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OrBlua
OrBlua - Um Folhetim Semanal que Celebra a sua Vida e o seu Final
Episódio 7
Texto: António Pires | Foto: Jorge Jubilot e OrBlua
Episódio 7
« Retratos Cinéticos», o primeiro álbum dos OrBlua, editado em 2015, é bem capaz de ser a opus magnum do trio. Depois de um EP – «Trihologia Noctiluca» – que tinha uma música belíssima e contida, por vezes até próxima do silêncio, e que era sempre agradável, digamos assim, de ouvir e fruir, a música dos OrBlua evolui em «Retratos Cinéticos» para um universo muito mais alargado de sonoridades e, desta vez, tendo já lugar para asperezas, distorções, ruído e
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explosões sónicas (afinal, o «Aviãozinho Militar» faria detonar mesmo algumas bombas no futuro!).
Mais experimental, mais aberto em termos melódicos, harmónicos e tímbricos, «Retratos Cinéticos» (também assim chamado porque o CD era acompanhado por um livro com fotos, maravilhosas, de Jorge Jubilot), dá-nos uns OrBlua ao mesmo tempo ainda mais agarrados às suas raízes algarvias – o díptico «Corrido Algarvio» e «Quem Manda Aqui Sou Eu», temas 9 e 10 do disco, são disso prova mais do que evidente, estando esse sabor local também presente, embora de uma forma mais subliminar, noutras canções
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– como no abrir de portas a alguns ídolos musicais da banda: os Gaiteiros de Lisboa – eles que, apesar de terem o nome da capital portuguesa no nome, tanto podem ser transmontanos («Romance da Lhoba», «La Sarandillera»…) como algarvios («Leva, Leva»…) – em «Tempo Estado»; e Janita Salomé (um dos pioneiros das viagens entre a música portuguesa, mais concretamente alentejana, com o flamenco da Andaluzia e com a música árabe) em «Calendário», um inédito com autoria do saudoso Sérgio Mestre, cuja faceta de compositor e poeta – como acontece nesta canção –fica muitas vezes esquecida por trás da imagem de fiel escudeiro e flautista mágico de José Afonso. abre também a porta a uma enorme panóplia de instrumentos musicais oriundos de todo o mundo – uma colecção que nunca deixou de aumentar – e a uma maior ligação da edificação musical a outras formas de arte visual, não só as fotografias de Jorge Jubilot, mas também a uma diferente abordagem do palco como um espaço teatral, cenográfico e –depois disso – até coreográfico (a entrada em cena, vestida por Inês Graça, de um bioco, uma espécie de burka algarvia, viria a tornar-se uma marcante imagem identitária dos OrBlua. Mas estas e outras aventuras da banda serão retomadas já, já, de seguida, assim o Diabo da Velha o permita! .
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