Jornal MEAL - Outubro/Novembro - 2009

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JORNAL MEAL Estudando a doutrina

E aí homem inteligente, o que anda fazendo?

I

Suzana Alves

nteligência segundo o dicionário Aurélio consiste na “faculdade de aprender, apreender, compreender ou adaptar-se facilmente1”. E de fato utilizamos a inteligência ao longo de nossa vida, cotidianamente. Relembremos um pouco o passado, nós nascemos e não tínhamos nossa inteligência totalmente desenvolvida, éramos espíritos em fase de acomodação, fase de se acostumar com a nova encarnação (oportunidade bendita que nos é concedida para o reencontro com queridos, o resgate de erros cometidos e a chance de adquirir novos conhecimentos), a partir de então fomos crescendo, recebendo informações, sendo formados pelos mais experientes que nós (pais, irmãos, tios, avós, professores, vizinhos, babás, etc.) e assim desenvolvendo o intelecto que é esse conjunto de informações, sem esquecer, é claro, de nossas experiências reencarnatórias anteriores. Nada que aprendemos é esquecido ou ignorado. Podemos assim nos considerar homens inteligentes, certo?! Vamos guardar esse conceito por enquanto. Analisando o mundo hoje, nos deparamos com uma sociedade enferma onde os vícios e o materialismo predominam e a reflexão acerca dos problemas sociais está precária. O Espiritismo, no entanto, surge combatendo a pandemia, do orgulho e do egoísmo, instalada entre nós, contribuindo diretamente para o progresso do planeta. Com o conhecimento da vida futura, passamos a pensar em nossas ações do presente e as possíveis consequências no futuro. A doutrina espírita destroi preconceitos de qualquer espécie, mostrando-nos todos os homens ao nosso redor como irmãos e que devem estar unidos por um sentimento de solidariedade. E é aí que queremos chegar: o Espiritismo por si só não realiza mudança, é preciso a atuação do homem inteligente neste processo de restauração de conceitos. Em O Evangelho segundo o dspiritismo, o espírito Ferdinando nos diz que “Se Deus, nos seus desígnios, vos fez nascer em um meio onde pusestes desenvolver vossa inteligência, é porque quis que fizésseis uso

dela para o bem de todos; é uma missão que ele vos dá, colocando em vossas mãos o instrumento com a ajuda do qual podeis desenvolver as inteligências retardatárias, ao vosso redor, e conduzi-las a Deus2.” O mesmo ainda ratifica com uma brilhante comparação: “A enxada que o jardineiro coloca nas mãos do seu ajudante não lhe indica que ele deve cavar a terra? 2 ” E quem somos nós senão os ajudantes de Deus no desenvolvimento do progresso da humanidade? Sendo assim, cabe nos perguntar: E aí, o que estamos fazendo? Em que estamos contribuindo? O que estamos fazendo com os conceitos que temos? Quais são os preconceitos que temos e quanto estamos nos esforçando para erradicá-los de nossos corações? Quais são nossas ações no meio em que vivemos?

Léon Denis nos diz ainda que “A educação do povo precisa ser totalmente modificada, para que todos possam ter a noção dos deveres sociais, o sentimento das responsabilidades individuais e coletivas e, principalmente, o conhecimento do objetivo real da vida, que é o progresso, o aperfeiçoamento da alma, o aumento de suas riquezas íntimas e ocultas3.” Neste caso, preciso refletir com os pais e educadores: Quais os meios de educação estamos usando? Estamos preparando as crianças para se tornarem efetivamente cidadãos

agentes de mudança? Devemos refletir os métodos utilizados e erradicar posturas cotidianas representadas por falas muito comuns: as que são um simples sistema de troca e fáceis de executar(“come tudo que vai ganhar sobremesa depois”), as muito práticas e amedrontadoras (“se você não obedecer vai apanhar”), tem também a compaixão (“ah! Ele é só uma criança, não posso dizer ‘não’...”) e tantas outras mais que contribuem para que a delinquência se instale e tenhamos cada vez mais adultos egoístas, que só pensam em si e na ascensão profissional esquecendo-se que o mundo está doente precisando de um remédio, e o único meio de curar a sociedade é através do amor! A sociedade precisa de ações contra a miséria, a doença, o analfabetismo, a exclusão, o preconceito; precisamos de pessoas preocupadas não apenas com a sua família, mas também com o seu estado, seu país, outros países, com o mundo! E foi um pouco desta reflexão que levamos para o Semearte deste ano, tendo sido Jesus a base do tema: “Caridade: o maior ensinamento”. Sejamos servos fiéis de Jesus, que amou a humanidade inteira sem distinção nenhuma e pregou a Caridade como o único caminho para a salvação, para o progresso. Comecemos desde já a agir! Dê um bom livro, tenha uma boa conversa, discuta esse assunto com amigos. “(...) porquanto não existe ninguém que, no pleno uso das suas faculdades, não possa prestar um favor qualquer, confortar, suavizar um sofrimento físico ou moral, tomar uma atitude útil. Allan Kardec4.” 1 – Mini Aurélio, século XXI, escolar, Ed. Nova Fronteira, Ano 2002 2- O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VII, item 13, Ed. Leon Denis, Ano 2004 3- O mundo invisível e a Guerra – Introdução, Ed. Leon Denis, Ano 2001 4- O Evangelho Segundo o Espíritismo, Cap. XIII, 3, Ed. Leon Denis, Ano 2004


JORNAL MEAL Falando de Jovem para Jovem

Valorização da Vida

Daniel Costa

Todo ser humano tem direito à vida”, diz o artigo III da Declaração dos Direitos Humanos1. É legal saber que, embora às vezes possa não parecer, o pensamento humano, e ,portanto, não perfeito, enxerga o valor da vida. Perante Deus não poderia ser menos importante esse direito. Mas será que todos nós concebemos o valor da Vida? Uma pergunta simples: por que a vida é importante? Ou outra: para que serve a vida? Pensemos... Parecem questionamentos simples, bobos talvez, mas quando nos deparamos com esses questionamentos um novo mundo se descortina à nossa frente. Sim, faz-se necessária a pergunta, uma vez que, entendemos que em tudo, na Obra Divina, há utilidade, há finalidade útil, nada é feito sem um objetivo maior. Poderíamos aqui discursar sobre diversos “problemas” que envolvem a questão da vida: aborto, suicídio, eutanásia, morte de “criminosos”, sacrifícios de vidas humanas e animais, etc. Mas nos deteremos em pensar na questão anterior à esses problemas que é justamente o porquê do viver. Para nós que frequentamos a evangelização ou reunião pública em uma instituição espírita, já nos ficou claro uma das razões da existência terrena: encarnação dos espíritos. É através da pluralidade das existências que os seres inteligentes do Universo se purificam, ou melhor, desenvolvem suas faculdades, neles colocadas divinamente, como a inteligência. Claro que podemos desenvolver nossas potências fora da carne, mas é graças a ela que provamos efetivamente o que carregamos de Bem em nós. Logo, colocar obstáculos à encarnação de um espírito seria impedi-lo de provar perante Deus a sua persistência no Bem e de desenvolver suas capacidades inatas.

Por outro lado, vamos considerar: sem a vida como seria possível ao ser desenvolver a fraternidade, como agregar à sua família espiritual tantos seres que com ele compartilharam a existência terrena?! Ou antes, como iniciar a construção dessa família?! Eu sempre gostei de ver a Vida como Presente Divino. Isso mesmo, pense em, por exemplo, um presente de aniversário: como você se sentiria se a pessoa a quem você deu um presente de aniversário o desprezasse, jogasse fora, ou simplesmente não cuidasse direito? Deus em sua infinita Bondade e Amor, não irá castigar a quem quer que seja por “fazer pouco caso com Seus presentes”, mas lembremos que sua Justiça está em nosso pensamento sob a forma de consciência, e que isso é comprovado pela triste narrativa de seres infelizes do plano invisível que, quando na Terra, desdenharam a vida e que agora desencarnados sofrem por haver desprezado a

oportunidade de crescer espiritualmente, de fazer o Bem e de, portanto, ajudar a Deus em sua criação infinita. Apesar da vida que levamos ser um tanto difícil, complicada e às vezes desanimadora, devemos e precisamos observar atentamente todas as coisas boas que recebemos da Vida. Oh! E como a vida é bela! Saúde, família, amigos, paz, amor, sensações boas, imagens lindas, natureza perfeita, etc. etc. etc. É sabido que a vida traz seus dias amargos, mas são apenas dias em um mar de meses e anos de felicidade possível à nossa atual situação

evolutiva. Pensemos que mesmo em dias nublados o Sol não deixa de se esforçar por trazer até nós as suas brancas luzes, como nos indicando que aconteça o que acontecer estamos aqui para brilhar, para iluminar e portanto sermos felizes! E como exemplo maior do valor que devemos atribuir à vida não podemos deixar de destacar Ele: Jesus! Esse ser iluminado que mesmo diante da sua missão, mesmo diante da dor física e da incompreensão dos seus irmãos em carne, não deixou de viver, de sorrir, de levar alegria aonde fosse ou estivesse. Você acha que no cumprimento de sua missão Ele deixou de trazer a vitalidade de Deus, que tudo impregna, para seus irmãos, fossem eles crianças ou adultos, homens ou mulheres? Não é possível pensar de outra forma senão na de que o Cristo tenha levado vida a tudo e a todos incondicionalmente: curou, sorriu, conviveu fraternalmente, devolvendo a vida a quem a esquecera quer por abafamento da matéria quer por simples desânimo. Abençoemos a vida com o nosso trabalho e bom ânimo! Mostremos a Deus e a nossos irmãos como é bom viver! Fora os excessos que só a corroem! Fora os sentimentos que nos diminuem o horizonte iluminado e largo que ela nos descortina! A vida é bela e rica para quem souber e quiser viver. Tomemos a vida por mãe. Mãe, essa que nos oferece “n-oportunidades” de crescer, de amar, de sermos felizes, de ajudar uns aos outros, de construirmos de tudo um pouco e de aprendermos sempre! Mãe que nos oferece o tempo para compreendermos melhor os problemas (muitos deles causados por nós mesmos...), tempo para nos consolarmos das nossas quedas e tempo para nos corrigirmos dos nossos erros! Mas não nos esqueçamos que a vida é mãe justa, que para tudo não nos tira o mérito do esforço, desse suor que só quem luta reconhece o valor: viver! 1 – Nações Unidas no Brasil: http://www.onu-brasil. org.br/documentos_direitoshumanos.php


Música Água da vida Marcelo Manga Tem certos dias na vida da gente Em que parece que o Sol escurece E não sabemos ao certo o rumo Nada é o que parece Mas num momento da vida da gente Alguma coisa acontece E tudo aquilo que era importante Fica pra trás e desaparece A Alma humana é tão inquieta Vive buscando cada vez mais Somos sedentos da água da vida Tentando alcançar paz

Você já conhece a MEAL? Não?! Então nos visite! Nossa reunião principal acontece aos sábados, de 13 às 14h30min na sala 2 do CELD. Desejando falar conosco, escreva para: mealcontato@yahoo.com.br Nosso site está no ar! Acesse www.celd.org.br/meal.

Poesia

Vai e descobre que o mundo é seu Deixa o amor te guiar Cuida da sede do teu irmão Que a tua passará

Poesia Ser feliz

Luiza França

Ser feliz é estar bem ou é fazer o bem?

“Deus em ti” Saulo Monteiro Procurando Deus por aí Deparei-me com a Mãe Natureza De esplendor em esplendor Constatei sua realeza.

Mergulhe, observe, sonde Sua natureza divina Isso fará tua vida Mais pura e cristalina.

Procurando Deus por aí Encontrei outro irmão Que beleza, que construção, É um corpo humano em ação.

Do pensamento à ação Vá mudando a atitude E como bom cristão Vencendo a vicissitude.

Mas certo dia ouvi dizer: Deus está mesmo em você. Mergulhando então em minh’alma Encontrei Deus nessa calma.

Conhece-te, pois, a ti mesmo E enfrenta o teu problema Pois Deus que habita em ti Será sempre alvo e lema.

Ser feliz é ter dinheiro ou é ter histórias para contar? Ser feliz é rir de alguém ou é rir com alguém? Ser feliz é não ligar para o que pensam, é sonhar, é arriscar. Ser feliz é olhar para trás e rir do que já te fez chorar. Ser feliz é se sentir útil, é ter a certeza de que um dia seremos “maior” do que tudo o que nos rodeia, ser feliz é superar o que te impedia de crescer. Ser feliz é ter ou é ser ?

Aproveite!!! Já está à venda o CD com mensagens de Antônio de Aquino na voz de Altivo Pamphiro na Livraria Espírita João de Deus, no CELD.

Ser feliz é simplismente viver e viver é ter a certeza de que um dia todos seremos felizes.


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