UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
DANIEL NISHIWAKI FLÁVIA LOUMY KAWASAKI
“BUSÃO DOCE BUSÃO” Acessórios para seu ônibus
São Paulo 2008
2
DANIEL NISHIWAKI FLÁVIA LOUMY KAWASAKI
“BUSÃO DOCE BUSÃO” Acessórios para seu ônibus
Trabalho de Graduação Interdisciplinar apresentado a FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE, como requisito parcial para obtenção do título de BACHAREL em DESENHO INDUSTRIAL – HABILITAÇÃO EM PROJETO DE PRODUTO.
Orientador: Profº. Olavo Egydio de Souza Aranha
São Paulo 2008
3
DANIEL NISHIWAKI FLÁVIA LOUMY KAWASAKI
“BUSÃO DOCE BUSÃO” Acessórios para seu ônibus
Trabalho de Graduação Interdisciplinar apresentado a FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE, como requisito parcial para obtenção do título de BACHAREL em DESENHO INDUSTRIAL – HABILITAÇÃO EM PROJETO DE PRODUTO.
Aprovado em
BANCA EXAMINADORA Prof. Olavo Egydio de Souza Aranha – Orientador Universidade Presbiteriana Mackenzie Prof. Afonso Celso Garcia Universidade Presbiteriana Mackenzie Prof. Marcelo Silva Oliveira Universidade Presbiteriana Mackenzie
4
A todos os usuários de ônibus; As nossas famílias, pelo apoio e confiança; Em memória de Missao Nishimura e Ritsuko Kawasaki.
5
AGRADECIMENTOS Agradecemos as nossas famílias por todo apoio, base e confiança depositados em nossas vidas. Ao Prof. Ms. Olavo Egydio de Souza Aranha nosso orientador, por ter sido fundamental na orientação do desenvolvimento do nosso trabalho de graduação, com todo seu conhecimento, paciência e perseverança que correspondeu a nossa dedicação em fazer nosso trabalho. Ao Prof. Ms. Milton Francisco Junior, pelos comentários, sugestões no desenvolvimento do projeto na parte de processos de fabricação e suporte na produção dos mock-ups. Ao Prof. Ms. Marcelo Silva Oliveira, pelos comentários e apoio no desenvolvimento do projeto na parte de sistemas mecânicos. Ao Marcelo Fernandes de Oliveira da Divisão de Desenvolvimento de Produto do CTI - Centro de Tecnologia da Informação, colaborador para execução dos mockups em prototipagem rápida. Ao colega Thiago Picone, pela colaboração no desenvolvimento dos renders. Aos professores e colegas do curso de Desenho Industrial que nos acompanharam ao longo do curso e na nossa formação.
6
“Se
você
experimente
quer
transformar
primeiro
o
promover
mundo, o
seu
aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Estas atitudes se refletirão em mudanças positivas no seu ambiente familiar. Deste ponto em diante, as mudanças se expandirão em proporções cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz efeito, causa algum impacto” (Dalai Lama).
7
RESUMO O projeto “Busão doce busão” aqui apresentado busca mudar a relação entre o passageiro e o ônibus, criando um sentimento de lar, segunda casa, uma relação de afeto e intimidade. Foca em acessórios para o ônibus, trazendo soluções práticas e viáveis, de fácil aplicação, para mudanças em curto prazo. A essência de nosso projeto parte do fato que, hoje, as pessoas passam muito tempo dentro dos ônibus urbanos para se locomoverem na grande metrópole de São Paulo, seja para o trabalho, escola, faculdade, etc. Os acessórios para o ônibus, buscam solucionar e proporcionar melhorias para problemas do dia a dia dos passageiros.
Palavras-chave: Ônibus, acessórios, transporte público, passageiros.
8
ABSTRACT The project "Bus Sweet Bus" presented here tries to change the relationship between passengers and the bus. The idea is to create accessories that will make passengers feel more comfortable in what many call their second home. The project focuses on improvements and new ideas for the bus. This should bring practical and viable solutions with easy applications for changes in the short term. The soul of this project starts from the fact that today people in large cities, like S達o Paulo, spend a great deal of time inside urban buses going to work, to school, college, etc. The accessories we are creating for the buses will try to solve some of the problems, and provide improvements for a better transportation environment.
Key words: Bus, Accessories, Public Transportation, Passengers.
9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Autoria Própria. Figura 2 – GETTYIMAGES. Disponível em: http://www.gettyimages.com. Acesso em 01 set 2007. Figura 3 – Autoria Própria. Figura 4 – GETTYIMAGES. Disponível em: http://www.gettyimages.com. Acesso em 01 set 2007. Figura 5 – GETTYIMAGES. Disponível em: http://www.gettyimages.com. Acesso em 01 set 2007. Figura 6 – Autoria Própria. Figura 7 – Autoria Própria. Figura 8 – GETTYIMAGES. Disponível em: http://www.gettyimages.com. Acesso em 01 set 2007. Figura 9 – Autoria Própria. Figura 10 – Autoria Própria. Figura 11 – Autoria Própria. Figura 12 – Autoria Própria. Figura 13 – Autoria Própria. Figura 14 – Autoria Própria. Figura 15 – Autoria Própria. Figura 16 – Autoria Própria. Figura 17 – Autoria Própria. Figura 18 – Autoria Própria. Figura 19 – Autoria Própria. Figura 20 – Autoria Própria. Figura 21 – Autoria Própria. Figura 22 – Autoria Própria. Figura 23 – Autoria Própria. Figura 24 – Autoria Própria. Figura 25 – Autoria Própria. Figura 26 – Autoria Própria. Figura 27 – Autoria Própria. Figura 28 – Autoria Própria. Figura 29 – Autoria Própria. Figura 30 – Autoria Própria. Figura 31 – Autoria Própria. Figura 32 – Autoria Própria. Figura 33 – Autoria Própria. Figura 34 – Autoria Própria. Figura 35 – Autoria Própria. Figura 36 – Autoria Própria. Figura 37 – Autoria Própria. Figura 38 – Autoria Própria.
10
Figura 39 – Autoria Própria. Figura 40 – Autoria Própria. Figura 41 – Autoria Própria. Figura 42 – Autoria Própria. Figura 43 – Autoria Própria. Figura 44 – Autoria Própria. Figura 45 – Autoria Própria. Figura 46 – Autoria Própria. Figura 47 – Autoria Própria. Figura 48 – Autoria Própria. Figura 49 – Autoria Própria. Figura 50 – Autoria Própria. Figura 51 – Autoria Própria. Figura 52 – GETTYIMAGES. Disponível em: http://www.gettyimages.com. Acesso em 01 set 2007. Figura 53 – Autoria Própria. Figura 54 – Autoria Própria. Figura 55 – Autoria Própria. Figura 56 – Autoria Própria. Figura 57 – Autoria Própria. Figura 58 – GETTYIMAGES. Disponível em: http://www.gettyimages.com. Acesso em 01 set 2007. Figura 59 – Autoria Própria. Figura 60 – Autoria Própria. Figura 61 – Autoria Própria. Figura 62 – Autoria Própria. Figura 63 – Autoria Própria. Figura 64 – Autoria Própria. Figura 65 – Autoria Própria. Figura 66 – Autoria Própria. Figura 67 – Autoria Própria. Figura 68 – Autoria Própria. Figura 69 – Autoria Própria. Figura 70 – GETTYIMAGES. Disponível em: http://www.gettyimages.com. Acesso em 23 abr 2008. Figura 71 – GETTYIMAGES. Disponível em: http://www.gettyimages.com. Acesso em 01 set 2007. Figura 72 – GETTYIMAGES. Disponível em: http://www.gettyimages.com. Acesso em 01 set 2007. Figura 73 – Autoria Própria. Figura 74 – GETTYIMAGES. Disponível em: http://www.gettyimages.com. Acesso em 01 set 2007. Figura 75 – Autoria Própria. Figura 76 – Autoria Própria. Figura 77 – Autoria Própria. Figura 78 – Autoria Própria.
11
Figura 79 – Autoria Própria. Figura 80 – Autoria Própria. Figura 81 – Autoria Própria. Figura 82 – Autoria Própria. Figura 83 – Autoria Própria. Figura 84 – Autoria Própria. Figura 85 – Autoria Própria. Figura 86 – Autoria Própria. Figura 87 – Autoria Própria. Figura 88 – Autoria Própria. Figura 89 – Autoria Própria. Figura 90 – Autoria Própria. Figura 91 – Autoria Própria. Figura 92 – Autoria Própria. Figura 93 – Autoria Própria. Figura 94 – Autoria Própria. Figura 95 – Autoria Própria. Figura 96 – HANDMAX. Disponível em: http://www.handmax.com.br. Acesso em 13 set 2008. Figura 97 – HANDMAX. Disponível em: http://www.handmax.com.br. Acesso em 13 set 2008. Figura 98 – Autoria Própria. Figura 99 – Autoria Própria. Figura 100 – Autoria Própria. Figura 101 – Autoria Própria. Figura 102 – Autoria Própria. Figura 103 – Autoria Própria. Figura 104 – Autoria Própria. Figura 105 – Autoria Própria. Figura 106 – Autoria Própria. Figura 107 – Autoria Própria. Figura 108 – Autoria Própria. Figura 109 – Autoria Própria. Figura 110 – Autoria Própria. Figura 111 – Autoria Própria. Figura 112 – Autoria Própria. Figura 113 – Autoria Própria. Figura 114 – Autoria Própria. Figura 115 – Autoria Própria. Figura 116 – Autoria Própria. Figura 117 – Autoria Própria. Figura 118 – Autoria Própria.
12
Figura 119 – Autoria Própria. Figura 120 – Autoria Própria. Figura 121 – Autoria Própria. Figura 122 – Autoria Própria. Figura 123 – Autoria Própria. Figura 124 – Autoria Própria. Figura 125 – Autoria Própria. Figura 126 – Autoria Própria. Figura 127 – Autoria Própria. Figura 128 – Autoria Própria. Figura 129 – Autoria Própria. Figura 130 – Autoria Própria. Figura 131 – Autoria Própria. Figura 132 – Autoria Própria. Figura 133 – Autoria Própria. Figura 134 – Autoria Própria. Figura 135 – Autoria Própria. Figura 136 – Autoria Própria. Figura 137 – Autoria Própria. Figura 138 – Autoria Própria. Figura 139 – Autoria Própria. Figura 140 – Autoria Própria. Figura 141 – Autoria Própria. Figura 142 – Autoria Própria. Figura 143 – Autoria Própria. Figura 144 – Autoria Própria. Figura 145 – Autoria Própria. Figura 146 – Autoria Própria. Figura 147 – Autoria Própria. Figura 148 – Autoria Própria. Figura 149 – Autoria Própria. Figura 150 – Autoria Própria. Figura 151 – Autoria Própria. Figura 152 – Autoria Própria. Figura 153 – Autoria Própria. Figura 154 – Autoria Própria. Figura 155 – Autoria Própria. Figura 156 – Autoria Própria. Figura 157 – Autoria Própria. Figura 158 – Autoria Própria.
13
Figura 159 – Autoria Própria. Figura 160 – Autoria Própria. Figura 161 – Autoria Própria. Figura 162 – LIMA, Marco Antonio Magalhães. Introdução aos materiais e processos para designers. Rio de Janeiro: Ciência Moderna ltda, 2006. Figura 163 – LIMA, Marco Antonio Magalhães. Introdução aos materiais e processos para designers. Rio de Janeiro: Ciência Moderna ltda, 2006. Figura 164 – LIMA, Marco Antonio Magalhães. Introdução aos materiais e processos para designers. Rio de Janeiro: Ciência Moderna ltda, 2006. Figura 165 – Autoria Própria.
14
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 16 2. CONCEITO .................................................................................................................. 17 3. HISTÓRICO DO ÔNIBUS EM SÃO PAULO................................................................. 18 4. ÔNIBUS HOJE EM SÃO PAULO ................................................................................. 20 5. ÉTICA E CIDADANIA NO ÔNIBUS.............................................................................. 23 6. MUDANÇA DE TÍTULO “BUS SWEET BUS” PARA “BUSÃO DOCE BUSÃO” ............ 25 7. A CAPACIDADE DE CRIAR SENTIMENTOS ATRAVÉS DO DESIGN....................... 26 8. CONCEITUAL OU PRÁTICO? ..................................................................................... 27 9. BRAINSTORMING ...................................................................................................... 28 10. LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS ........................................................................ 29 11. DEFINIÇÃO DOS PRODUTOS.................................................................................... 30 12. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ......................................................................... 31 12.1 Briefing ................................................................................................................ 31 12.1.1 Objetivo ........................................................................................................ 31 12.1.2 Descrições dos produtos .............................................................................. 31 12.1.3 Público Alvo.................................................................................................. 33 12.1.4 Segmentos de mercado................................................................................ 33 12.1.5 Características.............................................................................................. 33 13. PAINÉIS SEMÂNTICOS .............................................................................................. 34 13.1 Mudança de Relação............................................................................................ 34 13.2 Público Alvo ......................................................................................................... 35 13.3 Produtos Similares ............................................................................................... 36 13.3.1 Porta guarda-chuvas .................................................................................... 36 13.3.2 Apoio de mãos.............................................................................................. 37 13.3.3 Revisteiro..................................................................................................... 38 13.3.4 Dispensadores............................................................................................. 39 14. PORTA GUARDA-CHUVAS ........................................................................................ 40 14.1 Apresentação ....................................................................................................... 40 14.2 O produto ............................................................................................................. 40 14.3 Clínicas ................................................................................................................ 40 14.3.1 Clínica 1 ....................................................................................................... 41 14.3.2 Clínica 2 ....................................................................................................... 42 14.3.3 Clínica 3 ....................................................................................................... 43 14.4 Desenvolvimento.................................................................................................. 45 14.5 Definição de material............................................................................................ 46 14.6 Definição do nome “Pé de Sapo – Frog’s Feet” .................................................... 47 14.7 Esquema de montagem ....................................................................................... 47 14.8 Processo de fabricação ........................................................................................ 53 14.9 Análise de saída de molde ................................................................................... 55 14.10 Estudo de Cores.................................................................................................. 56 14.11 Semântica do produto ......................................................................................... 56 14.12 Modo de utilização Pé de Sapo ........................................................................... 57 15. APOIO DE MÃOS ........................................................................................................ 58 15.1 Apresentação ....................................................................................................... 58 15.2 O produto ............................................................................................................. 58 15.3 Clínica 1 ............................................................................................................... 59 15.4 Desenvolvimento.................................................................................................. 60 15.5 Modificação na forma de fixação .......................................................................... 61 15.6 Estudo de Cores................................................................................................... 62 15.7 Modo de utilização Segura Peão.......................................................................... 63 16. REVISTEIRO ............................................................................................................... 64 16.1 O produto ............................................................................................................. 64
15
16.2 Uma questão de hábito ........................................................................................ 65 16.3 Incentivo à leitura ................................................................................................. 65 16.4 Clínicas ................................................................................................................ 66 16.4.1 Clínica 1 ....................................................................................................... 66 16.4.2 Clínica 2 ....................................................................................................... 67 16.4.3 Clínica 3 ....................................................................................................... 68 16.4.4 Clínica 4 ....................................................................................................... 69 16.5 Desenvolvimento.................................................................................................. 70 16.6 Definição do material............................................................................................ 72 16.7 Estudo de cores ................................................................................................... 72 16.8 Definição do nome “Apóia Leitura” ....................................................................... 73 16.9 Modo de utilização do Apóia Leitura..................................................................... 73 17. DISPENSADOR DE GEL ANTI-SÉPTICO ................................................................... 74 17.1 Apresentação ....................................................................................................... 74 17.2 O produto ............................................................................................................. 74 17.3 Gel anti-séptico .................................................................................................... 74 17.4 Uma questão de hábito ........................................................................................ 75 17.5 Thumbnails........................................................................................................... 76 17.6 Clínicas ................................................................................................................ 77 17.6.1 Clínica 1 ....................................................................................................... 77 17.6.2 Clínica 2 ....................................................................................................... 78 17.7 Influência direta do projeto Pé de Sapo................................................................ 80 17.8 Desenvolvimento.................................................................................................. 81 17.9 Modo de utilização do Meleca Limpa................................................................... 87 18. DESIGN GRÁFICO ...................................................................................................... 88 18.1 Família tipográfica ................................................................................................ 88 18.2 Mídia Impressa..................................................................................................... 88 18.2.1 Cartaz Pé de Sapo ....................................................................................... 89 18.2.2 Cartaz Segura Peão ..................................................................................... 90 18.2.3 Cartaz Apóia Leitura ..................................................................................... 91 18.2.4 Cartaz Meleca Limpa.................................................................................... 92 18.2.5 Cartaz de apresentação do projeto “Busão doce busão” .............................. 93 19. MOCK-UPS.................................................................................................................. 94 19.1 Renders................................................................................................................ 94 19.1.1 Render porta guarda-chuvas Pé de Sapo..................................................... 94 19.1.2 Render apoio Segura Peão .......................................................................... 97 19.1.3 Render revisteiro Apóia Leitura................................................................... 100 19.1.4 Render dispensador Meleca Limpa ............................................................ 102 19.2 Prototipagem rápida como ferramenta do designer ............................................ 103 19.3 Mock-up dos produtos ........................................................................................ 104 19.3.1 Pé de Sapo................................................................................................. 104 19.3.2 Segura Peão............................................................................................... 107 19.3.3 Apóia Leitura .............................................................................................. 109 19.4 Teste Pé de Sapo............................................................................................... 111 20. DETALHAMENTO TÉCNICO..................................................................................... 112 21. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 121 ANEXOS............................................................................................................................ 122 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 132
16
1.
INTRODUÇÃO “Busão doce Busão” Acessórios para seu ônibus
O que seria essa história de “Busão doce Busão”? Nada mais é do que transformar o ambiente do ônibus de um “não-lugar” para um “lugar”. Ainda complexo? O ônibus é um não-lugar, ou seja, não é um lugar onde gostamos de estar, aonde iríamos para nos divertir, conversar, passear, conhecer pessoas, muito pelo contrário, para muitos é o último lugar que gostariam de ter de freqüentar.
“Não-lugar é movimento e indiferença. É artificial e universal. Gera virtualidade. É espaço consumido e observado. Lugar é pausa e contato. É real e singular. Gera experiência. É espaço usado e vivido.” Luiz Augusto F. Rodrigues∗ Através do design e novas idéias, temos o objetivo de mudar essa relação usuário-ônibus. O ônibus deixaria de ser visto apenas como um veículo de transporte. Hoje é fato que milhares de usuário de ônibus em São Paulo passam horas dentro dos ônibus. Seja para percorrer curtas ou longas distâncias, para o trabalho ou para a escola, de dia ou de noite, gostando ou não gostando.
Trânsito
caótico que atinge as esquinas de nossas casas, cerca de 6 milhões de carros, um para cada dois habitantes, tendo de passar horas em um lugar onde não queria estar, ficar horas
Fig 1 – Passageiros em ônibus lotado
sem nada para fazer, sentado ou em pé. Essa é a nossa realidade. Pretendemos ao final de nosso projeto mudar a relação do usuário com o ônibus.
∗
Arquiteto/Urbanista, Doutor em História. Professor da UFF Universidade Federal Fluminense e Coordenador do LABAC-UFF (Laboratório de Ações Culturais).
17
2.
CONCEITO O projeto ”Busão doce Busão” tem como conceito a mudança de relação que
o passageiro tem com o ônibus, a implantação de acessórios que solucionam pequenos e grandes problemas do dia-a-dia, tornando a viagem do usuário mais agradável. Assim é criado um ambiente mais aconchegante, um momento de relaxamento e a transformação do ambiente maçante do ônibus para um ambiente mais leve, onde além de um pouco mais de conforto, todas as pessoas podem compartilhar cultura ao invés de simplesmente esperar o tempo passar para chegar a seus destinos.
18
3.
HISTÓRICO DO ÔNIBUS EM SÃO PAULO Os primeiros ônibus surgiram na cidade de São Paulo nos anos 20, para
auxiliar as linhas de bondes existentes na época que sofriam com limitações de suas redes. Nos anos 30, São Paulo já era considerado um grande centro urbano com transito agitado. Em 1941, os ônibus já superavam a marca de mil veículos, enquanto os bondes se mantiveram em 500, passando a transportar a maior parte dos passageiros, trinta e sete empresas particulares exploravam as 90 linhas que circulavam o município. Em 10 de outubro de 1946, o prefeito Abrahão Ribeiro, através do decreto de lei nº365, criou a CMTC - Companhia Municipal de Transportes Coletivos, empresa responsável pelo transporte público de São Paulo. No ano seguinte a prefeitura determinou a transferência do patrimônio da Light relativo ao serviço para a nova companhia e decidiu que todas as empresas privadas deveriam atuar fora do perímetro urbano. Nos dois anos seguintes a CMTC, implantou o sistema de trolebus e introduziu os primeiros abrigos nos pontos de parada. Em 1954, operava 90% do transporte coletivo da cidade, se tornando uma das maiores empresas de ônibus municipais do mundo. Nos anos 60, o desenvolvimento das indústrias automobilísticas na organização dos sistemas de transportes urbanos começam a ser mais fortes, pela pressão das empresa privadas de reconquistar esse mercado, conseqüência que a CMTC passou a ter menos 20% de participação no mercado. Em 1968, o sistema de bonde é desativado, quando a cidade contava com mais de 4 milhões de habitantes, e a CMTC passava por crises administrativas. A prefeitura promovia importantes planos e estudos sobre o desenvolvimento da cidade (Plano Urbanístico Básico) e criava a Companhia Metropolitano de São paulo. A partir da década de 70, as empresas permissionárias particulares com suas frotas ampliadas mantinham sua participação na operação do sistema, reflexo disso a CMTC operava apenas 14% da frota de ônibus na cidade. Então firmado outro contrato com a Prefeitura, se tornou a gestora do sistema.
19
No inicio de 1993, a CMTC estava responsável pela gestão do sistema de trasnporte coletivo e de operadora, com 27% de participação no setor. Com o novo perfil da frota, as quantidades de veículos e funcionários exigiam alto investimento que não gerariam redução de custo, encerrando as atividades operacionais da antiga CMTC, através da privatização de toda a frota de 2.700 ônibus e das respectivas garagens e redução de 27 mil funcionários para cerca de 1.200 empregados. A antiga CMTC transformou-se na São Paulo Trasnporte S.A. – SPTrans, denominação adotada em 8 de março de 1995, voltada somente para gestão de transporte da cidade.1
1
SPTRANS. Disponível em: http://www.sptrans.com.br/sptrans08/historia/historico.asp. Acesso em Set. 2007
20
4.
ÔNIBUS HOJE EM SÃO PAULO Segundo a SPtrans, empresa de gestão de transporte coletivo de São Paulo,
hoje a cidade dispõe de 1.266 linhas municipais de ônibus, cerca de 17.289 km de vias utilizadas e 15.040 ônibus em circulação, sendo que 2.188 são adaptados para deficientes físicos, com elevadores, rampas ou veículos de piso baixo. Atualmente dispomos do sistema de integração, onde o passageiro consegue fazer mais de uma viagem pagando apenas uma tarifa. Em Curitiba esse sistema já era adotado desde 1980, ao longo de 2006 foi implantada a integração entre ônibus e metrô, além dos corredores de ônibus onde só é permitido o trafego dos ônibus e táxis.
1
Tais vantagens fizeram com que nos últimos anos ocorresse um aumento no número de passageiros registrados pela SPtrans, de 2004 para 2005 houve um aumento de quase 1 milhão de usuários, no ano seguinte teve um pequeno aumento mantendo a média total de passageiros para 2,5 milhões, com a integração de ônibus – metrô, em novembro de 2007, foram registrados 7,8 milhões de pessoas usando o bilhete único subindo para 8,5 milhões nesse mesmo mês, considerando repetições.2 3.000.000.000 2.500.000.000
2003
2.000.000.000
2004
1.500.000.000
2005 2006
1.000.000.000
2007
500.000.000
2008*
0 Nº Passageiros registrados pela SPTrans
Dados da SPTrans
2
* Em 2008 só está computada o registro de passageiros até Setembro
1
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. São Paulo Interligado: o plano de transporte público urbano em implantação na gestão 2001-2004. São Paulo, 2004. 2 SPTRANS. Disponível em: http://www.sptrans.com.br/sptrans08/indicadores/passageiros. Acesso em Nov. 2008
21
Esse crescimento monstruoso se deve também a motivação do crescimento econômico do País, que permitiu a população de baixa renda a entrada no mercado de trabalho e a utilização do transporte público, pelos dados do Metrô, apenas 28% dos usuários tinham renda familiar de até quatro salários mínimos, hoje esse índice chega a 48%. Segundo a ANTP, Associação Nacional de Transportes Públicos, esse crescimento não foi acompanhado pelo índice de aprovação dos usuários de ônibus, pesquisa divulgada em 2006. As principais reclamações dos passageiros foram, o aumento da tarifa e a superlotação dos ônibus, a segunda sendo nosso principal enfoque do projeto. “O bilhete é uma grande vantagem, mas não houve a mesma acomodação dos passageiros” disse Rogério Belda, presidente da ANTP e assessor da Secretaria Municipal dos Transportes, complementando que os ônibus não têm uma referência de conforto. A pesquisa foi realizada com 2.300 entrevistados na Grande São Paulo, com idade a partir de 16 anos e de todas as classes sociais1.
1
ANTP. Disponível em: http://www.antp.org.br/. Acesso em 02 set. 2007.
22
“A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos”. (Mahatma Gandhi)
23
5.
ÉTICA E CIDADANIA NO ÔNIBUS Existe ou não? A ética e a cidadania são regras, que diferente das leis não
estão escritas, não são determinadas, porém as pessoas exercem como forma de boa conduta, educação ou simples boa convivência. E dentro do ônibus, as pessoas têm essa postura de "boas maneiras"? Como se tratam de atitudes que não são escritas como a lei, observamos nos ônibus urbanos algumas “regrinhas" de ética & cidadania que imperam no ambiente do ônibus. •
Ceder o lugar, independente de ser preferencial ou não, para um idoso, deficiente físico, grávida, etc;
•
Não furar a fila para passar a catraca;
•
Não empurrar, agredir, escorar nas pessoas;
•
Não carregar a mochila nas costas impedindo o tráfego no corredor;
•
Oferecer-se para carregar a mochila de quem está em pé;
•
Não gritar, cantar ou conversar alto;
•
Pedir sempre "licença", "por favor" e "obrigado";
•
Cuidado com a higiene pessoal. Lembrando
que,
tirando
as
protegidas por lei, a maioria dessas regras não são determinadas, são condutas que muitos acreditam ser uma questão de educação, outros cultura e para alguns deveriam ser lei. O
problema
na
verdade
é
a
tolerância das pessoas para com as outras Fig 2 – Passageiro dormindo no ônibus.
que não praticam a ética & cidadania, é fato que a cada dia andar de ônibus fica mais estressante, as pessoas passam horas no ônibus, muitas vezes em pé, com calor, no abafado, com sono, cansaço, trânsito, etc. Mediante a todos esses fatores, é de se considerar que a paciência das pessoas se torne menor. O fato é que a cada dia que passa levamos mais tempo para chegar
24
ao destino desejado, os 么nibus est茫o cada vez mais cheios, e as pessoas cada vez mais estressadas.
25
6.
MUDANÇA DE TÍTULO “BUS SWEET BUS” PARA “BUSÃO
DOCE BUSÃO” O título do nosso TGI era "Bus sweet bus", inspirado na famosa expressão "Home sweet home" que traduzindo é o famoso "Lar doce lar", que reflete nossa idéia de transformar o interior do ônibus em um lar, um lugar onde as pessoas se sintam a vontade, como se estivessem em casa mesmo. A expressão em inglês "Bus sweet bus" nos pareceu um tanto fria, apesar de seu significado, acreditamos que uma expressão em português faria com que as pessoas se sintam mais familiarizadas, mas o "Ônibus doce ônibus" não nos agradou, então pensamos em "Busão doce busão", o termo "busão" é usado pela maioria das pessoas que utilizam o ônibus como meio de transporte. Uma gíria popular ou um apelido carinhoso talvez, o fato é que optamos em traduzir nosso título para o português e usamos termos populares para que nosso público se familiarizasse mais com nosso projeto. Outra modificação foi o subtítulo, de "A humanização do ônibus" alteramos para "Acessórios para o seu ônibus", o uso do pronome "seu" é proposital para causar uma indagação em nosso público "Meu ônibus, como assim?", ainda que a idéia da pessoa comprar acessórios para seu ônibus causa mais polêmica e estranheza, nosso projeto é voltado para empresas que produzam para empresas de ônibus, mas a ilusão da pessoa sentir que o ônibus seja dela, esse sentimento de posse e zelo, que será discutido no próximo capítulo, é o que desejamos causar no final de nosso projeto.
26
7. A CAPACIDADE DE CRIAR SENTIMENTOS ATRAVÉS DO DESIGN Ao longo de nossa formação acadêmica aprendemos que o design influencia de muitas formas em um produto, através dele pode-se aumentar as vendas, diminuir o impacto ambiental, melhorar a qualidade de vida, entre outros. Mas seria o designer capaz de criar sentimentos através de seus produtos? Na idade da pedra os objetos tinham seu valor ligado à suas funções, uma pedra lascada era de suma importância por ser melhor para caçar ou fazer qualquer outra atividade. Hoje os objetos além de terem funcionalidades diferentes carregam um valor agregado a si, que foge da sua função e apela para um sentimento. Talvez para aquele homem das cavernas, um computador da MAC e um PC comum sejam indiferentes, mas o sentimento que envolve o consumidor que sonha em ter um MAC, não esta envolvido com a função do computador, mas sim a um valor agregado a marca e ao design diferenciado. Esse seria um dos casos entre muitos, onde o design faz a diferença e cria um sentimento de desejo no consumidor. Responsabilidade de fazer um mundo melhor, um mundo mais alegre, menos poluído. Através de suas criações, o designer pode criar produtos e soluções que podem melhorar ou piorar as vidas das pessoas. É pensando nisso, procuramos em nossos produtos desenvolver formas mais alegres e divertidas, imaginando que podemos mudar o sentimento das pessoas dentro do ônibus propondo formas menos racionais, com funcionalidades que mexam com o hábito das pessoas, criando um sentimento de posse e zelo, onde o passageiro passaria a ver o ônibus como se fosse seu, sentir-se mais a vontade, um sentimento de familiaridade, a sensação de “Busão doce busão”, discutida no capítulo anterior. As pessoas podem ou não se adaptar as nossas propostas, a fase de adaptação pode ser curta ou longa, o produto pode ter uma aceitação ou não. Nosso objetivo é através do design criarmos novos hábitos, mudar e melhorar a vida das pessoas.
27
8.
CONCEITUAL OU PRÁTICO? Em um momento do nosso projeto nos deparamos com um dilema, decidir
entre um projeto conceitual ou um projeto prático. Um projeto conceitual tem como foco a idéia, que pode ditar novas tendências, porém não tem a necessidade de ser produzível ou viável imediatamente, pode ter projeções futuras, tem como objetivo investigar as possibilidades, causar polêmica, indagação e admiração. Já o projeto prático, tem como principal foco ser um produto viável, sendo imprescindível à possibilidade de produção, fabricação, custo acessível, etc. Optamos em fazer nosso projeto do “Busão doce Busão” como um projeto prático, com produtos viáveis e de fácil aplicação no mercado, pois nosso projeto tem como objetivo melhorar a vida das pessoas que utilizam o ônibus como meio de transporte principal e enfrentam horas dentro do ônibus, decorrentes do trânsito da cidade de São Paulo, sujeitos a superlotação, dias chuvosos, falta de higiene, etc.
28
9.
BRAINSTORMING 1 Como nosso tema é muito amplo estávamos com dificuldade em organizar
nossas idéias, havia muitos problemas a serem resolvidos. Umas das técnicas utilizadas em nosso trabalho de pesquisa, sugerido pelo nosso orientador Olavo Aranha, foi o mapa do conhecimento, técnica de brainstorming. Escrevemos em post-its palavras que lembrem o tema ônibus, sem restrições e colamos em um painel, durante 10 minutos. Depois organizamos as palavras em grupos e as associamos formando subgrupos de
Fig 3 – Foto do Mapa do Conhecimento.
acordo com sua relação. Com isso pudemos visualizar melhor e mais amplamente todos os problemas que englobam o universo do transporte coletivo. Ficaram em evidência os pontos mais críticos, ou seja, os pontos que poderíamos trabalhar e melhorar, discutidos no próximo capítulo.
1
O braingstorming é um termo cunhado por Alex Osborn (1953), método de criatividade, baseia-se no principio: “quanto mais idéias, melhor”, onde um grupo de pessoas se reúnem e durante um determinado tempo reúnem o máximo de idéias sobre determinado tema.
29
10.
LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS Com a técnica do Brainstorming e conversas informais procuramos levantar
todos os problemas existentes, na opinião dos usuários de ônibus, foram apontados: •
Ambiente abafado
•
Falta de espaço;
•
Falta de higiene;
•
Superlotação / aperto;
•
Degraus altos;
•
Apoios ineficientes;
•
Mau atendimento;
•
Falta de apoio;
•
Difícil acesso para sinal de parada;
•
Falta de ventilação em dias chuvosos;
•
Falta do que fazer para passar o tempo;
•
Ausência de bagageiro;
•
Apoios ineficazes.
30
11.
DEFINIÇÃO DOS PRODUTOS Após o levantamento dos problemas apontados pelos usuários, procuramos
definir os pontos a serem atacados. Para cada problema levantado propomos soluções. Optamos pelas que consideramos mais viáveis (de fácil aplicação no mercado) e interessantes (além de estética, buscamos soluções inovadoras).
Definindo a linha de acessórios “Busão doce busão” em 4 produtos. •
Porta guarda-chuvas Para suprir a ausência de bagageiro.
•
Apoio de mãos Redesign do apoio de mão visando melhorias.
•
Revisteiro Solucionar a falta do que fazer durante a viagem
•
Dispensador de gel anti-séptico Diminuir a falta de higiene.
31
12.
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO Depois de concluída a fase de pesquisa e coleta de dados, iniciamos o
desenvolvimento do projeto. A primeira etapa foi a formalização dos objetivos do projeto, Briefing.
12.1 Briefing 1 12.1.1
Objetivo
Mudar a relação do usuário com o ônibus, propondo acessórios pensando nos problemas enfrentados pelo passageiro, soluções práticas e viáveis para imediata aplicação no mercado, proporcionando ao usuário um sentimento de que o ônibus se adaptou as suas necessidades.
12.1.2
Descrições dos produtos
Linha de acessórios para o interior dos ônibus urbanos da cidade de São Paulo, Milleniun II da Caio Induscar, veiculo mais comum utilizado pela SPtrans.
Porta guarda-chuvas a. O suporte deverá ocupar o mínimo de espaço do interior do ônibus; b. Deverá ser instalado nos tubos verticais e ser fixo; c. Deverá ter um design atrativo, inovador e alegre; d. Deverá proporcionar mais conforto aos passageiros; e. Deverá ser viável, produzível; f. Fácil instalação, sem desmontar a estrutura do ônibus; g. Design seguindo a semântica dos outros produtos; h. Deverá encaixar diferentes tipos de cabos de guarda-chuvas.
1
Segundo a ADG (2002) o termo de origem inglesa Briefing significa “Resumo; série de referencias fornecidas contendo informações sobre o produto ou objeto a ser trabalhado, seu mercado e objetivos. O briefing sintetiza os objetivos a serem levados em conta para o desenvolvimento do trabalho”.
32
Apoio de mãos a. O suporte deverá ser fixo nos tubos, para maior segurança do passageiro em caso de frenagem do ônibus; b. Deverá ser instalado nos tubos horizontais; c. Deverá ter um design atrativo, inovador e alegre; d. Design seguindo a semântica dos outros produtos; e. Deverá ser viável, produzível; f. Fácil instalação, sem desmontar a estrutura do ônibus; g. Possibilidade de utilizar mesma fixação dos outros produtos.
Revisteiro a. O suporte deverá ser fixo na lateral interna do ônibus ao lado do passageiro; b. Deverá ter um design atrativo, inovador e alegre; c. Deverá ser viável, produzível; d. Deverá comportar revistas e jornais; e. Fácil instalação, sem desmontar a estrutura do ônibus; f. Material resistente; g. Design seguindo a semântica dos outros produtos.
Dispensador de gel anti-séptico a. O dispensador deverá ser fixo nos tubos verticais próximos às saídas; b. Deverá ter um design atrativo, inovador e alegre; c. Deverá ser viável, produzível; d. Fácil instalação, sem desmontar a estrutura do ônibus; e. Fácil recarga; f. Design seguindo a semântica dos outros produtos.
33
12.1.3
Público Alvo
De acordo com dados da SPTrans (2007), passam pelo transporte coletivo mais de 2 milhões e 700 mil passageiros por ano ( ver pág. 20 ). Este público vem aumentando junto com o crescimento econômico das classes baixas. O público alvo do transporte coletivo é muito extenso, abrangendo homens e mulheres de 15 á 50 anos, sendo estudantes, trabalhadores ou apenas pessoas passeando. Na maioria das vezes, são trabalhadores que saem muito cedo de casa e não têm tempo para ler um jornal, assistir ao noticiário ou simplesmente ouvir as últimas notícias através do rádio. São pessoas que vivem cansadas e estressadas, pessoas que tem uma rotina cansativa e vivem em uma cidade onde o congestionamento é rotineiro. Além do trânsito caótico, esses usuários enfrentam transportes superlotados, sem nenhum conforto ou qualquer entretenimento. Como se pode observar através das estatísticas, a solução para superlotação não está ao nosso alcance fazendo com que o foco do projeto seja a interação desse público tão diverso e mudança da relação que o usuário tem com o ônibus.
12.1.4
Segmentos de mercado
Acessórios para ônibus urbano
12.1.5
Características
Acessórios para ônibus urbano de transporte coletivo visando às dificuldades enfrentadas pelos passageiros como superlotação, dias chuvosos, falta de higiene, bagagem, propondo idéias práticas de fácil aplicação no mercado. Os produtos não deverão comprometer a capacidade de passageiros.
34
13.
PAINÉIS SEMÂNTICOS Os painéis semânticos têm como finalidade mostrar através de imagens todo
o universo do produto a ser desenvolvido. Desde o público alvo até tendências de mercado, a quantidade e o tema de painéis variam de acordo com o projeto. Através destes painéis fica muito mais fácil à visualização do quê, para quê e para quem se destina o projeto.
13.1 Mudança de Relação Nosso objetivo é a mudança da relação entre usuário e o ônibus, através dessa proposta de novos produtos com soluções inovadoras para o interior do ônibus, pretendemos trazer a sensação de Lar doce lar para dentro do ônibus.
Fig 4 – Painel Semântico – Mudança de relação
35
13.2 Público Alvo
Fig 5 - Painel Semântico – Público alvo
O público alvo do nosso projeto é muito extenso, abrangendo homens e mulheres de 15 a 50 anos, sendo estudantes, trabalhadores ou apenas pessoas se locomovendo. Este público vem aumentando junto com o crescimento econômico das classes baixas. De novembro de 2006 a novembro de 2007 o número de usuários aumentou em quase um milhão de passageiros segundo dados do Metrô.
36
13.3 Produtos Similares 13.3.1
Porta guarda-chuvas
37
13.3.2
Apoio de m達os
38
Revisteiro
13.3.3
Encontramos
no
mercado alguns
tipos de
revisteiro
interessante.
1.
Revisteiro “Wallpaper for Rosendahl” da designer Maria Berntsen;
2.
Revisteiro “Havaianas” do designer Pedro Useche;
3.
Revisteiro “Modelo” E da Palmetal;
4.
Revisteiro Ref. 746 da Agaefe;
5.
Revisteiro “Modeo” da RS design.
que
achamos
39
13.3.4
Dispensadores Encontrados no mercado como dispensadores, dispenser, dosadores ou
saboneteiras dosadoras.
1.
Dispensador Stoko Vario Ultra;
2.
Dispensador Jofel AC 84.000;
3.
Dispensador Jofel AC 82.000;
4.
Dispensador Stoko Refresh Foam;
5.
Dispensador Columbus SG 4000;
6.
Dispensador Jofel AC 45.500;
7.
Dispensador Jofel AC 81.000;
8.
Dispensador Jofel AC 54.500;
9.
Dispensador Jofel.
40
14.
PORTA GUARDA-CHUVAS
“Pé de Sapo – Frog’s Feet”
14.1 Apresentação Ao entrar em um ônibus num dia chuvoso, a primeira pergunta que se faz é: “Onde vou colocar meu guarda-chuva?”. E a situação fica pior se o usuário estiver em pé e carregando mais bagagens. É desagradável depender da boa vontade dos passageiros sentados, para que se ofereçam para carregar suas coisas, uma gentileza para tornar sua viagem menos desconfortável.
14.2 O produto
Fig 6 – Passageiro de ônibus carregando mochila nas mãos.
Com os Pés de Sapo espalhados pelo ônibus os problemas de carregar guarda-chuvas e bagagens seriam amenizados. O Pé de Sapo é um suporte aplicado nos tubos de apoio vertical. Tem um design orgânico lembrando as patas de um sapo, com três dedos com as pontas de esferas que servem basicamente para pendurar guarda-
Fig 7 – Perereca
chuvas e eventuais bolsas e sacolas. Portanto sua função não está somente restrita para guarda-chuvas, facilitando a viagem dos usuários funcionando como suporte de bagagens de pequeno porte.
14.3 Clínicas Iniciamos o desenvolvimento do produto com desenhos da forma levando em consideração a funcionalidade e a viabilidade do produto, inicialmente pensamos na idéia de pendurar guarda-chuvas.
41
14.3.1
Clínica 1
Na primeira clínica estudamos algumas formas do produto, porém em orientação com o professor Olavo Aranha, e chegamos à conclusão que poderíamos explorar outras possibilidades de solução para nossa forma.
Fig 8 - Clínica 1 – Proposta 1 Fig 9 - Clínica 1 – Proposta 2
Fig 10 – Clínica 1 – Proposta 3
42
14.3.2
Clínica 2
Com o objetivo de encontrar soluções mais interessantes para nosso produto iniciamos a segunda clínica de desenhos procurando explorar diferentes soluções.
Fig 11 – Clín 2 - Proposta 1
Fig 12 – Clín 2 – Proposta 2
Fig 13 – Clín 2 - Proposta 3
Porém não encontramos soluções viáveis para nosso produto que é um dos requisitos de nosso projeto, entre outros problemas como a fragilidade do produto na proposta 4 (Fig.14), inviabilidade de fixação nas propostas 2 e 5 (Fig. 12 e 15) e em geral não estávamos satisfeitos com o design dos produtos obtidos nessa clínica. Sentimos a necessidade de encontrar uma identidade para produto, não estávamos encontrando uma forma, um segmento, uma tendência. Com a preocupação de ser um produto viável acabamos nos preocupando muito com a funcionalidade e acabamos criando produtos desinteressantes, cujas formas não nos agradavam.
Fig 14 – Clín 2 - Proposta 4
Fig 15 – Clín 2 – Proposta 5
Fig 16 – Clín 2 - Proposta 6
43
14.3.3
Clínica 3
Na terceira clínica, decidimos formas
partir
mais
para
orgânicas,
formas menos racionais com um pouco mais de ousadia, não esquecendo que se tratava de um Fig 17 - Clín 3 – Proposta 1
projeto prático. Decidimos
Fig 20 – Clín 3 – Proposta 4
que nosso produto teria que conquistar os usuários não
somente
solucionar
por
um
dos
problemas enfrentados na viagem de ônibus, mas também por sua forma. Nesta Fig 18 - Clín 3 – Proposta 2
clínica
Fig 21 – Clín 3 – Proposta 5
começamos a encontrar uma
linguagem
para
nosso produto, buscando formas que interajam com nosso público alvo. Analisando resultados clínica Fig 19 - Clín 3 – Proposta 3
obtidos
escolhemos
os na a
forma do nosso produto, representada na proposta 5 (Fig. 21).
Fig 22 – Clín 3 – Proposta 6
44
“Sempre que houver alternativas tenha cuidado. Não opte pelo conveniente, pelo confortável,
pelo
respeitável,
socialmente
aceitável,
pelo
pelo
honroso.
Opte pelo que faz o seu coração vibrar. Opte pelo que gostaria de fazer, apesar de todas as conseqüências.” (Osho)
45
14.4 Desenvolvimento Definimos a forma do nosso produto, porta guarda-chuvas como sendo a seguinte:
Fig 23 – Forma definida Pé de Sapo
Com a forma definida na Clínica 3 (ver pág. 43), iniciamos a modelagem em 3D, utilizando o software SolidWorks, a fim de visualizar melhor a forma.
Fig 24 - Modelagem 3D Pé de Sapo
Fig 25 – Vista superior Pé de Sapo
Foram feitas algumas modelagens até chegarmos à forma exata do nosso produto, proporções, medidas, etc.
46
Fig 26 - Modelagem 3D Pé de Sapo
14.5 Definição de material Após definida a forma do produto, estudamos o material a ser utilizado, com a ajuda do professor Milton Francisco Junior, pensávamos na possibilidade do produto ser produzido inteiro maciço, mas segundo o mesmo, se o produto fosse feito maciço teríamos desperdício de material e o acúmulo podia gerar chupagem em alguns pontos e a fragilidade do produto, ou seja, no nosso caso mais material não significava mais resistência. Descartamos utilizar material transparente como acrílico ou policarbonato pelo custo do produto, lembrando que nosso produto tem de ser viável e interessante para as empresas de ônibus. Nossas possibilidades era a injeção em alumínio com pintura eletrostática ou em plástico (Polipropileno) sem necessidade de acabamento. Em função das características do nosso produto optamos pelo termoplástico polipropileno por seu baixo custo, possibilidade de obtenção de brilho, resistência ao riscamento e a flexão, material reciclável, pode ser injetado, além de ser menos poluente por não precisar ser pintado1.
1
LIMA, Marco Antonio Magalhães. Introdução aos materiais e processos para designers. Rio de Janeiro:
Ciência Moderna ltda, 2006.
47
14.6 Definição do nome “Pé de Sapo – Frog’s Feet” Em um determinado momento do projeto sentimos a necessidade de nomear os produtos de nossa linha. A semelhança de nosso produto com as patas de um sapo inspirou o nome “Pé de Sapo”.
14.7 Esquema de montagem Nossa primeira proposta era que o produto fosse inteiriço, porém para ser instalado no ônibus a estrutura de tubos teria de ser desmontada para que o suporte fosse inserido no tubo e depois montada novamente. Como a idéia do nosso trabalho é propor acessórios que possam ser facilmente incorporados ao ambiente do ônibus, decidimos fazer o produto em duas peças.
Fig 27 - Perspectiva componentes Pé de Sapo
Fig 28 - Detalhe encaixe Pé de Sapo
Por se tratar de um suporte para guarda-chuvas e eventuais bagagens como sacola, mochila e o que o passageiro conseguir pendurar no produto, decidimos que as peças precisariam de reforços internos, nervuras para maior resistência, então teria de ser feita em 4 partes.
Fig 29 - Detalhe metade do produto Pé de Sapo
Fig 30 - Perspectiva metade do produto Pé de Sapo
48
O produto foi dividido em duas peças, a frontal com os “dedos” suportes e a traseira onde se localiza os orifícios para entrada do parafuso. Apesar de possuir 4 partes planejamos o design das peças para serem feitos somente dois moldes para injeção.
Fig 31 - Perspectiva Pé de Sapo frontal
Fig 32 - Vista superior Pé de Sapo frontal
No caso da segunda peça de encaixe do produto o mesmo conceito de encaixe é feito.
Fig 33 - Vista superior Pé de Sapo traseira
Fig 34- Perspectiva Pé de Sapo traseira
Porém a solução apresentada não previa o movimento vertical do produto, ou seja, nosso suporte estava solto e nada o impedia de descer ou subir.
49
Pensando em solucionar a questão do movimento vertical e rotação no tubo, modificamos a forma de fixação do produto. A fixação passou a ser feita através de um parafuso M5, no tubo seria feito um furo passante com Ø5mm.
Fig 35 - Perspectiva Pé de Sapo conjunto – A
Fig 36 - Perspectiva Pé de Sapo conjunto – B
Na parte frontal (em verde) encontra-se um alojamento para porca M5, onde será encaixada, fechada com outra peça frontal e colada com solda ultrasom, para montagem o parafuso é inserido pela parte traseira (laranja), passando pelo tubo e rosqueando na porca.
Fig 37 - Perspectiva Pé de Sapo interno
Fig 38 - Detalhe esquema de fixação Pé de Sapo
Reduzimos a espessura de material do produto de 2 mm para 1,5 mm, consideramos suficiente. Todos os cantos da parte interna foram arredondados com raio de 0,5mm em função de que cantos vivos são praticamente impossíveis de serem obtidos no processo de injeção.
50
As nervuras adicionadas para maior resistência foram diminuídas as espessuras e ângulo de saída, antes com 10º, modificado para 2º (ver anexo AB) com espessura de base de aproximadamente 0,9mm, que equivale a 60% da espessura do produto1.
Fig 39 - Detalhe cantos internos Pé de Sapo
Em destaque na figura abaixo estão os encaixes que ao montar duas peças, uma em cima da outra os encaixes se espelham e montam a peça facilitando a junção, feita por solda ultra-som e melhorando o acabamento, dispensando o uso de gabarito.
Fig 40 - Detalhe encaixes Pé de Sapo
1
LIMA, Marco Antonio Magalhães. Introdução aos materiais e processos para designers. Rio de Janeiro:
Ciência Moderna ltda, 2006.
51
Pensando em simplificar o produto mudamos a forma de encaixe para pinos macho e fêmea conforme a figura abaixo, descartando a proposta anterior.
Fig 41 - Detalhe de encaixe Pé de Sapo - A
Fig 43 - Detalhe de encaixe Pé de Sapo - C
Fig 42 - Detalhe de encaixe Pé de Sapo - B
Conseqüentemente a peça B do produto sofreu as mesmas alterações.
Fig 44 - Perspectiva
52
Aumentamos o ângulo entre os dedos de 40º para 47º, obtendo uma abertura de ± 21 mm, para que seja possível o encaixe de guarda-chuvas com cabo tipo gancho, analisamos cabos existentes no mercado constatamos na maioria um diâmetro de 20 mm, com a alteração tivemos de re-posicionar as nervuras. Adicionamos nervuras nas partes esféricas,
Fig 45 – Detalhe da nervura adicionada ao Pé de Sapo.
conforme ilustrado na fig. 45, em função da possibilidade do usuário, em um ato de pressa, puxar o guarda-chuva e poder danificar o produto, consideramos que as esferas precisavam de reforços.
Fig 46 – Vistas novas nervuras Pé de Sapo
53
14.8 Processo de fabricação O produto Pé de Sapo passará pelos processos de Conformação 1 e União 2 (ver anexo AC). Composto por 2 componentes, formados por 2 peças cada, conforme a figura abaixo (Fig. 47).
Fig 47 – Quantidade de peças Pé de Sapo
1
Segundo LIMA (2006), conformação significa “categoria que envolve todos os processos na qual a matériaprima no estado líquido, plástico ou sólido, com ou sem a presença de calor, é submetida a algum tipo de esforço ou ação que venha a alterar sua geometria inicial em outra diferente.” 2 Segundo LIMA (2006), união significa “Classe de processos que, como o próprio nome indica, implicam em juntar, fixar, duas ou mais partes para obtenção de componentes, conjuntos ou do próprio produto final.”
54
A produção das peças será em polipropileno injetado (ver anexo AD), em molde macho e fêmea, por isso tivemos a preocupação de toda a face de desmoldagem ter ângulo de saída de 2º e todos os cantos serem arredondados com raio de no mínimo 0,5 mm (ver pág. 48). O próprio polipropileno dará acabamento à peça, evitando o processo de pintura, diminuindo assim também a emissão de poluentes. Para obtenção dos componentes as peças passarão pelo processo de união através da solda por ultra-som. No caso do componente frontal será adicionado uma porca M5 no interior da peça antes da solda, para fixação do produto.
Fig 48 - Detalhe esquema de montagem Pé de Sapo frontal
55
14.9 Análise de saída de molde Com o recurso do software Solidworks realizamos uma simulação de análise de saída de molde, ou seja, se a peça sairia do molde ou teria algum problema na sua retirada. As partes em amarelo representam faces em que o ângulo de saída é 0º, e pode apresentar problemas e dificuldades para o produto sair do molde. Na figura 50 a parte em vermelho que representaria que o produto não sai do molde pode ser ignorada, pois o software está entendendo que a direção de saída do molde é de cima para baixo. A figura 49 representa que do outro lado da peça não teremos problemas para retirar a peça.
. Fig 49 - Análise de saída de molde - B
Fig 50 - Análise de saída de molde - A
Alteramos o ângulo de saída das nervuras e demais faces representadas para 2º e obtivemos o seguinte resultado.
Fig 51 - Análise de saída de molde - C
56
14.10
Estudo de Cores Analisamos algumas possibilidades de variação de cor, porém escolhemos o
verde como cor do nosso produto por ser a cor que mais se associa a um sapo.
Fig 52 - Perereca
Fig 53 - Estudo de cor Pé de Sapo
14.11
Semântica do produto A forma do produto Pé de Sapo foi escolhida, dentre as demais
desenvolvidas, por ser inovadora, do nosso ponto de vista tudo dentro do ônibus é muito racional e funcional, queríamos uma forma mais alegre para trazer ao ambiente do ônibus um ar mais descontraído. Descaracterizando aquele ambiente sério, causando até um questionamento na mente do passageiro sobre qual a função daquele novo produto. Acreditamos que a função será descoberta através da necessidade e da experimentação. E que até outras funções além de pendurar guarda-chuvas serão aplicadas, como pendurar sacolas e bolsas. A definição da forma do Pé de Sapo influenciou diretamente no desenvolvimento de todos os outros produtos do projeto “Busão doce busão”, encontramos neste produto a linguagem de design que procurávamos. Todos os produtos estavam sendo desenvolvidos em paralelo, e com a definição deste, mudamos toda a semântica dos outros produtos.
57
14.12
Modo de utilização Pé de Sapo O produto Pé de Sapo será instalado nos tubos verticais no interior dos
ônibus. Proporcionando ao passageiro que viaja em pé um suporte para pendurar guarda-chuvas e até bagagens de pequeno porte como sacolas e bolsas.
Fig 54 – Opção de utilização Pé de Sapo
Fig 55 – Opção de utilização Pé de Sapo
Realizamos alguns testes a partir do mock-up do produto testando diferentes tipos cabos de guarda-chuvas (ver. Pág. 111).
Fig 56 - Simulação do Pé de Sapo instalado
58
15.
APOIO DE MÃOS
“Segura Peão”
15.1 Apresentação Os
apoios
atuais
têm
um
problema
que
consideramos grave, são móveis no sentido horizontal do corrimão, assim quando o ônibus faz uma frenagem os passageiros acabam se deslocando junto tornando o Fig 57 - Apoio atual
apoio ineficaz.
15.2 O produto O produto Segura Peão é o re-design do apoio de mão existente no ônibus, para o usuário que viaja em pé. É fixo nos corrimãos, tubos horizontais do corredor do ônibus, procuramos redesenhar os apoios com um design mais interessante e divertido e com a mesma
Fig 58 - Primo do Sapo
linguagem do produto Pé de Sapo e utilizando a mesma peça traseira, mudando somente a peça frontal, portanto com custo de apenas mais um molde para injeção ao invés de dois ou mais.
59
15.3 Clínica 1 O desenvolvimento do produto foi conseqüência da definição da forma do pé de sapo, através do produto definido pensamos em criar outro com outra funcionalidade usando as mesmas peças traseiras de fixação do Pé de Sapo, somente trocando a peça frontal.
Fig 59 – Clínica 1 – Sketch do produto
60
15.4 Desenvolvimento O produto diferentemente dos demais não teve uma fase de clínicas extensa, verdadeiro filho do produto “Pé de sapo”, com o conceito obter outro produto somente trocando a peça frontal, com a vantagem de investimento no molde de uma peça ao invés de duas. Do Sketch passamos direto para modelagem em 3D no software Solidworks.
Fig 60 - Modelagem 3D do apoio Segura Peão
Fig 61 – Modelagem 3D perspectiva apoio Segura Peão
Fig 62 - Modelagem 3D do Segura Peão
61
15.5 Modificação na forma de fixação Modificamos a forma de fixação conforme o desenvolvimento do produto Pé de Sapo, passou a ser feita com o parafuso M5 (ver página 49). A alça será fixada no interior da peça com costura reforçada.
Fig 63 - Detalhe fixação do Segura Peão
62
Nos tubos horizontais de apoio serão feitos furos de ∅5 mm passantes nas posições onde serão instalados os apoios, o parafuso Allen passará pelo tubo e fixará na porca M5 encontrada no interior da peça inferior.
Fig 64 - Detalhe de instalação do Segura Peão
15.6 Estudo de Cores Analisamos algumas variações de cores para o produto, preferimos as cores mais claras para deixar o ambiente mais alegre, optamos pela cor laranja.
Fig 65 - Estudo de cores Segura Peão
63
15.7
Modo de utilização Segura Peão O apoio Segura Peão será instalado
nos
corrimãos,
tubos
horizontais
localizados na parte superior dos ônibus, a distância entre apoios e a quantidade será definida pela empresa de fabricante dos veículos. Com os apoios Segura Peão fixados nos tubos, o passageiro tem mais opções para se segurar durante o trajeto do ônibus, proporcionando mais segurança e mais conforto para aqueles que têm estatura mais baixa e não alcançam a altura do corrimão. Fig 66 - Simulação de uso do Segura Peão
Fig 67 - Possibilidades de apoio
64
16.
REVISTEIRO
“Apóia Leitura”
16.1 O produto O revisteiro “Apóia Leitura” é um suporte elaborado para que as pessoas possam deixar seu jornal ou revista, para que as outras pessoas possam ler também, com a idéia de que as pessoas compartilhem suas leituras, suas informações e conhecimentos. Localizado nas laterais do ônibus, bem ao lado do passageiro, com utilização simples, o passageiro coloca o jornal ou revista apoiado no suporte.
Fig 69 - Conceito de compartilhar cultura
Fig 68 – Passageira sentada lendo.
65
16.2 Uma questão de hábito O
produto
que
desenvolvemos
envolve uma questão cultural, temos como objetivo criar um hábito nos paulistanos de ler seu jornal ou revista e deixá-lo para que as próximas pessoas possam ler, prática muito comum em países estrangeiros.
16.3 Incentivo à leitura Para as pessoas que gostam de ler, o revisteiro “Apóia Leitura” possibilita a troca
Fig 70 – Hábito de ler
de informação através da troca de recursos impressos que podem ser deixados pelas pessoas
para
que
outras
possam
ler,
incentivando pessoas que não têm o hábito ou não têm o costume de ler.
Fig 71 - Interesse na leitura
Fig 73 – Mídia impressa gratuita
Fig 72 - Interatividade entre passageiros
66
16.4 Clínicas 16.4.1
Clínica 1
Na primeira fase do desenvolvimento do revisteiro, apresentamos a seguinte forma para o produto. Seguindo a linguagem dos ônibus atuais, bem geométrico e simples. Porém com a definição do produto Pé de Sapo decidimos mudar a forma do produto para que toda a linha de acessórios seguisse a mesma semântica.
Fig 74 - Cidadão lendo jornal
Fig 75 – Clinica 1 – Proposta 1
Descartamos a hipótese de o produto ter o movimento de abrir e fechar como em máquinas de jornais encontradas em paises estrangeiros, pela possibilidade de ser danificado e dificuldade de manutenção.
67
16.4.2
Clínica 2
Buscando uma linguagem de produto similar ao Pé de Sapo, mudamos a forma, um design mais orgânico, formas arredondadas e simples.
Fig 76 – Clinica 2 – Proposta 1
Fig 77 – Clinica 2 – Proposta 2
Fig 78 – Clinica 2 – Proposta 3
As soluções apresentavam um ponto a ser analisado, o encaixe do jornal ou revista. Por se tratar de uma variação muito grande de espessuras consideramos que o produto poderia não ser funcional. Para solucionar esse problema, pensamos em uma solução semelhante a um pregador de
Fig 80 – Clinica 2 – Modelagem proposta 4
roupas. O ponto negativo agora é que acreditamos que o tamanho do nosso produto não possibilita uma força mecânica suficiente para suportar o peso
de
uma
revista
ou
jornal,
considerando que o ônibus estará em constante movimento. Fig 79 – Clinica 2 – Proposta 4
16.4.3
Clínica 3
Buscando
uma
linguagem
mais
divertida, mudamos a forma e a solução para nosso produto, com a idéia de a revista se encaixar por pressão entre 3 eixos. Da idéia criamos uma forma que lembra a parte da teta de uma vaca. Pela inviabilidade de produção o modelo foi descartado, a forma do produto é
Fig 81 – Clínica 3 – Proposta 1
muito complexa para injeção em molde.
Fig 82 – Clinica 3 – Modelagem proposta 1
69
16.4.4
Clínica 4
Após estudo das formas e diferentes soluções, optamos em fazer o produto com uma solução que mais atenderia as nossas necessidades em questões econômicas, mecânicas, estética.
Fig 83 – Clínica 4 – Sketches revisteiro
Definimos a forma considerando a proposta com mais similaridade com relação à forma do Pé de Sapo, como ilustra a figura abaixo.
Fig 84 – Clinica 4 – Forma definitiva revisteiro
70
16.5 Desenvolvimento Após definida a forma modelamos o produto em 3D no SolidWorks, projetado para ser feito em peça única em alumínio injetado.
Fig 85 - Perspectiva Apoia Leitura
Fig 86 - Vista Frontal Apóia Leitura
Fig 87 - Vista Superior do Apóia Leitura
71
Inicialmente a fixação seria feita através de dois pontos de fixação, furos com rosca feita no material, porém na forma como projetados a instalação no ônibus seria muita trabalhosa, a lateral interna do ônibus, placas teriam de ser removidas para parafusar o produto e depois serem montadas de novo.
Fig 88 - Vista traseira do Apóia Leitura
Pensando nisso mudamos o produto para que a fixação seja feita pela frente com rebites, ou seja, não precisa ser desmontado nada, é feita a furação no eixo dos furos do produto e fixado com rebites.
Fig 89 - Forma final do Apóia Leitura
72
16.6 Definição do material O produto Segura Peão será feito em alumínio injetado, descartamos a hipótese de ser feito no mesmo material dos outros produtos, o PP, pela forma poder ser associada a um encosto de braços, com a possibilidade do usuário se apoiar definimos que o material de nosso produto precisaria de uma resistência maior. Acabamento poderá ser em pintura eletrostática na cor desejada.
16.7 Estudo de cores Analisamos algumas possibilidades de variação de cores e escolhemos o amarelo como cor do nosso produto.
Fig 90 - Estudo de cores Apóia Cultura
73
16.8 Definição do nome “Apóia Leitura” Definimos o nome para o suporte de revistas como sendo “Apóia Leitura”, um nome um pouco mais sério, mas que remete a função do produto, a palavra ”apóia” faz duplo sentido pelo fato do produto servir para carregar revistas e pelo conceito do nosso projeto de incentivar o hábito da leitura.
16.9 Modo de utilização do Apóia Leitura O revisteiro Apóia Leitura será instalado nas laterais do ônibus ao lado do passageiro, através de dois rebites. A revista fica suspensa no Apóia Leitura conforme a figura abaixo.
Fig 91 - Simulação de utilização do Apóia Leitura
74
17.
DISPENSADOR DE GEL ANTI-SÉPTICO
“Meleca limpa”
17.1 Apresentação Uma das grandes reclamações dos usuários do transporte coletivo, cerca de 73% de 60 pessoas entrevistadas (ANEXO AA), é a falta de higiene dentro dos ônibus. Ao entrar nesse meio de transporte é praticamente impossível transitar no mesmo sem se segurar nos tubos de apoio e é indiscutível a sensação de mal estar que se tem ao segurar em superfícies que se encontram sujas, sendo que milhares de pessoas se seguram nesses tubos diariamente.
17.2 O produto Para solucionar este problema, a idéia é colocar dispensadores com gel antiséptico nas saídas do ônibus. Um recipiente simples e de fácil entendimento, onde basta apertar o botão na parte inferior do frasco, fazendo com que saia 1 ml de gel, quantidade suficiente para higienizar as mãos. Tem a capacidade de 800 ml, quantidade padrão encontrada no mercado para refis de dispensadores dosadores. Com isso o passageiro desce do ônibus com suas mãos limpas e uma sensação de conforto.
17.3 Gel anti-séptico O gel anti-séptico combina o poder de eliminar 99,9% de germes e bactérias em 15 segundos com ingredientes que hidratam as mãos, dispensa o uso de água e toalha, basta uma pequena quantidade para higienização
das
mãos
dos
passageiros
e
é
dermatologicamente testado. Usado
em
hospitais,
Fig 92 - Refil de gel anti-séptico
consultórios
médicos,
odontológicos e veterinários, academias de ginástica, petshops, bancos, supermercados, escolas, universidades, laboratórios farmacêuticos, creches, cozinhas industriais e sanitários em geral.
Fig 93 - Dispensador Handmax
75
Encontramos no mercado diversas marcas de géis anti-sépticos, porém a grande maioria com embalagens com pequenas quantidades para serem carregadas na bolsa, com exceção da empresa Handmax que disponibiliza o produto com embalagens de 800ml em refil para saboneteira dosadora.
17.4 Uma questão de hábito Em uma pesquisa realizada com os usuários constatamos que a maioria das pessoas se sente incomodada com a sujeira nas mãos ao sair do ônibus. Mas uma cena muito comum é encontrar pessoas comendo salgadinhos, bolachas, alimentos em geral, durante a viagem. O que muitas pessoas não sabem ou pelo menos não se lembram, é a quantidade de pessoas que já transitaram e seguraram no mesmo lugar onde elas estão se segurando, e a quantidade e variedade de bactérias encontradas nesse ambiente. Segundo uma pesquisa publicada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, na revista periódica “Arquivos Médicos” (2008), existem uma grande quantidade de bactérias nos corrimãos onde as pessoas se apóiam dentro do ônibus. Pelo menos 15 tipos diferentes de microorganismos, dos quais 6 são comuns e perigosos, como os coliformes fecais. A concentração encontrada é 10 mil vezes acima do considerada aceitável. Foram coletadas 120 amostras em 40 ônibus da cidade de São Paulo e todas continham bactérias. A relação dos microorganismos identificados nas amostras coletadas nos ônibus inclui Bacillus subtilis, Pseudomonas fluorescens, Echerichia coli, Candida sp, Alcaligenes faecalis, Enterococcus, Staphylococcus spp e Sphingobacterium multivorum. Com o produto Meleca Limpa pretendemos conscientizar as pessoas sobre a quantidade de sujeira encontrada dentro do ambiente do ônibus e proporcionar a higienização das mãos ao sair do ônibus. Ao se deparar com nosso produto, aqueles que nunca pararam para pensar como é sujo o local onde se seguram, passarão a fazê-lo. Nosso objetivo é fazer com que as pessoas criem o hábito e a consciência da importância de se limpar as mãos ao sair do ônibus.
76
17.5 Thumbnails Na primeira fase de desenvolvimento do produto “Meleca Limpa” fizemos um estudo de formas, com desenhos rápidos para chegar a uma linguagem do produto.
Fig 94 –Sketches dispensador
As figuras ticadas foram aprovadas, como uma semântica de produto mais interessante para serem exploradas nas clínicas.
77
17.6 Clínicas 17.6.1
Clínica 1
Na primeira clinica de desenvolvimento fizemos estudos de formas para o produto, definimos que as formas em gota estariam mais perto da linguagem que estamos buscando.
Fig 95 – Clinica 1 - Proposta 1
Fig 96 - Clinica 1 - Proposta 2
Fig 97 - Clinica 1 - Proposta 3
Fig 98 - Clinica 1 - Proposta 4
78
17.6.2
ClĂnica 2
Fig 99 - Clinica 1 - Proposta 5
Fig 100 - Clinica 1 - Proposta 6
Fig 101 - Clinica 1 - Proposta 7
Fig 102 - Clinica 1 - Proposta 8
79
Fig 103 - Clinica 1 - Proposta 9
Fig 104 - Clinica 1 - Proposta 10
Fig 105 - Clinica 1 - Proposta 11
80
17.7 Influência direta do projeto Pé de Sapo Todos os produtos estavam sendo desenvolvidos em paralelo, apesar de já estarmos com a forma do produto definida o andamento do projeto do Pé de Sapo influenciou diretamente na forma do produto Meleca Limpa. Um dos problemas da forma que havíamos definido era a forma de fixação do produto. Com a definição do produto Pé de Sapo, pensamos em utilizar a mesma fixação para fazer o produto Meleca Limpa.
Fig 107 – Proposta final Meleca Limpa
Fig 106 - Modelagem 3D Meleca Limpa
81
17.8 Desenvolvimento O dispensador Meleca Limpa foi projetado para ser recarregado com refis de gel anti-séptico, com capacidade de 800ml, a cada acionamento é dispensada uma quantia de 1ml. Supondo que cada passageiro acione 2 vezes, o Meleca Limpa deverá ser recarregado, em média, a cada 400 passageiros.
Fig 108 - Modelagem 3D Meleca Limpa
Fig 109 - Vista interna da posição do refil
Serão instalados nos tubos verticais próximos as saídas para os passageiros que estão de saída do ônibus. Sua fixação será feita com a mesma peça utilizada no suporte Pé de Sapo e no apoio Segura Peão.
Fig 110 - Detalhe de fixação do Meleca Limpa
82
A peça traseira é encaixada no produto, o parafuso Allen 3/16” atravessa o tubo e por dentro do produto é colocada a porca 3/16” conforme figuras abaixo.
Fig 111 - Imagens da fixação do Meleca Limpa
Analisamos o encaixe do bico do refil encontrado no mercado Pratic Plus da Columbus.
Fig 112 - Fotos do refil de sabonete líquido da Columbus
83
A partir das medidas obtidas do bico, projetamos o encaixe do nosso produto.
Fig 113 - Detalhe do encaixe do bico do refil
O fechamento da tampa ĂŠ feito sob pressĂŁo, para abertura basta apertar nas ranhuras e puxar a tampa.
Fig 114 - Imagens da abertura de tampa do Meleca limpa
84
A tampa Ê encaixada na base na parte inferior das peças formando um eixo para abertura.
Fig 115 - Detalhes de abertura e eixo da tampa do Meleca Limpa
Fig 116 - Base do Meleca Limpa
85
O botão de acionamento comprime a mangueira de borracha do refil que dispensa o gel nas mãos do passageiro.
Fig 117 - Vista lateral do Meleca Limpa detalhe da mangueira
Fig 118 - Detalhe do bico de saída do líquido
No botão adicionamos a palavra “Aperte” para maior entendimento do funcionamento do produto.
Fig 119 - Detalhe do botão do Meleca Limpa
86
Fig 120 - Imagem da tampa do Meleca Limpa
A recarga é feita através da abertura da tampa frontal e substituição do refil de gel anti-séptico.
Fig 121 - Detalhe de abertura do Meleca Limpa
87
17.9
Modo de utilização do Meleca Limpa O dispensador Meleca Limpa será instalado nos tubos verticais próximos as
saídas, conforme a figura abaixo.
Fig 122 - Simulação do Meleca Limpa instalado
Para acionamento basta apertar o botão conforme figura abaixo.
Fig 123 - Modo de acionamento Meleca Limpa
88
18.
DESIGN GRÁFICO O apelo gráfico dentro do ônibus será muito importante na fase de
implantação dos nossos produtos. Através de cartazes com frases de incentivo ao uso dos novos acessórios, os usuários ficarão cientes do conceito do nosso projeto Busão doce busão e familiarizados com o novo ambiente do ônibus.
18.1 Família tipográfica As mensagens devem utilizar a família tipográfica Swiss 721.
Swiss 721 LtExBt
AÀBCDEÊFGHIJKLMNOÕPQRSTUÚVWXYZ Aàbcçdeêfghijklmnoõpqrstúvwxyz 1234567890$&%!? Swiss 721 BlkEx BT
AÀBCDEÊFGHIJKLMNOÕPQRSTUÚVW XYZ aàbcçdeêfghijklmnoõpqrstúvwxyz 1234567890$&%!? Este é um tipo de fonte tipográfica bastante difundida, devido a sua excelente legibilidade e de fácil obtenção no mercado. Deve se priorizar o uso de matrizes eletrônicas. O espacejamento entre letras e números deve ser adequado para garantir visibilidade, boa legibilidade e o máximo de rendimento.
18.2 Mídia Impressa Serão colados, nos ônibus que forem implantados os novos acessórios, cartazes com a apresentação dos produtos. Com frases de efeito e incentivo ao uso dos acessórios.
89
18.2.1
Cartaz Pé de Sapo
Frase: “Pé de Sapo, o suporte que faltava.”
Fig 124 - Design Gráfico Pé de Sapo
Fig 125 - Cartaz Pé de sapo
90
18.2.2
Cartaz Segura Peão
Frase: “Sua segurança é nossa missão... Segura Peão.”
Fig 126 - Design Gráfico Segura Peão
Fig 127 - Cartaz Segura Peão
91
18.2.3
Cartaz Apóia Leitura
Frase: “O apoio que faltava à cultura coletiva. Apóia Cultura. Deixe sua revista aqui.”
Fig 128 - Design Gráfico Apóia Leitura
Fig 129 - Cartaz Apóia Leitura
92
18.2.4
Cartaz Meleca Limpa
Frase: “Chegou o Meleca Limpa. Limpe suas mão ao sair do busão.”
Fig 130 - Design Gráfico Meleca Limpa
Fig 131 - Cartaz Meleca Limpa
93
18.2.5
Cartaz de apresentação do projeto “Busão doce busão”
Serão colados cartazes com apresentação do conceito do projeto Busão doce busão.
Fig 132 - Cartaz apresentação do projeto Busão doce busão
94
19.
MOCK-UPS Terminada a fase de desenvolvimento dos produtos passamos para execução 1
dos mock-ups , para representar visualmente nossos produtos.
19.1 Renders Realizamos a modelagem dos produtos em 3D no SolidWorks e renderização no software Matrix para apresentação virtual.
19.1.1
Render porta guarda-chuvas Pé de Sapo
Fig 133 - Render do suporte Pé de Sapo
1
Mock-up, termo na língua inglesa para modelo, refere-se a representação do produto ou partes do produto, sendo computacionais ou físicas da aparência visual do produto.
95
Fig 134 - Render PĂŠ de Sapo
Fig 135 - Render do suporte PĂŠ de Sapo desmontado
96
Fig 136 - Simulação de produto Pé de Sapo em uso
97
19.1.2
Render apoio Segura Pe達o
Fig 137 - Render do apoio Segura Pe達o
Fig 138 - Render do apoio Segura Pe達o
98
Fig 139 - Render Segura Pe達o
Fig 140 - Render apoio Segura Pe達o desmontado
99
Fig 141 – Render do apoio Segura Peão
Fig 142 – Render vista lateral do apoio Segura peão
100
19.1.3
Render revisteiro Ap贸ia Leitura
Fig 143 - Render Ap贸ia Leitura
101
Fig 144 - Render revisteiro Ap贸ia Leitura
Fig 145 - Render revisteiro Ap贸ia Leitura
102
19.1.4
Render dispensador Meleca Limpa
Fig 146 - Render Meleca Limpa
Fig 147 - Render Vistas Meleca Limpa
103
19.2 Prototipagem rápida como ferramenta do designer
Fig 148 - Peça realizada em prototipagem rápida
A prototipagem rápida é uma ferramenta utilizada em diversas áreas do mercado. Uma forma rápida e viável de adquirir modelos reais de formas tridimensionais. Na medicina, é possível planejar cirurgias complexas através de réplicas reais obtidas através da prototipagem rápida. Na odontologia, é possível obter próteses a partir da prototipagem, com o próprio material do protótipo, com o formato exato da arcada dentária do paciente. No design, essa ferramenta vem para auxiliar o desenvolvimento de produtos, podendo obter protótipos para efeito visual de apresentação ou até para testes de funcionamento, resistência, análise de viabilidade, obter moldes a partir do modelo, etc. Ao invés de se produzir um ferramental de alto custo, pode-se obter um modelo a partir da prototipagem rápida e testá-lo antes de ser feito tal investimento. Portanto esse recurso pode ajudar muito no trabalho do designer, podendo antecipar possíveis problemas, possibilitando uma visualização real do produto e diminuindo a probabilidade de insucesso, sem esquecer da rapidez do processo.
104
19.3 Mock-up dos produtos 19.3.1
Pé de Sapo
O mock-up do produto Pé de Sapo foi realizado em prototipagem rápida em poliamida (nylon), em escala reduzida em cerca de 25% adaptada para medida de tubo de diâmetro de 1 polegada, com o apoio do CTI – Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (ver anexo AF). A partir do arquivo em 3D modelado no software Solidworks, exportamos para extensão STL, formato de arquivo suportado pela máquina de prototipagem rápida, onde foi realizado o mock-up.
Fig 149 - Fotos do mock-up Pé de Sapo
A partir dos modelos em poliamida, passamos para o processo de pintura, com duas camadas de primer, para cobrir imperfeições, a cada camada foi feito polimento com lixa, em seguida duas camadas de tinta na coloração verde do
105
produto (ver pág. 52), apesar de termos definido uma coloração mais clara, para o mock-up optamos por um tom mais escuro de verde para diferir da cor do tubo.
Fig 150 - Fotos do processo de pintura do Pé de Sapo
Para o processo de secagem da tinta improvisamos uma mini estufa feita com caixa de sapatos e uma lâmpada de 127 W de potência (Fig 108).
Fig 151 - Pintura em primer peça de fixação traseira
Fig 152 - Foto de estufa improvisada
Fig 153 - Fotos do mock-up Pé de Sapo pintado
Os tubos foram feitos com tubos de PVC pintado com tinta acrílica na cor verde claro. O primeiro processo foi fazer ranhuras com a lixa para maior aderência da tinta, logo depois 2 camadas de tinta e deixadas para secar.
Fig 154 - Mock up dos tubos
107
19.3.2
Segura Peão
O mock-up do produto Segura Peão foi realizado em prototipagem rápida, em poliamida (nylon) em escala reduzida em 25%.
Fig 155 - Fotos do mock-up Segura Peão
A partir dos modelos em poliamida, passamos para o processo de pintura, com duas camadas de primer, para cobrir imperfeições, a cada camada foi feito polimento com lixa, em seguida duas camadas de tinta na coloração laranja do produto (ver pág. 61).
108
Fig 156 - Fotos do processo de pintura do Segura PeĂŁo
Fig 157 - Secagem das peças na estufa
109
19.3.3
Apóia Leitura
O mock-up do produto Apóia Leitura foi realizado em prototipagem rápida, em poliamida (nylon) em escala 1:2.
Fig 158 - Fotos do mock up Apóia Leitura
A partir dos modelos em poliamida, passamos para o processo de pintura, com duas camadas de primer, para cobrir imperfeições, a cada camada foi feito polimento com lixa.
110
Fig 159 - Peça Apóia Leitura em primer
Em seguida duas camadas de tinta na coloração amarela do produto.
Fig 160 - Pintura do Apóia Leitura
111
19.4 Teste Pé de Sapo A partir do mock-up do Pé de Sapo testamos o encaixe de alguns tipos de cabos de guarda-chuvas, pelo fato do mock-up estar em escala reduzida, porque adaptamos ao tubo menor de 1 polegada encontrado no mercado, o encaixe dos cabos foi apertado, mas nas proporções normais para tubo de 33 mm de diâmetro, acreditamos que o encaixe seja conforme o desejado.
Fig. 161 - Teste encaixe de guarda-chuvas Pé de Sapo
112
20.
DETALHAMENTO TÉCNICO
1
2
3
4
5
6
104,75 Nervura angulo 2º
C A
A
6
4
46,50 D 30°
B
0
,5
6 R1
E
F
R30
10
30
°
A
A
60°
70,75
22,
B
G
R5
53,50
DETAIL D DETAIL 2 : 1
2,50
20°
SEÇÃO C-C 4
1,50
C 60
R5
0
6,50
R0 ,5
47°
11
16,
R1 3
,25
SEÇÃO A-A 10
C
DETAIL E DETAIL 2 : 1
R3
DETAIL F DETAIL 2 : 1
1,50
4
C
Furo 1,60 ângulo 10º prof. 1,5mm
Furo 1,50 âng. 10º prof. 1,3mm
17
60°
1,5
0
D
13,5
DETAIL G DETAIL 2 : 1 TÍTULO:
MATERIAL:
Polipropileno 1
2
WEIGHT:
SCALE:1:1
PÉ DE SAPO FRONTAL SHEET 1 OF 1
A4
1
2
A
3
4
5
6
A
60 29,65
DETAIL F DETAIL 2 : 1
11,50
1,50
46,50
0
R1
R1 1
4
,5
0
,5 R0
2
Furo passante 5 mm com rebaixo de 8 mm x 8 mm de prof. para cabeça de parafuso
13,50 B
6 B
Re ân baix gu o d lo 10 e 1 ºx , 1,5 60 mm
7
R30
de
pro
f.
13,50
H
26
°
G C
DETAIL H DETAIL 2 : 1 F
R1 6
39°
26°
C
,5
0
20° Encaixe 1,50 ângulo de 10º x altura 1,30 mm DETAIL G DETAIL 2 : 1
D
MATERIAL:
1
2
WEIGHT:
TÍTULO:
SCALE:1:1
PÉ DE SAPO TRASEIRA SHEET 1 OF 1
A4
1
2
3
4
5
6
K SEÇÃO K-K 2,50
52,50 48,50
11,50
7,50
A
K
R20
5
B
4
20°
R1 6
mm
,50
46,50
,50
B
m
0
m 1 0m f. 1,6 º pro 10 ro Fu gulo n â
60
0m
,5
R11,50
En ân caix gu e lo 10 1,50 ºa lt. 1,3
R4
R1
50
, R7
R1 1
A
10
O
O
M
R30
20 °
DETAIL M DETAIL 2 : 1
R2 0
20
N
8
°
C
C
1,50
7,5
R2
7 29 32
DETAIL N DETAIL 2 : 1
10
SEÇÃO O-O
D
R3 60° 1
2
MATERIAL:
WEIGHT:
TÍTULO:
SCALE:1:1
SEGURA PEÃO FRONTAL SHEET 1 OF 1
A4
1
2
A
3
4
5
6
A
P
2 R2
Furo 6 passante com rebaixo de 46mm
3
P
49
SEÇÃO P-P ESCALA 1 : 2
356 400
B
15
B
8
R50 R22
C
C
400
D
MATERIAL:
1
2
WEIGHT:
TÍTULO:
SCALE: 1:5
APÓIA LEITURA SHEET 1 OF 1
A4
3
4
15
R1 5 95
5
260
223,50
11,50
1,50
,50
SEÇÃO C-C ESCALA 1 : 5
40
38
A
25
5
1,50
R7
12,50
DETAIL A SCALE 2 : 1
10
6
B
B
59 86,50
C 3
C
6 R1
C
1
C
15
30
2
R6
5 R7
10
15
95
10°
10 3 7
0
,5 D
R3
6 R1
10
30
B
40
R7 5
46,50
m
A
11
42
4m
23
B
38 ra
95
6
182
En ân caix gu e lo 10 5 ºa ltu
A
5
R0 ,2
2
11,50
1
11 25
1
19
SEÇÃO B-B ESCALA 1 : 5
D
DETAIL D MATERIAL:
1
2
WEIGHT:
TÍTULO:
SCALE: 1:5
Meleca Limpa Base SHEET 1 OF 1
A4
1
2
5
6
5
A
39,5 5
29,5
5
25
15
R20
4
20
A
3
10°
T 40
A
2,50
DETAIL W DETAIL 2 : 5 B
6,50
50
DETAIL A
50
50
1,50
Oblongo 5 x 27
25°
260
B
C
W
R1 0
V 43,50 60
C
SEÇÃO T-T ESCALA 1 : 5
T
182
9,50 6
DETAIL V
6 9,50
D
MATERIAL:
1
2
WEIGHT:
TÍTULO:
SCALE: 1:5
Meleca Limpa Tampa SHEET 1 OF 1
A4
1
2
3
4
5
6
A
A
31,75
10,50
25 B
49
6 R1
B
, R2
24,50
7
8
10,50
0
,5 55
C
C
70
56°
D
MATERIAL:
1
2
WEIGHT:
TÍTULO:
SCALE:1:1
Botão Meleca Limpa SHEET 1 OF 1
A4
120
“Sua tarefa é descobrir o seu trabalho e, então, com todo o coração, dedicar-se a ele” (Buda).
121
21.
CONCLUSÃO Concluímos que o papel do designer não é apenas criar produtos que tenham
aceitação no mercado, através do design, podemos criar produtos com conceitos que melhorem as vidas das pessoas. Em nosso trabalho propomos uma linha de 4 produtos, Suporte Pé de Sapo, Apoio “Segura Peão”, Higienizador “Meleca Limpa” e Revisteiro “Segura Cultura”. O porta guarda-chuvas “Pé de Sapo” proporciona maior comodidade ao passageiro que viaja em pé, onde é possível pendurar até três guarda-chuvas ou bolsas, sacolas e mochilas, dependendo do tamanho. O apoio “Segura Peão” é o re-design do apoio do ônibus com melhorias, o diferencial é que nosso apoio é fixo, proporcionando maior segurança ao passageiro. O dispensador “Meleca Limpa” possibilita que o passageiro limpe suas mãos na saída do ônibus, proporcionando sensação de limpeza e conforto. O revisteiro “Apóia Cultura” traz o conceito de compartilhamento de leitura onde o passageiro pode deixar seu jornal ou revista que acabou de ler para outro passageiro. Através da combinação de forma, funcionalidade e um conceito podemos propor produtos inovadores que mudem os hábitos das pessoas, como incentivar a leitura, preocupação com a higiene, etc. Devemos ter cautela com os produtos que criamos, design pode ser um meio de causar mudanças, podemos mudar o mundo para melhor ou pior, uma simples escolha de material para o produto, por exemplo, pode aumentar o lixo do mundo ou causar sérios danos aos usuários.
122
ANEXOS
123
ANEXO AA – Pesquisa de campo
ENQUETE “BUSÃO DOCE BUSÃO” 1 – Você anda de ônibus? ( )Sim ( )Não
2 – Idade?
3 – Você gostaria de poder limpar as mãos ao sair do ônibus? ( )Sim ( )Não
4 – Você se importaria em perder um pouco de espaço para ter aonde pendurar sacolas, guarda-chuvas e etc.? ( )Sim ( )Não
5 – Você gostaria de algo para ler no ônibus? ( )Sim ( )Não
124
ANEXO AB – Observações sobre injeção de peça
Fig. 162 - Observações sobre injeção de peça1
1
LIMA, Marco Antonio Magalhães. Introdução aos materiais e processos para designer. Rio de Janeiro: Ciência Moderna ltda, 2006.
125
ANEXO AC – Processos de Fabricação e Transformação
Fig 163 - Esquema de processo de fabricação
Conformação A categoria que envolve todo processo na qual a matéria-prima no estado líquido, plástico ou sólido, com ou sem calor, altera sua geometria inicial em outra diferente.
Melhoria Também conhecido como acabamento buscam o aprimoramento do aspecto final visual e ou tátil da peça, conjunto ou produto final. A melhoria, além de acabamento, pode servir de proteção do material.
Separação Classe de processos que envolvem a subtração de parte da matéria prima. Com ou sem calor, sob ação de guilhotinas/corte, rotação, etc.
União Classe de processos que implicar em juntar, unir, fixar duas ou mais partes para se obter um componente, conjunto ou o próprio produto final1.
1
LIMA, Marco Antonio Magalhães. Introdução aos materiais e processos para designer. Rio de Janeiro: Ciência Moderna ltda, 2006.
126
ANEXO AD – Processos de obtenção de peças em polímeros sintéticos
Descrição do processo: Deposição do termoplástico no funil de alimentação da máquina, dosador limita a quantidade exata de matéria prima no interior do êmbolo da extrusora, no êmbolo o fuso (ou parafuso) é rotacionado pelo motor elétrico de forma a conduzir o material para a extremidade oposta passando por aquecimento em todo o caminho, chegando ao final praticamente fundido. Passando por cavidades e o fuso passa a funcionar como uma seringa de injeção. Após o preenchimento total da cavidade, dá-se o resfriamento, por água gelada. Após a peça resfriada o molde é aberto1.
Fig 164 - Processo de injeção de plástico
1
LIMA, Marco Antonio Magalhães. Introdução aos materiais e processos para designer. Rio de Janeiro:
Ciência Moderna ltda, 2006.
127
ANEXO AE – Rádio Busão
Rádio Busão O projeto O Rádio Busão é um sistema de rádio embutido nas laterais do ônibus ficando ao lado do passageiro sentado, com entrada para fone. Hoje grande parte dos passageiros de ônibus possuem aparelhos de áudio (MP3, iPod, MP4, etc.), para os que se interessarem simplesmente plugam seu fone de ouvido na entrada do Rádio Busão, nele estará passando um canal fechado de notícias e curiosidades para que o usuário se informe das últimas notícias antes de chegar ao trabalho. Nosso projeto não envolve somente a questão do design do produto, mas também uma questão cultura de levar mais informação aos usuários de ônibus, que saem cedo de suas casas e não tem tempo de assistir o noticiário ou ler o jornal, temos o objetivo de criar o hábito das pessoas estarem sempre bem informadas. Cada produto terá um apelo gráfico com frase de efeito como “Você já ouviu as noticias de hoje?” para incentivar o passageiro ao uso. Criando um hábito Como o hábito de ler o jornal de manhã está se extinguindo, conforme o transito e o tempo de locomoção, na cidade de São Paulo, vão aumentando, queremos criar o hábito nas pessoas se informarem da última noticias, gerar mais cultura e opinião pública, dentro do ônibus, porque de fato o tempo que estarão passando dentro do ônibus é ocioso.
Mais Informação Muitas pessoas saem cedo de suas casas e não tem o tempo de ligar a televisão e ver o noticiário ou ler um jornal, estão desinformadas não por opção e sim por falta de tempo, hoje estar informado do que acontece em nosso País e no
128
mundo é fundamental, com o Rádio Busão poderão ficar sabendo das últimas notícias logo de manhã, a caminho do trabalho.
Interação Social Criando o hábito de estar sempre bem informado as pessoas terão mais assunto e cultura para conversar umas com as outras, situação que pode ocorrer dentro do “Bus sweet bus” quando duas ou mais pessoas estiverem ouvindo a mesma notícia ou informação, podendo assim debater entre si, mais interação, pessoas que andam de ônibus costumam ver as mesmas pessoas todo o dia, note que ao entrar no ônibus que está habituado os rostos não são estranhos, e porque não conhecer essas pessoas e trocar conhecimentos e opiniões, através do Rádio Busão isso será mais fácil. Integração com sistema de TV Alguns ônibus de São Paulo possuem sistema de TV, são telas LCD de 17”, a trasmissão varia de produtora para produtora, encontramos três delas a TVout!, BusTV e a TVO, porém um problema grave que ocorre em todos os ônibus é que o áudio do conteúdo é praticamente impossível de ser escutado, tanto pelo barulho das pessoas, como pelo barulho que o próprio veiculo produz. Com o Rádio Busão integrado a TV, o usuário escuta o conteúdo da noticia junto das imagens que a TV proporciona.
Fig 165 - Modelagem no Inventor
129
ANEXO AF – CTI – Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer
Sobre o ProMED O projeto Prototipagem Rápida para Medicina (ProMED) foi criado pelo Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), antigo CenPRA, unidade do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), em 2000. Ele tem como objetivo difundir e empregar a computação gráfica e a prototipagem rápida no planejamento de cirurgias complexas. Até julho de 2008, mais de 1.000 pacientes da Rede Pública de Saúde já haviam sido atendidos através a confecção de protótipos. Na mesma data o software InVesalius já havia sido baixado por mais de 4.000 pessoas de 40 países distintos. As ações no âmbito do Promed são:
InVesalius: Software de Reconstrução 3D de Imagens Médicas Disponível gratuitamente em http://www.softwarepublico.gov.br O software público InVesalius permite a reconstrução tridimensional de imagens bidimensionais no formato DICOM, obtidas através de equipamentos de Tomografia Computadorizada ou Ressonância Magnética. Desenvolvido pelo CTI, o software emprega tecnologias de computação gráfica à medicina. O programa permite que o próprio cirurgião gere modelos tridimensionais, no seu próprio computador, visualize e faça medidas sobre as imagens de seus pacientes, avaliando de modo mais detalhados o caso clínico.
130
Prototipagem rápida: Impressão 3D a partir de modelo virtual Serviço gratuito para rede pública de saúde http://www.cenpra.gov.br/promed A partir do modelo 3D gerado software InVesalius, é possível obter réplicas físicas de estruturas anatômicas, utilizando equipamentos de prototipagem rápida (impressoras 3D). Os protótipos facilitam sobremaneira o diálogo entre cirurgiões e pacientes: fazer o diagnóstico, simular cirurgias, discutir possibilidades de tratamento ou descrever determinada patologia para a família tornam-se tarefas muito mais simples quando há um modelo físico idêntico a região de interesse. Por serem originados de imagens médicas, os protótipos são únicos e exclusivos para cada paciente, tendo as mesmas dimensões das estruturas anatômicas originais. O CTI possui atualmente quatro equipamentos comerciais de três tecnologias distintas de prototipagem rápida, e produz protótipos para pacientes da Rede Pública de Saúde, sem custos.
Bio Engenharia: Modelagem virtual de próteses e simulações mecânicas a partir do modelo virtual 3D Ainda, a partir do modelo 3D gerado pelo software InVesalius, é possível utilizar softwares CAD (Computer-Aided Design) utilizados na engenharia para o auxílio ao projeto, para a elaboração de implantes, próteses e guias cirúrgicas personalizadas. Também podem ser gerados moldes para a conformação de próteses, de modo que o cirurgião aplique materiais biocompatíveis para a geração da prótese no tamanho e formato exatos do paciente. Com estes modelos é possível planejar e simular, com antecedência, procedimentos cirúrgicos, o que representa redução no tempo e custos de cirurgia e, conseqüentemente, na exposição do paciente a riscos e infecções. O resultado estético para os pacientes tem sido melhor, fazendo com que pacientes portadores de graves anomalias cranio-faciais sejam reintegrados a sociedade. Utilizando técnicas de engenharia, como o método de análise por elementos finitos, é possível simular a resistência de próteses de acordo com forças aplicadas ao modelo. Isso é bastante útil para garantir que a prótese projetada suporte as tensões às quais estará sujeita.
131
Desenvolvimento de hardware: Impressora 3D com especificação livre Nas dependências do CTI, além do desenvolvimento do software InVesalius, ocorre o desenvolvimento de um hardware visando a impressão 3D empregando biomateriais. O equipamento é baseado no projeto norte-americano Fab@Home. No futuro espera-se que ele imprima automaticamente modelos biocompatíveis, que possam ser implantados no corpo do paciente.
132
REFERÊNCIAS ANTP. Disponível em: http://www.antp.org.br/. Acesso em 02 set. 2007. ARNHEIM, Rudolf. Arte & percepção visual – Uma psicologia da visão criadora. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. BAXTER, Mike. Projeto de Produto – Guia prático para o desenvolvimento de novos produtos. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1995. BUSSCAR ÔNIBUS S.A. Disponível em: http://www.busscar.com.br/. Acesso em 01 set 2007. BUSTV. Disponível em: http://www.bustv.com.br/. Acesso em 25 jan 2008. DANUBIO AZUL. Disponível em: http://www.danubioazul.com.br/. Acesso em 01 set 2007. EMTU. Disponível em: http://www.emtu.sp.gov.br/. Acesso em 01 set 2007. FCMSCSP. Disponível em: http://www.fcmscsp.edu.br/. Acesso em 19 out 2008. FILHO, João Gomes. Ergonomia do objeto: Sistema técnico de leitura ergonômica. São Paulo: Escrituras, 2003. ITAPEMIRIM. Disponível em: http://www.itapemirim.com.br/. Acesso em 01 set 2007. JOFEL. Disponível em: http://www.jofel.com.br/. Acesso em 10 nov 2008. LIMA, Marco Antonio Magalhães. Introdução aos materiais e processos para designers. Rio de Janeiro: Ciência Moderna ltda, 2006. LOPES, Mirim B.P.O. Pequena História dos Transportes Públicos - Companhia Municipal dos Transportes Coletivos. São Paulo, 1985. MARCOPOLO S.A. Disponível em: http://www.marcopolo.com.br/novo/mpsa/. Acesso em 01 set 2007. MELHORAMENTOS. Disponível em: http://melhoramentosdi.com.br/. Acesso em 10 nov 2008. MELLO, Luiz Ignácio de Anhaia. Problemas de Urbanismo – O Problema Econômico dos Serviços de Utilidade Publica. PMSP. São Paulo, 1940. MYERSON, Jeremy. Ideo - Masters of Innovation. USA: Teneues, 2001. PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA. Disponível em: http://www.curitiba.pr.gov.br/pmc/a_cidade/Solucoes/Transporte/index.html. Acesso em 01 set 2007. SPTRANS. Disponível em: http://www.sptrans.com.br/. Acesso em 01 set 2007.
133
TILLEY, Alvin R. As medidas do homem e da mulher – Fatores humanos em design. Bookman. Porto Alegre, 2005. STOKO. Disponível em:http://www.stokoskincare.com/. Acesso em 10 nov 2008. TVOSP. Disponível em: http://www.tvosp.com.br/portal/index.php. Acesso em 25 jan 2008. TVOUT. Disponível em: http://www.tvout.com.br/#. Acesso em 25 jan 2008. VIAÇÃO COMETA. Disponível em: http://www.viacaocometa.com.br/viacaocometav01/portugues/home/home.aspx. Acesso em 01 set 2007. WILLIAMS, Robin. Design para quem não é designer – Noções básicas de planejamento visual. São Paulo: Callis, 1995.