Revista Em Dança - maio 2018 número 1

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Balé do Teatro-Escola Basileu França

ITEGO EM ARTES BASILEU FRANÇA


Sejam bem-vindos a um novo processo de comunicação em arte e cultura, proposto pela Coordenação de Dança do ITEGO em Artes Basileu França. Acreditamos em oportunidades de integração que permitam a exposição de potencialidades dos indivíduos, em suas diversas produções artísticas, técnicas e sensíveis.

A revista Em Dança quer contar à vocês, ''coisas'' interessantes que pessoas fazem! Mais que divulgação, a revista é também um processo de pesquisa que zela pelo reconhecimento das relações profissionais e humanas. Temos como objetivo despertar curiosidade pela arte e talento do outro, a fim de provocar percepções diversas. Boa leitura, abraços.

Meire Marques

SIMONE MALTA Direção

MEIRE MARQUES Direção de Produção & Projeto Gráfico

MURILO HENRIQUE LEONEL Assistente de Produção

Entrevistas e Texto Institucional MEIRE MARQUES Revisão ELLEN SUZIE RIBEIRO RENY CRUVINEL WARLEY LEAL


CONSTRUINDO HISTÓRIAS AS CRIANÇAS INTEGRANDAS AO MUNDO DA ARTE

PRESENÇA E PARTICIPAÇÃO DE MUNDO CAROLYNE GALVÃO E ADHONAY SOARES, PRIX DE LAUSANNE

BACKSTAGE E AS BELEZAS NOS CAMARINS ESPETÁCULO DO FOTÓGRAFO

DANÇA URBANA E ENVOLVIMENTOS SOCIAIS JOVENS PROFESSORES E SUAS CONTRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS

FORMAÇÃO E TRAJETÓRIA ARTÍSTICA

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LETÍCIA LYNS E UMA HISTÓRIA DE EXPRESSÍVAS PARTICIPAÇÕES

CORPO E SENSAÇÃO DE PODER JERÔNIMA BACO PRODUÇÃO DE CORSETS

DAS LOS GRUPO DE DANÇA TASSIANA STACCIARINI E SUA TRAJETÓRIA PROFISSIONAL

DANÇANDO COM A DIFERENÇA

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EXPRESSÃO DA DANÇA INCLUSIVA COM HENRIQUE AMOEDO

FIGURINO, PERSONALIDADE E PRODUÇÃO PRAZERES E SATISFAÇÕES COM LELEKO DIAZ

MÃE DE BAILARINA

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MILLYANE DIAS E O COTIDIANO DA FAMÍLIA QUE INVESTE EM ARTE

MÚSICA DESDE CRIANÇA

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CANTO, PAIXÃO E EXPRESSÃO COM A PROFESSORA ANNE CLÁRENCI

CIA DE DANÇA BASILEU FRANÇA OUTRAS PROPOSTAS, MAIS CONCEITOS EM DANÇA CONTEMPORÂNEA

IMAGEM? PRAZER. QUANDO A IMAGEM CONVIDA À APRECIAÇÃO, COM JOSÉ VILLAÇA

FISIOTERAPIA PARA ALUNOS BAILARINOS PROFESSOR MARCUS BASTOS E AÇÕES JUNTO AOS ALUNOS DE DANÇA

CENOGRAFIA E VISIBILIDADE ESPACIAL

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A SENSIBILIDADE AO MUNDO INVISÍVEL, CARLOS DALARMELINO JR

ARTE EDUCAÇÃO E INTEGRAÇÃO CRIATIVA

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A PARTICIPAÇÃO ARTÍSTICA COMEÇA NA INFÂNCIA

A LIBERDADE DE SE PERDER NA CIDADE PROCESSOS DE PRODUÇÃO E OBSERVAÇÃO COM MÚCIO NUNES

A ARTE QUE TRANSFORMA INSTITUTO DE EDUCAÇÃO EM ARTES GUSTAV RITTER

DANÇA, COMPROMISSO PROFISSIONAL

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FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE DANÇA, COM SIMONE MALTA

COM A PALVRA, A DIRETORA DO ITEGO ’’SOMOS UM POVO QUE ACREDITA NA FORÇA DA ARTE’’.

DANÇA BASILEU FRANÇA

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ENCANTANDO PLATEIAS E FORMANDO PESSOAS

INSTITUCIONAL

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DANÇA BASILEU FRANÇA


Construindo histórias.. Acreditar no futuro e investir nas crianças é um caminho promissor e acertado. O início da carreira em balé clássico no Itego em Artes Basileu França acontece ano após ano. Centenas de alunas (os) passam por aqui, desde inscrições até os testes e a matrícula, a convivência oferece períodos que alegram o espaço pela quantidade de pessoas diferentes com o mesmo objetivo: a formação.

A prática da dança para crianças não é mero divertimento. Os cursos oferecidos pelo Itego em Artes Basileu França são cursos de formação, e para tanto, as crianças a partir de cinco anos de idade já iniciam uma jornada, que inclui uma série de ações cotidianas favoráveis ao bem-estar físico e emocional. A coordenação motora é melhorada e o processo disciplinar passa a contribuir na formação da criança, tornando-a mais esforçada, o que vai refletir positivamente em suas ações futuras. A musicalidade e a criatividade, bem como as atividades coletivas, passam a despertar nas crianças curiosidades e perspectivas que vão prepará-las para a socialização nas atividades.

União de técnica à música junto a atuação nos movimentos. É isso o que as crianças passam a adquirir gradativamente em sala de aula, com a orientação de professores que possuem capacitação profissional e técnica, aplicando-as didaticamente em exercícios que primem pela postura em seus vários estágios de formação.

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As relações vão se fortalecendo, as trocas de experiências ganham força, as crianças vão firmando laços e criando amizades no seu cotidiano. As ações em grupo tendem a proporcionar confiabilidade. Assim, as crianças vão construindo e conhecendo novas histórias e situações, vão se familiarizando com aspectos importantes, criam laços e iniciam relações coletivas cordialmente.

No Itego em Artes Basileu França, as crianças são acolhidas por profissionais comprometidos com a formação técnica, artística, ética e humana. A área de dança já proporcionou a milhares de crianças formação em balé clássico, entre outras modalidades. Várias delas atuam profissionalmente e muitas representam o Brasil em diversos países. Nosso quadro docente representa a instituição em festivais nacionais e internacionais e está sempre ligado a atividades de formação, aprimorando os conhecimentos sempre.

alguns benefícios.. Melhora a coordenação motora, aumenta a concentração, amplia noções de espaço e de localização, aumenta a flexibilidade, aumenta a resistência corporal, corrige e melhora a postura, estimula o desenvolvimento intelectual, ajuda a expressão e a memória, aumenta a autoestima, ajuda a fazer amigos e melhora o equilíbrio e reflexos.

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Por aqui a vida de uma bailarina começa assim.. CURSO

COMPONENTE CURRICULAR

FAIXA ETÁRIA 05 anos

Ballet Baby Class Ballet Preparatório I Ballet Preparatório II

Técnica de Ballet Baby Class Técnica de Ballet Preparatório I Técnica de Ballet Preparatório II

Ballet Básico I

Técnica de Ballet Clássico Básico I Teoria da Dança Básico I Técnica de Dança Caráter Básico I

07 a 09 anos

Ballet Grau I

Técnica de Ballet Clássico I Teoria da Dança Grau I Técnica de Dança Caráter Grau I

08 anos

Ballet Grau II

Técnica de Ballet Clássico II Teoria da Dança Grau II Técnica de Dança Caráter Grau II

09 anos

Ballet Grau III

Técnica de Ballet Clássico III Teoria da Dança Grau III Técnica de Dança Caráter Grau III Técnica de Ponta Grau III

10 anos

Ballet Grau IV

Técnica de Ballet Clássico IV Teoria da Dança Grau IV Técnica de Jazz Grau IV Técnica de Ponta Grau IV

11 anos

Ballet Grau V Matutino

Técnica de Ballet Clássico V Teoria da Dança Grau V Técnica de Jazz Grau V Técnica de Ponta Grau V

12 anos

Técnica de Ballet Clássico V Teoria da Dança Grau V Técnica de Dança Contemproânea Grau V Técnica de Ponta Grau V

12 anos

Corpo de Baile Fraldinha e Corpo de Baile Talentinhos

Técnica Clássica – CB Fraldinha Técnica de Dança Caráter – CB Fraldinha Técnica de Jazz – CB Fraldinha Teoria da Dança – CB Fraldinha Técnica de Pilates – CB Fraldinha

06 a 08 anos

Corpo de Baile Infantil

Técnica Clássica – CB Infantil Técnica de Dança Caráter – CB Infantil Técnica de Jazz – CB Infantil Teoria da Dança – CB Infantil Técnica de Pilates – CB Infantil Técnica de Ponta – CB Infantil

Corpo de Baile Juvenil

Técnica Clássica – CB Juvenil Técnica de D. Contemporânea– CB Juvenil Teoria da Dança – CB Juvenil Técnica de Pilates – CB Juvenil Técnica de Ponta – CB Juvenil

Ballet Clássico Intermediário

Técnica Clássica Intermediário Técnica de D. Contemporânea Intermediário Técnica de Ponta Intermediário Teoria da Dança Intermediário

Ballet Grau V

06 anos 07 anos

10 a 12 anos

12 a 14 anos

12 anos acima

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Para nossa instituição é gratificante proporcionar relações saudáveis junto à formação, pois a troca de experiências felizes contagia os espaços, seja em sala de aula, nos corredores ou através do fluxo de crianças que vêm e vão. Tudo isso nos faz acreditar que sempre teremos bons profissionais.

Percebemos que a delicadeza associada ao esmero reflete nas crianças melhores oportunidades para compreender as necessidades disciplinares e de organização, que são benéficas também quando compartilhadas com outros espaços. Organizar-se e portar-se bem é muito importante na convivência coletiva.

Nossos profissionais têm formação adequada e são compromissados com a formação de nossas crianças e também com nossa instituição. Eles zelam pelo desenvolvimento de conteúdos, através dos quais as crianças possam, já nos primeiros anos, ter contato efetivo com o palco em apresentações.

As crianças em sua formação nas aulas práticas contam com uma didática exemplar. Somos referência internacional na formação de bailarinos clássicos e contemporâneos. A dança tem uma linha padrão de uniformes e prima pela disciplina do uso deles em todas as suas modalidades

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Presença e participaçã de mundo! Carolyne Freitas Galvão e Adhonay Soares, jovens que adentraram as portas do Itego em Artes Basileu França em busca de preparação para realização dos seus sonhos, emoções e formação profissional.

agora...

Com jornadas exaustivas e dedicação exemplares, os dois artistas passam a fazer parte da nossa galeria de jovens que vão alçar voos. Outros não foram campeões, mas aproveitaram oportunidades, adentrando a um universo possível, cuja formação lhes proporcionou reconhecimento internacional. Existem poucas estrelas como eles? Insistiremos sempre em sair dos nossos lares e vir para a escola. É coisa de professor, ensaiador, é coisa de equipe que dedica horas e horas de suas vidas por esses jovens, que vão brilhar lá longe e sorrir sempre, pois parte desses sorrisos sempre é reservado pra gente que fica... Esses jovens talentosos são motivo de orgulho para uma instituição pública de formação em artes e o conjunto tem sido de destaque nacional e internacional. Muito temos a agradecer ao Estado de Goiás, e mesmo com todas as dificuldades temos nos destacado entre os mais expressivos do mundo.

ADHONAY SOARES Stutgartter Ballet

Alemanha

ARMANDO BARROS Joburg Ballet

África do Sul

DANÇA BASILEU FRANÇA

Carolyne Galvão iniciou sua formação em balé em 2012 no ITEGO em Artes Basileu França, acumula várias premiações nacionais e internacionais em sua trajetória. Em 2017, estudou por uma temporada no Houston Ballet School nos Estados Unidos. Em 2018 uma das vencedoras do Prix de Lausanne, no segundo semestre irá para o English National Ballet.

CAROLYNE FREITAS English National Ballet

Estados Unidos

DANIEL BRASIL Hamburg Ballet

Alemanha

ELIABE D’ABADIA Royal Danish Ballet

Dinamarca

GUSTAVO CHALUB Ballet Zurich

Suíça

Carolyne Freitas Galvão PRIZE WINNER PRIX DE LAUSANNE 2018

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Adhonay Soares da Silva PRIZE WINNER PRIX DE LAUSANNE 2013

Quando o cansaço desacelera o corpo, cerro meus olhos e, nem que seja por segundos, surgem lembranças dessas coisas que a gente faz com o mundo e pelo mundo. São oportunidades que temos para reavaliar ações, buscar equilíbrio e coragem para que outras conquistas aconteçam. Sabe aquele grito bem didá co, muito pedagógico? É como se libertar, principalmente de dificuldades e de voltar novamente aqui, para encontrar essas pessoas que entram no coração e não saem jamais, mas vivem por aí cheias de talento. Simone Malta

Adhonay Soares é natural de Goiânia-GO, recebeu suas primeiras aulas de balé no Centro Cultural Gustav Ritter, antes de se juntar ao Balé do Teatro-Escola Basileu França. Em sua trajetória, conquistou diversas premiações. Em janeiro de 2017, foi promovido a solista do Stuttgart Ballet.

LEUSSON MUNIZ Joburg Ballet

África do Sul

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PAULO ARRAIS Boston Ballet

Estados Unidos da América

PAULA ROSA SANTANA Astana Ballet

Cazaquistão

VINÍCIUS PESSIN Ballet West

Estados Unidos

WILLIENE TELES São Paulo Cia de Dança

Brasil

VINÍCIUS SILVA Tulsa Ballet

Estados Unidos da América


BACKSTAGE 9


Corpo, dança, alma.. Como preparativos para uma grande festa, o backstage traz imagens belíssimas do preparo de cada personagem em suas coreografias e funções a serem desempenhadas no palco. A maquiagem é parte de um processo que acrescenta beleza e expressão, que complementa o espaço, a hora de cada um, a urgência na troca do figurino e retoques. Coisas comuns por lá.

Bailarinas do Balé do Teatro-Escola Basileu França | Acervo Dança Basileu França

No corpo figurino, maquiagem, penteado... dessa forma bailarinos em seus espaços de produção transitam entre as várias emoções, alegrias e por que não angústias? Foco no palco para a exposição de suas mais belas atuações, promovidas pelos seus corpos aliados à versatilidade de seus movimentos, contando histórias e arrancando do público sensações. Instante nobre, hora de graça. O coração voltado à sensibilidade, lá estão compondo a plateia que atribuirá aplausos agradecidos pelos arrepios arrancados e a provocação e a descoberta de um sentimento novo. Este alimenta outras vontades e necessidades de agora. Esses instantes só sentem aqueles que vêm ao teatro para prestigiar artistas.

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Mais do que documentar o tempo. Trazemos aqui a preparação de bailarinos e suas várias necessidades de ajustes, de forma poética, sobretudo. Entre ações sutis e necessárias, destacamos pontos que talvez nem sejam possíveis de serem observados pelo público. No entanto, são encantadores pois, marcam a presença da vitalidade de cada bailarino em seus momentos de exposição. Consegue imaginar quanta caloria perde uma bailarino? O que acontece nas cosias e camarins? A bailarina imaginava que ela transpirasse tanto? Mesmo com tanto suor, ela vai voltar e continuar o espetáculo.

Coisas lindas que o fotógrafo mostra pra você!

BACKSTAGE É ou não é lindo de se ver?

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Bailarinos | Acervo Dança Basileu França

a beleza nas ’ c o i s a s ’

Detalhes... Não somos apenas expressões de beleza. Somos pele, suor, técnica, talento... Carregamos muitas outras características que arrancam de você aplausos e arrepios. Temos também pés calejados e com bolhas, percalços da vida de um bailarino, nesse lugar que reúne centenas de pessoas no palco a fim de encantá-los, justificando nossa potencial profissionalização. Somos jovens em maioria, somos futuro. Criamos instantes únicos, em um lugar mágico, com a nobreza de quem sabe conduzir processos.

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Dança Urbana Juliete Di Matos é integrante do Corpo de Baile Adulto do DRBF Crew (Danças Urbanas Basileu França). Ela é responsável pela formação de centenas de jovens, no Instituto de Educação em Artes Gustav Ritter, assim como no Basileu França, outra instituição de formação em artes mantida pelo Governo do Estado de Goiás.

Em entrevista Juliete fala sobre a contribuição dos professores na formação artística dos alunos:

“Contribuir com a formação das pessoas é muito importante. Busco sempre participar de workshops com vários professores de todo País e até no exterior, pois isso amplia meu conhecimento e me proporciona melhor preparo para lidar com meus alunos, incentivando-os a encontrarem seus estilos. Com as facilidades da internet participo também de bate papos e palestras, assisto a espetáculos de dança e de artes em geral. Tudo isso amplia a minha visão artística. Acredito que se essa visão chega aos meus alunos, eles passam a se interessar e se envolver com a diversidade artística disponível. A pesquisa e o desenvolvimento de trabalhos teóricos também ajuda na formação, pois deve haver um equilíbrio entre eles, para que o hábito de estudar arte e teoria seja prazeroso. Isso faz com que os alunos sejam capazes de criar suas próprias coreografias. Penso que os estudantes que passam pelas minhas aulas serão profissionais futuramente. Isso é uma responsabilidade de muito peso e, também, algo muito gratificante. Atuo na área que amo e poder colaborar de alguma forma para que as pessoas continuem sonhando e alcançando seus objetivos na dança é o mais importante. Incentivo os meus alunos para que 'persistam e não desistam'. Perceber a construção e o resultado de tudo isso é uma sensação inexplicável. Vejo como constante desafio à minha carreira profissional a persistência pela arte que, no Brasil ainda é uma área delicada e requer mais credibilidade às ações, pois é no meu entender essencial à vida do ser humano. Acredito que o maior desafio que permeia essas questões é o fato de que muitas pessoas ainda não têm acesso a alguma linguagem artística ou são obrigados a desistir de uma carreira nessa área. As pessoas precisam ser persistentes no âmbito profissional e não desistir, se quiserem realmente se envolver com a área profissional da dança ou mesmo que seja por hobby, e acredito que se enquadra em um desafio constante. Penso que a dança urbana carrega certo preconceito por ''provocar'' algumas questões sociais que envolvem conflitos e insatisfações. Procuro conduzir essas questões junto aos meus alunos, procurando despertar neles a necessidade de se inteirarem com identidade, por exemplo. Crio sempre que possível diálogos nas mídias sociais. Habitualmente vejo vídeos de alguns filósofos como Mário Sérgio Cortela e Leandro Karnal, entre outros, grandes pensadores da atualidade, sugerindo aos alunos, pois auxilia na construção de opiniões e também em suas linhas de raciocínio para posicionamentos sociais.

inspiração

A parte da criação é sempre um desafio para mim. Acho que nesse caso a minha inspiração é uma união de fatores. Deus, minha família, amigos, artistas de vários setores, workshops/aulas, espetáculos que assisto, filmes, vídeos de dança, vivência com os alunos e, também, escutar as ideias deles que sempre têm a acrescentar.

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desafios Sempre temos dificuldades, lutas e superações, mas quando fazemos com amor vale a pena cada luta. Aos que querem se tornar profissionais de dança, sejam fortes! Dediquem-se verdadeiramente, não desistam, não se esqueçam de sua essência e sejam sempre humildes. Aos que querem a dança com outros objetivos não a abandonem, não deixem de praticar se faz você se sentir feliz. Acreditem conosco! Aos que já são atuantes, sejam verdadeiros em palavras e atitudes, pois, o que você faz pode interferir muito na vida de outras pessoas. É claro que isso vale pra arte em geral e pra vida também. Todos precisam de todos. A arte é um dispositivo da expressão humana, onde podemos expressar além das palavras. É profissão, hobby, é o que você quiser que ela seja. Isso você pode definir, mas um complementa o outro independente dos objetivos”.

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Juliete Di Matos


Alimentação saudável A alimentação saudável é primordial para que o corpo a e mente possam desempenhar funções importantes junto a diversas ações do cotidiano. Alimentar-se bem vai fazer com que você se sinta disposto e produtivo.

Neste artigo Janaína Macedo faz abordagens interessantes sobre comportamento e hábitos alimentares em um momento complexo da vida contemporânea, onde as pessoas precisam dar mais atenção ao consumo de alimentos a fim de ter mais saúde e versatilidade.

Sabe aquela embalagem que cria desejo de cosumo? Embalagens e rótulos têm atraído cada dia mais pessoas ao consumo, graças à comunicação visual e marketing eficientes. No entanto, é importante as pessoas ficarem atentas e lerem as informações nutricionais dos produtos, pois há mensagens que encantam o consumidor e vão persuadi-lo a comprar sempre.

Na rotina contemporânea, as crianças influem muito no poder aquisitivo dos pais, que são peça fundamental na formação dos bons hábitos alimentares dos mesmos. A família deve entender que a alimentação saudável é imprescindível a todos. A boa nutrição influenciará no bem-estar da criança, que manterá um crescimento e desenvolvimento dentro dos padrões saudáveis para idade e altura.

Dra. Janaina Macedo CRN3378 Nutriçao Clinica e Esportiva janainamacedonutri

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Perfil saúde Minhas perspectivas são positivas quanto à mudança de hábitos das pessoas, pois a alimentação faz parte da nossa cultura. Vivemos a “Era da Informação” e as pessoas estão cada vez mais conscientes da importância dos bons hábitos alimentares. Acredito que o futuro está batendo à nossa porta e, aos poucos, mudaremos esse cenário. Tenho prazer em ver o próprio paciente mudando sua vida e seu corpo. Um corpo doente passa a ser saudável, através dos bons hábitos alimentares. Não existe idade para reeducar-se. Alimentar corretamente traz saúde, felicidade, vontade de viver e, claro, bastante disposição e longevidade. Nós nutricionistas somos inseridos dentro do contexto de medicina preventiva. Para tanto, não tratamos doenças, mas as prevenimos. Através de entrevistas, reportagens e palestras objetivamos levar informações à grande massa da população.

Que tal uma dietinha rápida? Imediatismos sem orientação profissional não promovem mudanças de comportamento, muito menos bons hábitos alimentares. Tenha cuidado com dietinhas da internet.

O que vem rápido vai rápido. Dietas rápidas não trazem saúde. O emagrecimento não deve ser pautado apenas em restrições, mas na mudança de hábitos. O efeito rebote de aumento rápido de peso depois, acontece na célula gordurosa, causa desnutrição e, por consequência, promove desregulações hormonais severas, principalmente no eixo fome/saciedade. Hormônios como insulina, grelina, leptina e cortisol ficam completamente desregulados, prejudicando o emagrecimento posterior, que se torna mais difícil. O paciente precisa entender que o mais importante não é perder peso, mas mudar os hábitos alimentares para manter o emagrecimento depois. O caminho é árduo e longo, mas duradouro, proporcionando saúde e longevidade.

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Vamos começar a adaptação para dieta saudável ? Começamos a aderir a uma boa alimentação quando nos preocupamos com a saúde. Um bom hábito alimentar começa no supermercado, na feira... Alimentação saudável não precisa ser cara, comida de verdade deve ser a principal mudança cotidiana. Experimente algumas mudanças já, mas faça gradativamente sem radicalismos, com compromisso e consulte um nutricionista sempre.

Junk Foods

Perigo!

(Copyright Fotolia)

Tome iniciativas saudáveis, ainda há tempo. Diminua severamente o consumo de alguns ''alimentos'', até eliminá-los definitivamente de seus hábitos e preferências alimentares, e persista nesse propósito.

Junk Foods

"COMIDA LIXO", NUMA TRADUÇÃO LITERAL DO INGLÊS, TAMBÉM ENTENDIDO COLOQUIALMENTE COMO "PORCARIA" OU "BESTEIRA". JUNK FOOD É UMA EXPRESSÃO PEJORATIVA PARA "ALIMENTOS COM ALTO TEOR CALÓRICO, MAS COM NÍVEIS REDUZIDOS DE NUTRIENTES".

Salgadinhos, hambúrgueres e bolachas recheadas ? INDUSTRIALIZADOS E O CONSUMO CONSCIENTE Vamos dar início a ações simples que muitas vezes só dependem do nosso empenho? Consumir ovos e uma boa salada, aproveitar propriedades nutricionais de verduras, legumes, suco verde e frutas da época, com preços acessíveis, podem ser boas opções para potencializar uma nova etapa em sua vida, juntamente com mudanças de hábitos.

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Não existe alimento ruim, existe um contexto de má alimentação. Se a alimentação é somente industrializada, ela é ruim. Tirar corantes, acidulantes e conservantes faz parte da rotina para adquirir um bom hábito alimentar. Eu sempre listo os principais: refrigerantes, açúcares de mesa e escondido nos alimentos, carnes processadas, sucos industrializados ou de saquinhos, balas, sorvetes e salgadinhos. Na verdade tudo aquilo que nós podemos viver muito bem sem consumir. Frutas e verduras são alimentos de verdade, ricos em vitaminas e minerais, cofatores para todas as reações enzimáticas do corpo. Sem esses alimentos, o metabolismo fica lento. O corpo funciona, mas não da forma como poderia. Memória, disposição, queda de cabelo, trânsito intestinal. Tudo melhora com o consumo de frutas e verduras. Qualquer que seja a idade, há tempo para começar a mudar sua alimentação, se percebe que algo não anda bem. Na sociedade globalizada em que vivemos todos têm uma vida muito corrida. Alimentação é cultural. Um hábito alimentar arraigado de uma vida toda não mudará do dia para a noite. É preciso mudar o quanto antes. Percebeu que precisa mudar, mude! Simples assim. As pesquisas mostram que um novo hábito alimentar demora em torno de seis meses para ser aprendido de fato. Não levamos em consideração apenas a mudança alimentar, mas de comportamento. Precisamos entender que essa mudança é necessária e que todos nós podemos alcançá-la. O nutricionista tem esse papel de mostrar o caminho, através do cardápio, periodizando as refeições de acordo com a rotina do paciente. Mas, claro, sempre incentivando a adoção de bons hábitos.

Janaina Macedo

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Letícia lyns Atuar requer personalidade e a ex-aluna de dança, teatro e música do ITEGO em Artes Basileu França, Letícia Lyns, tem se destacado e vem conquistando espaços. Desde os 14 anos, ela tem convivido e se preparado, participando de produções apreciadas por milhares de pessoas no ITEGO em Artes Basileu França, local onde seus estudos em arte foram se aprofundando. Assim, Letícia aperfeiçoou seus talentos e descobriu o amor pela atuação nos palcos.

Veja o depoimento da ex-aluna do Basileu França Letícia Lyns:

“Minha história no Basileu França teve início na minha adolescência. Me inscrevi para testes de teatro e música, porém, em função de uma viagem perdi a oportunidade. Creio no destino, e foi isso que me deu novamente a chance, através de uma vaga em sorteio para uma turma de teatro. Assim, teve início minha jornada de estudos aprofundados em arte. Um ano depois, cantando pelos corredores do Itego, um professor me convidou para fazer um teste para integrar o Coro Soul. Fui aprovada e era uma sensação muito boa fazer parte de algo que sempre tive verdadeira paixão: cantar. Foi o início de algumas descobertas fantásticas para mim, junto ao teatro, canto e dança.

Durante os 7 anos que estudei no Basileu França, sempre me deparei com profissionais incríveis, que contribuíram muito para minha formação em arte e como pessoa. Entre eles, destaco o professor Marco Antônio Izzo, que me despertou a persistência nos estudos da voz, a ex-professora Volga Lena e o professor Luiz Wagner, que me inspiraram a buscar voos mais altos em relação à minha capacidade vocal, os professores Ben-Hur e Flaviane Ksandex me mostraram que dançar é muito mais do que apenas técnica, dançar é sentir e se libertar. Os professores Alexandre Guimarães, Ronei Maciel, Adriana Brito, Marlos Pedrosa e Rubens Rodrigues, que tanto me ensinaram sobre a arte da interpretação, sempre me apoiando e me incentivando a não desistir daquilo que nasci para fazer. Atualmente estou cursando o último ano de Licenciatura em Artes Cênicas na Universidade Federal de Goiás (UFG). O Basileu França foi o lugar onde eu cresci, me formei artista e compreendi que queria fazer arte pelo resto da minha vida. Eu encontrei o meu lugar, e isso não tem preço.

Em março de 2018, fui selecionada para o programa Broadway Brasil (programa que se iniciou em 2013 em Fortaleza, visando a formação do ator de musicais), junto a 3 outros goianos sendo 50 o total de participantes selecionados para a edição de Brasília. Durante uma semana fomos orientados e observados por 8 profissionais das áreas de teatro, música e dança, sendo eles os atores e Bailarinos da Broadway, Maxx Reed e Nick Adams (EUA), a diretora executiva da Broadway Dreams Foundation, Annette Taner (EUA), o bailarino e coreógrafo Dan Knechtges (EUA), os atores, diretores e cantores Luciano Andrey, Soraya Ravenle, e André Grees (fundador do projeto juntamente com o produtor executivo Allan Deberton) e o preparador vocal e arranjador, Tony Lucchesi. participei de palestras, aulas e muito ensai,no fim do curso, apresentaríamos um espetáculo com os números estudados. Foram selecionados quatro alunos para participarem do show case (que inclui aulas e preparação com profissionais da área de teatro musical) da Broadway Dreams Foundation, em New York, sendo que dois deles seriam custeados pela produção do evento. Fui uma das quatro bolsistas, porém não serei custeada pela produção, assim sendo, estou buscando propostas de apoio para que eu consiga custear minhas despesas para ir a Nova Iorque, em novembro deste ano.

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E foi durante a minha caminhada que comecei a perceber o quanto muitos sonhos e desejos das crianças são romantizados, e muitas vezes, não levados a sério e deixados para trás. Por conta disso, eu digo que hoje minha maior inspiração são essas crianças e jovens sonhadores tanto quanto eu. Desejo que mais jovens tenham as mesmas oportunidades de estudo e trabalho que eu tive, e que possam ir m a i s l o n g e . E foi durante a minha caminhada que comecei a perceber o quanto muitos sonhos e desejos das crianças são romantizados, e muitas vezes, não levados a sério e deixados para trás. Por conta disso, eu digo que hoje minha maior inspiração são essas crianças e jovens sonhadores tanto quanto eu. Desejo que mais jovens tenham as mesmas oportunidades de estudo e trabalho que eu tive, e que possam ir mais longe. Em março de 2018 fui selecionada para o Programa Broadway Brasil, um projeto que se iniciou em 2013, em Fortaleza, visando a formação do ator de musicais. Fui selecionada juntamente com outros três goianos, num total de 50 participantes, para a edição de Brasília. Durante uma semana fomos orientados e observados por 8 profissionais das áreas de teatro, música e dança: os atores e bailarinos da Broadway, Maxx Reed e Nick Adams (EUA), a diretora executiva da Broadway Dreams Foundation, Annette Taner ( E UA ) , o b a i l a r i n o e c o r e ó g r a f o D a n Knechtges (EUA), os atores, diretores e cantores Luciano Andrey, Soraya Ravenle e André Grees (fundador do projeto, juntamente com o produtor executivo Allan Deberton) e o preparador vocal e arranjador, Tony Lucchesi. Eu participei de palestras, aulas e muito ensaios, pois ao final do curso, apresentaríamos um espetáculo com os números estudados. Foram selecionados quatro alunos para participarem do Show Case (que inclui aulas e preparação com profissionais da área de teatro musical) da Broadway Dreams Foundation, em Nova York, sendo que dois deles seriam custeados pela produção do evento. Fui uma das quatro bolsistas, porém não serei custeada pela produção. Dessa forma, estou buscando propostas de apoio para conseguir custear minhas despesas para ir a Nova York, em novembro deste ano.

Minha passagem pela área de dança do Itego em Artes Basileu França, junto à Cia de Teatro Musical inclui “O Mágico de OZ”, onde fui Glinda, a bruxa boa. Participei também de “A Família Addams”, onde tive o desafio de interpretar uma das minhas personagens favoritas, Wandinha Addams. A partir daí, várias portas se abriram para mim no mercado de trabalho, o que foi de extrema importância na minha formação profissional. Eu vivo de arte, e compreendo que as coisas às vezes são complicadas. Há enfrentamentos constantes e, para tornar-se um profissional especializado em determinadas áreas de estudo, é muito importante superar preconceitos. É por isso que não podemos deixar de nos orgulhar, e jamais devemos nos calar, porque a arte é a linguagem universal que une as pessoas, expande o conhecimento e acalenta a alma”.

leticialynscontato@gmail.com Em 26/04/2018, fui diagnosticada como autista de auto funcionamento/Síndrome de Asperger, e isso é muito importante já que existe um tabu, um estereótipo de que autistas não são capazes de alcançar lugares como os que estou alcançando (por exemplo, a bolsa em NY e todos os espetáculos que já fiz). Gostaria que as pessoas compreendessem que é um espectro, ou seja, varia do grau mais leve, que é o meu caso, ao mais severo. Mas que nem uma coisa nem outra nos impede de realizar nossos sonhos.

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Me encontro em estado de felicidade e me sinto extremamente agradecida!


jerônima baco

Corsets

Mães, mulheres e profissionais. Prazeres que norteiam cotidianos como o de Iara Jerônima Baco, Designer de Moda que exprime paixão e talento à sua produção. Com o mercado favorável ao consumo de seus produtos ela desenvolve peças sob medida e convida ao seu uso. É uma questão de postura e personalidade, experimentar vale a pena, sentir-se bem ou diferente é necessário. Confira o que ela tem a dizer sobre sua produção !

história da moda O contato com a História da Moda foi de suma importância para a minha formação profissional, pois a partir daí, descobri a paixão por corsets. Logo, me dediquei a outras abordagens e pesquisas com corseteria sob medida, que partiam sempre de estudos históricos, passando pela criação, construção das peças e culminando na comercialização das mesmas.

Força, poder e proteção Meu produto é a realização de um sonho. Meu desejo sempre foi proporcionar às mulheres as mesmas sensações de força, poder e proteção que sinto quando estou vestida em um corset. Isso possibilita uma maior conscientização e prazer com o próprio corpo, das particularidades femininas e belezas únicas.

´´É incrível ver o sorriso de uma mulher ao vestir um corset ´´!

Auto estima O maior objetivo do ateliê, enquanto produção profissional, é motivar a autoestima feminina através do corset e suas ocasiões de uso, no dia-adia como peça “básica”, para uso fashion, em festas descontraídas ou eventos luxuosos.

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Que tipo de pessoas ''podem'' usar um produto de sua coleção? Todas as pessoas podem usar Jerônima Baco. Trabalhamos com produtos sob medida que prezam pela diversidade dos variados biótipos corporais da mulher brasileira. Assim, o corset é desenvolvido a partir das medidas individuais de cada cliente. Não há restrições de peso ou medida ideal quanto à peça como produto de moda. No entanto, na categoria “Tight Lacing” não é recomendado o uso para pessoas sedentárias.

O alcancei algumas celebridades, sonho de muitos. É resultado de um bom trabalho, que para mim é uma constante! O alcance das celebridades foi algo que surgiu naturalmente com o tempo como resultado de um trabalho árduo e de muito esforço. As nossas perspectivas para o futuro é continuar levando para as mulheres essa paixão por corsets, entregando peças de alta qualidade, capazes de exaltar a beleza e provocar admiração. Nosso desejo é espalhar Jerônima Baco pelo mundo!

*Tight Lacing é o termo mais utilizado para se referir à técnica de redução de medidas da cintura com o uso constante ou diário do corset, com o objetivo de modificação corporal permanente.

DA ESQUERDA PARA DREITA

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Nicole Bahls veste corset Jerônima Baco em ensaio fotográfico especial CARNAVAL 2017 para o site EGO.Styling: Herbert C. / Produção de moda: Fabi Costa e Viviane Smith

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A cantora Simaria usa corset Jerônima Baco em show na Festa do Peão de Barretos.

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Participação da corsetmaker Jerônima Baco no Programa A HORA DO FARO

Juju Salimeni veste corset e sutiã (bullet bra) Jerônima Baco em ensaio fotográfico especial CARNAVAL 2017 para o site EGO. Styling: Herbert C. / Produção de moda: Fabi Costa e Viviane Smith

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Sobre formação artística “Sinto-me privilegiada, pois tive oportunidades que foram essenciais para minha formação e foram os pilares para o trabalho que desenvolvo atualmente. Iniciei meus estudos no Musika – Centro de Estudos e fui bailarina do primeiro corpo de baile de Goiânia – Corpo de Baile Estudante do MVSIKA (1982). Minha formação como bailarina foi pelo método da Royal Academy of Dance, sob orientação da professora inglesa – Heulwen Price (Holly), cujo empenho e dedicação proporcionaram bolsa de estudo para finalizar a formação em ballet clássico na Bush Davies School – Inglaterra (1987), onde participei da Bush Davies Dance Company (1986) e em seguida na Hammond Ballet School, onde me formei pelo Imperial Society of Teachers of Dancing de Londres (1988). Esta segunda formação abordou o ballet clássico por um olhar mais dançante, focado na parte expressiva do bailarino, assim como, a formação do professor de ballet – “ensinava a ensinar”. Neste período, participei como bailarina da Hammond School Performing Group e tive a oportunidade de ministrar aulas na escola, onde pude colocar em prática a teoria e reconhecer as fragilidades, os desafios e o encantamento desta atividade linda que é - ser um educador”.

Sobre a carreira artística “Ao retornar da Inglaterra (1988), fui convidada para dançar na Quasar Cia de Dança - GO. Logo em seguida, ingressei no Grupo de Dança Ismael Guiser (1989) São Paulo e entre 1990 a 1996 fui contratada para dançar no Balé da Cidade de SP. Em 1996 passei a compor o elenco da companhia do AltenburgGera Theater GmbH – Alemanha e no ano de 2000, fui contratada como solista no Landestheater em Flensburg, onde dancei por 4 anos. Esses foram anos de muito amadurecimento, conquista da técnica e discernimento da conduta de um profissional’’.

Sobre a docência “O início da minha docência foi aos 14 anos ministrando aulas de ballet clássico para crianças e auxiliando minha professora Holly no Mvsika Centros de Estudos. Percebi que o aprendizado adquirido na Inglaterra, me proporcionou durante o período de estadia em São Paulo e durante os 9 anos como bailarina na Alemanha, a me familiarizar a estes dois distintos lugares de atuação: bailarina e professora (visto que, ministrava aulas nestas cidades onde dancei). Comecei a perceber e entrelaçar estas informações. Acredito que esta fusão de informações refletiram em meu trabalho: tanto como professora, visto que necessitava oferecer para meus alunos correções, caminhos e soluções, quanto na maneira como dançava, pois, sentia que estas “estratégias e estudos” acrescentavam ao meu trabalho como artista, aprimorando-o. Isso foi muito significativo e importante para minha carreira e aprendizado. Ao retornar ao Brasil (2004), recebi um convite para ministrar aulas de ballet clássico para a Quasar Cia de Dança, meu primeiro contato com uma cia como professora. Um desafio, pois como não queria seguir os padrões rígidos de ensino, comecei a experimentar outros caminhos, caminhos abertos ao diálogo, ao conhecimento do corpo e ao respeito a individualidade de cada bailarino. Este estudo já havia se iniciado (mesmo que intuitivamente) enquanto bailarina na Alemanha, junto a alguns colegas de trabalho. Na Quasar, comecei um trabalho que norteava a anatomia, cinesiologia e mecânica do movimento. Matérias da Graduação e Pós-graduação me encheram de curiosidades e me abriram um universo interessante para novas possibilidades, a possibilidade de desenvolver um trabalho que partisse da conscientização do próprio indivíduo em relação ao seu corpo e suas potencialidades, assim como, um trabalho que promovesse a longevidade ao bailarino na Dança, hoje o denomino Anatomyballet’’.

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Sobre o ITEGO em Artes Basileu França “Com a fundação do Das Los, comecei a observar o cenário da dança em Goiânia, no Brasil e exterior. Como expandir e difundir este trabalho? Após a estreia do grupo, participamos de um festival em Anápolis, onde o Balé do Teatro-Escola Basileu França também participava. No festival tive meu primeiro contato com Simone Malta. Tempos depois, recebi seu convite para compor a equipe de professores da do ITEGO. Uma nova oportunidade surgia, uma proposta interessante e desafiadora, pois, o Basileu França é um instituto de referência nacional e internacional que preza pela formação e desenvolvimento do bailarino, proporcionando a este o caminho da profissionalização em um mercado de trabalho que é tão seleto. É um prazer fazer parte desta equipe e ao mesmo tempo, um desafio e muita responsabilidade’’.

“O curso técnico, onde atuo, me ofereceu oportunidades que não pertenciam às minhas atividades cotidianas, tais como: as aulas de metodologia, de laboratório, de terminologia, desafios que me levam a esquematizar e desenvolver um trabalho bem estruturado, com responsabilidade para que os resultados possam ser coerentes e agreguem ao contexto do instituto. Falando em resultados, não poderia deixar de citar o trabalho que Simone Malta vem realizando dentro desta instituição. Pessoa determinada, que possui objetivos claros, proporciona oportunidades aos bailarinos direcionando-os às possíveis perspectivas rumo à profissionalização, não mede esforços para que seus bailarinos alcancem seus sonhos. O instituto reconhece potencialidades, faz brotar talentos e estes se tornam representantes deste trabalho nacional e internacionalmente. É interessante presenciar essa construção e observar como a equipe se dedica para que esse mecanismo continue evoluindo’’.

Tassiana Stacciarini

Diretora do Das Los Grupo de Dança

Licenciatura Plena em Educação Física pela Escola Superior de Educação Física de Goiás- ESEFFEGO/ 2010, pós-graduada em Pedagogias da Dança (2010), Musculação e Personal Training (2012), pela PUC Goiás. Cursos complementares em: Análise Funcional na Prática do Balé Clássico (SP), Exercícios Físicos nas Lesões de Quadril, Joelho e Tornozelo no IV Congresso Brasileiro de Ciência do Exercício, Elastiband e de Pilates Clínico (GO), RP2 – Respiração, Relaxamento, Passagens – Manobras Cinesio Funcionais, e Postura (SP).

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Grupo convidado “Retornando a Goiânia, diversos bailarinos me motivavam a formar um grupo de dança. Em 2012, o Das Los Grupo de Dança nasceu do desejo de atender e ampliar as necessidades estéticas para a dança na cidade e também contribuir para o desenvolvimento da Arte em Goiás. Desde a sua primeira experiência de montagem, apresentou uma forma de trabalhar processos criativos que contribuem com a formação continuada dos integrantes (mesmo que esses optassem em não seguir uma carreira profissional), com o processo de pesquisa através de discussões e aprofundamento sobre os conceitos que constituem a Dança. Também permitiu olhares diferenciados para a integração entre técnica, criação e composição’’. “Desde então, o grupo proporciona que seus bailarinos trabalharem com coreógrafos, diretores e colaboradores de diferentes formações e estados/países, possibilita a seus coreógrafos construírem trabalhos com corpos e possibilidades estéticas diferentes, gerando oportunidade para criação de novos espetáculos. Lugar de constante pesquisa e compartilhamento de conhecimento, é também espaço que abre as portas para a sociedade vivenciar novas experiências através de oficinas, workshops e suas próprias aulas para manutenção da técnica do grupo’’.

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Sobre a continuidade dos trabalhos nas cias e grupos Esses dependem de muito empenho de seus diretores e equipe em geral. Porém, a questão financeira é a mais desafiadora. Os incentivos privados são dificílimos e as Leis de Incentivo à cultura bastante concorridas. Durante seus cinco anos de existência, o Das Los Grupo sempre buscou oportunidades nas leis de incentivo. Em seu primeiro ano, foi contemplado com o Prêmio FUNARTE Petrobrás de Dança Klauss Vianna – 2012. Posteriormente, foi contemplado com o Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás, pela lei Municipal de Incentivo à Cultura. Paralelamente, fomos aprovados em leis de ocupação do Teatro do Centro Cultural UFG, na programação do Teatro SESC Centro, dentre outros festivais. O grupo busca novas possibilidades de atuação, aprendizagem e amadurecimento profissional dos integrantes, assim como, a disseminação da dança contemporânea e formação de plateia. Desta forma, almejamos construir um ambiente propício para que a arte e a dança possam ser vistas, apreciadas e discutidas entre pessoas de diversas idades, classes sociais e diferentes formações.

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Ali se... Estreia - outubro de 2015 coreografia: José Villaça Bailarinas: Júlia Monfredini, Jéssica Maria Barros, Iorhana Fernandes e Andressa Lamounier Foto: Thamires Rodrigues FOTO

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Ali se... Estreia - outubro de 2015 coreografia: José Villaça Bailarinos: Andressa Lamounier e Samuel de Almeida Foto: Thamires Rodrigues FOTO

Sobre a Pele Estreia - novembro de 2015 Coreografia: João Paulo Gross Bailarinos: Júlia Monfredini, Jéssica Maria Barros, Iorhana Fernandes, Andressa Lamounier, Samuel de Almeida, Guilherme Monteiro, Laís Borges, Mágna Izabela, Michelle Feliz e Davidson Xavier. Foto: Thamires Rodrigues

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Sentidos HENRIQUE AMOEDO Henrique Amoedo é um profissional que atravessou o Oceano Atlântico e foi buscar parte da sua qualificação acadêmica na Europa, onde fez um mestrado em performance artística – dança, e agora cursa o doutorado em motricidade humana na mesma especialidade. O seu interesse pela dança começa no Brasil, ainda durante a sua licenciatura em Educação Física, quando conhece o trabalho da Prof.ª Ieda Maria Maia, com a Cia. Renascer das Casas André Luiz, em Guarulhos (São Paulo). Soube a partir daquele instante, que a dança e a deficiência seriam os principais vetores do que viria a desenvolver profissionalmente depois. Nunca imaginou que fosse tão longe. Desde o ano de 2001 reside na Ilha da Madeira, em Portugal, onde criou aquela que é uma das principais companhias de Dança Inclusiva do mundo, a “DANÇANDO COM A DIFERENÇA”. Desde o início do projeto que deu origem a esta companhia houve uma proposta que visava a criação de um grupo profissional de DANÇA INCLUSIVA que tivesse como objetivo central unir no palco pessoas com e sem deficiências, juntas por uma só causa - dançar. Henrique Amoedo apresenta em ambiente acadêmico, através da sua dissertação de mestrado no ano de 2002, o atualmente conhecido conceito de “Dança Inclusiva”. O “Dançando com a Diferença” tem sido um importante vetor na difusão deste conceito, além de ser pioneiro, por diferenciais diversos, em palcos portugueses. Desempenha um papel significativo no âmbito europeu no que toca à Inclusão de pessoas com e sem deficiência no meio artístico, apresentando a público trabalhos de grande qualidade, reconhecidos pelo público e pela crítica especializada. Em quase 17 anos de atividade tornou-se uma referência nacional e internacional dentro das artes contemporâneas, ocupando um patamar de referência dentro do panorama artístico europeu quando falamos de Arte Inclusiva. Desde 2017 há em funcionamento, através de uma parceria com o Teatro Viriato e o Conselho Local de Ação Social, da cidade de Viseu, o Dançando com a Diferença – Viseu, primeiro núcleo criado fora da Ilha da Madeira. Atualmente os Dançando com a Diferença são sem dúvida alguma, internacionalmente aclamados como um dos grupos que mais tem contribuído para o reconhecimento das capacidades estéticoartísticas de companhias que têm no seu elenco pessoas com e sem deficiências. Nunca agindo e trabalhando de forma infundada e inconsequente, está na gênese deste grupo a afirmação de uma postura que procura poder contribuir para a modificação da imagem social das pessoas com deficiência, aliando esta sua condição às artes performativas e apresentando a público, de forma a confrontá-lo com esta realidade.

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COM A

Missão: promover a Inclusão Social e Cultural através da Dança Inclusiva. Visão: modificar a imagem social das pessoas com deficiência e conquistar espaços para a diversidade humana no universo profissional das Artes Contemporâneas. Valores: desenvolver o potencial criativo, produtivo e a valorização profissional dos grupos inclusivos; estimular o trabalho em equipe e a evolução das sociedades no sentido da valorização das capacidades e não discriminação das pessoas com deficiência, com a sua inclusão nos mais variados setores sociais.

Dançamos com o corpo e não “apesar do corpo”. Licenciado em Educação Física e Desportos, especialista em Consciencialização Corporal, mestre em Performance Artística – Dança, atualmente, doutorando em Motricidade Humana – Especialidade Dança. Trabalha há cerca de vinte e cinco anos no âmbito da Dança Inclusiva, um conceito que apresentou pela primeira vez na sua dissertação de mestrado, em 2002. Começou a trabalhar com Dança Inclusiva no Brasil – entre 1994 e 1999, em Natal (Rio Grande do Norte) onde criou a Roda Viva Cia. de Dança e, em 1999 orientou e supervisionou todo o processo de criação da Cia. Experimental – Grupo Mão na Roda, em Diadema (S. Paulo). Desde 2001, encontra-se radicado em Madeira - Portugal, onde criou e dirige o grupo Dançando com a Diferença. Enquanto diretor artístico e gestor cultural tem como premissa as positivas transformações sociais e estéticas que podem ser geradas pela inclusão de populações socialmente excluídas no universo artístico. É também professor, formador e assessor de instituições públicas e privadas.

Henrique Amoedo Diretor Artístico, Investigador e Coreógrafo Dançando com a Diferença

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direcao@danca-inclusiva.com


Fotografia: Júlio Silva Castro

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COM A

“ENDLESS” é um espetáculo onde a dança, a música e o vídeo interagem questionando a condição humana, a vida, a degradação do corpo e a nossa única certeza, a morte. Sem fim? Talvez. As visitas realizadas ao Memorial do Holocausto (em Berlim), à Colina das Cruzes (na Lituânia) e aos campos de concentração de Auschwitz-Birkenau (na Polônia) permitiram ao coreógrafo Henrique Amoedo e a parte do elenco de intérpretes sentir/viver emoções e, num processo de residência artística, recolher imagens-chave que posteriormente serviram de base para a constituição do roteiro deste espetáculo que foi concluído na paz da Estónia, em abril de 2012. Depois de um longo período, em que várias fases com diferentes trabalhos burocráticos tiveram que ser cumpridas, eis que em novembro de 2010, com as baixas temperaturas em Berlim (na Alemanha) iniciamos esta viagem, que mais tarde resultaria na criação deste espetáculo. Foi o primeiro encontro entre os parceiros do “Motivated by Art”, “Art of Motivation”, o “Ma-Ma Project”. O “Ma-Ma Project - Motivated by Art, Art of Motivation” foi um projeto de intercâmbio artístico apoiado pela Comissão Europeia através do “Grundtvig Lifelong Learning Program” na qual participam cinco organizações de diferentes países. Da Alemanha, a “Art Aspects” – Berlim, da Estônia a “Põltsanaa Art Association” – Põltsanaa, da Lituânia a “Ventos Socialines Globos Namai” – Siauliai, da Polônia a “Caritas of Katowice Archdiocese” – “Center for Disabled Persons” “Divine Mercy” – Katowice e de Portugal a Associação dos Amigos da Arte Inclusiva – Dançando com a Diferença (AAAIDD), através do Grupo Dançando com a Diferença e dos seus grupos secundários. “ENDLESS", uma criação de Henrique Amoedo, escolhido entre os parceiros para ser o diretor artístico e também coreógrafo da performance final, foi o espetáculo criado neste âmbito e que marcou a finalização do projeto e passou a integrar o repertório do “Dançando com a Diferença”, depois da sua estreia em maio de 2012 na Ilha da Madeira, em Portugal. Foi remontado em duas outras ocasiões, sempre na Ilha da Madeira. A primeira no ano de 2015, inserido nas atividades do Festival Literário da Madeira, que naquele ano tinha como enquadramento central a Beleza: Corpo, Palavra e Imagem, e depois no ano de 2016, na temporada de espetáculos do próprio grupo. O encontro entre Marlini Dorneles de Lima e Henrique Amoedo, a troca de ideias e a certeza de que esta obra também deveria ser apresentada em solo brasileiro, geraram o projeto “DANÇANDO COM A DIFERENÇA: ARTE, INCLUSÃO E COMUNIDADE”. Tem como foco desenvolver ações formativas, educacionais e artísticas abordando as questões da Inclusão através das artes, a partir da obra coreográfica “ENDLESS”, do grupo português Dançando com a Diferença. Tais ações culminarão com a apresentação pública da remontagem desta obra, tendo no elenco o encontro entre intérpretes da companhia de dança da Ilha da Madeira com estudantes, artistas, professores de escolas, instituições de educação especial, universidades, músicos e comunidade da cidade de Goiânia e região.

DANÇANDO COM A DIFERENÇA: ARTE, INCLUSÃO E COMUNIDADE é um projeto contemplado pelo Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás 2016, Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte e Governo de Goiás, com o apoio da Universidade Federal de Goiás e inúmeros outros parceiros.

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figurino Produção, talento e pesquisa!

INSPIRAÇÃO “Literalmente falando de necessidades ao processo, posso assegurar que a pesquisa conduz à inspiração, essa por sua vez, vai permitir a execução, sendo que esta é o somatório de um trabalho bem feito e, consequentemente, que será bem aceito. ”

“Penso que tudo o que é feito com prazer é compreendido com mais clareza, na ausência dele é como se fizéssemos sempre o mesmo. É necessário acrescentar uma pitada de amor, que no caso, é traduzido em prazer. Preciso dessas coisas para tudo sempre dar certo. É assim que se chama atenção para o seu produto de arte. Infelizmente, digo que não tenho aqui na cidade o mix de alternativas que há em São Paulo, por exemplo, mas o talento, a experimentação e o prazer em ter o projeto ou ideia executados faz com que a busca e o ato de explorar locais e suas possibilidades me permita uma ótima finalização. Descobrir novos materiais, caminhar horas e horas visitando diversos estabelecimentos é uma forma de acrescentar aos nossos prazeres, possibilidades de execução, tão interessantes a um projeto ”.

“Tenho imensa felicidade em dizer que iniciei minhas experimentações criando peças para meu uso, no decorrer do tempo isso foi chamando atenção de profissionais. Atualmente tenho orgulho em me dedicar a produção de figurinos, acessórios e outros projetos que contemplem as necessidades de outros processos artísticos de pessoas que são referências locais. Trabalhar junto a grupos conceituados é extremamente prazeroso. Minhas perspectivas incluem atender a um número sempre maior de artistas que desempenham bons trabalhos. O valor dos meus processos construtivos e a finalização dos mesmos, se referem ao meu talento e a busca até mesmo incansável pela melhor proposta, uma vez que há a necessidade de explorar materiais e acessórios fora da cidade, para tanto, acredito que as pessoas passem a desejar a agregar valor a seus projetos e produções desenvolvidas, onde eu possa contribuir com meu talento, pesquisa e dedicação, a fim de potencializar o uso de possibilidades, que são inúmeras. ”

Leleko Diaz

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“Talento em primeiro lugar, em segundo, habilidade manual, pois temos que 'nos virar nos trinta', como diz o Faustão, para colocar tudo no lugar certo. Sem habilidade manual, não se consegue quase nada disso, acredito.

Maquiagem, figurino e cabelo.

uma tríade perfeita!

Na maioria das vezes, a importância ao conjunto é indispensável, salvo se há um acessório no 'cabeção', algo feito com espuma, como um boneco que precisa ser leve e resistente à performance. Fora isso, é bem pertinente que o trato entre os três seja de muita atenção enquanto composição, buscar a perfeição para o equilíbrio dos três é preciso, técnica sempre foi e será muito importante. ”

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Não trate um figurino com fantasia! “Há equívocos, figurino e fantasia são vestimentas bem diferentes. Figurino faz parte de um espetáculo, é a representação de algo que conta uma história, que volta no tempo ou vai ao futuro, mas não é uma peça puramente comercial para ser alugado, ele agrega valores e sua concepção tem estudo e pesquisa bem aprofundados, cujo uso de acessórios são refinados e podem até servir para que várias pessoas façam uso, mas difere quanto à comercialização, como exemplo. Fantasia tem um uso festivo que não precisa contar com a técnica ou habilidade de um ator, bailarino, etc. Ela também oferece durabilidade, pois várias pessoas vão alugá-la para diversos fins, mas dificilmente fará parte de uma peça de museu como o figurino, que retrata um projeto artístico com mais sensibilidade. ”


Mãe de Bailarina “Balé é uma paixão de mãe para filha. Sempre fui apaixonada por dança, inclusive fiz dança na juventude, e seria diferente se esta paixão não acompanhasse minhas filhas logo nos primeiros passos. Sempre as incentivei! Com elas, a paixão pelo balé começou nos primeiros anos de vida, no berçário escolar. Nossa vida é bastante corrida em relação as atividades diárias, que são muitas por sinal, pois são três filhos e cada um fazendo uma atividade no contraturno escolar. Conseguimos nos adaptar a esta dinâmica constante. Trabalho no período matutino, período este que os filhos estão na escola. Nas tardes, conseguimos nos organizar de uma maneira a qual ninguém saia prejudicado junto às atividades. Em relação ao aprendizado escolar, estabelecemos horários para os estudos e outras demandas, a fim de não perder o foco na escola e conciliar com os compromissos da dança. ”

Envolvimento familiar “Há compromisso e comprometimento de todos os componentes da família, sempre nos ajudamos para que todos consigam concretizar suas atividades com êxito, e não sobrecarregando um ao outro. Nos orgulhamos em construir e fazer parte da história do Basileu França e Gustav Ritter, instituições sérias que apoiam a formação em artes, com professores renomados não só em território brasileiro, pois já são dignos de serem referências internacionais, graças a formação oferecida aqui. Somos um celeiro de grandes revelações no balé! Temos muita satisfação em representar o ITEGO e Gustav Ritter em qualquer lugar que possamos expressar nosso talento. É emocionante ter minhas crianças envolvidas nesse processo de reconhecimento. ”

“Entre as diversas contribuições do balé em nossas vidas, por exemplo, a promoção da socialização, a aproximação e integração familiar, pois de forma direta, a família passa a viver as expectativas, as aspirações e os sonhos dos seus filhos. Um fator que acho bem relevante, são os vínculos formados pelos bailarinos e, concomitantemente, firmados entre as famílias também, através do constante trabalho em equipe (ensaios, apresentações e viagens). A convivência passa a ser uma dinâmica, há muita troca entre instituição e família. Com o advento dos festivais nacionais e internacionais, dos quais minhas filhas participam, esta relação sempre é pautada no respeito, confiança e diálogo, uma vez que, deixamos nossos bens mais preciosos, no caso, nossas filhas, sob a responsabilidade e cuidados desta renomada instituição, que através de sua equipe, os orienta e acompanha incansavelmente na representação de suas habilidades. É importante para a família encarar que os jovens um dia abrirão mão da convivência familiar, de amigos e até mesmo, de companheiros de outras companhias de dança, em função da disciplina e formação, para que possam aventurar-se representando a instituição, na concretização de seus sonhos. Tenho como perspectiva que o balé seja visto como um ponto de apoio potencial para o crescimento profissional, para a formação social, moral e ética das pessoas. Que seja reconhecido como arte e passe a ser mais praticado pelo povo brasileiro, tal qual o futebol e outras modalidades de esportes e cultura. Torço para que o corpo docente seja efetivamente valorizado pela sua dedicação constante, com um plano de cargos e salários, visto ser o incentivo a aquele que é peça principal na formação dos nossos alunos.

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wooooou a gente vive intensamente isso...

A vocês: mães, pais, irmãos, responsáveis. ”

Família...

“O legado que deixo às famílias é somente a minha esperança. Pretendo com meu entusiasmo, proporcionar às minhas filhas um futuro melhor. Existe um texto, que não sei qual é a autoria, que foi transformado em um vídeo, com créditos de NALF- Núcleo de Arte, com narração de Thiago Porto e edição de Gi Nogueira que, aqui expresso nas palavras ditas: 'Eu não pago para ela dançar, eu pago as oportunidades que a dança proporciona para minha criança desenvolver atributos que servirão para o bem de toda a sua vida e lhe darão a oportunidade de abençoar a vida de outros. Pelo que tenho visto por muitos e muitos anos, acho que é um grande investimento'. ”

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Millyane Dias

Maria Clara Dias


Anne Clárenci Filha do Capitão Miguel (maestro da Banda de Música do Exército Brasileiro) e de Neusa Maria dos Santos Lima, que era uma grande estimuladora do exercício da sua arte de cantar. Com 11 anos iniciou a jornada no mundo da música, cantando no coral “Pequenas Vozes” da Escola de Arte Veiga Valle, sob a regência de Miro Rodrigues. Aos 14 anos começou as aulas de técnica vocal com a professora Volga Lena Guimarães apresentando a “Ária da Rainha da Noite – Flauta Mágica de Wolfgang Amadeus” Mozart. Cantou o dueto “Wir eilen mit schwachen, doch emsigen Schritten”, cantata nº 78 de Johann Sebastian Bach com a professora e, na época coordenadora musical do Centro de Educação Profissional em Artes Basileu França, Rejane de Melo Cunha. Participou do coro e fez um solo no oratório de Georg Friedrich Händel – “O Messias”, sob a regência do maestro Eliseu Ferreira da Silva; também participou do coro e fez solo na “Missa da Coroação” – Mozart, sob a regência do maestro Sérgio kuhlmann. A partir de 2009 começou a ser convidada para cantar em alguns grupos musicais de casamento, fez parte do grupo vocal misto "Hipersonante" e do quarteto vocal feminino “Divanas” sob a regência do Mestre Miro Rodrigues e também atual colega de trabalho, fazendo gravações de voz em playback no estúdio da escola e ajudando-o ministrar aulas de canto coral infanto-juvenil, grupo no qual iniciou sua carreira musical. Em 2012 e 2013 fez o solo “Dulcíssima” no espetáculo “Carmina Burana – Carl Orff” sob a direção artística de Jonatas Tavares e regência do maestro Eliseu Ferreira da Silva. Nesta data também cantou com sua colega de trabalho, Simone Santana, o dueto das flores, “Lakmé” - Léo Delibes. Desde 2014 faz gravações vocais para musicais infantis e no começo de 2015 foi convidada para atuar no espetáculo musical "Uma Canção Desnaturada" da Cia de Teatro Sala 3, sob direção de Altair de Sousa Júnior, no qual fizeram turnê pelo estado de Goiás. Em dezembro de 2016 participou do espetáculo “Dia H na estação Cantábile”, uma obra baseada em textos do dramaturgo goiano Almir Amorim e sob a direção de Bruno Peixoto. Em 2017 retornou às aulas de técnica vocal, desta vez, com o professor Dêmades Gomes Farias. Em novembro deste mesmo ano foi solista na “Mass of the children” – John Rutter, sob a regência do maestro Emílio de César.

“Cheguei por aqui, na Escola de Artes Veiga Valle, atual ITEGO em Artes Basileu França aos 11 aos de idade. Hoje estou certa de que posso proporcionar aos alunos a mesma sensação de 'realização de sonho', ao ser um talento lapidado. O Basileu França foi e sempre será o meu berço, porque aprender é maravilhoso; aqui há muito a oferecer às pessoas em relação à formação em artes. Uma troca constante entre aluno/professor. Acredito que quando praticamos o que aprendemos, despertamos no público, o desejo de expressão daquele talento que está guardado no interior de cada um, e se tratando dos alunos, a necessidade em motivá-los é importantíssima. A arte é sentimento e quando expressada com excelência, dedicação e carinho, transforma a pessoa e tudo que está a sua volta, por isso o artista está em constante aprimoramento e precisa ser humilde ao ponto de entender que sempre é necessário aprender mais para conseguir acompanhar as novas gerações e as mudanças no mundo. ”

A música em mim.. “A música em mim não é apenas as notas que saem da boca para fora, ela vibra em cada parte do meu corpo e sai como uma doação do meu melhor para o universo. Quando estou na frente do público, eu tenho a certeza que a minha missão é 'cutucar' aquele talento que está escondidinho lá dentro, de quem consegue me sentir. Nem sempre o melhor artista é aquele que está em destaque, mas sim aquele que consegue fazer despertar em alguém na multidão, o sentimento de que também é capaz, de sensibilizar, por isso eu canto, pois, o contato com o público é um momento de troca, é a oportunidade de doar e receber, mostrar o que eu tenho para oferecer e observar o que público espera de mim. ”

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Dança Contemporânea A Cia de Dança Basileu França foi criada no ano de 2013 por Simone Malta e Eurim Pablo Borges, atualmente tem Fabiano Lima como Coreógrafo Residente e Diretor Artístico. O objetivo da Cia continua a ser o de difundir a produção em dança contemporânea dentro e fora do Estado de Goiás. Em sua estreia para o público local promoveu Desencontros (Ederson Xavier) e Dez Mil 2016 (Rafael Zago). Em 2014, a Cia Convidou o Curso Técnico para compor o espetáculo com as coreografias: Concerto (Fabiano Lima), Frida (Flaviane Ksandex), Enfim (Paulo Alves) e Dez Mil 2016 (Rafael Zago). Em 2015, via Lei Minicipal de Incentivo produziu ENTREATOS, convidando a Quasar Cia de Dança, Das Los e Nômades Grupo de Dança. Em 2016, produziu o Circuito Contemporâneo de Dança que convidou ao palco do Teatro-Escola Basileu França as Cias: Noah PUC, Nalini, CenÁpice, Cotemporâneos Basileu França, e os grupos: Giro 8, Nômades e Das Los. Em 2017 a Cia participou das comemorações do Ano 10 do Balé do Teatro-Escola Basileu França. Desde sua estreia, professores, coreógrafos e alunos trouxeram ao palco suas pesquisas em dança contemporânea atraindo centenas de pessoas a prestigiarem e integrarem debates e oficinas .

Cia

A Cia de Dança Basileu França adotou um novo formato com novos bailarinos, cinco contemplados com a Bolsa Artista, e dois estagiários. Os jovens bailarinos se dedicam a aulas de balé clássico, dança contemporânea e pilates. Cada um tem particularidades marcantes. O elenco está se preparando tecnicamente em laboratórios a fim de que sejam capazes de atuar em montagens de espetáculos de conceitos expressivos. A cia vai trabalhar com três grandes coreógarfos propondo espetáculos de: Fabiano Lima, Maurício Oliveira e Ederson Xavier, os mesmos, com suas experiências, devem contribuir muito e sensivelmente aos bailarinos, criando repertórios sólidos. Já contamos nesse início de nova composição com a passagem de Maurício de Oliveira, que motivou bons resultados. Contamos agora com o entusiasmo dos bailarinos, principalmente por que há além de incentivos ao aperfeiçoamento, a bolsa, que é uma ajuda de custo, o que soma aos bailarinos em todo o processo, motivando a equipe. Outro aspecto relevante, e que nos move à produção de um bom trabalho, é a paixão de cada um. Juntos transformamos dificuldades em produtos de arte, através de inspiração e dedicação com foco no público, no teatro, na cidade o objetivo é que esse produto seja levado a um número cada vez maior de pessoas.

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BASILEU FRANÇA

Professor, ensaiador e coreógrafo. Caracteriza-se por desenvolver suas obras a partir das pessoas com quem trabalha, descortinando e explorando a expressividade de cada corpo-indivíduobailarino. Sua linguagem promove o encontro da dança contemporânea, e técnica clássica, com a teatralização, suas obras são, frequentemente, marcadas pelo lirismo, ao mesmo tempo em que deixam um rastro de delicadeza. Participou, como coreógrafo, do I Ateliê promovido pela São Paulo Cia de DançaSPCD (2014). Sua mais recente criação, Pivô (2016), para esta companhia, recebeu o terceiro lugar no Prêmio Melhores do Ano, promovido pelo Guia da Folha, na categoria melhor coreografia na escolha do júri. É criador e diretor do projeto Caixa de Memórias, proposta de resgate da história da dança no Brasil com

Fabiano Lima Coreógrafo residente e Diretor Artístico da Cia de Dança Basileu França

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remontagens de principais obras de coreógrafos brasileiros, iniciativa que conta com apoio do Fundo de Cultura e Arte (Governo do Estado de Goiás). É t a m b é m p r o f e s s o r, e n s a i a d o r e coreógrafo de ballet clássico e dança contemporânea no ITEGO em Artes Basileu França, em Goiânia-GO, onde vive atualmente. Fabiano é natural do Rio Grande do Sul e já passou por São Paulo, trabalhando com diversos grupos, como Pavilhão D Centro de Artes (São Paulo-SP), Galpão 1 Erika Novachi Cia de Dança (Indaiatuba-SP), Jaime Arôxa (São PauloSP) e Faces Ocultas Cia de Dança (SaltoSP). Acumula várias premiações em festivais no país. No Gran Prix Paulínia (2011), Fabiano foi um dos indicados pela Akademie Sholoss Solitude na Alemanha para uma residência coreográfica.


Nascido em 1986 e natural de Belo Horizonte, José Villaça é formado em Dança pelo CEFAR - Palácio das Artes (curso técnico de Dança), e formação de Teatro na Oficina de Atores Espaço Cênico/MG dirigido por Rick Alves. Recém ingressado na Focus Cia de Dança. Integrou a Quasar Cia de Dança/GO/2011-2016 onde dançou, importantes trabalhos coreografados por Henrique Rodovalho. Dançou “Área Reescrita/2011” coreografado por Jorge Garcia/SP na Jorge Garcia dança contemporânea. Quer sua imagem circulando por aqui? Envie-a para: revistaemdanca@gmail.com REGULAMENTO APÓS CONTATO VIRTUAL

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José Villaça

Imagem ? Prazer.

Produtor da Cia Mário Nascimento/MG/2006-2010, onde ganhou prêmios de Melhor bailarino, com o espetáculo "FALADORES/2008", Coreografia de Mário Nasciemento/MG. Recentemente coreografou o espetáculo "Ali se. . ./2015", para o Das Los Grupo de Dança em Goiânia/GO dirigido por Tassiana Stacciarini/GO, assistente de direção/ensaiador. Como ator, apresentou-se em diversos grupos profissionais de teatro em Belo Horizonte, atuando na “Saga da Senhora Café/2005”, dirigido por Marília Pera/RJ. FOTOGRAFIA meire marques QUASAR CIA DE DANÇA EM FESTIVAL ENTREATOS NO TEATRO-ESCOLA BASILEU FRANÇA 2015

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fisioterapia A Fisioterapia do ITEGO em Artes Basileu França atua na prevenção e reabilitação dos distúrbios osteomusculares dos bailarinos e alunos da instituição, com o objetivo de melhorar a performance dos bailarinos, trazer maior vida útil, qualidade e refinamento de movimentos.

As aulas de Pilates fazem parte da grade curricular dos alunos e do Balé do Teatro-Escola Basileu França, onde são trabalhadas as valências físicas necessárias para a rotina dos mesmos, correções posturais e organização corporal e até mesmo treinos de resistência. São feitas orientações específicas para cada bailarino, caso necessário, através dos atendimentos individualizados. O Método Pilates é uma técnica que alia trabalho de Força, Controle, Respiração, Ritmo, Coordenação e muitas outras vertentes importantes para os bailarinos, além do trabalho das musculaturas estabilizadoras.

Um ponto importante é a presença de muita mobilidade na maioria dos bailarinos, algo necessário e fundamental para a dança, porém, exige maior cuidado e controle com um corpo flexível. Diante disso, o Pilates alia exercícios de força, que irão trazer melhor organização corporal no espaço e consciência de alinhamentos, e posicionamento, que vai garantir maior vida útil ao bailarino.

Pilates

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Marcus Bastos ATENDIMENTOS INDIVIDUAIS

Os atendimentos individualizados se fazem necessários, principalmente nos casos em que apresentam lesões ou possíveis momentos de prevenção específica, pois cada bailarino possui características e necessidades particulares. Realiza-se avaliação e triagem de todos os possíveis candidatos a uma vaga na escola, através de questionários, avaliações físicas, posturais, testes ortopédicos, flexibilidade, para auxiliar os professores de técnica clássica ou contemporânea na seletiva. Outra vertente de atuação dentro do Itego em Artes Basileu França é o acompanhamento continuado dos alunos, com verificação de desempenho durante as aulas técnicas, bem como para aqueles alunos que iniciarão as aulas de técnica de ponta e necessitam de tratamento e orientação específica. Garantindo que esse momento tão importante na vida de um (a) bailarino (a) venha ocorrer da melhor forma possível e com todo o suporte necessário.

Marcus Bastos, Fisioterapeuta e Pós-Graduado em Pilates pela Pontíficia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás). Formado em Osteopatia para coluna vertebral pela Escuela de Madrid, Membro da Sociedade Brasileira de Crochetagem, Programa de Formação Continuada em Fletcher® Pilates. Formação em disfunções Craniocervicomandibulares pelo Centro de Estudos Musculoesqueléticos do Chile. Fisioterapeuta e Professor de Pilates do Quasar Cia de Dança, Marcus desenvolve trabalhos voltados para bailarinos. Passou a integrar a equipe do Itego em Artes Basileu França a convite de Simone Malta e Adriano Bittar.

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Cenografia ‘’A arte da cenografia, assim como outras artes, tem a função de dar sensibilidade ao mundo invisível, trazer à visão o mundo metafísico, aquele que ainda não se vê. A intensidade deste “devir” no que se refere à novidade depende da direção artística, ela que nos dá a autorização de fazer o totalmente novo, o tradicional com certas novidades ou o já conhecido; tudo de acordo com as condições e objetivos da instituição e dos envolvidos no determinado projeto’’. Carlos Dalarmelino Jr.

Sobre minha produção para o ITEGO Basileu França, Posso certamente dizer, que o instituto empenhase muito para que seus espetáculos sejam os melhores possíveis dentro de suas possibilidades financeiras; sempre tive total apoio da direção; sempre acataram os meus conhecimentos; sempre dialogamos muito bem. Eu trouxe para o Brasil um conhecimento cenográfico aplicável aos estilos da tradição ou aos estilos da abstração e este pude pôr em prática com liberdade responsável nesta instituição, visto que temos um compromisso didático para com o corpo discente; para com os jovens profissionais; com um público variado e a responsabilidade nas mostras competitivas. Na concepção cenográfica se procura dar visibilidade espacial a conceitos, aos temas dos ballets, com beleza nas artes tradicionais ou carga emotiva expressiva nas artes contemporâneas; para isto temos a disponibilidade do acervo cultural. Nas concepções dos ballets estão envolvidas praticamente todas as áreas de conhecimento das artes e ciências humanas; na minha prática profissional utilizo a cultura adquirida ao longo de trinta anos de pesquisa nas artes visuais e performáticas; da história; da sociologia; da psicologia profunda; da teologia/filosofia; ao mesmo tempo há de se ter consciência que a cenografia é também uma relativa ciência exata visto que o ballet tem sua função catártica, ou seja, o público ao término de um espetáculo deve necessariamente deixar o espaço cênico melhor do que quando entrou e istosó se consegue seguindo certas normas. Já a execução da cenógrafia é uma prática tridimensional material de grande envolvimento físico, focado nas técnicas construtivas e pictóricas porque estamos dentro do palco italiano, da caixa preta, alí se apresenta o universo. A idealização de mais um trabalho representa minha função de vida realizada dentro da Beleza, Bondade e Verdade, valores universais e necessários; antes do meu ego e da minha vontade está o minha razão de ser útil à sociedade; o cerne da minha filosofia profissional está em ver o espectador satisfeito, encantado pela beleza no caso das artes tradicionais ou emocionalmente tocado no caso das abstrativas.

Giselle | Balé do Teatro-Escola Basileu França

Lago dos Cisnes | Balé do Teatro-Escola Basileu França

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Carlos Dalarmelino Jr Desde o início de minha carreira até os dias atuais, há uma continuidade, um aperfeiçoamento diante da capacidade de atuar em qualquer situação, seja no figurativo ou no abstrato; difere até certo ponto do “mainstream”. Eu tive uma formação científica; filosófica; teológica e artística, adoto um método de trabalho diferente, mais ao filosófico/científico/artístico, portanto a produção artística sob meu ver se dá por uma compreensão aprofundada da realidade psicossocial. Ao longo da história observa-se a existência de erros de pensamento; não há valor artístico, portanto, em dar existência sensível à mentira, ao falso ou ao que é ruim em termos conceituais, salvo como alerta para conscientizar o outro do erro. Carlos Dalarmelino Jr. é, graduado em Arquitetura pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo; Mestre pela Universidade Mackenzie; estudou Artes Visuais e Ciencias Humanas nos EUA e Europa de 1983 a 1995; especializou-se em cenografia, desenho de luz e figurinos no Atelier de la Ville de Paris, entre 1992 e 1995, fundado por Georges Wakhevitch e empreendido por Daniel Louradour e Jane Wakhevitch. Seus trabalhos no campo artístico iniciam-se na Europa criando vitrais e murais a partir de 1990 e no Brasil em 1996; no campo cenográfico em 2002, desde então já assinou mais de cento e cinquenta cenários, entre óperas e ballets, por todo território nacional. No mundo da dança executa cenários para as mais importantes escolas de dança do país e algumas companhias. Entre os mais importantes ballets realizados em seu repertório cenográfico estão: Coppelia; Giselle; La Sylphide; Don Quixote; La Bayadère; La Fille Mal Gardé; Raymonda; A filha do Faraó; A Bela Adormecida; Sonho de uma Noite de Verão; O Quebra-Nozes; O Lago dos Cisnes; Corsário e Sylvia; Ruslan e Ludmila, produções com participação de solistas dos principais teatros do Brasil; convidados nacionais e internacionais.

ondine 1° ato | Festival de Dança de Joinville

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Dom Quixote | Balé do Teatro-Escola Basileu França


Arte Educação como integração ao processo criativo O Curso de Arte Educação no ITEGO em Artes Basileu França caracteriza-se por integrar a arte no processo educativo, trabalhado diferentes segmentos artísticos através de projetos.

Nas ações educacionais desenhvolvidas junto à comunidade escolar, busca assegurar a unidade filosófica, estrutural e funcional, e tem como base o desenvolvimento de competências como metodologia indispensável à consecução de uma política educacional que permita não só a inserção do sujeito no mundo da arte, mas também, a garantia de sua formação individual, permitindo o desenvolvimento de habilidades e atitudes para a construção e resgate da cidadania. O curso atende à crianças da faixa etária de 05 a 08 anos. Os alunos estudam as seguintes linguagens artísticas: artes visuais, circo, dança, música e teatro de forma interdisciplinar em seus projetos anuais. Oferece iniciação artística de qualidade nas diferentes linguagens para que possam posteriormente, ingressar nos cursos FIC (Formação Inicial e Continuada) das áreas citadas oferecidas no ITEGO em Artes Basileu França.

Temos como objetivos:

Oferecer aos alunos formação inicial nos diferentes segmentos artísticos (artes visuais, circo, dança, música e teatro) de forma interdisciplinar e integrada; iniciar os alunos à apreciação musical e práticas artísticas; realizar produções artísticas, individuais e/ou coletivas, nas linguagens da arte (artes visuais, circo, dança, música e teatro artes audiovisuais); oportunizar ao aluno ver, ouvir, sentir, assistir e criar manifestações artísticas do universo relacionado à arte (obras de arte, peças teatrais, espetáculos de danças, concertos musicais e outros); produzir obras, recitais, apresentações de danças, com base ao conhecimento artístico das áreas (música, danças, artes); trabalhar com projetos interdisciplinares nas diferentes formas de artes, produzindo e criando, estimulando assim a criatividade e formas de expressão; dar subsídios dos elementos históricos da cultura popular para que desenvolvam valores numa ótica interdisciplinar e de diversidade cultural, estimulando a reprodução da prática artística e motora. adquirir conhecimentos, nos diferentes segmentos artísticos, que permitam a escolha e o ingresso nos cursos, profissionais em artes, oferecidos pelo ITEGO em Artes Basileu França.

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Arte Educação ORGANIZAÇÃO CURRICULAR O Curso de Arte Educação no Basileu França oferece as disciplinas de:

Artes visuais

Circo

Dança

Música

Teatro

São oferecidos no período matutino e vespertino, o curso foi planejado para que as crianças tenham contato com as diferentes linguagens artísticas e possam assim escolher, uma ou mais, para aprofundar os conhecimentos. Parte do princípio de que, é a na infância que se forma um artista, e investe em uma formação inicial e continuada, tendo assim um círculo completo nesta instituição, que envolve deste a educação inicial até nível superior.

É dividido em dois cursos distintos: 2ª, 4ª, 6ª feiras e 3ª, 5ª, 6ª feiras nas seguintes turmas:

TURMA I (5 anos)

TURMA III (7 anos)

TURMA II (6 anos)

TURMA IV (8 anos)

Helaine Paula e Souza tem habilitação em Magistério, é graduada em Pedagogia e pós-graduanda em Docência do Ensino Superior. Atualmente é Coordenadora de Arte-Educação no ITEGO em Artes Basileu França.

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Artes Visuais ‘’NADA MAIS LIBERTADOR DO QUE SE PERDER NA CIDADE, SE DAR O DESFRUTE DE APROVEITAR E

CONHECER UM LUGAR NOVO EM UM LUGAR QUE JULGAVA CONHECER NA PALMA DA MÃO’’.

Meu trabalho consiste em diversas técnicas de abordagem sobre meus temas e indagações artísticas. Procuro não fixar minha produção em uma técnica ou estilo. Analiso e avalio a íntese de artista multimidiático a fim de desenvolver um conceito. Logo, me aproprio de formas de representação e fim de representá-lo, seja no desenho, pintura, instalação e (ou) formas e traços distintos. Aprecio a experimentação, o misto diversificado de técnica sob uma mesma linha de raciocínio, isso se torna uma relação com as técnicas que adoto. Uma das técnicas que se enquadra nos processos contemporâneos que pratico é o grafite. Comecei a desenvolvê-lo há alguns anos e tenho a cidade de Goiânia como inspiração e suporte. À minha linha de raciocínio emprego então, desenhos, pinturas, objetos, painéis, murais e sempre procuro experimentar algo ''novo''. Atualmente estou em processo de interação com a arte digital, explorando e processos afins, buscando uma mescla maior aos meus métodos de construção. Nas ruas e nos processos artísticos tenho articulado a liberdade em vários sentidos, pois existe certo descompromisso com a obrigação de querer “agradar” as instituições, galerias ou o p ú b l i c o . Ta l v e z s e j a i s s o o q u e genuinamente os artistas de ateliê procuram a mais, uma forma menos rígida de trabalhar no meio social em que vivemos. Então, sair da zona de conforto, talvez seja uma forma de entrar em uma zona hiper confortável, justamente por estar em um ambiente aberto “livre”. Nada mais libertador do que se perder na cidade, se dar ao desfrute de aproveitar e conhecer um lugar novo que você julgava conhecer na palma da mão. Quando passei a me interessar pelas visitas às ruas, tendo um outro olhar, ideias foram surgindo. Paralelamente já se encaixavam pequenos projetos de práticas e ideias em relação à cidade e ao público, as quais se

Todo esse processo me levou a refletir de forma meio filosófica sobre questões como comportamento, política, tecnologia e metafísica. Todos esses questionamentos me levaram a perceber um controle que nos domina o tempo todo. Logicamente não compreendo o que é, mas sei como me faz sentir em relação ao mundo, às pessoas, ao sistema político, industrial e evolutivo. Com tudo isso fiz uma analogia às máquinas. Sendo assim, o ponto crucial da minha produção advém dessas indagações. Percebi também o quanto filmes e livros de ficção científica e filosofia, de certa forma, também me influenciam. A partir disso, imagino as máquinas que crio, e ao mesmo tempo parecem texturas... muitas pessoas têm uma leitura diferenciada. Certa vez uma pessoa me perguntou o que eu estava pintando, e respondi à pergunta: O que você vê? E ela respondeu: Parecem imagens dos templos dos Incas. Retornei: também acho! Com profunda sinceridade... mas, passei a achar naquele exato momento. Depois disso continuei a pintar e desenvolver esses conceitos, porém sempre deixando o público interferir no significado das minhas obras. Geralmente as opiniões que ouço do público acabo aproveitando e muito no meu processo plástico e conceitual. Como arte-educador considero que se tratando de artes há consequentemente descobertas e trocas de experiência bastante positivas. Uma reflexão que algumas vezes faço é: se eu quero aprender a pintar... quero ser mestre ou orientador, um pintor certamente com relevantes qualidades, anulando inclusive algumas regras, como Einstein diria: “tudo é relativo”. Penso que um resultado mais coerente seja manter equilíbrio e sensatez para que uma coisa não extrapole outra.

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Ao longo dos anos tenho percebido que, em um contexto evolutivo na cidade, houve certo declínio, não em relação à qualidade artística, mas em relação à falta de incentivos culturais sólidos que legitimem e fortaleçam movimentos e ações artísticas, com criação de salões e grandes exposições. Penso que poderia ser restaurado aquele cenário das artes visuais dos anos 80 e meados da década de 90. Mesmo assim temos personagens e personalidades artísticas muito boas em Goiânia, acompanhados de uma nova geração que muito tem a contribuir, mas que necessitam de apoio para serem projetados no mercado. Creio ser importante pontuar o que tem ocorrido nos últimos eventos que representam sólidos pilares de sustentação das artes visuais: os artistas que geralmente trabalham de forma heroica defendendo sua produção e sua profissão.

CowParade Goiânia 2012

Me inspiro em filosofia, filmes de ficção científica como o Matrix, originário da metáfora platônica do mito da caverna. Esses aspectos me fizeram refletir sobre diversas relações com o mundo. Tudo isso foi apenas o estopim para me interessar por várias considerações de coisas que pudessem se relacionar e liquidificá-las, como conceitos de labirinto, evolução das máquinas, futurismo, steam punk, cyber punk, além do comportamento humano nessas transições. Passei a inserir a figura humana nesses conceitos, que por enquanto, têm sido representados em trabalho bidimensionais.

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Múcio Nunes Art Educator

Bacharel em Artes Visuais/ Artes Plásticas pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Pós-graduado em Docência do Ensino Superior (FABEC Goiânia). Atualmente é Professor do Itego em Artes Basileu França.


Instituto de Educação em Artes Gustav Ritter | Rua Marechal Deodoro da Fonseca, nº 237, Setor Campinas, 74520-040, Goiânia-GO

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Arte que transforma O Instituto de Educação em Artes Gustav Ritter, unidade da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (SEDUCE), é o primeiro Instituto em Artes do Estado de Goiás. Em 2018, o Instituto completa 30 anos de existência, mantendo a tradição de ser uma das escolas de artes com intensa atividade artístico cultural e uma referência nas áreas de Música, Dança e Teatro em Goiás, Brasil e exterior, com prêmios nacionais e internacionais. Situado no bairro de Campinas, o prédio, em estilo Art Déco tardio, foi inaugurado em 16 de novembro de 1988 e tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado de Goiás pelo decreto n° 4.943 de 31 de agosto de 1998. Por meio da Lei n. 19.372 de 30 de junho de 2016 o Centro Cultural passou a ser Instituto de Educação em Artes Gustav Ritter, unidade de ensino e formação artística da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (SEDUCE), onde funcionam os Núcleos de Música, Dança e Teatro.

Expansão do Instituto No ano de 2018 foram disponibilizadas 650 vagas, que foram divididas entre as três áreas: Música com 250 vagas, Dança com 200 e Teatro com 200 vagas. O número de inscritos ultrapassou o que era esperado com um total de 4.290 inscritos para as modalidades. O número pode ser comparado, por exemplo, com a quantidade de inscrições para o vestibular de Direito na Universidade Federal de Goiás (UFG), que no ano de 2017 recebeu 2.000 inscrições para 60 vagas. Atualmente o Instituto conta com 2.173 alunos. “O Gustav Ritter sempre se preocupou com a formação de nossos artistas, essa procura está sendo uma colheita daquilo que sempre foi primordial para nós, educar por meio da arte. A cada ano que se passa o número de inscritos aumenta, a prova que nossa missão como Instituto está sendo realizada”, afirma o diretor do Instituto, Edmar Carneiro. Para ele, o número surpreendente de inscrições é fruto de competência e qualidade de toda equipe gestora, coordenadores, docentes e servidores administrativos.

Grandes Conquistas.. 50


Nova Sede Após ter conhecimento do aumento das vagas na escola, em especial nos últimos dois anos, da grande procura da comunidade pelos cursos de música, dança e teatro, dos prêmios recebidos no ano de 2017, o então governador Marconi Perillo autorizou a cessão de uma área na Av. 24 de outubro, para que seja construída a nova sede do Instituto Gustav Ritter que contará com o primeiro teatroescola no bairro de Campinas com 600 lugares. Outra conquista foi a concessão da bolsa artística para 195 alunos dos núcleos de música, dança e teatro do Instituto que serão distribuídas entre a Orquestra Sinfônica Arte Viva, Banda Sinfônica Gustav Ritter, Ballet Jovem e Corpo Cênico Teatral. Vitórias conquistadas em audiência realizada no último dia 21 de março, no Centro Administrativo, em Goiânia (GO), onde o governador Marconi Perillo recebeu a secretária de Educação, Cultura e Esporte, Raquel Teixeira, o deputado estadual, Virmondes Cruvinel Filho, o diretor do Instituto Gustav Ritter, Edmar Carneiro, o membro do Conselho Escolar e representante da comunidade e empresários do Bairro de Campinas, Eudisnei de Lima e o músico Bororó Felipe. O diretor do Instituto Gustav Ritter, Edmar Carneiro, comemora esses dois grandes presentes que chegam no ano em que o Instituto Gustav Ritter completa 30 anos. “O governador Marconi Perillo, a secretária Raquel Teixeira e o deputado Virmondes Cruvinel Filho foram muito sensíveis às necessidades da nossa escola e comprovaram o quanto podemos crescer e, além de oferecer mais vagas, vamos fomentar as artes, a educação e a cultura em Campinas e região”, agradece o diretor. Além, do novo prédio do Instituto Gustav Ritter, os alunos, professores e toda comunidade de Campinas terão acesso ao teatro-escola, com 600 lugares, havendo a possibilidade de realizar convênios e parcerias com entidades e empresas privadas, universidades, associação de moradores e comércio local, para ofertar espetáculos de qualidade produzidos pelos alunos e professores do Instituto Gustav Ritter, bem como, sediando eventos externos de grande importância, se constituindo em um marco para o cenário artístico e cultural de Campinas e região.

Instituto de Educação em Artes Gustav Ritter | Rua Marechal Deodoro da Fonseca, nº 237, Setor Campinas, 74520-040, Goiânia-GO

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Implantação do Curso Técnico Profissionalizante de Teatro No segundo semestre de 2017, o Instituto Gustav Ritter, em parceria com o Programa MédioTec, implantou o Curso Técnico Profissionalizante de Teatro criado e orientado por profissionais das artes cênicas do Estado de Goiás. Foram selecionados 25 alunos dos 40 inscritos, o que permitiu formar uma lista de espera. As matérias englobam interpretação teatral, corpo e voz, noções de maquiagem, cenografia, iluminação e cenotécnica e cinema. O curso tem 900 horas distribuídas em três semestres, com aulas de segunda a sexta, das 18 às 21hs, no Centro Cultural Martim Cererê, onde fica a extensão do Núcleo de Teatro Gustav Ritter. Os contemplados pelo programa têm direito a uma assistência estudantil para transporte e alimentação. João Peres Júnior, superintendente do Ensino Médio e Educação Profissional, destaca que o Estado de Goiás sempre foi considerado importante pelos produtores teatrais do Brasil e uma referência de boa acolhida de público para os projetos cênicos que circulam pelo país. Para ele o curso oferece condições para que o estudante desenvolva as competências profissionais, amplie as possibilidades de acesso ao mercado de trabalho e de atuação e interação com outros profissionais da área.

O diretor do Instituto Gustav Ritter, Edmar Carneiro, convida a cidade a comemorar coquistas que chegam no ano em que o Instituto Gustav Ritter completa 30 anos.

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Formação

em Dança

Coordenadora da Área de Dança do Itego em Artes Basileu França, Simone Malta, propõe reflexões sobre uma formação responsável de profissionais em dança. Nas últimas décadas vários profissionais têm desenvolvido atividades voltadas à formação sem a capacitação técnica necessária. São muitos os casos em que bailarinos têm suas carreiras interrompidas em função de formações pretenciosas. É indispensável a um professor de dança dedicação, zelo pelo conhecimento, formação técnica, artística e humana. Confira: Seja qual for seu objetivo na dança, valorize o conhecimento de técnicas artísticas e pedagógicas. Em dança e quaisquer outras atividades, é preciso dedicar-se à boa formação, a fim de ser capaz de realizar suas ações com excelência diante do que deseja construir. Se o seu desejo é ser um profissional em dança seja como professor, bailarino, coreógrafo ou produtos, zele pelo conhecimento e dedique-se! Profissionalize-se, faça cursos de formação sejam eles técnicos ou superiores. O mercado necessita de profissionais competentes, que sejam responsáveis por ministrar bom conteúdo e didática para a formação de alunos que serão os profissionais do futuro. O ITEGO em Artes Basileu França oferece curso técnico para formação em Balé Clássico e Dança Contemporânea. Para tanto, comece a investir na sua carreira profissional, que pode fazer com que você seja um bailarino, intérprete, instrutor, coreógrafo ou gestor de atividades e projetos. Além disso, o profissional pode ainda atuar em preparação física e ensaio de coreografias, bem como desenvolver ações pedagógicas e artísticas junto ao Ensino Fundamental, Médio e Técnico. Temos um mercado de trabalho tanto em instituições públicas como privadas que precisam de profissionais competentes na área de dança. Esteja atento à certificação do curso que optar por fazer, consulte se o mesmo é reconhecido pelo MEC, pois isso atesta sua qualificação profissional. Não aja com amadorismo, preze pela sua carreira profissional e a de seus alunos. Faça cursos, pois conviver apenas com profissionais não é certeza de uma boa formação. Há riscos que podem ser evitados se você optar por formação e aperfeiçoamento, como por exemplo, lesões e torções que podem ser provocadas em um aluno e isso pode interromper seus sonhos ou sua carreira. Habilite-se. O mercado espera por você!

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Professora e bailarina, Simone Malta Segurado é formada em Ballet Clássico pela Royal Academy of Dancing e já participou de inúmeros cursos no Brasil e no exterior. Ela se destaca em performance, mas também possui uma grande dedicação ao ensino da dança. Desde 1998 à frente da Coordenação de Dança do ITEGO em Artes Basileu França, esta bailarina e professora atuou como criadora e idealizadora do programa de ballet clássico para o ensino profissional do Basileu França. Por sua atuação, tanto como bailarina quanto como coreógrafa, tem recebido inúmeros prêmios, dentre os quais destacamos a medalha de ouro na categoria Trabalho Pedagógico, no Festival de Dança de Joinville, e medalha de ouro no Youth American Grand Prix, em New York, em 2012. Em 2013 seu aluno Adhonay Soares da Silva ganhou o Prix de Lausanne. Em 2016 esteve à frente do Balé do Teatro-Escola Basileu França, quando recebeu a premiação de melhor grupo no Festival de Dança de Joinville. Em 2017 sua aluna Carolyne Freitas foi laureada com Diploma Holden e Menção Honrosa no Moscow Ballet Competition. Em 2018 a mesma a foi uma das vencedoras do Prix de Lausanne.

Simone Malta 54


Há alguns anos a área de Dança do ITEGOem Artes Basileu França tem conquistado respeito no Brasil e em outros países. São alunos e ex-alunos recebendo bolsas de estudo e ocupando espaços profissionais em companhias de dança de diversas partes do mundo. Um trabalho árduo realizado por uma equipe totalmente dedicada aos objetivos propostos. Esses resultados, de alto nível, são fruto da consolidação das ações artístico-pedagógicas que acontecem no dia a dia da instituição. O compromisso institucional do Basileu França é o de preparar profissionais para o universo artístico, outorgando-lhes bases e alicerces para a valorização, autonomia e reconhecimento no mercado de trabalho. A cultura agregada ao talento, dedicação e a uma política cultural com ampla visão tem conduzido o ITEGO em Artes Basileu França a uma busca constante de novas ideias e metas cada vez mais desafiadoras. Quando se trata de usar a criatividade para criar condições propícias para nossos alunos vamos fundo. Não tem meio termo. É pra valer! É assim que ensinamos e praticamos em nosso fazer artístico. É assim também que o Itego em Artes Basileu França se expande: democratizando o acesso à arte. Uma grande porta, aberta para todos que desejam viver processos de transformação por meio da arte. A revista Em Dança, criada numa iniciativa da Coordenação de Dança, é um novo canal que se abre neste sentido. Somos Itego em Artes Basileu França. Somos um povo que acredita na força da arte.

Lóide Magalhães

Diretora do ITEGO em Artes Basileu França

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DANÇA BASILEU FRANÇA

O Balé do Teatro-Escola Brasileu França Ao contar com a valorização da cultura em prol da construção da cidadania, acreditamos que a dança permite moldar o desenvolvimento de crianças, jovens e adultos, ampliando horizontes, valorando possibilidades profissionais com foco de formação em indivíduos mais conscientes para suas ações artísticas e sociais. Leveza, precisão, dedicação, entre outras especificidades permitem a alunos, professores e equipe técnica a relevância nacional e internacional que o Governo do Estado de Goiás faz questão de promover. Há mais de uma uma década acumulamos premiações e participações importantes que são motivos de orgulho quanto à preparação dos jovens bailarinos. Versatilidade e dedicação posicionam o balé clássico do nosso Estado em destaque no Brasil e no mundo. São modalidades presentes em nosso instituto: Ballet Clássico (5 a 12 anos), Dança Moderna e Contemporânea (12 anos acima), Jazz (12 anos acima), Danças Urbanas (9 anos acima) e Teatro Musical (14 anos acima), além dos grupos com representatividade do instituto: Corpos de Baile, Fraldinha Infantil e Juvenil, Balé do Teatro-Escola Basileu França, Cia de Dança Contemporânea Basileu França e Urbanas Basileu França. São onze anos de desenvolvimento e orientação profissional. Nossos bailarinos iniciam suas atividades ainda crianças e vão se tornando competentes por seu refinamento técnico e artístico, alcançando os níveis de formação até que sejam capazes de representar a instituição em relevantes festivais e competições, dentro e fora do país, sempre acompanhados pelo corpo docente. A convivência entre alunos e professores em nosso núcleo tem propiciado conquistas memoráveis graças a uma árdua jornada de ensaios e preparação, marca registrada do balé clássico. O empenho de nossos alunos é ação integrante de uma formação que nos leva a alcançar espaços importantíssimos. Ao longo do tempo, com profissionais e parceiros que contribuem com a idealização de nossos objetivos, sempre de forma competente e tornando possível narrar histórias vivenciadas em outro tempo, tão importantes para a essência cultural enquanto formação, é que reafirmam nossa realidade a importância da arte no modo de viver. Assim, encantamos plateias e inserimos indivíduos ao nosso universo de produção, permitindo que avancemos em propostas junto à formação cultural em prol da cidadania.

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DANÇA BASILEU FRANÇA

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Sejam sempre bem-vindos!


DANÇA BASILEU FRANÇA

Coordenação SIMONE MALTA SEGURADO EURIM PABLO BORGES PINHO ANDRÉIA DA SILVA DE ARAÚJO ROSSI

Assistente de Coordenação THAYNARA CHAVES

Produção Executiva MEIRE MARQUES

Bolsistas MURILO HENRIQUE LEONEL THAYRINE CHAVES

Ana Carolina dos Santos Alves, Carolinne Segurado Ribeiro, Ben Hur Oliveira Melo, Clégis Assis, Danillo Fontinele, Dinekelle Lemes, Fabiano Lima, Fabio Henrique da Silva, Flaviane Ksandex, Gabriel Soares, Grazielle Mattos, Gustavo Soares, Jacqueline Marquezan, Jéssica Gaspar, Josias Teodoro, Juliano Gonçalves, Keitty Sampaio, Laís Guerra, Leonardo Pedro, Marcela Leonel, Marcus Vinicius Bastos, Mariana Soares, Meire Marques, Olga Dolganova, Rafaela Giovana, Rodrigo Gondin, Ronei Maciel, Rossana Cardoso, Simone Malta, Tassiana Stacciarini, Wagner Guerreiro.

facebook.com/dancabasileufranca

instagram.com/dancabasileufranca

www.dancabasileufranca.org

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www.dancabasileufranca.org


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Marconi Perillo GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁS

Francisco Pontes SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Danilo Gomes SUPERINTENDENTE EXECUTIVO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Soraia Paranhos CHEFE DO GABINETE DE GESTÃO, CAPACITAÇÃO E FORMAÇÃO TECNOLÓGICA

Lóide Magalhães DIRETORA DO ITEGO EM ARTES BASILEU FRANÇA

Tabhyta Alcovias COORDENADORA PEDAGÓGICA DO ITEGO EM ARTES BASILEU FRANÇA



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