Um livro de poesia na gaveta não adianta nada

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daniele stuani

UM LIVRo DE POESIA NA GAVETA NÃO ADIANTA NADA


O zine UM LIVRO D E P O ES I A N A G AVETA NÃO A D I A NTA NA DA é u m projeto que conta com 1 1 poe si a s de ar t i s t as i n d e p e n d e nte s ( Jefer son S abino, Luc a s Q uoos, D a ni e le Stu an i , Caro l i n e Tr i n d ad e R o cha, B runo Alme i da , Lí gi a P. S c hi ppe r, Cr i s t i n e Pe re i ra, Au g u s to Pereira, B runa Paludo, Luc a s S c hüt z e Ta li t a M o rai s ) e i l u s t raçõ e s d a ar t is t a v isual Danie le St ua ni . A c a nç ã o “Cad a Lu g ar N a S u a Co i s a”, comp osi ç ão que ini c i a sua pr i m e i ra e st rofe co m a f ras e t í t u l o d e s te projeto é do c antor e com posi tor c a r i oc a S e rg i o S am p ai o. Ne s s e sent ido, e ste zine pre te nde da r va z ã o a os p o e m as q u e e s t avam n as gavet as e cômodas, pe rdi dos di st a nte dos o l h o s e o u vi d o s ate nto s dos amante s das a r te s li te rá r i a s. Ent re a se l e ç ão d as p o e s i as e s t ão au to re s que e m sua ma i or i a nã o hav i a m p u b l i c ad o s e u s e s c r i to s e qu e some nte a pa r t i r de um a public aç ão i n d e p e n d e nte à concre ti zaç ão de ste m ost rou-se possí ve l. Po r fi m , Dan i e l e St u an i com a i nte nç ão de possi bi li t a r uma n ova ex p e r i ê n c i a à n o s s a percepç ão v isual pa ra com a s pa l avras, co n ce b e u m (d es )comprome tim e nto a r t í st i co que di a l o g a co m o s p o e m as, ar t ic ulado e m sua m a i s ex pre ssi va c a ra c te r í s t i c a co m o ar t i s t a, a sens ib i lidade huma n a / v i sua l. Em ba sa do e m u m a n ar rat i va p e s s o al, at rel a da à inte nsida de e a de li c a dez a e m q u e a ar t i s t a ex p l o ra o s e l ementos da v i da , que e m core s de a qua re l a, ac r í l i c a, co l ag e n s e nanq uim expõe o que ex i ste de ma i s a u tê nt i co e p r i m o rd i al n a exis tên ci a das ar tes, o mate r i a l huma no. Au gusto Pere i ra - Ci n e as ta e Hi s tori ador

Um livro de poesia na gaveta não adianra nada Ediç ão #01, 1ª tiragem. Daniele Stuani Passo Fundo/RS - J un de 2016.


Essa cidade que me consome e me afunda até no nome Ah, essa angústia Esse mundo Esse poço fundo onde eu cai. Jeferson Sabino


duas pessoas se reconhecem nos corredores do supermercado e nesse instante em que se vêem percebem imediatamente que são infelizes fi c a m e m b a r a ç a d o s e voltam a atenção novamente às gôndolas de produtos de limpeza. Lucas Quoos



Lindo teu olho comeu minha solidĂŁo e meu corpo hoje transpira todo arrepio e tensĂŁo por mil corpos cheios de prazer C a r o l i n e Tr i n d a d e R o c h a


Daniele Stuani



Me vi Ciado Em vocĂŞ em que instantes amam meus amantes Bruno Almeida



Te m o Por estas correntes Solúveis Ao teu toque Porque as horas Em que te prendes Fizeram de ti Jazigo E os meus silêncios Despertaram O soluço disforme De quem engasga Com a vida L í g i a P. S c h i p p e r



Deleites de gatos Preguiça, folia e arranjos Meu ter é meu nada Nada tenho em ter Te n h o o d e s e j o d e t e r Uma terrinha prá plantar Per to dum mar prá olhar A onda que nasce do sol E o sol quando nasce do mar Cristine Pereira


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Augusto Pereira


me invento estrangeira de fora, tento entender o que de fato querem me dizer e a distância antes lamentada agora me faz ver como pode ser natural se é marcado por tantas regras os simulacros que protegem teu poder rasgam o meu ser estranho esse estranho movimento que me força pra dentro da tua obra entro de qualquer forma imito teus gestos espero teu reconhecimento que nunca chega esqueço teus conselhos subverto teus conceitos se minha existência perturba por que insistem em bater na minha porta? Bruna Paludo


se cabe em um abraço só me falta tempo se cabe um xingamento só me falta saco se cabe uma soneca já dormi se cabe a impaciência asco se eu caibo não sei Lucas Schütz



E stou nova em folha lançada em aires procurando galhos que possam ser desfrutados e o que me parece bem é o verde das folhas. o quebranto com que em vão, vão e, com que ficam, ainda lateja. Ta l i t a M o r a i s



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