OLUBAJÉ
Daniel Trindade
OLUBAJÉ A FESTA DO REI
Copyright ©Daniel Trindade, 2012 Título original: Olubajé - A festa do rei Editoração, Capa e Projeto Gráfico: Daniel Trindade 2012 Impresso no Brasil Printed in Brazil Publicação Independente Todos os direitos reservados ao Autor DANIEL TRINDADE GOMES DOS SANTOS Rua São Pedro Apóstolo 12 - Ponta Negra 24922-295 - Maricá/RJ Tel.: (21) 2634-4210 Cel.: (21) 8307-1496 Algumas das imagens contidas neste livro foram retiradas da internet em bancos de imagens gratuitos e outra são dos fotógrafos; Fernanda Procopio Florence Deram
Este livro será utilizado apenas para fins acadêmicos. Portando fica proibida a reprodução total ou parcial desta obra por quaisquer meios de mídia.
“O Candomblé é para mim muito interessante por ser uma religião de exaltação à personalidade das pessoas. Onde se pode ser verdadeiramente como se é, e não o que a sociedade pretende que o cidadão seja. Para pessoas que têm algo a expressar através do inconsciente, o transe é a possibilidade do inconsciente se mostrar”.
Pierre Verger
Apresentação Este livro foi feito para falar um pouco sobre como o Candomblé chegou ao Brasil, sobre os Orixás e a festa chamada Olubajé e seus propósitos, convidando a todos para o festejo anual que ocorre no mês de Agosto para saudar e louvar a terra em nome do orixá Omolu e Obaluaiê. Mas este livro não é apenas para quem já conhece e é da religião, mas para aqueles que não a conhecem numa forma de disseminar uma cultura tão antiga que segue uma tradição e hierarquia rica em beleza e espiritualidade.
Sumário 11
O Candomblé
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A Origem do Candomblé no Brasil
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Dentro da Casa de Santo
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Os Orixás
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O Olubajé
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Cantigas
O Candomblé
O Candomblé A Origem do Candomblé no Brasil
“ No começo não havia separação
entre o Orum, o Céu dos orixás, e o Aiê, a Terra dos humanos. Homens e divindades iam e vinham, coabitando e dividindo vidas e aventuras. Conta-se que, quando o Orum fazia limite com o Aiê, um ser humano tocou o Orum com as mãos sujas. O céu imaculado do Orixá fora conspurcado. O branco imaculado de Obatalá se perdera. Oxalá foi reclamar a Olorum. Olorum, Senhor do Céu, Deus Supremo, irado com a sujeira, o desperdício e a displicência dos mortais, soprou enfurecido seu sopro divino e separou para sempre o Céu da Terra. Assim, o Orum separou-se do
mundo dos homens e nenhum homem poderia ir ao Orum e retornar de lá com vida. E os orixás também não podiam vir à Terra com seus corpos. Agora havia o mundo dos homens e o dos orixás, separados. Isoladas dos humanos habitantes do Aiê, as divindades entristeceram. Os orixás tinham saudades de suas peripécias entre os humanos e andavam tristes e amuados. Foram queixar-se com Olodumare, que acabou consentindo que os orixás pudessem vez por outra retornar à Terra. Para isso, entretanto, teriam que tomar o corpo material de seus devotos. Foi a condição imposta por Olodumare. Oxum, que antes gostava de vir
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à Terra brincar com as mulheres, dividindo com elas sua formosura e vaidade, ensinando-lhes feitiços de adorável sedução e irresistível encanto, recebeu de Olorum um novo encargo: preparar os mortais para receberem em seus corpos os orixás. Oxum fez oferendas a Exu para propiciar sua delicada missão. De seu sucesso dependia a alegria dos seus irmãos e amigos orixás. Veio ao Aiê e juntou as mulheres à sua volta, banhou seus corpos com ervas preciosas, cortou seus cabelos, raspou suas cabeças, pintou seus corpos. Pintou suas cabeças com pintinhas brancas, como as pintas das penas da conquém, como as penas da galinha-d’angola. Vestiu-as com belíssimos
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panos e fartos laços, enfeitou-as com jóias e coroas. O ori, a cabeça, ela adornou ainda com a pena ecodidé, pluma vermelha, rara e misteriosa do papagaio-da-costa. Nas mãos as fez levar abebés, espadas, cetros, e nos pulsos, dúzias de dourados indés. O colo cobriu com voltas e voltas de coloridas contas e múltiplas fieiras de búzios, cerâmicas e corais. Na cabeça pôs um cone feito de manteiga de ori, finas ervas e obi mascado, com todo condimento de que gostam os orixás. Esse oxo atrairia o orixá ao ori da iniciada e o orixá não tinha como se enganar em seu retorno ao Aiê. Finalmente as pequenas esposas estavam feitas, estavam prontas, e estavamodara.
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As iaôs eram as noivas mais bonitas que a vaidade de Oxum conseguia imaginar. Estavam prontas para os deuses. Os orixás agora tinham seus cavalos, podiam retornar com segurança ao Aiê, podiam cavalgar o corpo das devotas. Os humanos faziam oferendas aos orixás, convidando-os à Terra, aos corpos das iaôs. Então os orixás vinham e tomavam seus cavalos. E, enquanto os homens tocavam seus tambores, vibrando os batás e agogôs, soando os xequerês e adjás, enquanto os homens cantavam e davam vivas e aplaudiam, convidando todos os humanos iniciados para a roda do xirê, os orixás dançavam e dançavam e dançavam. Os orixás podiam de novo conviver com os mortais.
Os orixás estavam felizes. Na roda das feitas, no corpo das iaôs, eles dançavam e dançavam e dançavam. Estava inventado o candomblé.
”
(Reginaldo Prandi, Mitologia dos orixás, págs. 524-528) Este trecho retirado do livro Mitologia dos Orixás retrata de forma poética um pouco sobre o Candomblé, falando um pouco da lenda de quando os Orixás viviam na terra e quando se separam da mesma. Sem deixar de citar que diz um pouco sobre o ritual de iniciação dentro do Candomblé.
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Por volta de XVIII e inicio de XIX, especialmente no Maranhão, Pernambuco e Bahia. Uma grande quantidade de povos vindo da África chegava ao Brasil devido a escravidão e daí começa a história do Candomblé dentro do Brasil que no começo era oprimido pelos senhores de engenhos e a Igreja. E esses povos de nações diferentes como Ketu, Efan, Jejê, Nagô, Angola e entre outros que são um pouco diferente uma das outras, seja nas rezas, cantigas, dialetos e contexto histórico. Porém todas elas não deixam de ser Candomblé, e esses povos para poderem cultuar seus Orixás tiveram de criar sincretismos deles com os Santos da Igreja Católica, assim podendo adora-los sem que os senhores de engenho e a igreja os punisse. Alguns deles
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serão explicados mais a frente como Ogun que veio a ser sincretizado como São Jorge no Rio de Janeiro. Por volta de 1830 fora fundada um dos principais terreiros de Candomblé que existe até hoje o Engenho Velho, que dele veio muitos babalorixás e yalorixás que fundaram outros templos conceituados como o Axé de Gantois e do Opó Afonjá, na Bahia. Mais a frente no final do século XIX os migrantes negros atraídos pela modernidade da cidade se instalavam próximo ao Cais do Porto, Saúde e Camboa pois nesta região tinham mais facilidade em encontrarem trabalho, porém a elite não gostava desta situação pois esses migrantes começaram a habitar os prédios de velhos casarões que estavam abandonados
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pelos setores dominantes e acabava se formando os cortiços. E numa forma de “limpar” a cidade no ínicio do século XX o projeto de modernização da cidade forçou a eles a saírem deste locais e irem para outras localidades, alguns foram formando as favelas e outros foram para os subúrbios cariocas. E neste mio tempo e em diante foram surgindo os primeiros terreiros de Candomblé no Rio de Janeiro. Dentro da Casa de Santo Os terreiros são como lembra Pierre Verger ( 1902 – 1996 ), fotógrafo, etnólogo autodidata, babalawo e autor de grande obras sobre o Candomblé a Umbanda.
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lugares onde as regras “deOsbomúltimos tom reinam soberana-
mente... as questões de etiqueta, de primazias, de prosternação, de ajoelhamento são observadas, discutidas e criticadas apaixonadamente; neste mundo onde o beija-mão, as curvaturas, as diferentes inclinações de cabeça, as mãos ligeiramente balançadas em gestos abençoadores, representam um pape tão minucioso e docilmente praticado como na corte do Rei Sol.
”
(Texto retirado do livro, O Banquete do Rei, página 39)
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Mesmo com tudo ficando cada vez mais modernos o Candomblé mantem sua tradição hierárquica e o respeito com os mais velhos já iniciados e aqueles de diferentes cargos dentro da religião. Uma religião onde os gestos, sons e palavras são importantes. A palavra fundamental para a realização dos ritos e a passagem de conhecimento, pois mesmo que existam livros falando sobre os fundamentos do Candomblé nem sempre estarão tão certo como o conhecimento passado oralmente. Os sons dos cânticos entoados nas festas e no ritos embalados pelos sons do atabaque e do agogô, que conta sobre as lendas dos orixás e a espiritualidade que faz com que nas festas os orixás dancem em agradecimento, recebendo os
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louvores e a adoração enquanto espalham a alegria e os bons fluídos para seus fieis e visitantes. A casa de santo, chefiada por um babalorixá ou yalorixá ( pai ou mãe de santo) é como se fosse uma segunda casa onde nela são ensinado os valores de respeito ao próximo independente de sua raça, cor, sexualidade ou credo, o respeito para com os mais velhos, disseminação da paz e amor, ajudar o próximo sempre que possível, preservação do meio-ambiente dentre tantos outros valores que nossos pais nos ensinaram. Sendo uma religião que mantem suas tradições hierárquicas existem cargos e patamares que são alcançados com o tempo dentro do Candomblé, alguns dos cargos são; Abiãn: Quando a pessoa
O Candomblé
passa a ser filho da casa mas ainda não é iniciado. Yawo: Iniciado dentro do rito. Babalorixá: Pai de santo, o zelador da casa. Ogãn: Aquele responsável pelos instrumentos musicais e cânticos. Cargo exclusivo para homens e esses mesmos não incorporam. Ekedi: Cargo exclusivo das mulheres, que também não incorporam e são responsáveis pelas vestimentas dos orixás e por conduzi-los dentro do salão nas festas. Egbomi: Patamar alcançado quando o Yawo passa pelo ritual dos 7 anos e agora pode se tornar um babalorixá ou yalorixá. Esses são os principais dentro de outros tantos existentes.
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Os Orixás
Os Orixás “Os orixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As características de cada Orixá aproximam-os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada orixá tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários.
aos negros. Para manterem os seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente.
”
(Texto retirado do site, www. ocandomble.wordpress.com ) Dentro do candomblé são cultuados muitos orixás desconhecidos por leigos. E aqui serão descritos os 14 principais e mais conhecidos Orixás cultuados dentro do candomblé seguindo a ordem que eles vêm no xirê.
Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, cada orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo
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Exú Dia: Segunda-feira. Cores: Preto (ou seja, a fusão das cores primárias) e vermelho. Símbolos: Ogó de forma fálica, falo erecto. Elementos: Terra e fogo. Domínios: Sexo, magia, união, poder e transformação. Saudação: Laroié! Exú é o orixá da comunicação, tanto que é ele o responsável de levar as oferendas aos outros orixás e também servir de porta voz no jogo de búzios. E para assegurar que tudo ocorra bem, em todos os rituais e oferendas feitas, Exú deve ser sempre o primeiro. Exú é o
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mais humano dos orixás e diferentemente do que muitos pensam Exú não é diabo como muitos o associam a isto, tanto que na cultura yorubá, diabo nem existe. Essa associação deve se dar por este orixá trazer consigo todo o ego, conflitos e contradições do ser humano e ele não é totalmente mal, ou totalmente ruim e assim como o homem, ele pode odiar e amar, unir e separar, promover a paz e a guerra. Sendo que no Candomblé não existe o bem e o mal de certa forma, pois o bem de um pode ser o mal de outro e vice-versa.
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Ogun Dia: Terça-Feira Cores: Verde ou Azul-escuro, Vermelho (algumas qualidades) Símbolo: Bigorna, Faca, Pá, Enxada e outras ferramentas Elementos: Terra (florestas e estradas) e Fogo Domínios: Guerra, Progresso, Conquista e Metalurgia Saudação: Ògún ieé!!
o que ele ganha hoje pode gastar amanhã sem nenhum remoço, pois o mesmo gosta é de poder e de comandar. Ogum é considerado o primeiro dos orixás a descer do Orun para o Aiye, um de seus vários nomes é Oriki ou Osin Imole, que significa o “primeiro orixá a vir para a Terra”.
Ogun, o orixá guerreiro, sincretizado como São Jorge. É implacável em suas decisões, orixá do ferro, da tecnologia, protetor dos ferreiros e agricultores e de todos os profissionais que lidam com o ferro. Ogun não se prende a riqueza,
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Oxóssi Dia: Quinta-feira Cor: Azul-Turquesa Símbolos: Ofá (arco), Damatá (flecha), Erukerê Elementos: Terra (florestas e campos cultiváveis) Domínios: Caça, Agricultura, Alimentação e Fartura Saudação: Òké Aro!!! Arolé! Oxóssi, também conhecido como Odé, é um orixá caçador e senhor da floresta, orixá da riqueza e fartura. Simboliza também a inteligência, e a cautela, pois em uma de suas lendas conta-se que este orixá é caçador de uma flecha só, e portando não pode errar seu alvo.
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Oxóssi é o rei da noção Ketu na qual é lhe conferido os títulos de Alakétu, Rei, Senhor de Kêtu, e Oníìlé, o dono da Terra, pois em África cabia ao caçador descobrir o local ideal para instalar uma aldeia, tornando-se assim o primeiro ocupante do lugar, com autoridade sobre os futuros habitantes.
Erukerê :Confeccionado com cauda de boi ou de búfalo, utilizado nos rituais de Oya e Axexe, tem finalidade específica de afastar os espíritos para o seu espaço sagrado.
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Omolu Dia: Segunda-feira Cores: Preto, branco e vermelho. Símbolos: Xaxará ou Íleo, lança de madeira, laguidibá. Elementos: Terra e fogo do interior da Terra. Domínios: Doença epidémicas, cura de doenças, saúde, vida e morte. Saudação: Atotoó!!! Omolu é o senhor da Terra, e um dos mais temidos orixás de todo o panteão principalmente por além de ser o dono da terra, ser o dono da vida e da morte. Uma das comidas preferidas de Omolu é a pipoca, oferenda esta que acalma
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a fúria do poderoso guerreiro, caçador e feiticeiro que é este orixá. Por ter domínio da vida e da morte logo todos aqueles que buscam melhorar a saúde o procuram e que agradam, e uma das formas de se fazer isso é em sua festa O Olubajé que em gratidão com as preces faz o que pode para auxiliar aqueles que procurar melhorar a saúde e se livrar de doenças.
Xaxará ou Íleo:Confeccionado com nervura da folha do dendezeiro, ornado com búzios, palha da costa, fio de conta e cabaça, utilizado nos rituais do olubaje e opanije, tem finalidade de afastar os espíritos (eguns) para o seu espaço sagrado, e eliminar as energias negativas da comunidade, proporcionando a longevidade. Laguidibá:Colar de Obaluaê feito de anéis de chifre de boi
Os Orixás
Ossãe Dia: Quinta-feira. Cores: Verde e Branco. Símbolos: Haste ladeada por sete lanças com um pássaro no topo (árvore estilizada). Elementos: Floresta e Plantas selvagens (Terra). Domínios: Medicina e Liturgia através das folhas. Saudação: Ewé ô - Ewe assá, Assa ô!
relacionadas com a cura, Ossãe também está vinculado à medicina, por guardar escondida na sua floresta a magia da cura para todas as doenças dos homens, contida nas virtudes de todas as folhas. A cura é invocada no caso de doença, com o auxílio de Obaluaiê. E como diz um ditado muito popular dentro do candomblé, “Sem folhas não há orixá”.
Ossãe é de fundamental importância, porque detêm o reino e poder das plantas e folhas, imprescindíveis nos rituais e obrigações de cabeça e assentamento de todos os Orixás através dos banhos feitos de ervas. Como as folhas estão
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Oxumarê Dia: Terça-feira Cores: Amarelo e verde (ou preto) e todas as cores do arco-íris Símbolos: Ebiri, serpente, círculo, bradjá. Elementos: Céu e terra Domínios: Riqueza, vida longa, ciclos, movimentos constantes. Saudação: Arroboboi Oxumarê é o Arco Íris, sinal de bons tempos, de bonança. É o Orixá da riqueza, do dinheiro, chamando carinhosamente de “ o banqueiro dos Orixás”. É a cobra sagrada Dan. Orixá da prosperidade, da fartura, do lucro. Conta o mito que apesar de tudo
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que houvera com Obaluaiê, Nanan e Oxalá tiveram outro filho. Este era Osumarê. Contudo, como novamente eles haviam desobedecido aos preceitos de Orunmila, Osumarê nasceu sem braços e sem pernas, com a forma de serpente, rastejando pela terra, e ao mesmo tempo com a forma de homem. Mais uma vez decepcionada Nanan abandonou Osumarê. Orunmila, o deus da adivinhação do futuro, admirando-se e apiedando-se dele, tornou-o um orixá belo, de sete cores de luz, encarregando-o de levar e trazer as águas do céu.
Bradjá: Colar trançado feito de búzios
Os Orixás
Nanã Ibiri Bastão de hastes de palmeira
Dia: Terça-feira Cores: Anil, Branco e Roxo Símbolo: Ibiri. Elemento: Terra, Água, Lodo Domínios: Vida e Morte, Saúde e Maternidade Saudação: Salubá! Entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, existe um portal. É a passagem, a fronteira entre a vida e a morte. Sua regente: Nanã. Senhora da morte, geradora de Iku (morte). Deusa dos pântanos e da Lama. A mais temida de todos os Orixás. A mais respeitada. A mais velha e poderosa seria Nanã
que é o encantamento da própria morte. Seus cânticos são súplicas para que leve Iku – a morte – para longe e quem permite que a vida seja mantida. É à força da Natureza que o homem mais teme, pois ninguém quer morrer! Ela é a Senhora da passagem desta vida para outras, comandando o portal mágico, a passagem das dimensões. Nas casas de Santo, Nanã é extremamente cultuada e temida, pelo poder que ostenta.
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Oxum Dia: Sábado Cores: Amarelo – Ouro Símbolo: Leque com espelho (Abebé) Elemento: Água Doce (Rios, Cachoeiras, Nascentes, Lagoas). Domínios: Amor, Riqueza, Fecundidade, Gestação e Maternidade Saudação: Yéyé ó! Mãe da água doce, Rainha das cachoeiras, deusa da candura e da meiguice, dona do ouro. Oxum é a Rainha de Ijexá. Orixá da prosperidade, da riqueza, ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe.
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Oxum exerce uma ampla influência no comportamento dos seres humanos, regendo principalmente o lado teimoso e manhoso, além daquele espírito maquiavélico que existe em todos nos. Dizem que “a vingança é um prato que deve ser servido frio” e a articulação da vingança e seus pormenores tem a influência desta força da Natureza. No bom sentido, Oxum é o “veneno” das palavras, é o comportamento piegas das pessoas, é a forma “metida”, esnobe, apresentada, principalmente pelo sexo feminino.
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Obá Dia: Quarta-feira Cores: Marron raiado, Vermelho e Amarelo Símbolos: Ofange (espada) e Escudo de Cobre, Ofá. Elementos: Fogo e Águas Revoltas Domínios: Amor e Sucesso Profissional Saudação: Obà Xirè! Orixá do rio Níger. Orixá, embora feminina, temida, forte, energética, considerada mais forte que muitos Orixás masculinos, vencendo na luta, Oxalá, Xangô e Orumilá. Obá é irmã de Iansã, foi esposa de Ogum e, posteriormente, terceira e mais velha mulher de Xangô.
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Bastante conhecida pelo fato de ter seguido um conselho de Oxum e decepado a própria orelha para preparar um ensopado para o marido na esperança de que isto iria fazê-lo mais apaixonado por ela. Quando manifestada, esconde o defeito com a mão. Seus símbolos são uma espada e um escudo.
Os Orixás
Ewá Dia: Sábado Cores: Vermelho Vivo, Coral e Rosa Símbolos: Ejô (cobra) e Espada, Ofá. Elementos: Florestas, Céu Rosado, Astros e Estrelas, Água de Rios e Lagoas Domínios: Beleza, Vidência (sensibilidade, sexto sentido), Criatividade. Saudação: Ri Ro Ewá!
transformações orgânicas e inorgânicas. É o Orixá que transforma a água de seu estado liquido para o gasoso, gerando nuvens e chuvas. Quando olhamos para o céu e vemos as nuvens formando, às vezes, figuras de animais, de pessoas ou objetos, não nos importamos muito. Porém, ali está Ewá, Rainha da beleza, evoluindo solta pelos céus, encantando e desenhando por cima do azul celeste da atmosfera da Terá.
Ewá é a divindade do canto, das coisas alegres e vivas. Dona de raro encanto e beleza é considerada como a Rainha das mutações, das
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Iansã Dia: Quarta-feira Cores: Marrom, Vermelho e Rosa. Símbolos: Espada e Eruexim Elementos: Ar em movimento,qualquer tipo de vento, Fogo Domínios: Tempestades, Ventanias, Raios, Morte. Saudação: Epahei! Iansã é a senhora dos ventos, das tempestades. Como Orixá altiva, poderosa, guerreira, Iansã tem a força que aplaca os raios e os trovões. É valente e briguenta, não aceita ordens nem escuta desaforos. É independente, nunca se deixa dominar, só obedece a si
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própria. Seu temperamento, sensual e autoritário. É o único Orixá com poder para controlar a ação de espíritos negativos. Junto com Omolu é a dona dos cemitérios, é sincretizada com Santa Barbara.
Eruexim. Tipo de espanador confeccionado com cerdas naturais originárias da cauda de boi ou de burro
Os Orixás
Logun-Edé Dia: Quinta-feira Cores: Azul-turquesa e Amarelo-ouro Símbolos: Balança, Ofá, Abebè e Cavalo-marinho Elementos: Terra (floresta) e Água (de rios e cachoeiras) Domínios: Riqueza, Fartura e Beleza Saudação: Logun ô akofá!!! ou Loci-Loci!!!
com a mãe Oxum, na água doce. Erradamente considerado como um Orixá “meta-meta”, ou seja, de dois sexos, Logun-Edé é um Orixá masculino, embora divida o tempo com os pais. Logun-Edé é a beleza em pessoa. O encanto dos jovens, o namorado, o flerte. Logun rege a ingenuidade do jovem, a adolescência, a beleza adolescente.
É o resultado do encanto, ou do encantamento, de Oxossi e Oxum. Divindade dos rios, Senhor da Pesca, que vive seis meses com o pai, Oxossi, na caça e seis meses,
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Yemanjá Dia: Sábado Cor: Branco, Prateado, Azul e Rosa Símbolo: Abebé prateado. Elementos: Águas doces que correm para o mar, Águas do mar Domínios: Maternidade (educação), Saúde mental e Psicológica Saudação: Ori ô, Odó-Iyá A majestade dos mares. Senhora dos oceanos, sereia sagrada, Iemanjá é a Rainha das águas salgadas, considerada como mãe de todos Orixás, regente absoluta dos lares, protetora da família. Chamada também como a Deusa das Pérolas, Iemanjá é aquela que apara a cabeça dos bebês no momento do nascimento.
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Orixá muito respeitado e cultuado é tida como mãe de quase todos os Orixás Iorubanos, enquanto a maternidade dos Orixás Dahomeanos é atribuída a Nanã. Por isso à ela também pertence a fecundidade. É protetora dos pescadores e jangadeiros. Comparada com as outras divindades do panteão africano, Yemanjá é uma figura extremamente simples. Ela é uma das figuras mais conhecidas nos cultos brasileiros, com o nome sempre bem divulgado pela imprensa, pois suas festas anuais sempre movimentam um grande número de iniciados e simpatizantes, tanto da Umbanda como do Candomblé.
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Xangô Dia: Quarta-Feira Cores: Vermelho (ou marrom) e branco Comida: Amalá Símbolos: Oxés (machados duplos), Edún-Àrá, xerê Elementos: Fogo (grandes chamas, raios), formações rochosas. Domínios: Poder estatal, justiça, questões jurídicas. Saudação: Kawó Kabiesilé!! Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeiro deus iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras.
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É, portanto, o principal tronco dos candomblés do Brasil. Xangô é o rei das pedreiras, Senhor dos coriscos e do trovão, Pai de justiça e o Orixá da política. Guerreiro, bravo e conquistador, Xangô também é conhecido como o Orixá mais vaidoso, entre os deuses masculinos africanos. É monarca por natureza e chamado pelo termo Oba, que significa rei. E é o Orixá que reina em Oyó, na Nigéria, antiga capital política daquele país.
Os Orixás
Oxalá Opáxorô: Espécie de cajado estilizado pertencente ao orixá Oxalá,
Dia: Sexta-feira Cor: Branco leitoso. Símbolo: Opáxorô Elementos: Atmosfera e Céu Domínios: Poder procriador masculino, Criação, Vida e Morte Saudação: Epi epi Bàbá Orixá masculino, de origem Ioruba (nagô) bastante cultuado no Brasil, onde costuma ser considerado a divindade mais importante do panteão africano. Na África é cultuado com o nome de Obatalá. Porém os negros vieram para cá, como mão-de-obra escrava na agricultura, trouxeram consigo, além do nome do Orixá, uma outra forma de a ele
se referirem, Orixalá, que significa, orixá dos orixás. Numa versão contraída, o nome que se acabou popularizando, é OXALÁ. Pai dos Orixás, é considerado o fim pacífico de todos os seres. Orixá da ventura, da compreensão, da amizade, do entendimento, do fim da confusão. O branco, nos cultos AfroBrasileiros, é a cor principal. É, entretanto, o luto, a cor de Oxalá, pois Oxalá é aquele Orixá que vai determinar o fim da vida, o fim da estrada do ser humano. Daí sua cor ser considerada a cor do luto, nos Cultos. Oxalá é o fim da vida, é o momento de partir em paz, com a certeza do dever cumprido.
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O Olubajé
O Olubajé O Olubajé é uma festa tradicional feita no mês de Agosto no Candomblé e também na Umbanda, pelo sincretismo com São Roque. Um ritual anual para Omolu/Obaluaiê e feito em casas de todo Brasil e é necessário que tenha pelo menos um filho de santo de Omolu ou Obaluaiê, ou que o zelador da casa seja de algum desses orixás para que possa ser realizada a festa. Olubajé é uma palavra de origem Yorubana que significa: Olu: Aquele Que; Ba: Aceita; Jé: Comer. Obaluaiê, por motivos de ter sido chacoteado numa festividade feita por Xangô por sua maneira de dançar. Nessa festividade, todos os Orixás participam, com exceção de Xangô e principalmente Ossãe, Oxumarê,
Nanã e Ewá, que são de sua família. Iansã tem papel importante por ser ela que ajuda no ritual de limpeza e trazer para o barracão de festas a esteira , sobre a qual serão colocadas as comidas. Olubajé é ritual especifico para o orixá Omolu/Obaluaiê , indispensável nos terreiros de candomblé , no sentido de prolongar a vida e trazer saúde a todos os filhos e participantes do axé . No encerramento deste rito é oferecido no mínimo nove iguarias da culinária afro-brasileira chamada de comida ritual pertinente a vários Orixás, simbolizando a vida, sobre uma folha chamada “Ewe Ilará” conhecida popularmente como mamona, “altamente venenosa” simbolizando a Morte (iku).
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No dia da festa o terreiro é decorado com os elementos e cores que simbolizam o orixá Omolu e Obaluaiê, as cores vibrantes e as cores da terra, a palha, e pipocas penduradas pelo teto, e dentre tantos outros adereços que diferencia de terreiro para terreiro. Com tudo pronto a festa se dá inicio com o xirê na qual se canta três cantigas para cada orixá. E no final são entoadas cantigas para chamar Omolu e ou Obaluaiê e o mesmo responde aos chamados incorporando sem seus filhos. Neste momento se dá uma pausa para que o orixá louvado na festa e aqueles que o mesmo convida vão para o quarto de santo e sejam arrumados e adornados para voltarem para dançar, e também são servidos lanches e bebidas não alcoólicas para
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as pessoas ali presentes enquanto esperam a preparação dos orixás. Agora os instrumentos musicais que estavam dentro do salão vão para a parte externa juntamente com o restante das pessoas e os orixás saem do quarto de santo dançando no ritmo da Avamunha também indo para a parte externa, que por ser uma festa em louvar a terra também, nada amis lógico do que faze-la sobre a mesma. E quando os orixás voltam trazem consigo cada um deles as comidas da festa também seguido por ekedis e outros filhos de santo que trazem o restante. E caso tenha uma filha de Iansã, a mesma incorporada ou não trás a esteira de palha na qual serão colocados os potes de barro com as comidas para serem servidas.
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Vinte e um tipos de comidas geralmente são servidos, sendo no mínimo sete. Abaixo será listando algumas das comidas que são servidas como já dito na folha de mamona; • Feijão Preto Cozido. • Axoxó. • A pipoca, a banana da terra frita, além da farofa de Omolu aonde vão os seus axés. • Ipété • Mostarda refogada. • Omolokun. • Acarajé • Ebô. • Eboyá. • Acaçá. • Aluá.
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Um pouquinho de cada comida é posta na folha de Ewe Ilará (manona) e entregue a todos os presentes na festa e enquanto comem fazem pedidos para a sua saúde e de seus entes queridos, sendo necessário comer apenas com as mãos. Caso não queira comer a pessoa passa a Ewe Ilará fechada com as comidas dentro em volta da cabeça e pelo corpo, mas sem encostar no corpo até mesmo para não se sujar. Enquanto todos comem é cantada a música a seguir: Aráaye a je nbo, Olubajé a je nbo Aráaye a je nbo, Olubajé a je nbo Isso é comida para nos alimentar, O mestre nos convidou para comer.
Axoxó: Milho vermelho cozido enfeitado com lascas de coco. Ipété: Inhame amassado, temperado com cebola, sal, camarão seco e azeite de dendê. Omolokun: Feijão fradinho cozido em água e sal, temperado com cebola, com camarão seco e azeite de dendê. Ebô: Canjica cozida sem temperos Eboyá: Milho branco cozido, adicionado de azeite de dendê, cebola e camarão. Acaçá: Purê de farinha de milho branco cozido, enrolado dentro da folha de bananeira.
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Aluá: Bebida fermentada de baixo teor alcoólico produzido a partir de cereais e cascas de frutos. Geralmente feita no mínimo 15 dias antes da festa e fica num pode de barro dentro da terra fermentando até o dia da festejo.
Assim que todos acabam de comer os restos são recolhidos e postos dentro de um cesto para que no dia seguinte seja despachado, a cantiga muda e então começa a se recolher o que sobrou e são retirados os potes com as comidas, a esteira tudo. Os atabaques voltam para o salão e a festa continua lá dentro com os Orixás dançando em louvar ao orixá principal da festa e para os outros orixás do panteão também, menos para Xangô. Então no final após cantar para Oxalá os orixás entram para o quarto de santo aonde eles vão embora e os médiuns que estavam incorporados voltam a si. E assim com o zelador ou zeladora de santo agradecendo todos que ali forma prestigiar a festa, a mesma se dá por encerrada e é servida comida e bebida a
todos após a festa, já está comida não é de santo, é a comida que todos estão acostumados a comer.
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Cantigas O Candomblé uma religião na qual suas cantigas dizem muito de sua lenda, a lenda dos orixás e sua tradição. E desta forma a seguir encontrarão algumas cantigas com suas traduções que são entoadas ao orixá Omolu e Obaluaiê em sua festa. É ajeniníìya
É ajeniníìya
É é é ajeniníìyá, ajeniníìyá Àgò ajeniníìyá, Máà kà lo Ajeniníìyá, Ají nsùn aráayé, Ó ló , E wa ká lo, Sápadà aráayé, Ló ìjeniníìyá e wa ká lo, Ìjeniníìyá aráyé.
A vós punidor, punidor te pedimos licença, punidos não nos leve embora. Ele pode castigas e levar-nos embora, mandar-nos embora de volta, correndo para o mundo (outro, o dos mortos) pode castigas e levar-nos embora, castigas os humanos.
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Opeèré má dó péré
Opeèré má dó péré
Peèré má dó péré Ó bèrè ké se Má dó há, má dó péré Opeèré má dó péré Ó bèrè ké se Má dó hon, má dó Má dó péré
Opere (pássaro) não ficará só Ele começará a gritar. Partilhará sua comida, não ficará só. Somente Opere não ficará só. Ele proclamará a todos Ele ficará e gritará E não ficará só.
Don hòn há Don hòn há é à Empé, don hòn há Don hòn há Don hòn há é à
Os Empé usarão barreiras contra feitiçoes, se tornação visíveis e dividirão a sua comida. Os Empé usarão barreiras contra feitiçoes, se tornação visíveis e dividirão a sua comida.
Opeèré má dó péré Dó sú máà dó é Dó sú máà dó é Dó sú máà dó Dó sú máà má n’gbé Ayò kégbe hún hún Ayò kégbe hún hún
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Operé não ficará só. Ficará cansado, ficará ê. Ficará cansado e será ajudado. Contente gritará, sim, sim.
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Omolú Kìí bèrú já
Omolú Kìí bèrú já
Omolú Kìí bèrú já Kòlòbo’se, a je nbon Kòlòbo’se, a je nbon Kòlòbo’se, a je nbon aráayé.
Omolu não teme a briga. Em sua pequena cabeça (Ou vasilha de barro) tras axé e feitiço. Vamos comer cultuando-o. Em sua pequena cabeça (Ou vasilha de barro) tras axé e feitiço. Vamos comer cultuando-o, todos juntos.
Aráayé a je nbo
Aráayé a je nbo
Aráayé a je nbo, Olúgbàje a je nbo Aráayé a je nbo, Olúgbàje a je nbo
Povo da terra, vamos comer e adorá-lo, o senhor aceitou comer. Povo da terra, vamos comer e adorá-lo, o senhor aceitou comer.
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Ágò n’ilé, n’ilé
Ágò n’ilé, n’ilé
Ágò n’ilé, n’ilé, n’ilé, ma dàgò Sápadà A jí nsùn, má dàgò Ágò n’ilé, ágò. Ó gbélé ìko
Permisão (licença) para entrar na casa. Licença Sapatá, Ajinsun, permissão para entrar na casa, licença. Ágò n’ilé, n’ilé
Ó gbélé ìko sàlàrè sàlà rè lórí Ó gbélé ìko sàlàrè sàlà rè lórí
Ele vive em casa de palha que é o seu alá, que cobre sua cabeça, vive em casa de palha, o alá que cobre a sua cabeça.
Olórí ìjeníìyà a pàdé
Ágò n’ilé, n’ilé
Olórí ìjeníìyà a pàdé, Olóri pa Olórí ìjeníìyà a pàdé, Olórí pa.
O Senhor que mata, o Senhor que castiga, vem ao nosso encontro. O Senhor que mata, o Senhor que castiga, vem ao nosso encontro.
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Jó alé ijó
Àká ki fàbò wiwà
Jó alé ijó, é kó alé ijó, é jó alé ijó, Àfaradà a lé njó ó ngbèlé
Dance em nossa casa, dance, dance em nossa (casa), dance, dance, dance dando força e energia à nossa casa, dançando ele dá proteção à casa.
Àká ki fàbò wiwà
Àká ki fàbò wiwà
Àká ki fàbò wiwà Àká ki fàbò wiwà. Wáá kalé, wáá kalé sé awo orò Wáá kale, wáá kale sé awo orò
Celeiro para onde retorna a existência, que possa você ter celeiro para onde retorna a existência, longa vida para cultuar as tradições, que possa você ter longa vida para cultuar as tradições
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Ò kíní gbè fáárà farotì
Ò kíní gbè fáárà farotì
Ò kíní gbè fáárà farotì Ò kíní gbè fáárà àfaradà Oní pópó oníyè Kíní ìyìyà wa ìfaradà.
Ele é aquele que pode aproximar-se e dar apoio, aquele que pode dar força e energia. Com sua proximidade, senhor das estradas e dos campos, senhor de boa memória, que pode nos dar força par resistirmos à dor.
Ó ní a ló ìjeníìyà
Ó ní a ló ìjeníìyà
Ó ní a ló ìjeníìyà ajàgun tó ló ìjeníìyà alúwàié Táálá bé okúnrin O táálá bé okùnrin wa ki ló kun Táálá bé okùnrin Abénilóri ìbé rí ó ní je olúwàié Táálá bé okùnrin.
Ele pode fazer secar a cabeça do homem, leválo embora e esculpir a cabeça do homem, ele pode fazer definhar, matar a cabeça do homem, é o executor que decapita, que pode nos castigar, o guerreiro que pode castigar, o senhor da terra, o guerreiro que pode punir.
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Wúlò ní wúlò
Omólú tó ló kum
Wúlò ní wúlò, a nilè gbèlé ibé kò Wúlò ní wúlò, a nilè gbèlé ibé kò
Ele é importante e necessário para nós da terra, dá proteção à casa, não permita que nossas cabeças tombem (pelos inimigos).
Omólú tó ló kum
Omólú tó ló kum
Omólú tó ló kum eron ènìòn E ló e ló e kum Omólú tó ló kum eron ènìòn E lóe e ló e kum Omólú tó ló kum eron ènìòn Omólú tó ló kum eron ènìòn
Omolu é aquele que pode esculpir na carne das pessoas. Omolu é aquele que pode esculpir na carne das pessoas. Ele pode, ele pode e ele esculpe Ele pode, ele pode e ele esculpe.
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BIBLIOGRAFIA LUPTON, Ellen. A Produção de um Livro Independente 1ed. São Paulo SP: Rosari,2011 TSCHICHOLD, Jan. A Forma do Livro 1ed. Cotia - SP: Atiliê Editorial 2007 BARROS, José Flávio Pessoa de. O banquete do rei... Olubajé: uma introdução à música sacra afro-brasileira 2ed. Rio de Janeiro - RJ: Pallas 2009 http://www.ocandomble.wordpress.com. Acesso em 6 de nov de 2012.
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