Boas práticas na distribuição de hortifrutícolas

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BOAS PRÁTICAS NA DISTRIBUIÇÃO DE HORTIFRUTÍCOLAS



BOAS PRÁTICAS NA DISTRIBUIÇÃO DE HORTIFRUTÍCOLAS Um Guia Prático

2014


SEBRAE PR Presidente do Conselho Deliberativo João Paulo Koslovski Diretoria Executiva Vitor Roberto Tioqueta Julio Cézar Agostini Jose Gava Neto Gerente da Unidade de Desenvolvimento de Soluções Rainer Junges Coordenação Técnica do Desenvolvimento: Unidade de Desenvolvimento de Soluções Wanderlete dos Santos Alves Regional Leste José Ricardo Castelo Campos Maria Isabel Rosa Guimarães Unidade de Negócios Competitivos Andréia Claudino Autoria Luana de Assis Maria Isabel Rosa Guimarães Projeto de Design Inovatório Design, Inovação e Arte SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Rua Caeté, 150 - Prado Velho, Curitiba - PR - CEP: 80220-300 - Tel: (41) 3330-5757 Email: xxxxxx@sebrae.com.br

FICHA CATALOGRÁFICA Cartilha de Boas Práticas na Distribuição de Alimentos. Curitiba: SEBRAE, 2014. X p. (Qualidade e Segurança dos Alimentos). ISBN: NUTRIÇÃO; ALIMENTO; MICROBIOLOGIA; CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS; MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS; SEGURANÇA ALIMENTAR; HIGIENE; CONTROLE DE QUALIDADE; VIGILÂNCIA SANITÁRIA; DOENÇA; APPCC


Mais um dia de trabalho na Ceasa...

E lá está o Jeito, ou como todos o conhecem desde criança, quando o avô foi para o Box número 100 da Ceasa, 100 Jeito .

Patrão, temos que descartar a carga que chegou na última segunda-feira, porque madurou e tá dando bicho...

Mas não é possível! É a terceira vez no mês que perdemos mercadoria! Tenho que falar com o comprador pra selecionar melhor as frutas, pedir pra colocar mais remédio... Sei lá!


Mas o problema não é só da fruta que compramos, é que não tá tendo saída. Mesmo com o preço baixo, parece que tem cada vez menos clientes hoje mesmo já vi uns 2 comprando naquele box cheio de frescuras, sabe?

Você viu o jornal hoje, 100 Jeito? Tem um cliente seu com foto na primeira página tão dizendo que o restaurante dele deixou muitas pessoas doentes e que o problema foi a salada de frutas...

Será?!

Perda de frutas, falta de clientes e meu nome no jornal ligado a essa desgraça... O que faço agora?!

O pior vem agora: ele tá dizendo aqui que a culpa deve ter sido das frutas que comprou na Ceasa, no Box 100 Jeito...

O QUÊ?!

O senhor 100 Jeito tem muitos motivos para estar preocupado, a nal, o negócio da família está ameaçado. Mas, nem tudo está perdido! O 100 Jeito precisa conhecer as Boas Práticas na Distribuição de Alimentos!


AS BOAS PRÁTICAS O consumidor de hortifrutícolas, especialmente nas grandes cidades, tem se tornado cada vez mais exigente, provocando o surgimento de demandas por conveniência, praticidade, alimentos seguros e saudáveis. Para que o setor de hortifrutícolas cresça neste cenário, mudanças e adequações devem ocorrer em todos os elos da cadeia produtiva, na estrutura e nas suas relações com usuários, permissionários, produtores, distribuidores e consumidores. A necessidade de organização entre os componentes da cadeia é essencial para aumentar a e ciência do setor, reduzir custos de manuseio e perda de produtos, bem como de qualidade dos mesmos e, consequentemente, atender melhor às exigências e anseios do consumidor. Tais mudanças requerem investimentos, agilidade na tomada de decisões e nas ações realizadas. Qualidade é um conceito subjetivo que está relacionado diretamente às percepções de cada indivíduo. Pode-se entender a qualidade como ausência de defeitos , ou como um conjunto composto por atributos do produto nal e atributos do processo de produção, que determina a aceitação do produto pelo consumidor. Na cadeia produtiva de hortifrutícolas, a qualidade tem signi cados e critérios especí cos em cada elo. Para o Produtor a qualidade pode ser entendida como: boa produtividade, resistência a pragas, fácil manejo e colheita, aparência. Para o atacadista/varejista qualidade signi ca aparência, rmeza, resistência ao transporte e durabilidade. Para o Consumidor: aparência, sabor, aroma e composição nutricional. Portanto, a qualidade começa na produção, mas deve ser preservada e mantida por todos os elos da cadeia para que o produto chegue ao consumidor e seja aceito. Com a ampliação do numero de incidentes alimentares, em todo o mundo, o fator segurança passou a ser destacado no conjunto de veri cação da qualidade de alimentos. Novos cuidados foram estruturados, dentro do tema geral Segurança de Alimentos (do inglês Food Safety), ou alimentos seguros. Trata-se de garantir a qualidade dos


produtos comercializados em todas as suas etapas de produção no sentido de ser seguro para o produtor, para o consumidor e para o meio ambiente. O alimento seguro é aquele que está isento de contaminantes biológicos, físicos e químicos. Todos os integrantes da cadeia agroalimentar são responsáveis pela garantia do alimento seguro. Os órgãos governamentais atuam na elaboração de normas técnicas, em ações educativas e na scalização; o setor produtivo deve produzir alimentos com qualidade microbiológica, química, sensorial e nutricional; os distribuidores atacadistas e varejistastêm a obrigação de garantir a segurança dos produtos que vendem; e o consumidor, agente nal da cadeia, por seu poder de persuasão sobre os demais segmentos, tem o papel de exigir que o alimento adquirido tenha passado com segurança por todas as etapas anteriores, com garantia de qualidade, preço justo, frescor e praticidade na compra. Além da obrigatoriedade de oferecer alimentos seguros, o desa o constante do produtor e do distribuidor é aumentar a percepção do valor dos produtos para satisfazer necessidades, expectativas e desejos dos consumidores. Para isso, existem as Boas Práticas de Produção e de Distribuição procedimentos que visam à segurança do produto e consequentemente, do consumidor nal, com garantia de sua qualidade. Atualmente, todos os elos do processo têm à disposição treinamentos e consultorias que possibilitam a absorção de conhecimentos e cuidados sobre a produção e manuseio dos produtos, do campo até a mesa. A divulgação dos conceitos, das normas e da atuação dos órgãos próprios tem motivado até mesmo a etapa nal de distribuição, que comercializa os produtos nos grandes pontos de venda, a adotar sistemas de veri cação, por meio de auditoria de fornecedores, análise de resíduos de agrotóxicos, análise microbiológica, inspeção de qualidade no recebimento e possibilidade rastreamento.

Conheça agora os principais critérios que devem ser adotados para a distribuição de alimentos de qualidade e seguros à saúde do consumidor, relacionados às condições ambientais; higiene pessoal; higiene geral; equipamentos, móveis e utensílios; e distribuição de alimentos.


PROCEDIMENTOS DE BOAS PRÁTICAS 1 - CONDIÇÕES AMBIENTAIS Uma empresa de distribuição de alimentos deve estar localizada em área salubre, ou seja, livre de objetos em desuso ao redor, água parada, lixo, insetos ou pragas. Ao redor, a pavimentação adequada evita a entrada de poeira e sujidades nas áreas de armazenamento e distribuição. Dentro da empresa alguns itens são importantes para a manutenção da higiene e da organização:

Pisos, paredes e teto devem ser feitos de material resistente e revestido com tinta lavável ou outro material liso, lavável e impermeável. Todo o sistema elétrico deve estar embutido, evitando acidentes e propiciando a higiene do local. Luminárias de câmaras de maturação ou de refrigeração devem possuir proteção contra quedas e estilhaços.

Uma pia para a higiene de mãos, com todas as facilidades (sabão neutro líquido, álcool gel, papel toalha e lixeira com tampa sem acionamento manual) também deve estar disponível.


Para manter caixas com alimentos afastadas do piso, também é necessário dispor de estrados.

Armários para guardar pertences pessoais dos colaboradores.

EXCLUSIVO

Armário para produtos e utensílios de limpeza.

Lixeiras com tampas sem acionamento manual para lixo orgânico e lixo reciclável.


A central de distribuição também deve garantir sanitários adequados, separados para ambos os sexos, em número su ciente e em bom estado de funcionamento e higiene, assim como sistema de esgoto que suporte a demanda, água potável e sistema e ciente de manejo de resíduos. A cada seis meses os centros de distribuição devem providenciar a higiene dos reservatórios de água as empresas devem solicitar uma cópia dos comprovantes de realização do serviço.

Um adequado manejo de resíduos é o principal requisito para um controle de pragas adequado. Neste caso, cada envolvido tem papel importante: as empresas devem se responsabilizar pelo recolhimento adequado dos resíduos gerados e levá-los para local destinado pela central de distribuição, cuja estrutura deve garantir facilidade de higiene e manutenção que não permita o acesso de animais e pragas.


Lembre-se: Muitas frutas, legumes e verduras que perdem o valor comercial ainda podem ser consumidos. Portanto, doe alimentos que não serão mais vendidos para Bancos de Alimentos. Exerça seu papel de cidadão e ajude quem precisa!

Mesmo tomando todo o cuidado com o manejo de resíduos, em grandes estruturas podem apresentar visitantes indesejáveis: insetos e roedores. Nem seria preciso descrever os diversos problemas que centros de distribuição de alimentos já vivenciaram pela presença de roedores e outros insetos que contaminam alimentos com inúmeros microrganismos responsáveis por sua deterioração e doenças ao ser humano. Um controle integrado de pragas prevê cuidados para evitar o acesso de roedores e insetos, como a manutenção de portas e janelas fechadas (quando presentes), seu abrigo (fechamento de frestas e buracos) e a indisponibilização de alimentos e água (manutenção da higiene e manejo adequado de resíduos).


Quando estes requisitos são bem feitos, o controle químico é menos solicitado e mais e caz. Neste caso, apenas empresas especializadas devem ser contratadas para o extermínio e controle de insetos e pragas em geral. A administração dos centros de distribuição é responsável pela contratação das empresas de controle químico de pragas todas as empresas distribuidoras de alimentos podem solicitar os comprovantes da realização dos controles químicos.

2 - HIGIENE PESSOAL Assim como o ambiente, os colaboradores da empresa são a p r i m e i r a i m p re s s ã o q u e o s compradores têm da empresa. Portanto, uma boa higiene é fundamental para quem quer atrair e manter clientes, além de ser fundamental para a qualidade sanitária dos alimentos comercializados. Então, os colaboradores devem ser orientados para tomar banho diariamente, escovar os dentes após as refeições e manter seus uniformes limpos e conservados. Recomenda-se que as empresas disponibilizem uniformes completos para os colaboradores, em número su ciente para que possam ser trocados todos os dias.


Uma adequada higiene das mãos é comprovadamente imprescindível para prevenir doenças aos colaboradores e aos clientes. Mãos mal higienizadas podem contaminar frutas, legumes e verduras com bactérias ou vírus capazes de provocar doenças.


Veja abaixo como higienizar as mãos:

Molhe mãos e antebraços.

Aplique sabão líquido.

Ensaboe com cuidado dedos, palmas, dorsos, pulsos, polegares.

Enxague. Lembre-se de não desperdiçar água!

Seque com papel toalha.

Passe álcool gel a 70%


É importante programar treinamentos periódicos para todos os colaboradores. Assim, a justi cativa para o uso dos procedimentos de Boas Práticas pode ser abordada, tornando a aplicação dos requisitos mais fácil e consciente.

3 - HIGIENE DO AMBIENTE E EQUIPAMENTOS Não há como garantir a sanidade de alimentos que são recebidos, armazenados e distribuídos em ambientes que não cuidam de sua higiene. Cada empresa distribuidora deve zelar pela higiene de seu ambiente, equipamentos, móveis e utensílios. Para garantir uma higiene adequada, as empresas devem possuir produtos saneantes e utensílios de higiene adequados e procedimentos descritos e disponíveis para todos os colaboradores. Os saneantes, ou seja, os detergentes e desinfetantes usados na higiene, devem possuir registro ou noti cação no Ministério da Saúde. Por isso é importante observar os rótulos. Também é preciso que a empresa mantenha os produtos de limpeza afastados dos alimentos.

5301045-5 CRQ N.0 ISA/PR o na ANV registrad Produto 93 .98738.03 ro 25351 e m ú n b so


Utensílios adequados para a higiene também são importantes: baldes, vassouras, rodos e panos de uso exclusivo. Todos devem permanecer limpos e guardados adequadamente. Na área de alimentos saneantes perfumados não devem ser usados, evitando que frutas, legumes ou verduras absorvam seus odores. Também é muito importante que as instruções de uso, indicadas pelos fabricantes, sejam cumpridas, fazendo com que os resultados sejam satisfatórios e que não haja desperdício. Um bom exemplo é a água sanitária, que costuma ser usada com concentrações muito acima das necessárias. O preparo das soluções cloradas pode ser feito a partir da fórmula a seguir:

V x ppm

= X g (pó) ou X ml (líquido) do produto clorado

% Cl ativo x 10 Legenda: V = volume da solução que deseja preparar; ppm (partes por milhão) = concentração da solução clorada, que varia de 200 a 250ppm para a higiene de ambientes e equipamentos; % Cl ativo = percentual de cloro ativo varia de 2 a 2,5% em águas sanitárias e deve estar descrito na rotulagem do produto; 10 = constante; X = quantidade obtida; g = gramas; ml = mililitros. Fonte: SENAC/DN, 2004.

100ml

10 LITROS

Por exemplo: para preparar 10 litros de solução clorada a 200ppm para a desinfecção do piso, a partir de água sanitária com 2,0% de Cloro ativo, deve-se acrescentar apenas 100ml da água sanitária. Pode p a re c e r p o u c o , m a s é o su ciente para reduzir os microrganismos a números seguros.


Com os produtos de limpeza e utensílios adequados, é hora de estabelecer os procedimentos de uso adequados. Duas etapas para uma boa higiene devem ser cumpridas: a limpeza e a desinfecção.

Higiene = Limpeza + Desinfecção Na limpeza são retiradas as sujidades visíveis. É nesta etapa que água e detergente, ou sabão, são usados com auxílio de escovas, esponjas ou vassouras, de acordo com o ambiente, equipamento ou utensílio. A limpeza termina com o enxágue das superfícies. Após a limpeza, deve ser feita a desinfecção, banhando a superfície com uma solução clorada (piso, paredes, caixas plásticas) ou álcool a 70% (equipamentos).


O procedimento de higiene de cada superfície, equipamento, móvel e utensílio deve ser descrito e estar disponível para os colaboradores. Veja um exemplo:

Pisos (geral e da câmara)

FREQUÊNCIA

Diária

Semanal

PRODUTOS

PROCEDIMENTOS

Solução clorada a 200ppm; Baldes; Rodo; Panos.

- Preparar a solução clorada, de acordo com a instrução de trabalho em um dos baldes; - Encher o outro balde com água limpa; Passar a solução clorada com pano e rodo em todo o piso, lavando o pano na água antes de colocá-lo no balde com a solução clorada.

Sabão em pó neutro; Solução clorada a 200ppm; Baldes; Pano de chão; rodo; vassoura; Pá de lixo;

- Retirar o grosso com auxílio de vassoura e pá de lixo; - Lavar com água e sabão em pó; - Enxaguar com água; - Preparar solução clorada de acordo com a instrução de trabalho; - Banhar o piso com a solução clorada; - Retirar o excesso com rodo; - Deixar secar naturalmente ou passar pano limpo e seco com auxílio do rodo.


4 - EQUIPAMENTOS, MÓVEIS E UTENSÍLIOS Equipamentos, móveis e utensílios que entram em contato direto ou indireto com alimentos devem ter superfícies lisas e impermeáveis. Destacam-se dois utensílios importantes e usados pela maioria dos distribuidores na comercialização de frutas, legumes e verduras: estrados e caixas. Estrados devem propiciar a colocação de caixas ou sacos com alimentos, de forma que quem distantes do piso e que os alimentos não sejam dani cados. Por exemplo: um estrado de madeira pode perfurar ou rasgar embalagens e machucar os alimentos. Se os estrados forem mais altos, o ambiente pode ser facilmente higienizado sem que haja a contaminação dos alimentos. Já estrados baixos, usados preferencialmente com determinados carrinhos para transporte de caixas, devem ser retirados diariamente; caso contrário, o piso não poderá ser limpo. Para o transporte e armazenamento de alimentos é possível utilizar três tipos de caixas:

3

Caixa1: caixas de madeira, desde que de primeiro uso (sua re-utilização é proibida pela Instrução Normativa Conjunta nº 9, de 12 de novembro de 2002); Caixa 2: caixas plásticas higienizadas; Caixa 3: caixas de papelão.


A manutenção periódica de câmaras refrigeradas deve ser programada, garantindo que o equipamento estará sempre disponível e em funcionamento adequado. Isto evita a perda de produtos em épocas mais quentes, além de preservar os alimentos por mais tempo. Além da manutenção periódica, balanças devem ser calibradas anualmente por laboratório credenciado na Rede Brasileira de Calibração (RBC).

5 - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS O processo de distribuição de alimentos pode passar pelas seguintes etapas: compra; recebimento; armazenamento; embalagem; e distribuição. Hoje um dos maiores problemas enfrentados pela saúde pública diz respeito à quantidade de resíduos de agroquímicos ingeridos. Todas as pesquisas mostradas pela Anvisa mostram que o uso de agroquímicos ainda é feito de forma indiscriminada e, as consequências, ainda podem ser desconhecidas. A única forma de garantir a comercialização de hortifrutícolas com níveis de agroquímicos adequados é a quali cação dos fornecedores. As empresas distribuidoras devem garantir que seus fornecedores utilizem produtos químicos adequados e que respeitem os períodos de carência, sendo orientados por agrônomos responsáveis.

Quali que seus fornecedores: não há outra forma de garantir a ausência de perigos químicos em frutas, legumes e verduras.


Ao recebimento dos produtos, além dos documentos pertinentes, devese conferir a qualidade dos alimentos (grau de maturação, ausência de sujidades, bolores e machucados) e a rotulagem. Peça aos seus fornecedores a identi cação de seus produtos com o nome do produtor, endereço e dados do produto. Os colaboradores devem fazer o descarregamento colocando as caixas de alimentos sobre os estrados com cuidado.

As caixas devem ser empilhadas com cuidado e permanecerem sobre os estrados, evitando a contaminação dos produtos. De acordo com o tipo de hortifrutícolas, pode-se realizar sua manutenção sob refrigeração, preservando melhor as características de cada espécie. Caso a empresa coloque as embalagens nos hortifrutícolas, alguns cuidados são importantes:

Utilizar embalagens adequadas para alimentos.

Higienizar as mãos antes de manipular frutas, legumes ou verduras.


Brócolis Representante: JOÃO SILVA ROD. BR 302 - 34 - N.1234 RITIBA/PR CEASA - PAV. E - BOX 100 - CU -90 001 8/0 CNPJ: 12.345.67 Produzido por José Silva Fazenda Viva - Colombo - PR

Peso líquido:

14kg

MIL

Embalado em:

PESO

Empilhar produtos de acordo com a sensibilidade de cada cultura.

DE PRODUTO SUJEITO A VARIAÇÃO 0 -303 3030 (90) S UETA ETIQ

Descartar produtos que apresentem qualquer sinal de deterioração.

Rotular adequadamente.

Além de permitir a rastreabilidade dos produtos, uma identi cação completa é direito do consumidor e sinal de respeito do distribuidor.


6 - MANUAL DE BOAS PRÁTICAS

Depois que os procedimentos de Boas Práticas são implantados na empresa, é preciso que sejam descritos em um documento, chamado Manual de Boas Práticas. O seguinte roteiro é sugerido:

1. Identi cação da empresa Razão Social; Nome Comercial; Endereço; CNPJ; Alvará de Funcionamento; Licença Sanitária; Responsável Legal; Responsável pelas Boas Práticas; Produtos Comercializados.

2.1 2.2 2.3 2.4 2.5

2. Condições ambientais Condições ambientais externas Instalações e Edi cações Sistema de Água Manejo de Resíduos Controle Integrado de Pragas

3. Higiene pessoal 3.1 Disponibilização de facilidades para a higienização das mãos 3.2 Conduta e comportamento dos colaboradores (uso de uniformes, procedimento de higiene de mãos, programa de treinamento)

4. Higiene de ambientes e equipamentos 4.1 Produtos utilizados e forma de armazenamento 4.2 Procedimentos de higienização de pisos, paredes, teto, equipamentos, carrinhos, estrados e caixas plásticas


5.1 5.2

5. Equipamentos Lista de equipamentos do box Programa de manutenção e calibração

6.1 6.2 6.3 6.4

6. Distribuição de produtos Quali cação de fornecedores Recebimento de mercadorias Armazenamento Embalagem e rotulagem

O manual de Boas Práticas deve ser revisado sempre que houver alguma mudança relacionada ao ambiente, equipamentos, produtos comercializados ou etapas do processo. Deve permanecer na empresa disponível para todos os colaboradores e autoridades sanitárias.


Agora o negócio da família vai prosperar, ainda mais quando todos da Ceasa se convencerem de que investir na qualidade dos alimentos garante saúde e é sinal de respeito! Assim, todos poderão concorrer de forma leal e garantir o maior bem de todos: a vida! Boas Práticas para você também!


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSIS, Luana de. Alimentos seguros: ferramentas para gestão e controle da produção e distribuição. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2011. 360 p. ASSIS, Luana de e Edelmiro B. Duarte. Manual de Segurança para Manipuladores de Alimentos, SENAR/PR, 2009, 56 p. BERTIN, Brigitte; MENDES, Fátima. Segurança de alimentos no comércio: atacado e varejo. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2011. 240 p. Bioqualitas. Apostila de Boas Práticas na Manipulação de Alimentos, 2000. Brasil, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Apoio Rural e Cooperativismo. Instrução Normativa Conjunta n. 9, de 12 de novembro de 2002. Regulamenta o uso de embalagens destinadas ao acondicionamento de produtos hortícolas in natura. Diário O cial da União, Brasília, p.30, 14 nov. 2002. Brasil, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Apoio Rural e Cooperativismo. Portaria n. 171, de 24 de março de 2005. Institui, no âmbito da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB, empresa pública federal, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro - PROHORT. Diário O cial da União, Brasília, p.8, 28 mar. 2005. Brasil, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC 326, de 30/07/1997. Aprova o Regulamento Técnico: "Condições Higiênicos-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos . Brasil, Ministério da Saúde, ANVISA. Resolução RDC n. 275, de 21 de outubro de 2002. Dispõe sobre o regulamento técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos Produtos/Industrializadores de Alimentos e a Lista de Veri cação das Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos. Diário O cial da União, Brasília, p.126, 23 de out. 2002.


Elementos de Apoio para as Boas Práticas e sistema APPCC no Setor Distribuição. Rio de Janeiro: SENAC/DN, 2004. 275 p. (Qualidade e S e g u r a n ç a d o s A l i m e n t o s ) . PA S D i s t r i b u i ç ã o . C o n v ê n i o SENAI/SEBRAE/SESI/SESC/SENAC. Manual de Segurança e Qualidade na Distribuição de Alimentos Hortifrutigranjeiros (FLV e Ovos). Rio de Janeiro: SENAC/DN, 2004. 73 p. (Qualidade e Segurança dos Alimentos). PAS Distribuição. Convênio SENAI/SEBRAE/SESI/SESC/SENAC. SENAI/DN. Cartilha 4: Segurança e Qualidade na Distribuição de Alimentos: Hortifrutigranjeiros (FLV e Ovos). PAS Distribuição. Brasília: SENAI/DN, 2009. Convênio SENAI/SEBRAE/SESI/SESC/SENAC. 32 P. Sites consultados: http://www.abracen.org.br/abracenadmin/seminarios/ceasaparana.pdf (Seminário sobre embalagens para frutas e hortaliças CEASA Paraná) http://www.ceasaminas.com.br/agroqualidade/5legislacao.asp (normas e legislação) http://www.ceagesp.gov.br (classi cação de frutas e hortaliças)




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