Jornal do CRM-RR - Ed. 36

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Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima EDIÇÃO: 36ª | Fevereiro 2013

Demografia Médica Roraima possui 663 médicos, 0,16% de profissionais em relação ao país Pag. 2

Unimed

Modelo de cooperativa que deu certo em Roraima Pag. 4 e 5

CRM–RR entrega carteiras profissionais PÁg. 9

Entrevista

Conheça um pouco mais da pediatra Sandra Maria Lacerda Fernandes PÁg. 15


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EDITORIAL

Fevereiro - 2013

Brasil se aproxima dos

400 mil médicos

O

número de médicos em atividade no país chegou a 388.015 profissionais em outubro de 2012 e atinge a taxa de 2 médicos por 1000 habitantes, segundo o Conselho Federal de medicina. Com as faculdades brasileiras formando mais de 16 mil médicos por ano – entre outubro de 2011 e outubro de 2012, foram contabilizados 16.227 novos registros de médicos nos CRMs de todo o país. Com esse resultado, houve um crescimento no número de profissionais de 4,36%, sendo que, desde 2009, tem entrado no mercado de trabalho mais médicas que médicos. Nos últimos 40 anos o crescimento exponencial foi de 557,72%, enquanto que a população brasileira cresceu 101,84%. Em 1970 éramos apenas 58.994 profissionais em todo o país. No entanto, há um desequilíbrio na distribuição desses profissionais. Temos uma concentração maior nas regiões Sudeste com 2,67 médicos por 1000 habitantes e Sul contando com 2,09 médicos por 1000 habitantes, seguida da região Centro-Oeste que possui 2,05 médicos por mil habitantes e de uma menor concentração nas regiões: Norte, tendo 1,01 médicos por 1000 habitantes, e Nordeste contabilizando 1,2 médicos por 1000 habitantes. A região Sudeste tem uma relação médico habitante duas vezes maior que a do Nordeste, e mais que duas, quando comparada à região Norte. Já o Distrito Federal tem a maior relação médico habitante do país – 4,09 médicos por 1000 habitantes. A maioria dos Estados da região Norte e Nordeste tem menos que 1,5 médicos por 1000 habitantes. Nas piores colocações estão o Estado do Amapá (0,95), Pará (0,84) e Maranhão (0,71). Há diferenças gritantes entre a concentração de médicos nas capitais do país em relação aos municípios menos desenvolvidos. Nove capitais têm mais de 5 médicos por 1000 habitantes; razão acima da média dos países ricos da União Européia. O Estado de Roraima possui uma razão de 1,38 médicos por mil 1000 habitantes, com uma concentração na capital na razão de 2,05 médicos por 1000 habitantes. A questão que tanto se debate hoje no país é se faltam médicos, ou não, para atender a população. O Governo Federal há muito vem sinalizando em trazer médicos formados no exterior (brasileiros ou não) para atender nas áreas mais carentes do território nacional. Quer trazê-los, colocando-os no mercado de trabalho através da

revalidação automática de diplomas, sem equiparação curricular e sem exame de proficiência de língua portuguesa para os estrangeiros. Os responsáveis pelas políticas públicas de saúde no Brasil estão mais preocupados com a quantidade do que com a qualidade dos profissionais. Esta é uma visão pautada pelo interesse político-partidário e não em políticas públicas de saúde eficientes e de qualidade. No último estudo da Demografia Médica no Brasil, uma pesquisa de parceria entre o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP), sob a coordenação de Mário Scheffer, concluída em fevereiro deste ano, fica provado que o problema da falta de assistência médica no país está ligado a vários fatores, entre eles, a má distribuição desses profissionais entre as diversas regiões, estados e entre capitais e municípios do interior. O estudo nos mostra que a falta de médicos em muitas regiões, como é o caso da Amazônia Legal, está diretamente relacionada aos péssimos indicadores sociais – Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), baixa capacidade instalada de serviços de saúde, densidade populacional, extensão territorial e distancia dos grandes centros urbanos, com consequente ausência de meios de transporte e poucos meios de comunicação. O aumento exponencial do número de médicos no país não serviu para diminuir essa desigualdade.

Nos últimos 40 anos o crescimento exponencial foi de 557,72%, enquanto que a população brasileira cresceu 101,84%. Em 1970 éramos apenas 58.994 profissionais em todo o país.

Wirlande da Luz Presidente do CRM Roraima

Diante da evolução rápida de novos meios de diagnóstico e tratamento, o médico tende a se concentrar nos grandes centros para ter um melhor acesso aos cursos de atualização e à modernização tecnológica. Aliado a isto, há uma concentração maior de médicos nos grandes centros, porque estes locais oferecem outros serviços essenciais como boas escolas para educar seus filhos, abastecimento de água potável, serviços de transportes eficientes, bons serviços de saúde, dentistas, enfermeiros e outros profissionais. Portanto, a importação de médicos de outros países e a abertura de novas escolas médicas, por si só, não resolvem a carência ou ausência desses profissionais nas diversas regiões do país. Ao receberem seus CRMs, estes médicos certamente migrarão para as regiões com melhores Índices de Desenvolvimento Humano – IDH. O que o Governo Federal precisa fazer, é investir em infraestrutura nos municípios brasileiros, melhorar as vias de acesso e comunicação, estimular a produção nos diversos setores e criar Carreira de Estado para médicos. Sem isso, não conseguiremos diminuir a desigualdade na assistência médica entre as diversas regiões do país. Fonte: Demografia Médica Brasileira Volume 2 – Fevereiro/2013


ARTIGO

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Você decide “Man to Man is an arrant Wolfe.” (o homem E Freud? O que pensa? -“Uma satisfação é o lobo do homem) afirmou certa vez em De irrestrita de todas as necessidades apresenta-se Cive, Philosophicall Rudiments Concerning Gocomo o método mais tentador de conduzir nosvernment and Society o filósofo inglês Thomas sas vidas; isso, porém, significa colocar o gozo Hobbes que foi buscar a sentença na Asinaria antes da cautela, acarretando logo o seu próprio do também filósofo e dramaturgo romano Titus castigo (“ O mal estar da civilização”). Em “O Marccius Plautus: - “Lupus est homo homini, futuro de uma ilusão”, Freud afirma que, apesar non homo, quom qualis sit non novit”. dos esforços da sociedade, sempre existirá uma Thomas Hobbes o adaptou em seu liparte da humanidade que, em função de alguma vro Leviatã, asseverando que o egoísmo é o patologia ou do excesso de pulsão, permanecerá comportamento humano básico, ainda que anti-social. a sociedade tenta corrigi-lo favorecendo a Não podemos omitir as pesquisas da Neuconvivência. rociência. Ela tem demonsO escocês Adam Smitrado que áreas anatômicas th descreveu essa imagem - particularmente o córtex da natureza humana um pré-frontal ventromedial, pouco mais agradável. a ínsula, a amígdala e o Dizia ele que agimos em córtex somatosensorial diprincípio de forma egoreito - teriam ativação reduísta e isso seria um dos zida em comportamentos motivos da “prosperidade anti-sociais o que sugere da nação”. que essas regiões estariam É do filósofo e ecoassociadas à habilidade de nomista inglês John Stuart avaliar o prazer individual Mill a afirmação de que o e imediato e o bem estar homem é um ser egoísta alheio. Dr. Laerth Thomé, racional voltado para o Cheguei ao fim do Médico Psiquiatra ganho (comportamento artigo. Eis a questão: Você egocentrado). Essa coné ou não egoísta? duta visaria apenas a suprir suas próprias Se estiver confuso, tranqüilize-se, pois se necessidades ou as daqueles que lhe são mais existe algo que parece deixar poucas dúvidas próximos na crença de que os outros agirão uma delas è: O egoísmo faz parte da natureza da mesma forma. humana. Não é o que pensa o professor Armin Falk Se dúvidas teóricas existirem, sugiro da Universidade de Bonn. De acordo com Falk procurar a Professora Doria Knock do Fundo o homem é por natureza um “Homo reciproNacional Suíço de Neurociências Sociais e Afecans” (não busca sua própria vantagem mais a tivas da Universidade da Basiléia na Suíça ou equidade). o Dr. Roy Banmeiter na Universidade Estadual Mesmo que a busca pela equidade possa pada Flórida em Tallahassce nos Estados Unidos recer está fortemente introjetada no ser humano, da América do Norte. somos levados a concordar com as conclusões do Agora, se o questionamento lhe troucientista Ernst Fehr da Universidade de Zurique xe ansiedade, menos mal, mas, se nada lhe de que às vezes a busca por ela nos leva a agir de ocorreu, que tal pensar em se submeter a uma forma irracional. psicoterapia.

Expediente Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima DIRETORIA Presidente: Wirlande Santos da Luz 1º Vice-Presidente: José Antônio do Nascimento Filho 2º Vice-Presidente: Marcos Antônio Chaves Cavalcanti de Albuquerque 1ª Secretária: Marilza Bezerra Martins 2ª Secretária: Francinéa Rodrigues de Moura Tesoureira: Niete Lago Modernell Corregedor de Processos Éticos: Nilo Brandão Neto Corregedora de Sindicância: Blenda Avelino Garcia COMISSÃO DE ESPECIALIDADE: Presidente: Jucineide Vieira Araújo Membro: Blenda Avelino Garcia COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO: Coordenador: José Antônio do Nascimento Filho Membro: Luiz Andres Bazan Sanchez Membro: Victória Maria Leão de Aquino Botelho Membro: Nympha Carmen Akel Thomaz Salomão Membro: Aderbal Alves de Figueiredo Filho Membro: Wirlande Santos da Luz Membro: Alexandre de Magalhães Marques COMISSÃO DE ASSUNTOS POLÍTICOS – CAP Coordenador: Helder Teixeira Grossi Membro: Blenda Avelino Garcia Membro: Magnólia de Sousa Monteiro Rocha Membro: Wirlande Santos da Luz Membro: Wilson Franco Rodrigues Membro: José Nunes da Rocha CONSELHO EDITORIAL: Coordenador: José Antônio do Nascimento Filho Membro: Antonio Carlos Sansevero Martins Membro: Alberto Ignácio Olivares Olivares Membro: Francinéa Rodrigues de Moura Membro: Wirlande Santos da Luz COMISSÃO DE EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA Coordenador: José Antônio do Nascimento Filho Membro: Marilza Bezerra Martins Membro: Antonio Carlos Sansevero Martins Membro: Alberto Ignácio Olivares Olivares Membro: Mauro Shosuka Asato Membro: Jucineide Vieira Araújo CÂMARA TÉCNICA DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Jucineide Vieira Araújo José Antônio do Nascimento Filho Niete Lago Modernell Nilo Brandão Neto Maria Hormecinda Almeida de Souza Cruz Douglas Henrique Teixeira COMISSÃO DE TOMADA DE CONTAS Alberto Ignácio Olivares Olivares Luiz Andrés Bazan Sanchez Carlos Alberto Fernandes Neves COMISSÃO DE LICITAÇÃO PERMANENTE Presidente: José Antônio do Nascimento Filho Membro: Marcelo Cabral Barbosa Membro: Sorahyda Monteiro de Alencar REPRESENTANTE DO CONSELHO ESTADUAL DE SAÚDE Nympha Carmen Akel Thomaz Salomão Nilo Brandão Neto REPRESENTANTE DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE Magnólia de Sousa Monteiro Rocha Francinéa Rodrigues de Moura Assessoria Contábil Carmélia Pereira Villa Assessoria Jurídica Kardec e Advogados Associados Assessoria de Comunicação Marta Gardênia Barros Jornalista Responsável Marta Gardênia Barros Revisão textual Rita de Cássia Costa Fotos Tiago Orihuela e Guilherme Moraes Projeto Gráfico e Diagramação David Eugene Impressão Gráfica Ioris

Errata Devido a um erro na impressão da edição de dezembro de 2012, este artigo está sendo republicado.

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Tiragem 1200 exemplares Av. Ville Roy, 4123, Canarinho, Boa Vista, Roraima Tel.: (95) 3623-1542 Fax: (95) 3623-1554 E-mail: crmrr@portalmedico.org.br Site: www.crmrr.cfm.org.br


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ARTIGO

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Unimed: Saúde e Cooperativismo H

á 23 anos, um grupo de 20 jovens médicos sonhadores, tendo à frente o Dr. João Fernandes, fundaram a Unimed Boa Vista. Na época era algo aparentemente impossível, mas tornou-se realidade. “O Crescimento da Unimed Boa Vista desde sua fundação, acompanhou o desenvolvimento do estado com progressões exponenciais

Atendemos uma parcela significativa da população do Estado, suprindo a carência da saúde de Roraima. Ao levarmos em conta que a grande maioria dos órgãos públicos possui a cobertura do plano de saúde da Unimed, podemos sentir melhor o quanto a administração pública e seus servidores são dependentes do atendimento prestado pela Unimed”

em alguns momentos e em outros vegetativos. Mas sempre em patamares compatíveis com os demais mercados nacionais, ocupando faixas que variam entre 6 e 8 por cento da população”, contou o médico João Fernandes. Além da Unimed- BV alcançar 18.500 usuários e contar com 112 médicos cooperados, também contribui para a economia local gerando 360 empregos diretos, 400 indiretos e 26 prestadores de serviços. Para João Fernandes, a Unimed de Boa Vista tem um forte papel no mercado médico de Roraima por ser uma alternativa autônoma e privada dentro de um contexto eminentemente público - os grandes empregadores são Estado, Municípios e Governo Federal com um contingente de clientes considerável advinda do antigo Território. Outro fator importante para Emanuel Licarião, atual presidente da Unimed Boa Vista e Presidente da Federação das Unimeds da Amazônia, é o alcance do atendimento prestado à população. “Atendemos uma parcela significativa

da população do Estado, suprindo a carência da saúde de Roraima. Ao levarmos em conta que a grande maioria dos órgãos públicos possui a cobertura do plano de saúde da Unimed, podemos sentir melhor o quanto a administração pública e seus servidores são dependentes do atendimento prestado pela Unimed”. Sem os serviços prestados pela Unimed, o Estado não conseguiria atender a toda sua população, que sofre com a pouca oferta de atendimento médico e a superlotação dos hospitais públicos. De acordo com Emanuel Licarião, a saúde suplementar no Brasil é a cada dia mais essencial para o Sistema Único de Saúde (SUS). “Hoje mais de 47,8 milhões de brasileiros possuem planos de saúde, cerca de 24,30% da população do país (segundo IBGE), o que poderia super lotar as intermináveis filas nos hospitais e centros de saúde públicos. Em Roraima o cenário não é diferente. Infelizmente, o Governo não suportaria a demanda de mais usuários em sua rede”. Com todas as dificuldades enfrentadas, como falta de profissionais e distância dos grandes Arquivo

Emanuel Licarião Presidente da Unimed Boa Vista e Presidente da Federação das Unimeds da Amazônia

A Unimed, em Boa vista, nasceu da ousadia e coragem de um grupo de jovens médicos


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unimedbv.com.br

centros, o presidente do CRM – RR e um dos fundadores da Unimed – BV, Wirlande da Luz, relata que nessas mais de duas décadas a instituição sempre priorizou a boa prestação de serviços e a ética médica como fatores sociais de relevância. “Trabalhar com saúde não é fácil, ainda mais quando se quer levar um atendimento de qualidade e humano à população. Ao longo dos anos, a Unimed – BV acompanhou o desenvolvimento tecnológico e modernizou aparelhos, equipamentos e estruturas adequados para garantir o melhor aos seus usuários. Levando conforto, segurança e assistência de qualidade”, disse Wirlande da Luz.

Os fundadores da Unimed – Boa Vista Em 16 de julho de 1985 foi realizada no auditório da antiga ASTER-RR, a Assembleia Geral de Constituição da Unimed de Boa Vista - Cooperativa de Trabalho Médico com os seguintes membros fundadores: Dr. João Fernandes da Silva Neto; Dra. Sandra Maria Lacerda Fernandes; Dr. Wirlande Santos da Luz; Dr. Mário Cesar Calegari; Dr. Ivan Ferreira de Souza; Dr. Pedro da Silva Santana; Dr. Luiz Araújo da Silva; Dr. Francisco Mineiro; Dr. Heleno José da Rocha; Dr. Djalma Pamplona dos Santos; Dr. Carlos Alberto Fernandes Neves; Dr. Francisco Chagas dos Santos; Dr. Urzenir da Rocha Freitas Filho; Dr. Leopoldo Augusto de Araújo Ponchet Filho; Dr. Airton Rocha de Souza; Dra. Magnólia de Souza M. Rocha; Dr.Luís Carlos Pereira Dantas; Dra. Maria Letícia Buabssi; Dr. Aderbal Alves de Figueiredo Filho; Dr. José Coimbra da Trindade Filho e Dr. José Mozart Holanda Pinheiro Foto Jr

Surgimento das Cooperativas no Brasil O surgimento do cooperativismo no

cimento no número de cooperados, que passou

mundo se deu com o início do processo

de 4,78 milhões para 8,25 milhões em 2009. No

de industrialização. O movimento coope-

mesmo período, o número de empregados de

rativista rapidamente se propagou por ser

cooperativas passou 175,4 mil para 274,2.

identificado como uma atividade geradora

Segundo dados da Organização das Coo-

de emprego e riquezas. No Brasil, o início do

perativas Brasileiras (OCB), o cooperativismo é

cooperativismo se deu em 1891 com a criação

responsável por mais de 1 bilhão de empregos em

da Associação Cooperativa dos Empregados,

todo o mundo. Devido à importância da ativida-

em Limeira-SP e com a criação da Coopera-

de, o ano de 2012 foi batizado pela Organização

tiva de Consumo de Camaragibe, no Estado

das Nações Unidas como o Ano Internacional do

de Pernambuco, em 1894.

Cooperativismo. No segmento de Cooperativas

A partir de 1932, com a promulgação

Médicas, o mais importante no país é o Sistema

da Lei Básica do Cooperativismo Brasileiro,

Unimed. Criado em 1967 em Santos-SP, surgiu

aliado ao estímulo do Poder Público, a ati-

para combater a intermediação do trabalho mé-

vidade cooperativista no Brasil cresceu em

dico devido à crescente atuação da medicina de

todos os setores. Seu maior crescimento se

grupo no país, vindo a se tornar a maior Rede de

deu na década de 1990, considerada a década

Assistência Médica Suplementar do Brasil.

de ouro do cooperativismo. De 1990 a 2001, de acordo com o Departamento Nacional de

unimedbv.com.br

Registro Comercial (DNRC), o número de cooperativas cresceu de 4.666 para 20.579 cooperativas. Porém, em 2001 houve uma estagnação no setor. Mas, por outro lado, houve um cresunimedbv.com.br

Médico João Fernandes, um dos fundadores da Unimed Boa Vista

unimedbv.com.br


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FOTO ?

Qualificação e atualização para médicos e acadêmicos de medicina

U

ma das metas do CRM – RR para este ano é continuar oferecendo

aos profissionais residentes e acadêmicos de medicina, diversas qualificações e atualização por meio do programa de

“Não podemos apenas focar o trabalho no tratamento do diabetes, temos que educar”, delegado da SBD Edson Rodrigues Bussad

Projeto SBD Vai ao Gestor é apresentado a Roraima N

o dia 15 de março, o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes Balduíno Tschiedel estará em Boa Vista para apresentar o projeto “SBD Vai ao Gestor”. O encontro acontecerá no Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM – RR) e contará com a presença do presidente do CRM – RR Wirlande da Luz; do delegado da SBD Edson Rodrigues Bussad, além dos secretários de saúde do munipicio de Boa Vista e Estado de Roraima.

Não podemos apenas focar o trabalho no tratamento do diabetes. Temos que prevenir e conscientizar as pessoas, que a mudança de estilo de vida gera ganho na saúde e evita doenças. Essa conscientização é feita pela educação, e é isto que o projeto propõe: conscientizar a população. O diabetes é uma doença grave e aumenta a cada ano” Edson Rodrigues Bussad Delegado da SBD

O projeto “SBD Vai ao Gestor” foi criado ano passado pela Sociedade Brasileira de Diabetes. O objetivo é conhecer a realidade de atendimento aos portadores de diabetes nos estados brasileiros e oferecer aos Gestores Municipais e Estaduais, apoio técnico-científico para o aprimoramento de Programas de atenção a pessoas portadoras de diabetes. De acordo com Edson Bussad, no encontro, o projeto será apresentado aos gestores de saúde para que seja firmado um convênio, visando o desenvolvimento de atividades conjuntas de educação permanente e aprimoramento no que diz respeito a prevenção e tratamento do diabetes. O trabalho de educação em diabetes é realizado por uma equipe multidisciplinar, que envolve médico, psicólogo, enfermeiro, nutricionista e educador físico. “Não podemos apenas focar o trabalho no tratamento do diabetes. Temos que prevenir e conscientizar as pessoas, que a mudança de estilo de vida gera ganho na saúde e evita doenças. Essa conscientização é feita pela educação, e é isto que o projeto propõe: conscientizar a população. O diabetes é uma doença grave e aumenta a cada ano”, disse Edson. Para o presidente do CRM – RR Wirlande da Luz, tanto os gestores de saúde do Estado quanto a população sairão ganhando com a implantação do projeto. “O SBD vai ao Gestor é um projeto sério e já está sendo praticado em outros estados brasileiros. Trabalhar a educação da população é importante para ajudar na prevenção da doença e reeducar os que já convivem com o diabetes”.

Educação Médica Continuada (EMC). Os temas previstos para o primeiro semestre são: Atestado de Óbito (como procedimento); Médico Mídia, Medicina Comunitária; Antiobioticoterapia; Urgência e Emergência em Pediatria; Emergências em Cardiologia; Ortopedia e Diabetes. Há, também, proposta de uma pós-graduação em Perícia Médica. O vice-presidente do CRM-RR e coordenador do EMC José Antônio salientou que ano passado aconteceram diversos eventos que contribuíram para ampliar o conhecimento e atualizar a prática médica. Argumentou ainda, que este ano haverá uma grande variedade de temas a serem debatidos. “Nosso objetivo é que profissionais e acadêmicos sempre se atualizem, pois as capacitações são novas oportunidades de aprendizado e troca de experiência”, disse José Antônio

2012

No ano de 2012, o programa de Educação Médica Continuada (EMC) realizou 13 eventos: Curso de Fiscalização; Projeto FOR LIFE; I Simpósio Ortorrino e Oftalmo; Fórum de Urgência e Emergência; II Simpósio de Ortopedia e Traumatologia; V Simpósio de Medicina Tropical de RR; Campanha de Combate a Atestado Médico Gracioso e Valorize Seu Médico; Café Cientifico: Aborto uma Questão de Saúde Pública; entre outros.


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Guilherme Moraes

A nova diretoria do Sindicato dos Médicos tomou posse no auditório do CRM

Sindicato busca valorização da categoria médica O

ano de 2013 já começa em luta pela valorização da classe médica; reivindicação por salários dignos; formalização dos contratos trabalhistas e melhoria nas condições de atendimento. A bandeira da causa vem sendo defendida pela atual gestão do Sindicato dos Médicos de Roraima (Simed – RR) e apoiada pelo Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM – RR). Uma das primeiras demandas deste ano foi a intervenção e busca por solução para a situação dos médicos do município de Boa Vista. Desde que a crise financeira foi instalada, tanto a população como os profissionais sofrem com os desdobramentos e consequências de tal situação. Este ano, o Simed – RR reivindicou o pagamento dos salários dos médicos que estava atrasado desde dezembro e, também, pediu agilidade na definição contratual dos profissionais que fazem parte do programa Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Boa Vista. “É inadmissível que um médico que atua em benefício da população, que exerce a profissão muitas vezes sem condições, não tenha um

contrato formal, garantindo-lhe os direitos como acontece com qualquer outro trabalhador”, disse Wilson Franco, presidente do Sindicato. Em todos os processos e negociações, que o Simed – RR esteve à frente para defender a categoria, o CRM –RR também se envolveu, participando das reuniões e negociações. “Acreditamos que a união é o que fortalece a categoria. Já vimos muito descaso com os profissionais e com a saúde de um modo geral. Se a população sofre com a falta de serviços, os médicos passam pelo mesmo sofrimento”, disse Wirlande da Luz, presidente do CRM – RR. De acordo com o presidente da Simed – RR Wilson Franco, o papel do Sindicato é trabalhar em defesa da classe médica. E esse objetivo tem sido alcançado. Ano passado, uma das grandes conquistas foi a sanção da lei n° 049/12, que instituiu a Gratificação Permanente de Atividade Médica (GAM) para os ocupantes de cargos efetivos de médico no Estado, além de reajuste de 150% sobre o vencimento básico, para os que

É inadmissível que um médico que atua em benefício da população, que exerce a profissão muitas vezes sem condições, não tenha um contrato formal, garantindo-lhe os direitos como acontece com qualquer outro trabalhador” Wilson Franco Presidente da Simed

trabalham 20 ou 40 horas semanal. Posse da Diretoria - A nova diretoria do Sindicato dos Médicos de Roraima tomou posse no dia 8 de janeiro, numa solenidade no auditório do CRM – RR. Está a frente como presidente, o Dr. Wilson Franco e secretária geral Dra. Anete Maria Barroso de Vasconcelos.


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NACIONAL

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Roraima formou mais 24 médicos especialistas O

Hospital Geral de Roraima (HGR), por

“Quando não existia residência médica em

meio da Comissão de Residência Médica

Roraima, os médicos tinham que ir para outros

(Coreme), formou mais uma turma de médicos

Estados. A população sai ganhando, porque au-

residentes. A solenidade de entrega de diplomas

menta o número de profissionais especialistas”,

aconteceu no dia 31 de janeiro, no auditório do

disse Mauro Asato.

CRM-RR. Participou da entrega de diplomas o vice-governador Chico Rodrigues,

De acordo com o Secretário Estadual de Saúde, Leocádio Vasconcelos, o funcionamento

Com a conclusão da residência, Roraima

do Programa de Residência Médica em Roraima,

recebe mais 24 especialistas em: clínica médica,

conta com profissionais altamente qualificados e

cirurgia geral, videolaparoscopia, Infectologia,

com probabilidades de se fixarem em Roraima.

ortopedia, pediatria, Medicina da Saúde da Família e Comunidade.

PROGRAMA

O coordenador da Comissão de Residência

O Programa de Residência Médica existe há

Médica do HGR, Mauro Asato, destacou que o

13 anos e já formou 117 especialistas. As residên-

programa é uma oportunidade de aprimoramen-

cias são realizadas no Hospital da Criança Santo

to, pois é uma forma do profissional adquirir habi-

Antônio, Hospital Materno Infantil Nossa Senho-

lidades práticas inerentes à área que deseja atuar.

ra de Nazareth e no Hospital Geral de Roraima.

Geralmente, quando o médico faz residência em outro centro e é bem avaliado, acaba recebendo propostas para continuar ou para trabalhar em outros locais. Então, é de fundamental importância garantir a especialização desses profissionais dentro das nossas unidades” Leocádio Vasconcelos Secretário Estadual de Saúde

Guilherme Moraes


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A cerimônia de entrega das carteiras profissionais foi marcada por emoção

CRM- RR entregou carteiras profissionais para recém-formados

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o dia 28 de janeiro, último, no auditório do Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM-RR), foi entregue em solenidade especial, as carteiras profissionais para médicos recém-formados. Estiveram presentes na solenidade membros da diretoria do CRM - RR, Sindicato dos Médicos de Roraima, além da presença de familiares dos profissionais. A cerimônia teve início com palestra proferida pelo presidente do CRM - RR Wirlande da Luz, que desenvolveu tema sobre a responsabilidade do médico junto aos pacientes e familiares. “Para ser um bom médico são necessários três pilares: conhecimento científico, respeito ao paciente e compaixão. São itens essenciais que devem ser levados para o consultório e para o hospital. São importantes no dia-a-dia da prática médica”, disse Wirlande da Luz. Em seguida, Wirlande da Luz apresentou diversos artigos do Código de Ética Médica que tratam da relação médico e paciente. “O Código deve nortear a profissão de todo médico. Quem o seguir terá uma carreira de sucesso”.

O que mais marcou a cerimônia foi a participação dos familiares que, emocionados, entregaram as carteiras para os novos médicos. “Eu me senti muito honrada por ter entregado a carteira do CRM ao meu filho. Eu agradeço pelo esforço dele durante todo o curso. Fiquei muito feliz ao vê-lo realizar um sonho”, disse Célia Ribas, mãe do médico Alexandre Ribas Klippel. O médico Joel Gonzaga de Souza recebeu a carteira da esposa e dos dois filhos. “Para mim foi uma grande honra receber minha carteira ainda nesta gestão, pois, tem demonstrado grande carinho pela categoria. Agora, quero contribuir oferecendo atendimento de qualidade aos meus pacientes e pretendo lutar por maior valorização da classe médica”, declarou Souza. Além de receberem a carteira profissional, cada médico ganhou um kit contendo o Código de Ética Médica, Cartilha sobre Regras de Publicidade, Manual de Atendimento à Criança e ao Adolescente vitima de abuso sexual, Conflitos de Bioética e Cartilha sobre Queimaduras.

Para mim foi uma grande honra receber minha carteira ainda nesta gestão, pois, tem demonstrado grande carinho pela categoria. Agora, quero contribuir oferecendo atendimento de qualidade aos meus pacientes e pretendo lutar por maior valorização da classe médica” Joel Gonzaga de Souza Médicos recém-formado


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Conselhos de Medicina homenageiam profissionais que participaram do socorro às vítimas do incêndio em Santa Maria O

Conselho Federal de Medicina (CFM) e os 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) aprovaram em reunião realizada no início de fevereiro, em Brasília, nota conjunta das entidades com a qual prestam homenagem aos médicos que atuaram no socorro às vítimas do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS). O texto expressa o agradecimento dos Conselhos e ressalta o engajamento dos profissionais com a assistência aos necessitados.

Fotos: Divulgação

O despreendimento de vários colegas que, voluntariamente deixaram suas casas se apresentando nos hospitais para oferecer ajuda, comprova o compromisso dos médicos brasileiros com a defesa da vida e com os mais altos valores humanísticos e altruístas” Trecho do documento

Moção

Moção dos Conselhos de Medicina em agradecimento aos médicos que atenderam as vítimas do incêndio da boate Kiss Ainda sob o impacto da tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS), a qual deixou a Nação consternada, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e os 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) vêm a público prestar sua homenagem e externar seu agradecimento a todos os médicos que participaram do trabalho solidário realizado durante as ações de salvamento e de tratamento das vítimas.

Para as entidades, o valoroso empenho dos médicos gaúchos e de outros Estados no atendimento daqueles jovens foi decisivo para levar conforto e esperança a inúmeras famílias. O despreendimento de vários colegas que, voluntariamente deixaram suas casas e se apresentaram nos hospitais para oferecer ajuda, comprova o compromisso dos médicos brasileiros com a

defesa da vida e com os mais altos valores humanísticos e altruístas. O Brasil pode depositar sua confiança nos médicos, que, mesmo em circunstâncias adversas, estão sempre prontos a responder ao chamado daqueles que precisam de socorro. Desta forma, mais uma vez, os médicos comprovam seu importante papel e merecido valor diante de nossa sociedade.


NACIONAL

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Título de especialista passa a ser pré-requisito para ocupar cargo de diretor técnico de serviços especializados M

CFM

édicos que ocupam cargos de diretor técnico, supervisor, coordenador, chefe ou

responsável médico de serviços assistenciais especializados devem possuir título de especialista. A regra vale para estabelecimentos (especializados) de hospitalização ou de assistência médica pública ou privada em qualquer ponto do território nacional. A nova diretriz consta na Resolução CFM 2.007/13, publicada no dia 8 de fevereiro no Diário Oficial da União (DOU). O diretor técnico é o médico que responde eticamente por todas as informações prestadas perante os conselhos de medicina (federal ou regionais), podendo, inclusive, ser responsabilizado ou penalizado em caso de denúncias comprovadas. Pela nova regra em vigor, fica estabelecido que os profissionais que forem investidos desse cargo devem possuir título de especialista emitido de acordo com as normas do CFM. Cada médico pode responder pela supervisão,

-se em conta a disponibilidade limitada de recursos

suficientes à demanda assistencial para as titulações

coordenação, chefia ou responsabilidade por até

humanos na assistência à saúde pública. “Além de

referidas”, afirma o parecer que deu base à Resolução

duas unidades de saúde.

não serem indispensáveis [as titulações requeridas]

recém-editada.

No parecer CFM 18/12, sobre o mesmo tema, a

a sua rotina, seriam inviáveis na prática médica do

O estudo “Demografia Médica no Brasil”,

entidade já defendia esta determinação. A principal

país, pois não há, nos programas de pós-graduação

confirma esse entendimento. Quase metade dos

justificativa para a exigência desse pré-requisito se

sob responsabilidade do Estado, oferta de vagas

médicos brasileiros (46,43%) não possuem títulos de

baseia no fato de que a supervisão técnica de uma

especialização. A cancerologia, por sua vez, ocupa

equipe profissional está exposta, eventualmente, a

apenas o 27º lugar no ranking das 53 especialidades

decisões complexas, dependentes de maior conhecimento e reflexão. O documento divulgado pelo Conselho Federal no ano passado contestou aspectos contidos na Portaria 741/05, emitida pela Secretaria de Atenção à Saúde (SAS)/ Ministério da Saúde. Aquela norma da gestão determina a exigência de habilitação em Cancerologia/Cancerologia Pediátrica não só do res-

Na avaliação do CFM, exigir títulos de todo o staff médico é de obediência inexequível, levando-se em conta a disponibilidade limitada de recursos humanos na assistência à saúde pública.

em número de titulados. Ela concentra 2.577 profissionais em todo o país, o que corresponde a 0,96% dos títulos de especialização emitidos no Brasil. “O contingente de médicos habilitados em Cancerologia/Cancerologia Pediátrica é, sem dúvida, insuficiente”, aponta o parecer. O relator desse documento e também da Resolução CFM 2.007/13, o conselheiro Carlos Vital (1º vice-presidente da

ponsável técnico médico dos serviços de oncologia

entidade) ressalta que “devem ser envidados esforços

pediátrica (postura consoante com o entendimento

pelo Ministério da Saúde para que se harmonize a

do CFM), mas de todos os profissionais médicos

referida portaria da SAS com as concepções éticas

integrantes da equipe (exigência contestada pelo

Conselho Federal de Medicina, expressas nos dois

conselho médico).

documentos aprovados pela sua plenária”.

Na avaliação do CFM, exigir títulos de todo o staff médico é de obediência inexequível, levando-

Fonte: CFM


12 NACIONAL

Fevereiro - 2013

Conselho Federal de Medicina defende o parecer 39/2012 Parecer define critérios para a chamada disponibilidade obstétrica No dia 24 de janeiro, o Conselho Federal de Medicina (CFM) reiterou a posição expressa em seu parecer 39/2012, que define critérios para a chamada disponibilidade obstétrica. Em nota divulgada à sociedade, o CFM afirma que o documento não autoriza ou orienta o médico a fazer cobrança de taxa extra para acompanhar a realização de parto. Segundo a entidade, a orientação dada tem sofrido distorções por parte de alguns gestores e operadoras de planos de saúde. Segundo o Conselho, os médicos não querem penalizar ou criar problemas para as gestantes. O que se buscou com o parecer foi criar mecanismos que viabilizam o bom atendimento, com foco no equilíbrio das relações entre as operadoras e os médicos e a garantia de cobertura pelas empresas às gestantes. Na nota, o CFM explica que o parecer define que o honorário do parto do médico não pode ser custeado parte pelo plano de saúde e parte pela paciente. O pagamento deve ter origem em apenas uma fonte. “Se isso ocorre, não há dupla cobrança ou pagamento extra, este acordo não é antiético”, esclarece. O documento informa ainda que se a mulher

tiver interesse em que este obstetra a acompanhe em todas as etapas da gestação (inclusive no parto), ambos poderão firmar acordo fixando valor para que a disponibilidade obstétrica aconteça fora do plano de saúde. O pagamento gerará recibo que poderá ser usado em pedido de ressarcimento

Segundo o Conselho, os médicos não querem penalizar ou criar problemas para as gestantes. O que se buscou com o parecer foi criar mecanismos que viabilizam o bom atendimento, com foco no equilíbrio das relações entre as operadoras e os médicos e a garantia de cobertura pelas empresas às gestantes.

junto às operadoras ou ao imposto de renda. A mulher que não optar por esse acompanhamento presencial poderá fazer todo o seu pré-natal com um médico, e fazer o parto com profissional disponibilizado em hospital de referência indicado pelo plano de saúde. Esta possibilidade já estará coberta pelo valor pago por ela mensalmente. Finalmente, o CFM defende a ampliação do debate ao redor do tema, com a participação dos diversos segmentos envolvidos para assegurar o cumprimento de todos os aspectos legais e a definição de valores justos pela disponibilidade obstétrica do médico (a ser paga pelas operadoras). Neste aspecto, a nota aponta o desequilíbrio no setor. Levantamento realizado pela Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de São Paulo (Sogesp) revela que as operadoras de plano de saúde pagam ao médico, em média, R$ 353,00 pela realização de um parto. De 44 planos, 20 pagam de R$ 160,00 a R$ 300,00 pelo procedimento; outros 21, de R$ 304,00 a R$ 480,00; dois de R$ 528,00 a R$ 660,00; e apenas um o valor de R$ 1.181,40. Fonte: CFM

MS recebe estudo Demografia Médica e admite viabilidade de carreira para médicos do SUS Uma das soluções para a má distribuição dos médicos pelo Brasil, a criação de uma carreira de Estado para o médico do Sistema Único de Saúde (SUS), pode ser realidade ainda este ano. O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), Mozart Sales, deu este informe ao Conselho Federal de Medicina (CFM), durante sessão plenária realizada em fevereiro. Durante o encontro, o gestor do Ministério da Saúde também assistiu à apresentação dos resultados do estudo Demografia Médica no Brasil 2, o qual classificou como “fundamental” para entender

o atual cenário da força de trabalho disponível. “Ainda não vislumbramos a construção de uma carreira federal para os médicos, mas já discutimos no Ministério como induzir a criação de carreira de abrangência intermunicipal ou regional na atenção básica, numa articulação entre estados e municípios, com suporte do Governo Federal”, explicou Sales. De acordo com o secretário, esse processo aconteceria por meio de seleção pública, com possibilidade de gratificação e de reconhecimento pelas diferenças de localização, com premiação ao desempenho e avaliação, inclusive, da qualificação e da formação

dos profissionais. Num primeiro momento, as áreas de fronteira e indígenas seriam as únicas exceções para a implantação de uma carreira nacional, segundo o secretário. “Lançamos recentemente um edital de convocação para projetos de planos de cargos, carreiras e salários e, além disso, trabalhamos com algumas experiências estaduais – especialmente as da Bahia, Distrito Federal e Pernambuco –, as quais queremos que sejam implementadas ao longo de 2013”, completou. Mozart Sales se comprometeu a, futuramente, dar mais informações e debater a proposta com o CFM.


CULTURA

Fevereiro - 2013

13

Fotos: Hiran Lima

Carmézia: a primeira índia macuxi artista plástica A

artista plástica Carmézia Emiliano é um dos destaques da arte Naif em Roraima.

Ela nasceu no ano de 1960, na Maloca do Japó, no município de Normandia. Chegou a Boa Vista com 30 anos e há 22 tem residência fixa na capital. Ela veio para a cidade sem grandes pretensões, mas logo descobriu duas paixões, que mudaram sua vida: o marido e a pintura. Nos primeiros meses morando em Boa Vista, Carmézia conheceu o marido, o artista

Carmézia Emiliano completará 21 anos dedicados à pintura

de circo conhecido como Léo Malabarista - que na época trabalhava como animador de festa infantil -, com quem está casada há 22 anos e têm 6 filhos. Carmézia começou a pintar de maneira autodidata em 1992, quando ganhou do cantor e poeta Eliakin Rufino: uma tela, pincéis e tintas. “Eu fui com o Léo numa exposição de quadros de Eliezer Rufino, irmão de Eliakim. No dia seguinte ele me deu o material e comecei a pintar”, disse Carmézia. Desde que pintou o primeiro quadro Carmézia soma mais de 400 obras. Algumas estão no seu acervo pessoal e as outras espalhadas pelo Brasil. O escritor Ziraldo, numa de suas vindas a Boa Vista, ficou encantado com o trabalho da artista e comprou três de suas telas: A Ceia do índio; Espremendo massa e Desfiando algodão. A sua carreira inclui exposições em Brasília, na Mostra Coletiva “Artistas Brasileiros - 2008”, organizada pelo Senado Federal; exposição individual no Palácio do Planalto e exposição individual - “Parixara” - Memorial dos Povos Indígenas. Teve ainda duas obras selecionadas e enviadas para a Bienal Naifs do Brasil 2008, promovida pelo SESC Piracicaba (SP). Tendo, uma de suas telas recebido menção honrosa pela Bienal. Suas obras obteve o Prêmio de Notoriedade Cultural concedido pelo Governo do Estado de Roraima, dentre outros.

Pintando a cultura indígena Carmézia Emiliano é da etnia macuxi. Mesmo após ter deixado a maloca do Japó, onde nasceu e viveu até aos 30 anos, ela procura manter os costumes, cultura e tradições do seu povo. Segundo a artista, uma das formas encontrada por ela para manter viva a cultura do povo macuxi é por meio da pintura. “Muita gente saiu da maloca e veio para cidade. Muitos abandonam nossos hábitos e cultura. Então, eu pinto a nossa cultura e tradições, para que nunca me esqueça do que gosto e de como vivemos lá”, explicou Carmézia. Os seus quadros retratam os hábitos indígenas, os animais, a pesca e as paisagens. As obras de Carmézia são produzidas em óleo sobre tela, uma técnica diferenciada pelas suas formas de aplicação, que tanto usa os pincéis e espátulas quanto os dedos para criar efeitos diferentes e diversificados. Vinte e um anos depois de pintar o primeiro quadro, a artista continua trabalhando em sua casa, uma humilde residência localizada na periferia de Boa Vista. Ela divide o talento e amor pela pintura com a dedicação ao circo itinerante do marido, no qual trabalha toda a sua família. “O circo também é uma grande paixão na minha vida. Sou eu que costuro as roupas dos palhaços e de todos os demais componentes.

“Ajudo em tudo; participo desde a organização da bilheteria e até mesmo fazendo pipoca”, contou Carmézia. Os interessados em comprar ou encomendar quadros, podem ir diretamente a sua residência localizada na Rua Flamboyant, número 2. Bairro Primavera. Boa Vista/RR, ou ligar para o número 3627-4952.

Primeiro quadro da artista, destaque da arte Naif em Roraima


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Fevereiro - 2013


Entrevista

Fevereiro - 2013

15

ENTREVISTA

Dra. Sandra Maria Lacerda Fernandes

N

Qual a motivação a levou a escolher a profissão de médica?

para o médico. Às vezes, em nossa clinica particular, chegavam mãezinhas sem nenhuma condição

esta 1ª Edição 2013 do Jornal

Medicina é o sonho de grande parte das

financeira com o filho nos braços, pois achava que

CRM/RR, a nossa entrevista é

crianças. Eu vejo isso, até mesmo no meu con-

não conseguiria ser atendida no hospital público.

com a médica pediatra Sandra Maria

sultório, quando pergunto aos meus pacientes

Então eu os colocava no meu carro, internava e

Lacerda Fernandes. Para os amigos e

o que eles querem ser quando crescer. Sonhava

tratava daquela criança. São fatos relevantes e mo-

familiares, ela é exemplo de amor e de-

desde criança em ser médica e consegui realizar

tivações importantes para o profissional médico.

dicação à profissão.

o meu sonho.

Sandra é amazonense, formou-se na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). No quarto ano de medicina começou a namorar um colega de curso. O relacionamento resultou em casamento que dura há 36 anos. Dessa união nasceram quatro filhos e, detalhe, todos escolheram a medicina como profissão. Já se passaram 32 anos desde que a pediatra Sandra chegou a Boa Vista. Ela veio com o marido para passar dois anos, pois ele fora convidado para trabalhar na Delegacia Federal de Saúde do (ex) Território de Roraima. A mudança de Manaus para Boa Vista foi bastante tranquila; ela conhecia a cidade, pois tinha o costume de passar as férias com parentes que aqui moram. Um dos motivos que a fez fixar residência em Boa Vista foi, naquela época, a falta de profissionais de medicina e as conquistas que aqui fizeram. Inclusive, foram empreendedores da área de saúde na instalação da primeira clínica médica da cidade de propriedade dela e do marido. Quando o assunto é pediatria, Sandra tem muitas histórias a contar. Atualmente, ela é presidente da Sociedade Roraimense de Pediatria e atende diariamente em seu consultório. E não pretende parar de atuar tão cedo. Acompanhe um pouco mais dessa história na entrevista a seguir:

O que a fez optar pela pediatria? Ainda na faculdade, me identifiquei com os trabalhos e procedimentos clínicos da área de pediatria e sempre gostei de lidar com crianças. Para ser pediatra tem que gostar bastante de crianças.

A senhora veio para ficar apenas 2 anos em Roraima, e já somam 32. Quais os motivos que a fizeram permanecer aqui? Eu sempre vinha pra Boa Vista e gostava muito. Ao vir para cá com meu marido já estava familiarizada com a cidade. Naquele período,

Como é o seu dia-a-dia profissional? Atualmente, eu atendo em meu consultório durante a semana e sou a presidente da Sociedade Roraimense de Pediatria.

Quais são as atividades que a senhora desenvolve na Sociedade Roraimense de Pediatria? Nós somos afiliados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Então, seguimos um cronograma de ações da SBP. Oferecemos diversos cursos e capacitações sobre ética médica; alergia; reanimação neonatal, entre outros.

entreguei de corpo e alma ao meu ofício. Fomos

Os seus filhos escolheram trilhar o caminho da Medicina. Esta é uma grande alegria para a senhora?

nós que montamos a primeira clínica particular

É uma grande alegria, sim. Tenho muito

havia uma maior carência de médicos aqui, do que em Manaus. Fui ficando, fui gostando e me

da cidade.

orgulho de ter meus quatro filhos doutores. Em casa falamos uma só linguagem.

E o que Roraima significa para a senhora? Significa minha vida. Aqui desenvolvi minha

O que a Medicina significa para a senhora?

carreira e os meus filhos foram criados em Boa

A Medicina é um sacerdócio. Se você pensa

Vista. Hoje, me considero mais roraimense do

em ser médico só para ficar rico, não vai a lugar

que amazonense.

nenhum. Medicina é a minha vida. Eu vivo isso.

Nessas mais de três décadas, a senhora tem histórias a contar sobre a profissão?

Quais são os principais atributos para ser um bom médico? Acima de tudo, respeito pelo paciente. É

Tenho sim. Tem pessoas que ao me encon-

necessário tratá-lo bem, como todo ser humano

trar dizem: - doutora, a senhora lembra que salvou

merece, e saber ouvir. O paciente gosta e precisa

a vida do meu filho? É um momento gratificante

ser ouvido.


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Fevereiro - 2013

MÉDICOS TRANSFERIDOS E INSC. SECUNDÁRIAS PERÍODO DE 18.12.12 A 20.01.13

Nº ORDEM

NOME MÉDICO

DESTINO

DATA DO ENVIO

01

ELZA GABRIELA DE BARROS PEREIRA

TRANSF- RO

18.12.12

02

SÉRGIO FELINO ABREU SEGUI

SECUND-PA

18.12.12

03

DALSON DENIS DA SILVA FEITOSA

SECUND - AM

19.12.12

04

JOSÉ NETO RIBEIRO DE SOUZA

TRANSF-GO

07.01.13

05

CHRISTINE CAPELASSO CAMPELO

SECUND-AM

10.01.13

06

AMANDA DE LENA MELGAÇO

SECUND- GO

08.01.13

07

SANDRA REGINA DE AZEVEDO PAIVA

TRANSF - DF

10.01.13

08

GABRIELA DE OLIVEIRA LIMA

TRANSF-AM

10.01.13

09

MIGUEL GABRIEL MAS MARTINEZ

SECUND – PA

10.01.13

10

CARLOS EDUARDO DE CAMPOS GUERRA

SECUND – PA

10.01.13

11

ANTONIO PALMA URUSHIMA

SECUND- SP

11.01.13

12

FRANCISCO FERREIRA DA COSTA JÚNIOR

TRANSF – PR

14.01.13

13

ANDRÉ SANTOS BAETA

TRANSF- ES

25.01.13

14

MARCELO ZEITONE

TRANSF- MS

25.01.13

15

ETIENE LUIZA BUSNELLO

TRANSF- SC

25.01.13

16

RAFAEL LIRIO BORTONCELLO

TRANSF- PR

29.01.13

17

WANDEMBERG TAPAJOS M. TRINDADE

TRANSF- PA

29.01.13

18

FREDERICO SANTOS DAVID

SECUND- MG

29.01.13

19

IZABEL LUISA FURLIN COELHO

SECUND – SP

29.01.13

20

JOSÉ LOPES CAVALCANTE JÚNIOR

TRANSF- AM

04.02.13

21

FRANKLIN QUEIROZ BARBOSA

SECUND – PB

04.02.13

22

EMANUEL RIAN BEZERRA DE MOURA

TRANSF – PI

06.02.13

23

CAMILO DALLAGNOL

TRANSF – PR

06.02.13

24

PRISCILLA RIBEIRO MARQUES

TRANSF - AM

06.02.13

25

LUCAS RIBEIRO SILVA OTAVIANO

TRANSF- SP

06.02.13

26

VALÉRIA Mª CAMPOS REZENDE

TRANSF – RS

06.02.13

27

ENEIDA COSTA RAMALHO

TRANSF - AM

15.02.13

28

JEAN KEYNE DUARTE SILVA

TRANSF – RO

20.02.13

RELAÇÃO DE NOVOS MÉDICOS INSCRITOS PERÍODO DE 25.10 A 13.12 DE 2012

Nº ORDEM CRM-RR

NOME: TIPO DE INSCRIÇÃO

01

1528

ARGÉLIA GOMES GRANJEIRO

PRIMÁRIA

02

1529

ARLEM CÉSAR DAMASCENO PEREZ

TRANSFERENCIA

03

1530

SILVIA MARIANE VASCONCELOS DOS SANTOS

PRIMÁRIA

04

1531

CIRCE BUENO BRASIL

PRIMÁRIA

05

1532

VIVINI CASTRO PERIN

SECUNDÁRIA

06

1533

ÉRICA PATRÍCIA CAVALCANTE BARBALHO

PRIMÁRIA

07

1534

BRUNO THALES PEREIRA DE OLIVEIRA

PRIMÁRIA

08

1535

ANA PAULA MAIELO BARRETO

SECUNDÁRIA

09

1536

CECÍLIA MENDES MARREIRO

TRANSFERENCIA

10

1537

YASSMIN SYAGHA

TRANSFERENCIA

11

1538

ANISSA ADRIELLE ARTIFÃO

PRIMÁRIA

CORREIOS CRM-RR

9912244223/DR/RR

Impresso Especial


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