Diálogoambiental 3 v7 alta

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Edição 3 JULHO 2014

DIÁLOGO

informativo do Projeto Minas-rio destinado aos conselheiros do Copam - Mar. de 2014

AMBIENTAL

informativo do Projeto Minas-rio destinado aos conselheiros do Copam

Resgate de flora permite a preservação da biodiversidade na região do Minas-Rio Arquivo Anglo American

pág. 06

FAUNA PROTEGIDA | MAPEAMENTO ARQUEOLÓGICO | PROTEÇÃO DAS CAVIDADES


Meio Biótico

Números do Meio Biótico

Editorial Gilcimar Oliveira, gerente de Meio Ambiente

Uma gestão em que acreditamos

O

Projeto Minas-Rio representa para a Anglo American uma oportunidade de contribuir para o desenvolvimento sustentável das regiões de inserção, proporcionando qualidade de vida para a presente e futuras gerações. Nesta edição do Dialogo Ambiental, é possível conhecer o jeito responsável da Anglo American de fazer mineração e o comprometimento com a proteção dos recursos naturais. Estão envolvidos neste compromisso profissionais de diversas especialidades. Eles conduzem pesquisas ecológicas, resgate de flora e fauna, reprodução de espécies nos viveiros de mudas da empresa, criação de áreas de proteção da biodiversidade e resgate arqueológico dos sítios encontrados. Assim, é possível conhecer bem o papel de todos os seres presentes nestes ambientes. Este conhecimento é dividido com as comunidades local e científica por meio da Estação Ciência Anglo American Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço. Leia sobre a Estação na página 05 e a conheça pessoalmente por meio do nosso programa de visitas ao local. Esse é o nosso jeito de fazer mineração: uma busca do equilíbrio entre a atividade de mineração e o respeito ao meio ambiente! É isso o que você encontrará nesta edição e é o que traduz o pensamento responsável da Anglo American. Boa leitura!

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Calendário das edições Edição 1: Apresentação Edição 2: Meio Físico Edição 3: Meio Biótico

produção de aproximadamente 300 mil mudas nos viveiros da anglo Anglo American na fase de implantação do Projeto Minas-Rio, sendo 70 mil na região da Mina.

O Programa de Resgate e Reconstituição dos Campos Ferruginosos das Minas Sapo e Ferrugem teve 89% de sucesso de introdução de espécies nativas no piloto, com poucos registros de intervenção, após três anos.

Criação de um corredor ecológico de 11 mil hectares,

conectando duas unidades de conservação.

Edição 4: Meio Social

Estudo contribui para o conhecimento da fauna:

Edição 5: Reassentamento Sucesso na Edição 6: Processos de licenciamento e novas iniciativas

Expediente: Publicação destinada ao Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) de Minas Gerais. Coordenação: Comunicação Empresarial • Produção Editorial: BH Press Comunicação / Projeto gráfico e diagramação: BH Press Comunicação • Foto de Capa: Arquivo Anglo American / Tiragem: 90 exemplares

propagação por sementes de

algumas espécies, como por exemplo de Vellozia Scabrosa (canela-de-ema).

até o início do monitoramento realizado muito pouco se sabia a respeito da fauna local. Hoje, já foram registradas 302 espécies de aves, 203 espécies de borboletas 48 espécies de anfíbios, 40 espécies de peixes, 22 espécies de répteis, 47 espécies de mamíferos.

bons resultados na propagação de campo rupestre por reprodução vegetativa – até 400% de novos indivíduos de algumas espécies.

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Meio Biótico

4.854

iNvEStiDoS EM PAtRiMÔNio CulturAl.

R$ 7

MAiS DE 100 sÍtiOs

MilhÕEs invEstidOs EM valORiZaçãO dO PatRiMÔniO aRQuEOlóGiCO MAioR APoRtE PRivADo Do SEtoR dA HistÓriA do BRASiL.

aRQuEOlóGiCOs MaPEadOs E MAiS DE 40 sÍtiOs aRQuEOlóGiCOs REsGatadOs,

PRoMovENDo o RESgAtE DE CulturA mAtEriAl dE povos QuE HAbitArAm A rEgião dEsdE 10,000 Anos Atrás.

Mais dE 56 hECtaREs REvEGEtadOs DuRANtE A MOnitORaMEntO intEGRal DAS 33 CavidadEs

situAdAs nAs árEAs DE PRoPRiEDADE DA Anglo AmEriCAn, nA rEgião do ComplExo minErário minAs-rio. 04

Ronaldo guimaração

241 tiPoS DE AvES, 46 DE MAMÍFERoS E 82 DE ANFÍBioS E RéPtEiS.

MaiOR lEvantaMEntO aRQuEOlóGiCO dE ComunidAdEs RuRAiS DA AmÉriCA lAtinA.

Arquivo Anglo American

27 Mi

aniMais REGistRadOs duRantE tRabalhO dE suPREssãO vEGEtal, totALiZANDo 369 EsPéCiEs:

iMPLANtAção.

Mais dE 1600 hECtaREs dEstinadOs À RECuPERaçãO E

mAnEjo, por mEio dA CompEnsAção FLoREStAL.

Estação Ciência guarda história da região

o rEtrato dE UMa rEgiÃo

a

Anglo American realizou muitos estudos sobre a região de Conceição do mato dentro. o resultado dessa pesquisa agora está disponível na Estação Ciência anglo american - Reserva da biosfera da serra do Espinhaço. Com isso, uma história de séculos resgatada está à disposição das gerações atuais e futuras. o espaço, aberto ao público em março deste ano, reúne um acervo da memória, cultura e meio ambiente da região. instalada em uma área de 8 mil m², a Estação Ciência conta com auditório, salas de exposição, galpão para oficinas temáticas, laboratório, viveiro de mudas, jardim temático de campo rupestre ferruginoso e anfiteatro. “Queremos que o visitante conheça essa história de maneira dinâmica, através de diversos recursos de exposição, atividades e eventos”, conta a analista ambiental da Anglo American, Cláudia Alves. o acervo memorialístico da Estação Ciência Anglo American contou com duas importantes linhas de contribuição: peças doadas por moradores de água santa e Ferrugem, que narram parte de suas histórias, e vestígios recolhidos durante o resgate dos sítios arqueológicos da região. As duas comunidades também podem se ver em registros que resultaram em quatro vídeos, um Cd interativo, cartilhas e uma exposição fotográfica. “A criação da Estação ciência reforça o compromisso da Anglo American com o resgate e a preservação das riquezas naturais da região e do patrimônio de comunidades tradicionais locais. Além disso, esperamos que a Estação Ciência se torne um centro regional de referência no que diz respeito à educação cultural e ambiental”, destaca o gerente-geral de desenvolvimento sustentável da Anglo American, josé Centeno.

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Meio Biótico

Equipe realiza trabalho de resgate de flora 06

O

o programa ganha ainda mais importância devido à região em que o projeto minas-rio está inserido. trata-se de uma área de transição dos biomas mata Atlântica e Cerrado, com presença de Campo rupestre, Quartzítico e Ferruginoso. Como as pesquisas para o resgate e produção de mudas de Campo rupestre Ferruginoso são ainda incipientes, a Anglo American tem dado um grande enfoque em pesquisa de propagação dessa fitofisionomia, já que o objetivo da empresa é reabilitar o mais próximo do habitat natural, ao longo do ciclo de vida da mineração e no final da vida útil. “o trabalho que a equipe vem desenvolvendo é de excelência. Estamos tendo uma visão de reabilitação de áreas degradadas antes de iniciarmos as operações. isso permite planejar um fechamento de mina com custos e riscos reduzidos”, destaca o gerente de planejamento Estratégico e desenvolvimento sustentável da Anglo American, ricardo Camargo.

viveiros de mudas para contribuir com a preservação da biodiversidade, viveiros de mudas foram criados pela Anglo American nas cidades de Conceição do mato dentro (mg), santo Antônio do grama (mg) e tombos (mg). Eles abrigam plantas, mudas e sementes coletadas na área de implantação do projeto minas-rio. Elas recebem cuidados até que possam retornar ao meio ambiente. A coordenadora de biodiversidade da Anglo American, Flávia toledo, explica que a conservação da flora também beneficia a fauna da região. “mantendo o equilíbrio ambiental é possível evitar vários problemas, desde enxurradas e pragas transmissoras de doenças até o aquecimento global”, diz.

Atualmente, cerca de 200 espécies podem ser encontradas nos viveiros da Anglo American. As espécies são classificadas por um taxonomista botânico (profissional especialista na identificação de espécies vegetais). Em caso de dúvidas, elas são enviadas para as universidades parceiras. “o intercâmbio é importante, porque as pesquisas da academia ajudam a entender melhor as necessidades das plantas e a pensar adaptações para que as condições dos nossos viveiros sejam semelhantes às do ambiente natural de onde essas plantas foram retiradas”, conta Flávia toledo. Atualmente, a Anglo American mantém convênios para estudos da flora com a universidade Federal dos vales do Jequitinhonha e Mucuri (uFvjm) e busca uma parceria com a universidade Federal de minas gerais (uFmg).

sucesso na reprodução de campo rupestre A reprodução de espécies pode ser feita por sementes (semeadura) ou por propagação vegetativa. veja abaixo os resultados.

por sEMEntE Taxa de sucesso de germinação:

dyckia sp.: 49% pseudobombax campestris: 64% vellozia scabrosa: 40% Kielmeyera regalis: 36% 6,327 indivíduos

6 espécies

por propagaÇÃo vEgEtativa Taxa de sucesso :

axonopus: 86% paliavana sericiflora: 400% pilosocereus: 151% Cipocereus minensis: 124% 1,186 indivíduos

Ronaldo guimarães

Ronaldo guimarães

FLora prEsErvada

Programa de Resgate e Reconstituição dos Campos ferruginosos das Minas sapo e ferrugem, desenvolvido pela Anglo American, efetuou o recolhimento de todas as espécies nativas existentes na área de implantação do Projeto Minas-Rio. “resgatamos representantes de todas as espécies, incluindo frutos, sementes, plantas, musgos e liquens. o material será importante para que a área volte a ser um ambiente bem semelhante ao que era antes”, conta o analista de Meio Ambiente Rafael Knegt. o programa também busca salvar as espécies raras, ameaçadas e endêmicas, produzir e reintroduzir mudas, para que novas comunidades de espécies vegetais se estabeleçam nas áreas em que haverá restauração da flora. para isso, a empresa conta com uma equipe técnica composta por uma doutora em ecofisologia vegetal, três engenheiros agrônomos, dois engenheiros florestais, quatro biólogos, dois botânicos taxonomistas, além de 40 empregados responsáveis por procedimentos de manutenção. todas as espécies resgatadas nas áreas da mina, beneficiamento, mineroduto e linha de transmissão 230 kv são nativas do Brasil. o conjunto reúne 209 mil mudas características da mata Atlântica e 53 mil de Campo rupestre. A espécie mais abundante, a vellozia scabrosa (canela de ema), é endêmica de campo rupestre.

5 espécies

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Fauna bem protegida

A

Anglo American desenvolve programas para monitorar e proteger os animais que vivem na área de influência do Projeto Minas-Rio. Um deles é o Programa de Resgate de Fauna, que consiste no planejamento e acompanhamento das ações de supressão vegetal para minimizar a mortandade dos animais. A ideia é fazer vistorias prévias nas áreas em que haverá supressão vegetal para afugentar os animais. “O número de resgate feito na região foi pequeno. Isso mostra que estamos tendo sucesso no afugentamento passivo dos animais”, destaca o biólogo da empresa, Josimar Gomes. Essa ação também impede a 08

formação de ilhas de vegetação nas quais os animais possam se refugiar e eventualmente ficar presos. No entanto, quando o resgate propriamente dito (captura, manuseio e relocação) é necessário, a empresa leva em conta o tipo de ambiente em que aquele animal foi capturado, pois o ponto de soltura deve ser o mais parecido possível com o original. “Os dados coletados até agora nos permitem afirmar que nenhuma dessas espécies deixou de existir na área estudada após o início do empreendimento, assim, a contribuição do empreendimento é a produção de conhecimento a respeito da fauna local”, destaca Josimar.

Monitoramento e diagnóstico O Programa de Pesquisa de Curta e Longa Duração promove um diagnóstico sobre cinco grupos de animais: entomofauna (borboletas), avifauna (aves); mastofauna (mamíferos); herpetofauna (anfíbios e repteis); e ictiofauna (peixes). As aves desempenham papel fundamental na recuperação de áreas florestais ao espalhar sementes. “Por isso, o grupo é considerado importante instrumento para avaliar o grau de intervenção humana em determinado local”, explica a coordenadora de Biodiversidade, Flávia Toledo. O monitoramento na região resultou

no registro de 302 espécies de aves. O estudo da herpetofauna revelou grande diversidade de anfíbios na região, identificando um total de 48 espécies. Como os anfíbios vêm sendo foco de crescente preocupação, devido à queda da sua população em todo o mundo, o acompanhamento desse grupo é essencial para evidenciar a sua situação na região. Com isso, a Anglo American elaborou, em parceria com a empresa Bicho do Mato, um dos maiores estudos de anfíbios da região de Conceição do Mato Dentro, o que subsidiou a criação de um livro sobre todas as espécies de anfíbios registradas na região do empreendimento. Desde que teve início, o monitoramento da mastofauna próxima ao Projeto Minas-Rio já registrou 47

Arquivo Anglo American

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espécies, várias delas encontradas fora da área do empreendimento. Alguns, inclusive, se encontram em algum grau de ameaça, seja no âmbito local (Minas Gerais), nacional ou internacional, segundo critérios da União Internacional para Conservação da Natureza. Este monitoramento permitirá que a empresa realize ações necessárias para contribuir com sua preservação. Os peixes também rece-

bem cuidado especial do Programa de Resgate e Monitoramento da Ictiofauna na Área da Barragem de Rejeito. A medida foi adotada durante a instalação da barragem de rejeitos do Minas-Rio para prevenir impactos decorrentes da obra. Os peixes, presos em pequenas poças devido à interrupção do fluxo de água, são capturados e mantidos temporariamente em tanques adaptados em caminhonetes. Em seguida,

Animais na pista Estradas são uma fonte de impacto para a fauna, resultando em fragmentação de habitats, atropelamento, isolamento e mudanças no comportamento dos animais. Com a instalação do Projeto Minas-Rio, esses impactos podem ser acentuados devido à intensificação do tráfego nas vias de acesso ao empreendimento. Como forma de identificar, mensurar e mitigar este impacto, a Anglo American faz o acompanhamento desses dados, por meio do Programa de Monitoramento de Atropelamento e Controle da Passagem de Fauna. O levantamento permite identificar os animais mais afetados pelas estradas, as áreas críticas e os fatores que mais influenciam a fauna local. Também são promovidas, periodicamente, campanhas de conscientização para sensibilizar os motoristas quanto ao tema. Além disso, a empresa identificou os trechos críticos de atropelamento e sugeriu ao Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais (DER), a implementação de controles de velocidade, como forma de reduzir a ocorrência de atropelamentos esses locais.

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são levados a pontos de soltura previamente selecionados e que apresentem características similares ao ponto de captura. De acordo com Josimar Gomes, durante as campanhas de monitoramento, foram capturados para estudo 2.710 exemplares pertencentes a 40 espécies. “Até o momento, o conjunto das espécies identificadas corresponde a aproximadamente metade do total já registrado para a sub-bacia do Rio Santo Antônio. Esse número, porém, deve aumentar à medida que os estudos avançarem”, explica Josimar. Corredor ecológico

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Por meio do Subprograma de Indicação e Monitoramento de Corredores da Fauna desenvolvemos

uma importante ação no Projeto Minas-Rio. Trata-se da implantação de uma área de formação de um corredor ecológico na região de inserção do projeto Minas-Rio. Após vários estudos considerando critérios de análise de paisagens no entorno do Projeto, foi identificada uma área com maior potencial para ligação de remanescentes de vegetação nativa de florestas e campos nos municípios mineiros de Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim e Alvorada de Minas. O corredor é um dos primeiros a ser implantado em Minas Gerais na região da Serra do Espinhaço e corresponde a uma área de aproximadamente 11 mil hectares. Ações similares foram desenvolvidas por outras entidades para a Serra da Mantiqueira e na região de

Caratinga (com foco na conservação do Muriqui, o maior primata das Américas). O objetivo do corredor é desenvolver ações que favoreçam a conecção entre remanescentes naturais de mata atlântica e outros ecossistemas associados à ela. Isto é possível por meio da criação de áreas de conservação em propriedades da empresa na área proposta para o corredor, além do apoio à ordenação da ocupação racional das terras e exploração sustentável de seus recursos. Junto com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER) serão realizados diagnósticos de ocupação e propostas de adequação das propriedades rurais junto aos donos que tenham inte-

resse em aderir ao projeto. Dessa forma, a gestão neste território irá contribuir para a conservação de espécies da fauna e flora locais por meio de ações socioambientais. O coordenador de Áreas Verdes da Anglo American,

Rogério Vasconcelos, explica que o corredor ecológico deve ser visto como um patrimônio pela comunidade. “A empresa estabeleceu parcerias de médio prazo com entidades de desenvolvimento e do governo visando à imple-

mentação de práticas sustentáveis junto aos proprietários locais, com a identificação de novas oportunidades de exploração econômicas, regularização ambiental e potencialização de boas práticas”, explica Rogério.

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Corredores ecológicos têm por objetivo conectar porções isoladas de floresta nativa, facilitando o deslocamento de animais e a propagação de sementes. Com a recuperação das matas, surgem também as aves, insetos, frutos, madeira, água, dentre outros.

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floresta e do campo rupestre é o armazenamento e a utilização do top soil (camada superficial de solo rica em matéria orgânica e em sementes de espécies nativas). Eles são retirados das áreas suprimidas e em sequência quando ocorre a retirada do solo orgânico das áreas. bons resultados

Programa de Recuperação de áreas degradadas atua para preservar o meio ambiente

UM LEgado vErdE

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cobrir o solo exposto, permitindo a estabilização física e controle dos processos erosivos, são utilizadas várias técnicas, tais como a aplicação de biomantas, hidrossemeadura e semeadura manual. “A proposta da Anglo American é ir além do que o mercado oferece. desenvolvendo práticas que se

tornem referências na recuperação de áreas degradadas e convergindo estas ações com a conservação e disseminação de espécies de grande importância ecológica nas áreas que atuamos”, comenta coordenador de meio Ambiente da Anglo American, Rogério Pinto vasconcellos.

erican

d

urante a implantação do projeto minas-rio, um dos grandes objetivos é a reabilitação dos taludes resultantes da criação da área de material Excedente (AdmE), abertura de platores e acessos, além de algumas estruturas de apoio à operação como como o maciço da barragem. Para

desde o início das atividades de implantação, a Anglo American buscou várias parcerias para desenvolver pesquisas. o objetivo é promover a melhoria técnica de práticas de recuperação adotadas, sempre voltado para a utilização de espécies nativas da região na revegetação. Dessa forma é possível recuperar ambientes o mais próximo de sua forma natural. uma das ações para a recuperação dos ambientes de

Mais de 56 hectares já foram revegetados durante a implantação do minas-rio. Esses são os resultados, até o momento, do Programa de Recuperação de Áreas degradadas. Além disto, a empresa destinou outros 1.600 para recuperação e manejo por meio da compensação florestal, sendo que em parte dessa área serão criadas unidades de Conservação para garantia da conservação do patrimônio natural sob a gestão da empresa. “As atividades previstas para a fase de operação englobam o enriquecimento com espécies arbóreas, arbustivas, gramíneas e leguminosas nativas em áreas e estruturas descomissionadas ou sem interferência com a operação. Além da re-

cuperação de matas ciliares e implantação da cortinamento arbóreo”, ressalta o engenheiro florestal da Anglo American, Juliano Ferreira. o Programa de Recuperação de Áreas degradadas tem grande interface com o Programa de fechamento de Mina. A analista de Desenvolvimento Sustentável, lívia mello, explica que essas ações ocorrem paralelamente à atividade de lavra – uma premissa do programa. “realizamos uma gestão ambiental responsável durante todo o ciclo de vida da mina, buscando o desenvolvimento de um legado positivo para as comunidades locais”, diz lívia. A empresa já iniciou testes pilotos para a recuperação de áreas degradadas com espécies nativas provenientes de campo rupestre. Esses testes são conduzidos em parceria com a universidade Federal dos vales do Jequitinhonha e mucuri (uFvjm) por meio do núcleo de Estudos de recuperação de áreas degradas (nErAd). participam pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação da universidade.

Arquivo Anglo American

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Meio MeioBiótico Físico

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UMa JanELa para a prÉ-HistÓria

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equipe chegou a contar com mais de 50 especialistas dedicados integralmente ao trabalho de resgate da memória da região. vale ressaltar que nenhuma interferência foi executada sem os procedimentos de arqueologia alinhados com o instituto de Patrimônio Histórico e Artístico nacional (ipHAn). tiago Alves explica que o registro histórico costuma enfocar as vidas de pessoas das antigas elites e, por decorrência, os grandes eventos, deixando de lado o cotidiano das pessoas comuns. no entanto, ao estudar antigos grupos rurais ocupantes da região Conceição do Mato Dentro, é possível construir uma história de povos relegados ao desconhecimento. “resgatar essa história é ajudar a reconstruir a identidade da nossa população, a valorizar o local no qual vivemos e onde nossos

antepassados viveram”, ressalta tiago. De acordo com a analista de Meio Ambiente da empresa, gleide soraggi, todo o trabalho conduzido pela equipe de arqueologia da Anglo American seguiu os parâmetros propostos pelo ipHAn. para tanto, membros do instituto compartilharam com a empresa o termo de referência do ipHAn, que serviu como base para os trabalhos de arqueologia. “transparência, confiança e parceria foram orientadores fundamentais para a obtenção da anuência para operação do Projeto minas-rio”, pondera gleide. arqueologia preventiva os trabalhos de arqueologia preventiva feitos durante a implantação do minas-rio permitiram a descoberta de dois sítios pré-históricos na área industrial do Projeto: a Lapa do Fogão e o Abrigo da usina. os sítios

reúnem referências às populações mais antigas do Brasil, os povos que habitaram essa região pelo menos 12 mil anos atrás. A datação radiocarbônica da Lapa do Fogão foi feita em um dos laboratórios mais conceituados do Estados unidos, o beta Analytic, onde foi confirmado a datação de vestígios de 10.000 anos. Na Lapa do Fogão, foram encontrados muitos registros de produção de ferramentas de pedra lascada ou polida. Além disso, os arqueólogos descobriram que os humanos que viveram no local provavelmente conheceram a megamastofauna (fauna de mamíferos muito grandes), hoje extinta. já o Abrigo da usina guarda vestígios rupestres, manifestações gráficas que podem ser utilizadas para interpretar o pensamento dos povos naqueles tempos remotos. Para conservar e divulgar essa história, a Anglo Ameri-

can realiza vários projetos de valorização da memória. os encontros sobre educação patrimonial, por exemplo, são abertos à população, para que todos possam conhecer os resultados das pesquisas de campo. Quanto ao patrimônio cultural, já foram gastos mais de r$27 milhões até o momento com restauro de igrejas, livros resgatando a cultura dos municípios, construção do Centro de referência Cultural e Ambiental, entre outros.

Além disso, os principais objetos resgatados dos sítios pré-históricos estão expostos na Estação Ciência Anglo American - reserva da biosfera da Serra do Espinhaço, em Conceição do mato dentro. A empresa contribuiu ainda com a produção do livro “Arqueologia e História de Conceição do mato dentro” e está elaborando uma segunda edição sobre os Quilombolas da região do Médio Espinhaço.

Ronaldo guimarães

a

rqueologia é a ciência do passado material. E, com isso, é importante conhecê-la, preservá-la e divulgá-la. É munida dessa filosofia que a Anglo American investiu, durante a implantação do projeto minas-rio, r$ 7 milhões em ações de valorização do patrimônio arqueológico, o maior aporte já realizado por uma empresa privada no Brasil para esse campo do conhecimento. Com a iniciativa, cerca de 100 sítios arqueológicos foram mapeados e mais de 40 resgatados na região da Mina. “Esse estudo é, provavelmente, o maior conjunto de saberes histórico-arqueológicos sobre comunidades rurais executado na América do sul”, ressalta o arqueólogo da Anglo American, tiago Alves. Durante o trabalho realizado pela Anglo American, 150 mil vestígios arqueológicos foram identificados, descritos, interpretados e salvaguardados. A

Cachimbos encontrados durante trabalho de arqueologia na região

objetos restados durante o trabalho de arqueologia

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Cavernas bem protegidas

U

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Caverna CAI-03, em Conceição do Mato Dentro

ma cavidade natural subterrânea, além de sua beleza cênica, pode proporcionar opções de lazer, conservar minerais raros e proteger a fauna e a flora. Diante da importância desses espaços, a Anglo American desenvolve duas iniciativas para protegê-las no contexto da implantação do Projeto Minas-Rio: os programas de Proteção e de Monitoramento de Cavidades. O trabalho é minucioso e conta com experiência da Carste Consultores Associados, empresa especializada na área de espeleologia. O Programa de Monitoramento de Cavidades estruturase em três linhas principais de atuação: monitoramento da integridade física; monitoramento sismográfico; e monitoramento biológico de invertebrados e quirópteros (morcegos). Ou seja, além das análises periódicas sobre a fauna desses locais, sensores instalados nas cavidades fazem um acompanhamento integral das vibrações emitidas pelas atividades do Projeto Minas-Rio durante os desmontes de rocha, trânsito de veículos e instalação de estruturas. “O procedimento ajudou a confirmar a segurança da área de proteção no entorno das cavidades e indicou que as atividades do Projeto são seguras e não afetam a integridade dos sítios espeleológicos”, diz Tiago. Já o Programa de Proteção de Cavidades contempla outras frentes de iniciativas. Um exemplo é o cercamento e a sinalização das cavidades situadas dentro da área da Mina. A empresa também promove rondas periódicas para garantir a integridade física dos sítios espeleológicos. Mas o trabalho de proteção não se resume a ações nos locais das cavidades. Paralelamente, a Anglo American promove atividades educativas para disseminar práticas de proteção ambiental junto à população. Uma cartilha sobre as cavidades da região foi desenvolvida em parceria a PUC Minas. Ela traz informações sobre a espeleologia da Serra do Espinhaço e foi distribuída a alunos e professores da rede de educação da região. O material traz boas práticas de proteção e conservação de cavernas e alerta as pessoas para o valor ambiental desses locais. 17


Meio Biótico

MADEIRA PARA O DESENVOLVIMENTO

A

supressão vegetal é uma das primeiras atividades realizadas nas frentes de implantação de obras, após a obtenção das autorizações ambientais. A Anglo American busca minimizar os efeitos dessa atividade nas áreas de implantação do Projeto Minas-Rio. O acompanhamento da supressão de vegetação e o resgate e monitoramento de fauna são feitos por engenheiros florestais e biólogos de forma a garantir o cumprimento das diretrizes definidas no Plano de Desmate e no Programa de Acompanhamento e Resgate de Fauna. Este trabalho é executado de forma integrada com as equipes responsáveis pelo afugentamento dos animais no momento da intervenção e do resgate de flora que atuam antes do início das atividades de supressão. “Trabalhar com respeito e preocupação ao meio ambiente é um valor para os negócios da Anglo American, bem como proporcionar segurança na atividade de supressão vegetal a todos os colaboradores envolvidos na atividade”, destaca o engenheiro Florestal da Anglo American, Raul Firmino. O material lenhoso proveniente da implantação do Projeto Minas-Rio é destinado de forma a garantir a correta utilização socioeconômica e ambiental. Já foram feitas doações à Prefeitura de Alvorada de Minas para construção de pontes (comunidade da Rocinha) e reforma de igrejas (Itapanhoacanga), ao IPHAN e ao IEPHA para restauração de igrejas e construções históricas, além de doações para instituições de caridade. O material ainda estocado em pátios na obra e proveniente de futuras intervenções terão a mesma destinação, além de apoiar projetos ambientais de organizações regionais.

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Minas Gerais

2014

CONQUISTAMOS UM PRÊMIO COM O NOSSO MAIOR DIFERENCIAL:

AS PESSOAS.

A Anglo American foi eleita a 5ª melhor empresa para trabalhar em Minas Gerais. Um prêmio concedido pelo Instituto Great Place to Work à Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil, resultado da pesquisa de clima realizada com os nossos empregados no fim de 2013. No ano em que vamos entregar o nosso Projeto Minas-Rio, ficamos orgulhosos em compartilhar esse resultado. A Anglo American é uma empresa feita por pessoas, e elas são o que temos de melhor, afinal, somos muito mais fortes quando valorizamos quem faz parte das nossas conquistas.


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