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A norma ISO 28000 / AEO Gestão da Resiliência e Capacidade de Adaptação das empresas
Ana Sofia Amaral e Marta Ferreira
O contexto atual de uma economia global incrementalmente competitiva, em estreita relação com riscos emergentes, requer que as empresas melhorem a sua resiliência e a sua capacidade de resposta à alteração dos contextos internos e externos.
Variações nos modelos de negócio, decorrentes da globalização, de cadeias de fornecimento mais complexas, do aumento das expetativas das partes interessadas e de riscos emergentes, requerem uma avaliação de riscos rigorosa, que deve ser suportada em dados credíveis e adaptada em contínuo ao contexto.
Uma resposta assertiva, rápida e ajustada, requer a adoção de modelos de gestão que permitam a melhoria da eficácia e eficiência dos seus processos, melhorem a qualidade dos seus produtos e serviços e reduzam custos de produção, ao mesmo tempo que devem garantir a segurança da cadeia de abastecimento.
A ISO 28000 (Gestão da Segurança da Cadeia de Abastecimento) é um documento normativo essencial que permite demonstrar uma abordagem avançada em termos de segurança, otimizar os processos de forma a assegurar que a cadeia de fornecimento tem capacidade de resiliência face a perturbações e assegurar que as empresas se apresentam como parceiros profissionais e credíveis aos clientes, autoridades e investidores. A implementação de requisitos da ISO 28000 é ainda um passe essencial para aceder ao estatuto AEO, cada vez mais solicitado por clientes da indústria da cerâmica e do vidro.
O processo de identificação e avaliação de risco proposto na ISO 28000 deve ser ajustado às particularidades de cada organização e do seu contexto. Deste modo, torna possível agir preventivamente, proporcionar confiança na gestão atempada de constrangimentos e cumprir condições contratuais, nomeadamente no que diz respeito a prazos, quantidades e qualidade.
Exemplos de riscos associados à segurança da cadeia de abastecimento são apresentados de seguida:
Tipos de ameaças e riscos: Exemplo:
Falha física
Falha operacional Falha no sistema informático e de comunicação Segurança das instalações e perímetro Avaria de equipamento(s) crítico(s)
Internet, rede móvel,
Falha no equipamento de segurança Extintores, sprinklers
Ameaça à continuidade das operações
Rutura de stock, falha de eletricidade, gás Fora do controlo da organização Pandemias, greves Ameaça ambiental (alterações climáticas) Tempestades, chuvas torrenciais
Partes interessadas Colaboradores, fornecedores
Para além dos riscos devem ainda ser analisados constrangimentos operacionais a ter em consideração face ao contexto: • Implementar métodos relacionados com teletrabalho em situação de crise • Reorganização dos postos de trabalho para melhorar a segurança • Estabelecer e ajustar stocks de segurança • Identificar equipamentos produtivos essenciais para situações de alteração no binómio oferta-procura • Dotar as instalações de meios de vigilância • Implementar controlos de acesso às instalações • Estabelecer regras de circulação para pessoas fora da organização • Definir áreas de acesso restrito • Verificar condições de armazenamento e preservação do produto • Dotar as instalações de meios de combate a incêndios
O seguimento das orientações normativas no sentido de efetuar um levantamento eficaz, quer dos riscos, quer dos constrangimentos operacionais permitirá fortalecer a capacidade de resposta da organização e garantir a segurança de todas as cadeias de abastecimento de que faça parte. A ISO 28000 é o garante de uma estrutura de implementação, acompanhamento e monitorização sólida e sustentada.