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Distribuição Dirigida
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Ano 1 - Nº 01 - Agosto / Setembro 2011
SÁLOA FARAH O poderoso timbre e gingado da mais nova promessa da MPB
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Ap Mercado Fonográfico As estratégias adotadas para driblar a queda nas vendas das mídias físicas, a pirataria e a aposta na comercialização da música digital.
Ecad Dúvidas e esclarecimentos sobre a arrecadação e distribuição de direitos autorais.
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Prêmio Musique
Uma letra inédita, uma parceria entre artistas famosos e novos talentos da música brasileira e muita criatividade.
ÍNDICE
Agosto-Setembro 2011 | Ano 1 Nº 001
Pronta para o sucesso O poderoso timbre e gingado da mais nova promessa da MPB
| Por Daniela Nunes
FOTO: GEREMIA
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FOTO: INÁCIO
SáLOA FARAH
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ECAD
Dúvidas e esclarecimentos sobre a arrecadação e distribuição de direitos autorais por Eduardo Pimenta 37
SAÚDE VOCAL
Os alimentos que podem e os que devem ser evitados pelos cantores para melhorar o desempenho de sua voz
| Por Janaina Pimenta MERCADO FONOGRáFICO | Por Daniela Nunes PRÊMIO MUSIQUE
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Uma letra inédita, uma parceria entre artistas famosos e novos talentos da música brasileira e muita criatividade compõem a fórmula dessa premiação | Por Daniela Nunes
PERFIL 05 – Arquiteto Acústico - Egídio Conde 13 – A&R - Murilo Pontes 17 – Compositor – Altay Veloso
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SEçÕES
As estratégias adotadas pelas gravadoras para driblar a queda nas vendas das mídias físicas, a pirataria e a aposta na comercialização da música digital 18
PERFIL COMPOSITOR Altay Veloso
09 – Música S/A 20 – Carreira 21 – Studio Mix 26 – Rádio/TV/Filme/Teatro 32 – Music Centre 39 – Na Estrada 44 – Impacto Urbano 49 – Vida Noturna 52 – Guia de Rádios
22 – Executivo – Emanuel Carneiro 42 – áudio - Denio Costa 48 – Marketing – João Carlos
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EXPEDIENTE
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Diretor de Geral Paulo Nazarito - pnazarito@pullsar.com.br Coordenador Executivo Paulo Oliveira - paulo@pullsar.com.br Redação: Jornalista Responsável Samuelito Mares
Repórter/Redação Daniela Nunes - danielanunes@pullsar.com.br Revisão
Marta Rocha Adriana Falcone
Arte / Designer Afonso Motta – codecvideo@live.com Assistente de Arte Leonardo Vieira Departamento Comercial comercial@pullsar.com.br Wander Nascimento Jorge Ribeiro
Colunistas:
Denio Costa Eduardo Pimenta Janaína Pimenta Kiko Ferreira Renata Constantino Lara Tárik de Souza
Colaboradores: Mauro Andrade Moura, Amanda Villaça, Jandayra Guimarães Oliveira, Murilo Pontes, Geraldo Bicalho, Ivan Chagas, Isabella Vieira Sette, Alexandre Pimentel. Sugestões de artigos e informações: info@pullsar.com.br Atendimento ao leitor: cartas@pullsar.com.br Pullsar é uma publicação da Naza Editora Rua Guajajaras, 1470/1407 - Barro Preto Cep: 30180 -101 – Belo Horizonte – MG Telefone: (31) 3011-2962 www.pullsar.com.br - contato@pullsar.com.br Impressão: Gráfica Del Rey Tiragem: 10.000 exemplares
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CARTA AO LEITOR Chegamos. Bimestral, plural, não só para alguns, mas para todos os profissionais desta nossa indústria musical. Chegamos pulsando como todos os que vivem da música e pela música. E como não poderia deixar de ser quando falamos de música, somos movidos a desejos, não só a objetivos. Desejo de ser útil, de servir como conexão aos isolados pelas barreiras de entrada do nosso mercado fonográfico. À primeira vista, pode soar como algo um tanto demagógico, mas não o é. A demagogia é solista. Não faz duo com os desejos de ninguém. Entre os nossos desejos estão o de dividir com o leitor nossas ideias e o de lhe oferecer conteúdo exclusivo, informações pertinentes, que possam ajudá-lo a levar a sua música até a próxima fronteira. Expostos os desejos, vamos às propostas. A Pullsar estará atenta a toda a geografia do seu mercado. Desde a celebração de contratos nas reuniões corporativas até as apresentações solo em pequenos clubes. Estaremos também à procura de informações preciosas, dicas de especialistas sobre como se manter vivo no mercado e ainda os fatores que contribuem para a descoberta do sucesso. A Pullsar irá pesquisar, analisar e descrever para o seu leitor o ofício de fazer música. Fundada no princípio de que a arte desconhece limites entre o anônimo e o consagrado, a equipe da Pullsar foi constituída por leitores e críticos ativos, com apelo amplo sobre o universo que abrange compositores, radialistas, editores, produtores, agentes artísticos, jornalistas, empresários, advogados, publicitários, executivos de gravadoras e, naturalmente, o artista e o músico em início de carreira. A Pullsar chega num momento muito oportuno. Nunca a música esteve tão presente na vida das pessoas como agora. A tecnologia tirou a música de seus espaços tradicionais e a trouxe, ainda mais, para dentro de nós. Sem que possamos perceber, tão rapidamente, somos todos partner de uma mágica repetida muitas vezes na nossa rotina cercada de possibilidades. Basta apertar um botão para sentir, na música, o real à nossa volta. Esta rotina, cercada de possibilidades, quase sempre nos embaça a percepção da própria magia e a Pullsar está chegando para ajudar na focagem de algumas lentes sobre o que acontece no mundo das notas musicais. Se a tecnologia por vezes nos confunde, a música não nos ilude. O real é o sensível e não simplesmente o pensável e é para estes que sentem e fazem sentir a música que decidimos realizar uma revista para além das suas páginas. Paulo Nazarito
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PERFIL
P - Como surgiu a ideia de montar o estúdio Audiomobile e qual a importância dele para o mercado atual? E - Eu e o Peninha Schmidt (técnico dos Mutantes, produtor, dono do Selo Tinitus e atual superintendente do Auditório Ibirapuera) trabalhávamos nos estúdios da Continental/Chantecler, no comecinho dos anos 80, e eu remontei uma Ampex AG440 de ½ polegada que estava encostada num canto, com 4 canais, em cases para facilitar o transporte e começamos a gravar ao vivo em São Paulo e no Rio alguns LPs para a Chantecler. Gravamos Elomar e Parcelada Malunga, Waldir Azevedo, Tonico e Tinoco, no Municipal, Sargentelli e suas Mulatas (instalamos o equipamento no camarim delas) e nos apaixonamos por gravação ao vivo. Tínhamos um pequeno sonho de comprar um furgão do tipo “Doces Neusa” que circulava na época, e montarmos nosso equipamento dentro dele. Durante algum tempo o projeto se chamou Doces Neusa, e damos risada quando lembramos disso até hoje. O Peninha foi ser produtor musical e eu continuei com a ideia, mas não deixei de trabalhar na Continental. Montei um equipamento de 16 canais numa kombi e mantive meu estúdio móvel, gravando nos finais de semana, enquanto estive sob a chefia do presidente da Continental, Alberto Byington, uma pessoa de grande caráter e honestidade, por quem tenho muita admiração. Nesse veículo, gravamos Zimbo Trio, Ultrage a Rigor ao vivo, Festivais, Itamar Assumpção (As próprias custas SA), Premeditando o Breque ao vivo e mais de 600 LPs. Também gravamos o acústico do Legião Urbana para a emissora MTV em meus dois sistemas digitais PCM Sony com 8 canais, inédito na época.A Kombi durou 13 anos até se desmanchar. Uma das últimas coisas que gravamos com ela foi o CD Chico César “Aos vivos” que também coproduzi. Um disco maravilhoso, de um amigo inesquecível. Posteriormente, montamos o equipamento em outros carros, procurando adequá-lo às
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FOTO: ARQUIVO PESSOAL
A música começou a fazer parte da vida de Egídio Conde desde muito cedo. Com apenas 11 anos, o garoto já estudava órgão num maravilhoso Hammond C3 e acompanhava de perto os grandes sucessos de Elvis Presley e Shadows. Alguns anos mais tarde, influenciado por toda a sonoridade da época e pela chegada da beatlemania ao Brasil, ele começou a tocar baixo. Sua preferência pela guitarra veio um pouco depois, e esse instrumento se transformou em seu fiel companheiro, acompanhando-o nas bandas Moto Perpétuo, Som Nosso de Cada Dia, Os Três Patetas e Meio, dentre outras. Na metade da década de 70, a relação entre esse homem e sua guitarra já estava tão afinada que, por duas vezes consecutivas, Egídio Conde foi considerado pela revista Rolling Stone o melhor guitarrista brasileiro, entre os anos de 74 e 76. Mas, mesmo com um reconhecimento tão grande, Egídio decidiu se enveredar por outros caminhos. Tornou-se engenheiro eletroacústico, arquiteto acústico e até hoje já orientou e construiu mais de 15 estúdios de gravação, além de ser dono das unidades do estúdio móvel Audiomobile. P - Egídio, como surgiu seu interesse pela área de engenharia acústica e como foi até você montar o Audiomobile? E - Com a minha saída das bandas, nos anos 70, tornei-me técnico de PA e trabalhei em turnês com Astor Piazzola, Roberta Kelly e Village People. Acho que foi a necessidade de gravar minhas próprias músicas e o desenvolvimento de um conhecimento técnico que me levaram a ser engenheiro de gravação. Daí a trabalhar em gravação para outros músicos foi uma consequência. Li tudo o que havia disponível sobre áudio, acústica, e, como sou formado em Desenho Industrial, juntar tudo foi um passo. Já como arquiteto acústico, construí mais de 15 estúdios, inclusive um em Manaus, um ante-projeto em Angola e os projetos de estúdios como o de Chico César, Classic Master, Voz do Brasil, Dr. DD Eletromúsica e MCR.
operações. Hoje, temos uma unidade Digital HD e outra analógica com console Midas, que adoro. P - Como você descreveria sua história nesses quase 30 anos de Audiomobile? E - Em 30 anos, vimos a música e o mercado musical se transformarem tecnicamente e a evolução dos sistemas de gravação do analógico para o digital, facilitando e expandindo o universo técnico. Com o advento da internet, a propriedade legal de qualquer forma artística se extinguiu. Hoje, ninguém é dono de nada, e, realmente, nem deseja adquirir uma música em formato de mídia comprada, já que tudo pode ser obtido gratuitamente. Uma consequência drástica disso é a perda da qualidade. O padrão atual de qualidade é o de MP3 e YouTube. Espanta-me ver que as pessoas estão satisfeitas com isso. Há alguns anos ouvir um LP ou ver um DVD em um sistema de som e imagem de qualidade era uma forma de dar prazer aos sentidos, coisa que atualmente para uma boa porcentagem que possui Ipod e 3000 músicas no HD não é possível. Nosso desafio durante esses 30 anos foi registrar da melhor forma possível a música que passasse por nossos faders, monitores e gravadores. Temos o orgulho de dizer que, nesse tempo, nunca perdemos nenhum registro do que fizemos, e que, por sermos um país sem memória, isto é uma conquista.
P - Já passaram pelo estúdio artistas de diferentes estilos como Tom Zé, BB King, Ed Motta, Shaman, Angra, Jamil e Uma Noite, Faith No More e Rolling Stones. Dentre tantos trabalhos, existe algum que tenha sido mais marcante? Qual e por quê? E - Certamente foi um desafio para a nossa equipe gravar os Stones em Copacabana para a Rede Globo, juntamente com Kooster McAllister, dono e engenheiro da Record Plant NY e Carlos Ronconi, da Rede Globo. Usamos 200 metros de multicabos sobre a passarela da avenida, 72 canais de gravação e envelhecemos cinco anos em quatro dias. Outros trabalhos, trazem-nos boas recordações, como Diana Krall (Live in Rio), Maria Bethânia, Chico Buarque, Rita Lee, Capital Inicial e Paralamas, em Brasília. Mas lá no fundinho sempre lembro com carinho de uma gravação ao vivo que fizemos há muitos anos de Dick Farney, quando após um show maravilhoso, ele chamou os casais que o assistiam para que viessem para a pista, dançar, enquanto ele cantaria para eles, relembrando os tempos do Cassino da Urca. Nunca esqueci a lição de humildade do grande artista que foi Dick Farney, de que a música é uma dádiva feliz e uma arte capaz de emocionar e elevar o ser humano a alturas que ele jamais imaginaria. Por Daniela Nunes
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EXECUTIVA Produtora Capim Limão
Randal Farah & Paulo Farah Capim Limão Produções é uma parceria entre Randal Farah, teatrólogo e gestor cultural e Paulo Farah, produtor fonográfico e engenheiro. A Capim Limão preparou uma cesta de serviços que vai da criação e produção de shows e eventos esportivos à elaboração e agenciamento de projetos nas mais diversas modalidades do setor, atendendo artistas, atletas, grupos e companhias, clubes, empresas e governos. São produtos do grupo a cantora Sáloa Farah e a Companhia Teatral Gruta da Lua. Estão na cesta de produtos associados os musicistas Roberto Menescal, Paulo César Feital e Altay Veloso; o humorista Maurício Manfrini (o Paulinho Gogó da Praça é Nossa – SBT); e o artista plástico Cláudio Montagna.
Contatos: c o n t a t o @ capimlimaoproducoes. com.br - Tel.: 021 78760959 ID 55*88*5194 (Paulo), 021 82062023 (Randal)
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TECNOLOGIA
Em 20 anos Falar de tecnologia há 10 ou 20 anos, certamente era menos penoso. Nos dias de hoje, corre-se o risco de ao se terminar um texto ele já estar obsoleto, antes mesmo de ser revisado. Os avanços tecnológicos correm a velocidade da luz, para ser mais simplista. Espero que leiam logo antes que este texto torne-se arcaico. O curioso é que o período arcaico foi marcado por avanços, mas isso é assunto para outra oportunidade. Estamos em plena convergência tecnológica onde o ator principal é o celular. Já podemos fazer “música”, comandar equipamentos a distância, tirar fotos, ouvir música e tocar instrumentos em um celular. Muitos destes aparelhos são capazes até mesmo de fazer ligações telefônicas. Não é fantástico?
três sensores que podem ser conectados ao instrumento ou ao corpo do músico os sinais podem ativar sons.
Entre os mais famosos Smartphones está o Iphone. Na App Store, loja virtual da Apple, há diversos aplicativos destinados à música, e a maioria é para músicos amadores, com metrônomos, guitarras e treinamento auditivo. Existe uma minoria destinada a músicos, produtores musicais e técnicos de gravação. Pode funcionar até como controle
DAW (Digital Audio Workstations - Protools/ Logic Live/Cubasic IC, Midi). remoto de
A empresa também desenvolveu o aplicativo TouchOSC que é uma superfície de controle modular OSC (Open Sound Control) e Midi para Iphone, Ipad e Ipod Touch. A empresa alemã Pilotfish desenvolveu um celular dedicado a produção musical. A tecnologia permite a edição de música a partir da torção do aparelho atuando em até três faixas distintas (tracks). O objetivo é atender os músicos amadores. Com alguns avanços poderão chegar a atender outras demandas. Por meio de
O sistema suporta recepção e envio de OSC sobre uma rede WiFi usando o protocolo UDP, enviando e recebendo informações Midi. Entre os softwares estão o Apple Logic Pro/Express, Renoise, Pure Data, Max/MSP/ Jitter, Max for Live, OSCulator, VDMX, Resolume Avenue 3,
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Modul8, Plogue Bidule, Reaktor, Quartz Composer, Vixid VJX16-4, Supercollider, FAW Circle, vvvv, Derivative TouchDesigner, Isadora e muitos outros. A interface possibilita diversos controles por meio de toque na tela, como:
• Faders
• Rotary controls
• Push buttons
• Toggle buttons
• XY pads
• Multi-faders
• Multi-toggles
• LEDs
• Labels
• Time & battery displays
Já o eScoope é uma ferramenta de software para gravação e transmissão ao vivo sobre IP, desenvolvido para o Iphone. Hoje, o Ipad é a coqueluxe do mercado do áudio, vídeo, iluminação e automação. A maioria dos fabricantes já desenvolveu aplicativos para que seus equipamentos possam ser controlados por ele. Microfones sem fio da AKG, mesas digitais da Yamaha, Digidesign e Allen & Heath, amplificadores Crown, Alesis e Analisadores de espéctro da Rational Acoustics, estão entre estes equipamentos.
Além da parte técnica, há ainda a intercomunicação. Por meio do aplicativo “Viber”, encontrado na Apple Store, usuários do Ipad podem se comunicar gratuitamente, bastando para isso estar conectados. Veja link para vídeos: http://hexler.net/software/touchosc
Grande abraço a todos os leitores da Pullsar. Nosso mercado estava mesmo precisando de uma publicação como esta.
Colunista: Denio Costa
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Horário de Funcionamento: segunda a sábado 11:30h às 23h domingo de 11:30 às 17h. - Tel: (31) 3375-2640
MÚSICA S/A
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comercialização – seja via portais de música, “rádios corporativas” de marcas (como Oi FM), e vendas online – têm se apresentado como alternativas de negócios para as gravadoras que estão reinventando seus serviços. De acordo com o levantamento mundial Digital Music Report 2011, realizado pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), as vendas de música digital no mundo, por exemplo, cresceram 6% no ano passado – gerando um total de US$ 4,6 milhões e cerca de 1.000% desde 2004. Em 2010, a arrecadação dos canais digitais representou 29% das receitas das gravadoras. Mais de 13 milhões de faixas de música disponíveis para download legal movimentam esse mercado por meio de 400 serviços autorizados de música em todo o mundo,
Embora, esse serviço, de fato, seja uma vantajosa alternativa, os downloads de músicas ainda são a principal fonte de receita digital. Em 2010, na América Latina, Argentina, Brasil e México representaram mais de 80% das vendas de música digital em toda a região, sendo que apenas no Brasil o faturamento das gravadoras aumentou mais de 30% apenas com a venda em canais digitais. O faturamento através desses meios representou quase a metade das receitas das gravadoras americanas, impulsionado por uma combinação entre o aumento de receitas digitais e o declínio acentuado nas vendas de CDs. Declínio esse, causado, em parte, pelo fechamento de lojas físicas de todo o país. Vendas unitárias de uma única faixa aumentaram 1% em 2010 e de álbuns digitais cresceram até 13%.
FOTO: DARYAN DORNELLES
Por um lado, a pirataria, as facilidades trazidas pela internet, a queda nas vendas de CDs e DVDs em formato físico e a mudança na forma de consumir música enfraqueceram o poder e a atuação das grandes gravadoras. Por outro, o mercado da criação, da produção, da composição e dos shows estão a pleno vapor e mais pulsantes do que nunca. Encarado como um momento de crise por uns, e um período desafiador por outros, o fato é que o mercado fonográfico passa por uma fase de reconfiguração e precisa encontrar alternativas para algumas questões que se impõem a todos que participam do meio musical. Thomas Roth, diretor geral da produtora Lua Music, é um dos que acreditam que o mercado de vendas de mídias físicas está, sim, em crise e acrescenta que, além da Internet, outros fatores acabaram decretando a sentença de morte da clássica indústria fonográfica. Entretanto, ele reconhece que nunca houve tanta produção musical quanto agora. “Todos os dias, nascem centenas e centenas de novos fonogramas. O problema é resolver a questão de como o compositor poderá sobreviver sem a venda de discos ou qualquer outro suporte físico. O intérprete e o músico ainda têm a opção de ganhar dinheiro via show. O compositor não”, observa. Tanto por esse quanto por outros motivos é que João Augusto, proprietário da gravadora Deck, destaca um dos maiores desafios do mercado fonográfico atualmente: o de definir qual a melhor forma de explorar a música em tempos de tamanha diversidade de formatos. Ele também cita a dificuldade de se passar do antigo conceito de distribuição musical para o novo, ainda não tão bem definido. Porém, a despeito desses pontos, João não considera o atual momento como uma crise. “Crise é para quem se desanima ou desiste. O mercado está desafiador. Temos que achar novos caminhos”, destaca ele. Por enquanto, nesse contexto, as ferramentas digitais de distribuição, divulgação e
João Augusto
serviços esses que envolvem desde lojas que oferecem downloads e discos, rádio na Internet e modelos de subscrição on-line em canais de vídeo, até serviços de streaming. “Me parece bem claro que, cada vez mais, estamos caminhando para esse recurso e não para o download. Não há mais por que armazenar músicas na sua máquina, quando está tudo disponível e acessível”, pontua Thomas Roth.
Nesse universo, apenas o iTunes é responsável pela comercialização de aproximadamente 10 bilhões de downloads (em escala mundial) desde que foi criado em 2003. “Ele foi acompanhado por uma série de concorrentes, incluindo Amazon, 7digital, HMV e Tesco. Alguns analistas acreditavam que as lojas de download decretariam a morte do álbum, mas os fãs de música ainda estão interessados em
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MÚSICA S/A
O IFPI Digital Music Report 2011 ainda aponta que música e jogos lideram as indústrias criativas no meio digital, representando, respectivamente, 29% e 39% das receitas globais de compartilhamento digital. O estudo também mostra que o valor do mercado de música digital atual corresponde a quatro vezes mais o faturamento online gerado pela indústria cinematográfica (1%), do livro (2%), e do jornal (4%). A pirataria Todo esse trabalho de investimento nos produtos musicais e na sua distribuição foi a forma encontrada para estimular o consumidor a escolher caminhos legais na aquisição de músicas e enfraquecer a pirataria. Porém, a pirataria existe em grande escala e está crescendo cada vez mais por meio do compartilhamento de arquivos em redes peerto-peer (P2P), comocyberlockers, serviços de streaming e fóruns ilegais. De acordo com o estudo do IFPI, apesar do aumento em mais de 1.000% do mercado de música digital de 2004 a 2010, a receita global de música gravada diminuiu 31%. “Em face da pirataria, mesmo as estratégias mais progressistas (de centenas de licenciamentos de serviços de música digital) têm sido incapazes de impedir o declínio no mercado da música, em geral legítimo. Esse declínio continuará caso não sejam tomadas algumas medidas”. No estudo, consta ainda que o Brasil e a Espanha são os mercados com o maior número de pessoas que acessam os serviços não licenciados, com 44% e 45%, respectivamente, dos usuários de internet ativos que selecionam serviços não licenciados em um único mês. O IFPI Digital Music Report 2011 ainda revela que a pirataria está batendo o investimento em novas músicas a uma escala global. “Até 2015, a pirataria será responsável pela perda de 1,2 milhões de postos de trabalho na Europa. As perdas acumuladas nas vendas da indústria fonográfica na Europa vão atingir os 240 bilhões de euros, no período entre 2008 e 2015, devido à pirataria”, indica o estudo.
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Outras estratégias frente à nova realidade De fato, apostar em música digital está sendo uma opção lucrativa, mas não é a única adotada pelas gravadoras para se manterem no mercado neste momento. Uma das estratégias adotadas por estas empresas é a de gerenciar e se tornar “parceira” na carreira dos artistas. A presidente da Associação Brasileira de Música Independente (ABMI), Luciana Pegorer, explica que aquele modelo em que a gravadora bancava tudo, até a vida do músico, acabou. “Agora, todo mundo tem que botar a mão na massa e no bolso também. Hoje, mais do que gravar discos, essas companhias fonográficas trabalham carreiras com os chamados contratos 360°, nos quais elas atuam em parceria com o artista na produção de discos, mas também na venda de shows, publicidade, patrocínios, branding, polimento de imagem, e tudo que contribua para transformar o artista em sucesso”, destaca ela. Nesse contexto, Thomas Roth acredita que está mais difícil para um artista ser contratado por uma gravadora, já que devido ao pequeno lucro sobre a comercialização de CDs e DVDs físicos e à pirataria, há uma grande incerteza em relação ao retorno do investimento nos músicos. Segundo Roth, hoje a Lua Music investe em novos produtos e artistas, porém, em casos específicos. “A Lua é uma gravadora muito pequena e já temos tudo organizado e planejado até o fim de 2012.
E hoje, nosso olhar é obrigatoriamente mais comercial, não apenas artístico. Se o artista pretende mandar o CD para nós, achando que vamos investir 100% nele, pode esquecer. Não há mais fôlego e dinheiro para isso. Ele tem que ter um investidor ou um projeto que nos interesse para participarmos junto. Ou, no mínimo, as contas têm que ser previamente discutidas com clareza e objetividade, lembrando que gravadora não é financeira, nem entidade beneficente”, ressalta. Thomas Roth explica como a Lua Music encontra novos artistas 1) Muita gente manda material para gente. 2) O Programa “Qual é o seu Talento” é uma grande vitrine, na qual aparece muita gente interessante. 3) Recebemos a indicação de muita gente, por intermédio de amigos e conhecidos e dos próprios artistas da Lua Music. 4) O produtor musical da Lua Music monta vários projetos e está sempre atento. Porém, trabalha mais visando artistas mais antigos, mais velhos. A Lua Music tem este perfil. De trazer também à luz, artistas esquecidos ou abandonados, por meio de projetos temáticos. Muitas coisas podem me chamar a atenção num artista. Seu carisma, sua personalidade, sua voz diferenciada, sua atitude, sua musicalidade. Depende muito. Cada artista tem a sua magia e um não precisa ter a ver com outro.
FOTO: DIVULGAÇÃO
possuir um corpo de trabalho de seus artistas favoritos. Artistas, de Bob Dylan a Jay-Z, estão arrebanhando fãs através de vendas de álbuns premium, que incluem conteúdo adicional, como imagens de bastidores exclusivos e jogos. Vendas de álbuns digitais aumentaram mais acentuadamente do que singles em 2010 e representaram 17,5% de todas as vendas de álbuns no Reino Unido e 26,5% nos EUA”, revela o estudo.
Thomas Roth
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MÚSICA S/A Qual a melhor forma para o artista enviar o seu material para a gravadora? Isso é o que menos importa. Pode ser um simples link no Youtube, no Myspace ou qualquer outro portal. Pode ser um CD, um DVD. Um pen drive. Tanto faz. Na sua opinião, o que um artista não deve fazer em começo de carreira? Mentir, querer agradar a todo mundo, se render ao que está na moda só para facilitar seu caminho, achando que “depois, quando ficar famoso, eu mudo para o que eu quero”. Pode esquecer. O artista que fica estigmatizado como cantor sertanejo jamais poderá virar um pagodeiro. Ou, o cara é roqueiro, mas sabe que o público está “comprando sertanejo”, então ele cede achando que depois, lá na frente, poderá voltar a ser roqueiro. Esquece. As pessoas, os jornalistas, os radialistas, todo mundo, só querem saber “em que prateleira eu coloco este produto?”. Depois de rotulado, é praticamente impossível mudar “o rumo do barco”. Um dos investimentos atuais dessa gravadora é na banda chamada 2ois (lê-se Dois), em que a empresa irá atuar como “sócia” na confecção de seus discos, clips, na divulgação e nos shows. No caso do cantor Cauby Peixoto, a Lua Music está gravando três CDs em homenagem aos 60 anos de carreira do artista e bancando toda a produção dos discos e do show. “Nossa participação será na venda dos CDs/DVDs e nos shows por nós produzidos. Estamos, também, fechando uma parceria com um grupo de pagode chamado É D + que está com música estourada tocando na Transcontinental. Neste caso, estamos fazendo um licenciamento. Eles bancaram o CD (produção, gravação, músicos, estúdios etc) e nós vamos cuidar da fabricação dos CDs, distribuição e uma parte da divulgação. Também faremos alguns shows em conjunto nos quais teremos participação sobre esses shows”, conta Roth. Já em relação à contratação de novos artistas pela gravadora Deck, João Augusto não dá muitos detalhes, mas afirma que a empresa sempre se caracterizou por lançar novidades musicais de todos os gêneros. “Foi assim com Pitty, Grupo Revelação, Sorriso Maroto, Teresa Cristina, Edson & Hudson e muitos outros. Lançar, muito mais do que investir, significa abraçar um projeto em todas as suas necessidades. Essa é a nossa atividade principal”, enfatiza.
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João Augusto, como a Deck encontra novos artistas? Isso é muito relativo. O que norteia, de forma geral, é a intuição. Existe alguma coisa que um artista não deva fazer em começo de carreira? Não vejo nada que alguém não deva fazer. Qual a melhor maneira para ele enviar seu material para a gravadora? Pelas formas normais que permitam que o trabalho seja ouvido ou visto. Nada de especial.
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30% --- O percentual de receita investido pelas gravadoras em A&R e comercialização.
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-77% - Queda estimada em vendas do álbum de estreia da unidade no top 50 mundial 2003-2010. Na receita global do top 50 turnês em 2010 -12% - Queda na receita global do top 50 turnês em 2010
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1,2 milhão --- O número estimado de postos de trabalho que serão perdidos nas indústrias criativas européias, devido à pirataria em 2015.
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€ 240 bilhões – Valor estimado da perda de receitas, nas indústrias criativas européias, devido à pirataria entre 2008-2015.
Tendência de mercado Atualmente, os coringas das gravadoras são o gospel, música católica, techno brega, sertanejo e todos os estilos hiper populares, como aponta Luciana Pegorer. Mas para Thomas Roth, a música sertaneja está com uma força e poder assustadores sobre o mercado brasileiro. “Outras máquinas poderosas, como as do axé, do pop e do pagode tiveram que se render aos sertanejos que estão, literalmente “tomando conta”, dominando o Brasil. É incrível”, observa. Música Digital - Resumo das estatísticas •
U$13 milhões -- Faixas licenciadas pelas gravadoras para serviços de música digital.
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Mais de 400 serviços digitais de música licenciados em todo o mundo.
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U$ 4,6 bilhões -- Valor comercial do mercado de música digital no mundo.
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6% de crescimento da receita global de música digital em 2010. 29% -- A proporção de lucros globais das empresas fonográficas obtidos através de meios digitais
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+ 1000% -- O aumento do valor do mercado de música digital 2004-2010.
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-31% -- A queda no valor da indústria global de música gravada 2004-2010.
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16,5% -- A proporção de usuários de internet na compra de música digital nos EUA.
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EUA U$ 5 bilhões – Valor estimado, investido pelas empresas nos artistas em 2009.
A Lua Music Há mais de uma década no mercado, a gravadora e também distribuidora comercial Lua Music se orgulha de sempre ter buscado formar um catálogo fonográfico de qualidade, dando espaço para novos músicos e talentos à margem da mídia. Segundo a assessoria da gravadora, um dos preceitos básicos da Lua Music é dar liberdade total para o músico, intérprete ou compositor e, a partir desse critério, oferecer ao mercado uma música brasileira de vários estilos. A Lua Music aposta na diversidade e tem em seu cast artistas, como a banda 2OIS, a cantora Rebeca Matta, Baden Powell, Alaíde Costa, Wanderléa, Cida Moreira e Cauby Peixoto; passando pelo eletrônico do Djs Zé Pedro, Oil Filter, Dj Magal e Automan; pelo samba de Moacyr Luz, Guilherme de Brito e Velha Guarda do Salgueiro; até o instrumental de Keco Brandão, De Puro Guapos, Cor das Cordas e Alexandre Guerra. www.luamusic.com.br A Deck A Deck iniciou oficialmente suas atividades como gravadora em abril de 1998, com distribuição da Universal Music, e contou, no ano seguinte, com a parceria da Abril Music na distribuição dos lançamentos da Deck . Logo em seus primeiros anos de existência, a gravadora produziu trabalhos com bandas como Ultraje a Rigor, Ira! (de 1999 a 2001), e Falamansa. O CD de estreia desse grupo, lançado em 2000, atingiu a impressionante marca de 1 milhão e 500 mil cópias vendidas. E, no mesmo ano, a estreia do grupo Rastapé ultrapassou as 300 mil cópias vendidas (Disco de Platina). Pag 11
MÚSICA S/A Em novembro de 2001, a Deck tornou-se a primeira gravadora 100% independente do país, ao inaugurar sua própria distribuição, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, a gravadora fechou 2002 com o segundo CD mais vendido no ano (Grupo Revelação – 690 mil cópias) e em 2003 já tinha 1,78% do mercado. Em 2004, essa participação saltou para 2,66% e em 2005 para 3,28%. De acordo com o site da gravadora, esse percentual vem se mantendo, apesar das oscilações do mercado. Na área artística, a Deck caracteriza-se pelo lançamento de novos talentos de todos os gêneros. No Samba, a Deck tem como destaques em seu cast o Grupo Revelação e também Bokaloka, Sorriso Maroto e Swing & Simpatia. Já no Rock, a baiana Pitty, a banda Nação Zumbi, Cachorro Grande, Dead Fish, Matanza, Mukeka di Rato, Ratos de Porão e Ultraje a Rigor. Paralelamente, a Editora Musical Deck conta com cerca de 4 mil músicas editadas e mais de 2 mil já gravadas. Entre seus autores, encontram-se grandes arrecadadores de direitos autorais do Brasil, como Tato (Falamansa), Pitty, Zé Henrique (da dupla Zé Henrique & Gabriel), Thais Nascimento, Miltinho Edilberto, Eduardo Krieger, Edgard Scandurra (Ira!), Roger Moreira (Ultraje a Rigor), Teresa Cristina, Pedro Miranda e integrantes do Grupo Revelação, do Sorriso Maroto e das bandas Dead Fish, Gram, Cachorro Grande e Ludov. Em 2007, a Editora adquiriu mais de 3 mil copyrights da Abril Publishing, ligada ao Grupo Abril de Comunicação. Na área de web, a Deck tem sido pioneira em várias ações, destacando a criação da primeira loja virtual de música, Deckpod, em dezembro de 2005. Ainda, de acordo com o site, a Deck prepara a ampliação de sua base de negócios, ao abandonar o antigo conceito de companhia de discos e adotar novos formatos de comercialização de música. www.deckdisc.com Por Daniela Nunes
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PERFIL A & R Quando adolescente, ele era um “rato” de lojas de discos. Sempre fazia questão de estar atento aos lançamentos, às músicas e artistas de grande sucesso, e chegou até a comprar vinis a prestação usando o nome de sua mãe, já que, na época, ainda era menor de idade. Hoje, após 37 anos, Murilo Pontes é gerente de A&R do Estúdio Eldorado e tem como destaques em sua trajetória profissional o lançamento de Yamandú Costa, do grupo Travessos, do CD Clássicos do Samba (com Martinho, Dona Ivone, Jamelão e Eliane Faria) e do 49º disco do Zimbo Trio, coisa que lhe rendeu um Prêmio TIM.
Segundo Murilo, na época, a Continental e a Copacabana eram os celeiros da música brasileira e ali nasceram grandes ídolos populares. “A Continental viveu uma verdadeira década de ouro nos anos 80. Dali surgiram: Beto Barbosa, Olodum, Chiclete com Banana, Roberta Miranda, Leandro & Leonardo que foram contratados durante a gravação do terceiro disco e estouraram com a música Tapas e Beijos. Nossa editora chegou a ser a primeira em arrecadação de direitos de execução (ECAD) exclusivamente com repertório nacional”, lembra. Em 1992, Murilo começou a trabalhar na Atração, uma produtora de Wilson Souto, que havia sido seu diretor na Continental. Dois anos depois, quando a empresa entrou para o mercado de discos, sua atuação profissional se firmou na gerência do núcleo de produção artística de produtos populares. “Já no primeiro ano, estouramos o Carrapicho que se transferiu para a BMG a peso de ouro.
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MURILO PONTES
Chegar à atividade de A&R foi um caminho bastante natural e progressivo na vida desse homem. Ele não fez nenhum curso ou especialização para essa profissão, mas sabe que sua paixão pela música e a experiência que adquiriu ao longo do tempo foram fundamentais para seu trabalho. Ele começou sua carreira ainda adolescente, em 1974, trabalhando na antiga RCA – hoje, Sony Music – na área de publishing, como editor, em que fazia uma
importante ponte entre os autores e intérpretes musicais para a construção de repertórios. Em 1980, ele se transferiu para a editora da Continental/Chantecler, onde chegou a um cargo gerencial, quatro anos mais tarde, e adquiriu um grande enriquecimento musical.
Junto com eles, mais três artistas foram “comprados” pela Universal Music. A competência da Atração era tamanha que, no segundo ano, aconteceu Sine Calmon & Morrão Fumegante e, no terceiro, Os Travessos. Em pouco tempo, a Atração já era reconhecida em todo o país”. A chegada de Murilo Pontes à Gravadora Eldorado para cuidar do setor artístico e do marketing aconteceu no ano de 2000 e já nessa época ela era a maior distribuidora independente do Brasil. “Foi uma mudança grande. Eu, que vinha de um segmento popular, comecei a transitar num outro universo artístico super elitizado”, Conta. A Eldorado é o braço fonográfico do Grupo Estado – composto pelos jornais Estadão e JT, as rádios Eldorado FM e Estadão/ESPN e Agência Estado –, e sempre foi um selo de grande prestígio. Seus lançamentos geralmente são premiados pelo valor cultural e artístico que têm. Murilo
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conta que, em busca da renovação musical e do lançamento de novos artistas, em 1998, o selo Eldorado veio a complementar a parceria da Rádio Eldorado com a Visa do Brasil, no Prêmio Visa de Música Brasileira, com o compromisso de produzir e lançar os discos dos vencedores. Atualmente, a Gravadora Eldorado não mantém elenco fixo e trabalha com os artistas “disco a disco”. “A maior dedicação do selo é lançar discos em parceria com a Eldorado FM e seus especiais”, explica.
P - O que faz exatamente um diretor de A&R ? M - Entre outras coisas, o diretor de A&R é responsável (alinhado com o artista) por elaborar e desenvolver o repertório a ser gravado e definir com o marketing uma estratégia para potencializar os resultados.
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PERFIL A & R P - Dizem que um bom gerente ou A&R de gravadora sabe o quanto é boa uma banda, após uma ou duas músicas, e que ele pode até ir a um dos shows desses artistas se gostar do que ouviu. Você concorda com isso?
M - Acredito que hoje o principal desafio é investir em um artista até o ponto de maturação. Antigamente, quando uma companhia acreditava no trabalho de um artista investia-se, pelo menos, em três ou quatro discos. Hoje, com o resultado de vendas não se tem este fôlego.
M - Existe uma grande diferença entre o que é bom e o que vai vender. Acho que saber o que é bom talvez seja mais fácil do que saber o que vai vender. Mas, a maioria das companhias trabalha com resultados. Ninguém sabe exatamente o que vai dar certo no mercado fonográfico. Quem souber vai ficar rico. No fundo, acaba-se aplicando uma parte de vivência de mercado, uma produção profissional e muito trabalho. Acho que a maior parcela é o carisma do artista - alguns chamam de sorte. Conheço grandes artistas que ainda trabalham na noite para sobreviver porque por alguma razão não entraram para o grupo dos consagrados, embora não devam em talento e competência.
P - Qual a qualidade dos novos artistas que você tem conhecido? mas também precisamos de cantores. Houve uma época em que a música era a única coisa que este país produzia e que poderia concorrer de igual para igual com o primeiro mundo - como diria Vitor Martins. Hoje, tenho medo do que está acontecendo com a música brasileira. A produção quantitativa está restrita a pouquíssimas novidades. Como disse Belchior, nossos ídolos ainda são os mesmos!
de cair. Há dois anos está estável, mas precisamos de novidades para levar o público às lojas.
P - Dentre tantos trabalhos com artistas que você desenvolveu até hoje, qual deles foi mais marcante e por quê?
P - Quais são os seus crité- M - Tem uma historinha engraçarios para classificar a quali- da que aconteceu com o Carrapicho. A Atração, onde eu trabalhava dade de um artista? na época, adquiriu o catálogo da
M - Voz/interpretação e repertório Amazon Records. são essenciais. Quando o artista tem a felicidade de ser compositor o ciclo se fecha. Não dependerá de ninguém para ter um repertório.
P - Quais são os desafios de ser um A&R no Brasil?
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Após o primeiro dia de trabalho, os deixei no hotel. No dia seguinte, eles reclamaram do barulho e contaram que o hotel servia também à “alta rotatividade”. Ainda estávamos em estúdio quando recebemos a noticia de que Tic, Tic, Tac era o maior sucesso do verão na França. E eles num hotelzinho “xumbrega”.
M - Têm surgido muitas cantoras,
P - Como você analisa o mercado fonográfico hoje e P - É muito difícil um artis- quais são suas perspectivas ta atrair a sua atenção? Por de crescimento para ele? quê? M - Felizmente o mercado parou M - Não. Ouço tudo que me chega em mãos. Além disso, meus amigos sempre me dão dicas. O difícil é encontrar música original e de qualidade. Tem muita coisa parecida, uma com as outras, e confesso que já fui inebriado uma ou duas vezes. Não dá certo, o público não é bobo!
vamos no estúdio às 9 da manhã e íamos até 9 da noite. Para facilitar, arrumamos um hotelzinho perto do estúdio para que eles pudessem descansar o máximo possível.
No catálogo veio o disco do Carrapicho com a musica Tic,Tic, Tac. Mas, como este disco já tinha aproximadamente um ano, resolvemos gravar um novo. Grande parte do trabalho foi realizado no estúdio da Amazon e viemos mixálo em São Paulo para termos uma sonoridade mais pesada. Começá-
P - Que conselho você daria a alguém que quer trabalhar na indústria da música, mas não sabe por onde começar? M - Acho que atualmente o espaço na grande indústria está muito reduzido. Uma sugestão é tentar os caminhos alternativos, mas depende do rumo que se quer dar à carreira. Um caminho é começar trabalhando nas produtoras de shows, aprendendo a produzir eventos. Outro é para quem tem formação musical: Trabalhar em estúdio de gravação e aprender a manusear os diversos programas, as técnicas acústicas, melhores microfones e as especificações de cada um. Isso é fundamental para quem quer ser um produtor musical no futuro. Mas, também se pode optar por ser um advogado e trabalhar com direitos autorais e conexos, ou com leis de incentivo.
P - Qual é o erro mais comum da indústria musical hoje? M - Olha, hoje a indústria trabalha com tentativas, acertos e erros. Ainda buscamos os melhores caminhos para comercializar música. Acho que não acertar são passos inevitáveis para apurar a experiência.
Murilo fala sobre a Eldorado Sempre em busca da renovação musical e do lançamento de novos artistas, em 1998 o Selo Eldorado veio a complementar a parceria da Rádio Eldorado com a Visa do Brasil no Prêmio Visa de Musica Brasileira, com o compromisso de produzir e lançar os discos dos vencedores. Citando aqui alguns, em 1999 lançou nacionalmente Mônica Salmaso, que é considerada uma das vozes mais bonitas do país. Mais recentemente, em 2001, lançou o jovem violonista Yamandú Costa que, com sua interpretação performática, é capaz de levantar plateias das mais exigentes. Em 2004, foi a vez do jovem bandolinista Danilo Brito que emocionou uma comissão de notáveis com seu purismo na interpretação de chorinho, além de Hamilton de Holanda “gênio” no bandolim e requisitado para acompanhar os maiores nomes da MPB. Na linha de projetos culturais, o mais recente trabalho do Selo Eldorado foi o CD Clássicos do Samba, concebido pelo Ministro da Cultura Francisco Correa Weffort para a cerimônia da Ordem do Mérito Cultural de 2001. E outros prêmios vieram para comemorar os 30 anos da Gravadora Eldorado. Em 2006, o CD Conterrâneos com o mestre Dominguinhos que, além de conquistar o Prêmio TIM, foi indicado ao Grammy Latino. Em 2007, Dominguinhos ainda foi homenageado pelo Prêmio TIM. Nesse mesmo ano, o Grupo Zimbo Trio conquistou o prêmio de melhor grupo instrumental com o lançamento do disco Ao Vivo.
Por Daniela Nunes
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MÚSICA S/A
NOTAS
Artistas, músicos e técnicos em espetáculo poderão ter direito a seguro-desemprego Artistas, músicos e técnicos em espetáculo em breve poderão ter direito a um benefício que diversos trabalhadores já recebem: o segurodesemprego. A boa notícia surgiu com a aprovação do Projeto de lei (PLS 211/10) da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), em junho deste ano, pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). A matéria ainda será examinada pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), que terá a decisão terminativa.
Efrata Music Editora Há 10 anos, a transparência na relação editora-compositor e a busca pelo profissionalismo na música gospel e, sobretudo, a defesa dos direitos autorais dos compositores afiliados têm sido alguns dos pilares de sustentação da editora musical independente Efrata Music. Especializada em música gospel, essa empresa tem como diferencial autorizar apenas as gravações de uma música com o consentimento do autor, coisa que está estabelecido em contrato, além de adotar uma prática comum entre as editoras do mercado secular: a cobrança legalizada do advanced. “Trata-se de um pagamento antecipado que a gravadora faz ao autor, com base nas vendas estipuladas do produto fonográfico (CD, DVD, VHS etc.) que contêm sua obra”, como explica o site da Efrata. Para saber como se filiar à editora, os interessados podem acessar o site www.efratamusic.com.br ou ligue: (21) 3392-4671.
De acordo com a proposta, para receber o seguro-desemprego, o profissional precisa comprovar ter trabalhado em atividades da área por, pelo menos, trinta dias nos doze meses anteriores à data do pedido do benefício e não estar recebendo outro benefício previdenciário de prestação continuada ou auxílio-desemprego. Além disso, é necessário ter efetuado os recolhimentos previdenciários relativos ao período de trabalho, bem como não possuir renda de qualquer natureza.O benefício será concedido por um prazo máximo de quatro meses, de forma contínua ou alternada. Para conceder o benefício, o projeto altera a lei que trata do Programa do Seguro-Desemprego, do Abono Salarial e institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) - Lei 7.998/90. Marisa Serrano informou que o projeto de lei foi apresentado por solicitação dos artistas, especialmente os mais idosos, em audiências no Senado.A autora disse que a categoria é uma das menos amparadas pela proteção social em nosso país. De acordo com estimativa do Ministério da Educação, cerca de 85% desses profissionais em atividade estão desempregados. Além disso, destacou a autora, a atividade acontece principalmente na informalidade, de modo que a maior parte desses trabalhadores jamais reunirá as condições estabelecidas por lei para obtenção do seguro-desemprego.O senador Sérgio Petecão (PMN-AC), em seu parecer, lido pelo senador Waldemir
Pirataria A pirataria digital destruiu quase completamente a profissão do compositor e está lentamente destruindo a indústria da música. As principais gravadoras demitiram pelo menos a metade - e às vezes todos - os compositores. De acordo com a agência americana Bureau of Labor Statistics, a renda dos compositores caiu 32% entre 2003 e 2006 para os poucos sortudos que ainda tinham empregos. * Rick Carnes, presidente da Songwriters Guild of America
Moka (PMDB-MS), ressaltou que a maior parte da categoria enfrenta muitas dificuldades, embora haja casos excepcionais de profissionais bem sucedidos ou que têm relações trabalhistas mais seguras, como membros de orquestras e corpos de baile estáveis.O senador Walter Pinheiro (PT-BA) ressaltou que, em geral, a agenda dos artistas se concentra em determinadas épocas do ano. - Comparo o seguro desemprego destinado ao pescador em período de defeso ao do artista. O músico é da mesma forma sujeito à safra, sua atividade é sazonal disse o senador. Iara Farias Borges / Agência Senado Agosto-Setembro 2011 | www.pullsar.com.br
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MÚSICA S/A
NOTAS
CONCURSO MUSICAL PARA ESCOLHA DE MUSICA-TEMA INÉDITA O ECAD e a Gestão Coletiva
Uma das sete maravilhas do mundo moderno, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, completará 80 anos no próximo dia 12 de outubro. E para comemorar essa data em grande estilo, além da festa que já começou a ser preparada em março com a inauguração da nova iluminação do Cristo feita por projetores de tecnologia LED, e da programação que envolverá diversos setores culturais como música, moda, gastronomia, artes plásticas, dança, esportes, educação, o Projeto Cristo 80 Anos lançou um concurso musical para escolha da música-tema inédita deste aniversário. O enfoque da canção deverá ser no Cristo Redentor, na sua sintonia com a cidade maravilhosa, sua natureza, beleza e povo acolhedor. A música deverá ser inédita, em língua portuguesa e de qualquer gênero. Participaram da seletiva, compositores, poetas, cantores ou intérpretes maiores de 18 anos de qualquer nacionalidade. As inscrições foram feitas através da ficha de inscrição disponível no site www.cristo80anos.org.br. O concurso ainda premiará os compositores vencedores. O compositor da música vencedora receberá o prêmio de R$ 10.000,00 (dez mil reais) e um troféu. Já o segundo colocado receberá o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) e o terceiro R$ 2.000,00 (dois mil reais). De acordo com o site, além disso, a música vencedora, escolhida como tema dos 80 anos, participará, com o mesmo intérprete da final, do show comemorativo dos 80 Anos do Cristo no dia 12 de outubro de 2011, na Praia de Copacabana. “O Show da Paz, como foi batizado, será em frente ao Copacabana Palace, com participação de um coral de 800 vozes, ballet coreografado por Caio Nunes, grandes nomes da música brasileira e, ainda, uma atração internacional. Estará também no registro deste show histórico, que será gravado e lançado nos formatos CD, DVD e blu-ray”.
Ao falarmos em Direitos Autorais, imediatamente o leigo é remetido à sigla ECAD. Mas o que é o ECAD? Se perguntarmos a qualquer pessoa, a resposta provável será: é um órgão público. Mas não é. A sigla “ECAD” significa Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais. Trata-se, em realidade, de associação privada, criada pela lei 5988/73 – Lei que regulava os Direitos Autorais e que foi revogada pela Lei 9610/98, atualmente em vigor. Muitos perguntariam: Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais? Pois é, a arrecadação é de dinheiro (tecnicamente denominado de royalties – rendimento proveniente do uso de bem, no caso, a obra musical – com ou sem letra). Já a distribuição é literalmente a partilha do dinheiro arrecadado, feita entre as Associações que compõem o ECAD (AMAR, SBACEM, SICAM, UBC, SOCIMPRO, ABRAMUS – associações efetivas e ASSIM, ABRAC e SADEMBRA – associações administradas). Decerto que um compositor, por ser criador da musica, seja a letra, seja a musica ou de musica e letra, deve filiar-se a uma associação visando viabilizar o repasse do dinheiro arrecadado, quando da execução pública de sua música. Contudo, os compositores não precisam filiar-se a uma associação para fazer a gestão coletiva, através do ECAD. A gestão pode ser feita individualmente, quando da realização de shows em que o próprio compositor interpretará suas musicas. Ou seja, no uso de sua própria obra, o realizador do show não tem de necessariamente pagar ao ECAD, mas pode fazê-lo tão somente e diretamente ao compositor, que interpretará suas próprias músicas. Isto além do cachê. Para se ter uma idéia, o ECAD arrecadou em 2009 cerca de R$ 374.255.580,00, segundo informações contidas no site do Ministério da Cultura. Mas ao que se tem noticiado, muitos dos que receberam sequer são autores, intérpretes, ou titulares de direitos autorais a qualquer título. Daí virem à tona escândalos envolvendo o ECAD e a distribuição de dinheiro, como os casos da Família Silva ou de Milton Coitinho dos Santos. Este último, segundo o Jornal Folha de São Paulo, ao ser localizado, afirmou que nunca recebeu nada do ECAD, embora conste naquela associação uma saída de dinheiro do caixa a seu favor, no expressivo montante de R$127.800,00, mas que nunca chegou efetivamente às mãos de Coitinho. Impossível justificar o injustificável. Necessitamos de uma entidade para a gestão coletiva de obras musicais em execução pública, mas que seja assistida e fiscalizada por um ente público e idôneo, como o órgão que fiscaliza o cumprimento das leis pelo Juiz, qual seja, Ministério Público (no caso, Federal). Talvez seja por isso que os maiores usuários de obras musicais (TV, Rádio, Bares, Restaurantes, etc) resistam tanto em pagar ao ECAD.
Eduardo Salles Pimenta. Doutorando e Mestre em Direitos Autorais. Jornalista (sallespimenta@yahoo.com.br). Pag 16
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PERFIL COMPOSITOR
E
le começou a compor profissionalmente em 1972, trabalhou como compositor para intérpretes como Elba Ramalho, Daniel, Nana Caymmi, Roberto Carlos, Exaltasamba, Zizi Possi, Leonardo, Selma Reis, Jorge Aragão, Wando e vários outros. Seu currículo conta com mais de 450 música s escritas, quatro discos em que atuou como cantor e compositor (O Cantador; Sedução, Paixão de D’Artagnan e Nascido em 22 de abril), além do lançamento de um livro e da ópera “O Alabê de Jerusalém”, no qual conseguiu unir todas as influências populares e eruditas que apreendeu ao longo de sua vida. Já são quase 40 anos de música e, nesse tempo, tudo foi muito intenso na carreira de Altay Veloso, desde a produtiva parceria com Paulo César Feital, a convivência com o maestro Leonardo Bruno, no Alabê de Jerusalém, o estimulante carinho e respeito dos cantores que gravam suas músicas, até a gratificante relação com os fãs. “Melhor que isso, só se Deus me der mais quarenta anos de música”, afirma ele.
P - Altay, qual é o
balanço que você faz de sua carreira e como você a analisa atualmente?
Por Daniela Nunes P - Em 1998, você montou seu próprio selo e estúdio de gravação, o Avatar. Qual o diferencial deles para o mercado? A - Um estúdio em casa me permitiu uma melhor relação com os equipamentos eletrônicos, computadores, e ferramentas, hoje, fundamentais a qualquer forma de arte. Nada do que faço se perde. Os HDs se tornaram extensão da minha memória, não empunho o instrumento sem os gravadores ligados. Quanto ao mercado, estou sempre a procura da minha tribo, daqueles afinados com as coisas que faço. Todos os dias os encontro em visita ao www.alabedejerusalem.com.br
Altay Veloso
Jerusalém, ainda há muito a ser feito. sua carreira?
A - Tudo. P - Como você analisa a recepção que
essa ópera teve junto ao público tanto
minha estrada é construída a cada dia. Continuo sonhando e partindo em busca das realizações.
P - Quais foram ou
FOTO: GEREMIA
principais
A - Ter a chama da esperança o tempo todo acesa, o desenvolvimento da tenacidade e do não temor ao desconhecido, essas, são algumas das muitas coisas que a música me deu.
P - Como d e s c re v e r i a sua história nestes 13 anos de estúdio? E como divide seu tempo entre o estúdio e sua música?
1994, você interrompeu temporariamente sua carreira de cantor para se dedicar por tempo integral à sua vitoriosa carreira de compositor. Por que você resolveu dar essa pausa? Como foi esse período?
A - Não existe divisão, meu estúdio é meu lugar de criação. P- Além de ter escrito o livro “Ogundana, O Alabê de Jerusalém”, você retirou dele uma construção musical, a ópera “O Alabê de Jerusalém”, no qual conseguiu unir todas as influências populares e eruditas que apreendeu com a música. Conte-nos, como foi a experiência de escrever esse livro e, sobretudo, criar essa ópera.
A - Optar pela composição me pareceu melhor,
A - A saga do africano Alabê de Jerusalém, já
P - Em
adoro o palco, mas gosto muito de estar em minha casa, junto da minha gente. Nunca parei de fazer shows, preciso de vez em quando estar em contato direto com o público. Agosto-Setembro 2011 | www.pullsar.com.br
P - Ela ficou pronta em 2006, correto? A - Em parte sim, mas sobre o Alabê de P - Qual o significado dela para você e
A - Nunca pensei nisso, mas
são suas vitórias?
prazerosa. O gosto pela música erudita vem de muito tempo. Cresci ouvindo-a no rádio, nas palestras de uma entidade espiritualista “Corrente da Paz Universal” e também no meu tempo de menino na Legião da Boa Vontade, as orações narradas por Alziro Zarur eram regadas por obras de Debussy, Villa Lobos, Chopin... Quanto a parte popular, esse é o meu mundo, das toadas de meu avô, jongos do meu pai, até Milton Nascimento passa por todos os matizes. Mas o elemento principal ao desenvolvimento do Alabê de Jerusalém é a minha profunda ligação, desde o útero de minha mãe, com a religião de matriz africana. Minha mãe é sacerdotisa desse culto.
me acompanha há 25 anos, só não tinha como finalizá-la sem antes pisar no solo da África e da Ásia. Em 2003 pude fazer isso, daí pra frente tudo fluiu de maneira simples e extremamente
em seu formato CD e DVD, quanto em espetáculo cênico?
A - Sobre o Alabê de Jerusalém, recebo emails, telefonemas de todo Brasil e me emociona muito saber do imenso afeto que as pessoas que o conhecem têm por ele. P - Esse foi o trabalho mais marcante em sua carreira? Como você o classifica? Quais outros também foram importantes para você? A - Todos os trabalhos me são importantes, mas o Alabê é especial.
P - Quais os principais desafios que você enfrentou? A - Os desafios são diários, assim é a vida. Busco sempre, estar pronto para eles. P - E suas perspectivas para o futuro? A - Continuo compondo, tenho um novo livro já pronto pra ser lançado e um musical sobre Zumbi dos Palmares. Descanso ao mexer em outras áreas das artes, como escrever para teatro e cinema. Depois que a gente se dedica, com sinceridade e paixão, a uma forma de arte, as outras ficam próximas, e são bem vidas. Pag 17
PRÊMIO MUSIQUE
A expectativa de Nino; Oleives; André Lima e da banda F292 é grande, mas Nino, que competiu com mais de 200 inscritos, se demonstra bastante tranqüilo diante dessa possibilidade e revela que se ele for escolhido pretende comemorar essa vitória com uma bela apresentação no megaevento. Assim como ele, André, vencedor da segunda etapa do concurso, em julho do ano passado, também prefere deixar “as coisas se desenrolarem naturalmente”. Mas na ala dos ganhadores mais animados, Oleives, vencedor do 1º prêmio Musique, em maio de 2010, que contou com 517 inscritos, afirma que irá torcer muito para vencer e pedirá a todos para votarem em sua música. “Esse é um daqueles sonhos que a gente pensa que nunca vai realizar, mas que pode ser possível”, destaca o outro mineiro BH. Quem também aposta nos votos de seus fãs é a banda carioca F292. “Estou bem confiante. Conheço os fãs que tenho e temos planos bem elaborados de divulgação em massa. Quando temos alguma missão, estamos todos dispostos a lutar para vencer”, afirma o vocalista Rafah. Qualquer um desses artistas que ganhe a votação terá, durante o show no Rock in Rio, a companhia no palco do compositor que cedeu a letra vencedora.
Nino
é que as pessoas criem melodias originais para as letras inéditas de compositores renomados da música brasileira, e se tornem parceiras de artistas consagrados. Para o mineiro de Itabira, André Lima, que criou uma canção para a letra “Pavana para uma terra viva”, do Tom Zé, deveriam existir mais concursos como esse para dar uma injeção de ânimo aos novos talentos do país. Segundo ele, mais do que portas, esse prêmio já lhe proporcionou mais credibilidade como músico. “O que muda depois do prêmio é que ele chama a atenção e abre os olhos de muitas pessoas para o seu trabalho, e isso é muito importante. Pessoas que talvez nunca viessem a te conhecer, se não fosse essa visibilidade”, completa Oleives. Entretanto, para a banda carioca F292 que musicou a letra de “Alguém”, de Dinho Ouro preto, e concorreu com quase 900 inscritos, ganhar a terceira edição do prêmio Musique, em dezembro, foi a maior porta aberta em sua carreira. Segundo Rafah, até hoje, o grupo já gravou uma música e um clipe com o Capital Inicial; foi convidado pelo vocalista Dinho Ouro Preto a abrir os shows do Capital Inicial no Rio de Janeiro; e está negociando um contrato com a gravadora Universal Music.
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FOTO: João Millet Meirelles
Os quatro artistas, que esperam o resultado do vencedor do 5º prêmio Musique (edição Cazuza) para que a votação comece, concordam que a chance de se apresentar no Palco Sunset é uma das boas coisas que o concurso oferece aos músicos, mas que não é a única. De acordo com os atuais ganhadores, a principal importância do prêmio Musique é incentivar o exercício da composição, uma vez que a proposta
André Lima
FOTO: DIVULGAÇÃO
Ganhar a quarta edição do Prêmio Musique, em abril deste ano, significou para o mineiro de Belo Horizonte, Nino Antunes, o começo de uma nova fase em sua trajetória musical. Com mais visibilidade e confiança em seu trabalho, o compositor da melodia para a letra inédita de “Terra nossa”, do Mutante Sergio Dias, agora quer aproveitar este período para compor e gravar um CD totalmente autoral, além de se preparar para uma possível oportunidade em sua carreira: Em breve, Nino e os quatro ganhadores das outras edições do prêmio irão participar de uma votação pela internet que vai escolher quem fará um show no Palco Sunset no Rock in Rio, em outubro.
Outro ponto indiscutível entre os quatro ganhadores é o quanto a experiência de trabalhar com gênios da música e das palavras se mostrou única e significativa. Nino Antunes, por exemplo, ainda fica sem acreditar que se tornou parceiro de um Mutante – logo no primeiro concurso que participa como compositor – e enfatiza que um dos momentos mais especiais foi durante a edição de sua música. Ele ainda lembra que também não acreditou quando recebeu a notícia que havia ficado em primeiro lugar no concurso. Ele estava ensaiando com sua banda, Balla 12, quando Júlio Maria, jornalista do Estadão, o telefonou. “Confundi sua voz com a de um amigo e achei que era um trote. O cara custou a me convencer que era verdade. Quando me dei conta que não era brincadeira, fiquei muito feliz”. Já André, explica que além de ter sido uma honra trabalhar com um grande artista como Tom Zé, ele sente como se tivesse recebido uma grande carga musical nos momentos em que conviveu com o compositor. Agosto-Setembro 2011 | www.pullsar.com.br
PRÊMIO MUSIQUE Os desafios de fazer uma canção para as letras A letra em si foi o grande desafio para a maioria dos concorrentes em algumas edições. Na 4ª etapa do concurso, ela não tinha cara de música. Tinha cara de texto, crônica ou coisa parecida. Quase sem rimas, não era daquelas que músico bate o olho e sabe qual a melhor melodia para compor, como analisa Nino Antunes. Ele fez a canção para “Terra nossa” em um dia e conta que usou um loop eletrônico para obrigá-lo a não quebrar os compassos. “A métrica era muito confusa e eu estava me perdendo. Quando experimentei o loop, fluiu melhor. Fiz toda a música ao redor dele e depois o retirei. Foi como uma sopa de pedra, o loop foi a pedra”, lembra. Musicar a letra de Tom Zé também não foi fácil. A métrica não é nada simples e o grande desafio de André Lima foi deixar a canção mais pop, de maneira que ela fluísse de forma natural. “Peguei o violão e aproveitei uma tarde livre em casa pra trabalhar na canção. Em dois dias eu já tinha a melodia. Depois fui trabalhar no arranjo e na produção da música, que fiz no meu home studio. Convidei a cantora Dandara pra interpretar a canção, o que deu um brilho especial no resultado final”, conta. Já o processo de composição de Oleives - que musicou a letra de Planta Colhe, de Arnaldo Antunes – e de Rafah, da banda F292, foi mais rápido. “Eu já tinha uma harmonia que lembrava um afoxé e decidi experimentar encaixar as palavras numa melodia. Percebi que a letra tinha algo cíclico, e com alguns “ajustes” ela já estava pronta. Foi bem direto”, lembra. Mas o campeão em velocidade foi o carioca Rafah. Ele levou apenas 9’23 minutos cronometrados. “Devido a compreensão da mensagem contida na música, não tive dificuldades pra criar”, revela. Pode parecer estranho, mas ele tem o hábito de cronometrar o tempo que gasta pra compor as músicas. “Acredito que o tempo determina o nível de inspiração que a pessoa teve no momento”, afirma.
Oleives
Na 5ª edição do prêmio como nas outras etapas do concurso os inscritos poderão criar uma melodia de acordo com o próprio critério artístico e sem restrição de estilo musical. A diferença agora é que, em vez de o ganhador ser escolhido pelo próprio compositor, ele será selecionado por um colegiado intitulado “Universo Cazuza”, composto pelos pais de Cazuza, João e Lucinha Araújo, Nelson Motta, Zuza Homem de Mello, Roberto Frejat e Nilo Romero. Trocando em miúdos FOTO: DIVULGAÇÃO
> O prêmio Musique é um concurso cultural promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo e Rádio Eldorado, que acontece bimestralmente > Os candidatos devem “musicar” uma letra inédita de um artista consagrado com uma melodia original, e enviar suas composições por arquivo em MP3 através do site www.estadão.com.br/musique.
FOTO: DIVULGAÇÃO
> Não há restrições de estilos musicais. O que vale é a harmonia, o ritmo, a criatividade e o critério artístico de cada um. > As letras são publicadas no caderno C2 + Música, do jornal “O Estado de S. Paulo, e ficam disponíveis no site do concurso www.estadao.com.br/musique. > As inscrições para o prêmio são feitas apenas pelo site. > Apenas as últimas três etapas do prêmio Músique reuniram mais de 1.700 inscrições, provenientes do Brasil e de mais quatro países. > O artista que ganhar a votação para o show no Rock in Rio terá, durante sua apresentação a companhia no palco do compositor que cedeu a letra vencedora.
Banda F292 Actual
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Por Daniela Nunes
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CARREIRA
O que faz seu coração Pulsar?
Do latim: pulsatione. Pulsar possui os significados de ato ou efeito de pulsar; palpitação, latejo, batimento, pancada, batimento ritmado, como o percebido no coração. O que faz seu coração pulsar? O que te impulsiona, motiva, instiga a buscar cada vez mais os seus sonhos? Onde você se encontra? Como você se encontra? Quais são os seus mais caros objetivos e o que tem feito para atingi-los? O Mito da Caverna, de Platão, nos conta que havia uma caverna separada do mundo exterior por um muro muito alto e entre este muro e o chão existia uma fresta por onde passava um finíssimo feixe de luz, deixando a caverna numa escuridão quase completa. Dentro da caverna, geração após geração, os homens viviam sem poder se locomover, acorrentados, sem jamais terem visto uns aos outros, muito menos a si mesmos, devido a sua imobilidade. Viviam voltados para o fundo da caverna, vendo somente as sombras projetadas na parede, advindas do feixe de luz que adentrava o lugar. Enquanto esses homens “da caverna” viviam aprisionados em seus conceitos e percepção da vida que levavam, do lado de fora, pessoas passavam conversando e carregando nos
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ombros figuras ou imagens de homens, mulheres e animais cujas sombras também eram projetadas na parede da caverna, como num teatro de fantoches. Os prisioneiros julgavam que as sombras de coisas e pessoas, os sons de suas falas e as imagens que transportavam nos ombros eram as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados eram seres vivos que se moviam e falavam. Certo dia, um dos prisioneiros, inconformado com a condição em que se encontrava, decidiu abandonar a caverna. Fabricou um instrumento com o qual quebrou os grilhões e conseguiu se libertar. De início, moveu a cabeça, depois o corpo todo. A seguir, avançou na direção do muro e o escalou enfrentando os obstáculos de um caminho íngreme e difícil, mas conseguiu seu objetivo: sair da caverna. No primeiro instante, ficou totalmente cego pela luminosidade do sol, com a qual seus olhos não estavam acostumados. A dor invadiu seu corpo devido aos movimentos que realizou pela primeira vez e pelo ofuscamento de seus olhos sob a luz externa, muito mais forte do que o fraco brilho da luz que havia no interior da caverna. Sentiu-se, então, dividido entre a incredulidade e o deslumbramento. Ao permanecer no exterior o ex-prisioneiro, aos poucos se habituou à luz e começou a ver o mundo. Encantou-se, pois teve a felicidade de ver as próprias coisas, descobriu que estivera prisioneiro a vida toda e que em sua prisão vira apenas sombras. Em algum momento da vida, alguém já se sentiu como o homem do Mito da Caverna, sem saber o que o motiva a buscar os sonhos; já ficou paralisado mediante as sombras que estão refletidas na parede, já esteve prisioneiro de si mesmo. O que poderia, então, tirá-lo da conformidade e motivá-lo a sair da caverna? A se libertar e investir em si mesmo? A acreditar em seu potencial? O que pode fazer o coração pulsar e se tornar um empreendedor de sucesso? Muitos são os artigos, textos, livros que “ensinam” como se tornar um empreendedor, como se bastasse seguir alguns ensinamentos para se alcançar o objetivo final. Toda informação é bem vinda, claro! Desde que o artista empreendedor saiba da importância fundamental do planejamento estratégico para a vida pessoal e profissional. Ser artista de sucesso é ser um empreendedor, como o homem que atingiu seu objetivo ao sair da caverna e descobriu, encantado, que era possível realizar seus sonhos. É transformar as ideias em realidade, é implementá-las. É ter entusiasmo e paixão focando aquilo que se quer alcançar. É dominar o conhecimento de seu ofício.
É ter tenacidade e resiliência mediante os fracassos e seguir em frente acreditando que é possível realizar o sonho. É ter visão e missão. É, acima de tudo, desejar intensamente tornar seu sonho realidade, porque desejar é mover e quem deseja se motiva para uma ação: Motivação! Para ser um artista de sucesso é necessário sair da caverna, e assim como qualquer coisa que se pretenda alcançar na vida, é preciso ter paixão, ser verdadeiramente apaixonado pelo que faz. Deve-se traçar um plano de carreira em que organize seus afazeres, com tempo e criatividade. Você é o dono do seu negócio, portanto, invista em si mesmo com a mente de um negociador de carreiras. No Mito da Caverna, o homem precisou se conhecer para vencer as barreiras que o impediam de subir e alcançar o sucesso. Você conhece os seus desejos? O que você realmente quer para a sua carreira? Todo empreendedor necessita conhecer a si mesmo, ao mercado, as vantagens competitivas para investir (emocional e financeiramente) em seu sonho. Você tem um plano para alcançar seus objetivos? Lembre-se, mais uma vez: sem planejamento ninguém consegue alcançar o sucesso. Qual é o seu diferencial? O que o torna especial, único, singular? Apresente o seu melhor, busque cada vez mais conhecimento e - por que não? – auxílio de outros profissionais da música, que conheçam caminhos que o levem à sua realização. O homem da caverna passou por todas as dificuldades inerentes a qualquer outro homem em busca de seu objetivo, mas não desistiu... Ele sabia por que seu coração pulsava. E você? Sabe o que faz o seu coração pulsar?
Renata Constantino Lara. Psicóloga e Diretora da Projectar Psicologia - Consultoria Empresarial. Atuante na área há 14 anos. Ministra projetos na área de recursos humanos os quais contribuem para a formação psicoafetiva e cognitiva de líderes e colaboradores. Referência: JAEGER, Werner. Paidéia: a formação do homem grego. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
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STUDIO MIX Engenho Estúdio Multimídia. Aqui, André Cabelo recebe amigos novos e antigos. Quatro salas equipadas com sistema Pro Tools. Salas Individuais para gravação, edição e mixagem. Diversos microfones e periféricos. Amplificadores valvulados para guitarra (Mesa Boogie e Laney) Instrumentos cortesia: guitarras diversas (Fender, Ibanez, Washburn), bateria completa com pratos. Telefone: 31 3373-1206
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E-mail: eengenho@gmail.com
Foto: André Tavares
Flex Studios, onde Pedro Barroso e Vinicius Lanna Quebram o Silêncio O Flex Studios está localizado em Belo Horizonte e foi projetado para ter uma acústica variável. O estúdio pode acomodar desde percussionistas, bandas, pequenos conjuntos ou até uma orquestra. A sede conta com estúdio “A” e “B” para o áudio e “C” para o vídeo e imagens. Telefone: 31 3374-3521 / E-mail: contato@flexstudios.com.br
Foto: Alexandre Deleo
Sync Produções, sua música muito além do limite!
Cláudio e Perle | Foto: Fernando Hiro
Gravações ao vivo e em estúdio, jingles, mixagem, masterização, analógico e digital, pop, rock, sertanejo, gospel, instrumental. A Sync Produções tem no seu portfólio artistas como Jorge e Mateus, Cesar e Paulinho, Mauricio Manieri, Renascer Praise, Fiuk, Andrew Tosh, Pixote, Clara Moreno entre outros, mostrando sua versatilidade em cada trabalho executado. Telefone: 11 3208-0911 / E-mail: contato@syncproducoes.com. br. Os sócios Claudio Abuchaim e Perle Amandine (foto)
Tchê Garotos Prepare-se para receber o novo CD do Tchê Garotos. O grupo finalizou o novo trabalho que vem com grandes novidades. A música de trabalho que chega às rádios de todo país é “Fazendo Coisa Boa”.
Tchê Garotos | Foto: Edu Liotti Agosto-Setembro 2011 | www.pullsar.com.br
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PERFIL EXECUTIVO O ano era 1982, época em que o Brasil começava a sair da ditadura militar e os mineiros se preparavam para eleger um novo governador. Os dois candidatos ao governo do estado eram Elizeu Resende e Tancredo Neves. Nesse contexto, o jornalista Emanuel Carneiro lembra que a Rádio Itatiaia preparava uma grande cobertura para o evento, enquanto as emissoras de televisão também se organizavam para levar aos eleitores uma cobertura completa das eleições. Durante a apuração, a Itatiaia divulgou que Tancredo Neves estava à frente.
atuava como repórter nos programas. “Hoje, já não sou tão repórter mais, mas apresento os programas esportivos Turma do Bate Bola e o Grande Resenha Esportiva, e acompanho nossa veia esportiva 24 horas por dia”. O jornalista admite que para administrar seu tempo em uma empresa do porte da Itatiaia é preciso ter pique, desdobramento e um amor a profissão muito grande. O retorno da audiência e o sucesso da Itatiaia compensam todo esse trabalho. “Nós somos a voz da cidade e, com muito orgulho, temos essa missão reconhecida pelo público”, afirma.
Itatiaia era uma empresa pequena, com poucos funcionários, onde todos faziam um pouco de tudo. Como sempre gostou de futebol, fazia questão de acompanhar seu irmão e fundador da rádio, Januário Carneiro, e a equipe da Itatiaia nas coberturas esportivas. Dentro da emissora, ainda exerceu as funções de operador de áudio, plantonista esportivo, repórter, redator, programador musical, diretor artístico e diretor de operações, até chegar à presidência, em 1994, após o falecimento de seu irmão Januário Carneiro.
Uma trajetória de Sucesso
Por outro lado, uma grande emissora de TV divulgou que era Elizeu Resende o candidato mais votado. Houve uma enorme pressão nos bastidores da rádio. Emanuel Carneiro e sua equipe perderam noites de sono recontando os votos e finalmente a informação que haviam dado foi confirmada pela apuração oficial do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Tancredo Neves foi eleito o novo Governador de Minas Gerais e a Rádio Itatiaia eleita pelos ouvintes a emissora que não perde voto. Esse foi só um dos muitos episódios que marcaram a vida do jornalista Emanuel Carneiro e também da Rádio Itatiaia, ambos protagonistas de uma mesma história. Emanuel conhece como ninguém cada canto da emissora e já trabalhou em muitos dos seus departamentos. Começou aos 13 anos, em 1956, como office-boy da rádio e lembra que, no começo, a Pag 22
Emanuel Carneiro é um dedicado profissional que sempre trabalhou e trabalha com muita alegria. Até hoje vibra com uma cobertura jornalística ou esportiva diferente. Ele é conhecido entre os amigos mais próximos como um homem que sabe articular as palavras, usar bem sua sabedoria, bom senso e equilíbrio. Também é reconhecido como um dos profissionais mais completos da comunicação. Entre suas preferências encontram-se a música e as viagens, mas foi, sem dúvida, a sua paixão pelo rádio e pelo futebol que fez o repórter, apresentador e comentarista Emanuel Carneiro dedicar 55 anos
de vida à Rádio Itatiaia, uma emissora que já recebeu o Troféu Simón Bolivar – Comunicação Latino-Americana Emissora de integração do Mercosul (2007) e que por 13 vezes consecutivas recebeu o Prêmio Top of Mind,
marcas de sucesso, oferecido pela Revista Mercado Comum. Hoje, Emanuel Carneiro ocupa o cargo de diretor-presidente da Rede Itatiaia.
O jornalista Mesmo depois de integrar a administração da emissora, Emanuel sempre
Segundo ele, as pessoas sabem que podem procurar a rádio para qualquer reivindicação, desdereclamar de um bueiro aberto, até anunciar o desaparecimento de uma criança. “Um dos pilares da Itatiaia é a prestação de serviço”, destaca o jornalista lembrando a homenagem recebida do Sindicato dos Policiais Federais no Estado de Minas Gerais (SINPEF-MG) pelos relevantes serviços prestados ao Judiciário, bem como por sua conduta ética e moral ilibada em nosso país. De fato, Emanuel Carneiro não se desliga da rádio e nem da sua programação, sobretudo em dias de jogos, como confirma
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EMANUEL CARNEIRO Carlos Rubens Doné, diretor comercial da Itatiaia. Ele conta que o amigo não deixa de escutar um pouco das transmissões da rádio mesmo durante eventos sociais. “Nós já cansamos de ir a shows, palestras e, de repente, ele puxa o fio de um radinho muito fino e põe o fone no ouvido para saber qual o placar do jogo”. Segundo Carlos, amigo de Emanuel há mais de 30 anos, isso acontece 90% das vezes em que eles saem, seja para um jantar, aniversário, show, solenidade ou teatro. Não importa o evento. “Se estivermos no Palácio das Artes durante um show ou num jantar no Automóvel Clube em dia de jogo entre Atlético e Flamengo, por exemplo, ele vai puxar o fone e vai mandar ver (risos)”, afirma. Não foi por acaso que Carlos Rubens citou o Atlético mineiro. Emanuel Carneiro é atleticano. Durante as viagens, Emanuel também não se distancia do rádio e sempre procura ouvir, pelo menos, uma programação local. Lucinha Bessa, amiga e funcionária da emissora há mais de 40 anos, conta que quando o jornalista está fora fica louco para voltar à rádio e se dedicar ao trabalho. Ele realmente gosta do que faz. Emanuel Carneiro explica que, como a liderança que a Itatiaia tem no esporte é um ponto importante para a rádio, tudo exige um tratamento muito especial. “Então, como se diz no futebol, estou sempre na área”, brinca. Porém, esse “estar na área” não se restringe apenas a cuidar da Itatiaia AM/FM, em Belo Horizonte. Isso por que hoje a Itatiaia não é apenas uma rádio. É uma rede com oito emissoras próprias nos principais pontos de Minas Gerais, com mais de 50 afiliadas em pontos
estratégicos do estado. Emissoras parceiras que recebem o sinal por meio do sistema de satélite Itasat e transmitem a programação da Itatiaia, principalmente o esporte e o jornalismo, para 92% do território mineiro. Além disso, o conteúdo da rádio também está na TV a cabo, celulares e internet – ampliando sua cobertura. Emanuel Carneiro reconhece que a internet ajuda aos ouvintes, principalmente aos mineiros que estão em outros países, a ficarem sintonizadas na programação da Itatiaia.
O crítico “Emanuel é tão apaixonado por música, que começa o dia cantando”, afirma Lucinha Bessa. Profundamente ligado à música popular brasileira, esse homem considera o Brasil um país de primeiro mundo quando o negócio é música.
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“Temos uma grande variedade de ritmos. Isso deveria ser mais valorizado e motivo orgulho para os brasileiros. Não é só mar, samba, futebol e cachaça”. Emanuel destaca a qualidade das cantoras, as quais ele chama de “cigarras brasileiras”, como Elizete Cardoso, Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Maria Bethânia, Ivete Sangalo; assim como a qualidade de alguns músicos nacionais, mas diz sentir falta de novos compositores de talento. “Estamos vivendo um período de recesso criativo, em que nem mesmo grandes nomes como Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Djavan estão produzindo bons trabalhos e colocando músicas nas paradas de sucesso como antigamente”, desabafa. O jornalista afirma que não vê novidades de qualidade na produção musical do país e que estão faltando músicas clássicas, bem trabalhadas, com diferencial e que permaneçam no tempo.
“Não sei se estou cobrando muito, sendo chato ou ranheta, mas como meu ouvido foi acostumado com uma música muito boa, passei a não aceitar qualquer coisa. Talvez eu não esteja procurando ou não tenha tido a chance de ouvir coisas novas, mas percebo que falta aos artistas espaço no rádio e na televisão”, critica. Segundo Emanuel, esse lugar está sendo cedido a cantores que fazem sucessos efêmeros com músicas descartáveis. “Eu não sei se sou viúvo de uma música mais antiga”, reflete. Dentre os músicos que apareceram recentemente na mídia, ele aponta a cantora Paula Fernandes como uma artista que tem demonstrado qualidade. Essa fase de falta de inovação e qualidade musical já dura aproximadamente dez anos, mas ela não é exclusividade do Brasil. Segundo Emanuel, hoje, na música americana, também não apareceram grandes sucessos.
Emanuel Carneiro
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PERFIL EXECUTIVO “Antigamente, quando você menos esperava surgia uma música do Stevie Wonder e o negócio arrebentava”. Ele conta que numa recente viagem aos EUA, visitou uma loja de CDs e constatou que não conhecia nenhum dos artistas da lista dos 10 álbuns mais vendidos do país. “Eram cantores de rap e funk que têm aquele sucesso de 15 minutos e que não serão lembrados depois”. Um trabalho que o jornalista considerou interessante foi o do Rod Stewart, no qual o cantor regravou clássicos da música americana de uma forma mais moderna. Emanuel acredita que ele tenha optado por esse caminho, por que nenhum compositor americano apareceu para lhe oferecer boas músicas que pudessem virar hits. Se para artistas com uma carreira relativamente estabelecida falta espaço na TV e no rádio, a situação para os novos artistas é ainda pior. Emanuel Carneiro admite que hoje é muito difícil uma emissora de rádio, em qualquer lugar do Brasil, trabalhar com lançamentos de artistas. “A aposta é feita em um sucesso garantido. Uma emissora como a Itatiaia,
que toca pouquíssima música, tem que colocar no ar aquilo que é indiscutível – a música que aparece na novela ou um flashback, canções mais antigas que permanecem no imaginário do ouvinte”. Outro motivo da ausência desses artistas nos grandes meios de comunicação pode ser explicado pelo desinteresse das gravadoras em investirem no novo.
O Estrategista Hoje temos rádios de notícias, de música jovem, música sertaneja, música eletrônica, rádios católicas, evangélicas e de prestação de serviços. A gama de opções é extensa e revela a aposta atual desse meio de comunicação: a segmentação de públicos para atender melhor ao gosto do ouvinte. A ideia daquela rádio que toca de tudo para atingir todo mundo já não existe mais, afirma Emanuel. Ele acredita que as emissoras que destinam sua programação aos jovens estão encontrando certa dificuldade para conquistar um público novo devido à concorrência do MP3. “Hoje, o jovem faz sua própria
programação com aquilo que ele gosta. Seu Ipod vira um rádio individual”. Ainda assim, reconhece Emanuel, as rádios de notícias e que fazem coberturas esportivas, como é o caso da Itatiaia, estão se mantendo. “Cada vez mais, emissoras assim serão importantes prestadoras de serviços para as pessoas, principalmente quando informam as condições do trânsito em tempo integral, como já acontece em São Paulo e Rio de janeiro, a previsão do tempo, a cotação da bolsa, do dólar e também o que está acontecendo na área policial, por exemplo. O rádio irá se especializar ainda mais, assemelhando-se, guardadas as devidas proporções, à TV a cabo e suas segmentações”, analisa.
O idealista Não é possível descobrir a alma de Emanuel Carneiro sem considerar sua vivência dentro da Rádio Itatiaia. Homem e profissional não se separam. Sempre que ele fala da emissora, percebe-se um imenso carinho na sua voz. Um homem sereno, solícito, amigável, de jeito simples, que é tido como um líder nato,
como constatam Carlos e Lucinha. Uma pessoa que ajudou a escrever nada mais, nada menos do que cinco, das nove décadas da história do rádio no Brasil. A ideia de encerrar as atividades no rádio é algo que o jornalista não gosta de pensar. “Acredito que parar não será o meu caso. Você muda sua atividade, muda o foco. Hoje, já faço coisas diferentes aqui na Itatiaia. Às vezes, vou a cidades que não conheço para saber do interesse e opinião do público de lá sobre nossa programação. A vida me deu essa chance de fazer o que gosto, abraçar uma profissão que desperta a curiosidade das pessoas e que nos faz procurar, todos os dias, um fato novo para levar ao nosso ouvinte por meio de uma cobertura, reportagem ou denúncia”, reconhece o jornalista que deseja passar um pouco da sua vivência para os que estão chegando agora. “Hoje, estamos rejuvenescendo a empresa com muitos profissionais que estão saindo das faculdades, um pessoal com uma cabeça muito boa e com novas ideias”, diz. Animado, Emanuel Carneiro encerrou essa entrevista com uma novidade: seus planos para comemorar, na ABERT, em 2012, os 90 anos da primeira transmissão do rádio no Brasil, em 1922. “Vamos fazer uma festa para resgatar muito da história do rádio. Coisas que ficaram para trás e que ainda não foram contadas aos mais jovens”. Como se vê, apenas fazer a história não basta a Emanuel Carneiro. É preciso também contála e celebrá-la com alegria.
Por Daniela Nunes
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Rádio de e, sim, mensagens institucionais e patrocínio cultural. Queremos melhorar a nossa audiência, mas não em troca da venda de sabão em pó. Portanto, neste caso, a autonomia diante do poder econômico é tão importante quanto a autonomia diante do poder político”, ressalta. Guilhon ainda observa que as emissoras públicas devem tentar oferecer ao público cidadão um conteúdo de programação que, em geral, ele não encontra nas emissoras privadas; e devem se pautar pela inovação, pela ousadia, pela capacidade de re-inventar sempre, de renovar o rádio (ou a TV) em sua linguagem, gêneros e formatos.
Apesar de opiniões que negam a concreta existência de rádios públicas no Brasil, o vicepresidente da Associação das Rádios Públicas do Brasil (ARPUB), Orlando Guilhon, não tem dúvidas ao afirma que esse tipo de emissora é uma experiência real no país e que seu conceito não é uma novidade. Para ele, as rádios públicas têm um futuro bastante promissor e tendem a crescer à medida que superarem alguns entraves, os quais já estão sendo trabalhados pela organização. Guilhon explica que no Brasil, o conceito de “coisa pública” sempre esteve misturado ao conceito de “estatal”, uma vez que, no imaginário da maioria dos cidadãos, coisas como “escola pública” ou “hospital público” normalmente são identificadas como um pedaço exclusivo do aparelho do Estado. Porém, é preciso esclarecer que o que é estatal é também público e deve ter a participação de todas as pessoas nas decisões sobre as instituições. “Conselhos tripartites (de usuários, pais de alunos/amigos da escola ou do hospital, profissionais), debates com a comunidade, pesquisas de opinião, audiências públicas, ouvidorias, mecanismos de transparência na gestão administrativa e financeira, isso é o que faz uma escola ou hospital ser efetivamente público. Esta é uma cultura nova que está se consolidando em nosso país”, exemplifica Guilhon. Ele afirma que, de fato, as rádios ou TV’s públicas são estatais na sua estrutura jurídica formal, pertencem a empresas estatais ou a alguma instância do poder público de Estado (Governos ou universidades públicas municiPag 26
pais, estaduais ou federal) e dependem de verbas estatais. Entretanto, segundo o vice-presidente, dizer que, em função disso, “essas emissoras são apenas ‘pedaços do aparelho do Estado’, é desconhecer o fato de que a maior parte dessas emissoras públicas, educativas, culturais e universitárias são públicas porque buscam praticar gestões com a utilização de ferramentas de controle público (conselhos, ouvidorias, audiências, conferências, serviço de atendimento ao público), fazendo com que o cidadão comum se aproxime cada vez mais dessas emissoras, e permitindo que a gestão dessas emissoras seja cada vez mais distante de sua função ‘estatal’, restringindo as possíveis ingerências diretas do poder público no conteúdo e programação das emissoras”. Além da participação social em sua gestão, a segunda característica de uma emissora pública de comunicação é o conteúdo de sua programação, em geral, voltado para a informação de qualidade (democracia, diversidade de opiniões, contraditório), para a divulgação da diversidade cultural (música, dramaturgia, literatura, folclore), para a educação e cidadania (por meio de programas educativos, programas infanto-juvenis, ciência e tecnologia), para a prestação de serviços (tempo/clima, trânsito, serviços públicos, direitos) e para o entretenimento (esporte). Orlando Guilhon acrescenta que outra particularidade é a de que o foco de uma emissora pública é sempre o cidadão e não o consumidor. “Uma emissora pública não pode depender da venda de produtos, por isso, não tem publicida-
Se estabelecer no Brasil não tem sido tarefa fácil para esse tipo de emissora por dois importantes motivos, como aponta Orlando Guilhon. “Em primeiro lugar, devido a política de concessões de outorgas que, ao longo dos anos, tem privilegiado o sistema privado comercial, em detrimento dos sistemas estatal e público. São inúmeros os municípios brasileiros que não contam com nenhuma rádio FM pública local todas são privadas/comerciais. Em segundo, devido a necessidade de mudanças na cultura dos gestores públicos, que consideram a comunicação uma área menos nobre das políticas públicas e, portanto, terminam por menosprezar investimentos no setor”. Geralmente, segundo ele, pouco tempo após a criação dessas emissoras de rádio ou TV, muitas são abandonadas à sua própria sorte, ficam sucateadas e canibalizadas com equipamentos arcaicos, e trabalham com mão-de-obra insuficiente e mal preparada. “Fica muito difícil conseguir competir com as emissoras comerciais/privadas nestas condições tão adversas”, constata o vice-presidente. É neste contexto que a atuação da ARPUB se empenha em buscar avanços em questões como a construção de redes/sistemas públicos nacionais de comunicação (rádio e TV); a criação de um novo Marco Regulatório das Comunicações para regulamentar a complementariedade entre os sistemas privado, estatal e público, garantindo inclusive uma política de concessão de outorgas que fortaleça os sistemas estatais e públicos; e a elaboração de uma política de fomento e investimentos na comunicação pública que seja mais consistente e mais autônoma em relação ao Estado. O vice-presidente ainda destaca que um dos primeiros passos rumo ao futuro foi dado com a criação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em 2008, que, na opinião de Guilhon, será a espinha-dorsal da comunicação pública no país.
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RÁDIO Há diferenças entre rádio pública e rádio estatal? Uma rádio pública deve servir ao cidadão, ao público em geral, e não a governos. Se uma emissora de rádio (ou TV) se transforma em um mero “porta-voz” do poder público constituído e passa a fornecer uma informação ‘chapa branca’, defendendo apenas o ponto de vista deste ou daquele governo, então ela está sendo uma emissora estatal. Para exemplificar, no universo da TV, a TV Brasil é uma emissora pública, a NBR é uma emissora estatal, e ambas pertencem a uma empresa estatal, a EBC. As rádios da EBC (MEC e Nacional) são emissoras públicas, 95% de sua programação e conteúdo seguem uma orientação pública, e não estatal. Quando elas se transformam em emissoras estatais? Quando transmitem conteúdos estatais/governamentais, como “A Voz do Brasil”, “Café com a Presidenta”, “Bom Dia, Ministro”. Não permitimos que nosso jornalismo (noticiários, programas de entrevistas, rádio-documentários, entrevistas e matérias em programas de variedades) seja pautado pelos interesses do Governo Federal. Acontece também, em inúmeras rádios educativas, culturais e universitárias em nível estadual, embora seja um processo em construção e, portanto, ainda nos deparamos com velhos vícios de governantes que tentam fazer dessas emissoras suas “vozes oficiais”.
Como é a atuação das rádios públicas em outros países? Dependendo do país ou região encontramos realidades mais próximas e semelhantes à nossa
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ou ainda mais distantes e singulares. Na NPR, dos EUA, na NHK japonesa, nas experiências européias das rádios Nacional de Espanha, France, BBC (Reino Unido), Nederland (Holanda), Deusch Rádio (Alemanha), RAI (Itália), para citar apenas as mais conhecidas, já encontraremos um cenário no qual este conceito de público consolidou-se durante décadas e qualquer tentativa de ingerência mais direta de poder político gera resistências e denúncias. As disputas terminam acontecendo mais no âmbito do Poder Legislativo, no qual são determinadas as dotações orçamentárias de cada país. Em países como China e Cuba, por exemplo, e até certo ponto Venezuela, podese perceber a forte presença do Estado (Poder Público) nas emissoras locais chamadas de “públicas”. Já na América Latina, experiências como as das Rádios Nacional de Argentina e Colômbia, ou da Rádio Educación de México, demonstram que estamos avançando no sentido de garantir um caráter cada vez mais público destas emissoras.
A Rádio Pública e a Cultura Assim como as rádios educativas, as rádios públicas também têm um papel fundamental na divulgação da cultura e arte local, regional e nacional, sobretudo na promoção de músicos (compositores, cantores, instrumentistas), uma vez que música é som, e rádio é sonoridade, como explica Orlando Guilhon. Segundo ele, esse tipo de rádio também vai na contramão das emissoras comerciais/privadas que privilegiam a divulgação determinada pelo mercado fonográfico, dos grandes artis-
tas já consagrados. “O nosso papel é privilegiar os novos valores ou os artistas que não têm tanto espaço na grande mídia, através de programas musicais autorais pré-editados, programas musicais ao vivo em auditórios, cobertura ao vivo de eventos musicais externos (concertos, shows, festivais, feiras de música), além de planilhas musicais na programação e produção de festivais próprios. A relação entre rádio e música é uma relação de compadrio e amor mútuo e a ARPUB tem estimulado todas as suas emissoras filiadas a trabalharem com este foco”, afirma. Ainda de acordo com o vice-presidente da ARPUB, a exposição desses artistas nas rádios públicas pode representar o salto do anonimato para o reconhecimento do grande público. Como os artistas devem enviar o seu material para as rádios públicas? Cada emissora pública tem o seu modelo de gestão, seus procedimentos internos, suas regras. Em geral, quase todas têm web-site, o que permite um contato mais direto com as diversas áreas. Algumas têm um setor organizado de atendimento ao público. Outras costumam ter uma coordenação de programação, a qual se responsabiliza pela organização do conteúdo programático, inclusive musical, da emissora. Se o artista souber pesquisar na web encontrará o caminho mais fácil.
Veja a lista completa das Rádios, na pág. 52
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Foto: Inรกcio
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Sรกloa Farah
| Pronta para o Sucesso
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Ela tem um rosto de traços delicados, vive o auge de seus vinte e dois anos e é dona
do seu CD anterior Delicadeza (2007), mas apresenta algumas características peculiares.
Já De Cartola e de Tamanco revelase como um bom espelho do atual momento
de uma voz poderosa e encorpada, típica das divas. Com um gingado bem brasileiro e
Ela conta que a sonoridade mudou um pouco devido aos novos arranjadores.
da cantora que está mais madura e mais envolvida com a temática social, uma vez
um rico repertório que resgata o que há de genuíno na MPB e no samba, Sáloa Farah é uma das grandes promessas do universo
“Quando acho um arranjador diferente quero que ele coloque sua identidade no trabalho.
que a artista está se graduando em História – disciplina que tem enriquecido o seu trabalho como compositora. “Tem muito de
musical dos últimos anos e está pronta para o sucesso.
Além disso, percebi que queria ir mais para o lado do samba e sair da MPB tradicional”,
história nesse CD e isso me deixa feliz por unir minhas duas paixões (a música e os
Em turnê com seu segundo CD, De Cartola e de Tamanco, lançado em 2010, essa cantora carioca revela estar realizada com
revela. A moça de voz grave e marcante – e bastante influenciada pelas grandes cantoras da MPB, como Maria Betânia, Marisa Monte,
estudos da história) nesse disco”.
a repercussão e oportunidades trazidas por esse trabalho como, por exemplo, gravar uma faixa com Diogo Nogueira e Paulo César Feital para esse disco, e cantar ao lado de Jorge Vercillo, Wilson das Neves e
Ana Carolina e Nana Caymmi –, ainda explica que também houve mudanças no campo conceitual do seu segundo disco que trouxe composições mais “agressivas”, com posicionamentos sociais, ao contrário do tom
livre para criar músicas apenas quando quer, apesar de, modestamente, acreditar que não compõe tão bem quanto os 20 compositores com quem trabalhou em seu disco. “Como eu não tenho compromisso
Áurea Martins.
mais romântico, apresentado no primeiro CD.
Sáloa conta que se sente bastante
De acordo com Sáloa, esse debut mostrou
esperando e me trouxe experiências incríveis
todo o seu encantamento diante daquele
lançadas. O resultado foi um CD produzido
além de muito amadurecimento pessoal e profissional. Quero agora continuar fazendo shows, principalmente com o Feital e o Roberto Menescal, e divulgar ainda mais
contato inicial com a gravação de suas músicas e profissionalização de sua carreira e surgiu logo após a decisão da cantora decidir, o que realmente queria para sua carreira. Ela
por Paulo César Feital, que, além de músicas inéditas, reúne regravações de autores do quilate de Chico Buarque, Paulinho da Viola, Sérgio Natureza, Noel Rosa entre
esse trabalho”, afirma Sáloa que gravou com Menescal as canções do CD, em
lembra que isso foi em 2007, então com seus 19 anos, numa aula de escu ltura dental, na
outros. Todas executadas com exuberante interpretação, como coloca Paulo César
inglês, para divulgação na Inglaterra, Japão e países da Europa, nos quais ela já se apresentou.
faculdade de odontologia. Conta Sáloa que, nessa aula, ela esculpia um dente e sem mais nem menos, começou a chorar por achar que
Feital, tanto no disco quanto nos shows. “Intérprete de um vigor absurdo, ela sobe aos palcos com o espetáculo “De
Segundo a cantora, De Cartola e de Tamanco, que já lhe rendeu 18
não teria tempo para se dedicar ao CD e à sua música. “Fiquei nervosa e com medo de não
Cartola e de Tamanco”, cantando Chico, Paulinho da Viola, Marçal, Capinam, Fátima
apresentações realizadas até agora e três mil cópias vendidas, não se difere muito
fazer o que realmente queria: seguir minha carreira na música”, recorda.
Guedes, Zé Keti, enfim, os mestres de sua alma, em shows belíssimos. É impossível
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“Este álbum era tudo o que eu estava
com a composição, já que existem diversos compositores de muito talento por aí, eu faço tudo na hora que quero. As letras vêm até a mim num sonho ou mesmo no carro voltando para casa, como no caso da música Mulata da Lavradio. Acho que cada um tem o seu dom”, destaca a cantora. Segundo Sáloa, a escolha do repertório do álbum foi trabalhosa, mas o esforço valeu à pena. Ela e sua equipe ouviram cerca de 300 músicas – diversas delas enviadas por profissionais cadastrados no site Clube Caiubi após a moça postar um tópico nessa página em busca de compositores para esse trabalho – e escolheram a dedo as faixas que seriam
Sáloa Farah e Diogo Nogueira
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“tirar” os olhos da cena quando aquela moça de 22 anos , quase 1.80 de altura, com voz de negra do jazz, entra e arrasa em “Seja Breve “ de Noel ou “Camisa Suada” de Altay Veloso com esse poeta que vos escreve. É lindo e, peço a Deus, a preservação de tal artista em tempos em que o Brasil anda tão escasso de talentos em todos os segmentos. FOTO DE DIVULGAçãO
Salve Sáloa Farah!”, afirma Feital extasiado.
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Sáloa Farah e Wilson da Neves
Sáloa Farah e Paulo Cesar Feital
que eu estiver vivendo”, destaca. Entretanto, ela revela que o próximo estágio que deseja alcançar em sua carreira é o do crescimento natural da profissão e se sente pronta para isso. “Estou me adaptando às situações que surgem. Cresço junto e construo novas metas a serem alcançadas profissionalmente.
Jorge Vercillo e Sáloa Farah Espero poder cantar sempre e realizar novos projetos musicais ao longo da minha vida, agregar mais parceiros, mais amigos músicos, compositores, cantores e ter contato com pessoas maravilhosas no meio, inteligentíssimas, como tive oportunidade de ter até hoje”, completa.
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a pensar num próximo disco. “Só vou fazer isso em 2012 e devo continuar nessa linha. Mas a escolha das músicas virá mais do momento em
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Sáloa, com seu ar de quem tem os pés bem no chão, mas que reconhece suas qualidades, afirma que o momento agora é de colher todos os bons frutos que seu trabalho está lhe rendendo antes de começar
Por Daniela Nunes
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Arte, cinema, dança, informação, gastronomia e, claro, muita música. Quem vive a cultura de Belo Horizonte sabe que só a GUARANI FM tem uma programação selecionada para surpreender e agradar os melhores ouvidos. Sintonize 96.5. A Rádio que mais cresce na cidade toca o seu bom gosto**. * Fonte Ipsos: Estudos Marplan/EGM. Mercado Grande BH. Abril-10 a março-11. Filtro: 10 e+ anos: 3.173.000 pessoas. Filtro consumo cultural: pessoas que frequentam teatro, shows, concertos, exposições, museus, restaurantes, cafeterias e gostam de ler e jantar fora. ** Fonte Ibope: Easy Media 3 - Mercado Grande BH - Março a maio 2011. Média: todos os dias. Ouvintes por minuto na população total: 5h24. Emissoras segmentadas: aquelas que possuem entre seus ouvintes mais de 50% de público AB.
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MUSIC CENTRE
POR KIKO FERREIRA
ZAGUE E ZEIA Affonsinho
O guitarrista, compositor e cantor mineiro Affonsinho tem uma produtividade impressionante. Em dez anos de carreira fonográfica, está lançando seu sétimo disco, Zague e Zeia. Sua praia autoral é um misto de bossa pop e feeling blue, mas a trajetória como intérprete e instrumentista é plural. Na década de 80, era um dos mais requisitados guitarristas da cena de Belo Horizonte. Formado pela Berklee School of Music, foi professor de muitas estrelas e astros da cena local. O mais famoso deles, Samuel Rosa, do Skank, com quem compôs Gentil Loucura. No tempo em que morou no Rio, foi fundador e escudeiro de Arnaldo Brandão/ Hanói-Hanói. Na volta a Minas, formou um grupo pra tocar Chuck Berry (Chocoberry), outro de rock instrumental e mantém um combo de jazz,
só para tocar e cantar standards à maneira de Chet Baker.Depois de ziguezaguear por estilos e gêneros diversos, começou a burilar a fórmula atual com o CD Zum Zum (2001), que chamou a atenção do letrista e produtor Ronaldo Bastos, responsável pelo lançamento nacional e internacional, com destaque para o Japão, onde tem fã clube fiel. Enquanto mantinha as bases de sua new bossa prazerosa, nos discos Belê (2006), Meu Plano (2009) e Voz e Viô (2010), ampliava as parcerias com cantoras diversas: Fernanda Takai, Sandra de Sá, Aline Calixto, Erika Machado, Regina Souza. E emplacou Vagalumes, Gamado Pelo Samba e Escândalos de Luz nas FMs adultas de várias capitais.
Com lemas hedonistas como o insubstituível “picolé de uva pra todo mundo”, Affonsinho conta com a experiência de mestre Gauguin para a produção da sonoridade deste Zague e Zeia. Oscilando entre o rock suingado “a la Erasmo” Revolation e a marchinha Cheirinho da Lolove, ele faz homenagem a McCartney (Silly Lovesambas) e Lennon (Tanto de Coisas), propõe uma UFO magical mistery tour (Ovni), um “Bolero Leve” duas bossas de baixos teores (Zague e Zeia e Olhios do Amor), além de mostrar as facetas Jeckill e Hyde nas leituras em rock e bossa da mesma música, Por Causa Dela. Para demonstrar, mais uma vez, a capacidade de reunir tendências, conta com participações de vários artistas da cena indie: Flávio Henrique, Mariana Nunes, Kadu Vianna, Pedro Morais e Jenniffer Souza, da banda Transmissor.
Gustavo Maguá / Vol.1
Flor Morena (Warner) / Aline Calixto
Gustavo Maguá é um legítimo representante da nova velha tradição do samba mineiro. Um samba feito de maravilhas cotidianas, cantadas e contadas com linguagem de mesa de boteco, faça chuva ou tenha luz. Um samba, que dribla um drible que é só daqui, faz foto 3 por 4 de mané e joão, sofre com apagão, sabe que, safo que é safo tem plano B. Safado, e com ouro no jardim. Criado, nas noites de samba de Belo Horizonte, o cantor, compositor e violonista Gustavo Maguá aprendeu a tocar samba-rock, samba-funk, bossa nova, afoxé, samba de raiz e outras manifestações do universo do samba. Acostumado à disputa diária, por atenção, com copos, garrafas e copos, seguiu a linha de outro artista formado na noite, Vander Lee. Seu samba tem sabor de crônica.Vol.1 reúne, em onze faixas, algumas dessas crônicas. Com voz ágil e instrumental econômico, abordando um fim de caso clássico em Lero Lero, a sedução da boemia em A Noite É Uma Criança Pra Quem Vive Nela, uma noite em que a luz acaba Samba do Apagão, a prostituição como saída para compensar a labuta, em Plano B, faz um diálogo com o rapper Renegado em Samba Pra João e recebe bons presentes de Rai Medrado Casa de Marimbondo e da dupla Vitor Santa e Celso Viáfora, Drible da Vaca.
Prêmio APCA de 2009 por melhor disco, já em sua estreia fonográfica, a cantora e compositora mineira Aline Calixto, criada em Viçosa e nascida no Rio, lança segundo trabalho fiel ao samba de raiz e abrindo caminhos.Produzido pelo baixista Arthur Maia, que assina com Thiago Pascoa a faixa Teu Ouvido, o CD mantém o diálogo com os bambas. Regrava de Paulinho da Viola Coração Vulgar, ganha de Martinho da Vila Gemada Carioca e recebe de Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz a faixa-título, já tocando nas rádios. Na própria Conversa Afiada, dialoga com os ritmos latinos. Celebra o sincretismo em Ecumenismo, de Nei Lopes e Moacyr Luz, e se aproxima da Bahia em Cabila de Peu Murray, Caçuá de Edil Pacheco e Paulo César Pinheiro e na semente africana como em Cafuso, do mineiro Toninho Geraes. E ainda encontra em João “Casuarina” Cavalcanti o misto de ciranda e maracatu de De Partir Chegar.
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POR KIKO FERREIRA
CAIPIRA DO MUNDO | Chico Lobo
O violeiro mineiro Chico Lobo é líder nato. Agregador, consegue aglutinm torno de sua viola ágil e seu canto macio simpatizantes de diversas esferas. Neste Caipira do Mundo, a escalação dos parceiros é prova inconteste. Do urbano paulistano Arnaldo Antunes (Eu Ando Muito Cansado) ao ramilongueiro Vitor Ramil (Cantata), o violeiro lupino flerta com o humor lírico de Zeca Baleiro (Morena de Minas), descobre um lado rural em Alice Ruiz (A Mais Difícil Opção), leva Verônica Sabino a refletir sobre o tempo (No Fio do Olhar) provoca em Chico César consideração sobre sapiência e ignorância (Tristeza do Culto). Faz Siba observar ave musical (Pássaro de Rima) e Ricardo Aleixo (Cantiga de Caminho) investigar sua mineiridade com sotaque inédito.
1 Quando Deus quer até o diabo ajuda Edvaldo Santana
Edvaldo Santana
4:28
(BRSBR1100004)
4 A poda da rosa 5 Jataí
3:08
(BRSBR1100005)
3:58
Edvaldo Santana
(BRSBR1100006)
6 Eva Maria dos Anjos Edvaldo Santana Edvaldo Santana Edvaldo Santana
5:02
(BRSBR1100008)
3:32 (BRSBR1100009)
9 Sampaio Melodia Edvaldo Santana Edvaldo Santana
3:06
(BRSBR1100010)
10 Você pode fazer
3:53
(BRSBR1100011)
3:34
Jataí / Edvaldo Santana Edvaldo Santana
12 Aí Joe
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JATAÍ
8 Sem cobiça
3:28
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7 Há muitas luas
11 Piá
3:30
3:27
(BRSBR1100003)
3 Amor é de graça Edvaldo Santana
4:45
Edvaldo Santana
13 Seu Ico
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3:56
Edvaldo Santana
de revelação, em 1997, traz doze temas inéditos. E, para encerrar, uma versão para violas de Dois Rios, o hit do Skank, que reforça a busca de horizontes inéditos para uma carreira respeitada por quem é do meio, mas ainda sem alcance do grande público.Não é por acaso que as letras falam de viagens, lugares, saberes e sensações, caminhos e deslocamentos. A música de Chico Lobo é caudalosa e fluente. Abre caminho para o vasto e para o profundo. Todos os parceiros entenderam esta consistência e (cor)responderam à altura.
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2 Nada no mundo é igual
Fabricado no Pólo Industrial de Manaus por: NovoDisc Mídia Digital da Amazônia Ltda. – Av. Abiurana, 566 - Distrito Industrial - Manaus – AM – CNPJ.: 02.104.848/0001-96 – Sob licença de Edvaldo de Santana Braga – CPF: 817.348.598-49.
Edvaldo Santana
E Maurício Pereira reorientar a bússola (Pra Onde Eu Tava Indo), além de Vander Lee apostar no músculo do amor para a credibilidade da canção (Quando Falta o Coração).Dois letristas de atuação histórica na MPB completam o clube: Sérgio Natureza, num Canto aos Cântaros, e Fausto Nilo, No Fim da Rua.De visual novo, com os tradicionais cabelos devidamente desbastados, Chico amplia seu universo de influências e confluências e ainda conta com convidados para dividir o microfone. Entre eles Banda de Pau e Corda, Virgínia Rosa, Zé Geraldo, Zeca Baleiro, Verônica Sabino e instrumentistas como Lui Coimbra, Paulo Sérgio Santos, Rogério Delayon e Marcelo Jeneci.O álbum, sétimo de uma carreira que começou com um Prêmio Sharp
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www.edvaldosantana.com.br contato: (11) 2959-5885
A mosca que habita uma das folhas do encarte do sétimo CD do paulistano Edvaldo Santana, “Jataí”, remete a um maldito cult, Walter Franco, e a um popular, Raul Seixas. E “Sampaio Melodia”, cita Sérgio Sampaio para Luiz Melodia: “ melhores dias virão”.Tão rascante quanto sua voz rouca, com um pé no blues, e o violão estradeiro, as letras que acompanham as treze melodias sinuosas apontam para um poeta ainda e sempre alerta, com a dose certa de amargo e uma doçura rara e contida. “Sou uma cara estragado pelo vício e pelo susto” (“Amor É de Graça”), declara, como lema, antes de afirmar que “não levo jeito pra ser um popstar” (“Há Muitas Luas”) e de reafirmar sua teimosia: “mesmo com quase todo mundo contra, vou levar em conta o que meu coração diz.”(“Sampaio Melodia”). No final, o lirismo refresca e abre a guarda: “na casa da liberdade vou sonhar que ainda sou um menino”.
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Galápagos / Adriano Campagnani Seis anos após o disco de estreia, o baixista Adriano Campagnani volta ao CD com Galápagos, com a segurança de uma carreira de vinte anos pautada pela precisão de execução e pelo rigor técnico. Brasileiríssimo na bossa em 7 por 4, Sétima Vez, e global na IndiAfrika, com vocais de Marku Ribas, Adriano recicla a escola da harmonia mineira na faixa-título, e ainda em Céu vermelho, com outra grande voz da cena local, Play.Jogando com passes curtos e precisos em Claridade Viva, Adriano abusa do groove em Cabelluck e dialoga com a bateria fantástica de Nenem na bem humorada Minas Jazz.Com 35 anos de idade e aparência de dez anos menos, ele conta, ainda, com a participação de Uriah Duffy, baixista do Whitsnake, parceiro numa jam que encerra o disco, com auxílio do irmão, o baterista André Campagnani.
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POR TÁRIK DE SOUZA
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CLÍMAX / Marina Lima (Libertá Records)
Em curiosa sincronia com o colega de geração, Lobão, a também carioca Marina Lima trocou a terra natal por Sampa. E, no novo disco, Clímax, ilustra a travessia quase de forma ideológica, em # SP Feelings: “Essa cidade me faz ver o mar/ nas ondas que essa gente toda traz/ Japas, carros, beijos, bienais”. Neste primeiro álbum de inéditas, em cinco anos, após problemas de saúde que afetaram sua voz, Marina abre novas parcerias, como Adriana Calcanhotto na desafiadora Não Me Venhas Mais Com o amor (“quando pintam uns medos ou uns pensamentos/ desses de esfriar o calor/ lembro das noites que tivemos de gozo e relento”), martelada por ácida batida eletrônica. O guitarrista Edgar Scandurra (ex-Ira!), a revelação Karina Buhr e o baterista Alex Fonseca contribuem em Desencantado. Vanessa da Mata canta junto em A Parte Que Me Cabe (“Me deixe quieta com a minha solidão/ a vida é minha e também meu coração”). O percurso é assimétrico, repleto de angulosidades, como a atual emissão da cantora e sua postura autoral, apartada da parceria com o irmão, o filósofo e poeta Antonio Cícero. A temática farpada, na primeira pessoa, atravessa as letras como a íntima De Todas Que Vivi (“e como nós erramos/ com tudo que houve/ não sei quem é você”), que traz Marina ao violão, acompanhada apenas pelo piano e sampler de trompas de Edu Martins. De melodia intensa e climática, a agalopada Lex (My Weird Fish), cerzida por cello e violino, é invadida por um trecho do afro samba de Baden Powell e Vinicius de Moraes, Canto de Ossanha. Pincelam estas duas canções trechos em inglês, idioma de outra composição de Marina, Keep Walkin’. Ela ainda repesca o “standard” Call Me, “hit” de Petula Clark e Chris Montez nos anos 60, e fecha o disco tenso, repleto de timbres enevoados, num claro aceno ao pop, Pra Sempre, parceria com Samuel Rosa, do Skank. A letra sumariza o árduo “happy end”: “tive histórias tristes/ que só eu bem sei/ mas que o tempo fez transformar/ em vitórias, brilhos”.
O Rei dos Bailes / Ed Lincoln (Caixa com 6 cds) (Discobertas)
Almamúsica / Olívia & Francis Hime (Biscoito Fino)
Em pleno covil da bossa nova, na boate do Hotel Plaza em Copacabana, em meados dos nos 50, o cearense Eduardo Lincoln era o baixista de um trio sem bateria, com Luis Eça (futuro Tamba) ao piano. Mas ao invés de embarcar nas síncopas da bossa intelectualizada, o renomeado Ed Lincoln, à bordo de um pesado órgão Hammond, que fazia levitar, tripulou um conjunto dançante que rachou assoalhos nos anos 60. Fora de catálogo desde então, confinados ao vinil, seis títulos desta trajetória ressurgem em CDs na caixa O Rei dos Bailes (Discobertas). Nos mais incandescentes – os dois com o nome do solista, de 1961 e 1963 e mais “A volta”, de 1964 – desfilam petardos sambalançantes, de Miss Balanço, Nunca Mais, Vou Rir de Você, Paladium e a Na Onda do Berimbau. Cochise, do disco de 66, estourou até nas pistas londrinas.
Aproximados pela música, Francis e Olívia Hime formaram um casal e uma parceria de mais de 30 composições. Mas só agora unem vozes no disco Almamúsica (Biscoito Fino). O inesperado é que eles não priorizam as músicas que compuseram, à exceção da faixa título. E também não escalam um repertório de “standards” ou realçam raridades. Almamúsica mais parece um roteiro de cinema, na linha do felliniano “Amarcord”. Faz deslizar mansamente canções resultantes de escolhas afetivas, interligadas, às vezes com longas digressões de Francis ao piano. Há parcerias do pianista com Vinicius de Moraes Saudade de Amar e Chico Buarque (a obscura Canção de Pedroca), mas também Caetano Desde Que o Samba é Samba, Lenine (Paciência, com Dudu Falcão), Ary Barroso Canta Maria e até Charles Chaplin Smile.
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DIVERSOS / O samba carioca de Wilson Baptista (CD duplo) (Biscoito Fino)
O campista (RJ) Wilson Baptista (de Oliveira) (1913-1968) merece um lugar mais destacado entre os maiores compositores brasileiros. Esta é a nobre tarefa a que se propôs o músico, ator e pesquisador Rodrigo Alzuguir, que prepara uma alentada biografia para editar no centenário do homenageado. Além disso, ele montou um ótimo “cabaré-documentário”, “O samba carioca de Wilson Baptista”, onde contracena com a cantora Claudia Ventura, registrado neste CD duplo, da Biscoito Fino. O segundo disco traz uma seleção de músicas (boa parte, raras, não incluídas no show) com interpretações de Elza Soares Artigo Nacional, Cristina Buarque Vinte e Cinco Anos, Céu Nega Luzia, Zélia Duncan Que Malandro é Esse?, Roberto Silva Vedete, Vagabundo, Teresa Cristina Nelson Cavaquinho, Mart’nália Não Me Pise o Calo, Wilson das Neves Louca Alegria, Marcos Sacramento O princípio do Fim e Rosa Passos Oh, Dona Ignez!. Após ouvir estes CDs, só um surdo não perceberá a genialidade do compositor que travou a célebre polêmica com Noel Rosa (“Lenço no pescoço”, “Conversa fiada”, “Frankenstein da Vila”, versus “Rapaz folgado”, “Feitiço da Vila” e “Palpite infeliz”), encerrada por uma parceria da dupla Deixa de ser convencida. Semi analfabeto, e músico confinado à caixa de fósforos, com parceiros diversos, ele debateu racismo Preconceito, drogas Chico Brito, (“dizem que fuma uma erva do norte”), prostituição Dolores Sierra, malandragem Inimigo do Batente, O bonde São Januário, marxismo Pedreiro Waldemar, (“mestre no ofício/ que constrói um edifício/ e depois não pode entrar”) Mãe Solteira e até psicanálise, em Louco (Ela é seu mundo). Como Adoniran Barbosa Já Fui Uma Brasa, Wilson, em Sou Fã da Jovem Guarda, flertou com o movimento que subtraiu popularidade ao samba, assim como antecipou dissonâncias da bossa nova em Cadê a Jane?, gravada em 1949 pelos Cariocas. Hedonista assumido, no fabuloso Meu Mundo é Hoje (não existe amanhã pra mim”) deixou o recado direto: “Não levarei arrependimento/ nem o peso da hipocrisia”.
50 Anos de Saudade / Luiz Americano (3 Vols.) (Revivendo) Assim como alguns músicos foram entronizados por terem introduzido os respectivos instrumentos no jazz, como Charlie Christian fez com a guitarra elétrica, foi o sergipano Luiz Americano Rego (1900-1960) quem assegurou à clarineta um lugar ao som nos regionais de choro. Seu percurso é recapitulado na esplêndida edição de três CDs, Luiz Americano – 50 Anos de Saudade, do selo curitibano Revivendo. Extraídas de antigos e quebradiços discos 78 rotações, 60 gravações raras do músico realizadas entre 1925 (quando atuava no Grupo do Donga, do co-autor do primeiro samba) e 1940. Entre valsas, choros, maxixes, fox e polca, composições alheias e as saborosas autorais Os Reis da Bossa, O Pandeiro de João da Bahiana, Luiz Americano no Lido, Luiz Americano em Cabo Frio e Luiz Americano de Passagem Pela Arábia.
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Multishow ao Vivo / Caetano e Maria Gadú (Slap/Universal)
A carreira meteórica da cantora/autora paulista radicada no Rio, Maria Gadú chega ao ápice apenas dois anos após a estréia oficial: no CD e DVD MULTISHOW AO VIVO (SLAP/Universal) ela divide o palco com ninguém menos que Caetano Veloso. Um de seus avalizadores desde o início, CV corrigiu apressados que a situavam como nova Cássia Eller (pela aparência andrógina?), preferindo aproximá-la do timbre de Marisa Monte. Mas embora ainda incipiente como compositora, num repertório de cobertor curto (quem ainda aguenta ouvir “Shimbalaiê”, mesmo recantada por Caetano?), Gadú, dotada de um leve vibrato, pontua como intérprete, além de bater um bom violão. A despeito do repertório surrado de parte a parte Leãozinho e Menino do Rio o encontro traz bons momentos em Trem das Onze, O Quereres, Odeio e Vaca Profana.
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SAÚDE VOCAL
A primeira nota do acorde: Saúde Vocal
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ou montar o repertório. Tenho que ensaiar com a banda! O músico da semana passada me deixou na mão, tenho que ensaiar novamente com a banda! Qual será o cachê?! Xiiii! Tenho que levar as caixas, senão ficaremos sem retorno. Será que consigo fechar show semana que vem?” Os primeiros shows são regados de muitas preocupações. O que não falta é o que fazer e, na lista das prioridades, cuidar da voz passa a ser o último item. Não se fala em aquecimento, in ear ou saúde vocal e as primeiras fadigas vocais são curadas com noites de sono mais reforçadas. Noites estas, que vão se tornando insuficientes quando o número de shows aumenta e a logística de viagem, que mais parece sem lógica, não tem espaço para o sono, muito menos noites de sono. Fique feliz com algumas horas de sono em plena luz do dia, muitas vezes na própria Van. E, logo logo, você fará parte de um cenário comum em aeroportos: músicos de óculos escuros estilosos dormindo pelos cantos. É assim, quando não se consegue recuperar do cansaço naquela esperada segunda e terça-feira ou quando o inverno e as variações de temperaturas trazem as crises alérgicas e resfriados, que a rouquidão se instala de vez, ou vai se instalando homeopaticamente, até que o cantor entre em pânico. Nesta hora, o que não faltam são as inúmeras indicações milagrosas que vão de chás, gargarejos, gengibre, entre outras coisas, até chegar ao conhaque para aquecer a voz, o que só faz piorar a situação do cantor retardando a sua melhora. Isto pode se estender por muito tempo e fazer com que problemas vocais sérios perdurarem encerrando a carreira de muitos cantores, o que infelizmente não é raro. A procura por Agosto-Setembro 2011 | www.pullsar.com.br
profissionais especializados (fonoaudiólogos e otorrinolaringologistas) só acontece quando o problema já se instalou. Poucos são os cantores bem informados quanto aos cuidados vocais e aos hábitos preventivos. O que você diria de um instrumentista que nunca cuida ou dá manutenção em seu instrumento? No mínimo, que logo não terá mais o seu instrumento, ou o terá em péssimas condições, ou ainda que poderá tocar muito mal. Não é possível dizer o mesmo de um cantor? Afinal, ele também é um instrumentista, cujo instrumento é a voz. E é por este motivo que o cantor precisa, tão logo comece a cantar, aprender a: aquecer sua voz, dominar técnicas vocais a fim de lhe proteger sem ferir a expressão, ter um bom retorno de voz e possuir bons hábitos de vida que beneficiem diretamente sua saúde vocal. Por exemplo, ter uma alimentação saudável e equilibrada. Deve-se evitar alimentos e hábitos que possam gerar o refluxo gastroesofágico, algo que acomete a maioria dos cantores disparando os problemas vocais. Em minha experiência, procuro relembrar atitudes que justificariam tal fato e não sai da minha cabeça o sanduiche engordurado com fritas do bar após o show ou a batata Rufles e o velho Diamante Negro, os únicos alimentos disponíveis no frigobar do pequeno hotel sem room service 24 horas, com os quais os cantores se “enfartam” logo antes de dormir, afinal estão exaustos. Atenção deve ser dada ao corpo. Praticar atividades aeróbicas aumenta a resistência cardiorrespiratória, o que auxilia o canto. Deve-se tomar cuidado com os medicamentos para emagrecer (inibidores de apetite) e outros indicados para alcançar um belo corpo mais rapidamente (anabolizantes, termogênicos, GH), pois eles geram alterações diretas na voz como fadiga, edema de pregas vocais,
refluxo gastroesofágico, perda de notas agudas e agravamento da voz, danos muitas vezes irreversíveis. Alguns recursos têm sido muito utilizados entre os artistas dentro da perspectiva de que, atualmente, a música deve ser vista e não apenas ouvida e ser um bom cantor com possibilidades de sucesso significa muito mais que ter uma boa voz. Significa ter presença de palco, ter carisma e ter resistência física e vocal para estar lá e cá com a cara boa, pois a concorrência não é fraca. A saúde vocal deve ser o primeiro degrau a ser alcançado embasando esta estrada longa e cheia de manhas que ainda está por vir.
Janaína Pimenta Crfa 6181 Fonoaudióloga e Vocal Coach Diretora do Espaço da Voz.
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SAÚDE VOCAL
EVITE
POR QUÊ?
Alimentos condimentados e frituras Bebidas alcoólicas Café Ficar longos períodos sem se alimentar Comer e ir se deitar logo após Comer muito ou comer alimentos que provocam sensação de plenitude gástrica logo antes do show
Leite e derivados do leite Chocolate (principalmente antes do show) Mel logo antes do show
Provocam o refluxo gastroesofágico que podem irritar as pregas vocais
Aumentam o muco e a viscosidade do mesmo gerando pigarro, além de deixar a voz mais pesada
Gengibre, spray de própolis e pastilhas
Possuem um efeito anestésico diminuindo a sensibilidade e auto-percepção do seu estado vocal
Pigarrear ou gritar Cantar sem retorno de voz Fumar
Irrita e machuca as pregas vocais
Medicamentos (Anabolizantes, hormônios, termogênicos, antialérgicos, relaxantes muscular, remédios para dormir, entre outros).
Muitos medicamentos podem provocar efeitos diretos na voz como ressecamento, fadiga, mudança de tom, entre outros. Deve-se ter consciência das vantagens e desvantagens da terapia medicamentosa para se tomar uma decisão acertada junto ao médico especialista. Enfatize para o seu medico, seja ele de que especialidade for, sua condição de demanda vocal.
PROCURE Comer carboidratos simples em pequenas quantidades antes do show como: passas, banana passa
POR QUE? Proporcionam aos músculos energia rápida, para cumprir atividades com maior eficiência
Maçã
Funciona como um adstringente para o aparelho fonador
Beber: Água, água de coco, Gatorade (em quantidades moderadas) Estas bebidas são para o dia e durante o show
Hidrata o corpo e aparelho fonador mantendo equilíbrio iônico evitando fadiga
Alimentação saudável e equilibrada Ter boas horas de sono Fazer atividade física aeróbica.
Aumenta resistência do corpo e da voz.
• Tabela elaborada pela Fga Janaína Pimenta
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NA ESTRADA “A partir daí, o negócio via internet pipocou para o Brasil inteiro e um monte de banda queria vir tocar. Daí, no mesmo ano, tivemos que organizar um festival nacional com 52 bandas. O primeiro foi em junho e o segundo em setembro. Durou 42 dias pela quantidade de bandas que estavam vindo e daí o formatamos assim: O festival tem 42 dias, começa no dia 7 de setembro – dia da Independência do Brasil – e vai até 12 de outubro”, explica Malu Aires. A produtora Ana Salminen destaca que a qualidade dos músicos que passam pelo BH Indie é muito boa. “Como as bandas são sempre observadas por outros músicos e por quem conhece do assunto, você não pode chegar lá com qualquer coisa”. Alerta.
Cena Independente Hoje, em Belo Horizonte, um dos festivais que une boa parte dessa galera e torna seus trabalhos visíveis é o BH Indie Music, um evento anual que realizará a sua 5ª edição neste ano de 2011. Diogo Pertence, integrante da banda Simples, conta que fazer parte desse projeto já abriu para a banda – que entrou no festival em 2009 - um grande número de portas e possibilidades de crescimento, uma vez que o festival é um grande formador de opinião. Ele lembra que, no início, sua banda não conseguia tocar em muitas casas de shows, devido ao fato de seu repertório ser composto de músicas autorais, um estilo que, supostamente, não dá lucro ao estabelecimento. Segundo Diogo, além da visibilidade que as bandas conquistam, o festival oferece ao músico em começo de carreira a oportunidade de aprender a lidar com o palco, com a produção do show e cria uma rede de relacionamentos dentro desse circuito – através da qual, por exemplo, sua banda conseguiu fazer parceria com o Centro Cultural Nem Secos. “Não existe o cada um por si nesse cenário. Existe uma amizade entre várias bandas que está fazendo com que o negócio cresça”. Outro ponto que a organizadora do festival BH Indie Music, intérprete e compositora Malu Aires destaca é que o festival incentiva as bandas a se profissionalizarem. “Isso porque o tempo inteiro você tem que se apresentar e vender, seja no independente ou no mainstream“. Esse festival, que já movimentou 350 bandas em cerca de 700 shows, começou a tomar forma após a publicação de um tópico na internet. Várias bandas se interessaram em participar do evento e foram reunidas, na primeira edição, em dois dias de shows. Agosto-Setembro 2011 | www.pullsar.com.br
maldição de não ter nada em alguns finais de semana e em outros, ter vários rolando eventos na cidade. Não era o caso, dessa vez. Isso me chamou atenção”, destaca. O jornalista conta que seus amigos vieram de Goiânia apenas para ver os Los Porongas, já que a banda não tocava há muito tempo na cidade deles. “Ou seja, alguém de Goiânia vem ver, e o mineiro, que tem a banda aqui na mão, não prestigia. Diz. Toda essa falta de curiosidade coexiste com a preferência do público, e de casas de shows, por bandas covers, afirma Terence. Ele explica que não é contra a existência de covers na cidade e que eles têm de existir. Porém, para ele, assim como para Malu Aires, os músicos devem produzir material autoral e não reproduzir, músicas dos outros. Diogo Pertence afirma que seus shows são 100% autorais, já que a banda acredita que música é arte e que cada um tem que fazer a sua. “Você não vai pintar a Monalisa de novo. E a música, é um quadro. Cada um que faça e mostre seu trabalho”, enfatiza o vocalista.
Mercado de Show Malú Aires
Segundo Terence Machado, outro festival em BH que reuniu músicos de qualidade foi o Outro Rock. Criado, em 2007, pelas bandas Mono, Carolina Diz e Transmissor. Era um evento gratuito para movimentar a música na cidade, mas durou apenas três anos. Nesses 14 anos de Alto Falante, ele afirma não ter visto em Belo Horizonte um conjunto de bandas tão fértil, em termos de composição e de diferencial, como esses três nomes. Porém, ele diz Minas, tem um grande problema: As pessoas têm iniciativa de produzir eventos, mas não têm um bom retorno do público. E, para ele, foi por esse motivo que os próprios fundadores do Outro Rock desistiram do projeto. Para o jornalista, Malu Aires, é uma guerreira por organizar e fazer o festival BH Indie crescer. Ele diz ainda não entender muito bem o público de Belo Horizonte e seu desinteresse em conhecer novas bandas. Acho que existe algum tipo de ranço. O mineiro não troca o boteco para ir ao show, por falta de curiosidade ou comodismo. Depois que acontecem, é que prestam atenção”. Desabafa. Terence lembra intrigado de como foi o show dos Los Porongas – uma banda do Acre, que tem um vínculo forte com o programa –, em maio, na capital mineira. A banda, bastante conhecida na cena alternativa, se apresentou para uma quantidade considerável de pessoas, mas relativamente pequena para uma cidade como BH. “Neste dia do show, não havia nada acontecendo, por que Belo Horizonte tem aquela
Foto: ANDREA MAIA
O cenário independente em BH Artistas e músicos não faltam na capital mineira, no estado e no país. Diversificada e pulsante, a cena independente está aí para todo mundo ver e comporta um grande número de bandas de rock e seus mais diversos gêneros, Pop, MPB, Samba, Black music e até bandas teatrais. De acordo com Eduardo Garcia, diretor da ABMI e da Sociedade Independente da Música (SIM), apenas nela existem mais de 100 membros mineiros cadastrados, porém, ele não arriscaria dizer quantos músicos, de fato, existem no estado, uma vez que nem todos pertencem a associações. “São muitos artistas e a lista só aumenta”, afirma.
Já para a organizadora do BH Indie Music, quando uma banda autoral tem 90% do seu repertório de 10 músicas autorais e canta uma do Led Zeppelin, todas aquelas outras músicas são esquecidas pelo público. “Isso é psicologia. A pessoa vai se lembrar daquela última que ficou na cabeça. Então, temos que ser inteligentes”, observa Malu. Por outro lado, o problema que as bandas independentes enfrentam ao apresentar seu trabalho aos donos das casas de shows é o de que eles já cristalizaram a idéia de que o público responde apenas ao cover e nada mais. Por isso, querem covers,sempre. “Acho que isso, terá mudar aos poucos. Às vezes, os donos podem abrir uma data na semana para o artista autoral. Se os melhores dias de faturamento deles são sexta e sábado, eles podem abrir a quinta. É um jeito de o cara colaborar”, conclui.
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AGENDA
Michel Teló Michel Teló Sem dúvidas, Michel Teló ainda colhe excelentes frutos trazidos a sua carreira pelo hit “Fugidinha”. Sendo requisitado pelos principais eventos de música sertaneja do país e com apresentações bastante descontraídas que atraem um público de cerca de 25 mil pessoas, a agenda desse cantor paranaense anda agitada. Em agosto, ele já tem presença confirmada em algumas cidades de Minas Gerais: 14/08 Patrocinio – MG 19/08 Alfredo Vasconcelos – MG 25/08 Itajubá – MG
Foto de Divulgação
* As rádios de todo Brasil, já começam a tocar sua nova música: “ Ai se eu te pego”.
João Bosco & Vinícius Considerada uma das maiores representantes do “sertanejo universitário”, a dupla João Bosco e Vinícius segue na estrada com a divulgação de seu novo álbum “João Bosco e Vinícius – 2011”, lançado recentemente pelos cantores.
Foto de Divulgação
A primeira música desse trabalho tem a participação de outra dupla de peso no mundo universitário, Jorge e Mateus. A faixa “Abelha” é uma das mais executadas nas rádios. Confira algumas datas já confirmadas em Minas: 28/08 Conceição do rio verde – MG 29/08 Botelhos – MG
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AGENDA ROCK IN RIO
23 de Setembro (Sexta)
24 de Setembro (Sábado)
25 de Setembro (Domingo)
Palco Principal: • 19:00/19:50 – Show de Abertura com Paralamas do Sucesso, Titãs e participação especial de Milton Nascimento. Convidados Maria Gadú e Orquestra Sinfônica • 20:10/21:10 – Claudia Leite • 21:30/22:30 – Katy Perry • 22:50/00:00 – Rihanna • 00:20/02:00 – Elton John Palco Sunset: • Móveis Coloniais de Acaju + Orkestra Rumpilezz + Mariana Aydar • Ed Motta + Rui Veloso + convidado • Bebel Gilberto + Sandra de Sá • The Asteroids Galaxy Tour + convidado
Palco Principal: • 19:00/19:50 – NxZero • 20:10/21:10 – Stone Sour • 21:30/22:30 – Capital Inicial • 22:50/00:00 – Snow Patrol • 00:20/02:00 – Red Hot Chili Peppers Palco Sunset: • Marcelo Yuka + Cibelle + Karina Buhr + Amora Pêra • Tulipa Ruiz + Nação Zumbi • Milton Nascimento + Esperanza Spalding • Mike Patton/ Mondo Cane + Orquestra Sinfônica de Heliópolis
Palco Principal: • 19:00/19:50 – Glória • 20:10/21:10 – Coheed and Cambria • 21:30/22:30 – Motorhead • 22:50/00:00 – Slipknot • 00:20/02:00 – Metallica Palco Sunset: • Matanza + BNegão • Korzus + The Punk Metal Allstars • Angra + Tarja Turunen • Sepultura + Tambours du Bronx
Dia 29 de setembro Palco Principal: A partir das19 hs Concerto Sinfônico Legião Urbana, Janelle Monáe, Jamiroquai, Stevie Wonder, Ke$ha
Palco Sunset: A partir das 14h40 Curumin + Marcelo Jeneci, Afrika Bambaataa + Paula Lima, Diogo Nogueira + Davi Moraes + Baile do Simonal, Joss Stone Mary Olivetti, Mário Fischetti, DJ Zegon, Masters at Work
Rockstreet A partir das 14h30 Mark Lambert e Scott Feiner, Stephen Harper, Arnaldo Brandão, Saxophonia
30 de Setembro (Sexta)
1 de Outubro (Sábado)
2 de Outubro (Domingo)
Palco Principal: • 19:00/19:50 – Marcelo D2 • 20:10/21:10 – Jota Quest • 21:30/22:30 – Ivete Sangalo • 22:50/00:00 – Lenny Kravitz • 00:20/02:00 – Shakira Palco Sunset: • Buraka Som Sistema + Mix Hell • João Donato + Céu • Cidade Negra + Martinho da Vila + Emicida • Monobloco + Macaco
Palco Principal: • 19:00/19:50 – Frejat • 20:10/21:10 – Skank • 21:30/22:30 – Maná • 22:50/00:00 – Jay-Z • 00:20/02:00 – Coldplay
Palco Principal: • 19:00/19:50 – Detonautas • 20:10/21:10 – Pitty • 21:30/22:30 – Evanescence • 22:50/00:00 – System of a Down • 00:20/02:00 – Guns n´Roses Palco Sunset: • The Monomes + David Fonseca • Mutantes + Tom Zé • Titãs + Xutos & Pontapés • Marcelo Camelo + Convidado
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Palco Sunset: • Cidadão Instigado + Júpiter Maçã • Tiê + Jorge Drexler • Zeca Baleiro + Concha Buika • Erasmo Carlos + Arnaldo Antunes
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PERFIL | ÁUDIO AUDIO
Foto: Divulgação
Denio Costa Denio Costa iniciou suas atividades como profissional do áudio no ano de 1978, trabalhando como técnico e posteriormente como gerente técnico de várias empresas de locação de equipamentos. Formou-se técnico em eletrônica em 1981 e desde então tem se dedicado ao estudo e à pesquisa individual sobre sua área de conhecimento. Por muitos anos foi operador de áudio de diversos grupos musicais e artistas solo como: 14 Bis, Ivans Lins, Marina Lima, Cidade Negra, Patu Fú, Biquini Cavadão, Glaucia Nahsser, Voz & CIA, Flávio Venturini e Ana Carolina. Na DGC Áudio, Vídeo e acústica, empresa que fundou ha 17 anos, elabora projetos de áudio, vídeo, iluminação cênica e acústica, presta serviços de assessoria e consultoria para empresas privadas, governo do estado, do município e licitações. No NFP – Núcleo de Formação Profissional, o qual fundou há 12 anos – ministra cursos de áudio e oferece treinamento técnico para prefeituras, igrejas, lojas, escolas e empresas. Eventualmente, ministra palestras em faculdades, eventos sobre áudio profissional, Workshops além de publicar artigos nas principais revistas de áudio do país. Credenciado pelo CREA-MG, Denio Costa é membro fundador da AMAV (Associação Mineira de Audiovisual), é membro efetivo da AES (Audio Engineering Society) e membro abonador da ABPAUDIO e AES Brasil. Atualmente, além do desenvolvimento de projetos de áudio, vídeo e acústica, também presta consultoria no desenvolvimento de hardwares e softwares para a Attack do Brasil, Hot Sound e Pentacústica, indústrias de equipamentos de áudio profissional.
Por Marta Rocha
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CULTURA
Cultura Por Mauro Andrade Moura* A Cultura, o seu fazer e a busca da criação, transcende em nosso modus vivendi.Vai muito além de nós mesmos. Ultrapassa o tempo e as fronteiras, preservando a vida daqueles que realmente desejam algo mais para si e para os demais. A produção cultural, nesses novos tempos, tem sempre de permear os caminhos da preservação e das novas criações que surgem a cada dia com o desejo dos atores, das pessoas, sempre na busca do novo. Nessa sua missão, a produção cultural tem proporcionado a sustentabilidade de várias artes, por meio da sua própria manutenção e também de seus agentes, a citar principalmente os artistas de um modo geral.No Brasil, ainda que tardiamente, foram criadas leis de renúncia fiscal e fundos de cultura no intuito de termos investimentos constantes, tanto públicos quanto privados, na criação, preservação e produção cultural. O mecenato iniciou-se aqui, com a vinda da Coroa Portuguesa. Mantido no Império, caiu em desuso após a crise econômica de 1929. Em países desenvolvidos esses incentivos fiscais já estão vigendo há um século.Com leis específicas, busca-se a independência dos agentes culturais do poder público, apesar de a regulação ainda ficar na mão dos governos. Porém, a decisão de investir, fica a cargo das empresas apoiadoras. Contudo, o uso pela comunidade artística destas leis tornaram possível sua realização, principalmente aos sem reconhecimento público, como a produção literária independente, que teve um aumento considerável na publicação de novos livros. Surgiram novos autores, o que provavelmente seria impensável antes das leis de incentivo.A Arte Cênica e a Dança conseguiram verbas para além das precárias manutenções de espaços que existiam. Foram criadas novas salas e reformados antigos teatros que estavam na berlinda da especulação imobiliária. A Música, tal qual a edição de livros, apresentounos novos músicos e compositores e suas criações conquistaram a possibilidade de registro em CD e DVD, além do registro de antigas canções que vinham sendo mantidas somente pela oralidade. Em um extrato das possibilidades da produção cultural brasileira, vários festivais receberam o incentivo e aporte financeiro das leis culturais, bem como surgiram novos projetos, os quais seriam impossíveis de serem realizados sem as benesses dessas leis e fundos culturais de incentivo à cultura. Houve uma verdadeira transformação nos meios de produção cultural, na sua forma de realização e disseminação junto ao público. O Cinema brasileiro, liquidado na década de 1990, somente reergueu-se com o total incentivo da Lei do Audiovisual e editais específicos de apoio como o da Petrobrás e, em Minas Gerais, da CEMIG. Sem eles, dificilmente voltaríamos a ter a realização de filmes e documentários de qualidade. Isso, sem contar o investimento público que tem sido feito em salas de cinemas do interior que se encontravam fechadas ou com atividades dissonantes ao projetado inicialmente, ou seja, para a exibição de filmes.Na década perdida, 1990, para vários setores da economia, nomeadamente a cultura e a sustentabilidade proporcionada por ela sofreram grandes revezes por falta de incentivo e patrocínio, o que foi superado primeiramente com a criação da Lei do Mecenato em 1989, posteriormente substituída pela Lei Rouanet, e subsequentemente com a criação de leis de incentivo estaduais e municipais. Espera-se, contudo, a permanência destes investimentos na produção cultural para a sustentabilidade de todos nós. Não podemos nos esquecer de que temos a PEC 150 e o Vale Cultura estacionados no Congresso Nacional. Todos os agentes culturais deveriam dar uma maior atenção a isso para que essas propostas sejam aprovadas mais rapidamente e sancionadas pela presidenta de todos nós.
Você pode nos enviar informações sobre contratações de novos artistas, agendas de shows, alguma evolução significativa nas gravadoras ou selos independentes, assim como notícias fornecidas por profissionais que atuam na indústria musical. Dessa forma, a PULLSAR poderá fornecer as informações da forma mais atualizada possível. Contato: info@pullsar.com.br
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* Mauro Andrade Moura é cronista, produtor cultural e presidente do ICL Instituto Cultural Lusófono. Agosto-Setembro 2011 | www.pullsar.com.br
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IMPACTO URBANO
Turmalina Uma grande vitrine artística tanto regional quanto nacional
Localizada no Alto do Jequitinhonha, Turmalina é uma cidade do interior de Minas Gerais com 18.055 habitantes, de acordo com o censo do IBGE de 2010, e com uma renda média familiar per capita que gira em torno de R$ 272,50 – quase quatro vezes menor que a de Belo Horizonte que é de R$ 1.055,61, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), 2008. Além da silvicultura do eucalipto para produção de carvão vegetal, as principais atividades econômicas do município são a produção de cerâmica, móveis de eucalipto, cachaça e rapadura.
considerado um dos eventos mais tradicionais do interior de Minas. Está arraigado no sangue, alma, corpo e mente dos cidadãos e ainda na cultura regional do Jequitinhonha. “O festival é o orgulho de nosso município. Por meio dele, Turmalina alavancou seu reconhecimento a nível nacional e, hoje, somos uma referência, já que fazemos o único festival de música popular em praça pública”, afirma o presidente da Casa da Cultura de Turmalina, Carlos Alberto da Silva Castro. Segundo ele, por meio desse evento gratuito e aberto ao público, que
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Entretanto, é na área cultural que a cidade encontra sua verdadeira vocação, com destaque para o artesanato e eventos como a Festa do Divino Espírito Santo, Festa do Rosário e Festival da Canção em Turmalina (FESTUR), um dos mais importantes da cidade. Criado há 28 anos, o FESTUR é
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reúne de 5 mil a 10 mil pessoas na Praça da Matriz, a cidade teve seus méritos culturais reconhecidos internacionalmente. Castro ainda completa que devido a sua importância e a sua divulgação, mal se inicia o ano e as pessoas já começam a perguntar sobre a nova edição do festival.
Além de abraçar todas as camadas da sociedade que se envolvem nesse festival, o FESTUR preserva e resgata a memória cultural e artística do município, através de expressões artísticas da região, como a realização da feira de artesanato, contação de histórias, oficinas, shows musicais, mostra teatral e apresentações folclóricas. “As pessoas se reúnem, debatem, e a partir das ideias que surgem nessas discussões é que programamos todo o evento. A participação de artistas ligados à parte cultural pode acontecer por meio daqueles que entram em contato conosco para que possamos adequá-los à programação. Já a participação de artistas reconhecidos nacionalmente se dá através de valores que o festival tenha em movimentação financeira, daí é que se decide quem trazer e se tal artista e seu cachê são condizentes com o que se pode pagar”, explica Castro. Durante esse evento anual, ainda acontece um concurso, entre músicos desconhecidos e amadores que tenham composições inéditas, aberto a todos os gêneros e estilos da música popular brasileira. Os interessados podem concorrer nas categorias MPB (que envolve música popular brasileira, música regional, pop rock, forró, dentre outras, exceto música instrumental) e Sertaneja (música sertaneja e Caipira). Os artistas são avaliados em quesitos como composição (letra/melodia) harmonia, arranjo, afinação, qualidade técnica e interpretação.
Segundo a assessoria da Casa da Cultura de Turmalina, as músicas vencedoras são tocadas em todas as rádios locais e regionais, bem como a divulgação dos nomes dos seus autores e intérpretes. Nos palcos do FESTUR já concorreram nomes que hoje vêm se destacando como grandes revelações da música de Minas, como Vander Lee e Pedro Morais.
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Ao longo de suas 26 edições – isso porque durante três anos (1996, 1998 e 2001) o festival não aconteceu devido a problemas como a falta de água, consequência de uma grande seca que assolou a região em fins da década de 1990, e um surto de meningite na cidade – artistas como Paulinho Pedra azul, Saulo Laranjeira, Pedro Morais, Saldanha Rolim, Carlos Farias, Rubinho do Vale, Titane, Maurício Tizumba, 14 Bis, Biquine Cavadão, Capital Inicial, Tambolelê, Tianastácia e outros, também participaram do FESTUR. Neste ano, a realização do 26º FESTUR acontecerá de 06 a 11 de setembro de 2011.
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IMPACTO URBANO Mas, por enquanto, tanto as atrações quanto a premiação dos artistas ainda não foram divulgadas pela Casa da Cultura de Turmalina e pela prefeitura do município. Premiação em 2010 CATEGORIA MPB • 1º Lugar: R$ 2.500,00 • 2º Lugar: R$ 1.500,00 • 3º Lugar: R$ 1.000,00 CATEGORIA SERTANEJA • 1º Lugar: R$ 1.400,00 • 2º Lugar: R$ 1.000,00 Revelação Categoria MPB • R$ 1.000,00 Revelação Categoria Sertaneja • R$ 1.000,00 Prêmio “Cidade Turmalina” • R$ 600,00 O lado econômico
também investem no festival que já teve, por dois anos, o apoio do Ministério da Cultura. Como retorno aos investidores, o FESTUR oferece a divulgação de suas marcas em toda a publicidade, como vídeos institucionais, outdoors e banners do evento. O lado social Segundo a assessoria da Casa da Cultura de Turmalina, ao longo de 26 edições, o evento também promoveu e ainda promove a inclusão cultural de jovens de baixa renda e o envolvimento deles em ações e projetos culturais. Até hoje, o festival já atendeu a aproximadamente 4500 alunos em suas oficinas de Canto, Kung Fu, Capoeira Afro descendente, Violão, Dança e Teatro e Cerâmica. “O FESTUR surgiu da necessidade de oferecer à nossas crianças e jovens uma atividade que fosse além do currículo e do âmbito da Escola, pois é certo que a Música, a Dança e as demais artes fazem parte do dia a dia dos nossos jovens e crianças, independentemente de sua classe socioeconômica”, destaca a assessoria.
Sem dúvidas, esse evento movimenta a economia da cidade e significa mais circulação de capital no comércio, já que nos meses que antecedem o FESTUR há um bom aquecimento no setor, como afirma o presidente da Casa da Cultura de Turmalina. “O festival gera muitos empregos temporários. Ainda que seja por um curto prazo, dá para garantir o sustento de algumas famílias nessa época. As barraquinhas e o artesanato têm uma boa procura”, observa Castro. Segundo ele, os valores que o FESTUR movimenta variam de acordo com as atrações de cada ano, mas ficam em torno de R$ 200 mil a R$ 250 mil. De acordo com a assessoria da Casa da Cultura de Turmalina, 90% dos recursos financeiros para promover o evento vêm da prefeitura municipal da cidade. Entretanto, empresas, como a ArcelorMittal, Cemig e alguns comerciantes Agosto-Setembro 2011 | www.pullsar.com.br
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História Hugo Jansen, médico da cidade e um dos antigos organizadores do evento, conta que em 1983, em meio à explosão cultural no Vale do Jequitinhonha, Turmalina se inseriu nesse contexto, quando Paulo Pagani criou o FESTUR. Desde o começo, Paulo – uma figura muito envolvida com os assuntos culturais da cidade na época – e um grupo de voluntários, se empenharam em mostrar a força da cultura genuinamente popular da região, uma vez que acreditavam na importância do desenvolvimento dessa vocação do Vale do Jequitinhonha. A primeira edição foi realizada na Escola Estadual Lauro Machado, no dia 1º de janeiro de 1983 e, como o FESTUR despertou muito o interesse dos cidadãos, teve de ser realizado em praça pública, de onde nunca mais saiu. Naquela edição do FESTUR, o cantor Arnô Maciel conquistou o primeiro lugar, com a música “Pintura”, composta pelo seu irmão Arlindo Maciel e, posteriormente, gravada por Paulinho Pedra Azul. Coube ao cantor e compositor Rubinho do Vale abrilhantar a festa com o show e o lançamento do seu disco “Tropeiro de Cantigas”. A data do evento sofreu alterações. “Às vezes, realizado em final de janeiro e mês de abril, tendo se fixado em setembro”, lembra o médico, também conhecido como Dr. Huguinho. Em 1985 foi criada a Casa da Cultura de Turmalina tendo como principais atividades articular grupos culturais, memórias escritas e fotográficas do município e coordenar o FESTUR. Foto: Divulgação
O baiano Laécio Almeida Lima, também conhecido como Laécio Beethoven, é poeta, músico instrumentista, cantor e compositor, e já participou duas vezes do Festival da Canção em Turmalina (FESTUR). Conquistou o primeiro lugar do festival, em 2009, na categoria MPB, com a música Rio de Algodão. E foi vice-campeão em 2010 com a canção Quem Dera.
Laécio Beethoven
Pullsar - Por que você ficou decidiu participar Festival da Canção de Turmalina (FESTUR)? Laécio - Uma amiga e também concorrente em festivais de música, na cidade de Ibotirama - BA, me informou. Decidi participar, pois sou “festivaleiro” desde pequeno e mando material de inscrição para quase todos os festivais de música que acontecem no Brasil, incluindo os de cidades que não conheço, independentemente da distância e dos custos.
P - Como foi o processo de inscrição?
L - Acessei o site de Turmalina ou da Casa de Cultura, li o regulamento, preparei um envelope lacrado com o material solicitado (geralmente: cópias da letra, áudio em CD e ficha de inscrição preenchida e assinada) e enviei via correios/ sedex para o endereço apresentado no regulamento; e aguardei triagem e preparo da viagem.
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IMPACTO URBANO P - Você participou por duas vezes do Festur. Quando? Como foi essa experiência? L - Em 2009 e em 2010. Experimentei o mais justo e transparente modelo de julgamento e apuração, pois no FESTUR cada membro da mesa pontua isoladamente os critérios, baseando-se na sua especialidade. P - O que essa participação
e experiência significaram para a sua carreira?
L - Sou ex-trabalhador rural, filho de pais analfabetos e morei na roça até os 23 anos. Sempre simples e pobre. Sair da Bahia para festivais em Minas, concorrer com nomes nacionais e ganhar em Turmalina MG foi um sonho concretizado.
Do erudito ao popular, quebrando barreiras separatistas musicais. Apresento-me só, com voz e violão, faço show com banda de forró, banda de MPB, voz e piano, faço recital de poesias autorais ou de parceiros, concorro em festivais por todo o país, e sempre me apresentando como Laécio Beethoven, nome registrado no INPI. ** A música “Rio de Algodão” está disponível no YouTube e a canção “Quem Dera” está no site www.pereirabarreto.sp.gov.br/mpb Contatos: Facebook: Laécio Almeida Lima Twitter: @laeciobeethoven 71 88449399 www.palcomp3.com.br/laeciobeethoven Foto: Divulgação
P - Qual é a importância des-
se festival para os artistas em geral?
L - Todo festival é uma oportunidade oferecida ao anônimo, de apresentar seu trabalho composicional, instrumental ou vocal. É uma chance de ser premiado financeiramente, de conhecer novas tendências, pessoas e lugares. É FESTUR! P - Como você definiria o Festival da Canção de Turmalina? L - Como um festival organizado,
Outras informações sobre o festival: www.turmalina.mg.gov.br E-mail:ascomtur@yahoo.com.br Fone: (38) 3527-2780 e 3527-1242
justo, participativo, transparente, de alto nível e prestigiado pela população local, se faz presente.
P - Conte-nos um pouco sobre você e sua música. L - Meu repertório é vasto e baseado na música brasileira sem discriminação. Sou graduado em Música pela Universidade Federal da Bahia e Especialista em História e Cultura Afro-brasileira e Indígena. Minha linha de composição vai da música acadêmica escrita em partitura à moda de viola cifrada ou em tablatura. Da percussão tribal africana às composições clássicas para piano.
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FotoS: IVAN CHAGAS
MIXANDO NOTAS
SKANK - 20 ANOS O coquetel de abertura da exposição “Skank 20 anos”, da fotógrafa Paula Fortuna reuniu antigos amigos que não encontrava havia alguns anos. Um evento fechado, ótimo para colocar o papo em dia com os meninos da banda, os quais encontro raramente. As fotos me fazem lembrar do processo do surgimento da banda. Suas primeiras canções, as canções no rádio, os shows cada vez mais assistidos e finalmente o sonho alcançado ao assinarem contrato com a Sony Music. O resto todo mundo sabe... IVAN CHAGAS > PRODUTOR DE EVENTOS SION PRODUÇÕES E EVENTOS
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PERFIL MKT
João Carlos se considera uma
pessoa abençoada por Deus. Ainda bem jovem, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, começou sua carreira no rádio, na década de 70; trabalhou nas principais emissoras da cidade, e logo se tornou promotor de marketing. Aos poucos foi conquistando importantes cargos em grandes gravadoras, como EMI Odeon, RCA/Ariola/BMG e Universal, e, hoje, com um extenso conhecimento do mercado musical e uma trajetória profissional invejável, ele também traz em seu currículo a realização de um sonho: A criação da Cultpar Produções, uma empresa dedicada a desenvolver e promover a carreira de diversos artistas. Sem dúvidas, a passagem pelo rádio foi um dos grandes alicerces da vida desse homem e lhe deu firmeza para avançar profissionalmente. Ele lembra que seu primeiro emprego foi de operador de som, na rádio Cultura. Lá, ele trabalhou até 1974, quando foi convidado a integrar a equipe da gravadora Continental, onde ficou apenas por aproximadamente seis meses, já que chegou a ter alguns atritos com o gerente de marketing da empresa na época. Nesse mesmo ano, de volta às rádios, João Carlos Pereira dos Santos começou a trabalhar na rádio Itaí, principal emissora da capital gaúcha, e, paralelamente, desenvolveu um trabalho de marketing para a gravadora Top Tape que, na época, distribuía o selo da Motown no Brasil. “Foi um período maravilhoso, pois como eu tinha um relacionamento muito grande com os programadores das demais rádios, consegui emplacar mais de nove sucessos nas emissoras”, destaca. No ano seguinte, em 1975, João começou a trabalhar na Emi Odeon, onde permaneceu du-
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POR DANIELA NUNES
rante cinco anos. A partir daí, passou pelas gravadoras CBS (19801985); RCA/Ariola/BMG (1985-1993); Continental/Warner (1993-1995); e Universal Music (1995/2002). Foi após a saída dessa empresa que o promotor de marketing resolveu montar seu próprio negócio. “Tive a felicidade de contar com um grande parceiro, e um homem de visão empresarial, Cal Adam, empresário na época do grupo É O Tchan, Babado Novo e As Meninas. Os três produtos vieram para o escritório da Cultpar. Mantivemos durante alguns anos o É O Tchan e As Meninas fortes na mídia, e tornamos o Babado Novo um dos maiores artistas do Brasil. Hoje, Claudia Leite, em carreira solo, comprova esse trabalho, já que ela é a principal artista brasileira no momento”, conta. Por que você decidiu se tornar promotor de marketing? Quando foi isso? Você fez muitos cursos de especialização? A decisão de me tornar um promotor de marketing foi em função do meu irmão já ser o melhor homem de marketing promocional da época. E, como eu já o acompanhava nas rádios, fui tomando gosto até que, em 1974, fui convidado para assumir a gravadora Continental em Porto Alegre. Acabei meus estudos, não me formei, mas fiz curso de marketing. Não é por você sair formado de uma faculdade que você vai ter êxito nesse meio. Conheço diretores de marketing que vieram de grandes companhias fora do mercado fonográfico e não conseguiram se dar bem. Esse é um mercado onde se trabalha muito com a emoção, com o feeling, pois não estamos trabalhando um produto sem sentimento. Nosso business é diferente, tratamos com pessoas.
Quais são os desafios de ser um promotor de marketing no Brasil? Penso que o grande desafio de um homem de marketing no Brasil ou em qualquer parte é de saber se reciclar. Não ficar parado no tempo. O promotor de marketing tem que evoluir para não ficar de fora. E quais foram os destaques em sua carreira? Me considero, abençoado por Deus. Pois como já falei, surgi em Porto Alegre como promotor e acabei galgando postos maiores nas grandes companhias. Surgiram as oportunidades, e, eu, as soube aproveitálas. Em 1987, então na RCA, tendo como diretor de marketing, um dos maiores homens de marketing promocional do Brasil, Edson Coelho, fui convidado para gerenciar o centro-sul do Brasil. Ocasião em que me mudei para Belo Horizonte por ser mais central. Depois na mesma companhia fui convidado para assumir a parte internacional indo para o Rio de Janeiro, onde vivo até hoje. Considero como um destaque na minha carreira meu envolvimento, ainda como promotor em Porto Alegre, com o projeto Rock Grande do Sul – uma coletânea de jovens bandas de rock and roll. Dali, saíram bandas como Engenheiros do Hawaii, Defala, Garotos da Rua, TNT os Replicantes, bandas que ganharam as rádio pelo Brasil. Na época em que trabalhei na Top Tape, fiz uma música chamada “Belle”, com Allan Delorme, que já havia sido lançada, vender mais de cem mil cópias. Coloquei essa faixa no comercial de uma grande joalheria e a música estourou nas rádios. Dentre os trabalhos, existe algum que tenha sido muito marcante? Qual e por quê? Considero os trabalhos desenvolvidos com os grupos de rock do Sul muito marcantes. Como no título do
primeiro LP dos Engenheiros do Hawaii “Longe demais das Capitais”, literalmente nós estávamos longe demais das outras capitais. Porto Alegre fica no extremo Sul do país. As coisas aconteciam mais aqui para o centro, tudo fora do eixo Rio-São Paulo é considerado interior. Fizemos uma revolução, conseguimos fazer tanto barulho lá embaixo que veio ecoar aqui no centro do país. Na ocasião, a rádio Cidade FM, no Rio de Janeiro, era a rádio a ser copiada, e, em Porto Alegre, havia uma rádio Cidade da mesma rede. E ela foi fundamental para alavancar os produtos. O diretor artístico da rede, na época, o Biasi, ouviu tanto os Engenheiros na programação da rádio que os levou para o Daí, abriram-se as portas para os Engenheiros, Garotos da Rua, Replicantes, TNT, o De Fala e também o Nenhum de Nós. Têm algum bom caso para me contar? Tenho um caso hilário. Quando era divulgador da RCA, ainda em Porto Alegre, o Amado Batista foi contratado pela companhia e tinha que ir até Porto para fazer um trabalho de rádio. Na época, eu tinha um fusca todo equipado, e que estava com um problema na bateria. Quando parávamos, a ‘malvada’ da bateria morria. Fomos à rádio Farroupilha para uma entrevista e tinha várias pessoas querendo ver o Amado. Depois da entrevista, indo para o carro, quem disse que o veículo dava partida. Sem hesitar, o Amado saiu do carro e começou a empurrá-lo. Felizmente, ele funcionou e partimos para outra rádio. Louvável a humildade de um artista do nível do Amado Batista, sendo na época, um dos maiores estouros do Brasil.
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VIDA NOTURNA
SHOWS
BRUNO & BRENO E-mail: contato@brunoebreno.com.br Site: www.brunoebreno.com.br Localidade: Belo Horizonte, MG Musicalidade: As referências musicais de Bruno e Breno são as mesmas e isto explica a afinidade que um sentiu pelo trabalho do outro, quando Eduardo Costa os apresentou. Os dois se encontraram já com uma bagagem musical consistente e Bruno relembra: “Logo que começamos a cantar juntos ouvi muita gente dizer que inspirávamos um grande projeto, mas pra mim tudo que vivemos dia a dia, show a show, é muito mais do que um projeto musical. É um sonho de vida!”. Repertório: Canções do Trio Parada Dura, Irmãs Freitas, Chitãozinho e Xororó e Gino e Geno marcaram a vivência musical desta dupla que não se restringe ao sertanejo
SWEET SINNERS E-mail: comunicacao. sweetsinners@gmail.com Site: www.sweetsinners. wordpress.com Localidade: Belo Horizonte, MG Musicos: Hiran Garibaldi (vocal); Dill Soares (guitarra); Ulisses Rocha (bateria); Rikki Cats (baixo); Marcelo Mattos (guitarra) Musicalidade: Sob as influências dos clássicos ícones do hard rock dos anos 70 e 80 e de bandas atuais de sleaze rock, a banda mineira Sweet Sinners mostra, há seis anos, um som contemporâneo, direto, com pegadas vigorosas, além de muito feeling. Suas músicas, geralmente, são marcadas por um ritmo proeminente, arranjos simples, bons riffs de guitarras, solos destorcidos e um vocal bem encaixado.
de raiz, ao romântico ou mesmo ao universitário. A dupla trafega com autenticidade entre gêneros que agradam públicos diferentes e com diferentes idades. Performance: Mais do que um repertório que se desloca do sertanejo ao forró, também contribui para a aceitabilidade da dupla, o carisma de Bruno e Breno que faz, muitas vezes, desaparecer os limites entre palco e público. “No palco a gente se sente à vontade. A gente sabe que é um show, mas é como uma prosa musical no quintal da casa da gente”. Explica Breno. Quanto ao sucesso dos shows, reconhecem que, além do amor precoce a música sertaneja, estiveram sempre cercados por gente talentosa. Resumo: Bruno e Breno tem se apresentado em casas de shows e eventos em Belo Horizonte e ci-
bastante divertida em suas letras, a banda traz à tona temáticas picantes de um universo de festas regradas a muito rock n’ roll. Além de músicas autorais, a banda toca diversos covers em seus shows de grupos como Guns, Skid Row, Whitesnake, Rolling Stones, Aerosmith, Alice Cooper, Motley Crue e vários outros clássicos. Performance: Cantar todas as sensações com muito hard rock nas veias. Assim são os shows da
Foto: Divulgação
dades da região metropolitana, interpretando canções próprias e de outros artistas. O novo CD da dupla é composto de dezoito canções inéditas e regravações, todas com forte apelo popular. As regravações ganharam mais força com os arranjos vigorosos, entre elas: “Tá Com Medo de Amar”, “Agora Chora” e “Começar de Novo” com a participação de Eduardo Costa, que
também presenteou a dupla com seis musicas inéditas, destacando: “Pé na Bunda” e a faixa que dá título ao CD “È ASSIM QUE TEM QUE SER”. “É muito gratificante fazer parte da história da música sertaneja que hoje está consolidada como importante gênero da música brasileira”.
Sweet Sinners - um verdadeiro culto a alguns dos mais interessantes prazeres da vida, que celebra a diversão, o sexo e, claro, a boa música. Através de performances inspiradas, um som de qualidade e muito carisma, a banda tem se tornado a cada dia um “prato cheio” para quem curte um bom rock n’ roll. Tanto que, cada vez mais, a SS recebe excelentes críticas da mídia e grande reconhecimento do público. E, nos shows, isso
se torna claro, sobretudo, durante execuções de músicas autorais, quando banda e fãs cantam juntos canções como Anyone But You e Rock n’ Roll Tonight.
| Por Paulo Alves
Resumo: Assistir a uma apresentação da Sweet Sinners é garantia de ouvir um rock n’ roll de alta qualidade e ver músicos que tocam com prazer, entusiasmo e autenticidade.
| Por Daniela Nunes Foto: Divulgação
Repertório: Caracterizada por uma abordagem ousada e
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BARES
VIDA NOTURNA
Vinnil - 31 3261-7057
Stonehenge Rock Bar - 31 3271-3476
Matriz - 31 3212-6122
Rua dos Inconfidentes, 1068 – Savassi contato@vinnil.com.br www.vinnil.com.br
Rua Tupis, 1448 - Barro Preto contato@stonehengerockbar.com.br www.stonehengerockbar.com.br
Rua Guajajaras, 1353 - Terminal JK, Centro matriz.contato@gmail.com www.matrizbh.com.br
Ao longo de seus sete anos, o Vinnil Cultura Bar apresenta ao público uma programação musical variada e de qualidade. O Vinnil mantém às terças e quintas, projetos de samba com bandas locais, além de proporcionar apresentações, aos sábados, de artistas locais e de fora do estado. Já às quartas, apresenta a Banda Chevette Hatch com o melhor dos anos 80, e nas sextas, mantém o ecletismo com Blues, Rock Clássico, Jazz, Pop, Rock Nacional.
No Stonehenge Rock Bar, o público confere semanalmente as melhores bandas de rock da cidade em uma programação que privilegia o rock nacional e internacional dos anos 60, 70 e 80. As bandas covers e autorais dão o tom e animam as noites belo-horizontinas a partir de sextafeira. A casa está instalada num antigo imóvel do Barro Preto e conta com vários ambientes, onde os clientes podem jogar sinuca, assistir a shows no porão da casa conhecido como Inferninho ou, simplesmente, tomar uma cervejinha ao ar livre, próximo ao bar e à piscina da casa.
Circus Rock Bar - 31 3275-4344
Cachaçaria Alambique - 31 3296-4569
Rua Gonçalves Dias, 2010 – Lourdes contato@circusrockbar.com.br www.circusrockbar.com.br
Av. Raja Gabaglia, 3200 - Santa Lúcia voceestasatisfeito@alambique.com.br www.alambique.com.br
O Circus Rock Bar é uma das mais recentes casas dedicada ao público rock n’ roll da cidade. Lá, as melhores bandas do cenário rock da capital fazem apresentações de quarta à domingo, sempre com dois shows na mesma noite. O Circus foi totalmente decorado remetendo a atmosfera do filme de “The Rolling Stones Rock and Roll Circus”, de 1968, onde Mick Jagger e Cia faziam uma verdadeira festa do Rock ‘n’ Roll no picadeiro de um circo e tem capacidade para receber 600 pessoas.
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O sertanejo tem seu lugar garantido na Cachaçaria Alambique, desde 1990. Com capacidade para 1500 pessoas, 5 bares e uma vista panorâmica da cidade, o Alambique é uma das poucas casas da capital mineira que realiza shows de música sertaneja de terça-feira a sábado e é responsável por revelar artistas de Minas e outros estados.
Considerada como o berço e a segunda casa de vários artistas independentes de Belo Horizonte, a Casa Cultural Matriz é um espaço dedicado a receber bandas do rock à MPB, também servindo de palco para DJs, rappers, atores, artistas plásticos, dançarinos, quadrinistas e poetas. O Matriz possui dois ambientes e conta com uma programação em quase todos os dias da semana.
Utópica Marcenaria - 31 3296-2868 Av. Raja Gabáglia, 4700 - Santa Lúcia gerente.utopica@uol.com.br www.utopica.com.br No alto da Avenida Raja Gabáglia, uma curiosa casa de vidro, de onde se tem uma privilegiada vista de Belo Horizonte, agita as noites de quinta a domingo na cidade com uma programação que envolve muito samba, MPB, forró, jazz e blues. Na Utópica Marcenaria, o samba de raiz domina as noites de quinta-feira, e o samba-rock, as de sexta-feira. Aos sábados a programação varia entre MPB, bossa nova, samba, blues e rock, acontecendo de dois em dois meses a Noite Cubana, com ritmos cubanos e caribenhos. Aos domingos casais dançam juntinho ao som do forró.
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gravação | VideoMaker > Afonso Motta edição | 31 3072.5058 | 31 8706.9404 autoração | codecvideo@live.com transmissão ao vivo | videostreaming
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GUIA DE RÁDIOS Rádios MEC FM / AM Endereço: Praça da República 141 - A, Centro Rio de Janeiro, RJ – Cep: 20211-350 Contato: Liana Milanez E-mail: lianamilanez@radiomec.com.br Telefone: 21 2117-7853 Site: www.radiomec.com.br Rádio Nacional AM Endereço: Praça Mauá, 7 - Centro Rio de Janeiro, RJ - Cep: 20081-240 Contato: Cristiano Menezes Contato: duscris@gmail.com Telefone: 21 2253-7856 Site: www.radiobras.gov.br Rádio MEC AM Endereço: Setor Comercial SUL - SCS Quadra 08 Bloco B-60 1º Piso Inferior - Edifício Venâncio 2000 - Asa Sul – Cep: 70323-900 Brasília, DF Contato: Carlos Senna E-mail: senna@radiobras.gov.br Telefone: 61 3799-5200 Site: www.radiomec.com.br Rádio Nacional AM Endereço: Setor Comercial SUL - SCS Quadra 08 Bloco B-60 1º Piso Inferior - Edifício Venâncio 2000 - Asa Sul – Cep: 70323-900 Brasília, DF Contato: Luciano Barroso de Oliveira E-mail: lucianob@radiobras.gov.br Telefone: 61 3799-5200 Site: www.radiobras.gov.br Rádio Nacional FM Endereço: Setor Comercial SUL - SCS Quadra 08 Bloco B-60 1º Piso Inferior - Edifício Venâncio 2000 - Asa Sul – Cep: 70323-900 Brasília, DF Contato: Carlos Senna E-mail: senna@radiobras.gov.br Telefone: 61 3799-5200 Site: www.radiobras.gov.br Rádio Nacional da Amazônia OC (Brasília DF ) Endereço: Setor Comercial SUL - SCS Quadra 08 Bloco B-60 1º Piso Inferior - Edifício Venâncio 2000 - Asa Sul – Cep: 70323-900 Brasília, DF Contato: Shirleide Leite Barbosa E-mail: shirleide@radiobras.gov.br Telefone: 61 3799-5200 Site: www.radiobras.gov.br Rádio Mesorregional do Alto Solimões Endereço Avenida da Amizade, Tabatinga - AM Contato: Lana Micol E-mail: lana.micol@radiobras.gov.br Pag 52
Telefone: 61 3799-5200 Site: www.radiobras.gov.br Rádio Difusora Acreana Endereço: Rua Benjamim Constant, 1232 Rio Branco, AC – Cep: 69900-160 Contato: Jorge Henrique E-mail: jorge.queiroz@ac.gov.br Telefone: 68 3223-9696 Site: www.ac.gov.br Rádio Difusora de Sena Madureira Endereço: Rua Benjamim Constant, 1232 Rio Branco, AC – Cep: 69900-160 Contato: Rivaldo severo da costa E-mail: rivaldosevero@hotmail.com Telefone: 68 3223-9696 Site: www.ac.gov.br Rádio Difusora de Feijó Endereço: TV Posto, 168 – Cidade Nova Feijó, AC – Cep: 69900-000 Contato: José Jocivaldo E-mail: jocivaldogomes@bol.com.br Telefone: 68 3463-2635 Rádio Difusora Acreana End: Rua Nilo Freire Albuquerque S/N – Novo Tarauacá, AC – Cep: 69970-000 Contato: Railton Rodrigues E-mail: railtonrodrigues@ac.gov.br Telefone: 68 3462-2028 Rádio 6 de Agosto de Xapurí - AC Contato: Raimari Cardoso E-mail: raimaricardoso@hotmail.com Rádio Aldeia FM de Brasiléia - AC Contato: Naiuce Nogueira E-mail: aldeiafm903@ac.gov.br Rádio Aldeia FM de Cruzeiro do Sul - AC Contato: Nonato Costa E-mail: sennonato@yahoo.com.br Rádio Educadora Endereço: Rua Pedro Gama, 413/E – Alto do Sobradinho Fed. Salvador, BA-Cep: 40231-000 Contato: Mario Sartorello E-mail: sartorello@irdeb.ba.gov.br Telefone: 71 3116-7300 Site: www.irdeb.ba.gov.br Rádio Inconfidência AM Endereço: Av. Raja Gabaglia 1666, Sta Lúcia Belo Horizonte, MG – Cep: 30350-540 Contato: Miguel Resende E-mail: miguel.resende@uol.com.br Tel: 31 3298-3400 www.inconfidencia.com.br
Rádio Inconfidência FM Endereço: Avenida Raja Gabaglia 1666, Santa Lúcia Belo Horizonte, MG – Cep: 30350-540 Contato: Paulo Bastos E-mail: pbastos1962@uol.com.br Telefone: 31 3298-3400 www.inconfidencia.com.br Rádio Educativa FM Endereço: Avenida Fernandes Lima, 1047 – Farol Maceió, AL – Cep: 57050-000 Contato: Ricardo Teles E-mail: ricardoteles@click21.com.br Telefone: 82 3315-9927 www.izp.al.gov.br Rádio Difusora AM Endereço: Avenida Fernandes Lima, 1047 – Farol Maceió, AL – Cep: 57050-000 Contato: Afrânio Godoy E-mail: afraniogodoi@bol.com.br Telefone: 82 3315-9927 www.izp.al.gov.br Rádio Educativa Endereço: Parque dos Poderes, S/N Campo Grande, MS – Cep: 79031-902 Contato: Celito Espíndola E-mail: celitoespindola@pop.com.br Telefone: 67 3318-3800 Fundação Padre Anchieta Endereço: Cenno Sbrighi, 378 São Paulo, SP – Cep: 05036-900 Núcleo de Rádio AM e FM Contato: Gioconda Bordon E-mail: gioconda@culturafm.com.br Produção da Rádio AM e FM: Contato: Eduardo Weber E-mail: weber@radiocultura.com.br Telefone: 11 2182-3000 Site: www.tvcultura.com.br/radioam Rádio Cultura AV: ALMIRANTE BARROSO, 735 BELÉM - PA – MARCO - Cep: 66093-020 Contato: Antonio Carlos de Jesus E-mail: negrobanto@funtelpa.com.br FONE: (091)4005-7700 Site: www.portalcultura.com.br Rádio Antares End: Avenida Walter Alencar, 2021 – Monte Castelo - Teresina, PI - Cep: 64017-500 Contato: Cláudia Marques Agosto-Setembro 2011 | www.pullsar.com.br
GUIA DE RÁDIOS E-mail: cmarques23@hotmail.com Telefone: 86 3218-4545 Site: www.piaui.pi.gov.br Rádio Federal FM Campus Capão do Leão - Prédio 39 Pelotas, RS - Cep: 96160-000 Contato: Roberto Gustavo Engelbrecht E-mail: federal@ufpel.edu.br Fones:(53) 3275-7224 e 3275-9000 Site: www.ufpel.edu.br Paraná Educativa AM / FM Endereço:Rua Julio Perneta, 695 - Mercês Curitiba - PR – Cep: 80810-110 Contato: Paulo Chaves E-mail: pchaves@rtve.pr.gov.br Telefone: 41 3331-7400 www.rtve.pr.gov.br Rádio Libertas FM Endereço: Av. Francisco Salles 343 – Centro Poços de Caldas, MG - Cep: 2461-0094 E-mail: libertasfm@gmail.com Contato: José Carlos Poli E-mail: aics@pocos-net.com.br Telefone: 32 3341-1596 Site: www.radiolibertasfm.com.br Rádio Roquette Pinto Endereço: Av. Erasmo Braga, 118 |11º andar Centro | Rio de Janeiro, RJ - Cep: 2461-0094 Contato: Eliana Caruso E-mail: elianacaruso@94fm.rj.gov.br Telefone: 21 2333-2094 Site: www.94fm.rj.gov.br Rádio FM Universitária Endereço: Av. Senador Salgado Filho, S/N Campus Universitário Lagoa Nova Natal, RN – Cep: 59078-970 Contato: Professora Josimey Costa E-mail: superint@tvu.ufrn.br Telefone: 84 3620 8890 Site: www.fmu.ufrn.br Rádio Roraima Endereço: Avenida Ene Garcez, 888 - São Francisco Boa Vista/Roraima Contato: José Pereira da Silva (Barbosa Jr) E-mail: comercial@radiororaima.com.br Telefone: 95 3623-2131 Site: www.radiororaima.com.br Rádio Universidade do Rio Grande R. Engenheiro Alfredo Huch, 475 - Pavilhão 08 Campus Cidade – FURG -Centro Rio Grande, RS - Cep: 96201-900 Contato: Otto Bender E-mail: radiouniversidade@gmail.com Telefone: 53 3233.8610 Agosto-Setembro 2011 | www.pullsar.com.br
Site: www.universidadefm.furg.br Rádio Unesp - FM Endereço: Av. Luiz Edmundo Coube, SN Vargem Limpa Bauru,SP – Cep: 17033-360. Contato: Sylvestre Oliveira E-mail: sylvestre@radio.unesp.br Telefone: 14 3203-5486 Site: www.radio.unesp.br Rádio FM Educativa de Icapuí (Icapuí - CE) Contato: Raimundo Nonato Ferreira E-mail: fmeducativa.icapui@yahoo.com.br Radio Educativa Trici Endereço: Avenida Chermont Alves de Oliveira, O – Centro. Taua, CE Telefone: 88 34372070 Rádio FM Educativa Padre Cícero Endereço: Avenida Pe. Cícero, 1440 Juazeiro do Norte, CE. Telefone: 88 3512 2000 Rádio Universitária FM 106,9 Endereço: Avenida Colombo, 5.790 - Jd. Universitário Maringá, Pr – Cep: 87020-900 Contato: Paulo Petrini E-mail: petrini@maringacultura.com Telefone: 44 3011-4040 Site: http://www.uem.br Rádio UFSCar FM 95,3 Endereço: Rodovia Washington Luís, km235 São Carlos, SP – Cep: 13565-905 E-mail: radio@ufscar.br Telefone: 16 3351-8099 Site:http:// www.radio.ufscar.br Rádio Universitária AM/FM - Fortaleza-CE Endereço: Av. Universidade, 2910 - Benfica Fortaleza, Ceará - Cep: 60.020-181 E-mail: contato@radiouniversitariafm.com.br Telefone: 85-3366-7470 www.radiouniversitariafm.com.br Rádio Universitária AM / FM Endereço: Avenida Norte, 68 - Santo Amaro Recife, PE - Cep: 50040-200 Contato: Universitária AM E-mail: radioam@ufpe.br Telefone: 81 2126.8063 E-mail: contato@radiouniversitariafm.com.br Telefone: 81 3423.4000 Site:http://www.tvu.ufpe.br Rádio Educativa Unijuí FM Endereço: Rua do Comércio, 3000 - Bairro Universitário Ijuí, RS – Cep: 98700-000
Contato: Elano Beckmann E-mail: radio@unijui.edu.br Telefone: 55 3332-0200 Site: www.radio.unijui.edu.br Rádio Universitária de Viçosa Endereço: Vila Jianetti Casa 40 - Campus Universitário Viçosa, MG – Cep: 20211-350 E-mail: programacao@ufv.br Telefone: 31 3899-2674 Site: www.rtv.ufv.br Rádio Espírito Santo AM Endereço: Avenida Nossa Senhora da Penha,2141, Santa Luzia Vitória, ES - Cep: 29045-403 E-mail: clovisrosa@rtv.es.gov.br Telefone: 27 3137-2918 Site: www.es.gov.br Rádio Educativa FM Endereço: Praça Jornalista Leonardo Gomes, 01, 3º andar, Centro São José do Rio Preto, SP – Cep: 15061-010 E-mail: educativafm@empro.com.br Telefone: 17 3223-7556 Site: www.riopreto.sp.gov.br Rádio UFMG Educativa FM Endereço: Avenida Antônio Carlos, 6627 - Pampulha Belo Horizonte, MG - Cep: 31270-901 Contato: Paulo César Ribas E-mail: pcribas@gmail.com Telefone: 31 3409-5531 Site: www.ufmg.br/online/radio Rádio Universitária FM Endereço: Avenida João Naves de Ávila. 2121, Bloco 1 S Campus Santa Mônica - Uberlândia, MG – Cep: 38.400-902 E-mail: fmuniversitaria@ufu.br Telefone: 34 3239-4349 Site: www.universitariafm.ufu.br Rádio UFOP Educativa Endereço: Campus Universitário Morro do Cruzeiro Centro de Convergência S/N Ouro Preto-MG, Cep: 35.400-000 E-mail: radioufop@ccs.ufop.br Telefone: 31 3559-1559 Site: www.ufop.br Rádio Educativa FM Endereço: Rua Marechal Deodoro da Fonseca 1933. Bairro Alto Piracicaba, SP E-mail: contato@educativafm.com.br Telefone: 19 3433-4430 Site: www. educativafm.com.br Pag 53
GUIA DE RÁDIOS Rádio Estrela FM Endereço: Avenida Marginal 600, Jaguariúna, Centro Cultural Jaguariúna, MG - Cep: 13820-000 E-mail: radioeducativa@estrelafm. com.br Telefone: 19 3867-2849 Site: www.estrelafm.com.br Rádio Paranaíba AM Endereço: Rua Atanásio José Gonçalves 139 - Centro Rio Parnaíba, MG Cep: 38810-000 E-mail: contato@ paranaibamaximus.com.br Fone: 34 3855-1240 Site: www.paranaibamaximus. com.br Rádio Maximus FM Endereço: Rua Atanásio Jose Gonçalves 139 - Centro Rio Parnaíba, MG – Cep: 38810000 E-mail: contato@ paranaibamaximus.com.br Telefone: 34 3855-1240 Site: www.paranaibamaximus. com.br
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FM Novo Tempo Endereço: Avenida Cento e Cinco, 483 Capinópolis, MG – Cep: 38360000 E-mail: radionovotempo@uol.com. br Telefone: 34) 3263-0300 Site: Rádio Universitária de Itajubá Endereço: Avenida Benedito Pereira dos Santos,1303 Pinheirinho Itajubá, MG – Cep: 37500-000 E-mail: ete@unifei.com.br Telefone: 35 3622-1008 Site: www.radiouniversitaria.unifei. edu.br Rádio Universitária de Lavras Endereço: Campus Histórico da Ufla Lavras, MG – Cep: 37200-000 E-mail: radio@ufla.br Telefone: 35 3829-1155 Site: www.universitariafm.ufla.br
Rádio Universitária da UFJF Endereço: Rua Mário Cruz Meyer, 290. Aeroporto Juiz de Fora, MG - Cep: 36038320 E-mail: marcio.guerra@ufjf.edu.br Telefone: 32 2102-3679 Site: www.ufjf.br/radio Rádio Educativa de Campinas Endereço: Avenida Francisco José de Camargo Andrade, 18 Sala 22. Jd. Chapadão Campinas, SP – Cep: 13070-055 E-mail: educativa@campinas. sp.gov.br Telefone: 19 3241-9495 Site: www.campinas.sp.gov.br/ extras
Este guia de Rádios Públicas, foi compilado por Pedro Lopes e João Constantino
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