Sindigraf e Abigraf - Nossa História

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SINDIGRA f - RS / ABIGRAF - RS

nossa história sindigraf-rs e abigraf-rs

1 ª EDI Ç Ã O

Porto alegre 2017


Concepção e coordenação editorial: Critério – Resultado em Opinião Pública Redação e edição: Marcelo Flach Pesquisa: Marcelo Flach e Antonio Felipe Purcino Projeto gráfico: Luciano Maciel Supervisão gráfica: Silvio J. dos Santos, diretor do Sindigraf-RS/Abigraf-RS Impressão e acabamento: ANS Impressões Gráficas Impresso em papel em couché Suzano Press Matte 150 g/m² cedido pela Suzano Papel e Celulose

Direitos de publicação: Sindicato da Indústria Gráfica no Rio Grande do Sul (Sindigraf-RS) e Associação Brasileira da Indústria Gráfica – Regional Rio Grande do Sul (Abigraf-RS)

S617n Sindigraf-RS

Nossa história: Sindigraf-RS e Abigraf-RS / Sindigraf-RS

e Abigraf-RS. – Porto Alegre : Critério, 2017.

Il. ; 164p.

ISBN 978-85-94106-00-1

1. Indústria gráfica. 2. Sindicato. 3. História. I. Abigraf-RS. II. Título.

CDU 655.1

Catalogação na publicação: Leandro Augusto dos Santos Lima – CRB 10/1273


Os 75 anos do Sindigraf-RS e os 50 da Abigraf-RS são resultado da dedicação de muitas pessoas. Nossos agradecimentos aos fundadores, presidentes, integrantes das Diretorias e colaboradores das duas entidades. Também somos gratos à participação de associações e empresas filiadas, de parceiros, de fornecedores e de empreendedores do setor. Cada um, à sua maneira, contribuiu para a formação de uma indústria gráfica forte e presente em todo o Estado.


Sumário /

04/

Regras para o mercado p. 52

Carta do Presidente – p. 8

Batalha contra a concorrência desigual – p. 55

Apresentação – p. 13

A saga do papel imune – p. 60

01/ O começo

05/

p. 14

Ao lado das filiadas/associadas

Sindicato nasce e organiza setor – p. 17

Atuação abrangente voltada aos negócios – p. 65

Jornal e livro de matemática são os primeiros impressos no Estado – p. 24

Modelo de planejamento do Sindicato é exemplo – p. 72

02/ Consolidação Entidade se torna cada vez mais relevante – p. 31 Pictogramas, Gutenberg e a era digital – p. 38

03/

p. 28

06/

p. 62

O peso dos tributos p. 74

Sindicato na luta contra a bitributação – p. 77 Informativos divulgam realizações das entidades– p. 80

A compra da sede p. 40

Em casa no novo endereço – p. 43 Galeria dos Presidentes celebra os 20 anos da aquisição da sede– p. 51 6

Nossa História


07/ Interiorização

11/

p. 82

Interior cada vez mais participativo – p. 85

Galeria dos Presidentes p. 118

Os presidentes no comando das duas entidades – p. 121

As sete regiões do Sindigraf–RS – p. 88

08/ Confraternizações Eventos aproximam filiados e associados – p. 93

p. 90

12/

Nasce a Abigraf-RS p. 132

Lado a lado, entidades ajudam setor a avançar – p. 135

Concurso de desenhos conquista criançada – p. 96

09/ Modernização

p. 98

13/

Empresas reconhecidas p. 144

Atualização constante na gestão e em processos – p. 101

Prêmio destaca a qualidade de impressos gaúchos – p. 147

Indicadores Setoriais auxiliam empresas a crescer – p. 106

Segmentos e categorias do Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica – p. 154

10/ Capacitação

Marcas na história – a trajetória da assinatura visual do Sindigraf–RS e da Abigraf–RS – p. 156

p. 108

Treinamentos e cursos qualificam pessoas e empresas – p. 111 Entidades lançam livros para orientar e ensinar – p. 116 Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Divulgação

Carta do Presidente /

75 anos muito bem impressos Angelo Garbarski / Presidente do Sindigraf-RS e da Abigraf-RS (2013-2016 e 2017-2019)

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Nossa História


Temos muitas realizações para contar. Afinal, são 75 anos do Sindicato da Indústria Gráfica no Rio Grande do Sul (Sindigraf-RS) e 50 anos da Associação Brasileira da Indústria Gráfica – Regional Rio Grande do Sul (Abigraf-RS). É um longo caminho percorrido até aqui na apresentação de ideias, propostas e na defesa de um dos mais importantes setores da economia, tanto na geração de receita para o Estado como na abertura de vagas de trabalho. Por isso, decidimos reunir algumas histórias do nosso passado de muito trabalho e de conquistas em um livro. É uma honra presidir o Sindigraf-RS quando completa 75

“Mudanças de mercado e atualizações são constantes. Isso exige estar alinhado ao seu tempo. Nada melhor do que contar com entidades atuantes como o Sindigraf-RS e a Abigraf-RS.”

anos de atividades e a Abigraf-RS, 50 anos. As duas entidades têm andado lado a lado na elaboração de políticas para auxiliar os industriais gráficos. Posso falar com conhecimento. Acompanho essa jornada

tudo, incentivar e oferecer cursos e capacitações para tornar

como empreendedor e como participante das Diretorias há

o empreendedor ainda mais capaz de comandar o seu

quase cinco décadas. Para ficar só nesse intervalo de tempo,

negócio. Mudanças de mercado, atualizações de processos

que contempla mais da metade da vida do Sindigraf-RS,

e modernizações de equipamentos são uma constante. Isso

destaco para vocês: vivemos um período de muito empenho

exige do empreendedor estar alinhado ao seu tempo. Nada

que resulta em ganhos para toda a categoria. Como

melhor do que nessas horas contar com entidades atuantes

trabalhamos em uma área que acreditamos e, antes de tudo,

como o Sindigraf-RS e a Abigraf-RS.

gostamos, posso dizer que temos muitas realizações em nossos currículos.

O Sindicato tem uma parceria muito forte com a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Desde

Desde a fundação, em 29 de agosto de 1941, o Sindigraf-

o início das atividades, é filiado à Fiergs, entidade presente na

RS trabalha pelo fortalecimento e pela aproximação entre

defesa do desenvolvimento. A Federação, inclusive, é apoiadora

os empresários. O sucesso nesta missão é importante

deste livro, ao lado da fornecedora de software Zênite, parceira

para assegurar um setor robusto, proporcionando uma

de longa data, da Suzano Papel e Celulose, que cedeu o papel

concorrência saudável. Também mostramos que é preciso

para a impressão deste livro, do Votorantim Private Bank, da

praticar um preço justo para evitar prejuízo. E o principal de

distribuidora de papéis Braile, da CMPC Celulose Riograndense

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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e do governo do Estado, por meio da Empresa Gaúcha de

impressão apenas em papel. Só para ficar no meu campo de

Rodovias (EGR).

visão de onde escrevo agora, a atividade gráfica está no rótulo

Falando em estradas, lembrei-me do interior. Com a am-

da garrafa de água mineral, na imagem estampada na caneca,

pla abrangência do Sindigraf-RS, que chega a 476 municípios,

em encartes publicitários sobre a mesa, no adesivo colado na

nos últimos anos passamos a investir mais na interiorização.

janela, sem falar em blocos de anotações e outros materiais de

Processo iniciado décadas atrás, foi fortalecido recentemente.

escritório. E tudo feito com primor.

Enfim, o Sindicato se faz cada vez mais presente. Não é um mero

Prova da qualidade dos impressos produzidos aqui

recolhedor de contribuições ou um negociador em épocas

são os troféus conquistados frequentemente por empresas

de dissídio coletivo. O setor é beneficiado – o que, no fim das

gaúchas no Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando

contas, retorna às empresas.

Pini. Desde a primeira edição do Prêmio Gaúcho de Excelência

Em todas as suas regiões de atuação, o Sindigraf-RS

Gráfica, lançado pela Abigraf-RS em 2005, tivemos empresas

auxilia suas filiadas/associadas a crescerem na sua atividade

locais premiadas em pelo menos uma das categorias do

por meio de cursos, palestras e orientações de mercado. Um

Fernando Pini. Isso mostra que a indústria gráfica do Rio

resultado positivo cria oportunidade para novos investimentos,

Grande do Sul tem condições técnicas avançadas e qualidade

essa é a regra. Com a aproximação que tivemos com

em seus impressos.

empresários onde o Sindigraf-RS atua, conseguimos aumentar

Há muito desenvolvimento nessas décadas todas. Graças

o número de dirigentes. Outro diferencial: pela primeira vez a

a empreendedores, e aqui destaco empresas de todos os

entidade tem um vice-presidente com uma empresa sediada

portes, pequenas, médias e grandes, o setor sempre evoluiu.

fora da Grande Porto Alegre.

As modernizações necessárias a cada tempo estão sempre

O Sindicato continuará realizando ações na defesa de

presentes no parque gráfico instalado no Estado. Mas, não

interesses, representatividade, integração das empresas,

dá para esquecer, foram muitas as crises ao longo dos anos.

capacitação, além da disponibilidade de produtos e serviços

No meio de perdas, muitos se superaram, garantindo a sua

que estimulem o desenvolvimento de gráficas filiadas e

permanência e criando novas oportunidades. Isso nos faz

associadas, tanto na capital como no interior.

saudar a vocação empreendedora do nosso povo, porque,

Falei que uma entidade forte beneficia todas as empresas.

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como sabemos, onde há indústria, há desenvolvimento.

O resultado desse trabalho está em todo o lugar onde se olha

A todos, desejo uma boa leitura!

e se vê algo impresso. Estamos acostumados a pensar em

Muito obrigado.

Nossa História


Stillpressphoto, Divulgação Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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12 Nossa História REPRODUÇÃO: Ralf Roletschek / Wikipedia


Apresentação A história do Sindicato da Indústria Gráfica no Rio Grande

A busca por dados e informações foi incessante nos

do Sul (Sindigraf-RS) ao longo de 75 anos é repleta de ações,

arquivos do Sindigraf-RS, no Centro de Formação Profissional

conquistas e avanços. O trabalho desenvolvido vai além das

Senai Artes Gráficas, na Federação das Indústrias do Rio

funções de uma entidade patronal. Quando se fala de sindicato,

Grande do Sul (Fiergs) e em bancos de dados de jornais.

lembramos de instituições que podem acabar burocratizando

Os colaboradores do Sindicato foram imprescindíveis para a

a atividade. O Sindigraf-RS, por meio de suas Diretorias e de

realização deste trabalho. É preciso destacar o empenho do

seus colaboradores, imprimiu um espírito de muita agilidade e

superintendente Luiz Carlos Gautério Pinheiro na concretização

realizações, mesmo nas tarefas rotineiras.

desta obra e na determinação do presidente do Sindigraf-RS/

Como se verá neste livro, que faz um resgate histórico dos 75 anos do Sindigraf-RS, o Sindicato começou pequeno,

Abigraf-RS, Angelo Garbarski, para o projeto de um livro se tornar realidade.

cumprindo basicamente as funções delegadas pela legislação

Desde a fundação até o final dos anos 1990, a sigla

trabalhista. Ao longo do tempo, foi ampliando a oferta de

utilizada pelo sindicato era Singrar. Como a palavra pouco

serviços para empresas filiadas/associadas, passando a ser

remetia à categoria representada, foi decidido modernizá-la

parte do crescimento do setor gráfico no Estado. Essas ações

para Sindigraf, a mesma utilizada em outros Estados, como São

estão detalhadas nos capítulos a seguir, escritos com base

Paulo e Acre. Para facilitar a leitura, este livro usa a sigla atual,

em pesquisas, documentos, livros de atas, livros de registros,

mesmo para assuntos anteriores à mudança.

fotografias, publicações do setor gráfico, informativos do

As páginas a seguir proporcionam uma revisita ao

Sindigraf-RS e da Associação Brasileira da Indústria Gráfica –

empenho e ao trabalho realizado ao longo de 75 anos. Como

Regional Rio Grande do Sul (Abigraf-RS), além de depoimentos

foram muitos os dirigentes que dedicaram seu trabalho ao

de empresários e dirigentes das entidades.

Sindigraf-RS e à Abigraf-RS, optou-se por citar os nomes

Este é o primeiro registro em livro das atividades

quando relacionados a fatos descritos.

desenvolvidas pelo Sindicato. Como o Sindigraf-RS e a Abigraf-RS

As ideias e ações, atualizadas de acordo com cada época,

trilham os mesmos caminhos no fortalecimento do setor gráfico,

servem de orientações para as novas gerações de empresários

esta publicação também aproveita para destacar a história da

gráficos – porque, por mais que o mundo se torne digital, a

Associação no momento em que completa 50 anos de fundação.

impressão sempre vai deixar a sua marca.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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14 Nossa História

REPRODUÇÃO: Michellecornelison / WIKIPEDIA


01/

O Comeรงo

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Sindicato nasce e organiza setor Porto Alegre, início dos anos 1940. Mesmo distante

necessária a formação de uma entidade para representar

da Europa, a cidade de quase 400 mil habitantes – capital

as empresas nas negociações salariais com as diferentes

de um Estado com vocação agropecuária – não fica imune

categorias de empregados. Em época de getulismo, os

ao desenrolar dos acontecimentos da 2ª Guerra. As

governos locais eram formados por interventores: na capital,

conversas entre os frequentadores do Largo dos Medeiros

o prefeito indicado José Loureiro da Silva tratava de preparar a

invariavelmente giram em torno do conflito mundial. Apesar

cidade para os novos tempos. No Palácio Piratini, o interventor

da preocupação de que o clima bélico se prolongue por muito

Osvaldo Cordeiro de Farias dava as diretrizes para o Estado.

tempo e provoque mais estragos, a economia gaúcha segue

Foi nesse ambiente de avanços sociais e econômicos

a sua trilha. A força do campo vai ganhando a companhia do

que donos de gráficas fundaram, em 29 de agosto de 1941,

avanço industrial e do meio urbano. Ao lado da produção

o Sindicato dos Industriais em Artes Gráficas do Rio Grande

de máquinas, calçados, roupas e alimentos, o segmento

do Sul, denominação que mudou ao longo das décadas.

de impressos é destaque. Livros, jornais, revistas, rótulos,

O nome atual é Sindicato da Indústria Gráfica no Rio

cartazes, embalagens, enfim, para onde se olha na cidade há

Grande do Sul, formando a sigla Sindigraf-RS. A Carta de

algo produzido em gráficas.

Reconhecimento (Carta Sindical) foi expedida no mesmo

Não era difícil encontrar um empreendedor com um equipamento básico oferecendo trabalho de impressão

mês, com o processo registrado sob o número 8.239 no Departamento Nacional do Trabalho.

no Centro da capital. O mesmo ocorria no interior. Apesar

A sala de reuniões e a secretaria do novo sindicato ficavam

dessa presença, o segmento gráfico carecia de uma entidade

na rua Doutor Flores, 47, no Centro, uma numeração que não

representativa para reunir os donos de empresas. As leis

existe mais. No primeiro encontro dos empreendedores que

trabalhistas do governo Getúlio Vargas também tornavam

tiraram do papel a entidade patronal, Nestor Pereira foi eleito

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Memorial, Sogipa

presidente. Ele trabalhava próximo dali, no número 108 da rua Doutor Flores, conforme anotação em um Livros de Atas remanescentes. Nessa época, Pereira era diretor-gerente da Tipografia do Centro – identificada como “o centro da boa impressão do Rio Grande do Sul”, de acordo com o que consta em Livro de Registro de Associados. Nesse documento, Pereira assina na coluna destinada a “sócio ou administrador”. Com atuação em movimentos políticos, também era gerente do Estrela do Sul, um jornal de orientação católica. São poucas as informações dessa fase inicial porque as funções do Sindicato eram reduzidas. Descrito em uma das atas das reuniões, o trabalho se concentrava basicamente nas relações trabalhistas e nas negociações com os empregados gráficos em épocas de reajuste salarial. Os trabalhadores do setor já estavam organizados há mais tempo. Uma das entidades no Estado, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Porto Alegre, por exemplo, foi fundado em 1929. Os registros das atividades do sindicato patronal passaram a ser mais frequentes na década seguinte. Quando encerrou seu período de presidente, que se estendeu por quase 11 anos, Nestor Pereira agradeceu aos companheiros de Diretoria pela cooperação que sempre lhe dispensaram para o desempenho dessa “longa e espinhosa missão” que lhes fora confiada pelos participantes da entidade. Enalteceu, ainda, o espírito de classe que sempre encontrou em seus companheiros, “atitude que os recomendava aos agradecimentos da comunidade associada”. A declaração foi dada na manhã de 2 de julho de 1952, na sede do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado do Rio Grande do Sul, agora já Executivo do setor gráfico, Nestor Pereira foi o primeiro presidente do Sindicato, de 1941 a 1952

com nova denominação, na cerimônia de posse de Acio Rinaldo Selbach – um dos sócios da Tipografia Selbach & Cia. No livro de registro de associados consta o endereço da rua Marechal Floriano, 10, também no Centro de Porto Alegre. Conforme o neto, Acio Selbach Neto, nesse endereço funcionava a livraria. A gráfica ficava na rua Dr. Timóteo. O novo presidente substituiu Pereira, conforme eleição realizada em 16 de junho. Como Acio concorria em chapa única, houve apenas a aclamação do candidato. Antes de passar o bastão, Pereira convidou os presentes a conceder aos “novos diretores uma prolongada salva de palmas, no que foi prazerosamente atendido, declarando, então, empossada a nova diretoria”, de acordo com descrição no Livro de Atas.

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Nossa História


Fiergs, Divulgação

Pereira acrescentou que os novos diretores são todos conhecidos de seus companheiros, “tendo já demonstrado inequivocamente seu elevado espírito associativo, tanto que concorreram em chapa única, obtendo sufragação unânime”. Para encerrar, disse que desejava para a nova Diretoria uma “gestão profícua e plena de realizações em benefício da categoria econômica representada pelo Sindicato.” Além de sua atividade profissional e da condução do sindicato, Nestor Pereira presidiu o Conselho Deliberativo da Sogipa (Sociedade Ginástica Porto Alegre), clube na capital, de 1951 a 1970. Se a atividade do Sindicato envolvia basicamente tratar de questões trabalhistas, essa função não faltou para o novo presidente. Com pouco mais de um ano à frente da entidade, a gestão de Acio Rinaldo Selbach teve de enfrentar a maior greve de gráficos de que se tem registro. No dia 2 de agosto de 1953, trabalhadores do setor reunidos em assembleia votaram a favor de uma paralisação, que acabou se estendendo por 27 dias. Caminhadas e atos públicos nas ruas da capital foram realizados durante o mês. Enquanto isso, representantes de cada parte se reuniam frequentemente para buscar uma solução. Depois de idas e vindas nas negociações, com propostas apresentadas e recusadas de ambos os lados, o reajuste salarial apresentado foi aceito e a greve, encerrada. Desde então, nenhuma outra paralisação envolvendo toda a categoria foi registrada. Em um setor formado por micro e pequenas, destacavam-se, na Grande Porto Alegre, empresas como a Livraria do Globo e a Rotermund, a mais antiga do setor em funcionamento no Estado, fundada em São Leopoldo em 1877. E foi da Livraria do Globo que veio o terceiro presidente do Sindicato, José Bertaso Filho. Como o nome anuncia, era filho de José Bertaso, um dos sócios da empresa fundada por Laudelino Pinheiro de Barcellos, em 1883. José Bertaso Filho, que era diretor na Livraria do Globo, foi o presidente mais longevo da entidade, permanecendo 23 anos no cargo – numa época em que não havia limite para reeleições. Capitaneou o Sindicato entre 1954 e 1977, período de avanço da urbanização e expansão da economia gaúcha. O dirigente vinha de uma empresa

“Nenhum país, Estado ou município se desenvolve sem indústria. Por isso louvo o segmento gráfico, que está muito bem distribuído em várias regiões do Rio Grande do Sul. Nos 75 anos do Sindigraf-RS, destaco a importante trajetória desta entidade. Que continuem o Sindicato e a Abigraf-RS como protagonistas do desenvolvimento da indústria gráfica gaúcha.”

referência não apenas no comércio. A companhia tinha uma ampla linha de impressos padronizados – blocos, notas fiscais, recibos, documentos, planilhas, formulários, entre outros – e tornou-se forte na edição e publicação de livros, área capitaneada por Henrique D’Ávila Bertaso, irmão de José.

Heitor José Müller /

Presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), gestão 2014-2017

Fernando Bertaso, com 83 anos em 2016, quando concedeu entrevista para este livro, conta que, para não ter de se afastar das atividades na movimentada empresa, José Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Reprodução Acervo Claúdio Bertaso No início do século 20, a Livraria do Globo tornou-se a principal indústria gráfica da capital, logo se destacando na produção de impressos padronizados, livros e revistas

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Nossa História


Bertaso Filho realizava reuniões de assuntos do Sindicato ali mesmo na livraria – um ambiente tomado por cheiro de tintas gráficas, chumbo utilizado no processo industrial e papel, tudo isso temperado com os aromas do restaurante Dona Maria, localizado perto da entrada do prédio na rua José Montaury – em frente à estação de bondes. – Os encontros ali no local de trabalho eram uma forma de acelerar as discussões. Vinham empresários do setor e também, conforme o assunto, representantes do sindicato dos trabalhadores – lembra Fernando Bertaso, que chegou a ser 1º

Com a expansão do setor gráfico, as instalações do Sindicato ficaram pequenas. Em 1962, a sede foi transferida para um andar no edifício Formac

vice-presidente do Sindigraf-RS. As reuniões eram na sala de José Bertaso Filho, no térreo

funcionou no local da fundação na rua Dr. Flores até 1962,

do prédio na Rua da Praia, quase esquina com a avenida

quando foi transferida para o 19º andar do edifício Formac,

Borges de Medeiros. Por ali perto ficava a Seção de Litografia,

também no Centro, na travessa Francisco de Leonardo

um dos orgulhos da casa, com as “moderníssimas” máquinas

Truda, dentro das dependências da Federação das Indústrias

de offset Harris e Marinoni, sempre em pleno funcionamento,

do Rio Grande do Sul (Fiergs), entidade que o sindicato integrou

produzindo cartazes coloridos ou impressos comerciais e afins,

desde a fundação.

como bônus, ações e apólices. A parte industrial da Livraria do

Fernando Bertaso lembra que o tio era pessoa agradável

Globo teve outros endereços, como na avenida Getúlio Vargas,

na convivência diária, mas exigente e cobrador na realização de

no bairro Menino Deus.

tarefas. O mesmo que exigia dos demais também aplicava a si.

Além das questões de reajuste salarial, um dos assuntos

Tanto que em umas das reeleições fez questão de registrar no

frequentemente debatidos era a dificuldade das gráficas de

Livro de Atas todos os seus bens, de uma forma tão detalhada

terem preços competitivos (leia mais no capítulo 5). A iniciativa

como se fosse uma declaração do Imposto de Renda, incluindo

visava evitar que baixassem demais os valores, na tentativa de

o ano e modelo do automóvel, o valor do apartamento no

garantir trabalho, medida que, muitas vezes, terminava em

bairro Independência e a quantidade de ações que tinha

prejuízo. Nem sempre adeptas do controle de custos, algumas

de diferentes empresas. José Bertaso Filho, além de diretor

empresas faziam a estimativa de valor final apenas colocando

financeiro da Livraria do Globo, tornou-se diretor da Revista

um multiplicador sobre o papel utilizado. Esse simples cálculo

do Globo a partir da edição 563 (28 de junho de 1952). Ficou

nem sempre dava certo e o serviço poderia resultar em custo

quase 15 anos, o titular que mais tempo permaneceu nessa

final maior do que o recebido pela encomenda.

função, até o número 941 (15 de fevereiro de 1967), quando do

Com a expansão do setor gráfico, as instalações da

fechamento da publicação, tendo dirigido 378 edições. Assim

primeira sede começaram a ficar pequenas para atender

como na empresa, ele também deixou a sua marca de um

os filiados e ainda realizar as atividades necessárias. Assim,

homem de muita ação e realizações na sociedade gaúcha.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Carta Sindical, concedida pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio em agosto de 1941, garante a representatividade da categoria do setor gráfico gaúcho

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Nossa História


Fotos Acervo Sindigraf-RS Ata nº 5, de 2 de julho de 1952, registra a posse do segundo presidente do Sindicato, Acio Rinaldo Selbach, eleito dia 16 de junho

Livro de Presenças dos primeiros anos confirma participações em encontros para tratar de assuntos internos e definir rumos da categoria

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Jornal e livro de matemática são os primeiros impressos no Estado

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Quase duas décadas depois da chegada de máquinas

O equipamento aportou em Porto Alegre em 1827, quando

de impressão no Brasil na comitiva da família real portuguesa,

foi criada a Typographia Rio-grandense, ligada ao governo

a atividade começou no Rio Grande do Sul. A primeira

da província.

tipografia oficial foi instalada em Porto Alegre cinco anos

De acordo com informação publicada na página do

depois da independência do Brasil, por interferência de um

Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul na

mineiro, o marquês de Barbacena (Felisberto Caldeira Brant

internet, para o historiador Nestor Ericksen, “a tipografia

Pontes, diplomata, senador do Império e militar). General

foi comprada no Rio de Janeiro, em 1821, adquirida pelo

em chefe do Exército nas terras gaúchas a partir de janeiro

governador João Carlos de Saldanha Oliveira e Daun,

de 1827, foi responsável por expulsar as tropas argentinas

chegando à capital em 1822”. Como o governador foi afastado

comandadas pelo general Alvear que pretendiam invadir

com a independência de Portugal, a tipografia acabou

o Rio Grande do Sul.

deixada de lado. “Em 1827, chegaram à cidade dois franceses

Conforme registro no livro “O Rio Grande do Sul – estudo

desertores do exército argentino, cujas profissões originais

completo sobre o estado”, publicado em 1922, o marquês de

eram impressor e tipógrafo”, descreve o historiador.

Barbacena, dirigindo-se ao ministro da Guerra, João Vieira

Os estrangeiros eram Dubreuil e Estilavet, “aptos a iniciar o

de Carvalho (marquês de Lages), afirmava que notícias das

processo de impressão, com o apoio do governo da província”,

operações do Exército sob seu comando e informações

escreveu Ericksen.

sobre os ataques dos inimigos deixavam de ser impressas

Em 1º de junho de 1827, começou a circular o primeiro

e difundidas “porque ainda não havia chegado o prelo”.

jornal, chamado de Diário de Porto Alegre. Com dimensões Nossa História


Reprodução Diário de Porto Alegre, o primeiro jornal impresso no Estado, começou a circular em 1º de junho de 1827. A coroa imperial publicada no alto da capa mostrava que era um órgão oficial Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Reprodução

Impresso na Typographia Rio-grandense, Diário de Porto Alegre servia basicamente para publicação de leis e decisões de governos, além de anúncios

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Nossa História


Um periódico não circulou no dia programado. Na edição seguinte, informou que não foi impresso porque o tipógrafo estava doente e não havia um profissional substituto na cidade

periódico Amigo do Homem e da Pátria. Uma informação curiosa foi publicada em 31 de julho de 1830. O texto informava que “não houve edição na quinta-feira passada” porque o tipógrafo estava doente, “e não havendo nesta cidade de quem lançar mão, nos obrigou a incorrer nesta falta”. No interior, tipografias e jornais começaram a aparecer pela mesma época, em torno dos anos 1830. Em Rio Grande, surgiu O Observador, que tinha tipografia própria. Na mesma cidade, começou a circular em 1836 O Mercantil de Rio Grande, da Tipografia Mercantil, de propriedade de Sabino Antônio Nitheroy. Na página 122 do livro “O Rio Grande do Sul – completo

de 13 X 29 centímetros, folha dupla em duas colunas,

estudo sobre o estado”, o autor escreve que o mercado

estampava na capa a coroa imperial, identificando-se como

gaúcho deveria contar, em 1922, ano da publicação, com

um órgão oficial. Nas páginas, o pequeno jornal publicava

“250 a 300 jornais e periódicos, além de um número

pequenos anúncios de compras, vendas, aluguéis, fugas

incalculável de revistas, guias, álbuns, almanaques etc.,

de escravos, relatos da entrada e saída de embarcações,

tudo, em sua grande maioria, bem impresso”. O autor

editoriais, atos oficiais e assuntos militares. A tipografia

prossegue e novamente destaca a qualidade da parte gráfica:

funcionava em um dos salões térreos no palácio do governo.

“o crescente número dessas publicações é impresso nas

Não só periódicos saíam da unidade. Ainda em 1827

bem instaladas e modernas oficinas das diversas livrarias,

foi impresso o “Primeiro compêndio de arithmetico, ou

notadamente nas da Livraria do Globo, em Porto Alegre,

taboada curiosa para meninos” (conforme grafia original).

o principal estabelecimento de seu gênero no Estado, e

Encomendado pelo professor Thomaz Ignacio da Silveira,

nas da casa editora Echenique & Cia., de Pelotas, que é um

era um livreto de 24 páginas para utilização em sala de aula.

estabelecimento bem cuidado e que presta excelentes

É considerado o primeiro folheto impresso no Rio Grande do

serviços ao Rio Grande do Sul”. A Rotermund, de São Leopoldo,

Sul, conforme estudos acadêmicos.

em atividade até hoje, também já fazia a diferença no

A segunda tipografia constituída no Estado foi a Silveira

início do século passado. Como se constata, a qualidade

& Dubreuil (o francês desertor do exército argentino), que

das impressões produzidas no Rio Grande do Sul vem

funcionava na Rua da Praia, 62. Em 1829, a empresa lança o

de longa data.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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28 Nossa Histรณria

Carlota Pauls, Acervo Sindigraf-RS


02/

Consolidação

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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30


Entidade se torna cada vez mais relevante Na presidência ou na Diretoria, cada um que dedicou tempo de sua atividade profissional à frente do Sindicato

porque sabia que o fortalecimento geral seria benéfico para cada negócio, mesmo nas cidades mais distantes da capital.

da Indústria Gráfica no Rio Grande do Sul (Sindigraf-RS) foi

O respeito pelas realizações dele é tanto que a sede

importante para o avanço e a relevância da entidade. Somente

própria do Sindigraf-RS/Abigraf-RS foi batizada, na inauguração,

a partir de 1986 que a reeleição passou a ser limitada em uma

em 8 de outubro de 1994, com o nome de Henry Victor Saatkamp

vez, o que aumentou a alternância no cargo. Basicamente por

(leia mais no capítulo 3). A homenagem é um reconhecimento

isso, em 75 anos de existência, foram 10 presidentes (veja galeria

por todo o trabalho realizado na consolidação das entidades

completa no capítulo 11).

e do setor gráfico no Estado. Os ocupantes anteriores da

Dirigentes, atuais e de gestões anteriores, ou proprietários

presidência também tiveram destaque para o Sindicato avançar

de filiadas/associadas, são unânimes em afirmar que a história

e merecem todo o reconhecimento. Nestor Pereira e Acio

de sucesso do Sindigraf-RS, assim como da Associação Brasileira

Rinaldo Selbach foram persistentes em suas gestões e

da Indústria Gráfica – Regional Rio Grande do Sul (Abigraf-RS),

confirmaram a importância de um sindicato presente ao lado

está muito relacionada ao intenso trabalho de Henry Victor

do empreendedor. No período de José Bertaso Filho, que

Saatkamp (1928-2002) na valorização das empresas e do setor.

conduziu a entidade por 23 anos consecutivos, houve um salto

Conforme relatos de quem conviveu com ele, nem era preciso o

no desenvolvimento e foi preciso atuar decisivamente para o

empresário estar de posse de um cargo para defender o segmento

crescimento ordenado do segmento.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

31


Martin Streibel, Acervo Sindigraf-RS Nas quase cinco décadas de atuação no setor gráfico, Henry Victor Saatkamp teve destacada atuação à frente do Sindigraf-RS e fundou a Abigraf-RS, primeira regional da entidade nacional 32

Nossa História


Mesmo antes de presidir o Sindigraf-RS entre 1977 e 1986, Saatkamp já era atuante na entidade e no setor. O ingresso na Diretoria se deu na eleição de 16 de julho de 1962, ao ser escolhido para o cargo de secretário na chapa encabeçada por Bertaso. Edgar Willy Siegmann, como tesoureiro, completava o trio na direção. Três anos depois de se tornar secretário do Sindicato, Saatkamp viajou com colegas gráficos para participar do

A partir da eleição de 1977, o Sindigraf-RS e a Abigraf-RS passaram a ter o mesmo presidente, fortalecendo ainda mais as entidades

1º Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica, em junho de 1965, em Águas de Lindoia (SP). Na volta, o empresário liderou a

aceitou a indicação. A eleição foi em 2 de junho de 1977, em chapa

criação da Abigraf-RS. Fundada em Porto Alegre em 28 julho de

única, incluindo os empresários Mário Carbonel (secretário) e

1967 (leia mais no capítulo 12), foi a primeira unidade estadual da

Arthur Alfredo Pietzsch (tesoureiro).

entidade nacional. Conduzindo

Do total de 35 associados em condições de votar, 29 a

Regional,

Saatkamp

preferiu

deixar

estavam presentes, sendo 25 o quórum mínimo. Na posse da

de participar da direção do Sindigraf-RS a partir da gestão

nova Diretoria, Conselho Fiscal e delegados no dia 2 de julho,

empossada em junho de 1971, depois de completar nove anos

Saatkamp agradeceu a “sufragação unânime” e acrescentou

como secretário no período de Bertaso na presidência. Mas

que “tudo fará para cumprir o mandato que lhe foi outorgado”.

Saatkamp não ficaria muito tempo afastado das atividades

Bertaso encerrou seu período destacando o engrandecimento

sindicais. No Livro de Atas, com relatos da reunião realizada em 3

do Sindicato, que cresce em importância para a categoria desde

de março de 1977, está descrito como transcorreu o processo

a fundação.

que resultou na eleição dele para o comando da entidade.

A partir da eleição de 1977, o Sindigraf-RS (na época

Na página 21 foi informado que José Bertaso Filho comunicou

chamado de Singrar) e a Abigraf-RS passaram a ter o mesmo

que “a finalidade da presente sessão é definir candidatos” para a

presidente. Saatkamp, que presidia a associação desde 1967,

próxima gestão. Foram indicados dois nomes. Ao pedir a palavra,

agora também estava à frente do Sindicato.

Bertaso disse que “tendo em vista ser presidente por inúmeras

O empenho do empresário era tanto que, além da

gestões” (foram 10 mandatos consecutivos), declinava do pedido

atividade empresarial e o comando das entidades no Estado,

para continuar e preferia apoiar Henry Victor Saatkamp, que

ainda encontrou tempo para se tornar presidente do Conselho

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

33


Acervo Sindigraf-RS

No início das atividades do Sindicato, informações sobre empresas associadas eram registrados em livros, com endereço, telefone e capital social

Diretivo da Abigraf Nacional entre 1983 e 1986. Foi o primeiro

A vida profissional de Saatkamp, nascido em Novo

gaúcho a ocupar esse cargo, que mais tarde teve outro dirigente

Hamburgo, não começou no ramo gráfico. Funcionário público

com atuação no Rio Grande do Sul, Carlos Evandro Alves da Silva,

concursado do IAPI (Instituto de Aposentadoria e Pensões dos

entre 2008 e 2009. O talento nato para aproximar as pessoas,

Industriários), trabalhava em Caxias do Sul. Em outubro de 1957,

apaziguar diferenças e enaltecer lideranças conduziram

quando faleceu o sogro dele, o médico e político Wolfram Metzler,

Saatkamp para a vice-presidência da Abigraf Nacional e

diretor-presidente da Tipografia do Centro, Saatkamp passou a

representante brasileiro na Confederação Latino-americana da

integrar a diretoria da empresa para ajudar nos negócios. Além

Indústria Gráfica (Conlatingraf).

de jornais, a empresa imprimia livros, santinhos, imagens de

Com essas credenciais e o amplo conhecimento do setor, o empresário percorreu o Brasil e participou de congressos da

– Deixei minha ocupação anterior e fui me interessando

indústria gráfica em países vizinhos. O objetivo era voltar ao

cada vez mais pelas artes gráficas. E acabei por definir essa área

Estado e repassar as informações sobre tendências de mercado

como minha profissão – disse o dirigente em entrevista publicada

e novidades para proprietários de filiadas/associadas. Um setor

em 1987 no Informativo Gutenberg, jornal editado pela Abigraf-

só é forte com empresas bem estruturadas e competitivas, sabia

RS e pelo Sindigraf-RS.

disso e tratava de transmitir esse conceito para todos. 34

santos e acessórios religiosos.

Posteriormente, a Tipografia do Centro passou a se chamar Nossa História


Acervo Rotermund

Fundada em 1877 em São Leopoldo, a Rotermund é a mais antiga do setor gráfico em operação no Estado

Gráfica Editora A Nação. Saatkamp ficou na empresa até 1973,

presidente eleito na sequência foi Marco Aurélio Vieira Paradeda.

quando foi para a direção da Igel. Em 1985, assumiu a direção

Ele começou no setor trabalhando na empresa de propriedade

comercial da Editora Gráfica Metrópole.

do sogro, Edgar Willy Siegmann, a Tipografia Mercantil, na rua

No ano seguinte, depois de três gestões seguidas, não concorreu mais à presidência do Sindigraf-RS. O estatuto da

Dr. Flores, 76, perto dos escritórios da Gráfica A Nação, onde trabalhava Saatkamp.

entidade passou a limitar a permanência do mesmo presidente a

Com essa proximidade profissional, Paradeda começou

dois mandatos seguidos. Na entrevista ao Informativo Gutenberg

a se envolver com os assuntos do Sindicato, passando a

de novembro de 1987, Saatkamp disse que incentivou outros

participar ativamente a partir de 1983. Ele diz que Saatkamp

empresários a estarem à frente das entidades:

já era descrito pelos colegas industriais como um abnegado.

– Posso dizer que até mesmo tentei algumas vezes, mas

Participava ativamente de reuniões, encontros e conferências

faltavam voluntários para assumir essa atividade. Assim eu fui

sempre com a finalidade de fazer o melhor para o segmento.

ficando até que se passaram quase 20 anos.

Estava sempre bem informado sobre a realidade do setor, o

Apesar disso, Saatkamp conseguiu transmitir seus

que era preciso melhorar e sobre o que tratar com governos.

conhecimentos para as gerações seguintes de líderes, que

Não se limitava a ouvir e anotar reivindicações de seus pares

deram continuidade ao seu trabalho à frente das entidades. O

– buscava soluções e as colocava em prática. Se uma solução

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

35


estava fora de seu alcance, iniciava debates, discutia e negociava

organizar o programa da disciplina de Editoração no curso

com os envolvidos até obter o bem comum.

de Comunicação. Entre 1969 e 1973, foi professor, com Ledur

Ao Informativo Gutenberg de novembro de 1987, concedeu o seguinte depoimento:

Posteriormente, Saatkamp escreveu e publicou O Livro

– Quando comecei na indústria gráfica (em 1958), o

– Preparação e Revisão de Originais (Editora AGE). Em sites

Sindicato existia, mas o funcionamento era muito precário,

na internet, ainda é possível encontrar exemplares à venda.

como, aliás, a maior parte dos sindicatos. Existia praticamente

A dedicação pela produção de publicações fez com que a Câmara

só para tratar do dissídio coletivo, para cumprir uma exigência

Rio-grandense do Livro concedesse ao empresário, em 1995, o

legal e promover esparsas reuniões de cunho estritamente

título de Amigo do Livro.

social, descuidando dos demais problemas da categoria. Definido pelos seus colegas de profissão como autodidata, Saatkamp se dedicou, na sua atividade profissional, à produção

Outra forte característica, conforme Ledur, é que Saatkamp tinha uma opinião embasada sobre o setor, o que ajudou a estruturar a indústria gráfica no Rio Grande do Sul.

de livros, principalmente. Professor Paulo Flávio Ledur,

– Era uma pessoa muito conhecida. Era sempre saudado

atualmente proprietário da Editora AGE, trabalhou com

por onde passava. E outro detalhe: se comunicava em cinco

Saatkamp como revisor na A Nação entre 1969 e 1974, quando

idiomas, além do português: alemão, inglês, espanhol, italiano e

funcionava na travessa Jaguarão, no bairro São João, e também

francês – lembra Ledur.

produziu informativos para o Sindicato.

36

como assistente.

Em dezembro de 1987, no 6º Encontro de Industriais

– Ele colocava o olho e já dizia qual era a melhor forma de

Gráficos do Rio Grande do Sul (Eigraf-RS), Saatkamp foi

preparar um livro. Tinha um gosto apurado pelo grafismo – lembra

homenageado pela Abigraf Nacional pelos anos de dedicação

Ledur, que na época era estudante de Letras na Faculdade Porto-

ao setor. Reconhecimento semelhante somente havia sido

alegrense (Fapa).

concedida a Theobaldo De Nigris, primeiro presidente da

Com o conhecimento que tinha de livros, Saatkamp foi

Abigraf Nacional. Falecido em 2002, Saatkamp é lembrado

convidado pelo professor Antônio Firmo de Oliveira Gonzalez,

como empreendedor que muito fez para o setor ficar

diretor da Faculdade dos Meios de Comunicação Social

ainda mais robusto, beneficiando a atividade econômica

(Famecos) da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), para

no Estado.

Nossa História


MARTIN STREIBEL, ACERVO SINDIGRAF-RS Acervo Sindigraf-RS

Em 3 de julho de 1986, Saatkamp encerra seu período na presidência do Sindigraf-RS e da Abigraf-RS, passando o comando para Marco Aurélio Paradeda (C) com Fernando Bertaso (E) como 1º vice-presidente

Livro registra as contribuições trimestrais das empresas filiadas/associadas do Sindicato no início dos anos 1970

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

37


Pictogramas, Gutenberg e a era digital Pesquisas históricas mostram que a humanidade

finalização, o que os deixava caros e inacessíveis. Com a

começou a registrar ações de seu dia a dia no tempo das

tipografia, a produção em escala de um mesmo livro ajudou

cavernas. Entre os rios Tigres e Eufrates, no atual Iraque, está

a reduzir o custo das publicações. A primeira impressão de

o que se considera a primeira escrita – símbolos desenhados

Gutenberg foi a Bíblia em latim em 1455, com 641 páginas.

em pedras. Datam de 8 mil anos atrás, pelo menos. Vem de

Em cinco anos foram produzidos 300 exemplares, alguns

longe – antes da concepção da agricultura ou formação

em papel e outros em pergaminho.

de cidades – o interesse de homens e mulheres de gravar desenhos como forma de comunicação.

para a divulgação de decretos e bulas papais. Conforme o

No processo de evolução, pictogramas e letras passaram

livro “Brand Luther” (A marca Lutero, em tradução literal),

a ser impressos em tabuletas com argila. Depois veio a

de Andrew Pettegree, Martin Lutero, 500 anos atrás, foi

impressão em papel a partir de letras entalhadas em

quem teria aproveitado melhor a novidade, conseguindo

tábuas. Chamado de xilogravura, era um processo oneroso.

propagar sua doutrina de uma forma mais rápida do que

O ponto de virada foi a criação das letras independentes em

se não houvesse a imprensa. O autor diz que o reverendo

metal, chamadas de tipos móveis, em 1455, pelo alemão

“transformou sua pequena cidade em um centro de

Johannes Gutenberg, ourives de profissão. Assim, podiam

publicação”, tal a quantidade de folhetos e livros impressos

ser reaproveitadas várias vezes para imprimir diferentes

para difundir a doutrina. Para o historiador Roger Chartier,

páginas. Os tipos, de uma liga de antimônio e chumbo, tinham

francês estudioso da história do livro, a invenção de

durabilidade. Há relatos de que existiam anteriormente feitos

Gutenberg é comparada aos efeitos do computador nos

em outros materiais, mas eram caros, pois havia a necessidade

dias de hoje.

de frequentes substituições das peças.

38

A monarquia e a Igreja Católica recorreram à tipografia

A tipografia não teve aperfeiçoamentos significativos

A novidade de Gutenberg permitiu a produção de

até a Revolução Industrial, na Inglaterra, na segunda metade

cadernos e livros em grande escala a um custo mais baixo.

do século 18. Depois disso, recebeu atualizações. Um salto

O processo estimulou a alfabetização na Europa. Havia livros

vem ocorrendo nos últimos anos com a adoção de diferentes

manuscritos, mas exigiam muito trabalho e tempo para a

tecnologias, como a impressão digital e em 3D.

Nossa História


Reprodução Mais ágil e mais barato, processo de impressão com letras independentes em metal desenvolvido por Gutenberg é comparado ao salto tecnológico proporcionado pelo computador nos dias de hoje Sindigraf-RS / Abigraf-RS

39


40 Nossa Histรณria

Carlota Pauls, Acervo Sindigraf-RS


03/

A compra da sede

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

41



Em casa no novo endereço Com quem se fala no setor gráfico, a opinião é unânime:

Acio Rinaldo Selbach e os oito primeiros anos da gestão

a compra da sede própria se tornou um marco na história

de José Bertaso Filho, ambos também com atividades

do Sindicato da Indústria Gráfica no Rio Grande do Sul

empresariais no Centro da capital.

(Sindigraf-RS). Foi uma conquista muito comemorada pelos

Encerrado o ciclo no local utilizado desde a fundação, houve

proprietários de filiadas/associadas. A sede é o endereço

a mudança, em 1962, para o edifício Formac, onde funcionava a

desde outubro de 1994, ano em que a entidade completou 53

Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). O prédio,

anos de fundação. A sala da presidência, de reuniões e o setor

na travessa Francisco de Leonardo Truda, se destaca na paisagem

administrativo ocupam o quinto andar do edifício Senador, na

urbana do Centro até os dias de hoje. No novo ambiente, no

avenida Pernambuco, bairro Floresta, em Porto Alegre.

19º andar, o Sindicato tinha uma escrivaninha, uma máquina

Registros escassos dos anos iniciais não deixam claro se

de escrever, um telefone e uma secretária. Conforme ata de

o primeiro imóvel, na rua Dr. Flores, era exclusivo ou se dividia

reunião de 2 de junho de 1978, em virtude da falta de espaço,

o espaço com alguma gráfica, já que, naquela época, diferentes

os escritórios foram transferidos para um prédio no mesmo

empresas do segmento funcionavam na área central da cidade. A

quarteirão, na rua Uruguai, 35, conjuntos 440 a 447. A entidade

Tipografia do Centro, onde trabalhava Nestor Pereira, o primeiro

passou a ocupar um andar do Instituto de Desenvolvimento

presidente, também era na rua Dr. Flores, no número 108, bem

Empresarial do Rio Grande do Sul (Idergs), braço da Fiergs criado

próximo do Sindicato, no 47. Além dos 11 anos do mandato

seis anos antes, no edifício Bier Ullmann.

de Pereira, foi nesse endereço que transcorreu o período de Sindigraf-RS / Abigraf-RS

A Federação das Indústrias, por sua vez, com a 43


O controle das atividades também precisava entrar no ritmo

A ata da assembleia registra que o termo de aquisição foi “aprovado pela totalidade dos presentes, sem restrições”

da era da informática, como a utilização de planilhas eletrônicas. Com a evolução do processo sindical, surgiu a necessidade de investimentos em tecnologias de comunicação, culminando com a compra, além de computadores, de fax e fotocopiadora, que hoje são superados, mas no início dos anos 1990 representavam um salto para a modernidade. Por isso, Murilo Lima Trindade, presidente na gestão (19921995) que decidiu pela compra do conjunto de salas na avenida Pernambuco, diz que dentro do processo de reorganização

expansão das atividades, decidiu construir amplas e modernas

e modernização que o Sindicato vinha seguindo era natural

instalações na avenida Assis Brasil no início dos anos 1980. Livro

a aquisição de uma sede própria.

de Atas do Sindigraf-RS, em reunião de 11 de maio de 1984,

– A decisão de buscar uma alternativa se deu em outubro

informa que, para conduzir as tratativas de aquisição de uma

de 1993, quando foi encaminhada à Diretoria a tarefa de

sala no novo complexo administrativo, foram indicados, além do

encontrar um imóvel – relata Murilo.

presidente Henry Victor Saatkamp, Arthur Alfredo Pietzsch, da

A compra do imóvel-sede foi discutida em Assembleia Geral

Ciclo Gráfica, e Josef Gress Júnior, da Editoria e Gráfica Metrópole,

Ordinária (AGO), conforme aponta o item três da convocação

ambos empresários com ativa participação no Sindicato e na

publicada na página 14 da edição de 24 de novembro de 1993 do

Associação Brasileira da Indústria Gráfica – Regional Rio Grande

Jornal do Comércio. Na ata da AGO, realizada em 3 de dezembro,

do Sul (Abigraf-RS).

está escrito que a reunião da diretoria de 22 de novembro

Aprovada a transferência para as novas instalações no

aprovou “por unanimidade a proposta para a aquisição do sr.

complexo da Fiergs, Sindigraf-RS/Abigraf-RS começam a funcionar,

Armando Schneider todo o quinto andar do prédio na avenida

a partir de julho de 1987, em uma sala de 30 metros quadrados.

Pernambuco, a preço inferior comparado com outros imóveis.”

As instituições que se mudaram para a avenida Assis Brasil

O valor chegou a quase 23,7 milhões de cruzeiros reais (em torno

também contavam com espaços para reuniões e auditórios,

de US$ 110 mil). Incluindo os custos para a adequação do imóvel,

todos equipados, além de restaurante e amplo estacionamento.

o total ficou em 35 milhões de cruzeiros reais (cerca US$ 160 mil).

Apesar de o Sindigraf-RS estar bem instalado, a busca por uma sede própria se mostrou um passo importante nos anos

pela totalidade dos associados presentes, sem restrições”.

seguintes devido ao aumento no número de empresas filiadas/

– O preço foi compatível com os nossos recursos, pois

associadas e da necessidade de melhor atender a todos. Com

tínhamos uma reserva de caixa para o investimento – afirma

a expansão e a consolidação do setor gráfico, as demandas

Murilo, com experiência de ter ocupado outros cargos na Diretoria

começaram a crescer em volume. Não havia mais espaço na

do Sindicato, como suplente do Conselho Fiscal e tesoureiro.

sala da Fiergs para contratar funcionários que dessem vazão ao atendimento de tudo o que era solicitado. 44

A ata registra que na AGO o termo de aquisição foi “aprovado

– Antes da inauguração, as seis salas passaram por reformas, sendo realizadas melhorias na infraestrutura com Nossa História


Convocação para a Assembleia Geral Ordinária publicada no Jornal do Comércio em 24 de novembro de 1993 informa que um dos assuntos em pauta será a compra do imóvel-sede

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

Fiergs, Divulgação

Reproduções

Reportagem sobre a aquisição de andar inteiro no edifício Senador destaca a localização central do prédio, o que facilita o acesso de filiados/ associados, fornecedores e parceiros

“A indústria gráfica faz parte das origens da industrialização do Rio Grande do Sul. O Sindigraf-RS lidera essa história de evolução há 75 anos, contribuindo para o crescimento do setor e dos empreendedores que dele fazem parte. A Fiergs se orgulha do trabalho que este Sindicato vem realizando ao longo do tempo, e continuará apoiando a sua história para que tenha novos capítulos de sucesso.” Gilberto Porcello Petry /

Presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), gestão 2017-2020

45


ACERVO SINDIGRAF-RS

Henry Saatkamp com a esposa, Nayr Tesser, o jurista Paulo Brossard e Murilo Trindade, presidente do Sindigraf-RS/Abigraf-RS, na inauguração da sede em 8 de outubro de 1994

o objetivo de cumprir as normas de segurança, a adequação

vem do interior ou de fora do Estado. Na época, o estacionamento

ambiental e o aprimoramento das condições de trabalho para o

nas ruas no entorno era tranquilo.

melhor desenvolvimento das atividades – descreve Murilo. Na época, para acompanhar as reformas dos ambientes

andar, Murilo fez questão de destacar que “a saída da Fiergs está

e atender as demandas necessárias, inclusive na cerimônia de

se dando exclusivamente pela falta de espaço. Continuaremos a

inauguração, a Diretoria contou com a ativa participação de Harry

utilizar a estrutura da Fiergs quando necessário”. Prova disso foram

Flávio Sager, executivo das entidades entre 1985 e 1995.

as cerimônias de posses realizadas na Federação das Indústrias,

O conjunto de salas no edifício Senador soma 350 metros

na avenida Assis Brasil.

quadrados e foi comprado, como descrito na ata, de Armando

Uma constatação de Murilo Trindade se confirmou ao

Schneider, um dos sócios da Igel Embalagens. O empresário

longo dos anos. Ele havia dito que como a nova localização

pretendia vender o andar e soube que o Sindicato estava

é próxima do endereço de fornecedores, isso iria aproximar

procurando um local para se instalar. Então, perguntou se havia

os gráficos do interior à entidade quando os empresários

interesse. O fato de ser do setor facilitou o andamento do negócio.

viessem à capital negociar ou comprar matérias-primas.

Outra facilidade do novo endereço é a localização, entre as

46

Conforme declarações dadas quando da compra do quinto

Foi o que se viu nos anos seguintes.

avenidas Cristóvão Colombo e Farrapos, com trajetos rápidos à

A melhoria no atendimento e nas atividades do Sindicato

rodoviária e ao aeroporto, facilitando a chegada e a saída de quem

também foi constatada por Marco Aurélio Vieira Paradeda. Nossa História


Claudio F.A. Bergman, Acervo Sindigraf-RS/Abigraf-RS

Quinto andar do edifício Senador, na avenida Pernambuco em Porto Alegre, é o endereço do Sindigraf-RS e da Abigraf-RS desde outubro de 1994

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

47


Acervo Sindigraf-RS/Abigraf-RS

Em noite de festa, presidente Murilo Trindade descerra placa que denomina de Henry Victor Saatkamp (à direita na foto) a sede do Sindigraf-RS e da Abigraf-RS, como reconhecimento pelo trabalho realizado a favor da categoria

Ele pode falar com conhecimento do antes e depois da sede própria porque presidiu o Sindicato em dois mandatos, no período de 1986 a 1992, quando funcionava na Fiergs, e depois teve seu terceiro mandato, entre 1998 e 2001, já no novo endereço. – A sede própria ajudou muito a reunir

os

empresários

filiados

e

associa-

causa das gráficas gaúchas e brasileiras, uma homenagem. E chegou a hora

dos, a realizar reuniões, encontros, palestras e cursos. Foi possível

de fazê-la. Ao finalizar este pronunciamento, convido Henry para descerrar

contratar mais funcionários, ampliando a oferta de serviços para os

a placa que eternizará nosso reconhecimento – disse Murilo Trindade

associados e oferecendo melhor atendimento. Isso foi um grande avanço –

na inauguração.

destaca Paradeda. Com as novas instalações, o Sindicato também passou a oferecer assessoria jurídica nas áreas cível, tributária e trabalhista. Onze meses depois de iniciadas as negociações para a compra, a tão esperada data para a inauguração foi marcada: 8 de outubro de 1994. Na

O presidente ainda destacou que a localização privilegiada e a estrutura oferecida têm tudo para atrair proprietários de empresas filiadas/associadas, “fazendo com que esta sede se transforme em um ponto de encontro dos gráficos de todo o Estado, onde possam ser discutidas questões importantes do nosso setor”.

cerimônia, descerrou-se placa em homenagem ao empresário Henry Victor

– Quando, no dia 29 de agosto de 1941, um pequeno grupo de

Saatkamp, presidente durante nove anos do Sindigraf-RS e por 19 anos da

empresários fundava o Sindicato das Indústrias Gráficas, por certo não

Abigraf-RS, mas que pelo menos desde o fim da década de 1950 trabalhou

imaginavam que esta entidade abrigaria hoje 1.100 empresas gráficas – disse

ativamente pela consolidação do setor e engrandecimento das empresas.

o presidente Murilo Trindade em pronunciamento na inauguração.

– Por decisão unânime das diretorias do Singrar-RS (sigla do Sindigraf-

Atualmente, o Sindicato oferece espaço para reuniões, assembleias

RS na época) e da Abigraf-RS, resolvemos dar o nome a esta sede e

e salas para realizações de cursos. São seis funcionários que formam uma

eleger como seu patrono Henry Victor Saatkamp. Entendemos que,

equipe engajada, atendendo filiadas/associadas e encaminhando os assuntos

por uma questão de justiça, devemos a este homem, que tanto lutou pela

do dia a dia das entidades.

48

Nossa História


Claudio F. A. Bergman, Acervo Sindigraf-RS/Abigraf-RS

Acervo Sindigraf-RS/Abigraf-RS Acervo Sindigraf-RS/Abigraf-RS

De utilização versátil, a sala principal da sede é local para a realização de cursos ou reuniões, como o encontro do Grupo de Trabalho (ao lado, em foto de 2002) sobre Resíduos, conduzido por Manfredo Koehler (ao centro)

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

49


Brun Vídeo Produtora Acio Rinaldo Selbach Neto, neto de Acio Rinaldo Selbach, Nayr Tesser, viúva de Henry Victor Saatkamp, Marco Aurélio Vieira Paradeda, Murilo Lima Trindade, Manfredo Frederico Koehler, Carlos Evandro Alves da Silva, Paulo Roberto Borgatti Coutinho e Angelo Garbarski na inauguração da Galeria dos Presidentes do Sindigraf-RS e da Abigraf-RS em novembro de 2014

50

Nossa História


Luiz Chaves, Palácio Piratini, Divulgação

Galeria dos Presidentes celebra os 20 anos da aquisição da sede Para

marcar

os

20

anos

da

na foto da esquerda para a direita), Murilo

aquisição da sede própria do Sindicato

Lima Trindade (quarto na foto), Manfredo

da Indústria Gráfica no Rio Grande do

Frederico Koehler (5º), Carlos Evandro

Sul (Sindigraf-RS) e da regional gaúcha da

Alves da Silva (6º) e Paulo Roberto Borgatti

Associação Brasileira da Indústria Gráfica

Coutinho (7º). Representando presidentes

(Abigraf-RS), foi inaugurada a Galeria

falecidos

dos Presidentes das duas entidades no

receberam reconhecimentos Nayr Tesser

auditório localizado no quinto andar

(segunda na foto a partir da esquerda),

do edifício Senador em Porto Alegre.

viúva de Henry Victor Saatkamp, e o neto

A cerimônia ocorreu na noite de 12 de

de Acio Rinaldo Selbach (1º), Acio Selbach

novembro de 2014.

Neto. As homenagens aos dirigentes

quando

da

inauguração,

Durante o evento foram entregues

anteriores e familiares foram entregues

placas comemorativas aos ex-presidentes

pelo presidente Angelo Garbarski (na foto,

Marco Aurélio Vieira Paradeda (terceiro

primeiro da direita para a esquerda).

“O Sindicato da Indústria Gráfica no Rio Grande do Sul destaca-se por sua importante atuação na defesa dos interesses do setor. Atua em constante desenvolvimento e a dedicação de seus membros é um exemplo positivo para a sociedade gaúcha.” José Ivo Sartori/

Governador do Rio Grande do Sul

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

51


52 Nossa Histรณria

Carlota Pauls, Acervo Sindigraf-RS


04/

Regras para o mercado

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

53



Batalha contra a concorrência desigual A concorrência desleal de gráficas estatais e das isentas

no setor. O entendimento é de que a unidade do Estado deveria

de tributos, como às ligadas a entidades religiosas ou escolas

centrar suas atividades unicamente na produção de impressos

profissionalizantes, é uma preocupação constante do Sindicato

oficiais. Mas não foi o que se viu. Além de realizar serviços de

da Indústria Gráfica no Rio Grande do Sul (Sindigraf-RS). Por

impressão para o executivo estadual e seus órgãos, que poderiam

contarem com benefícios fiscais, conseguem oferecer preços

ser contratados à iniciativa privada, a Companhia Rio-grandense

mais baixos. Se optam por cobrar os mesmos valores das

de Artes Gráficas (Corag), constituída com essa denominação em

empresas que são obrigadas a pagar diferentes tipos de

1973, também entrava no mercado disputando clientes com as

impostos, obtêm uma margem de ganho maior. Esse benefício

demais empresas sobre as quais incide toda a cadeia de tributos.

pode ser reinvestido na linha industrial, tornando a empresa

Nas contestações, o Sindicato não estava pedindo nenhuma

ainda mais robusta – mas isso graças a facilidades fiscais que a

regalia, apenas igualdade de condições.

grande maioria das concorrentes não pode usufruir.

Em abril de 1981, Henry Victor Saatkamp, presidente

Desde o final dos anos 1960, pelo menos, há registros de

do Sindigraf-RS, foi convidado a apresentar na Comissão de

pedidos do Sindigraf-RS, juntamente com a Associação Brasileira

Economia da Assembleia Legislativa os transtornos no mercado

da Indústria Gráfica – Regional Rio Grande do Sul (Abigraf-RS),

em razão da concorrência da Corag. Três meses depois, em

para o governo do Rio Grande do Sul restringir a atuação estatal

reunião de Diretoria na entidade, conforme ata de 31 de julho,

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

55


Reproduções

ficou acordado o envio de um ofício para o governador José Augusto Amaral de Souza manifestando interesse dos industriais gráficos gaúchos de participarem do processo de privatização da companhia estadual. Como o assunto gráfica estatal não era exclusividade do Rio Grande do Sul, foi debatido pelo setor no Encontro Nacional de Brasília, em 7 de outubro de 1981. Realizado na sede da Federação das Indústrias de Brasília, 12 presidentes de entidades gráficas do país, entre os quais Saatkamp, reuniram-se com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Albano Franco. Um dos temas abordados foi a desestatização. Ficou acertado para que se negocie nos Estados a edição de um decreto idêntico ao expedido pelo Distrito Federal, proibindo a criação de novas unidades de artes gráficas em órgãos e entidades da administração pública. Em reunião de Diretoria do Sindigraf-RS, como relatado no Livro de Atas em 4 de março de 1982, comunicou-se a publicação do Decreto 86.873 (de 26/1/1982). A legislação passaria a proibir a criação de unidades de artes gráficas na administração federal direta e indireta, bem como nas fundações instituídas ou mantidas pela União. “A promulgação do decreto é o resultado de longa campanha iniciada pela Abigraf Nacional, desde 1965, a favor da privatização da indústria gráfica. Idêntica campanha vem sendo desenvolvida em nosso Estado”, registrou-se no Livro de Atas. Antes do encerramento de sua gestão frente às duas entidades,

Saatkamp

produziu

o

documento

“O

Pobre

Perdulário”, para mostrar o estrago que a participação do Estado em atividades reservadas à iniciativa privada estava fazendo. O texto apontava que, ao contrário do que se esperava, estava em curso a expansão da atividade estatal com a compra de Entidades demonstraram para diferentes governos que estatais atuando no setor prejudicam empresas que não podem recorrer a subsídios para custear suas operações 56

novos equipamentos para a Corag.

Nossa História


Carlota Pauls, Acervo Sindigraf-RS

– Situações essas que nos parecem serviços apenas para, de mais uma forma, onerar os já tão combalidos cofres públicos e, indiretamente, o próprio bolso dos contribuintes – disse Saatkamp em entrevista publicada em agosto de 1985 no Informativo Gutenberg, jornal mensal com notícias da Abigraf-RS e do Sindigraf-RS. Conhecedor da realidade do segmento, Saatkamp elencou nesse documento nove pontos que compõem a tentativa de fazer com que a estatal não aumentasse ainda mais a sua atividade, ampliando a atuação em uma área bem atendida por empresas privadas:

1º tempo: os empresários gráficos pleiteiam, desde 1967, que o Estado deixe de ampliar sua atuação no setor, pois a iniciativa privada tem capacidade para atender as necessidades dos órgãos públicos. 2º tempo: a Corag abriu concorrência para comprar uma impressora de médio formato. 3º tempo: o Sindigraf-RS, mais uma vez, protestou, por meio de ofício em 28.3.85, dirigido ao sr. governador do RS. 4º tempo: a Fiergs apoia a reivindicação do Sindicato por meio do telex em 4.4.85. 5º tempo: ante o silêncio do sr. governador, o Sindicato reiterou seu pedido por ofício em 23.4.85. 6º tempo: a Fiergs reiterou seu pedido em telex de 15.5.85. 7º tempo: o sr. governador, por meio de seu gabinete, informa ao Sindicato, por ofício de 13.4.85, que seu expediente havia sido encaminhado à apreciação da Secretaria de Administração. 8º tempo: a Fiergs não recebeu resposta aos seus telex. Tempo perdido: a máquina foi adquirida e está funcionando. Debate sobre disputa de mercado com estatais sempre foi recorrente no país, com entidades mostrando que concorrência é saudável desde que tributos e benefícios sejam iguais para todos Sindigraf-RS / Abigraf-RS

57


Um alento veio de Brasília com projeto de lei propondo a desativação de gráficas na esfera federal

Gutenberg em maio de 1987, para “deixar clara a posição de empresários gráficos contrários à concorrência do Estado”. Na visita acompanhou o presidente do Sindigraf-RS à época, Marco Aurélio Vieira Paradeda. O intenso empenho se repetia em outras regiões do país, como no Paraná e em São Paulo. Logo a determinação tomou

Com a repercussão, a Corag, por meio da mídia, afirmou

dimensão nacional. Em meados dos dos anos 1980, veio, de

que era “improcedente a campanha que Henry Victor Saatkamp

Brasília, um alento para o setor. Na Câmara dos Deputados foi

levanta contra a empresa”. O Sindigraf-RS contestou e disse que

apresentado o projeto de lei 6.692/1985 propondo a desativação

não se tratava de uma campanha, e sim da defesa dos direitos

de gráficas na esfera da administração federal – exceto a Casa da

de suas filiadas/associadas, “e não é encabeçada por Saatkamp,

Moeda e o Departamento de Imprensa Nacional.

mas pelas duas entidades que ele preside”. Em resposta ao Sindicato, a Secretaria da Coordenação

na atividade gráfica, além de contrária ao interesse público, pois

e Planejamento do Estado informou que uma comissão

a prestação de serviços gráficos por parte de entidades públicas

constituída para tratar da atividade da Corag concordava

não traz nenhum benefício à coletividade”. Havia a expectativa

que a estatal não deveria operar mais utilizando tabela com

de que o projeto, se aprovado, pudesse repercutir nos demais

preços subsidiados. “Esse subsídio existe proporcionado pelas

Estados e resultar na desativação de unidades regionais. Apesar

pomposas receitas obtidas pela publicação de diversos veículos

de todo o empenho do setor para o andamento e aprovação da

diários – Oficial, da Justiça, da Indústria e Comércio etc.”, registrou

proposta, depois de oito anos de tramitação, o projeto foi vetado

o Informativo Gutenberg em agosto de 1985, reproduzindo

pelo presidente Itamar Franco, em 23 de abril de 1993, por “vício

posicionamento do Sindicato.

de inconstitucionalidade” porque, justificou a Presidência, a

O Sindigraf-RS diz que outro aspecto que precisa ser

iniciativa de leis destinadas a estruturar “órgãos da administração

analisado é o artigo 126 do decreto lei 200, que dispensa a

pública com vistas ao cumprimento de suas atribuições pertence

licitação quando “as partes intervenientes forem pessoas

exclusivamente ao Presidente da República”.

jurídicas de direito público”.

58

Entre as justificativas consta a de “intromissão do Estado

Sem o suporte de uma lei federal, a preocupação persistiu.

Mesmo já concluída sua gestão, Saatkamp continuou na

Reportagem do jornal Gazeta Mercantil de 22 de dezembro

batalha pelo encerramento das atividades da Corag. E não teve

de 1995 destacou que a concorrência com gráficas estatais e

receio de visitar a direção da estatal, como registra o Informativo

filantrópicas estava presente de norte a sul do Brasil. “O detalhe

Nossa História


é que esses dois segmentos não ficavam restritos a produzir

mesmo mês o governador Jair Soares assinou decreto para

diários oficiais ou publicações religiosas, por exemplo, mas

reforçar as atividades da Corag e com a finalidade de extinguir

também entravam em impressos comerciais, peças para

as gráficas existentes em outros órgãos do governo. O decreto

o mercado editorial, livros, revistas e encartes para jornais”,

estabeleceu 90 dias para essas unidades pararem e cederam

informou o diário econômico.

seus equipamentos à empresa estatal, “que incorporará o que

– Tudo isso só é possível porque usufruem dessa condição

considerar relevante para a sua estrutura”.

especial de isenção de impostos – disse, na reportagem,

Presidente do Sindigraf-RS entre 1992 e 1995, Murilo

Manfredo Frederico Koehler, presidente do Sindigraf-RS/

Lima Trindade lembra que esse era um assunto recorrente nas

Abigraf-RS à época (1995-1998), destacando a “desigualdade

reuniões de Diretoria da entidade.

de condições” nas disputas.

– Empresas associadas nos perguntavam quando deixariam

A notícia da Gazeta Mercantil, principal jornal de economia

de sofrer a concorrência desleal – afirma.

do país até então, acrescentou que o Rio Grande do Sul “é

A dúvida persistiu por mais tempo.

considerado o paraíso das entidades filantrópicas do setor

– Por que o Estado tem de ter uma empresa em um

religioso, que aproveitam os benefícios da lei, gozando da isenção

setor que a iniciativa privada realiza um trabalho de qualidade?

tributária” para conseguir preços mais em conta na comparação

– questionou Heitor José Müller, presidente da Federação

com quem tem de pagar todos os impostos.

das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), durante o jantar

A reportagem ainda destacou que gráficas ligadas a

dos 75 anos do Sindigraf-RS realizado em dezembro de 2016.

diferentes entidades religiosas e filantrópicas competem

A novela de extinção da Corag chegou ao que parece

diretamente no mercado em geral, mas têm a vantagem

ser um dos últimos capítulos somente no início de 2017,

de não precisarem pagar todos os tributos, nem encargos

quando o governador José Ivo Sartori encaminhou projeto à

sociais de funcionários – especialmente quando são escolas

Assembleia Legislativa para a extinção de fundações e estatais.

profissionalizantes.

A ideia é reduzir as despesas do Estado. A medida faz parte

Como se constata, a batalha tem sido persistente. Em 27

de ações do executivo estadual, que vinha pagando salários

de novembro de 1985, as entidades do setor gráfico no Estado

dos servidores de forma parcelada devido à falta de recursos

publicaram um “a pedido” no Jornal do Comércio de Porto Alegre

em caixa. A proposta foi aprovada pelos deputados e a Corag

informando “que o custo real de tudo o que a estatal produz

poderá ser desativada. O principal impresso da estatal,

é superior ao que seria pago se fosse comprado de empresas

o Diário Oficial do do Estado, deverá estar disponível em versão

privadas. Quem paga a diferença é o contribuinte”. Ainda no

eletrônica apenas na internet.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

59


A saga do papel imune A preocupação do Sindicato da Indústria Gráfica no Rio Grande do Sul (Sindigraf-RS) com a

60

ou então obter um lucro maior. Sem falar na ilegalidade do ato.

igualdade na concorrência vai além da atuação de

– O trabalho do Sindicato foi intenso para o

estatais e filantrópicas na disputa pelo mercado. A

respeito às regras e o benefício da concorrência –

entidade também fica de olho em como trabalham

lembra Paulo Flávio Ledur, que ocupou diferentes

as empresas privadas, principalmente em relação

cargos na Diretoria da entidade e da Associação

ao uso do papel imune – assim chamado por ser

Brasileira da Indústria Gráfica – Regional Rio

isento de tributos. A matéria-prima tem esse

Grande do Sul (Abigraf-RS) entre 1976 e 1999.

benefício porque deve ser utilizada unicamente

Gráficos relatam que durante anos de

para a impressão de livros, jornais e revistas. A

trabalho nunca viram algum fiscal em suas

imunidade tributária está garantida no artigo 150

empresas para verificar o uso do papel imune –

da Constituição federal. Com isso, a redução do

também chamado de linha d’água. Inicialmente

custo no produto chega a 30%.

era fabricado com listras observadas apenas

Para exigir o cumprimento da lei, o Sindicato

quando olhado contra a luz, como a marca d’água

fez intensa campanha. Se alguma gráfica utilizasse

das cédulas de dinheiro. Com o tempo, passou a

papel imune para impressos comerciais, poderia

ser fabricado sem a identificação visual. A única

oferecer um serviço por um preço mais baixo,

diferença está na etiqueta e na embalagem que

prejudicando as demais que seguem as regras,

informa ser um papel para fim específico.

Nossa História


Reprodução Abigraf Sindigraf-RS / Abigraf-RS

Campanha nacional alerta que indústrias devem usar papel sem tributos adequadamente, sob risco de sofrerem as punições determinadas em lei

61


62 Nossa Histรณria

Carlota Pauls, Acervo Sindigraf-RS


05/

Ao lado das filiadas /associadas

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

63



Atuação abrangente voltada aos negócios Uma constante evolução nas atividades tem sido registrada nestes 75 anos do Sindicato da Indústria Gráfica no Rio

Rio Grande do Sul (Abigraf-RS). São ações que aproximam os empresários gráficos e, com isso, fortalecem todo o segmento.

Grande do Sul (Sindigraf-RS). A entidade que se dedicava apenas

– As entidades serviram para mostrar que os empresários

a questões trabalhistas e assuntos administrativos ficou lá no

deveriam se unir nas causas comuns e brigar na concorrência,

início da história.

na disputa pelo mercado – destaca Paulo Flávio Ledur,

Com o passar das décadas e com as diferentes gestões que sempre apresentaram novidades, agregaram informações e adotaram novos conceitos, o Sindicato foi aprimorando os serviços oferecidos. Em pouco tempo, se

integrante das Diretorias do Sindigraf-RS e da Abigraf-RS em diferentes gestões. – Esse é um dos grandes benefícios: unir os industriais gráficos em torno de causas comuns – acrescenta Ledur.

tornou uma referência, sendo ágil e eficiente em suas ações,

Mesmo com atuação restrita no início, a proposta

da mesma forma que as empresas do setor, ficando mais

do Sindicato patronal sempre foi a de estar ao lado dos

próximo da realidade das filiadas/associadas.

empresários. Com o passar dos anos, tornou-se inevitável

A lista de atividades organizadas e de serviços oferecidos

ampliar o leque das ações.

é extensa: reuniões, cursos de gestão e artes gráficas, palestras,

– A atividade do Sindicato ficou bem mais dinâmica.

congressos, publicação de manuais, boletim informativo,

E os proprietários de filiadas/associadas começaram a exigir uma

premiações, serviços de assessoria jurídica, além de jantares

atuação bem mais presente do Sindicato – diz Marco Aurélio

e eventos de confraternização, alguns realizados em parceria

Vieira Paradeda, presidente por três gestões em meados dos

com a Associação Brasileira da Indústria Gráfica – Regional

anos 1980 e no final da década de 1990.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

65


Na atuação lado a lado com os empresários, uma das

– destaca Murilo, acrescentando que impresso comercial era

atividades do Sindicato foi mostrar que as gráficas deviam dar

o carro-chefe da época, com 85% das gráficas sendo micros e

mais atenção para o cálculo do custo na hora de chegar ao

pequenas empresas.

preço final de um serviço. A iniciativa não tem nada a ver com

Antes mesmo de ingressar na entidade, Paradeda, graduado

balizar o mercado ou anular a concorrência. A finalidade é

em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio

evitar a canibalização – empresas oferecendo preços abaixo da

Grande do Sul (UFRGS), elaborou um manual sobre custos da

realidade de mercado, o que representa prejuízo para si e perda

indústria gráfica a pedido de Henry Victor Saatkamp. A publicação

de serviço para quem cobra o valor justo. Ou seja, pelo menos

mostrou didaticamente o funcionamento do sistema de custo

duas empresas acabam prejudicadas quando o preço fica fora

e ainda continha orientações para os empresários. O livro foi

da realidade de mercado.

um sucesso além do Rio Grande do Sul. Paradeda chegou a ir O

Sindicato

tratou

de

calcular os valores de cada tipo

A discussão sobre valores mínimos a serem cobrados, para garantir a justa remuneração, é assunto recorrente em reuniões

Gráficas do Estado de Goiás.

de serviço – blocos fiscais, agendas,

Quando retornou à presidência do Sindigraf-RS em seu

envelopes, cartazes, entre tantos

terceiro mandato, em 1998, o empresário procurou disseminar

outros – e montou tabelas com os

conhecimentos na área de custos entre os associados,

valores mínimos que deveriam ser

incentivando os empreendedores a entenderem a dinâmica do

cobrados para o empresário sair

caixa, com a entrada e saída de dinheiro. Para isso, adotou um

com resultado positivo no final, e não

software de gestão com o objetivo de fazer um mapa das receitas

prejuízo, como ocorria em algumas

e despesas da indústria gráfica.

situações. As

– Se a gente conseguisse implementar esse software, sugestões

preços

ajudaria os industriais gráficos a terem ideia de seus custos e

passaram a ser publicadas nos

saber como cobrar preços corretos, fazendo uma concorrência

informativos

sadia, sem prejudicar o seu negócio, evitando trabalhar abaixo do

das

de

entidades

para

conhecimento da sociedade – uma prova da transparência da

preço que garante retorno – lembra Paradeda.

iniciativa. A discussão sobre valores mínimos a serem cobrados,

Os resultados foram animadores, com os empreendedores

que garantissem a justa remuneração, não é recente. Desde

conhecendo melhor a formação de preço nos diferentes serviços

a gestão de José Bertaso Filho (de 1953 a 1977), o assunto era

prestados e colocando isso em prática. Ainda em sua terceira

recorrente em reuniões.

gestão, Paradeda propôs a criação de uma sistemática de

Presidente na década de 1990, Murilo Lima Trindade

dados estatísticos do segmento, como investimentos realizados,

afirma que empresas no interior do Estado pediam a

faturamento e geração de emprego. São dados necessários para

elaboração de uma tabela com os valores mínimos para cada

saber o tamanho do setor e ainda identificar o que precisa ser feito.

serviço realizado.

A ideia era montar um banco de dados e mantê-lo atualizado. As

– Era uma sugestão de preços. Se não adotassem esse padrão, optando por valores mais baixos, certamente perderiam 66

a Goiânia para apresentar o manual no Sindicato das Indústrias

informações compiladas e reunidas também ajudariam na hora de buscar apoio financeiro e direcionar os investimentos. Nossa História


Reproduções Acervo Sindigraf-RS/Abigraf-RS

Eventos passaram a ser na Fiergs (1ª foto) depois que a Federação inaugurou nova sede em 1987. Antes, palestras e debates eram em hotéis, como a concorrida Reunião-Jantar sobre financiamento bancário em agosto de 1985

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

67


Acervo Sindigraf-RS

Abigraf Nacional, Divulgação

“Uma indústria de vanguarda. É assim que vejo a trajetória de 50 anos da Abigraf-RS e de 75 anos do Sindigraf-RS. Uma história bem impressa na vida de toda sociedade gaúcha, que se tornou referência em excelência de impressão para todo o país. Neste momento festivo, eu e toda diretoria da Abigraf Nacional, congratulamos os diretores e dirigentes que fizeram o sucesso dessas entidades no Rio Grande do Sul.” Levi Ceregato /

Presidente Executivo da Abigraf Nacional

68

Cartilhas, planilhas e tabelas de custos da operação gráfica, como o levantamento publicado no Informativo nos anos 1980, foram elaboradas para auxiliar empresas no cálculo de preço de um serviço, evitando prejuízos Nossa História


Mas houve poucas respostas. Cerca de 15% dos

que atualmente a modernização dos equipamentos precisa ser

empresários completaram os formulários. Os pesquisadores,

feita em um prazo de tempo bem menor do que em décadas

porém, viram o percentual como representativo. Empresas

passadas.

relataram que havia dificuldade para compilar os dados solicitados na pesquisa, por isso a reduzida adesão.

– O parque gráfico é um imobilizado altíssimo. Com o avanço digital, um equipamento que poderia durar até 30 anos

A ideia permanece. Angelo Garbarski, presidente a partir de 2013, pretende fazer pesquisa semelhante ao longo de

precisa ser substituído em cinco anos para a empresa não ficar defasada – destaca.

sua segunda gestão (2017-2019). Para não esbarrar na falta

O trabalho desenvolvido ao longo desses anos para

de respostas, os dados serão coletados nos meios oficiais

mostrar a necessidade do cálculo do custo real vem dando

disponíveis. Angelo incentiva o controle da contabilidade porque

resultado, com as empresas profissionalizando a gestão.

viveu na pele a situação de quase falir.

Mas não é de hoje que começaram

– Não tenho vergonha de contar isso. Serve como exemplo para os demais empreendedores – afirma. Tanto

que

Angelo

Garbarski

percorre

as orientações para empresários não focarem só no operacional,

o

Estado

mas também ficarem muito atentos

apresentando a palestra “Como falir ou quebrar uma indústria

à administração do seu negócio.

gráfica”, retratando o início de sua vida profissional no setor.

No final do último mandato de

Logo depois de assumir uma empresa e imprimir 800 mil carnês

José

Bertaso

por mês para os principais clubes de futebol do país (fórmula

ser

realizada

utilizada na década de 1970 na qual as equipes sorteavam

organizada com a finalidade de

prêmios entre torcedores que faziam contribuições em

apresentar assuntos de interesse

dinheiro), o setor de contabilidade avisou Angelo que a falência

do empresário gráfico. O primeiro

estava a caminho. Foi necessário um aperto nas contas para

registro de realização aparece em 27

salvar tudo.

de maio de 1977. Ao longo dos anos, o encontro ocorreu em

Filho a

começou

a

Reunião-Jantar,

– É preciso saber calcular para saber cobrar. Sem isso é fácil

diferentes lugares: Clube dos Jangadeiros, Sesc, Fiergs, Clube

se enganar e achar que está ganhando dinheiro. Muitas vezes,

do Comércio e Clube Náutico Iguaçu (São Leopoldo), sempre

pode ocorrer exatamente o contrário – afirma Angelo, com a

com participação entre 50 e 100 pessoas.

experiência de quase cinco décadas no setor gráfico.

Os temas abordados, além das tradicionais preocupações

Em algumas situações, na dificuldade de calcular o custo,

com custo de produção, impostos e formação de mão de obra,

um padrão utilizado era se chegar ao preço final multiplicando

seguiam os fatos de seu tempo como alterações na lei de férias,

por dois ou por três o valor total do papel consumido – no caso

novidades em tintas gráficas, impressão programada e relatos de

de impressões nesse substrato.

participações em feiras com as últimas tecnologias para o setor.

– Só com uma palavra se pode modernizar uma empresa:

Uma das palestras mais concorridas foi em 28 de

lucro. Ainda mais no caso de pequenas empresas, que podem não

agosto de 1985, no Umbu Hotel (quando ainda funcionava na

ter acesso fácil a financiamentos – afirma Angelo, acrescentando

avenida Farrapos esquina com a rua Barros Cassal), em Porto

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

A ideia do evento Encontros Empresariais Dando as Tintas é aproximar empresários, proporcionando um lugar para a troca de ideias e experiências

69


Acervo Sindigraf-RS

a ser chamados de Reunião-almoço, mudando de horário, como o nome identifica. Um dos temas foi “Plano FH – dúvidas sobre URV”, abordando as primeiras medidas para a implementação do Plano Real, que entraria em vigor em julho do ano seguinte. Em junho de 1995, com depoimentos de empresários que foram à feira de tecnologia Drupa, na Alemanha, o evento foi realizado na Fiergs. Logo depois, em agosto, os encontros passaram a ser na sede do Sindigraf-RS, na avenida Pernambuco. No dia 17 houve a palestra “As tendências e as perspectivas nacionais e internacionais do mercado de papel, celulose e afins”. Em 2009, é lançado um novo evento para reunir empreendedores do setor: Encontros Empresariais Dando as Tintas. A iniciativa se torna uma oportunidade para aproximar empresários, viabilizando um lugar para a troca de ideias, reciclagem de conhecimento e compartilhamento de experiências, além de interagir com a entidade de classe. Como prato principal, uma palestra com tema relevante para a plateia. O primeiro foi em 13 de agosto, na Galeteria D’Italiani, A Convenção Coletiva de Trabalho, negociada e assinada com sindicatos de trabalhadores do setor, é uma das atividades realizadas anualmente pelo Sindigraf-RS

Alegre. Numa época de inflação fora de controle, com custos subindo diariamente, a Reunião-Jantar tratou da contratação de

A realização de eventos com discussões de temas que

empréstimos e da negociação de pagamentos com bancos. Os

interessam ao setor ganha força na segunda gestão de Angelo

filiados/associados do Sindigraf-RS e associados da Abigraf-RS

Garbarski. O início de 2017 marca a volta do Bate-papo Sindical.

na plateia elogiaram muito a iniciativa, pedindo para encontros

Os encontros com empresários do setor passam a ser realizados

com assuntos relevantes serem sempre realizados. Também

nas diferentes regiões de atuação do Sindicato. Assim, a Diretoria

destacaram que o tema abordado interessava diretamente a

conhece de perto a realidade de cada mercado e a entidade

médias e pequenas empresas do setor. Em 7 de dezembro de

consegue dar um atendimento específico.

1988, o debate girou em torno da nova Constituição do país,

Uma das atividades realizadas anualmente é a Convenção

aprovada dois meses antes e repleta de novidades tanto para

Coletiva de Trabalho, assinada com os diferentes sindicatos dos

empresários quanto para trabalhadores. Enfim, quem queria

trabalhadores que reúnem os colaboradores do setor na base

saber o que estava ocorrendo no mercado tinha o compromisso

territorial do Sindigraf-RS, de 476 municípios a partir de 2017. No

de comparecer à Reunião-Jantar.

documento, com validade de 1º de abril até 31 de março do ano

Com essa denominação, os encontros foram realizados até 15 de outubro de 1992. A partir de 11 de março de 1993, passaram 70

em Porto Alegre, localizada perto do Sindigraf-RS.

seguinte, constam negociações acordadas como piso salarial, normas de trabalho e jornadas. Nossa História


Carlota Pauls, Acervo Sindigraf-RS

Cálculo do preço final de uma encomenda Normalmente são três tipos de custos que precisam ser observados:

Despesas fixas – são aquelas que não variam de acordo com o volume de produção, como aluguel, salários, valetransporte e alimentação, telefone, internet, entre outros.

Custos semifixos – variam de acordo com o volume de produção, mas por serem difíceis de mensurar a cada orçamento, estipula-se um valor fixo baseado na média dos últimos meses. Energia elétrica e materiais auxiliares de produção, como estopa, combustível e blanquetas, são exemplos dessas despesas.

Despesas variáveis – diferem conforme a produção e podem ser determinadas com precisão no momento do cálculo do orçamento. Exemplo dessas despesas são papéis, chapas, tinta, impostos, comissões e serviços de terceiros.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

71


Reprodução

Modelo de planejamento do Sindicato é exemplo Padrões e técnicas adotados internamente no Sindicato da Indústria Gráfica no Rio Grande do Sul (Sindigraf-RS) com a finalidade de facilitar a gestão e proporcionar benefícios aos associados conquistaram reconhecimento nacional. Três práticas elaboradas e adotadas pela entidade integram o Banco de Projetos da Confederação Nacional da Indústria (CNI):

1. Pesquisa de satisfação 2. Visitas às empresas 3. Proposta para a redução da alíquota do ISS de 5% para 2,5% Experiência de gestão do Sindicato foi apresentada na Fiergs em evento do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

– São boas práticas que valem não apenas para o setor gráfico, mas para toda a indústria – diz Angelo Garbarski, presidente do Sindigraf-RS desde 2013. Para mais entidades terem conhecimento das ações

– Como contrapartida à receita obtida com a contribuição

desenvolvidas internamente, o Programa de Desenvolvimento

sindical e assistencial, o objetivo é oferecer produtos, serviços e

Associativo (PDA) da CNI convidou o Sindigraf-RS para fazer uma

atividades às empresas filiadas/associadas – explica Pinheiro.

apresentação sobre como idealizou o projeto no fim de 2014.

72

O funcionamento e a atuação do Sindicato também

A iniciativa foi apresentada pelo superintendente Luiz Carlos

são

Gautério Pinheiro, que detalhou a montagem do planejamento

melhores

estratégico do Sindicato.

Rio Grande do Sul (Fiergs).

apontados

como

práticas)

um

pela

benchmarking

Federação

das

(reunião

das

Indústrias

do

Nossa História


Mateus Frizzo Sindigraf-RS / Abigraf-RS

73


74 Nossa Histรณria

Carlota Pauls, Acervo Sindigraf-RS


06/

O peso dos tributos

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

75



Sindicato na luta contra a bitributação Uma das frentes mais ativas do Sindicato da Indústria Gráfica no Rio Grande do Sul (Sindigraf-RS) é a discussão com

produto final é cobrado um imposto, mas se seguir diretamente para o consumidor final, é outro.

governos para o alívio da carga de impostos que incide sobre a

– Em todos os tempos sempre houve um envolvimento

produção das empresas. A entidade, assim como a Associação

muito grande do Sindicato para evitar que o setor fosse

Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), que levanta a mesma

sobrecarregado com taxas e tributos. Para governos municipais,

bandeira nacionalmente, faz questão de enfatizar que não pede

o que uma gráfica faz é serviço, determinando a cobrança

para o setor deixar de contribuir com a arrecadação aos cofres

de ISSQN. Para a esfera estadual, deve pagar ICMS e no

públicos. Os empresários sabem que um país forte e estruturado

entendimento da Receita Federal, o IPI, por ser indústria – explica

se faz com o recolhimento de tributos para serem aplicados em

Carlos Evandro Alves da Silva, presidente por três gestões ao

obras e serviços que beneficiam toda a população. As tratativas

longo dos anos 2000, acrescentando que o debate contra a

sempre foram no caminho de evitar que a cobrança se torne

sobretaxação foi contínuo.

um peso capaz de inviabilizar os negócios – o que ocorreu em algumas situações no passado.

No Informativo Gutenberg de dezembro de 1993, na presidência de Murilo Lima Trindade, as entidades apontavam

A discussão começou porque o segmento é apontado

o aumento da carga tributária somada à redução dos prazos

como prestador de serviço, que paga um determinado tributo,

de recolhimento e indexação dos impostos como um novo

ou indústria de transformação, sobre a qual recai outro tipo de

complicador na condução de negócios “que geram milhares de

imposto. Além disso, a finalidade do que é produzido também

empregos”. No editorial “Empresários lutam por nova política

pode receber diferentes taxações. Se é um rótulo que irá em um

tributária”, foi enfatizada a necessidade da “simplificação de

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

77


Mateus Frizzo

impostos, fazendo com que todos contribuam de forma igual, tornando a concorrência mais equilibrada”. Sem identificar em qual período ocorreu, gráficos lembram que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) só não recaía sobre convites de casamento, notas fiscais e cartões de visita. Posteriormente, passou a ser restrito a alguns tipos de impressos, como bula de medicamentos. No final dos anos 1970, lembra Carlos Evandro, houve um entendimento nacional de que toda a venda feita para o consumidor pagaria Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e a encomenda que fizesse parte de um produto final (como rótulos e adesivos) pagaria o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Anos depois, prefeituras entenderam que deviam cobrar o ISSQN sobre todos os produtos produzidos pela indústria gráfica, o que ocasionou o fechamento de empresas do setor, tal o tamanho do valor cobrado de um momento para o outro. Com 25% das gráficas associadas ao Sindigraf-RS instaladas na capital, o Sindicato reforçou negociações, no fim de 2013, com a prefeitura de Porto Alegre para reduzir a alíquota do ISSQN, de 5% para 2,5%, incidente sobre as atividades gráficas das empresas submetidas ao lucro presumido e ao lucro real, uma forma de aliviar o custo operacional. A discussão sobre o peso da carga tributária vem de longa data. No Livro de Atas 1978, conforme reunião realizada em 28 de julho, está escrito que “no dia 5 de julho deu entrada na Vara da Fazenda Pública do Rio Grande do Sul ação ordinária declaratória impetrada por 24 empresas gráficas visando uma definição quanto ao imposto devido, ICM (sigla na época) ou ISSQN. Diante do interesse manifestado por empresários não participantes do primeiro grupo, estamos propondo a formação de um segundo grupo”. É errada a ideia normalmente difundida de que o empresário é que paga o imposto. O custo tributário acaba no valor final pago pelo consumidor – isso não é exclusividade da indústria gráfica, e ocorre em todos os segmentos porque é da natureza da 78

Nossa História


formação do preço. Em algumas situações, para não tornar o valor proibitivo e perder negócios, empresas acabam aceitando encomendas sem repassar toda a carga tributária. Não há outro jeito de fazer isso a não ser apertar as margens. Com menos receitas, a tendência é reduzir o investimento no parque industrial, ocasionando uma defasagem que inevitavelmente impactará nos negócios mais adiante. No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (20032010), empresários do setor chegaram a esperar um alento no custo tributário com a Súmula 156. Mas houve veto na parte

A CNI sustenta que cobranças indevidas de impostos provocam “sérios danos à indústria gráfica”, que se vê diante de dupla exigência tributária sobre um mesmo produto ou serviço

que reduzia a cobrança de ISSQN sobre produtos gráficos. Para o setor, passou a ideia de que o presidente foi pressionado

tributação de impressos. Agora deve haver um ponto-final

por prefeitos que apontavam queda na arrecadação municipal

no conflito de competências na industrialização e no comércio

caso a súmula entrasse em vigor. Na justificativa do veto, em

da mercadoria.

janeiro de 2009, o presidente Lula escreveu que a medida traria

Capitaneada pela Abigraf Nacional, em conjunto com

“impacto arrecadatório e financeiro a municípios, resultando em

suas articuladas regionais, a mudança na legislação acaba com

desequilíbrio na arrecadação”.

a bitributação, um problema histórico que penalizou o setor de

Em nome das entidades regionais do setor gráfico,

norte a sul do país. A Lei Complementar prevê expressamente

a Confederação Nacional da Indústria (CNI) ingressou no

que não incidirá ISSQN em impressos sem personalização

Supremo Tribunal Federal (STF) com uma Ação Direta de

destinados à venda, como cadernos, agendas e recibos, entre

Inconstitucionalidade (Adin) para ver reconhecida a não

outros. Inclui também itens com personalização destinados

incidência do ISSQN sobre impressos gráficos que são insumos

a produto industrial, como rótulos, etiquetas e embalagens.

de mercadorias.

Nesses casos, os impressos serão considerados mercadorias,

Na Adin nº 4.413, a CNI sustenta que as cobranças

submetendo-se ao ICMS, de caráter estadual.

provocam “sérios danos à indústria gráfica, que se vê diante

O ISSQN, tributo municipal, recairá sobre os impressos

de dupla exigência tributária sobre o mesmo fato, sem falar

destinados ao uso e ao consumo do encomendante ou para

na imposição de penalidades e na cobrança de juros.”

distribuição gratuita. Alguns exemplos são notas fiscais, folhas

A bitributação é uma inconstitucionalidade. A Constituição

timbradas e ingressos.

do país proíbe que o mesmo fato gerador seja taxado com impostos diferentes, alerta a literatura jurídica.

A bitributação sobre as empresas privadas criava um abismo ainda maior na hora de disputar mercado com estatais

No penúltimo dia de 2016, a indústria gráfica brasileira

(assunto abordado no capítulo 4). A entrada em vigor da Lei

teve atendida a reivindicação feita reiteradamente ao longo

Complementar 157/2016, que acaba com a inconstitucional

de três décadas, que se intensificaram nos últimos dois anos.

bitributação, tende a ajudar o setor a começar uma nova fase

A publicação da Lei Complementar 157/2016 redefiniu a

daqui para frente, projetam industriais gráficos.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

79


Informativos divulgam realizações das entidades Um dos meios de contato do Sindicato da Indústria

RS). Tinha o formato menor e era em preto e branco. Em outro

Gráfica no Rio Grande do Sul (Sindigraf-RS) e da Associação

momento, as entidades editavam o Informativo Gutenberg, que

Brasileira da Indústria Gráfica – Regional Rio Grande do Sul

teve duas fases. A primeira, nos anos 1970, deixou de circular em

(Abigraf-RS) com as suas empresas filiadas/associadas é o

dezembro de 1977. Em julho de 1981, foi registrado no Livro de

informativo, normalmente de periodicidade mensal. Além das

Atas que “estão adiantadas as providências para a reedição do

atividades realizadas pelas entidades, a mídia impressa traz

informativo de nossas entidades”. Enquanto encaminhavam as

um panorama do setor, para auxiliar o empresário na tomada

tratativas para o lançamento, as informações eram distribuídas

de decisões.

em folhas de ofício datilografadas, contendo, principalmente,

Ao longo do tempo, as publicações tiveram ora o nome de uma entidade, ora de outra. Contudo, sempre divulgaram

associadas, entre outros temas.

notícias de ambas. Desde 2003, é editado mensalmente o

Antes da fusão com a Abigraf-RS, a União dos Gráficos

Sindigraf-RS Notícias. Com 16 páginas, em formato e qualidade

Gutenberg (UGG), com sede em Caxias do Sul (leia mais no

de revista, divulga o que o Sindicato e a Associação fazem no mês

capítulo 12), publicou durante cinco anos o Informativo Gráfico.

e o que está previsto para o período seguinte. Também há

O último, com data de agosto de 1970, foi o de número 48.

reportagens sobre gestão de negócios, novidades tecnológicas,

Como as entidades se uniram e o jornal foi transferido para

agenda de reuniões e cursos, participações de empresários em

Porto Alegre, foi acertado que o título seria Informativo Gráfico

feiras e o perfil de uma empresa filiada/associada, entre outros

Gutenberg, em homenagem à UGG.

temas. O informativo também pode ser acessado no site do

Além de a mídia impressa permanecer como fonte de

Sindigraf-RS. As edições publicadas desde janeiro de 2003 estão

informação, o Sindicato e a Associação mantêm seus sites

arquivadas em pdf.

na

Antes da atual publicação circulava, desde fevereiro de 1989, o Informativo Abigraf/Singrar (sigla antiga do Sindigraf-

80

atas, deliberações das Diretorias e novas empresas filiadas/

internet

atualizados.

Em

http://sindigraf-rs.com.br

e

http://abigraf-rs.com.br, são divulgadas notícias das duas entidades e do setor.

Nossa História


Reproduções

Informativos tiveram diferentes nomes, mas sempre foram a maneira de manter empresários por dentro de ações das entidades e de novidades do setor Sindigraf-RS / Abigraf-RS

81


82 Nossa Histรณria

Carlota Pauls, Acervo Sindigraf-RS


07/

Interiorização

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

83



Interior cada vez mais participativo A cada gestão, o Sindicato da Indústria Gráfica no Rio

para participar de reuniões, eventos e palestras, difundindo

Grande do Sul (Sindigraf-RS) se volta mais para o interior. Um

ideias, agregando pessoas, divulgando a importância da entidade

marco importante nessa história está no segundo mandato de

e fortalecendo o setor gráfico.

Angelo Garbarski, iniciado em 2017: pela primeira vez em décadas

– Estivemos em todas as regiões atendidas pelo Sindigraf-

a entidade tem um vice-presidente que não é da Grande Porto

RS. Havia uma queixa de ausência nas bases, de concentração

Alegre, o empresário Roque Noschang. Com experiência de 30

das atividades na capital. Isso está mudando – afirma Angelo.

anos no setor, é diretor de gráfica em Terra de Areia e filiais no

Como é um segmento formado principalmente por micros

litoral gaúcho. E não para por aí o processo de interiorização da

e pequenas empresas, tem uma capilaridade muito grande

entidade. Quase metade da Diretoria 2017-2019 – de um total de

em todo o Estado. Ao lado delas também existem gráficas de

15 pessoas – tem empresas fora de Porto Alegre.

diferentes portes, como grandes e médias.

A atenção para o interior é uma marca de diferentes gestões.

Por perceber a necessidade de descentralização de suas

Em seu primeiro período à frente do Sindicato (2013-2016),

atividades, o Sindicato estabeleceu, em 2004, coordenadorias

Angelo Garbarski percorreu um total de 10,4 mil quilômetros

regionais. As unidades têm autonomia para detectar demandas

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

85


Fotos Acervo Sindigraf-RS

Reuniões, palestras e cursos são organizados nas regionais do Sindicato para manter classe unida e informada sobre tendências e oportunidades de mercado

86

Nossa História


Abigraf Nacional, Divulgação

da região e comunicar a sede, lembra Carlos Evandro Alves da Silva, presidente por três gestões ao longo dos anos 2000. O Sindigraf-RS atende 476 dos 497 municípios gaúchos. A abrangência não é total porque houve a criação de dois sindicatos com atuação regionalizada, em Caxias do Sul (1988) e Pelotas (1990). Em março de 1984, para melhorar o atendimento a empresários e empresas gráficas na base territorial de Caxias do Sul (englobando Farroupilha, Bento Gonçalves, Garibaldi, Flores da Cunha, Vacaria, Antônio Prado, Veranópolis, São Marcos e Serafina Corrêa), chegou a ser instituída uma delegacia do Sindigraf-RS no município. Um ano antes, em 21 de maio de 1983, houve a formação da Associação Profissional das Indústrias Gráficas de Caxias do Sul, o que veio a ser a origem do Sindicato das Indústrias Gráficas da Região Nordeste do Rio Grande do Sul (Singraf). O reconhecimento oficial foi concedido em 28 de março de 1988, por meio de despacho assinado pelo ministro do Trabalho, Almir Pazzianotto. O Singraf inicialmente abrangia 10 cidades. Em junho de 2017 foi concedida área maior, totalizando 20 municípios, com a finalidade de o sindicato patronal da Serra cobrir a área territorial do sindicato dos trabalhadores da categoria. Até maio, eram 500 empresas filiadas e 130 associadas. O segmento mais representativo na região é a flexografia, muito em função da impressão de rótulos para garrafas de vinhos, champanhas e outras bebidas produzidas na região serrana. Adair Angelo Niquetti é o presidente na gestão 2017-2018. Na zona Sul do Estado, em 8 de novembro de 1990, foi criado o Sindicato das Indústrias Gráficas de Pelotas (Singrapel). A atuação da entidade é no município-sede, com 67 empresas filiadas e 14 associadas. As gráficas são voltadas principalmente para os segmentos promocional, comercial e flexografia. Na gestão 2015-2017, é presidido por Roberto Llanos de Ávila.

“A indústria gráfica é um forte elo na matriz econômica. Nos últimos 75 anos, o desenvolvimento do setor sempre contou com a força e a presença do Sindigraf-RS. Desde 1967, essa tarefa ganhou a companhia da Abigraf-RS, que nos orgulha muito por ter sido a primeira regional da Abigraf Nacional. As duas entidades gaúchas ainda vão proporcionar muitos benefícios para os empreendedores deste segmento.” Julião Flaves Gaúna /

Presidente do Conselho Diretivo da Abigraf Nacional

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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As sete regiões do Sindigraf-RS

4. Produção/Planalto Municípios: 135 Municípios com empresas do setor gráfico: 38 Filiadas/associadas: 138 Funcionários: 1.011

1. Metropolitana

5. Noroeste/Missões

Municípios: 53

Municípios: 91

Municípios com empresas do setor gráfico: 26

Municípios com empresas do setor gráfico: 34

Filiadas/associadas: 752

Filiadas/associadas: 101

Funcionários: 3.364

Funcionários: 699

2. Vale do Sinos/Hortênsias

6. Centro/Oeste

Municípios: 58

Municípios: 47

Municípios com empresas do setor gráfico: 32

Municípios com empresas do setor gráfico: 20

Filiadas/associadas: 261

Filiadas/associadas: 67

Funcionários: 2.449

Funcionários: 326

3. Vale do Taquari/Rio Pardo

7. Sul/Sudeste

Municípios: 63

Municípios: 29

Municípios com empresas do setor gráfico: 27

Municípios com empresas do setor gráfico: 14

Filiadas/associadas: 112

Filiadas/associadas: 50

Funcionários: 727

Funcionários: 193

Além do Sindigraf-RS, há mais dois sindicatos patronais da categoria no Estado. I) O Sindicato das Indústrias Gráficas da Região Nordeste do Rio Grande do Sul (Singraf) engloba 20 municípios na região serrana: Antônio Prado, Bento Gonçalves, Campestre da Serra, Caxias do Sul (sede), Coronel Pilar, Cotiporã, Fagundes Varela, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Ipê, Montauri, Monte Belo do Sul, Santa Tereza, São Marcos, Serafina Corrêa, Vacaria, Vale Real, Veranópolis e Vila Flores. II) Sindicato das Indústrias Gráficas de Pelotas (Singrapel) atende o município-sede. Dados jun/2017

88

Nossa História


Produção / Planalto

Noroeste / Missões

Vale do Sinos / Hortênsias Vale do Taquari / Rio Pardo Metropolitana Centro / Oeste

Sul / Sudeste

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

89


90 Nossa Histรณria

Carlota Pauls, Acervo Sindigraf-RS


08/

Confraternizações

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

91



Eventos aproximam filiados e associados Se perguntar para o proprietário de uma empresa filiada/

momento para empresários de todo o Estado se encontrarem

associada ou para um familiar dele sobre alguma lembrança de

em um ambiente descontraído, acompanhados de suas famílias.

atividades da qual participou, as confraternizações costumam vir

Nos anos 2000, o evento de fim de ano passou a ser na Serra.

à mente com facilidade. O principal evento social para aproximar

Durante seu período na presidência, Carlos Evandro Alves da

todos é organizado no encerramento de ano. O espírito do

Silva lembra que houve um salto no número de participantes

associativismo move os encontros realizados anualmente pelo

com o evento realizado no Hotel Laje de Pedra e no Parque

Sindicato da Indústria Gráfica no Rio Grande do Sul (Sindigraf-

Fazenda da Serra.

RS) e pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica – Regional

– Decidimos fazer em Canela, um lugar diferenciado.

Rio Grande do Sul (Abigraf-RS). Atividades de lazer, sorteios,

Começamos com 300 pessoas. No encontro mais movimentado,

almoços, gincanas, show de mágica, lanches e brincadeiras

reunimos 1.200 pessoas – acrescenta.

para a criançada e entrosamento entre os participantes são os ingredientes das confraternizações.

Em 2013, já na gestão de Angelo Garbarski, a novidade foi a abertura de um espaço para a discussão de assuntos de

Os encontros – organizados em diferentes locais ao

gestão. Quem foi ao evento acompanhou a palestra “Como

longo desse tempo, como em sítios, clubes e hotéis – são o

obter sucesso na indústria gráfica”. A ideia foi aprovada, com

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

93


Acervo Sindigraf-RS

de interiorização. Assim, o evento deixou a conotação de ser um especial de fim de ano e passou a ocorrer em diferentes cidades com o nome de Confraternizações Regionais da Família Sindigraf-RS. O novo formato favoreceu a participação e aproximação entre empreendedores do setor. No primeiro ano, registrou aumento de 15% na participação. O primeiro evento no novo formato reuniu empresários gráficos e suas famílias para um momento de descontração e aprendizado na sede campestre da Sociedade Esportiva e Recreativa Cisne, em Santa Rosa. As boas-vindas aos mais de 50 participantes foram dadas pela equipe do Sindicato. O presidente do Sindigraf-RS, Angelo Garbarski, acompanhado da esposa, Regina Garbarski, e o diretor Roque Noschang, com a esposa, Neiva Andrades da Silva, participaram da Encontros sociais de fim de ano contam sempre com grande participação, como este realizado em Novo Hamburgo

os participantes tirando muito proveito por verem abordado um assunto relevante em um ambiente descontraído. Com

Um dos pontos altos do evento foi a atividade motivacional

esse sucesso, as palestras se tornaram parte dos encontros.

“Integração + Felicidade = Ação – A Fórmula do Sucesso!”.

As

por

Nas palestras, que se pareciam mais a talk shows da TV, a plateia

consultores, instigam os presentes a pensarem no rumo que

participa de maneira ativa, até com danças e cantos em alguns

estão dando aos seus negócios.

momentos, criando um clima de descontração e informalidade.

mensagens,

transmitidas

de

maneira

informal

No ano seguinte, houve o entendimento de que o evento

Uma ação foi encher balões com ar e soltar para ver a direção que

atrairia mais participantes se voltasse para a região metropolitana.

tomavam. A ideia era fazer pensar na dinâmica de funcionamento

O local escolhido foi o Vila Ventura Ecoresort, em Viamão, onde

de uma empresa, para mostrar que o negócio pode tomar um

a ampla área verde e a infraestrutura do local proporcionaram

rumo qualquer quando não há controle.

passeios de trator, arvorismo (travessia suspensa entre árvores),

No primeiro ano, as Confraternizações Regionais da Família

caminhadas guiadas, escaladas e carrinho de lomba. Também

Sindigraf-RS foram realizadas em Santa Rosa, Passo Fundo, Santa

houve prática de esportes, como futebol e vôlei, mergulho em

Cruz do Sul, Novo Hamburgo e Viamão. A programação dos

piscinas e aula de ritmos, entre outras atividades.

encontros conta com momentos de convivência, bate-papo e

Nessas mudanças de endereço, o interior não foi esquecido

trocas de experiência. O almoço e os sorteios de eletroeletrônicos,

e os encontros foram transformados em confraternizações nas

eletrodomésticos, kits automotivos, bebidas, entre outros (os

regionais a partir de 2015. A proximidade com proprietários de

prêmios variam nos diferentes eventos), são muito aguardados

filiadas/associadas tende a atrair mais participantes, possibilita

por todos.

maior integração entre os empresários e ainda valoriza o projeto

94

programação.

– Dentro do projeto de interiorização, atendemos os

Nossa História


pedidos de gráficas do interior para confraternizar nas regionais – afirma Angelo.

Os eventos, todos concordam, servem para fortalecer a classe. Por isso as Confraternizações Regionais da Família

Em outubro de 2016, Ijuí teve a primeira Confraternização

Sindigraf-RS, organizadas em diferentes cidades durante o ano,

Regional da Família Sindigraf-RS no ano. As 60 pessoas

se tornaram parte do calendário da entidade, com expressiva

representando 14 gráficas foram recebidas no Jardim Europa

presença de proprietários de empresas filiadas e associadas.

Hotel. No final, ao ser pedida uma avaliação de como foi o

A cada realização, o número de participantes é maior.

evento, a nota média ficou em 9,67, confirmando que o encontro

Além da divulgação da agenda na revista Sindigraf-RS Notícias

conquistou os participantes. Depois foi a vez de Estrela e Viamão

e no site da entidade, os relatos informais de quem participou

receberem os eventos sociais.

cativam colegas e faz com que tenham interesse de participar

Normalmente, os encontros começam às 9h e se encerram

da realização seguinte. – Somente juntos poderemos encontrar alternativas para

sorteio de brindes, almoço, momentos de lazer e alegria, além

a indústria gráfica, que precisa inovar continuamente – afirma

das premiações regionais do Concurso de Desenho Infantil

Angelo Garbarski, presidente em segundo mandato no período

(leia texto a seguir).

2017-2019.

Acervo Sindigraf-RS

às 17h. Entre as atividades previstas há roda de chimarrão,

A programação dos encontros inclui momentos de convivência, bate-papo, trocas de experiência e almoços, como este evento em Canela, em 2001

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

95


Acervo Sindigraf-RS

Concurso de desenhos conquista criançada Desde 2008, filhos, netos e bisnetos de sócios e

RS Notícias são encartadas as regras e uma folha de papel com

proprietários de gráficas são convidados para participar do

gramatura 180 para a criança já fazer o desenho. O formulário

Concurso de Desenho Infantil. Em cada realização, um tema é

de inscrição também pode ser acessado no site do Sindicato

proposto para as crianças entre três e 10 anos desenvolverem

da Indústria Gráfica no Rio Grande do Sul (Sindigraf-RS).

com criatividade usando lápis e canetas coloridas em uma

Os premiados ganham kit de material escolar (pode haver

folha em branco. Podem ser empregadas quaisquer técnicas,

variação em cada ano).

mesmo apenas traço sem cores, desde que seja à mão livre, sem uso de régua ou outro acessório.

avaliação dos trabalhos: um designer gráfico, um especialista

Em 2016, ano dos Jogos Olímpicos no Rio, o tema foi a

da área de marketing e um psicólogo, para ver se o desenho

Olimpíada. Em 2011, os participantes tiveram de expressar

é o esperado para aquela etapa do desenvolvimento

“Eu sou criança cidadã” em seus desenhos. Os trabalhos são

infantil ou se houve intervenção de adultos. A participação

divididos por faixa etária, em seis categorias.

crescente a cada ano mostra que a iniciativa caiu no

Para incentivar a participação, no informativo Sindigraf96

Normalmente, são três os jurados envolvidos na

gosto da criançada. Nossa História


Reproduções Crianças aproveitam brinquedos e atividades nas confraternizações. Depois, os participantes do concurso aguardam ansiosamente pela premiação dos melhores desenhos

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

97


98 Nossa Histรณria

Carlota Pauls, Acervo Sindigraf-RS


09/

Modernização

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

99



Atualização constante na gestão e em processos A estrutura e o funcionamento do Sindicato da Indústria

própria (assunto do capítulo 3). Com um andar inteiro em um

Gráfica no Rio Grande do Sul (Sindigraf-RS) acompanham a

prédio no bairro Floresta, em Porto Alegre, foi possível contratar

transformação do setor. A instituição aprimora a sua forma de

funcionários para ampliar os serviços, incluindo a organização

atuação evoluindo juntamente com a atividade desenvolvida

de palestras, eventos técnicos e cursos.

pelas filiadas/associadas. Presidente entre 1992 e 1995, Murilo

Em outra frente, Murilo Trindade, como era integrante

Lima Trindade diz que durante seu período procurou modernizar

da diretoria da Fiergs, participava das reuniões da federação e

a gestão administrativa da entidade.

repercutia nos encontros quinzenais da Diretoria do Sindigraf-RS

Como a estrutura era pequena e funcionava em uma

as informações relevantes para o setor gráfico.

sala na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul

A transformação do segmento e a própria mudança no

(Fiergs), na avenida Assis Brasil, um funcionário executava as

mercado de impressão com a chegada de novas tecnologias

tarefas existentes. Era chegada a hora de fazer a informática ser

são determinantes para o prosseguimento de atualizações

utilizada nos controles e nos fluxos das atividades do Sindicato.

também na entidade patronal. Carlos Evandro Alves da Silva,

– Nessa época, contratamos Luiz Carlos Gautério Pinheiro, que se tornou superintendente. Quando chegou, ele trouxe a

quando assumiu o primeiro mandato, em 2001, decidiu fazer uma renovação total no quadro de dirigentes do Sindicato.

experiência de ter trabalhado em outro sindicato – afirma Murilo.

A ideia era modernizar processos já instalados e

O que também representou um salto na qualidade do

oferecer mais serviços às filiadas/associadas. A presença

atendimento prestado pela entidade foi a compra da sede

de médios e pequenos empreendedores na Diretoria foi

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

101


Site do Sindigraf-RS tem área para ser feita procura de gráfica de acordo com o impresso que se pretende produzir. A busca é aberta para o público geral, o que amplia o mercado das filiadas/ associadas

ampliada, além de dar continuidade à interiorização da

de Gestão Informatizada. A um baixo custo, o empresário

presença do Sindigraf-RS.

gráfico teria condições de administrar a sua empresa, utilizando

– O diferencial foi montar uma equipe nova, unida e coesa. Assim, não era a decisão do Carlos Evandro presidente que era colocada em prática, mas de uma Diretoria – destaca. Carlos Evandro acrescenta que reforçou os serviços de

102

mecanismos modernos de aferição de resultados e gestão. – Para usar apenas o período de um ano como exemplo, em 2002 foram 40 eventos, entre palestras e cursos, totalmente gratuitos para filiadas/associadas – afirma Carlos Evandro.

assessoria – trabalhista, jurídica e de qualidade – oferecidos

Usando a internet como aliada, foi lançado um portal com

pelo Sindicato às empresas filiadas/associadas. Outra forma de

a finalidade de reunir e disponibilizar um contato direto entre

valorizar a participação na entidade foi organizar mais cursos nas

gráfica-fornecedor-cliente, facilitando negócios.

áreas de vendas, administração de pessoal e impressão (leia mais

– Concentramos informações diversas de interesse dos

no capítulo 10). O dirigente acrescenta que implantou o Sistema

associados. Os dados eram constantemente atualizados – observa. Nossa História


Desde 2004, o site do Sindicato mantém uma listagem de gráficas separadas por produtos e serviços que oferecem, como impressão de cartões de visita, adesivos, banners, convites, embalagens e rótulos entre muitos outros. A pesquisa na internet é aberta ao público geral, o que amplia o potencial de mercado para filiadas/associadas. A busca é muito utilizada por quem procura um serviço de impressão. A pesquisa facilita a localização de uma gráfica a partir do que se quer e o município. A atuação do Sindigraf-RS e da Associação Brasileira da Indústria Gráfica – Regional Rio Grande do Sul (Abigraf-RS) também foi destacada em encontros do setor. Empossado em junho de

Em 1996, foi constituído o Comitê Setorial da Indústria Gráfica dentro do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP)

1995 na presidência das entidades, o empresário Manfredo Frederico Koehler (1941-2015) teve sua gestão destacada pela

pelo segmento, em 1998, na terceira gestão de Marco Aurélio

organização do 10º Congraf – Congresso Brasileiro da Indústria

Vieira Paradeda, foram desenvolvidos programas de gestão de

Gráfica e 1º Grafsur – Congresso Interamericano de la Industria

pesquisas e ainda organizado o Comitê Setorial de Qualidade.

Grafica del Cono Sur, em outubro de 1996. Ambos foram em

Três décadas antes, a partir 1967, com a criação da Abigraf-

Canela, reunindo empresários do país e da América Latina (leia

RS, o Sindigraf-RS ganhou a companhia da Regional na defesa da

mais no capítulo 12).

categoria, apesar de as atividades desenvolvidas serem distintas.

Em seu discurso de posse no Sindigraf-RS/Abigraf-RS,

Em seu primeiro mandato como presidente, a partir de 2013,

Manfredo Koehler – que atuou por 47 anos na Igel Embalagens,

Angelo Garbarski anunciou a valorização da atuação do Sindicato

de Cachoeirinha – mostrava o ritmo que seguiria em seu mandato:

“por ser a coluna de sustentação” das entidades no Estado.

– Este setor precisa ser pensando como um segmento

– Valorização não apenas pela receita, mas pelo nome

industrial, com unidades empresariais eficientes, competentes,

do Sindicato, de mais de sete décadas de realizações para os

produtivas, modernas e participativas. A discriminação de mini,

industriais gráficos gaúchos – acrescenta.

pequenos, médios e grandes empresários deve ceder espaço

Na área da abrangência territorial do Sindigraf-RS, 476

para novos conceitos. Interessa ao país a renda global do setor

municípios, havia cerca 1.500 empresas ativas no início de 2017,

gráfico e o número de empregos gerados.

das quais 95% são micros e pequenas, com até 10 funcionários.

Também na gestão Manfredo Koehler foi constituído, em

Devido ao porte da maioria, Angelo Garbarski descreve que

dezembro de 1996, o Comitê Setorial da Indústria Gráfica dentro

a meta é “transformar os donos de gráfica em empresários do

do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP).

setor gráfico, ensinando a gestão de negócios.” É uma forma

Como naquela época 37 empresas do setor já participavam do

de perenizar as empresas, fazendo aproveitar os momentos

programa voltado para aprimorar seus negócios, o comitê passou

de expansão econômica, quando é mais fácil crescer, para

a coordenar as atividades do PGQP direcionadas ao segmento.

o empreendimento estar robusto e suportar momentos de

Com essa mesma proposta de aprimorar o que é produzido

retração na atividade.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

103


com a evolução do setor. As gráficas passaram a trabalhar em parceria, cada uma focando na atividade que faz melhor. – Estamos conseguindo fazer com que os empreendedores ampliem seus horizontes – afirma Angelo Garbarski. Cursos, treinamentos e palestras sempre estão na ordem do dia do Sindicato. A finalidade também é preparar novas gerações para continuarem o negócio e com prosperidade. Internamente, o Sindicato segue aprimorando e modernizando seus processos. Para tornar menos complexa a eleição, por exemplo, deve ser reduzida a proporção de votantes para validar um pleito. Era necessária a participação de 50% dos associados aptos a votar. A exigência baixou para 30%. Outra proposta de alteração prevê que quando houver chapa única a eleição possa ser feita por aclamação, numa iniciativa para simplificar o processo e reduzir custos. Também para melhorar a administração, decidiu-se pela transferência da data de posse seis meses para frente. A finalidade foi fazer com que a nova gestão comece com um orçamento cheio para trabalhar, no início de um ano. Até então, um presidente eleito assumia no meio do ano – normalmente no Dia da Indústria Gráfica, no fim de junho. O prolongamento da gestão 2013-2016 em seis meses foi votado e aprovado em Assembleia. Com a gestão passando a assumir no início de um ano, o período da cada Diretoria passa a englobar dois anos ímpares, como agora, 2017-2019. Aproveitando o conhecimento de quem já esteve no Anúncio do Sindigraf-RS publicado no Jornal do Comércio para lembrar o Dia da Indústria Gráfica em 2017 destaca que os impressos fazem parte do nosso dia a dia

O que o Sindicato também destaca para filiadas/associadas

comando das entidades, uma iniciativa da Diretoria que vem

é que, se no passado os clientes vinham diretamente nas

dando certo foi o Conselho Consultivo. Como diz o nome, é um

gráficas solicitar encomendas, o cenário mudou nos últimos

órgão de consulta. Seu quadro é formado por ex-presidentes.

anos e agora faz com que os empresários precisam ser

O conhecimento empresarial e a experiência deles como

proativos na conquista de clientes.

dirigentes sindicais os gabaritam a trazer orientações e

Outra realidade é que as empresas antes faziam todo o processo, da pré-impressão até o produto final, e isso mudou

104

propostas para tornar o Sindigraf-RS e a Abigraf-RS ainda mais fortes e eficientes.

Nossa História


Fotos Acervo Sindigraf-RS Posse da diretoria, que tradicionalmente ocorria em junho, foi transferida para o fim do ano com a finalidade de a gestão começar com um orçamento cheio

Entidades organizam grupo com empresários gaúchos para participar da Drupa, principal feira do setor no mundo. Realizada na Alemanha, reúne novidades e tendências para a indústria gráfica. Na volta, participantes relatam para filiados/associados o que viram no evento

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

105


Indicadores Setoriais auxiliam empresas a crescer Um serviço gratuito do Sindicato da Indústria Gráfica

A partir do momento em que a empresa passa a

no Rio Grande do Sul (Sindigraf-RS) e da Associação Brasileira

informar seus dados para os Indicadores Setoriais, deve criar

da Indústria Gráfica – Regional Rio Grande do Sul (Abigraf-RS)

e manter uma metodologia destinada a coletar e registrar

para empresários gráficos com empresas filiadas/associadas,

mensalmente as informações solicitadas. É por meio desses

que contribui na hora da tomada de decisões, são os

números que os índices serão calculados, com base nas

Indicadores Setoriais. Disponível desde 1999, o levantamento

fórmulas padronizadas que são disponibilizadas via sistema

informa o desempenho médio do setor e de cada segmento.

de gerenciamento dos indicadores. Os dados de cada

Assim, o empreendedor pode comparar seus resultados com

empresa são sigilosos – eles entram no cômputo geral.

a média de mercado e constatar se está operando de forma

Quem acessar a plataforma verá a média do mercado, e não a

a ter resultado positivo.

situação de cada gráfica.

Os dados são contabilizados a partir de números informados

A inserção dos números é feita diretamente no site

pelas gráficas inscritas para participar do levantamento.

do Sindigraf-RS. Alguns dos indicadores acompanhados no

As empresas participantes recebem o resultado final por e-mail.

momento são rotatividade, horas de treinamento por funcionário,

Por meio desses dados, os empreendedores têm uma noção

nível de escolaridade, valor do faturamento por funcionário,

mais aprofundada sobre os processos da gráfica, seus setores,

acidentes de trabalho e pontuação nos critérios de avaliação

suas vendas e seus clientes, entre outros. Os indicadores

do PGQP, entre outros. As empresas inscritas podem escolher

funcionam como um termômetro e mostram se está tudo

os indicadores que desejarem informar, não sendo obrigatório

bem com o empreendimento ou com o segmento em que a

enviar os demais.

empresa atua.

106

Além das gráficas filiadas/associadas ao Sindigraf-RS, as

Por meio dos números, é possível detectar os pontos mais

demais empresas integrantes das entidades patronais Sindicato

críticos da gráfica e assim analisar quais estratégias e melhorias

das Indústrias Gráficas da Região Nordeste do Rio Grande do Sul

devem ser implantadas. Para as empresas que participam

(Singraf), com sede em Caxias do Sul, e Sindicato das Indústrias

do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP),

Gráficas de Pelotas (Singrapel) podem se inscrever e enviar seus

o serviço de indicadores é um diferencial, pois auxilia no

dados. Como benefício, terão acesso aos resultados consolidados

atendimento ao critério Resultados da Organização.

do levantamento.

Nossa História


Mateus Frizzo

Por meio dos indicadores, é possível detectar os pontos mais críticos da empresa, e, assim, analisar estratégias e melhorias para serem adotadas

Além das filiadas/ associadas ao Sindigraf-RS, gráficas integrantes de entidades patronais do interior podem enviar seus dados e acessar os resultados globais. As informações de cada empresa permanecem sigilosos

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

107


108 Nossa Histรณria

Carlota Pauls, Acervo Sindigraf-RS


10/

Capacitação

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

109



Treinamentos e cursos qualificam pessoas e empresas Profissionais treinados e preparados para trabalhar

Na parte da gestão, o empreendedor fica capacitado

em artes gráficas são a garantia para se ter um produto de

para entender melhor o funcionamento da atividade e pode

qualidade. Sabendo disso, o Sindicato da Indústria Gráfica

tomar decisões mais ágeis no competitivo mercado. Além de

no Rio Grande do Sul (Sindigraf-RS) incentiva, apoia e realiza

aulas técnicas específicas para a área da impressão, realizadas

cursos e treinamentos para empreendedores e trabalhadores

em parceria com o Centro de Formação Profissional Senai

do setor estarem capacitados na gestão de seu negócio, na

Artes Gráficas Henrique D’Ávila Bertaso, em Porto Alegre,

operação de equipamentos e no manejo de produtos.

a entidade organiza cursos de gestão do negócio, como

É uma ação em que todos saem ganhando. O profissional,

aumentar as vendas, organização de processos, controle de

porque conquista novas habilidades, e as empresas, porque terão

qualidade, controle ambiental, formação de líderes, formação

em suas linhas industriais pessoas treinadas para saber tirar todo

de preços entre outros temas.

o potencial dos equipamentos e em condições de operá-los com mais segurança e eficiência.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

Toda essa preocupação remonta às primeiras décadas de atuação do Sindigraf-RS. A entidade incentivava a qualificação

111


Para mostrar a importância da formação em artes gráficas, em setembro de 1986 a tradicional Reunião-Jantar reunindo empresários do setor foi realizada na Escola Senai

Para mostrar a importância da formação em artes gráficas, em setembro de 1986 a tradicional Reunião-Jantar do Sindicato e da Associação Brasileira da Indústria Gráfica – Regional Rio Grande do Sul (Abigraf-RS) foi realizada na escola do Senai. Naquela noite, cerca de 80 empresários estiveram no Centro de Formação Profissional Senai-RS com a intenção de discutir a falta de mão de obra capacitada e encontrar caminhos para solucionar essa defasagem. Também foi debatida a necessidade de as entidades atuarem ao lado da escola, com o objetivo de conscientizar o empresariado sobre responsabilidade na qualificação de seus funcionários. Como sempre houve grande procura pelas aulas, o

desde os anos iniciais de atividade. Os treinamentos eram

Sindigraf-RS, a Abigraf-RS e o Senai entenderam que seria

organizados e realizados nas empresas. Fernando Bertaso,

interessante para o mercado e para as empresas oferecer os

que participou da Diretoria do Sindicato e foi diretor na Livraria

cursos no interior. As capacitações, além da parte teórica, são

do Globo, lembra que o grupo empresarial organizava aulas

feitas com muitas aulas práticas, que necessitam do uso de

para os funcionários da área de artes gráficas aprimorarem

equipamentos e matérias-primas, não se resumindo a apostilas

seus conhecimentos.

e instruções em um quadro.

Com a atualização de equipamentos e a consequente

Mas como levar isso para as diferentes regiões do Estado?

adoção de novos processos nas linhas industrias nos anos 1980

Colocando tudo em cima de um caminhão, foi a resposta.

– quando aumentou a velocidade da modernização tecnológica

Mas não um caminhão de mudança, onde os equipamentos são

–, o Sindicato entendeu que era o momento de organizar

simplesmente dispostos para o transporte. A ideia era montar

treinamentos sistemáticos. A primeira gestão de Marco Aurélio

uma unidade industrial com uma linha de produção simplificada

Vieira Paradeda, a partir de 1986, foi marcada pelo início da

dentro de um reboque de rodado duplo.

parceria com a escola do Senai-RS – que tem o nome Henrique

E assim foi feito. Em maio de 1993, no período de Murilo

D`Ávila Bertaso para homenagear o diretor da Livraria do Globo

Lima Trindade à frente do Sindigraf-RS e da Abigraf-RS, foi enco-

que comandou a Seção Editora da empresa, depois chamada de

mendada a fabricação de um caminhão-baú com uma Unidade

Editora Globo (vendida para o Grupo Globo em 1986).

Móvel de Fotomecânica e Editoração Eletrônica. Empresas forne-

Conforme

declaração

publicada

no

Informativo

Gutenberg, em meados da década de 1980 houve inclusive uma

112

cedoras de equipamentos gráficos, de informática e de ar-condicionado automotivo participaram da montagem da estrutura.

suplementação de verbas do Sindigraf-RS para o Centro de Artes

O projeto motivou empresários gráficos, principalmente os

Gráficas com a finalidade de manter professores e instrutores

que atuam em municípios afastados da capital e têm na distância

na escola. O efeito imediato foi o aumento da oferta de cursos

um custo maior para atualizar seus funcionários em novos

voltados para o aperfeiçoamento de mão de obra.

processos de produção. Em dezembro de 1993, uma cerimônia Nossa História


Acervo Sindigraf-RS/Abigraf-RS Presença assídua de alunos em cursos do Centro de Formação Profissional Senai Artes Gráficas, como em aula sobre Controle de Processo em Impressão Offset no início dos anos 2000

com corte de fita e pronunciamentos marcou a inauguração da unidade no

a qualificação profissional de trabalhadores gráficos no Estado. Tracionado por

estacionamento do Centro de Formação Profissional Senai Artes Gráficas na

um caminhão (chamado de cavalo mecânico) do Senai-RS, o reboque partiu

avenida Assis Brasil, em frente à Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul

para diferentes cidades do interior – a primeira parada foi em Lajeado, a cerca

(Fiergs), onde estava na época a sede do Sindigraf-RS e da Abigraf-RS.

de 100 quilômetros da capital. Uma constatação que continua válida é que

– A instalação dessa unidade vem ao encontro das recomendações do 9º Congraf, realizado em Brasília, para a implantação de escolas de formação gráfica nas regiões menos favorecidas por recursos de ensino profissionalizante – disse Murilo na cerimônia realizada no fim de 1993. Encerrada a festividade, a unidade móvel, com quase 14 metros de comprimento, estava pronta para pegar a estrada e promover o aprendizado e Sindigraf-RS / Abigraf-RS

cursos realizados diretamente nas regiões ajudam a fixar a mão de obra nas localidades atendidas. – Permite a adequação dos profissionais a seus mercados de trabalho e evita a migração para regiões com mercado em saturação – acrescentou Murilo em discurso na festividade de inauguração. O dirigente lembrou que “pudemos avaliar a importância desta escola 113


Acervo Sindigraf-RS/Abigraf-RS Uma Unidade Móvel de Fotomecânica e Editoração Eletrônica foi montada em parceria com fornecedores e o Senai para percorrer o interior e oferecer treinamento diretamente nas cidades

móvel durante várias visitas feitas às empresas gráficas

custo para gráficas do interior, o Sindicato reembolsa parte da taxa

do interior. Em todas as cidades, os gráficos falavam do

de inscrição em cursos no Centro de Formação Profissional Senai

desejo de modernizar suas empresas, passando do sistema

Artes Gráficas. Para empresas associadas localizadas a mais de

tipográfico para o sistema offset, mas argumentavam que

300 quilômetros da capital, o desconto chega a 90%. Conforme o

seria muito difícil enviar seus funcionários até um centro

presidente Angelo Garbarski, esse benefício mostra o interesse

de estudos”.

do Sindigraf-RS para gráficas terem profissionais capacitados em

Com o passar dos anos, a oferta de cursos, treinamentos e palestras foi ampliada. Para focar em apenas um período, de 2001

ofereçam um trabalho de qualidade a seus clientes.

a 2004, conforme o Relatório de Gestão, entre palestras, eventos

– Um produto final com qualidade é um dos caminhos mais

e outras atividades foram 937 horas com 6.841 participantes.

fáceis para sempre se ter clientes – enfatiza Angelo Garbarski,

E não se limitavam a realizações na sede do Sindicato: eram

presidente nos períodos 2013-2016 e 2017-2019.

organizados nas regionais, em diferentes cidades do interior,

Em 2016, a escola do Senai teve parte de seus equipamentos

para que o maior número possível de interessados pudesse

gráficos modernizados para as turmas de offset e flexografia.

participar. Prova do interesse pelas capacitações é que, com

Avaliados em R$ 4,5 milhões, estão de acordo com os padrões

frequência, atualmente, todas as vagas são ocupadas.

mais recentes tanto em qualidade quanto em cuidado ambiental

Se a distância até a escola em Porto Alegre representa um

114

suas linhas industriais, o que faz com que sejam mais eficientes e

e segurança no trabalho.

Nossa História


Divulgação Carlota Pauls, Acervo Sindigraf-RS

Inaugurado em 1980, o Centro de Formação Profissional Senai Artes Gráficas Henrique D’Ávila Bertaso é parceiro do Sindigraf-RS na qualificação de profissionais para trabalharem no setor

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

115


Entidades lançam livros para orientar e ensinar

116

Incentivadoras do uso de material impresso, as entidades

funcionários de empresas filiadas e associadas, desenvolve

do setor gráfico também utilizam livros, livretos e cartilhas

ações com o objetivo de multiplicar a consciência de preservação

para informar suas ações a empresas filiadas/associadas e à

dos recursos naturais. A finalidade do manual é ser um

sociedade. Assim foi feito com a finalidade de detalhar para

orientador para o industrial gráfico reduzir a geração de resíduos

empresários as boas práticas ambientais. O Sindicato da

com atitudes como a troca de produtos poluentes por outros

Indústria Gráfica no Rio Grande do Sul (Sindigraf-RS) lançou uma

menos agressivos.

publicação repleta de orientações para os empreendedores

Ainda na área de cuidados com a poluição, o Sindicato

adotarem na linha industrial com o objetivo de reduzir a geração

distribuiu entre suas empresas filiadas/associadas a publicação

de resíduos.

O Meio Ambiente e as Artes Gráficas, produzido pela Abigraf-RS.

Após ampla pesquisa e meticuloso trabalho de campo

De forma simplificada, mostrou, por meio de uma história em

durante três anos, em maio de 2006 ficou pronto o Manual

quadrinhos, que o cuidado para não poluir resulta em benefícios

Técnico Ambiental da Indústria Gráfica. No material foram

para a empresa, como ganho em eficiência.

reunidas informações sobre processos e poluentes, além de

A atuação do Sindicato foi além de publicações técnicas.

formas de evitar a degradação ambiental no dia a dia de quatro

Para o público geral, teve grande repercussão a edição de

sistemas de impressão: tipografia, offset, flexografia e serigrafia.

Nasce um Livro, lançada na Feira do Livro de 2004. Com texto de

A edição de 108 páginas resultou de parceria com o

Carlos Urbim e ilustrações de Artur Sanfelice Nunes, descreve,

Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado do Paraná (Sigep) e

de maneira bem visual, a história dos impressos, passando pela

com o Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo,

Bíblia de Gutenberg até explicações do tipo “como funciona” o

além das regionais gaúcha, paranaense e paulista da Associação

processo de impressão atualmente. Com o subtítulo “Tudo o

Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf). A participação de

que você sempre quis saber e não tinha para quem perguntar”,

órgãos governamentais de preservação ambiental também foi

a publicação atrai crianças e adultos pela forma como mostra as

imprescindível para a realização do trabalho.

diferentes etapas até um livro chegar às mãos do leitor.

A publicação foi um dos resultados do Grupo de Trabalho

A Feira do Livro de Porto Alegre de 2004 foi marcante para o

Ambiental do Sindigraf-RS. Formado por empresários e

Sindigraf-RS. Além de a entidade apoiar o evento, teve um estande

Nossa História


Reproduções

na praça da Alfândega e organizou palestras sobre as atividades do setor. O ponto alto foi o lançamento da publicação Nasce um Livro, com a distribuição de metade da tiragem de 100 mil exemplares. Aproveitando o tema, o Sindicato realizou o painel intitulado “Como nasce um livro: da concepção ao acabamento”. No estande do Sindigraf-RS o público conheceu as diferentes fases do processo gráfico de livros, da pré-impressão, passando pela impressão até o acabamento. A finalidade foi difundir os caminhos da produção de uma publicação, enfatizando aspectos intelectuais, artísticos, técnicos e tecnológicos. Um livro passa por diferentes etapas: pré-impressão (criação de arte e tratamento de imagem, por exemplo), impressão

(offset

e

digital)

e

acabamento

(plastificação, verniz, dobra, costura, grampo, cola, entre outros). E, no primeiro semestre de 1993, foi distribuída para alunos da 4ª série a cartilha Minha História. Voltada ao público infantil, mostrou o passo a passo o processo de produção e impressão de uma publicação. Com linguagem didática e muitas ilustrações, a finalidade era incentivar o hábito da leitura entre crianças. A cartilha, de autoria de Guido Heleno e ilustrações de Jô Oliveira, foi editada pela Abigraf Nacional em conjunto com a Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG).

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

Com textos de Carlos Urbim e ilustrações de Artur Sanfelice Nunes, a publicação lançada pelo Sindigraf-RS na Feira do Livro de 2004 descreve de maneira visual a história dos impressos 117


118 Nossa Histรณria

Acervo Sindigraf-RS


11/

Galeria de Presidentes

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

119



Os presidentes no comando das duas entidades As páginas a seguir são dedicadas para se conhecer

conduzir um sindicato ou uma associação é um trabalho em

um pouco mais sobre os presidentes que comandaram

equipe, em suas gestões todos contaram com o suporte, o

o Sindicato da Indústria Gráfica no Rio Grande do Sul

apoio, a troca de ideias e a intensa participação em reuniões

(Sindigraf-RS) ao longo de 75 anos. Já incluindo a gestão

e atividades dos integrantes da Diretoria.

(2017-2019), são 10 dirigentes que até este Jubileu de

Durante quatro décadas, não houve limite para

Diamante trabalharam para unir a categoria, fortalecer as

reeleição. A partir dos anos 1980, limitou-se a permanência

empresas, defender os interesses do setor, expandir os

no comando a dois mandatos seguidos. E desde 1977, o

negócios e preparar os empresários para mudanças de

presidente do Sindigraf-RS também preside a Associação

mercado. A tecnologia avança e é preciso acompanhar as

Brasileira da Indústria Gráfica – Regional Rio Grande do Sul

novidades. Como os presidentes são pessoas da linha de

(Abigraf-RS), fundada em Porto Alegre em julho de 1967.

frente da indústria gráfica, sempre conheceram bem a realidade do segmento.

Nestes 75 anos do Sindigraf-RS e 50 anos da AbigrafRS, todos os que dedicaram seu tempo para as entidades

Abnegados, competentes, realizadores e parceiros

deixaram um legado de realizações. Espelhado nos

são algumas das palavras frequentemente utilizadas

exemplos do passado e de frente para o futuro, o trabalho

para descrever os executivos à frente da entidade. Como

produtivo vai continuar.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

121


Reprodução

Nestor Pereira * Taquara, 24/5/1906 † Porto Alegre, 21/2/1981

Graduado em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1931

Período na presidência do Sindicato: 1941 a 1952

Diretor da Tipografia do Centro, integrou o grupo de executivos do setor gráfico que lançou a proposta de formação de um sindicato patronal, exigência da legislação trabalhista que entrou em vigor durante o governo Vargas. Além da atividade profissional na área gráfica e atuação sindical, foi deputado estadual e deputado federal na década de 1950. Ainda integrou o Conselho Deliberativo da Sociedade Ginástica Porto Alegre (Sogipa).

122

Nossa História


Reprodução

Acio Rinaldo Selbach * São Sebastião do Caí, 16/12/1915 † Porto Alegre, 27/1/1988

Economista

Período na presidência do Sindicato: 1952-1954

Era um dos sócios da Livraria e Editora Selbach, juntamente com os irmãos. A oficina gráfica ficava na rua Dr. Timóteo e a livraria, no Centro de Porto Alegre. O interesse pelo desenvolvimento do setor o levou a participar do Sindicato. Depois de deixar a presidência, ocupou outros cargos na entidade nos anos seguintes. Nos momentos de lazer, se dedicava à pescaria.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Reprodução

José Bertaso Filho * Porto Alegre, 7/9/1910 † Porto Alegre, 27/7/1983

Períodos na presidência do Sindicato: 1954-56, 1956-58, 1958-60, 1960-62, 1962-64, 1964-66, 1966-68, 1968-71, 1971-74 e 1974-77

Filho de José Bertaso, um dos sócios da Livraria do Globo, foi o presidente que permaneceu mais tempo no comando do Sindicato, numa época em que não havia limite para reeleições. A empresa na qual integrava a direção era forte em impressos padronizados e publicações de livros na Seção Editora, área conduzida de forma ascendente pelo irmão Henrique D`Ávila Bertaso – nome que batiza a escola Senai Artes Gráficas na capital. Em parte do tempo na presidência do Sindicato, José Bertaso Filho foi diretor da Revista do Globo, responsável por 378 edições da publicação. Ainda durante seu período à frente da entidade, integrou a diretoria da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Em um de seus últimos mandatos no Sindicato, a gestão passou de biênio para triênio.

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Nossa História


Martin Streibel, Acervo Sindigraf-RS

Henry Victor Saatkamp * Novo Hamburgo, 29/1/1928 † Porto Alegre, 25/8/2002

Períodos na presidência da Abigraf-RS: 1967 a 1986 Períodos na presidência do Sindigraf-RS: 1977-1980, 1980-1983 e 1983-1986

Era funcionário público concursado do IAPI (Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários) quando o sogro dele, um dos sócios da Tipografia do Centro, faleceu. Assim, Henry Victor Saatkamp passou a integrar, no fim dos anos 1950, a diretoria da empresa para ajudar nos negócios. Pouco depois, começou a participar do Sindicato com a finalidade de profissionalizar o segmento. Envolvido nas atividades da categoria, fundou, em 1967, a Associação Brasileira da Indústria Gráfica – Regional Rio Grande do Sul (Abigraf-RS), primeiro braço estadual da entidade criada dois anos antes em São Paulo. Entre 1983 e 1986, foi o primeiro dirigente gaúcho a presidir o Conselho Diretivo da Abigraf Nacional, o mais importante cargo diretivo do setor do país. A partir de sua gestão no Sindicato, novo estatuto passou a limitar a permanência de um presidente a dois mandatos seguidos. Quando eleito para o Sindigraf-RS pela primeira vez, em 1977, definiu-se que o mesmo dirigente também passaria a presidir a Abigraf-RS, cargo no qual já estava desde 1967. Assim, foi o primeiro a conduzir as duas entidades de forma simultânea.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Acervo Sindigraf-RS

Marco Aurélio Vieira Paradeda * Porto Alegre, 15/1/1946

Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1968

Períodos na presidência do Sindigraf-RS/Abigraf-RS: 1986-1989, 1989-1992 e 1998-2001

Iniciou no ramo gráfico como estagiário, em 1967, na antiga Tipografia Mercantil. Dois anos depois, a empresa passou a se chamar Grupograf, na qual chegou a ser diretor, trabalhando até 1998, quando o controle acionário da empresa foi vendido. Nesse ano, fundou com os dois filhos a Riverprint Impressos, empresa focada no segmento de etiquetas e rótulos adesivos, onde atua até hoje. Durante o período nas Diretorias do Sindigraf-RS e da AbigrafRS, participou do Conselho Consultivo da Abigraf Nacional. Na Fiergs/Ciergs, integrou diretorias durante 10 gestões, desde 1986, tendo nesse período atuado basicamente na área de Tesouraria. Em 2017, foi eleito vice-presidente do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul (Ciergs) na chapa do presidente Gilberto Porcello Petry (2017-2020). Como ex-presidente do SindigrafRS/Abigraf-RS, integra o Conselho Consultivo das entidades.

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Nossa História


Acervo Sindigraf-RS

Murilo Lima Trindade * Cachoeira do Sul, 2/4/1947

Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1972

Período na presidência do Sindigraf-RS/Abigraf-RS: 1992-1995

Trabalhava no setor bancário quando, em 1972, começou no segmento gráfico como sócio minoritário da Gráfica Lougraf. Em 1976, fundou a Trindade Indústria Gráfica. Além de atuar no Sindigraf-RS e na Abigraf-RS desde 1980 – participando de diferentes gestões nos cargos de tesoureiro ou integrante do Conselho Fiscal –, fez parte da Diretoria Plenária da Abigraf Nacional e do Conselho da Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG). Na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) foi primeiro-tesoureiro durante seis anos na gestão de Paulo Tigre, e por mais três anos no período de Heitor José Müller na presidência, depois permanecendo como diretor. Participa do Conselho do Sesi e do Sebrae e foi nomeado pelo Estado para o Conselho da Junta Comercial, Industrial e Serviços do RS (Jucisrs). Em 2017, frequenta o curso da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg). Também é integrante do Conselho Consultivo do Sindigraf-RS e da Abigraf-RS por ter presidido as entidades.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Acervo Sindigraf-RS

Manfredo Frederico Koehler * Santa Cruz do Sul, 30/8/1941 † Porto Alegre, 20/7/2015

Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1969

Período na presidência do Sindigraf-RS/Abigraf-RS: 1995-1998

Sempre atuou na Igel Embalagens, em Cachoeirinha, onde era um dos sócios e chegou a integrar o Conselho Administrativo. Antes de ocupar a presidência das duas entidades do setor gráfico no Rio Grande do Sul, foi secretário e tesoureiro. Também ocupou o cargo de vice-presidente da Abigraf Nacional.

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Nossa História


Acervo Sindigraf-RS

Carlos Evandro Alves da Silva * Belém do Pará, 12/8/1951

Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e em Administração Pública pela mesma instituição em 1974

Períodos na presidência do Sindigraf-RS/Abigraf-RS: 2001-2004, 2004-2007 e 2010-2013

Atualmente sócio-diretor da Print Press Formulários em Porto Alegre, começou no ramo gráfico em 1970. Era sócio-gerente da Alziro G. da Silva e Filho Ltda. quando, em 1979, criou a Tipograf – C. Evandro A. da Silva, uma empresa individual. Com a concorrência acirrada, em 1992 investiu em um segmento novo à época, o de formulário contínuo personalizado em pequenas quantidades. Assim, a empresa passou a denominar-se Print Press Formulários Ltda. Em 1989, começou a participar do Sindigraf-RS e da AbigrafRS como coordenador de grupos setoriais, depois diretorsecretário, vice-presidente e presidente por três gestões. Atualmente faz parte do Conselho Consultivo das entidades. Ainda integrou a Diretoria da Abigraf Nacional de 2001 a 2009. Na mesma entidade, foi vice-presidente do Conselho Diretivo de 2004 a 2007 e presidente de 2008 a 2009, sendo o segundo empresário com atuação no Estado à frente do mais importante cargo diretivo da indústria gráfica do país. É membro nato do Conselho Consultivo da Abigraf Nacional e também representante da Abigraf-Rio de Janeiro no mesmo Conselho. De 2005 a 2011, foi diretor e coordenador do Conselho da Pequena e Microempresa (Copemi) na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), e integrante do Conselho de Representantes da entidade. No mesmo período, presidiu o Conselho Consultivo na Escola Senai-RS Artes Gráficas e integrou o Conselho Temático Permanente da Micro e Pequena Empresa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Acervo Sindigraf-RS

Paulo Roberto Borgatti Coutinho * Arroio dos Ratos, 16/3/1959

Período na presidência do Sindigraf-RS/Abigraf-RS: 2007-2010

Em 1982, fundou a Indústria Serigráfica Tekne, em Porto Alegre, como empresa individual, transformando-a em sociedade familiar limitada em 1989 até 2017. Desde a fundação da empresa, participou ativamente das atividades do SindigrafRS e da Abigraf-RS. Em razão disso, foi convidado, em 1992, para fazer parte das diretorias das entidades, trabalhando como tesoureiro, secretário e conselheiro fiscal. O empenho na defesa do setor resultou em convite para concorrer à presidência, sendo eleito em 2007. Por ter sido presidente, integra o Conselho Consultivo do Sindigraf-RS e da Abigraf-RS.

130

Nossa História


DIVULGAÇÃO

Angelo Garbarski *Porto Alegre, 19/2/1943

Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUCRS) em 1968

Períodos na presidência do Sindigraf-RS/Abigraf-RS: 2013-2017 e 2017-2019

Durante 10 anos, atuou com repórter esportivo na Rádio Gaúcha e repórter do programa Ringue Doze, na TV Gaúcha. Depois entrou para a equipe da TV Piratini, sendo repórter e apresentador. Na TVE e no programa Bibo Nunes Show, no Canal 20 da Net, foi comentarista esportivo. Atualmente, comenta futebol no programa Dois Toques, na TVU. Por uma década, dirigiu a agência Prisma Publicidade, depois extinta. Ingressou no setor gráfico em 1969, trabalhando como assessor jurídico na Impresul. No início dos anos 1970, após uma oferta de venda feita pela família dona da empresa, adquiriu as cotas, passando a ser proprietário. Posteriormente, entraram os sócios Jairo Xavier Amaral, Regina Garbarski e Fernando Garbarski. Angelo iniciou a participação no Sindigraf-RS e na Abigraf-RS em 1978, sempre se destacando pela atuação em defesa do setor. Atualmente também é vice-presidente da Abigraf Nacional e diretor da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

131


132 Nossa Histรณria

Carlota Pauls, Acervo Sindigraf-RS


12/

Nasce a Abigraf-RS

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

133



Lado a lado, entidades ajudam setor a avançar A jornada do Sindicato da Indústria Gráfica no Rio Grande

do momento no qual as artes gráficas ganharam fisionomia

do Sul (Sindigraf-RS) em defesa do setor, trilhada desde agosto

de atividade realmente industrial, sentiu-se a necessidade da

de 1941, ganhou uma importante companhia a partir de julho de

criação de um organismo que amparasse a classe e assegurasse

1967: a Associação Brasileira da Indústria Gráfica – Regional Rio

um desenvolvimento harmônico e efetivo.”

Grande do Sul (Abigraf-RS). A ideia da nova entidade nasceu dois

Como empresário e secretário do Sindigraf-RS na época,

anos antes, durante o 1° Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica

Henry Victor Saatkamp participou do congresso no interior

em Águas de Lindoia (SP), entre 17 e 20 de junho de 1965. Nesse

paulista e com as definições como as já citadas começou

encontro, realizado no Tamoyo Hotel, foi constituída a Associação

a preparar a implantação no Estado de uma entidade que

Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf). A unidade gaúcha foi o

defendesse

primeiro braço estadual – atualmente há 22 regionais.

O objetivo era transformar a visão de concorrência que vigorava

o

interesse

dos

empreendedores

gráficos.

No congresso ficou definido que a missão da entidade

e promover a união de toda a categoria, fazendo com que os

nacional é “liderar, integrar e representar o setor gráfico,

donos de gráficas passassem a se ver como empresários. Assim,

valorizando a comunicação impressa e promovendo o

em 28 de julho de 1967, foi criada em Porto Alegre a Abigraf-RS,

desenvolvimento de seus associados e demais partes

com Saatkamp presidente – cargo que ocupou de 1967 a 1986.

interessadas”. Também houve o entendimento de que “a partir

O primeiro endereço da Regional foi na Gráfica Editora

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

135


Reproduções

A Nação, no Centro, onde o empresário trabalhava. Com a mudança da empresa para novas instalações na travessa Jaguarão, bairro São João, a sede da Abigraf-RS seguiu junto. Em entrevista ao Informativo Gutenberg de novembro de 1987, uma publicação da Abigraf-RS também com notícias do Sindigraf-RS, o empresário relatou os primeiros anos da entidade: – Quando voltamos de lá (de Águas de Lindoia, SP) sentimos que era tempo de fazer alguma coisa, de criar uma entidade que nos representasse enquanto empresários gráficos. Empreendedores da Serra que também estiveram no congresso criaram antes uma associação do setor no Rio Grande do Sul. Tão logo voltaram do encontro em São Paulo, começavam se articular. A primeira reunião em Caxias do Sul ocorreu em 20 de julho de 1965, a partir de convite encaminhado a 11 gráficas existentes no município. Pouco tempo depois, em 10 de agosto, houve a criação da União dos Gráficos Gutenberg (UGG). Nesse mesmo dia ocorreu a eleição da primeira diretoria. Foram eleitos Paulo Luiz Nora, presidente, frei Nilo de Segrêdo, vice-presidente, Marcos A. Rossi, secretário, e irmão Antônio Ghirighini, tesoureiro. A entidade iniciou sua caminhada com oito empresas associadas. Em 1968, já eram 153. Com um ano de vida, a UGG organizou em Caxias do Sul, em junho de 1966, o 1º Encontro de Industriais Gráficos. Entre outros assuntos tratados, empresários de 18 municípios Antes da formação da AbigrafRS, empresários constituíram em Caxias do Sul a União dos Gráficos Gutenberg (UGG), organizando encontros setoriais na Serra com participação de dirigentes de todo o país

gaúchos saudaram a criação da Abigraf Nacional. Em março de 1967, o segundo encontro ocorreu em Bento Gonçalves. Além da Diretoria do Sindigraf-RS, estiveram presentes dirigentes de entidades do setor no país, como Damiro de Oliveira Volpe, presidente da Abigraf Nacional e do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (Sindigraf-SP). Na abertura, Nilo de Segrêdo saudou os participantes e destacou a atividade desenvolvida pela associação na serra gaúcha: – Se quisermos garantir o dia de amanhã, projetar e

136

Nossa História


valorizar a indústria gráfica, devemos nos unir, congregar, estudar e debater em conjunto os múltiplos e complexos problemas que se fazem presentes – disse Nilo de Segrêdo. No final do evento, foi aprovada a organização do terceiro encontro, na primeira semana de setembro de 1968, também na serra gaúcha, na cidade de Canela. A cada realização, aumentava o número de participantes. Dessa vez, estiveram presentes cerca de 300 pessoas de 150 empresas vindas de seis Estados. Novamente participante de um evento do setor no Estado, Damiro de Oliveira Volpe, de São Paulo, foi relator do tema “A Abigraf, sua finalidade e

No Relatório da Diretoria 1970, a Abigraf Nacional saudou a fusão da UGG com a Abigraf-RS como um “fato que bem demonstra o amadurecimento do empresariado gráfico brasileiro”

planos para o futuro”. Em sua apresentação, o dirigente destacou o trabalho feito pela UGG a favor do associativismo: “a orientação

(Conlatingraf). Em março do ano seguinte, ocorreu a 1ª Assembleia

inteligente que lhe estão imprimindo os seus mentores é algo que

da Conlatingraf, em Caracas, na Venezuela, na qual Saatkamp foi

nos entusiasma e anima, mormente quando se tem presente a

eleito vice-presidente da entidade recém-criada. “A vice-presidência

circunstância de sua harmonização com a Abigraf-RS”.

desse órgão continental é ocupada por esse idealista extraordinário

A fusão da UGG com a Abigraf-RS ocorreu no ano seguinte,

que é o companheiro Henry Victor Saatkamp, presidente da

durante o 4º Encontro Regional de Gráficos, realizado em Passo

Abigraf-RS”, definiu Damiro de Oliveira Volpe, presidente da Abigraf

Fundo. No Informativo Gráfico, editado em Caxias do Sul,

Nacional e do Sindigraf-SP, como publicado no Boletim da Indústria

com data de agosto de 1970, a entidade publicou a manchete

Gráfica de setembro de 1968.

“A UGG faz fusão com a Abigraf-RS”. O trabalho conjunto a partir

Os ativos dirigentes da Serra que formaram e conduziram a

daí fortaleceu ainda mais o associativismo do setor no Estado.

UGG ocuparam importantes cargos na Abigraf-RS. Paulo Nora e

A Abigraf Nacional, no Relatório da Diretoria 1970, saudou a fusão

Nilo de Segrêdo foram vice-presidentes. Antonio Ghirighini ocupou

das duas entidades “fato que bem demonstra o amadurecimento

função titular de conselheiro fiscal. Walter Kessler, outro nome

do empresariado gráfico brasileiro”.

de expressão na Serra, que muito fez pela categoria e pelo setor,

– A União dos Gráficos Gutenberg se fundiu à Abigraf-RS,

teve extensa atuação na Abigraf-RS: em diferentes gestões foi vice-

uma vez que todos entenderam de maior eficácia a existência

presidente, titular do Conselho Fiscal e vice-presidente regional

de uma entidade única, já que os interesses eram comuns –

Caxias do Sul.

disse Saatkamp.

Também se destacam na jornada juntamente com Saatkamp

Uma das atividades iniciais do empresário à frente da

nomes que já eram atuantes há longa data no Sindigraf-RS: Rolf

Regional, e como integrante da diretoria da Associação nacional, foi

Rotermund, da Rotermund, de São Leopoldo, e Harro Otto Schmitt,

participar do 1º Congresso Latino-americano da Indústria Gráfica,

da Otomit, de Novo Hamburgo.

realizado em Mar del Plata, na Argentina, em novembro de 1967.

Mesmo com o apoio e a participação dos integrantes

No encontro houve encaminhamento de proposta para a

da Diretorias, Saatkamp cada vez mais se envolvida com a

fundação da Confederação Latino-americana da Indústria Gráfica

Associação, tanto que preferiu deixar de participar da direção do

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

137


ReproduçÃO

Sindigraf-RS a partir da gestão empossada em

Brasileiro da Indústria Gráfica (Congraf) foi

junho de 1971. Ainda na entrevista ao Informativo

realizado em outubro de 1996 em Canela, com o

Gutenberg, o empresário lembrou que a ideia

tema “O desafio da globalização”. Dentro desse

inicial era fazer igual a São Paulo, onde sindicato

assunto, decidiu-se pela criação de uma comissão

e associação tinham o mesmo presidente. Mas

permanente constituída por representantes de

os empresários gaúchos entenderam que a regra

Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai. O grupo

deveria ser mais flexível e não precisaria ser seguida.

tem a finalidade de conduzir negociações com

O comando nas entidades passou a ser o mesmo

governos desses países voltadas à harmonização,

a partir de 1977, quando Saatkamp, que presidia a

no Mercosul, dos regimes comerciais relativos

Abigraf-RS, foi eleito presidente do Sindigraf-RS. Isso

a máquinas, equipamentos, matéria-prima e

fortaleceu ainda mais a condução das principais

produtos finais do setor gráfico. Os participantes,

bandeiras defendidas pelo setor no Estado.

recepcionados pelo presidente do Sindigraf-RS/

Atuando também em prol do desenvolvimento das

Abigraf-RS, Manfredo Frederico Koehler, elogiaram

gráficas do Rio Grande do Sul, a regional gaúcha

o excelente nível da organização e a qualidade do

colabora permanentemente com a Abigraf na

conteúdo dos debates. Ainda no evento, a Abigraf

defesa do segmento.

Nacional informou que estava preparando a página

Essa proximidade, que começou com a

Diário de Notícias de julho de 1967 informou que empresários gráficos gaúchos preparavam o lançamento da Abigraf-RS

138

da entidade na internet – novidade para a época.

participação de integrantes da entidade nacional

Com um dos setores gráficos mais ativos no

nos eventos organizados ainda pela UGG na

país, o Rio Grande do Sul vai sediar novo encontro

serra gaúcha, foi ampliada com a realização do 4º

nacional, programado para 2019. O 17º Congresso

Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica, em maio

Brasileiro da Indústria Gráfica está previsto para

de 1976, em Caxias do Sul.

ocorrer de 15 a 17 de maio em Porto Alegre, na

Realizado nos salões do Clube Juvenil, o

Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul

Congresso reuniu cerca de 700 industriais do setor

(Fiergs). O evento tende a movimentar o setor e

e de empresas congêneres, como fornecedores

aproximar empresas filiadas e associadas.

de matéria-prima. Entre os assuntos, foi discutido

Para integrar o quadro social da Abigraf-RS, a

o aprimoramento dos fatores de produção e

gráfica deve ser associada ao sindicato que detém

comercialização, defesa de interesses em órgãos

a base territorial do município onde está sediada.

governamentais e integração da indústria gráfica

No Estado, são três entidades. Fundado em 1941,

nacional. Além dos três dias de reunião, os

o Sindigraf-RS, com sede em Porto Alegre, engloba

participantes destacaram o vinho, o churrasco e a

476 municípios. Reconhecido em maio de 1988,

hospitalidade gaúcha.

o Sindicato das Indústrias Gráficas da Região

Vinte anos depois, a Serra voltou a ser o

Nordeste do Rio Grande do Sul (Singraf-RS) atua

endereço de um evento nacional. O 10º Congresso

em 20 municípios na Serra e tem sede em Caxias Nossa História


FOTOS CLAUDIO SALDANHA, ACERVO SINDIGRAF-RS Presidente Marco Aurélio Paradeda conduz o 7º Encontro de Industriais Gráficos/RS, realizado na Fiergs, em Porto Alegre, reunindo empreendedores de todo o Estado para atualizar conhecimentos sobre a área Sindigraf-RS / Abigraf-RS

139


Fotos Acervo Sindigraf-RS/Abigraf-RS Encontro de Industriais Gráficos/RS sobe a Serra e oitava edição é realizada em Canela, reunindo participantes do país e do exterior. Da esquerda para a direita na mesa: Walter Kessler, presidente do Singraf (Caxias do Sul); Hamilton Costa, presidente da Abraform; Miguel Zavala, Asociación de Impresores del Uruguay; Luiz Carlos Mandelli, presidente da Fiergs; Max Schrappe, presidente da Abigraf Nacional; Murilo Trindade, presidente do Sindigraf-RS/Abigraf-RS; Paulo Afonso Pereira, diretor regional do Senai; e Luiz Vasone, vice-presidente da Abigraf-SP

Participantes de Congresso do setor gráfico na Serra conferem as novidades e as tendências apresentadas na Mostra de Máquinas, Equipamentos e Suprimentos organizada durante o encontro 140

Nossa História


Foto Rocha, Acervo Sindigraf-RS/Abigraf-RS Max Schrappe, presidente executivo da Abigraf Nacional; Manfredo Koehler, presidente do Sindigraf-RS/Abigraf-RS; Jacques Fernando Oppenheim, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos Gráficos (Abimeg); e Alberto Umaña Carrizosa, presidente da Confederação LatinoAmericana da Indústria Gráfica (Conlatingraf) abrem o 10º Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica (Congraf). Realizado em Canela em 1996, teve participação ativa de empresários e executivos do setor do Brasil e de países vizinhos, porque juntamente foi organizado o 1º Congresso Interamericano de la Industria Gráfica del Cono Sur (Grafsur)

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

141


do Sul. Há ainda o Sindicato das Indústrias Gráficas de Pelotas

Alves da Silva, disse que observou um crescente “interesse

(Singrapel), criado em novembro de 1990, com atuação apenas

pelo associativismo”:

no município-sede.

– Graças a essa demanda, voltamos nosso trabalho para

Por definição, sindicatos têm um viés de representação de

desenvolver e disponibilizar diversos serviços a todos os filiados

uma categoria profissional, enquanto as associações são voltadas

e associados. Quanto mais oferecemos, maior é a procura,

mais para o lado político e cultural. Na fundação da Abigraf foi

o que nos dá força para continuarmos a trabalhar para o

anunciado que a entidade “tem condições que a tornam capaz de

desenvolvimento de nosso setor.

preencher o vazio de atuação que se impede aos sindicatos, por força das disposições legais”.

de Industriais Gráficos do Rio Grande do Sul (Eigraf-RS). Na

Quando esteve à frente do Sindigraf-RS e da Abigraf-RS

primeira semana de dezembro de 1987, ocorreu o 6º Eigraf-RS.

em sua primeira gestão (2001-

Durante três dias, na Fiergs, os participantes acompanharam

2003), o empresário Carlos

palestras, debates e reuniões setoriais que levaram uma

Evandro Alves da Silva mostrou

significativa parcela do setor gráfico gaúcho a discutir suas

que a atividade da Regional vai

dificuldades e ainda traçar estratégias para os anos seguintes.

muito além do que o conceito

O encontro incluiu uma visita à indústria Riocell (desde 2012, a

descreve:

unidade pertence ao grupo chileno CMPC e passou a se chamar

A Abigraf-RS emite o Atestado de Capacidade Técnica para as empresas gráficas interessadas em imprimir documentos fiscais

não

Celulose Riograndense), no município de Guaíba, para os

trabalha só para promover

empresários conhecerem como é o processo de fabricação de

eventos técnicos e sociais, mas

um tipo de matéria-prima com que lidam diariamente.

Esta

também

diretoria

administrativamente

Duas realizações depois, o evento ganhou dimensão e

e politicamente, dentro e fora

tomou os ares da Serra. O 8º Eigraf-RS foi realizado em junho

do Estado.

de 1993 no Continental Serra Hotel, em Canela. Mais de

De

142

Entre as atividades, a Abigraf-RS organizou os Encontro

qualquer

forma,

250 empresários participaram ativamente dos dois dias de

obrigatoriamente, o Sindicato

discussões, debates e troca de ideias. A abertura contou com a

fica mais envolvido com assuntos patronais, como a assinatura

participação presidente da Fiergs à época, Luiz Carlos Mandelli.

de acordo coletivo. A Abigraf-RS se dedica, entre outras funções,

As palestras técnicas foram conduzidas por profissionais da

a organizar encontros para discutir temas do setor, participar de

Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG).

eventos no país e no exterior voltados para o segmento, além

Em um dos ambientes do hotel foi montada a Mostra

da emissão de pareceres técnicos. Também foi responsável

de Máquinas, Equipamentos e Suprimentos, apresentando

pela criação do Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica, em 2005,

as novidades no mundo da impressão. Nos intervalos da

concebido para destacar e reconhecer a produção dos impressos

programação, os participantes aproveitavam para ir ao local,

no Estado (leia no capítulo 13).

acompanhar demonstrações e ver detalhadamente os produtos.

Na edição número 100 da publicação Abigraf-RS em

O 10º Encontro da Indústria Gráfica do Rio Grande do Sul

Revista, em junho de 2003, o presidente à época, Carlos Evandro

(Encograf), realizado em outubro de 2002, reuniu empresários Nossa História


Acervo Abigraf-RS

gráficos, fornecedores, técnicos e profissionais no auditório do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS). Apesar da programação reduzida, contou com a presença de cerca de 150 participantes de 99 empresas. O tema “Globalização – a Indústria Gráfica do Século 21” conquistou a atenção dos presentes. Entre os palestrantes estava o presidente da Abigraf Nacional, Mário César de Camargo. A organização de eventos da Abigraf-RS vai além da divisa do Estado. Em 2016, a entidade, juntamente com as regionais de Santa Catarina e do Paraná, participou do 2º Seminário Sulbrasileiro da Indústria Gráfica. O encontro ocorreu na sede da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), em Florianópolis (SC). Em outra frente de ação, a Abigraf-RS, desde 2005, emite o Atestado de Capacidade Técnica (parecer técnico) para as empresas gráficas interessadas em imprimir documentos fiscais. A determinação é da Secretaria da Fazenda do Estado. A cooperação entre o Departamento da Receita Pública

Além de dar mais credibilidade e transparência ao mercado

Estadual e a Abigraf-RS foi definida por Instrução Normativa

gráfico, a intenção é coibir a falsificação e a produção irregular

e atende ao Decreto 43.688/05 do governo gaúcho. Pela

de documentos fiscais. Para colocar em prática essa missão, a

legislação, a impressão de documentos fiscais numerados

Abigraf-RS reformulou o site e passou a oferecer informações

por estabelecimentos gráficos fica condicionada ao prévio

com o nome e endereço das empresas gráficas, além do número

credenciamento da empresa na Receita e a comprovação de

do parecer técnico e a validade.

sua capacidade técnica, “mediante atestado a ser emitido por

Dentro das exigências legais, a Abigraf-RS também ficou

órgão representativo do setor gráfico e sediado neste Estado”.

responsável pela concessão do Atestado Técnico para Licitações.

O documento é elaborado com base em levantamento feito

O documento credencia empresas gráficas para participarem

pelo responsável técnico da Abigraf-RS no parque gráfico da

de processos licitatórios no Rio Grande do Sul encaminhados

solicitante. Com o parecer, a empresa pode obter a Autorização

pelo Poder Executivo. A exigência passou a existir conforme

de Impressão de Documentos Fiscais (AIDF) na Secretaria

redação dada pelo Decreto 50.576/13.

Estadual da Fazenda, bem como participar de licitações,

Para solicitar o atestado, é preciso ser uma empresa gráfica

concorrências públicas e outras atividades que necessitem

legalmente constituída, devidamente estabelecida e que tenha

apresentação de documento dessa natureza, tanto no Rio Grande

parque gráfico (equipamentos) em condições técnicas para

do Sul como em outros Estados. O parecer ainda indica os tipos

produzir impressos em escala. A validade do Atestado Técnico

de formulários que poderão ser produzidos pela empresa.

para Licitações emitido pela Abigraf-RS é de até um ano.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

Presidente do Sindigraf-RS / Abigraf-RS, Carlos Evandro Alves da Silva recebeu o presidente executivo da Abigraf Nacional, Mário César de Camargo, no 10º Encongraf-RS, em outubro de 2002

143


144 Nossa História

Abigraf-RS, Divulgação


13/

Empresas reconhecidas

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

145



Prêmio destaca a qualidade de impressos gaúchos Desde 2005, o meio do ano é sempre muito esperado pelas indústrias do setor. Nessa época, são conhecidos os ganhadores

declaração nesse sentido, dizendo que “por trás do resultado, há incontáveis benefícios”:

do Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica. O reconhecimento

– Visibilidade no mercado, credibilidade frente aos clientes e

foi idealizado pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica

fornecedores e motivação para os funcionários são alguns deles.

– Regional Rio Grande do Sul (Abigraf-RS) para destacar a

A sugestão para a Abigraf-RS ter uma premiação veio da

qualidade dos impressos produzidos no Estado, homenagear as

Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG), constituída

empresas vencedoras e valorizar a atividade. Ao mesmo tempo,

para difundir conhecimento e tendências na área. A entidade

a premiação é um caminho para as indústrias gráficas se

criou um reconhecimento nacional em 1991, que desde 1995 tem

tornarem mais conhecidas.

o nome Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando Pini.

Na época do lançamento do prêmio, o presidente do

Devido ao amplo conhecimento na comunicação gráfica, a partir

Sindicato da Indústria Gráfica no Rio Grande do Sul (Sindigraf-

de 2014 a coordenação do Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica

RS) e da Abigraf-RS, Carlos Evandro Alves da Silva, fez uma

passou a ser da ABTG, cuja experiência no ramo trouxe ainda

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

147


Na avaliação técnica, os jurados verificam aspectos de pré-impressão, impressão e acabamento. Na avaliação de criação, o design gráfico é considerado

características sobre a funcionalidade (escolha de materiais e adequação do projeto à sua finalidade, por exemplo) e o design gráfico (apelo estético, atratividade e qualidade visual). As notas técnicas têm peso dois, ou seja, dobram o valor dado pela comissão julgadora. As notas destinadas à criação dos produtos têm peso um. Cada peça pode ser inscrita somente em uma categoria, e não há limite para o número de trabalhos por gráfica. Em 2016, os 239 produtos inscritos foram analisados por 22 jurados técnicos e especialistas da área de criação, entre publicitários, designers, além de empresários e consultores especialistas em vários segmentos. O grupo usou de toda a sua

mais credibilidade ao resultado. A organização permanece

experiência e conhecimento em diferentes áreas para verificar

com a Abigraf-RS.

itens de pré-impressão, impressão e acabamento. Também

A seriedade e o profissionalismo são partes do prêmio.

contaram pontos questões relacionadas à funcionalidade e

A Comissão Julgadora é formada por especialistas em artes

ao design gráfico de cada peça. No final, foram 15 empresas

gráficas, de criação e design, e por profissionais vinculados

premiadas em 36 categorias e nove segmentos.

à ABTG. Eles não podem ter ligação com empresas do setor

Depois de organizada nos dois primeiros anos na

no Estado. Depois da votação, um escritório de auditoria

Associação Leopoldina Juvenil, em 2007 a festa de entrega

faz a apuração, registrando os nomes dos vencedores em

passou a ser promovida na Casa do Gaúcho, no Parque da

envelopes lacrados que são abertos somente na noite da

Harmonia. Já reconhecida como uma premiação relevante, na

cerimônia de entrega.

sua terceira realização o evento reuniu cerca de 850 pessoas.

São julgados diversos produtos gráficos, como livros,

– A escolha dos vencedores não consistiu em uma tarefa

rótulos, sacolas, cartões, convites, displays e embalagens (veja

fácil. As peças impressionaram os habilidosos jurados, que

neste capítulo quadro com os segmentos e as categorias).

com responsabilidade examinaram cada pormenor dos

Os jurados analisam individualmente cada uma das peças e

trabalhos – disse Paulo Roberto Borgatti Coutinho, presidente

atribuem nota de 1 a 10. Os impressos passam por avaliação

do Sindigraf-RS e da Abigraf-RS no período 2007-2010.

técnica, em que se verificam aspectos da pré-impressão

Na busca de um espaço maior para a concorrida

(resolução, nitidez, controle de gradações, contrastes e grau de

cerimônia, entre 2010 e 2013 o evento ocorreu na Sociedade

dificuldade, por exemplo), da impressão (saturação das cores,

Ginástica Porto Alegre (Sogipa). Desde a 11ª edição, em 2014,

precisão dos registros e reprodução de pontos de retícula) e

passou a ser realizada no Centro de Convenções da Federação

do acabamento das peças (utilização de operações manuais,

das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). A cerimônia de

eficiência e ausência de defeitos na montagem).

entrega é uma festa. Funcionários das empresas que concorrem

Na avaliação de criação, são anotadas pelos jurados 148

organizam torcidas, levam bandeiras e vibram muito por Nossa História


Acervo Abigraf-RS

O primeiro troféu premiou os vencedores apenas na edição de 2005. Durante 10 anos seguidos, o troféu recebido pelos vencedores foi uma cuia estilizada. O atual, um mapa do Rio Grande do Sul pintado com as cores do Estado, foi escolhido em concurso em 2016

suas peças preferidas. Quando conquistam um troféu, a comemoração fica completa.

A cada ano, o padrão elevado das peças chama a atenção do júri, mostrando a preocupação crescente do setor em aprimorar seus

De caráter amplamente democrático, o concurso é aberto à

produtos e torná-los cada vez mais competitivos. Os finalistas têm inscrição

participação de gráficas de diferentes portes de todo o Estado. Pequenas

automática e gratuita para o Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica

e grandes, da capital e do interior, ficam lado a lado, numa disputa na

Fernando Pini, desde que não tenham concorrido antes. As demais

qual vencerão a criatividade e a qualidade. O público geral também pode

peças inscritas no prêmio da Abigraf-RS garantem 20% de desconto no

conhecer os trabalhos concorrentes. As peças inscritas sempre ficam

concurso nacional.

expostas antes do evento. Em 2016, a exposição foi no DC Shopping, local de grande circulação de pessoas.

O Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica também é sempre um momento especial para que empresários do setor se reúnam com dirigentes

As gráficas das peças vencedoras em cada categoria levam para a sua

e equipes de entidades estaduais – Sindigraf-RS, Sindicato das Indústrias

galeria de prêmios um troféu que é um mapa do Rio Grande do Sul estilizado

Gráficas da Região Nordeste do Rio Grande do Sul (Singraf) e Sindicato das

nas cores da bandeira gaúcha. Lançado na edição de 2016, foi escolhido

Indústrias Gráficas de Pelotas (Singrapel), ligados à Abigraf-RS –, e da ABTG.

em concurso entre alunos do Centro de Formação Profissional Senai

Durante o evento, são feitas homenagens a fornecedores, distribuidores,

Artes Gráficas Henrique D’Ávila Bertaso. Entre 2006 e 2015, o troféu

prestadores de serviços e fabricantes de insumos e equipamentos

era no formato de cuia. Outra novidade em 2016 foi o uso da hashtag

para a produção de impressos. O 13º Prêmio Gaúcho de Excelência

#SouPrêmioGaúcho, o que possibilitou o registro e a busca de fotos de

Gráfica, em 2017, foi ainda mais especial porque a cerimônia ocorreu

associados ao tema nas redes sociais antes e depois da cerimônia.

juntamente com a festade 50 anos da Abigraf-RS.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

149


FOTOS ACERVO ABIGRAF-RS

1º Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica - 2005

2º Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica - 2006

3º Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica - 2007

150

Nossa História


4º Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica - 2008

5º Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica - 2009

6º Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica - 2010

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

151


FOTOS ACERVO ABIGRAF-RS

7º Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica - 2011

8º Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica - 2012

9º Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica - 2013

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Nossa História


10º Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica - 2014

11º Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica - 2015

12º Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica - 2016

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Segmentos e categorias do Prêmio Gaúcho de Excelência Gráfica

Segmento 1 – Livros Livros de texto Livros culturais, de arte, institucionais, ilustrados, técnicos e didáticos Livros infantis/juvenis Guias, manuais e anuários Photobook digital

Segmento 2 – Revistas Revistas periódicas de caráter variado sem recursos gráficos especiais Revistas periódicas de caráter variado com recursos gráficos especiais Revistas infantis/juvenis ou de desenhos Revistas institucionais

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Nossa História


Segmento 3 – Jornais

Segmento 7 – Comercial

Jornais diários

Cartões de mensagem

Jornais de circulação não diária

Convites Cartões de visita

Segmento 4 – Produtos para

Papelarias

Identificação

Impressos de segurança

Rótulos convencionais com e sem recursos gráficos especiais Rótulos em autoadesivo sem recursos gráficos especiais Rótulos em autoadesivo com recursos gráficos especiais Etiquetas Adesivos

Cadernos em geral Agendas Cardápios

Segmento 8 – Produtos próprios Kits promocionais

Segmento 5 – Acondicionamento Embalagens semirrígidas sem recursos gráficos especiais Embalagens semirrígidas com recursos gráficos especiais Embalagens de micro-ondulados com e sem recursos gráficos especiais Sacolas

Calendários Impressos promocionais Sacolas próprias Cartões de visitas e papelarias

Segmento 9 – Impressão serigráfica Impressão em serigrafia

Segmento 6 – Promocional Pôsteres e cartazes

Segmento 10 – Impressão em

Catálogos promocionais e de arte sem

substratos sintéticos

recursos gráficos especiais

Produtos impressos em substratos

Catálogos promocionais e de arte com

sintéticos (PVC ou polipropileno)

recursos gráficos especiais Relatórios de empresas

Segmento 11 – Inovação tecnológica ou

Folhetos publicitários

complexidade técnica do processo

Kits promocionais Displays, móbiles e materiais de ponto de venda de mesa Displays e materiais de ponto de venda de chão

Inovação tecnológica Complexidade técnica do processo

Calendários de mesa e de parede

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Com a sigla Singrar, a assinatura visual era representada por um cilindro de impressão em funcionamento. Um traço em cor vermelha destacava a tinta na máquina e unia o logotipo. Esse conjunto aparece em documentos a partir dos anos 1970.

Marcas na história Ao longo de 75 anos, a assinatura visual do Sindicato da Indústria Gráfica no Rio Grande do Sul (Sindigraf-RS) mudou. A Associação Brasileira da Indústria Gráfica – Regional Rio Grande do Sul (Abigraf-RS) utiliza a imagem nacional acrescida das iniciais do Estado

Quando a sigla foi modernizada para Sindigraf-RS, o símbolo do cilindro de impressão em funcionamento permaneceu. O traço de tinta foi ampliado para abranger a nova logotipia, agora com mais letras. 156

A partir de 2005, a assinatura visual passa a destacar o nome Sindigraf-RS, deixando as letras finais em vermelho para marcar o segmento de atuação do Sindicato. A nova versão foi utilizada por pouco tempo. Nossa História


Em 2006, a assinatura visual é atualizada e ganha movimento. Representa duas imagens de pessoas formadas por gotas de tintas para transmitir união, credibilidade e humanismo. O verde, vermelho e amarelo foram utilizados por serem as cores do Estado.

Na passagem do Jubileu de Diamante, a assinatura visual do Sindigraf-RS ganhou a companhia de um selo para lembrar os 75 anos da entidade. Em três dimensões, representa o processo de impressão.

A assinatura visual da Associação Brasileira da Indústria Gráfica – Regional Rio Grande do Sul (Abigraf-RS) segue o padrão da Abigraf Nacional. Para lembrar o Jubileu de Ouro da entidade gaúcha, foi lançado um selo comemorativo dos 50 anos. Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Bibliografia CAROPRESO, Luiz; GRAMANI FILHO, Plínio (coord.). 200 anos: indústria gráfica no Brasil – 1808-2008. São Paulo: Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf)/Clemente e Gramani, 2008

PEREIRA, Lígia Maria Leite. 200 anos: indústria gráfica no Brasil – trajetória em Minas Gerais. Belo Horizonte: Prefácio Comunicação, 2009

Sigep – 70 anos, História do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado do Paraná. Curitiba: Ponto Design, 2013

Livraria do Globo – Relatório da Diretoria 100 anos – 1883-1983. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1983

COSTA, Alfredo Rodrigues. O Rio Grande do Sul (completo estudo sobre o estado): obra histórica, descriptiva e illustrada. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1922

LIMA, Guilherme Cunha, O gráfico amador: as origens da moderna tipografia brasileira. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997

GOMES, Carla Renata Antunes de Souza. Entre Tinteiros e Bagadus: memórias feitas de sangue e tinta. A escrita da história em periódicos literários porto-alegrenses do século XIX (1856-1879). Porto Alegre: Programa de pós-graduação em História, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, UFRGS, 2012

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Nossa História


Periódicos e sites Sindigraf-RS Notícias Abigraf-RS Notícias Informativo Gutenberg Informativo Gráfico, da União dos Gráficos Gutenberg Boletim da Indústria Gráfica do Sindicato da Indústria Gráfica do Estado de São Paulo Site do Instituto Histórico e Geográfico do RS

Arquivos Museu da Comunicação Hipólito José da Costa, Porto Alegre Memória Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul) Memorial Sogipa

Jornais Diário de Notícias, Porto Alegre Jornal do Comércio, Porto Alegre

Arquivo de entrevista Entrevistas de empresários de Caxias do Sul concedidas à Temática Publicações em 2004

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Nossa Histรณria


ERS-235 km 70

O desenvolvimento do Estado passa pelas nossas estradas. A EGR é a empresa pública que administra as rodovias estaduais com pedágio. Por meio do seu trabalho, é possível realizar a recuperação, manutenção e ampliação de diversas estradas em muitas regiões, contribuindo para o desenvolvimento do Estado, a qualidade de vida e o futuro dos gaúchos.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

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Nossa Histรณria


FAZEMOS NOSSO PAPEL PARA QUE A LITERATURA CONSIGA EXERCER O SEU A formação de uma sociedade e o autorreconhecimento dentro da história passam por páginas escritas e muitas mãos, não só por meio da educação, mas também através da imaginação. Cada pedacinho de papel ganha o toque mágico e libertador da literatura e se perpetua com mais ternura em nossas vidas. Acreditamos que apoiar a literatura é fortalecer a cultura de um povo.

Sindigraf-RS / Abigraf-RS

fb.com/CeluloseRS celuloseriograndense.com.br

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Nossa história: Sindigraf-RS e Abigraf-RS foi composta em Open Sans, impressa em papel couché Suzano Press Matte 150 g/m² cedido pela Suzano Papel e Celulose na gráfica ANS Impressões Gráficas, em Porto Alegre/RS, em julho de 2017.



Coordenação editorial

apoio

DOS


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