Reestruturação urbana no perímetro da água branca

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL ARQUITETURA E URBANISMO CYNTHIA SCONIZA OLIVEIRA 22078-7

REESTRUTURAÇÃO URBANA NO PERÍMETRO

ÁGUA BRANCA

São Paulo 2015



UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL ARQUITETURA E URBANISMO CYNTHIA SCONIZA OLIVEIRA 22078-7

REESTRUTURAÇÃO URBANA NO PERÍMETRO

ÁGUA BRANCA

Monografia apresentada para conclusão de Curso de Graduação de Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Cruzeiro do Sul, sob orientação do Profº Ms. Marlon Paiva.

São Paulo 2015



Dedico esta monografia para o meu pai, meu exemplo de força, por ter me proporcionado a realização deste sonho, de sempre me incentivar, ter coragem de enfrentar tudo que passamos sem medo e ser meu porto seguro. E a memória da minha mãe.



AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer ao meu pai, por ter me dado tudo que estava ao seu alcance e me incentivar a ser a pessoa que sou hoje, ao meu irmão pelo apoio, ao meu namorado por estar ao meu lado e ter me ajudado na realização desta monografia, à minha madrinha e minha avó por cuidarem de mim quando eu precisei e até este momento, ainda zelarem por mim. Ao meu orientador por ter me inspirado para o tema desta monografia e me ajudar nesta trajetória, aos meus amigos que estiveram sempre comigo durante esses cinco anos do curso de Arquitetura e Urbanismo, passando pelos mesmos desafios.



RESUMO

ABSTRACT

A presente monografia tem como tema reestruturação urbana no perímetro Água Branca, onde pretende apresentar uma análise detalhada do distrito da Barra Funda, mostrando como o bairro surgiu, como sua degradação aconteceu, as problemáticas atuais e referências para uso na elaboração da proposta desta reestruturação. Podemos entender como projeto urbano, iniciativas de recuperação urbana em partes específicas da cidade, com participação do poder público, com ajuda da iniciativa privada e dos moradores, que são os principais afetados por essas transformações. Essa parceria citada acima, acontece para que os esforços e investimentos reflitam, mais tarde, em um projeto de qualidade com sucesso em sua implantação.

The following monography depicts the urban reconstruction in the Água Branca perimeter in which it aims at analysing the full Barra Funda district by focusing on the neighborhood rise, its degradation, the factual problems and the references on how to elaborate this reconstruction. It’s possible to understand how the urban Project, urban regeneration initiatives in specific parts of the city, with the participation of government, with help from the private sector and residentes, who are the most affected by these changes. This partnership cited above, it is so that the efforts and investments reflect later on a successful quality design in its implementation .

Key-words: urbanism; restructuring; degraded area; Barra Palavras – chave: urbanismo; reestruturação; área degra- Funda; Água Branca Urban Operation Consortium dada; Barra Funda; Operação Urbana Consorciada Água Branca.



SUMÁRIO INTRODUÇÃO 12 5. PROPOSTA 1 RECONHECIMENTO DO LOCAL 14 5.2 CONCEITOS 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA 17 LOTES RESIDÊNCIAS 1.3 1.4 1.5 1.6

JUSTIFICATIVA OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS METODOLOGIA

2.ESTUDO DE CASO 2.1 2.2 2.3

Maastricht Nova Icária Bicocca

18 19 19 19

20 21 25 28

64 64 LOTES COMERCIAIS 64 5.3 MEMORIAL DESCRITIVO 64 ESPAÇOS LIVRES 65 5.4 PROJETOS INTEGRADOS 65 INTEGRAÇÃO AO TRIPORTO CENTRO DE LOGÍSTICA RESERVA NA BARRA FUNDA 65 INTEGRAÇÃO COM A REURBANIZAÇÃO DA FAVELA LIDIANE 66

REESTRUTURAÇÃO 3.DISTRITO DE BARRA FUNDA 32 6. 6.1 PLANO GERAL 3.1 LINHA DO TEMPO 3.2 CONTEXTO DA REGIÃO 3.3 OPERAÇÃO URBANA ÁGUA BRANCA 3.5 CONCURSO BAIRRO NOVO 3.6 OPERAÇÃO URBANA LAPA – BRÁS

4. ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO 4.1 LOCALIZAÇÃO 4.2 SISTEMA VIÁRIO 4.3 SISTEMA ESTRUTURAL DE TRANSPORTE PÚBLICO 4.4 FAVELAS NO PERÍMETRO DA REGIÃO E ENTORNO 4.5 USO E OCUPAÇÃO DE SOLO 4.6 REDE ESTRUTUAL HIDRÍCA 4.7 DADOS CENSITÁRIOS 4.8 ESTABELECIMENTOS 4.9 EMPREGOS 4.10 FOTOS DO ENTORNO

33 34 35 43 45

47 48 51 51 53 55 57 58 59 59 60

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6.2 IMPLANTAÇÃO + TÉRREO 6.3 PERCURSO VIÁRIO 6.4 TOPOGRAFIA 6.5 USO E OCUPAÇÃO DE SOLO 6.6 PARQUES E ÁREAS VERDES 6.7 GABARITO 6.8 EDIFÍCIO RESIDENCIAL 6.9 PASSARELA 6.10 DETALHE

7. CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

67 68 70 72 74 76 78 80 82 88 90

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INTRODUÇÃO


A presente monografia disserta sobre o processo de degradação da região da Água Branca analisando dados censitários, mapas da região e sua história, chegando a partir desses dados, num estudo de proposta para revitalização desta área degrada. Revitalização urbana é um termo muito usado quando se fala de intervenção urbana. Porém, pode haver vários tipos de intervenções, cada uma com suas particularidades, com o objetivo de diferentes resultados. Podemos observar, que nesses últimos anos, houve um grande interesse em torno da revalorização de áreas urbanas, priorizando, principalmente, o uso da água, sustentabilidade, requalificação de espaços, otimizando a mobilidade urbana destacando potencialidades paisagísticas, entre outros. A degradação não é um evento incomum, pois atingem cidades de médio e grande porte, que passaram por um processo de expansão e modificação do espaço, suas áreas passam a ser substituídas por áreas que possam oferecer atrativos para investimento. Em alguns casos, a prefeitura não dá a devida atenção para certas áreas e volta seu interesse para outras, e é neste caso que a revitalização entra e ação. Vamos ver nesta monografia, como o processo de degradação da Água Branca ocorre por meio da instalação das linhas férreas em meados do séc. XIX, durante a expansão de exportação de café na cidade de São Paulo. Vendo o grande potencial desta região, logo as industrias chegam nessa área trazendo grandes mudanças para o espaço, desde transporte, mobilidade, quanto moradia, e a população que passa a frequentar e morar nesta área. Com a crise, os grandes industrias sentiram a necessidade de se transferirem dali, enquanto outras fecharam suas portas, os empresários também resolvem sair da região e seus casarões se transforma em cortiços para imigrantes e trabalhadores vindos de outras regiões do país. Então, vamos analisar, des-

de então a mudança de uso da área, como ela se desenvolve até hoje, o interesse da prefeitura em incluir esta região para uma operação urbana e maneira como pode ser desenvolvida ali uma revitalização priorizando a melhoria da qualidade de vida naquela área.

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1 RECONHECIMENTO DO LOCAL


O bairro da Barra Funda é um dos mais tradicionais de São Paulo, e se originou a partir do crescimento da cidade, fazendo com que houvesse a expansão do espaço urbano para áreas rurais. A origem do bairro acontece na divisão do Sítio de Iguape, pertencente ao Barão de Iguape. Por conta desta divisão surge a Chácara do Carvalho, que em 1892, com a promoção de arruamento, torna-se o bairro da Barra Funda. A ocupação do bairro da Barra Funda está ligada as estradas de ferro. O aparecimento do transporte sobre trilhos, na segunda metade do século XIX, com as estradas de ferro Sorocabana e São Paulo Railway valorizaram as áreas percorridas por elas. Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada integrando o primeiro treco da linha de ferro. Nesta época, a única estação implantada do lado Oeste da cidade era a estação Água Branca. No fim no século XIX, o bairro da Água Branca era reconhecido por conta das chácaras e olarias, situadas em torno do córrego da Água Branca. A ferrovia incentivou a instalação de indústrias ao seu redor, trouxe população para o centro, que se expandiu. A Barra Funda tornou-se um bairro que possuía áreas industriais e operarias. A zona fabril se concentrou na Várzea da Barra Funda, conhecida como Barra Funda de Baixo, e a Barra Funda de Cima, caracterizada como zona residencial para classe média, oficinas e pequenas indústrias, foi influenciada pelos bairros Santa Cecília, Campos Elísios e Perdizes, possuindo traços dos bairros operários italianos. Os primeiros habitantes do distrito da Barra Fundo, tanto como na Lapa e Água Branca, eram imigrantes italianos, que além dos trabalhos relacionados à ferrovia, abriram suas lojas e abasteciam a população local. Os negros também foram parte importante deste processo, pois moravam em casas humildes e trabalhavam em estabelecimentos comer-

ciais e em casas nobres nos bairros próximos. O crescimento populacional, a instalação das indústrias, a proliferação das habitações operarias na região norte do bairro e os casarões da elite paulista ao sul, entre outros fatores, foi o passo inicial para o desenvolvimento de melhorias nas infraestruturas. Essas mudanças eram regidas pela iniciativa privada, pois o Estado não havia ainda definido diretrizes para a expansão urbana. O sistema de transporte foi modernizado com o primeiro bonde elétrico de São Paulo em 1902, ligando a Barra Funda até São Bento. No bairro da Água Branca, um grande parque industrial foi construído na década de 20: Indústrias Reunidas Matarazzo* . Com a crise de 29** , a economia da região de São Paulo foi abalada e reduziu drasticamente o valor da saca de café, interferindo no desenvolvimento econômico da cidade. In* As Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo (IRFM) foram o maior complexo industrial da América Latina, tendo como seu fundador o imigrante italiano Francesco Matarazzo. Matarazzo começou com uma pequena casa que vendia banha na cidade de Sorocaba (São Paulo) nos anos 40 durante seu apogeu eram mais de 350 empresas entre elas portos, estaleiros, metalúrgicas, papeleiras, etc. Ao fim dos anos 80 foi à concordata sob o comando da neta do fundador, Maria Pia Matarazzo. A única fábrica que restara do antigo complexo, sobrevivendo ao século XXI, era a do sabonete da marca Francis, vendida para o grupo Bertim, que por sua vez revendera a marca para o grupo Flora. Detém também diversos imóveis e terrenos espalhados pelo país e também fábricas arrendadas de papéis, usina de açúcar e álcool.

** A Grande Depressão, também chamada por vezes de Crise de 1929, foi

uma grande depressão econômica que teve início em 1929, e que persistiu ao longo da década de 1930, terminando apenas com a Segunda Guerra Mundial. A Grande Depressão é considerada o pior e o mais longo período de recessão econômica do século XX. Este período de depressão econômica causou altas taxas de desemprego, quedas drásticas do produto de diversos países, bem como quedas drásticas na produção industrial, preços de ações, e em praticamente todo medidor de atividade econômica, em diversos países no mundo.

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dústrias fecharam ou transferiram suas atividades, os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e se transformaram em cortiços. A urbanização estava ligada ao processo de industrialização, situação que exigia grandes intervenções urbanísticas na cidade. Porém, a falta de investimentos piorou os problemas em infraestrutura e serviços, tornando precário o sistema de bondes e energia elétrica. Algumas intervenções foram realizadas pela iniciativa privada entre os anos de 1929 e 1945, outras obras foram realizadas conforme proposta do Plano de Avenidas, instaurado no governo de Prestes Maia, como o prolongamento da Avenida Pacaembu, a construção do Viaduto Pacaembu e a retificação do Rio Tietê, esta última permitiu que a várzea fosse ocupada, valorizando e adensando a área. Entre as décadas de 1940 e 1960, por conta dos grandes problemas urbanos, acontece uma desaceleração econômica no bairro. O governo estava adotando uma política que incentivava a mudança das indústrias das áreas próximas ao centro para os eixos rodoviários, fazendo com que os investimentos privados na área fossem desestimulados. Essa política tinha como objetivo aliar o trânsito pesado no centro, levando as indústrias para fora de São Paulo. A Barra Funda foi objetivo de muitas propostas de operações viárias por conta de sua proximidade com o centro de São Paulo, o que mudou os eixos comerciais das estações ferroviárias para as avenidas. Hoje, a área sofre com a transformação refletida daquele período. Grandes quadras dificultam a circulação da área, existe ocupação irregular, poucas áreas verdes, vias favorecendo o veículo particular, pouco investimento em transporte público e melhorias para a questão das enchentes naquela região, que são constantes em períodos chuvosos. A paisagem industrial da Barra Funda, foi se transformando

aos poucos por meio das iniciativas públicas e privadas que atraem novas atividades para a região, querendo retirar aquela antiga imagem industrial para algo novo e mais uma vez modificado.


1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA


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A “ideia” de revitalização urbana surgiu a partir da segunda metade do Século XX, quando novos tipos de projetos foram iniciados adotando o urbanismo para que fosse recuperado o fortalecimento social, econômico e cultural de áreas degradadas, decadentes ou abandonas no cenário urbano das cidades trazendo uma nova vida para essas áreas. Podemos perceber que muitas áreas consideradas decadentes, passam por um processo de enfraquecimento no que diz respeito às atividades desenvolvidas ali. Segundo Hall (1998) houve um período de decadência entre os anos 1970 e 1980 em alguns países desenvolvidos, que levou o fechamento de algumas indústrias por conta da queda dos lucros e aumento da concorrência, fazendo com que diminuísse para quase zero a oferta de emprego nas regiões industriais. A consequência disso foi o abandono dessas áreas, que depois tiverem que passar por uma reestruturação para abrigar novos usos. A solução para esse problema nas cidades surgiu como uma nova forma de intervenção urbana, chamada de revitalização urbana. Os projetos te revitalização urbana, tem como objetivo a renovação dos espaços degradados, ampliação de espaços coletivos com infraestrutura e melhorias no quesito visual na área. Revitalização Urbana – “Engloba operações destinadas a relançar a vida econômica e social de uma parte da cidade em decadência. Esta noção, próxima de reabilitação urbana, aplica-se a todas as zonas da cidade, sem ou com identidade e características marcadas”.

(CARTA DE LISBOA, 1995)

Para que o programa de revitalização tenha sucesso, é necessária a atividade de agentes catalisadores que favoreçam esse processo, como por exemplo: áreas de im-

portância cívica para a cidade, áreas habitacionais, conjuntos arquitetônicos históricos, novas áreas para pedestres, etc. Os projetos apresentam uma lista de objetivos, as problemáticas a serem tratadas, levam em conta a comunidade, o novo interesse para a área, a malha urbana. O objetivo dessa intervenção deve ser claro, conectando o que a cidade oferece, seu histórico e os ambientes no qual está inserido. 1.3 JUSTIFICATIVA A área da Água Branca sofreu uma forte degradação ao longo do século XX, quando as indústrias que havia no local deixaram ou transferiram suas atividades para outros locais, e com a migração de uma população menos abastada para ocupar irregularmente aquela área. Hoje em dia podemos observar que a área é divida em quadras gigantes, ocupação irregular de favelas, indústrias e comércio. Observa-se também, que existe pouca intervenção urbana, poucos equipamentos públicos, a área sofre com enchentes nos períodos chuvosos, os veículos foram priorizados na área e os pedestres negligenciados. Porém, em contrapartida, esta região tem uma ótima localização na cidade de São Paulo, com fácil acessibilidade para outras regiões da cidade pela Marginal Tietê, Rodovias Bandeirantes, Anhanguera, Castelo Branco e Raposo Tavares, faz divisa com a Zona Norte de São Paulo e tem proximidade com o Centro de São Paulo pela Av. Francisco Matarazzo. Por conta disso, o valor do terreno nesta região é alto, fazendo com que grandes construtoras queiram ocupar esses terrenos,evento que já está acontecendo na região.


Com todo esse potencial, a Prefeitura de São Paulo entende que a área tem muito mais a oferecer além do que já esta em andamento naquela região, e a inseriu no programa de operação urbana previsto no Plano Diretor da Cidade de São Paulo. Analisando a área, dados censitários e mapas, localizamos pontos de grande problemática, que levam a proposta desta monografia de revitalizar esses pontos, trazendo novo uso e reorganização dessa área de grande potencial.

operação urbana iniciada no ano de 1995. Percebemos que a área de estudo apresenta uma necessidade de intervenção, tendo como ponto inicial um estudo levantado em grupo onde podemos perceber a carência de serviços e equipamentos de utilidade pública, a partir de dados censitários, mapas da área, visitação ao local, dados fornecidos pela Prefeitura de São Paulo, legislação urbanística, plano diretor, plano regional, teses e estudos sobre o tema.

1.4 OBJETIVO GERAL O objetivo geral desta monografia é de propor um conjunto de diretrizes urbanísticas e elaborar um projeto que permita reverter o processo de degradação desta área e a situação de abandono de alguns pontos específicos que se encontra hoje a região da Água Branca. 1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Como objetivos específicos, podemos destacas: - Diminuir tamanha das quadras para melhor acessibilidade entre outros setores - Aumentar a porcentagem de áreas verdes com a implantação de um parque - Redesenhar organização das ruas para melhorar acesso de possível HIS na região para as avenidas importantes e porto de reciclagem - Inclusão de novos serviços públicos necessários na região - Implantação de ciclovia 1.6 METODOLOGIA Através da verificação de estudo da área apresentando, num primeiro momento, pela Prefeitura do Município de São Paulo, inserindo a área do bairro da Água Branca em uma

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2.ESTUDO DE CASO


2.1 Maastricht O projeto Cerámique acontece na atmosfera da pequena cidade de Maastricht no sul do país, próximo a fronteira da Alemanha e da Bélgica, e é uma das mais antigas cidades holandesas com apenas 120.000 habitantes, possui uma densidade baixa de 2.025 hab./km². Comparando ao bairro da Barra Funda, que alcança uma densidade similar, com 2.568 hab/km*. Diferente de muitas cidades holandesas e europeias, Maastricht tem apresentado um crescimento populacional e no número de empregos graças a numerosas organizações e instituições que se estabeleceram na cidade, por suas qualidades, como a crescente posição estratégica. O planejamento urbano da cidade foi focado na preservação das qualidades da cidade, visando controlar o forte crescimento para que a beleza das zonas rurais não fosse afetado, dessa maneira, a expansão da cidade deveria ocorrer nos seus limites, e somente quando isso não fosse possível, começar a ver além da cidade. A cidade de Maastricht até a década de 1980 apresenta uma grande área não utilizada de 23 ha, localizada no centro expandido da cidade, o antigo complexo fabril SphinxCéramique, foi oferecido à prefeitura, que viu na aquisição desta área uma grande oportunidade para controlar o desenvolvimento desta faixa da cidade por meio de um desenho urbano de grande qualidade que abrigasse usos múltiplos e funcionasse como uma extensão do centro histórico. O terreno da indústria Céramique estava murado, sem ligação com a cidade, formando uma barreira física entre o centro e áreas periféricas. A localização da área permitia realizar ótimas conexões, sendo o principal objetivo do plano de urbanização reconciliar o território com as diferentes características do entorno, * Segundo IBGE, Censo de 2010.

ligar o centro histórico ao novo bairro por meio de pontes novas e existentes por cima do rio Maas, conectar o viário interrompido garantindo a continuidade e uma expansão harmônica da cidade. O plano de urbanização, apresentado pelo arquiteto Jo Coenen foi bastante detalhado nas definições de arruamento, espaços públicos, porte das edificações, tipo de materiais e revestimentos das construções, além do plantio da vegetação. O plano paisagístico tinha como conceito recriar as situações presentes na cidade histórica, a antiga cidade se caracteriza por três grandes praças com lojas, restaurantes e edifícios públicos, então Conen juntamente com o paisagista Gunnar Martinson, pensou em caracterizar a Nova Céramique com grandes praças com prédios públicos, entre elas é desenhado um passeio público nas margens do rio Maas valorizando percursos para pedestres, pontos de encontro e animação pública. Com relação à trama urbana, o plano é integrado a cidade por meio de conexões viárias de estrutura ortogonal, hierarquizadas, onde a principal via que liga o centro aos bairros da periferia, possui uma alameda com 42 metros de largura. As vias menores fazem ligações perpendiculares à alameda monumental, distribuindo fluxos de pedestres e automóveis. Em um dos espaços públicos, encontra-se conjuntos habitacionais seriais, os Stoa, do arquiteto suíço Luigi Snozzi. Em outro, cercada por edifícios públicos de autoria de Arn Meijs e do próprio Jo Coenen, sai uma ponte exclusiva para pedestres e ciclistas, que liga a praça triangular ao centro histórico. Os percursos de pedestres são destaque porque existem rotas especificas que cruzam quadras e alamedas, a criação deste espaço considerou a existência de pedestres, ciclistas, equipamentos urbanos e vegetação, separado por usos.

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Cada setor recebeu um tipo de tratamento paisagístico, considerando o uso e tamanho do espaço. Na alameda monumental a arborização é mais intensa, com espaçamentos que garantem cobertura das calçadas e parte dos leitos carroçáveis, já as vias secundárias receberam pouca vegetação, com árvores de grande porte e vegetação rasteira contínua. As quadras são grandes blocos contíguos que são limitados por construções, com gabarito baixo. Em alguns trechos existem aberturas para rua, estabelecendo articulações físicas e espaciais entre as áreas internas e externas das quadras. Todas as características urbanísticas, edilícios e paisagísticas apresentadas, influenciam para a formação de espaços pertinentes a escala do pedestre, na medida em que as proporções, gabaritos e distanciamentos permitem a apropriação e o reconhecimento de todos os lugares da cidade pelas pessoas. Sendo assim, podemos perceber a completa valorização do desenho urbano no Plano Céramique, como instrumento básico de qualificação dos espaços da cidade. O projeto, embora não apresente muitas inovações, consegue reinserir a área dentro do contexto urbano da cidade com sucesso.

FIGURA 1 - FOTO AÉREA MASSTRICHT- FONTE: CLAUDIO, LORREINE AGOSTINHO. PROJETOS URBANOS: SOBRE A INCLUSÃO SOCIOESPACIAL. PG. 117 E 123 – SÃO PAULO,2013


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FIGURA 2 - IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE MAASTRICHT – FONTE: CLAUDIO, LORREINE AGOSTINHO. PROJETOS URBANOS: SOBRE A INCLUSÃO SOCIOESPACIAL. PG. 99 – SÃO PAULO,2013


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FIGURA 3 - CROQUI DE JOOP SLANGER - FONTE: CLAUDIO, LORREINE AGOSTINHO. PROJETOS URBANOS: SOBRE A INCLUSÃO SOCIOESPACIAL. PG. 127 – SÃO PAULO,2013


2.2 Nova Icária Em 1980, uma área industrial em Barcelona em processo de desativação e abandono próximo ao centro da cidade, do porto e do mar foi motivo de discussão sobre seus espaços urbanos. Esta área encontrava-se em uma ilha isolando a cidade da fronteira litorânea, o que havia se transformado em depósito de lixo industrial, por conta dessas características, essa área foi vista com grande potencial projetual, colocando em prática conceito e métodos de intervenção urbana. Na década seguinte, os Jogos Olímpicos de 1992 foi usado como pretexto para permitir que as operações urbanas necessárias, que visavam a reordenação do território, mais precisamente parta a disposição da Vila Olímpica, chamada de Nova Icária. A proposta era que depois dos Jogos, fosse formado um novo bairro, levando em conta a recuperação da orla marítima e do tecido urbano daquele trecho da cidade. Os objetivos principais da proposta era a revisão da infraestrutura, do sistema viário, continuidade social e de espaço para a área de intervenção e bairros ao redor e rebaixamento de ramais ferroviários. Essa integração não aconteceu apenas por conta do plano de Cerdá* , mas respeitando o que já havia sido construído através da manutenção dos gabaritos consolidado e apenas sugerindo um novo desenho da área. * O Plano de Extensão (Ensanche) de Barcelona é considerado a principal obra de Ildefons Cerdà. O principal objetivo do plano foi o de aumentar a área total da cidade, permitindo sua expansão além dos limites da antiga muralha, e fornecer uma alternativa mais ordenada de ruas e quadras em comparação à confusa trama da do centro histórico de Barcelona. A contenção da cidade nestes limites havia aumentado grandemente sua densidade e criado problemas de comunicação com o exterior. O plano apresenta um sistema completo que distribui parques, indústria, comércio e residências de forma equilibrada. As avenidas principais formam estruturas que coordenam a expansão das quadras. Os quarteirões, hoje preenchidos em todos os seus lados, foram idealizados como quadras abertas, que permitiam o maior fluxo de pessoas e de ar pela cidade, assim como poderiam ser preenchidos por áreas verdes.

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FIGURA 4 - IMPLANTAÇÃO LA VILLA OLÍMPICA


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FIGURA 5 - PRINCIPAIS SETORES. LA VILLA OLÍMPICA - BARCELONA, 1992 FONTE: ALVEZ, GUILHERME GABRIEL. BARRA FUNDA: PROJETO DE DESENHO URBANO. PG.24 E 40 – SÃO PAULO, 2011


O plano foi pensado para ser desenvolvido em etapas que completariam a anterior, revendo os erros e garantindo, assim, o conjunto como um todo. Outro ponto a ser observado é a definição das faixas paralelas ao mar, com objetivos e usos distintos representados em pontos: - pela orla: a ideia era desenvolver o espaço para recreação e lazer, abrindo para a cidade de Barcelona como um todo; - pela faixa de atividades costeiras: com seus diferentes usos como hotéis, escritórios e etc.; - pela avenida principal: que seria integrada ao sistema rodoviário divido em duas partes, uma via expressa rebaixada e uma na superfície para transito local; e - pelo núcleo urbano formado: com diferentes usos de predominância residencial. O projeto da Vila Olímpica definiu as quadras como um grande cinturão edificado, mas dentro deste cinturão haveria um desenho diferenciado, com gabaritos mais baixos formando pequenas vilas residenciais. A orla caracteriza-se como o principal espaço livre público, que recebeu vários tipos de tratamentos e usos. A costa oferece alguns passeios públicos, outras áreas configuram-se como jardins ornamentais, outras como parques com passeis, equipamentos e espaços de lazer. Alguns equipamentos construídos para os jogos ainda estão na zona costeira, com novos usos que se integraram ao dia – a – dia. Grande parte deste trecho foi implantada pela iniciativa privada obedecendo a padrões impostos pelos responsáveis pelo plano urbano.

Uma das maiores críticas a esse projeto foi por conta da demolição total da antiga área fabril, porém, é justificado, pois a área estava bastante degradada. O resultado foi recebido como positivo, pois analisando, o projeto se integrou a cidade urbanisticamente, pois respeitou a escala da cidade, se tornou harmônico, assim, a área adquiriu nova importância dentro da cidade.

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2.3 Bicocca Milão, capital da região da Lombardia, é a província mais industrializada da Itália. A malha urbana desta província é a quinta maior da União Europeia é densamente povoada, com 7.190 hab./km², a cidade é conhecida como a capital do design e exerce influência mundial em âmbitos comercial, industrial, musical, literatura, arte e mídia. Dentre suas obras de intervenção, a ocorrida em Bicocca, antiga sede da indústria da Pirelli, em 1985, a apenas 5 km do centro de Milão, é considerada como a maior e mais significativa nas últimas décadas. A área requalificada possui cerca de um milhão de metros quadrados de terreno e reuniu importantes equipamentos de interesse público, como a Universidade de Milão Bicocca e o Teatro degli Arcimboldi. Em 1973, ocorre a transferência das unidades de produção da Pirelli para o Sul da Itália, e em 1985, as industrias Pirelli ao sentir as dificuldades mas decididos a manter a área, começou a desenvolver vários estudos para remodelar e realizou um concurso internacional de duas fases. O projeto vencedor teve a coordenação do arquiteto italiano Vittorio Gregotti em 1988, dando inicio as novas construções e as requalificações que permearam a região até o começo de 2000. Seu principal objetivo era a regeneração da área que deveria integrá-la a malha urbana da cidade de Milão, trazer a área uma nova centralidade urbana e identificar os recursos possíveis que representariam um centro tecnológico. Além disso, houve a intenção de criar um novo modelo de configuração urbana aberta para o espaço circundante e respeitando o layout original do terreno. A população prevista para a área passaria dos 10 mil residentes, com população diurna de 40 mil, o que gerou, após a implantação, alterações no sistema de transporte milanês. Em sua fase executiva, a área do local foi expandida para

que abrigasse a implantação de unidades residenciais para até 5.000 hab, além do Teatro Degli Arcimboldi foram implantados 50.000 m² de praças e passarelas de pedestres, 110.000 m² de área para parque público e um sistema de caminhos e pontes. O layout consiste em quatro blocos posicionados ao longo do eixo central que determinam um conjunto articulado de espaços públicos, por conta disso, os espaços produtivos do Pirelli foram transformados em uma vizinhança com malha urbana aberta, solução projetual que preservou a conexão com a indústria e após 20 anos, apesar de diferentes ajustes, o conceito ainda se preserva. A malha original da antiga fabrica foi aproveitada, a partir disso, se definiram os grandes quarteirões e seus grandes edifícios que tem o térreo parcialmente livres para a circulação de pedestres. O resultado alcançado no projeto urbano demonstra um desenho forte e bem detalhado, e ao mesmo tempo simples gerando espaços qualitativos. Os espaços públicos criados retomam a qualidade das antigas piazzas italianas, criando áreas onde o verde aparece por opção. Esses vazios reconfiguram a malha urbana e agregam a população com usos diferenciados. Por conta do rebaixamento de dois lances da escada em relação a rua, as piazzas atraem as pessoas para o interior das quadras.


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FIGURA 6 - IMPLANTAÇÃO BICOCCA INDUSTRIAS PIRELLI - FONTE: CLAUDIO, LORREINE AGOSTINHO. PROJETOS URBANOS: SOBRE A INCLUSÃO SOCIOESPACIAL. PG. 145 – SÃO PAULO, 2013


A qualidade do projeto urbano e da arquitetura é de alto nível, com a criação de espaços públicos, novas áreas verdes, caminhos alternativos para pedestres e edifícios bem planejados, Gregotti trouxe a área grande qualidade urbana, respeitando e dando importância a memoria industrial e o patrimônio histórico de Bicocca. Por outro lado, sua ocupação não atendeu às expectativas dos setores privados, porque a ocupação residencial foi lenta e até o ano de 2010 não foram construídos todos os edifícios planejados no projeto original. A área ainda apresenta terrenos vagos e não é considerada uma segunda centralidade da cidade de Milão. E mesmo atraindo uma grande população por conta dos centros corporativos, de pesquisa e instalações universitárias, no quesito habitação, a área não é atrativa.

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FIGURA 7 - IMPLANTAÇÃO DO PLANO CONSTRUIDO


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FIGURA 8 - VISTA AÉREA DO PLANO CONSTRUÍDO - FONTE: CLAUDIO, LORREINE AGOSTINHO. PROJETOS URBANOS: SOBRE A INCLUSÃO SOCIOESPACIAL. PG. 166 – SÃO PAULO,2013


3.DISTRITO DE BARRA FUNDA


3.1 LINHA DO TEMPO

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Figura 9 - Imagem Autoral


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3.2 CONTEXTO DA REGIÃO A partir dos anos de 1960 acontece outra grande transformação no bairro da Barra Funda, marcada pelas medidas do governo para planejamento urbano. Foi aprovada a lei de uso e ocupação de solo, modernização dos transportes e o prolongamento do sistema viário, deixando mais claro o perfil industrial do bairro. Na década de 1970, for criado o Plano Urbanístico Básico – PUB, que destacou a importância de fornecer equipamentos públicos, desenvolvimento econômico, distribuição da população pela cidade e mecanismos de ordenamento de solo. Porém, por conta do momento político vivido no país o PUB foi arquivado. Somente em 1971, quando foi aprovado o PDDI, Plano Diretor de Desenvolvimento Integrando, que manteve a proposta do PUB sobre sistema viário, é que a cidade pode pensar num plano de ordenação, e o PDDI ainda precisava de mais detalhes que complementassem sua operação. Em 1972, a lei de zoneamento foi aprovada, criando zonas de uso e ocupação de solo, categorias especificas ou mistas de uso, entre outros. Na Barra Funda, o zoneamento definiu grande parte do território como zona industrial, consolidando o perfil urbano pré – existente. Esse uso do solo desestimulou e dificultou a ação do mercado imobiliário. Neste período também aconteceram grandes obras viárias, como o Viaduto Antártica e Pompéia, nos anos de 1970, que criaram novos meios de ligação do centro para o norte da cidade, e estimularam a ocupação do trecho entre a ferrovia e rio Tietê. A ocupação desta área aconteceu de forma desigual, marcada por parcelamento fragmentado e em grandes quadras, muitas áreas ficaram sem uso por conta dos problemas de drenagem, que aconteciam por conta da retificação do rio Tietê. Porém, o setor sul que era conectado a Perdizes era totalmente ocupado com habitações e

pequenas industrias. Em meados da década de 1980, ocorreram transformações que modificaram socialmente e fisicamente a Barra Funda. Durante a implantação de projetos urbanísticos em São Paulo, em 1988 é inaugurada a Estação Barra Funda do metrô. No ano seguinte, é concluído o Terminal Intermodal Barra Funda, com a implantação de uma rodoviária conectada ao metrô e o Memorial da América Latina. Essas obras melhoraram a expectativa com relação as melhorias e a valorização do bairro. A implantação de grandes equipamentos públicos não foi o suficiente para modificarem a morfologia da região, até a década de 1990. Quando houve a criação da Operação Urbana*, que tinha como objetivo estimular a ocupação e requalificação de regiões da cidade, foi incentivada a novas transformações na Barra Funda. Com a criação da Operação Urbana Água Branca em 1995, foram estabelecidos novos usos na região, o que possibilitou investimentos privados. A alteração de usos começou a acontecer na área com a implantação de hotéis, supermercados, universidades e o Fórum Criminal e Trabalhista. Mas, a adesão do mercado imobiliário a OUAB não foi tão significativa, um dos motivos do insucesso da OUAB é a inexistência de um plano urbanístico para a área de intervenção. Em 2002, foi criado o Plano Diretor Estratégico de São Paulo que queria viabilizar os objetivos do plano com a utilização de instrumentos urbanísticos. O PDE dividiu a cidade em três áreas com diferentes problemáticas: consolidada, intermediária e periférica. Por conta de parte do território da Barra Funda ser subutilizado, ela foi inserida em área intermediária.

* É uma expressão utilizada para designar um gênero de atuações urbanísticas caracterizado pela finalidade de reconfiguração de determinada área do espaço urbano.


Operação Urbana Água Branca. PMSPCom o estimulo do PDE e, em 2004, a implementação do EMURB, 1995.) Plano Regional Estratégico da Lapa, o estimulo de atrair o setor residencial aumentou e neste contexto a elaboração Em 2013, foi estabelecido novas diretrizes gerais, específicas de um plano urbanístico. e mecanismos para a implantação da OUAB, definindo programas de intervenções para a área da Operação, revo3.3 OPERAÇÃO URBANA ÁGUA BRANCA A Operação Urbana Água Branca (OUAB) é como um con- gando a Lei nº 11.774, 1995. Foi sancionada pelo atual prejunto de medidas que estimulam a integração das ações feito Fernando Haddad. e interesses do poder público, da inciativa privada e dos “Art. 1º Fica aprovada a Operação Urbamoradores locais, buscando fazer transformações urbanístina Consorciada Água Branca, que comcas através de recursos privados. preende um conjunto de intervenções e O perímetro da operação é formado pelas avenidas Presimedidas coordenadas pela Prefeitura Municipal de São Paulo, por intermédio da emdente Castelo Branco (Marginal Tietê), Pacaembu, Francisco presa São Paulo Urbanismo – SP-Urbanismo, Matarazzo, Pompéia, Santa Marina e Comendador Martinelli com a participação dos proprietários, morae as ruas Paraguaçu, Traipu, Turiaçu e Carlos Vicari, possuindores, usuários e investidores, visando impledo uma área de 540 ha. mentar transformações urbanísticas, sociais A OUAB foi definida pela Lei 11.774 de 1995, sendo seus e ambientais na área de abrangência terriprincipais objetivos estimular e promover o adensamento e torial definida nesta lei. Parágrafo único. As regras de uso e ocunovo uso e ocupação da área, a ocupação de vazios urpação do solo fixadas nesta lei devem banos, a preservação de bens históricos, melhoria do sisteser observadas em todos os pedidos de ma de drenagem, alteração, ampliação e implantação de aprovação de construção ou reforma com sistema viário, criação de espaços públicos, áreas verdes e área construída acima do coeficiente de permeáveis. Foi sancionada pelo então prefeito Paulo Salim aproveitamento um, situadas no perímetro da Operação Urbana Consorciada Água Maluf. “Art. 1º - Fica aprovada a Operação Urbana Água Branca, compreendendo um conjunto integrado de intervenções, coordenadas pelo Executivo através da Empresa Municipal de Urbanização - EMURB, com a participação dos proprietários, moradores e investidores privados, visando alcançar transformações urbanísticas com reduzida participação dos recursos públicos.” (São Paulo. Lei 11.774 de 18 de maio de 1995.

Branca, aplicando-se, no que não confrontar com a presente lei, as demais normas urbanísticas integrantes da legislação municipal.” (São Paulo. Lei 15.893 de 07 de novembro de 2013. Operação Urbana Água Branca. PMSP- SP-Urbanismo, 2013.)

A revisão da lei tem como objetivos a adequação ao Estatuto da Cidade*, ao Plano Diretor Estratégico e a conceitos

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urbanísticos contemporâneos como o transporte coletivo; cidade compacta e inclusa e urbanismo como gerador de valor social, cultural e econômico. Por conta do histórico da área, verifica-se algumas questões urbanas e paisagísticas que definiram a delimitação do perímetro e das propostas da OUAB, que são: - Proximidade da região como o centro histórico e com bairros consolidados da cidade; - Boas condições de macro acessibilidade possuindo conexões de abrangência metropolitana; - Problemas referentes a micro acessibilidade, por conta de obstáculos físicos, permeabilidade de pedestres e veículos; - Problemas de drenagem urbana devido a ocupação da várzea do rio Tietê; - Ferrovia como uma grande barreira física

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Este cenário de deficiências e potencialidades é fundamental para que se justifique a criação desta Operação Urbana, estabelecendo diretrizes que estimulem a reorganização e o desenvolvimento desta área. A responsável pelo plano urbanístico da OUAB foi a Empresa Municipal de Urbanização do Munícipio de São Paulo – EMURB/SP. Tendo como diretrizes o Estudo de Impacto Ambiental*, a EMURB divide a área da OUAB em 9 setores, que foram agrupados segundo características semelhantes de uso e ocupação do solo, potencialidades, sistema viário e transporte público.

- Existência de vazios, que estão na responsabilidade do poder público e de poucos proprietários; - Oferta de equipamentos de lazer e cultura de médio e grande porte, tanto públicos como privados; - Presença de bens históricos - Baixa densidade populacional.

* O Estatuto da Cidade é a denominação oficial da lei 10.257 de 10 de julho de 20011 , que regulamenta o capítulo “Política urbana” da Constituição brasileira. Seus princípios básicos são o planejamento participativo e a função social da propriedade. A União regulamentou as disposições constitucionais acerca de desenvolvimento urbano com base em competência prevista na própria constituição.

* A RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001/86 define que o Estudo de Impacto

Ambiental (EIA) é o conjunto de estudos realizados por especialistas de diversas áreas, com dados técnicos detalhados. O acesso a ele é restrito, em respeito ao sigili industrial.


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FIGURA 10 - LIMITE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO – FONTE: HTTP://GESTAOURBANA.PREFEITURA.SP.GOV.BR/ARQUIVOS/CMPU/APRESENTACAO%20DA%2023A%20REUNIAO_CMPU_05_12_12.PDF


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FIGURA 11 - SETORES OPERAÇÃO URBANA – FONTE: HTTP://GESTAOURBANA.PREFEITURA.SP.GOV.BR/ARQUIVOS/CMPU/APRESENTACAO%20DA%2023A%20REUNIAO_ CMPU_05_12_12.PDF


- Setor A – ZEIS/Centro de Treinamento: Ocupação esparsa, com edifícios usados para fins comerciais devido à proximidade com a Marginal Tietê e as rodovias Bandeirantes e Anhanguera. Existe também uma área pública que é ocupada, atualmente, pela CET e como centro de treinamentos dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. Nesta setor também, está inserida a única favela presente no perímetro da OUAB, a favela do Sapo. - Setor B – Santa Marina/Gleba Tecnisa: Ainda possui residências remanescentes das vilas operárias, correspondendo a vilas de sobrados germinados, galpões de médio e grande porte. Existe também uma grande área ocupada com o centro esportivo da Telefônica que está desativado e o Clube Nacional, a outra parte pertence à Tecnisa. - Setor C – Orla Ferroviária: Possui uma localização estratégica, pois tem fácil acesso ao centro da cidade e com a Lapa tanto pelo sistema viário, quanto pelo ferroviário. Tem intensa atividade de mercado imobiliário, com lançamentos comerciais e residências de médio padrão. - Setor D – Sociedade Esportiva Palmeiras/West Plaza: Está entre os bairros Pompéia e Pacaembu com residências de médio e alto padrão. Possui edifícios baixos e residências de até 2 pavimentos. Existe uma grande presença de equipamentos de uso comercial e cultural, como o Shopping Bourbon e West Plaza, Sesc Pompéia e a sede da Sociedade Esportiva Palmeiras. - Setor E – Gleba Pompéia/Marginal Tiête: Não apresenta população residente e a ocupação é predominantemente industrial, com oficinas, transportadoras e terrenos vazios. Apresenta um sistema viário incompleto e irregular, gerando quadras extensas e dificultando a circulação de pedestres, além de não possuir áreas verdes

públicas e pouca arborização viária. - Setor F – Parque Industrial Tomás Edson: Este setor é marcado por grandes lotes irregulares, sem áreas verdes e também não apresenta população residente, mesmo que o Plano Diretor Regional tenha mudado o uso para zona de uso misto. Próximo a Marginal Tietê aconteceu a substituição de uso industrial pelo de comércio e serviços, por conta da grande movimentação de veículos. - Setor G – Play Center/Fórum Dr. Mário Guimarães: A ocupação predominante deste setor é de galpões industriais de médio porte, com atividades diversificadas, possui uma densidade populacional de 32 hab/há, com perfil de renda médica baixa. O sistema viária não é completo, sendo basicamente no sentido norte-sul, não existe vias ortogonais dificultando a circulação de veículos e pedestres. - Setor H – Terminal Intermodal da Barra Funda/Memorial da America Latina: Sua densidade demográfica é de 76 hab/ha. Localiza-se na parte de cima da ferrovia e é caracterizada por um parcelamento com pequenos lotes, sistema viário desconectado e predomina o uso de comércio e serviço. A parte sul possui equipamentos públicos e privados, como o Memorial da América Latina e as Universidades Uninove e Unesp. Por conta das universidades, existe um intenso tráfego de pedestres, que é bastante dificultada pela falta de vias conectoras. - Setor I – Bairro de Perdizes: Tem a área de maior valor imobiliário dentro da área da OUAB e a maior densidade populacional, com 303 hab/ha. O uso predominante é o residencial vertical de médio e alto padrão, com alguns pontos horizontais. A estrutura deste setor é muito diferente dos outros, pois os lotes são pequenos e médios e foram reestruturados para execução de empreendimentos residenciais.

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Com cada setor caracterizado, a EMURB tem incentivos para cada um deles dentre outras obras de intervenção. Para todos os setores a ideia é aumentar a densidade demográfica, que atualmente, partindo do Censo de 2010, é de 24 hab/ha para 100 a 320 hab/ha. Essa medida acrescentaria aproximadamente 72.000 pessoas, visto que atualmente a população residente é de apenas 13.000. O adensamento é proposto de forma genérica e a forma urbana gerada pelo adensamento não é projetada, da mesma maneira das relações das unidades habitacionais com a cidade. Porém, a falta de forma urbana projetada não garante que o adensamento populacional aconteça como planejado pela operação urbana. Os espaços livres que já existem na área da OUAB, foram ampliados na proposta urbanística. Foram elaborados diversos espaços livres públicos que foram classificados como áreas verdes. A intenção é usar como conectores, formando um sistema único. As áreas verdes mais significativas então na gleba Centro de Treinamento, gleba Tecnisa e gleba Pompéia, essas áreas não são ligadas, mas estão previstas em um conjunto articulado. As obras viárias são grande parte das propostas da OUAB, foram propostos prolongamentos viários, abertura de novas vias, reconfigurações geométricas. Essa ideia acontece por conta de problemas fundiários que são as grandes quadras, ruas que não tem saída, terrenos irregulares. A circulação de pedestres também é difícil por conta dessas quadras, que não tem grande influencia negativa para automóveis, mas para pedestre os cruzamentos não são realizados com facilidade. Atualmente, existem somente quatro acessos de transposição para os pedestres: pela estação da CPTM Água Branca, pela estação do Metrô Barra Funda, uma passagem pelo viaduto Pompéia e outra pelo viaduto

Antártica. Essas situações deixam mais forte a condição de barreira física provocada pela ferrovia e pelo sistema viário desconecto da Barra Funda. 3.4 PLANO DIRETOR O Plano Diretor Estratégico de São Paulo, foi implementado em 2002 pela lei 13.430, esta lei foi revogada e substituída pela lei 16.050 de 31 de Julho de 2014, sancionada pelo atual prefeito do município de São Paulo, Fernando Haddad. É o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana, organizando o funcionamento da cidade. “§ 1º A Política de Desenvolvimento Urbano é o conjunto de planos e ações que tem como objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e o uso socialmente justo e ecologicamente equilibrado e diversificado de seu território, de forma a assegurar o bem-estar e a qualidade de vida de seus habitantes.” (São Paulo. Lei 16.050 de 31 de Julho de 2014. Política de Desenvolvimento Urbano e Plano Diretor Estratégico do Munícipio de São Paulo. PMSP, 2014.)

O PDE divide a cidade em três níveis, com finalidades diferentes, sendo o primeiro nível as Macrozonas, que dividem a questão ambiental. O segundo nível são as Macroáreas que estão relacionadas a infraestrutura, e o terceiro nível são as Zonas, que definem usos e regras. A região da Barra Funda e toda a orla ferroviária, o centro da cidade e lugares onde existe grande oferta de transporte coletivo, foram classificadas como Macroárea de Reestruturação e Requalificação, que visam o adensamento dessas áreas por meio da mudança de uso do solo.


Em 2004, foram criados os Planos Regionais Estratégicos das Subprefeituras, que definiam parâmetros e diretrizes específicas para cada uma. A Barra Funda está inserida na subprefeitura da Lapa, que tem como objetivos principais: transformar zonas industriais e mistas; permitir a permanência e expansão das industrias nas zonas mistas; estimular atividades culturais e diversificação das atividades comerciais e de prestação de serviços; estimular atividades esportivas em áreas desocupadas.

A mudança de uso do solo industrial para misto foi fundamental para que houvesse a implantação de empreendimentos imobiliários residências, como proposto da OUAB. A diversificação do uso do solo urbano estimula novas atividades comerciais, culturais, esportivas e o surgimento de novos núcleos habitacionais. Os coeficientes e taxas de ocupação privilegiam as questões de insolação e ventilação mínima, mas não a forma das construções e espaços livres. A transformação da Zona Industrial em Zona Mista mais as diretrizes da OUAB deram inicio a ini“2.1. estimular, na nova centralidade, ativi- ciativa projetual do concurso Bairro Novo. dades culturais e a diversificação de atividades comerciais e de prestação de serviços, especialmente em áreas situadas nas proximidades do Memorial da América Latina; 2.2. estimular atividades esportivas e de lazer em áreas desocupadas e próximas da calha do Rio Tietê, visando à manutenção de superfícies que contenham a água, por meio de pisos drenantes, que garantam maior permeabilidade do solo; 2.3. preservar o Parque Fernando Costa, estabelecendo para as quadras lindeiras as características de uso e ocupação do solo da Zona Mista – ZM, com gabarito máximo das edificações igual a 9,00 metros, conforme Mapa 04, integrante deste Livro; 2.4. manter, como integrante do Sistema de Áreas Verdes do Município de São Paulo, a Sociedade Esportiva Palmeiras (EI-8); 2.5. transferir a centralidade prevista pelo PDE, no entorno da Avenida Pacaembu com as Avenidas General” (São Paulo. Plano Regional Estratégico da Subprefeitura da Lapa.).

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FIGURA 12 - MAPA DE NÍVEIS PLANO DIRETOS COM OUAB DESTACADA – FONTE: HTTP://GESTAOURBANA.PREFEITURA.SP.GOV.BR/ARQUIVOS/PDE_LEI_FINAL_APROVADA/ MAPAS/MAPAS%20ASSINADOS/MAPA02_MACRO%C3%A1REAS.PDF


3.5 CONCURSO BAIRRO NOVO O concurso Bairro Novo foi promovido pela Prefeitura e o Instituto de Arquitetos Brasileiros e, de acordo com a justificativa do concurso, o projeto deveria pensar no que seria um bairro ideal para uma cidade moderna, justa e bonita. “Como deve ser o bairro ideal para morar em São Paulo no século XXI? Quais as características de suas ruas, seus espaços públicos, suas habitações, seus locais de trabalho e de lazer, seu abastecimento local? Como se deve nele circular: a pé, de automóvel, com veículo especial? E qual a mescla de atividades mais adequada para obter a melhor qualidade de vida possível, maximizando a tecnologia de ponta deste século e refletindo a cultura e os hábitos paulistanos, cosmopolitas? Qual o projeto de um novo grande bairro que possa ser exemplar e paradigmático de uma São Paulo metrópole global, mais justa, moderna e bonita?”(São Paulo. Termo de Referência do Concurso Bairro Novo. 2004, p. 2.)

Como já vimos anteriormente, embora a OUAB precisasse de uma proposta urbanística que impulsionasse o desenvolvimento e o processo de reurbanização da Água Branca. Todos os questionamentos deveriam ser respondidos de forma projetual. O projeto vencedor foi da equipe dos arquitetos Euclides da Cunha, Carolina de Carvalho e Dante Furlan e tinha como referência a cidade tradicional, os prédios construídos no alinhamento das ruas, com generosos recuos de fundo. Os lotes com acesso pelas vias principais seriam destinados

a uso misto, com comércio e habitação, os localizados nas quadras internas são de uso exclusivamente habitacional e as esquinas seriam exclusivamente de pontos comerciais. O motivo do projeto não ter sido realizado, segundo o escritório vencedor, foi por conta de mudança de gestão política e falta de continuidade dos projetos da antiga gestão. Para a EMURB, foram por dois problemas, o primeiro seria técnico, porque as questões de drenagem não foram solucionadas, não se encontrava a cota de nível das ruas e o projeto não considerava a ferrovia e o rio Tietê, itens de grande relevância para a área. E o segundo motivo, foi a rejeição da iniciativa privada. Mesmo com a suspensão do contrato com a equipe vencedora durante a troca de governo municipal, as atenções estavam voltadas para a região da Água Branca.

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FIGURA 13 - PERSPECTIVA DO PROJETO VENCEDOR CONCURSO BAIRRO NOVO – FONTE: HTTP://WWW.VITRUVIUS.COM.BR/REVISTAS/READ/ARQUITEXTOS/09.104/82


3.6 OPERAÇÃO URBANA LAPA – BRÁS Na área de avanço de crescimento populacional e aproveitando as qualidades da Barra Funda e regiões no seu entorno, a Operação Urbana Consorciada Lapa – Brás aparece com sugestões de melhorias para problemas de infraestrutura e habitação. A OUCLB quer aproveitar o aproveitar os usos da região, modificando grandes trechos urbanos vazios ou subutilizados por conta da indústria com usos comerciais e habitacionais. Outro fator é a diferença da qualidade urbana entre o trecho sul e o norte da ferrovia, sendo que o trecho sul tem as melhores condições de mobilidade, diversidade de usos e densidades demográficas, já a segunda não apresenta nenhuma dessas características. Como solução para este problema de mobilidade, a OUCLB planeja o enterramento dos trilhos das linhas 7 e 8 da CPTM, o trecho rebaixado soma 12 km de extensão e percorre da estação Lapa até a estação Brás. A OUCLB é dividida em 8 grandes setores, agregando semelhanças em relação a potenciais e deficiências. Existem outras propostas que são a demolição ou desmontagem do Minhocão, da Praça Roosevelt até o Largo Padre Péricles, mudança do Terminal Rodoviário da Barra Funda para o Pátio da Lapa, renaturalização de alguns córregos, melhoria de drenagem e aumento de áreas verdes. Da mesma maneira da OUAB, a OUCLB quer dar continuidade às várias tentativas de transformação da região, estimulando o desenvolvimento urbano através de grandes obras de infraestrutura, melhorando o sistema viário, criando grandes espaços livres de lazer e ampliar o interesse de atuação do mercado.

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Figura 14 - LIMITE OUCLB – FONTE: HTTP://WWW.PREFEITURA.SP.GOV.BR/CIDADE/SECRETARIAS/DESENVOLVIMENTO_URBANO/NOVAS_OPERACOES_URBANAS/TERMOS_DE_REFERENCIA/INDEX.PHP?P=17816

FIGURA 15 - PERSPECTIVA OUCLB – FONTE: ALVEZ, GUILHERME GABRIEL. BARRA FUNDA: PROJETO DE DESENHO URBANO. PG. 49 – SÃO PAULO, 2011


4. ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO


4.1 LOCALIZAÇÃO



Figura 16 - FONTE: Prefeitura de São Paulo


4.2 SISTEMA VIÁRIO A nossa área de estudo está situada próxima à região do centro expandido da Região Metropolitana de São Paulo, contando com vias de alta capacidade: Avenida Pacaembu, Avenida Francisco Matarazzo e Sumaré, o que facilita o acesso de veículos que vem de outras regiões de São Paulo. A área também tem acesso direto às principais rodovias do estado devido a sua localização junto às marginais do Rio Tietê. 4.3 SISTEMA ESTRUTURAL DE TRANSPORTE PÚBLICO A região possui um grande sistema de transporte público. As linhas de trem que passam pela área são: Linha 7 – Luz – Francisco Morato – Jundiaí e Linha 8 – Júlio Prestes – Itapevi – Amador Bueno, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, que se conectam a Linha 3 Vermelha Leste – Oeste do Metro no Terminal Intermodal da Barra Funda. No caso do transporte por ônibus, existem dois corredores, um que passa na Avenida Marques de São Vicente ligando o Terminal Cachoeirinha ao Terminal Praça Princesa Isabel e o outro corredor passa na Avenida Francisco Matarazzo, com ônibus de diversos bairros de São Paulo.

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FIGURA 17 - FONTE: IABSP CONCURSO OPERAÇÃO URBANA ÁGUA BRANCA


FIGURA 18 - FONTE: SUBPREFEITURA DA LAPA – MAPA FEITO PELA AUTORA COM BASE EM AUTOCAD


4.4 FAVELAS NO PERÍMETRO DA REGIÃO E ENTORNO Podemos observar que o uso na região é predominantemente de Zona Mista de Média Densidade. O uso residencial nesta área, tem se desenvolvido mais nesses últimos anos com a construção de grandes condomínios residenciais de alto padrão. Muitos galpões das antigas indústrias que tinham existiam naquela área ainda permanecem sendo usados por outras indústrias, tombados ou com em uso com outra atividade.

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FIGURA 17 - FONTE: PREFEITURA DE SÃO PAULO


4.5 USO E OCUPAÇÃO DE SOLO A região possui grandes terreno de propriedade pública, devido aos processos de retificação do rio Tietê. Muitos foram doados, transferidos ou foram concedidos a instituições como é o caso da CET, glebas vazias ou subutilizadas, por exemplo, a grande gleba de 250.000m² de posse da construtora Tecnisa, a Gleba Pompéia e Gleba CET(Companhia de Engenharia de Tráfego), o Clube dos funcionários da Santa Casa, as associações esportivas Palestra Itália, Centro de Treinamento do Palmeiras e do São Paulo Futebol Clube, entre outros. Além disso, ainda existem. Há pouca variação de uso da ocupação do solo na área de estudo. A lei de Zoneamento revista em 2004, vigente até hoje, foi responsável por inúmeras transformações na região e possibilitou que áreas com grandes restrições de uso fossem adensadas.

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FIGURA 20 - FONTE: INFORMAÇÕES SUBPREFEITURA DA LAPA - MAPA AUTORAL


4.6 REDE ESTRUTUAL HIDRÍCA

FIGURA 21 - SUBPREFEITURA DA LAPA


4.7 DADOS CENSITÁRIOS Como já foi analisado antes, podemos perceber que á área tem ocupação bem dispersa. No trecho Norte nas áreas situadas entre a linha férrea e a Marginal Tietê, é onde existe menos população residente. Porém esta situação será revista com a construção de condomínios fechados que serão construídos naquela região, o adensamento vai aumentar.

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4.8 ESTABELECIMENTOS

4.9 EMPREGOS

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4.10 FOTOS DO ENTORNO

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3


4 5 6

4 61

5

6


5. PROPOSTA


Após o estudo e reconhecimento do distrito da Barra Funda e o perímetro da Operação Consorciada Água Branca como um todo, pode-se delimitar uma área para a proposta de projeto urbano. A escolha desta área foi feita a partir dos principais pontos de problemáticas que podemos identificar nesta região e o conjunto desses fatores faz deste perímetro uma área com grande potencial para esse tipo de transformação. Esse potencial garante a área a estrutura favorável para que a proposta aconteça, no quesito de reurbanizar e qualificar este setor da Barra Funda. Podemos identificar os seguintes fatores: - Grandes quadra subutilizadas, como a Gleba Pompéia, que representa 30ha. O trecho objeto do projeto se insere em um processo de tranformção, com grandes testemunhos históricos do período inicial de industrialização da cidade de São Paulo. - Instalações comerciais e industriais de baixa relevância - Atual substituição de uso industrial para comercial e serviços. Podemos observar essa mudança de uso principalmente nas quadras próximas a Avenida Marquês de São Vicente. - Difícil circulação de pedestre, com poucas áreas para transposição e pelas grandes quadras; - Importantes eixos viários que facilitam a ligação não somente para o centro da cidade, mas para as regiões norte, para rodovias importantes e outros bairros do entorno; - Importante proximidade com o Terminal Intermodal da Barra Funda e Estação Água Branca; - Corredores de ônibus nas avenidas Marquês de São Vicente e Francisco Matarazzo; - Presença de equipamentos de lazer e cultura, como o Sesc Pompéia, Parque da Água Branca e Memorial da América Latina.

- Construções simbólicas e de grande porte, como o Centro Empresarial Água Branca, formado por 4 torres de escritórios, podendo ser visto a partir da Marginal Tietê. O entorno da área delimitada é formado por bairros consolidados, como Perdizes, Pompéia, Pacaembu e Santa Cecília, fato que foi levado em consideração para o estimulo da ocupação residencial. Está próximo de centros comerciais e serviços consolidados, como os shoppings centers Bourbon e West Plaza e presença de equipamentos de cultura e lazer, como o Sesc Pompéia, Parque da Água Branca e Memorial da América Latina. 5.1 PARTIDO Após destacar os fatores relevantes para a delimitação da área objeto de intervenção, podemos localizar as problemáticas e colocar pontos fundamentais relacionados a elaboração do projeto, como propostas, partidos, conceitos e desenhos, que foram completados após a orientação e estudos com o orientador e apresentação para professores convidados e pré-banca. Podemos destacar como principais os seguintes pontos: - Propor diversos usos como habitação, comércio e serviços; - Propor novas malhas viárias a partir das existentes; - Aumentar número de habitantes na área, por meio de habitação vertical; - Propor equipamentos públicos como UBS e creche; - Oferecer áreas verdes e de convivência de qualidade para a população residente. - Propor transposição sobre Marginal do Rio Tietê por meio de passarela de pedestres e ciclistas, fazendo contato com o passado. - Cidade na escala do pedestre. - Uso misto dentro do bairro.

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5.2 MEMORIAL DESCRITIVO A proposta apresentada parte da reconfiguração da paisagem atual, tendo como principal objetivo apresentar um novo bairro que se configure para a escala do pedestre, criando um grande parque com serviços que atenda a demanda da região. O parque é margeado por lotes residenciais abertos e comerciais, além de oferecer serviços e equipamentos de uso público. O parque se configura a partir da Marginal Tietê, bastante arborizado, abriga o edifício da UBS, além de edifícios residenciais com térreo + 5 pavimentos sobre pilotis para garantir a circulação do pedestre. É um total de 15 edifícios dessa mesma configuração com taxa de ocupação de 1,48 e coeficiente de aproveitamento de 38%. São apresentados apartamentos de 30, 60 e 120 m², este último sendo duplex. A proposta pretende a modificação dos parâmetros urbanísticos, como aumento da densidade populacional na área delimitada, novas vias propostas, considerando a estrutura do parque proposto, dimensionando as ruas priorizando o pedestre e ciclistas, equipamentos urbanos e arborização. Estabelecimento de quadras urbanas menores do que as que são encontradas na região da Água Branca, facilitando o deslocamento de pedestres. Para uma maior mobilidade, a proposta apresenta também uma passarela de pedestres e ciclistas que atravessa a Marginal Tietê por cima do Rio Tietê, ligando a Água Branca ao Bairro do Limão. Esta passarela será de estrutura metálica, fazendo conexão com as antigas pontes para trens e tendo como referência o passado do Bairro da Barra Funda. O objetivo desta proposta é criar condições para que exista uma relação de boa qualidade entre os edifícios e lotes com os espaços livres de área verde, garantindo um bom uso do espaço público para a escala do pedestre.

ESPAÇOS LIVRES - Calçadas com larguras entre 3 e 4 m; - Ciclovia em toda a extensão da área de estudo; - Pontos de paradas com quiosques, mesas, bancos e coberturas; - Diversos tipos de árvores e flores; - Diversos tipos de materiais; - Configuração de parques menores; - Eixo Verde, levando ao parque principal.


5.3 PROJETOS INTEGRADOS INTEGRAÇÃO AO TRIPORTO CENTRO DE LOGÍSTICA RESERVA NA BARRA FUNDA Entre o Rio Tietê e as avenidas Marginal Tietê Expressa e Presidente Castelo Branco, propôe-se a e implantação de um Porto Fluvial, aumento do leito do Rio Tietê, desvio de trecho da Marginal Tietê e reforma da Central de Triagem da Lapa. Neste terreno onde hoje funciona a Central de Triagem da Lapa, que recebe resíduos sólidos trazidos de eco pontos espalhados pela cidade. Este projeto se divide em e partes: porto fluvial, mudanças no galpão de central de triagem e áreas envoltórias. Para possibilitar a inserção de um porto fluvial, foram necessárias geográficas, levando em consideração o fluxo da mobilidade, tanto de veículos externos como internos. Para que os fluxos de importação e exportação de resíduos não acontecesse pelas vias, um trecho da Marginal Tiete foram deslocadas, passando pela outra face do galpão. Assim a área deste porto dispõe de 62,29 metros de extensão no nível térreo, com uma plataforma flutuante de 200m² alocada no rio. A expansão dos locais de armazenamento foi proporcional às baias existentes. Foram utilizados containers todos com abertura frontal para facilitar a estocagem de fardos. Os containers foram alocados de modo a facilitar os fluxos, por conta dos colaboradores, uso de empilhadeiras e locomoção de carrinhos coletores, um corredor de medida de 4,36 m. O dimensionamento foi previsto para suportar 100 colaboradores. Toda a área de apoio ao colaborador foi concentrada ao lado direito do galpão, ao lado oposto de onde ocorrem os fluxos de triagem. No geral, o projeto preza pela acessibilidade, garantindo todas as áreas possuam rampa de acessibilidade, tanto exter-

na quanto interna. INTEGRAÇÃO COM A REURBANIZAÇÃO DA FAVELA LIDIANE A Reurbanização se localiza no perímetro da Água Branca São Paulo, porém seu distrito é o Limão, essa ocupação desordenadamente e sem infraestrutura é conhecida como favela Lidiane. Objetivo é transformar favelas e loteamentos irregulares em bairros, garantindo o acesso à cidade, com ruas asfaltadas, saneamento básico, iluminação e serviços públicos. • Programa de necessidade • Habitação • Sala Estar e jantar: 14.25 m² • Cozinha e área de serviço: 9 m² • Banheiro: 5.7 m² • Dormitórios 1: 9m² • Dormitório 2: 9m² • Total habitação: 51 m² • Altura de 2.40 metros interno e 2.70 metros externo, total: 13.50 metros. • Recuo de frente 5 metros • Área de convivência • 1 Quadra poliesportiva • Pista de skate (Half) • Playground • Área para 3ª Idade • Paisagismo • Ciclovia • Creche: 300m² • Comércio: 8 Unidades : 51 m² • Estacionamento: 85 Vagas • 11 Blocos de habitação, contendo 5 andares e 4 apartamentos, contendo também 6 áreas de comercio térreo.

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Total: 212 Unidades, sendo o térreo com plantas adaptadas, e os outros andares com possíveis adaptações futuras. Seu objetivo, em geral, é proporcionar níveis de vida mais decentes à população-alvo, e diminuir impactos ambientais negativos gerados por essas aglomerações urbanas que apresentam insegurança e precariedade nas condições de saneamento, conforto, acessos e serviços urbanos.

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6. REESTRUTURAÇÃO URBANA


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6.1 PLANO GERAL [1:2000] 6.1.1 CONCEITOS - BAIRRO + VIAS + LOTES ABERTOS O conceito seguido para o bairro foi priorizar a integração de lotes residenciais abertos com as áreas verdes públicas. Podemos citar os seguintes pontos: - Trazer o pedestre para a rua, priorizar o pedestre; - Calçada é o espaço para as pessoas; - Ruas com atividades e bem arborizadas, espaços de convivência, praças de diversos estilos; - Poder ver a rua da varanda de casa; - Lotes abertos para garantir a circulação entre as quadras, sem barreira física; - Edifícios com plantas em diferentes configurações, garantindo diversas configurações familiares; - Abusar da vegetação, com arvores frondosas, grandes copas, florações marcantes; - Incorporar cor nas ruas e elementos, criando identidade visual para as ruas; - Soluções diferenciadas para a forma e configuração dos edifícios e praças; - Materiais e elementos diversos como vidro, madeira, concreto, água e vegetação.


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6.2 IMPLANTAÇÃO + TÉRREO [1:2000]

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6.3 PERCURSO VIÁRIO [1:2000] Foram projetadas novas ruas para atender a necessidade desta nova área implantada. Uma via coletora garante o acesso de quem vem da Avenida Castelo Branco (Pista Local da Marginal Tiête), fazendo ligação com a Avenida Marquês de São Vicente. Vias locais garantem a boa circulação de veículos no interior da área de objeto de estudo, dando acesso aos quarteirões de serviços, residenciais, a todos os parques, creche e UBS.

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6.4 TOPOGRAFIA [1:2000] A área do objeto de estudo está localizada na região da Lapa de Baixo, as margens do Rio Tietê. A cota de nível antes da intervenção variava 3 metros, indo de 723, a cota predominante e 726. A proposta foi deixar a área mais plana possível, para facilitar a circulação, mantendo no nível 723, variando alguns centímetros.

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6.5 USO E OCUPAÇÃO DE SOLO [1:2000] 6.5.1 LOTES RESIDÊNCIAS Os lotes residências também seguem diferentes configurações, como 12 m x 30 m; 14 m x 25 m. - Para edifícios, instalações ou equipamentos inclusive no subsolo, os recuos mínimos estabelecidos para fundos e laterais será 3 (três) metros. Segundo as diretrizes dispostas no anexo ao projeto de lei de Revisão Participativa da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo. 6.5.2 LOTES COMERCIAIS Os lotes comerciais estão localizados nas esquinas dos quarteirões, garantindo fácil acesso e boa visibilidade. - Para as edificações, instalações ou equipamentos, inclusive no subsolo em lotes de esquina ou com duas os mais frentes de formato irregular, deverão seguir o recuo mínimo de frente de 5 (cinco) metros. Seguindo as diretrizes dispostas no artº 3 do decreto nº 46.932 de 23 de Janeiro de 2006.

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6.6 PARQUES E ÁREAS VERDES [1:2000] A proposta deste projeto, foi trazer este novo bairro para a escala do pedestre. Logo, podemos observar que todos os lotes tem facil acesso aos parques ou são quadras abertas, configurando, desta maneira, a maior parte da área como Áreas Verdes.

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6.7 GABARITO [1:2000] Apresenta-se neste projeto 15 edifícios residenciais e 2 edifícios institucionais, sendo eles a creche para 50 crianças e a Unidade Básica de Saúde

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6.8 EDIFÍCIO RESIDENCIAL [1:200] 6.8.1 EDIFÍCIOS Os edifícios apresentados nesta implantação apresenta uma forma diferenciada. - Foram apresentados 15 edifícios de 5 pavimentos + térreo; - Varandas com acesso para todos; - Edifícios que combinam apartamentos de diversos tamanhos: 30, 60 e 120 m²;

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TÉRREO A

0 5 3 ESC: 1:200

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6.8.2 CORTES [1:200]

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6.8.3 ELEVAÇÕES [1:200]

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6.9 PASSARELA Para facilitar a travessia entre o bairro da Água Branca e o bairro do Limão, a porposta apresenta uma passarela de pedestres e ciclistas. Na passarela foi escolhido uma solução estrutural que nos remete às antigas pontes de travessia de trens e trazendo a memória a história do bairro da Barra Fundo e seu desenvolvimento a partir da ferrovia. A passarela, que tem 369 m, se torna um marco visual na paisagem da cidade, é composta por pilares de concreto que sustentam a estrutura metálica. O piso da passarela será de concreto, revestido por cimento queimado. Medindo 6 m de largura, viabiliza o uso do espaço por ciclistas e pedestres. A passarela parte ao norte, ao bairro do Limão, garantindo a travessia segura dos moradores do Conjunto Lidiane e arredores para o parque linear.

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6.10 DETALHE CORTE AA[1:500]

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6.10 DETALHE CORTE BB[1:500]

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6.10.1 DETALHE 1:100

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7. CONCLUSÃO


Avaliando todo o processo de concepção deste projeto, os resultados obtidos foram totalmente embasados nos profundos estudos realizados nos primeiros capítulos deste trabalho, levando em conta desde a fundação do Distrito da Barra Funda, contexto, uso e ocupação de solo, infraestrutura, fatores locais até os concursos propostos para melhorias nesta região, sendo o motivo pelo qual a área objeto de estudo foi escolhida. Podemos perceber analisando todo o entorno desta área, todos os potenciais que a mesma oferece para essas melhorias ocorerem. A localização da área de objeto foi muito positiva para a elaboração do projeto, além da integração com os trabalhos de colegas que foram um incentivo a mais para o enriquecimento da proposta apresentada. O ponto fundamental que levou a ideia central deste projeto e que foi citado inúmeras vezes ao longo dos capítulos, foi a vontade de trazer a cidade para a escala do pedestre. Hoje em dia essa questão vem sendo bastante discutida, pois a população da cidade de São Paulo tem sentido a deficiência da cidade neste sentido. Poucas áreas verdes próximas às residências, calçadas improprias para a circulação do pedestre, entre outros fatores. Fatores esses que o arquiteto e urbanista precisa estar atento, pois somente ele é capacitado para resolver esta problemática urbana. Para a proposta deste projeto, foi levada em conta a questão do acesso a Marginal Tietê, a proximidade com os bairros da região norte de São Paulo, sendo o mais próximo o bairro do Limão, as favelas do entorno e a deficiência de residência desta região no geral. O parque linear foi o ponto inicial do projeto, pois a ideia foi criar um espaço agradável para a convivência da população desta área, além de propor acessos para os conjuntos habitacionais do Sapo e Lidiane e das regiões do entorno. O parque foi proposto como uma possível continuidade do bosque apresentado pelo Conjunto Habitacional Jar-

dim das Perdizes, que será abertos para o público em geral. Os edifícios residenciais foram propostos para o aumento da densidade populacional nesta área, um detalhe importante a ser citado, foi o incentivo da Prefeitura do Estado de São Paulo ao propor no Plano Diretor a mudança dos usos destes terrenos. A proposta apresenta os prédios institucionais que são a Unidade Básica de Saúde e a Creche, pois não existe esses serviços próximos da área objeto de estudo, além de suprir a necessidade da população proveniente dos conjuntos habitacionais do Sapo e Lidiane. A proposta apresenta também o uso de quadras abertas, justamente para trazer o pedestre a viver mais a sua cidade, podendo circular sem barreiras físicas que dificultem seus acessos. A proposta procura trabalhar numa escala decrescente, onde os terrenos mais próximos das avenidas e vias de grande fluxo foram implantados os edifícios residenciais e conforme o projeto vai “entrando” para o bairro, demos prioridades para lotes residenciais, lotes comerciais menores e individuais. Todo o processo de criação desta proposta, o pensar, estudar, desenhar, riscar e pensar de novo, tornou essa experiência um tanto enriquecedora não só por conta da escala deste projeto e o plano de necessidades que ele exige, mas para a visão como arquiteto, como pessoa e como você olha para a cidade e para suas potencialidades. A cidade nasceu e cresceu para os carros, hoje temos a necessidade de desenvolvê-la e torna-la acessível para a pessoa.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ALVES, GABRIEL GUILHERME. Barra Funda Projeto de Desenho Urbanio. São Paulo: FAUUSP, 2011. BRUNELLI, AIDELLI S. URBANI. Barra Funda. São Paulo: Departamento do Patrimônio Histórico, 2006. Carta de Lisboa Sobre a Reabilitação Urbana Integrada, Lisboa – 1995. CANUTTI, RITA CASSIA. Planejamento Urbano e Produção do Espaço na Barra Funda: Dissertação de mestrado. São Paulo, FAUUSP, 2008. FRÚGOLI JÚNIOR, H. Centralidades em São Paulo: trajetórias, conflitos e negociações na metrópole. São Paulo: Cortez, 2000. FRÚGOLI JÚNIOR, H. São Paulo: espaços públicos e Interação Social. São Paulo: Marco Zero, 1995. HALL, P. Cidades do Amanhã: uma história do planejamento e do projeto urbano no Séc XX. São Paulo: Perspectiva, 1998. LEI Nº 15.893, DE 07 DE NOVEMBRO DE 2013 – OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA ÁGUA BRANCA LEI Nº 16.050, DE 31 DE JULHO DE 2014 – PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO PLANO REGIONAL ESTRATÉGICO DA SUBPREFEITURA DA LAPA INTERNET Concurso Água Branca - <http://iabsp.org.br/concursoaguabranca/index.php/bases/> Data de Acesso: 11 de Março de 2015. Dados Censitários - <http://www.uitgeo.sp.gov.br/distritos_ uits.aspx?sID=355030806&sDistrito=BARRA%20FUNDA> Data de Acesso: 13 de Março de 2015. Histórico - <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/lapa/historico/index.php?p=328> Data

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