Edição 39

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Você não precisa do R

CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES

ano 5 nº 39 janeiro de 2012 www.cut.org.br

imposto sindical

Divulgação

Saiba porque só a CUT defende a contribuição negocial definida pelos trabalhadores e como os sindicatos podem crescer com essa mudança

Professores preparam greve em defesa do Piso Nacional

Parizotti

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Prêmio CUT homenageia quem lutou pela democracia e liberdade

Parizotti

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CUT promoverá plebiscito sobre imposto sindical Página 6


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urtas Professores farão greve nacional pelo Piso Com organização da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), professores de todo o país promoverão nos dias 14, 15 e 16 de março uma greve nacional para exigir o cumprimento da lei nacional do piso do magistério e o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação.

Dino Santos

A Lei 11.738, sancionada em 2008 pelo presidente Lula, prevê que professores de nível médio que cumprem jornada semanal de 40 horas recebam, no mínimo, R$ 1.187,97 – em todo o território nacional. Porém, ao menos 17 das 27 unidades da Federação ainda não cumprem a norma.

Portuários vão cruzar os braços em 8 de fevereiro A Federação Nacional dos Portuários planeja para o dia 8 de fevereiro uma paralisação de 24 horas em alguns dos principais portos brasileiros. Em Santos, Vitória e no Rio de Janeiro os trabalhadores vão pressionar o governo a negociar o fim da intervenção do Portus, o fundo de previdência complementar dos portuários. Os trabalhadores vão bater o martelo sobre a manifestação no dia 24 de janeiro.

Em 2012, como decidido após amplo debate em todas nossas instâncias, a CUT vai levar a público algumas ações para divulgar por todo o País nossa campanha pelo fim do imposto sindical e pela criação da contribuição sobre a negociação coletiva, mudanças indispensáveis para que possamos atingir o objetivo maior de construir uma nova estrutura sindical, com liberdade e autonomia. Divulgação

expediente:

Também investiremos numa campanha publicitária para levar essa nossa mensagem a todos os trabalhadores e trabalhadoras.

Artur Henrique, presidente nacional

Latifúndio Midiota: crime$, crise$ e trapaça$, (Editora Papiro), de Leonardo Wexell Severo, será lançado com um coquetel no dia 7 de fevereiro, terça-feira, a partir das 18h30, na livraria Martins Fontes, da Avenida Paulista. A obra faz um apanhado de assuntos e pautas solenemente ignorados ou mascarados pelos conglomerados de comunicação, proporcionando o debate e a reflexão sobre as razões deste silêncio. Para o presidente do Centro Estudos de Mídia Barão de Itararé, Altamiro Borges, “o livro é uma arma afiada nas mãos dos lutadores do povo que não se deixam manipular e deformar pelos monopólios midiáticos”. A obra inaugura o selo Barão de Itararé.

Movimen o

Uma das ações que vamos levar a cabo neste ano é uma consulta, uma espécie de plebiscito, para perguntar aos trabalhadores de todos os ramos, mesmo aqueles que estão na base de outras centrais, se apóiam o fim do imposto sindical e sua substituição por uma contribuição que só será cobrada anualmente se for aprovada em assembleia.

Este será certamente um dos nossos maiores desafios em 2012 e esperamos que o ano fique marcado positivamente por essa importante conquista.

Assessor da CUT nacional lança livro sobre Latifúndio Midiota

Editora Papiro

edi orial

O livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro, é um daqueles casos de silencio que faz um barulho danado. Inicialmente ignorado pela velha mídia, a obra que comprova os prejuízos das privatizações promovidas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e mostra os figurões que delas se beneficiaram, teve de virar tema de alguns veículos por conta do alarde que causou no mundo virtual. Muito além de um livro sobre a entrega do patrimônio público, virou uma publicação sobre comunicação e sobre a arte de tentar esconder o que não interessa a alguns setores da sociedade.

Jornal da CUT é uma publicação mensal da Central Única dos Trabalhadores. Presidente: Artur Henrique da Silva Santos. Secretária nacional de Comunicação: Rosane Bertotti. Direção Executiva: Antonio Lisboa Amâncio do Vale; Aparecido Donizeti da Silva; Carmen Helena Foro; Dary Beck Filho; Elisângela dos Santos Araújo; Expedito Solaney; Jacy Afonso de Melo; Jasseir Alves Fernandes; João Felício; José Celestino; Julio Turra; Junéia Martins Batista; Manoel Messias; Maria Julia Nogueira; Pedro Armengol; Quintino Severo; Rogério Pantoja; Rosana Sousa de Deus; Rosane Silva; Shakespeare Martins de Jesus; Vagner Freitas; Valeir Ertle. Jornalista responsável: Isaías Dalle (MTB 16.871). Redação e edição: Isaías Dalle, Leonardo Severo, Luiz Carvalho, Paula Brandão, Vanessa A. Paixão (secretaria e revisão), William Pedreira da Silva e Douglas Figueiredo (programador). Projeto gráfico e diagramação: TMax Propaganda. Capa: Toco Dias, Impressão: Bangraf. Tiragem: 20 mil exemplares.


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ultura

Liberdade e democracia, agora e sempre O 1º Prêmio CUT Liberdade e Democracia Sempre aconteceu no Teatro da Universidade Católica (TUCA), palco que muitas vezes abrigou manifestações contra a ditadura militar que tomou conta do país entre 1964 e 1985. A celebração, ocorreu em uma data histórica: no mesmo dia em que o general Costa e Silva baixava o Ato Institucional Número 5 (AI-5), responsável por fechar o Congresso, cassar mandatos parlamentares e suspender a garantia de habeas-corpus para os cidadãos brasileiros, a maior central sindical do Brasil e da América Latina celebrava quem jamais fugiu à luta.

Autor da música-tema da campanha pelas eleições diretas no país e um dos fundadores do PT, Wagner Tiso(Ao Piano) abriu o 1º Prêmio CUT

Parizotti

Parizotti

No último dia 13 de dezembro, a Central Única dos Trabalhadores reafirmou o compromisso com a liberdade e a democracia ao homenagear pessoas que dedicaram suas vidas a esses dois valores inestimáveis.

Parizotti

Os selecionados foram divididos em cinco categorias e os vencedores definidos por voto popular através de nossa página na internet. Ao final, coube a homenagem a uma personalidade vencedora da categoria Destaque na Luta por Democracia e Liberdade: o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, representado na ocasião pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto.

Maria Augusta (esquerda) recebe o abraço de Rosalina Santa Cruz. Ambas foram indicadas como destaques na redemocratização do país

Parizotti

Dino Santos

Dino Santos

Okamoto (Primeiro a direita), representou o expresidente Luis Inácio Lula da Silva como um dos premiados

Grupo de teatro popular União e Olho Vivo tocou o hino nacional com viola caipira, pandeiro e berimbau

O presidente da CUT, Artur Henrique, encerra a cerimônia que foi comandada pelo ator Paulo Betti e pela atriz Ester Góes (no púlpito)

Lula foi indicado como destaque pela luta por democracia e liberdade


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Acabar com o imposto sindical para ampliar a democracia

Em quatro anos de profissão, Valquíria afirma desconhecer qualquer ação de seu sindicato na central de atendimento onde atua, no Brás. Para ela, o imposto não contribui para melhorar as condições de trabalho. “O único benefício é conseguir descontos em pousadas. Para o operador de telemarketing, o sindicato não ajuda em nada.”

Dorival Elze

O retificador Pereira, associado aos metalúrgicos de São Paulo e empregado em uma empresa na Mooca, também está insatisfeito. “A impressão que se tem aqui é que fomos colocados para escanteio”. Em relação ao imposto, ele destaca o que parece óbvio. “Esse dia que é retirado do bolso do trabalhador é feito de forma arbitral. Se vivemos numa democracia, tem que ser

“Sem o sindicato iria ficar muito pior na parte da remuneração”, atesta o gerente de contas Mário Rocha, que trabalha em uma agência bancária na capital. A mesma visão tem Milton Cruz, operador logístico em uma montadora em São Bernardo do Campo, um dos berços da organização sindical por local de trabalho. “O sindicato é muito atuante e sempre está atento para saber como estamos sendo tratados pela chefia, para ver se as normas de segurança são cumpridas, se há alguma insatisfação.”

Pequenas lutas, grandes negócios Sem precisar passar pelo crivo democrático dos trabalhadores, o imposto sindical acaba por estimular o surgimento de entidades pouco representativas. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, o número de sindicatos – patronais e de trabalhadores – passou de 12.673, em 2009, para 13.848, no primeiro semestre de 2011. A média é de 1,6 sindicato criado a cada dia.

“O único benefício (do imposto sindical) é conseguir descontos em pousadas.” Valquíria Santos, operadora de telemarketing

Em agosto daquele ano, todas se comprometeram a apoiar o envio de um anteprojeto ao Executivo para implementação da contribuição negocial, conforme comprova o documento ao lado assinado por todos os presidentes. Três anos depois, apenas a CUT – que recebe a maior parte do imposto por ser mais a representativa, respondendo por 38,3% de todos os trabalhadores filiados a algum sindicato no Brasil – ainda mantém a mesma posição. As demais preferiram se aliar à posição majoritária das entidades patronais.

Desde 2004, o Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina também promove a devolução do imposto. “Devolver o imposto sindical fez com que crescêssemos e passássemos a privilegiar a associação e a conscientização dos petroleiros. O que nos dá legitimidade é o percentual de filiação”, comenta Anselmo Júnior, diretor da entidade.

“Se vivemos numa democracia, tem que ser negociado.” Milton Pereira, metalúrgico de São Paulo

Aquela direção recém-eleita, no entanto, tomou algumas decisões anteriores, tão polêmicas quanto. Uma delas foi acabar com o jetom (ajuda de custo) que era pago aos dirigentes – o presidente recebia 10 salários mínimos mensais, o tesoureiro oito e o secretário geral, sete salários mínimos, além das notas de reembolso de despesa que entregavam ao sindicato.

Como sustentar Alguns dirigentes favoráveis ao imposto alegam que se for obrigatória, os trabalhadores não aceitarão pagar a cobrança e deixarão de financiar os sindicatos. Não é o que acontece com quem está nas bases e é reconhecido pela categoria.

Segundo o dirigente, a CUT também aprofundará a luta pela ratificação no Brasil da Convenção 87 da Organiza

O Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São Paulo (SinergiaSP) ostenta com orgulho o título de primeiro sindicato cutista a abolir a cobrança do imposto sindical. Foi em 1987, após a eleição da chapa de oposição. Ao contrário do que alguns temiam na ocasião, a entidade enfrentou bem o desafio e cresceu, tanto na estrutura quanto na representatividade.

Paralelo a isso, a Central defende também a criação de uma lei contra práticas sindicais, como a demissão de dirigentes ou trabalhadores filiados, para que o sindicato tenham a garantia de ação junto às bases, inclusive, para promover campanhas de sindicalização.

A partir de 2008, com o reconhecimento legal, as centrais sindicais passaram a fazer parte da divisão desse bolo. Do valor total, 60% vai para os sindicatos, 15% para as federações, 5% para as confederações e 10% para as centrais sindicais. Outros 10% ficam para o governo.

Liberdade e autonomia – “Queremos mudar a estrutura sindical e vamos falar diretamente com os trabalhadores. Faremos uma ampla campanha, com plebiscito e abaixo-assinado para explicar que desejamos dar liberdade e autonomia para que decidam sobre a forma de sustentação das suas entidades e não um imposto que vem de cima para baixo”, destaca o presidente da Central, Artur Henrique (leia entrevista completa na página 7).

Primeiro a acabar com imposto sindical, Sinergia cresceu

Em 2008, presidentes assinaram compromisso para acabar com o imposto sindical. Só a CUT não mudou de ideia

ção Internacional do Trabalho (OIT). Ao permitir que os trabalhadores se organizem livremente, a norma acaba com a unicidade sindical, responsável por impedir a criação de um novo sindicato em uma base onde já exista outro. “Essas ações, combinadas, reforçariam os

“Tem que mudar. André Vasconcelos, vendedor de São Paulo

Ao acabar depois com a cobrança do imposto, o Sinergia definiu também que a mensalidade dos filiados seria de 1% sobre o salário, adotando assim o conceito de progressividade (quem ganha mais paga mais, quem ganha menos, paga menos). Em 1988, aconteceu a primeira rodada de devolução do imposto sindical, uma ação política que durou quase um ano e acabou por aproximar a entidade dos locais de trabalho de mais de 400 municípios paulistas. Os dirigentes visitavam as unidades do setor elétrico estatal e realizavam assembleias em que os trabalhadores recebiam um envelope endereçado nominalmente a cada um, contendo as cédulas correspondentes ao desconto do imposto. Esses encontros serviram para politizar o debate, para conhecer as reivindicações de cada local, para credenciar a nova direção e, de quebra, para realizar uma campanha de sindicalização. O processo continuou, até que em 1990, o sindicato ganhou a primeira ação na Justiça abolindo a cobrança.

O diretor da CUT e secretário de finanças da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público (Condsef) Pedro Armengol também aponta como exemplo as entidades do setor público. “A maioria das organizações de servidores nunca teve o imposto sindical e sempre se financiou com a contribuição associativa dos filiados definida em assembleia. E a maioria possui uma estrutura sólida, inclusive, do ponto de vista físico”, explica.

Simultaneamente à abolição do imposto e das campanhas de sindicalização, o Sinergia passou a submeter a cobrança da negociação coletiva a assembleias em sua base territorial. Somados à eleição de representantes sindicais em cada cidade onde havia unidades do setor elétrico, esses fatores fizeram com que o SinergiaSP saltasse, ao final daquele mandato, de três para 15 subsedes.

A verdade é que enquanto o imposto for a principal fonte de financiamento do movimento sindical, será um grande atrativo para quem não tem compromisso com a classe trabalhadora. Porque somente quem tem representatividade tem razão de existir.

“Sem o sindicato iria ficar muito pior na parte da remuneração.” Mário Rocha, bancário de São Paulo

A partir de 1995, quando o governo do PSDB deu início ao processo de privatização do setor elétrico e ao desmonte da estrutura, a partir do fatiamento e encolhimento das empresas, o setor diminuiu drasticamente. Atualmente o Sinergia tem 13 mil filiados em uma base de 17 mil trabalhadores.

Dorival Elze

A operadora de telemarketing Valquíria Santos, o retificador Milton Pereira e o comerciário André Vasconcelos tem em comum o fato de serem representados por entidades ligadas a centrais que defendem o desconto como é hoje, sem que a própria categoria possa decidir sobre pontos como valores e forma de contribuição.

Por outro lado, há quem seja contra a cobrança e mostre que ainda assim é possível manter a capacidade de organização. Caso dos bancários de São Paulo, Osasco e Região e dos metalúrgicos do ABC, dois sindicatos filiados à CUT que devolvem o valor arrecadado e mantém o principal papel que lhes cabe: lutar pelos trabalhadores.

sindicatos que tem associados voluntários e acabariam com a farra da indústria sindical”, acrescenta Artur.

Dorival Elze

Mas, o que pensa quem paga? No final de 2011, o Jornal da CUT foi às ruas da cidade de São Paulo para conversar com os trabalhadores sobre a atuação dos sindicatos em seus locais de trabalho e como avaliam o imposto sindical.

A situação não é diferente no ramo comerciário, segundo Vasconcelos, vendedor de uma loja no centro da capital paulista. Eles diz que o sindicato nunca esteve no local onde trabalha. “Só precisei quando fui fazer homologação e, mesmo assim, não olham nem na sua cara. Parece que estão fazendo um favor para você.” Sobre o imposto, é categórico. “Tem que mudar.”

Essa proliferação se torna um grande negócio para os oportunistas. Enquanto os sindicatos de fachada garantem o direito à cobrança, as centrais garantem números para receber o imposto – precisam ter ao menos 7% de representatividade. Ao contrário de unificar por ramos de atividade, como defende a CUT, para ampliar o poder de negociação e estabelecer acordos nacionais e pisos unificados, o imposto sindical promove a fragmentação. E quanto mais sindicatos, mais recursos.

Dorival Elze

A Central Única dos Trabalhadores defende desde sua fundação a substituição dessa cobrança pela contribuição negocial, definida democraticamente em assembleia pelas categorias. As demais centrais são contrárias.

negociado. Democracia é colocar tudo em votação”, define.

Dorival Elze

Em março deste ano, mais uma vez os brasileiros e brasileiras com carteira assinada terão descontado de seus salários o equivalente a um dia de trabalho. Sindicalizados ou não, todos serão obrigados a pagar o imposto sindical.

“O sindicato é muito atuante.” Milton Cruz, metalúrgico do ABC


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Fim do imposto sindi

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Por mudança na estrutura sindical, Central fará plebiscito nas bases Com início planejado para o período março/abril, momento em que os trabalhadores terão um dia descontado de seus salários em função do imposto sindical, a CUT fará um plebiscito junto aos brasileiros para perguntar se a maioria aprova ou não o fim do imposto e sua substituição pela contribuição da negociação coletiva, a ser aprovada sempre em assembleia democrática A Central Única dos Trabalhadores aposta que a ampla maioria dos trabalhadores apoiará a mudança. Mas, para isso, será necessário elaborar um discurso – e isso inclui materiais de comunicação, seminários,

atividades de formação, entre outros elementos – e uma estratégia para que a mensagem chegue sem ruídos ao público. Basta imaginar a resistência que possivelmente as demais centrais vão opor a essa nova fase de nossa campanha para supor que não faltará quem queira confundir a opinião pública Porém, fundamental mesmo será a participação maciça de nossos sindicatos, levando a consulta aos locais de trabalho Neste momento, as secretarias nacionais da CUT já se dedicam a elaborar tanto o discurso quanto a estratégia necessárias para construir um bom e bem sucedido plebiscito. Ideias de nossos sindicatos

serão contribuições muito bem-vindas. Campanha publicitária – Com a participação de agência especializada, a Central também vai elaborar e levar ao ar uma campanha que pretende veicular na TV, rádios, internet e mídia impressa, para conquistar o apoio da classe trabalhadora e servir também como mais um dos elementos que usaremos para incluir o tema na agenda do Congresso Nacional. É lá que acontecerá uma rodada decisiva para atingir os objetivos: a aprovação da lei que criará a contribuição da negociação coletiva. A CUT planeja dar início à veiculação da campanha publicitária em nosso 11º Congresso Nacional.

In ernacional

CUT solidária à família de Wilson Pinheiro na luta contra a Warner Bros Chico Mendes, que posteriormente transformouse num ícone da luta ambientalista, compunha a diretoria do Sindicato comandada por Pinheiro, vindo posteriormente a ser a principal liderança do movimento em defesa dos povos da floresta. Em virtude deste compromisso, também foi assassinado, em dezembro de 1988, a mando dos latifundiários. Em 1994, a multinacional estadunidense Warner Bros produziu Amazônia em Chamas (The Burning Season), mas nada repassou sobre o direito de imagem à família de Wilson Pinheiro, que ainda hoje luta por uma justa indenização

diante dos imensos lucros obtidos com o filme. “Entramos na justiça acreana, ganhamos e o processo seguiu, mas voltou novamente. São indas e vindas em ações que duram mais de dez anos. Agora, é provável que no mês de fevereiro, o processo que foi ao Ministério Público estadual a pedido da desembargadora Eva Evangelista, vá finalmente a julgamento e tenhamos reparada a injustiça”, declarou Hiamar Pinheiro, filha de Wilson. “Além do filme ser mentiroso, a Warner também não respeitou os direitos da família”, declarou Abrahim Farhat Neto, contemporâneo dos dois sindicalistas e fundador da CUT no Acre. Solidária à luta por uma justa indenização, a CUT denunciará a postura da Warner Bros a nível nacional e internacional.

Acervo Centro Histórico Sérgio Buarque de Holanda

No dia 21 de junho de 1980 foi assassinado com vários tiros, Wilson Pinheiro, presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Brasiléia, no Acre, precursor do sindicalismo na região.

Wilson Pinheiro com filho no colo


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En revista

As outras centrais não querem mudar a estrutura sindical, mas nós queremos Plebiscito, abaixo-assinado, pesquisa e uma campanha de massa nos grandes meios de comunicação para divulgar aos trabalhadores a importância de substituir o imposto sindical pela contribuição negocial definida democraticamente em assembleia da categoria.

extremamente prejudicial aos trabalhadores. Enquanto a 158 sofreu perdas importantes em votações no Congresso Nacional. A agenda dos trabalhadores foi colocada em segundo plano. Precisamos de reformas estruturais para aprofundar mudanças.

Em 2012, a CUT utilizará o dinheiro do imposto para acabar com ele e uma das ações será dialogar com as bases. “Se você perguntar para os dirigentes de outras centrais e algumas entidades patronais, eles não querem mudar a estrutura sindical, mas nós queremos e vamos falar diretamente com os trabalhadores”, explica o presidente da Central, Artur Henrique.

Quais são essas reformas? Artur - Estamos falando das reformas política, tributária, sindical e da democratização da comunicação, que não avançaram. Além da reforma agrária, da aprovação da PEC do Trabalho Escravo (que destina à reforma agrária propriedades onde for flagrada situação análoga à escravidão) e da defesa das propostas da CUT na Conferência do Trabalho decente, como a luta contra o trabalho infantil e contra o trabalho escravo. No segundo semestre também atualizaremos nossa plataforma para as eleições, enfocando principalmente propostas para o desenvolvimento regional. Além disso, acabamos de participar do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Fundo Social do Pré-Sal. Serão trilhões de dólares que poderão ser aplicados para combater a desigualdade, para acabar com a miséria, para melhorar os salários e a renda, para fazer o que precisamos fazer.

Em entrevista ao Jornal da CUT, Artur comenta ainda a relação entre a pauta da classe trabalhadora e o Congresso Nacional, fala sobre a necessidade de o Brasil tocar reformas fundamentais como a tributária e a agrária e aponta como os trabalhadores podem intervir na discussão sobre a questão ambiental que deve ser um dos assuntos mais discutidos desse ano. Jornal da CUT - O ano de 2011 foi positivo para a Central Única dos Trabalhadores? Artur Henrique - Acredito que sim. Desde o início do ano, com a ocupação do Congresso, depois com o Dia Nacional de Mobilização e, posteriormente, voltando a pressionar os deputados e senadores no início do segundo semestre para que aprovassem nossa pauta na reabertura do parlamento, realizamos muitas lutas. Ajudamos a construir a Marcha das Margaridas e tivemos vitórias importantes como as categorias que conquistaram aumento acima da inflação. Mesmo diante da pressão sobre nós com aquela ideia de que era preciso controlar a inflação evitando dar aumento de salário. Mas as categorias foram à luta e aproveitaram o bom momento pelo qual estamos passando, apesar da crise internacional. Aprovamos também a política de valorização do salário mínimo, que teve agora agora no início de 2012 aumento real de 7,5% e será um importante instrumento para enfrentar a crise por meio do fortalecimento do mercado interno. O Congresso jogou contra os trabalhadores? Artur - A pauta dos interesses imediatos dos trabalhadores, como a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, o fim do Fator Previdenciário, a regulamentação da Convenção 151 da OIT (negociação no serviço público), a aprovação da Convenção 158 (para coibir a dispensa imotivada), a luta contra a terceirização, que precariza as relações de trabalho, tudo isso teve uma posição dos poderes, principalmente Executivo e Legislativo, que impediu avanços. Chegamos ao final do ano com a 151 parada na Casa Civil após dois anos de debate e depois de ter sido aprovada no Congresso. Tivemos também que fazer uma grande campanha contra um projeto sobre terceirização que ainda está sendo articulado por alguns deputados ligados a outras centrais sindicais e é

“Quem mais reclama dos impostos é quem não precisa dos serviços públicos” Em uma audiência recente na Câmara, somente a CUT defendeu o fim do imposto sindical, enquanto as demais se aliaram às entidades patronais. Ainda assim é possível acabar com o imposto? Artur - O que as demais centrais estão fazendo não cabe na nossa ética sindical. As outras centrais e alguma entidades patronais não querem mudar a estrutura sindical, mas nós queremos e vamos falar diretamente com os trabalhadores. Para isso vamos fazer uma ampla campanha, um plebiscito, abaixoassinado conversando com as bases. Queremos explicar que desejamos dar liberdade e autonomia para que decidam sobre a forma de sustentação das suas entidades sindicais e não um imposto que vem de cima para baixo. Isso será fundamental para que o movimen

to sindical brasileiro passe a construir entidades realmente representativas e preparadas para enfrentar os desafios da negociação coletiva e do contrato coletivo nacional por ramo de atividade. Os empresários voltaram a bater na tecla da redução de impostos, apesar de defenderem o imposto sindical. O que a CUT pensa sobre isso? Artur - Quando falamos em desoneração temos que voltar à tecla da reforma tributária. O Brasil não tem imposto sobre grandes fortunas, ao contrário de qualquer país desenvolvido. Se você cobrar 1,5% de 300 mil famílias que tem patrimônio acima de R$ 1 milhão você arrecada R$ 44 bilhões, valor suficiente para resolver o problema do financiamento da saúde, só para dar um exemplo. Em 2011, os empresários foram beneficiados com crédito mais barato e desonerações, mas não tivemos a implementação da progressividade dos impostos e a isenção do imposto de renda sobre a PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Quem mais reclama dos impostos é quem não precisa dos serviços públicos porque tem dinheiro para ir para o setor privado. Precisamos do Estado para garantir acesso universal à saúde de qualidade, educação, segurança. A desindustrialização também foi um ponto discutido. Como reverter esse processo? Artur - Precisamos investir em ciência e tecnologia para agregar valor ao produto e isso se faz com investimento público e privado. E nessa hora o sistema privado desaparece. Por isso queremos discutir uma conferência nacional do sistema financeiro para determinar o papel dos bancos e dos fundos de pensão. Se a decisão é aplicar em título, na Bolsa de Valores, terá que pagar imposto e caro porque não está produzindo absolutamente nada para o país. A questão ambiental estará ainda mais presente neste ano que com a Rio+20. Como a classe trabalhadora se insere nesse cenário? Artur - Para discutir desenvolvimento sustentável devemos dar o mesmo peso para quatro pilares: econômico, social, ambiental e político. Isso envolve a agenda do trabalho decente. Há uma diferença absurda entre o que ganham os catadores de material reciclável e o ganho da indústria de alumino por conta do trabalho agregado desses catadores, por exemplo. Quando se fala em emprego verde precisa verificar se há carteira assinada, respeito aos direitos. As pessoas podem ter acesso ao desenvolvimento sem que precisem ter seis geladeiras, 10 carros, quatro apartamentos, como ocorre hoje. Podemos estabelecer uma grande aliança dos movimentos sociais com os governos progressistas para trabalhar propostas de desenvolvimento que considerem a mudança no modo de produção e consumo e levem em conta outros indicadores além do PIB. Temos que ter indicadores de felicidade, de qualidade de vida e não apenas econômico.



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