Daniela Santos portefolio vol.2

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PORTEFÓLIO DE ARQUITECTURA DANIELA SANTOS

VOL. 2



PORTEFÓLIO DE ARQUITECTURA DANIELA SANTOS

VOL. 2



Este portefólio, dividido em dois volumes, contém uma selecção dos projectos de arquitectura desenvolvidos tanto em meio académico como em meio profissional, após a conclusão dos estudos no Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra. A compilação foi realizada de modo a ilustrar a apetência pelo desenho do espaço a várias escalas e em contextos diversos, tal como um constante empenho na apresentação gráfica das peças desenhadas, dada a necessidade de comunicar de modo eficaz ideias arquitectónicas.


VOL. 1 ACADÉMICO

01. HABITAÇÃO COLECTIVA

04. + INDÚSTRIAS CRIATIVAS

02. HOTEL EM MONTES-CLAROS

03. PARQUE URBANO


VOL. 2 PROFISSIONAL

05. PARQUE ATLÂNTICO

06. INCROCI SOSTENIBILI

08. NOVAS INSTALAÇÕES PLURAL CRL

09. COBERTURA MERCADO 2 DE MAIO

07. CRECHE + JARDIM DE INFÂNCIA


CURRICULUM VITAE Informação Pessoal Nome Daniela Alexandra Nogueira Santos Morada Rua António Almeida Feijão, nº15 Alto-Caçador 3505-464 Viseu (Portugal) Correio-e danielaalexandrasantos@gmail.com Telemóvel +351 965774595 Data de Nascimento 19 Outubro 1988 Nacionalidade Portuguesa

Experiência Profissional ORANGE, arquitectura e gestão de projecto http://www.orangearquitectura.pt/ Coimbra, Portugal 15 de Março 2014 – 15 de Setembro 2015 Desenvolvimento de projectos de arquitectura com várias escalas e programas, desde a formação inicial de ideias à fase de execução. Composição de material gráfico em diversos formatos para apresentação de projectos de arquitectura. Colaboração: • Creche e Jardim de Infância, APPACDM (em construção); • Sede e Central Logística, PLURAL — Cooperativa Farmacêutica CRL (em elaboração); • Bairro Padre Cruz, quarteirão piloto — Lote 02 (em adjudicação de empreitada); • Reabilitação Urbana do Bairro da Boavista — Fase 1 (em adjudicação de empreitada).

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RVDM arquitectos http://www.rvdm.pt/ Aveiro, Portugal 15 de Novembro 2012 – 15 de Agosto 2013 Estágio de admissão para a Ordem dos Arquitectos. Desenvolvimento de projectos de arquitectura com várias escalas e programas. Composição de material gráfico em diversos formatos para apresentação de projectos de arquitectura. Colaboração: • Casa em Sever do Vouga (em construção); • Casas na Costa Nova (em construção). 17 de Setembro 2012 – 29 de Setembro 2012 Colaboração externa. Preparação de material gráfico para concurso público. Equipa liderada por Ricardo Vieira de Melo (Arq.). Colaboração: • Concurso de ideias para uma nova frente urbana em Mikkeli (projecto). 01 de Outubro 2011 – 28 de Novembro 2011 Colaboração externa. Projecto urbano e preparação de material gráfico para concurso público. Equipa liderada por Ricardo Vieira de Melo (Arq.). Colaboração: • Concurso Público de Concepção (ideias) para a Requalificação e Reordenamento da Praia e Frente de Mar da Figueira da Foz e Buarcos — 1º prémio (projecto).


Aptidões informáticas Sociedade de Reabilitação Urbana de Viseu http://www.viseunovo.pt/ Viseu, Portugal 31 de Agosto 2009 – 11 de Setembro 2009 Colaboradora externa. Projectos de reabilitação. Equipa liderada por Margarida Henriques (Arq.).

Educação e Formação Setembro 2006 – Setembro 2012 Mestrado Integrado em Arquitectura pelo Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Dissertação de Mestrado “Pousada de Viseu: Metamorfose e Reciclagem de uma Memória”. Apresentada ao Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, sob a orientação do Prof. Doutor Rui Lobo e co-orientação da Prof. Doutora Susana Lobo. Classificação de 18/20.

Aptidões linguísticas Língua materna Português Outras línguas Inglês — Avançado (C1) Italiano — Independente (B1) Espanhol — Básico (A2)

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Aplicações de desenho para arquitectura, modelação 3D e rendering Autodesk Autocad — Avançado Archicad — Independente Rhinoceros 3D — Independente V-ray para Cinema 4D — Básico SketchUp — Avançado Aplicações de design gráfico e fotografia Adobe Photoshop — Avançado Adobe Illustrator — Independente Adobe Indesign — Independente Adobe Premiere — Independente Aplicações de escritório Microsoft Word — Avançado Microsoft Excel — Independente Microsoft PowerPoint — Avançado Prezi Presentation — Avançado

Distinções e Prémios Concurso de Ideias Desafios Urbanos’12, promovido pelo Espaço de Arquitectura (www. espacodearquitectura.com). Projecto desenvolvido com os Arquitectos Eduardo Mota e João Briosa (Estagiários Desassociados). 2012-13. 1º Prémio na Categoria de Estudante. Concurso Público de Concepção (ideias) para a Requalificação e Reordenamento da Praia e Frente de Mar da Figueira da Foz e Buarcos, promovido pela Câmara Municipal da Figueira da Foz. Projecto desenvolvido como parte da equipa liderada pelo Arquitecto Ricardo Vieira de Melo (RVDM, arquitectos). 2011-12. 1º Prémio.


Publicações e Artigos

Exposições e Comissariado

Assistente editorial de CARDIELOS, João Paulo, MOTA, Eduardo – Viagem à América. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2015.

Comissária executiva do Projecto Aprender com a Viagem: encontros na formação do arquitecto, integrado nas comemorações dos 725 anos da Universidade de Coimbra, que integra a realização de dois colóquios (um internacional), o lançamento do livro Viagem à América, entre outras actividades paralelas.

SANTOS, Daniela Alexandra Nogueira Santos Pousada de Viseu: Metamorfose e Reciclagem de uma Memória. Coimbra: Departamento de Arquitectura (Universidade de Coimbra), 2012. Tese de Mestrado. AA.VV. - Coimbra Reinventada: visões urbanas para as margens do Mondego. Via Latina. Coimbra: Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra. n.º 8, série VI (Março 2011), pp. 46-63.

Conferências Oradora na conferência realizada no Museu Tesouro da Misericórdia sobre o tema Do Hospital Novo da Misericórdia à Pousada de Viseu: metamorfose e reciclagem de uma memória da cidade. (Viseu, 2013).

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Exposição do Concurso Público de Concepção (ideias) para a Requalificação e Reordenamento da Praia e Frente de Mar da Figueira da Foz e Buarcos (Figueira da Foz, 2012). Exposição de grupo Coimbra Reinventada no Museu Nacional Machado de Castro (Coimbra, 2011).



05. PARQUE ATLÂNTICO Concurso Público de Concepção (ideias) para a Requalificação e Reordenamento da Praia e Frente de Mar da Figueira da Foz e Buarcos, promovido pela Câmara Municipal da Figueira da Foz. Projecto desenvolvido como parte da equipa liderada pelo Arquitecto Ricardo Vieira de Melo (RVDM, arquitectos Lda). 1º Prémio.

Perfil longitudinal do conjunto proposto. 12

O espaço de intervenção previsto para o concurso é essencialmente um território da natureza, uma fronteira entre a cidade e o mar. A forma de o organizar é mais livre mas também mais condicionada. É um lugar limite, um espaço de encontro da massa urbana com o não construído, não material. Pode ser, por isso, um espaço miscigenado, múltiplo, polivalente, mais ligado ao ser e ao fazer do que ao ter. Será, então, um espaço priviligiado de actividades e sensações - o lugar de libertação. Como conseguir isso tudo, desenhando “paisagem natural”? E, simultaneamente, obter um espaço apetecível e acolhedor que consiga proteger a marginal dos ventos dominantes? A profunda alteração que a Praia da Claridade conheceu nos últimos quarenta anos trouxe uma alteração significativa à Figueira da Foz. A cidade viu afastarem-se alguns dos seus apaixonados ao mesmo tempo que o mar também recuava. A praia da Figueira da Foz tornou-se numa “sobra urbana”, um vazio difícil de ultrapassar. A cintura de areia comprimiu a cidade, aprisionando-a nas suas memórias. A proposta apresentada constrói futuro, tirando partido do extenso território oferecido pelo vento e o mar usando-o para reactivar o prestígio e o entusiasmo da cidade através de um extenso Parque Atlântico, preparado para receber arte, cultura, desporto e lazer. Este grande equipamento colectivo, de mais de dois quilómetros, reequilibrará a relação da cidade com o mar e será um permanente convite para habitantes e visitantes a terem “rosas o ano inteiro”.


Resume-se a um conceito bastante conciso que se materializa em quatro gestos: - criação de um sistema dunar que permita a fixação de espécies vegetais e animais com vista ao aparecimento de um parque urbano de frente de mar, como um filtro verde que permite a criação de um espaço de transição e protecção entre o espaço urbano e o espaço de praia; - definição de novos acessos pedonais e automóveis ao espaço de praia, permitindo simultaneamente a descompressão da avenida e a identificação distintiva de cada zona, e, complementarmente a este sistema viário marginal, redesenham-se os momentos de entrada na Avenida Marginal em Buarcos e junto do Forte de Santa Catarina. - reforço substancial da oferta de estacionamento, pela criação de um parque semi-subterrâneo no troço sul da avenida e mais lugares na nova “Marginal Mar”, com a introdução de um conjunto de valências de recreio ao longo do novo Parque Atlântico, que funcionem como aglutinadores da população e desencadeadores de procura por parte de visitantes; - utilização de sistemas construtivos e energéticos que garantam simultaneamente a produção e a conservação da energia, como o aproveitamento da energia solar e eólica por parte dos equipamentos, apoios de praia e passadiços.

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2 1 POUSADA DA JUVENTUDE: o programa é materializado com três volumes de cércea diferenciada, revestidos a madeira, propondo um espaço acolhedor e cromáticamente relacionado com a muralha. 2

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BAR RESTAURANTE: na Frente de Mar de Buarcos, reorganizam-se restaurantes e bares, uniformizado a volumetria mas não a arquitectura ou a sua materialização. Em conjunto com o Jardim do Teatro estes equipamentos qualificam o espaço urbano. 3 ESTAÇÃO DE ELÉCTRICO: a estação terminal deste transporte público não poluente, fará o percurso entre Buarcos e a Estação Ferroviária da Figueira da Foz. O precurso terá ao longo da Avenida mais três estações, espaçadas cerca 350m. 4 PARQUE JUVENIL AVENTURA: esta área será destinada à colocação de jogos e grandes estruturas de trepar, proporcionando a criação de um espaço para brincar e explorar.


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SKATE PARK: realizado em betão, com rampas pré-fabricadas e estruturas metálicas complementares, como corrimãos e drops, o espaço oferece uma larga variedade de sites para a prática de Skate ou Free-Style Bike.

APOIO DE PRAIA SIMPLES: pela área e localização que apresentam, deverão também estes apoios ter uma imagem e volumetria iguais, garantindo a unidade para a Praia da Claridade.

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BARRACAS DE PRAIA: com estrutura de madeira e área de 4m2 cobertos, os conjuntos formalizam um espaço recatado, protegido e ao ar livre afecto. Terão cores diferentes consoante a zona da praia que ocupam, criando uma imagem de marca.

RESTAURANTE e DISCOTECA: pretendem animar a frente da Avenida voltada ao mar. Colocados quer à cota alta quer à cota baixa, pretendem trazer mais vida às duas marginais, permitindo a deslocação das actuais esplanadas existentes nos passeios.

PISCINA ATLÂNTICA: como remate a sul da Avenida, este volume surge de uma elevação do passeio, fazendo a transição do construído para o Parque Atlântico e para o Porto de Abrigo. A cobertura praticável terá o padrão do passeio desvanecendo-se.

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APOIO DE PRAIA COMPLETO: a uniformização destes elementos contribui para a caracterização da praia da Claridade. Os dois volumes, têm um amplo espaço ao ar livre e orientações diversas, consoante o lugar onde se implantem.

ANEL d’ARTES: a estrutura assente em finos pilotis metálicos acolherá a maior diversidade de acontecimentos culturais, desportivos e de lazer, podendo receber jogos de futebol ou vólei de praia, feiras, espectáculos musicais, teatros e até circo.

PARQUE SUBTERRÂNEO: o estacionamento na Avenida será complementado com um parque à cota baixa, com dois acessos: um junto da Rotunda e outro perto do relógio. Pelo seu posicionamento servirá também os bares, a piscina e o anel mais a sul.

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PARQUE INFANTIL: deverá ser adoptado um tema genérico e desenvolvidas várias estruturas, esculturas e brinquedos que promovam a fantasia e as brincadeiras dos mais novos. Serão criados espaços específicos para as diferentes idades.

PASSADIÇO com SOMBRA: os passadiços que ligam a Avenida à nova zona dunar e à Marginal Mar, serão executados em betão e sobre-elevados na zona sul. Terão estruturas de sombreamento com painéis fotovoltaicos para a captação da energia.

ÁREA DESPORTIVA: localizada próximo da Piscina, esta zona terá campos de ténis em betão e de futebol de praia em areia ou relva sintética.


06. INCROCI SOSTENIBILI Concurso de Ideias para uma ponte ciclo-pedonal sobre o Canal Martesana em Milão. Projecto desenvolvido com os Arquitectos Nuno Silva, Eduardo Mota e João Briosa (renders de Nuno Silva).

Esquema de implantação.

Perfil longitudinal. 16

O respeito pelo contexto rural e urbano da metrópole milanesa, pelas marcas que o tempo deixou neste palimpsesto, apenas poderia resultar de uma interpretação honesta da paisagem (leia-se este termo na sua acepção mais abrangente). O confronto entre o espaço público urbano na margem sul, gerado pelo cruzamento da Via Idro com a importante e longa Via Padova, e a aparente ruralidade autóctone da vegetação densa que compõe o terreno privado a norte foi o primeiro desafio que a encomenda colocou. Nasce assim a ideia de uma ponte que ondula na paisagem. Torce e aproxima-se, na margem norte, do limite poente do terreno privado, invadindo-o tão pouco quanto possível. Na margem oposta, a ponte é empurrada para nascente para melhor participar da organização urbana daquele cruzamento de vias. A implantação das rampas, tocando delicada e pontualmente o território, respeita, a norte, as árvores de grande porte. A sul, deu-se preferência à ligação rápida na direcção do centro da cidade, mantendo-se naquele ponto o percurso ciclo-pedonal adjacente à Martesana. As funções primárias da intervenção não se esgotam ao garantir, através do sistema de rampas e escadas, o acesso rápido e fácil de ciclistas e peões à passarela, bem como a passagem inferior das embarcações. Traçou-se uma forma estimuladora dos sentidos, sendo ao mesmo tempo dinâmica e flexível, para que possa acolher outros usos, para além de responder às preocupações antes enunciadas. Não importa apenas o atravessamento rápido.


Vista do passeio ciclรกvel existente sob a ponte proposta.

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É fundamental que essa circulação seja contagiada por uma arquitectura que promova o bem-estar, a vitalidade e a contemplação dinâmica da paisagem. A escolha dos materiais e do processo construtivo não é inocente ou apenas subordinada ao diálogo surdo com o lugar. Tentou-se principalmente diminuir a pegada ecológica da intervenção, recorrendo à reutilização de materiais reciclados e duradouros. Privilegiou-se também a estandardização dos componentes, evitando desperdícios. Sabendo também que nenhuma construção é eterna, a preocupação estendeu-se à assemblagem dos elementos, na tentativa de garantir uma eficiente desmontagem e remontagem das peças no final da sua vida-útil. Apesar da interlocução pontual que se deseja estabelecer com o lugar, a neutralidade material/cromática do projecto permite o diálogo calmo com esta envolvente, assim como a sua reprodutibilidade em contexto urbano ou rural, nos restantes Navigli. A sua replicação criaria lugares de identificação plástica e sensorial com cada um dos objectos. De encontro à flexibilidade necessária para que o projecto possa ser aplicado noutras áreas, previu-se a construção por módulos independentes e acopláveis dos vários elementos. Neste projecto tentaram ligar-se os vários requisitos da encomenda, o contexto sócio-económico actual, as especificidades do lugar e da metrópole, a as sensibilidades decorrentes da experiência da equipa projectista, numa passarela com quem os utilizadores se identifiquem. Espera ter-se conseguido uma “intersecção sustentável” de todos os elos.

Esquema conceptual.

Perfil transversal.

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Vista da rampa de acesso Ă ponte pela margem norte do Canal Martesana.

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Planta de Implantação e de Localização.

Vistas da caixa de escadas de acesso à ponte, revestiada a aço “Corten” perfurado.

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Vista da ponte através do Canal Martesana. Axonometria e detalhes construtivos: 1. barra em aço “Corten”; 2. traversa ferroviária bonificate; 3. trave UNP acciaio “Corten”; 4. cabelagem; 5. barra em aço “Corten”; 6. perfil em aço “Corten”; 7. painel em aço “Corten”; 8. trave IPE em aço “Corten”; 9. guia para cegos; 10. cantoneira em aço “Corten”; 11. barra em aço “Corten”; 12. iluminação LED.

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07. CRECHE + JARDIM DE INFÂNCIA Projecto desenvolvido como parte da equipa liderada pelo Arquitecto Alexandre Saraiva Dias (ORANGE Arquitectura e gestão de projecto).

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O edifício que se desenvolve na rua Vicente Pindela pretende acolher a Creche e Jardim-de-Infância do Colégio de Santa Maria, em Coimbra. Este novo volume assume-se como uma massa que nasce a partir da inclinação da rua, assumindo presença à medida que descemos para poente. Percebemos uma fachada ritmada tanto pela sua materialidade como pelo desenho das suas aberturas. Dividindo-se em dois níveis, o piso 0 enquadra as principais áreas funcionais e administrativas, enquanto que o piso -1 está reservado para funções técnicas de apoio e estacionamento. O programa desenvolve-se através do delineamento de dois eixos. O primeiro, transversal ao edifício, liga a entrada principal ao acesso para o espaço exterior de recreio, passando pela área de recepção. Este separa as áreas referentes ao Jardim de Infância e à Creche. Já o eixo longitudinal, que termina a oeste num espaço de varanda exterior sombreado por uma pérgola metálica, permite distinguir as áreas de comuns de serviços ou de convívio, das salas de actividades para as diferentes faixas etárias. Este corredor, enquanto linha principal de distribuição, está equipado com cabides e/ou bancos para servir os principais utilizadores: as crianças. Os espaços, acabamentos e acessórios são desenhados especialmente tendo em consideração a escala dos mais pequenos crianças. Assim, todas as salas de actividades, estão dotadas de mobiliário, apropriado às diferentes idades e estaturas, e de material didáctico. Os vãos interiores são concebidos por modo a dar continuidade visual entre espaços e são, no geral, dotados de um bandeira vertical que permite a ocorrência de ventilação natural. A nascente e a sul do edifício, os espaços exteriores desenham-se por modo a oferecer às crianças conforto e versatilidade. Entre zonas verdes e áreas pavimentadas, procurou-se dinamizar o espaço de recreio tendo sempre presente as normas de segurança para a devida utilização.


Planta de cobertura. Alรงado Norte.

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Planta piso 0 e Perfil longitudinal. 01. hall; 02. dist. central; 03. dist. jardim de infância; 04. dist. creche; 05. secretaria; 06. sala professores; 07. sala pessoal; 08. arrumo jardim inf.; 09. i.s. geral 1; 10. i.s. geral 2; 11. sala act. jardim inf. 1; 12. sala act. jardim inf.2; 13. sala polivalente/cantina; 14. copa; 15+16. circulação serviço 1; 17. i.s. jardim inf.; 18. i.s. creche; 19. arrumo creche; 20. sala parque; 21. berçário; 22. copa leite; 23. higienização; 24. sala marcha (24 meses); 25. sala (24-36 meses).

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VĂŁo interior de madeira composto por uma folha, bandeira vertical e painel fixo. (pĂĄgina seguinte) Detalhes verticais e horizontais de vĂŁo interior de madeira.

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ARMÁRIO A1: Armário e balcão de Secretaria. (página seguinte) ARMÁRIO A3: Armário e bancada para sala de actividades de Jardim de Infância. (página seguinte) MOBILIÁRIO MOB01: Banco para Jardim de Infância MOBILIÁRIO MOB05: Mobiliário para Creche com cabides. 28


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08. NOVAS INSTALAÇÕES PLURAL CRL Projecto desenvolvido como parte da equipa liderada pelo Arquitecto Alexandre Saraiva Dias (ORANGE Arquitectura e gestão de projecto).

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Este projecto de Arquitectura pretende adaptar a antiga Fábrica Topázio para a instalação de um programa de Comércio por Grosso de Produtos Farmacêuticos através de uma obra de Ampliação e Demolição da Edificação Existente. A forte relação do edifício com a antiga Estrada Nacional 1 (actual Rua da Constituição) é estabelecida através de um alçado principal estendido ao longo da via, com uma linguagem marcadamente modernista em que se destacam a horizontalidade e a métrica repetitiva oferecidas pelos vãos e frisos que os emolduram, em claro contraste com o gesto vertical da torre que albergava os silos (lado Nascente do alçado) e do remate em cantaria de pedra, mais controlado, do corpo principal, no extremo oposto (lado Poente). A estrutura planimétrica original desta composição é composta por três corpos. O corpo principal do conjunto, onde se concentrava a actividade de produção de cerveja, forma um “L”, ao qual se encostavam, do lado poente, uma torre que albergava os silos e um pequeno corpo de um piso. A Poente localiza-se o edifício da administração com três pisos de altura e a Nascente implanta-se um terceiro corpo, rectangular, de reduzidas dimensões e apenas 1 piso. A partir da década de 60 o imóvel foi sofrendo sucessivas ampliações que não apresentaram o cuidado patente no projecto base, desvirtuando, algumas delas, a composição arquitectónica originária. Estas ampliações, bem como as demolições efectuadas recentemente, tornaram praticamente irreconhecíveis os limites posteriores do projecto originário.


Planta de conjunto. Alรงado Norte.

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Do ponto de vista volumétrico procura-se tomar como referência o projecto arquitectónico original, salvaguardando fachadas e volumetrias dos principais corpos remanescentes. Deste modo, propõe-se o aproveitamento do corpo da torre e volume envidraçado anexo, do emblemático alçado principal (Norte) e do antigo edifício da administração. De modo a garantir a possibilidade de instalar o programa proposto no terreno, e considerando que algumas das construções existentes foram sendo acrescidas ao conjunto original e outras se encontram num elevado grau de degradação, propõem-se a sua remoção. Assim, a par da reabilitação das fachadas e demolição dos volumes indicados, esta proposta apresenta, voltados para o logradouro central e amarrados à fachada principal que se pretende reabilitar, novos volumes de arquitectura com linguagem marcadamente contemporânea. Os materiais e acabamentos a empregar respeitarão e recuperarão a traça original nas fachadas a recuperar, nomeadamente a sua cor e composição e o desenho dos vãos exteriores. Quanto à nova intervenção, ao ser “vestida” de uma linguagem mais contemporânea, será proposto um revestimento com leitura abstracta, de forma a permitir uma leitura neutra dos cheios e vazios, promovendo, com esta materialização, um natural destaque face à arquitectura primitiva do complexo.

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Alรงado Poente

Perfil Transversal.

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Planta piso 0 e Alçado Sul. 0.01. hall; 0.02. átrio; 0.03. i.s. acessível; 0.04. sala reuniões; 0.05. sala apoio; 0.06. arrumo piso; 0.07. circulação; 0.08. recursos humanos; 0.09. sala reuniões; 0.10. apoio; 0.11. i.s. masculino; 0.12. i.s. feminino; 0.13. circulação; 0.14. área expansão 1; 0.15. área expansão 1; 0.16. D.T.; 0.17. D.S.I.; 0.18. apoio D.S.I.; 0.19. D.A.F.; 0.20. departamento compras; 0.21. G.A.P.; 0.22. circulação; 0.23. circulação; 0.24. i.s.; 0.25. gabinete médico; 0.26. economato; 0.27. circulação; 0.28. i.s. feminino; 0.29. i.s. masculino; 0.30. arrumo; 0.31. sala polivalente2; 0.32. sala de apoio; 0.33. sala polivalente 3; 0.34. circulação; 0.35. arquivo morto; 0.36. data center; 0.37. ar comprimido; 0.38. quadros eléctricos; 0.39. manutenção.

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Planta piso 1 e Perfil longitudinal. 1.01. secretaria; 1.02. sala reuniões 1; 1.03. marketing; 1.04. D.F.; 1.05. D.C.; 1.06. D.S.I.; 1.07. direcção logística; 1.08. circulação; 1.09. sala direcção; 1.10. i.s. presidência; 1.11. gab. presidente; 1.12. gab. director geral; 1.13. sala reuniões 2; 1.14. i.s. feminino; 1.15. i.s. masculino; 1.16. arrumo; 1.17. sala reuniões 3; 1.18. bar; 1.19. circulação; 1.20. sala polivalente 5; 1.21. sala polivalente 6.

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Detalhe construtivo de fachada existente e de fachada nova.

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09. COBERTURA MERCADO 2 DE MAIO Concurso público de concepção para a revitalização da Praça 2 de Maio em Viseu, promovido pela Câmara Municipal de Viseu. Projecto desenvolvido com os Arquitectos Eduardo Mota, João Briosa, João Paulo Cardielos, Jorge Dias e Raquel Bernardino.

Perfil longitudinal pelo eixo do mercado. 40

A mudança do mercado municipal para novas instalações, em 1992, fez com que a praça 2 de Maio e os edifícios que a confinavam perdessem a sua função. O superveniente projecto, coordenado pelo arquitecto Álvaro Siza, preocupou-se com a manutenção das características mais relevantes do edificado, e procurou libertar o espaço interior da praça demolindo as coberturas que aí existiam, na altura degradadas. Depois da intervenção de Siza, a plataforma superior assumiu-se, sobretudo, como esplanada de serviço aos bares que passaram a ocupar os espaços comerciais a essa cota, onde um pequeno palco permite a realização de alguns eventos, particularmente no Verão. A plataforma inferior, voltada à Rua Formosa, ficou votada a uma baixa utilização, com feiras e eventos esporádicos, significativamente condicionados pelas condições climáticas. O desafio lançado prevê na construção de uma cobertura na plataforma à cota inferior um caminho de renovação possível, uma vez que permitirá a multiplicação de eventos culturais ao longo de todo o ano, aumentando a atractividade e utilização da praça e envolvente próxima. O pedido do concurso estende-se, ainda, a um estacionamento subterrâneo que responda à ambição do município de aumentar o número de lugares de estacionamento no centro histórico. A cobertura proposta afirma-se como elemento icónico, que se destaca pela sua excentricidade e nova espacialidade, mas que procura respeitar o existente. Enquanto espelho de água, quando visto desde a cota superior, assegura uma continuidade e prolongamento visual no seu reflexo, tomando, na sua aproximação à praça superior, o principal eixo de simetria do existente como referência para o centro da curva mais próxima.


Vista da nova cobertura Ă cota superior.

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JOGO DE ESPELHOS

ESPAÇO VERDE

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TIPOGRAFIA À ESCALA DA CIDADE


PERCURSOS E PAVIMENTOS

NOVO ESTACIONAMENTO SUBTERRÂNEO

MOBILIÁRIO URBANO

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As restantes linhas do desenho jogam com as entradas da praça à cota baixa, cumprimentando quem chega pelas ruas Formosa ou o Comércio. Emolduram-se os enquadramentos visuais de quem vem do Rossio, enfatizando o atravessamento transversal para a rua do Comércio, do lado oposto. Assume-se assim numa peça leve com um duplo espelho assente em pilares metálicos, composto por um plano de água na sua face superior e por chapa metálica que reflecte as vivências do espaço na face inferior. As intervenções que transportam a tipografia e as artes gráficas para o espaço público têm adquirido, em anos recentes, um relevo cada vez mais notório nas cidades que procuram a vanguarda. As letras, à escala das ruas e das praças, dão corpo visível às palavras que os mais diversos autores proferiram, perpetuando a cultura literária na memória colectiva. Às palavras de Aquilino Ribeiro sobre a cidade de Viseu foi-se buscar a inspiração necessária para o projecto e, naturalmente, a base ideal para intervir artisticamente no espaço já fortemente marcado pelo mestre escritor. O conjunto tipográfico, aberto nas peças de aço reflector que cobrem cota inferior da praça, assim como naquela que simbolicamente remata o lugar do murete de separação entre ambos os níveis, que deixa de existir na proposta, participam de modo indelével na percepção que os utilizadores constroem do lugar. A unidade da praça à cota inferior é conseguida através de um único material, utilizando o desenho do pavimento como peça articuladora entre o existente e o novo - o desenho da cobertura contaminará pontualmente a moldura existente. Mantendo as lajetas de granito existentes, propõe-se que o espaço central seja todo em saibro com dois tratamentos distintos: estabilizado por ligante natural permeável, e solto junto dos conjuntos de árvores. Já na cota superior, a materialidade e o desenho actual deverão ser mantidos. 44


Planta Piso 0

Planta Piso 1

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Perfil transversal pela rua do ComĂŠrcio

Perfil transversal pela estacionamento

Perfil longitudinal pela entrada a nordeste 46


O muro tardoz da praça é parcialmente demolido por forma a permitir o acesso automóvel ao estacionamento, pela rua Chão do Mestre, e aumentar a importância desse percurso pedonal, sendo o perfil da rua mantido. A aposta é feita num estacionamento automatizado, cuja tecnologia permite um volume de escavação do maciço granítico existente mínimo para um número de lugares de estacionamento que responde às ambições enunciadas no programa preliminar do concurso. A espécie proposta é o vidoeiro branco – a betula pendula – ou eventualmente o vidoeiro – betula celtibérica – cujo desenho de implantação e agrupamento respeitará os enfiamentos visuais mais relevantes, mantendo simultaneamente a leitura do diálogo e articulação do novo elemento com o edificado existente. Optou-se pela substituição das magnólias existente por uma espécie de folha caduca - vidoeiro branco -, de modo a produzir uma sombra mais equilibrada, sendo esta maior em ligação com a nova cobertura nas estações mais quentes, e mais reduzida nas estações mais frias. O desenho de implantação e agrupamento destas árvores respeitará os enfiamentos visuais mais relevantes, mantendo simultaneamente a leitura do diálogo e articulação do novo elemento com o edificado existente. Também o mobiliário urbano foi seleccionado por modo a assegurar as necessidades de conforto e lúdicas dos utilizadores. Nas imediações das esplanadas inferiores e à vista da rua Formosa, sob a copa das bétulas, as peças Lungo Mare de Miralles podem ser entendidas como amplos bancos reclinados, ou simples assentos para grupos. Para a esplanada superior escolheu-se a Vegetal Chair da Vitra, com design de Ronan & Erwan Bouroullec que deverá ser disposta em grupos de cadeiras, de utilização livre, incentivando o agrupamento e a interacção, como oportunidade para a criação de dinâmicas imprevistas.

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Š 2015 Daniela Alexandra Nogueira Santos danielaalexandrasantos@gmail.com +351 965 774 595


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