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Revista-TECNICA #10 (julho-agosto)
Numa fase em que a pandemia pelo novo coronavírus perde força e começamos a aliviar as medidas impostas pelo governo, as empresas retomam a sua atividade. Foi um período em que o comércio internacional foi muito abalado, com as economias mundiais estagnadas pelas restrições impostas entre países, o canal Horeca praticamente estagnado pelo encerramento das unidades hoteleiras, restaurantes e cafés, que levou as empresas a apostar noutros modelos de negócio, como por exemplo o e-commerce. Há quem estime um salto de 5 anos nesta tendência, com um crescimento de mercado que ronda os 75%.
Foi um tempo de desaceleração que fez com que as empresas e organizações repensassem os seus modelos de negócio, demonstrando resiliência e o dinamismo necessário para uma retoma de sucesso. Mas novos e complexos desafios se colocam às empresas, entre elas a Descarbonização da Indústria, que integra a dimensão da transição climática no PRR e assinala o alinhamento nacional com as metas climáticas do Pacto Ecológico Europeu. Os instrumentos financeiros no âmbito do PRR destinam-se às empresas, com o objetivo de impulsionarem as transformações necessárias para reduzir as emissões de carbono e incorporar o hidrogénio e as renováveis nas estruturas e processos industriais, acelerando a transição para uma economia neutra em carbono. É um enorme desafio para as empresas e sobretudo para o setor cerâmico, considerando que obter e incorporar hidrogénio é um processo complexo, que necessita de investimento em investigação e desenvolvimento. Mas a solução não passa só por aqui e há outras medidas que devem ser avaliadas e adotadas, como a captura de carbono, a eletrificação, a eficiência energética e de recursos com a adoção de tecnologias mais eficientes, ou a eco inovação, a adoção de processos mais digitais, mais limpos, ou a adoção de medidas de economia circular, através da promoção de economias de baixo carbono ou simbioses industriais.
São áreas de desenvolvimento, onde o CTCV tem um papel crucial como centro tecnológico e de interface entre o conhecimento que se produz e as empresas. Não só na área da descarbonização, mas na procura de novas soluções, , no contexto da candidatura às Agendas Mobilizadoras do PRR, promovida pela APICER, o CTCV está comprometido em desenvolver em colaboração com as empresas do setor, projetos de I&D e investimento produtivo, que constituam a base de uma indústria inovadora, competitiva e de baixo carbono.
Ainda nesta edição da revista Técnica e em especial destaque, apresentamos um artigo de investigação sobre os produtos de Grés Porcelânico, que demonstra ser um produto de elevada resistência mecânica, produzido com matérias-primas maioritariamente de origem nacional, que lhe confere um carácter de exclusividade, quanto à valorização dos recursos minerais portugueses e minimização da pegada ecológica.
É um ano em que se realizará também a 4ª edição das Jornadas Técnicas da Cerâmica. Colocar o conhecimento e a tecnologia ao serviço das empresas em temas tão atuais como a descarbonização da indústria, a transformação digital, a inovação de produtos e processos, e a valorização da marca, é o mote desta iniciativa. Durante estes dias serão trazidos a palco, entre conferências, debates e workshops técnicos, conhecimento e networking entre empresas, fornecedores e entidades do sistema científico-tecnológico nacional e internacional.
Jorge Marques dos Santos
Presidente do Conselho de Administração do CTCV