Revista Universitaria

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Edição #7 Editor Renato Frigo Jornalista Responsável Mariele Parronchi - MTB 49090 Projeto Gráfico / Direção de Arte Clic Interativa / Ademilson Bispo Mídia Talitha Benevenuto Financeiro Rodrigo Conrado Distribuição A Revista Vida Universitária é uma publicação gratuita. Conheça também a nossa versão on-line: www.vidauniversitaria.com.br Impressão Gráfica Mundo Tiragem 3.300 impressões

// EDITORIAL

POLÍTICA PARA QUEM PRECISA DE POLÍTICA.

Renato Frigo O Editor

Aproveitando que em setembro comemoramos a independência do Brasil dedicamos esta edição para falar sobre política. E refletir sobre política é algo complicado no Brasil, mas que deve ser feito por todos desde o momento em que você percebe que vive em uma sociedade baseada em leis, direitos e deveres. E acreditamos que essa percepção começa no mesmo instante em que você ingressa na vida universitária. A história nos mostra que muitos universitários participaram do movimento político de maneira direta e isso não é estranho pois é justamente na faculdade onde você adquire a consciência necessária para entender o que é política e para que serve a política. E ai voltamos ao título deste editorial onde questiono a necessidade de perceber a política como algo primordial a vida universitária. A necessidade desse questionamento é mostrar a vocês universitários que todos nós precisamos da política, que a política existe na sua vida desde que você nasceu e que durante a sua passagem pela vida universitária ela vai estar presente todos os dias: seja com os professores, com os amigos de classe ou até mesmo na hora de realizar um trabalho em grupo. Para deixar esse debate ainda mais completo, temos a estréia do colunista Tales Calegari que vai estar presente todos os meses para falar sobre o movimento político universitário e temos um excelente texto do jornalista, e universitário, Alex Contin sobre a participação direta dos universitários no meio político. Para finalizar trazemos uma entrevista com Pietro Parronchi que vai falar sobre sua trajetória política e suas idéias sobre o papel dos universitários no contexto social. Fico por aqui e convido todos vocês a refletir sobre os assuntos abordados nessa edição expressando a sua opinião diretamente no nosso site www.vidauniversitaria.com.br


Créditos Colunistas/Expediente

CANAL

CE O ACO N T E ONDE TUD

Conheça os colunistas que colaboraram para esta edição da Vida Universitária...

Ademilson Bispo

Miriã Razzo

Tales Victor Calegari Victor Corte Real Alex Contin

BATALHA DE BANDAS

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Canal Você Sabia? Info Canções do Divã Quem vota nos vereadores? FalaLine Bandas Universitárias Política - Você conhece esta palavra? Poster Prancheta Garota VU Eu e Meu Curso Relax and Play MovimentAÇÃO Vida em República! Cenas da Vida Universitária Pietro - Um político apaixonado pela política AtéTuDi Charge

No próximo dia 27, às 14h, em São Paulo, acontece a "Batalha de Bandas", um festival aberto à bandas covers ou de som próprio de todas as tendências do Rock e Heavy Metal. Premiação em dinheiro ao 1º colocado e vale horas em estúdios para o 2º e 3º colocado, que serão escolhidos através de voto popular. Inscrições e informações pelo email aresproducoes@hotmail.com, MSN: andre_aresproducoes@hotmail.com ou pelo telefone (11) 8172-9153.

MULTIROCK FESTIVAL (Campinas - SP) Também no dia 27, Campinas sediará o Festival Multirock, que reune 14 bandas de vários estilos do Rock de Campinas e região. Ingressos antecipados por R$5 ou R$10 na portaria. Mais informações pelo site: www.woodstockmusicbar.com/27.jpg - Ingressos antecipados pelo email willianbailey666@hotmail.com

3º CONTATO - Festival Multimídia de Rádio, TV, Cinema e Arte A Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) realiza anualmente o Festival Contato. Este ano, o festival vai acontecer entre os dias 7 e 12 de outrubro e as obras aceitas deverão ser de caráter multimídia para pessoas com vínculo universitário. Mais informações pelo email festivalcontato@ufscar.br ou pelo telefone (16) 3351-8782.

CURTACOM 2009 - V Festival Universitário de Curtas Um evento cultural que visa estimular a produção de filmes curta-metragem nas Universidades e na comunidade em geral, criando novos espaços de expressão e integração na sociedade. Podem se inscrever alunos regularmente matriculados nas instituições de ensino superior, privado e público. Também serão aceitos trabalhos realizados por ex-alunos, desde que produzidos durante o período em que estavam matriculados. As inscrições serão realizadas no período de 1 de setembro a 14 de outubro de 2009. São gratuitas e deverão ser realizadas por meio de preenchimento de formulário específico que estará disponível no site www.curtacom.com.

CONTOS E CANTOS A contadora Malu Neves e a cantora Ana Salvagni realizam oficinas de canto e contação de histórias durante o segundo semestre deste ano, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi de Campinas. A atividade, que faz parte do Projeto Encontros da Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural da Unicamp (CDC), acontece nos dias 24 de setembro, 29 de outubro, 26 de novembro e 17 de dezembro, sempre às 19 horas.

EXPOSIÇÃO PAISAGENS CÓSMICAS: da Terra ao Big Bang Como parte das atividades do Ano Internacional da Astronomia, a Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) promove, até dia 30 de setembro, a exposição "Paisagens Cósmicas: da Terra ao Big Bang". A exposição faz parte do programa FETU (From Earth To Universe), um dos projetos pilares do mundial do Ano Internacional da Astronomia, e está sendo exibida em mais de 55 países. Mais informações pelo telefone (16) 3351-8747 ou pelo email cultural@ufscar.br.


VOCÊ SABIA?

INFO

FATO S E N OT Í C I A S PA R A Q U E M T E M F O M E D E CO N H E C I M E N TO.

Os candidatos políticos nos comícios eleitorais muitas vezes, distraídos, cumprimentam as próprias esposas. O governante que mais tempo se manteve no poder no mundo ocidental foi o rei Luís XIV, manteve-se no trono durante 72 anos. Seguindo o monarca francês vem Francisco José, do Império Austro-Húngaro, que reinou 68 anos. Em terceiro lugar está Vitória, rainha da Grã-Bretanha, que ostentou sua coroa por 64 anos. Na polêmica sobre o que é mito ou verdade no episódio da Inconfidência Mineira, está o retrato de Tiradentes. Para dar mais autenticidade ao toque do martírio, foi inventado um alferes de barba, parecido com Cristo, quando nem mesmo a sua fisionomia se conhece. Tiradentes só foi reabilitado como herói a partir de 1870, quando começou a propaganda republicana. Todos os retratos a ele atribuídos, com barbas ou sem barbas, foram pintados a partir do fim do Império.

Rádio USP traz programa sobre obras abordadas na Fuvest Joseph Stalin estudou para ser padre em um seminário teológico russo em Tiflis, na Geórgia, durante cinco anos. Foi um aluno modelo até tomar conhecimento das idéias políticas liberais que dominavam a cidade. Tornou-se marxista e entrou para o Partido Social-Democrata. Por isso, foi expulso do seminário.

A primeira mulher a obter um mandato público no Brasil foi Alzira Soriano, em 1928. Ela elegeu-se prefeita de Lajes, no Rio Grande do Norte, apesar da proibição de que mulheres se envolvessem em política. Sua vitória foi possível apenas depois de um recurso judicial.

O Brasil destaca-se na história dos serviços postais por ter sido o segundo país do mundo a emitir selos. O primeiro foi a Inglaterra. Em 1840, o governo britânico emitiu o selo de um penny, valor da menor moeda britânica em circulação. Trazia a efígie da rainha Vitória. O selo brasileiro começou a circular dois anos depois, por determinação do imperador Pedro II. Tinha o nome de olho-de-boi. Foi emitido com os valores de 30, 60 ou 90 réis, conforme se destinasse a selar correspondência para a mesma cidade, o país ou o exterior.

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NOTÍCIAS QUE CIRCULARAM PELO NOSSO BLOG

O programa Sala de Leitura, da Rádio USP (FM 93,7 MHz), vai trazer em setembro pesquisadores de literatura para comentar os nove livros indicados como leitura obrigatória para o vestibular da Fuvest 2010. www.vidauniversitaria.com.br/blog/?p=37143

App Store vai distribuir aplicativo criado por universitários Os estudantes do primeiro curso de programação para iPhone da Universidade de Stanford, na Califórnia, Estados Unidos, terminaram seu primeiro pacote de aplicativos para o telefone celular da Apple. www.vidauniversitaria.com.br/blog/?p=37026

Veja o Tewspaper, primeiro jornal online que reune conteúdo a partir do Twitter O Tewspaper foi lançado como o ‘jornal online sem redatores’, mas é, na verdade, um agregador de notícias que se baseia no Twitter. www.vidauniversitaria.com.br/blog/?p=36607

Elektro abre 20 vagas de estágio no estado de São Paulo A Elektro, empresa distribuidora de energia elétrica para 223 cidades no estado de São Paulo e cinco no Mato Grosso do Sul, abriu inscrições para 20 vagas de estágio. Os interessados em participar do processo seletivo devem se inscrever por meio do site www.elektro.com.br até o dia 27 de setembro. www.vidauniversitaria.com.br/portal/trampo_detalhes.php?ID_Vaga=111

Brasileiros dominam prêmios do Salão de Humor de Piracicaba O júri do 36º Salão Internacional de Humor de Piracicaba divulgou os vencedores da edição, aberta sábado (29), no Engenho Central. A exposição dos selecionados vai até 18 de outubro no armazém 14, agora batizado de Henfil. www.vidauniversitaria.com.br/blog/?p=36852


por Miriã Razzo

gente hoje anda / Falando de lado e olhando pro chão. / Viu? Você que inventou esse Estado / Inventou de inventar toda escuridão / Você que inventou o pecado / Esqueceu-se de inventar o perdão”. Essa foi uma das várias músicas vetadas pela censura ditatorial, e não só ela foi expulsa, como também seu autor, o próprio Chico, que foi exilado. Ele e muitos outros sofreram a mesma condenação por expressarem seus pensamentos de forma pública. Tudo aquilo que pudesse, de certa forma, influenciar o pensamento da massa, era rigidamente excluído pela censura.

Dia 7 de setembro é dia de comemorar a Independência do Brasil. Mas será que todo mundo compreende e aceita a independência que vivemos na prática? Nosso Brasil passou (e ainda passa) por momentos delicados desde o famoso “grito do Ipiranga”. Um desses momentos – e talvez o que nunca sairá da boca do povo – foi a ditadura militar, de 1964 a 1985. Grandes nomes da música, como Chico Buarque, Caetano Veloso e Elis Regina, fizeram de sua indignação e repúdio à ditadura, uma forma de expressão e de protesto através da música. Canções como Apesar de Você, de Chico Buarque, fazem um ataque explícito ao Estado e aos seus “donos”, como na primeira estrofe: “Hoje é você quem manda / Falou, tá falado / Não tem discussão, não. / A minha // 08

Atualmente, não há mais ditadura militar no poder, nem censura ou exílio para quem se expressar contra o governo. Mas será que a independência é vigorada tal qual seu significado integral? Pois é, independência é sinônimo de “autonomia” e de “liberdade”. É óbvio que não podemos comparar a falta de liberdade existente na época da ditadura com a que vivemos hoje. Mas agora, nas últimas décadas pós-ditadura, a censura é disfarçada, é chamada até de “liberdade de expressão”. Veículos de comunicação voltados para a massa ditam, a todo o momento, o que devemos pensar sobre determinados assuntos, como política, por exemplo. Essa predominante falta de autonomia também inspirou músicos e bandas mais recentes, como Paulo Ricardo (com o RPM dos anos 80), a escrever em suas letras protestos contra a mídia, a política e a sociedade corruptas. Uma das mais famosas músicas da banda, Alvorada Voraz, foi atualizada em 2002, numa apresentação ao vivo, provando que, mesmo após 16 anos desde sua composição, os alvos podem mudar, mas o protesto continua o mesmo: “O caso Sudam / Maluf, Lalau / Barbalho, Sarney / E quem paga o jornal? / É a propaganda / Pois nesse país é o dinheiro que manda. / Juram que não corrompem ninguém / Agem assim pro seu próprio bem...”. Esse é o Brasil em que vivemos, politicamente (in)correto, cheio de influências e controles ocultos, despercebidos pela maioria da população. Somos reféns da mídia, marionetes de chefões mafiosos, que vivem do nosso dinheiro. Mas também somos um povo de talento, de opinião e de coragem. Viva a independência conquistada por esses bravos defensores da opinião pública!


Quando falamos em política é inevitável que venha à cabeça imagens de corrupção, uso do dinheiro público de forma indevida, nomeações de parentes para cargos entre tantas outras atividades e cenas que enchem as páginas de jornais e revistas e rendem assuntos para inúmeros textos opinativos. Apesar de todo o desgosto que a população está acostumada a ter e de manter aquela velha frase que acusa todo político de ser ladrão, são eles que estão no poder de dois dos três poderes, o legislativo e o executivo. Nenhuma cidade é diferente e por conta disso Limeira também tem os seus defensores do povo, aqueles que brigam por melhorias nos bairros onde foram eleitos ou por toda uma classe da população ao qual mais se identificam. Os 14 vereadores que compôe a Câmara Municipal são os responsáveis pelas leis em Limeira. Por eles passam a maior parte das regras que movimentam a cidade. Essas leis aprovadas ou propostas pelos parlamentares regulamentam a atividade do comércio, de servidores, de profissionais autônomos, de eventos, fiscalizações entre inúmeras atividades que são discriminadas e regularizada a cada projeto de lei que passa nas mãos desses políticos e é aprovada pelo chefe do poder Executivo, o prefeito.

Então por que as cadeiras laranjas da

Câmara estão sempre vazias?

As sessões da Câmara Municipal são um prato cheio para universitários manifestarem suas ideias e reclamações.

Apesar de serem também políticos, e não nos cabe julgar se assumem uma conduta correta ou ilegal afinal quem acusa tem que provar e grande parte da população só sabe dizer que eles são corruptos mas não tem documentos que comprovem isso esses 14 membros de partidos diversos estão ali na Câmara todos os dias movimentando o legislativo da cidade. Algumas vezes se movimentam demais e produzem de menos. Moção de aplausos, títulos

de cidadãos limeirenses, dia da doença hereditária entre tantos outros projetos e ações que parecem insignificantes, mas ainda assim são acima de tudo políticos, dividem espaço com temas que afeta classes específicas da população, quando não a sua totalidade. Mesmo com toda essa importância para a qual esses políticos são eleitos a cada quatro anos, poucos eleitores acompanham de perto a atuação e os passos que eles dão na vida pública. Todas as segundas-feiras a Câmara reúne seus 14 integrantes na sessão ordinária para debater e discutir os projetos de lei, moções, indicações e requerimentos que cada um deles fez durante a semana anterior. Neste dia os documentos propostos pelos vereadores são votados ou barrados. É um momento de discursos inflamados que lembram os eleitores a importância daquela proposição feita pelo parlamentar. As palavras são transmitidas pelo rádio, gravadas no circuito interno de TV e assistida por pouquíssimas pessoas. Ali são votadas também leis que regulamentam ou especificam regras para o uso de calçadas por estabelecimentos como bares e restaurantes - assunto que gera reclamações principalmente da população idosa e deficiente -, e até o uso das verbas públicas pelo poder Executivo, as chamadas Leis de Diretrizes Orçamentárias. Mesmo sendo vetada a manifestação da platéia enquanto os projetos são votados, a presença dos eleitores e dos munícipes ali se faz importante, afinal fomos nós que demos o cargo e o salário para cada um daqueles vereadores que se distribuem no plenário. Apesar dessa importância, as cadeiras laranja da Câmara estão

por Alex Contin

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por Aline Bicudo sempre vazias nas sessões e reuniões, a não ser quando uma classe de trabalhadores, interessadas em um dos temas da pauta do dia, lota o local para apoiar ou se manifestar contra o resultado das votações e discussões. Indo além dessas classes específicas e da população como um todo, em uma das reuniões extraordinárias dos vereadores, em um sábado de manhã há alguns meses, um professor universitário que estava presente na plateia chamou a atenção da cidade para um fato curioso. Ele levantou a bola para a participação das instituições de ensino superior na vida do poder legislativo. Olhando para os lados para apontar as poucas pessoas que acompanhavam o assunto daquele dia, o professor disse que muitos professores e alunos das faculdades da cidade deveriam participar com mais frequência das sessões e reuniões da casa e fomentar o debate público para aumentar a participação da população na política de Limeira. São nas universidades que se formam os profissionais que estarão atuando em empresas e até no serviço público depois de três, quatro ou cinco anos. O conhecimento e a atualidade de cada uma das profissões estão nas carteiras das faculdades. Sendo assim, ninguém melhor que universitários, com sangue jovem e cabeça a frente do que há de novo no mercado, para criticar e indicar soluções para os problemas de Limeira. As sessões da Câmara são públicas. O dinheiro que move todo o sistema provém dos bolsos da população que, apesar de reclamar que política é ruim, se deixa inserir nessa classe de maus políticos e não cobra a aplicação do seu dinheiro de forma transparente e honesta.

lá, Então vamos

terráqueos! Saudações,

É emprestando uma frase da música “Mulheres Negras”, da banda capixaba Dead Fish, que dou título ao meu texto nesta edição! Ah, e recomendo a banda também. É Hardcore dos bons! Primeiro preciso confessar que adorei o tema desta edição – Política – uma vez que eu também fui uma adolescente pseudo-revolucionária, apaixonada por Ernesto Guevara, Emiliano Zapata e Olga Benário. Na verdade esse sentimento de revolução está tomando forças, aos poucos, com o auxílio da Internet. Digo aos poucos porque a TV ainda gera influência em massa, enquanto a Internet foca em grupos um tanto quanto distintos. Mesmo assim, acredito na força de quem faz a Internet como potência num futuro não tão distante assim. Um exemplo que podemos ver claramente hoje é o movimento “Fora Sarney”, o qual possui perfil no Twitter e Facebook, além de um site com a agenda das manifestações e outras informações, com o intuito de levar o movimento do mundo “online” para o “offline”. Claro que ainda não tem a dimensão do movimento estudantil de 1992, conhecido como “Caras Pintadas”, e ainda não atingiu seu objetivo, mas será que este não é o começo de movimentações influenciadas pela Internet? É fato que muita coisa mudou durante tantos governos pelos quais passamos, e de certa forma isso tem um lado positivo, pois ao lado das mudanças no país caminha também nossa conquista pela liberdade de expressão. E com a Internet ao alcance de um número crescente de pessoas, essa liberdade está cada vez mais sendo usada, pela facilidade de se criar um blog, por exemplo, e difundir um ideal entre aspirantes, mesmo que ainda haja algum tipo de repressão por parte de forças maiores. Eu sei que política, religião e futebol são assuntos que não se discutem, e por isso não vou terminar meu texto com uma conclusão pessoal. Prefiro deixar questionamentos em aberto: Você apoiaria um ideal propagado na Internet? Sairia às ruas para se juntar a outras pessoas e fazer barulho por um objetivo? Acredita que o mundo virtual tem potencial para instaurar um movimento estudantil no Brasil?

Enfim, o que eu tinha a dizer, está aí. Agora é a sua vez!

auniversitaria.com.br Mande a sua opinião para aline@vid //13


BANDAS UNIVERSITÁRIAS por Mariele Parronchi No vocal, o empresário Walter Oliveira Filho, 30 anos. Na guitarra e vocal, o publicitário Reinaldo Bastelli Junior, 29. No baixo, o projetista industrial Mateus Xavier de Paula, 27 e na bateria, o professor Lucas Guarino Dragone, 29. Esta é a banda de heavy metal limeirense True Metal Society. A ideia de montar a banda surgiu no início de 2008, enquanto o Mateus e o Lucas assistiam a um show de uma banda de uns amigos, o Rage Against the Machine Cover. “Eles tiveram a ideia de montar uma banda, mas com a intenção de fazer um som mais pesado, Heavy Metal mesmo. Aí eles me convidaram e também o Waltinho. Somos todos amigos, a gente curtiu a ideia e começamos a ensaiar”, conta Bastelli. O nome da banda foi ideia de todos os integrantes. “Somos amigos e pensamos em criar uma sociedade verdadeira de metal, devido ao som que tocamos - o metal clássico - e a amizade entre nós”, explica Bastelli. No repertório, muitas músicas de bandas clássicas de Heavy Metal, como Iron Maiden, Metallica, Black Sabbath, Megadeth, Ozzy Obourne, James Dio, Deep Purple, Rainbow, Rush, Judas Priest, Manowar, Pantera, etc. “Escolhemos as músicas de acordo com o gosto pessoal de cada um e com o que a gente acha que a galera vai curtir escutar”, falam.

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De acordo com o guitarrista, o público da banda são todas as pessoas que curtem Heavy Metal. “Todas as pessoas que curtem o verdadeiro metal ou que estão afim de conhecer nossa banda estão convidadas a ver e ouvir a True Metal Society. Tocamos, este mês na Semana do Metal no Bar da Montanha e também temos um site, o www.truemetalsociety.com. Visitem e deixem sugestões de músicas pra gente tocar.”, conta. Bastelli fala que um dos melhores shows da banda foi no ano passado, em setembro, no Bar da Montanha, na Semana do Metal. “Foi um show muito legal! O bar estava lotado, a galera agitou muito e a noite foi demais!”, lembra. A banda finaliza convidando a todos para conhecer mais sobre a True Metal Society. É só acessar o site www.truemetalsociety.com. “Contatos para shows podem ser feitos pelo telefone (19) 8114-1055. Também no You Tube, há muitos vídeos da banda. Acessem!”.


O termo política é derivado do grego antigo e se refere relativos a todos os procedimentos . a polis, ou a cidade-estado Assim, pode se referir tanto a Estado, quanto sociedade, comunidade e definições que se referem à vida humana. onchi le Parr ie r a M Por

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Nicolau Maquiavel, no livro “O Príncipe”, fala que política é a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o próprio governo. Ainda existem algumas divergências sobre o tema, para alguns política é a ciência do poder e para outros é a ciência do Estado. O coronelismo foi uma experiência típica dos primeiros anos da república brasileira. De fato, essa experiência faz parte de um processo de longa duração que envolve aspectos culturais, econômicos, políticos e sociais do Brasil. A construção de uma sociedade vinculada com bases na produção agrícola latifundiária, desde os tempos da colônia, poderia contar como um dos fatos históricos responsáveis pelo aparecimento do chamado “coronel”. Nas cidades, os coronéis utilizavam das forças policias para a manutenção da ordem. Além disso, essas mesmas milícias atendiam aos seus interesses par ticulares. Em uma sociedade em que o espaço rural era o grande palco das decisões políticas, o controle das polícias fazia do coronel uma autoridade quase

inquestionável. Durantes as eleições, os favores e ameaças tornavam-se instrumentos de retaliação da democracia no país. Qualquer pessoa que se negasse a votar no candidato indicado pelo coronel era vítima de violência física ou perseguição pessoal. Essa medida garantia que os mesmos grupos políticos se consolidassem no poder. Com isso, os processos eleitorais no início da era republicana eram sinônimos de corrupção e conflito. O controle do processo eleitoral por meio de tais práticas ficou conhecido como “voto de cabresto”. Apesar do desaparecimento dos coronéis, podemos constatar que algumas de suas práticas se fazem presentes na cultura política do nosso país. A troca de favores entre chefes de partido e a compra de votos são dois claros exemplos de como o poder econômico e político ainda impedem a consolidação de princípios morais definidos nos processos eleitorais e na ação dos nossos representantes políticos.

Há 17 anos, o movimento estudantil, representado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), foi o primeiro a levantar a bandeira pela ética na política durante as manifestações próimpeachment de Fernando Collor. Milhares de estudantes “caras-pintadas” influenciaram a opinião pública com a campanha “Fora Collor” e pressionaram o ex-presidente à renúncia. Durante o governo Fernando Henrique Cardoso, a UNE denunciou o ataque neoliberal ao país, repudiando as privatizações, os privilégios ao capital estrangeiro e o descaso com as políticas sociais e com a educação. Os estudantes tiveram papel marcante nos anos FHC sempre

defendendo o ensino público de qualidade e democrático. Mas e os jovens de hoje? Será que eles têm buscado novas formas de participar da vida política, já que há um descontentamento grande com as formas tradicionais de participação na política, como partidos, sindicatos e entidades estudantis? Infelizmente, nossa realidade no Brasil não estimula o jovem a participar da política tradicional. E você? Qual seu interesse pela política? Você participa, vota, expressa suas opiniões e briga por seus direitos? Afinal, os jovens de hoje serão o futuro de amanhã. Já pensou nisso hoje?



PRANCHETA

Maxwel Alexandre Benedicto Ilustrações para TCC - Design Gráfico 2007 FAAL - Limeira / SP

Milena Maróstica Jornalismo Isca Faculdades Setembro 09

Envie sua arte para redacao@vidauniversitaria.com.br // 16 22

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para: as fotos Mande su .? .U V ta a garo .br a próxim dacao@vidauniversitaria.com re Quer ser


por Mariele Parronchi

Valmir Aparecido Caetano tem 48 anos e está cursando sua terceira faculdade. Em 1982, formouse em direito pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) e em 1992, concluiu a de Administração de Empresas, pelo Mackenzie em São Paulo. Atualmente, cursa Gestão de Políticas Públicas (GPP) na Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp, em Limeira. Valmir também cursou, por dois anos, o Curso de Teologia para Leigos, no Centro Diocesano de Formação Teológica da Diocese de Limeira. Ele conta que vários fatores influenciaram sua escolha pelo curso de gestão de políticas públicas. Uma delas foi complementar suas atividades

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profissionais, que têm como foco as questões público-administrativas. “Outros fatores importantíssimos também merecem ser apontados: a qualidade do ensino da Unicamp, o elevado conceito nacional e internacional da Universidade, curso noturno, campus na cidade de Limeira e a possibilidade de se cursar parte da graduação no exterior, em qualquer das universidades com as quais a Unicamp mantém convênio, e que tenham curso similar”, conta. As aulas, segundo Valmir, nos primeiros semestres as disciplinas são comuns a todos os cursos de gestão (Gestão de Políticas Públicas, de Agronegócios, de Empresas, de Comércio Internacional), que integram o Núcleo de Formação

Básica Geral, do primeiro ao sexto semestre. Algumas delas são: Sociedade e Cultura do Mundo Contemporâneo, Ética e Cidadania, Lógica, Sistemas de Gestão, Meio Ambiente e Sociedade, Economia Brasileira, Gestão Financeira, Estratégia e Planejamento, dentre outras. “No sétimo e oitavo semestres, as disciplinas integram o Núcleo de Especialização, quando, então, teremos aulas específicas, e algumas das disciplinas são: Economia do Setor Público, Laboratório de Políticas Públicas, Políticas de Concorrência, Políticas Públicas e Terceiro Setor, Análise Econômica de Políticas Públicas, Políticas Públicas e Proteção Social no Brasil, etc”, explica. Para Valmir, a formação de diretórios acadêmicos na faculdade é muito importante. Ele conta que atuou na discussão do Estatuto para o Diretório

Acadêmico (DA) da FCA. E tem mais! Em junho, o estudante presidiu uma Assembléia Geral, que resultou na aprovação do Estatuto do DA e na eleição da Comissão Eleitoral. “esta comissão será composta por quatro membros, e que, juntos, estão comandando o processo de eleição da direção do DA, o que ocorrerá neste mês de setembro, incluindo a posse da primeira diretoria”, fala. Para Valmir, a participação na política estudantil forja líderes para atuação na sociedade como um todo, com destaque para os partidos políticos, ou mesmo em cargos de direção de órgãos públicos nas esferas de governo municipal, estadual e federal. “Não podemos esquecer que muitos permanecerão na atividade acadêmica, também liderando, tudo como fruto e consequência dos primeiros passos dados no exercício da política estudantil”, opina.


as que se interessem r o curso de gestão são todas as pesso Na opinião do advogado, quem deve cursa pessoas aprimorem as , GPP em -se ando gradu . “Creio que, para que todos sejam, de fato, uma nação amente porque notad mp, Unica na o unidade, deverão fazê-l seus conhecimentos. E se tiverem a oport abrange conceitos globais e ditas, te iamen propr linas discip das o conhecimento adquirido, para além ndos. impõe comprometimento social aos forma Valmir classifica estudante e os demais alunos da sala, o entre idade de nça difere a Ao falar sobre ante. “É um const é s iência exper de positiva, pois a troca como uma experiência extremamente conhecimentos, mesmo os mais os divers mais os go consi trazem convívio de dupla mão, pois todos tempo em outros ingressarem na Unicamp, viveram algum jovens, pois muitos deles, antes de países”, conta.

Valmir acha que, atualmente, os jovens estão numa fase de indignação com a política, mas, tem certeza que eles passarão à ação, pois, não há como agir se não houver interesse pela política. “Tenho e mantenho firme uma esperança nos jovens, afinal, a meu ver, a importância da política para o jovem pode ser comparada com o ar que eles respiram. E se o desejo é de sermos, o mais rápido possível, uma verdadeira nação, o caminho que os jovens devem trilhar é o da política, nas diversas frentes e oportunidades que existem. Têm que participar. A omissão não coaduna com a expectativa que todos têm da juventude” diz. Para ele, cada vez mais, o serviço público necessita de gente capacitada para atuar nessa área. “Para mim, essa necessidade se fará cada vez maior, é uma tendência positiva que abrirá espaço para quem sabe trabalhar. Não teremos mais espaço para improviso e gente despreparada. Infelizmente, ainda é comum encontrarmos pessoas que assumem determinados cargos públicos sem a

menor condição de desenvolver um bom trabalho”, opina. Valmir finaliza dizendo que, em sua opinião, a Unicamp acertou quando implantou o curso de gestão voltado para políticas públicas, não somente pela necessidade de profissionais nessa área, mas, principalmente, porque não se prendeu à tecnicidade. “A graduação abrange o universo dessa verdadeira ciência, possibilitando aos futuros gestores uma ampla visão e, conseqüentemente, um raio de ação singular. E, creio, a universidade acertou ainda mais ao conscientizar os alunos de que são bolsistas dos contribuintes paulistas – que, aliás, nos custeiam, anualmente, em alto valor –, e que, portanto, devemos dar a contrapartida à sociedade, sempre.” E completa: “a política é a ciência da organização e deve cumprir o seu propósito, e os cidadãos que se ocupam dessas atividades devem ter muito bem definido as implicações e cuidados de se trabalhar com a coisa pública.”

Gestão de Políticas Públicas


por Ademilson Bispo

Filmes de guerra em geral fazem parte de um gênero que não me atrai, talvez pelo fato da maioria ser focado no drama, afinal guerra é um tema pra lá de pesado e mega triste, ainda mais filmes sobre nazismo em especial a Segunda Guerra Mundial, não digo que são ruins, longe disso, mas apenas algo que não sou muito fã. Porém existem exceções e a visão insana e sem controle do diretor/roteirista Quentin Tarantino (Kill Bill) é algo que me interessa muito, prepare-se para ver muito vermelho jorrando na tela com Bastardos Inglórios (Inglorious Bastards). O povo nazista tem um enorme currículo de apanhar no cinema, até mesmo Indiana Jones já bateu em alguns. A trama, que conta como protagonista o tenente Aldo Raine interpretado por nada menos que Brad Pitt, se passa na França durante os primeiros anos da ocupação alemã liderada por Hitler. A atriz Mélanie Laurent é Shosanna Dreyfus, uma mulher que foge para Paris depois de

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testemunhar a execução de sua família pelos nazistas, assumindo uma nova identidade como dona de cinema onde planeja sua vingança, mais tarde o destino lhe coloca no caminho do tenente Aldo Raine e seu grupo de soldados judeus americanos conhecidos como “Os Bastardos” (The Bastards). No elenco ainda temos Diane Kruger, Daniel Brühl, Mike Myers, Michael Fassbender, Julie Dreyfus, Omar Doom, Michael Bacall, Martin Wuttke como Hitler, Jacky Ido, Til Schweiger, Eli Roth, Samm Levine, B.J. Novak, Christoph Waltz, Paul Rust e Samuel L. Jackson (narrador). O filme já conta com uma boa bilheteria lá fora, com enorme sucesso de público e critica. Tanto que a sua estreia aqui no Brasil pulou do dia 23 para o dia 9 de outubro e ainda a pré-estreia do dia 7 conta com a presença de Tarantino no Festival de Cinema do Rio de Janeiro. Nem é preciso falar o quanto estou maluco contando os dias para e ver mais uma vez os nazistas levando um couro na telona.


por Tales Victor Calegari

Vida de universitário é bem movimentada, não é?

Aulas, provas, atividades extra curriculares, cervejadas, festas, churrascos, política...

Peraí??

Política!? Sim política! A política está contida e muito no dia a dia universitário e os maiores exemplos disso são os Centros Acadêmicos e demais organizações estudantis dentro das faculdades, como também os famosos e badalados Congressos. Existem encontros próprios de determinada área, como por exemplo, o ENEAP – Encontro Nacional dos Estudantes de Administração Pública – que são, em sua grande maioria, realizados pelas Federações, neste caso a FENEAP que tem como participantes os estudantes de administração pública e cursos afins. – por sinal, os graduandos do novo curso de Gestão de Políticas Públicas da Unicamp - FCA aqui de Limeira que foram, aprovaram! – Como também, há os grandes Congressos Estaduais e o Congresso Nacional, nestes, todos os universitários podem participar de suas plenárias, nas quais são apresentadas propostas sobre as mais diversas áreas e, ao fim do congresso, medidas são votadas e posturas tomadas pelas grandes entidades representativas

dos universitários em cada estado e no país. Estes congressos, conhecidos como ConUEE e ConUNE acontecem a cada dois anos e contam com a presença de muitos universitários das mais diversas faculdades, públicas ou privadas, e dos mais distintos cursos. Nas férias de Julho deste ano, aconteceu em Brasília o 51º ConUNE – Congresso da UNE – no qual estiveram presentes militantes de todos os movimentos e organizações estudantis, somando mais de 10.000 universitários de todos os estados do país. Além disso, pela primeira vez na história da UNE, o presidente da república esteve presente no congresso, o que comprova o grande avanço do Movimento Estudantil e toda sua importância nacional. Congressos são uma oportunidade única de se conhecer acadêmicos do Brasil inteiro! São Paulo, Minas Gerais, Amazônia, Santa Catarina, Acre, etc. Todos num mesmo local, com várias idéias e vivencias diferentes que serão, certamente, anexados ao conhecimento de mundo de cada universitário. Às vezes, ao presenciar um grupinho de alunos se organizando para montar uma chapa e concorrer às eleições para o centro acadêmico, muitos não fazem idéia da importância em esfera estadual e nacional que tal atitude representa. Unidos, os estudantes são fortes, representam o futuro da nação e, deste modo, compõem a classe dos mais capacitados para votarem em medidas que terão conseqüências futuras. Por isso é necessário que todas as universidades se organizem politicamente garantindo o crescimento do Movimento Estudantil, além de um fortalecimento interno da faculdade. Enfim, política faz parte da vida universitária e aquele antigo discurso “não gosto de política” se

torna antiquado no momento da matricula, pois universitário é futuro, é mudança! Política deve sim ser debatida, aprendida e compreendida e qual o melhor lugar para isso que a universidade? Portanto, trate de se organizar em sua faculdade (se precisar de uma ajudinha é só escrever para a gente) e daqui a dois anos espero vocês no 52º ConUNE!

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CENAS

por Mariele Parronchi

Todo mês, a gente conta aqui na Revista Vida Universitária histórias sobre estudantes e suas repúblicas. Mas você já parou para pensar de onde veio este nome? Você sabe o que é república? Por que as residências estudantis chamam república? Calma... República vem do latim res publica, literalmente o bem público, chamando, portanto, a etimologia da palavra a atenção para a coisa pública, a coisa comum. Foi Cícero, uma das mentes mais versáteis da Roma antiga, quem classicamente examinou a especificidade do conceito de república, ao diferenciar res publica de outras, estabelecendo, dessa maneira, uma distinção entre o público, isto é, o comum - que corresponde, no grego antigo, às formas substanciadas do adjetivo koinós (comum, público) e, modernamente, à expressão italiana il comune, ao alemão die Gemeinde - e o privado, que não é comum a todos, mas é particular a alguns. Enganam-se aqueles que pensam que "república de estudantes" seria um país governado por universitários. Mas a expressão deriva justamente do significado da palavra proveniente do latim, que denomina uma forma de governo. Devido ao

VIDA UNIVERSITÁRIA

significado das palavras latinas que o compõem, o termo passou a assumir outras aplicações, como, por exemplo, "república de estudantes", que são habitações divididas por grupos de estudantes, geralmente provenientes de outras cidades para cursar o ensino superior, sem recursos para alugar uma residência individualmente. "República" também denomina uma agremiação onde impera a desordem e a bagunça, em que todos mandam, mas ninguém obedece ou cumpre a sua parte. Esta tem sentido pejorativo, tanto para associação bagunçada como para um regime de Estado marcado por desordens, desmandos, confusões e falta de poder. A primeira república de verdade surgiu na Roma antiga. Naquela época, ela nasceu como uma forma de organização política para tirar o poder excessivo das mãos de monarcas. No Brasil, esse modelo de governo foi instalado há quase 120 anos, no dia 15 de novembro de 1889. Alguns anos depois, em 1923, seria criada em Piracicaba (SP), na Esalq (UP), a República Copacabana. Nela quem mandava não eram políticos eleitos pelo povo, mas um bando de estudantes, que se reuniu para dividir uma moradia. Nascia a mais antiga república estudantil do país.

E você? Tem alguma história legal sobre a sua república? Mande sua historia para redação@vidauniversitaria.com.br e divida com a galera. // 32

DA

Universitários na 3ª Semana de Comunicação da Faculdade Anhanguera de Santa Bárbara d´Oeste //23


por Mariele Parronchi // 34


O estudante é um apaixonado pela política. “Meu amor pela política ultrapassa o limite do normal. Eu acordo e durmo fazendo política, isso vai além da esfera partidária e do quadro eletivo. Mesmo quando chego em casa do serviço, fico até de madrugada trabalhando em projetos futuros e colaborando para o funcionamento. Ou seja, vivo para a política”. No ano passado, Pietro se lançou candidato pelo Partido da República (PR) e teve 1.122 votos. Sua campanha teve como foco a mobilização dos jovens limeirenses. “O momento é de consolidar a mobilização jovem, seja com o Colegiado Político da Juventude, que é um fórum de juventudes partidárias que

produzem propostas que digam respeito aos interesses jovens e encaminha para realização ao poder público”, explica. Pietro é o vice-presidente e coordenador do conselho de projetos e programa político e terá como trabalho a divulgação e incentivo da mobilização jovem em todo o Estado, e o auxilio as organização populares e estudantis para a implantação de projetos próprios. “O meu projeto para o futuro é o de obter o sucesso na vida política, alcançando as esferas que constituem o nosso sistema de governo. Como um jovem que sonha em ser um grande empresário, uma referência médica, um diretor-presidente de companhias, eu sonho em ser Presidente do Brasil”, fala.

“Acredito que existe duas formas de entender essa relação: primeiro precisamos fazer uma apanhado histórico, que por diversas razões afastou a juventude dessa vida, o descaso da atual classe política desconstruiu todos os créditos alcançados no processo de redemocratização, e não tão só, como fez surgiu um repudio sem tamanho, junto a isso some-se o cotidiano de nossas vidas, onde o sistema do capitalismo tem um perfil individualista, as pessoas, principalmente os jovens, precisando guerrear para conseguir o sucesso”. É assim que o jovem define a relação atual dos jovens na política. E completa: “existe algo único e intrasferivel dos jovens, que é o sentimento da mudança, da transformação. E isso começa a emergir! O jovem esta vendo que através de um simples ato, que é o voto consciente, pode-se ter uma arma sem tamanho.”

Para o estudante, a política é uma das esferas mais importantes, pois, segundo ele, tudo sofre influência direta da condução de políticas públicas. “Não nos damos conta do quão é importante votarmos com consciência. Ir as sessões da Câmara também, na minha opinião, é algo imprescindível, pois é ali que entramos em contato com diversas decisões que irão alterar nosso cotidiano. Por isso, repito, os jovens hoje não conhecem ainda o potencial e a importância da política. Por isso defendo a ideia de oferecer nas escolas formação política, pois a grande maioria não sabe o papel de um vereador, até onde ele pode agir, e qual seria a forma ideal da relação entre os nossos três poderes”, opina. Pietro finaliza parabenizando a Revista Vida Universitária em colocar a política no mundo jovem e faz um convite a todos. “Conheçam o mundo da política, da real e nova política. Já iniciamos a transformação. Agora, é muito pouco o que cada um tem que fazer para mudarmos muito.”


por Victor Corte Real

BUENAS CAMBADA! No fundo não costumamos ver nada de “bueno” nesse papo de política, infelizmente é de um jeito bem negativo que a ciência milenar do ser, pensar e agir político acabou penetrando no inconsciente coletivo aqui no Brasil. Só em ouvir falar de política quase todo mundo já sente uma dor de barriga, um mal estar que mistura raiva com repulsa. O curioso é que existe uma divisão muito evidente entre os apaixonados por um bom papo sobre o assunto e todos os outros que simplesmente detestam, sequer, lembrar da palavra “política”. A questão é que a política faz parte do nosso dia-a-dia, e muitas vezes não nos tocamos disso. O problema é que quanto mais odiamos ou tentamos evitar a política, mais estamos fazendo parte dela, e o pior, quando não nos posicionamos estamos dando força para o lado mais forte, estamos beneficiando as “coisas como elas estão”, contribuímos assim com a manutenção do status quo, nem sempre essa situação é a melhor. Todas as nossas relações são intermediadas pela defesa do melhor argumento, pela luta ideológica. Quando o namorado quer fazer uma coisa e a namorada quer outra eles entram num embate de ideias, opiniões e numa disputa de forças, que nada mais é que pura discussão política. Passamos por isso a todo o momento, em casa, no trabalho, na escola, de maneira mais ou menos intensa, às vezes nem percebemos, mas estamos sempre “negociando” com nossos melhores argumentos. Em muitos casos temos que unir forças e criar alianças em busca de objetivos maiores, em outros casos precisamos abrir mão de uma posição para conquistar outra. Quando o impasse não é resolvido pela argumentação verbal vocês já sabem o que acontece, partimos para o braço e a discussão é resolvida pela força física, até bombas atômicas são lançadas. Assim é na vida cotidiana, assim é no parlamento. Política é política, uma ciência fantástica que não merece o desprestígio proporcionado por pessoas corruptas e sem escrúpulos. Nesse ponto é que devemos ficar sempre ligados e lutando pela justiça.

VIDA DE UNIVESITÁRIO por Ademilson Bispo


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