CLÍNICA INTERATIVA DE TRATAMENTO ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO

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C I TO P

C L Í N I C A I N T E R AT I VA D E T R ATA M E N TO O N C O L Ó G I C O P E D I ÁT R I C O

DAIANE MANZATO ALVES

VOL. 02 Nº01 ISSN 2019 – 059 CDD 720


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Revista TFG - Arquitetura e Urbanismo Universidade de Marília – UNIMAR Arquitetura de Urbanismo


Universidade de Marília Reitor Márcio Mesquita Serva Vice-Reitora Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva Pró-Reitora de Pós-Graduação Fernanda Mesquita Serva Pró-Reitor de Administração Marco Antonio Teixeira Pró-Reitor de Graduação José Roberto Marques de Castro Pró-Reitora de Ação Comunitária Fernanda Mesquita Serva Curso de Arquitetura e Urbanismo Fernando Netto


UNIVERSIDADE DE MARÍLIA NDE – Núcleo Docente Estruturante •Ms. Fernando Netto - Coordenador / Arquiteto e Urbanista •Dr. Irajá Gouveia - Docente / Arquiteto e Urbanista •Ms. Walnyce O. Scalise - Docente / Arquiteto e Urbanista •Ms. Sônia C. B. Moraes - Docente / Arquiteto e Urbanista •Ms. Wilton F. C. Augusto - Docente / Arquiteto e Urbanista

NIPEX - Núcleo Integrado de Pesquisa e Extensão •Dra. Walkiria Martinez Heinrich Ferrer - Coordenação

CPA – Comissão Própria de Avaliação •Dra. Andréia C. F. B. Labegalini - Pesquisadora Institucional

Comissão Editorial – Revista TFG •Ms. Fernando Netto - Coordenador / Arquiteto e Urbanista •Ms. Wilton F. C. Augusto - Docente / Arquiteto e Urbanista •Ms. Sônia C. B. Moraes - Docente / Arquiteto e Urbanista •Dra. Walkiria Martinez Heinrich Ferrer •Fernando Martins - Jornalista / MTB 76.753

Coordenação – Arquitetura e Urbanismo •Ms. Fernando Netto - Arquiteto e Urbanista


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Daiane Manzato Alves Discente do curso de Arquitetura e Urbanismo Universidade de MarĂ­lia

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S U M Á R I O


09- Resumo 11- Abstract 13- Introdução 15- Referencial teórico 23- Legislação 25-Leituras de projetos 31- Estudo de implantação 35- Programa de necessidades 39- Partido arquitetônico 41- Conclusão 43- Projeto 48- Referências


CLÍNICA INTERATIVA DE TRATAMENTO ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO Espaço diferenciado para crianças e adolescentes.

RESUMO:

A oncologia ou câncer é conhecido pelos médicos como neoplasia, que é a proliferação anormal de uma célula. A oncologia infantil é considerada a segunda maior causa de morte na infância. A área de oncologia infantil envolve muitas áreas diferentes, como psicológicas, biológicas e sociais. A escolha pela clínica de oncologia infantil origina em base nas convivências de hospitais em Marília e pelo fato da cidade não possuir um hospital ou clínica que façam esse tipo de tratamento. Os ambientes hospitalares onde as crianças fazem o tratamento tem um aspecto negativo, de angustia e sofrimento. A clínica atenderá pacientes da faixa etária de 0 a 18 anos, e essa fase eles buscam suas percepções da vida. Com a chegada de uma doença grave como o câncer, a criança ou adolescente pode desenvolver traumas, o que torna necessário o acompanhamento de psicólogos e terapeutas.

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O tratamento oncológico é dolorido e cansativo, por isso tem que ser seguido por auxilio de outros profissionais. Para o projeto da clínica interativa de tratamento oncológico infantil, serão aplicados setores de diferentes temas, deixando o paciente confortável e interagindo com atividades interativas. A proposta arquitetônica será planejada com base na integração que a clínica propõe, dentro das suas interatividades durante o tratamento. O destaque do projeto é a criatividade, que motiva o paciente em seguir com o tratamento. A escolha pelo estilo arquitetônico da clínica se deve as técnicas e tendências usadas atualmente, com vegetações e vidros. O estilo escolhido é o contemporâneo e o sistema construtivo será o convencional. A arquitetura pode contribuir em ambientes planejados e humanizados, voltados para a necessidade da criança.

PALAVRA CHAVE: • Clínica Interativa. • Oncologia Pediátrica. • Tratamento Oncológico.

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ABST RACT Oncology or cancer is known to doctors as neoplasia, which is the abnormal proliferation of a cell. Childhood oncology is considered to be the second leading cause of death in childhood. The area of childhood oncology involves many different areas, such as psychological, biological, and social. The choice for the pediatric oncology clinic is based on the cohabitation of hospitals in Marília by the fact that the city does not have a hospital or clinic that does this kind of treatment. The hospital environments where children treat themselves has a negative aspect, of anguish and sufferThe clinic will attend patients aged from 0 to 18 years, and this phase they seek their perceptions of life. With the arrival of a serious illness like cancer, the child or adolescent may develop traumas, thus having the follow-up of psychologists and therapists.

Keywords: • Interactive Clinic • Pediatric Oncology • Cancer Treatment

The cancer treatment is painful and tiring, so it has to be followed by the help of other professionals. For the project of the interactive clinic of infant cancer treatment, sectors of different themes will be applied, leaving the patient comfortable and interacting with interactive activities. The architectural proposal will be planned based on the integration that the clinic proposes, within its interactions during the treatment. The highlight of the project is creativity, which motivates the patient to continue with the treatment. The choice for the architectural style of the clinic is due to the techniques and tendencies currently used, with vegetation and glass. The style chosen is the contemporary one and the constructive system will be the conventional style. Architecture can contribute to planned and humanized environments, geared to the child's need.

Daiane Manzato

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CLÍNICA INT ERATIVA DE TRATAMENTO

ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO

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INTRODUÇÃO: A escolha pela área de oncologia pediátrica se deve ao fato de convivência da autora em hospitais que façam esse tipo de tratamento e por Marília não portar um único lugar onde ofereça todos os tratamentos quimioterápicos, no mesmo lugar onde é oferecido um tratamento de apoio. E considerado o modelo biopsicossocial de tratamento, que envolve análises psicológicas (personalidade, humor), biológicas (bioquímicas, genéticas) e sociais (familiar, cultural) está cada vez se aprofundando na área da medicina. Com isso, as neoplasias existentes na vida do ser humano fazem com que o diagnóstico não seja apenas bioquímico.

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O ambiente hospitalar recebe uma acepção de valor negativo, que relaciona a termos pessimistas, de angústia, sofrimento, dor e morte. O paciente é tratado pela doença e não por ser um paciente, a análise é feita no paciente pelo órgão afetado. O seu tratamento é assistido pelo paciente de uma maneira técnica e baseada em livros de medicina.


Antigamente a medicina tratava a oncologia pediátrica e adulta juntas, com a maioria da atenção em adultos. Hoje a ciência mostra que é possível se dedicar e realizar um tratamento direcionado apenas na pediatria. Na faixa etária de tratamento oncológico pediátrico (de 0 a 18 anos), o paciente está desenvolvendo suas percepções da vida. Com a chegada da doença em sua vida o paciente pode desenvolver grandes traumas, por ser um tratamento doloroso e cansativo. Tendo em vista, que a oncologia é umas das maiores causas de morte em crianças e adolescentes e com um grande grau de relevância da humanização no tratamento, que envolve cuidados desde o tratamento e procedimento de quimioterapia, atendimento psicológico, ambientação e espaço físico diferenciado, que a clínica pode oferecer. Para o projeto na área de clínicas interativas de tratamento oncológico pediátrico, são envolvidos setores de diferentes jeitos em que a criança faça o seu tratamento em ambientes temáticos, se sentindo confortável e interagindo com atividades diferenciadas. Os setores da clínica

são divididos por cores e temas, tornando-a interativa ao contrário de clínicas comuns, onde a criança recebe o tratamento. As crianças normalmente recebem o tratamento oncológico em hospitais, em salas e quartos comuns. Tornando o tratamento comum e rotineiro, deixando as crianças cansadas, estressadas e impacientes com o tratamento. Muitas áreas e profissionais estão se envolvendo neste projeto, como enfermagem, odontologia, fisioterapia, psicologia e a arquitetura em si. A arquitetura entra em uma parte fundamental, que é o espaço como um auxilio terapêutico. Ambientes diferenciados capazes de transmitir bem-estar e segurança aos pacientes e transmitir conforto em fase de tratamento. A partir destes pontos descritos, o objetivo deste estudo é executar uma clínica para o tratamento infantil, no qual o ambiente seja humanizado diferente de um ambiente hospitalar, como temos em nossa cidade. Projetar um espaço atendendo as necessidades dos pacientes, dentro das normas técnicas, que ofereça os cuidados e tratamentos necessários e interatividade diversificadas. Daiane Manzato

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ONCOLOGIA A oncologia ou câncer é conhecido pelos médicos ou outros profissionais que atuam nessa área como neoplasia. A neoplasia é um desenvolvimento de uma neoplasma, neoformação. As células dos corpos dos seres humanos estão se multiplicando a cada segundo, com vários fatores as células sofrem mutações, que podem ocorrer por fatores hereditários ou adquiridos, como uma má alimentação. A neoplasia é mais conhecida como tumor, que é uma proliferação anormal de uma célula. Em um corpo humano saudável o sistema imunológico acaba eliminando as células de má formação, se isso não ocorrer elas de multiplicam de forma desordenada e descontrolada. Com isso o tumor ou neoplasia começa a se alimentar de oxigênio e nutrientes do corpo do ser humano, que são transportados pelos vasos sanguíneos. (RIBEIRO, 1989) A palavra neoplasia vem de origem grega, “neo” significa novo e “plasia” significa crescimento, multiplicação celular. Esta neoplasia ou tumor tem a tendência para uma autonomia e perpetuação, elas poder ser consideradas benignas ou malignas, conforme os danos causados ao ser humano e o potencial da célula desenvolvida. (RIBEIRO, 1989)

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Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), é avaliado que em 2030 apresente 27 milhões de casos de neoplasias malignas, sendo considerado um problema de saúde mundial. De acordo com o livro Hematologia (Ribeiro, 1989): oncologia pediátrica, o tumor benigno como é conhecido, caracteriza-se por estar restrito em uma cápsula de tecido fibroso, onde o tumor fica delimitado e o seu crescimento é lento. Este tipo de tumor não invade ou se infiltra em tecidos. E com isso, na maioria dos casos o tumor benigno pode ser removido totalmente sem ter riscos e muito raro ter metástase. O tumor maligno é o mais conhecido entre os dois tipos. Ele se caracteriza pelo crescimento acelerado, por desenvolver metástase e por invadir tecidos. O tumor maligno recebe a nomenclatura de sarcoma. Este tipo de tumor é raramente removido, por ser enraizado no tecido, órgão ou ossos. O espalhamento pode acontecer muito rapidamente. (RIBEIRO, 1989) O espalhamento e crescimento das células neoplásicas em locais distantes de sua origem.


ONCOLOGIA PEDIÁTRICA A oncologia pediátrica é considerada rara correspondendo a 1 a 3% das neoplasias do mundo. Mesmo considerado uma doença rara, é a segunda maior causa de morte na infância nos países desenvolvidos. No Brasil as neoplasias estão na faixa etária de 1 a 18 anos, e encontra-se os dez primeiros casos de óbitos, com isso o câncer é considerado a primeira causa de morte por doença, a partir dos cincos anos, em ambos os sexos. RIBEIRO, 1989) Vem observando segundo Ribeiro (1989) que a neoplasia infantil com chances de cura varia de 70% a 90%, a partir de 1970, nos países desenvolvidos. No Brasil a chance de cura varia de 70% a 80% dos casos. O câncer infantil não podemos ligar a fatores hereditários, pois os genes podem tornar a criança sujeita a doença, mas há poucos casos comprovados. O câncer infantil é um termo genérico que se refere a “um grupo heterogêneo de doenças que apresentam taxas de morbimortalidade que dependem do tipo e da extensão da doença, da idade da criança e da efetividade da resposta inicial do tratamento” (RIBEIRO, 1994, p. 210).

Os principais dados epidemiológicos que possibilitam a descrição da situação do câncer em determinada população são a incidência, ou seja, o total de casos novos da doença no período avaliado; a sobrevida, que representa o tempo de vida após o diagnóstico da doença e inclusão do indivíduo com câncer em um sistema de informações que permita o seu acompanhamento; e a mortalidade, que relaciona os óbitos que tiveram como causa as neoplasias malignas. (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, RONALD MCDONALD, 2009, p. 23). Daiane Manzato

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Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva) as neoplasias mais comuns em crianças são as leucemias (glóbulos brancos), linfomas (sistema linfático) e tumores no sistema nervosos central, ou seja, o câncer afeta em sua maioria tecidos de sustentação e células no sistema sanguíneo. Os tipos de tratamento oferecidos são a quimioterapia, radioterapia, cirurgia e transplante. Na oncologia infantil é muito importante o diagnóstico precoce, pois aumenta o índice de sobrevivência, tratamento e cura da criança. (GOMES, 2013) Quimioterapia é o tratamento mais recomendada pelos médicos, pois a criança responde melhor aos estímulos.

• CUIDADOS COM A CRIANÇA

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Os cuidados prestados com as crianças podem ser preventivos, curativos e paliativos. O cuidado preventivo pode ser iniciado até mesmo antes de seu nascimento, com aconselhamento genético e no decorrer de seu crescimento atua com manutenções de práticas de hábitos saudáveis. O cuidado curativo é iniciado com o câncer, ele estabelece um tratamento no diagnóstico, tratamento e o controle da doença na vida da criança, com a evolução da doença em alguns casos chega-se ao diagnóstico de que a neoplasia está em uma fase crítica, onde o tratamento já não faz mais efeito, e inicia um cuidado de oferecer todo o suporte, conforto e todas as informações possíveis para a criança e sua família. Com isso já se inicia os cuidados paliativos, que caracteriza na melhoria de qualidade de vida dos pacientes nesse momento crítico, onde o tratamento não faz mais efeito e a criança e familiares começa a viver esse momento crítico.

O cuidado paliativo inicia com o diagnóstico de perda de tratamento até a morte da criança. O cuidado paliativo pediátrico é oferecido pela equipe de saúde tendo cuidados e melhoria na vida da criança, ajudando-a a controlar a dor física, emocional, espiritual, sociais e outros sintomas que acabam afetando o paciente. O cuidado paliativo é iniciado com o diagnóstico da doença e acompanha todo o tratamento. Esse cuidado pode ser feito nas crianças nos hospitais, clínicas ou na própria casa dos pacientes. Em momentos de morte de pacientes, o cuidado paliativo oferece toda a exclusividade a família dando suporte, tranquilidade e controle emocional. (ARAÚJO, 2006) A criança é vista como um ser que necessita de cuidados e atenção especiais, desde do início de sua vida. Com isso, a morte é vista como um impedimento do processo natural da vida, tornando um processo doloroso, que fecha a continuidade da vida de uma criança. (ARRUDA-COLLI E SANTOS, 2015)


• A CRIANÇA NO ESPAÇO DE TRATAMENTO Normalmente as crianças ou pacientes em tratamento preferem o ambiente de seu lar, junto da família. Para elas ir ao hospital ou clínicas só se for necessário, em um momento de muita dor física ou para receber um medicamento do tratamento. Mas a escolha da criança de ficar em casa pode trazer problemas psicológicos e influências físicas, preocupando e trazendo mais carga aos familiares, com isso gera mais preocupações, isolamento e insegurança a todos. (ATMAN, 1985) A criança em fase de tratamento oncológico estabelece um vínculo a esse ambiente de convívio diário, com a rotina em hospitais ou clínicas e o tempo de duração que acabam ficando diariamente. Com toda essa fase os profissionais que ficam envolvidos fazem com que desenvolvam vínculos e acabam conhecendo a família do paciente, assim vendo a necessidade de cada um e prestando a melhor qualidade dos seus serviços ao paciente e sua família. (ARRUDA-COLLI E SANTOS, 2015) Os profissionais que cuidam na parte de oncologia pediátrica estão cada vez mais se modificando e especializando com o tempo. Antigamente a família não participava do processo de tratamento e não podiam acompanhá-las nessa fase dolorosa e hoje vemos que é importante a presença da família, por eles estarem perto deixam os pacientes confortáveis e confiantes. (MENEZES, 2007) A arquitetura pode contribuir no fato de ambientes planejados e

humanizados, voltados a necessidade da criança e apresentar um autoestima e aconchego por estar em um ambiente diferenciado, com melhoria na qualidade de vida neste período crítico. As cores, iluminação, plantas e som podem estimular sentimentos diferentes, que podem influenciar em uma boa recuperação da criança. Humanizar é atender esses pacientes com qualidade, com os avanços tecnológicos, com melhoria nos ambientes de cuidados e a condição dos profissionais. (MOTTA E ENUMO, 2004) Quando uma criança ou mesmo um adulto está em tratamento de câncer, estima-se que eles passam por outros tipos de tratamentos, como: odontológico, fisioterapia, terapia, nutricionista e escolar. Esses tratamentos podem ser feitos pelos efeitos colaterais da doença tais como: fraqueza, quedas de cabelo, mucosite depressão e entre vários outros efeitos.

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA Os estudos mostram que na antiguidade os enfermos eram tratados com rejeição por todas as pessoas. Pois estavam em uma época em que a religiosidade era primordial, onde as doenças eram consideradas horror e pecado. O termo hospital vem do latim hospitalis, que significa hóspede ou quarto de hospedes. Tendo a mesma origem para a palavra hotel, onde ambos abrigavam pessoas, para o tratamento ou pernoite. Na antiguidade os hospitais eram destinados a pessoas pobres e portadoras de doenças contagiosas, que normalmente eram encaminhadas para um local tratava com medicamentos ineficazes. O índice de morte nessa época era muito grande, pois as instalações hospitalares eram precárias e a medicina não era desenvolvida. (BARRETO, 2005)

Ainda que exista o mais antigo registro de tumores no ser humano, não há um registro científico da doença. Séculos antes de Cristo os egípcios faziam citação de tumores malignos. Mas a escola de medicina na Grécia que definiu como tumor, que reaparecia outras vezes. Até no século XVI, a doença era considerada um desequilíbrio do sistema linfático. No século XVII o anatomista Giovanni Battista Morgagni junto com um médico francês, o câncer passou a ser visto com outra forma. E nesse mesmo período outro médico chamado Joseph Claude Anthelme Recamier descobriu a primeira metástase.

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Em 1860 a doença alcançou uma nova abertura na área de cirurgias. E no final do século XIX, começou a surgir os primeiros acontecimentos de sucesso em procedimentos cirúrgicos. Em 1965 os médicos descobriram o tratamento quimioterápico. “Ao assimilar a mesma estratégia de tratamento utilizada para o tratamento de tuberculose com antibióticos, foi criado um método para dificultar a metástase e a recorrência dos tumores.” (HOSPITAL DE AMOR, 2012). No século XX começaram as primeiras iniciativas para o controle do câncer no Brasil. Nessa época era dado pouco destaque para a doença e seu tratamento. Em 1920 foi criado o Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), visando a ampliação do campo de ação assistencial, abrangendo a saúde infantil, industrial e ocupacional. Com isso, coube à União promover e regular os serviços de saúde no território nacional. somente em 1983 foi implantado o Primeiro Registro Hospitalar de Câncer do Brasil, no Instituto Nacional de Câncer (INCA). (BARRETO, 2005, p.268)

Naquela época o câncer e outras doenças destruíam as cidades e com o sentido de evitar que a doença se espalhasse, o governo começou a adotar a assistência de saúde. No século XX começaram as primeiras iniciativas para o controle do câncer no Brasil. Nessa época era dado pouco destaque para a doença e seu tratamento. Naquela época o câncer e outras doenças destruíam as cidades e com o sentido de evitar que a doença se espalhasse, o governo começou a adotar a assistência de saúde. (BARRETO, 2005)

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PROBLE MATIZA ÇÃO

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O tratamento oferecido em Marília é feito na Onco-Hematologia Infantil de Marília (Hospital das Clínicas) e na Santa Casa de Misericórdia. Ambos oferecem tratamento oncológico para adultos e crianças, mas são separadas por salas. No Hospital das Clínicas os pacientes recebem tratamento em uma sala com oito poltronas disponíveis, que normalmente não atendem toda a demanda de pacientes, pois normalmente os tratamentos de quimioterapias são feitos no período da manhã e podendo não prolongar para o período da tarde. A sala possui um único berço e janelas com brises, que estão danificados, não podendo regular a entrada de luz e ventilação natural. Em uma pesquisa local, alguns pacientes reclamam da ventilação da sala e o acontecimento de luz solar que está presente no mesmo, pois ficam por cerca de 4 horas no mesmo ambiente. Cada paciente tem direito a um acompanhante e este possui uma cadeira simples de acomodação, o que torna desconfortável. Há poucos elementos infantis, o que se vê no ambiente são figurinhas coladas nas paredes e uma televisão locada no alto do pé direito. Que dependendo da poltrona em que o paciente estiver sentado recebendo o medicamento, não se tem uma visão adequada para uma distração, sendo a única na sala. Há alguns voluntários na cidade que estão se dispõe a irem nos hospitais fazerem leituras e distrações para as crianças.


O hemocentro como é mais conhecido, recebe outros tipos de atendimentos, mas os mesmos são realizados junto com os adultos, sendo deixado de lado os cuidados pediátricos. Na mesma pesquisa feita no local, o espaço é reclamado por pacientes e funcionários ali presentes por ter uma circulação insuficiente para os pacientes, um espaço curto para a locomoção por exemplo de cadeiras de rodas. Antigamente esse espaço era um ambiente para a coleta de doadores de sangue, com cadeiras e um corredor de circulação. Outro problema relatado por pessoas que convivem nesse ambiente é a falta de infraestrutura na hora das refeições, principalmente o almoço, onde os adultos se juntam para poder comer, pois a refeição é servida no mesmo horário para todos, com isso o espaço passa por desconforto e por não comportar todos que ficam por lá nesse período. Na parte de lazer para as crianças temos a brinquedoteca, mas se localiza longe da sala de quimioterapia e acaba não sendo utilizada por elas. Em relação a área de funcionários há falta de sala de refeições e vestiários. Podemos ver por um lado um grande problema para as crianças em tratamento é a orientação escolar, pois quando elas começam o tratamento são obrigadas a deixar a escola por um período e com isso elas acabam não tendo um acompanhamento adequado.

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LEGISLAÇÃO No Brasil para a construção de estabelecimentos assistenciais de saúde, usamos a RDC 50, para ser elaborado obrigatoriamente como pede a norma.

Art. 1º - Aprovar o Regulamento Técnico destinado ao planejamento, programação, elaboração, avaliação e aprovação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2002, p. 1)

Todos os estudos de programas físico-funcional são baseados no Plano de Atenção à Saúde, sendo atribuído para esse projeto uma assistência à saúde ambulatorial e atendimento simples. Considerando um hospital-dia, podemos ter internações de até 24 horas. Pela RDC 50 temos que prestar serviços de apoio ao diagnóstico e terapia, formação e desenvolvimento de recursos humanos e prestações de serviços técnicos.

Para a circulações internas ou externas, usamos a NBR 9050 da ABNT. Tendo assim todas as informações para acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências, tendo larguras e corrimões específicos para que elas se locomovam sozinhas. Pelo Código de obra de Marília (cidade local do projeto) prevemos que para cada 50.00m² de área construída nos estabelecimentos de assistência de saúde. Junto com NBR 9050, caso de desníveis prever rampas de acessos para veículos especiais. Para conforto higrotérmico nos estabelecimentos de assistência a saúde, tem um sistema de controle para calores internos e externos do projeto, conforme o Código de obra de Marília.

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A seguir temos a NBR usada em diversos setores: Na NBR 5626 segue o dimensionamento para a caixa d’água; para o conforto acústico é seguido através da NBR 10152 e NBR 12179; além da iluminação natural que deve ser explorada conforme a NBR 5413. Para ter um sistema de iluminação segue a NBR 10898. As luzes e sistema de emergência que é acionada por geradores, segue na NBR 13534; Na NBR 11836 e NBR 9077 segue a normativa para as saídas de emergências; na construção do projeto tem que apresentar condições de controle de infecção, desde algum procedimento feito no local, até o seu projeto arquitetônico. Visando pela NBR ISO 14644-1.

Os gases utilizados no local de assistência à saúde seguem prevendo pela NBR 12188. O PRONON (Programa de apoio à atenção oncológica) foi desenvolvido para incentivar ações e serviços sem fim lucrativo nessa área. Instituído pela Lei nº 12.715/2012 do Ministério da Saúde. E para a aprovação deste projeto é necessário passar pelo PRONON, que será analisado e avaliado para uma seguinte aprovação.

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LEIT URAS DE PROJ ETO 1. Centro Maggie’s em Newcastle Esse projeto está localizado em New upon Tyne, Reino Unido. Feito pelos arquitetos Lucy Brittain e Tim Francis no ano de 2013. O Centro Maggie’s tem uma área de 300.00m².Centro Maggie’s é conhecida por ser uma instituição sem fins lucrativos.

Centro Maggie’s é conhecida por ser uma instituição sem fins lucrativos.

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FACHADA

Localizada na GrãBretanha. O instituto oferece suporte para pessoas com câncer, com um ambiente agradável, acolhedor, cercado por natureza e calmo. A instituição se localiza no mesmo terreno do Hospital Freeman, onde antes localizava o estacionamento do mesmo.


Conforme a figura abaixo vemos que a planta é organizada em formato “L”, onde no encontro dos dois lados, temos o pé direito duplo. Localizado em uma biblioteca, onde tem destaque para o mezanino, que tem acesso ao terraço. Centro Maggie’s tem uma estrutura de concreto, onde foi usada na parte interna também, com o objetivo de transmitir calmaria e tranquilidade, como madeira e telhas foram escolhidos com o mesmo objetivo. Localizada em uma zona com climas bem definidos, foram usados esses como vantagens. Como o cuidado na implantação do projeto para que o edifício maximiza a entrada de calor durante o inverno e no verão as aberturas de janelas foram pensadas para uma boa ventilação natural. No centro da instituição temos a parte de integração social, que foi muito valorizado no projeto.

E a grande transparência usada com vidros, foram para ajudar na iluminação natural e placas solares para ajudar na energia e assim no consumo geral da instituição.

PRIMEIRO ANDAR

IMPLANTAÇÃO

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2. SOLACE: PEDIATRIC ONCOLOGY, GILBERT Localizada e m Gilbert, Arizona. O projeto foi realizado pela arquiteta Erin Mccray. Este projeto é um ambulatório especializado em estudo de sangue. Tem como objetivo proporcionar um ambiente de cura, de que as pessoas que passam por lá tenham experiencias positivas de vida. Ele tem uma grande influência em trabalhar com as cores, abrangendo no tratamento de homoplasias. Homoplasias é uma característica que surgiu independente, não tem aproximação genética. O ser humano tem grande contato com a natureza. E o mobiliário com ergonomia apropriada para os funcionários e pacientes, mostrando mais uma vez as cores, com um ambiente alegre e acolhedor, como podemos ver nas figuras.

❖ ENTRADA

❖ LANCHONETE

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❖ PLANTA EM SETORES

O projeto utiliza-se de pouca iluminação natural, por usar muita iluminação artificial, passa um bem-estar e conforto. Pois trabalha com a iluminação artificial em várias intensidades e abre-se as janelas quando possível para ter uma vista confortante. Solace Pediatric Oncology é dividida em três setores: funcionários e administração, área clínica e pública. Como mostra a figura 9, na área de funcionários temos salas de reuniões, sala dos médicos, sala de apoio. Na área clínica é dividida em 3 partes: área comum, privado e semiprivado. E por último a área pública que temos ambientes como recepção, entrada, café e brinquedoteca. (ERIN MCCRAY, 2019)

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2. INSTITUTO DESIDERATA O instituto é uma Organização da Sociedade Civil de Interesses Públicos (OSCIP), localizado no Rio de Janeiro, tem uma influência na humanização em questões ao diagnóstico de câncer infantil. O instituto trabalha para humanizar a ambientação nos hospitais públicos de tratamento oncológico pediátrica. Com isso, fizeram o aquário carioca, um ambiente que foi humanizado pelo Instituto Desiderata. O Aquário Carioca está em uma Associação de combate ao câncer infantil, chamada “A Curumim”, foi realizada junto com Instituto Desiderata, como as salas de quimioterapias pediátrica, salas de esperas e exames.

❖ SALA DE ESPERA

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As salas foram ambientadas pelo designer Gringo Cardia, como uma cena de fundo do mar, tornando o local totalmente único e interativo. Com isso, facilita a interação com o paciente e profissionais. Na sala de quimioterapia, as cores foram trabalhadas com cuidados em base ao tratamento de cromoterapia, com cores que transmite tranquilidade. As divisórias foram pensadas de uma maneira em que os pacientes tenham comunicação e ao mesmo tempo privacidade.


❖ PLANTA BAIXA

Na sala de espera ficam livros, brinquedos e computadores. Podemos ver a sala de tomografia, decorada e na onde vemos um enorme submarino que faz parte do equipamento de exames. E na planta podemos ver como é dividido os ambientes. ❖ SALA DE QUIMIOTERAPIA ❖ SALA DE TOMOGRAFIA

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EST UDO DE

O primeiro terreno localizado na Avenida Cascata no cruzamento com a Rua Cincinatina, tem aptidão de estar poucas ruas do Hospital Santa Casa. Hoje em dia o terreno se encontra, sem construções. Ele possui aproximadamente 1434,00 m². Ao redor existem muitas residências e diversas clínicas especializadas em variados setores de medicina. Logo a frente do terreno se encontra uma área de lazer recentemente implantada na Avenida Cascata e lanchonetes próximas. A rota para esse terreno para o mais fácil acesso aos hospitais é feita pelas ruas principais ao seu redor a Avenida Cascata e a Rua Vicente Ferreira.

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IMPLANTAÇÃO O segundo terreno localizado na Rua Hemeterio Gomes Fernandes de esquina com a Rua Giacomo Domenico. Se encontra sem construções, e com algumas plantações de árvores. O terreno possui aproximadamente 1465,00 m². Localizado atrás do Posto de Gasolina Esmeralda, a Rua Giacomo Domenico está paralela com a Avenida Esmeralda. Ao redor existem residências e um pouco de comércio variado. Para o trajeto aos hospitais seguimos pela a Avenida Esmeralda que é de fluxo maior e acelerado.

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O T ERRENO ESCOLHIDO: O terceiro terreno está localizado na Rua dos Topázios de esquina com a Rua dos Opalas e a Rua dos Brilhantes. O terreno é bem visto por estar em um bairro de fluxo mediano e localizado entre os dois principais hospitais da cidade. Ao seu redor existem construções residenciais, diversas clínicas especializadas em vários setores da medicina e temos o Shopping Esmeralda localizado na Rua dos Brilhantes.

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O terreno está bem localizado por grandes pontos de referência, pelos moradores da cidade, por possíveis visitantes para a clínica e localizado próximo a rodoviária de Marília. Atualmente o terreno se encontra sem uso. O mesmo tem aproximadamente 2812,00 m², não possui grande desnível. Localizado na ZR2 sendo permitida a construção de residências unifamiliar, serviços não incômodos compatíveis com o uso residencial e residências multifamiliares verticais. São toleradas as construções de uso residencial multifamiliar horizontal, conjunto residencial horizontal (condomínio fechado), condomínio residencial vertical, uso institucional (escolas, parques, hospitais, postos de saúde, clínicas e igrejas), comércio local de uso cotidiano compatível com o uso residencial, comércio de transição, conjunto comercial, comércio de grande porte, serviços de caráter intermitente e conjunto de prestação de serviços.

A via de saída para o Hospital Santa Casa é de fácil acesso e baixo fluxo, indo pela Rua Mecenas Pinto Bueno. Já para a saída ao Hospital das Clínicas o fluxo é maior, mas o seu caminho é seguido pela Avenida Esmeralda seguindo pela Rua das Roseiras, tendo um fácil acesso. Para ser trabalhado o projeto arquitetônico, foi escolhido este terceiro terreno. Por se tratar de uma área que apresenta grandes benefícios e possuir pouco desnível, por se tratar de um projeto na área da saúde.

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PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ DIMENSIONAMENTO Antes de iniciar o projeto arquitetônico vale ressaltar que seja feito um estudo de pré-dimensionamento, verificando áreas mínimas para cada ambiente trabalhado. E o programa de necessidade permite que analisamos a melhor distribuição para os ambientes ou setores dentro do terreno escolhido. Com base no programa de necessidades feito para o projeto com dimensões mínimas, temos as tabelas com os ambientes pré-dimensionado a seguir, divididos por setores: SETOR ADMINISTRATIVO AMBIENTES Sala de administração Sala de reunião Sala de arquivos/cadastro Área de espera Recepção

ÁREA 7,50m² 11,25m² 3,00m² 31,25m² 10,70m²

QUANTIDADE 01 01 01 01 01

ÁREA 3,00m² 7,50m² 40,39m² 10,98m² 4,53m²

QUANTIDADE 01 03 01 03 01

ÁREA 8,28m² 8,25m² 3,40m² 10,29m²

QUANTIDADE 01 01 01 01

SETOR CLÍNICO AMBIENTES Fraldário Consultórios Tomografia Sanitários(masc./fem./PNE) Farmácia

SETOR SERVIÇO AMBIENTES Lavanderia Depósito Sanitários(masc./fem./PNE) Cozinha

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Daiane Manzato


SETOR FUNCIONÁRIOS AMBIENTES Vestiários/WC (masc./fem./PNE) Cozinha/ Copa/ Sala

ÁREA 13,77m² 35,66m²

QUANTIDADE 02 01

ÁREA 268,31m² 74,10m² 17,87m² sem m² 17,33m² 274,00m² 10,90m² 3,00m²

QUANTIDADE 01 01 01 01 01 01 02 01

ÁREA 24,46m² 11,69m² 5,97m² 23,38m² 4,92m² 14,19m² 6,22m² 40,39m² 6,60m² 140,89m²

QUANTIDADE 01 01 01 02 02 01 01 01 01 01

SETOR COMUM SETOR COMUM Jardim Brinquedoteca Lanchonete Estacionamentos Recepção Sala de espera Sanitários(masc./fem./PNE) Fraldário SETOR TRATAMENTO SETOR TRATAMENTO Sala de quimioterapia Sala de preparo de quimioterapia Expurgo Dormitórios Sanitários(masc./fem./PNE) Fisioterapia Sala de psicologia Sala de radioterapia Recepção Circulação

ÁREA TOTAL: 1084,45m²

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Em análise do programa de necessidades com os pré-dimensionamento, foi locado no terreno os ambientes com base do nascer do sol. Onde o setor de tratamento fique ao lado do terreno que recebe pouca insolação que seria pelo período da manhã e no lado oposto onde temos a insolação mais resistente, deverá ser colocada vegetações para que diminua a insolação dos setores de funcionário e serviço.


Com base no organograma temos o fluxograma, que mostra os acessos para a clínica e as distribuições dos setores, pensado para a melhor locomoção dos pacientes e funcionários dentro da clínica. Com essa distribuição os setores administrativos ficam com fácil acesso, o mesmo para o setor de tratamento e entre eles o setor comum, onde todos tem acesso.

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PARTIDO ARQUIT ETÔNICO

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Daiane Manzato

O projeto arquitetônico será planejado com base na integração que a clínica propõe, dentro das suas interatividades durante o tratamento. O que vale para esse projeto é a criatividade enriquecedora, motivando os pacientes em seguir o tratamento, tornando o espaço aconchegante e acolhedor. A escolha do estilo se deve as técnicas e tendências usadas atualmente, como uso de fechamento de vidro e vegetações na fachada e ao seu entorno, portanto, o estilo escolhido é o contemporâneo, usando madeiras, tons de concreto pela parte externa e no mesmo tempo tons coloridos como vermelho e azul. O sistema construtivo será o convencional, com pilares e vigas de concreto armado e blocos cerâmicos para o fechamento da construção. Esse sistema construtivo possui as vantagens de facilitar uma futura reforma no projeto e por suportar grande vãos.


Nos ambientes de tratamento ou dormitórios será levado em consideração a interação do paciente naquele ambiente, sendo ele temático. Trabalhando com cores primárias que chamam a atenção a atenção do paciente. No projeto serão aplicados, fatores e disposições relacionadas a acessibilidade, como nas circulações entre outros diversos ambientes. O paisagismo ocupa-se em toda parte do projeto, para o controle climático e térmico, ajudando na insolação. Na área externa será utilizado árvores para criar um convívio entre os pacientes, tornando uma área comum e de lazer.

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CONCLUSÃO

Com o passar do tempo a oncologia pediátrica ficou mais aparente em nossas vidas. O seu tratamento é doloroso e cansativo. O câncer é uma doença muito invasiva, tanto na pessoa que está doente, quanto as que estão em sua volta. Com isso, o projeto foi pensado não só nos pacientes, mas sim em todos que acompanham esse tratamento ao lado dele. Os pacientes que fazem o tratamento oncológico passam a sua maior parte do seu dia, nos hospitais ou clínicas. Com isso, a base para o projeto tocou esse lado do dia-a-dia do paciente. A clínica apresenta espaços de tratamento necessário, ambientes temáticos e espaços de lazer, para uma interação do paciente ao espaço de tratamento. Criando um convívio e distração do paciente enquanto faz o seu tratamento do dia-a-dia. O que diferencia dos hospitais e clínicas comuns são paredes ilustradas, ambientes e móveis coloridos, lanchonete e um grande jardim junto ao setor de tratamento.

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Daiane Manzato


CLÍNICA INT ERATIVA DE TRATAMENTO

ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO

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REFERÊNCIAS A

B

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C CÂNCER, Instituto Nacional De; MCDONALD, Instituto Ronald. Diagnóstico precoce do câncer na criança e no adolescente: subtítulo do livro. 2ª ed. Rio de Janeiro: Revista ampliada, 2011. 139 p. CULLIAN STUDIO. Maggie's newcastle. Disponível em: <http://cullinanstudio.com/project/maggiesnewcastle>. Acesso em: 24 mar. 2019.

D DESIDERATA, Instituto. Humanização em oncologia pediátrica: Uma experiência de ambientação de hospitais públicos no rio de janeiro. Rio de Janeiro: O Instituto, 2015. 68 p. DESIDERATA. Humanização do tratamento. Disponível em: <http://desiderata.org.br/projetos/humanizacaodo-tratamento/>. Acesso em: 25 mar. 2019.

E ERIN MCCRAY DESIGNS. Solace pediatric oncology. Disponível em: <https://erinmccray.weebly.com/healthcare.html>. Acesso em: 25 mar. 2019.

F

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REFERÊNCIAS G

P

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S SECRETÁRIA DE ESTADO DA SAÚDE. Decreto Nº 12.342: Código Sanitário do Estado de São Paulo. São Paulo, 1978.



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