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Editorial

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Normalização

Normalização

É com enorme orgulho que o CTCV inicia o segundo ano da Técnica. A primeira etapa rapidamente passou e apesar do contexto adverso para a Indústria e para a economia em geral, a revista teve em 2020 um impacto positivo, sendo possível afirmar que conquistou o seu espaço junto dos técnicos e industriais do setor.

É portanto um orgulho dar assim início a mais um ano, mas também uma responsabilidade, uma vez que queremos manter e melhorar o reconhecimento que esta publicação nos trouxe. E o contributo dos leitores será seguramente uma fonte de novo impulso, pelo que vos desafiamos a enviar-nos os vossos textos para os publicarmos e partilharmos pela comunidade técnica do setor.

O tema desta revista (Matérias-primas) é de vital importância para as nossas indústrias. A cerâmica é uma indústria transformadora que consome uma grande diversidade de recursos geológicos como matérias-primas. A qualidade dos recursos naturais nacionais e o reconhecimento internacional da Cerâmica Portuguesa contribuem para a força deste setor, mas apesar de existirem reservas importantes de matérias-primas no país, há também uma preocupação relacionada com o crescente consumo e o aumento das suas exportações, a par de posições extremistas e infundadas que se vão instalando na sociedade, que colocam em risco a exploração dessas indispensáveis matérias-primas.

A importância destes recursos geológicos a nível económico e social em Portugal não pode, também, ser dissociada de outros fatores. Com efeito, a exploração e valorização destes recursos podem ser discordantes com outros valores do património do país, sendo fundamental desenvolver soluções adequadas, quer ao nível técnico, quer político e regulamentar.

Nesta edição da Revista Técnica debruçamo-nos sobre o papel que a economia circular pode ter neste contexto, quer para a redução do consumo de matérias-primas naturais, quer para o reaproveitamento de resíduos incorporados como “novas matérias-primas”. Como sempre apresentamos também novos desenvolvimentos, quer na Indústria Extrativa, quer ao nível dos novos produtos e processos.

A leitura desta edição deixa patente que a sustentabilidade futura do setor cerâmico envolverá o delinear de estratégias que visem o controlo do consumo interno e das exportações de matérias-primas, e a procura de soluções alternativas quer ao nível das matérias-primas, quer das técnicas e processos produtivos utilizados, desde que não comprometam a qualidade dos produtos cerâmicos.

É necessário promover a cooperação entre os diversos intervenientes, nomeadamente entidades do sistema científico e tecnológico, empresas do setor dos recursos naturais e do setor cerâmico e reguladores. As perspetivas futuras envolvem desafios que poderão condicionar a evolução do mercado dos recursos naturais e do próprio setor cerâmico, pelo que um conhecimento profundo dos setores será estratégico para lhes dar resposta.

O CTCV continuará a trabalhar e a desenvolver novos métodos e novas soluções, em prol da sustentabilidade dos nossos parceiros na indústria.

Jorge Marques dos Santos Presidente do Conselho de Administração do CTCV

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