo no plural (Gênesis 1:26, 11:7);

A presença das três pessoas na criação (Gênesis 1:1, 1:2, João 1:1-2);

O anjo de Jeová (JESUS), ora é citado como o próprio DEUS, Ora é distinto dEle (Gênesis 16:7,9,13, Malaquias 3:1).

A TRINDADE NO NOVO TESTAMENTO: Se no antigo testamento Jeová é apresentado como o redentor e salvador de seu povo (Jó 19:25, Salmos 19:14), no novo testamento o Filho é que tem essa capacidade (Mateus 1:21).

Se no antigo testamento é Jeová quem habita em Israel (Salmos 74:2, Zacarias 2:10,11), no novo testamento é o Espírito Santo quem habita na igreja (Romanos 8:9).

O novo testamento revela Deus enviando seu Filho ao mundo (João 3:16) e o pai e o Filho enviando o Espírito Santo (João 14:26, 15:26).

O novo testamento mostra o pai dirigindo-se ao Filho (marcos 1:11), o Filho ao pai (Mateus 11:25), o Espírito Santo ao pai (Romanos 8:36).

No batismo de Jesus o pai fala e o Espírito desce em forma de pomba (Mateus 3:16,17).

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O batismo cristão deve ser em nome do pai, do Filho e do Espírito Santo (Mateus 28:19).

A única passagem que fala explicitamente da tri-unidade de Deus é I João 5:7, mas não devemos construir doutrinas usando textos que aparecem na Bíblia entre colchetes, pois os mesmos não aparecem em todos os manuscritos originais.

COMO ENTENDER A TRINDADE?

HÁ NO SER DIVINO APENAS UMA ESSÊNCIA INDIVISÍVEL Deus é um em seu ser essencial, ou seja, em sua natureza constitucional. (Deuteronômio 6:4; Tiago 2:19)

NESTE ÚNICO SER DIVINO HÁ TRÊS PESSOAS OU SUBSISTÊNCIAS INDIVIDUAIS: O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO.

Em Deus não temos três indivíduos separados uns dos outros, mas somente auto-distinções pessoais dentro da única essência divina. As três subsistências são relacionadas umas com as outras e distintas entre elas por suas propriedades incomunicáveis (Mateus 3:16; 4:1; João 1:18; 5:20-22)

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TODA A INDIVISÍVEL ESSÊNCIA DE DEUS PERTENCE IGUALMENTE A CADA UMA DAS TRÊS PESSOAS

Isso que dizer que a essência não é dividida entre as três pessoas, mas está com a totalidade absoluta da sua perfeição em cada uma das pessoas.

A SUBSISTÊNCIA E AS OPERAÇÕES DAS TRÊS PESSOAS DO SER DIVINO SÃO ASSINALADAS POR CERTA ORDEM DEFINIDA

Quanto à subsistência pessoal o pai é a primeira pessoa, o Filho é a segunda pessoa e o Espírito Santo é a terceira, esta ordem não significa prioridade de tempo ou de dignidade, mas somente à derivação lógica: o pai não é gerado por nenhuma das duas pessoas, nem delas procede; o Filho é eternamente gerado pelo pai e o Espírito Santo procede do pai e do Filho desde toda a eternidade.

HÁ CERTOS ATRIBUTOS PESSOAIS PELOS QUAIS SE DISTINGUEM AS TRÊS PESSOAS

Conquanto sejam obras das três pessoas conjuntamente, atribui-se a criação primariamente ao pai, a redenção ao Filho e a santificação ao Espírito Santo.

ANALOGIAS:

A árvore: com a sua raiz, o seu tronco e seus ramos (mesma essência, várias partes);

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A água: em seus estados líquido, sólido e gasoso (mesma essência, várias formas);

AS OBRAS ATRIBUÍDAS PARTICULARMENTE AO PAI: Em algumas obras do Deus trino o pai está em primeiro plano:

Planejamento da obra da redenção (Salmos 2:7-9, Isaías 40:6-9);

Criação e providência, principalmente em seus estágios iniciais (I Coríntios 8:6);

É aquele que recebe e responde as orações dos santos (João 15:16,23, Mateus 6:6,9).

A DIVINDADE DO FILHO: Os argumentos da Bíblia a favor da divindade do Filho são:

Ela o assevera explicitamente (João 1:1, 20:28, Romanos 9:5, Filipenses 2:6, Tito 2:13, i João 5:20);

Ela aplica a Ele nomes Divinos (Isaías 9:6, 40:3, Jeremias 23:5, 6, Joel 2:32, I Timóteo 3:16);

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ELA ATRIBUI A ELE PERFEIÇÕES DIVINAS, TAIS COMO:

Existência eterna (Apocalipse 1:8, 22:13) Onipresença (Mateus 18:20, 28:20, João 3:13) Onisciência (João 2:24, 25, 21:17, Apocalipse 2:23) Onipotência (Filipenses 3:21) Imutabilidade (Hebreus 1:10-12, 13:8)

ELA FALA DELE COMO REALIZANDO OBRAS DIVINAS, TAIS COMO:

Criação (João 1:3,10, Colossenses 1:16, hebreus 1:2,10) Providência (Lucas 10:22, João 3:35, 17:2, Efésios 1:22, Colossenses 1:17) Perdão de pecados (Mateus 9:2-7, marcos 2:7-10, Colossenses 3:13) Ressurreição e juízo (Mateus 25:31,32, atos 10:42, 17:31, II Timóteo 4:1)

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AS OBRAS ATRIBUÍDAS PARTICULARMENTE AO FILHO:

Mediação, não só na esfera espiritual como na esfera natural (I Coríntios 8:6) Atributos de misericórdia e graça (II Coríntios 13:13, Efésios 5:2,25)

A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO:

A Bíblia lhe dá designativos de pessoa (João 14:26, 15:26, 16:7 o chama de ―parakletos‖, que só admite como tradução ―consolador‖)

SÃO LHE ATRIBUÍDOS CARACTERÍSTICAS DE PESSOA, TAIS COMO:

Inteligência (Romanos 8:16) Vontade (Atos 16:7, I Coríntios 12:11) Sentimentos (Isaías 63:10, Efésios 4:30)

Ele realiza atos próprios de pessoa, como sondar, falar, testificar, ordenar, revelar, lutar, criar, interceder, vivificar, etc. (gênesis 1:2, 6:3, Lucas 12:12, João 16:8, Atos 8:29, 13:2, Romanos 8:11, I Coríntios 2:10,11).

ELE É COLOCADO LADO A LADO COM OUTRAS PESSOAS:

Com os apóstolos (Atos 15:28)

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Com cristo (João 16:14) Com o pai e o Filho (Mateus 28:19, II Coríntios 13:13, I Pedro 1:1,2, Judas 20,21)

A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO:

Pode se estabelecer a veracidade da divindade do espírito com base nas escrituras:

São lhe dados nomes Divinos (Êxodo 17:7, Hebreus 3:7-9, atos 5:3,4, I Coríntios 3:16, II Timóteo 3:16, II Pedro 1:21).

SÃO LHE ATRIBUÍDAS PERFEIÇÕES DIVINAS, COMO:

Onipresença (Salmos 139:7-10) Onisciência (Isaías 40:13,14, Romanos 11:34, I Coríntios 2:10,11, Romanos 15:19) Onipotência (I Coríntios 12:11) Eternidade (Hebreus 9:14)

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ELE REALIZA OBRAS DIVINAS, COMO:

Criação (Gênesis 1:2, Jó 26:13, 33:4) Regeneração (João 3:5,6, Tito 3:5) Ressurreição (Romanos 8:11)

É lhe prestada honra divina (Mateus 28:19, Romanos 9:1, II Coríntios 13:13)

CONCLUSÃO:

Embora seja muito difícil que nossa mente consiga discernir o mistério da TRINDADE, essa verdade é absoluta na Bíblia e precisamos crer nela, ainda que pela fé, a igreja confessa que a Trindade é um ministério que transcende a compreensão do homem. Certamente entenderemos perfeitamente quando estivermos face a face com o Senhor.

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SEGUNDO MÓDULO

A DOUTRINA DOS ANJOS ANGELOLOGIA: A DOUTRINA DOS ANJOS

INTRODUÇÃO

A doutrina dos anjos, é fundamentalmente o estudo dos ministros da providência de Deus ( são os agentes especiais de Deus ). Como em toda doutrina, há uma negligência muito grande desta, nas igrejas e entre os Teólogos. Considerado pelos estudiosos contemporâneos como a mais notável e difícil das matérias. Marco da implantação de grandes seitas e heresias, do mundo atual.

VEJAMOS TRÊS ASPECTOS DE NEGLIGÊNCIA DESTA DOUTRINA:

PRIMEIRO.

Desde a antigüidade, os gnósticos prestavam adoração aos anjos (Cl 2:18); depois então, na Idade Média, com as crenças absurdas dos rituais de bruxarias com culto aos anjos, e agora em nossos dias, os estudos cabalísticos personalizados no meio esotérico e místico, ensinam novamente o culto aos anjos, por meio de bruxos sofisticados e modernos. Sabendo que antes de tudo, a existência e ministério dos anjos são fartamente ensinados nas escrituras, por isso, não podemos negligenciar os ensinamentos sagrados.

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SEGUNDO.

A evidência de possessão demoníaca e adoração a demônios de forma veemente em nossos dias. O apóstolo Paulo parece travar grande luta com a grande idolatria que considerava adoração a demônios ( I Co.10:19-21 ). Nos últimos dias, esta adoração aos demônios e a ídolos deve aumentar bastante (Apocalipse 9:20-21 G.Trib.). A negligência deixa de existir para dar lugar à um crescente pensamento sobre o assunto, especialmente do lado do mal. Não podemos negligenciar tal doutrina.

TERCEIRO.

A prática acentuada do espiritismo que crescerá assustadoramente nos últimos dias, conduzindo homens, mulheres e crianças a profundos caminhos de trevas e cegueira espiritual ( I Tm. 4:1-2 ). E ainda a obra de satanás e dos espíritos maléficos, atrapalhando o progresso da graça em nossos próprios corações e a obra de Deus no mundo ( Ef. 6:12 ).

Ao nosso redor há um mundo espiritual poderoso, populoso e de recursos superiores ao nosso mundo visível. Bons e Maus espíritos passam em nosso meio, de um lugar para o outro, com grande rapidez e movimentos imperceptíveis. Alguns desses espíritos se interessam pelo nosso bem estar, outros, porém, estão empenhados em fazer-nos o mal. Muitas pessoas questionam se existem realmente tais espíritos ou seres, quem são, onde se encontram e o que fazem.

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A palavra de Deus é a única fonte de informação que merece confiança, e que possui respostas para estas perguntas. Ela deixa claro que há outra classe de seres Diferente do homem. Esses seres habitam nos céus e formam os exércitos celestiais, a inumerável companhia dos servos invisíveis de Deus. Esses são os anjos de Deus, os quais estão sujeitos ao governo divino, e o importante papel que têm desempenhado na história da humanidade torna-os merecedores de referência especial. Existem também aqueles, pertencentes a mesma classe de seres, que anteriormente foram servos de Deus mas que agora se encontram em atitude de rebelião contra seu governo.

A doutrina dos anjos segue logicamente a doutrina de Deus, pois os anjos são fundamentalmente os ministros da providência de Deus. Essa doutrina permitenos conhecer a origem, existência, natureza, queda, classificação, obra e destino dos anjos.

A ORIGEM DOS ANJOS

A época de sua criação não é indicada com precisão em parte alguma, mas é provável que tenha se dado juntamente com a criação dos céus (Gênesis1:1 ). Pode ser que tenham sido criados por Deus imediatamente após a criação dos céus e antes da criação da terra, pois de acordo com Jó 38:4-7, rejubilavam todos os filhos de Deus quando Ele lançava os fundamentos da terra. Que os anjos não existem desde a eternidade é mostrado pelos versículos que falam de sua criação ( Ne 9:6 , Salmos 148:2,5; Cl 1:16 ). Embora não seja citado número definido na Bíblia, acredita-se que a quantidade de anjos é muito grande ( Dn 7:10; Mateus26:53; Hb 12:22 ).

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TERMINOLOGIA

O termo anjo da língua portuguesa tem origem na palavra latina angelu, que por sua vez se deriva do termo aggelov (aggelos) do grego. Em hebreu, a palavra traduzida como anjo é K)lm (mal'ak).

A palavra malak ocorre 214 vezes no Antigo Testamento, e a palavra aggelos ocorre 188 vezes no Novo Testamento, sendo que ambas tem o significado de mensageiro, representante, enviado ou embaixador.

Pela terminologia também podemos entender que os anjos têm gênero masculino, pois são assim invariavelmente referidos. Não cabe, portanto, a idéia de que anjos não teriam gênero definido. Se assim o fosse, seriam estes representados por palavras de gênero neutro nas línguas de origem, ou em ocasiões seriam representados utilizando-se palavras de gênero masculino e em outras de gênero feminino; fatos estes que nunca ocorrem.

A NATUREZA DOS ANJOS

SÃO SERES ESPIRITUAIS E INCORPÓREOS.

Os anjos são descritos espíritos, porque diferentes dos homens, eles não estão limitados às condições naturais e físicas. Aparecem e desaparecem, e movimenta-se com uma rapidez imperceptível sem usar meios naturais. Apesar de serem espíritos, têm o poder de assumir a forma de corpos humanos a fim de tornar visível sua presença aos sentidos do homem (Gênesis 19:1-3). Que os

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anjos são incorpóreos está claro em Efésios 6.12, onde Paulo diz que "a nossa luta não é contra a carne nem sangue, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes". Outras referências: Salmos 104:4; Hb 1:7,14; At 19:12; Lc 7:21; 8:2; 11:26; Mateus8:16; 12.45. Não têm carne nem ossos e são invisíveis ( Cl 1:16).

SÃO UM EXÉRCITO E NÃO UMA RAÇA.

As Escrituras ensinam que o casamento não é da ordem ou do plano de Deus para os anjos (Mateus 22:30; Lc 20:34 -36 ), portanto não se caracteriza uma raça. No Velho Testamento por cinco vezes os anjos são chamados de "filhos de Deus" ( Gênesis6:2,4; Jó 1:6; 2:1; 38:7 ) mas nunca lemos a respeito dos "filhos dos anjos". Os anjos sempre são descritos como varões, porém na realidade não tem sexo, não propagam sua espécie ( Lc 20:34-35 ).

Várias passagens das Escrituras indicam que há um número muito grande de anjos (Dn 7:10; Mateus26:53; Salmos 68:17; Lc 2:13; Hb 12:22 ), e são repetidamente mencionados como exércitos do céus ou de Deus. No Getsêmani, Jesus disse a um discípulo que queria defendê-los dos que vieram prendê-lo: "Acaso pensas que não posso rogar ao meu pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos"? ( Mateus26:53 ). Portanto, seu criador e mestre é descrito como "Senhor dos Exércitos".

É evidente que eles são criaturas e portanto limitados e finitos. Apesar de terem mais livre relação com o espaço e o tempo do que o homem, não podem estar em dois ou mais lugares simultaneamente.

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SÃO SERES RACIONAIS MORAIS E IMORTAIS.

Aos anjos são atribuídas características pessoais; são inteligentes dotados de vontade e atividade. O fato de que são seres inteligentes parece inferir-se imediatamente do fato de que são espíritos (2 Sm 14:20; Mateus24:36 , Ef 3:10; 1 Pe 1:12; 2 Pe 2:11). Embora não sejam oniscientes, são superiores ao homens em conhecimento (Mateus24:36) e por ter natureza moral estão sob obrigação moral; são recompensados pela obediência e punidos pela desobediência.

A Bíblia fala dos anjos que permanecerem leais como "santos anjos" ( Mateus25:31; Mc 8:38; Lc 9:26; At 10:22; Apocalipse 14:10) e retrata os que caíram como mentirosos e pecadores (Jo 8:44; 1 Jo 3:8-10).

A imortalidade dos anjos está ligada ao sentido de que os anjos bons não estão sujeitos a morte (Lc 20:35-36), além de serem dotados de poder formando o exército de Deus, uma hoste de heróis poderosos, sempre prontos para fazer o que o Senhor mandar ( Sl 103:20; Cl 1:16; Ef. 1:21; 3:10; Hb 1:14) enquanto que os anjos maus formam o exército de Satanás empenhados em destruir a obra do Senhor (Lc 11:21; 2 Ts 2:9; 1 Pe 5:8 ). Ilustrações do poder de um anjo são encontradas na libertação dos apóstolos da prisão ( At 5:19; 12:7) e no rolar da pedra de mais de 4 toneladas que fechou o túmulo de Cristo (Mateus28:2 )

A CLASSIFICAÇÃO DOS ANJOS

ANJOS BONS E ANJOS MAUS

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Há pouca informação sobre o estado original dos anjos. Porém no dia de sua obra criadora Deus viu tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Pressupõese que todos os anjos tiveram um boa condição original (Jo 8:44; 2 Pe 2:4; Jd 6). Os anjos bons são chamados "anjos eleitos" (1 Tm 5:21) e evidentemente receberam graça suficiente para habilitá-los a manter sua posição de perseverança, pela qual foram confirmados em sua condição e agora são incapazes de pecar . São chamados também de "santos anjos ou anjos de luz" (2Co 11:14). Sempre contemplam a face Deus (Lc 9:26), e tem vida imortal ( Lc 20:36 ). Sua atividade mais elevada é a adoração a Deus ( Ne 9:6; Fp 2:9-11; Hb 1:6; Jó 38:7; Is 6:3; Salmos 103:20; 148:2 Apocalipse 5:11).

QUATRO TIPOS DE ANJOS BONS:

ANJOS BONS.

Tanto no grego quanto no hebraico a palavra "anjo" significa "mensageiro". São exércitos como seres alados (Dn 9:21; Apocalipse 14:6) para nos favorecer. Desde a entrada do pecado no mundo, eles são enviados para dar assistência aos herdeiros da salvação (Hb 1:14). Eles se regozijam com a conversão de um pecador (Lc 15:10), exercem vigilância protetora sobre os crentes (Salmos 34:7; 91:11), protegem os pequeninos (Mateus18:10), estão presentes na igreja (1 Tm 5:21) recebem aprendizagem das multiformes riquezas da graça de Deus (Efésios 3:10; 1 Pe 1:12) e encaminham os crentes ao seio de Abraão (Lc 16:22,23). A idéia de que alguns deles servem de anjos da guarda de crentes individuais não tem apoio nas Escrituras. A declaração de Mateus18:10 é geral

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demais, embora pareça indicar que há um grupo de anjos particularmente encarregado de cuidar das criancinhas. At 12:15 tampouco o prova, pois esta passagem mostra apenas que, naquele período primitivo havia alguns, mesmo entre discípulos, que acreditavam em anjos guardiões.

Embora os anjos não constituam um organismo, evidentemente são organizados de algum modo. Isto ocorre do fato de que ao lado do nome geral "anjo", a Bíblia emprega certos nomes específicos para indicar classe de anjos. O termo grego "angelos" (anjos = mensageiros ) também e freqüentemente aplicado a homens (Mateus11:10; Mc 1:2; Lc 7:24; 9:52; Gl 4:14). Não há nas Escrituras um nome geral, especificamente distintivo, para todos os seres espirituais. Eles são chamados filhos de Deus, (Jó 1:6; 2:1) espíritos (Hb 1:14), santos (Salmos 89:5,7; Zc 14:5; Dn 8:13 ), vigilantes (Dn 4:13,17). Contudo, há nomes específicos que indicam diferentes classes de anjos.

ANJOS BONS: QUERUBINS.

São responsáveis pela guarda da entrada do paraíso (Gênesis3:24), observam o propiciatório (Ex 25:18,20; Salmos 80:1; 99:1; Is 37:16; Hb 9:5) e constituem a carruagem de que Deus se serve para descer à terra (2 Sm 22:11; Salmos 18:10). Como demonstração do seu poder de majestade, em Ez 1º e Apocalipse 4º são representados simbolicamente como seres vivos em várias formas. Mais do que outras criaturas, eles foram destinados a revelar o poder, a majestade e a glória de Deus, e a defender a santidade de Deus no jardim do Éden, no tabernáculo, no templo e na descida de Deus à terra.

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ANJOS BONS: SERAFINS. Mencionados somente em Is 6:2,6, constituem uma classe de anjos muito próxima dos querubins. São representados simbolicamente em forma humana com seis asas cobrindo o rosto, os pés e duas prontas para execução das ordens do Senhor. Permanecem servidores em torno do trono do Deus poderoso, cantam louvores a Ele e são considerados os nobres entre os anjos. ANJOS BONS: ARCANJOS. O termo arcanjo só ocorre duas vezes nas escrituras (1 Ts 4:16; Jd 9), mas há outras referências para ao menos um arcanjo, Miguel. Ele é o único a ser chamado de arcanjo e aparece comandando seus próprios anjos (Apocalipse 12.7) e como príncipe do povo de Israel (Dn 10:13,21; 12.1). A maneira pela qual Gabriel é mencionado também indica que ele é de uma classe muito elevada. Ele está diante da presença de Deus (Lc 1:19) e a ele são confiadas as mensagens de mais elevada importância com relações ao reino de Deus (Dn 8:16; 9:21). PRINCIPADOS, POTESTADES, TRONOS E DOMÍNIOS. A Bíblia menciona certas classes de anjos que ocupam lugares de autoridades no mundo angélico, como principados e potestades (Efésios 3:10; Cl 2:10), tronos (Cl 1:16), domínios (Efésios 1:21; Cl 1:16 ) e poderes (Efésios 1:21 , 1 Pe 3:22). Estes nomes não indicam espécies de anjos, mas diferenças de classe ou de dignidade entre eles. Embora em Efésios 1:21 a referência parece incluir tanto anjos bons quanto os maus, nas outras passagens essa terminologia se refere definitivamente apenas aos anjos maus (Rm 8:38; Efésios 6:12; Cl 2:15). Veja mais abaixo.

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ANJOS MAUS

Os anjos foram criados perfeitos e sem pecado, e como o homem dotado de livre escolha. Sob a direção de Satanás, muitos pecaram e foram lançados fora do céu (2 Pe 2:4; Jd 6). O pecado, no qual eles e seu chefe caíram foi o orgulho. Alguns tem pensado que a ocasião de rebelião dos anjos foi a revelação da futura encarnação do Filho de Deus e a obrigação deles o adorarem.

Segundo as Escrituras, os anjos maus passam o tempo no inferno (2 Pe 2:4) e no mundo, especialmente nos ares que nos rodeiam. (Jo 12:31; 14:30; 2 Co 4:4; Apocalipse 12:4,7-9). Enganando os homens por meio do pecado, exercem grande poder sobre eles (2 Co 4:3,4; Efésios 2:2; 6:11,12); este poder está aniquilado para aqueles que são fieis a Cristo, pela redenção que ele consumou (Apocalipse 5:9; 7:13,14). Os anjos não são contemplados no plano da redenção (1 Pe 1:12), mas no inferno foi preparado o eterno castigo dos anjos maus (Mateus25:41).

Os anjos maus são empregados na execução dos propósitos de Satanás, que são opostos aos propósitos de Deus, e estão envolvidos nos obstáculos e danos contra a vida espiritual e o bem estar do povo de Deus.

O texto de efésios 6:12 traz uma noção de como são organizados os anjos caídos:

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ANJOS MAUS PRINCIPADOS No grego ―archás‖ – essa palavra é usada para descrever uma série de ―líderes, reis, majestades ou governadores‖. Isso mostra que o reino satânico está bem organizado. Satanás é o chefe e sob seu domínio está uma fila de espíritos de altas posições. Algumas passagens do antigo testamento nos dão base para supormos que esses príncipes são colocados sobre regiões específicas, com o único objetivo de fazer o mal (Daniel 10:13; Ezequiel 28:2). Isso talvez explique por que determinadas regiões apresentem sistematicamente o mesmo tipo de problema no decorrer de sua história: corrupção, violência, divórcio, prostituição, homossexualismo, suicídio, desemprego, seca, etc. esse pode ter sido o motivo por que os demônios que saíram do gadareno pediram para não serem mandados para fora do país (marcos 5:9, 10).

ANJOS MAUS POTESTADES No grego ―exousías‖ – é a palavra traduzida por ―autoridades‖. Os espíritos imundos estão investidos de autoridade para realizar seu propósito maligno. Essa autoridade vem do seu chefe (o diabo), obviamente por permissão de deus, e foi dada por causa do pecado. Dentro do propósito eterno de deus, está previsto que até que a criação seja redimida completamente, o que se dará após o arrebatamento da igreja, satanás tem autoridade para agir (i João 5:19; apocalipse 12:12). no entanto o crente tem autoridade maior, inclusive sobre os espíritos imundos (Lucas 10:17-19).

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ANJOS MAUS DOMINADORES DESTE MUNDO No grego ―kosmokrátoras‖ – que também é traduzido por ―príncipes deste século‖ ou ―deuses deste século‖ (ii coríntios 4:4). Quando adão caiu por seu próprio pecado, satanás ganhou domínio sobre o mundo. Em Mateus 4:9 ele oferece a Jesus a glória deste mundo se recebesse adoração. Não vemos Jesus respondendo que ele não poderia oferecer isso, que não era dele, mas resistindo à sua proposta pela palavra de deus dizendo que preferia oferecer culto a deus.

ANJOS MAUS FORÇAS ESPIRITUAIS DO MAL No grego ―dunamys‖ - que pode ser traduzido como ―poderes‖. Esse texto mostra que os poderes das trevas estão unidos num só propósito: o mal. Jesus já havia alertado em João 10:10 que ―o ladrão vem somente para roubar, matar e destruir‖. Ainda que satanás se disfarce em anjo de luz e atraia muitas pessoas, seu propósito é sempre maligno.

A QUEDA DOS ANJOS MAUS

O FATO DA SUA QUEDA

Tudo nos leva a crer que os anjos foram criados em estado de perfeição. No capitulo 1º de Gênesis, lemos sete vezes que o que Deus havia feito era bom. No ultimo versículo deste capitulo lemos "Viu Deus tudo o quanto fizera, e eis que era muito bom". Isso certamente inclui a perfeição dos anjos em santidade quando originalmente criados. Algumas pessoas acham que Ez 28:15 se refere

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a Satanás. Se for assim, ele é definitivamente mostrado como tendo sido criado perfeito. Mas diversas passagens mostram alguns dos anjos como maus (Sl 78:49; Mateus25:41; Apocalipse 9:11; Apocalipse 12:7-9). Isto se deve ao fato de terem deixado seu próprio principado e habitação apropriada (Jd 6) e pecado (2 Pe 2:4). Não há duvida que Satanás tenha sido o chefe da apostasia. Is 14:12 e Ez 28:15-17 parece lamentar a sua queda.

A ÉPOCA DE SUA QUEDA

Nas Escrituras não há referência de quando ocorreu a queda dos anjos, mas deixa claro que se deu antes da queda do homem, já que Satanás entrou no jardim na forma de serpente e induziu Eva a pecar (Gênesis3).

A CAUSA DE SUA QUEDA.

De acordo com as Escrituras o universo e a criatura eram originalmente perfeitos. A criatura tinha originalmente a capacidade de pecar ou não. Ela foi colocada na posição de poder fazer qualquer uma das duas coisas sem ser obrigada a optar por uma delas. Em outras palavras, sua vontade era autônoma.

Portanto, conclui-se que a queda dos anjos se deu devido a sua revolta deliberada e auto determinada contra Deus. Grande prosperidade e beleza parecem ser apontadas como possíveis causas. Em Ez 28:11-19, o rei de Tiro parece simbolizar Satanás e diz-se que ele caiu devido a essas coisas. Ambição desmedida e o desejo de ser mais que Deus parecem ser outra causa. O rei da

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Babilônia é acusado de ter essa ambição, ele também parece simbolizar Satanás (Is 14.13-14).

Em qualquer um dos casos o egoísmo, descontentamento com aquilo que tinha e o desejo de ter tudo o que os outros tinham, foi a causa da queda de Satanás e de outros anjos que o seguiram.

O RESULTADO DE SUA QUEDA Todos eles perderam a sua santidade original e se tornaram corruptos em natureza e conduta (Mateus10:1; Ef 6:11-12; Apocalipse 12:9); Alguns deles foram lançados no inferno e estão acorrentados até o dia do julgamento (2 Pe 2:4); Alguns deles permanecem em liberdade e trabalham em definida oposição à obra dos anjos bons (Apocalipse 12:7-9; Dn 10:12,13,20,21; Jd 9); Pode também ter havido um efeito sobre a criação original. A terra foi amaldiçoada ao pecado de Adão (Gênesis3:17-19) e a criação está gemendo por causa da queda (Rm 8:19-22).

Não é improvável, portanto, que o pecado dos anjos tenha tido algo a ver com a ruína da criação original no capítulo 1º de Gênesis; Eles serão, no futuro, atirados para a terra (Apocalipse 12:8-9), e após seu julgamento (1 Co 6:3), no lago de fogo e enxofre (Mateus25:41; 2 Pe 2:4; Jd 6).

OS DEMÔNIOS

As Escrituras não descrevem a origem dos demônios. Essa questão parece ser parte do mistério que rodeia a origem do mal. Porém, as Escrituras dão claro testemunho da sua existência real e de sua posição (Mateus12:26-28). Nos

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Evangelhos aparecem os espíritos maus desprovidos de corpos, que entram nas pessoas, das quais se diz que têm demônios. Os efeitos desta possessão se evidenciam

por

loucura,

epilepsia

e

outras

enfermidades,

associadas

principalmente com o sistema mental e nervoso (Mateus9:33; 12:22; Mc 5:4,5). O indivíduo sob a influência de um demônio não é senhor de si mesmo; o espírito fala através de seus lábios ou emudece à sua vontade; leva-o aonde quer e geralmente o usa como instrumento, revestindo-o às vezes de uma força sobrenatural.

Quando examinam as Escrituras, algumas pessoas ficam em dúvida se os demônios devem ser classificados juntamente com os anjos ou não; mas não há dúvida de que na Bíblia, há ensino positivo concernente a cada um dos dois grupos.

Ainda que alguns falem em "diabos", como se houvesse muitos de sua espécie, tal expressão é incorreta. Há muitos "demônios", mas existe um único "diabo". Diabo é a transliteração do vocábulo grego "diabolos", nome que significa "acusador" e é aplicado nas Escrituras exclusivamente a Satanás. "Demônio" é a transliteração de "daimon" ou "daimonion".

A NATUREZA DOS DEMÔNIOS

São seres inteligentes (Mateus8:29,31; 1 Tm 4:1-3; 1 Jo 4:1 e Tg 2:19), possuem características de ações pessoais o que demonstra que possuem personalidade (Mc 1:24; Mc 5:6,7; Mc 8:16; Lc 8:18-31); São seres espirituais (Lc 9:38,39,42; Hb 1:13,14; Hb 2:16; Mateus8:16; Lc 10:17,20); São reputados

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idênticos aos espíritos imundos, no Novo Testamento; São seres numerosos (Mc 5:9) de tal modo que tornam Satanás praticamente ubíquo por meio desses seus representantes; São seres vis e perversos - baixos em conduta (Lc 9:39; Mc 1:27; 1 Tm 4:1; Mateus4:3); São servis e obsequiosos (Mateus12:24-27). São seres de baixa ordem moral, degenerados em sua condição, ignóbeis em suas ações, e sujeitos a Satanás.

AS ATIVIDADES DOS DEMÔNIOS

Apossam-se dos corpos dos seres humanos e dos irracionais (Mc 5:8, 11-13); Afligem aos homens mental e fisicamente (Mateus12:22; Mc 5:4,5); Produzem impureza moral (Mc 5:2; Efésios 2:2);

SATANÁS

ORIGEM DE SATANÁS

Alguns afirmam que Satanás não existe, mas observando-se o mal que existe no mundo, é lógico que se pergunte: "Quem continua a fazer a obra de Satanás durante a sua ausência, se é que ele não existe?"

Satanás aparece nas Escrituras como reconhecido chefe dos anjos decaídos. Ele era originalmente um dos poderosos príncipes do mundo angélico, e veio a ser o líder dos que se revoltaram contra Deus e caíram. De acordo com as Escrituras, Satanás era originalmente Lúcifer ("o que leva a luz"), o mais glorioso dos anjos.

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Mas ele orgulhosamente aspirou a ser "como o Altíssimo" e caiu "na condenação (Ez 28:12,19; Is 14:12-15). O nome "Satanás" revela-o como "o adversário", não do homem em primeiro lugar, mas de Deus. Ele investe contra Adão como a coroa da produção de Deus, forja a destruição, razão pela qual é chamado Apolion (destruidor), Apocalipse 9:11, e ataca Jesus, quando Este empreende a obra de restauração.

Depois da entrada do pecado no mundo ele se tornou "diabolos" (acusador), acusando continuamente o povo de Deus, Apocalipse 12:10. Ele é apresentado nas Escrituras como o originador do pecado (Gênesis3:1,4; Jo 8:44; 2 Co 11:3; 1 Jo 3:8; Apocalipse 12:9; 20:2,10) e aparece como reconhecido chefe dos que caíram (Mateus25:41; 9:34; Efésios 2:2). Ele continua sendo o líder das hostes angélicas que arrastou consigo em sua queda, e as emprega numa desesperada resistência a Cristo ao seu reino.

É também chamado "príncipe deste mundo" (Jo 12:31; 14:30; 16:11) e até mesmo "deus deste século" (2 Co 4:4). Não significa que ele detém o controle do mundo, pois Deus é quem o detém, e Ele deu toda autoridade a Cristo, mas o sentido é que Satanás tem sob controle este mundo mau, o mundo naquilo em que está separado de Deus (Efésios 2:2).

Ele é mais que humano, mas não é divino; tem poder, mas não é onipotente; exerce influência em grande escala, mas restrita (Mateus12:29; Apocalipse 20:2), e está destinado a ser lançado no abismo (Apocalipse 20:10).

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CARÁTER DE SATANÁS

Presunçoso (Mateus 4:4,5);

Orgulhoso (1 Tm 3:6; Ez 28:17);

Poderoso (Efésios 2:2);

Maligno (Jó 2:4);

Astuto (Gênesis3:1; 2 Co 11:3);

Enganador (Efésios 6:11);

Feroz e cruel (1 Pe 5:8).

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ATIVIDADES DOS ANJOS MAUS:

A NATUREZA DAS ATIVIDADES:

Perturbar a obra de Deus (1 Ts 2:18);

Opor-se ao Evangelho (Mateus 13:19; 2 Co 4:4);

Dominar, cegar, enganar e laçar os ímpios (Lc 22:3; 2 Co 4:4; Apocalipse 20:7,8; 1 Tm 3:7);

Afligir e tentar os santos de Deus (1 Ts 3:5).

O MOTIVO DE SUAS ATIVIDADES:

Ele odeia até a natureza humana com a qual se revestiu o Filho de Deus. Intenta destruir a igreja porque ele sabe que uma vez perdendo o sal da terra o seu sabor, o homem torna-se vítima em suas mãos inescrupulosas.

SUAS ATIVIDADES SÃO RESTRITAS:

Ao mesmo tempo que reconhecemos que Satanás é forte, devemos ter cuidado de não exagerar o seu poder. Para aqueles que crêem em Cristo, ele já é um inimigo derrotado (Jo 12:31), e é forte somente para aqueles que cedem à

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tentação. Apesar de rugir furiosamente ele é covarde (Tg 4:7). Não pode tentar (Mateus4:1), afligir (1 Ts 3:5), matar (Jó 2:6), nem tocar no crente sem a permissão de Deus.

SUA ATUAÇÃO

Não limita sua operações aos ímpios e depravados. Muitas vezes age nos círculos mais elevados como "um anjo de luz" (2 Co 11:14).

Deveras, até assiste às reuniões religiosas, o que é indicado pela sua presença no ajuntamento dos anjos (Jó 1:6), e pelo uso dos termos "doutrina de demônios" (1 Tm 4:1) e "a sinagoga de Satanás" (Apocalipse 2:9). Freqüentemente seus agentes se fazem passar como "ministros de justiça" (2 Co 11:15).

O SERVIÇO DOS ANJOS BONS SERVIÇO COMUM:

É definido como serviço comum dos anjos seus louvores a deus dia e noite (Isaías 6:3, salmos 103:20, apocalipse 5:11), dão assistência aos herdeiros da salvação (Hebreus 1:14), protegem os crentes (Salmos 34:7), protegem os pequeninos (Mateus 18:10), estão presentes na igreja (i coríntios 11:10, I Timóteo 5:21) e encaminham os crentes ao céu (Lucas 16:22).

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SERVIÇO ESPECIAL:

A queda do homem tornou necessária a atuação extraordinária dos anjos. Muitas vezes eles são intermediários das revelações especiais de deus a seu povo e executam o juízo sobre seus inimigos.

É certo que os anjos estão a serviço do ser humano (hebreus 1:14), mas não se deve usar os textos de Mateus 18:10 e atos 12:15 para tentar argumentar sobre a existência de anjos da guarda específicos para cada um. Também não é correto ao homem dar ordens diretamente aos anjos, pois é o senhor quem dá ordens aos seus anjos a nosso respeito (Salmos 91:11).

DERROTA DOS ANJOS MAUS

Deus decretou sua derrota (Gênesis 3:14,15). No princípio foi expulso do céu; durante a grande tribulação será lançado da esfera celeste à terra (Apocalipse 12:7-9); durante o milênio será aprisionado no abismo (Apocalipse 20:1-3), e depois de mil anos será lançado no lago de fogo (Apocalipse 20:10). Dessa maneira a Palavra de Deus nos assegura a derrota final do mal.

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A DOUTRINA DO HOMEM ANTROPOLOGIA Esse termo é usado tanto na Teologia (homem em relação a Deus), como na Ciência (História Natural da Raça, Psicologia, Sociologia, Ética, Anatomia, Fisiologia e História Natural).

O conhecimento dessa doutrina servirá de alicerce para entender melhor as doutrinas sobre o ‗pecado‘, o ‗juízo‘ e a ‗salvação‘, as quais se baseiam no homem.

CRIACIONISMO X EVOLUCIONISMO

Hoje em dia, provavelmente nenhuma questão é mais debatida em diferentes esferas da sociedade do que a origem do homem. O debate sobre a inerrância das Escrituras acertadamente tem incluído uma discussão sobre a historicidade da narrativa que Gênesis faz da criação. Muitos pontos de vista diferentes procuram ser aceitos, alguns defendidos inclusive por evangélicos.

EVOLUÇÃO ATEÍSTA:

Evolução significa simplesmente uma mudança em qualquer direção. Mas quando essa palavra é usada para se referir às origens do homem, seu significado envolve a origem com base em um processo natural, tanto no surgimento da primeira substância viva quanto no de novas espécies. Essa teoria afirma que, bilhões de anos atrás, substâncias químicas existentes no

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mar, influenciadas pelo Sol e pela energia cósmica, acabaram unindo-se por obra do acaso e dando origem a organismo unicelulares. Desde então, vêm se desenvolvendo por intermédio de mutações benéficas e de seleção natural, formando todas as plantas, animais e pessoas.

EVOLUÇÃO TEÍSTA:

Afirma que Deus direcionou, usou e controlou o processo da evolução natural para ‗criar‘ o mundo e tudo o que nele existe. Normalmente, essa visão inclui as seguintes idéias: os dias da criação de Gênesis 1, na verdade, foram eras; o processo evolutivo estava envolvido na criação de Adão; a Terra e as formas pré-humanas são extremamente antigas.

CRIAÇÃO:

Ainda que existam variantes no conceito de criacionismo, a principal característica desse ponto de vista é que ele tem a Bíblia como sua única base. A ciência pode contribuir para nosso entendimento, mas jamais deve controlar ou mudar nossa interpretação das Escrituras para acomodar suas descobertas.

A Bíblia claramente nos ensina que o homem foi uma criação especial de Deus. Nunca existiu uma criatura subumana ou um processo de evolução. Gênesis 1:26 – 27: ―...Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.‖

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Os criacionistas possuem diferentes pontos de vista em relação aos dias da criação, mas para alguém ser um criacionista é preciso acreditar que o registro bíblico é historicamente factual e que Adão foi o primeiro homem.

Embora a Bíblia não seja um livro de Ciência, isso não significa que ela não seja precisa quando revela verdades científicas. Com certeza, tudo o que ela revela sobre qualquer área do conhecimento é verídico, preciso e confiável. A Bíblia não responde a todas as perguntas que desejamos fazer a respeito das origens, mas o que ela revela deve ser reconhecido como verdade.

Somente o registro bíblico nos dá informações precisas sobre a origem da humanidade. Duas características principais do ato da criação do homem destacam-se no texto.

Foi planejada por Deus (Gênesis 1:26); Ocorreu de forma direta, especial e imediata (Gênesis 1:27; 2:7)

Imago dei (A Imagem de Deus no Homem)

Da mesma forma que se discute a origem do homem, discute-se também o propósito da criação do mesmo, de todas as criaturas que Deus fez só de uma delas, o homem diz-se ter sido feita ―à imagem de Deus‖. O que isso significa? Podemos usar a seguinte definição: O fato de ser o homem à imagem de Deus significa que ele é semelhante a Deus e o representa.

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Quando Deus diz: ―Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança‖, isso significa que ele pretende fazer uma criatura semelhante a si. As palavras hebraicas que exprimem ―imagem‖ e ―semelhança‖ se referem a algo similar, mas não idêntico, à coisa que representa ou de que é uma ―imagem‖. A palavra imagem também pode ser usada para exprimir algo que representa outra coisa.

Os teólogos gastam muito tempo tentando especificar uma característica do homem ou bem poucas delas, em que se vê primordialmente a imagem de Deus. Alguns já cogitam que a imagem de Deus consiste na capacidade intelectual do homem, ou no seu poder de tomar decisões morais e fazer escolhas voluntárias. Outros conceberam que a imagem de Deus era uma referência à pureza moral original do homem, ou ao fato de termos sido criados homem e mulher, ou ao domínio humano sobre a terra.

Dentro dessa discussão, melhor seria concentrar a atenção primeiramente nos significados das palavras ―imagem‖ e ―semelhança‖. Esses termos tinham significados bastante claros para os primeiros leitores:

IMAGEM: (no Hebraico = Tselem; no Grego = Eikon; no Latim = Imago) significa: molde, modelo, imagem, representação. Uma representação formada, concreta.

SEMELHANÇA: (no Hebraico = Damuth; no Grego = Homoiosis; no Latim = Similitudo) significa: similitude,

semelhança.

Uma

similaridade

abstrata,

imaterial, ideal.

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Embora alguns venham tentando fazer uma distinção entre as duas palavras para ensinar que existem dois aspectos na imagem de Deus, nenhum contraste grande entre eles tem apoio na lingüística. Os termos são sinônimos potenciais/facultativos. O uso ocasional dos dois termos juntos sugere um reforço de um termo por sua associação com outro. Ao usar as duas palavras juntas, o autor bíblico parece estar tentando expressar uma idéia muito difícil, na qual deseja deixar claro que o homem, de alguma maneira, é o reflexo concreto de Deus, mas, ao mesmo tempo, deseja espiritualizar isso, em direção à abstração. Para os primeiros leitores, Gênesis 1:26 significava simplesmente: ―Façamos o homem como nós, para que nos represente‖. Como ―imagem‖ e ―semelhança‖ já carregavam esses significados, as Escrituras não precisam dizer algo como: ―O fato de ser o homem à imagem de Deus significa que o homem é como Deus nos seguintes aspectos: capacidade intelectual, pureza moral, natureza espiritual, domínio sobre a terra, criatividade, capacidade de tomar decisões éticas, capacidade relacional e imortalidade.‖

Tal explicação é desnecessária, não só porque os termos tinham significados claros, mas também porque nenhuma lista desse tipo faria justiça ao tema: o texto precisa afirmar que o homem é como Deus, e o restante das Escrituras fornece mais detalhes que explicam esse ponto. De fato, na leitura do restante da Bíblia, percebemos que uma compreensão da plena semelhança do homem a Deus exigiria uma plena compreensão de quem é Deus no seu ser e nos seus atos, e uma plena compreensão de quem é o homem e o que faz. Quanto mais sabemos sobre Deus e o homem, mais semelhanças reconhecemos, e mais

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plenamente compreendemos o que as Escrituras querem dizer ao afirmar que o homem existe à semelhança de Deus. A expressão se refere a todo aspecto em que o homem é como Deus. Na verdade, em toda a Escritura, o alvo do homem é o de ser semelhante a Deus.

HOMEM X MULHER

Um dos aspectos da criação do ser humano à imagem de Deus foi sua feitura como homem e mulher (Gênesis 1:27). O mesmo elo entre criação à imagem de Deus e criação como homem e mulher se faz em Gênesis 5:1 – 2. Embora a criação do ser humano como homem e mulher não seja o único aspecto da nossa criação à imagem de Deus, ele é tão significativo que as Escrituras o mencionam logo no mesmo versículo em que descrevem a criação do homem por Deus. Podemos resumir da seguinte maneira os aspectos segundo os quais a criação dos dois sexos representa algo da nossa criação à imagem de Deus:

A criação do ser humano como homem e mulher revela a imagem de Deus em (1) relações interpessoais harmoniosas, (2) igualdade em termos de pessoalidade e de importância e (3) diferença de papéis e autoridade.

A ESTRUTURA DO HOMEM

De quantas partes compõe-se o homem? Todos concordam que temos um corpo físico. A maioria das pessoas sente que também tem uma parte imaterial – uma ‗alma‘ que sobreviverá à morte do corpo.

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Mas aqui termina a concordância. Algumas pessoas crêem que, além do ‗corpo‘ e da ‗alma‘, temos uma terceira parte, um ‗espírito‘ que se relaciona mais diretamente com Deus.

A concepção de que o homem é constituído de três partes chama-se tricotomia. Embora essa seja uma idéia comum no ensino bíblico evangélico popular, hoje poucos estudiosos a defendem. Segundo muitos tricotomistas, a alma do homem abarca o seu intelecto, as sus emoções e a sua vontade. Eles sustentam que todas as pessoas têm alma, e que os diferentes elementos da alma podem ou servir a Deus ou ceder ao pecado. Argumentam que o espírito do homem é uma faculdade humana superior que surge quando a pessoa torna-se cristã. O espírito de uma pessoa seria aquela parte dela que mais diretamente adora e ora a Deus. Outros dizem que o ‗espírito‘ não é uma parte distinta do homem, mas simplesmente outra palavra que exprime ‗alma‘, e que ambos os termos são usados indistintamente nas Escrituras para falar da parte imaterial do homem, a parte que sobrevive após a morte do corpo. A idéia de que o homem é composto de duas partes chama-se dicotomia. Aqueles que sustentam essa idéia muitas vezes admitem que as Escrituras usam a palavra espírito mais freqüentemente com referência à nossa relação com Deus, mas que esse uso não é uniforme e que a palavra alma é também usada em todos os sentidos em que se pode usar espírito.

As duas opiniões têm defensores no mundo cristão de hoje. Embora a dicotomia tenha sido mais geralmente sustentada ao longo da história da Igreja, e seja

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bem mais comum entre os estudiosos evangélicos de hoje, a tricotomia também teve e tem muitos defensores.

ORIGEM DA ALMA

Sabemos que a primeira alma veio a existir como resultado de Deus ter soprado no homem o Espírito de vida. Então surge uma pergunta: Como chegaram a existir as demais almas desde esse tempo? Em que momento a alma é formada?

A respeito da origem da alma existem três teorias principais:

PREEXISTÊNCIA Deus teria criado todas as almas antes da queda e antes de cessar a sua atividade criadora. Desse estoque de almas Deus daria a cada corpo uma alma.

DEFESA: A origem do Imaterial não pode ser material.

DIFICULDADES: A preexistência não tem respaldo nas Escrituras. Têm associações com teorias não-Bíblicas como transmigração da alma e reencarnação. Contradiz os ensinos de Paulo de que todo pecado e morte são resultado do pecado de Adão (1 Coríntios 15:21 – 22).

CRIACIONISMO

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Deus estaria criando cada alma em algum momento da fecundação, unindo-se ao corpo imediatamente. A alma se tornaria pecaminosa por causa do contato com a natureza humana, pela culpa herdada dela.

DEFESA: Passagem das Escrituras que falam de Deus como criador da alma e do espírito: Números 16:22; Salmo 104:30; Eclesiastes 12:7; Zacarias 12:1; Hebreus 12:9. A alma (imaterial) não pode ser meramente transmitida. Explica porque Cristo não assumiu a natureza pecaminosa de Maria.

DIFICULDADES: A atividade criadora de Deus cessou no sexto dia em Gênesis 2:1 – 3, e não pode ser que Deus crie uma alma diariamente, a cada hora e momento. Por que Deus criaria uma alma pura para colocá-la numa situação de pecado e provável condenação eterna?

TRADUCIONISMO

A Raça Humana foi criada em Adão, tanto o corpo como a alma, e os dois são propagados a partir dele pelo processo de geração natural.

DEFESA: Esta teoria se harmoniza perfeitamente com as Escrituras, com a Teologia e com uma concepção correta da natureza humana. No Salmo 51 Davi reconhece que herdou a alma depravada de sua mãe; em Gênesis 46:26, almas que descenderam de Jacó; em Atos 17:26, Paulo nos ensina que Deus ―de uma vez

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fez toda a raça humana‖. É melhor explicado o ―pecado hereditário‖ e a ―transmissão da natureza pecaminosa‖.

DIFICULDADES: Quem é responsável pela comunicação ou transmissão da alma? Como acontece a formação da alma? Como Cristo nasceu sem pecado?

SIGNIFICADO TEOLÓGICO DA CRIAÇÃO DO HOMEM

O fato de terem sido criados significa que eles não têm existência independente. Tudo o que temos e somos vem do Criador. Toda nossa vida é por direito dele.

Humanidade faz parte da criação; isto nos diz que deve haver harmonia entre nós e o restante da criação. A ecologia ganha um significado rico (Mandado Cultural).

Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. Dos animais diz-se que foram feitos. Isso significa que os homens não alcançam a plenitude quando todas as suas necessidades animais são satisfeitas. Há um elemento transcendente.

Há um vínculo comum entre todos os seres humanos.

Há limitações definidas sobre a humanidade. Somos criaturas, finitas. Nosso conhecimento é incompleto. Somos mortais. Só Deus é inerentemente eterno. Qualquer possibilidade de viver para sempre depende de Deus.

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A limitação não é inerentemente má (Gênesis 1:31).

O homem é algo maravilhoso. Apesar de criaturas somos a mais elevada dentre elas. Fomos feitos pelo melhor e pelo mais sábio dos seres!

ALIANÇAS ENTRE DEUS E O HOMEM

Como Deus se relaciona com o homem? Desde a criação do mundo o relacionamento entre Deus e o homem tem sido definido por promessas e requisitos específicos. Deus revela às pessoas como ele deseja que ajam e também faz promessas de como agirá com eles em várias circunstâncias. A Bíblia contém vários tratados a respeito das provisões que definem as diferentes formas de relacionamento entre Deus e o homem que ocorrem nas Escrituras, e freqüentemente chama esses tratados de ‗alianças. Podemos apresentar a seguinte definição das alianças entre Deus e o homem nas Escrituras: ―Uma aliança é um acordo imutável e divinamente imposto entre Deus e o homem, que estipula as condições no relacionamento entre as partes.‖

OUTRAS DEFINIÇÕES:

AURÉLIO: ―[Do francês alliance]. Ato ou efeito de aliar(-se). Ajuste, acordo, pacto. União por casamento. Cada um dos pactos que, segundo as Escrituras, Deus fez com os homens‖.

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ENCICLOPÉDIA HISTÓRICO-TEOLÓGICA: ―Um pacto ou contrato entre duas partes, que as obriga mutuamente a assumir compromissos de cada uma em prol da outra. Teologicamente (usado a respeito dos relacionamentos entre Deus e o homem) denota um compromisso gracioso da parte de Deus no sentido de benevidiar e abençoar o homem, e especificamente, aqueles homens que, pela fé, recebem as promessas e se obrigam a cumprir os deveres envolvidos neste compromisso‖.

DICIONÁRIO INTERNACIONAL DE TEOLOGIA: No grego é ―ditheke‖ (dia + tithemi, ―por, colocar, expor, dispor‖ = ―Expor mediante um testamento‖). Significa, portanto, uma decisão irrevogável, que não pode ser cancelada por pessoa alguma. Uma condição prévia da sua eficácia diante da lei, é a morte do testador (―Porque onde há testamento é necessário que intervenha a morte do testador‖ – Hebreus 9:16).

AS ALIANÇAS DE DEUS

POR QUE DEUS FAZ ALIANÇA COM O HOMEM?

Porque através das alianças Deus expressa seu pensamento, seus propósitos.

Porque mediante alianças com o homem Deus lhe aumenta a fé.

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Para dar-lhe garantia. ―Ao fazer uma aliança, Ele informa claramente ao homem qual o intento do coração divino.‖ (Watchman Nee)

AS PRINCIPAIS ALIANÇAS ENTRE DEUS E O HOMEM Adão: Gênesis 2:15 – 17.

Noé: Gênesis 6:18. Abraão: Gênesis 17:1 – 8. Moisés: Êxodo 19:5 – 6. Davi: Salmo 89:20 – 37 (2 Samuel 7:12 – 17).

OUTRA FORMA DE DIVIDIR AS ALIANÇAS

Aliança das Obras

Aliança da Redenção

Aliança da Graça ―Um elemento muito importante nas alianças que Deus tinha em Israel achavase no duplo aspecto da condicionalidade e da incondicionalidade. As Suas

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promessas solenes, que tinham a natureza de um juramento obrigatório, deviam ser consideradas passíveis do não-cumprimento, caso os homens deixassem de viver à altura das suas obrigações para com Deus? Ou havia um sentido em que os compromissos que Deus assumiu segundo a aliança tinham absoluta certeza de cumprimento, sem levar em conta a infidelidade do homem? A resposta a esta pergunta tão debatida parece ser: (1) que as promessas feitas por Jeová na aliança da graça representam decretos que Ele certamente realizará, quando as condições forem propícias ao seu cumprimento; (2) que o benefício pessoal – e especialmente o benefício espiritual e eterno – da promessa de Deus será creditado somente àqueles indivíduos do povo, da aliança divina que manifestarem uma fé verdadeira e viva (demonstrada por uma vida piedosa). Sendo assim, o primeiro aspecto é ressaltado pela forma inicial da aliança com Abraão, em Gênesis 12:1 – 3; não há sombra de dúvida de que Deus não deixará de fazer Abraão uma grande nação, de tornar grande o seu nome e de abençoar todas as nações da terra através dele e da sua posteridade. É assim que o plano de Deus é exposto desde o início; nada o frustrará.

Por outro lado, os filhos de Abraão devem receber os benefícios pessoais somente à medida em que manifestarem a fé e a obediência de Abraão; assim diz Êxodo 19:5. Ou seja, Deus cuidará para que o Seu plano de redenção seja levado a efeito na história, mas também fará com que nenhum transgressor das exigências de santidade participe dos benefícios eternos da aliança. Nenhum filho da aliança que Lhe apresente um coração infiel será incluído nas bênçãos da Aliança.‖ (Enciclopédia Histórico-Teológica)

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NOVA ALIANÇA É digno de nota que, embora ―aliança‖ ocorra quase 300 vezes no AT, ocorre somente 33 vezes no NT. Quase metade destas ocorrências se acham em citações do AT, e outras 5 claramente se aludem a declarações no AT. A NOVA ALIANÇA É SUPERIOR PORQUE O MEDIADOR É SUPERIOR. Hebreus 8:6. ―Posto que uma aliança envolve duas partes contratantes, o mediador é intermediário cuja tarefa é manter as partes em comunhão uma com a outra. Num caso em que Deus é uma das partes e o homem é a outra, a idéia da aliança é inevitavelmente unilateral. A apostasia é sempre do lado do homem, e, portanto, a tarefa do mediador é principalmente agir em prol do homem diante de Deus, embora também deva agir em prol de Deus diante dos homens‖ (Donald Guthrie), A NOVA ALIANÇA É SUPERIOR PORQUE É INSTITUÍDA COM BASE EM SUPERIORES PROMESSAS. Regeneração Purificação Justificação Vida e Poder O que significa ‗receber‘ a Jesus? Podemos afirmar que ‗receber‘ a Jesus é fazer uma aliança com Ele, o que implica em fidelidade até o fim. ―Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graça‖ (Colossenses 2:6 – 7).

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A Doutrina do Pecado A Doutrina de Cristo HAMARTIOLOGIA ORIGEM DO MAL

O problema do mal que há no mundo sempre foi considerado um dos mais profundos problemas da filosofia e da Teologia. É um problema que se impõe naturalmente à atenção do homem, visto que o poder do mal é forte e universal, é uma doença sempre presente na vida em todas as manifestações desta, e é matéria da experiência diária na vida de todos os homens.

Como podemos então explicar o relacionamento entre Deus e o mal? Alguns afirmam o mal e negam a realidade de Deus (Ateísmo). Outros afirmam a Deus e negam a realidade do mal Panteísmo). Outros, no entanto, procuram afirmar um em oposição eterna com o outro (Dualismo). Já o Teísmo explica o relacionamento entre Deus e o mal com um Deus infinitamente bom e poderoso que permitiu o mal para produzir um bem maior. Ou seja, esse mundo livre é a melhor maneira de produzir o melhor mundo.

Deus não é o autor do mal. Ele livremente criou o mundo, não porque precisava fazê-lo, mas sim, porque desejava criar. Deus criou criaturas semelhantes a Ele mesmo, que poderiam amá-lo livremente. No entanto, essas criaturas poderiam também odiá-lo. Ele deseja que todos os homens o amem, mas não forçará nenhum deles a amá-lo contra sua vontade.

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Deus persuadirá os homens a amá-lo tanto quanto for possível. Ele outorgará àqueles que não querem amá-lo a escolha livre deles eternamente (ou seja, o inferno). Finalmente, o amor de Deus é engrandecido quando retribuímos seu amor (visto que primeiramente nos amou), bem como quando não o retribuímos. Ele demonstra assim quão grandioso Ele é amando até mesmo aqueles que O odeiam.

No final, deus terá compartilhado Seu amor com todos os homens. Ele terá salvo tantos quanto podia salvar sem violar o livre arbítrio dos homens. John W. Wenham afirma: ―A devoção de um ser livre é de um nível mais elevado... A outorga de liberdade de escolha ao homem envolve a possibilidade (na presciência de Deus envolve certeza) de pecar, com todas suas horríveis conseqüências.

Todavia, parece que esta liberdade foi um pré-requisito para um conhecimento profundo de Deus. A devoção de um ser livre e racional é de um nível mais elevado e mais bela do que a de um animal, muito embora o amor entre os seres humanos e os animais possa ser notável. Entretanto, esta liberdade humana envolve a possibilidade de crueldade, imoralidade, ódio, e guerra... todavia, apesar de todas essas coisas, nenhum homem convertido desejaria mudar sua situação para a de um animal ou de uma máquina.‖

DADOS BÍBLICOS A RESPEITO DA ORIGEM DO PECADO.

Na escritura, o mal moral existente no mundo, transparece claramente no pecado, isto é, como transgressão da lei de Deus.

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NÃO SE PODE CONSIDERAR DEUS COMO O SEU AUTOR.

O decreto eterno de Deus evidentemente deu a certeza da entrada do pecado no mundo, mas não se pode interpretar isso de modo que faça de Deus a causa do pecado no sentido de ser Ele o seu autor responsável. Esta idéia é claramente excluída pela Escritura.

Longe de Deus o praticar ele a perversidade e do Todo-poderoso o cometer injustiça... (Jó 34:10). Ele é o Santo Deus... (Is 6:3). Ele não pode ser tentado pelo mal e ele próprio não tenta a ninguém... (Tg 1:13). Quando criou o homem, criou-o bom e à sua imagem. Ele positivamente odeia o pecado, (Dt 25:16 , Sl 5:4 , 11:5 , Zc 8:17 , Lc 16:15) e em Cristo fez provisão para libertar do pecado do homem.

O PECADO SE ORIGINOU NO MUNDO ANGÉLICO.

A Bíblia nos ensina que na tentativa de investigar a origem do pecado devemos retornar à queda do homem, na descrição de Gn 3 e fixar a atenção em algo que sucedeu no mundo angélico. Deus criou um grande número de anjos, e estes eram todos bons, quando saíram das mãos do seu Criador, (Gn 1:31). Mas ocorreu uma queda no mundo angélico, queda na qual legiões de anjos se apartaram de Deus (Ez 28:15; Ez 23:13 – 17; Is 14:12 – 15). A ocasião exata dessa queda não é indicada, mas em (Jo 8:44) Jesus fala do diabo como assassino desde o princípio e em (1 Jo 3:8 ) diz João que o Diabo peca desde o princípio.

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A ORIGEM DO PECADO NA RAÇA HUMANA.

Com respeito à origem do pecado na história da humanidade, a Bíblia ensina que ele teve início com a transgressão de Adão no paraíso e, portanto, com um ato perfeitamente voluntário da parte do homem. O tentador veio do mundo dos espíritos com a sugestão de que o homem, colocando-se em oposição a Deus, poderia tornar-se semelhante a Deus.

Adão se rendeu à tentação e cometeu o primeiro pecado, comendo do fruto proibido. Esse pecado trouxe consigo corrupção permanente, corrupção que dada a solidariedade da raça humana, teria efeito não somente sobre Adão, mas também sobre todos os seus descendentes.

Como resultado da queda, o pai da raça só pode transmitir uma natureza depravada aos pósteros. Dessa fonte não Santa o pecado fluí numa corrente impura passando para todas as gerações de homens corrompendo tudo e todos com que entra em contato. É exatamente esse estado de coisas que torna tão pertinente a pergunta de Jó: ―Quem da imundície poderá tirar cousa pura? Ninguém‖ (Jó 14:4).

Adão pecou não somente como pai da raça humana, mas também como chefe representativo de todos os seus descendentes, e, portanto, a culpa do seu pecado é posta na conta deles, pelo que todos são possíveis de punição e morte. É primariamente nesse sentido que o Pecado de Adão é o pecado de todos. É o que Paulo ensina em (Rm 5:12). ―Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.‖

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Adão era o representante de toda a raça. Adão pecou, e como representante transmitiu seu pecado a toda raça (Os 6:7). Adão continha nele toda a posteridade da raça, por isso, o seu pecado foi imputado a todos, porque todos estavam em Adão.

Por causa do pecado de Adão a culpa foi imputada imediatamente à raça humana, e por sermos da mesma raça de Adão a natureza pecaminosa é transmitida por ‗hereditáriedade‘.

Deus atribui a todos os homens a condição de pecadores, culpados em Adão, exatamente como adjudica a todos os crentes a condição de justos em Jesus Cristo. É o que Paulo quer dizer, quando afirma: ―Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores; assim também por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.‖ ( Rm 5:18,19).

O primeiro homem desobedeceu à vontade de Deus, e trouxe sobre si e sobre todos os seus descendentes as conseqüências da sua desobediência. Aquele estado de comunhão perfeita entre Deus e o homem foi quebrado, formando uma barreira (pecado) entre a criatura e o criador.

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A NATUREZA DO PECADO OU DA QUEDA DO HOMEM.

O pecado é uma transgressão, um erro de caminho ou alvo (tortuosidade ou perversidade), contrário à ‗retidão‘ que é um andar reto num ideal ou alvo colocado por Deus.

SEU CARÁTER FORMAL:

Pode-se dizer que numa perspectiva puramente formal , o primeiro pecado do homem consistiu em comer ele dá arvore do conhecimento do bem e do mal. Quer dizer que não seria pecaminoso, se Deus não tivesse dito: ―Da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás.‖ A ordem dada por Deus para não se comer do fruto da árvore serviu simplesmente ao propósito de por à prova a obediência do homem. Foi um teste de pura obediência desde que Deus de modo nenhum procurou justificar ou explicar a proibição.

SEU CARÁTER ESSENCIAL E MATERIAL:

O primeiro pecado do homem foi um pecado típico, isto é, um pecado no qual a essência real do pecado se revela claramente. A essência desse pecado está no fato de que Adão se colocou em oposição a Deus, recusou-se a sujeitar a sua vontade a vontade de Deus de modo que Deus determinasse o curso da sua vida, e tentou ativamente tomar a coisa toda das mãos de Deus e determinar ele próprio o futuro. Naturalmente pode-se distinguir diferentes elementos do seu primeiro pecado: No intelecto, revelou-se como incredulidade e orgulho na vontade como o desejo de ser como Deus, e nos sentimentos como uma ímpia satisfação ao comer do fruto proibido.

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A QUEDA – O PECADO ORIGINAL

A CULPA ORIGINAL: A palavra ‗culpa‘ expressa a relação que há entre o pecado e a justiça, ou, como o colocam os teólogos mais antigos, e a penalidade da lei. É a condenação a qual todo homem está sujeito por causa do pecado. Quem é culpado está numa relação penal com a lei. Podemos falar da culpa em dois senetidos, a saber, como reatus culpae (réu convicto) e como reatus poenae (réu passível de condenação). O sentido habitual, porém, em que falamos de culpa na teologia, é o de reatus poenae. Com isto se quer dizer merecimento de punição, ou obrigação de prestar satisfação à justiça de Deus pela violação da lei, feita por determinação pessoal. Isso é evidenciado pelo fato de que, como a Bíblia ensina, a morte, como castigo do pecado, passou de Adão a todos os seus descendentes: (Rm 5:12 - 19, Ef 2:3, 1 Co 15:22).

DEPRAVAÇÃO TOTAL: O significado Teológico da palavra é ‗que todos os homens são por natureza pecadores, totalmente depravados‘, ou seja, todas as inclinações mentais (que são o princípio das ações externas) são completamente corrompidas. Em vista do seu caráter impregnante, a corrupção herdada toma o nome de depravação total; muitas vezes esta frase é mal compreendida, e portanto requer cuidados discriminação. Esta depravação total é negada pelos pelagianos, pelos socinianos e pelos arminianos do século dezessete, mas é ensinada claramente na Escritura. (Jo 5:42, Rm 7:18, 23, 8:7, Ef 4:18, 2Tm 3:2 – 4, Tt 1:15, Hb 3:12).

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O CONCEITO BÍBLICO DE PECADO.

Errar Alvo, dívida, transgressão, queda, derrota (Ver. Gn. 6:5; 1 Jo.1:18; Hb.12:5)

A história da raça humana que se apresenta nas Escrituras é primordialmente a história do homem num estado de pecado e rebelião contra Deus e do plano redentor de Deus para levar o homem de volta a Ele. Portanto, convém agora ponderar acerca da natureza do pecado que separa o homem de Deus.

O conceito bíblico de pecado vem do estudo das palavras usadas nos dois testamentos para falar do pecado. Existem pelo menos oito palavras básicas para falar de pecado no AT e uma dúzia no NT. Assim teríamos uma definição correta e final, ainda que muito longa. Talvez seja uma melhor idéia defini-lo da seguinte forma: Pecado é errar o alvo, maldade, rebelião, iniqüidade, desviar-se do caminho, impiedade, desgarrar-se, crime, desobediência à Lei, transgressão, ignorância e queda.

De maneira mais sucinta, pecado geralmente é definido como transgressão à Lei (1 João 3:4). Essa é uma definição correta quando entendermos o pecado em seu sentido mais amplo, ou seja, afastamento dos padrões estabelecidos por Deus. Augustus Strong apresenta um bom exemplo quando define pecado como ―inconformidade à Lei moral de Deus, seja por meio de atos, disposição ou estado‖.

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Pecado também pode ser definido como algo contra o caráter de Deus. Buswell define assim: ―Pecado pode ser definido como qualquer coisa na criatura que não expresse ou que seja contrário ao caráter santo do Criador‖. Certamente a principal característica do pecado é que ele é direcionado contra Deus.

Qualquer definição que deixe de refletir isso não é bíblica. O lugar comum que considera os pecados divididos em categorias, como pecados contra a pessoa, contra os outros e contra Deus, acaba não enfatizando que, no final, todo pecado é contra Deus.

Não nos esqueçamos de que o pecado é terrível aos olhos de um Deus santo. Habacuque disse de forma sucinta: ―Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar‖. (Hc 1:13). Lembre-se de que o pecado é tão destrutivo que somente a morte do Filho de Deus pode retirá-lo (Jô 1:29).

CONCEITO DE PECADO:

É a falta de conformidade com a lei de Deus, em estado, disposição ou conduta.

PARA INDICAR ISSO, A BÍBLIA USA VÁRIOS TERMOS, TAIS COMO:

Pecado (Sl 51.2; Rm 6.2); Desobediência (Hb 2.2);

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Transgressão (Sl 51.1; Hb 2.2); Iniqüidade (Sl 51.2; Mt 7.23); Mal, maldade, malignidade (Pv 17.11; Rm 1.29) Perversidade (Pv 6.14; At 3.26); Rebelião, rebeldia (1Sm 15.23; Jr 14.7); Engano (Sf 1.9; 2;Is 2.10); Injustiça (Jr 22.13; Rm 1.18); Erro, falta (Sl 19.12; Rm 1.27); Impiedade (Pv 8.7; Rm 1.18); Concupiscência (Is 57.5; 1Jo 2.16); Depravidade, depravação (Ez 16.27,43,58).

O diabo quer que pequemos, afirmando que não estamos crescendo na presença de Deus ou estamos falhando. Verdadeiro crescimento contra o pecado é cooperar como Espírito Santo batalhando.

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EXISTEM GRAUS DE PECADO?

Serão alguns pecados piores do que os outros? A pergunta pode ser respondida de modo afirmativo ou negativo, dependendo do sentido que se lhe dê.

CULPA LEGAL:

No tocante à nossa posição legal perante Deus, qualquer pecado, mesmo aquilo que nos pareça um pecado leve, torna-nos legalmente culpados perante Deus, e portanto, dignos de castigo eterno. Adão e Eva aprenderam isso no jardim do Éden, onde Deus lhes disse que um só ato de desobediência resultaria na pena de morte. E Paulo afirma que ―o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação‖. Esse único pecado tornou Adão e Eva pecadores perante Deus, já incapazes de permanecer na santa presença divina. Portanto, em termos de culpa legal, todos os pecados são igualmente maus, pois nos fazem legalmente culpados perante Deus e nos constituem pecadores.

CONSEQÜÊNCIAS NA VIDA E NO RELACIONAMENTO COM DEUS:

Por outro lado, alguns pecados são piores do que outros, pois trazem conseqüências mais danosas para nós e para os outros e, no tocante ao nosso relacionamento pessoal com Deus Pai, provocam-lhe desprazer e geram ruptura mais grave na nossa comunhão com Ele.

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Segundo as Escrituras, porém, todos os pecados são ‗mortais‘, pois mesmo o mais leve deles nos torna legalmente culpados perante Deus e merecedores do castigo eterno. No entanto, até o mais grave dos pecados é perdoado quando a pessoa se entrega a Cristo em busca de salvação. Ou seja, os pecados podem variar segundo as conseqüências e o grau em que perturbam nosso relacionamento com Deus. No entanto, pecado, é pecado!

PECADO IMPERDOÁVEL

Diversas passagens da escritura falam de um pecado que não pode ser perdoado, após o qual é impossível a mudança do coração e pelo qual não é necessário orar. É geralmente conhecido como pecado ou blasfêmia contra o Espírito Santo. O Salvador fala explicitamente dele em (Mt 12:31 – 32) e passagens paralelas, e em geral se pensa que (Hb 6:4 – 6, 10:26 – 27 e 1 Jo 5:16), também se referem a esse pecado.

CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO

A Bíblia nos ensina que o pecado afetou toda a criação de Deus, trazendo conseqüências tanto no céu como na terra.

NO CÉU: O pecado de Satanás afetou as regiões celestes contaminando aos anjos caídos que lutam contra os crentes (Efésios 6:11 – 12).

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NA TERRA: Por causa do pecado de Adão houve rompimentos nos relacionamentos do homem.

Do homem com Deus: Gênesis 3:8 – 10 (se esconderam de Deus)

Do homem com Ele mesmo: Gênesis 3:10 – 16 (Tiveram medo)

Do homem com seu semelhante (Humanidade): Eclesiastes 7:20; Gênesis 3:16 (Adão culpou Eva)

Do Homem com a Natureza: Gênesis 3:17 – 18; 9:1 – 3; Romanos 8:18 – 23 (Espinhos e Abrolhos)

MORTE ESPIRITUAL

O pecado separa de Deus o homem, e isso quer dizer morte, pois é só na comunhão com o Deus vivo que o homem pode viver de verdade. A morte entrou no mundo por meio do pecado (Rm 5:12), e que o salário do pecado é a morte (Rm 6:23). A penalidade do pecado certamente inclui a morte física, mas inclui muito mais que isso.

PALAVRA PECADO NO ANTIGO TESTAMENTO:

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* hajx chatta‟ ah ou tajx chatta‟ th - pecado, envolvendo condição de pecado, culpa pelo pecado, punição, oferta e purificação dos pecados de impureza cerimonial . (Gn. 4:7), procedente de chata‘ - pecar, falhar, perder o rumo, errar o alvo ou o caminho do correto e do dever , incorrendo em culpa, p/sofrer penalidade pelo pecado, perder o direito. * evp pesha„ - transgressão, rebelião contra indivíduos, nação contra nação ou contra Deus. (Jó.34:6);

*

hum

matstsah

-

conflito,

contenda

(Pv.17:19),

vem

de

natsah-

devastado,desolado,em ruínas e estar como montes arruinados.

NATUREZA DO PECADO NO ANTIGO TESTAMENTO:

Existe uma variedade de termos, estudando-se o hebráico para expressar esse mal da ordem moral.

NA ESFERA MORAL: Errar o alvo, reunindo 3 idéias: • errar como arqueiro erra o alvo; • errar como viajante erra caminho; • errar como ser achado em falta na balança; (Gn.4:7)Pecado é a besta pronta para tragar;

Tortuosidade ou perversidade, contrário de retidão, tornando-se não reto e sem ideal reto; c) Mal, pensamento de violência ou infração, violando a lei de Deus. O pecado sem perdão é a incredulidade (Mt 12.31-32)

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NA ESFERA DA CONDUTA FRATERNAL:

Violência ou conduta injuriosa, homem maltrata/oprime os seus (Gn.6:11 e Pv.16:29);

NA ESFERA DA SANTIDADE:

Ofensor já teve comunhão com Deus; como cada israelita era santo e sacerdote, mas profanaram e tornaram imunda a Lei, sendo irreligiosos, transgressores e criminosos.

NA ESFERA DA VERDADE:

Inútil e fraudulento; falar e tratar falsidade, representar e dar falso testemunho, numa vaidade vazia e s/valor, onde a mentira iniciou o 1ºpecado e o 1º pecador, pois todo o pecado contêm elemento do engano (Hb. 3:13).

NA ESFERA DA SABEDORIA: Impiedade

por

não

pensar/não

querer

pensar

corretamente,

para

descuido/ignorância.

O homem natural não desenvolveu na direção do bem, mas se inclina naturalmente para o mal, ouvindo, mas esquecendo, conduzido para o pecado (Mt.7:26). O castigo do pecado é a morte física, espiritual e eterna (Rm 6.23).

O homem sem entendimento precipita em julgar coisas que não sabe,impio;nega o que é dado de graça (Pv.8:1-10);

141


O insensato se prende às coisas da carne e não se disciplina, podendo fazer o bem (Pv.15:20);

O homem ímpio justifica a impiedade c/argumentos racionais ateísticos; escarnece infiel (Sl.1:1 e Pv.14:6).

PALAVRA PECADO NO NOVO TESTAMENTO (EM GREGO):

amartia hamartia- não ter parte; errar o alvo; desviar-se do caminho de retidão e honra, fazer ou andar no erro; desviar-se da lei de Deus, violar a lei de Deus, uma ofensa, violação da lei divina em pensamento ou em ação ou coletivamente, o conjunto de pecados cometidos seja por uma única pessoa ou várias. (Mt.12:31);

krisis - separação, divisão, repartição, julgamento, sentença de condenação, julgamento condenatório, condenação e punição por colégio dos juizes (um tribunal de sete homens nas várias cidades da Palestina; distinto do Sinédrio, que tinha sua sede em Jerusalém) (Mc. 3:29). Da morte espiritual/eterna escapa quem chega a Jesus .(Rm 3.21;8.39).

NATUREZA DO PECADO NO NOVO TESTAMENTO: • Errar o Alvo, na mesma idéia do A.T.; • Dívida, p/não guarda dos mandamentos de Deus e o homem é incapaz de pagar e necessita de uma remissão ou fiador.

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• Desordem, pois o pecado é iniqüidade; o pecador rebelde, idólatra quebra o mandamento por sua vontade, fazendo uma lei para si e constituindo o seu ―EU‖ como uma divindade, numa obstinação; • Desobediência, ou ouvir mal, sem atenção. (Hb.2:2 e Lc.8:18); •Transgressão, ir além do limite (Rm.4:15); • Queda,cair para um lado sem conduta, no pecado (Ef.1:7); • Derrota, rejeitando Jesus e perdendo o propósito (Rm.11:12); • Impiedade, sem adoração ou reverência(Rm.1:18 e 2 Tm.2:16), dando pouca ou nenhuma importância a Deus ou às coisas sagradas, sem temor/reverência; • Erro, decisões erradas p/desconhecer,quando o homem decide fazer o mal, sem avaliar conseqüências, mais do que falta pela debilidade.

CONSEQUÊNCIAS DO PECADO NA PESSOA:

Pecado é ato; rebelião contra a lei e pecaminoso contra Deus, tendo 2 resultados:resultados dos atos e castigos futuros:

FRAQUEZA ESPIRITUAL: • DESFIGURA IMAGEM DIVINA

Traz vergonha perante Deus. (Is.59:2; Tg.3:9); Será repreendido pelo mundo (Pv.3:35;1 Co.15:34).

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• PECADO INERENTE/ORIGINAL

Traz engano (Is.64:7;Sl.66:18). - Inclinado para pecar(Sl.51:5), difere de pecado atual (efeito da queda), sendo maldito, estranho, enganoso, inimigo, escravo, morto e filho da ira. Deus vai lhe levar em abismos profundos (Sl.107:26-28). • DISCÓRDIA INTERNA

Perdemos

a

comunhão

com

Deus.

Desarmonia;divisão

interna

e

fragilidade(conflitos); transforma a pessoa em perigosa de se estar perto pois a qualquer instante pode descer sobre ela a ira divina.(Mt.8:28; Mt.9:36;1 Sm.31:4;Sl.78:31;Rm.1:18; Jo.3:36).

PECADO NO CORPO (MANIFESTAÇÃO): • BOCA IMPURA Querer

amoldar

a

Palavra

à

sua

própria

vontade

(Salmos.50:16;Is.53:9;Tg.3:6;Is.58:9; Salmos.50:19-23). • OUVIDOS IMPUROS Querer ouvir apenas o que lhe agrada (Is.50:4-5; 2 Tm.4:3; 1 Rs.22:13; 2 Cr.28:12; • OLHOS IMPUROS Julgar mentalmente as pessoas pelo que se vê (Is.11:3;Sl.50:20-21;Ap.3:18);

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• NARIZ IMPURO Símbolo de pessoas empinadas e orgulhosas (Is.65:5; Is.3:16-25; Ez.8:17); • CABEÇA IMPURA Menear a cabeça, reprovando as coisas de Deus (Jó.16:4; Is.1:5); • CORAÇÃO IMPURO Pessoa

maliciosa

que

guarda

mágoas

(Sl.78:18;

Sl.95:8;

Mt.19:8;

Rm.1:24;Ez.14:3). Dureza de coração tem haver com desprezar ouvir e rejeitar a Palavra de Deus (Pv.29:1), de 3 maneiras: * Negligenciar na oração e leitura; Fofocar no meio da igreja e acalentar pecados secretos (Mt.24:19). Envolve dois tipos de pessoas: Os que gostam de ouvir a Palavra de Deus e apreciam o culto, mas não praticam (Ez.33:31-32) e os que apenas querem sair do aperto, pedindo oração. • PESCOÇO IMPURO Pessoa que carrega e confia em fardos pesados de pecado (Is.10:27;Ez.21:29); • BRAÇOS IMPUROS Ficar

de

braços

cruzados

sem

nada

fazer

para

Jesus

(Pv.6:10;Mc.10:16;Lc.2:28). • MÃOS IMPURAS Agir com roubo, violência e impureza (Jó.16:17; Sl.7:3; Sl.26:10; Sl.28:4; Sl.106:42);

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• ESTÔMAGOS IMPUROS Cheios de iniqüidade;desejam prostituir-se no mundo (Ez.7:19; Lc.15:16;1 Co.6:13). • RINS IMPUROS Quando não se expeli de si, o que não presta., guarda o mal, como vingança (Jr.20:12) • VENTRES IMPUROS Quando apenas se pensa na glória terrestre, como o deus da prosperidade (GL.1:15) • PERNAS IMPURAS Quando não se encurva diante de Deus nem se ajoelha diante dele (Pv.26:7;Ez.21:7) • PÉS IMPUROS Quando se vacila,pisando nos outros, de modo impuro (Jó.12:5; Jó.18:8; Pv.6:18; Ez.34:18-19). • CORPO IMPURO Desonrar, prostituir-se em sensualidade escarnecedora e impia (Rm.1:24-27;1 Co.6:15;Jd.1:19)

CASTIGO POSITIVO: Separado da fonte da vida, pela MORTE: MORTE: 3 Fases: 1) morte espiritual na vida (Ef.2:1); 2) morte física (Hb.9:27) e 3) 2a.morte (Ap.21:8).

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OUTRAS CONSEQÜÊNCIAS: • Efeito do pecado nos animais;(doenças e morte (Gn.6:11; Gn.6:19-20; Gn.3:14; Lv.4:3; Lv.4:27-28; Ec.3:18); • Efeitos na terra e meio ambiente (Fome, furacão, falta d‖ água e enchentes, tsunamis; Poluição – (Jr.5:28-29; Gl.6:7; Sl.18:7; Gn. 3:17; Rm.1:26-32; Sf.1:3); • Efeitos do pecado nas nações (Guerras e desentendimentos – (Jr.30:12; 1 Rs.8:46; Sf.2:11; 2 Rs.17:11; Am.9:9).

COISAS BOAS QUE DEIXAM AS PESSOAS FORA DO CÉU: • Ter zelo pelas coisas boas, deixando de lado as coisas de Deus (Mt.6:33; Cl. 3:2-3; Hb. 10:25). • Ter desatenção à Palavra e ser absorvido pelos próprios interesses (Lc.17:30; Jr. 2:31-32); • Estar tão ocupado com as coisas de Deus que não há tempo para buscá-lo. (Sl.32:6; Sl. 69:13); • Dar atenção parcial a Jesus (Cl. 1:18; Lc. 14:16-24); • Colocar a família antes do Senhor (Hb.11:7; Ef.2:19); • Não ser apaixonado por Jesus, não se protegendo o tempo todo ao seu lado (Jr.2:31-32; Lc.14:24).

PERGUNTA-SE: Quando chegar o dia, Jesus nos conhecerá? (Jo.8:55; Mt.7:23; Lc.13:27);

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PERMANÊNCIA NO PECADO:

POR QUE OS CRISTÃOS PERMANECEM NA PRÁTICA DO PECADO? • Não têm temor a Deus pela falta de graça e por não entenderem o completo perigo do pecado e suas conseqüências (Pv.16:6;Pv.3:7; Ap.3:15; Pv.4:23). • São super confiante em si mesmo achando-se superior às tentações (2 Co.1:37). • Têm o pecado oculto arraigado há anos dentro de seu coração. (Sl.32:5; 38:3).

OBSERVAÇÃO: * Deus condena mais os perversos pecados dos cristãos que dos ímpios. (Dt.1:37;Jr.1:16). * Quanto mais tempo no pecado, mais se endurece (Hb.3:12-13); * Quanto mais permanece no pecado, enfrenta a vara de Deus (Sl.89:30-34); * Quanto mais permanece no pecado, enfrenta esvaziamento de paz e força (Sl.31:10; Sl.38:3); * Quanto mais permanece no pecado, enfrenta crescente dúvida e incredulidade (1 Sm.13:13-14).

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PECADOS PRINCIPAIS:

IRA raiva,cólera ou agressividade exagerada em querer destruir os outros. (Jó.5:2);

GULA Querer assimilar tudo, engolindo e não digerindo (Is.56:11);

INVEJA Desgosto e pesar pelos bens dos outros; o outro é mais que eu (Pv.14:30);

ORGULHO Ser melhor que outros (Sl.90:10);

AVAREZA Não confiar em ninguém (Is.57:17);

PREGUIÇA Não querer aprender nada.(Ec.10:8);

LUXÚRIA (desfrutar do poder de dominar)-prazer pelo excesso (Jr.11:15);

IDOLATRIA Não querer a Deus de modo exclusivo. (2 Rs.17:41; Dt.32:17; 1 Co.10:20; 1 Co.10:14; Js.24:15; 2 Cr.24:18).

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TERCEIRO MÓDULO

A DOUTRINA DA SALVAÇÃO SOTERIOLOGIA DEFINIÇÃO: Soteriologia é a união entre dois termos gregos "Soteria" que significa Salvação e "Logia" que significa Estudo.

Portanto Soteriologia é o Estudo da Salvação.

INTRODUÇÃO: É fundamental que tenhamos convicção da nossa salvação. A Bíblia garante que podemos ter convicção da vida eterna.

Sem esta convicção é impossível viver a vida cristã. Ao fazer o estudo, examine como está a sua convicção `a luz da Palavra de Deus.

BREVE EXEGESE DE SALVAÇÃO De uma forma simples, podemos dizer que ―salvação é o fato do homem ser salvo do poder e dos efeitos do pecado‖.

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―O vocábulo português se deriva do latim salvare, ―salvar‖ e de salus, ―saúde‖, ―ajuda‖, e traduz o termo hebraico yeshu‘a e cognatos (largura, facilidade, segurança) e o vocábulo grego sõteria, e cognatos (cura, recuperação, redenção, remédio, salvação, bem estar). Significa a ação ou o resultado de livramento ou preservação de algum perigo ou enfermidade, subentendendo segurança, saúde e prosperidade. Nas Escrituras, o movimento parte dos aspectos mais físicos para o livramento moral e espiritual. Assim é que as porções mais antigas do AT dão ênfase aos meios dos servos individuais de Deus escaparem das mãos de seus inimigos, a emancipação de Seu povo da escravidão e o estabelecimento dos mesmos numa terra de bundância; já as porções posteriores dão maior ênfase às condições e qualidades morais e religiosas da bem-aventurança, e estende suas amenidades além das fronteiras nacionais‖ (O Novo Dicionário da Bíblia, Vol-II, p 1464 – 5). Em primeira instância, o verbo sõzõ, ―salvar‖ bem como o substantivo sõtêria, ―salvação‖, denotam o ―salvamento‖ e a ―libertação‖ no sentido de evitar algum perigo que ameaça a vida. Pode ocorrer na guerra ou em alto mar. Aquilo de que se recebe o livramento pode, no entanto, ser uma doença. Onde não se menciona qualquer perigo imediato, também podem significar ―conservar‖ ou ―preservar‖. O verbo e o substantivo podem até significar ―voltar com segurança‖ para casa.

Na LXX sõzõ traduz nada menos do que 15 verbos hebraicos diferentes, mas os mais importantes são yãsa, que se emprega no hiphil para ―libertar‖ e ―salvar‖, e mãlat, niphal, ―escapulir‖, ―escapar‖, ―salvar‖. E embora Iahweh empregue agentes humanos, o israelita piedoso tinha consciência do fato do livramento vir

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do próprio Iahweh (Salmo 12:1; 121: 1 – 2); mas o conteúdo exato dessa libertação ou salvação varia de acordo com o contexto e as circunstâncias. A expressão ―o cálice da salvação‖ encontrada no Salmo 116:13, tem quatro interpretações sugeridas: (1) uma libação de vinho que fazia parte da oferta de ações de graças (cf, Num 28:7); (2) uma metáfora da libertação, e o antônimo da taça da ira de Iahweh (cf. Is 51:17; Jr 25:15); (3) um cálice em conexão com alguma ordalha específica (cf. Nm 5:16 – 28); (4) um cálice de vinho tomado na refeição de ações de graças (cf Sl 23:5); Prefiro a primeira dessas alternativas tendo em vista a sua associação com alguma coisa dada a Iahweh. É atraente, no entanto, a sugestão de que semelhante cálice, necessariamente, fica em contraste com o cálice da ira de Deus, e, portanto, esta idéia também pode ser presente.

No Novo Testamento, o verbo sozõ ocorre 106 vezes, e o substantivo sõtêria, 45 vezes. Sendo que a graça de Deus é a grande fonte de salvação (Ef 2:8 – 9), e o Filho de Deus é o Salvador do Mundo (Lc 2:11; 1 Jo 4:14).

A VERDADEIRA IDÉIA DA SALVAÇÃO

Há diversas idéias a respeito da salvação. Vamos mencionar algumas das mais importantes e apontar a que está mais de acordo com a idéia apresentada por Jesus Cristo.

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A SALVAÇÃO E O PASSADO

Atos 17:30 Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todos os lugares se arrependam. Suponhamos que uma pessoa que não saiba nadar esteja prestes a afogar-se; mas, felizmente alguém o salva. A salvação nada tem haver com o passado da pessoa salva.

A SALVAÇÃO E O FUTURO

Imaginemos agora, um condenado a morte, porém perdoado por alguém cheio de bondade e amor. Este perdão garante ao condenado o livramento do castigo merecido. Esta salvação visou o livramento do castigo futuro.

A SALVAÇÃO DE JESUS

Lucas 9:24 Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; porém qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará. Suponhamos que temos um único grão de arroz no mundo em nossas mãos. Para salvar esta semente o que temos que fazer? A melhor maneira de salvá-lo é plantando-o, pois se colhera centenas deles

A verdadeira idéia da salvação é, aquela que contempla mais aquilo para o que somos salvos do que aquilo de que fomos salvos.

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A salvação ensinada por Jesus acentua mais o céu com toda a sua glória do que o inferno com todo o seu horror. Não somos salvos para escaparmos da morte, mas para gozarmos a vida eterna.

I Jo. 3 : 2 Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser.

ELEMENTOS BÁSICOS PARA A SALVAÇÃO

Rom. 3 : 24 - 25 E são justificados gratuitamente pela sua Graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Deus o propôs para propiciação pela Fé no seu Sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos sob a tolerância de Deus.

Os elementos básicos estabelecidos para salvação conf. escrito pelo Apóstolo Paulo aos Romanos são:

A GRAÇA

Tito 2:11 Pois a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens. Graça significa, primeiramente, favor, ou a disposição bondosa da parte de Deus. ( Favor não merecido). A graça de Deus aos pecadores revela-se no fato de que ele mesmo pela expiação de Cristo, pagou toda a pena do pecado. Por conseguinte, ele pode justamente perdoar o pecado sem levar em conta os merecimentos ou

não merecimentos.

A graça

manifesta-se

independente das obras dos homens. A graça é conhecida como Fonte da Salvação.

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O SANGUE

I Jo. 1 : 7 O sangue de Jesus Cristo , seu Filho, nos purifica de todo pecado. Em virtude do sacrifício de Cristo no calvário, o crente é separado para Deus, seus pecados perdoados e sua alma purificada. Sangue é conhecido como a Base da Salvação.

A FÉ

Efésios 2 : 8 - 9 Pois é pela graça que sois salvos, por meio da Fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Pela fé reconhece o homem a necessidade de salvação, e pela mesma fé é ele levado a crer em Cristo Jesus. Heb. 11 : 6 Ora, sem Fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam. A Fé conduz-nos ao Salvador, a Fé coloca a verdade na mente e Cristo no coração. A Fé é a ponte que dá passagem ao mundo espiritual, por isso concluímos que a Fé é o Meio para a Salvação.

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A NATUREZA DA SALVAÇÃO

ASPECTOS DA SALVAÇÃO

JUSTIFICAÇÃO

Justificar é um termo judicial que significa absolver, declarar justo. O réu, ao invés de receber sentença condenatória, ele recebe a sentença de absolvição. Esta absolvição é dom gratuito de Deus, colocado a nossa disposição pela fé. Essa doutrina assim se define : "Justificação" é um ato da livre graça de Deus pelo qual ele perdoa todos os nossos e nos aceita como justos aos seus olhos somente por nos ser imputada a justiça de Cristo, que se recebe pela Fé. Justificação é mais que perdão dos pecados, é a remoção da condenação. Deus apaga os pecados, e, em seguida, nos trata como se nunca tivéssemos cometido um só pecado. Portanto Justificação é o Ato de Deus tornar justo o pecador. Romanos 3 : 24,30 Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus... Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei. A justificação, é realizada no homem quando este passa a crer no Senhor Jesus Cristo como Salvador, logo que ele crê em Jesus, Deus o declara livre da condenação.

Cristo Nossa Imputação Rom. 4 : 6 ...Bem-aventurado o homem a quem Deus imputa justiça sem as obras,... Imputar é atribuir a alguém a responsabilidade pelos atos de outro. Isto é Jesus Cristo assumiu nossos pecados, Deus permitiu que Jesus pagasse nosso débito.

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Cristo Nossa Substituição Gal. 3 : 13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo ele próprio maldição em nosso lugar,... Como nosso substituto, Cristo Jesus ganhou esta justiça para nós, morrendo em nosso lugar, a fim de nos salvar e garantir o perdão dos nossos pecados. Somos agora aceitos por Deus, porque nos foi creditada a perfeita Justiça de Cristo.

Justiça de Cristo I Cor. 1 : 30 Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, Justiça, e santificação, e redenção. Esta justiça foi adquirida pela morte expiatória de Cristo. Sua morte foi ato perfeito de justiça, porque satisfez a lei de Deus. Foi também um ato perfeito de obediência. Tudo isto foi feito por nós e posto a nosso crédito.

REGENERAÇÃO REGENERAR SIGNIFICA

Restaurar o que esta destruído. Quando se trata do ser humano, Regeneração é uma mudança radical, operada pelo Espírito Santo na alma do homem. Esta Regeneração, atinge, portanto todas as faculdades do homem ou seja : Intelecto, Volição e a Sensibilidade. O homem regenerado não faz tanta questão de satisfazer à sua própria vontade como de satisfazer à de Deus. Na Regeneração, ele passa a pensar de modo diferente, sentir de modo diferente e querer de modo diferente: tudo se transforma. II Cor. 5 : 17 Portanto, se alguém está em Cristo, Nova Criatura é; as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo. A bíblia descreve a regeneração como:

Nascimento João 3 : 3 Jesus respondeu, e disse : Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Uma pessoa, para pertencer a aliança feita a Israel e gozar de todos os seus direitos,

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precisava somente nascer de pais judaicos. Para pertencer ao reino do Messias, contudo, uma pessoa precisa nascer de novo. Ezeq. 36 : 26 Dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro em vós um espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra, e vos darei um coração de carne.

Vivificação A essência da regeneração é um nova vida concedida por Deus, mediante Jesus Cristo e pela operação do Espírito Santo. Jo. 10 : 10 ... Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. Viver É estar com vida. Vivificar É dar vida. Vivificação: É o Ato, a Ação ou o efeito de viver. É usufruir da vida espiritual que Deus concedeu.

Purificação Ato ou efeito de purificar. Tito 3 : 5 Não por obras de justiça que houvéssemos feitos, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou mediante a lavagem da regeneração e renovação pelo Espírito Santo. A alma foi lavada completamente das imundícias da vida de outrora.

SANTIFICAÇÃO

Santificar é tornar sagrado, separar, consagrar, fazer santo. A Palavra santo tem muitos significados:

Separação Representa o que está separado de tudo quanto seja terreno e humano. I Ped. 3 : 11 Aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a.

Dedicação Representa o que está dedicado a Deus, no sentido ser sua propriedade. Rm 12 : 1 Portanto, rogo-vos, irmãos, pela compaixão de Deus,

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que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

Purificação Algo que separado e dedicado tem de ser purificado, para melhor ser apresentado. (imaculado) II Cor. 7 : 1 Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a impureza tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santificação no temor de Deus.

Consagração No sentido de viver uma vida santa e justa. Lev. 11 : 44 Eu sou o Senhor vosso Deus; consagrai-vos, e sede santos, porque eu sou santo.

Muito acentuada se acha no Velho Testamento a idéia de que a santificação consta de uma relação especial com Deus. As coisas consagradas ao Senhor eram consideradas santas: Arca do Concerto, O Templo, O Tabernáculo, O Altar, Os Vasos, Os Sacerdotes.

No Novo Testamento, a idéia é a de que a santificação consiste no processo do homem ser perfeito como Ele é perfeito.

Jesus ensinou que o homem deve procurar aperfeiçoar-se cada vez mais. "Bemaventurado os limpos de coração, porque eles verão a Deus".

DIANTE DO EXPOSTO, PODEMOS ESTABELECER O SEGUINTE:

Santificação é um processo O crente precisa esforçar-se para progredir em santificação. II Cor.7 : 1 Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a impureza tanto da carne, como do espírito,

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aperfeiçoando a nossa santificação no temor de Deus. O processo de santificação pode ser comparado ao crescimento de uma pessoa, porém condicionado à sua vontade.

OS MEIOS DIVINOS DE SANTIFICAÇÃO

O Sangue de Cristo I Jo.1: 7 O sangue de Jesus Cristo, seu filho, nos purifica de todo o pecado.

O Espírito Santo Fil. 1 : 6 Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou boa obra a aperfeiçoará até o dia de Jesus Cristo.

A Palavra de Deus Jo. 17 : 17 Santifica-os na verdade a tua palavra é a verdade.

VEJAMOS A SEGUIR O QUE O ESPÍRITO SANTO SANTIFICA NO CRENTE

I Tes. 5 : 23 O mesmo Deus de Paz vos santifique completamente. E todo o vosso espírito, alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

O CORPO Rom. 12 : 1 ... que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

A ALMA I Ped. 1 : 22 Tendo purificado as vossas almas Espírito Sal. 78 : 8 ... Geração de coração instável, e cujo espírito não foi fiel a Deus.

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Glorificação Glorificar significa honrar, dar glória.

Deus em seu plano de salvação, manifestou a sua glória através de Cristo Jesus, o pecador pode experimentar esta manifestação pelo Espírito Santo.

O ato final do processo da salvação será a glorificação do crente por Deus.

A Glória de Deus em Nós Em todo o tempo a glória de Deus demonstra poder, autoridade, virtude e acima de tudo consagração.

É manifestada através da fé.

Foi nos dada através de Jesus e serve para manter a unidade da Igreja.

Jô. 17 : 24 Pai, quero que onde eu estiver, estejam também comigo aqueles que me deste, para que vejam a minha glória, a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo.

A Glorificação do Corpo Rom. 8 : 30 E aos que predestinou, a estes também chamou, e, aos que chamou, a estes também justificou; e, ao que justificou, a estes também glorificou.

A Glorificação do corpo se dará por ocasião do arrebatamento, nosso corpo será transformado em um corpo glorioso. Neste ato, se dará a glorificação, quando estaremos em corpo incorruptível, e assim, estaremos para sempre com o Senhor.

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Conhecemos que a glória da roseira é a rosa e que a de qualquer árvore são os frutos; mas a glória do crente o que será?

I Cor. 13 : 12 Agora vemos em espelho, de maneira obscura; então veremos face a face. Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido.

Rom.8 : 18 Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar coma glória que em nós há de ser revelada.

A Glorificação é o objetivo de nosso serviço realizado

I Cor. 15 : 58 Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.

O trabalho do cristão deve ser realizado da melhor forma possível.

Com Amor, dedicação, voluntário, humilde, alegria, sacrificial, sabedoria etç...

ARREPENDIMENTO Formada por duas palavras gregas (meta + nous), ―arrependimento‖ não significa, como muitos pensam, um rosto cuja face correm lágrimas de remorso, e cujos lábios proferem promessas de mudança e um voto de jamais cair no mesmo pecado. Na Palavra de Deus descobrimos que a palavra quer dizer ―mudança de mente‖.

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―Esta experiência tem sido descrita como sendo o ato pelo qual o pecador, ao aceitar a Cristo, dá uma meia volta no rumo em que seguia na vida até então, e avança em direção diametralmente oposta. Isto significa uma mudança total de conduta ou procedimento. É o primeiro passo para a salvação. É a volta do pecador a Deus.‖

VEJAMOS OUTRAS DEFINIÇÕES:

É a mudança de pensamento para com o pecado e para com a vontade de Deus, o que conduz a uma transformação de sentimento e de propósito a seu respeito.

É a verdadeira tristeza pelo pecado, incluindo um esforço sincero para abandoná-lo.

É a conficção da culpa produzida pelo Espírito Santo ao aplicar a Lei Divina no coração.

O Senhor Jesus nos dá uma ótima ilustração do conceito de arrependimento em Mateus 21:28 – 30.

SUA NECESSIDADE Jesus começou Seu ministério pregando arrependimento (Mc 1:14 – 15). E isso seria mais que suficiente para comprovar a necessidade de arrependimento por parte do homem. Mas a Igreja Primitiva também anunciava a mesma mensagem

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(At 2:38; 17:30; 20:21; 26:20). E foi também uma ordem deixada pelo Senhor Jesus (Lc 24:47). ―Deus só pode perdoar o pecador quando ele sinceramente se arrepende. Isto é forte o bastante para que continuemos a pregar a necessidade de arrependimento e a necessidade do homem ter a mesma atitude que Deus tem em relação ao pecado (Lc 13:3 – 5; 1 Tm 2:4; 2 Pe 3:9)‖.

SUA NATUREZA

Em 2 Coríntios 7:10, Paulo nos mostra que há uma relação entre tristeza e arrependimento quando diz: ―Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação...‖. Você pode observar neste verso que tristeza e arrependimento não são de modo algum a mesma coisa. A tristeza realiza a sua obra, e quando isso acontece o resultado é o arrependimento e a conseqüência dessa mudança de opinião é a salvação. O apóstolo estabeleceu dessa forma uma progressão: tristeza, arrependimento e salvação. Neste verso descobrimos que arrependimento não é sentir somente tristeza pelos pecados, mas viver uma vida diferente.

Cremos que o verdadeiro arrependimento envolve três faculdades básicas do homem: seu intelecto, suas emoções e sua vontade.

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O INTELECTO

Arrepender-se

significa

mudar

de

pensamento.

Langston

afirmou

que

―intelectualmente falando, o arrependimento é uma mudança na maneira de pensarmos em Deus, em nosso pecado e em nossas relações com o nosso próximo‖. Há uma radical mudança na maneira de pensar. O filho pródigo é um clássico exemplo disso.

AS EMOÇÕES Arrepender-se significa mudar de sentimentos. ―O homem arrependido deixa de amar ou apreciar o que antes amava ou apreciava. O prazer deixa de fixar-se nas coisas terrenas para descansar nas celestiais... O arrependimento chora seus pecados, mas chora ainda mais a falsa atitude que antes tinha para com Deus... O arrependimento verdadeiro fixa os olhos do arrependido mais em Deus do que no pecado cometido‖ (Langston). No Salmo 51 Davi, chora por seus pecados, mas lamenta muito mais a sua infidelidade diante de Deus. "Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões segundo a multidão das tuas misericórdias. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que mau à tua vista, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares ".

A VONTADE Arrepender-se significa mudar de propósitos. ―Antes de arrepender-se, o homem quer fazer a própria vontade, quer dirigir-se a si mesmo, quer andar no seu próprio caminho. No arrependimento, porém, ele quer fazer a vontade de Deus,

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quer ser dirigido por Ele, porque está convencido de que a vontade e a direção de Deus são melhores...‖ (Langston). Após o arrependimento, Davi orou: ―Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro de mim um espírito inabalável‖ (Sl 51:10).

SUA PRATICIDADE Na prática, o arrependimento que é causado pela ―tristeza segundo Deus‖, é gerada por obra do Espírito Santo (Jô 16:8 – 11). Ao ouvir a mensagem do Evangelho (At:37 – 41) o homem sente-se tocado pelo dedo de Deus e, se o coração for fértil, a semente produzirá bons frutos (Mt 13:23).

SEUS RESULTADOS

O texto de Atos 3:19 é claro em mostrar um dos principais resultados do arrependimento: cancelamento dos pecados, que é outro modo de dizer que são perdoados os seus pecados (Cl 2:14).

A alegria entre os anjos é um outro resultado do arrependimento (Lc 15:7).

Sem o arrependimento, o Espírito Santo não virá habitar em qualquer coração humano (At 2:38; Ef 1:13).

EXEGESE DOS TERMOS FÉ-CRER

Originalmente, pistis significava o relacionamento fiel de partes de um contrato e a fidedignidade das suas promessas. Vieram a significar, num sentido mais lato,

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a credibilidade de declarações, relatórios e narrativas em geral, sejam sacros, sejam seculares. No grego do NT, obtiveram uma importância especial e conteúdo específico através da sua aplicação ao relacionamento com Deus em Cristo: a aceitação e reconhecimento, em plena confiança, daquilo que Deus fez ou prometeu através dEle.

GREGO SECULAR Na literatura grega clássica, pistis significa a ‗confiança‘ que um homem pode ter nas pessoas ou nos deuses. Da mesma forma, pisteuõ significa ‗confiar‘ em alguém ou nalguma coisa.

Originalmente, o grupo de palavras significava conduta que honrava um contrato ou obrigação. Daí a experiência da fidelidade e da infidelidade pertence à idéia da fé, desde o início. No grego secular, portanto, este grupo de termos representa um largo espectro de idéias. Emprega-se para expressar relacionamentos entre um homem e outro, e também para expressar o relacionamento como divino.

ANTIGO TESTAMENTO Em hebraico, a raiz ‗aman, no niphal, significa: ―ser leal, digno de confiança, fiel‖. Pode se aplicar aos homens (Nm 12:7; servos – 1 Sm 22:14; a uma testemunha – Is 8:2; a um mensageiro – Pv 25:13; aos profetas – 1 Sm 3:20). Pode, no entanto, também ser aplicado ao próprio Deus, que guarda Sua aliança e dá graça àqueles que o amam (Dt 7:9).

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No AT o termo ―fé‖ é encontrado apenas duas vezes (Dt 32:20 e Hc 2:4). Isso não significa, entretanto, que a fé não seja elemento importante no ensino do AT, pois ainda que a palavra não seja freqüente, a idéia, o é. É usualmente expressa por verbos tais como ―crer‖, ―confiar‖ ou ―esperar‖, os quais ocorrem com abundância.

NOVO TESTAMENTO

No NT, a fé é altamente proeminente. O substantivo pistis e o verbo pisteuõ ocorrem ambos mais de 240 vezes, enquanto que o adjetivo pistos ocorre sessenta e sete vezes. No NT, o pensamento que Deus enviou Seu Filho para ser Salvador do mundo, é central. Cristo realizou a salvação do homem ao morrer expiatóriamente na cruz do Calvário.

No quarto Evangelho, as formas de pensamento são diferentes de outras partes do NT. A fé surge do testemunho, que é autenticado por Deus, e nela os sinais também desempenham um papel (Jô 1:7). Por isso, quem é da verdade escuta esta chamada da parte de Deus (Jô 18:37). A fé e o conhecimento (Jô 6:69), o conhecimento e a fé (Jô 17:8), não são dois processos mutuamente independentes; pelo contrário, são coordenadas instrutivas que falam, a partir de pontos de vistas diferentes, do recebimento do testemunho.

Há intima conexão entre a fé e a vida. Aquele que crê no Filho tem a promessa de que não perecerá mas que, pelo contrário, terá a vida eterna (Jô 6:16, 36; 11:25).

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Portanto, a fé é atitude mediante a qual o homem abandona toda a confiança em seus próprios esforços para obter a salvação, quer sejam eles ações de piedade, de bondade ética, ou seja o que for.

Em João, a fé ocupa um lugar importantíssimo, pois ali o verbo pisteuõ é encontrado noventa e oito vezes. Curioso é que o substantivo pistis – ‗fé‘, nunca é encontrado. Isso possivelmente se deve ao seu uso em círculos de tipo gnóstico.

O enorme uso de pisteuõ em João se deve ao próprio objetivo claramente revelado no Evangelho em João 20:31.

A fé não consiste meramente em aceitar certas coisas como verdadeiras, mas consiste em confiar numa Pessoa, e essa Pessoa é Jesus Cristo. E como a fé é fundamental ao Cristianismo, os cristãos são simplesmente chamados ‗crentes‘. E crer implica em: • Confiar (Jô 4:50) • Seguir (Jô 8:12) • Servir (Jô 13:12 – 15; 21:15 – 17) • Obedecer (Jô 14:23 – 24)

A SEGURANÇA DA SALVAÇÃO

É possível alguém que aceitou à Cristo como salvador cair da graça? Os que seguem a doutrina de Calvino dizem que não e os que seguem a de Armínio diz que sim.

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Estudemos então as duas doutrinas:

O CALVINISMO

A salvação é inteiramente de Deus; o homem absolutamente nada tem a ver com a sua salvação.

Romanos 8 : 35 Quem nos separará do amor de Cristo ? Será tribulação, ou angustia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?

Isto porque a sua vontade se corrompeu com o pecado. Desta forma o homem não pode se arrepender sem a ajuda de Deus.

Efésios 1 : 4 - 5 Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor. Nos predestinou para ele, para adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade.

A doutrina calvinista ensina que Deus predestinou alguns para serem salvos e outros para serem perdidos. A predestinação é o eterno decreto de Deus, pelo qual ele decidiu o que será de cada um.

O ARMINIANISMO

A vontade de Deus é que todos os homens sejam Salvos, porque Cristo morreu por todos.

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I Tim. 2 : 4 O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.

As Escrituras ensinam uma predestinação, mas não individual. Ele predestina a todos os que querem ser salvos.

Tito 2 : 11 Portanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.

O homem pode escolher aceitar a graça de Deus, ou pode resistir-lhe e rejeitála. Seu direito de livre arbítrio sempre permanece.

REGENERAÇÃO

Do lado divino, a mudança de coração é chamada de regeneração, de novo nascimento; do lado humano, é chamada de conversão. Na regeneração, a alma é passiva; na conversão, é ativa. Podemos definir a concessão de uma nova natureza (2 Pe 1:4) ou coração (Jr 24:7; Ez 11:19; 36:26), e a produção de uma nova criação (2 Co 5:17; Ef 2:10; 4:24). No entanto, a regeneração não é uma mudança as substância da alma. Hodge o diz muito bem:

Como a mudança não é na substância nem no mero exercício da alma, ela ocorre naquelas disposições, princípios, gostos ou hábitos imanentes aos quais todo o exercício consciente está subordinado, e que determinam o caráter do homem e de todas as suas ações.

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A NECESSIDADE DA REGENERAÇÃO

A Escritura declara repetidamente que o homem tem que ser regenerado antes de poder ver a Deus. Estas afirmações da Palavra de Deus são reforçadas pela razão e pela consciência.

A santidade é uma condição indispensável para sermos aceitos na comunhão com Deus. Mas toda a humanidade é pecadora por natureza, e quando chega a consciência moral, torna-se culpada de transgressão real. Portanto, em seu estado natural, a humanidade não pode ter comunhão com Deus. Agora, esta mudança moral no homem somente pode ser feita por um ato do Espírito de Deus.

Ele regenera o coração e comunica a este a vida e a natureza de Deus. As Escrituras mostram esta experiência como sendo um novo nascimento, pelo qual o homem se transforma em Filho de Deus (Jô 1:12; 3:3 – 5; 1 Jo 3:1). Por natureza, os homens são: (1) Filhos da ira – Ef 2:3; (2) Filhos da desobediência – Ef 2:2; (3) Filhos do Mundo – Lc 16:8; (4) Filhos do Diabo – Mt 13:38; 23:15; At 13:10; 1 Jo 3:10. Esta última expressão é usada especialmente para os que rejeitaram a Cristo, em João 8:44. Somente o novo nascimento pode produzir uma natureza santa dentro dos pecadores de modo a tornar possível a comunhão com Deus.

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OS MEIOS DA REGENERAÇÃO

A Escritura apresenta a regeneração como obra de Deus. Mas há numerosos meios e agências envolvidos na experiência, que faremos bem em notar.

A VONTADE DE DEUS. Somos nascidos ―da vontade de Deus‖ (Jô 1:13). As palavras de Tiago esclarecem ainda mais: ―Pois, segundo seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade‖ (Tg 1:18). A MORTE E RESSURREIÇÃO.

Precisamos nos lembrar que o novo nascimento é condicionado à fé no Cristo crucificado (Jô 3:14 – 16); e que a ressurreição de Cristo está igualmente envolvida em nossa regeneração (1 Pe 1:3). A PALAVRA DE DEUS.

É um dos principais agentes para a nossa regeneração, como já vimos em Tiago 1:18. O mesmo pensamento é expresso em Jô 3:5; 1 Pe 1:23. Que a água a que se refere João 3:5 não é o batismo é evidenciado pelo fato de que em Ef 5:26 a nossa purificação é relacionada à Palavra. Deve-se explicar Tito 3:5 da mesma maneira, pois é claro que a água não tem poder regenerador. Paulo havia gerado os coríntios mediante o Evangelho (1 Co 4:15), mas havia batizado apenas alguns deles (1 Co 1:14 – 16). Zaqueu (Lc 19:9), o ladrão arrependido (Lc 23:42 – 43, e Cornélio (At 10:47) foram declarados salvos antes de terem sido.

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BATIZADOS

ESPÍRITO SANTO O Agente eficaz real na regeneração é o Espírito Santo (Jô 3:5; Tt 3:5). A verdade não constrange a vontade por si só; além disso, o coração não regenerado odeia a verdade até ser trabalhado pelo Espírito Santo. O Senhor Jesus disse acerca do Espírito Santo, em João 16:8: ―Quando ele vier convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo‖. Portanto, podemos afirmar que o Espírito Santo é tanto um Advogado quanto um Acusador. O rabino Eliezer bem Jacob diz: ―Quem cumpre um mandamento –conseguiu um advogado para si, e quem transgride um mandamento – conseguiu um acusador para si‖. Diz Strong:

Não é um simples aumento na claridade que vai permitir que um cego veja; a enfermidade do olho tem que ser curada primeiro antes que os objetos externos se tornem visíveis... Apesar de trabalhada juntamente com a apresentação da verdade ao intelecto, a regeneração difere da persuasão moral por ser um ato imediato de Deus.

Talvez seja de palavras como estas que afirmamos que alguns são ―convencidos‖ mas não ―convertidos‖.

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RESULTADOS DA REGENERAÇÃO

Aquele que é nascido de Deus vence a tentação (1 Jo 3:9; 5:4,18). O tempo presente em que todos esses verbos são usados indica uma vida de vitória contínua.

A pessoa regenerada ama aos irmãos (1 Jo 5:1), à Palavra de Deus (Sl 119:97; 1 Pe 2:2), seus inimigos (Mt 5:43 – 48), e as almas perdidas (2 Co 5:14).

A pessoa regenerada também goza de certos privilégios como Filho de Deus, como a satisfação de suas necessidades (Mt 6:31 – 32), de uma revelação da vontade do Pai (1 Co 2:10 – 12), e de ser guardada (1 Jo 5:18).

O homem que é nascido de Deus é herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo (Rm 8:16 – 17). Embora o entrar realmente no gozo da herança ainda esteja quase no futuro, o filho de Deus já agora tem um penhor dessa herança na dádiva do Espírito Santo (Ef 1:13 – 14). É claro que estes resultados não são diferentes visíveis aos olhos do mundo, mas são, não obstante, muito reais para aquele que nasceu para a família de Deus.

NOVO NASCIMENTO

O que é? O Novo Nascimento é um milagre do Espírito Santo operado na natureza do indivíduo, transformando-o completamente. De fato o Novo Testamento é um novo começo. Por mais maculado que seja o seu passado; por mais deformado que seja o seu presente; por mais sombrio que pareça o seu

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futuro, há uma saída, há uma possibilidade de começar tudo de novo, pelo NOVO NASCIMENTO. Não é esta uma notícia maravilhosa?

Portanto, o Novo Nascimento é obra do Espírito Santo, não representa fruto do esforço ou boas qualidades do homem. Não há mérito humano na operação (João 3:6 – 7).

O batismo não efetua o Novo Nascimento. É falsa a doutrina que prega a regeneração pelo batismo. Não se adquire por hereditariedade (João 1:12 – 13). A Igreja não tem poder de operar o Novo Nascimento. Como disse alguém: ―Não serás um automóvel pelo fato de teres nascido em uma garagem‖. Ninguém nasce de novo por pertencer a esta ou àquela Igreja.

Nenhum rito religioso, afinal, será capaz de efetuar o Novo Nascimento.

Não representa fruto de resoluções humanas. Assim como o nascimento físico depende de fatores fora do eu, na regeneração o eu é passivo, ele recebe o Novo Nascimento (Jô 1:12 – 13).

O Novo Nascimento é a penetração da vida divina no ser humano. O estado de pecado é um estado de morte, morte espiritual (Ef 2:1). O Novo Nascimento opera uma nova vida no ser humano.

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Como se vê, o fenômeno é inexplicável em seu alcance mais profundo. O próprio Nicodemos que era príncipe, um sábio, e mestre em Jerusalém, não entenderam isso pela mera exposição em palavras (João 3:4, 8, 9). Jesus insistiu na necessidade de experimentar o novo Nascimento. Em matéria de religião, de vida espiritual, o caminho para a compreensão é viver, experimentar primeiro para depois entender. A mera especulação mental não penetra os mistérios espirituais.

A doutrina do Novo Testamento é amplamente encontrada nas Escrituras tanto no Novo, como no Antigo Testamento. É apresentada, às vezes, com palavras diferentes, mas a verdade é a mesma: que o homem não pode mover a si mesmo na direção do propósito de Deus; que como essa natureza total está comprometida com a corrupção do pecado é-lhe impossível andar retamente no caminho de Deus. É necessário uma mudança de natureza e é Deus quem nele opera a transformação, tornando-o um novo ser em Cristo.

Há vários textos que merecem consideração e estudo para o conhecimento da doutrina, mas o capítulo 3 do Evangelho de João é o que mais longamente expõe o tema do Novo Nascimento. É o texto mais impressionante de toda a Bíblia; nenhum crente o pode ignorar como fato, muito menos na sua interpretação, pois a aplicação de seu eterno princípio de regeneração pela fé depende à entrada de qualquer um no Reino dos Céus.

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ANTES DE EXPOR A DOUTRINA PROPRIAMENTE, ESCLAREÇAMOS ALGUMAS EXPRESSÕES USADAS NO TEXTO:

FARISEUS

Constituíam umas três principais seitas do Judaísmo e era a melhor, ou a mais severa (Atos 26:5). Os Judeus foram combatidos por feroz perseguição de Antíoco Epifanes, rei da Síria, depois da volta do Cativeiro Babilônico. Os mais patriotas se organizaram em partido para resistirem à infiltração do Helenismo. Isso em 175 – 164 a. C. Logo, os fariseus tiveram uma nobre origem: visavam preservar a religião de Israel, as Escrituras Hebraicas, estimular o amor pátrio, etc. Mas seu nome aparece só lá pelos anos 135 – 105 a. C. Os fariseus criam na imortalidade da alma, na ressurreição do corpo, na existência do espírito, nas recompensas e castigos na vida futura (céu e inferno). E nisso se opunham aos saduceus que não aceitavam nem uma nem outra destas coisas (Atos 23:6 – 6). Mas em matéria de religião não basta ter conceitos teológicos corretos, é preciso ter uma vida consentânea com aquilo que se crê. Enfatizaram em extremo as formas externas de religião tornando-se legalistas. Chegaram a transformar a religião num montão de formalismos sem vida. Opuseram-se ferrenhamente a Jesus. Foram duramente acusados por João Batista e por Jesus. Apesar de tudo, tiveram em seu meio homens de grande capacidade intelectual e social: tais como Gamaliel (At 5:34; 22:3); Saulo de Tarso (Fp 3:5), que veio a se converter mais tade (At 9:1 – 22), e a ser chamado para o apostolado; Nicodemos (Jô 3:1), e outros de muito boa vontade (At 5:34; Jô 7:50). Os fariseus julgavam que por muito falarem seriam ouvidos em suas orações (Mt 6:7).

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NICODEMOS Agostinho descreve-o como ―um dos crentes em quem Jesus não podia confiar logo‖ (Jô 2:24). A tradição rabínica o descreve como um dos três homens mais ricos de Jerusalém. Era de uma alta autoridade no Sinédrio, corpo legislativo, judicial e executivo entre os judeus.

Aparentemente no início desta entrevista ele está convencido, mas não convertido. Jesus repudia o

regime religioso do indivíduo Nicodemos e de toda a sua elite religiosa, e exige de lê radical transformação, se quer entrar no Reino dos Céus.

É mencionado três vezes no Evangelho de João. A primeira vez, visitando Jesus de noite (Jô 3:1 – 15); a segunda, protestando contra a condenação de Jesus sem o ouvirem. Nicodemos estava tão impressionado com as palavras de Jesus que seu desejo era que seus colegas o ouvissem também (Jô 7:50 – 51); e a terceira vez, trazendo especiarias para ungir o corpo de Jesus em seu sepultamento (Jô 19:38 – 39).

DE NOITE João 3:2, nos diz que Nicodemos ―foi ter com Jesus de noite‖. Por que de noite? Por que temia o povo? Envergonhava-se de Jesus? Ou apenas procurava uma entrevista mais longe do burburinho da multidão?

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Parece que o problema era mesmo um temor político e social. Não queria prejudicar sua posição (Jô 3:10). O texto expõe, sem rodeios, o motivo – ―por medo dos judeus‖ (Jô 19:38 – 39), em relação a José de Arimatéia. E Nicodemos? ―A sinceridade militava contra a timidez e a timidez contra a sinceridade no coração de Nicodemos‖ (O. Boyer). Pelo menos mostrou devoção a Jesus. Muitos que hoje censuram por ter procurado Jesus de noite, têm outros preconceitos que os arrastam de Jesus de dia e de noite, vivem longe dEle. Afinal, foi Nicodemos que cuidou (juntamente com José de Arimatéia), do corpo de Jesus e do seu sepultamento (Jô 19:38 – 39). ―Rabi, SABEMOS que és Mestre...‖ – o verbo está no plural – ―sabemos‖ – Em nome de quem fala Nicodemos? Nicodemos fala por seu grupo. Era membro do Sinédrio e delegado único dos chefes dos judeus para saber de suas pretensões.

O magno tribunal já havia investigado oficialmente acerca de João Batista (João 1:19 – 31) nunca fez isso com relação a Jesus. E Nicodemos se queixa disso mais tarde (Jô 7:50), querendo que Jesus fosse ouvido em juízo. Ele mesmo ficara impressionado com a pessoa e o ensino de Jesus de ter estado com ele naquela noite memorável, posto que já estivesse anteriormente deslumbrado com seus milagres.

REINO DE DEUS

Os Judeus esperavam e criam que seria assinalada a vinda do Reino por manifestações de pompa e poderio político e militar. O Reino de Deus era a época Messiânica. Jesus aqui proclama uma ordem espiritual invisível aos

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olhos, aos sentidos. A regeneração é isso – o arrependimento para a remissão de pecados e a renovação pelo Espírito Santo; e esta experiência dupla é indispensável para a entrada no Reino dos Céus.

O Reino dos Céus é o domínio de Deus e de Cristo e do Espírito Santo sobre a vida do discípulo, da Igreja (Lucas 17:20 – 21). É a vontade de Deus se consumando. É chamado o ―Supremo Bem‖. Não há nada melhor ou equivalente ao Reino de Deus na vida.

NASCER DA ÁGUA E DO ESPÍRITO

Muitas são as interpretações que tem sido dadas a estas palavras.

C. H. Wright, erudito anglicano, interpreta como sinônimas as expressões. Assim, para ele, nascer da água e do Espírito é uma e a mesma coisa. Jesus apenas enfatiza a necessidade de nascer de cima.

Outros evangélicos aceitam que a expressão toma o sinal (batismo) pelo significado (arrependimento), assim, nascer da água seria ―nascer do arrependimento‖. Há quem interprete ―nascer da água‖, como o primeiro nascimento, pelo aspecto impressionante do parto.

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Há os que fogem da idéia do Reino Espiritual e o identificam com as Igrejas, e dão ao batismo o valor de entrar nas igrejas, admitem nisso equivalência com entrar no Reino.

Além de uma outra mais generalizada, tanto quanto mais falsa idéia sacramentalista que interpreta a expressão ―nascer da água‖, como uma referência do Mestre ao batismo. É a idéia católica da Regeneração Batismal, através do sacramento chamado batismo.

SEGUINDO TAYLOR, OPOMOS AS SEGUINTES REFUTAÇÕES:

Taylor não concorda que sejam sinônimas as expressões, embora admitindo a probabilidade de que o fossem. E, contudo, pode-se optar pela interpretação bastante inteligente do Dr. Wright, sem ferir qualquer doutrina bíblica, sem cair no sacramentalismo anti-bíblico. Pode-se, pois admitir as duas expressões – ―nascer da água e do Espírito‖ – apenas como repetição da idéia para enfatizar a necessidade de uma transformação a operar por Deus. Neste caso as duas são uma e a mesma coisa – nascer de novo, nascer de cima.

É arriscado supor que Nicodemos devesse entender como arrependimento o ―nascer da água‖, ou como batismo ou qualquer forma de nascimento, muito menos ligá-lo à idéia de ―entrar na igreja‖.

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A IDÉIA SACRAMENTALISTA, QUE ADMITE O “NASCER DA ÁGUA” COMO SENDO O BATISMO REQUISITO AO NOVO NASCIMENTO, É CONTRADITÓRIA:

Quando afirma que o único batismo conhecido era o de João;

Que este era destituído da graça salvadora e do Espírito regenerador;

Que o batismo cristão só começaria no dia de Pentecoste, de conformidade com o Concílio de Trento.

É o mesmo que admitir que Jesus estivesse a afirmar algo mais ou menos assim: ―Nicodemos, se você não nascer de novo não poderá entrar no Reino dos Céus; entretanto, como você bem sabe isso é coisa absolutamente impossível no presente, pois o batismo ainda não foi instituído‖. Mas nós sabemos que Jesus tem melhor ―bom senso‖, do que o mero pregador.

Quando admite que o batismo é o meio pelo qual se opera o Novo Nascimento. É ou não contraditório?

Além de tudo isso, a idéia sacramentalista entra em contradição com todo o ensino claro das Escrituras sobre a doutrina bíblica do batismo, que não tem o poder de operar a regeneração; o batismo não salva. É para ser ministrado a pessoas que já tenham tido a experiência do Novo Nascimento.

A participação dos ritos sacramentais de qualquer seita religiosa não abre a porta a ninguém para entrar no Reino de Deus, mas só pelo arrependimento e

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fé, caminhos bíblicos da regeneração. Pois, se fosse de outro modo (pelo batismo), não seria razoável censurar Nicodemos por não entender o ensino de Jesus. Sabemos, pois, que ―nascer da água‖, não é o mesmo que batismo. Mas, então, o que queria Jesus dizer com a expressão ―nascer da água e do Espírito‖?

Um dos fatores indispensáveis na regeneração do pecador é a Palavra de Deus, o Evangelho. Vários textos ensinam isto: Jô 15:3; Ef 5:26; Hb 4:12; 10:22; Tg 1:21; 1 Pe 1:22 – 23; etc. ―É doutrina bíblica inegável que o Espírito Santo regenera pela Palavra‖.

TAYLOR, DEPOIS DE LONGA ANÁLISE E MUITAS CITAÇÕES, CONCLUI: ―Essas considerações me levam a afirmar que aqui, como nas outras passagens estudadas nas páginas do Evangelho de João, Jesus ensina um Novo Nascimento com dois fatores sublimes: o poder purificador do Evangelho de salvação pelo sangue de Jesus e a obra vitalizadora do Espírito Santo que acompanha a pregação e opera no pecador ouvinte a graça e a Nova Vida‖.

Esta interpretação concorda com outros textos mais claros da Palavra de Deus e justifica a circunstância de haver Jesus censurado a Nicodemos por não haver entendido o Seu ensino. E Nicodemos era profundo conhecedor dos textos vetero-testamentários, tais como Isaias 44:3; Ezequiel 36:25 – 26; etc; que tratam da regeneração como operação divina pelo Seu poder e pela Sua palavra.

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―Água, simboliza pois, a purificação efetuada no crente pelo Evangelho de Jesus, fator sublime na regeneração – Evangelho da purificação operada no pecador pelo sangue remidor de Jesus‖. Observe o versículo 6 do capítulo 3 do Evangelho de João: ―Todo o que é nascido do Espírito é espírito‖. Não apenas o crente batizado. Todo o crente tem a vida eterna, antes do seu batismo, quando crê. Haja vista o caso do ladrão convertido à cruz, foi salvo sem batismo, quando lhe prometeu Jesus: ―Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso‖ (Lucas 23:43). Não é possível pois, que Jesus estivesse falando de batismo como meio de Nascer de Novo.

EVIDÊNCIAS DO NOVO NASCIMENTO

Uma nova visão e compreensão espiritual ( 2 Co 4:6; Ef 1:18; 1 Co 2:14 )

O coração sofre uma revolução ( Ez 36:26; Ef 4:20 – 24 )

Uma vontade transformada ( Ef 5:15 – 17 )

Uma atitude diferente para com o pecado ( Rm 6:1 – 23 )

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Uma disposição de obedecer a Deus ( 1 Jo 2:6 )

Um coração habitado por Cristo ( Jô 14:23; Cl 1:27 )

Uma vida separada do mundo ( Tg 4:4; 1 Jo 2:15 – 17 )

Luz do mundo ( Mt 5:14 – 16 )

Sal da terra ( Mt 5:13 )

Bom Perfume ( 2 Co 15:16 )

JUSTIFICAÇÃO

Por natureza, o homem não somente é filho do mal, mas é também um transgressor e um criminoso (Rm 3:23; 5:6 – 10; Cl 1:21; Tt 3:3). Na regeneração, o homem recebe uma nova vida e uma nova natureza; na justificação, uma nova posição. A justificação pode ser definida como o ato de Deus pelo qual Ele declara justo aquele que crê em Cristo. O Breve Catecismo afirma:

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―Justificação é um ato da livre graça de Deus, pelo qual ele perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos a seus olhos, somente pela justiça de Cristo a nós imputada e recebida pela fé.‖

A JUSTIFICAÇÃO É UM ATO DECLARATIVO. NÃO É ALGO OPERADO NO HOMEM, MAS SIM ALGO DECLARADO A RESPEITO DO HOMEM.

A REMISSÃO DA PENA. A pena para o pecado é a morte (Rm 5:12 – 14; 6:23). Se o homem for ser salvo, esta pena terá que ser removida primeiro. Foi removida pela morte de Cristo, e é na morte de Cristo, que sofreu o castigo de nossos pecados em Seu próprio corpo no madeiro (1 Pe 2:24).

A IMPUTAÇÃO DA JUSTIÇA.

Como justificação é acertar a pessoa com a Lei, precisamos observar, como diz Strong, que ―a lei requer não simplesmente a ausência de ofensa negativamente, mas toda maneira de obediência e semelhança a Deus positivamente‖. Em outras palavras, o pecador precisa não apenas ser perdoado por seus pecados passados, mas também receber uma justiça positiva antes de poder ter comunhão com Deus. Esta necessidade é satisfeita na imputação da justiça de Cristo ao crente.

Imputar é debitar a alguém (cf Sl 32:2; Rm 1:17; 1 Co 1:30; 2 Co 5:21; Fm 18). Devemos observar que este não é o atributo de Deus, pois a nossa fé nada tem

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a ver com ele; mas sim a justiça que Deus providenciou para aquele que crê em Cristo. Assim, Deus nos restaura ao favor imputando-nos a justiça de Cristo. Esta é a veste nupcial que está pronta para todo aquele que aceita o convite para o banquete (Mt 22:11 – 12; Lc 15:22 – 24).

O MÉTODO DA JUSTIFICAÇÃO Não é pelas obras da Lei – Rm 3:20; Gl 2:16. Os homens não são salvos por ―fazerem o melhor que podem‖, mas são salvos por ―crerem naquele que fez o melhor‖. A justificação pela Lei só acontece através do cumprimento ―total‖ da mesma! É pela Graça de Deus – Rm 3:24; Tt 3:7. É pelo Sangue de Cristo – Rm 5:9. É pela Fé – Rm 3:26 – 30; 4:5 – 12; 5:1; Gl 3:8, 24.

ADOÇÃO

A doutrina da adoção é puramente paulina. Os outros autores do NT associam as bênçãos que Paulo relaciona à adoção com as doutrinas da regeneração e da justificação. A palavra grega traduzida como adoção (huiothesia), somente ocorre cinco vezes nas Escrituras, e todas elas nos escritos de Paulo: Rm 8:15, 23; 9:4; Gl 4:5; Ef 1:5. Uma vez é aplicado a Israel como nação (Rm 9:4); uma vez relaciona a completa realização da adoção à vinda futura de Cristo (Rm 8:23); e três vezes, declara ser ela um fato presente na vida do Cristão.

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DEFINIÇÃO

Como a palavra grega (huiothesia) indica, adoção é literalmente colocar na posição de filho. Scofield diz: Adoção, ―colocar na posição de filho‖ não é tanto uma palavra de relacionamento como de posição. A relação de filho do crente para com Deus resulta do novo nascimento (Jô 1:12 – 13), ao passo que adoção é o ato de Deus pelo qual aquele que já é filho, através de redenção da lei, é colocado na posição de filho adulto (Gl 4:1 – 5). O Espírito que habita no crente o leva à percepção disto em sua experiência presente (Gl 4:6); mas a plena manifestação de sua filiação aguarda a ressurreição, transformação e trasladação dos santos, e é chamada de ―redenção do corpo‖ (Rm 8:23; 1 Ts 4:14 – 17; Ef 1:4; 1 Jo 3:2). Quer-nos parecer que Paulo considerava os crentes do AT como ―filhos‖ embora ―de menor idade‖; mas os crentes do NT ele considerava tanto como ―filhos‖ quanto ―filhos adultos‖. As principais vantagens da filiação, segundo Paulo, são a libertação da Lei (Gl 4:3 – 5) e a posse do Espírito Santo, o Espírito de Filiação (Gl 4:6). Resumindo: na regeneração, recebemos nova vida; na justificação, uma nova reputação; na adoção, uma nova posição.

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O TEMPO DA ADOÇÃO

A ADOÇÃO TEM UM RELACIONAMENTO TRÍPLICE DE TEMPO:

Nos conselhos de Deus, foi um ato do passado eterno (Ef 1:5). Antes mesmo de começar a raça hebraica, sim antes da criação, Ele nos predestinou para esta posição (cf Hb 11:39 – 40).

Na experiência pessoal ela se torna verdadeira para o crente na hora em que ele aceita a Jesus Cristo (Gl 3:26).

Mas a percepção plena da filiação aguarda a vinda de Cristo. É naquela hora que a adoção será plenamente consumida (Rm 8:23).

OS RESULTADOS DA ADOÇÃO Talvez o primeiro dentre eles seja a libertação da lei (Rm 8:15; Gl 4:4 – 5). O crente já não está debaixo de ―guardiões‖. O penhor da herança, que é o Espírito Santo (Gl 4:6 – 7; Ef 1:11 – 14). O Pai ajuda o filho adulto a começar com a investidura do Espírito. É o pagamento inicial da herança total que ele receberá quando Cristo vier.

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SANTIFICAÇÃO

SANTIDADE DE DEUS A palavra hebraica para ―santo‖ é quadash, derivada da raiz quad, que significa ―cortar‖ ou ―separar‖. A idéia básica de santidade de Deus não é tanto uma qualidade moral de Deus, mas, sim, a posição ou relação entre Deus e alguma coisa ou pessoa. É dupla a idéia bíblica da santidade de Deus.

Ele é absolutamente distinto de todas as suas criaturas e exaltado sobre elas em infinita majestade.

Há um aspecto especificamente ético, e isto significa que em virtude de Sua santidade Deus não tem comunhão com o pecado (Jô 34:10; Hc 1:13; 1 Jo 1:5).

DEFINIÇÃO DE SANTIFICAÇÃO

SEPARAÇÃO PARA DEUS.

A separação para Deus pressupõe separação da impureza. Isto se refere a coisas, lugares ou pessoas (2 Co 6:14 – 7:1).

IMPUTAÇÃO DE CRISTO COMO NOSSA SANTIDADE.

A imputação de Cristo como nossa santidade acompanha a imputação de Cristo como nossa justiça. Ele se tornou justiça e santificação para nós (1 Co 1:30). Paulo diz que somos ―santificados em Cristo Jesus‖ (1 Co 1:2; At 26:18; Ef 5:26).

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Assim, o crente é reconhecido como santo bem como justo por estar revestido com a santidade de Cristo. Neste sentido, todos os crentes são chamados de ―santos‖ sem levar em consideração suas conquistas espirituais (Rm 1:7; 1 Co 1:2; Ef 1:1; Fp 1:1; Cl 1:1). É a conhecida ―santificação posicional‖.

PURIFICAÇÃO DO MAL MORAL. Esta é a ―santificação progressiva‖. A pergunta do salmista é: ―de que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho?‖. Tem como resposta, ―observando-o segundo a Tua Palavra‖ (Sl 119:9). É um processo contínuo.

CONFORMIDADE COM A IMAGEM DE CRISTO.

A conformidade com a imagem de Cristo é o aspecto positivo da santificação, assim como a purificação é o negativo, a separação e imputação são o posicional. Alguns textos básicos para esta verdade são: Rm 8:9; 2 Co 3:18; Gl 5:22 – 23; Fp 1:6; 3:10; 1 Jo 3:2). Claramente este é um processo que se estende por toda a vida e que só será consumado por completo quando estivermos com o Senhor.

OS MEIOS DE SANTIFICAÇÃO ―Santos sereis, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo‖ (Lv 19:2; 1 Pe 1:16). Evidentemente que estamos nos referindo à ―santificação progressiva‖. O primeiro meio de santificação é a Palavra de Deus, ou seja, a meditação e a obediência à mesma (Sl 119:9; Jô 15:3; 17:17; Ef 5:26; 2 Tm 3:16; 1 Pe 1:22 –

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23). O segundo meio de santificação é a prática da auto disciplina através de jejum, oração, meditação, estudos, etc (1 Co 9:27). E o terceiro meio seria por meio do poder do Espírito Santo (Rm 8:13). PERSEVERANÇA ―Se compreendida corretamente, esta doutrina oferece muito conforto; mas não deve-se abusar dela ou interpretá-la mal. As Escrituras ensinam que todos aqueles que, mediante a fé, são unidos a Cristo, que foram justificados pela graça de Deus e regenerados por Seu Espírito, jamais cairão total ou finalmente do estado de graça, mas certamente nele perseverarão até o final. Isto não significa que jamais escorregarão, jamais pecarão; ou que todo aquele que professa ser salvo, está salvo para a eternidade. Simplesmente significa que eles jamais cairão totalmente do estado da graça ao qual foram trazidos, nem deixarão de, no fim, levantar-se de novo quando escorregarem. A doutrina da segurança eterna só é aplicável àqueles que tiveram uma experiência vital de salvação‖ (Henry Clarence Thiessen, Palestras em Teologia Sistemática).

POSIÇÕES FAVORÁVEIS À DOUTRINA

O Propósito de Deus (Is 14:24; Rm 8:35 – 39) A Mediação de Cristo (Hb 7:25) A contínua capacidade de Deus de nos guardar (Fp 1:6; 2 Tm 1:12; Jd 24) A natureza da mudança no crente (2 Co 5:15)

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POSIÇÕES CONTRÁRIAS À DOUTRINA

Introduz à Frouxidão e Indolência

Rouba a Liberdade do Homem As Escrituras ensinam o contrário (Jô 15:1 – 6; Mt 24:13; Hb 6:4 – 6)

Não pretendemos que esta seja uma conclusão completa sobre o assunto.

Entretanto, o que queremos é ressaltar alguns fatos:

As Escrituras mostram que a união do crente com Cristo é expressa de diversas formas: (a) a união entre o edifício e seu fundamento (Ef 2:20 – 22; Cl 2:27; 1 Pe 2:4 – 5); (b) a união entre marido e mulher (Rm 7:4; Ef 5:31 – 32; Ap 19:7 – 9); (c) a união entre o Pastor e as ovelhas (Jô 10:27 – 28); (d) a união entre a videira e seus ramos (Jô 15:1 – 6); (e) a união entre a cabeça e o corpo (1 Co 12:12; Ef 1:22 – 23). Nosso relacionamento com Cristo é também descrito em termos de ―Aliança‖ (cf Mt 26:28; 1 Co 11:25). Aliança, é ―um pacto ou contrato entre duas partes, que as obriga mutuamente a assumir compromissos cada uma em prol da outra. Teologicamente denota um compromisso gracioso da parte de Deus no sentido de beneficiar e abençoar o homem e, especificamente, aqueles homens que, pela fé, recebem as promessas e se obrigam a cumprir os deveres envolvidos neste compromisso‖ (Enciclopédia Histórico-Teológica)

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O que é um crente? A palavra grega (pistos) para ‗crente‘ é a mesma para ‗fiel‘.

O PROBLEMA DA APOSTASIA Hebreus 6:4 – 8 é a passagem mais difícil da carta, e tem dado espaço para muita polêmica através dos séculos. Contudo, é bom lembrar que o propósito das Escrituras não é confundir a mente de ninguém, e sim iluminar, esclarecer (cf Sl 119:105; Jô 1:4; 8:12).

Para aqueles que acreditam na possibilidade de apostasia pessoal, Hebreus 6:4 – 8é obviamente uma das passagens mais importantes. É tão importante como Hebreus 10:26 – 31 e 2 Pedro 2:20 – 22; isto sem mencionar outras passagens significantes que providenciam a base para o ensino deste assunto.

Cremos que uma série de perguntas devem ser levantadas para que possamos entender melhor este parágrafo (Hb 6:4 – 8).

Qual é o tema de Hebreus? Já sabemos que a superioridade do evangelho de Cristo é um tema relevante em Hebreus. Mas, se observarmos bem, verificaremos que há várias advertências dentro desta carta, que estimulam os leitores a firmarem-se na fé (eg 2:1; 3:6, 12, 14; 4:14; 6:12; 10:23, 26 – 31, 35 – 39). Portanto, a pergunta: qual a razão de ser de todas essas advertências? Por que avisar alguém de um perigo se é impossível que ele seja ferido por este? Hebreus 6:4 – 5 descreve a verdadeira experiência de salvação? A resposta só poderá ser dada mediante uma séria exegese do referido texto.

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PRIMEIRA EXPERIÊNCIA: ―uma vez foram iluminados‖. O verbo grego photizomai significa dar alguém uma luz ou trazê-lo para a luz. A mesma exata descrição é usada em 10:32, onde também não há nenhuma razão para duvidar de que é um sinônimo para a conversão. ―A iluminação indica que Deus dá o entendimento e os olhos da luz espiritual‖. ―A idéia da iluminação é característica do NT em relação à mensagem de Deus ao homem. Isto é especialmente verdadeiro no que diz respeito ao Evangelho segundo João em que Jesus declara ser a luz do Mundo (8:12). Outro paralelo é 2 Co 4:4. Por isso, sempre que a luz tem brilhado nas mentes humanas tem vindo alguma compreensão da glória de Cristo‖ (Dondald Guthrie, Hebreus). A Palavra interpretada ―uma vez‖ (no grego hapax) tem a idéia de ―uma vez para sempre‖ ou ―uma vez eficaz‖. Esta mesma palavra é repetida em Hebreus em 9:7, 26, 27, 28; 10:2; 12:26 e 27. Nestes outros lugares a palavra conscientemente implica alguma coisa feita de uma vez e de tal maneira que nenhuma repetição ou adição seja necessária para completá-la. Kent reconhece que ―o uso de ‗uma vez para sempre‘, direciona-se a alguma coisa completa ao invés de uma parcial ou inadequada‖.

SEGUNDA EXPERIÊNCIA: ―provaram o dom celestial‖. ―Provar‖ é o verbo grego geúdomai (provar, experimentar), e ―expressa o desfrutar real e consciente das bênçãos

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aprendidas em seu verdadeiro caráter‖. Cremos que ―o dom celestial‖ é algo que veio de Deus, obviamente. Paulo afirma em Efésios 2:8 que a salvação é ―dom de Deus‖. Portanto, se ela é ―dom de Deus‖, constitui-se num ―dom celestial‖. ―A idéia de provar o dom celestial subentende mais do que um mero conhecimento da verdade. Subentende a experiência dela. Este é um uso lingüístico do AT (cf Sl 34:8). No NT, 1 Pedro 2:3 contém a mesma idéia. Há um desenvolvimento entre saber acerca do alimento, até mesmo gostar da aparência dele, e realmente prová-lo. Ninguém pode apenas fingir provar um alimento. Mas o que significa esta expressão? Em nenhuma parte do NT ―o dom celestial‖ é mencionado, embora a idéia de um dom de Deus ocorra várias vezes, principalmente em relação ao Espírito Santo (cf At 10:45; 11:17). Noutros casos, é ligado com a graça de Deus (Rm 5:15; Ef 3:7; 4:7), onde abrange a totalidade da dádiva da salvação. Na presente declaração, o conteúdo do dom não é definido, mas a sua origem é abertamente declarada – não é de feito humano‖ (Guthrie).

TERCEIRA EXPERIÊNCIA: ―se tornaram participantes do Espírito Santo‖. A palavra compartilhar (metochoi), que quer dizer ―para ter junto com‖, é aparentemente usada pelo autor de Hebreus, exclusivamente para se referir à participação comum do cristão em coisas relacionadas a sua salvação (cf 3:1, 14; 12:8). Qualquer uma destas três referências são em si mesmas adequadas para qualificar tal ―participante‖ como um cristão. E ninguém no NT se torna ―participante‖ do Espírito Santo sem tornar-se um cristão (At 2:38 – 39; Rm 8:9; 1 Co 12:13; Gl 3:14; 4:6). ―A idéia de participar do Espírito Santo é notável. Isto imediatamente distingue a pessoa daquela que não tem mais do que um conhecimento superficial do cristianismo‖ (Guthrie).

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QUARTA EXPERIÊNCIA: ―provaram a boa palavra de Deus‖. ―Não é por acidente qu o que é provado não é a própria palavra de Deus, mas, sim, a sua bondade. A distinção é importante. É possível abordar a palavra de Deus de modo sincero, mas sem efeito. No presente caso, os que provaram a bondade estavam bem imersos na experiência cristã. A frase descritiva ―palavra de Deus‖ (Theou rhêma) ocorre outra vez em 11:3 e nalguns outros lugares no NT, mas não é tão freqüente quanto a expressão mais geral, porém paralela (logos tou Theou), que ocorre nesta epístola em 4:12 e 13:7. A presente frase chama a atenção mais a uma comunicação específica de Deus do que a uma mensagem geral de Deus. De fato, pode, mas provavelmente referir-se à experiência de Deus que a pessoa conhece na conversão, quando a maravilhosa condescendência de Deus para com os pecadores raia sobre a alma em toda a sua beleza resplandecente (Guthrie). O evangelho é fruto da bondade de Deus (1 Pe 2:1 – 3).

QUINTA EXPERIÊNCIA: ―provaram os poderes do mundo vindouro‖. Alguns interpretam ―poderes‖ (dynameis) como milagres, pelo fato do termo ter sido traduzido assim em outras partes do NT (cf Mt 13:58; Hb 2:4). Mas, quem experimenta a salvação em Cristo Jesus, já começa a ―provar‖ o ―mundo vindouro‖ (mellontos aiônios), ou ―os poderes da era que há de vir‖ (NVI). Devemos lembrar que o Reino de Deus é tanto presente quanto futuro. Por isso, quem entra para o Reino já começa a provar agora, bênçãos que atingirá o clímax na segunda vinda do Senhor Jesus; é o famoso ―já e ainda não‖. Agora que fizemos esta exegese, podemos concluir: seria difícil encontrar uma melhor descrição de uma conversão genuína.

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ISTO DESCREVE A APOSTASIA DA SALVAÇÃO? A resposta está na interpretação da expressão ―e caíram‖ (v 6). O termo grego ―parapíptõ‖ significa ―cair‖, ―cair para fora‖, ―desviar-se‖. Esta é a única vez em que este verbo é usado no NT; ela ocorre na LXX em Ezequiel 18:24. contudo, apesar da única ocorrência, outros versículos de Hebreus expressam a mesma idéia (eg 2:1; 3:12; 10:38; 12:25).

QUAL É A NATUREZA DA REFERIDA IMPOSSIBILIDADE? ―... é impossível outra vez renová- los para arrependimento, visto que de novo estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus, expondo-o à ignomínia‖ (v 6). Guthrie afirma que esta declaração só pode ser ligada a uma ―apostasia completa‖. ―Talvez esteja pensando que tais apóstatas seriam mais culpáveis do que aqueles que originalmente clamaram ‗crucifica-o‘, que nunca conheceram coisa alguma acerca da maravilhosa graça de Deus através de Cristo‖. Tudo indica que esta ―apostasia completa‖ é uma forma de crucificar, expor, odiar e desprezar novamente o Filho de Deus.

Esta passagem tem causado extensos debates, e tem resultado em muitos malentendimentos. O problema principal é se o escritor está dando a entender que um cristão pode cair tão longe da graça a ponto de ser culpado do pior delito contra o Filho de Deus. Se a resposta for sim, como explicaremos aquelas outras passagens que sugerem a segurança eterna dos crentes?

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Uma coisa precisa ser lembrada: a passagem inteira é vista do lado das responsabilidades do homem, e não uma exposição sobre a natureza da graça.

Outra coisa é que o arrependimento é um ato que envolve a auto-humilhação do pecador diante de um Deus santo, e fica evidente porque um homem com uma atitude de desprezo para com Cristo não tem possibilidade de arrependimento. O processo do endurecimento fornece uma casca impenetrável que remove toda a sensibilidade para com o pleitear do Espírito. Chega-se a um ponto de nenhum retorno, quando, então, a restauração é impossível.

Nos versículos 7 – 8, o autor ilustra o que acabou de afirmar com uma realidade da natureza. O Novo Testamento contém muitos exemplos de ilustrações agrícolas sendo usadas para recomendar verdades espirituais. Isto se deve ao fato de que as leis naturais estão ligadas com as leis espirituais, porque os dois tipos de leis têm o mesmo originador e, por esta razão, os fenômenos naturais podem servir de analogias espirituais. Negligenciar o cultivo da terra leva a resultados sem valor, da mesma maneira que a recusa de apegar-se às provisões da graça de Deus leva à bancarrota espiritual. Podemos afirmar então, que é uma parábola de dois campos para mostrar dois tipos de pessoas:

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Os dois campos pertencem ao mesmo dono: Deus. Os dois campos recebem o mesmo tratamento: Chuva. Os dois campos produzem coisas diferentes:

Erva útil = bênção da parte de Deus Espinhos e abrolhos = será queimado. A Bíblia Viva diz: ―Quando a terra de um lavrador recebeu muitas chuvas e surgiram boas colheitas, aquela terra obteve a bênção de Deus sobre ela. Porém se continuar dando safras de ervas daninhas e espinhos, essa terra é considerada imprestável, e está pronta para ser condenada e queimada‖.

Conclusão: Nossa rebeldia (apostasia) pode mudar a história da nossa salvação. A Doutrina do Espírito Santo

A DOUTRINA DA IGREJA

A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS ESCATOLOGIA A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO DE JERUSALÉM

A reconstrução do templo de Jerusalém já é debatida pelas autoridades de Israel. Donativos já estão chegando para isso. O parlamento de Israel já se ocupa do assunto. Essa construção pode ser muito rápida devido às

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moderníssimas técnicas empregadas em construção. Quando na guerra de 1967, Israel retomou a parte antiga de Jerusalém, que encerra o remanescente das muralhas do templo, um idoso historiador judeu (citado pela revista TIME), disse: ―Agora chegamos ao mesmo ponto em que Davi chegou quando conquistou Jerusalém. Da conquista de Jerusalém por Davi, até o momento em que Salomão construiu o templo, houve apenas uma geração. Assim será também Conosco‖.

O templo em consideração aqui é o da Tribulação (2 Ts 2.4; Mt 24.15), que será destruído naqueles mesmos dias. O profeta Zacarias diz que ―a cidade será tomada‖. Apocalipse 11.1 ,2 também fala da destruição desse templo. A passagem em apreço fala de medição do sentido de destruição. E também o caso de Salmo 60.6 e Lamentações 2.8. A destruição deste templo poderá ser causada também por terremoto, como os mencionados em Apocalipse 11.13 e 16.18,19.

O retorno total dos judeus à sua terra, dar-se-á por ocasião da revelação de Cristo para o estabelecimento do Milênio - um reino teocrático proeminentimente judaico (Mt 24.3 1; Is 11.11,12).

PREDOMINÂNCIA DE UMA CONFEDERAÇÃO DE NAÇÕES

No dia 23 de maio de 1957, foi assinado um tratado em Roma, o qual, sem dúvida, foi o primeiro passo do cumprimento de uma antiga profecia de Daniel sobre a existência de urna confederação de nações, como única forma de expressão do poder gentílico mundial. A profecia está no capítulo 2, e se repete no capítulo 7 de Daniel. No Apocalipse, ela é vista à partir do capítulo 13.

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O dito tratado teve vigência a partir de 1~ de abril de 1958. O objetivo fundamental do tratado é a unificação da Europa mediante a formação dos Estados Unidos da Europa. Os seis países membros fundadores foram: Itália, França, Alemanha Ocidental, Holanda, Bélgica e Luxemburgo. Novos membros foram admitidos mais tarde.

SIGNIFICADO PROFÉTICO DESTA CONFEDERAÇÃO DE NAÇÕES.

Esta coalização de nações a ser formada, segundo a profecia, na área geográfica do antigo Império Romano, está predita em Daniel 2.33,41-44; 7.7,8,24,25; Apocalipse 13.3,7; 17.12,13. Não se trata de uma restauração literal e total do antigo Império Romano, tal como ele existiu, mas uma forma de expressão final dele, pois, conforme a palavra profética em Daniel 2.34, a pedra feriu a estátua, nos pés não nas pernas. As duas pernas representam o Império Romano dividido em dois, fato que teve lugar em 395 d.C. O império ocidental, com sede em Roma e, o oriental, com sede em Constantinopla. Foi nessa condição que ele deixou de existir como duas pernas. O império ocidental caiu em 476, e o oriental, em 1453 d.C. A profecia bíblica destaca: ―as pernas de ferro, os pés em parte de ferro, em parte de barro ―~(Dn 2.3 3). O Império Romano sob a forma das duas pernas, da profecia, já ocorreu, mas sob a forma de dez dedos dos pés (artelhos), nunca existiu. Portanto, está claro que Daniel 2.41-44 ainda não se cumpriu. Não é o caso dos versículos 3 2-40 que já pertencem à história. Basta ler os versículos 40 e 41 para notar que, entre estes dois, há um hiato de tempo.

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DESTRUIÇÃO DA NAÇÃO DO “NORTE” E SEUS SATÉLITES.

O aluno deverá, ao iniciar a leitura deste Texto, ler por inteiro os capítulos 38 e 39 de Ezequiel e o capítulo 2 de Joel. Temos nessas profecias a descrição da invasão de Israel por uma nação do ―Norte‖, nos dias finais da era atual. Ver as expressões ―no fim dos anos ―, e ―nos ‗últimos dias‖, em Ezequiel 38.8,16.

A INTERVENÇÃO DIVINA

O invasor e seus aliados serão totalmente derrotados e arruinados no próprio território de Israel, por intervenção divina direta. ―Nos montes de Israel cairás, tu e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo; a toda espécie de aves de rapina e aos animais do campo eu te darei, para que te devorem. Cairás em campo aberto, porque eu falei, diz o Senhor Deus. ―(Ez 39.4,5). Deus intervirá porque Israel é o Seu povo e Sua possessão. Em Ezequiel 38.16, Deus chama Israel de ―o meu povo ―, e ―a minha terra ―. Isto é altamente significativo e deveria servir de aviso a todos aqueles que se levantam contra Israel. Deus afirmou a Abraão no passado: ―Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e Dã tua descendência. Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o seu Deus.‖ (Gn. 17.7,8).

Esta nação, de que trata as profecias já mencionadas, deverá, na época da invasão em apreço, ser muito poderosa belicamente, sabendo que a nação de

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Israel, desde há muito é líder reconhecida em matéria de estratégia de ataque e defesa. Nesse tempo Israel deve estar muito mais consolidada e fortalecida como nação, do que atualmente, e certamente possuindo maior território do que o atual (conforme Ez 3 8.8). Alguns estudantes da Bíblia julgam ser Gogue e Magogue símbolos dos poderes do mal contra o povo de Deus nos últimos dias, mas nesses capítulos de Ezequiel (38 e 39) vemos tratar-se claramente de povos e nações reais.

Também em Gênesis 10.2 onde temos o rol das nações troncos originaram os demais povos, e também em 1 Crônicas 1.5, vemos que trata-se de povos reais e não simples símbolos do mal. O fatos importante nesses dois capítulos de Ezequiel é que Deus assegura que estará ao lado de Israel e intervirá sobrenaturalmente, abatendo esses inimigos do Seu povo: Gogue, o líder que intenta destruir Israel, juntamente com a coalizão de nações sob sua liderança. Duas vezes Deus afirma na citada profecia: ―Eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e Tubal.‖ (Ez 38.3; 39.1).

Os países atuais que situam-se ao norte geográfico de Israel são os que compõem a CEI (Comunidade dos Estados Independentes), a ex-União Soviética. Esse bloco de nações adotavam o comunismo ateu até recentemente como sistema político de governo, e ainda relutam nesse sentido. Metamorfoses políticas em grande escala vêm ocorrendo naquela parte do mundo, como é o caso da já citada CEI e também da UE (União Européia), antes conhecida como MCE (Mercado Comum Europeu).

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GOGUE INVADIRÁ ISRAEL

O estudo meticuloso das profecias mencionadas no início deste Texto, mostra que Gogue - a nação ou bloco de nações do norte da Terra, em relação à Israel, invadirá esse pais nos últimos dias. A Bíblia localiza Gogue ao norte de Israel (Ez 38.6,1 5; 39.2; Jl 2.20). Essa poderosa nação do norte será ajudada nessa invasão por nações européias, asiáticas e africanas. Veja a lista completa desses atacantes: Magogue, Meseque, Tubal (Ez 3 8.2,3). Persas, etíopes, Pute, Gômer, Togarma, e muitos povos (Ez 38.5,6). Líbios (Dn 11.43).

Pelo estudo dos capítulos 38 e 39 de Ezequiel, e 10 de Gênesis, vemos que muitos nomes geográficos estão hoje modificados devido a evolução das línguas e os problemas de tradução e transliteração. O estudo comparativo da etnologia antiga e moderna dessas regiões, facilitará a identificação das mesmas: Gogue. Magogue. Meseque. Tubal (Ez 3 8.2,3). No versículo 2, a ―Tradução Brasileira‖

emprega

a

expressão ―prínci,pe

de

Rós―,

sendo ―Rôs‖ uma

transliteração direta do hebraico, que muitos pensam significar ―Rússia‖, neste contexto da profecia de Ezequiel. As versões de Almeida ―Atualizada‖ e ―Corrigida‖, empregam a expressão ―príncipe e chefe ―.

Gogue, o próprio texto bíblico explica que se trata do governante de Meseque e Tubal, da terra de Magogue.

Magogue. Meseque, Tubal. Regiões primitivas ocupadas pelos citas e tártaros, grandes remos do passado, correspondendo hoje à moderna CEI (Comunidade dos Estados Independentes). Josefo declara que Magogue ocupa a região das

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citas e tártaros (Josefo, Vol.1.6.1). Meseque converteu-se graficamente em Tubal é o moderno nome de Tobolsk, uma das principais cidades russas.

Gômer, Togarma (Ez 38.6). Gômer veio a Germânia

e modernamente a

Alemanha, corresponde a Armênia e Turquia.

Persas, etíopes. Pute (Ez 3 8.5). A Pérsia tem o moderno nome Ira. Ela adotou este nome em 1935. Em 1932 ela firmou um acordo com Moscou, que em caso de guerra as forças da Rússia terão permissão de cruzar seu território para atacar a Mesopotâmia. Segundo esta profecia de Ezequiel 3 8.5, o Irá tornar-seá comunista ou pró-comunista. A Etiópia moderna é fácil localizar pelo seu outro nome: Abissínia. A Etiópia original ficava na bacia dos rios Tigre e Eufrates (Gn 2.14). Daí seus habitantes emigraram para a África e fundaram o extenso reino da Etiópia, do qual hoje a Abissinia é uma pequena fração. Etiópia é palavra grega; em hebraico é Cuxe ou Cush. Os etíopes originaram muitos povos africanos. Pute é a atual Líbia, vizinha do Egito. A Pute primitiva era uma região muito mais extensa. Esses dois últimos povos (líbios e etíopes) são também mencionados na profecia de Daniel 11.43, pertinente ao assunto em pauta.

MOTIVOS DA INVASÃO DE ISRAEL POR GOGUE

Os motivos da invasão de Israel por Gogue serão principalmente dois: as riquezas de Israel, inclusive as do Mar Morto (Ez 38.11,12), e a posição estratégica que Israel ocupa.―Assim diz o Senhor Deus: Esta é Jerusalém; pu-la no meio das nações e terras que estão ao redor dela. ― (Ez 5.5).

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Gogue será derrotado no próprio pais de Israel (Ez 39.4,5). Será uma sobrenatural intervenção divina (Ez 38.1 9,20). Haverá também rebelião entre as próprias tropas atacantes (Ez 38.2 1). Tremendos flagelos sobrenaturais atingirão em cheio o inimigo (Ez 3 8.22). O morticínio será incalculável (Ez 39.1 2).

Muitos confundem esta guerra de Gogue e seus aliados contra Israel, com a Batalha de Armagedom, de que tratamos noutra Lição. Há muita diferença entre os dois conflitos. O ataque de Gogue contra Israel começará no início da 70ª ―semana‖ de Daniel 9.27, isto é, no início da Grande Tribulação (ou um pouco antes). Já o Armagedom ocorrerá no final da―semana ―. Na invasão de Israel por Gogue, apenas um grupo de nações participará; já no Armagedom participarão ―todas as nações‖ (Ap 16.14; 19.19; JL 3.2; Zc 12.3b; 14.2-4,9).

Na época da invasão de Israel por Gogue, o bloco de dez nações, na área do antigo Império Romano, já está formado, e o Anticristo em evidência, ocultando sua verdadeira identidade e propósito.

A queda total e irrecuperável de Gogue e seus aliados, originará um tremendo vazio e desequilíbrio na liderança do poder político e bélico mundial. O vazio deixado pela queda de Gogue deixará o caminho aberto para o surgimento imediato do Anticristo no cenário mundial, como líder e salvador da crítica situação mundial.

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CONVERSÃO EM MASSA DE JUDEUS.

Como resultado da intervenção divina salvando miraculosamente Israel, os judeus e as nações da Terra reconhecerão que há um Deus que governa todas as coisas. ―Manifestarei a minha glória entre as nações, e todas as nações verão o meu juízo, que eu tiver executado, e a minha mão, que sobre elas tiver descarregado. Desse dia em diante, os da casa de Israel saberão que eu sou o Senhor seu Deus. ―(Ez 39.21,22). Isso resultará na conversão de muitos judeus e no derramamento do Espírito Santo.

O CUMPRIMENTO PARCIAL DA PROMESSA DO ESPÍRITO SANTO

Em Joel 2.20, vemos o Senhor destroçando o exército invasor que vem do norte, e, no versículo 28, temos a promessa do derramamento do Espírito Santo. Essa promessa cumpriu-se parcialmente no Dia de Pentecoste (At 2.16,17). Por que dizemos parcialmente? - Por duas razões: primeiro, em Joel 2.28 fala de derramar ―O‖ Espírito, o que significa um derramamento pleno. Já em Atos 2.17, a Palavra fala de derramar ―DO‖ Espírito, o que significa um derramamento parcial. São pequenas palavras que alteram grandemente o sentido habitual das coisas.

Segundo, no Dia de Pentecoste, e desde então, não se cumpriram os sinais preditos em Joel 2.30,31, os quais ocorrerão somente durante a Grande Tribulação (Mt 24.29; Ap 6.12-14; At 2.19,20). Haverá, portanto, um grande despertamento espiritual entre os judeus, resultando em muitas conversões.

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Leia Joel 2.31,32, atentando bem para a conjunção ligando o versículo 31 ao 32. ―Então sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome.‖ (Mt 24.9). Esta última referência é muitas vezes aplicada à Igreja, quando na verdade trata-se de Israel nesse tempo, e dai para a frente. O derramamento do Espírito Santo que teve inicio entre os judeus, no Dia de Pentecoste, foi interrompido, mas, terá então pleno cumprimento, e precederá de fato o ―Dia do SENHOR‖ (At 2.17,20).

OS 144.000 JUDEUS SALVOS DURANTE A GRANDE TRIBULAÇÃO

Esta obra começará nesse tempo. Serão selados por anjos de Deus. Esse selo, refere-se certamente ao que está descrito em Apocalipse 14.1, isto é, os 144.000 são representantes das tribos. Certamente dentre eles sairão os missionários que levarão ao mundo a Palavra de Deus, conforme afirma a profecia de Isaias 66.1 9. Eles substituirão a Igreja na obra de testemunhar de Deus. Deus nunca ficou sem testemunho, nem mesmo durante a apostasia de Israel (1 Rs 19.19; Rrn 11.5). A mensagem que eles pregarão não é o Evangelho que conhecemos, mas o chamado ―evangelho do reino‖ (Mt 24.14), o qual anuncia a iminente volta do Salvador à Terra e o julgamento das nações impenitentes. Esse Evangelho foi anunciado por João Batista (Mt 3.2), por Jesus (Mt 4.23), e pelos doze apóstolos (Mt 10.7); mas, como os judeus rejeitaram o Rei, o Evangelho passou a ser anunciado a todas as nações (Mt 28.19).

As palavras de Jesus em Mateus 10.23, sem dúvida referem-se a esse tempo em que os judeus pregarão o Evangelho antes da Sua volta. Os pormenores do

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contexto da passagem em foco, mostram tratar-se de eventos futuros. ―Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do homem.‖ O resultado do testemunho dos judeus durante a Grande Tribulação vê-se na grande multidão salva dentre todas as nações, na época da Tribulação (Ap 6.9-1 1; 7.9). Os mensageiros de Deus sofrerão muito (Mt 24.9). O Evangelho do reino é constituído de ensino, pregação e milagres (Mt 4.23). Logo, haverá muito milagre.

Muita gente fica chocada por não ver despertamento espiritual em Israel atualmente. Ora, a Bíblia revela que primeiro virá o despertamento nacional, político. Isto está acontecendo perante os nossos olhos, hoje (Ez 37.1-8). Depois é que virá o despertamento espiritual (Ez 37.9-14).

Por que dizemos parcialmente? - Por duas razões: primeiro, em Joel 2.28 fala de derramar ―O‖ Espírito, o que significa um derramamento pleno. Já em Atos 2.17, a Palavra fala de derramar ―DO‖ Espírito, o que significa um derramamento parcial. São pequenas palavras que alteram grandemente o sentido habitual das coisas.

Segundo, no Dia de Pentecoste, e desde então, não se cumpriram os sinais preditos em Joel 2.30,31, os quais ocorrerão somente durante a Grande Tribulação (Mt 24.29; Ap 6.12-14; At 2.19,20). Haverá, portanto, um grande despertamento espiritual entre os judeus, resultando em muitas conversões. Leia Joel 2.31,32, atentando bem para a conjunção ~ ligando o versículo 31 ao 32.

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―Então sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome.‖ (Mt 24.9). Esta última referência é muitas vezes aplicada à Igreja, quando na verdade trata-se de Israel nesse tempo, e dai para frente. O derramamento do Espírito Santo que teve inicio entre os judeus, no Dia de Pentecoste, foi interrompido, mas, terá então pleno cumprimento, e precederá de fato o ―Dia do SENHOR‖ (At 2.17,20).

A GRANDE TRIBULAÇÃO

O TIPO DE PAZ QUE A TERRA GOZARÁ NESSA ÉPOCA

As passagens bíblicas supracitadas e outras semelhantes, falam da paz e prosperidade que a Terra experimentará no princípio do governo centralizado da Besta. Daniel 11.36 diz que o seu govemo será próspero. Ela convencerá o mundo de que está raiando a era da paz e do progresso com que a humanidade sonhava. A política, a religião, a economia, e a ciência, serão suas metas principais. A ciência atingirá um ponto nunca alcançado. Todo esse progresso será falso, porque será superficial e durará pouco. Logo depois, a Besta revelará seu verdadeiro caráter maligno, ao mesmo tempo em que os juízos desencadeados do Céu, sob os selos, as trombetas e as taças registrados nos capítulos 6 a 18 de Apocalipse, porão tudo a descoberto, mostrando que as multidões foram completamente iludidas.

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O CAVALEIRO E SEU CAVALO (Apocalipse 6.2)

O cavalo e sua cor branca, falam da conquista, vitória e paz. O cavalo nas guerras antigas era elemento de primeira necessidade. O arco do cavaleiro fala do longo alcance e amplitude de seus empreendimentos. A sua arrancada será a princípio, vitorioso, inclusive porque não enfrentará qualquer protesto e oposição da verdadeira Igreja. Nesse tempo ela já estará na glória com o Senhor.

A coroa, o cavalo branco e a arrancada vitoriosa do Anticristo, tudo fala dele como o falso messias e solucionador das crises mundiais. Seu governo será a falsificação do milênio de Cristo. Sim, ele imita o Cristo verdadeiro, que monta outro cavalo branco. ―Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro, e julga e peleja com justiça.‖ (Ap 19.11).

Cristo quem abre o selo, conforme o versículo 1 que, juntamente com o versículo 2, tratam do cavaleiro e seu cavalo branco. O branco aí representa a paz e a prosperidade que o Anticristo a princípio promoverá. Além disso, os componentes de uma comitiva de Cristo, é de se esperar que sejam de melhor qualidade, e não como os que são vistos no capítulo 6 de Apocalipse. A comitiva de Cristo é de exércitos do Céu (Ap 19.14). Já aqui, em Apocalipse 6.3-8 vemos uma comitiva macabra, aterradora, infernal. No versículo 4 vemos discórdia, luta e morte. Logo, o cavaleiro e seu cavalo branco, em Apocalipse 6.2, falam da falsa paz e prosperidade mundial que o Anticristo forjará e apresentará ao mundo, ao emergir no cenário internacional (1 Ts 5.3).

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O NÚMERO DA BESTA: 666

A Besta terá um nome, no momento desconhecido. O número resultante desse nome será 666 (Ap 13.17,18).

Três coisas a Bíblia diz sobre a Besta: seu nome, número e marca. No momento, só o seu número nos é revelado: 666. A pessoa e o nome serão revelados após o arrebatamento da Igreja (2 Ts 2.7,8). Portanto, os que estão aguardando o arrebatamento da Igreja, não necessitam saber disso agora; os que aqui ficarem saberão ... O número repartido três vezes no nome da Besta, fala da suprema exaltação do homem, cujo número na numerologia bíblica é 6. As três vezes, pode significar o homem exaltando-se a si mesmo como se fosse Deus, como está dito em 2 Tessalonicenses 2.4. O número do Deus trino é 3.

Quanto a Besta ter número, convém notar que as nações mais adiantadas projetam pôr em prática um sistema de números permanentes para todos os cidadãos, a partir do nascimento ou da naturalização, visando o controle total da população. Os computadores já estão fazendo isso, controlando animais e mercadorias. Entramos na era em que tudo será controlado à base de números. Em todos os países já há muita coisa controlada à base de números permanentes.

ASSIM SERÁ A GRANDE TRIBULAÇÃO

A palavra tribulação significa literalmente comprimir com força, como se faz com as uvas no lagar, ou com a cana de açúcar na moenda. A tribulação aqui

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tratada, abrange o período da ascendência e governo do Anticristo. O termo tribulum, da latim, também leva ao mesmo sentido.

DURAÇÃO DA GRANDE TRIBULAÇÃO

A Grande Tribulação abrangerá um período de sete anos, dos quais os piores serão os últimos três anos e meio. Quanto a esse período, diz a Escritura: ―Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará .em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade dum tempo.‖ (Dn 7.25). ―Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses; e abriu a boca em blasfêmias contra Deus> para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu.‖ (Ap 13.5,6).

O sofrimento nesse tempo será de tal monta que, se durasse mais tempo ninguém escaparia com vida. ―porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, e nem haverá jamais. Não tivessem aqueles dias sido abreviados, e ninguém seria salvo, mas., por causa dos escolhidos tais dias serão abreviados.―(Mt 24.21,22).

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A PIOR FASE DA GRANDE TRIBULAÇÃO A primeira menção bíblica da tribulação está em Deuteronômio 4.30: ―Quando estiveres em angústia, e todas estas cousas te sobrevierem nos últimos dias, e te voltares para o Senhor teu Deus, e lhe atenderes a voz. Outras passagens que podem ser lidas agora, são: Dt 31.29; Is 13.9-13; 34.8; Ez 20.33-37; Jr 30.5,11; Dn 12.1; JJ 1.15. Como já dissemos, a pior fase da Grande Tribulação, será quando o Anticristo romper sua aliança feita com os judeus, e começar a persegui-los. Tal fato ocorrerá quando ele exigir adoração e os judeus recusarem oferecê-la. Os ―santos‖ perseguidos pela Besta, referidos em Daniel 7.2 1,25 e Apocalipse 13.7, são, em primeiro plano.

Ao romper sua aliança com os judeus, o Anticristo romperá também com a igreja apóstata, da qual ele recebeu apoio enquanto necessitou da sua influência para galgar o poder, e a destruirá (Ap 17.16). Ele destruirá a igreja falsa para implantar a nova forma de adoração dele mesmo.

Apesar da Grande Tribulação visar em primeiro lugar os judeus, o mundo todo sofrerá os seus efeitos Jr 25.29-32; Ap 13.7,8). Deus entrará em juízo com o Seu antigo povo,_para expurgalo e levá-lo ao arrependimento e conversão (Ez 20.33-39; Jr 30.7; Zc 14.2a; 13.8,9 12.9; Rm 11.26,27; Mt 23.39).

A descrição mais detalhada e completa que temos da Grande Tribulação é a que se encontra em Apocalipse, capítulos 6 a 18. Os capítulos 6 a 9 abrangem a primeira parte, chamada Tribulação. Os capítulos 10 a 18 abrangem a segunda parte, denominada Grande Tribulação. Esta última parte é referida em Apocalipse e Daniel como ―quarenta e dois meses ―,―um tempo, dois tempos e

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metade

de

um

tempo‖ e ―mil

duzentos

e

sessenta

dias‖ (Ap

11.2,3;

12.6,7,14; 13.5; Dn 7.25).

É nesse tempo de justiça divina que as sete piores pragas, sob as taças de juízo, serão derramadas na Terra, como vemos em Apocalipse, capítulos 15 e 16. Nesse tempo, as forças da natureza que operam nos Céus entrarão em convulsão (Mt 24.29; Jl 2.20). É interessante notar em Apocalipse, a partir do capítulo 6, quantas vezes os Céus são mencionados como palco de tremendos eventos. Em Isaias 13.11, Deus afirma: ―Castigarei o mundo por sua maldade, e os perversos por causa da sua iniqüidade; farei cessar a arrogância dos atrevidos> e abaterei a soberba dos violentos.‖

Talvez porque nesse tempo de apostasia, o povo não crerá no Inferno (como milhões fazem hoje), haverá nesse mesmo tempo uma amostra do Inferno para eles, durante cinco meses. Apocalipse 9.1-6 dá conta disso.

HAVERA SALVAÇÃO DURANTE A GRANDE TRIBULAÇÃO? Muitos perguntam: ―Haverá salvação durante a Grande Tribulação?‖ Sim, haverá. É fácil provar biblicamente. Uma única passagem como a de Apocalipse 7.14 bastaria para isso. ―Respondi-lhe: meu Senhor tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro. ‗A melhor tradução deste texto é a de Almeida Revista e Atualizada.

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O verbo ―vir‖ está de fato no tempo presente. Outras passagens que evidenciam a salvação durante a Tribulação: Ap 6.9-1 1;12,17; 7.9-11; 15.2; 20.4; JI 2.32, diz: ―E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém estarão os que forem salvos, assim como o Senhor prometeu, e entre os sobreviventes aqueles que o Senhor chamar‖.

COMO HAVERÁ SALVAÇÃO NESTA ÉPOCA?

Muitos objetam aqui, dizendo: Como pode haver salvação nessa época quando a dispensação da Graça terá findado e o Espírito Santo terá arrebatado a Igreja? Perguntar assim é ignorar o plano de Deus através da Bíblia, para com o homem que Ele criou. A esta pergunta respondemos com outra pergunta: Como o povo se salvava antes da dispensação da Graça, e, como operava o Espírito Santo nessa época? O povo salvava-se pela fé no Redentor prometido que havia de vir. Isso era também salvação pela graça (At 15.11; Ef 1.4; 1 Pe 1.19,20; Ap 13.8). Eles também tinham o Evangelho (Gl 3.8; Hb 4.2). Agora, uma coisa é certa: as condições espirituais prevalecentes durante a Tribulação, não serão favoráveis como hoje. Tremendas trevas espirituais envolverão o mundo. Haverá também oposição sem paralelo. Não poderá ser de outra maneira, pois trata-se do reino do Anticristo. Poderá haver, sim, salvos dentre os judeus e os gentios, todavia será muito difícil isto acontecer. Em Apocalipse 6.9-11 e 7.9-11, vemos uma multidão de gentios salvos no Céu, porém saídos da Terra, após sofrerem martírio. No meio dessa multidão estarão aqueles que não subiram no arrebatamento, e, despertados por tal fato, decidirão permanecer fiéis, a despeito de toda e qualquer prova e sofrimento. Sim, haverá santos durante a Grande Tribulação.

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AS DUAS TESTEMUNHAS (AP 11)

Durante os negros dias da Tribulação haverá duas testemunhas especiais da verdade divina, profetizando aqui na Terra (Ap 11.3-12). Esses dois homens serão intocáveis até que cumpram a sua missão (Ap 11.7). Ambos serão mortos pela Besta. Comparando-se Zacarias 4.11-14 com Apocalipse 11.4, vê-se que essas duas testemunhas estão agora no Céu. Devem ser Enoque e Elias, do Antigo Testamento. Ambos não passaram pela morte (Gn 5.24 e 2 Rs 2.11). Moisés não pode ser um deles, pois morreu (Dt 34.5,6). E, aos homens está ordenado morrerem apenas uma vez (Hb 9.27); ao passo que essas testemunhas ainda morrerão aqui. O fato não é relevante para a Igreja do Senhor, uma vez que quando essas duas testemunhas atuarem aqui, a Igreja já estará com Cristo na glória. Certamente a permanência de Enoque e Elias no Céu (se são eles), em corpos fisicos, são casos especiais. As palavras ―Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber o Filho do homem‖, de João 3.13, têm sentido diferente daquele que geralmente se pensa. Significam subir ao Céu por seu próprio poder. O MILÊNIO EM RELAÇÃO À IGREJA No Milênio a Igreja estará glorificada com Cristo. Ela é o Seu povo especial, como povo espiritual. ―o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda a iniqüidade e purificar para si um povo especial, zeloso de boas obras.‖ (Tt 2.14 - ARC). Já Israel é um povo especial de Deus, para uma missão terrena. ―Porque tu és povo santo ao Senhor, teu Deus; o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra. ―(Dt 7.6).

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A IGREJA ESTARÁ GLORIFICADA NO MILÊNIO

A Igreja estará glorificada com Cristo na Jerusalém celeste (Cl 3.4; 1 Pe 5.1; Rm 8.17,18). Vemos assim, mais uma vez, que o Milênio será uma época de manifestação da glória de Deus: glória da Jerusalém celeste, glória no templo milenial, e glória na Igreja. Essa glória divina, o homem perdeu ao cair (Rm 3.23), mas com o advento de Jesus em Belém, ela começou a ser-lhe restaurada (Lc 2.9,14).

Os salvos virão à Terra sempre que quiserem. Teremos um corpo como o de Cristo ressurreto, que se locomovia sem limitações (Fp 3.21; Jo 20.19, 26; Lc 24.15,31).

O CONHECIMENTO DE DEUS SERÁ UNIVERSAL

O conhecimento divino, abundante durante o Milênio, não virá primordialmente pelo estudo. Será antes intuitivo (Is 11.9; Jr 3 1.34; Hc 2.14). Isso será maravilhoso! Os judeus, por sua vez, continuarão levando a efeito um grande movimento missionário (Is 66.19). Conforme Isaias 52.7, a evangelização estará em primeiro plano. Aí trata-se da pregação das boas-novas. Multidões serão salvas. A população da Terra crescerá rapidamente sob as benignas condições do Milênio. Se não houvesse salvação durante o Milênio, este seria uma decepção.

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A ÚLTIMA REVOLTA DE SATANÁS

No final da execução do plano de Deus para este mundo, ocorrerão três grandes conflitos ou guerras. O primeiro é o que está registrado em Ezequiel, capítulos 38 e 39. Um bloco de nações chefiadas pela nação do ―Norte‖ invadirá Israel no início da Tribulação (ou um pouco antes). Deus intervirá de maneira sobrenatural a favor de Israel e os atacantes serão totalmente destruídos.

O segundo conflito armado é o de Zacarias 14.1-4; Joel 3.9,12 e Apocalipse 16.13-16; 19.11-21. Aqui, o Anticristo chefiando todas as nações do mundo avança para exterminar Israel e lutar contra Deus. O Senhor Jesus então descerá do Céu e destruirá todos os exércitos atacantes.

O Anticristo e seu Falso Profeta serão lançados vivos no lago de fogo e enxofre, e Satanás ficará preso por mim anos. Isso ocorrerá no final da Grande Tribulação.

O terceiro conflito está descrito em Apocalipse 20.7-10. Aqui Satanás engana e subverte as nações contra Deus. Deus então derramará fogo do Céu e consumirá a todos. Satanás será lançado no seu lugar definitivo: o lago de fogo e enxofre. Isso se dará no final do Milênio. Desta maneira, os que nascerem durante o Milênio terão uma oportunidade de escolha: obedecer a Deus ou ao diabo. No princípio da história humana Adão teve tal oportunidade. Agora, no final da história humana, o homem igualmente tê-la-á. Será a última rebelião que Satanás instigará contra Deus.

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―Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja. O número dessas é como a areia do mar (Ap 20.7,8).

QUEM É GOGUE E MAGOGUE, EM APOCALIPSE 20.8?

Gogue e Magogue, em Apocalipse 20.8, são as nações rebeladas contra Deus, instigadas por Satanás, e conduzindo um furioso ataque contra os santos. Não se trata absolutamente de Gogue e Magogue relatados em Ezequiel, capítulos 38 e 39. Vejamos na página seguinte as razões disso num quadro comparativo.

POR QUE SATANÁS SERA SOLTO

Após mil anos de paz, justiça e prosperidade para todos, sem o Tentador, este volta às suas atividades malignas. ―Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja. O número dessas é como a areia do mar. Marcharam, então, pela superficie da terra e sitiaram o acampamento dos santos e a cidade querida; desceu, porém, fogo do céu e os consumiu. O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos. ―(Ap 20.7-10).

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O Por que Dessa Soltura Momentânea Vejamos algo do por que disso; dessa liberdade tão curta de Satanás:

Provar os que nasceram durante o Milênio. Lembremo-nos de que nem Jesus foi isento de tentação.

Revelar que o coração humano não convertido, permanece inalterado, mesmo sob o reino pessoal do Filho de Deus. Hoje em dia o homem culpa o diabo por suas maldades, infortúnios, transgressões e quedas. Durante o Milênio não haverá diabo nenhum para tentar, mas ver-se-á que os mil anos de bênçãos inigualáveis sob Cristo, não transformará o homem. O problema não é de ambiente; é de coração.

Demonstrar que Satanás é totalmente incorrigível. Veja que após passar mil anos na prisão, Satanás é o mesmo de sempre.

Será essa uma revolta mundial. Aqueles que atualmente gostam de revoltas e de promovê-las, assim como contendas, divisões, rebeliões, saibam que tudo isso procede do Inferno. Essa úl tima revolta de Satanás será imediatamente neutralizada e os revoltosos, exterminados (Ap 20.9).

Demonstrar pela última vez quão pecaminosa é a natureza humana, e que o homem por si mesmo jamais se salvará, mesmo sob as melhores condições. O homem falhou antes, sob todas as condições favoráveis possíveis; sob a Lei e a Graça, e, agora sob as condições gloriosas do Milênio. Esse fracasso final do homem é uma explicação de Tiago 1.14, onde vemos que o mal é residente, imanente em nós. Somos pecadores por natureza. A inclinação para pecar é

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imanente no homem, desde que nasce (Sl 58.3; 51.5). Só o sangue de Jesus Cristo pode purificar-nos de todo pecado (1 Jo 1.7).

O JULGAMENTO DOS ANJOS CAÍDOS

É consentâneo crer que os anjos decaídos, tanto os livres que trabalham agora para Satanás, como os aprisionados ‖... para o juízo do grande Dia...‖ (Jd v. 6) e ainda os demônios, serão julgados juntamente, com o diabo, a quem eles acompanharam, obedeceram e serviram (Ap 20.10; 2 Pe 2.4; Jd v. 6; Lc 8.3 1; Mt 8.29).

A Igreja certamente estará associada neste juízo, pois travou renhido combate contra o diabo e suas hostes. E, pois justo que a Igreja os julgue também. ―Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos?... ―(1 Co 6.3). Este evento marcará o ponto final da libertação de ação do diabo, dos anjos decaídos e dos demônios. É o final da sua carreira maligna (Mt 25.41).

O JUÍZO FINAL

Nessa ocasião os ímpios falecidos, de todas as épocas, ressuscitarão com seus cornos literais e imortais, porém carregados de pecado (Ap 20.1 1-15; Mt 10.28). Esse julgamento será para aplicação de sentenças, pois o pecador já está condenado desde quando não crê no Filho de Deus como seu Salvador. João 3.18, diz: ―Quem nele crê não é julgado; o que não crê á está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.‖

O GRANDE TRONO BRANCO

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―Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. ―Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.‖ (Ap 20.1 1,12). 1. ―De cuja presença fugiram a terra e o céu‖ At 20.11). Assim como o sol, ao nascer, ofusca a lua e as estrelas, e estes parecem recuar para o infinito, e não podem ser vistos devido a superior claridade do sol, o mesmo ocorrerá com a Terra e o Céu quando o Filho de Deus se manifestar na Sua excelsa glória para julgar os mortos. É a glória que eles (os mortos) se privaram de participar quando em vida escolheram viver no pecado. No Juízo das Nações, que ocorreu antes do Milênio, Jesus fez o mesmo ante os vivos, aparecendo cheio de glória e majestade (Mt 24.30; 25.31). 2. ―Os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono‖(Ap 20.12). ―Grandes‖ e ―pequenos‖ aí, têm a ver com importância, posição, prestígio, influência, e não com tamanho ou idade. Veja à luz do original os seguintes contextos: Ap 11.18; 13.16; 19.5,18; Mt 10.42; At 8.10; 26.22.

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O JULGAMENTO E OS LIVROS NO CÉU ―... Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.‖ (Ap 20.12).

ALGUNS DESSES LIVROS DEVEM SER:

O livro da consciência (Rm 2.15; 9.1). O livro da natureza (Jó 12.7-9; Rm 1.20; S119.1-4). O livro da Lei (Rm 2.12); Ora, a Lei revela o pecado (Rm 3.20). O livro do Evangelho (Rm 2.16; Jo 12.48). O livro da nossa memória (Lc 16.25: ―Filho, lembra-te... ―); Mc 9.44 (aí deve ser uma alusão ao remorso constante no Inferno. Ver o contexto: versículos 44-48). Ler ainda Jr 17.1). O livro dos atos dos homens (Ap 20.12; Mc 12.36; Lc 12.7; Ml 3.16). O livro da vida (Ap 20.12; Sl 69.28; Dn 12.1; Le 10.20; I p43).

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Do ―livro da vida‖ nessa ocasião é certamente para provar aos céticos julgados, que seus nomes não se encontram nele (Mt 7.22,23).

OS QUE MORRERAM SEM CONHECER O EVANGELHO

Quanto aos que morreram sem conhecer o Evangelho, deixemos com Deus. Sendo Deus perfeito em justiça como é, terá uma lei para julgar os que pecaram sem lei, isto é, sem conhecerem a lei (Rm 2.12). De uma coisa estejamos certos: diante de Deus ninguém é inocente, inclusive os pagãos (Rm 2.15; 10.18; Is 5.3b; S119.3,4; Já 12.7-9). O ―Juiz de toda a terra‖ saberá fazer justiça (Gn 18.25). Só Ele é o juiz dos que morreram (Àt 10.42); e a Bíblia assegura que o juízo de Deus é ―segundo a verdade‖ (Rm 2.2), e que os juízos de Deus são verdadeiros e justos (Apocalipse 16.7).

A RENOVAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA

Satanás, seus anjos e demônios, ainda não estão ocupando o Inferno final, mas este já está preparado para eles (Mt 25.41). Desde que Satanás foi expulso do Céu, com os anjos que o seguiram na sua rebelião contra Deus, o espaço tem sido a sede de suas atividades, e a Terra, o seu principal campo (Ef 2.2; 6.12; Jó 2.2). Durante a Grande Tribulação, ele foi expulso dos céus estelares para a Terra (Ap 12.8,9,12b).

Uma vez Satanás lançado no lago do fogo e enxofre, Deus começará estabelecer o Seu reino eterno.

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NOVOS CÉUS E NOVA TERRA ―Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios.‖ ―Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas.‖ ―Visto que todas essas cousas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade,‖ ―esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os derreterão.‖ ―Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça.‖ (2 Pe 3.7,10-1 3).

Somente obras humanas serão consumidas (Hb 12.27; 2 Pe 3.10). O mesmo Deus que preservou a sarça, de se consumir (Ex 3.2), e tornou imune ao fogo os três jovens hebreus (Dn 3.25), também pode preservar o povo salvo, saído do Milênio e tudo mais que Ele quiser, durante esta expurgação final dos Céus e da Terra. ―Ponho as minhas palavras na tua boca e te protejo com a sombra da minha mão, ara que eu estenda novos céus, onde nova terra e dia a Sião: Tu és o meu povo.‖ (Is 51.16)

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Quando o juízo divino caiu sobre o Egito por oprimir o povo de Deus, enquanto os primogênitos dos egípcios eram mortos, os judeus eram preservados pela providência divina através do sangue protetor (Êx 12.23). Milagre idêntico ocorrerá aqui.

POR QUE CÉUS E NÃO SOMENTE TERRA SERÃO EXPURGADOS?

Já dissemos que o espaço sideral está contaminado pela ocupação de Satanás e seus agentes (Jó 15.15; Mt 13.4,19; Ec 10.20). Assim vemos que esse ato divino extinguirá o pecado do universo todo. Aqui se cumprirá integralmente João 1.29: ―... Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!‖ Mundo aí, é kosmos no original, que na Bíblia implica não somente a humanidade, mas o próprio mundo físico em que ela habita, como já mostramos anteriormente. Cumprir-se-á então também, plenamente, Mateus 5.5: ―Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.‖ Não será uma Terra como a atual em que o pecado domina, mas aquela de que estamos tratando (S1 37.11,29; 115.16). Nesse tempo haverá perfeita harmonia entre o Céu e a Terra. ―e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as co usas, quer sobre a terra, quer nos céus.‖ (Cl 1.20). Nesse tempo ―céu e terra hão de ser a mesma grei ―, como bem diz o poeta saqro. Sim, porque o muro de separação (o pecado), já foi desfeito totalmente.

O ETERNO E PERFEITO ESTADO

Durante Seu ministério terreno, Jesus fez menção de uma nova era que há de vir na consumação do atual sistema mundial; mas é nos capítulos 21 e 22 de

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Apocalipse que se encontram literalmente descritas as glórias desta maravilhosa era, quando Deus será tudo em todas as coisas. Aqui finda o tempo na história humana e começa g ―dia eterno‖, conforme 2 Pedro 3 18 (ou ―dia da eternidade ―, como registra a Versão Revista e Corrigida). A santa cidade de Jerusalém celestial baixará de vez sobre a Terra - a nova Terra, tendo seu relevo totalmente diferente, como jã mencionamos neste livro (Ap 2 1.2,10).

Todas as coisas terão sido restauradas (At 3.21), enquanto que a Igreja, em estado de glória e felicidade eternas, governará a Terra sob o senhorio de Cristo (Dn 7.18,27).

AS PERFEIÇÕES DO ETERNO E PERFEITO ESTADO

SANTIDADE PERFEITA. ―... Nunca mais haverá qualquer maldição‖(Ap 22.3). Isto é, não haverá mais pecado, o que resultará em santidade perfeita. Foi o pecado que trouxe toda sorte de maldição (Gn 3.17; Gl 3.13).

GOVERNO PERFEITO. ―... Nela (a Nova Jerusalém), estará o trono de Deus e do Cordeiro‖(Ap 22.3). O homem não tem sabido, nem podido governar bem a Terra. Todas as tentativas humanas nesse sentido fracassaram: os gregos, através da cultura; os romanos, através da força e da justiça; os governantes dos nossos tempos, através da ciência e da olítica. Mas Cristo exercera um governo perfeito, no Seu tempo.

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SERVIÇO PERFEITO. ―... Os seus servos o servirão‖ (Ap 22.3). O maior privilégio do homem é servir a Deus. O trabalho de Deus será então perfeito. Culto perfeito. Atividades perfeitas. Certamente, a partir daí será ocupado o infinito Universo. Quantas maravilhas não aguardam os salvos!?

VISÃO PERFEITA. ―Contemplarão a sua face... ―(Ap 22.4). Somente com uma visão perfeita será isso possível. O que não será uma só mirada no seu rosto? Aqui neste mundo, servos dificilmente (e talvez nunca) vêem a face de seus senhores, chefes de nações, mas nós veremos o Senhor face a face.

IDENTIFICAÇÃO PERFEITA. ―... e na sua fronte está o nome dele. ―(Ap 22.4). Nome, na Bíblia, fala de caráter; daquilo que a pessoa de fato é. Haverá então uma perfeita identificação entre Deus e os Seus remidos. O sumo sacerdote levava gravadas numa lâmina de ouro puro, sobre a sua coroa sagrada, as palavras: ―... Santidade ao Senhor‖ (Êx 39.30), mas naquela época de santidade perfeita, o próprio nome de Deus estará sobre a fronte dos Seus.

ILUMINAÇÃO PERFEITA. ―Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles...‖ (Ap 22.5). O nosso

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conhecimento será então perfeito dentro do plano humano, serão ofuscadas pelo superior e abundante conhecimento divino (1 Co L1.12). A Bíblia menciona ainda uma sucessão de eras futuras. ―para mostrar-nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Crista Jesus.‖ (Ei 2.7). E como são insondáveis as riquezas de Cristo! (Ef 3.8). Certamente nessas eras bíblicas futuras, o imenso universo, com seus milhões e milhões de planetas, serão ocupados, pois Deus criou todas as coisas para determinados fins, segundo o Seu eterno plano e propósito. Deus será então tudo em todos, conforme está escrito em 1 Coríntios 15.28, e, para sempre continuará o eterno e perfeito estado.

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QUARTO MÓDULO INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO ANTIGO TESTAMENTO

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO NOVO TESTAMENTO

NOVO TESTAMENTO INTRODUÇÃO

O Cristianismo, desde o seu início, focalizou principalmente a pessoa de Cristo, antes que os seus ensinos. Essa pessoa sempre ocupou o primeiro plano, o que muito natural, especialmente nas epístolas do apóstolo Paulo, onde se encontram doutrinas tão maravilhosas acerca da pessoa de Cristo. Isto, porém, em nada pode diminuir a grandeza do corpo de doutrinas que Cristo mesmo ensinou. Este exame ligeiro das ideias que constituem o mundo intelectual e religioso em que Jesus esteve, mostraram quão ingrata era a terra em que Ele havia de lançar as sementes do verdadeiro Reino de Deus. Não é de admirar, pois, o não ser compreendidas pelo povo.

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DEFINIÇÃO

Teologia do Novo Testamento é o ramo das disciplinas cristãs que seguem determinados temas através de todos os autores do NT, e que depois funde esses quadros individuais num só conjunto abrangente. Estuda, portanto, a revelação progressiva de Deus em termos da situação vivencial na ocasião da escrita, e depois delineia o fio subjacente que une todos os dados.

A HISTÓRIA DA TEOLOGIA NO NOVO TESTAMENTO

Analisaremos o processo progressivo da Teologia do NT, no transcorrer da história.

A IDADE MÉDIA.

Durante a Idade Média, o estudo bíblico esteve completamente subordinado ao dogma eclesiástico. A teologia Bíblica foi usada apenas para reforçar os ensinos dogmáticos da Igreja, os quais eram fundamentados na Bíblia e na tradição da Igreja. A Bíblia era interpretada pela tradição histórica e a Igreja a considerava como fonte da teologia dogmática.

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A REFORMA.

Os reformadores reagiram contra o caráter não Bíblico da teologia dogmática e insistiram em que a teologia deve estar fundamentada apenas na Bíblia. Berkhof1 diz que o lema dos reformadores era: "A Igreja não determina o que as Escrituras ensinam, mas as Escrituras determinam o que a Igreja deve ensinar". O princípio fundamental era: "Scriptura Scripturae interpres, isto é, a Escritura é intérprete da Escritura".2

ESCOLASTICISMO ORTODOXO.

Os resultados obtidos pelos estudos históricos da Bíblia, realizados pelos reformadores, logo se perderam no período imediatamente após a reforma, e a Bíblia foi mais uma vez utilizada sem uma perspectiva crítica e histórica, para servir de apoio à doutrina ortodoxa. A história foi completamente absorvida pelo dogma e a filologia tornou-se um ramo da dogmática.

O ENSINO DE JESUS SEGUNDO OS EVAGELHOS SINÓTICOS

A ATITUDE DE JESUS PARA COM O JUDAÍSMO

Já foi observado que Cristo baseou os seus ensinos no Antigo Testamento. Ele veio, não para principiar uma coisa nova, mas para continuar uma obra já bem adiantada. Cristo não trouxe o propósito de introduzir uma religião nova; 1 2

Louis BERKHOF. Princípios de Interpretação Bíblica. Ed. Cultura Cristã. 2000., p. 24. Idem.

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considerando porém, que havia no judaísmo duas correntes bem diversas, e que a grande maioria do povo acompanhava uma dessas correntes, a qual se ia desviando cada vez mais do eterno propósito de Deus.

A RELIGIÃO JUDAICA ERA PROVISÓRIA E PREPARATÓRIA

Na sua grande obra de salvação Deus sempre adaptou a sua ação às condições em que se achava o povo que queria salvar. Isto era necessário porque a salvação é sempre um ato moral, inteiramente ao alcance das pessoas a salvar. A religião judaica era por natureza provisória e preparatória, foi adaptada ao pvo daquele tempo, Mt 5.27-29,39,39.

JESUS CUMPRIU A LEI NA SUA VIDA

Em primeiro lugar, Jesus cumpriu perfeitamente a lei na sua vida pessoal. Tudo o que a lei exigia e tinha como alvo Ele satisfez e realizou plenamente na sua vida; seu caráter satisfez o mais alto ideal da lei. Nunca transgrediu a lei porque nunca viveu no baixo plano em que ela operava.

A RELAÇÃO DO ANTIGO PARA O NOVO

Diante disto perguntará alguém: "Então o Antigo Testamento perdeu o seu valor?" De modo nenhum. Será que a flor nada tem com o fruto? Como é que se há de compreender o fruto sem a flor? Como é que se há de compreender o homem sem o presente sem o passado? A objeção não tem razão de ser. O plano de Deus é um só. O princípio é tão necessário como o fim para a compreensão do plano todo.

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O REINO DE DEUS

JESUS APARECEU ANUNCIANDO O REINO DE DEUS

Jesus apareceu no meio do seu povo anunciando o evangelho do Reino de Deus, Mt 4.17. Esta frase é uma das mais comuns usadas por Jesus. Sem dúvida alguma, representa um dos seus ensinos mais fundamentais. De acordo com o evangelho segundo Marcos, Jesus começou a anunciar o seu evangelho, dizendo que o Reino de Deus estava próximo, Mc 1.16. Indaguemos agora qual é a verdadeira significação desta frase "O Reino dos Céus". AS DUAS FRASES "REINO DE DEUS" E "REINO DOS CÉUS”

O que significa, pois, "Reino de Deus"? A idéia de um reino cujo rei é Deus é uma idéia muito comum no Antigo Testamento, e tem uma história longa. Vem ela dos primeiros tempos do povo judaico. Por isto precisamos em primeiro lugar estudar a sua relação para com o Antigo Testamento, para com a história do povo judeu.

A CONCEPÇÃO DOS JUDEUS A RESPEITO DO REINO DE DEUS

O pensamento religioso do povo judaico estava saturado com a idéia de um Reino de Deus. A idéia de uma teocracia achava-se impregnada na vida da nação judaica, influenciando todo o povo, Êx 19.5,6. Apesar desta expressão, "o

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Reino de Deus" não ocorrer no Antigo Testamento, a idéia verifica-se em toda a extensão da atividade profética.

Há uma dupla ênfase sobre a soberania real de Deus.

Ele é frequentemente referido como o Rei, tanto de Israel, (Êx 15.19; Nm 23.21; Dt 33.5; Is 43.15.)

Como o Rei de toda a terra, (2o Rs 19.15; Is 6.5; Jr 46.18; Sl 29.10; 99.1-4.)

Isto leva à conclusão de que, embora Deus seja Rei, ele deve também tornar-se Rei, ou seja manifestar a sua soberania real no mundo dos homens e das nações.

O judaísmo apocalíptico também possuía diversos tipos de esperança. Alguns escritores enfatizaram o aspecto terreno, histórico do Reino, ao passo que outros enfatizaram os aspectos mais transcendentais. Entretanto a ênfase é sempre escatológica.

A comunidade de Qumran partilhava de uma esperança semelhante concernente ao Reino.

A literatura rabínica desenvolveu uma escatologia semelhante, mas fez um pouco mais uso do termo "o reino dos céus". O Reino de Deus foi considerado como o domínio de Deus - o exercício de sua soberania.

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O REINO DOS CÉUS

A expressão "o reino dos céus", aparece em Mateus, onde é mencionada cerca de trinta e quatro vezes. Várias vezes em Mateus, e em vários lugares no restante do Novo Testamento, a expressão "reino de Deus", é usada. O ―reino dos céus", é uma expressão semítica, na qual o vocábulo "céus" é um termo usado em substituição ao nome "divino" - Lc 15.18. Na realidade, ambas as expressões "o reino de Deus" e "o reino dos céus", raramente foram usadas na literatura judaica antes dos dias de Jesus.

O REINO ESCATOLÓGICO

É a vinda do Reino de Deus, Mt 6.10, ou seu aparecimento, Lc 19.11, que assinalará o fim da Era Presente e inaugurará a Era Vindoura.

A vinda do reino de Deus significará a destruição total e final do diabo e seus anjos, Mt 25.41.

A formação de uma sociedade redimida que não se mistura com o mal, Mt 13.36-43.

Comunhão perfeita com Deus no banquete messiânico, Lc 13.28,29.

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O FILHO DO HOMEM E O FILHO DE DEUS

Acabamos de estudar a significação das frases: "Reino de Deus" e "Reino dos Céus"; temos agora para nossa consideração, duas outras expressões ainda mais difíceis de interpretar, a que são: "Filho do Homem" e "Filho de Deus".

AS REFERÊNCIAS À FRASE "FILHO DO HOMEM"

Que significam essas duas frases em relação a Jesus Cristo? Tomemos primeiramente esta, como assunto de nossa consideração. Os evangelhos sinóticos, tomando em apreço a sua relação para com o Antigo Testamento nos três primeiros livros, dividem-os em três classes de referências feitas a Jesus como Filho do homem:

Em um grupo de passagens, onde se emprega esta expressão, faz-se referência à vida de Jesus aqui na terra, Mc 2.10, 28; Mt 8.20; Lc 19.10.

Noutro grupo, a referência é aos sofrimentos e morte de Jesus, Mc 8.31; 9,31; Mt 14.21.

E a última frase tem referência à Segunda vinda de Jesus, Mt 24.31; Mt 25.31.

Diante destes três grupos de passagens, naturalmente levanta-se a questão da verdadeira significação da frase "Filho do homem".

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O FILHO DO HOMEM NOS EVANGELHOS SINÓTICOS

O uso da expressão filho do homem nos sinóticos pode ser classificado em três categorias distintas: o Filho do Homem servindo na terra; o Filho do Homem no sofrimento e morte; o Filho do Homem na glória escatológica.

O FILHO DO HOMEM TERRENO

Mt 9.6; Mc 2.10; Lc 5.24

Autoridade para perdoar pecados.

Mc 2.27; Mt 12.8; Lc 6.5

O Senhor do Sábado.

Mt 11.19=Lc 9.58

O filho do homem veio comendo e bebendo.

Mt 8.20=Lc 9.58

O Filho do homem não tem onde reclinar sua cabeça.

O FILHO DO HOMEM SOFREDOR

Mc 8.31; Lc 9.22

O Filho do Homem deve sofrer.

Mc 9.12; Mt 17.12

O Filho do Homem irá sofrer.

Mc 10.45; Mt 20.28

O Filho do Homem veio para servir e dar a sua vida.

Mc 14.41; Mt 26.45

O Filho do Homem é entregue nas mãos dos pecadores.

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O FILHO DO HOMEM APOCALÍPTICO

Mc 8.38; Mt 16.27; Lc 9.26

Sua vinda na glória do seu Pai com os santos anjos.

Mc 13.16; Mt 26.64; Lc 22.69

Verão o Filho do Homem vinda nas nuvens e com grande glória.

Lc 12.40; Mt 24.44

O Filho do Homem virá numa hora em que ninguém o espera.

Lc 17.24; Mt 24.27

Como o relâmpago cruza o céu, assim será o Filho do Homem no seu dia.

O FILHO DE DEUS A expressão messiânica ―Filho de Deus‖, é a mais importante no estudo da autorevelação de Jesus. Na história do pensamento teológico, esta expressão conota a divindade essencial de Jesus Cristo. Ele é o Filho de Deus, ou seja, Deus o Filho, a Segunda pessoa da trindade divina.

O título mais comum pelo qual Jesus é designado nos evangelhos sinóticos é o de "Filho do Homem". É somente no evangelho de João, que encontramos freqüentemente o outro título de "Filho de Deus".

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O SIGNIFICADO DA FRASE "FILHO DE DEUS"

HÁ PELO MENOS QUATRO MODOS DIFERENTES:

Uma criatura de Deus pode ser denominada o filho de Deus em virtude de dever sua existência à atividade criativa imediata de Deus - Lc 3.38; Êx 4.22;

Esta expressão pode ser usado para descrever a relação que os homens podem manter com Deus como os objetos peculiares do seu cuidado amoroso. Êx 4.22. em todo o Novo Testamento, este conceito é carregado de um significado mais profundo, ao se fazer menção dos cristãos em termos da filiação para com Deus, quer por nascimento, Jo 3.3; 1.2; ou pela adoção, Rm 8.14,19; Gl 3.26; 4.5.

Este terceiro significado é messiânico; o rei da linhagem de Davi é designado de filho de Deus, 2o Sm 7.14.

E o quarto é teológico. Esta expressão Filho de Deus na teologia cristã, veio a Ter um significado mais elevado; Jesus é o Filho de Deus porque ele é Deus e participa da natureza divina. Este é o propósito do apóstolo João ao escrever seu evangelho. Fazendo uma análise mais consciente, vemos que Jesus, como o Filho de Deus, o Logos, era pessoalmente preexistente, ele era Deus, e encarnou-se com o propósito de revelar Deus aos homens.

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A NATUREZA HUMANA E O PECADO

JESUS CONHECIA O HOMEM

Jesus nunca discutiu formalmente a origem e a natureza do homem, contudo as suas referências ao homem são tantas e tais que podemos fundamentar nelas a doutrina do homem. Jesus conhecia o homem como nenhum outro o conheceu, Jo 2.25.

JESUS VIU NA HUMANIDADE UMA MISTURA DE BEM E MAL

Sem dúvida Jesus viu no homem ou na humanidade uma mistura de bem e do mal; por isso que Ele sempre condenava o mal e procurava estimular o bem. Zaqueu era um publicano, homem indigno, sem valor. Porém, Jesus viu nele um homem de muito valor. - Lc 19.1-10.

O HOMEM IMORTAL

Jesus também ensinou que o homem era imortal, embora não falasse muito da vida além-túmulo. Porém, o que Ele disse é o suficiente para estabelecer o fato da existência de uma vida além desta. - Mc 12.18-27.

JESUS CORRIGE DOIS ERROS DOS SADUCEUS:

Refuta a idéia de que a vida além túmulo seja uma alongamento aqui na terra. Corrige sua falsa concepção dos mortos nos tempos passados - v. 27.

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O PECADO

Vejamos agora o que Jesus diz acerca do pecado. Como no caso deo homem, Jesus não discute a origem ou a natureza do pecado; mas reconhece que o pecado é problema muito sério.

O PECADO É UNIVERSAL

Jesus ensinou que o pecado é universal. É verdade que Ele fala de certas pessoas que não necessitam de arrependimento, mas essas pessoas eram justas só aos seus próprios olhos, Lc 15.7; 11.4; Mt 7.11;

O PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO

Note-se, portanto, que o único pecado que não pode ser perdoado é o pecado contra o Espírito Santo, o qual consiste em negar ao Espírito Santo o poder de regenerar a alma do a homem. Aquele que negasse ao pão o poder de matar a fome, à água o poder de matar a sede e, conseqüentemente, não se utilizasse desses elementos e no caso de outros não haver, morreria irremediavelmente de fome e sede.

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A VERDADEIRA JUSTIÇA

A LEI É A BASE ANTIGA DA JUSTIÇA

Quando Jesus veio ao mundo, prevalecia a idéia de uma justiça muito diferente daquela que Ele viera pregar e exemplificar na sua vida. A justiça do fariseu era uma justiça legalista, adquirida pelo indivíduo mediante obediência às exigências da letra da lei. Era a justiça própria da pessoa que a possuía.

Para o fariseu a lei era a pedra de toque de tudo. Quem estava bem com a lei e as suas exigências, estava bem em tudo.

JESUS MUDOU A BASE

Quando, porém, Jesus veio, substituiu essa relação para com a lei, isto é, a relação pessoal que o homem tem para com Deus e para com a humanidade Lc 10.26,27. Em vez da lei então, como base da justiça, temos as duas grandes relações pessoais, uma com Deus e outra com a humanidade. Jesus estabeleceu, portanto, a justiça em outras bases, em bases pessoais. Substituiu a relação legalista pela relação pessoal; a lei, por Deus e a humanidade.

O AMOR É A ESSÊNCIA DA JUSTIÇA

No transferir a questão da justiça de uma relação legal para uma relação pessoal, Jesus afirmou que o coração é a usina donde sai a força que dá

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cumprimento às exigências das relações pessoais, segundo Deus, que é o amor. Lc 10.27; Mt 5.23,24,48. Segundo a concepção de Cristo não só todo o mandamento, mas toda a lei resumem-se no amor. - Mt 22.36-40.

A VERDADEIRA JUSTIÇA

É evidente destas considerações que Jesus achava a verdadeira justiça, não nos simples atos, mas nos móveis desses atos, na condição do coração do que executava. É verdade que Cristo exige bom procedimento, porém, reconhece que o bom caráter é a base e exclusiva garantia de boa conduta. Quem não é bom de coração não pode realmente praticar o bem, Mt 7.17,18.

A LEI CUMPRIDA

É fácil ver deste ponto de vista, a idéia de Jesus quanto ao cumprimento da lei. Já discutimos. É verdade, este assunto, porém, é bem oportuno lembrarmos-nos que o cumprimento da lei por Jesus, alcançou exatamente tudo quanto a lei visava. A lei, por exemplo, visava o estabelecimento de boas relações entre os indivíduos, ou a humanidade em geral.

A LEI RITUAL

Era justamente essa lei ritual que mais pesava, e influenciava a vida judaica, no tempo de Cristo. - Mt 23.4,24; 5.23,24. Ele veio para cumprir e não para destruir. Jesus visava sempre a condição do coração, que realmente servia de fundo a todas as questões da lei. Jesus queria converter em realidade o ideal da lei.

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A SALVAÇÃO MESSIÂNICA

A idéia de mais realce que nos aparece no Novo Testamento é a da Salvação. Lc 19.10. Esta salvação é oferecida por Jesus Cristo debaixo de certas condições.

A missão messiânica de Jesus tinha como seu objetivo a preparação dos homens para o Reino de Deus futuro. Jesus constantemente lançou os seus olhares para a vinda do Reino escatológico, quando o julgamento final irá efetivar uma separação entre os homens, justos entrando para a vida e bênção do Reino, e os ímpois para o estado de punição. A igreja primitiva considerou a morte de Jesus como um dos eventos mais essenciais à realização de sua missão. – 1a Co 15.1-3.

O EVENTO DA CRUCIFICAÇÃO.

Historicamente, a morte de Jesus foi uma tragédia relativa a um homem que foi apanhado pelos poderes da força política. Jesus havia incorrido na hostilidade mortal dos escribas e fariseus por rejeitar a interpretação que faziam da lei, o que implicava na destruição do fundamento do judaísmo rabínico como um todo. Como mestre religioso, ele foi uma ameaça à religião farisaica e sua popularidade com o povo o tornou paulatinamente perigoso, Jo 11.47,48. Quando o sinédrio condenou Jesus sob acusação de blasfêmia, Mc 14.64, estavam agindo de acordo com a compreensão que os seus membros possuíam do Antigo Testamento.

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PREDIÇÕES DA PAIXÃO

Os evangelhos representam Jesus como predizendo claramente a sua paixão. O registro do Evangelho faz da confissão e Pedro, em Cesaréia de Filipe, um ponto divisório em seu ministério. Esta instrução sobre a sua morte iminente tornou-se um elemento importante no ensino dos dias subseqüentes, Mc 9.12,31; 10.33; Mt 17.12; 20.18,19; Lc 17.25.

A MORTE DE JESUS É MESSIÂNICA

Essa conclusão é parcialmente deduzida da evidência já citada de que Jesus considerou a sua morte como elemento essencial em seu ministério totalmente em parte da linguagem usada em suas predições a respeito dos seus sofrimentos, Mc 8.31. A dádiva de sua vida é o objetivo para o qual Jesus veio; a consumação e o propósito de sua missão messiânica são incorporados no ato de entregar a sua vida, Mc 10.45.

A MORTE DE JESUS É EXPIATÓRIA

O significado redentor da morte de Jesus pode ser observado na declaração sobre o seu caráter expiatório encontrado em, Mc 10.45. Aqui estão inserido dois conceitos:

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A VIDA - o filho do homem dará a sua vida (psyche), por muitos;

O RESGATE - e a idéia de resgate é (lutron), que envolvia o preço para redimir um escravo da servidão. Este conceito era comum no mundo helenista.

A MORTE DE JESUS É SUBSTITUTIVA

A morte de Jesus não é somente redentora; a expiação é realizada por meio da substituição. Um elemento substitutivo deve ser reconhecido tanto no conceito geral envolvido como na linguagem particular empregada.

A MORTE DE JESUS É SACRIFICIAL

A morte de Cristo não apenas redime por meio da substituição; é também uma morte sacrificial. A descrição do servo sofredor em Isaías 53, tem em vista o servo de Deus derramando sua alma como uma oferta pelo pecado, Is 53.10.

A MORTE DE JESUS É ESCATOLÓGICA

A morte de Jesus tem um significado escatológico, Mc 14.25. Sua morte cria uma nova esfera de comunhão, que será completamente realizada apenas no Reino de Deus escatológico. - 1 Co 11.26. A objeção de que este ensino sobre uma morte sacrificial e redentora dificilmente pode ser considerado como parte autêntica do ensino do Senhor, porque não tem consonância com o corpo de seu ensino a respeito da natureza de Deus e não pode ser afirmada e mantida de modo bem sucedido.

250


A MORTE DE JESUS UMA VITÓRIA

Algumas poucas declarações encontradas em João suscitam um outro aspecto no que tange ao significado da morte de Jesus. Já vimos que no âmago da missão de Jesus estava uma luta espiritual com os poderes do mal. A morte de Jesus significa que o dominador deste mundo é "lançado para fora‖, ou expulso - Jo 12.31.

A IGREJA Em nosso estudo sobre o reino de Deus aprendemos que o reino era - e ainda é - um reino espiritual. Segundo a idéia predileta de Jesus, o reino não está tanto sobre nós como em nós.

INDICAÇÕES DE QUE JESUS PRETENDIA CONSTRUIR A IGREJA

Muito cedo no seu ministério, Jesus revelou a sua intenção de formar ou fundar uma sociedade composta das pessoas dentro do reino de Deus; porque Ele sabia que a vida pujante e poderosa da comunhão do homem com Deus, tinha necessidade de possuir um meio pelo qual pudesse manifestar-se clara e eficazmente ao mundo.

A Igreja é o plano de Deus para unir toda a raça humana numa nova raça salva, por Jesus Cristo.

251


1. A primeira indicação de que Jesus tencionava fundar a igreja, achar-se no modo dEle chamar alguns dos seus discípulos para O seguirem nas suas viagens evangelística. - Mc 1.18-20.

2. Essa intenção de fundar uma igreja tornou-se ainda mais clara quando Jesus escolheu doze homens para estarem constantemente com Ele. Lc 6.12-16.

3. Também as exigências feitas por Jesus aos seus seguidores mostram que as suas intenções eram muito sérias e severas. - Mt 8.19-22; 10.37-39.

252


PARTE II

A TEOLOGIA DE JOÃO

INTRODUÇÃO

Nos capítulos a respeito da missão e ensino de Jesus fizemos uso primariamente dos Evangelhos Sinóticos, com referência somente ocasional ao Quarto Evangelho. As diferenças entre João e os Sinóticos não devem ser encobertas. Tais diferenças na

teologia são

corolários

às diferenças

relacionadas a problemas de introdução.

Seu Ministério »

Sinóticos » Galiléia

João » Jerusalém

Páscoa »

Sinóticos » 1 vez

João » 3 vezes = 2.13; 6.4; 13.1.

Omissão do 4o Evangelho: João:

Sinóticos:

a. o nascimento de Jesus;

Mt; Lc;

b. o batismo; c. a transfiguração; d. a expulsão de demônios; e. a agonia no Getsêmane; f. a última ceia; g. o discurso no Monte das Oliveiras.

253


O uso literário, e estilo do grego, são pontos que revelam esta diferença entre os Sinóticos e o 4o Evangelho.

Por outro lado, ênfases Joaninas mais distintivas estão ausentes nos Sinóticos. Talvez a expressão peculiar mais distintiva de João seja a declaração [ego eimi]: "Eu sou o pão da vida", 6.35; "a luz do mundo", 8.12; "a porta", 10.7; "o bom pastor", 10.11; "a ressurreição e a vida", 14.6; "a videira verdadeira", 11.25; "antes que Abraão fosse, eu sou", 8.58.

A DIVERSIDADE E UNIDADE DA BÍBLIA

Quem tiver examinado, ainda que não muito profundamente, a Bíblia, há de ter notado duas coisas: a sua diversidade e a sua unidade. Do ponto de vista da sua diversidade o Novo Testamento divide-se naturalmente em seis grandes divisões:

1. Os Evangelhos; 2. O 4o Evangelho e as cartas de João; 3. Os Atos dos Apóstolos, as cartas de Pedro e Tiago; 4. As cartas do apóstolo Paulo; 5. A carta aos Hebreus; 6. O Apocalipse.

É tarefa da Teologia Bíblica definir bem as peculiaridades de cada uma destas grandes divisões, explicando os diversos tipos de ensino e os pontos de vista que se encontram nas Escrituras Sagradas.

254


A PESSOA DE CRISTO, O CENTRO DE SUA TEOLOGIA

Destas peculiaridades a primeira que queremos notar, é que para João a pessoa de Cristo é o centro de tudo. Na realidade Cristo é o centro de toda a teologia das diversas porções, ou livros, que compõem a Bíblia; há, porém, algumas diferenças no conceito.

1. Na teologia de Paulo, a obra de Cristo, especialmente o sacrifício da cruz, é onde este vê toda a glória de Deus - Gl 6.14; 2. Mas a ênfase de João é na própria pessoa de Cristo que se vê realmente a face e a glória de Deus. "quem me vê a mim vê o Pai" Jo 14.9b. É a grande impressão que a própria pessoa de Cristo fez em João, que domina toda a sua teologia.

O DUALISMO JOANINO

Outra peculiaridade de João era a de pensar por antíteses e contrastes. Uma espécie de dualismo caracteriza os seus escritos. É bom notar, porém, que o seu dualismo não é um dualismo metafísico, mas um dualismo moral, que todo o mundo pode observar na vida cotidiana e também na história da raça humana, desde o seu começo.

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OS DOIS MUNDOS

O dualismo dos Evangelhos Sinóticos é horizontal: um contraste entre duas eras - a era presente e a era vindoura.

O dualismo de João é vertical, um contrates entre dois mundos - o mundo superior (de cima) e o mundo inferior (de baixo) - Jo 8.23. Os Sinóticos contrastam esta era com a era vindoura, e sabemos, através do uso Paulino, que "este mundo", pode ser um equivalente à expressão "esta era", em contraste com o mundo de cima. "Este mundo", é visto como mal, tendo o diabo como seu governante, 16.11. Jesus veio para ser a luz deste mundo, 11.9. A autoridade de sua missão não procede "deste mundo", mas do mundo de cima de Deus, 18.36.

OUTRAS EXPRESSÕES DUALÍSTICAS EM JOÃO:

1. Trevas e Luz - 1.5; 8.12; 9.5; 11.9; 12.35,36,46.

2. Carne e Espírito - 1.13,14; 3.6,12; 4.24; 6.63.

3. Kosmos - é importante compreender o uso que ele faz da palavra "mundo", kosmoskosmos3 - "ordem criada", 17.5,24; e a "terra em particular", 11.9; 16.21; 21.25. 1) o universo, o mundo (a soma das coisas criadas); a terra habitadas; os habitantes da terra toda; a raça humana; "a massa da humanidade ímpia, alienada de Deus e hostil à causa de Cristo" - Thayer; "afazeres mundanos, o agregado de bens, riquezas, vantagens, prazeres, etc., que embora ocos, vãos e passageiros estimulam a cobiça e constituem obstáculo a Cristo" - Thayer; "o padrão 3

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4. Por metonímia, kosmos pode designar não apenas o mundo, mas também aqueles que habitam o mundo: o gênero humano, 12.19; 18.20; 7.4; 14.22. observe esta expressão: "o mundo inteiro vai após ele", 12.19, significa que Jesus assegura uma grande resposta.

PECADO É DESCRENÇA

Descrença em Cristo é uma outra manifestação de uma aversão básica por Deus. A presença de Jesus entre os homens trouxe a aversão deles por Deus a uma crise de tal forma que ela tornou-se claramente evidenciada como aversão por Cristo, 3.22-24; 8.24. Sendo assim, o pecado da descrença inflexível, por si mesma condena o homem a uma separação eterna de Deus. Por esta razão, o crer em Cristo (―pisteuoeis "), 20.31, recebe forte ênfase.

Em João a palavra é encontrada treze vezes nas palavras de Jesus e vinte e nove vezes na interpretação de João. Descrença é essência do pecado, 16.9; 3.36.

A CONCEPÇÃO DA RELIGIÃO

Resulta claro à luz destas considerações que João nos deu uma concepção puramente espiritual e ética da religião, e não uma concepção de formalidades e cerimônias. Como já notamos, o seu evangelho ensina que "Deus é Espírito", e qualquer um em qualquer tempo e lugar, pode adorá-lo da vida pagã" - Hort; "adorno". W.C.TAYLOR. Dicionário do Novo Testamento Grego. (doravante denominado de DNTG). Ed. JUERP. 1991., p. 121.

257


desde que o faça "em espírito e verdade". Quase nada João disse a respeito das instituições, nem da igreja. Não mencionou a instituição da Ceia, e as referências que fez ao batismo estavam quase todas relacionadas com o batismo de João.

DUALISMO GREGO

O dualismo de João deve ser discutido contra o fundo contextual do dualismo grego, incluindo o gnosticismo e o dualismo judaico recentemente descoberto, conforme evidências da literatura de Qunran. De acordo com a pensamento filosófico de Platão, há dois versos nos quais se verifica a existência - o fenomenal e o numeral: o mundo mutável, transitório, visível e o mundo invisível, eterno, que é a esfera de ação de Deus. "Salvação" é para aqueles que dominam suas paixões; e, por ocasião da morte, suas almas serão libertadas de sua escravidão terrena, corpórea, a fim de, libertas, desfrutarem uma imortalidade abençoada. Filo seguindo esta perspectiva, ensinou que a libertação da escravidão terrena era resultado do conhecimento de Deus e do mundo; mas, ao passo que Platão atingia este conhecimento por meio do raciocínio dialético, Filo, em seu lugar, colocou a profecia, a revelação na Lei de Moisés.

No gnosticismo plenamente desenvolvido, a matéria é ipso facto má, e o homem somente pode ser salvo mediante a recepção da gnosis concedida por um redentor, que desceu ao mundo inferior, ascendendo, depois, ao mundo mais elevado.

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A RELAÇÃO DE JESUS PARA COM DEUS

INTRODUÇÃO

O próprio evangelista declara o propósito de seu escrito: "Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome". 20.31 (NVI). Se o tempo presente foi adotado, o propósito de João é confirmar os cristãos em sua fé em Jesus como o Messias e Filho de Deus face às interpretações errôneas que estavam surgindo na Igreja. A CRISTOLOGIA é central ao livro, pois a vida eterna depende de um correto relacionamento com Jesus Cristo. A DOUTRINA DO VERBO OU LOGOS4 Uma das doutrinas mais distintivas do 4o Evangelho é a doutrina do Logos, ou do Verbo - 1.1,14. O termo "Verbo", é empregado por João para designar a preexistência de Jesus, e porque ele não tomou tempo para explicá-lo torna-se evidente que ele já era mais ou menos conhecido do povo naquele tempo.

A FRASE "FILHO DE DEUS" SIGNIFICA RELAÇÃO ESPECIAL

A idéia do Logos recua aos tempos do filósofo Heráclito (VII séc. 500 a.C.). Ele ensinou que todas as coisas estavam em um estado de fluxo constante, que nada permanece o mesmo. Para ele, logos pode significar "discurso", "preleção didática", i. é, "ensino", e até mesmo "reputação". No mundo Gr. Secular, a palavra logos já assumiu uma significância para o pensamento especulativo muito antes da sua terminologia ter sido definida com mais exatidão. Colin BROWN. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. (doravante denominado de DITNT). Edições Vida Nova. 1989., p. 392. Para uma análise mais acurada desta palavra na terminologia filosófica. 4

259


O título Filho de Deus, com suas modificações, é aplicado a Jesus cerca de trinta vezes no evangelho de João, umas vinte nas suas epístola.

Ninguém pode ler o Evangelho de joão sem chegar à conclusão de que a relação entre Jesus e o Pai é toda especial, é uma relação natural e metafísica, e não simplesmente uma ralação moral ou ética. Os homens podem ser feitos filhos de Deus, mas Jesus foi, é e será sempre Filho de Deus. - 1.12; 10.30; 17.5,21;

O TÍTULO NÃO É MESSIÂNICO ENTRE OS JUDEUS

Este título "filho de Deus", não era geralmente usado entre os judeus com referência ao Messias. Como sabemos, a idéia do povo judaico a respeito do Messias era bem outra. O povo esperava um homem guerreiro, como Davi.

Como o Filho ideal de Deus, Jesus aplica a si mesmo este título, a fim de revelar a sua relação única e toda especial com o Pai. "Cristo", é um título messiânico, "Filho de Deus", é uma designação pessoal e não oficial.

260


A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO

INTRODUÇÃO

Uma das diferenças mais destacadas entre os Sinóticos e o Quarto Evangelho é o lugar que João da ao Espírito Santo, especialmente no sermão do cenáculo com seu ensino singular a respeito do Paráclito.

PNEUMA NA RELIGIÃO HELENISTA

Há, certamente, grande variedade na religião helenista. Os gregos geralmente pensaram a respeito do elemento mais essencial do ser humanocomo psyche, não pneuma. No dualismo grego, psyche é contrastado com o corpo da mesma forma como o mundo noumenal é contrastado com o mundo phenomenal.

No pensamento gnóstico, o poder era concebido como se fora uma substância, e pneuma incluia o conceito de substância básica da vida. Deus é espiritual. No ato da criação, parte de sua substância espiritual unir-se com a matéria; mas essa parte ainda está por libertar-se. Redenção significa o reajuntamento de todas as partículas do pneuma.

OS NOMES DADOS AO ESPÍRITO SANTO

Vamos considerar em primeiro lugar os nomes pelos quais é chamado o Espírito Santo. Além da designação conhecida de Espírito Santo, há ainda o Parácleto, termo este que na tradução de Almeida é consolador, 14.16,26. O termo consolador (segundo a tradução de Almeida), vem de duas palavras latinas:

261


com e fortis, igual a confortares. O termo significa aquele que fortalece, que conforta. Termo "parácleto", que é o termo original, é uma palavra grega que se encontra também aplicada a Jesus, e vertida por Almeida com a significação de "Advogado", em 1a Jo 2.1.

A MISSÃO DO ESPÍRITO SANTO

Consideremos agora um pouco a questão da missão de Espírito Santo. Quanto a ele mesmo, sabemos já é uma pessoa distinta, embora intimamente relacionada com Jesus. Qual, porém, é a sua Missão?

Há três pontos a considerar no estudo desta questão:

1. qual é a missão do Espírito Santo em relação ao trabalho de Cristo? 2. Qual é a missão do Espírito Santo em relação aos crentes? 3. Qual é a missão do Espírito Santo em relação ao mundo?

1) Em relação ao trabalho de Cristo, o Espírito Santo é enviando em nome de Jesus. Além de ser enviado em nome de Jesus, o Espírito Santo tem ainda a missão de relembrar aos crentes tudo aquilo que Jesus havia dito.

2) Em relação aos crentes foi mudar o fundamento ou base da sua fé. Era, pois, necessário que a fé dos homens se transferisse do visível para o invisível, do material para o espiritual.

262


3) Em relação com o mundo. Isto é, claramente exposto em Jo 16.8-11. O termo "convencerá", é um termo legal. O trabalho do advogado de acusação é fazer a acusação do réu, com as provas em mão.

ESCATOLOGIA A UNIÃO COM CRISTO, ACENTUADA

Dos escritos sagrados, é João o que mais acentua a união íntima e viva do crente com Cristo, união esta que desafia o tempo, por isso pouco se fala, comparativamente, no seu Evangelho, a vida vindoura. A vida eterna, por exemplo, é nos apresentada como uma realidade acessível enquanto estamos aqui na terra. Jo 11.24,25; 6.39,40,54; 5.24-27.

AS PASSAGENS EXAMINADAS SOBRE A SEGUNDA VINDA DE JESUS

O termo parousia, que se emprega para designar a volta final de Jesus a este mundo, usa-se uma vez nos escritos de João, em 1a Jo 2.28. Esta é uma referência clara a Segunda vinda de Jesus.

Mas, além desta passagem, há muitas outras alusões ao fim, fazendo supor que ele se aproximava - 1a Jo 2.18; 3.2; 3. As passagens principais e ao mesmo tempo as mais difíceis em relação à vinda final de Jesus são os capítulos 14 e 16 do seu evangelho.

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A RESSURREIÇÃO

O ensino da ressurreição no quarto evangelho envolve tanto um evento futuro objetivo e escatológico como uma realidade espiritual presente. 11.25,26. A realidade da vida da ressurreição no presente é expressa vividamente em 5.25,26.

O JUÍZO FINAL

Vamos notar agora que este processo de julgar, e o ato final de julgar estão intimamente ligados com a natureza do Evangelho e da verdade como coisas que por sua própria natureza julgam o homem aprovado-o ou condenando-o. 8.15,16,22; 12.47; 5.30; 9.39; 3.19. O futuro juízo é apenas a última crise no processo de julgar.

264


PARTE III

O PRIMITIVO ENSINO APOSTÓLICO

A TEOLOGIA DOS "ATOS DOS APÓSTOLOS"

INTRODUÇÃO

O livro de Atos tem como propósito fornecer um esboço da história da Igreja, começando nos seus dias mais primitivos, em Jerusalém, até a chegada de seu maior herói - Paulo - na principal cidade do Império Romano. O livro fornece um programa do evangelho desde Jerusalém, na via Samaria e Antioquia, até a Ásia Menor, Grécia e, finalmente, Itália. Atos registra um número de sermões de Pedro, Estevão e Paulo, que nos fornecem as informações para o estudo da fé da igreja primitiva. Uma vez que tais sermões, particularmente os de Pedro, são, de modo ostensivo, a fonte primária para as crenças da Igreja em Jerusalém.

NO PRINCÍPIO NÃO HAVIA SEPARAÇÃO COMPLETA ENTRE O CRISTIANISMO E O JUDAÍSMO

Os primeiros discípulos então continuaram judeus, praticando as cerimônias da religião dos seus pais. - At 16.3; 21.20-28.

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A RESSURREIÇÃO DEU-LHES MAIS CORAGEM

Os discípulos de Jesus apegaram-se firmemente à esperança do breve estabelecimento do Reino de Deus. Haviam argumentado sobre quem teria o status mais elevado no reino, Mt 18.1. justamente, quando era maior o seu desânimo, correu a notícia de que Jesus ressuscitara, Lc 24.9-11. Parece que foi nesta passagem dos Atos dos Apóstolos que os discípulos pela primeira vez procuraram entender a idéia da necessidade da morte do Messias.

O KERYGMA ESCATOLÓGICO

1. A era do cumprimento apareceu, At 2.16; 3.18,24;

2. Este surgimento da era messiânica aconteceu através do ministério, morte, e ressurreição de Jesus, At 2123;

3. Por causa da ressurreição, Jesus foi exaltado à direita de Deus, como o cabeça messiânico do novo Israel, 2.33-36; 3.13;

4. O Espírito Santo, na Igreja, é sinal do presente poder e glória de Cristo, 3.21.

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O JESUS HISTÓRICO

O kerygma primitivo tem seu ponto final na morte e exaltação de Jesus. O kerygma da igreja proclamou o destino de um homem real, o Jesus de Nazaré, At 2.22. No dia de Pentecostes, Pedro falou de uma pessoa a quem ele e seus ouvintes conheceram com base na experiência e observação pessoal, 10.38,39.

A SALVAÇÃO

Como Messias, Jesus é o portador da salvação, 4.12. Esta salvação é considerada tanto pessoal como nacional; inclui tanto o bem temporal como o bem espiritual, 2.38,39; 3.23.

O PRINCÍPIO BÁSICO DA ORGANIZAÇÃO DA IGREJA

É bom notar nesta conexidade que o o princípio básico da organização da igreja primitiva foi a necessidade de cuidar do serviço crescente. Havendo necessidade de fazer certo serviço a igreja podia, de acordo com este princípio, efetuar a organização que cuidasse de tal serviço.

1. A Vida da Igreja Primitiva - A experiência do Pentecoste não levou os primeiros cristão a romper com o judaísmo, 2.46,47; 5.13.

2. Batismo - A ekklesia recebia, em sua comunhão os que aceitassem a proclamação de Jesus como o Messias, se arrependessem e recebessem o batismo em água, Jo 3.22; 4.1,2; At 2.38,41; 8.12,36,37; 10.47,48; 9.18; 16.14,15.

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3. A Comunhão Cristã - Um dos elementos mais admiráveis, na vida das igrejas primitivas, era o sentido de comunhão, 2.42,44,47; 5.4; 6.2;

4. A Organização da Ekklesia - Examinando a organização da ekklesia, precisamos reconhecer o aparecimento de líderes da igreja além do período mais primitivo. A ekklesia não era como hoje: uma instituição organizada. Dos doze, três - Pedro, Tiago e João - ocuparam um papel de proeminência, como líderes sobre os outros nove, 1.13; 6.1,2,8ss; por ocasião do concílio de Jerusalém, 15.2,22; 16.4;

A TEOLOGIA DA EPÍSTOLA DE TIAGO

INTRODUÇÃO

O AUTOR - Esta epístola foi escrita por Tiago, irmão carnal de Jesus Cristo, Gl 1.19; Tg 1.1. A epístola veio preencher certas lacunas que o livro de Atos dos apóstolos deixara, pois não há porção Bíblica que exiba a relação entre os ensinos de Jesus e os dos seus primeiros discípulos melhor do que esta. A QUEM FOI DIRIGIDA - É evidente que os crentes a quem a epístola foi dirigida eram pessoas pobres, 2.15. Também nota-se que estes dispersos estavam sendo oprimidos pelos seus senhores, 2.6. O evangelho pode revelar que rico é aquele que o é para com Deus, e pobre é aquele que só possui os bens da terra, 1.9-11.

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O PROPÓSITO DA CARTA - Consolar os oprimidos. Em geral, seu propósito é prático. Tiago vive na expectativa dos últimos dias - um tempo, conclui, em que a acumulação de tesouros terrenos será sem sentido. O retorno iminente (parousia) do Senhor é ainda uma esperança viva, 5.7-9. Tais referências de passagem deixam claro que a escatologia desempenha um importante papel no pensamento de Tiago.

A IDÉIA DA LEI

Deus, sendo perfeitamente bom, exige bondade do homem, e essa exigência está na sua lei. Esta lei para Tiago é a lei mosaica, 2.11,12.

A IDÉIA DA JUSTIÇA

Em Tiago temos a doutrina de justiça, apresentada em termos do Antigo Testamento, porém, de pleno acordo com os ensinos espirituais de Jesus Cristo. Isto naturalmente procede do uso e da concepção que Tiago tem da lei divina, 4.12; 5.7.

A IDÉIA DE SALVAÇÃO

Estas considerações preparam o caminho para o estudo da idéia de Tiago sobre a salvação. A base da salvação e a boa vontade, a própria graça de Deus, 1.18,22,23.

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TIAGO E PAULO

O assunto que tem dado mais que falar em relação à epístola de Tiago é o da justificação. Pare existir na epístola de Tiago um conflito com os ensinos de Paulo.Tiago diz que é inútil afirmar que uma fé que não se pode provar, ou uma fé que não produz obra nenhuma possa salvar a alma. 2.20. Tiago em sua discussão não está falando de obras de mérito, obras em relação à lei, obras que precedem a salvação; mas está falando de obras motivadas pelo amor, obras que surgem ou aparecem em relações pessoais, obras da pessoa já salva.

A TEOLOGIA DA PRIMEIRA EPÍSTOLA DE PEDRO

INTRODUÇÃO A epístola de Pedro declara ter sido escrita pelo apóstolo Pedro, 1.1, um ―ancião‖, que foi testemunha ocular dos sofrimentos de Cristo, 5.1. Ele tem um companheiro seu ―filho‖ Marcos 5.13. Uma forte tradição atribui esta epístola ao apóstolo Pedro que usou, como seu amanuense, ou secretário, Silvano (Silas; 5.12).

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DUALISMO PETRINO

O eruditismo recente tem enfatizado a similaridade na comum divisão de Pedro e dos sermões em Atos. O presente, no entanto, é a tensão escatológica entre o presente e o futuro, que não é meramente cronológica, mas também soteriológica, 1.11. A morte de Cristo não foi um mero evento histórico, mas um evento predestinado por Deus antes da fundação do mundo, 1.20. Através de sua morte, Cristo inaugurou o ―fim dos tempos‖, 1.20.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO

Partilha deste caráter escatológico, pois o Cristo ressuscitado foi para o céu, Ef 1.22. Isto significa que Cristo já assumiu sua lei messiânica à mão direita de Deus, onde ele tem que reinar, 1a Co 15.25. A ressurreição de Cristo não é simplesmente um evento do passado; é um evento em virtude do qual todo aquele que crê pode, em tempo subseqüente, entrar em novidade de vida, através da proclamação das boas-novas, 1.23.

ESCATOLOGIA

Assim, a escatologia desempenha um grande papel na epístola. Pedro não usa a palavra (parousia), mas fala, várias vezes, da revelação (apokalypsis), de Cristo, 1.7,13; 4.13; 5.4. O contraste entre o mundo mau e o céu é particularmente forte e desempenha um papel essencial no pensamento petrino, 1.14,15,18,20; 5.9; 4.3; 2.5,9,11; 3.1; 2.18.

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DEUS O conceito de Deus por parte de Pedro contém a matéria-prima da teologia trinitária, mas sua expressão é, em geral, prática, e não teórica. Sua introdução contém referência a Deus, o Pai, ao Espírito Santo e a Jesus Cristo, 1.2.

CRISTOLOGIA Pedro mantém, claramente, uma alta Cristologia, embora ele não fale de Cristo como o ―Filho‖, a par com o Pai. 1.20. Os crentes também foram predestinados, 1.2,25; 3.12.

A Vida Cristã Há duas ênfase notáveis, em Pedro, quanto á vida cristã. A primeira é a firmeza no sofrimento. Sofrer é a experiência normal do crente, porque o mundo, para ele, é uma terra estranha, 4.13. A Segunda é a do bom comportamento (o verbo agathopoieo, ―fazer o bem‖, ocorre quatro vezes em Pedro – 2.15,20; 3.6,17 – mas em nenhum lugar em Pedro).

A TEOLOGIA DAS EPÍSTOLAS: JUDAS E SEGUNDA DE PEDRO

INTRODUÇÃO Devido à íntima relação entre a epístola de Judas e a 2 a de Pedro, vamos estudá-las em conjunto. Ambas tratam de certos erros e abusos que surgiram,

272


devido a uma perversão do evangelho. Naturalmente não devemos esperar encontrar muita discussão doutrinária, como por exemplo nas cartas do apóstolo Paulo, porque o fim destas epístolas é, não tanto ensinar como corrigir. Por esta razão não há também uma ordem formal ou lógica na discussão. Portanto, vamos estudá-las do princípio ao fim, sem tentar organizar a matéria ao redor de temas específicos, de modo sistematizado como em geral acontece com os escritos sagrados.

JUDAS O AUTOR

Judas chama-se servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, 1.1. Sendo ele irmão de Tiago e Tiago irmão de Jesus, logo ele era também irmão de Cristo. Judas escreveu aos chamados e santificados. O assunto de que ele trata é a salvação que tanto ele como os ―chamados‖ estão gozando. O fim da epístola é exortar os chamados para que os frutos da salvação não sejam perdidos, 1.3.

EXORTAÇÃO Falsos mestres chegam à Igreja, que ―negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo‖, v.4; que rejeitaram toda autoridade e ultrajaram os anjos, v. 8; que são escarnecedores, v.18;

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Os dois itens de interesse teológico são: 1. A referência de Judas aos ―anjos que não guardaram o seu principado, v.6; ver 2a Pe 2.4; 2. E o seu uso da literatura apócrifa, v. 14.

A SEGUNDA EPÍSTOLA DE PEDRO

AUTOR

Declara vir do punho do apóstolo Simão Pedro, 1.1, que foi testemunha ocular da majestade de Jesus, em sua transfiguração, 1.16-18, pouco antes de sua morte (de Pedro), 1.14.

Começa com uma descrição da salvação, em que o cristianismo é considerado como o cumprimento da profecia. O termo chave nesta epístola não é ―esperança‖, como na primeira carta de Pedro, mas ―conhecimento‖, 1.13. A redenção por meio de Cristo Jesus é mencionada uma só vez nesta carta, e assim mesmo em mera alusão, 2.1. O autor escreve aos crentes novos, isto é, os que aceitaram Cristo pela pregação que, devido a perseguição, saíram de Jerusalém, At 8.4.

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VIRTUDES CRISTÃS

Nos versos 5.7 do primeiro capítulo temos uma lista das virtudes que deviam adornar o caráter do crente. Os que cultivam estas virtudes terão em abundância este conhecimento tão precioso e tão desejável, 1.8. Os que não tem estas virtudes perderão o discernimento espiritual e voltarão à vida velha, 1.9.

UMA EXORTAÇÃO

Em vista deste fato, o autor exorta os crente a seguirem uma vida pura e santa, 3.14,15. A epístola conclui com mais uma exortação, 3.17-18.

A TEOLOGIA DE PAULO

INTRODUÇÃO A teologia de Paulo não pode ser bem compreendida à parte de sua personalidade e história. Mas do que a de qualquer outro apóstolo, a sua história e experiência religiosa influíram na formação da sua teologia. A primeira coisa que precisamos fazer, pois, é dar em ligeiros traços a sua biografia.

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ORIGEM E CARACTERÍSTICAS

Desde a sua mocidade Paulo manifestou um espírito religioso arrebatado até o fanatismo. Expunha francamente as suas convicções, e sinceramente vivia segundo aquilo que cria. Paulo nascera dentro da religião judaica, Fp 3.5,6. Foi educado dentro dessa religião; considerava as doutrinas do cristianismo falsas e perigosas. O messias do cristianismo, Jesus Cristo, era para Paulo um impostor, e de forma alguma correspondia às esperanças e concepções do povo judaico. Ter fé neste Messias era atraiçoar o culto do judaísmo, desprezar as leis de Moisés, e desprezas as mais brilhantes esperanças do judaísmo.

Homem de grande zelo e ardor, dedicava-se de todo o coração a qualquer idéia que abraçasse. Não ficava jamais em meios termos, era ardente ou frio; morno nunca.

PAULO COMO JUDEU E A LEI

Esta hipótese de uma ascendência judaica nasce das pressuposições teológicas subjacentes de Paulo. Ele era um monoteísta inflexível, Gl 3.20; Rm 3.30; e rejeitava severamente a religião pagã, Cl 2.8; a idolatria, 1a Co 10.14,21; e a imoralidade, Rm 1.26ss. Ele menciona o Antigo Testamento como a Sagrada Escritura, Rm 1.2; 4.3; a Palavra de Deus divinamente inspirada, 2a Tm 3.16.

Como rabino judeu, Paulo partilhava inquestionavelmente da fé judia na centralidade da Lei. Mesmo quando cristão, ele afirmou que a Lei é espiritual, Rm 7.14, santa e boa, Rm 7.12. A Lei, para um fariseu, era tanto a Lei escrita de Moisés como as ―tradições orais dos pais‖, Gl 1.14. O judaísmo tinha perdido o

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sentido da revelação de Deus e a sua fala através da voz viva da profecia. A doutrina judaica da revelação centralizava todo o conhecimento de Deus e sua vontade na Lei.

Como rabino judeu, zeloso pela Lei, Saulo estava igualmente entusiasmado em exterminar este novo movimento religioso que exaltava a memória de Jesus de Nazaré. O livro de Atos localiza Paulo em Jerusalém de algum modo participando na morte de Estevão, At 7.58.

A SUA TEOLOGIA

A sua teologia não é a teologia acanhada dos judeus da Palestina. Devido às suas experiências com o povo grego, era mais liberal, menos preso pelo nacionalismo dos judeus da Palestina. Como já observamos, tinha a religiosidade do judeu, o discernimento do grego e a energia do romano. E é por isso que notamos nele, um grande fervor religioso, uma grande penetração nas doutrinas e no espírito do cristianismo, e uma energia nunca vista nos anais de qualquer religião.

PAULO, O APÓSTOLO

O senso de autoridade de Paulo não é particularmente seu, mas foi-lhe conferido, como apóstolo, pelo Senhor. É como apóstolo que Paulo reivindica uma alta autoridade. Sua experiência no caminho de Damasco não apenas o fez reconhecer Jesus como Messias ressuscitado e glorificado, At 9.15,16; 22.15; 26.17,18. Como apóstolo, Paulo não mantinha uma autoridade exclusiva, mas uma autoridade que dividia com os outros apóstolos. Em sua lista de lideres na

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igreja, Paulo citou apóstolos em primeiro lugar, 1a Co 12.28; Ef 4.11. As qualidades primárias de um apóstolo eram que ele fosse testemunha ocular da ressurreição, At 1.22; 1a Co 9.1, e que recebesse um chamado distinto e incumbência do Senhor.

O HOMEM SEM CRISTO

A opinião de Paulo sobre o homem e o mundo ilustra sua visão escatológica básica. Ele sempre foi interpretado contra o pano de fundo do dualismo helenístico, que envolvia um dualismo cosmológico e bastante associado a um dualismo antropológico.

1.

O dualismo cosmológico – contrastava dois níveis de existência: o terreno e o divino;

2.

O dualismo antropológico – contrastava duas partes do homem: seu corpo e sua alma.

2.1.

O mundo – kosmos é uma palavra grega que não tem equivalentes nem em hebraico nem em aramaico, 1a Co 1.20; 3.19; 2.6.

2.2.

Poderes Espirituais – Paulo não se refere apenas a anjos bons e maus, a Satanás e aos demônios; ele usa um outro grupo de palavras, para designar as fileiras de espíritos angélicos. A terminologia é que se segue:

a. ―potestades‖ ou ―domínio‖ (arche), 1a Co 15.24; Ef 1.21; Cl 2.10;

278


b. ―potestades‖ (archai); RSV, ―principados‖, Ef 3.10; 6.12; Cl 1.16; 2.15; Rm 8.38. c. ―dominações‖ (kyriotes), Cl 6.2.

CONSCIÊNCIA

Não apenas tem os homens a responsabilidade de cultuar a Deus, tam também a responsabilidade de fazer o bem, por causa da consciência., Rm 2.14,15.

PECADO

A natureza do pecado pode ser vista a partir de um estudo de diversas palavras usadas por Paulo, mas a palavra mais profendamente teológica para pecado é ―asebia‖, traduzida como ―impiedade‖ em Rm 1.18.

LEI

Paulo não considera a Lei meramente como padrão divino para a conduta humana, nem como parte da Sagrada Escritura, embora a Lei tenha origem divina e, portanto, sendo boa.

CARNE

Um dos inimigos finais do homem fora de Cristo, que apenas precisa ser mencionado aqui, é o carne. Como veremos em capítulos posteriores, ―carne‖, em Paulo, tem um uso distinto; designa o homem em sua queda, sua pecabilidade e sua rebelião. Gl 5.17; 6.8.

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A PESSOA DE CRISTO

Cristo, O Messias ( 9.5; 10.6; 1a Co10.4; 15.22; 2a Co 4.4; 5.10.)

O Messias é Jesus ( 1a Co 11.23; Rm 1.3; Gl 1.19; Rm 15.8; Fl 2.7ss)

Jesus, O Senhor ( Rm 10.9; 1a Co 12.3; 2a Co 4.5; Mt 7.21. )

Jesus como o Filho de Deus ( Rm 1.3,4; 8.3; Gl 4.5; Cl 1.13; )

Cristo, O último Adão ( Rm 5.12; 1a Co 15.45-47; Fp 2.6; )

A OBRA DE CRISTO: EXPIAÇÃO O AMOR DE DEUS – Embora tanto o Novo Testamento como o Antigo, tem como base para a obra reconciliadora de Cristo, a ira de Deus, isto não tem que, de modo algum, ser interpretado como a transformação da ira de Deus em amor, 2a Co 5.19; Rm 3.21; 8.3,32;

280


Expiatória ( Rm 3.25; 8.3; 1a Co 5.7; Ef 5.2;)

Vicária ( Mc 10.45; Rm 5.8; 1a Tss 5.10; Ef 5.2; Gl 3.13; )

Substitutiva ( 2a Co 5.14,21; Gl 2.20; 1a Tm 2.6; Ef 2.8,9; )

Propiciatória ( Rm 1.18,32; 3.20,24,25; 6.23; 1a Tss 5.9; Hb 9.5; Êx 25.17-20. )

Redentora ( Mc 10.45; 1a Tm 2.6; 1a Co 7.22,23; Gl 3.13; Ef 1.7; Tt 2.14; )

A OBRA DE CRISTO: JUSTIFICAÇÃO E RECONCILIAÇÃO

A Importância da Doutrina ( Rm 4.7; Cl 1.14; 2.13; Ef 4.32; )

O Embasamento da Justificação (Gl 2.21. Basicamente, ―justiça‖, é um conceito de relacionamento. É justo quem cumprir as exigências colocadas sobre si pelo relacionamento em que se encontra. )

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A Justificação é Escatológica (Rm 2.13; 5.1,9; 8.1; Gl 5.5; Mt 12.36,37; 1a Co 6.11; )

Imputação (Rm 4.5,8; 2a Co 5.21; )

RECONCILIAÇÃO

Reconciliação é uma doutrina estreitamente aliada à da justificação. A justificação é absolvição, do pecador, de todo pecado; a reconciliação e a restauração do homem justificado ao relacionamento com Deus.

Reconciliação Objetiva (Rm 5.8,10,11; )

A Necessidade de Reconciliação ( Cl 1.21; Rm 5.10; )

O Caráter da Reconciliação (2a Co 5.19; )

Os Resultados da reconciliação ( Traz paz com Deus, Rm 5.1; esta livre da ira de Deus, Ef 2.14-16. )

282


A TEOLOGIA DO APOCALIPSE

INTRODUÇÃO

O livro do Apocalipse pretende ser uma revelação dos eventos que ocorrerão no fim do século e do estabelecimento do Reino de Deus. A teologia básica do livro tem emergido. A abordagem mais fácil do apocalipse é seguir sua própria tradição particular, como a opinião verdadeira, e ignorar as outras; mas o intérprete inteligente tem que se familiarizar com os vários métodos de interpretação, para que possa criticar e purificar sua própria opinião.

O CONTEÚDO DO APOCALIPSE A primeira visão – 1.9-3.22 Cristo é visto em pé, em meio a sete candeeiros, 1,12; Segunda visão – 4.1-16.21 Retrata o trono celestial com um livro selado com sete selos na mão de Deus. Terceira visão –17.1-21.8 É a grande prostituta, Babilônia.

MÉTODO DE INTERPRETAÇÃO

Interpretação preterista; O método histórico;

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O método simbólico ou idealista; Interpretação futurista extrema: O dispensacionalismo; O ponto de vista futurista moderado;

O PROBLEMA DO MAL

O Apocalipse prevê um curto período de terrível mal na história no fim dos tempos. Como Mateus 24.15ss e 2a Tessalonicenses 2.3ss, ele fala de um personagem maligno.

O REINO VINDOURO Sua vinda é mostrada como destruição do mal – 19.11-16; Há um reino temporário, de mil anos - 20.4; A primeira ressurreição – 20.5; A Segunda ressurreição – 20.11-15; O julgamento é duplo: obras e o livro da vida – Rm 2.6-11.

NUNCA PARE DE ESTUDAR TEOLOGIA ―A teologia não termina em conhecimento teórico e abstrato, antes se planifica no conhecimento prático e existencial de Deus através das Escrituras e da iluminação do Espírito. Conhecer a Deus é obedecer a seus mandamentos. Fazer teologia é tarefa da Igreja; não é um estudo descompromissado feito por transeuntes acadêmicos.‖ (MAIA, 2007, p. 9)

284


Cabe aos líderes cristãos investir no ensino teológico para que haja o aperfeiçoamento dos santos (Ef. 4.14), e a Teologia Sistemática está presente na vida da igreja como uma ferramenta poderosa para a compreensão das Sagradas Escrituras.

285


PROVA DO CURSO: 1. 2. 3. 4. 5.

O que é Revelação segundo a Bíblia? O que é Inspiração da Bíblia? Justifique biblicamente a resposta.? Descreva sucintamente sobre as teorias da Inspiração da Bíblia? O que é um atributo quando relacionado a Deus? O que é atributo natural de Deus? Usando a Bíblia, mencione cinco deles. 6. O que é atributo moral de Deus? Usando a Bíblia, mencione cinco deles. 7. Defina o que é Trindade? 8. Justifique biblicamente a existência da Trindade no Velho e no Novo Testamento. 9. O que é a Providência de Deus? Cite três fatos bíblicos onde a Providência de Deus pode ser observada. 10. A doutrina que estuda o homem do ponto de vista teológico chamase 11. Em relação à constituição do homem, discorra sobre as teorias existentes. Embase com a Bíblia a sua preferência. 12. Sobre a origem da alma, quais são as teorias existentes? Descrevaas sucintamente. 13. O que é a imago Dei? 14. O que é pecado? 15. Quais as consequências do pecado sobre o ser humano? 16. Justifique biblicamente a morte em seus aspectos físico, espiritual e eterno? 17. Prove biblicamente a natureza humana de Cristo? 18. Prove biblicamente a natureza divina de Cristo? 19. O que é união hipostática das naturezas de Cristo. Justifique biblicamente a resposta.? 20. Quais são os estágios do Estado de Humilhação de Cristo? Justifique biblicamente a resposta?

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21. Quais são os estágios do Estado de Exaltação de Cristo? Justifique biblicamente a resposta? 22. Quais os Ofícios de Cristo? Descreva sucintamente cada um deles provando-os biblicamente. O que é Arminianismo e qual a seqüência dos passos ensinados pelo mesmo quanto à ordem dos decretos de Deus, no que se refere à salvação? 23. O que é Calvinismo e qual a seqüência dos passos ensinados pelo mesmo quanto à ordem dos decretos de Deus, no que se refere à salvação? 24. O que é Justificação segundo a Bíblia. Prove biblicamente a resposta. 25. O que é Santificação segundo a Bíblia. Prove biblicamente a resposta. 26. Quais os aspectos teológicos da morte de nosso Senhor Jesus Cristo. Use a Bíblia na resposta. 27. A Bíblia prova a existência de Deus ou não? 3. Se prova, como o faz? 28. Pode-se sustentara a posição de que não existem ateus? 29. Que são anjos? 30. Existe uma gradação entre os anjos (maus e bons)? Comente o assunto à luz da Bíblia. 31. O que é Escatologia? 32. Quais os assuntos tratados em cada uma dessa divisão da Escatologia? 33. Prove biblicamente a Segunda Vinda do Senhor? 34. Prove biblicamente o Arrebatamento da Igreja? 35. O que é o Juízo Final? Comprove biblicamente o assunto. 36. O que é o Estado Eterno. Comprove biblicamente o assunto.

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BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS:

MAIA, Hermisten. Fundamentos da Teologia Reformada. Mundo Cristão, São Paulo, 2007. RAMOS, Cristina Ferreira. Introdução à Teologia. Caicó, 2008. RAMOS, Robson. Evangelização no mercado pós-moderno. Ultimato, Viçosa, 2003. SEVERA, Zacarias de Aguiar. Manual de Teologia Sistemática. A. D. Santos Editora, Curitiba, 1999. R.N. CHAMPLIM. ―Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo‖. (doravante denominado de NTI), vol.1 à 6. Ed. Candeia. 1995. W.C. TAYLOR. ―Dicionário do Novo Testamento Grego‖. Ed. JUERP. 1991. Gerhard F. HASEL. ―Teologia do Novo Testamento‖. Ed. JUERP. 1988. Osmundo A. MIRANDA. ―Estudos Introdutório nos Evangelhos Sinóticos‖. Casa Editora Presbiteriana. 1989. Werner G. KÜMMEL. ―Síntese Teológica do Novo Testamento‖. Ed. Sinodal. 1983. Eduard LOHSE. ―Introdução ao Novo Testamento‖. Ed. Sinodal. 1985. George E. LADD. ―Teologia do Novo Testamento‖. Ed. JUERP. 1993. João F. ALMEIDA. ―Bíblia (ARA) Novo Testamento Trilíngüe – Grego, Português, Inglês‖. Ed. Vida Nova. Editor Luiz A.T. Sayão. 1998. João F. ALMEIDA. ―Bíblia (ARC)‖. CPAD. 1999. Bavinck, Geref. Dogm. II, p.52-74; Kuyper, Dirct. Dogm. De Deo I, P. 77-123; Hodge, Syst. Theol. I, p. 221-248; Dabney, Syst. And Polem. Theol, p.5-26; Macintosh, Theol. as an Empirical Sciense, p.90-99; Knudson, The Doctrine of God, p. 203-241; Beathie, Apologetics, p.250-444; Brightman, The Problem of God, p. 139-165; Wright, A Student‘s Phil of Rel., p.339-390; Edward, The Philosophy of Rel., p. 218-305;

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Beckwith, The Idea of God, p. 64-115; Thompson, The Chirstian Idea of God, p. 160-189; Robinson, The God of the Liberal Christian, p.114-149; Galloway, The Phil, of Rel., p.382-394

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